Capítulo Único
— Sejam bem-vindos, calouros de 2016! — uma garota falou na frente de todos os novos alunos de Stanford. — Esses serão os melhores anos da vida de vocês, aproveitem muito! E, ah, preparem-se... Teremos uma festa de boas-vindas.
Encarei Luke, que sorria tanto quanto eu. Ele havia entrado na faculdade de Direito e eu havia conseguido uma bolsa em medicina, era incrível o fato de estar no curso dos sonhos com o melhor amigo, podia me considerar uma pessoa completamente sortuda. Nós viemos juntos para Palo Alto em uma viagem de quase doze horas, vindos de Phoenix. Stanford era o nosso sonho e finalmente havíamos conseguido mais uma etapa. Juntos.
— Estou tão feliz que estamos aqui, . — senti os braços do garoto em meus ombros.
— Nem acredito. Tem noção de que você vai ser um grande advogado? — gargalhei, bagunçando seu cabelo.
— E você? Vai virar médica!
— Alguém vai ter que cuidar desse seu fígado. — o garoto revirou os olhos, sorrindo. — Estou feliz por estar aqui com você, Luke.
— Eu também, . — escutamos um grupo de garotos da turma o chamando para conhecer o departamento de Direito. — Te encontro no nosso apartamento mais tarde, certo?
— Não faça com que eu me arrependa de ter aceitado dividir um apartamento com você. — apontei um dedo pra ele, que fez o mesmo e colocou um dedo na ponta do nariz, o nosso sinal único. — Te vejo mais tarde para irmos à festa.
O dia foi completamente cheio e animado, eu nunca estive tão feliz com a ideia de estar em uma faculdade. O campus era lindo e as pessoas não eram diferentes, eu adorava o fato de conhecer novos amigos. As pessoas do meu curso eram geniais, talvez um pouco competitivas, mas eu não ligava, provaria ser a melhor de outras formas.
Cheguei em meu apartamento, que era próximo ao alojamento do campus, graças ao GPS do celular, e a carona de um desconhecido que ia para o mesmo lugar. Luke me abandonou e eu estava me acostumando com o fato de não estarmos mais juntos o tempo todo como antes. E isso era algo delicado. Recebi uma mensagem do desnaturado dizendo que era para eu encontrar com ele na república onde aconteceria a recepção. Segundo ele, eu deveria conhecer os novos melhores amigos dele. Eu que lutasse.
Me arrumei, pegando o carro dele para ir ao local da festa — vantagens de ter um melhor amigo mão de vaca com a gasolina. Me perdi umas três vezes até acertar o lugar certo. A grande movimentação e a música alta denunciavam que o local era aquele; o campus com as suas fraternidades festeiras seriam uma grande distração. Deveria tomar cuidado. Demorei alguns minutos para achar Lucas.
— Onde você está? — perguntei, gritando no telefone. — Luke!
— ? — ele gritou do outro lado. — Estou te vendo!
— Onde? — parecia uma barata tonta procurando por ele, até vê-lo virado de cabeça para baixo em um barril de cerveja. — Deus do céu...
Me aproximei dos rapazes que gritavam animados enquanto contavam o tempo que o meu melhor amigo aguentava ficar daquela forma. Na hora que ele ficou de pé novamente, o sorriso animado e a cara de maluco indicavam que eu teria um enorme trabalho naquela noite; maldito pacto de melhores amigos. Recebi seu abraço caloroso e só comprovei minhas deduções.
— Pessoal! Essa aqui é a ! — ele chamou a atenção do grupo de meninos que sorriam e prestavam atenção em mim. — Minha melhor amiga. , esses são os meus novos amigos.
— Finalmente conhecemos a tal . — um dos garotos falou, indo até mim e me dando um abraço. — Sou Paul, também sou calouro.
— Prazer, Paul.
— Esses são Mike, Ryan, Quent, Robert e Henry. — cumprimentei a roda de calouros que estavam animados. Ah, pequenos bêbados. — Os veteranos estão chamando a gente para o batismo! Vamos lá!
— Luke, vai com calma. Bebe água. — puxei o meu amigo no canto antes de seguirmos para o local dos veteranos. Luke estava tão elétrico que tive que segurar o rosto dele e fazer com que ele encarasse meus olhos. — Lucas Murray!
— Vamos curtir, ! Não precisa ser tão careta hoje.
— Me diga isso amanhã quando você estiver indo para primeira aula de ressaca. — o puxei para irmos em direção ao abate. Quem está na chuva é para se molhar, certo?
— Então... Você veio de Phoenix? — Anders, a minha veterana, perguntou animadamente. — Sempre quis conhecer aquele lugar.
— Agora você tem onde ficar. — sorri. — É uma cidade perfeita.
— Com licença, ... — Ryan me cutucou. Me virei para ele, que demostrou estar completamente fascinado por Anders. A morena era um espetáculo mesmo. — Luke está lá dentro no banheiro, pediu para te chamar.
— Ah, homens... Sempre tão previsíveis. — Anders riu e bebeu sua cerveja. — Te vejo amanhã.
— É a minha deixa... Até amanhã! — Ryan ficou com a minha nova amiga enquanto eu ia em direção ao marmanjo que eu chamava de melhor amigo.
