Parte I: A Consequência
Estar apaixonada às vezes trazia mais problemas do que verdadeiras soluções.
Veja bem, não que eu seja uma pessoa amargurada. Não, longe disso. É só que, quando você é um adolescente que cresce consumindo filmes e seriados sobre amor perfeito e como ele supera tudo, você fecha seus olhos para como as coisas realmente funcionam. E quando você é uma adolescente apaixonada por sua melhor amiga, tudo se torna ainda pior. Você nunca se enxerga nos clichês de líderes de torcida e quarterbacks. Ou de badboys com as nerds, porque você não é um atleta musculoso que corre atrás de uma bola e, frequentemente, é jogado no chão no meio do processo.
A história fica pior se considerarmos que a garota que eu estive apaixonada pelos últimos dois anos era o tipo de garota que realmente estaria em um desses clichês. Turner era a garota mais bonita que eu conhecia. Não apenas pelo seu físico. Apesar de carregar o peso de parte da equipe das animadoras de torcida, não se encaixava no estereótipo da líder de torcida popular. Ela era extremamente inteligente, tinha uma biblioteca pessoal cujo a maioria dos livros ela já havia lido e trabalhava com ações de caridade para casas de repouso desde que eu se conhecia por gente. E era apaixonada por Rixton Brown, o quarterback que eu havia dito mais cedo.
Rixton, em contraste com , era a pior pessoa que já havia pisado nesta terra. Este homem carregava todos os piores estereótipos do quarterback babaca. Eu o odiava com todas as minhas forças. Não por ele ser o alvo dos suspiros da pessoa que eu estava apaixonada, mas por ele ter começado diversas vezes um movimento para que a equipe de ginástica fosse extinta do colégio. Tudo para que toda a verba fosse investida nas passagens e estadias do time de futebol durante os campeonatos estaduais. Em uma base diária, Rixton era o meu pesadelo pessoal. Principalmente por eu ser uma das ginastas que sairia prejudicada caso ele continuasse com seus planos.
Mas, voltando para o ponto de estar apaixonada por alguém que era inalcançável. e eu éramos melhores amigas, eu estava apaixonada. E, por isso, eu resolvi tomar a pior decisão de todos os tempos. Em um dos bailes de caridade da minha família, eu resolvi tomar uma atitude. Eu resolvi me declarar para . E foi isso que eu fiz. Não só me declarei para , como a beijei. E a última parte foi o meu maior erro.
Longe de qualquer expectativa que eu tinha, a reação dela não foi algo ruim. Nos beijamos, ela retribuiu. Eu surtei e corri para o mais longe possível. A questão era que Claire Morrisen, minha mãe, viu toda a cena. E, como a boa matriarca de família rica, ela não gostou de ter uma filha gay. Nem um pouco. Em uma de nossas discussões logo após o ocorrido, ela me fez a proposta de me afastar permanentemente de e eu recusei. A garota era a minha melhor amiga, eu preferiria qualquer coisa a ficar longe dela. Eu poderia colocar meus sentimentos em uma caixinha, mas me recusaria a ficar longe da única pessoa que esteve ao meu lado nos meus piores momentos. E esse foi o meu segundo erro. Claire não ficou feliz com a minha resposta, como a boa controladora que era e resolveu me mandar para longe. Mais especificamente para um colégio de freiras.
Agora, se você sabe como o mundo funciona, você também sabe que boa parte dos pais pensam do mesmo jeito que a minha mãe. Então, você pode imaginar que eles também mandam suas filhas “desviadas” para colégios como o que eu fui enviada. Você já deve saber o que acontece depois dessas informações. Porém, o que importa mesmo é que, após dois anos reclusa no meio do nada, tendo apenas as aulas de ginástica tornando tudo menos ruim, após minha mãe decidir que eu já estava “curada do espírito da depravação” e por isso merecia retornar para a minha antiga vida.
Dois anos depois, lá estava eu parada no meio fio da Marlborough School, vendo o quanto tudo havia mudado nos anos em que permaneci ausente, sem ao menos me despedir das pessoas mais importantes para mim, tal qual como Serena Van Der Woodsen. Rolei meus olhos, finalmente saindo do carro e fechando a porta atrás de mim, atravessando o extenso estacionamento lotado. Respirei fundo, já ciente dos olhares e murmúrios sobre minha ilustre presença. O espírito do adolescente fofoqueiro às vezes é uma merda.
Passei pelo portal do prédio de humanidades, já ciente da minha grade escolar que já havia sido pega dias antes de eu sequer chegar em Los Angeles. Franzi o cenho, parando diante da sala onde eu teria minha primeira aula do dia, rezando para que o dia passasse logo para que eu finalmente pudesse pegar minhas coisas e me distrair enquanto a treinadora Carlton gritava que o duplo carpado não estava sendo executado corretamente. Segurei a maçaneta, girando-a antes de entrar na sala onde apenas três lugares estavam sendo ocupados, um deles por Nikol Romero.
Nikol Romero era o meu melhor amigo junto com . Havíamos nos conhecido quando ele se mudou para Los Angeles depois de um bom tempo morando na Bielorrússia com seu pai, mais um milionário dono de uma rede de restaurantes famosa por todo o globo. Mas o seu pai não era o único a ter um grande patrimônio. Sua mãe não ficava muito atrás. Edith Romero era dona da rede de hotéis Romero e, como consequência de seu casamento com Andrei Karev, aumentou ainda mais o seu patrimônio. Em um pequeno resumo: herdeiros deveriam permanecer juntos, por isso não foi chocante quando os nossos pais nos juntaram, em uma chance de um casamento próximo. O que nunca aconteceria, claro. Nikol corria de relacionamentos com garotas como o diabo fugia da cruz e mantinha um relacionamento com um dos atacantes do time de futebol. Eu só não sabia se isso ainda era algo atual.
Respirei fundo, andando em direção ao fundo da sala longe de qualquer possível atenção. Não pude dar mais do que cinco passos antes de ouvir alguém chamando o meu nome, me fazendo girar em sua direção quase que de imediato.
— Morrisen? – a voz de Nikol invadiu meus ouvidos. Um pouco mais grossa após a puberdade, mas, ainda assim, a voz dele. – Puta merda, Morrisen é você? – me virei em sua direção, o sorriso sincero e o brilho de seus olhos denunciando que a reação era sincera.
— Nik, oi! – sorri em sua direção, sendo envolvida por seus braços definidos em um abraço apertado.
— Meu Deus, eu senti tanto a sua falta. – Nikol me encarou, segurando meus ombros. – Vem cá, senta comigo e me conta por onde você esteve durante esse tempo.
Ele me puxou em direção à mesa, puxando a cadeira ao seu lado para que eu me sentasse. Agradeci em um manear de cabeça e deixei minha mochila em cima da superfície de madeira. Me virei em sua direção e comecei a lhe explicar por onde andei nos últimos anos, não me preocupando em poupá-lo dos detalhes, uma vez que ele havia deixado claro que não queria que eu o fizesse. Quando finalmente terminei, ele estava embasbacado.
— Eu sabia. – ele riu, passando a mão pelos cabelos claros, os bagunçando. – Eu sabia que aquela megera tinha alguma coisa a ver com tudo o que aconteceu, você nunca teria dito aquelas coisas para a gente.
— O quê? – eu devo ter soado como a pessoa mais confusa do mundo, encarando-o.
— Claire nos disse que você tinha ido morar com seus avós na Espanha e não se despediu porque nunca gostou realmente da gente. – ele parecia magoado. – Eu achei estranho. Por qual motivo você faria isso depois de finalmente tomar coragem para beijar a sua crush? – ele suspirou. – Não fazia sentido, sabe?
