01 – Quente como o inferno
Eu pensei em trair meu namorado pelo menos três vezes durante toda a nossa relação.
E não, eu não o fiz em nenhuma das vezes em que pensei. Passamos um ano e três meses namorando. Se você contar o tempo que passamos juntos, adicione só um mês. O tempo que conversamos? Mais um mês. E isso dá dois meses a mais à nossa relação.
Claro que, quando não era oficial, eu fiquei com outras cinco pessoas. Quando foi oficial, eu fiquei só com ele. E me sentia horrível quando pensava na boca de outras pessoas. E também, um deles era jogador de hockey e o outro era Khal Drogo. O último era o baterista de uma banda e que eu tinha um bom contato — porque, nas horas vagas, ele escrevia músicas comigo. No dia em que eu sonhei que traí meu namorado com esse baterista, acordei chorando e só consegui responder a mensagem do dito cujo seis horas depois que ele mandou.
Mas, felizmente, meu namorado não era eu.
Ele também pensou em me trair muitas vezes durante nossa relação, pensou tão bem que o fez. E o pior: assumiu a relação com a amante depois de terminar comigo. Se eu estava com raiva? Talvez. Se eu percebi que tudo estava bem? Sim.
Isso mesmo, tudo estava bem. Porque eu estava sem aquela aliança de namoro no dedo, sem as fotos no Instagram e sem os muitos mil euros que eu dei no presente de aniversário dele e na capa de muitas revistas de fofoca como a corna do ano, mas também estava sem ele. Nada para mim era tão bom quanto estar sem ele. Porque eu precisei de quase dois anos para perceber que eu não queria um namorado, não. Isso era bem chocante.
Eu queria atenção.
Foi por isso que, quando Karina e eu estávamos com a Isis no supermercado e o passou por nós, eu não senti nada. Nadinha. Foi como olhar para um pedaço de porta e só passar por ela para tudo ficar bem.
Mas não, eu não era tão fofa assim!
— ! — Gritei, acenando para o loiro, que ficou vermelho assim que me viu. e eu mantivemos contato mesmo depois do término, até o dia que eu descobri a traição e bloqueei-o em todas as redes sociais possíveis — Ei, cara, quanto tempo!
— , oi! — O rosto dele só não estava tão vermelho quanto o da namorada — Tudo bom? O que você está fazendo por aqui?
— Ah, compras? — Perguntei com obviedade e ri em seguida, tão plena que doía — E essa é sua namorada? Você nem me apresentou!
— Ah, sim! Sasha, essa é a , minha…
— Ex-namorada! Mas também ganhadora do Grammy de revelação do ano e dona de alguns discos de ouro por mais vendida. — Apertei a mão da garota. Ela era até bonitinha, e eu tinha livre passe para odiá-la porque meu relacionamento era tão público quanto a posse de Donald Trump era cilada. O Instagram de só tinha fotos minhas, e o meu era a mesma coisa. Além do mais, eu tinha o colocado em um clipe comigo! Essa é uma ótima dica, meninas: se você é uma figura pública, faça da sua vida pessoal bem privada — É muito bom te conhecer! Todo mundo me fala de você, até perguntaram se eu tinha voltado com o quando ele postou a primeira foto de vocês dois! O TMZ adorou. — Continuei, apertando a mão dela com aquele olhar psicótico que eu era ótima. Ele quer me chamar de ex-namorada louca? Agora ele tinha motivos.
Porque se tinha uma coisa que minha mãe me ensinou, foi: se alguém está falando alguma coisa ruim de você sem você merecer, volte lá e mereça.
— Ei! Você vai querer alguma coisa? — Karina gritou do caixa, e eu apontei para o pacote gigante de Doritos, recebendo o dedo do meio da mais velha bem na minha fuça.
— Você lembra delas? — Perguntei como quem não quer nada — Bem, não importa. Foi muito bom te ver! Deveríamos marcar qualquer dia desses para sair! — Beijei o rosto dele e depois o da namorada — Ou não, definitivamente não. Espero nunca mais te ver, passar bem.
E, ainda olhando os dois como se eu fosse quebrar a porta deles de noite com um machado e perguntar Where’s Johnny?, dei a volta e fui até minhas amigas.
— Ela consegue ser ainda mais feia pessoalmente. — Karina se manifestou, arrancando uma gargalhada de Isis.
— Ele começou a se vestir daquele jeito de novo! — Isis arregalou os olhos, apontando sem nem ter vergonha para as roupas do homem — Amiga, será que ele só se vestia bem para te agradar? Porque tenha paciência, ele precisa de uma intervenção!
— Isis, desde quando a historiadora liga para moda? — Perguntei de pirraça, fazendo a mulher de cabelos longos mostrar a língua.
— Desde quando eu não gosto dele. O cara podia estar me dando uma camisa autografada por Erik Durm que eu faria bico e diria que meu favorito é o Mario Götze.
— Você tem duas camisas autografadas do Erik e uma do Mario, muda o jogador. — Implorei para a Maria Chuteira bem ao meu lado.
— Ex-namorado? — A mulher do caixa me perguntou, entretida com minha conversa e de minhas amigas. Assenti, vendo que ele era o próximo da fila e, mesmo assim, respondendo alto — E ele merece um tapão na cara? — Repeti o gesto, simpatizando de cara com aquela mulher — Então, vamos fazer melhor: eu ainda tenho mais cinco minutos no caixa, porém… — Ela sussurrou para nós e olhou rapidamente para os outros caixas, todos tão cheios que dava dor na alma. O nosso era o de pequenas compras, e só tinham mais duas pessoas depois — TIVEMOS PROBLEMAS NO CAIXA! Por favor, se retirem para outras filas!