O percurso foi bem mais conturbado do que eu pensei, depois daquela entrada triunfal de bebermos uma dose batizada de um veterano — achei que fosse morrer por ser fraca —, contudo, foi mais tranquilo do que imaginei. Já Luke, ficou com os novos amigos enquanto eu fazia a minha própria recepção. Sabia que não daria certo deixá-lo encher a cara. Demorou alguns minutos para eu descobrir em qual banheiro o sem noção estava e quando eu o encontrei, quase gargalhei: era tão bom poder falar "eu avisei!"
— Você está horrível! — falei assim que o vi caído no chão do banheiro. Não tinha amigo algum com ele àquela altura. — Vem, vamos para casa.
— Eu acho que vou morrer. — ele falou antes de vomitar novamente. Fiz uma careta ao ver a cena. Estava acostumada com ele passando mal por conta da bebida.
— Vamos, levante... Vou achar água para você e depois a gente vai para casa. — tentei ajudá-lo a levantar.
— Você veio com o meu carro, né? Me diga que sim. — ele resmungou, se apoiando na parede. — Vamos achar a Sam, eu prometi que levaria ela para casa hoje.
— Quem diabos é Sam? — perguntei, tendo todo o peso dele em cima de mim. — Você nem consegue andar. Não vai levar ninguém para casa.
— Ela é a maior gata dessa faculdade, sério. — falou embolado. — Depois de você, é claro.
Não achava que descer escadas com um homem bêbado seria tão difícil. Muito menos ver que ninguém ajudava uma garota de um e sessenta que carregava um homem de um e oitenta e oito sozinha. Eu não deixaria Luke beber nunca mais. Quando chegamos no andar de baixo, o larguei no sofá para achar água. Ao menos ele se hidrataria. Em seguida, voltei e o peguei dormindo.
Mal sinal.
Péssimo sinal.
— Lucas. — o chamei. — Acorde, Luke! — bati no rosto dele. Joguei água. Gritei em seu ouvido. — Que merda, Lucas Murray!
— Precisa de ajuda? — escutei alguém perguntar atrás de mim. Me virei e dei de cara com uma pessoa que deveria ser presa simplesmente por ser maravilhosa e tirar minha atenção do meu amigo semimorto. Os olhos verdes, o sorrisinho de canto e a covinha eram apenas detalhes perto do corpo magnífico do indivíduo. — É o Luke?
— Ah... Sim, é. — foi a única coisa que consegui responder. O moreno se aproximou e o cutucou.
— É, ele apagou. — não me diga? — Sou , o veterano de batismo do cabeça fraca aqui. — o sorriso dele era ainda mais bonito. O conjunto todo deveria ser um crime. — Minha responsabilidade é cuidar dele até meu último dia do curso.
— Que bom... — "parece que você falhou um pouco na sua missão" falei mentalmente. — Preciso de ajuda para levá-lo ao carro.
— Você é a ? — sorri, concordando com a cabeça. — Luke falou muito de você, é um prazer te conhecer.
— Prazer, . — ele me abraçou. Não estava acostumada com afeto daquela forma. Ainda mais de um homem maravilhoso como aquele. — Onde está o carro? Eu o levo até lá.
— Você não sabe o quanto está me ajudando, . — falei, claramente aliviada por ter menos um problema.
O moreno puxou meu amigo em um segundo só, não parecia nem que estava se esforçando. As pessoas o respeitavam e davam espaço para que o garoto passasse, não era invisível. O caminho até o carro foi até que engraçado: era bem-falante e muito receptivo, coisa que eu não era. Totalmente o oposto de mim.
— Você estacionou longe, hein?
— Esse lugar é lotado demais, não foi fácil achar essa vaga. — respondi, rindo. Abri a porta de trás para que ele colocasse Luke. — Muito obrigada.
— Onde vocês moram? — ele perguntou. — Luke disse que mora nos apartamentos. Vocês moram juntos?
— Ah, sim! Alugamos um apartamento juntos. — respondi, fechando a porta do carro.
— Você não vai precisar de ajuda para subir as escadas? — ele arqueou uma sobrancelha, fiz uma cara de choro ao lembrar dos vinte e cinco degraus que teria de subir até o nosso andar. — Eu moro lá também. Posso ajudar você.
— Está tão cedo para você ir embora, nem se incomode! — o garoto sorriu novamente com as minhas mãos que se mexiam sem parar. — Eu me viro.
— Não é incômodo algum. Está na hora de eu ir também. — ele colocou a mão em minhas costas. — Vou pegar meu carro e encontro vocês no estacionamento... Ajudo a subir e colocar esse exagerado na cama.
— Você é o único dos amigos novos dele que ajudou. Fico feliz por saber que não são todos aproveitadores. — sorriu e abriu a porta do carro para eu entrar. Ele fechou a mesma em seguida e colocou o rosto na janela.
— Na minha vez, eu não tinha uma amiga para cuidar de mim... Não deixo isso acontecer com quem precisa. — concordei com a cabeça. — Além disso, Luke é o meu calouro, meu protegido.
— Bom saber, ...