— É porque não tinha. – ri fraco. – Claire levou o prêmio de pior mãe com essa.
— Você acha? – ele brincou. – Mas eu tenho que te dizer que ficou magoada com essa história toda. Sua mãe realmente sabia como usar as palavras e funcionou com ela.
— Eu imagino. – suspirei. - Eu também ficaria magoada se minha melhor amiga me beijasse e sumisse no dia seguinte.
— As coisas mudaram por aqui. – ele bufou, se jogando contra o encosto da cadeira. – mudou, nós não nos falamos faz pouco mais de um ano. Ela se tornou capitã das líderes de torcida. Mas acho que você já vai descobrir o que mudou. – ele apontou em direção à porta.
Sra. Smith, a professora de literatura, passou pela porta. E, logo após, o time de futebol e a equipe de torcida. Diferente do resto do colégio, eles não precisavam usar os uniformes habituais. Vestidos em preto e laranja, os uniformes de esportistas do colégio Marlborough, eles passaram pela porta como se comandassem tudo o que acontecia dentro daquela escola. Os cabelos esvoaçantes, os sorrisos e risadas, e então, ela apareceu. Com os braços de Rixton Brown ao redor de seus ombros, Turner parecia ainda menor. Os cabelos avermelhados se movimentavam em ondas enquanto ela andava. Os lábios pintados em vermelho, assim como as unhas. Tão bonita quanto há dois anos.
Eu engoli em seco, apenas encarando à distância. E foi tudo bem, até seu olhar percorrer a sala e parar em mim. A expressão alegre mudou drasticamente para algo que eu não consegui identificar. Mágoa? Raiva? Ambos? Eu realmente não saberia dizer. A única coisa que eu sabia era que eu estava a ponto de correr para longe antes de Rixton chamar sua atenção e ela voltar a conversar com ele sobre algo que eu não fazia questão de saber o que era.
— Bom dia, classe. – Sra. Smith escreveu algo no quadro, voltando sua atenção para o resto da classe assim que todos se sentaram. – Como vocês já devem saber, temos uma aluna nova este ano. Então, como o habitual, devemos fazer as apresentações. – ela sorriu, olhando em minha direção. – , você poderia vir até aqui?
— Não me sinto bem o suficiente para isso, posso me apresentar daqui. – sorri, me levantando da cadeira para que todos conseguissem me ver. – Bom, eu sou Morrisen. Eu já frequentei o Marlborough, mas fiquei longe por dois anos para procurar Jesus. – sorri, irônica. – É agora eu voltei.
— Encontrou o que estava procurando? – Rixton riu, se virando em minha direção antes de ser censurado por .
— Oh, Rixton, vejo que dois anos não te fizeram evoluir em nada. – sorri, apoiando-me na mesa. – Mas, sim, encontrei. Obrigada por perguntar.
— Por nada, Madre Teresa.
Rolei os olhos, impedindo o impulso de responder as provocações de alguém com somente dois neurônios funcionais. Respirei fundo, sentando-me na cadeira novamente e tirando meu caderno e o estojo, esperando pelas instruções da senhora Smith. A aula passou rápido, apenas um apanhado de informações e a leitura obrigatória do semestre, que esse ano seria O Grande Gatsby. Permanci com Nikol ao meu lado durante todo o processo, somente nos separando durante as disciplinas eletivas, onde ele havia escolhido grego enquanto eu havia continuado em russo. Não tardou para que a manhã passasse, finalmente me deixando ir para o meu pequeno oásis pessoal.
— Então, como as freiras tinham equipamentos de ginástica? – Nikol franziu o cenho, me acompanhando pelo ginásio.
— Elas não tinham, minha mãe pagou uma academia para que eu continuasse a praticando. – segurei a mochila com uma das mãos. – Ser atleta me colocaria em qualquer Ivy League e toda essa merda.
— E ser um legado não? – entramos nos vestiários e eu coloquei minha mochila em um dos bancos, tirando os tênis de meus pés enquanto Nikol fazia o mesmo.
— Se eu quisesse entrar em Cornell ou Princeton, talvez. – tirei os jeans e a camiseta, guardando-os na mochila junto com tênis antes de colocá-los dentro do armário e prender meus cabelos pintados de rosa em um coque firme. – Mas eu não quero.
— Você não quer uma Ivy League.
— Não, eu quero ser uma atleta. – sorri. – Então estou mirando nas universidades que tem as melhores pontuações na liga.
— Oklahoma, LSU, Florida. – ele contou nos dedos.
— E UCLA. – pontuei, trancando o armário antes de voltar a andar em direção ao ginásio.
— Sua mãe vai ter um ataque cardíaco.
— Não vai, eu vou escolher bioengenharia como diploma. – dei de ombros. - Tudo está meticulosamente planejado, a única razão plausível para que isso não funcionar seria se eu não fosse aceita em uma das universidades.
— E então você estará livre para voar e ser a grande lésbica que sabemos que você é.
— Sim, estarei. – ri fraco, começando os exercícios de aquecimento. – Mas e quanto a você? Ainda com o romance proibido? – começamos a correr pelo ginásio, trocando a atenção entre um ponto e outro no processo.
— Não. – ele sorriu. – Aquilo não deu certo, eu saí do armário para os meus pais e eu já estava cansado de estar com alguém que não queria me assumir. Uma vez que você sai do armário, você meio que não quer retornar para dentro dele.
— E como eles lidaram?
— Oh, como qualquer pai. – ele riu. – Meu pai não ficou muito feliz, toda a criação dele em território russo não o fez ser uma pessoa muito liberal em determinados aspectos, mas ele se casou com uma mulher latina. E você conhece minha mãe, ela não é o tipo que recusaria um filho gay ou qualquer coisa assim, principalmente considerando seu histórico familiar.
— Deixe-me adivinhar, ela domou o senhor Karev?
— Domou? Ela colocou o homem em uma gaiola. Mamãe deixou claro que se ele ousasse dizer qualquer coisa que me ofendesse, ela faria questão de pedir o divórcio e faria questão de tirar tudo dele. – ele riu. – E ele me pediu desculpas pela reação exagerada, disse que me apoiaria no que fosse necessário.
— Eu fico feliz por isso. – empurrei ele levemente com meu cotovelo, parando próximo das barras de equilíbrio e me sentando no chão, esticando-me ate encostar meu peito em minhas pernas.
— Mas eu estou em um rolo, se quer saber. – Nik se sentou ao meu lado, repetindo meus movimentos. – O nome dele é Dylan, o conheci nas aulas de grego.
— Posso ter ao menos um sobrenome?
— Dylan Russo. – ele riu da minha cara, provavelmente devido à expressão idiota que tomou conta de meu rosto.
— NÃO! – o grito que eu soltei deve ter sido ouvido por boa parte do ginásio, já que algumas pessoas se viraram em nossa direção. – Você está namorando o futuro da biotecnologia seu... Maria laboratório!
— Maria laboratório? – ele soltou uma risada divertida. – Você é ridícula.
— Não mais do que você, achei que seu tipo fossem promessas do futebol.
— Meu tipo é uma pontuação de QI maior que 129, nem mais, nem menos. – ele deu de ombros. – Minha única exceção foi Robin, que tinha 124. Agora sabemos o porquê de não ter dado certo entre nós. – ele se sentou, apoiando-se nos próprios braços. - Nunca namore alguém com um nível de QI maior que o seu. Meu pai já dizia.
— Você pede os resultados do teste antes ou você deixa para descobrir depois? É uma pergunta séria.
— Eu peço antes, é claro. – ele se levantou, estendendo sua mão em minha direção para me ajudar a levantar.
— E eles entregam?
