Capítulo Único
Segunda-feira, dois de julho, o jogo Brasil x México aconteceria em menos de duas horas e tudo já estava quase pronto. As carnes já haviam sido temperadas e a churrasqueira preparada, as dezenas de caixas com latinhas de cerveja já estávamos no freezer, e o telão preparado no meio da Praça. Em meio a tiroteios, tráfico e pobreza, o futebol era uma das poucas coisas que ainda trazia esperanças à comunidade da Rocinha, então, como de costume, os moradores sempre se reuniam para fazer uma grande churrascada e prestigiar a Seleção Brasileira, com direito a pagode ao vivo e tudo.
se preparava para ir buscar , ou, como ele costuma carinhosamente chamá-la,.
Colocou a camisa polo, a favorita da namorada, ajeitou o cabelo em um topete exatamente do jeito que ela gostava, e acabou exagerando um pouco no perfume, porém sabia que a garota não iria se importar, pois ela mesma alegava adorar o seu cheiro.
O rapaz deu um beijo no rosto de sua mãe e pediu a bênção à avó — ambas cortando legumes para fazer a maionese —, cumprimentou seu vizinho João, e bagunçou os cabelos de seu irmão mais novo, antes de entrar em seu Fiat Palio, seguindo em direção à casa de sua namorada.
Ele sentiu as mãos suarem contra o volante, e infelizmente não era por causa do Sol e o calor de trinta e quatro graus que fazia essa manhã, estava se sentindo nervoso por causa de . Será a primeira vez que ela virá à comunidade e, apesar de querer muito apresentá-la à sua família e amigos, ele se sentia inseguro quanto a reação dela. é uma jovem de classe média alta, nascida e criada em um condomínio de luxo em Copacabana. Filha única de dois advogados, ela sempre teve tudo o que queria, viajou por boa parte da Europa, fez intercâmbio na Inglaterra e é fluente em quatro línguas, então ter de apresentá-la um mundo totalmente diferente, dentro de uma periferia, o deixava bastante apreensivo.
Em sua casa, trocava de roupa pela vigésima vez. Sem hipérboles. A menina já havia provado e descartado pelo chão de seu quarto mais de vinte peças de roupa e não conseguia se decidir por qual vestir — e talvez o nervosismo também esteja atrapalhando-a um pouco. Ela estava empolgada e muito curiosa para finalmente conhecer o lugar onde seu namorado passou — e ainda passa — a maior parte da vida.
No dia anterior, a menina havia presenciado um dos recorrentes escândalos que sua mãe dava sempre que ela mencionava o namorado. Ao saber onde a filha iria, a mulher ligou para ela e gritou para que não fosse se meter na favela com um “provável traficante”, porém não lhe deu ouvidos. A menina já estava acostumada com os comentários racistas e preconceituosos, quando assumiu o namoro com para sua família, há seis meses, sua mãe chorou e disse que não se conformaria em ver sua filha se envolvendo com um marginal, elas discutiram e jurou nunca mais pôr os pés na casa dos pais.
O interfone toca na mesma hora em que ela termina de vestir sua última peça de roupa do dia: Short jeans de cintura alta, camisa oficial da seleção brasileira e um par de sneakers — ela queria parecer o mais casual e confortável possível. A menina pega a bolsa a tiracolo e põe as chaves, o celular, a maquiagem e alguns acessórios antes de sair.
já havia dito um milhão de vezes que tem plena autorização de subir para o apartamento dela, porém os vizinhos começaram a implicar, dizendo que era perigoso deixar um homem com o “perfil” dele ter livre acesso ao prédio, pois algum assaltante poderia facilmente ser “confundido” com ele — como se todo homem negro fosse bandido —, então ela decidiu que seria melhor ele só entrar quando tivesse acompanhado por ela. A menina se sentia péssima por isso, mas queria preservar a segurança do namorado, não duvidava de nada do que aquele bando de racistas era capaz de fazer.
— Bom dia, amor. — A menina se inclina em direção ao namorado, dando-lhe um selinho.
— Bom dia, . Tá pronta?
— Falta só a maquiagem, mas posso ir passando pelo caminho — Ela ergue a bolsa, fazendo o namorado balançar a cabeça em reprovação.
abre a porta do carona para a namorada e ela sorri em agradecimento, em seguida ele dá a volta e se acomoda no banco do motorista, dando partida no carro.
— Não sei por que você enche a cara com esses rebocos, te acho tão linda natural — ele reclama quando a vê tirando a maquiagem da bolsa.
— Você acha isso porque me ama, . Pra você sou linda até se passar merda no rosto — ela rebate, provocando uma risada nele. — Além disso, eu vou conhecer a sua família hoje, então tenho que estar bem apresentável.
O garoto apertou as mãos no volante novamente, sentindo-se inseguro mais uma vez.
— , você tem certeza de que quer ir hoje? Não tem problema se quiser deixar pra outro dia.
— O quê? É claro que quero ir hoje, tô esperando há meses por isso!
— É que... — Ele coça a nuca. — É um mundo totalmente diferente do que você tá acostumada, , não é como as novelas mostram, é real.
— ... — Ela segura a mão do namorado entre as dela. — Não se preocupa comigo, ok? Sei onde tô me metendo. Eu te disse desde o começo que enfrentaria qualquer coisa por você e falei sério.
O garoto sorri e aproveita o sinal vermelho para se inclinar e dar um selinho na namorada.
Em menos de meia hora eles chegam à comunidade. De início ficou um tanto abismada com a quantidade de casas minúsculas coladas umas às outras, mas logo começou a sorrir quando viu as crianças jogando futebol na rua.
entrelaça os dedos aos da namorada e começa a guiá-la até a praça, onde já se ouvia a música Deixa Acontecer do Revelação saindo pelos autofalantes. O cheiro da carne sendo assada irradia. Há cadeiras de plástico espalhadas por todo lugar e a maioria das pessoas está sentada, bebendo cerveja e conversando, e algumas estão dançando próximo às caixas de som enormes.
Um homem armado começa a se aproximar dos dois, fazendo o corpo inteiro da garota fica tenso.
— Fica calma, ele não vai fazer, confia em mim — diz.
lança um olhar para o rapaz, que logo entende e guarda a arma.
— E ai, inho! — Eles trocam um aperto de mão. — Tranquilo, parceiro?