Ouvi o xingamento de logo em seguida e quase fiz um coração para ele, mordendo a boca para não rir e abraçando internamente a caixa. Observei de longe quando ele se enfiou no meio de outra fila quilométrica e assim que saiu da nossa.
Não era uma coisa que eu me orgulhava, mas era o carma pagando tudo o que ele tinha feito para mim e do jeito que eu mais gostava: parcelado.
E não, eu não o fiz em nenhuma das vezes em que pensei. Passamos um ano e três meses namorando. Se você contar o tempo que passamos juntos, adicione só um mês. O tempo que conversamos? Mais um mês. E isso dá dois meses a mais à nossa relação.
Claro que, quando não era oficial, eu fiquei com outras cinco pessoas. Quando foi oficial, eu fiquei só com ele. E me sentia horrível quando pensava na boca de outras pessoas. E também, um deles era jogador de hockey e o outro era Khal Drogo. O último era o baterista de uma banda e que eu tinha um bom contato — porque, nas horas vagas, ele escrevia músicas comigo. No dia em que eu sonhei que traí meu namorado com esse baterista, acordei chorando e só consegui responder a mensagem do dito cujo seis horas depois que ele mandou.
Mas, felizmente, meu namorado não era eu.
Ele também pensou em me trair muitas vezes durante nossa relação, pensou tão bem que o fez. E o pior: assumiu a relação com a amante depois de terminar comigo. Se eu estava com raiva? Talvez. Se eu percebi que tudo estava bem? Sim.
Isso mesmo, tudo estava bem. Porque eu estava sem aquela aliança de namoro no dedo, sem as fotos no Instagram e sem os muitos mil euros que eu dei no presente de aniversário dele e na capa de muitas revistas de fofoca como a corna do ano, mas também estava sem ele. Nada para mim era tão bom quanto estar sem ele. Porque eu precisei de quase dois anos para perceber que eu não queria um namorado, não. Isso era bem chocante.
Eu queria atenção.
Foi por isso que, quando Karina e eu estávamos com a Isis no supermercado e o passou por nós, eu não senti nada. Nadinha. Foi como olhar para um pedaço de porta e só passar por ela para tudo ficar bem.
Mas não, eu não era tão fofa assim!
— ! — Gritei, acenando para o loiro, que ficou vermelho assim que me viu. e eu mantivemos contato mesmo depois do término, até o dia que eu descobri a traição e bloqueei-o em todas as redes sociais possíveis — Ei, cara, quanto tempo!
— , oi! — O rosto dele só não estava tão vermelho quanto o da namorada — Tudo bom? O que você está fazendo por aqui?
— Ah, compras? — Perguntei com obviedade e ri em seguida, tão plena que doía — E essa é sua namorada? Você nem me apresentou!
— Ah, sim! Sasha, essa é a , minha…
— Ex-namorada! Mas também ganhadora do Grammy de revelação do ano e dona de alguns discos de ouro por mais vendida. — Apertei a mão da garota. Ela era até bonitinha, e eu tinha livre passe para odiá-la porque meu relacionamento era tão público quanto a posse de Donald Trump era cilada. O Instagram de só tinha fotos minhas, e o meu era a mesma coisa. Além do mais, eu tinha o colocado em um clipe comigo! Essa é uma ótima dica, meninas: se você é uma figura pública, faça da sua vida pessoal bem privada — É muito bom te conhecer! Todo mundo me fala de você, até perguntaram se eu tinha voltado com o quando ele postou a primeira foto de vocês dois! O TMZ adorou. — Continuei, apertando a mão dela com aquele olhar psicótico que eu era ótima. Ele quer me chamar de ex-namorada louca? Agora ele tinha motivos.
Porque se tinha uma coisa que minha mãe me ensinou, foi: se alguém está falando alguma coisa ruim de você sem você merecer, volte lá e mereça.
— Ei! Você vai querer alguma coisa? — Karina gritou do caixa, e eu apontei para o pacote gigante de Doritos, recebendo o dedo do meio da mais velha bem na minha fuça.
— Você lembra delas? — Perguntei como quem não quer nada — Bem, não importa. Foi muito bom te ver! Deveríamos marcar qualquer dia desses para sair! — Beijei o rosto dele e depois o da namorada — Ou não, definitivamente não. Espero nunca mais te ver, passar bem.
E, ainda olhando os dois como se eu fosse quebrar a porta deles de noite com um machado e perguntar Where’s Johnny?, dei a volta e fui até minhas amigas.
— Ela consegue ser ainda mais feia pessoalmente. — Karina se manifestou, arrancando uma gargalhada de Isis.
— Ele começou a se vestir daquele jeito de novo! — Isis arregalou os olhos, apontando sem nem ter vergonha para as roupas do homem — Amiga, será que ele só se vestia bem para te agradar? Porque tenha paciência, ele precisa de uma intervenção!
— Isis, desde quando a historiadora liga para moda? — Perguntei de pirraça, fazendo a mulher de cabelos longos mostrar a língua.