— Mas é óbvio, quem negaria algo para este pedaço de pecado que eu sou? – ele sorriu.
— Eu negaria. – caminhei em direção ao pote com pó de magnésio, afundando minhas mãos ali e batendo-as uma contra a outra para retirar o excesso.
— Garota, você ao menos é hétero. Seu lugar de fala nesse caso é inexistente.
— Ótimo ponto.
Apoiei minhas mãos na barra de equilíbrio, impulsionando-me o suficiente para que eu conseguisse passar meu corpo por cima dela e me sentasse seguramente contra a superfície. Segurei-a com força, deitando-me contra a barra antes de impulsionar meu corpo em uma parada de mão que me auxiliasse a ficar em pé em cima dela.
— Você pretende falar com ela? Ouvi dizer que sua mãe convidou os Turner para o baile de caridade desse ano.
— E quando ela não convidou? – tentei um giro triplo na barra, me concentrando em não cair. – A única pessoa que não foi convidada por dois anos, até onde eu sei, fui eu.
— Você não respondeu a minha pergunta.
— Se ela quiser me escutar, eu tentarei. – tentei um salto carpado, me desequilibrando por pouco antes de recuperar o ritmo.
Nikol me encarou, me direcionando um sorriso travesso antes de me dar as costas e caminhar em direção da barra fixa, seu aparelho favorito. Rolei os olhos, me sentando na barra para encará-lo de longe enquanto ele executava seus movimentos na barra com perfeição.
Veja bem, não que eu seja uma pessoa amargurada. Não, longe disso. É só que, quando você é um adolescente que cresce consumindo filmes e seriados sobre amor perfeito e como ele supera tudo, você fecha seus olhos para como as coisas realmente funcionam. E quando você é uma adolescente apaixonada por sua melhor amiga, tudo se torna ainda pior. Você nunca se enxerga nos clichês de líderes de torcida e quarterbacks. Ou de badboys com as nerds, porque você não é um atleta musculoso que corre atrás de uma bola e, frequentemente, é jogado no chão no meio do processo.
A história fica pior se considerarmos que a garota que eu estive apaixonada pelos últimos dois anos era o tipo de garota que realmente estaria em um desses clichês. Turner era a garota mais bonita que eu conhecia. Não apenas pelo seu físico. Apesar de carregar o peso de parte da equipe das animadoras de torcida, não se encaixava no estereótipo da líder de torcida popular. Ela era extremamente inteligente, tinha uma biblioteca pessoal cujo a maioria dos livros ela já havia lido e trabalhava com ações de caridade para casas de repouso desde que eu se conhecia por gente. E era apaixonada por Rixton Brown, o quarterback que eu havia dito mais cedo.
Rixton, em contraste com , era a pior pessoa que já havia pisado nesta terra. Este homem carregava todos os piores estereótipos do quarterback babaca. Eu o odiava com todas as minhas forças. Não por ele ser o alvo dos suspiros da pessoa que eu estava apaixonada, mas por ele ter começado diversas vezes um movimento para que a equipe de ginástica fosse extinta do colégio. Tudo para que toda a verba fosse investida nas passagens e estadias do time de futebol durante os campeonatos estaduais. Em uma base diária, Rixton era o meu pesadelo pessoal. Principalmente por eu ser uma das ginastas que sairia prejudicada caso ele continuasse com seus planos.
Mas, voltando para o ponto de estar apaixonada por alguém que era inalcançável. e eu éramos melhores amigas, eu estava apaixonada. E, por isso, eu resolvi tomar a pior decisão de todos os tempos. Em um dos bailes de caridade da minha família, eu resolvi tomar uma atitude. Eu resolvi me declarar para . E foi isso que eu fiz. Não só me declarei para , como a beijei. E a última parte foi o meu maior erro.
Longe de qualquer expectativa que eu tinha, a reação dela não foi algo ruim. Nos beijamos, ela retribuiu. Eu surtei e corri para o mais longe possível. A questão era que Claire Morrisen, minha mãe, viu toda a cena. E, como a boa matriarca de família rica, ela não gostou de ter uma filha gay. Nem um pouco. Em uma de nossas discussões logo após o ocorrido, ela me fez a proposta de me afastar permanentemente de e eu recusei. A garota era a minha melhor amiga, eu preferiria qualquer coisa a ficar longe dela. Eu poderia colocar meus sentimentos em uma caixinha, mas me recusaria a ficar longe da única pessoa que esteve ao meu lado nos meus piores momentos. E esse foi o meu segundo erro. Claire não ficou feliz com a minha resposta, como a boa controladora que era e resolveu me mandar para longe. Mais especificamente para um colégio de freiras.
Agora, se você sabe como o mundo funciona, você também sabe que boa parte dos pais pensam do mesmo jeito que a minha mãe. Então, você pode imaginar que eles também mandam suas filhas “desviadas” para colégios como o que eu fui enviada. Você já deve saber o que acontece depois dessas informações. Porém, o que importa mesmo é que, após dois anos reclusa no meio do nada, tendo apenas as aulas de ginástica tornando tudo menos ruim, após minha mãe decidir que eu já estava “curada do espírito da depravação” e por isso merecia retornar para a minha antiga vida.
Dois anos depois, lá estava eu parada no meio fio da Marlborough School, vendo o quanto tudo havia mudado nos anos em que permaneci ausente, sem ao menos me despedir das pessoas mais importantes para mim, tal qual como Serena Van Der Woodsen. Rolei meus olhos, finalmente saindo do carro e fechando a porta atrás de mim, atravessando o extenso estacionamento lotado. Respirei fundo, já ciente dos olhares e murmúrios sobre minha ilustre presença. O espírito do adolescente fofoqueiro às vezes é uma merda.
Passei pelo portal do prédio de humanidades, já ciente da minha grade escolar que já havia sido pega dias antes de eu sequer chegar em Los Angeles. Franzi o cenho, parando diante da sala onde eu teria minha primeira aula do dia, rezando para que o dia passasse logo para que eu finalmente pudesse pegar minhas coisas e me distrair enquanto a treinadora Carlton gritava que o duplo carpado não estava sendo executado corretamente. Segurei a maçaneta, girando-a antes de entrar na sala onde apenas três lugares estavam sendo ocupados, um deles por Nikol Romero.
Nikol Romero era o meu melhor amigo junto com . Havíamos nos conhecido quando ele se mudou para Los Angeles depois de um bom tempo morando na Bielorrússia com seu pai, mais um milionário dono de uma rede de restaurantes famosa por todo o globo. Mas o seu pai não era o único a ter um grande patrimônio. Sua mãe não ficava muito atrás. Edith Romero era dona da rede de hotéis Romero e, como consequência de seu casamento com Andrei Karev, aumentou ainda mais o seu patrimônio. Em um pequeno resumo: herdeiros deveriam permanecer juntos, por isso não foi chocante quando os nossos pais nos juntaram, em uma chance de um casamento próximo. O que nunca aconteceria, claro. Nikol corria de relacionamentos com garotas como o diabo fugia da cruz e mantinha um relacionamento com um dos atacantes do time de futebol. Eu só não sabia se isso ainda era algo atual.
Respirei fundo, andando em direção ao fundo da sala longe de qualquer possível atenção. Não pude dar mais do que cinco passos antes de ouvir alguém chamando o meu nome, me fazendo girar em sua direção quase que de imediato.
— Morrisen? – a voz de Nikol invadiu meus ouvidos. Um pouco mais grossa após a puberdade, mas, ainda assim, a voz dele. – Puta merda, Morrisen é você? – me virei em sua direção, o sorriso sincero e o brilho de seus olhos denunciando que a reação era sincera.
— Nik, oi! – sorri em sua direção, sendo envolvida por seus braços definidos em um abraço apertado.