— Tranquilo, irmão. Essa é minha namorada, . — Ele aponta para a garota, que dá um leve sorriso, sem jeito.
— Uma gata dessa é tua mina? — O outro diz e estende a mão para . — Prazer, Dilsinho, ao seu dispor.
Mesmo hesitante, permite que o homem segure em sua mão e a leve até a boca, depositando um beijo no dorso.
— Na moral, cê é muito linda pra tá com esse cara, mas falo com todo o respeito, claro.
sente seu rosto ficar quente devido ao constrangimento e ri dá cara de pau do amigo.
— Aí, vou ali apresentar ela pra minha mãe e depois volto aqui, beleza?
— Tranquilo, pô. Manda um beijo lá pra dona .
concorda com a cabeça e eles trocam um aperto de mãos e dois tapinhas nas costas um do outro. suspira, aliviada, e o namorado a abraça pelos ombros.
— Desculpa pelo Dilsinho, ele é assim meio...
— Folgado? — ela rebate e o garoto ri.
— Eu ia dizer brincalhão, mas serve também.
direciona a namorada morro acima até parar frente a uma casa minúscula só de tijolos e os olhos da garota automaticamente se arregalam.
— Mãe, cheguei! — anuncia assim que eles passam pelo portão enferrujado.
Barulhos de pés batendo contra o chão e risadas são ouvidos e logo duas crianças, que pareciam ter no máximo dez anos, passam correndo por eles para a rua.
— Eu já falei pra parar de correr dentro de casa!
Uma mulher que aparenta estar na faixa dos quarenta anos surge na porta. Com um avental sujo amarrado na cintura e os cabelos crespos presos em um coque, ela sorri ao ver o filho e a namorada, aliviando um pouco a expressão cansada em seu rosto.
O casal se aproxima e ela envolve em um abraço apertado, que é retribuído na mesma proporção.
— Finalmente conheci a famosa ! — a mulher exclama, fazendo rir. — fala tanto de você que parece que já te conheço!
— Ele também fala bastante da senhora, Dona , e com muito orgulho.
segura as mãos da sogra entre as delas e a mulher sorri, percorrendo os olhos pelo corpo da garota.
— Olha só pra você! É tão linda! Meu filho é um homem de sorte!
— Eu é que tenho sorte de ter encontrado seu filho, Dona .
sorri e busca o olhar do namorado, que também sorria ao assistir a cena. A mulher sorri ao perceber o olhar apaixonado entre o filho e a namorada e limpa as lágrimas que começaram a se acumular em seus olhos.
— Acho que acabei ficando emocional demais — declara, fazendo os dois jovens rirem. — Entrem, entrem. Estou terminando de fazer a farofa.
entrelaça os dedos aos dá namorada e a puxa para dentro da casa. A menina percorre os olhos pelo local e sua boca se abre em descrença ao perceber que a casa consistia em apenas três cômodos: A cozinha, um quarto maior, que também servia como sala, e um banheiro. É ali que ele mora com a mãe, a vó e os três irmãos?
Uma senhora baixinha de cabelos grisalhos está próxima ao fogão. leva a namorada até ela e a apresenta como Josefa, sua avó. As duas trocam um abraço e logo se oferece para ajudar, ficando encarregada de picar os legumes para o molho à campanha.
Poucos minutos antes do início da partida, a comida já está toda pronta e todos se reúnem na praça. reserva lugares para namorada e a família logo de frente para o telão e oferece à uma latinha de Skol — que ela não é muito fã, mas decide abrir uma exceção. O jogo começa intenso e todos ficam na expectativa, logo nos primeiros vinte minutos, Neymar tenta marcar um gol, mas o goleiro mexicano defende. Em seguida foi a vez do Gabriel Jesus, que driblou o adversário, mas não conseguiu marca.
— Coutinho, seu gostoso! — uma mulher grita quando Philippe Coutinho tenta chutar pro gol, porém não consegue completar.
O primeiro tempo segue com muita adrenalina e tentativas de gol dos dois times, no entanto, ninguém consegue marcar um gol. O intervalo chega e algumas pessoas aproveitam para comer, acompanha a namorada até a mesa e a ajuda a se servir. já tinha ido a churrascos antes, obviamente, porém nunca havia visto tanta variedade de comida, algumas ela nunca havia sequer provado ou até mesmo sabia da existência.
A menina pega um prato de descartável e o enche com o que mais lhe chama atenção: Arroz com cenoura, salpicão, maionese, farofa e alguns pedaços de carne, linguiça e frango. Ela se senta para comer e se acomoda ao lado dela, admirando as feições de deleite da namorada a cada garfada. O garoto sorri e sente seu peito encher de alegria ao vê-la tão confortável rodeada daqueles que ele chama de família.
— Tá curtindo, ? — ele questiona.
— Muito! Nunca tinha provada uma comida gostosa pra caralho assim! — ela responde, animada, fazendo o garoto rir.
pega um guardanapo e limpa o canto da boca da namorada sujo de maionese, que agradece com um sorriso.
Com a fome saciada, todos voltam aos seus lugares para o início do segundo tempo e logo nos primeiros cinco minutos Neymar faz um gol.
— Gol, caralho! — grita.
Ele abraça a namorada e juntos eles começam a pular. Todos no local também começam a gritar e pular e barulhos de fogos de artifício são ouvidos. Após alguns minutos de comemoração, o alvoroço é contido e a atenção é voltada para o jogo novamente. Uma marcação começa a ser feita em cima do Neymar, que é derrubado e até pisado pelo time do México.
— Juíz ladrão do caralho, não tá vendo isso não? Enfiaram o árbitro de vídeo no cu? — alguém grita mais atrás.
A partida segue intensa, com algumas tentativas de gol e jogadores do time adversário derrubando o camisa 10 da seleção.
— Bota o Firmino, porra! — vocifera.
E como um pedido sendo atendido, o técnico resolve trocar Philippe Coutinho por Roberto Firmino e não demora muito até o atacante marcar um gol, deixando o placar Brasil 2 x 0 México e garantindo a classificação do Brasil para as quartas de finais.
pula no colo do namorado, colando os lábios aos dele em um beijo carregado em emoções enquanto todos comemoram em volta e fogos de artifício voltam a iluminar o céu. Um funk com hino do Brasil começa sair pelos autofalantes e logo todos começam a dançar, as crianças até fazem passinho, chamando para acompanhar, e a menina gargalha enquanto imita a coreografia.