— Desde quando eu não gosto dele. O cara podia estar me dando uma camisa autografada por Erik Durm que eu faria bico e diria que meu favorito é o Mario Götze.
— Você tem duas camisas autografadas do Erik e uma do Mario, muda o jogador. — Implorei para a Maria Chuteira bem ao meu lado.
— Ex-namorado? — A mulher do caixa me perguntou, entretida com minha conversa e de minhas amigas. Assenti, vendo que ele era o próximo da fila e, mesmo assim, respondendo alto — E ele merece um tapão na cara? — Repeti o gesto, simpatizando de cara com aquela mulher — Então, vamos fazer melhor: eu ainda tenho mais cinco minutos no caixa, porém… — Ela sussurrou para nós e olhou rapidamente para os outros caixas, todos tão cheios que dava dor na alma. O nosso era o de pequenas compras, e só tinham mais duas pessoas depois — TIVEMOS PROBLEMAS NO CAIXA! Por favor, se retirem para outras filas!
Ouvi o xingamento de logo em seguida e quase fiz um coração para ele, mordendo a boca para não rir e abraçando internamente a caixa. Observei de longe quando ele se enfiou no meio de outra fila quilométrica e assim que saiu da nossa.
Não era uma coisa que eu me orgulhava, mas era o carma pagando tudo o que ele tinha feito para mim e do jeito que eu mais gostava: parcelado.
02 – Novas regras
Só quem tem problemas com autoestima sabe como tudo pode te afetar. Às vezes, está tão forte que você deixa de ir para os lugares por causa daquilo. Não posta foto. Não usa tal roupa porque ela realça demais seu braço, que não é tão magro assim.
Eu estava em todas as alternativas acima.
E, às vezes, eu era a pessoa que segurava quem estava se sentindo para baixo, era quem balançava os ombros de minhas amigas e gritava dizendo que ELAS ERAM UM BANDO DE MULHERÕES DA PORRA e tinham que tomar vergonha na cara por não estarem se sentindo bem o bastante.
Agora, meses depois de ganhar a benção que era a solteirice, eu estava me sentindo um lixo. Lixo. Eu estava passando pela mesma crise que me fez colocar a porcaria de um anel no dedo: eu queria um namorado. Atenção. Eu queria ser mimada constantemente e ganhar presente no dia dos namorados.
Mas eu não queria ninguém. Não queria conhecer gente nova além das parcerias que me dariam milhões de views e de quem sentaria ao meu lado nas premiações.
O ruim de ser uma figura pública era que você sempre era lembrada pelas coisas ruins. Todo mundo achava que eu estava engordando por causa do meu ex, que eu tinha chegado ao fundo do poço. Mas eu não precisava do amor falso dele, muito obrigada. Eu tinha nascido para ser feliz, não gostosa.
E, também, tinha bancado a vítima na posição de namorado idiota. Ele era quem? Ninguém! Tinha fã-clube por causa de mim, era parado na rua por causa de mim e recebeu ovadas na cara por causa de mim. Meus fãs eram maravilhosos, eu não podia mentir.
Muito menos o primeiro lugar que eu estava ocupando há cinco semanas na Billboard.
Meu telefone começou a tocar, e eu me afundei no sofá, sorrindo, porque pelo menos era o nome de Karina que estava na tela, não o da minha preocupada mãe, que ligava toda hora perguntando por que eu não havia ido na premiação do Teen Choice Awards, já que eu tinha ganhado o prêmio de Melhor Artista Feminina.
— ! Você está vendo TV? — Por favor, que não fosse mais um sermão, por favor, por favor.
— Sim. Por quê?
— Põe no E! agora. — Olhei para o telefone e senti medo. Coloquei no canal que minha amiga mandou e estava passando o E!News. Ah, pronto, lá vem.
— Coloquei, o que… — Minha fala paralisou no momento em que eu vi a cara do meu ex-namorado bem ali. “ Robin dá declaração sobre amor e vida, cantor fala como conseguiu um contrato com a Sony Records” era o nome da matéria que estava rodando enquanto ele dava uma entrevista.
— É muito fácil se fazer de vítima, sabe? Aproveitar que alguns acreditam em tudo o que veem e fazer confusão em cima disso. — Eu ia matar aquele filho de uma puta — Mas Deus é tão bom que me presenteou com alguém que me entende, me ama apesar de tudo e está ao meu lado para todas as situações!
— Câmera, filma a carinha de apaixonado dele! — Giovanna Karmeli sorriu para o câmera que estava cobrindo aquele evento e voltou a atenção para — Mas vamos falar do passado. Você ainda tem algum contato com Rasmussen? Soubemos que vocês se envolveram numa confusão num mercado, é verdade?
— Eu sabia que vocês iam perguntar disso. — riu para Giovanna. Eu queria dar um socão naquele filho da puta — e eu nos encontramos sim no mercado e conversamos, foi só isso. E não, não mantemos contato. Tínhamos uma amizade muito forte antes do namoro, e eu pensei que poderíamos manter mesmo depois do término, mas aqui entre nós… acho que foi demais para . Conversamos até por um tempo, mas quando Sasha e eu começamos a sair… — Ele deu risada — Acho que ela ainda tinha esperanças que voltássemos a namorar, e eu acabei cortando as esperanças. Mas vamos falar de coisa boa, não é? Deixa o passado enterrado.
Coloquei a televisão no mudo e comecei a xingar, amaldiçoando todas as gerações que o mundo teria daquele vagabundo.