— . — ele sorriu — .
— . — ri, dando partida no carro. — Quer carona até o seu carro? — o garoto tirou do bolso a sua chave e apontou para o carro preto estacionado do outro lado da rua. — Certo, te encontro lá.
— Não vou te deixar sozinha hoje, .
Faculdade Stanford
— Nunca pensei que fosse tão difícil ter em um mísero barzinho em plena época de provas! — Luke falou ao me ver entrando na boate próximo ao nosso alojamento da faculdade. Ri, tirando o sobretudo escuro, dando a visão para o vestido preto que eu ganhei de aniversário do meu melhor amigo. — Um brinde!
— Não é todo dia que você completa doze anos. — brinquei, lhe dando um abraço. — Olá, pessoal! — passei os olhos por toda a mesa comprida do bar, vendo cada rosto conhecido me encarar.
A maioria das pessoas ali eram os amigos que Luke conheceu no dia da recepção dos calouros, há quatro anos. Tantas coisas haviam acontecido desde então. Quatro anos depois daquele, err, trágico dia, eu estava cursando o último ano da minha faculdade de biologia e ciências humanas, para assim ingressar na faculdade de medicina.
Deixe-me explicar algo que, provavelmente você não sabia, mas que agora pode mudar sua vida: direito e medicina aqui nos EUA são cursos de pós-graduação. Ou seja, antes de você cursar um dos dois, precisa ter um diploma. Confuso, não? Pois é, é por isso mesmo que no momento eu cursava biologia e ciência. Luke, que pretendia ser um advogado, estava em seu último ano, cursando sociologia e filosofia. Bem chato, eu sei.
Mal podia esperar para começar, de fato, minha faculdade e residência logo. Era um longo caminho até eu me formar, eu sabia, mas eu escolhi passar por isso e não poderia estar mais satisfeita.
— Então, , cadê aquele menino, o... Como é nome dele mesmo? — Mellany, atual namorada de Luke e minha colega de classe, perguntou, como quem não queria nada.
— O Nick? Ele está vindo. Só precisou terminar um trabalho de física que tomou mais tempo que o esperado... Sabe como é, né, engenheiros! — revirei os olhos, sentando em uma cadeira vazia na frente de Luke.
Ambas as cadeiras ao meu lado estavam vagas também, como se fosse proposital. Ou só o universo rindo da minha cara mesmo.
Era muito bom me reunir com eles novamente. Desde que a faculdade começou a ser algo que sugava minha vida e energia, eu não saía muito de casa a não ser que fosse algo extremamente necessário, como o aniversário do meu melhor amigo. Claro que, com o Luke era diferente: eu ainda o via mais do que via meu próprio ficante, o Nicholas, até porque ainda morávamos no mesmo apartamento. Só às vezes que nos desencontrávamos por conta dos horários distintos, mas tínhamos criado um costume que acabou por virar nosso, como posso falar, laço de fortalecimento da amizade, que era jantarmos juntos todo domingo. Vinha funcionando bem desde que... Bom, desde que as coisas em grupo começaram a não dar mais certo e uma certa pessoa fez o favor de separar todos nós. Por nós, eu digo a panelinha que havia criado com Luke. Fizemos amizade com quase todos os alunos da universidade, o que tornou fácil para nós de escolher a dedo quem a gente queria ao nosso lado. E foi assim que criamos o grupinho mais legal da faculdade. Viajamos, festejamos, beijamos, fizemos besteiras... Tudo o que um universitário na flor da idade gostava. O único problema disso foi que, um dia, acabou; e não é só de festa que se vive uma pessoa madura...
Os primeiros meses de aula foram maravilhosos.
A primeira semana, basicamente, foi para conhecermos o campus, os professores, os colegas da turma e saber como funcionariam as aulas. Estava fascinada por Stanford. Luke poderia dizer o mesmo.
Foi depois disso que o bicho pegou: trabalho atrás de trabalho.
—... Aí o pegou e disse com aquela voz grossa "Mas se ela quiser, eu quero". Fiquei com ciúmes e bravo. — fez um bico dramático. Hoje era sexta-feira e como universitários eram sempre de dar muita festa e bebedeira, me propus a ir à uma que aconteceria no campus de direito com meu melhor amigo.
Me arrumei do jeito que pude e já não via a hora da festa acabar e eu poder ir para casa de novo. Mas, enquanto isso não acontecia, iria aproveitar a noite.
Umas horas depois
— ...Você rouba demais, ! — Luke jogou as cartas na mesa de casa, totalmente irritado por ter perdido mais uma vez para mim e para o meu parceiro: .
— Eu não roubei! Eu sou boa! — comemorei, batendo na mão do moreno na minha frente.
— Eu te conheço desde pequena, eu sei quando você mente!
— Mel, ensine o seu homem a ser mais esportivo. — falou. É, esqueci de comentar que Lucas tinha uma peguete nova, a Mellany.
— Luke, nós somos péssimos nisso e está tudo bem.
— Vou até para o meu quarto depois dessa afronta! — Luke resmungou, se levantando e pegando a garrafa de vodca. — Cansado de ladrões.
