Fanfic Finalizada

Capítulo Único

A gritaria das crianças eufóricas no intervalo da escola abafava os cochichos das professoras. As três mulheres debatiam a vida amorosa e sexual de , que abriu para que as amigas pudessem lhe aconselhar de alguma forma. Brian, o namorado de longa data, nunca fora muito carinhoso ou romântico, mas com o passar dos anos, aquilo pareceu afetar a namorada muito mais do que no início. Era apenas conformada com a realidade, passando a acreditar que as paixões intensas e ardentes que via nos filmes e lia nos livros não passavam de ficção, e que na vida real, nenhum relacionamento duradouro era daquele jeito.
━ Você não pode ser conformista desse jeito, . ━ Uma delas falou. McKenna era muito mais direta do que a outra.
━ Não é conformismo. ━ June tentou defender a amiga. ━ Ela está em sua zona de conforto. É difícil sair disso. Eu sei bem.
As duas se olharam de maneira cúmplice. June também esteve em um relacionamento complicado e foi difícil sair, apesar de todos os pontos negativos e sinais de alerta. O caso dela era ainda pior.
━ Eu ainda acho que se você sugerisse algo para apimentar a relação, talvez acendesse alguma coisa nesse homem. Parece que está morto.
━ McKenna!
━ June lhe chamou atenção, mas riu. Um riso baixinho, um pouco entristecido.
━ Que tipo de coisa eu poderia sugerir?
━ Alguma aventura sexual. Tipo sexo no carro.
━ McKenna falou. June revirou os olhos.
━ Algo que seja mais a sua cara, . ━ June tentou.
━ Blá, blá, blá… ━ McKenna debochou, de maneira infantil.
━ Um jantar romântico num restaurante chique, ━ June sugeriu.
━ Sexo no carro, no elevador, ━ McKenna voltou a sugerir, implicando com a amiga.
━ Uma viagem para um lugar legal…
━ No provador de roupas, na varanda de casa…
━ Talvez até algo sexual, como a McKenna está dizendo, mas nada que seja demais porque não combina com você.
━ June tentava ser sensata, enquanto McKenna revirava os olhos. ━ Também não precisa fingir ser o que não é para agradar o Brian.
━ Sexo numa rua escura e deserta!
━ McKenna disse, como se fosse uma brilhante ideia.
━ Por favor, nada que te faça ir presa, . ━ June falou e as duas riram da outra.
O sinal tocou, interrompendo a conversa delas. Era a hora de voltar com o sorriso no rosto, a voz doce e o jeitinho meigo de tratar seus pequenos. Para , aquilo era natural, para as outras duas, havia algum esforço em parecer uma professora de ensino primário. Apesar de amar o que fazia, foi difícil para a professora se concentrar no trabalho pelo resto do dia. Sua mente estava a mil por hora, e o coração ansioso para chegar em casa.

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Para sua infeliz surpresa, Brian a recebeu da mesma maneira fria de sempre. lhe deu um beijo na bochecha, ele sequer se moveu. Continuou com os olhos fixos no celular - ou televisão, jornal, qualquer coisa parecia mais interessante do que virar o rosto e retribuir o beijo de sua namorada. Como todos os dias, toma seu banho, vai até a cozinha preparar algo para comer, assiste um pouco de tv ou lê um livro, quando não tem algo para corrigir, depois vai dormir. Naquele dia, a sua rotina foi interrompida
Estava na cozinha quando ouviu a voz de Brian chamá-la. Levou um susto, mas sorriu com a novidade. Eram dez anos de namoro, seis morando juntos. A rotina sempre esteve estabelecida, mesmo sem nunca terem tido uma conversa para acertar as coisas. Simplesmente aconteceu e ambos seguiam à risca. Ele tinha um sorriso diferente, parecia animado, ou ansioso, como se preparasse para dizer algo. , por um momento, cogitou ser um pedido de casamento. Não seria romântico como ela sempre sonhou, ali na cozinha deles, ela vestida com o pijama e o cabelo preso para o alto, mas ao menos o pedido viria. Parecia bobo, mas sonhava com isso desde os catorze, quando o conheceu e se apaixonou por ele.
, eu… Andei pensando… ━ Começou mal. O sorriso no rosto dela murchou na mesma hora. ━ Pensando na gente. ━ O sorriso voltou ao rosto, mais sutil dessa vez. ━ Não me leve a mal, é que… Sabe como estamos sempre nessa rotina entediante. suspirou, frustrada. Não tinha mais sorriso, de novo. ━ Estive pensando em algo para que nossa relação fique…
━ Mais interessante?
━ Ela perguntou, de uma vez. Não sabia mais se deveria sorrir ou não. Quer dizer, ele chamou o namoro deles de entediante, e ela concordava com ele, mas era doloroso ouvir. Mas, apesar disso, ele disse estar pensando neles, o que poderia ser um bom sinal, certo?
━ Não queria usar essa palavra, mas… Bem, não consigo pensar em outra. ━ Brian soltou um riso baixo, um tanto sem graça. assentiu com a cabeça, tentando absorver o que ouvia.
━ O que você pensou? perguntou, forçando um sorriso. Brian deu alguns passos na direção dela, segurando suas mãos e a olhando nos olhos. Geralmente tinham aquele tipo de intimidade apenas na cama, ou quando estavam na frente de outras pessoas.
━ Não foi ideia minha. ━ Era mentira, mas ela não teria como saber. ━ Um amigo do trabalho disse que passou pelo mesmo com a esposa, e eles foram em um lugar que… Eles fizeram uma troca de casais.
arregalou os olhos. Tirou as mãos do contato com as dele, e começou a andar pela cozinha.
━ Amor, espera! ━ Brian tentou. Ele não a chamava de amor há anos. ━ Não fica brava comigo. ━ Ele pediu, puxando-a pela cintura e lhe dando um beijo na bochecha. Virou o corpo dela para que pudessem se olhar. ━ Se você não topar, eu vou entender. Eu só queria que a gente voltasse a ser como antes.
Como antes?, ela pensou. Eles nunca foram muito intensos e apaixonados. Talvez nos primeiros anos, quando eram adolescentes, vivendo o primeiro amor, mas ela mal se lembrava de como eram. Como uma troca de casais poderia ajudá-los nisso? era uma leitora voraz, e já havia lido todo tipo de romance, até eróticos. Nunca viu algo assim funcionar. Pelo menos, não quando o casal já era morno como eles. Como uma cena de filme, ela viu uma pequena McKenna em seu ombro, sussurrando que topasse, porque ela toparia. Do outro lado, ouviu June sussurrar que ela não fingisse ser o que não era, e não concordar com algo que a deixaria desconfortável. Certamente ouviria June, se a situação fosse outra. Mas andava sendo ela mesma nos últimos anos e não estava funcionando. Talvez fosse a hora de ser um pouco mais ousada como McKenna. Podia ouvir a amiga celebrando e mostrando a língua para June, como quem diz “minha ideia venceu”.
━ Amor, ━ Brian retomou, quando a viu perdida em pensamentos. ━ eu juro que só cogitei isso pensando no bem do nosso namoro. Pensando…
━ Eu topo.
o cortou. A voz desanimada, mas decidida. Claramente não estava confortável, mas Brian era insensível demais para notar seu tom de voz, ou seu sorriso cabisbaixo. Ao invés disso, ele abriu o sorriso mais animado que ela já viu.
━ Jura? Amor… ━ Ele a puxou para um beijo. Vários selinhos em seus lábios e por todo o seu rosto. Parecia ter recebido a melhor notícia de seu dia. De seu mês. De seu ano! ━ Eu posso… Ver os detalhes?
━ Sim. Me avise com antecedência, por favor.
━ Ela continuava sem ânimo, e ele continuava a não perceber. Ou não se importar.
━ Claro! Nossa, eu… Eu te amo. ━ Era quase da boca para fora. Gostava dela, e o “eu te amo” fora verdadeiro. Mas soava como um “eu te amo por me permitir fazer isso” e não como um “eu te amo” deveria soar. Com um beijo ardente que ele nunca dava nela, se afastou e voltou para sala, foco total em seu celular. suspirou, e voltou a seguir sua rotina.