— Ela tinha esperanças? — Gritei para Karina — ESPERANÇAS? Eu preciso ser internada agora para não cortar o pinto desse homem fora.
— Garota, se acalma, que eu não te criei para isso! — Karina se exaltou, e eu estreitei os olhos, pensando em quantas partes eu podia cortar o corpo de meu ex — Não faz nenhuma declaração pública, não fale sobre isso e siga sua vida como se nada tivesse acontecido. Qual foi nosso combinado quando começaram a te marcar nas fotos da Sasha?
— Fingir demência.
— Isso mesmo, fingir demência. Faz a egípcia, passa reto. Lembra que temos muitas coisas mais importantes que um par de bolas murchos e um pinto, que nem é isso tudo! — Suspirei, voltando a calmaria de antes, porque minha melhor amiga me conhecia bem demais — Qual o pinto muito melhor que o dele?
— O do Sebastian Stan.
— E quem é muito melhor na cama? — Aquela ela adorava perguntar.
— Sam Heughan. — Respondi com orgulho.
— E quem dormiu com os dois em segredo?
— Panakyn Rasmussen.
— Muito bem, foi para isso que eu te criei. — Ouvi a risada de Karina e me joguei aliviada. A raiva tinha passado 100% depois de lembrar do escocês… Nunca acredite no que dizem, os escoceses são 100% a preciosidade da Europa. 100%.
— Você ainda vai no show da Dua comigo, não é? O de domingo? Isis e Dani te matam se você não for!
— Ah, sério mesmo? — Murmurei, sem muita animação — Você sabe que ele vai para o show também. Eu poderia ir para esse show antes, mas agora eu juro que eu vou passar a faca nele se esse idiota estiver no mesmo estádio que eu. Dua, me perdoa, mas eu não sei. De verdade.
— Eu não acredito que Dua Lipa terá que criar uma quarta regra para você parar de ser trouxa. — Mentalmente, ela estava chutando minha bunda. Eu podia sentir — , você foi convidada pessoalmente pela Dua Lipa para esse maldito show! Vocês vivem trocando mensagens e se marcando nas coisas no Instagram. Ou você acha que eu não percebi que perdi o primeiro lugar no Snapchat com você?
— Não é minha culpa se ela gosta dos filtros do Snapchat. — Dei de ombros, mesmo sabendo que ela não veria e, naquele momento, oh, naquele momento…
Foi igualzinho aos filmes e animações. Um anjinho pousou em meu ombro esquerdo e o diabinho em meu ombro direito, os dois murmurando sobre aquela ideia mirabolante.
Foda-se você, anjo. Eu sempre gostei mais dos demônios em filmes mesmo.
— Mudei de ideia. — Interrompi o discurso de Karina e sorri — Diga para Dani e Isis chegarem antes para vocês se arrumarem aqui, ok? Vamos para o show.
— Oh, oh. — Karina estalou a língua — Por que isso está saindo como se fosse acontecer alguma merda?
— Não. Não vai. — Dei risada, puxando meu computador para mandar a mensagem — Só coisas boas irão acontecer.
Eu estava em todas as alternativas acima.
E, às vezes, eu era a pessoa que segurava quem estava se sentindo para baixo, era quem balançava os ombros de minhas amigas e gritava dizendo que ELAS ERAM UM BANDO DE MULHERÕES DA PORRA e tinham que tomar vergonha na cara por não estarem se sentindo bem o bastante.
Agora, meses depois de ganhar a benção que era a solteirice, eu estava me sentindo um lixo. Lixo. Eu estava passando pela mesma crise que me fez colocar a porcaria de um anel no dedo: eu queria um namorado. Atenção. Eu queria ser mimada constantemente e ganhar presente no dia dos namorados.
Mas eu não queria ninguém. Não queria conhecer gente nova além das parcerias que me dariam milhões de views e de quem sentaria ao meu lado nas premiações.
O ruim de ser uma figura pública era que você sempre era lembrada pelas coisas ruins. Todo mundo achava que eu estava engordando por causa do meu ex, que eu tinha chegado ao fundo do poço. Mas eu não precisava do amor falso dele, muito obrigada. Eu tinha nascido para ser feliz, não gostosa.
E, também, tinha bancado a vítima na posição de namorado idiota. Ele era quem? Ninguém! Tinha fã-clube por causa de mim, era parado na rua por causa de mim e recebeu ovadas na cara por causa de mim. Meus fãs eram maravilhosos, eu não podia mentir.
Muito menos o primeiro lugar que eu estava ocupando há cinco semanas na Billboard.
Meu telefone começou a tocar, e eu me afundei no sofá, sorrindo, porque pelo menos era o nome de Karina que estava na tela, não o da minha preocupada mãe, que ligava toda hora perguntando por que eu não havia ido na premiação do Teen Choice Awards, já que eu tinha ganhado o prêmio de Melhor Artista Feminina.
— ! Você está vendo TV? — Por favor, que não fosse mais um sermão, por favor, por favor.
— Sim. Por quê?
— Põe no E! agora. — Olhei para o telefone e senti medo. Coloquei no canal que minha amiga mandou e estava passando o E!News. Ah, pronto, lá vem.
— Coloquei, o que… — Minha fala paralisou no momento em que eu vi a cara do meu ex-namorado bem ali. “ Robin dá declaração sobre amor e vida, cantor fala como conseguiu um contrato com a Sony Records” era o nome da matéria que estava rodando enquanto ele dava uma entrevista.