Wanna stay up and party the weekend away and not know when to quit
Wanna drive in the night till the end of the earth and go over the edge
Wanna wake up with you and say baby let's do it all over again
— Isso, vai lá e aceite a derrota. — sorriu e se sentou ao meu lado. Vimos nosso amigo ser escoltado por Mel enquanto dávamos risadas por ele ser péssimo em qualquer jogo. — Você é muito boa, ainda bem que escolhi você como parceira.
Explicando o que havia acontecido: decidimos não ir à festa e convidamos Mel e para vir beber e ficar de boa em casa. Parece que a festa nem fora tudo isso que estavam falando, segundo Mike.
— Não é à toa que eu sou a campeã do truco em Phoenix! — me gabei. O moreno revirou os olhos enquanto colocava os braços em volta do meu ombro. Me sentia à vontade com ele, que em pouco tempo se tornou uma das melhores pessoas de Stanford. — Até que você não é tão ruim!
— Não sou campeão em Chicago, mas sou bom também. — brincou, me fazendo rir. Coloquei a cabeça em seu ombro, ainda um pouco alterada por conta do álcool.
estava um ano na nossa frente, era veterano e podia dizer, com toda certeza, que era o melhor dos veteranos de Luke. Meu melhor amigo tinha várias escolhas ruins e isso não era nada fácil para mim: não podia impedi-lo de se aproximar de pessoas más, mas estaria ali se fosse necessário. Tudo ficou mais fácil quando apareceu, Luke o tinha como melhor amigo e éramos vizinhos de apartamento, a união ficou bem forte.
— Sabia que os jogadores de basquete estavam falando de você hoje?
— Sério? Que honra. — respondi, escutando-o bufar. — Espero que tenha sido elogiada por Mark Jens.
— O que vocês veem nesse idiota? — levantei a cabeça bem na hora que ele revirou os olhos, gargalhei naquele instante.
— Ele é gato! — o cutuquei, percebendo que estava de mal humor. — Não vem com essa, a Hanna arrasta um caminhão por você e é líder de torcida.
— Acha que eu ligo? — ele sorriu de canto. — Tem gente mais interessante que eu queria que arrastasse um caminhão por mim também.
— Tudo isso por causa desse seu ego de leonino. Céus, como odeio leoninos! — ele soltou a gargalhada que eu amava. Até fechou os olhos enquanto ria. — Quem quer que arraste o caminhão por você?
— Você, oras. — arregalei os olhos. Ele também.
Saiu tão naturalmente que nem o próprio esperava por aquilo.
— Eu?
— Não sei por que estamos surpresos, isso está tão na cara há tempos. — o garoto riu, balançando a cabeça. — Sim, . Você. Não fique surpresa, você sabe que eu sou completamente doido por você desde o dia que te vi cuidando do Luke no sofá da fraternidade.
— E esperou todos esses meses para me dizer isso? — coloquei as mãos na cintura.
— Você nunca deu nem um sinal, queria que eu estragasse tudo? — senti suas mãos acariciando minhas bochechas. — Não posso nem dizer que estou bêbado e por isso assumi. Simplesmente saiu. Acho que meu corpo não aguentava mais esconder isso.
— , seu burro! — gargalhei. — Eu achei que você me via só como amiga!
— Amigos também beijam, sabia? — revirou os olhos, segurando um sorriso. se aproximou de mim e meu coração parou por alguns instantes. — Podemos fazer isso,
— Não quero estragar o que a gente tem.
— Prometo a você que não vamos estragar. — nossas testas se encostaram e senti sua respiração próxima. — Confia em mim!
No minuto seguinte, nossos lábios se encontraram, terna e calmamente, parecendo que tentavam desfrutar ao máximo do primeiro toque que tiveram.
Foi melhor do que eu imaginava.
I swear I could give you everything
Atualmente
— ...E então, eu achei que você nem viria e... Alô, terra para ! — pisquei os olhos como quem saía de um transe, vendo Lucas estalando os dedos na minha cara. Eu sempre viajava assim quando estava cansada demais. — Você não ouviu nada do que eu falei, né? Mas que saco, , você precisa parar de viver no mundo da lua assim.
— Err, foi mal. Você sabe que eu saio de órbita quando estou cansada. Esse último semestre tem me matado e me feito estudar igual uma condenada.
— Entendível, eu também ando num estresse enorme. Só queria que as férias chegassem para eu passar um mês todo fingindo que não tenho um monte de trabalho para adiantar. — Mel disse, deitando a cabeça no ombro do meu melhor amigo.
Ela, mais do que ninguém, sabia o quão puxado era.
— Vixi, se está estressada assim é porque alguém não tá dando conta na hora H.
— Cala a boca, Mike! Você melhor do que ninguém sabe do que eu sou capaz.
— Aí, Lulu, não precisava espalhar para todos assim, né? — a mesa explodiu em risadas enquanto Luke ficava vermelho de vergonha.
Até que eu senti falta dessas brincadeiras, dessa energia e tranquilidade que só eles poderiam me oferecer.
— Mas eu achei que o caso de vocês já era assumido para o público! — falei, sorrindo.