— Meu Deus, eu senti tanto a sua falta. – Nikol me encarou, segurando meus ombros. – Vem cá, senta comigo e me conta por onde você esteve durante esse tempo.
Ele me puxou em direção à mesa, puxando a cadeira ao seu lado para que eu me sentasse. Agradeci em um manear de cabeça e deixei minha mochila em cima da superfície de madeira. Me virei em sua direção e comecei a lhe explicar por onde andei nos últimos anos, não me preocupando em poupá-lo dos detalhes, uma vez que ele havia deixado claro que não queria que eu o fizesse. Quando finalmente terminei, ele estava embasbacado.
— Eu sabia. – ele riu, passando a mão pelos cabelos claros, os bagunçando. – Eu sabia que aquela megera tinha alguma coisa a ver com tudo o que aconteceu, você nunca teria dito aquelas coisas para a gente.
— O quê? – eu devo ter soado como a pessoa mais confusa do mundo, encarando-o.
— Claire nos disse que você tinha ido morar com seus avós na Espanha e não se despediu porque nunca gostou realmente da gente. – ele parecia magoado. – Eu achei estranho. Por qual motivo você faria isso depois de finalmente tomar coragem para beijar a sua crush? – ele suspirou. – Não fazia sentido, sabe?
— É porque não tinha. – ri fraco. – Claire levou o prêmio de pior mãe com essa.
— Você acha? – ele brincou. – Mas eu tenho que te dizer que ficou magoada com essa história toda. Sua mãe realmente sabia como usar as palavras e funcionou com ela.
— Eu imagino. – suspirei. - Eu também ficaria magoada se minha melhor amiga me beijasse e sumisse no dia seguinte.
— As coisas mudaram por aqui. – ele bufou, se jogando contra o encosto da cadeira. – mudou, nós não nos falamos faz pouco mais de um ano. Ela se tornou capitã das líderes de torcida. Mas acho que você já vai descobrir o que mudou. – ele apontou em direção à porta.
Sra. Smith, a professora de literatura, passou pela porta. E, logo após, o time de futebol e a equipe de torcida. Diferente do resto do colégio, eles não precisavam usar os uniformes habituais. Vestidos em preto e laranja, os uniformes de esportistas do colégio Marlborough, eles passaram pela porta como se comandassem tudo o que acontecia dentro daquela escola. Os cabelos esvoaçantes, os sorrisos e risadas, e então, ela apareceu. Com os braços de Rixton Brown ao redor de seus ombros, Turner parecia ainda menor. Os cabelos avermelhados se movimentavam em ondas enquanto ela andava. Os lábios pintados em vermelho, assim como as unhas. Tão bonita quanto há dois anos.
Eu engoli em seco, apenas encarando à distância. E foi tudo bem, até seu olhar percorrer a sala e parar em mim. A expressão alegre mudou drasticamente para algo que eu não consegui identificar. Mágoa? Raiva? Ambos? Eu realmente não saberia dizer. A única coisa que eu sabia era que eu estava a ponto de correr para longe antes de Rixton chamar sua atenção e ela voltar a conversar com ele sobre algo que eu não fazia questão de saber o que era.
— Bom dia, classe. – Sra. Smith escreveu algo no quadro, voltando sua atenção para o resto da classe assim que todos se sentaram. – Como vocês já devem saber, temos uma aluna nova este ano. Então, como o habitual, devemos fazer as apresentações. – ela sorriu, olhando em minha direção. – , você poderia vir até aqui?
— Não me sinto bem o suficiente para isso, posso me apresentar daqui. – sorri, me levantando da cadeira para que todos conseguissem me ver. – Bom, eu sou Morrisen. Eu já frequentei o Marlborough, mas fiquei longe por dois anos para procurar Jesus. – sorri, irônica. – É agora eu voltei.
— Encontrou o que estava procurando? – Rixton riu, se virando em minha direção antes de ser censurado por .
— Oh, Rixton, vejo que dois anos não te fizeram evoluir em nada. – sorri, apoiando-me na mesa. – Mas, sim, encontrei. Obrigada por perguntar.
— Por nada, Madre Teresa.
Rolei os olhos, impedindo o impulso de responder as provocações de alguém com somente dois neurônios funcionais. Respirei fundo, sentando-me na cadeira novamente e tirando meu caderno e o estojo, esperando pelas instruções da senhora Smith. A aula passou rápido, apenas um apanhado de informações e a leitura obrigatória do semestre, que esse ano seria O Grande Gatsby. Permanci com Nikol ao meu lado durante todo o processo, somente nos separando durante as disciplinas eletivas, onde ele havia escolhido grego enquanto eu havia continuado em russo. Não tardou para que a manhã passasse, finalmente me deixando ir para o meu pequeno oásis pessoal.
— Então, como as freiras tinham equipamentos de ginástica? – Nikol franziu o cenho, me acompanhando pelo ginásio.
— Elas não tinham, minha mãe pagou uma academia para que eu continuasse a praticando. – segurei a mochila com uma das mãos. – Ser atleta me colocaria em qualquer Ivy League e toda essa merda.
— E ser um legado não? – entramos nos vestiários e eu coloquei minha mochila em um dos bancos, tirando os tênis de meus pés enquanto Nikol fazia o mesmo.
— Se eu quisesse entrar em Cornell ou Princeton, talvez. – tirei os jeans e a camiseta, guardando-os na mochila junto com tênis antes de colocá-los dentro do armário e prender meus cabelos pintados de rosa em um coque firme. – Mas eu não quero.
— Você não quer uma Ivy League.
— Não, eu quero ser uma atleta. – sorri. – Então estou mirando nas universidades que tem as melhores pontuações na liga.
— Oklahoma, LSU, Florida. – ele contou nos dedos.
— E UCLA. – pontuei, trancando o armário antes de voltar a andar em direção ao ginásio.
— Sua mãe vai ter um ataque cardíaco.
— Não vai, eu vou escolher bioengenharia como diploma. – dei de ombros. - Tudo está meticulosamente planejado, a única razão plausível para que isso não funcionar seria se eu não fosse aceita em uma das universidades.
— E então você estará livre para voar e ser a grande lésbica que sabemos que você é.
— Sim, estarei. – ri fraco, começando os exercícios de aquecimento. – Mas e quanto a você? Ainda com o romance proibido? – começamos a correr pelo ginásio, trocando a atenção entre um ponto e outro no processo.
— Não. – ele sorriu. – Aquilo não deu certo, eu saí do armário para os meus pais e eu já estava cansado de estar com alguém que não queria me assumir. Uma vez que você sai do armário, você meio que não quer retornar para dentro dele.
— E como eles lidaram?
— Oh, como qualquer pai. – ele riu. – Meu pai não ficou muito feliz, toda a criação dele em território russo não o fez ser uma pessoa muito liberal em determinados aspectos, mas ele se casou com uma mulher latina. E você conhece minha mãe, ela não é o tipo que recusaria um filho gay ou qualquer coisa assim, principalmente considerando seu histórico familiar.
— Deixe-me adivinhar, ela domou o senhor Karev?
— Domou? Ela colocou o homem em uma gaiola. Mamãe deixou claro que se ele ousasse dizer qualquer coisa que me ofendesse, ela faria questão de pedir o divórcio e faria questão de tirar tudo dele. – ele riu. – E ele me pediu desculpas pela reação exagerada, disse que me apoiaria no que fosse necessário.
— Eu fico feliz por isso. – empurrei ele levemente com meu cotovelo, parando próximo das barras de equilíbrio e me sentando no chão, esticando-me ate encostar meu peito em minhas pernas.