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Levou menos de uma semana para encontrarem um dia que ambos estariam disponíveis. Brian estava insuportavelmente ansioso, mal falava de outra coisa, vez ou outra perguntando o que queria e pretendia. Perguntava se ela queria escolher, se queria assistir ou não, o que iria vestir, e coisas do tipo. Outra pessoa poderia cogitar que ele fizesse tantas perguntas e acertasse os detalhes por estar pensando na namorada e querendo que ela se sentisse confortável. Na verdade, ele só queria uma desculpa para falar do assunto e fantasiar sobre o dia, enquanto não chegava. Ele sequer foi sensível o suficiente para notar o quão desconfortável ela estava, ou a forma como ela respondia de má vontade, muito menos notou o tom de voz cabisbaixo toda vez que falavam do assunto. Ou notou e não se importou, o que era ainda pior.
O sábado amanheceu ensolarado. notou que Brian não estava na cama. Acordou cedo, tomou café e saiu para correr, como se pudesse ficar mais sarado com alguns minutos de exercício. A mulher, por outro lado, embora tivesse a sensação de que poderia desistir a qualquer momento, e sequer sabia se teria mesmo algum envolvimento com outro homem quando chegasse a hora, passou o dia cuidando de si. Dos cabelos, do rosto, da pele. Tentava melhorar a autoestima com cuidados consigo mesma, quem sabe isso pudesse ajudar.

˛ ⠀ * ⠀ 𓂅 ⠀

Do outro lado dessa história, temos , que não tem ideia de como foi parar ali. Na verdade, ele sabia bem, a confusão tinha nome: Zoey. Sua melhor amiga desde que consegue se lembrar, os dois eram quase como irmãos, e quando ela lhe surgiu com a proposta, ele odiou. Austin era o loiro, alto e sarado que ela conheceu na academia e jurava ser o amor de sua vida; devia ter o quinto “amor de sua vida” naquele ano. Mas de todas as desventuras que teve de enfrentar para acompanhar Zoey em alguma jornada para o “amor de sua vida”, aquela era, definitivamente, a mais estranha e audaciosa.
━ Você me deve uma, Zoey. ━ Ele reclamou, estacionando o carro próximo ao lugar onde iriam.
━ Mais uma? ━ Ela debochou, rindo. ━ Bota na conta que um dia eu pago.
━ Dessa vez me deve uma bem grande. Quero só ver se isso der merda…
━ Ele saía do carro, dando a volta para encontrá-la do outro lado.
━ Não tem como. É só ficar do meu lado e fingir que é meu namorado. As pessoas já acham que somos, quando veem a gente juntos.
desistiu de argumentar. Ele conhecia Zoey o suficiente para saber que aquilo não levaria a lugar nenhum. Ou melhor, os levaria diretamente para onde estavam indo, aquela mansão que era tão linda quanto bizarra. Não em sua aparência, mas por saber que o casal que ali morava gostava de fazer aquele tipo de festinha. Disseram uma tal senha na entrada, que ela descobriu ouvindo conversas de Austin com um colega na academia. Entraram de mãos dadas, os olhos de águia de Zoey procurando pelo atual amor de sua vida.
Os dois melhores amigos, que estavam fingindo ser namorados, não haviam notado ainda, o rapaz com os olhos brilhando como se estivesse num parque de diversões e a moça tímida mexendo na ponta da trança que caía pelo seu ombro. e Brian estavam completamente deslocados, embora ele achasse que estava fazendo um bom trabalho em fingir estar acostumado. Nenhum deles sabia como agir ou como se aproximar de alguém, então apenas ficavam parados, observando, esperando algo acontecer. E logo aconteceria.
Zoey finalmente encontrou Austin, e o sorriso animado no rosto murchou assim que viu que ele e a namorada já haviam encontrado um outro casal para trocar por aquela noite. Quem a conhecia bem, sabia que ela podia ser bastante insistente, até conseguir o que quer, mas até a sua teimosia tem limite, e ele havia chegado no momento em que percebeu que seria humilhação demais chegar e interromper os quatro, que já se dirigiam para um dos quartos.
━ Podemos ir embora agora? perguntou, observando a cena.
━ Nem pensar. ━ Zoey pegou a mão dele de volta e o puxou. ━ Não vim até aqui à toa.
━ Mas Zo… Se a ideia era você dar uns beijos no tal do Austin, e ele já está com outra, vamos embora e você tenta outro dia.
━ Eu já superei o Austin. Quero um outro amor, agora.

Ele revirou os olhos, mais uma vez desistindo de retrucar. Então os olhos ferinos de Zoey encontraram os de Brian, que poderia ser o pior namorado do mundo e, a esse ponto, você que está lendo já não deve ir muito com a cara dele, mas por Deus… como ele era bonito! Alto, sarado, os braços definidos ainda escondidos debaixo do blazer. Os olhos azuis, o sorriso de dentes brancos e perfeitamente alinhados, a boca naturalmente rosada. Era a aparência perfeita para esconder o perfeito idiota que era. Zoey puxou o melhor amigo pelo pulso até o casal, que nem parecia um, tão afastados que estavam. Ela e pareciam mais um casal do que os outros dois, que realmente eram um.
ainda olhava em volta, tentando entender o que se passava na cabeça daquelas pessoas para agirem com tanta naturalidade. Ele podia jurar que ouvia gemidos vindo de um dos quartos, e os outros conversavam na sala como se falassem sobre alguma notícia que viram no jornal, mas provavelmente estavam acertando detalhes sobre a troca de casais. Céus, ele também passaria por isso, logo que Zoey encontrasse o seu alvo! Ele havia se esquecido disso. Mas mal teve tempo de se sentir constrangido com a ideia, quando sentiu o puxão de Zoey e pararam, ele olhou para frente e seus olhos encontraram os dela.
também o encarava, surpresa com a aproximação decidida da garota que o puxava. Eles se encararam pelo que pareceu uma eternidade, causando um misto de sensações em ambos. Desconforto, curiosidade, interesse, nervosismo. Tudo foi jogado para debaixo do tapete, por um tempo pelo menos, quando ouviram a voz de Zoey interromper o silêncio entre os quatro.
━ E aí, como rola isso aqui? ━ Perguntou de uma vez, sem rodeios, porque ela era assim.
━ Também não sabemos. Nossa primeira vez. ━ Pelo sorriso safado de Brian, ela pensou que ele já fosse experiente no negócio.
━ Então tá, acho que… Bom, primeiro, tem interesse? ━ Zoey baixou os olhos, fitando o próprio corpo, como se convidasse Brian a passear com os olhos pelo corpo dela para analisar. Não precisou que ele respondesse verbalmente, o sorriso animado dele já dizia tudo. teve de se conter para não surtar de ciúmes. Ninguém mais havia notado o seu incômodo, exceto .
━ Quais os seus termos? ━ Brian perguntou, então todos olharam para , que ficou ainda mais desconfortável e apertou os braços contra o próprio corpo.
━ Eu… Não sei. Olha, vamos acabar com isso. Procurem um quarto, eu vou para outro… ━ Zoey a interrompeu.
━ Não vai querer assistir?
━ Zoey!
━ Foi quem lhe chamou. ━ Eu também não quero. ━ Os outros dois achariam que era por ciúmes da suposta namorada, mas ele só não queria ver a menina que enxergava como uma irmã transando com alguém.
━ Está bem. Te encontro depois. ━ Zoey depositou um beijinho carinhoso na bochecha de , e puxou Brian pelo pulso. preferiu nem olhar para onde foram.
Quando estavam sozinhos, desviou o olhar, pensando que se o ignorasse ele iria embora. Levou alguns minutos olhando-a um pouco mais, e pensou mesmo em desistir e esperar por Zoey no carro. Talvez devesse convidá-la, já que ela parecia igualmente desconfortável. Queria tanto falar com ela, saber o nome dela, o que estava sentindo e o que a levou até ali. também estava curiosa, mas jamais daria o braço a torcer.
━ Eu sou o . ━ Ele começou. Ela o olhou pelo canto do olho, ainda de braços cruzados e virada para o lado oposto.
. ━ Apresentou-se, friamente.
O silêncio entre eles foi interrompido por gemidos ainda mais altos. Ele não resistiu a uma risada, ela só ficou de olhos arregalados e as bochechas coradas.
━ Isso também é estranho para você, não é? ━ Ele perguntou, ela apenas concordou com a cabeça. ━ Vamos procurar um lugar mais isolado. Tem um segundo andar, será que podemos ir?
━ Não faço a menor ideia.
━ Ela riu baixinho.
━ Esqueci que é sua primeira vez também.
━ É…