Embora eu fosse uma pessoa um pouco fechada e que não demonstrava muito bem os sentimentos, eu gostava de sorrir verdadeiramente; mas meu sorriso começou a se desfazer no momento em que avistei uma cabeleira loira baixinha cruzando a porta de entrada do bar, ao lado de um moreno alto, cabelos meio compridos (na altura na orelha) e com alguns cachos. Antes mesmo que pudesse visualizar seus rostos, virei a cabeça para encarar meu melhor amigo à minha frente, que já me olhava com uma cara de pânico.
— O que eles estão fazendo aqui? — sussurrei pausadamente. Não que fosse surpresa para alguém que eu e não nos falávamos mais, ou que Hanna fora o grande motivo do nosso afastamento.
— , você sabe que eu não tenho esco...
— Boa noite, pessoal! — assim que aquela voz aguda e estridente chegou aos meus ouvidos, me levantei num pulo, não quebrando o contato visual com meu melhor amigo.
— Eu preciso de uma bebida. — falei, sem nem olhar na cara dos dois.
Sai em disparada para o bar/balcão do lugar, não sem antes dar uma leve esbarrada no homem alto que, com certeza, me encarava.
Infantil, eu sei, mas eu priorizava minha saúde mental, e ela me obrigava a fazer coisas desse tipo.
— Olá, eu quero uma dose dupla de tequila, por favor!
Assim que a dose chegou e eu virei de uma vez, meu celular apitou, significando que alguém havia me mandado uma mensagem. Era Nick.
Quando eu falava que o universo ria na minha cara, ninguém acreditava. Mas estava ali a prova disso: ele não viria mais.
— Mais duas doses duplas de tequila, por favor. — ouvi alguém ao meu lado falando e sorri ao perceber se tratar de Mellany. — Você só volta para aquela mesa quando estiver bêbada, é uma ordem!
— Mel...
— Sem Mel, hoje você pode!
— Obrigada. — sussurrei para ela.
— Eu não posso afirmar com todas as palavras que eu entendo o que você deve estar sentindo, porque eu nunca passei por algo parecido, mas eu tento me colocar no seu lugar e ver que, caralho, se fosse eu, já teria ido embora.
— Que ódio. Que ódio. Que ódio — eu repetia, andando de um lado para o outro na praia, em Los Angeles. Estávamos em uma viagem de amigos.
— Vai fazer um buraco no chão se continuar assim. — Hanna ajeitou os óculos escuros enquanto tomava sol. — Eu te falei que não era tão confiável quanto você imaginava.
— Não estou brava por isso, estou brava porque o Luke escondeu isso de mim! — me referia à saída escondida dos dois, onde constatamos que ambos foram para uma boate de strippers com os garotos da faculdade.
— Imagine o meu ódio, ! — Mel, namorada de Lucas, falou enquanto amassava uma prova. — Eu odeio os garotos do curso deles, todos tem o rei na barriga e ainda nem fazem Direito! Como se quando eles se formarem fossem ser os melhores profissionais.
— Calma, Mel! Também não é para tanto. — Hanna tentou acalmar a situação. — Não é como se eles tivessem feito alguma coisa.
— Então por que você enviou aquelas fotos para a gente? — Mellany retrucou. Minha amiga não gostava da outra tanto quanto eu gostava. — E, para completar, eu ainda nem sei onde aquele imbecil está! Como você conseguiu aquelas fotos?
— Já disse que Dave enviou para me fazer ciúmes. — ela e Dave tinham um caso, mas todos sabíamos que ela não gostava dele. — Vou comprar água, já volto.
— Aproveita e compra vergonha na cara.
— Mellany! — a repreendi.
— O quê? Faz tempo que essa garota está tentando prejudicar a gente, só você não percebe!
— Você implica demais com ela, Mel. — me sentei ao seu lado. — Ainda bem que ela nos avisou sobre a boate.
— Ainda bem por quê? Eu estou com raiva de Luke pelo fato dele ter saído escondido e não me avisado, mas confio no meu namorado e sei que ele nunca me trairia. — ela ligou novamente para o meu melhor amigo. — Ela está tentando fazer a gente achar que eles nos traíram! Essa garota é um demônio.
— Você está sendo cruel. Sabemos que eles nos respeitam, mas deveriam ter nos avisado.
— Já passei da fase de ter raiva dos garotos, me resolvo com Luke depois. Não darei o gostinho de vitória a ela. — encarei a garota, que ajeitou os óculos. — Mas é bom você abrir os olhos, ela quer a todo custo pegar de você. Só você não percebe isso.
Algumas horas se passaram e eu decidi voltar para o hotel. No fundo, eu sabia que Mel tinha razão, só que era difícil ir contra isso. Não queria acreditar que Hanna fosse desse jeito, afinal, ela me acolheu nos primeiros dias e se mostrara uma pessoa super confiável; até descobrir que havia se interessado por mim. era conhecido, bonito e chamava a atenção. Hanna e eles já tinham um passado juntos, contudo, ela deveria ter superado. Eu e ele estávamos juntos há algum tempo e o que tínhamos não era algo explicável. Simplesmente nos amávamos.