— Mas eu estou em um rolo, se quer saber. – Nik se sentou ao meu lado, repetindo meus movimentos. – O nome dele é Dylan, o conheci nas aulas de grego.
— Posso ter ao menos um sobrenome?
— Dylan Russo. – ele riu da minha cara, provavelmente devido à expressão idiota que tomou conta de meu rosto.
— NÃO! – o grito que eu soltei deve ter sido ouvido por boa parte do ginásio, já que algumas pessoas se viraram em nossa direção. – Você está namorando o futuro da biotecnologia seu... Maria laboratório!
— Maria laboratório? – ele soltou uma risada divertida. – Você é ridícula.
— Não mais do que você, achei que seu tipo fossem promessas do futebol.
— Meu tipo é uma pontuação de QI maior que 129, nem mais, nem menos. – ele deu de ombros. – Minha única exceção foi Robin, que tinha 124. Agora sabemos o porquê de não ter dado certo entre nós. – ele se sentou, apoiando-se nos próprios braços. - Nunca namore alguém com um nível de QI maior que o seu. Meu pai já dizia.
— Você pede os resultados do teste antes ou você deixa para descobrir depois? É uma pergunta séria.
— Eu peço antes, é claro. – ele se levantou, estendendo sua mão em minha direção para me ajudar a levantar.
— E eles entregam?
— Mas é óbvio, quem negaria algo para este pedaço de pecado que eu sou? – ele sorriu.
— Eu negaria. – caminhei em direção ao pote com pó de magnésio, afundando minhas mãos ali e batendo-as uma contra a outra para retirar o excesso.
— Garota, você ao menos é hétero. Seu lugar de fala nesse caso é inexistente.
— Ótimo ponto.
Apoiei minhas mãos na barra de equilíbrio, impulsionando-me o suficiente para que eu conseguisse passar meu corpo por cima dela e me sentasse seguramente contra a superfície. Segurei-a com força, deitando-me contra a barra antes de impulsionar meu corpo em uma parada de mão que me auxiliasse a ficar em pé em cima dela.
— Você pretende falar com ela? Ouvi dizer que sua mãe convidou os Turner para o baile de caridade desse ano.
— E quando ela não convidou? – tentei um giro triplo na barra, me concentrando em não cair. – A única pessoa que não foi convidada por dois anos, até onde eu sei, fui eu.
— Você não respondeu a minha pergunta.
— Se ela quiser me escutar, eu tentarei. – tentei um salto carpado, me desequilibrando por pouco antes de recuperar o ritmo.
Nikol me encarou, me direcionando um sorriso travesso antes de me dar as costas e caminhar em direção da barra fixa, seu aparelho favorito. Rolei os olhos, me sentando na barra para encará-lo de longe enquanto ele executava seus movimentos na barra com perfeição.
Parte II: As Desculpas e o Baile
Estar à toa era uma merda.
Essa foi a conclusão que eu tirei ao me sentar nas arquibancadas para matar a última aula de educação física. Não que eu não gostasse de me exercitar, era só que tudo tão chato e maçante que eu apenas não conseguia focar em correr em uma quadra de um lado para o outro quando eu já era uma atleta. Principalmente quando meus pensamentos giravam ao redor de uma certa garota de cabelo ruivos. Fechei os olhos antes de colocar os óculos de sol em meu rosto e jogar meu corpo contra a arquibancada de madeira enquanto os raios solares esquentavam a pele exposta fora do uniforme de educação física.
Meu momento de reflexão não durou muito tempo. Poucos minutos após eu me permitir relaxar, escutei o barulho de passos na arquibancada e já me preparava mentalmente para tomar algum tipo de advertência de um dos monitores quando o cheiro de perfume cítrico característico de invadiu minhas narinas. Engoli em seco, abrindo meus olhos para encará-la sentada ao meu lado, encarando o campo onde o time de futebol feminino jogava.
— . – fui a primeira a dizer, engolindo em seco.
— Morrisen. – meu sobrenome saiu por seus lábios, me fazendo soltar um risinho divertido. tinha essa mania de me chamar pelo sobrenome quando estava brava e eu não pude deixar de achar adorável. Pelo menos alguma coisa não havia mudado nesses dois anos.
— Eu não achei que essa conversa fosse acontecer agora. – eu murmurei, me sentando ereta para encará-la. – Vamos lá, você tem todo o direito de estar brava, não vou tirar a sua razão.
— Brava? – ela me encarou, só então me permitindo encarar seu rosto. Seu nariz e olhos estavam vermelhos. – Eu estou profundamente magoada, . – engoliu em seco, fechando os olhos.
— Eu sei. – a encarei, franzindo o cenho. – Acredite, eu sei. Eu, mais do que ninguém, gostaria de conseguir voltar no tempo e evitar que tudo isso tivesse acontecido.
— , você se declarou para mim. Disse as coisas mais bonitas que eu já havia escutado, me beijou e então foi embora por dois anos. Você mentiu tudo aquilo?
— Não, . – eu hesitei por alguns segundos, finalmente tomando coragem para repousar minha mão em seu ombro. – Eu não menti, nunca. As coisas só são mais complicadas do que isso, bem mais.
— Então me diz. – a ruiva bufou. – Me diz então o que infernos aconteceu para que você sumisse e sua mãe dissesse todas aquelas coisas horríveis para mim e Nik. Honestamente, eu não sei como ele ainda te perdoou depois daquilo. – ela riu, passando a mão em seu nariz.
— Porque eu nunca disse aquelas coisas. – respirei fundo. – Depois de eu surtar, eu corri para a mansão. Minha mãe estava me esperando no meu quarto. – a encarei. – Ela viu a gente. Ele me ofereceu duas coisas: eu pararia de falar com você de vez e acabaria com aquilo ou ela me mandaria para um colégio de freiras, longe de você e Nik. Eu preferi o colégio. Era o único possível jeito em que eu deixaria a nossa amizade para trás. – limpei as lágrimas de minhas bochechas.
— Ela fez isso? – me encarou. – ...
— , você é minha melhor amiga desde o dia em que você me viu nas barras na nossa primeira aula de ginástica, você realmente acha que eu sumiria do nada? – eu ri fraco. – Eu preferiria um milhão de vezes estar há milhas de distância, sabendo que quando eu voltasse iria arrumar as coisas do que estar no mesmo lugar que você e ter que fingir que nossa amizade nunca existiu.
— Eu sou uma idiota. – ela riu, balançando a cabeça negativamente. – Eu briguei com Nikol porque ele disse que você nunca faria algo do tipo.
— Ele sabe que mamãe consegue manipular bem as coisas ao seu favor. – eu suspirei. – Estamos bem?
— Claro. – me envolveu em um abraço, me pegando se surpresa. – Eu senti tanto a sua falta. – ela me apertou e eu escondi meu rosto entre os fios ruivos, fechando meus olhos.
— Eu também senti a sua. – murmurei, me soltando de seu aperto. – Posso pagar o almoço hoje?
— Ousado você achar que eu não lhe deixaria fazer isso.
sorriu. Os dentes perfeitamente alinhados antes de estender sua mão em minha direção. A encarei por segundos que pareceram anos, pegando-a enquanto descíamos as arquibancadas rapidamente antes do sinal para o almoço tocar, nos liberando de qualquer atividade pela próxima hora. Nos encontramos com Nikol no meio do caminho, arrastando-o conosco pelos corredores da Marlborough até o estacionamento, entrando no Porsche de em direção ao Starbucks.
— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – Nikol se encostou entre os bancos, nos encarando.
— Eu e nos acertamos. – encarava a rua. – E eu achei que era tempo de eu pedir desculpas então: me desculpe por ser uma megera e não acreditar em você.