Para fechar a celebração, e seu grupo de pagode se preparam para tocar. O garoto se lembrou do dia em que conheceu , quando ela acompanhou uma amiga em um de seus shows. Ele soube desde o segundo em que seus olhos se encontraram com os dela de cima do palco que ela era a mulher de sua vida.
No início não gostou da ideia de namorar um pagodeiro, sabia que a maioria do público dele é feminino e que é um homem bonito e muito carismático, o que faz com que qualquer mulher se encante por ele. Os dois tiveram várias brigas devido a necessidade do garoto de ir ao pagode, porém, um dia ele disse a ela que se quisesse tanto que nenhuma mulher se aproximasse, que fosse junto com ele, então foi.
E simplesmente adorou.
A menina fez algumas amizades, aprendeu a sambar e deixou de lado toda a rivalidade que antes tinha com as outras mulheres. Gostou tanto do pagode que nunca mais reclamou das saídas do namorado e inclusive ia junto com ele todas as vezes.
começa a tocar o pandeiro enquanto os amigos cantam A Gente Bota Pra Quebrar, do Exaltasamba. Alguns casais e mulheres se reúnem na frente do grupo, dançando ao ritmo da música, e se junta a eles, concentrando toda a sua felicidade nas pontas dos pés enquanto samba e sem desviar o olhar do namorado por um segundo. O garoto tenta se dedicar somente às músicas que tocava, no entanto, quando vê a namorada requebrando e indo até o chão, ele se sente obrigado a dançar com ela e se levanta, indo até a namorada.
sorri ao perceber o efeito que causou no namorado e continua a sambar e remexer os quadris enquanto bate o pandeiro, cercando-a. A menina começa a se aproximar cada vez mais do garoto, até ele não resistir e a puxar para si. espalma a mão nas costas da namorada e juntos eles começam a dançar em sincronia com a música. gira o corpo de , fazendo-a ficar de costas para ele, então ela começa a remexer os quadris e a bunda de encontro ao namorado com mais empenho.
— Cê tá querendo me provocar, né, ? — ele pergunta ao pé do ouvido dela e a garota ri.
— Tô só dançando, — ela rebate, carregada em malícia.
Eles continuam a festejar, comendo, bebendo e dançando até o anoitecer. Quando falta pouco para a meia-noite, diz ao namorado que quer ir embora, pois estava cansada devido às horas de comemoração, no entanto, o garoto sabia pelo sorriso que ela deu após fazer o pedido que a intenção dela em ir para a casa passava longe de ser dormir. E ele agradeceu por isso, estava louco para tomá-la em seus braços e ter uma longa noite de amor desde que dançaram junto mais cedo.
O casal se despede dos amigos e familiares do rapaz, e a menina sorriu ao ouvir de sua sogra que ela havia gostado de sua companhia e que não demorasse muito a voltar. chamou o Uber, porque ambos estavam bastante embriagados e ele não precisava de um motivo real para a polícia pará-lo mais do já fazem todos os dias.
As provocações começaram já dentro do carro, a mão dela apertando sorrateiramente o interior da coxa dele, os dedos dele passeando suavemente pela pele da nuca e do pescoço dela, fazendo os pelos se eriçarem, pois é uma área bastante sensível para ela. agradeceu a Deus quando finalmente chegaram à porta do prédio onde a namorada mora, se a mão dela se movesse mais um centímetro para cima, ele não seria capaz de controlar seus atos. Pretendia beijá-la no elevador, porém, quando avançou em direção a garota, uma senhora entrou. O rapaz emitiu uma bufada de ar e a namorada riu.
Quando finalmente adentraram o apartamento, não hesitou em agarrar a namorada e imprensá-la contra a porta.
— Finalmente sozinhos — ele anuncia, fazendo a menina sorrir, e não demora a grudar os lábios aos dela.
envolve o pescoço do namorado com os braços, puxando-o para mais perto e acaricia a língua dele com a sua. O rapaz leva as mãos às coxas da menina, erguendo-as até a altura de sua cintura, e pressiona ainda mais o corpo contra o dela, permitindo-a sentir sua excitação. A menina geme contra a boca do garoto e o abraça com as pernas.
— Tá sentindo isso? — ele questiona e a menina assente com a cabeça. — É como eu fico toda vez que te vejo dançar, , seu requebrado me deixa duro igual pedra.
sorri em resposta e ataca a boca a do namorado com a dela. volta a agarrar as pernas da garota e começa a andar cambaleante até o quarto. A sorte dele era que o apartamento era espaçoso e aberto, pois caso contrário eles teriam quebrado muitas coisas no caminho.
O casal adentra o cômodo e o garoto vai até a cama, derrubando ambos em cima do colchão macio. não hesita em arrancar a camisa do corpo do namorado, assistindo satisfeita os músculos dele se contraírem enquanto ele desamarra os sapatos. A garota também se livra dos próprios sapatos e desabotoa os shorts, tendo a ajuda do garoto para descer a peça de roupa pelas pernas, e ao se deparar com a peça íntima da namorada, sorri.
A menina havia comprado a lingerie no dia anterior quando foi ao Shopping com Vanessa, sua melhor amiga, e ficou encantada logo quando seus olhos bateram sobre a vitrine: A peça consistia em um sutiã de bojo e uma tanga verde com renda amarela. Ela se sentiu idiota ao vestir a peça mais cedo, pouco antes do namorado buscá-la, pensando que ele não iria gostar, mas ao julgar pelo sorriso no rosto e o brilho em seus olhos, ele parecia ter aprovado.
— Gostou? — ela questiona.
— Adorei, tá linda pra caralho, mas acho que ficaria melhor ainda jogado no chão do quarto — ele diz, fazendo a menina rir. — Deixa eu tirar uma foto.
Ele tira o celular do bolso e retira a camisa que vestia e faz uma pose, esparramando os cabelos no travesseiro e mordendo o lábio inferior. Após capturar a foto, o rapaz deixa o celular sobre o criado-mudo e sobe na cama, se posicionando no meio das pernas da namorada.
— Vai ser meu novo papel de parede — declara e a garota sorri. — Agora vamos botar pra quebrar.
agarra as barras da calcinha da namorada e a arranca de seu corpo em uma única puxada, em seguida passeia os dedos pela extensão de sua coxa.
— Ah, ... O que eu faço com você, hein?