Mais um silêncio entre eles. Os gemidos voltaram a incomodar. Os dois fizeram uma careta e pareceram ansiosos para sair dali.
━ Quer arriscar? ━ Ele perguntou, erguendo a mão para ela, o olhar apontando para a escada que dava para o segundo andar. pensou em recuar, mas não tinha como ficar pior. Esticou a mão, tocando a dele e deixando-se levar até o outro andar.

˛ ⠀ * ⠀ 𓂅 ⠀

O segundo andar era igualmente enorme. Estavam em um corredor comprido com várias portas. Quanto mais iam para o final, mais abafados ficavam os gemidos, e isso era um alívio para ambos. Curioso e cheio de coragem, começou a abrir as portas e descobrir que nem todos eram quartos. Havia também um banheiro enorme, um escritório e uma biblioteca, o que chamou a atenção de .
━ Quer entrar? ━ Ele perguntou, ao notar o rostinho empolgado dela. Com um sorrisinho tímido, ela confirmou com a cabeça, e ele deu abertura para ela passar, entrando logo depois.
━ Muitos livros de advocacia.
━ Não é o que esperava?
━ Gosto de ficção. Esse tipo de leitura não é para mim.

Ficaram em silêncio mais um pouco. observava os livros, e ele observava ela. Nem conseguia disfarçar o quão encantado estava com a beleza sutil e delicada da moça. Ele se recostou em uma mesa, com o corpo relaxado, despreocupado, e decidiu puxar assunto. Sabe-se lá quanto tempo passariam ali, não queria ficar naquele silêncio. Ele era extrovertido e falante o suficiente, não precisava ficar tão tímido perto dela.
━ O que você faz da vida, ?
━ Eu sou professora.
━ Ele ergueu as sobrancelhas, em surpresa. Poderia jurar que ela trabalhava em escritório, quietinha e sem muita interação social. ━ Lidar com crianças é mais fácil. ━ Como se pudesse ler os pensamentos dele, ela respondeu. ━ E você, , o que faz da vida?
━ Pode me chamar de , por favor. Chamar pelo nome é sério demais.
━ Ele dizia rindo, como se brincasse, mas realmente detestava ser chamado pelo nome completo.
━ Tudo bem… . ━ Ela corrigiu, sorrindo.
━ Eu sou tatuador. ━ Ele respondeu, ela franziu o cenho.
━ Jura? Não parece…
━ Ah, é porque eu estou todo coberto.
━ Ele se referiu ao suéter. ━ Mas meus braços são cheios de tatuagem.
━ Ah… Entendi…
━ Ela disse, meio sem jeito, tentando ignorar a voz dentro de si que gritava pedindo que ele mostrasse as tatuagens. Não queria parecer oferecida, mesmo considerando o lugar e situação onde estavam.
━ Quer ver algumas? ━ Ele perguntou, dessa vez parecendo que foi ele quem leu os pensamentos dela.
━ Ah, pode… Pode ser. ━ Deu de ombros, tentando parecer casual, como se não estivesse morrendo de curiosidade para saber como ele era por baixo de tanto pano.
se manteve onde estava, mais perto dos livros, e longe de . Cruzou os braços por puro instinto, como fazia quando se sentia tímida, acuada, por mais que o rapaz estivesse sendo completamente educado e respeitoso. Ele tirou o suéter que usava e o apoiou em uma cadeira. Revelou os braços bem definidos na regata branca, que usou apenas por insistência de Zoey. “Você tem que parecer sexy quando tirar o suéter”, ela dizia. Riu baixinho ao se lembrar disso. Mesmo sem entender, riu junto, só de ver o sorriso bonito dele.
━ Bom, essa daqui foi a primeira de todas. ━ Apontou para uma pequenininha, que se perdia no meio daquele mar de tinta na pele dele. ━ E essa aqui foi a primeira que eu mesmo fiz. ━ Apontou para outra no outro braço, também pequena.
━ Você tatuou você mesmo?
━ É, foi no início, estava praticando.
━ Não tinham muitas cobaias, imagino?
━ Ela brincou, e ele concordou com a cabeça.
━ Essa daqui eu fiz quando estava bêbado. ━ Tentou mostrar outra, do lado de dentro do braço. Percebeu-a semicerrando os olhos, com dificuldade para enxergar, então arriscou. ━ Eu… Posso? ━ Perguntou, meio sem jeito, se podia se aproximar. Ela concordou com a cabeça.
━ Devia estar mesmo bêbado para fazer uma tatuagem assim. ━ Ela disse, entre risadas, quando ele já estava perto o suficiente para que ela conseguisse ver. Mudou o sorriso e quase gaguejou quando percebeu o que havia dito. ━ Quer dizer, não quis soar rude. Os traços são bonitos, é que…
━ A ideia é meio idiota.
━ Ele completou a frase.
━ Eu não diria idiota, eu diria… Criativa. ━ Os dois riram juntos. ━ O tipo de criatividade que uma pessoa embriagada tem.
━ Pode crer.
━ Ele completou, e os dois ficaram em silêncio por alguns segundos, se encarando, mais de perto. Antes que o clima ficasse esquisito, ele voltou a falar, não querendo regredir o pequeno avanço que fizeram. ━ Eu já tive outras ideias geniais, como essa fatia de pizza em cima do skate, mas estão no corpo de meus amigos.
━ Ah, é? Me conta sobre essas ideias geniais.
━ Ela falou num tom quase desdenhoso, mas o sorriso indicava a brincadeira. Cruzou os braços, enquanto esperava-o falar.
━ Uma banana em um trampolim, galinha de óculos de sol, um Pikachu comendo nachos… ria a cada palavra dita, imaginando as tatuagens e quase pedindo para ver uma foto delas. Não parecia um pedido estranho, mas ainda se sentia retraída em dizer certas coisas perto dele. ━ … e o Deadpool com o vestido da Marilyn Monroe.
━ Deadpool de Marilyn Monroe?
━ Aquela cena do vestido branco. Levou várias sessões, mas a ideia surgiu quando a gente bebeu.
━ Para quem gosta de tatuagem, deve ser legal ter um amigo tatuador.
━ Como assim “para quem gosta”? Você não curte tatuagens?
━ Eu acho lindo, e gostaria de ter uma, mas nunca tive algo que significasse o suficiente para que eu quisesse marcar na minha pele, entende?
━ Ah, entendo…
━ Ele fez uma pequena pausa dramática, balançando a cabeça como se compreendesse. ━ Bem, a minha fatia de pizza em cima de um skate significa muito mesmo para mim. respondeu, sem conseguir manter a expressão séria por muito tempo.
━ Bobo… empurrou-o de leve, enquanto ambos riam.
Apesar de estarem em um ambiente desconfortável para ambos, conseguia disfarçar um pouco melhor. E não querendo estragar o clima bom que os dois começavam a construir, ele não deixava mais espaços de silêncio que pudessem gerar algum constrangimento. Perguntou mais sobre o trabalho dela, falaram sobre ideias de tatuagens, o que gostavam de assistir, de escutar, de fazer no tempo livre. O rapaz quis perguntar o motivo de ter aceitado estar ali se não queria, mas ele percebeu que ela não falaria de algo tão pessoal, então respeitou. Apesar de curioso, e da quase certeza de que ela aceitou apenas para agradar o namorado. Não caiu muito no papo de que a ideia partiu dela.
Havia um frigobar no canto do cômodo, então ele sugeriu que brincassem de “Eu nunca”, mas com água, que era a única bebida que tinha. Começaram a se conhecer melhor. descobriu que já caiu de um cavalo, nunca quebrou um osso, mas já pegou carona com uma estranha em uma festa. descobriu que já foi expulso de uma festa, enviou flores para uma garota que o rejeitou, e tinha uma cicatriz de quando entrou pela janela em seu quarto após sair sem permissão dos pais.
━ Eu nunca… beijei mais de três bocas em uma festa. ━ Ele disse, então bebeu o líquido. Ela não bebeu, e ele ergueu as sobrancelhas. ━ Nunca? Sério?
━ Eu nunca beijei nenhum outro cara além do Brian.