— Desculpas aceitas. – o loiro riu. – Mas, podemos falar sobre o baile de caridade?
— No último que compareci, você viu o que resultou. – o encarei.
— É, mas agora nós temos dezoito anos e podemos resistir a qualquer exigência dela. – Nikol murmurou. – Qual é! Você não pretende esconder a verdade dela, certo?
— Eu acho que perdi algo aqui. – a ruiva riu. – Poderiam me incluir?
— Nossa querida amiga aqui é gay e orgulhosa. – Nikol sorriu. – Mas acho que você já sabia, afinal, você foi o gay awakening dela. – eu encarei Nikol, provavelmente matando-o com a força do meu pensamento já que ele passou um zíper nos lábios e ficou em silêncio.
— Isso faz de nós dois gays e um bi? – Turner riu, fazendo com que eu e Nik a encarássemos. – O quê? Vocês realmente acharam que depois da eu seria hétero?
— Não sei, você nunca disse nada. – Nik protestou e eu apenas fiquei em silêncio, repassando a última frase dela. Vocês realmente acharam que depois da eu seria hétero? – Mas até que faz sentido, você mostra a tendência.
— Qual?
— Namorar garotas lindas e homens com uma beleza um tanto quanto... Duvidosa. – Nikol completou, me fazendo soltar uma gargalhada gostosa.
— Essa foi muito bem colocada, Niky.
— Olha, vocês são horríveis. – a ruiva reclamou. – Rixton não é feio.
— Só é rústico. – completei. – Mas o meu julgamento é enevoado porque eu acho o caráter dele duvidoso. Niky, deixo essa para você.
— , como alguém que também gosta de homens, eu tenho que te dizer: ele é um galã feio. – ele deu tapinhas no ombro dela. – Eu não faço as regras.
apenas o respondeu com um aceno de mão. Eu rolei os olhos, voltando minha atenção para a música que tocava no rádio. Não levou mais do que quinze minutos para que chegássemos no nosso destino, trombando com alguns membros da equipe de torcida em meio ao processo. Ficamos lá por um tempo, tomando café e comendo cookies, assim como fazíamos antes de tudo acontecer.
🤸♀⭐🩰
O baile de caridade era o pior evento que eu já havia participado. Isso tudo graças à minha mãe e sua terrível mania de querer tudo em seu controle. Por isso, especialmente este ano, eu fiz questão de mudar tudo aquilo que estava ao meu alcance. O que incluía as roupa. O vestido longo e branco, cheio de pedrarias por um vestido preto e decotado o suficiente para que minha adorável mãe tivesse uma parada cardíaca. Por isso fiz questão de descer as escadas da mansão dos Morrisen quando o salão se encontrava cheio. Se fosse para ser o centro das atenções por algum motivo, que fosse pela minha roupa, certo?
Desci as escadas orgulhosamente, procurando por meus melhores amigos diante da multidão de pessoas. Não tardou para que eu os encontrasse, principalmente quando o vestido vermelho de chamava atenção o suficiente para ser visto do outro lado do salão. E ela estava maravilhosa. Da forma em que seus cabelos estavam presos até o caimento do vestido, tudo estava perfeitamente no lugar. Sorri para ela assim que parei em sua frente.
— Ei, vocês. – sorri, abraçando-os cuidadosamente. – Vocês estão lindos. – encarei Niky, que usava um smoking preto e a gravata borboleta cuidadosamente alinhada em seu pescoço, junto com os cabelos quase brancos penteados para trás.
— Devo dizer que não sou o único, você está de tirar o fôlego. – ele sorriu, tomando dois passos para trás. – Gostaria de te apresentar o meu namorado. – ele puxou o rapaz, finalmente me permitindo dar uma boa olhada - Dylan essa é a garota que venho te falado sobre.
— Oi, . – Dylan sorriu cordialmente, estendendo sua mão. – É muito bom finalmente conhecê-la, Nik fala muito sobre você.
— O prazer é todo meu. – apertei sua mão. – Ele falou muito sobre você, principalmente sobre o seu teste de QI beirar o de superdotação.
— Ele tem uma fissura engraçada por isso, não? – Dylan gargalhou. – Mas no fim do dia, eu sou só um nerd que gosta muito de jogar Call Of Duty.
— Podíamos marcar de jogar qualquer dia, eu jogo melhor jogos como Tomb Raider, mas acho que consigo fazer um estraguinho em uma partida.
— Claro! – Dylan sorriu. – Posso pegar o seu número com Niky?
— Pode sim, podemos marcar depois.
— Certo. – Dylan sorriu, voltando a encarar o namorado. – Amor, vou pegar um pouco de champagne, quer me acompanhar?
— Vamos. – Nikol entrelaçou suas mãos nas de Dylan, andando em direção ao buffet onde os garçons colocavam as bandejas antes de pegarem um refil e circularem entre os outros convidados.
— Eles fazem um casal fofo, não? – sorriu, encarando-os de longe.
— Sim, fazem. – peguei uma taça de champagne de um dos garçons, tomando um pouco do líquido. – Achei que você fosse vir com Rixton. – a encarei.
— Eu e Rixton terminamos. – ela riu, mexendo o champagne em sua própria taça. Eu não pude deixar de ficar um pouco alegre com a notícia. – Ele estava sendo um babaca há algum tempo e, você sabe, eu não gosto que fiquem entre mim e minhas amizades.
— É, eu sei.
— Você quer...? – apontou para fora com o polegar e eu assenti.
Colocamos nossas taças na mesa mais próxima enquanto desenhávamos nosso caminho em direção ao lado de fora da mansão, parando em frente da piscina, que se encontrava iluminada com as led, como o habitual. O céu estrelado e uma das sinfonias clássicas de Beethoven tocava no interior da mansão. parecia estar perdida em seus próprios pensamentos.
— ?
— Eu tenho algo a dizer e eu preciso que você não me interrompa ou eu vou perder a coragem, okay? – ela disse, virando-se para mim. Sua expressão estava afoita e seus braços estavam cruzados. – Eu e Rixton terminamos por sua causa.
— , eu... – ela me interrompeu.
— Me deixa terminar. – eu assenti. – Eu e Rixton terminamos porque dois anos atrás, em um baile de caridade, uma garota me beijou. – eu franzi o cenho. – Essa garota me disse as coisas mais bonitas do mundo. Ela me disse que havia lido meus livros favoritos para ter algo com o que falar comigo. Ela escreveu uma música para mim. Ela me disse que preferiria mil vezes ficar há quilômetros de mim do que estar perto de mim e não poder falar comigo. Ela me disse que o meu sorriso era tão brilhante que seria capaz de iluminar Las Vegas por meses depois de um apagão. E que nada jamais a faria se sentir da forma em que ela se sentia comigo. – eu estava sentindo as lágrimas tomarem conta de meus olhos, me lembrando de cada uma das palavras que havia dito anos antes. – Ela citou o meu livro preferido, dizendo que assim como a Violet Markey, eu era todas as cores em uma em pleno brilho.
— Você lembra. – a encarei, vendo-a dar dois passos em minha direção e pegar as minhas mãos.
— Claro que eu me lembro. – ela sorriu. – Como eu poderia esquecer? Você virou meu mundo de cabeça para baixo. Mas o meu ponto é: eu estou apaixonada por você. E, se você me disser que não sente mais o mesmo, eu faço questão de aceitar a nossa amizade, assim como você fez por todos esses anos.
— Ah, por favor! – a encarei, rindo. – Vem cá.