Entrei em meu quarto e fui direto para debaixo do chuveiro, deixando a água quente escorrer pelo meu corpo e respirando fundo para tentar esquecer os meus problemas. Me assustei ao sentir um braço me envolvendo por trás, me fazendo virar e dar de cara com aqueles olhos verdes que tanto me causavam sensações maravilhosas. Ele havia entrado no nosso quarto e eu nem tinha escutado.
— Está cheirando a stripper. — me virei de costas para ele. já estava sem roupa quando entrou no box. Aquilo poderia ser uma péssima distração.
— Como sabe que eu entrei na vida de stripper apenas para conseguir mais dinheiro? — ele brincou. Segurei um sorriso para não dar o braço a torcer. — Linda, ontem nós só fomos para o bar, Dave e os meninos foram para o local de stripper e acabaram se envolvendo em brigas por causa de dinheiro na hora de pagar. Luke e eu fomos lá apenas para resolver tudo. Deixamos nosso rim lá e voltamos a pé. — senti sua boca encostando em meu pescoço. — Não aconteceu nada. Eu juro.
— Eu sei que não aconteceu nada. — respirei fundo. — No fundo, eu acredito em você.
— Te odeio por ser tão compreensiva. — sorri de canto, sentindo suas mãos acariciando meu corpo novamente enquanto seus lábios beijavam meu pescoço. — Me desculpe por não te avisar.
— Sorte sua que não sou a Mellany.
— Luke está completamente ferrado. — ele riu. — Como vocês ficaram sabendo disso, afinal?
— Hanna nos mostrou fotos. — senti o rapaz bufando. Virei para ele esse estava revirando os olhos.
— Ela não cansa de causar discórdia, né?
— Foi Dave que enviou as fotos para ela. — expliquei.
— Pelo jeito ela esqueceu de dizer o resto da história, do jeito que Dave é cachorrinho dela, deve ter contado tudo e ela só disse a vocês o que convém. — foi a minha vez de acariciar o seu corpo. — Cuidado, .
— Vamos esquecer isso. Não precisamos nos estressar por causa de besteirinha. Temos coisas melhores para fazer.
You can take it, you can take it, take it
I don't need my heart
You can break it, you can break it, break it
I just can't get too much of you, baby
It's never, it's never enough
Never enough
It's never enough
Never enough
C'mon
Atualmente
— É, acontece. Na verdade, eles não têm culpa, eu quem preciso superar e seguir em frente. — respirei fundo, tentando colocar meus pensamentos e sentimentos no lugar para que pudéssemos voltar para a mesa.
— Não fale isso, . O que aconteceu mexeu com você, é entendível esse sentimento. Você não é obrigada a fingir que as coisas estão okay, que isso não afeta você. É um sentimento humano, a mágoa, sabia?
— Sim, é humano... Mas deixa as pessoas fracas. E, nesse momento, a última coisa que eu quero, é parecer fraca.
— Você é uma das pessoas mais fortes que eu já conheci, !
Olhei para minha amiga, cheia de emoção e lágrimas nos olhos, a abraçando como pude.
— Vamos voltar? Acho que já estou melhor!
Viramos uma última dose de tequila e seguimos para a nossa mesa. Adivinha qual não foi minha surpresa ao ver que estava sentado na cadeira ao lado da minha?
— Você está legal? — quis socar a cara do Luke ali mesmo, mas não cairia bem por ser seu aniversário.
— O Nick não vem, ficou preso no trabalho lá que ele tem que entregar segunda. Sabe como é, librianos...
— Poxa, que coisa chata. Pensei que seria um role de casais...— respirei fundo umas três vezes para conter o sentimento ruim que me apossou assim que ouvi aquela voz sendo direcionada a mim. Cheia de maldade e duplo sentido.
— Pois é, uma pena um dos casais ter sido criado na base da inveja e traição. Com licença, vou ao banheiro. — nem cheguei, de fato, a sentar na cadeira, seguindo direto ao banheiro feminino para respirar.
Foi quando eu levantei a cabeça para me olhar no espelho que eu percebi o quão bêbada eu já estava começando a ficar. Dei uma risada alta, rindo da minha própria desgraça e situação, achando graça em algo que só uma pessoa alcoolizada acharia. Mas, no momento em que o gás do riso acabou, as lágrimas me atingiram em cheio, fazendo eu borrar toda a maquiagem que lutei para fazer.
Mas meu choro não durou muito, visto que alguém entrou no banheiro que eu esqueci de trancar, me obrigando a limpar a cara sem nem me preocupar de ver quem estava ali. Mas assim que eu olhei para o reflexo da pessoa pelo espelho, meu coração parou só para depois voltar a bater em ritmo acelerado. E tudo o que eu tentava esquecer veio à tona.
A festa de aniversário que meus amigos organizaram estava com mais gente do que eu imaginava. Mel, Luke e disseram que organizariam algo pequeno, mas a gente sabia que não seria. As vantagens de conhecer todo mundo, era ganhar muito presente pelo menos.
— Parabéns, !
Alguém falou e eu sorri enquanto agradecia. Logo senti outra pessoa me abraçando, já estava ficando perdida com tantas pessoas.
— Bebe! — Hanna apareceu me entregando um copo. — Comemorando mais um ano juntas!