— É muito fácil se fazer de vítima, sabe? Aproveitar que alguns acreditam em tudo o que veem e fazer confusão em cima disso. — Eu ia matar aquele filho de uma puta — Mas Deus é tão bom que me presenteou com alguém que me entende, me ama apesar de tudo e está ao meu lado para todas as situações!
— Câmera, filma a carinha de apaixonado dele! — Giovanna Karmeli sorriu para o câmera que estava cobrindo aquele evento e voltou a atenção para — Mas vamos falar do passado. Você ainda tem algum contato com Rasmussen? Soubemos que vocês se envolveram numa confusão num mercado, é verdade?
— Eu sabia que vocês iam perguntar disso. — riu para Giovanna. Eu queria dar um socão naquele filho da puta — e eu nos encontramos sim no mercado e conversamos, foi só isso. E não, não mantemos contato. Tínhamos uma amizade muito forte antes do namoro, e eu pensei que poderíamos manter mesmo depois do término, mas aqui entre nós… acho que foi demais para . Conversamos até por um tempo, mas quando Sasha e eu começamos a sair… — Ele deu risada — Acho que ela ainda tinha esperanças que voltássemos a namorar, e eu acabei cortando as esperanças. Mas vamos falar de coisa boa, não é? Deixa o passado enterrado.
Coloquei a televisão no mudo e comecei a xingar, amaldiçoando todas as gerações que o mundo teria daquele vagabundo.
— Ela tinha esperanças? — Gritei para Karina — ESPERANÇAS? Eu preciso ser internada agora para não cortar o pinto desse homem fora.
— Garota, se acalma, que eu não te criei para isso! — Karina se exaltou, e eu estreitei os olhos, pensando em quantas partes eu podia cortar o corpo de meu ex — Não faz nenhuma declaração pública, não fale sobre isso e siga sua vida como se nada tivesse acontecido. Qual foi nosso combinado quando começaram a te marcar nas fotos da Sasha?
— Fingir demência.
— Isso mesmo, fingir demência. Faz a egípcia, passa reto. Lembra que temos muitas coisas mais importantes que um par de bolas murchos e um pinto, que nem é isso tudo! — Suspirei, voltando a calmaria de antes, porque minha melhor amiga me conhecia bem demais — Qual o pinto muito melhor que o dele?
— O do Sebastian Stan.
— E quem é muito melhor na cama? — Aquela ela adorava perguntar.
— Sam Heughan. — Respondi com orgulho.
— E quem dormiu com os dois em segredo?
— Panakyn Rasmussen.
— Muito bem, foi para isso que eu te criei. — Ouvi a risada de Karina e me joguei aliviada. A raiva tinha passado 100% depois de lembrar do escocês… Nunca acredite no que dizem, os escoceses são 100% a preciosidade da Europa. 100%.
— Você ainda vai no show da Dua comigo, não é? O de domingo? Isis e Dani te matam se você não for!
— Ah, sério mesmo? — Murmurei, sem muita animação — Você sabe que ele vai para o show também. Eu poderia ir para esse show antes, mas agora eu juro que eu vou passar a faca nele se esse idiota estiver no mesmo estádio que eu. Dua, me perdoa, mas eu não sei. De verdade.
— Eu não acredito que Dua Lipa terá que criar uma quarta regra para você parar de ser trouxa. — Mentalmente, ela estava chutando minha bunda. Eu podia sentir — , você foi convidada pessoalmente pela Dua Lipa para esse maldito show! Vocês vivem trocando mensagens e se marcando nas coisas no Instagram. Ou você acha que eu não percebi que perdi o primeiro lugar no Snapchat com você?
— Não é minha culpa se ela gosta dos filtros do Snapchat. — Dei de ombros, mesmo sabendo que ela não veria e, naquele momento, oh, naquele momento…
Foi igualzinho aos filmes e animações. Um anjinho pousou em meu ombro esquerdo e o diabinho em meu ombro direito, os dois murmurando sobre aquela ideia mirabolante.
Foda-se você, anjo. Eu sempre gostei mais dos demônios em filmes mesmo.
— Mudei de ideia. — Interrompi o discurso de Karina e sorri — Diga para Dani e Isis chegarem antes para vocês se arrumarem aqui, ok? Vamos para o show.
— Oh, oh. — Karina estalou a língua — Por que isso está saindo como se fosse acontecer alguma merda?
— Não. Não vai. — Dei risada, puxando meu computador para mandar a mensagem — Só coisas boas irão acontecer.
03 – Eu não dou a mínima
Garden soava tão alto que, se eu estivesse sofrendo por amor, iria estar tão pior quanto eu estava no momento. A vontade de chorar tão grande que me matava, música triste do caralho. Karina, como uma boa canceriana, gritava aos três ventos os versos da música, Isis estava quase desmaiada e rouquíssima e Dani, mesmo com a pele tom de oliva, estava pálida como o inferno.
— ARE WE LEAVING? IT’S GOTTA ON FEVERRRRRR! — Acompanhei o coro e, assim que as notas da músicas chegaram ao final, eu senti a mão do segurança em meu ombro. Ótimo. — Ei, aquele ali não é Benjamin Schnetzer? — Apontei para o modelo algumas fileiras atrás da gente, e as três logo viraram como loucas. Destino, você é top.