E com essa revelação, deixou o queixo cair, incrédulo do que ouvia. Sabia que poderia facilmente aproveitar o momento para alguma investida, mas antes precisava entender melhor o terreno em que estava pisando. Será que ela havia dito aquilo com intenção de que ele flertasse com ela, ou estava apenas conversando?
━ Ele começou.
━ Pode me chamar de . ━ Ela disse, e ele prosseguiu.
… Você está claramente desconfortável de estar aqui, então por que você aceitou vir aqui? respirou fundo, pensando por onde começar.
━ A ideia foi minha, na verdade. ━ Mais uma vez, o queixo dele caiu, surpreso pelo plot twist. apenas não queria que ele pensasse tão mal sobre Brian, mesmo sabendo que não tinha porquê tentar aliviar a barra dele. ━ Eu queria agradar o Brian, apimentar a relação. Foi ideia de uma amiga, depois que sugeri, não consegui voltar atrás.
━ Você sugeriu esperando que ele fosse negar?
━ Ele deduziu, ela apenas balançou a cabeça confirmando a teoria. Bem, se fosse verdade que a sugestão tivesse partido dela, realmente esperaria que o namorado negasse e a poupasse daquele tormento. ━ Estranho, porque… tem tantas formas de apimentar uma relação. ━ Ele completou, dando de ombros.
━ Tipo como? ━ Ela perguntou, inocentemente. também não tinha maldade em seu comentário, mas ao ouvir a pergunta dela, foi difícil não se imaginar aproveitando da situação para se aproximar e, além de falar, demonstrar. Por sua vez, só queria mesmo dicas, ouvir alguém além de suas amigas. Melhor: ouvir a opinião de outro homem.
Um pouco sem graça, ele começou perguntando como era a rotina deles, com que frequência o casal fazia sexo. Foi surpreendido ao saber que era muito raro, e que nas poucas vezes que acontecia, era simples, sem ardência, sem paixão, sem novidades. Com as bochechas coradas, respondeu às perguntas, pensando se havia sido mesmo uma boa ideia começar com aquele assunto. Ele questionava a si mesmo como uma mulher linda, inteligente e interessante como ela se prestava a continuar em uma relação daquelas. A forma como ela falava de Brian era fria, impessoal, como se declarasse nas entrelinhas que estava com ele por costume, comodismo, carinho pela história deles, medo de ficar sozinha, e qualquer outra motivação que não fossem as que realmente deveriam importar.
━ Geralmente as pessoas tentam apimentar as coisas entre quatro paredes, antes de abrir a relação assim.
━ A gente não abriu a relação. É só… só por hoje.
━ Era quase inocente o seu tom, de quem acreditava que aquilo resolveria mesmo os problemas do casal. ━ E eu também não saberia como.
━ Como o que?
━ Ele sabia o que ela quis dizer, mas queria ouvi-la admitir em voz alta. Ela revirou os olhos, cruzando os braços, antes de responder.
━ Como apimentar as coisas só entre a gente. ━ Sussurrou. Ela até tinha ideias, só lhe faltava coragem.
━ Falta criatividade ou coragem? ━ Ele perguntou, instigando, com uma das sobrancelhas erguidas. E, mais uma vez, ela não precisou dizer com todas as letras, porque ele entendeu.
━ Falta experiência. ━ Ela admitiu, o que também era verdade. Faltava-lhe ousadia para tentar, mas a inexperiência lhe deixava ainda mais insegura.
E ali surgia mais uma oportunidade, que dessa vez ele não deixou escapar. O sorriso que surgiu no cantinho dos lábios de foi impossível de conter, aproximando-se dela a passos lentos, enquanto ela dava alguns para trás. As costas encontraram a estante, fazendo-a parar.
━ Ela sussurrou, ele a interrompeu.
━ Eu não vou encostar em você, se não quiser. ━ Ele informou, quando já estava perto demais. Queria tocá-la, é claro, mas não deixaria seu desejo falar mais alto do que a vontade dela. ━ Mostra para mim como você chega nele quando quer transar. ━ Ela arregalou os olhos.
━ Não vou fazer isso.
━ Eu não posso te ajudar se eu não souber como você funciona.
━ Como eu funciono? Eu sou uma máquina agora?
━ Você entendeu.

