Capítulo Único
Parecia que tinha esperado sua vida inteira por aquele momento.
O garoto pobre, da periferia de Dallas, no Texas, nunca tinha entrado em um avião durante sua vida inteira. O mais longe que havia ido, tinha sido até Austin, em uma excursão de escola... De ônibus.
Porém sempre foi dedicado. O rapaz sempre buscou ter as melhores notas possíveis. Revisava em casa toda a matéria dada em sala, e se sentia que aquilo era insuficiente, buscava mais informações na Biblioteca Pública Municipal de Dallas.
A dedicação na escola rendeu a , uma bolsa de estudos na Universidade de Dallas. Sempre se dedicando, o rapaz, que sonhou por toda sua em se tornar arquiteto, encontrou a oportunidade da sua vida em um cartaz praticamente escondido em um dos murais do campus.
“Estude na Europa.”
“Ganhe uma bolsa de estudos numa das mais prestigiadas universidades do mundo.”
“Chegou o momento do seu intercâmbio.”
acabou se interessando pelo cartaz. Anotou o link que estava no anúncio e correu para o laboratório de informática, afim de ter mais informações.
Era uma bolsa de estudos integral em Glasgow, na Escócia, que teria duração de um ano. Além disso, ele teria ajuda financeira para poder viver no país, e teria alojamento na própria universidade.
O único porém, era a passagem. Não estava incluída no programa. se afastou um pouco da mesa. Se ele não tentasse, ele não iria saber o resultado, e se por acaso ele passasse... Bom, se ele fosse aprovado na bolsa de estudos, ele daria um jeito de conseguir o bilhete aéreo... E um passaporte.
Seis meses depois, estava ele pela primeira vez no maior aeroporto do Texas. Sua única mala já havia sido despachada pela funcionária da companhia aérea que o levaria até o Velho Continente. Nas costas, uma mochila que levava muitos sonhos, e nas mãos, agarrado com força ímpar, como se eventualmente fosse se esvair pelos seus dedos, os papeis que permitiriam que aquilo se realizasse. Um bilhete aéreo e um passaporte.
As pessoas iam e vinham pelo imenso terminal. Com suas malas em punhos, elas passavam pela segurança e com frequência, ele conseguia ouvir o barulho do motor dos aviões.
Famílias inteiras se despediam. Eram abraços, lágrimas, risos, palavras ditas secretamente no pé do ouvido. A despedida não era fácil e mesmo que estivesse ansioso por aquilo, era algo que ele não estava preparado.
- ... – sua mãe, uma mulher que, com seus próprios olhos, nunca viu nada além de Dallas, o chamou, fazendo com que o filho mais novo olhasse para ela. – Na vida, você vai longe. Você sempre faz o que é o certo, você sempre se dedicou, e agora você está colhendo os frutos disso. Continue fazendo o bem, continue fazendo o que é certo. Você pode ir até onde sua imaginação chegar.
O fato da mulher falar aquelas poucas palavras para ele, foi o suficiente para que começasse a chorar. Era o filho mais novo. Seus irmãos nunca estudaram, nunca tiveram oportunidade. Ele era o primeiro a fazer uma faculdade, e também, o único a ter um passaporte.
- A senhora me incentivou desde o dia que eu cheguei em casa contando sobre essa bolsa de estudos. Quando eu não imaginava que eles um dia iriam aprovar meu projeto e me aceitar nesse intercâmbio.
- Eu sempre soube da sua capacidade – ela passou a mão no rosto úmido do rapaz. – Saiba que não importa onde você vai, você sempre pode voltar para casa.
Dizem que a primeira vez em um avião, é inesquecível. não conseguiu sentir medo. Seu coração estava tão acelerado, que não conseguiu dormir. Ele acompanhou todas as fases daquele voo de nove horas, até o país pertencente ao Reino Unido. Assistiu o nascer do sol pela janela do avião, e definiu que aquela era a mais bela vista que seus olhos tinham visto, se alimentou, foi ao minúsculo banheiro, assistiu diversos filmes, além de conversar com as comissárias.
De Dallas a Glasgow, ele jamais se esqueceria daquele momento.
Foi quando, com o dia já claro lá fora, que ele pôde finalmente ver o que estava escondido abaixo das nuvens. Uma zona rural, o solo cada vez mais próximo, e um aviso pelo rádio interno do avião.
- Tripulação, preparar para o pouso.
Logo em seguida veio o barulho de algo travando – os trens de pouso – e não demorou muito para que o baque contra o solo o fizesse chacoalhar um pouco, e a gravidade o empurrar para o fundo da poltrona, até o avião perder velocidade.
sentiu o corpo todo tremer e uma lágrima teimosa descer pelas suas bochechas quando a comissária chefe do voo, deu aos passageiros boas vindas a Glasgow.
Glasgow, Escócia. Estava a mais de sete mil quilômetros longe de casa, há seis fusos horários de distância, em um país onde ele não conhecia ninguém, e só por sorte, ele entendia a língua.
colocou sua mochila nas costas e seguiu o fluxo para fora da aeronave. Com as palavras de sua mãe em sua mente, ele estava pronto para começar uma nova fase da sua vida.
Just know wherever you go
You can always come home
O garoto pobre, da periferia de Dallas, no Texas, nunca tinha entrado em um avião durante sua vida inteira. O mais longe que havia ido, tinha sido até Austin, em uma excursão de escola... De ônibus.