Saí acompanhada pelo segurança de três metros — que era lindo, uau — e, com todo o espaço que ele ganhava entre as pessoas graças ao medo, logo eu estava nos bastidores. Sissa, assistente pessoal da cantora, deu um grito e correu em minha direção assim que me viu.
— ! Essa sua ideia foi genial! Vamos arrumar seu microfone. — Todos os fios foram sendo colocados aos poucos e minha maquiagem, retocada — Tudo já está pronto, vai lá e arrasa! Fica naquela portinha ali, que antes dela começar a música, vai te chamar, ok?
— Ok! — Eu já estava acostumada com aquelas coisas, mesmo estando um tantinho afastada dos palcos graças a uns problemas básicos nas minhas cordas vocais. Eu voltaria para as turnês em uma semana e tudo ficaria bem. O fim de Be The One se aproximava, e eu chequei se tudo estava lá. Ok, Sissa mesmo disse, vai lá e arrasa.
— O que vocês estão achando de hoje? — Dua gritou para o público, e uma chuva de urros histéricos e empolgadas foi o que ela recebeu de resposta — E o que acham de uma surpresa? Porque eu tenho uma das boas. , vem cá, sweetheart.
A onda de gritos foi ainda maior, e eu corri para a morena, que me esperava do outro lado do palco. Abracei com todas as forças possíveis e levei meu microfone até a boca:
— Boa noite, Londres! — Dei um tchauzinho para as minhas amigas, que me olhavam de maneira engraçada — Não é todo dia que podemos realizar um sonho desses, não é? Cantar minha música favorita de minha grande amiga? E ainda fazer uma dedicação especial? — Os celulares já estavam gravando o momento, e eu nem hesitei. Se em algum momento eu tinha achado que não ia conseguir fazer aquilo, eu estava completamente errada — Vamos, vocês conhecem essa. — As batidas iniciais de IDGAF começaram a soar e eu iniciei — You call me all friendly, tellin' me how much you miss me, That's funny, I guess you've heard my songs. Well, I'm too busy for your business, Go find a girl who wants to listen, ‘cause if you think I was born yesterday, you have got me wrong.
— Mas espera… — Dua me interrompeu do jeito que havíamos ensaiado, forçando sua melhor cara de cínica. A música havia parado e tudo — Não era você que tinha esperanças de voltar?
— Eu acho que tem alguém mentindo nessa história, não é? — Peguei meu telefone no bolso e fui no áudio salvo, reproduzindo o áudio de meu ex-namorado.
— , por favor, lua da minha vida, não me deixa. Eu sei que pisei na bola, mas ela não é você. Eu sinto sua falta tant… — Pausei, sorrindo ainda mais.
— Mas eu acho que essa qualidade não está tão boa, que tal se tudo isso passasse no telão? — Dua sugeriu e nos afastamos para olhar a obra de arte. Começou com a entrevista que ele havia dado semana passada, falando as mentiras sobre mim — Eu também soube que ele está aqui! Vocês podem, por favorzinho, localizar Robin? — Com apenas segundos, as pessoas ao redor dele começaram a gritar e apontar para o loiro, que tentava sair sorrateiramente ao lado de uma Sasha muito emburrada — Ei, , que falta de educação dar as costas enquanto falam com você! — As luzes foram direcionadas a ele, e eu dei um tchau — So I cut you off, I don't need your love, 'cause I already cried enough. I've been done, I've been movin' on since we said goodbye, I cut you off — O público começou a cantar em direção a ele, e eu nem consegui segurar a risada, ouvindo mais um áudio que ele havia mandado.
— Eu sei que você me bloqueou no outro número e no Instagram. Mandei várias mensagens, e você não me responde nenhuma delas. Volta para mim, eu amo você. Sasha não é ninguém, você é quem eu amo.
— Vamos lá, gente! — Gritei, acompanhando as palmas que davam ritmo àmúsica — You say you sorry, it’s too late now! So save it, get gone, shut up! ‘Cause if you think I care about you now, well, boy, I don’t give a fuck. — Os prints que eu havia mandando estavam pausados em uma compilação, um ao lado do outro.
Um mais humilhante que outro.
Mais uma vez, a melhor parte da entrevista passou, e eu quase pedi uma cópia daquela edição que os produtores de Dua haviam feito. Parecia que tinha saído de um programa de comédia.
Enquanto continuávamos cantando, Lipa puxou minha mão e começou a me arrastar escada abaixo. Olhei espantada para ela e entendi assim que atravessamos a grade. Ela queria cantar para ele. Se Dua Lipa mandou, quem sou eu para desobedecer?
Assim que as pessoas começaram a dar espaço para nós duas passarmos, percebemos que era hora de parar de cantar, porque mais um áudio estava vindo.
— Hoje foi uma das noites que eu não consegui. Eu chamei seu nome enquanto estava com ela, você tem noção do que está fazendo comigo? Eu sei que você está sentindo minha falta também! Por que você não para com isso? Não para de me torturar? Eu preciso que você me perdoe.
Os seguranças haviam realmente impedido que ele saísse do estádio e, a cada passo que eu estava mais próxima do meu ex-namorado, melhor eu me sentia. Dua e eu paramos de cantar mais uma vez e deixamos só a plateia cantando o refrão daquele hino nacional acapella. Isso sim era show!