Os dois ficaram em silêncio, se encarando. ainda não conseguia dizer o que sentia por estar tão perto dele. Era desconcertante e assustador, especialmente pelo assunto que falavam. Mas será que o incômodo que sentia era realmente por quase ser possível sentir sua respiração, ou porque ela estava se odiando por desejar estar ainda mais perto? Era péssimo que considerasse aquilo traição, quando seu namorado estava no andar de baixo comendo outra mulher.
━ Vamos… ━ Ele falou baixinho, incentivando-a. Ela suspirou fundo, como faz toda vez que precisa de coragem para coisas que deveriam ser simples.
━ Olha, eu… ━ Ela começou, ele a cortou.
━ Não precisa justificar nada. ━ Ele garantiu.
Mais dois curtos passos e ela podia finalmente sentir o hálito quente dele. repousou uma mão no ombro dele, erguendo um pouco o corpo, ficando na pontinha do pé e lhe dando um beijinho na bochecha, depois o encarando nos olhos com um sorriso curto, de lábios fechados. deixou escapar um riso, e ela fechou a cara.
━ Que foi? ━ Ela perguntou.
━ Você dá um beijo na bochecha do seu namorado quando quer transar?
━ Não, eu beijo a boca. Mas não vou beijar a sua.
━ Então não posso te ajudar.
━ Ele deu com os ombros e ameaçou sair de perto, mas ela o puxou pelo braço. O impulso deixou os dois mais perto do que já ficaram naquela noite.
━ Me ajuda. ━ Ela pediu, baixinho. Ele pensou em deixar para lá, não queria piorar as coisas. Mas ele a queria tanto… E, depois de alguns segundos de silêncio, apenas se encarando nos olhos, ele quebrou o silêncio.
━ Enrosca o meu pescoço.
━ Que?
━ Ela tentou indagar, ele a olhou feio, como um professor que chama atenção de uma aluna. Ela suspirou, mas passou o braço suavemente pelo pescoço, puxando-o para ainda perto.
━ Dá um beijo no meu queixo. ━ Ela obedeceu, mas deu um beijo rápido. Por puro nervosismo, é claro. Ela era boba demais para perceber que o jeito mandão como ele falava era o que mais a estava excitando. ━ Agora geme baixinho para mim. ━ Ele sussurrou, involuntariamente soando mais sexy. Ela sentiu os pelinhos da nuca se arrepiarem, mas a sua reação foi arregalar os olhos. respirou fundo, e soltou um gemido fraco, forçado. ━ Isso foi falso. ━ Ele rapidamente identificou.
━ Eu não… ━ Ela tentou, mas ele a surpreendeu, soltando o braço dela ao redor de seu pescoço.
━ Assim… aproximou os lábios do queixo dela, deixando um beijo demorado, que misturava carinho e desejo. Ela fechou os olhos involuntariamente, enquanto ele a segurava com força pela cintura, puxando o corpo feminino para colar ao seu. A forma brusca como ele a puxou de surpresa, arrancou um arfar de , que soava quase como um gemido. Ela abriu os olhos a tempo de ver o sorriso satisfeito no rosto dele. ━ Isso sim é um gemido de verdade. Agora vamos tentar de novo.
━ E-eu? F-fazer isso?
━ Ela perguntou, ainda receosa, e ele apenas assentiu casualmente com a cabeça. envolveu o braço em seu pescoço, puxando-o para mais perto, com muita delicadeza e pouca atitude. Na pontinha do pé, ergueu o rosto para dar o beijo demorado no queixo dele, então soltou um gemido de satisfação, baixinho, que ele só conseguia ouvir pela proximidade dos dois. Quase sem pensar, ele levou a mão até a cintura dela, puxando-a contra si.
━ Muito melhor. Agora sim um cara consegue entender que você quer transar, ao invés daquele beijinho sem graça. soava quase orgulhoso pela aluna que aprendera tão rápido.
━ Mas eu… Eu não quero transar com você. ━ afirmou, mas ainda abraçada a ele.
━ Tudo bem. ━ Ele deu com os ombros, fingindo não se importar, mas o sorrisinho confiante no seu rosto indicava que ele sabia que ela estava mentindo, e que tinha planos para que ela mudasse aquele discurso logo. ━ Vamos continuar.
━ Tem mais?
━ Ela perguntou, abaixando os calcanhares no chão, e retirando a mão do pescoço dele.
━ Desliza a sua mão no meu cabelo. disse, com aquele jeito mandão que ela odiava estar adorando, então ela fez o que ele disse. ━ E aperta minha nuca. ━ Ela fez, todo o tempo o encarando nos olhos, sem ter a noção do quão sexy aquilo era. ━ Encosta o seu ouvido na minha boca. ━ Desviou o olhar quando se aproximava, fazendo o que ele pedia. deslizou a mão por baixo de sua blusa e a apertou na cintura, sentindo o quão quente a pele da mulher estava. ━ Tem certeza que vai deixar a noite acabar assim? ━ Ele sussurrou no ouvido dela, arrepiando todos os pelos de seu corpo. ━ Se deixar eu te tocar de verdade… Eu te boto tonta.
━ Ela arfou, sem perceber que cravava as unhas de leve na nuca dele.
━ Enrosca o meu pescoço. ━ Ele pediu de novo, e ela o fez rapidamente, deslizando os dedos e apertando o ombro dele. ━ Não queira pensar em nada. ━ Ele pediu, ainda sussurrando em seu ouvido. Começou a distribuir beijos por seu maxilar e pescoço, enquanto a mão que estava na cintura subia a blusa dela, com muita cautela, como se estivesse lidando com um animal indefeso e assustado. ━ Esquece lá fora. ━ E ele não queria que ela corresse. ━ Não pensa em nada. ━ Foi a última coisa que disse, enquanto ela sentia os dedos dele deslizarem por sua pele ao tirar a blusa por completo.
afastou um pouco o corpo para que ele terminasse de tirar a blusa, e no momento em que a peça de roupa deixou de cobrir sua visão, ela o encarou. Seu olhar estava diferente. Ainda parecia levemente assustada, como há alguns minutos, mas talvez fosse a forma como seus olhos passeavam pelo rosto dele, ou como mordeu o próprio lábio ao encarar os dele. Aproveitando o único segundo de coragem, o agarrou pelo pescoço e selou os lábios aos dele, num beijo cheio de urgência que há anos ela não dava em Brian. jogou a blusa dela longe, e tornou a agarrá-la pela cintura, igualmente desejoso.
Com apenas o sutiã cobrindo o seu busto, ele podia tocá-la sem nada impedir que suas peles tocassem. passeou com os dedos nada delicados por suas costas, pressionando a lateral da cintura dela, enquanto subia até onde estava o sutiã. Antes que tivesse tempo de pedir para retirá-lo, ela pareceu desejar ter a mesma liberdade que ele estava tendo. Sentiu as mãos dela descerem numa brusca velocidade até a barra da camiseta, e puxou-a para cima numa rapidez que o surpreendeu. A peça de roupa logo teve o mesmo destino das outras, e tirou alguns segundos para apreciar a bela visão do corpo bem definido que ele estava escondendo debaixo da camiseta branca.
Com a ponta dos dedos, ela passeou pelo abdômen e cintura, vagarosamente indo até o tórax. A boca entreaberta parecia prestes a babar, se não fosse ele aproximar o rosto e beijá-la novamente. Dessa vez, o beijo que começou calmo não evoluiu, ela afastou o rosto e retirou as mãos da nuca dele, segurando-o nos braços como quem tenta afastá-lo, mas não consegue; tanto porque ele não deixa, quanto porque, no fundo, ela não o queria longe.
━ Eu não… ━ Ela parou para engolir a saliva, nervosa. ━ Não sei se consigo…
━ Shh!
━ Ele a interrompeu, o polegar pressionando os lábios dela para que se calasse. Voltou a se aproximar, sussurrando contra o rosto dela. ━ Há um minuto você disse que nem queria transar comigo.