— Faça o que quiser, eu sou toda sua.
O rapaz sorri e sobe as mãos pelo corpo da garota, chegando até suas costas e desabotoando o sutiã, que ela faz questão de se livrar segundos depois. O garoto fica imóvel por alguns instantes, venerando o corpo da namorada e pensando consigo mesmo o quanto ele era sortudo por ter aquela mulher em seus braços. Ele admira os seios da garota, imaginando como seria lindo vê-los balançando enquanto seus corpos são tomados pelo prazer.
— Fica de quatro, , quero ver você rebolando pra mim.
sorri e não hesita em se virar de costas para o namorado e apoiar os joelhos e cotovelos sobre o colchão. Ela rebola de um lado para o outro, sentindo uma ardência contra sua bunda.
— Ah, que delícia! Faz de novo.
Ela repete o movimento e ele desfere outro tapa, dessa vez na outra nádega, deixando-a ainda mais excitada.
— Você é tão gostosa, .
Ela sentiu as mãos do namorado massagearem sua carne e levantou um pouco mais a parte traseira do corpo. Os dedos de passeiam pela pele dela, descendo até virilha e depois subindo rumo ao centro de suas pernas. Ele vagueio os dedos pelos lábios dela, sentindo os dedos melecarem com seu suco, e sorri.
— Você tá tão molhadinha... Fui eu que te deixei assim? — ele questiona e ela balança a cabeça em afirmação. — Você quer sentir meu pau dentro de você? — concorda mais uma vez com a cabeça. — Então pede, , pede pra mim.
— Me fode, , me fode gostoso!
O garoto sorri e vai até o criado mudo, abrindo a primeira gaveta e tirando de lá um preservativo. Ele veste o pênis e volta a se posicionar atrás da namorada, segura em sua cintura e a penetra de uma só vez, fazendo-a gemer.
— Rebola pra mim, vai.
E obedece, ela remexe os quadris, de um lado ao outro, para trás e para frente, pra cima e pra baixo e fazendo movimento circular, enquanto emite gemidos e aumenta a velocidade de suas investidas. A garota começa a empinar cada vez mais a bunda, indo às estrelas cada vez que ele entrava dentro dela, fazendo-a sentir cada centímetro dele a preencher.
enterra o rosto entre os travesseiros, apertando o lençol entre os dedos e pressentindo o orgasmo cada vez mais próximo. abraça o corpo da namorada, puxando-a de encontro ao seu peito, e agarra os seios dela, comprimindo-os entre os dedos. A garota se apoia sobre as coxas e começa a subir e descer no colo do namorado, levando uma das mãos ao espaço que conecta ambos os corpos para estimular seu clitóris.
A garota circula a nuca do namorado, puxando o rosto dele para si e atacando seus lábios, liberando um gemido em sua boca quando atinge o êxtase, e o garoto dá mais algumas estocadas até também ser consumido pelo prazer.
Os dois caem sobre a cama, exaustos e ofegantes, no entanto, felizes. se livra da camisinha e em seguida abraça a namorada, aninhando-a ao seu peito. De repente, ele sentiu a garganta secar e seu corpo ser preenchido pelo medo de algum dia ela não estar mais entre os seus braços.
— Me promete que nunca vai deixar as nossas diferenças afetar o nosso amor? — ele pede e a menina franze o cenho, afastando-se do namorado para encará-lo.
— Por que você acha que eu deixaria alguma coisa atrapalhar a gente? O que tá acontecendo? — ela questiona e o rapaz permanece em silêncio. — ! Me responde!
suspira e passeia as mãos pelo rosto em sinal de nervosismo.
— Sei lá, eu tive essa sensação o dia inteiro de que vai chegar o dia em que você vai acordar e ver que eu não sou bom o suficiente pra você. Eu não tenho nada pra oferecer a você, , sou favelado, não tenho dinheiro pra comprar uma casa de luxo na beira da praia, meu carro é modelo 2010 e eu vivo com dinheiro que ganho fazendo show em barzinho. Talvez seus pais estejam certos sobre a gente.
A menina lança um olhar carregado em um mistura de tristeza e indignação. Então era isso que ele pensava? Que ela queria luxo?
— Nunca mais repita essas palavras, ! — ela o repreende, séria. — Eu não tô nem aí se você tem ou não dinheiro ou qual é o modelo do seu carro! Tudo que eu quero e preciso você já me dá de sobra: Amor e carinho. Foda-se o que meus pais dizem, eles são dois egoístas e mesquinhos que preferem o dinheiro à minha felicidade! — Lágrimas começam a se acumular nos olhos dela. — Eu amo você, , e nada nem ninguém vai mudar isso.
O garoto sorri, se sentindo o homem mais sortudo do mundo por ter aquela mulher ao seu lado. Como ele foi capaz de duvidar do amor dela?
Ele volta a envolver a namorada com os braços, apertando-a contra seu peito, e deposita um beijo no alto de sua cabeça.
— Me perdoa, eu não queria ter magoado de você, é só que... Eu vim de uma realidade diferente, , uma realidade que nem todo mundo consegue aguentar. As pessoas sempre vão embora da minha vida e eu tenho medo de que você também seja uma dela. Eu amo você pra caralho, .
levanta o rosto da namorada para si e lhe dá um beijo, em uma forma de demonstrar todo o seu amor, e ela retribui na mesma intensidade.
— Eu adorei passar o dia com a sua família e amigos hoje. É incrível como eles são tão felizes, unidos e calorosos, mesmo nas condições em que vivem. Na minha família, todos são egoístas, nunca estão satisfeitos com nada, sempre querem mais, mais dinheiro, mais luxo, mais status.
— Minha mãe adorou você e agora vai ficar enchendo o saco pra você voltar lá — o garoto diz, fazendo a menina rir.
— E eu vou voltar com muito prazer, sabe por quê? Porque eu quero fazer parte da sua vida, independente de onde ela seja.
sorri e puxa a namorada para si, levando o rosto de encontro ao dela, no entanto, antes que ele pudesse completar a ação, um barulho alto de algo partindo ecoa pelo quarto e poucos segundos depois a cama cede, derrubando os dois no chão. Sem saber como reagir, emite uma gargalhada e ergue os ombros antes de declarar:
— Eu disse que a gente ia botar pra quebrar.
se preparava para ir buscar , ou, como ele costuma carinhosamente chamá-la,.