— Obrigada, Hanna. — sorri, abraçando-a. — Viu os meninos? Mel?
— A Mel está no quarto com Luke. estava no banheiro.
— Vou procurar ele. Nos encontramos já. — deixei-a falando sozinha. Não o encontrei por algumas horas.
— Finalmente encontrei vocês dois. — falei quando Luke saiu do quarto todo bagunçado. Mel sorriu e me abraçou. — Curtindo a festa?
— Estava melhor no quarto. — Lucas riu. — Cadê o ?
— Não o vi ainda. Ele também não atende. Estou ficando preocupada.
— Ele deve ter ido buscar bebida. — Mel deu de ombros. — Vou tentar ligar para ele também.
Do nada, começamos a escutar um movimento estranho vindo de um dos quartos. Com toda certeza era alguém sendo flagrado pelado. Começamos a rir ali mesmo, tentando não ir em direção à aglomeração.
— Quem será que não trancou a porta dessa vez? — Luke perguntou, rindo.
— Ainda bem que dessa vez você trancou. — Mel virou o copo.
— Como você se sente tendo ganhado um chifre de presente de aniversário? — um rapaz perguntou, apontando o celular na minha cara.
— , você é corna!
— Que merda você está falando, Josh? — Luke deu um tapa na cabeça do moreno.
— está com a gostosa da Hanna no quarto.
Encarei Mel, que tentou me segurar, mas foi em vão. Eu precisava ver com meus próprios olhos.
Enquanto todos me zoavam e gritavam, eu só queria chorar pela vergonha e por não acreditar naquilo. Mas tudo mostrava que era verdade. estava colocando as calças e a camiseta enquanto Hanna se cobria com o lençol quando cheguei no quarto.
— .
— Que merda é essa? — perguntei, me tremendo.
— Não é nada disso que você está pensando. — segurou minhas mãos.
— Admita que você cedeu e me quis, ! — Hanna se levantou, ficando atrás dele. — Me desculpe, amiga. Não conseguíamos nos controlar mais.
— Não me chame de amiga. — falei entredentes, tentando avançar nos dois. — Vadia do caralho.
— Ele sempre me quis. — ela falou, me fazendo ser segurada por Luke.
— Nunca mais olha na minha cara. Suma da minha vida. — falei entredentes enquanto empurrava . — De todas as maneiras que você podia me magoar, essa foi a pior delas.
— ...
— Não me chame mais assim, você perdeu esse direito!
— , as coisas teriam se resolvido tão facilmente se você tivesse aceitado me ouvir... Que droga. Olha como está sendo difícil para nós agora só porque você é cabeça dura.
— Você, na verdade, me pareceu estar muito mais do que bem. Trazendo essa... Mulher, na festa do MEU melhor amigo.
— Ele é meu melhor amigo também...
— Exatamente, você deveria ter mais empatia e...
— Eu não vim aqui para brigar. Vim para ver como você estava!
— Já viu, eu estou muitíssimo bem como você pode notar. — dei um sorriso irônico, com os olhos ainda borrados por conta da maquiagem e do breve choro. — Se me dá licença...
Antes que eu pudesse passar por ele e sair do banheiro, sua mão agarrou meu braço, apertando mais forte do que deveria (ou eu estava bêbada demais para perceber).
— Eu... Queria me despedir. — e lá estava eu, à beira de um penhasco.
— Se despedir?
— Eu ‘tô indo embora de vez da sua vida, ... Recebi uma proposta de estágio em outra cidade que eu não poderia desperdiçar.
— E Hanna?
— Nós terminamos ontem à noite, mas não oficialmente. Ela não aceitou o fato de não ser motivo o suficiente para eu ficar...
— Isso foi muito egoísta, na real. O que você viu nessa menina?
— O que eu não pude aproveitar em você...
— Você me tinha na palma das mãos, e mesmo assim preferiu ela. Não venha dar uma de coitado agora.
— Você sabe que as coisas não foram simples assim, ! — me olhou com um olhar sugestivo, que dizia muito mais do que palavras.
É, eu tinha em mente que não era a pior pessoa do mundo e tudo o que aconteceu fora obra daquela cobra que ele chamava de namorada, mas ainda assim ele não foi homem o suficiente para me falar o que havia rolado e, quem sabe, consertar as coisas entre a gente.
Por muito tempo eu lutei contra esse sentimento, temendo cair da graça por conta de um homem de 190cm e um sorriso de tirar o fôlego, mas, na real, esse tempo que ficamos longe só serviu para reprimir essas emoções, fazendo com que um dia explodisse tudo de uma vez.
— Você disse que queria se despedir... — nessa altura do campeonato, eu estava sendo movida a 50% pelo álcool e 50% pelo tesão, não sendo uma combinação boa. Escapei de sua mão, só para ficar na ponta dos pés e alcançar sua orelha com a minha boca. —. ..Então use a dignidade que te faltou quando eu fui embora.
Assim que falei essas coisas, dei uma leve mordida em sua orelha que pareceu ter despertado todos os sentidos possíveis de , que me empurrou em direção à porta do banheiro. Antes mesmo de sentir minhas costas ser pressionada na madeira, ouvi um click da maçaneta. Trancada.