E, como se eles tivessem ensaiado também, todos se calaram no momento que eu comecei a cantar sozinha.
— About you. No, I don't give a damn, you keep reminiscin' on when you were my man — Cantei diretamente para meu ex-namorado, e quase fiquei com pena da vergonha que ele estava passando. Era isso que ele queria, atenção do público? Era isso que ele ia ter. — But I'm over you, now you're all in the past. You talk all that sweet talk, but I ain't comin' back. Cut you off, I don't need your love, so you can try all you want, your time is up, I'll tell you why. I'll tell you why! — Comecei a bater palmas em incentivo, e o público fez o mesmo antes de Dua e eu começarmos a cantar — You say you sorry, it’s too late now! So save it, get gone, shut up! ‘Cause if you think I care about you now — Fiquei parada a centímetros dele e sorri do jeito mais endiabrado possível — Well, boy, I don’t give a fuck.
E, antes de dar minha última palavra, virei o corpo e comecei a andar de volta para as minhas amigas. Dua agarrou o braço no meu e fomos desfilando como modelos da Victoria Secrets. Assim que chegamos ao meu squad pessoal, fiz uma reverência para a morena e beijei sua bochecha, agradecendo por aquele favor maravilhoso.
As pessoas a deixaram passar de volta até que subisse as escadas e entregasse meu microfone para os produtores, que já esperavam.
— Bem, acho que é até difícil continuar um show depois disso, não é? — Ela deu risada e eu pisquei em sua direção, sendo agarrada por minhas amigas, que me xingavam de todos os nomes possíveis por não contar antes sobre tudo isso — Dica da : quando um boy lixo tentar pisar em vocês, ponham seu melhor sapato e pisem de verdade. Só não sujem, porque sapatos são caros. Espero que tenha aproveitado o show, ! Agora podem deixá-lo ir embora, coitadinho.
Pelo telão, eu conseguia ver. Os seguranças finalmente deixaram aquele pedaço de lixo ir embora junto à futura ex-namorada, e eu agradeci ao meu controle por não ter socado a cara dele bem ali.
Desliguei meu celular para não pirar com as notificações e passei os braços ao redor das minhas melhores amigas.
— Se vocês não se ligarem, agora eu quero focar no que realmente importa. — Voltei minha atenção para o show e ouvi Karina falar em meu ouvido:
— Eu estou muito orgulhosa de você.
Sorri de volta para ela.
Eu também estava.
— ARE WE LEAVING? IT’S GOTTA ON FEVERRRRRR! — Acompanhei o coro e, assim que as notas da músicas chegaram ao final, eu senti a mão do segurança em meu ombro. Ótimo. — Ei, aquele ali não é Benjamin Schnetzer? — Apontei para o modelo algumas fileiras atrás da gente, e as três logo viraram como loucas. Destino, você é top.
Saí acompanhada pelo segurança de três metros — que era lindo, uau — e, com todo o espaço que ele ganhava entre as pessoas graças ao medo, logo eu estava nos bastidores. Sissa, assistente pessoal da cantora, deu um grito e correu em minha direção assim que me viu.
— ! Essa sua ideia foi genial! Vamos arrumar seu microfone. — Todos os fios foram sendo colocados aos poucos e minha maquiagem, retocada — Tudo já está pronto, vai lá e arrasa! Fica naquela portinha ali, que antes dela começar a música, vai te chamar, ok?
— Ok! — Eu já estava acostumada com aquelas coisas, mesmo estando um tantinho afastada dos palcos graças a uns problemas básicos nas minhas cordas vocais. Eu voltaria para as turnês em uma semana e tudo ficaria bem. O fim de Be The One se aproximava, e eu chequei se tudo estava lá. Ok, Sissa mesmo disse, vai lá e arrasa.
— O que vocês estão achando de hoje? — Dua gritou para o público, e uma chuva de urros histéricos e empolgadas foi o que ela recebeu de resposta — E o que acham de uma surpresa? Porque eu tenho uma das boas. , vem cá, sweetheart.
A onda de gritos foi ainda maior, e eu corri para a morena, que me esperava do outro lado do palco. Abracei com todas as forças possíveis e levei meu microfone até a boca:
— Boa noite, Londres! — Dei um tchauzinho para as minhas amigas, que me olhavam de maneira engraçada — Não é todo dia que podemos realizar um sonho desses, não é? Cantar minha música favorita de minha grande amiga? E ainda fazer uma dedicação especial? — Os celulares já estavam gravando o momento, e eu nem hesitei. Se em algum momento eu tinha achado que não ia conseguir fazer aquilo, eu estava completamente errada — Vamos, vocês conhecem essa. — As batidas iniciais de IDGAF começaram a soar e eu iniciei — You call me all friendly, tellin' me how much you miss me, That's funny, I guess you've heard my songs. Well, I'm too busy for your business, Go find a girl who wants to listen, ‘cause if you think I was born yesterday, you have got me wrong.
— Mas espera… — Dua me interrompeu do jeito que havíamos ensaiado, forçando sua melhor cara de cínica. A música havia parado e tudo — Não era você que tinha esperanças de voltar?
— Eu acho que tem alguém mentindo nessa história, não é? — Peguei meu telefone no bolso e fui no áudio salvo, reproduzindo o áudio de meu ex-namorado.
— , por favor, lua da minha vida, não me deixa. Eu sei que pisei na bola, mas ela não é você. Eu sinto sua falta tant… — Pausei, sorrindo ainda mais.