Colocou a camisa polo, a favorita da namorada, ajeitou o cabelo em um topete exatamente do jeito que ela gostava, e acabou exagerando um pouco no perfume, porém sabia que a garota não iria se importar, pois ela mesma alegava adorar o seu cheiro.
O rapaz deu um beijo no rosto de sua mãe e pediu a bênção à avó — ambas cortando legumes para fazer a maionese —, cumprimentou seu vizinho João, e bagunçou os cabelos de seu irmão mais novo, antes de entrar em seu Fiat Palio, seguindo em direção à casa de sua namorada.
Ele sentiu as mãos suarem contra o volante, e infelizmente não era por causa do Sol e o calor de trinta e quatro graus que fazia essa manhã, estava se sentindo nervoso por causa de . Será a primeira vez que ela virá à comunidade e, apesar de querer muito apresentá-la à sua família e amigos, ele se sentia inseguro quanto a reação dela. é uma jovem de classe média alta, nascida e criada em um condomínio de luxo em Copacabana. Filha única de dois advogados, ela sempre teve tudo o que queria, viajou por boa parte da Europa, fez intercâmbio na Inglaterra e é fluente em quatro línguas, então ter de apresentá-la um mundo totalmente diferente, dentro de uma periferia, o deixava bastante apreensivo.
Em sua casa, trocava de roupa pela vigésima vez. Sem hipérboles. A menina já havia provado e descartado pelo chão de seu quarto mais de vinte peças de roupa e não conseguia se decidir por qual vestir — e talvez o nervosismo também esteja atrapalhando-a um pouco. Ela estava empolgada e muito curiosa para finalmente conhecer o lugar onde seu namorado passou — e ainda passa — a maior parte da vida.
No dia anterior, a menina havia presenciado um dos recorrentes escândalos que sua mãe dava sempre que ela mencionava o namorado. Ao saber onde a filha iria, a mulher ligou para ela e gritou para que não fosse se meter na favela com um “provável traficante”, porém não lhe deu ouvidos. A menina já estava acostumada com os comentários racistas e preconceituosos, quando assumiu o namoro com para sua família, há seis meses, sua mãe chorou e disse que não se conformaria em ver sua filha se envolvendo com um marginal, elas discutiram e jurou nunca mais pôr os pés na casa dos pais.
O interfone toca na mesma hora em que ela termina de vestir sua última peça de roupa do dia: Short jeans de cintura alta, camisa oficial da seleção brasileira e um par de sneakers — ela queria parecer o mais casual e confortável possível. A menina pega a bolsa a tiracolo e põe as chaves, o celular, a maquiagem e alguns acessórios antes de sair.
já havia dito um milhão de vezes que tem plena autorização de subir para o apartamento dela, porém os vizinhos começaram a implicar, dizendo que era perigoso deixar um homem com o “perfil” dele ter livre acesso ao prédio, pois algum assaltante poderia facilmente ser “confundido” com ele — como se todo homem negro fosse bandido —, então ela decidiu que seria melhor ele só entrar quando tivesse acompanhado por ela. A menina se sentia péssima por isso, mas queria preservar a segurança do namorado, não duvidava de nada do que aquele bando de racistas era capaz de fazer.
— Bom dia, amor. — A menina se inclina em direção ao namorado, dando-lhe um selinho.
— Bom dia, . Tá pronta?
— Falta só a maquiagem, mas posso ir passando pelo caminho — Ela ergue a bolsa, fazendo o namorado balançar a cabeça em reprovação.
abre a porta do carona para a namorada e ela sorri em agradecimento, em seguida ele dá a volta e se acomoda no banco do motorista, dando partida no carro.
— Não sei por que você enche a cara com esses rebocos, te acho tão linda natural — ele reclama quando a vê tirando a maquiagem da bolsa.
— Você acha isso porque me ama, . Pra você sou linda até se passar merda no rosto — ela rebate, provocando uma risada nele. — Além disso, eu vou conhecer a sua família hoje, então tenho que estar bem apresentável.
O garoto apertou as mãos no volante novamente, sentindo-se inseguro mais uma vez.
— , você tem certeza de que quer ir hoje? Não tem problema se quiser deixar pra outro dia.
— O quê? É claro que quero ir hoje, tô esperando há meses por isso!
— É que... — Ele coça a nuca. — É um mundo totalmente diferente do que você tá acostumada, , não é como as novelas mostram, é real.
— ... — Ela segura a mão do namorado entre as dela. — Não se preocupa comigo, ok? Sei onde tô me metendo. Eu te disse desde o começo que enfrentaria qualquer coisa por você e falei sério.
O garoto sorri e aproveita o sinal vermelho para se inclinar e dar um selinho na namorada.
Em menos de meia hora eles chegam à comunidade. De início ficou um tanto abismada com a quantidade de casas minúsculas coladas umas às outras, mas logo começou a sorrir quando viu as crianças jogando futebol na rua.
entrelaça os dedos aos da namorada e começa a guiá-la até a praça, onde já se ouvia a música Deixa Acontecer do Revelação saindo pelos autofalantes. O cheiro da carne sendo assada irradia. Há cadeiras de plástico espalhadas por todo lugar e a maioria das pessoas está sentada, bebendo cerveja e conversando, e algumas estão dançando próximo às caixas de som enormes.
Um homem armado começa a se aproximar dos dois, fazendo o corpo inteiro da garota fica tenso.
— Fica calma, ele não vai fazer, confia em mim — diz.
lança um olhar para o rapaz, que logo entende e guarda a arma.
— E ai, inho! — Eles trocam um aperto de mão. — Tranquilo, parceiro?
— Tranquilo, irmão. Essa é minha namorada, . — Ele aponta para a garota, que dá um leve sorriso, sem jeito.
— Uma gata dessa é tua mina? — O outro diz e estende a mão para . — Prazer, Dilsinho, ao seu dispor.
Mesmo hesitante, permite que o homem segure em sua mão e a leve até a boca, depositando um beijo no dorso.
— Na moral, cê é muito linda pra tá com esse cara, mas falo com todo o respeito, claro.
sente seu rosto ficar quente devido ao constrangimento e ri dá cara de pau do amigo.
— Aí, vou ali apresentar ela pra minha mãe e depois volto aqui, beleza?