━ Mas eu não…
━ Ela tentou, mas foi interrompida de novo.
━ Foi você quem me beijou. ━ Ele se defendeu, com um sorrisinho esperto. Encostou a testa na dela, obrigando-a a erguer o olhar e fixá-lo nos olhos dele, enquanto fazia um carinho na cintura dela. ━ Eu te disse para não pensar em nada, não é?
━ Eu não consigo. Não paro de pensar no…
━ Ela ia dizer o nome do namorado, mas ele a interrompeu com um selinho.
━ Deixa eu te ajudar. ━ Outro selinho, e outro. Depois um beijo no canto dos lábios, e no outro. ━ Posso? ━ Não iria agir se ela negasse, mas o aperto na cintura feminina e o trajeto de beijos que distribuía por seu maxilar indicavam o quanto ele queria que ela dissesse sim.
━ P… ━ Ela quase não conseguiu dizer, quando sentiu os lábios dele alcançarem o seu pescoço. ━ Pode. ━ Sussurrou, quase sem forças para falar.
deslizou as mãos até a base da bunda, impulsionando para levantar o corpo da mulher. Por instinto, ela ergueu as pernas e entrelaçou nas costas dele. A biblioteca onde estavam tinha algumas poltronas, e também um sofá, além de uma mesa um pouco comprida e com algumas cadeiras. Era residencial, é claro, mas enorme, e parecia disponível para receber uma boa quantidade de pessoas. Continuou com os beijos no pescoço dela, enquanto dava alguns passos à frente, apoiando-a em uma poltrona. desenroscou as pernas da cintura dele, ainda com a cabeça jogada levemente para trás, sentindo os beijos descerem até seu colo.
O tatuador cessou os beijos para fitá-la nos olhos, posicionando a mão por debaixo do joelho da mulher, erguendo a perna lentamente e a apoiando no braço da poltrona. engoliu em seco ao perceber o que iria acontecer ali. Parecia tortura demorar tanto, mas ele estava se deliciando com as reações dela: a boca entreaberta, o olhar ansioso, a respiração ofegante, os dedos esbranquiçados de apertar o braço da poltrona onde estava. Com um sorriso cheio de más intenções, ele deslizou os dedos pela perna dela, coberta pela calça jeans. “Quem ainda usa calça jeans de cós baixo em pleno 2022?”, podia ouvir McKenna dizendo, mas naquele momento veio tão a calhar, quando sentiu os dedos dele brincarem na cós, próximo ao botão, enfiando a ponta de um dos dedos. A provocação fez com que encolhesse a barriga, e puxasse o ar com força, prendendo-o logo depois.
━ Respira… ━ Ele sussurrou, percebendo que ela prendeu o ar por alguns segundos. Ela suspirou devagar, ele soltou uma risadinha e continuou.
As mãos alcançaram os sapatos dela, retirando os coturnos sem muita cerimônia, logo voltando sua atenção para o cós de sua calça. Abriu o botão e o zíper com uma calma que era completamente oposta a ansiedade que percorria pelo corpo de ambos, mas enquanto era péssima em disfarçar o quanto o queria dentro dela, desempenhava o papel de cara tranquilo, como se estivesse fazendo algo comum, cotidiano.
━ Não faz isso comigo. ━ Ela quase suplicou, baixinho. Não só porque estava já pulsando de desejo, mas porque tinha medo de que ainda pudesse desistir.
Sem querer que isso acontecesse, tratou de se apressar, puxando a calça pelas pernas dela, sempre mantendo o olhar preso no rosto dela. A professora, por outro lado, fechava os olhos em alguns momentos, ainda tímida. A calça tomou o mesmo destino das outras peças de roupas jogadas em diferentes partes do chão da biblioteca, quando ele pôde tirar alguns segundos para se questionar se a escolha da calcinha havia sido ideia dela também. Ele não iria saber, mas foi um presente de Brian que ela quis guardar para uma noite especial, que nunca conseguiu ter. No fim das contas, o presente estava sendo muito bem usado por outro homem que a desejava como ela merecia.
Deslizando as mãos pelas coxas agora desnudas dela, alcançou a calcinha para tirá-la, com mais agilidade dessa vez. Ainda mantendo os olhos nela, não querendo perder um segundo de suas reações, caiu de boca naquele paraíso entre as pernas dela. A língua umedecia toda a extensão da boceta já molhada dela, e enquanto outras mulheres poderiam ditar como fazer ou onde chupar, parecia não conhecer tão bem o próprio corpo, então coube à desbravar e descobrir do que ela gostava. Tentava pôr em prática as dicas de Zoey, a ponta da língua fazendo círculos, antes de escorregar e chupar como se beijasse a boca. O gemido baixinho que escapou dos lábios de indicava que ele havia descoberto a intensidade da chupada.
Enquanto uma das mãos segurava-a pelo calcanhar na perna estendida no braço da poltrona, garantindo que ela continuasse aberta, a outra que apertava sua coxa deslizou até sua entrada, penetrando devagar com um dos dedos e movimentando devagar, para dentro e para fora, antes de inserir um segundo. A língua quente continuava a lubrificar a vulva, movimentando-se rapidamente para cima e para baixo, no mesmo ritmo dos dedos. Os olhos presos no rosto dela, a testa começando a suar, as bochechas vermelhas, a respiração ofegante, pressionava os próprios seios. Ela já não controlava mais os gemidos, que aumentavam o tom cada vez que a língua dele tocava no ponto certo. Realmente fazendo o que ele havia pedido: “não pensa em nada”.
Percebendo que ela estava para alcançar o seu ápice, continuou os movimentos, apertando-se mais contra a carne dela quando sentiu os dedos dela empurrarem sua cabeça. O quadril dela se movimentava, como se pedisse por mais contato, como se fosse possível, então o corpo enrijeceu, os dedos dos pés se encolheram, e de sua garganta saiu o gemido mais forte e intenso que se lembrava de já ter dado em sua vida. O corpo caiu mole na poltrona logo depois, só então ela percebeu que puxava com certa força os fios de cabelo de .
Não sabia se por instinto ou felicidade, ela abriu um sorriso, e ele fez o mesmo ao notar. Os olhos deles se encontraram, e ele pôde notar que mais uma vez a forma que ela o olhava era diferente. Ela não parecia mais um animal indefeso e assustado como quando ele se aproximou da primeira vez, como se tivesse mudado de presa para predador em poucos minutos. O que o tesão e o orgasmo haviam feito com ela? Não sabia dizer, e nem queria descobrir. Só queria deixar que aquilo a dominasse, fazer com que ele sentisse o mesmo, e sentir aquilo de novo, e de novo. Ergueu o corpo com alguma dificuldade, puxando-o pelo queixo para que ele se erguesse, então selou os lábios com volúpia, desejo. Os dedos deslizaram até sua nuca, puxando-o para si.
Segurando-a pela cintura, levantou o corpo dela com facilidade, para irem até o sofá; nenhum dos dois tinha tanta experiência assim para arrumar uma posição confortável naquela poltrona. deitou o corpo dela no sofá, tirou os tênis com os próprios pés, com urgência, mas quando levou as mãos para abrir o botão da calça, quando teve uma ideia. Olhou para ela, sem precisar dizer nada, ela pareceu entender. Levantou o próprio corpo e tirou as calças dele, torturando-o como ele havia feito antes, abrindo o botão e puxando o zíper em câmera lenta. O homem aproveitou para buscar a camisinha no bolso, antes que ela abaixasse as calças sem tirar os olhos dele, jogando a peça para longe e notando o quão apertada a boxer estava. Retirou a peça sem muita delicadeza, revelando o membro rijo e pulsante do homem. Os dois se encararam em silêncio durante o tempo em que ele abriu a camisinha, e ela pegou da mão dele, colocando por si mesma. O pênis latejava com um desejo tão ardente e primitivo, que ele sabia que não iria se conter se ela tentava provocá-lo como ele havia feito.