Envolvi seu rosto em minhas mãos, acariciando suas bochechas por alguns segundos antes de me aproximar lentamente e finalmente encostar nossos lábios. Assim como a primeira vez que havia a beijado, meu coração explodiu em ansiedade. As borboletas em meu peito se reviraram, me fazendo sentir como se eu estivesse me derretendo contra os lábios de . Quando finalmente nos separamos, estávamos respirando fundo tentando normalizar a respiração.
— Então, você está pronta para ficar contra a sua mãe de novo? – me encarou, os olhos brilhando em esperança. – Porque eu não pretendo deixar ela te tirar tão fácil de mim uma segunda vez.
— Ela não vai. - eu sorri, entrelaçando nossos dedos uma vez mais antes de finalmente partir para dentro da mansão novamente.
Essa foi a conclusão que eu tirei ao me sentar nas arquibancadas para matar a última aula de educação física. Não que eu não gostasse de me exercitar, era só que tudo tão chato e maçante que eu apenas não conseguia focar em correr em uma quadra de um lado para o outro quando eu já era uma atleta. Principalmente quando meus pensamentos giravam ao redor de uma certa garota de cabelo ruivos. Fechei os olhos antes de colocar os óculos de sol em meu rosto e jogar meu corpo contra a arquibancada de madeira enquanto os raios solares esquentavam a pele exposta fora do uniforme de educação física.
Meu momento de reflexão não durou muito tempo. Poucos minutos após eu me permitir relaxar, escutei o barulho de passos na arquibancada e já me preparava mentalmente para tomar algum tipo de advertência de um dos monitores quando o cheiro de perfume cítrico característico de invadiu minhas narinas. Engoli em seco, abrindo meus olhos para encará-la sentada ao meu lado, encarando o campo onde o time de futebol feminino jogava.
— . – fui a primeira a dizer, engolindo em seco.
— Morrisen. – meu sobrenome saiu por seus lábios, me fazendo soltar um risinho divertido. tinha essa mania de me chamar pelo sobrenome quando estava brava e eu não pude deixar de achar adorável. Pelo menos alguma coisa não havia mudado nesses dois anos.
— Eu não achei que essa conversa fosse acontecer agora. – eu murmurei, me sentando ereta para encará-la. – Vamos lá, você tem todo o direito de estar brava, não vou tirar a sua razão.
— Brava? – ela me encarou, só então me permitindo encarar seu rosto. Seu nariz e olhos estavam vermelhos. – Eu estou profundamente magoada, . – engoliu em seco, fechando os olhos.
— Eu sei. – a encarei, franzindo o cenho. – Acredite, eu sei. Eu, mais do que ninguém, gostaria de conseguir voltar no tempo e evitar que tudo isso tivesse acontecido.
— , você se declarou para mim. Disse as coisas mais bonitas que eu já havia escutado, me beijou e então foi embora por dois anos. Você mentiu tudo aquilo?
— Não, . – eu hesitei por alguns segundos, finalmente tomando coragem para repousar minha mão em seu ombro. – Eu não menti, nunca. As coisas só são mais complicadas do que isso, bem mais.
— Então me diz. – a ruiva bufou. – Me diz então o que infernos aconteceu para que você sumisse e sua mãe dissesse todas aquelas coisas horríveis para mim e Nik. Honestamente, eu não sei como ele ainda te perdoou depois daquilo. – ela riu, passando a mão em seu nariz.
— Porque eu nunca disse aquelas coisas. – respirei fundo. – Depois de eu surtar, eu corri para a mansão. Minha mãe estava me esperando no meu quarto. – a encarei. – Ela viu a gente. Ele me ofereceu duas coisas: eu pararia de falar com você de vez e acabaria com aquilo ou ela me mandaria para um colégio de freiras, longe de você e Nik. Eu preferi o colégio. Era o único possível jeito em que eu deixaria a nossa amizade para trás. – limpei as lágrimas de minhas bochechas.
— Ela fez isso? – me encarou. – ...
— , você é minha melhor amiga desde o dia em que você me viu nas barras na nossa primeira aula de ginástica, você realmente acha que eu sumiria do nada? – eu ri fraco. – Eu preferiria um milhão de vezes estar há milhas de distância, sabendo que quando eu voltasse iria arrumar as coisas do que estar no mesmo lugar que você e ter que fingir que nossa amizade nunca existiu.
— Eu sou uma idiota. – ela riu, balançando a cabeça negativamente. – Eu briguei com Nikol porque ele disse que você nunca faria algo do tipo.
— Ele sabe que mamãe consegue manipular bem as coisas ao seu favor. – eu suspirei. – Estamos bem?
— Claro. – me envolveu em um abraço, me pegando se surpresa. – Eu senti tanto a sua falta. – ela me apertou e eu escondi meu rosto entre os fios ruivos, fechando meus olhos.
— Eu também senti a sua. – murmurei, me soltando de seu aperto. – Posso pagar o almoço hoje?
— Ousado você achar que eu não lhe deixaria fazer isso.
sorriu. Os dentes perfeitamente alinhados antes de estender sua mão em minha direção. A encarei por segundos que pareceram anos, pegando-a enquanto descíamos as arquibancadas rapidamente antes do sinal para o almoço tocar, nos liberando de qualquer atividade pela próxima hora. Nos encontramos com Nikol no meio do caminho, arrastando-o conosco pelos corredores da Marlborough até o estacionamento, entrando no Porsche de em direção ao Starbucks.
— Alguém pode me explicar o que está acontecendo? – Nikol se encostou entre os bancos, nos encarando.
— Eu e nos acertamos. – encarava a rua. – E eu achei que era tempo de eu pedir desculpas então: me desculpe por ser uma megera e não acreditar em você.
— Desculpas aceitas. – o loiro riu. – Mas, podemos falar sobre o baile de caridade?
— No último que compareci, você viu o que resultou. – o encarei.
— É, mas agora nós temos dezoito anos e podemos resistir a qualquer exigência dela. – Nikol murmurou. – Qual é! Você não pretende esconder a verdade dela, certo?
— Eu acho que perdi algo aqui. – a ruiva riu. – Poderiam me incluir?
— Nossa querida amiga aqui é gay e orgulhosa. – Nikol sorriu. – Mas acho que você já sabia, afinal, você foi o gay awakening dela. – eu encarei Nikol, provavelmente matando-o com a força do meu pensamento já que ele passou um zíper nos lábios e ficou em silêncio.
— Isso faz de nós dois gays e um bi? – Turner riu, fazendo com que eu e Nik a encarássemos. – O quê? Vocês realmente acharam que depois da eu seria hétero?
— Não sei, você nunca disse nada. – Nik protestou e eu apenas fiquei em silêncio, repassando a última frase dela. Vocês realmente acharam que depois da eu seria hétero? – Mas até que faz sentido, você mostra a tendência.
— Qual?
— Namorar garotas lindas e homens com uma beleza um tanto quanto... Duvidosa. – Nikol completou, me fazendo soltar uma gargalhada gostosa.
— Essa foi muito bem colocada, Niky.
— Olha, vocês são horríveis. – a ruiva reclamou. – Rixton não é feio.
— Só é rústico. – completei. – Mas o meu julgamento é enevoado porque eu acho o caráter dele duvidoso. Niky, deixo essa para você.
— , como alguém que também gosta de homens, eu tenho que te dizer: ele é um galã feio. – ele deu tapinhas no ombro dela. – Eu não faço as regras.
apenas o respondeu com um aceno de mão. Eu rolei os olhos, voltando minha atenção para a música que tocava no rádio. Não levou mais do que quinze minutos para que chegássemos no nosso destino, trombando com alguns membros da equipe de torcida em meio ao processo. Ficamos lá por um tempo, tomando café e comendo cookies, assim como fazíamos antes de tudo acontecer.