— Tranquilo, pô. Manda um beijo lá pra dona .
concorda com a cabeça e eles trocam um aperto de mãos e dois tapinhas nas costas um do outro. suspira, aliviada, e o namorado a abraça pelos ombros.
— Desculpa pelo Dilsinho, ele é assim meio...
— Folgado? — ela rebate e o garoto ri.
— Eu ia dizer brincalhão, mas serve também.
direciona a namorada morro acima até parar frente a uma casa minúscula só de tijolos e os olhos da garota automaticamente se arregalam.
— Mãe, cheguei! — anuncia assim que eles passam pelo portão enferrujado.
Barulhos de pés batendo contra o chão e risadas são ouvidos e logo duas crianças, que pareciam ter no máximo dez anos, passam correndo por eles para a rua.
— Eu já falei pra parar de correr dentro de casa!
Uma mulher que aparenta estar na faixa dos quarenta anos surge na porta. Com um avental sujo amarrado na cintura e os cabelos crespos presos em um coque, ela sorri ao ver o filho e a namorada, aliviando um pouco a expressão cansada em seu rosto.
O casal se aproxima e ela envolve em um abraço apertado, que é retribuído na mesma proporção.
— Finalmente conheci a famosa ! — a mulher exclama, fazendo rir. — fala tanto de você que parece que já te conheço!
— Ele também fala bastante da senhora, Dona , e com muito orgulho.
segura as mãos da sogra entre as delas e a mulher sorri, percorrendo os olhos pelo corpo da garota.
— Olha só pra você! É tão linda! Meu filho é um homem de sorte!
— Eu é que tenho sorte de ter encontrado seu filho, Dona .
sorri e busca o olhar do namorado, que também sorria ao assistir a cena. A mulher sorri ao perceber o olhar apaixonado entre o filho e a namorada e limpa as lágrimas que começaram a se acumular em seus olhos.
— Acho que acabei ficando emocional demais — declara, fazendo os dois jovens rirem. — Entrem, entrem. Estou terminando de fazer a farofa.
entrelaça os dedos aos dá namorada e a puxa para dentro da casa. A menina percorre os olhos pelo local e sua boca se abre em descrença ao perceber que a casa consistia em apenas três cômodos: A cozinha, um quarto maior, que também servia como sala, e um banheiro. É ali que ele mora com a mãe, a vó e os três irmãos?
Uma senhora baixinha de cabelos grisalhos está próxima ao fogão. leva a namorada até ela e a apresenta como Josefa, sua avó. As duas trocam um abraço e logo se oferece para ajudar, ficando encarregada de picar os legumes para o molho à campanha.
Poucos minutos antes do início da partida, a comida já está toda pronta e todos se reúnem na praça. reserva lugares para namorada e a família logo de frente para o telão e oferece à uma latinha de Skol — que ela não é muito fã, mas decide abrir uma exceção. O jogo começa intenso e todos ficam na expectativa, logo nos primeiros vinte minutos, Neymar tenta marcar um gol, mas o goleiro mexicano defende. Em seguida foi a vez do Gabriel Jesus, que driblou o adversário, mas não conseguiu marca.
— Coutinho, seu gostoso! — uma mulher grita quando Philippe Coutinho tenta chutar pro gol, porém não consegue completar.
O primeiro tempo segue com muita adrenalina e tentativas de gol dos dois times, no entanto, ninguém consegue marcar um gol. O intervalo chega e algumas pessoas aproveitam para comer, acompanha a namorada até a mesa e a ajuda a se servir. já tinha ido a churrascos antes, obviamente, porém nunca havia visto tanta variedade de comida, algumas ela nunca havia sequer provado ou até mesmo sabia da existência.
A menina pega um prato de descartável e o enche com o que mais lhe chama atenção: Arroz com cenoura, salpicão, maionese, farofa e alguns pedaços de carne, linguiça e frango. Ela se senta para comer e se acomoda ao lado dela, admirando as feições de deleite da namorada a cada garfada. O garoto sorri e sente seu peito encher de alegria ao vê-la tão confortável rodeada daqueles que ele chama de família.
— Tá curtindo, ? — ele questiona.
— Muito! Nunca tinha provada uma comida gostosa pra caralho assim! — ela responde, animada, fazendo o garoto rir.
pega um guardanapo e limpa o canto da boca da namorada sujo de maionese, que agradece com um sorriso.
Com a fome saciada, todos voltam aos seus lugares para o início do segundo tempo e logo nos primeiros cinco minutos Neymar faz um gol.
— Gol, caralho! — grita.
Ele abraça a namorada e juntos eles começam a pular. Todos no local também começam a gritar e pular e barulhos de fogos de artifício são ouvidos. Após alguns minutos de comemoração, o alvoroço é contido e a atenção é voltada para o jogo novamente. Uma marcação começa a ser feita em cima do Neymar, que é derrubado e até pisado pelo time do México.
— Juíz ladrão do caralho, não tá vendo isso não? Enfiaram o árbitro de vídeo no cu? — alguém grita mais atrás.
A partida segue intensa, com algumas tentativas de gol e jogadores do time adversário derrubando o camisa 10 da seleção.
— Bota o Firmino, porra! — vocifera.
E como um pedido sendo atendido, o técnico resolve trocar Philippe Coutinho por Roberto Firmino e não demora muito até o atacante marcar um gol, deixando o placar Brasil 2 x 0 México e garantindo a classificação do Brasil para as quartas de finais.
pula no colo do namorado, colando os lábios aos dele em um beijo carregado em emoções enquanto todos comemoram em volta e fogos de artifício voltam a iluminar o céu. Um funk com hino do Brasil começa sair pelos autofalantes e logo todos começam a dançar, as crianças até fazem passinho, chamando para acompanhar, e a menina gargalha enquanto imita a coreografia.
Para fechar a celebração, e seu grupo de pagode se preparam para tocar. O garoto se lembrou do dia em que conheceu , quando ela acompanhou uma amiga em um de seus shows. Ele soube desde o segundo em que seus olhos se encontraram com os dela de cima do palco que ela era a mulher de sua vida.
No início não gostou da ideia de namorar um pagodeiro, sabia que a maioria do público dele é feminino e que é um homem bonito e muito carismático, o que faz com que qualquer mulher se encante por ele. Os dois tiveram várias brigas devido a necessidade do garoto de ir ao pagode, porém, um dia ele disse a ela que se quisesse tanto que nenhuma mulher se aproximasse, que fosse junto com ele, então foi.