— Mas eu acho que essa qualidade não está tão boa, que tal se tudo isso passasse no telão? — Dua sugeriu e nos afastamos para olhar a obra de arte. Começou com a entrevista que ele havia dado semana passada, falando as mentiras sobre mim — Eu também soube que ele está aqui! Vocês podem, por favorzinho, localizar Robin? — Com apenas segundos, as pessoas ao redor dele começaram a gritar e apontar para o loiro, que tentava sair sorrateiramente ao lado de uma Sasha muito emburrada — Ei, , que falta de educação dar as costas enquanto falam com você! — As luzes foram direcionadas a ele, e eu dei um tchau — So I cut you off, I don't need your love, 'cause I already cried enough. I've been done, I've been movin' on since we said goodbye, I cut you off — O público começou a cantar em direção a ele, e eu nem consegui segurar a risada, ouvindo mais um áudio que ele havia mandado.
— Eu sei que você me bloqueou no outro número e no Instagram. Mandei várias mensagens, e você não me responde nenhuma delas. Volta para mim, eu amo você. Sasha não é ninguém, você é quem eu amo.
— Vamos lá, gente! — Gritei, acompanhando as palmas que davam ritmo àmúsica — You say you sorry, it’s too late now! So save it, get gone, shut up! ‘Cause if you think I care about you now, well, boy, I don’t give a fuck. — Os prints que eu havia mandando estavam pausados em uma compilação, um ao lado do outro.
Um mais humilhante que outro.
Mais uma vez, a melhor parte da entrevista passou, e eu quase pedi uma cópia daquela edição que os produtores de Dua haviam feito. Parecia que tinha saído de um programa de comédia.
Enquanto continuávamos cantando, Lipa puxou minha mão e começou a me arrastar escada abaixo. Olhei espantada para ela e entendi assim que atravessamos a grade. Ela queria cantar para ele. Se Dua Lipa mandou, quem sou eu para desobedecer?
Assim que as pessoas começaram a dar espaço para nós duas passarmos, percebemos que era hora de parar de cantar, porque mais um áudio estava vindo.
— Hoje foi uma das noites que eu não consegui. Eu chamei seu nome enquanto estava com ela, você tem noção do que está fazendo comigo? Eu sei que você está sentindo minha falta também! Por que você não para com isso? Não para de me torturar? Eu preciso que você me perdoe.
Os seguranças haviam realmente impedido que ele saísse do estádio e, a cada passo que eu estava mais próxima do meu ex-namorado, melhor eu me sentia. Dua e eu paramos de cantar mais uma vez e deixamos só a plateia cantando o refrão daquele hino nacional acapella. Isso sim era show!
E, como se eles tivessem ensaiado também, todos se calaram no momento que eu comecei a cantar sozinha.
— About you. No, I don't give a damn, you keep reminiscin' on when you were my man — Cantei diretamente para meu ex-namorado, e quase fiquei com pena da vergonha que ele estava passando. Era isso que ele queria, atenção do público? Era isso que ele ia ter. — But I'm over you, now you're all in the past. You talk all that sweet talk, but I ain't comin' back. Cut you off, I don't need your love, so you can try all you want, your time is up, I'll tell you why. I'll tell you why! — Comecei a bater palmas em incentivo, e o público fez o mesmo antes de Dua e eu começarmos a cantar — You say you sorry, it’s too late now! So save it, get gone, shut up! ‘Cause if you think I care about you now — Fiquei parada a centímetros dele e sorri do jeito mais endiabrado possível — Well, boy, I don’t give a fuck.
E, antes de dar minha última palavra, virei o corpo e comecei a andar de volta para as minhas amigas. Dua agarrou o braço no meu e fomos desfilando como modelos da Victoria Secrets. Assim que chegamos ao meu squad pessoal, fiz uma reverência para a morena e beijei sua bochecha, agradecendo por aquele favor maravilhoso.
As pessoas a deixaram passar de volta até que subisse as escadas e entregasse meu microfone para os produtores, que já esperavam.
— Bem, acho que é até difícil continuar um show depois disso, não é? — Ela deu risada e eu pisquei em sua direção, sendo agarrada por minhas amigas, que me xingavam de todos os nomes possíveis por não contar antes sobre tudo isso — Dica da : quando um boy lixo tentar pisar em vocês, ponham seu melhor sapato e pisem de verdade. Só não sujem, porque sapatos são caros. Espero que tenha aproveitado o show, ! Agora podem deixá-lo ir embora, coitadinho.
Pelo telão, eu conseguia ver. Os seguranças finalmente deixaram aquele pedaço de lixo ir embora junto à futura ex-namorada, e eu agradeci ao meu controle por não ter socado a cara dele bem ali.
Desliguei meu celular para não pirar com as notificações e passei os braços ao redor das minhas melhores amigas.
— Se vocês não se ligarem, agora eu quero focar no que realmente importa. — Voltei minha atenção para o show e ouvi Karina falar em meu ouvido:
— Eu estou muito orgulhosa de você.
Sorri de volta para ela.
Eu também estava.
Fim
Nota da autora: Sem nota.
Outras fanfics:
Barakah - Restritas/Originais/Em Andamento
Nicht Mögen - Restritas/Jogadores de Futebol/Em Andamento
Virginem - Restritas/Outros/Em AndamentoQualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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