O baile de caridade era o pior evento que eu já havia participado. Isso tudo graças à minha mãe e sua terrível mania de querer tudo em seu controle. Por isso, especialmente este ano, eu fiz questão de mudar tudo aquilo que estava ao meu alcance. O que incluía as roupa. O vestido longo e branco, cheio de pedrarias por um vestido preto e decotado o suficiente para que minha adorável mãe tivesse uma parada cardíaca. Por isso fiz questão de descer as escadas da mansão dos Morrisen quando o salão se encontrava cheio. Se fosse para ser o centro das atenções por algum motivo, que fosse pela minha roupa, certo?
Desci as escadas orgulhosamente, procurando por meus melhores amigos diante da multidão de pessoas. Não tardou para que eu os encontrasse, principalmente quando o vestido vermelho de chamava atenção o suficiente para ser visto do outro lado do salão. E ela estava maravilhosa. Da forma em que seus cabelos estavam presos até o caimento do vestido, tudo estava perfeitamente no lugar. Sorri para ela assim que parei em sua frente.
— Ei, vocês. – sorri, abraçando-os cuidadosamente. – Vocês estão lindos. – encarei Niky, que usava um smoking preto e a gravata borboleta cuidadosamente alinhada em seu pescoço, junto com os cabelos quase brancos penteados para trás.
— Devo dizer que não sou o único, você está de tirar o fôlego. – ele sorriu, tomando dois passos para trás. – Gostaria de te apresentar o meu namorado. – ele puxou o rapaz, finalmente me permitindo dar uma boa olhada - Dylan essa é a garota que venho te falado sobre.
— Oi, . – Dylan sorriu cordialmente, estendendo sua mão. – É muito bom finalmente conhecê-la, Nik fala muito sobre você.
— O prazer é todo meu. – apertei sua mão. – Ele falou muito sobre você, principalmente sobre o seu teste de QI beirar o de superdotação.
— Ele tem uma fissura engraçada por isso, não? – Dylan gargalhou. – Mas no fim do dia, eu sou só um nerd que gosta muito de jogar Call Of Duty.
— Podíamos marcar de jogar qualquer dia, eu jogo melhor jogos como Tomb Raider, mas acho que consigo fazer um estraguinho em uma partida.
— Claro! – Dylan sorriu. – Posso pegar o seu número com Niky?
— Pode sim, podemos marcar depois.
— Certo. – Dylan sorriu, voltando a encarar o namorado. – Amor, vou pegar um pouco de champagne, quer me acompanhar?
— Vamos. – Nikol entrelaçou suas mãos nas de Dylan, andando em direção ao buffet onde os garçons colocavam as bandejas antes de pegarem um refil e circularem entre os outros convidados.
— Eles fazem um casal fofo, não? – sorriu, encarando-os de longe.
— Sim, fazem. – peguei uma taça de champagne de um dos garçons, tomando um pouco do líquido. – Achei que você fosse vir com Rixton. – a encarei.
— Eu e Rixton terminamos. – ela riu, mexendo o champagne em sua própria taça. Eu não pude deixar de ficar um pouco alegre com a notícia. – Ele estava sendo um babaca há algum tempo e, você sabe, eu não gosto que fiquem entre mim e minhas amizades.
— É, eu sei.
— Você quer...? – apontou para fora com o polegar e eu assenti.
Colocamos nossas taças na mesa mais próxima enquanto desenhávamos nosso caminho em direção ao lado de fora da mansão, parando em frente da piscina, que se encontrava iluminada com as led, como o habitual. O céu estrelado e uma das sinfonias clássicas de Beethoven tocava no interior da mansão. parecia estar perdida em seus próprios pensamentos.
— ?
— Eu tenho algo a dizer e eu preciso que você não me interrompa ou eu vou perder a coragem, okay? – ela disse, virando-se para mim. Sua expressão estava afoita e seus braços estavam cruzados. – Eu e Rixton terminamos por sua causa.
— , eu... – ela me interrompeu.
— Me deixa terminar. – eu assenti. – Eu e Rixton terminamos porque dois anos atrás, em um baile de caridade, uma garota me beijou. – eu franzi o cenho. – Essa garota me disse as coisas mais bonitas do mundo. Ela me disse que havia lido meus livros favoritos para ter algo com o que falar comigo. Ela escreveu uma música para mim. Ela me disse que preferiria mil vezes ficar há quilômetros de mim do que estar perto de mim e não poder falar comigo. Ela me disse que o meu sorriso era tão brilhante que seria capaz de iluminar Las Vegas por meses depois de um apagão. E que nada jamais a faria se sentir da forma em que ela se sentia comigo. – eu estava sentindo as lágrimas tomarem conta de meus olhos, me lembrando de cada uma das palavras que havia dito anos antes. – Ela citou o meu livro preferido, dizendo que assim como a Violet Markey, eu era todas as cores em uma em pleno brilho.
— Você lembra. – a encarei, vendo-a dar dois passos em minha direção e pegar as minhas mãos.
— Claro que eu me lembro. – ela sorriu. – Como eu poderia esquecer? Você virou meu mundo de cabeça para baixo. Mas o meu ponto é: eu estou apaixonada por você. E, se você me disser que não sente mais o mesmo, eu faço questão de aceitar a nossa amizade, assim como você fez por todos esses anos.
— Ah, por favor! – a encarei, rindo. – Vem cá.
Envolvi seu rosto em minhas mãos, acariciando suas bochechas por alguns segundos antes de me aproximar lentamente e finalmente encostar nossos lábios. Assim como a primeira vez que havia a beijado, meu coração explodiu em ansiedade. As borboletas em meu peito se reviraram, me fazendo sentir como se eu estivesse me derretendo contra os lábios de . Quando finalmente nos separamos, estávamos respirando fundo tentando normalizar a respiração.
— Então, você está pronta para ficar contra a sua mãe de novo? – me encarou, os olhos brilhando em esperança. – Porque eu não pretendo deixar ela te tirar tão fácil de mim uma segunda vez.
— Ela não vai. - eu sorri, entrelaçando nossos dedos uma vez mais antes de finalmente partir para dentro da mansão novamente.
Fim!
Nota do autor: Eu amo essas duas pp's, então eu preciso dizer que existem altas chances de eu escrever algo com elas novamente.
No mais, espero que vocês tenham se divertido com os pânicos da pp da mesma forma que eu, porque eu juro que dei umas risadinhas gostosas escrevendo.
É isso, nos vemos na próxima, pessoal.
Caixinha de comentários: A caixinha de comentários pode não estar aparecendo para vocês, pois o Disqus está instável ultimamente. Caso queira deixar um comentário, é só clicar AQUI
Outras Fanfics:
→ The Heir | Longfic - Em andamento
→ A Song About You | Longfic - Em andamento
→ The Roadie | Longfic - Em andamento
→ Under The California Sun | Shortfic
➺ 03. Centuries | Ficstape #031 - Fall Out Boy - American Beauty/American Psycho
Nota da beta: AAAAAAAAAAAAAAAAAAAA, EU AMEIIIIII! Você sabe que sou o surto em pessoa, então como NÃO surtar com essa fic? Perfeita demais, amei essas duas e eu AMEI esse amigo, meu Deus! Que trio maravilhoso e que mãe horrorosa, né? Arrasando como sempre, Nick 💙
Qualquer erro nessa atualização ou reclamações somente no e-mail.
No mais, espero que vocês tenham se divertido com os pânicos da pp da mesma forma que eu, porque eu juro que dei umas risadinhas gostosas escrevendo.
É isso, nos vemos na próxima, pessoal.
Caixinha de comentários: A caixinha de comentários pode não estar aparecendo para vocês, pois o Disqus está instável ultimamente. Caso queira deixar um comentário, é só clicar AQUI
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