Para a sorte de ambos, ela estava com a mesma sensação, e não se opôs quando ele se deitou sobre ela; deixaria para depois a lição sobre o oral, ele precisava estar dentro dela logo. Especialmente agora, que sabia o quão pronta ela estava para recebê-lo. Colocou-se no meio de suas pernas, introduzindo-se dentro dela devagar, com muita cautela. Era grosso, e sabia que a mulher não tivera muitas experiências, não queria machucá-la. O rosto dela era o indicativo de até onde ele poderia ir, e quanto mais ele se encaixava dentro dela, mais ela parecia gostar. Com o cotovelo apoiando no sofá, ao lado do rosto dela, fazia um carinho em seus cabelos, enquanto o outro braço segurava-se do outro lado do sofá. ergueu uma das pernas, como ele fez antes, dando espaço para sentir a penetração mais a fundo.
━ Pode… Pode ir mais. pediu. Com um sorriso que parecia brincalhão, repreensivo e sensual ao mesmo tempo, ele a encarou antes de responder.
━ Não é assim que se pede. ━ Ela sabia bem o que ele queria dizer. Aquele momento não era para cortesias, precisava falar com a intensidade de seu desejo. devolveu o sorriso safado, o olhar voltando a soar como predadora, quando o puxou pela nuca e sussurrou em seu ouvido.
━ Me fode com força.
Então ele empurrou tudo de uma vez, o gritinho suspirado e sensual dela soando em seu ouvido como a melodia mais deliciosa que já tivera o prazer de escutar. Os movimentos de vai e vem começaram, os gemidos deles se misturando como numa perfeita sinfonia. O quadril dela se mexia, ajudando-o a penetrá-la mais fundo, com mais força, com mais rapidez. As unhas dela deixavam marcas pelas costas definidas dele, por sua nuca e seus braços, sem saber se fazia aquilo por tesão ou porque queria que a namorada dele visse. Isso porque, é claro, ela ainda não sabia que Zoey era apenas uma amiga.
Os corpos suavam, enquanto tudo o que se podia ouvir no ambiente eram os gemidos sôfregos, as respirações ofegantes e os sons dos corpos se chocando. deixava mordidas pela nuca dela, enquanto a mão lhe apertava um dos seios, como ela havia feito antes consigo mesma. O tatuador precisou ser forte e conter o seu instinto, porque o desejo era de trocá-la de posição e comer aquela mulher tão deliciosamente inocente em todas as posições mais sujas possíveis. Então, como se pudesse ler o pensamento dele, ela pediu.
… Eu quero… ━ Pausava a fala por conta da respiração esbaforida. ━ Que você me coma de quatro.
Uau, ele pensou. Para quem mal sabia como insinuar ao namorado que queria transar, estava se mostrando uma bela safada. Talvez só faltasse alguém com quem se sentisse confortável e desejosa para tal, e era bizarro que essa pessoa fosse , um quase completo estranho, e não o seu namorado de uma vida toda.
Com um sorriso satisfeito e um olhar quase ferino, ele saiu de dentro dela, e se levantou. Desceu as mãos até seu quadril, e virou-a bruscamente, posicionando o corpo dela apoiado no encosto. Segurou em sua cintura, empurrando-o devagar como um pedido para que ela empinasse a bunda, e decidiu dar a si mesmo o vislumbre de algum tempo encarando aquele corpo maravilhoso que ela tinha, enquanto deslizava os dedos por suas costas, até a polpa da bunda.
━ Eu sei o que você quer fazer. ━ De costas, sem olhar para ele, a mulher disse. Ele franziu o cenho, pensando “eu havia dito em voz alta?”. ━ Você pode fazer, se quiser.
De novo, como se eles conseguissem se comunicar mentalmente, ele aproveitou a permissão tão clara dela, e resvalou a mão aberta em um tapa nas nádegas empinadas dela. suspirou, curvando o quadril para baixo, mas o homem não a deixou, puxando-o de volta para cima, e penetrando-a de novo, sem aviso. Ouviu-se um grito de dor e desejo, mas ele continuou com o movimento. Havia tanto tesão no ar, que era difícil dizer se pareciam dois adolescentes em sua primeira vez, ou dois apaixonados que não se encontravam há anos e precisavam colocar para fora todo o desejo contido.
Entre sussurros e palavrões, como “porra”, “caralho” ou “gostosa”, ele se dividia entre colocar-se todo dentro dela e desferir tapas em sua bunda, apertar-lhe a carne e deixar marcas como ela havia deixado nele. Parece que também queria que o namorado dela visse como ela se divertiu, além de fazer com que ela se lembrasse daquela noite por alguns dias. Quando sentiu que estava chegando em seu ápice, ele anunciou, ouvindo um “goza para mim” sussurrado e tão baixinho, que ele até cogitou estar delirando. Então ele o fez. Derramou-se dentro dela, a camisinha segurando seu deleite, o som que ela emitia de prazer o fazendo perceber que ela havia tido um orgasmo novamente, dessa vez, junto dele.
Os dois tentavam controlar a respiração, enquanto ele se apoiava nas costas dela, distribuindo beijinhos por toda a região. Deslizou os dedos até os seios dela, apertando-os de leve, quando virou o rosto e sorriu. A mulher deixou o corpo cair, sentando-se no sofá, e ele a imitou, ficando ao seu lado. Eles se encaram em silêncio por alguns segundos, quase teve medo de que a reação dela mudasse e ela saísse correndo em busca de suas roupas e fosse embora, sem nunca mais vê-la. Ao invés disso, o que recebeu foram as mãos dela em sua coxa, apoiando-se para alcançar seu rosto e lhe dar um beijo. Agora mais calmo, de quem queria aproveitar os lábios um do outro, não só pelo tesão.
━ Vou confessar que eu até gostei dessa ideia do Brian. ━ Falando no diabo… O celular de começou a tocar, uma ligação do namorado. Para o azar dele, e a sorte dos dois na biblioteca, o aparelho da moça estava em sua casa, e a ligação dele não atrapalharia e .
━ Você disse que a ideia tinha sido sua. ━ questionou. Ainda pelados, ele brincava com os dedos nas coxas dela, fazendo símbolos abstratos, enquanto ela lhe fazia carinho na nuca e nos ombros.
━ Eu menti. Não queria que pensasse mal dele. ━ Ela confessou, e deu de ombros. ━ Eu não queria, no início. Estava bem envergonhada.
━ Jura? Eu quase não percebi.
━ Ele brincou, e os dois riram quando ela lhe deu um soquinho de leve no ombro.
━ Obrigada por ter transformado essa noite miserável em algo… agradável.
━ Só agradável?
━ Ele fez uma careta.
━ Eu não vou alimentar seu ego. ━ Ela brincou, ele riu.
━ Mas por que você tá falando como se estivesse se despedindo?
━ Ué… Não é assim que funciona essa coisa? A gente se divertiu, agora vamos embora, e…
━ Ele a interrompeu.
━ Ninguém veio nos chamar, então… aproximou o rosto, sussurrando contra seus lábios. ━ Você ainda é minha por mais um tempo. mordeu o lábio inferior, como quem tenta conter o próprio sorriso, sentindo-se estúpida por aquele frio na barriga que ele causava nela. ━ Adoro esse sorriso bobo. ━ disse, segurando-a pelo queixo e olhando em seus olhos. Não, , sai dessa, você não pode se apaixonar! ━ E a sua carinha de assustada. ━ Ele acrescentou, quando notou que ela mudou a expressão, como no início daquela noite, perdida em pensamentos e assustada consigo mesma e o que sentia.