E simplesmente adorou.
A menina fez algumas amizades, aprendeu a sambar e deixou de lado toda a rivalidade que antes tinha com as outras mulheres. Gostou tanto do pagode que nunca mais reclamou das saídas do namorado e inclusive ia junto com ele todas as vezes.
começa a tocar o pandeiro enquanto os amigos cantam A Gente Bota Pra Quebrar, do Exaltasamba. Alguns casais e mulheres se reúnem na frente do grupo, dançando ao ritmo da música, e se junta a eles, concentrando toda a sua felicidade nas pontas dos pés enquanto samba e sem desviar o olhar do namorado por um segundo. O garoto tenta se dedicar somente às músicas que tocava, no entanto, quando vê a namorada requebrando e indo até o chão, ele se sente obrigado a dançar com ela e se levanta, indo até a namorada.
sorri ao perceber o efeito que causou no namorado e continua a sambar e remexer os quadris enquanto bate o pandeiro, cercando-a. A menina começa a se aproximar cada vez mais do garoto, até ele não resistir e a puxar para si. espalma a mão nas costas da namorada e juntos eles começam a dançar em sincronia com a música. gira o corpo de , fazendo-a ficar de costas para ele, então ela começa a remexer os quadris e a bunda de encontro ao namorado com mais empenho.
— Cê tá querendo me provocar, né, ? — ele pergunta ao pé do ouvido dela e a garota ri.
— Tô só dançando, — ela rebate, carregada em malícia.
Eles continuam a festejar, comendo, bebendo e dançando até o anoitecer. Quando falta pouco para a meia-noite, diz ao namorado que quer ir embora, pois estava cansada devido às horas de comemoração, no entanto, o garoto sabia pelo sorriso que ela deu após fazer o pedido que a intenção dela em ir para a casa passava longe de ser dormir. E ele agradeceu por isso, estava louco para tomá-la em seus braços e ter uma longa noite de amor desde que dançaram junto mais cedo.
O casal se despede dos amigos e familiares do rapaz, e a menina sorriu ao ouvir de sua sogra que ela havia gostado de sua companhia e que não demorasse muito a voltar. chamou o Uber, porque ambos estavam bastante embriagados e ele não precisava de um motivo real para a polícia pará-lo mais do já fazem todos os dias.
As provocações começaram já dentro do carro, a mão dela apertando sorrateiramente o interior da coxa dele, os dedos dele passeando suavemente pela pele da nuca e do pescoço dela, fazendo os pelos se eriçarem, pois é uma área bastante sensível para ela. agradeceu a Deus quando finalmente chegaram à porta do prédio onde a namorada mora, se a mão dela se movesse mais um centímetro para cima, ele não seria capaz de controlar seus atos. Pretendia beijá-la no elevador, porém, quando avançou em direção a garota, uma senhora entrou. O rapaz emitiu uma bufada de ar e a namorada riu.
Quando finalmente adentraram o apartamento, não hesitou em agarrar a namorada e imprensá-la contra a porta.
— Finalmente sozinhos — ele anuncia, fazendo a menina sorrir, e não demora a grudar os lábios aos dela.
envolve o pescoço do namorado com os braços, puxando-o para mais perto e acaricia a língua dele com a sua. O rapaz leva as mãos às coxas da menina, erguendo-as até a altura de sua cintura, e pressiona ainda mais o corpo contra o dela, permitindo-a sentir sua excitação. A menina geme contra a boca do garoto e o abraça com as pernas.
— Tá sentindo isso? — ele questiona e a menina assente com a cabeça. — É como eu fico toda vez que te vejo dançar, , seu requebrado me deixa duro igual pedra.
sorri em resposta e ataca a boca a do namorado com a dela. volta a agarrar as pernas da garota e começa a andar cambaleante até o quarto. A sorte dele era que o apartamento era espaçoso e aberto, pois caso contrário eles teriam quebrado muitas coisas no caminho.
O casal adentra o cômodo e o garoto vai até a cama, derrubando ambos em cima do colchão macio. não hesita em arrancar a camisa do corpo do namorado, assistindo satisfeita os músculos dele se contraírem enquanto ele desamarra os sapatos. A garota também se livra dos próprios sapatos e desabotoa os shorts, tendo a ajuda do garoto para descer a peça de roupa pelas pernas, e ao se deparar com a peça íntima da namorada, sorri.
A menina havia comprado a lingerie no dia anterior quando foi ao Shopping com Vanessa, sua melhor amiga, e ficou encantada logo quando seus olhos bateram sobre a vitrine: A peça consistia em um sutiã de bojo e uma tanga verde com renda amarela. Ela se sentiu idiota ao vestir a peça mais cedo, pouco antes do namorado buscá-la, pensando que ele não iria gostar, mas ao julgar pelo sorriso no rosto e o brilho em seus olhos, ele parecia ter aprovado.
— Gostou? — ela questiona.
— Adorei, tá linda pra caralho, mas acho que ficaria melhor ainda jogado no chão do quarto — ele diz, fazendo a menina rir. — Deixa eu tirar uma foto.
Ele tira o celular do bolso e retira a camisa que vestia e faz uma pose, esparramando os cabelos no travesseiro e mordendo o lábio inferior. Após capturar a foto, o rapaz deixa o celular sobre o criado-mudo e sobe na cama, se posicionando no meio das pernas da namorada.
— Vai ser meu novo papel de parede — declara e a garota sorri. — Agora vamos botar pra quebrar.
agarra as barras da calcinha da namorada e a arranca de seu corpo em uma única puxada, em seguida passeia os dedos pela extensão de sua coxa.
— Ah, ... O que eu faço com você, hein?
— Faça o que quiser, eu sou toda sua.
O rapaz sorri e sobe as mãos pelo corpo da garota, chegando até suas costas e desabotoando o sutiã, que ela faz questão de se livrar segundos depois. O garoto fica imóvel por alguns instantes, venerando o corpo da namorada e pensando consigo mesmo o quanto ele era sortudo por ter aquela mulher em seus braços. Ele admira os seios da garota, imaginando como seria lindo vê-los balançando enquanto seus corpos são tomados pelo prazer.
— Fica de quatro, , quero ver você rebolando pra mim.
sorri e não hesita em se virar de costas para o namorado e apoiar os joelhos e cotovelos sobre o colchão. Ela rebola de um lado para o outro, sentindo uma ardência contra sua bunda.