Porém sempre foi dedicado. O rapaz sempre buscou ter as melhores notas possíveis. Revisava em casa toda a matéria dada em sala, e se sentia que aquilo era insuficiente, buscava mais informações na Biblioteca Pública Municipal de Dallas.
A dedicação na escola rendeu a , uma bolsa de estudos na Universidade de Dallas. Sempre se dedicando, o rapaz, que sonhou por toda sua em se tornar arquiteto, encontrou a oportunidade da sua vida em um cartaz praticamente escondido em um dos murais do campus.
“Estude na Europa.”
“Ganhe uma bolsa de estudos numa das mais prestigiadas universidades do mundo.”
“Chegou o momento do seu intercâmbio.”
acabou se interessando pelo cartaz. Anotou o link que estava no anúncio e correu para o laboratório de informática, afim de ter mais informações.
Era uma bolsa de estudos integral em Glasgow, na Escócia, que teria duração de um ano. Além disso, ele teria ajuda financeira para poder viver no país, e teria alojamento na própria universidade.
O único porém, era a passagem. Não estava incluída no programa. se afastou um pouco da mesa. Se ele não tentasse, ele não iria saber o resultado, e se por acaso ele passasse... Bom, se ele fosse aprovado na bolsa de estudos, ele daria um jeito de conseguir o bilhete aéreo... E um passaporte.
Seis meses depois, estava ele pela primeira vez no maior aeroporto do Texas. Sua única mala já havia sido despachada pela funcionária da companhia aérea que o levaria até o Velho Continente. Nas costas, uma mochila que levava muitos sonhos, e nas mãos, agarrado com força ímpar, como se eventualmente fosse se esvair pelos seus dedos, os papeis que permitiriam que aquilo se realizasse. Um bilhete aéreo e um passaporte.
As pessoas iam e vinham pelo imenso terminal. Com suas malas em punhos, elas passavam pela segurança e com frequência, ele conseguia ouvir o barulho do motor dos aviões.
Famílias inteiras se despediam. Eram abraços, lágrimas, risos, palavras ditas secretamente no pé do ouvido. A despedida não era fácil e mesmo que estivesse ansioso por aquilo, era algo que ele não estava preparado.
- ... – sua mãe, uma mulher que, com seus próprios olhos, nunca viu nada além de Dallas, o chamou, fazendo com que o filho mais novo olhasse para ela. – Na vida, você vai longe. Você sempre faz o que é o certo, você sempre se dedicou, e agora você está colhendo os frutos disso. Continue fazendo o bem, continue fazendo o que é certo. Você pode ir até onde sua imaginação chegar.
O fato da mulher falar aquelas poucas palavras para ele, foi o suficiente para que começasse a chorar. Era o filho mais novo. Seus irmãos nunca estudaram, nunca tiveram oportunidade. Ele era o primeiro a fazer uma faculdade, e também, o único a ter um passaporte.
- A senhora me incentivou desde o dia que eu cheguei em casa contando sobre essa bolsa de estudos. Quando eu não imaginava que eles um dia iriam aprovar meu projeto e me aceitar nesse intercâmbio.
- Eu sempre soube da sua capacidade – ela passou a mão no rosto úmido do rapaz. – Saiba que não importa onde você vai, você sempre pode voltar para casa.
Dizem que a primeira vez em um avião, é inesquecível. não conseguiu sentir medo. Seu coração estava tão acelerado, que não conseguiu dormir. Ele acompanhou todas as fases daquele voo de nove horas, até o país pertencente ao Reino Unido. Assistiu o nascer do sol pela janela do avião, e definiu que aquela era a mais bela vista que seus olhos tinham visto, se alimentou, foi ao minúsculo banheiro, assistiu diversos filmes, além de conversar com as comissárias.
De Dallas a Glasgow, ele jamais se esqueceria daquele momento.
Foi quando, com o dia já claro lá fora, que ele pôde finalmente ver o que estava escondido abaixo das nuvens. Uma zona rural, o solo cada vez mais próximo, e um aviso pelo rádio interno do avião.
- Tripulação, preparar para o pouso.
Logo em seguida veio o barulho de algo travando – os trens de pouso – e não demorou muito para que o baque contra o solo o fizesse chacoalhar um pouco, e a gravidade o empurrar para o fundo da poltrona, até o avião perder velocidade.
sentiu o corpo todo tremer e uma lágrima teimosa descer pelas suas bochechas quando a comissária chefe do voo, deu aos passageiros boas vindas a Glasgow.
Glasgow, Escócia. Estava a mais de sete mil quilômetros longe de casa, há seis fusos horários de distância, em um país onde ele não conhecia ninguém, e só por sorte, ele entendia a língua.
colocou sua mochila nas costas e seguiu o fluxo para fora da aeronave. Com as palavras de sua mãe em sua mente, ele estava pronto para começar uma nova fase da sua vida.
You can always come home
Fim.
Nota da autora: Olá pessoal! Obrigada por lerem mais um ficstape. Confesso que quando assumi essa música, esperava desenvolver algo melhor para ela, mas acabei deixando para me dedicar a outros projetos, assumi algumas responsabilidades, e foi isso que saiu. Espero que não se decepcionem e não me xinguem, hehe. Um beijo, Liih.
Fanfics mais recentes:
→ Me & U | KPOP > Super Junior (em andamento)
→ 03. Lie to Me | Ficstape > 5 Seconds of Summer - Youngblood (finalizada)
→ 11. Strangers | Ficstape > Jonas Brothers – Happiness Begins (finalizada)
→ Still Wanna Be... Corrupted | Especial The Lost Authors (finalizada)
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