O penhasco, por um momento, se tornou um oceano, onde eu mergulhava em águas profundas, não sabendo o que encontraria lá embaixo.
Mas eu estava disposta a descobrir.
O choque que senti quando nos beijamos foi algo mágico: cheio de saudade, tesão acumulado e raiva. Beijar depois de tanto tempo e depois de tudo o que eu passei para tentar superar, foi como um tiro em meu coração e em meu ego, mas estava alterada demais para pensar sobre isso. Que eu acordasse no dia seguinte culpando a bebida.
Por conta da diferença gritante de altura, ele foi obrigado a me guiar para a pia, me colocando sentada rapidamente para ficar ao menos mais acessível. Não tínhamos esse problema quando era na cama...
— Você tem certeza disso, ?
— , cala a porra da boca antes que eu mude de ideia e me beija.
Sem tempo para conversinha fiada, o trouxe para mais perto ao entrelaçar as pernas em seu quadril, me aproveitando da situação e dando mais fricção às nossas intimidades. Céus, como eu senti falta disso! Como não tínhamos muito tempo a perder, já que sentiriam nossa falta na mesa, não fiz questão que ele tirasse meu vestido, e muito menos sua própria blusa, apenas abri o cinto de sua calça enquanto ainda o beijava ferozmente. segurava meu rosto com as duas mãos, guiando nosso selar, já que eu estava ocupada demais tentando me livrar das peças de roupa que nos impediam de ter o que queríamos, mas foi quando a sua mão deslizou pelo meu corpo e ele forçou um dedo em minha intimidade ainda coberta pela calcinha, que eu comecei a ofegar, mordendo meu lábio inferior com força para não gemer alto demais. Apesar de que a música do bar abafaria, mas não queria arriscar. Me levantei na pia brevemente para tirar a peça íntima e, quando sentei novamente, dois de seus dedos já faziam o trabalho de me preparar para o que estava por vir, me fazendo cravar as unhas em suas costas ainda cobertas pela camiseta. Sua boca cobriu a minha novamente quando fiz menção de que ia gemer mais alto que o necessário, iniciando outro beijo cheio de significados e saudade.
— ...— pedi, num misto de súplica e impaciência.
Assim que sentiu que eu já estava molhada o suficiente, o moreno tirou uma camisinha de sua carteira e puxou para fora, se vestindo rapidamente, nem me dando a chance de apreciar aquela visão que eu tanto gostava. Não tínhamos tempo para isso. E sem aviso prévio, me penetrou de uma vez por todas, arrancando um gemido alto de concordância e alívio de ambos. Depois de um tempo imóvel, para aproveitar o momento que ambos sentíamos falta, começou a se movimentar gradativamente, segurando forte na pia de mármore com uma mão e minhas costas com a outra. Minhas pernas faziam seu trabalho, o puxando para mais perto sempre que podia, enquanto com uma mão eu me estimulava e com a outra eu abraçava seus ombros, dando mais suporte para nós dois. Nem mesmo a batida de alguém na porta fora o suficiente para nos parar, dando mais impulso e velocidade ao homem que já suava e soltava murmúrios desconexos de olhos fechados. Por um momento, virei minha cabeça e encarei o espelho, vendo a incrível pintura que só nós dois seríamos capazes de colorir desse jeito. Vendo a cena que até mesmo Leonardo Da Vinci invejaria e pediria para fazer uma arte. E isso tudo só me deu ainda mais impulso, fazendo com que eu me movimentasse com mais precisão, mesmo sentada, clamando e mirando no meu próprio prazer. E quanto senti mais duro e fundo que o normal, quando as respirações já estavam mais rápidas de que quando se corre uma maratona, quando minhas pernas começaram a tremer e a dar leve espasmos, eu percebi que o fim estava próximo.
— Não... Não faça isso! — soltei, sem nem me dar conta do que poderia significar.
— Isso... O quê?
— Não me deixe!
Sussurrei, minutos antes de jogar a cabeça para trás e gemer arrastado, chegando ao meu clímax da forma mais dolorosa e melancólica possível: com a sensação de adeus.
estocou mais algumas vezes antes de se deixar levar e gozar na camisinha, me dando um selinho longo e cheio de significado, onde não precisávamos falar nada sobre o que tinha acabado de acontecer. E, por um momento, o choro de antes pareceu querer voltar, mas agora por outras razões.
— Eu nunca tive a intenção de te deixar, !
E lá estava ele, o monstro que habitava a parte mais escura e profunda do oceano. O monstro que, por muito tempo, eu fingi para mim mesma que não existia: o amor!
You can take it, you can take it, take it
I don't need my heart
You can break it, you can break it, break it
I just can't get too much of you, baby
It's never, it's never enough
Never enough
Fim
Nota da autora: Esperamos que vocês gostem dessa história super fofinha baseada nessa música incrível da 1D. Que casal fogoso, hein? Nós, Millena e Marina, escrevemos isso nos 15 minutos do segundo tempo, mas deu tudo certo. Obrigada pela paciência, Lala! Não esqueçam de recomendar e comentar a história. Deixa o coração das autoras quentinho. Beijos, Mari e Mi.
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