— Ah, que delícia! Faz de novo.
Ela repete o movimento e ele desfere outro tapa, dessa vez na outra nádega, deixando-a ainda mais excitada.
— Você é tão gostosa, .
Ela sentiu as mãos do namorado massagearem sua carne e levantou um pouco mais a parte traseira do corpo. Os dedos de passeiam pela pele dela, descendo até virilha e depois subindo rumo ao centro de suas pernas. Ele vagueio os dedos pelos lábios dela, sentindo os dedos melecarem com seu suco, e sorri.
— Você tá tão molhadinha... Fui eu que te deixei assim? — ele questiona e ela balança a cabeça em afirmação. — Você quer sentir meu pau dentro de você? — concorda mais uma vez com a cabeça. — Então pede, , pede pra mim.
— Me fode, , me fode gostoso!
O garoto sorri e vai até o criado mudo, abrindo a primeira gaveta e tirando de lá um preservativo. Ele veste o pênis e volta a se posicionar atrás da namorada, segura em sua cintura e a penetra de uma só vez, fazendo-a gemer.
— Rebola pra mim, vai.
E obedece, ela remexe os quadris, de um lado ao outro, para trás e para frente, pra cima e pra baixo e fazendo movimento circular, enquanto emite gemidos e aumenta a velocidade de suas investidas. A garota começa a empinar cada vez mais a bunda, indo às estrelas cada vez que ele entrava dentro dela, fazendo-a sentir cada centímetro dele a preencher.
enterra o rosto entre os travesseiros, apertando o lençol entre os dedos e pressentindo o orgasmo cada vez mais próximo. abraça o corpo da namorada, puxando-a de encontro ao seu peito, e agarra os seios dela, comprimindo-os entre os dedos. A garota se apoia sobre as coxas e começa a subir e descer no colo do namorado, levando uma das mãos ao espaço que conecta ambos os corpos para estimular seu clitóris.
A garota circula a nuca do namorado, puxando o rosto dele para si e atacando seus lábios, liberando um gemido em sua boca quando atinge o êxtase, e o garoto dá mais algumas estocadas até também ser consumido pelo prazer.
Os dois caem sobre a cama, exaustos e ofegantes, no entanto, felizes. se livra da camisinha e em seguida abraça a namorada, aninhando-a ao seu peito. De repente, ele sentiu a garganta secar e seu corpo ser preenchido pelo medo de algum dia ela não estar mais entre os seus braços.
— Me promete que nunca vai deixar as nossas diferenças afetar o nosso amor? — ele pede e a menina franze o cenho, afastando-se do namorado para encará-lo.
— Por que você acha que eu deixaria alguma coisa atrapalhar a gente? O que tá acontecendo? — ela questiona e o rapaz permanece em silêncio. — ! Me responde!
suspira e passeia as mãos pelo rosto em sinal de nervosismo.
— Sei lá, eu tive essa sensação o dia inteiro de que vai chegar o dia em que você vai acordar e ver que eu não sou bom o suficiente pra você. Eu não tenho nada pra oferecer a você, , sou favelado, não tenho dinheiro pra comprar uma casa de luxo na beira da praia, meu carro é modelo 2010 e eu vivo com dinheiro que ganho fazendo show em barzinho. Talvez seus pais estejam certos sobre a gente.
A menina lança um olhar carregado em um mistura de tristeza e indignação. Então era isso que ele pensava? Que ela queria luxo?
— Nunca mais repita essas palavras, ! — ela o repreende, séria. — Eu não tô nem aí se você tem ou não dinheiro ou qual é o modelo do seu carro! Tudo que eu quero e preciso você já me dá de sobra: Amor e carinho. Foda-se o que meus pais dizem, eles são dois egoístas e mesquinhos que preferem o dinheiro à minha felicidade! — Lágrimas começam a se acumular nos olhos dela. — Eu amo você, , e nada nem ninguém vai mudar isso.
O garoto sorri, se sentindo o homem mais sortudo do mundo por ter aquela mulher ao seu lado. Como ele foi capaz de duvidar do amor dela?
Ele volta a envolver a namorada com os braços, apertando-a contra seu peito, e deposita um beijo no alto de sua cabeça.
— Me perdoa, eu não queria ter magoado de você, é só que... Eu vim de uma realidade diferente, , uma realidade que nem todo mundo consegue aguentar. As pessoas sempre vão embora da minha vida e eu tenho medo de que você também seja uma dela. Eu amo você pra caralho, .
levanta o rosto da namorada para si e lhe dá um beijo, em uma forma de demonstrar todo o seu amor, e ela retribui na mesma intensidade.
— Eu adorei passar o dia com a sua família e amigos hoje. É incrível como eles são tão felizes, unidos e calorosos, mesmo nas condições em que vivem. Na minha família, todos são egoístas, nunca estão satisfeitos com nada, sempre querem mais, mais dinheiro, mais luxo, mais status.
— Minha mãe adorou você e agora vai ficar enchendo o saco pra você voltar lá — o garoto diz, fazendo a menina rir.
— E eu vou voltar com muito prazer, sabe por quê? Porque eu quero fazer parte da sua vida, independente de onde ela seja.
sorri e puxa a namorada para si, levando o rosto de encontro ao dela, no entanto, antes que ele pudesse completar a ação, um barulho alto de algo partindo ecoa pelo quarto e poucos segundos depois a cama cede, derrubando os dois no chão. Sem saber como reagir, emite uma gargalhada e ergue os ombros antes de declarar:
— Eu disse que a gente ia botar pra quebrar.
FIM.
Nota da autora: Eu quis que a fic fosse bem br já que né estamos em um ficstape do Exaltasamba e não há nada mais brasileiro do que pagode, churrasquinho e futebol, né? aksjsksjkddk Quis mostrar um pouco da realidade nas favelas aqui do Rio também, a gente é pobre, tem que fugir dos tiros, mas também é gente e sabe festejar, viu? Enfim, espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar <3
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02. Hold Me Down (Ficstape #054 Halsey - Badlands)
04. Heaven In Hiding (Ficstape #073 Halsey - Hopeless Fountain Kingdom)
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06. Time to Go (Ficstape #057 The Maine - Can't Stop Won't Stop)
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16. Save Myself (Ficstape #055 Ed Sheeran - Devide)
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