Ainda nus e abraçados, os dois continuaram trocando carícias enquanto conversavam. As pernas dela estavam apoiadas nas dele, as mãos se dividiram entre seus ombros e braços, enquanto os dedos dele deslizavam por suas coxas, sua cintura, num carinho quase inocente. Falaram mais sobre suas vidas, o que gostavam de fazer, descobrindo coisas em comum - que eram poucas - e o quão diferentes eram. Ao mesmo tempo, ficaram curiosos sobre como seria ter o outro em sua vida. Enquanto deixava claro o seu interesse nisso acontecer, ela parecia desconversar. Ainda não queria pensar no dia seguinte, mas ficava angustiada ao pensar que voltaria para sua rotina chata e relacionamento monótono. Será que sempre pensou assim sobre a própria vida, ou a noite com aquele ex-estranho havia sido tão poderosa que agora a fazia questionar as próprias escolhas?
━ … e aí, ele… interrompeu a fala com sua risada, sendo seguido por ela. ━ Ele colocou o cone de trânsito na cabeça e saiu correndo pela rua. ━ Terminou de contar a história, ambos rindo, ele ao lembrar da cena, e ela por imaginar.
━ Seus amigos são loucos mesmo.
━ E essa nem é uma das histórias mais doidas.
━ Ele disse, fazendo-a arregalar os olhos e rir um pouco mais.
━ Por Deus! Olha a hora! ━ Ela disse quando viu o relógio na parede anunciando que já era quase o fim da madrugada. Haviam ficado quase seis horas juntos e nenhum dos dois notou o tempo passar.
━ Perdemos a noção da hora mesmo. Daqui a pouco o dia tá nascendo, e nos chamando para curtir com ele. ━ Ele insinuou, o que parecia um convite para continuarem juntos depois dali, mas ela suspirou, com um sorriso triste no rosto.
━ Não acho que teremos isso. O combinado com o Brian foi só essa noite.
O sorriso dele murchou, dando espaço para um bico triste e emburrado, como uma criança que tem sua coisa favorita negada.
━ Bom, então… Eu vou aproveitar você mais um pouquinho, enquanto tenho você pra mim. ━ Com um sorriso safado, ele a puxou pela cintura, fazendo-a sentar-se em seu colo. ━ Vamos ver se consigo mudar sua opinião sobre essa noite ter sido apenas agradável. ━ Repetiu a palavra que ela havia dito, arrancando uma risada da garota. Puxou-a pela nuca para mais um beijo.
Eles começaram com as carícias quentes que tinham toda a intenção de repetir o que haviam feito horas atrás. Estavam tão imersos naquele beijo, nos dedos voltando a brincar com a pele do outro, as intimidades se tocando e pulsando de desejo, que nenhum dos dois ouviu quando a porta abriu. Brian e Zoey levaram algum tempo analisando as roupas pelo chão, vendo os dois completamente nus e com os corpos brilhando com o suor, se agarrando no sofá com tanta devoção. Zoey abriu um sorriso divertido, enquanto Brian parecia furioso e enciumado.
! ━ Ele gritou, e só então o casal do sofá os ouviu.
A garota arregalou os olhos, encarando o namorado e tentando controlar a respiração ofegante. Brian parecia estar pegando uma traição em flagrante, mas não era bem o caso. O namorado via uma cena que, inegavelmente, era desconfortável para ele. Nenhum outro homem gostaria de ver a namorada parecendo mais apaixonada e com mais tesão por outro cara que não você mesmo. Porque ele se lembrava bem de nunca ter visto tão empenhada em um beijo nos últimos anos. Mas, bem, a ideia de estar ali havia sido dele. E se a noite dele foi uma merda, não poderia culpá-la. Ufa! Ao menos um momento de consciência de Brian.
━ Vou esperar você lá fora para irmos. Não demore. ━ Ele disse, a contragosto, saindo do cômodo e tentando apagar a cena da memória.
━ Vocês ficam bem, juntos. Muito gostosos, com todo o respeito. ━ Zoey disse, assim que Brian saiu. Com uma piscadela e uma risadinha, ela saiu.
retribuiu o sorriso, vendo a porta se fechar e estar novamente a sós com . Só então ambos perceberam que ainda estavam abraçados, ela no colo dele. A mulher não entendeu a reação de Zoey.
━ O relacionamento de vocês é bem… diferente. ━ Sua fala soava curiosa e, ousava pensar, enciumada.
━ A gente não namora de verdade. Somos só amigos. ━ Ele confessou, e ergueu as sobrancelhas, sem entender. Com uma risada divertida pela reação dela, ele explicou. ━ Ele queria pegar um cara da academia dele, ouviu que ele estaria aqui e quis vir. Aí me arrastou, para a gente fingir ser um casal.
━ E você topou essa ideia maluca?
━ Ela riu baixinho, sem perceber que fazia carinho nos cabelos da nuca do homem.
━ Você ia ficar surpresa com as ideias malucas da Zoey que eu já topei. Eu sou um bom amigo, fazer o que. ━ Ele ergueu os ombros.
━ Exibido… ━ Ela brincou, selando os lábios em um beijo rápido. ━ Eu preciso mesmo ir.
até tentou impedir que ela se levantasse, mas ela foi assim mesmo. Vestiu a roupa com aquele sorriso entristecido ao notar a expressão dele, perdido, infeliz, como se estivesse terminando um namoro de verdade. Suspirando como quem tenta tirar isso da cabeça, ele se levantou e catou as roupas para se vestir rapidamente. Quando ela acenou para se despedir, ele retribuiu. Uma das mãos de estava na maçaneta, quando sentiu a dele em seu quadril e a respiração em sua nuca.
━ Por favor, deixa eu te ver de novo, . Pensa nisso. ━ Ele pediu, depositando um beijo demorado em seu pescoço, pois já havia descoberto que era um de seus pontos fracos.
Sem dizer nada, ele a soltou e ela respirava ofegante, controlando o desejo insano de arrancar as roupas novamente e agarrá-lo ali mesmo. Sem olhar para trás, saiu e fechou a porta atrás de si.
Do lado de fora, ela viu Brian no fim do corredor, que a encarava sem notar - ou sem se importar - com a expressão confusa e perdida dela, o rosto de alguém que teve que tomar uma decisão que não queria. Forçou um sorriso ao caminhar na direção dele, que a recebeu com um beijo na bochecha e foram para o carro para irem embora.
Do lado de dentro, continuou atrás da porta, como quem esperava que ela pudesse abrir a porta e dizer que não queria ir com o namorado. Vestiu as roupas depois de um tempo, ao perceber que ela não voltaria. Saiu pela porta à procura de Zoey, em silêncio o caminho todo de volta para casa, com a incerteza se veria mais uma vez.

˛ ⠀ * ⠀ 𓂅 ⠀





Fim.



Outras fics:

03. Nada Vai Me Sufocar (Ficstape : Sandy & Júnior - Nossa História)
Crônicas de Ochadia: A Sereia e o Pirata (Especial Vida de Princesa / Em Andamento)
MV: Touch My Body (Finalizada / Especial Music Video da Mariah Carey)
08. End Up Here (Ficstape #030: 5 Seconds Of Summer)
Nota da autora: A história de Rosalee e Christopher continua nesse mesmo ficstape de Sandy & Júnior, com a música 03. Nada Vai Me Sufocar. Espero vocês lá! Se tiver gostado do que leu, considere deixar um comentáriozinho para fazer meu dia mais feliz? E se tiver interesse em ler mais histórias minhas, vou listar os nomes aqui abaixo.


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