Como meu namorado roubou o Natal

Postado em: 31/12/2020

Capítulo Único

Véspera de Natal, 23 horas e 50 minutos.
, devolva os presentes! — exigiu, encarando o namorado sentado em um canto da sala comendo tartarugas de chocolate.
Ele balançou a cabeça em negação, a boca cheia demais de chocolate para conseguir falar.
— Onde você os escondeu?
não respondeu. Permaneceu imóvel, a encarando com aquele olhar, que era uma tentativa de fazê-la sentir pena dele e ir embora.
Mas ela conhecia bem aquele truque para não cair nele.
, eu vou pedir só mais uma vez, ou então…
— Ou então o quê, ? — ele perguntou, despreocupado, dando os ombros.
— Você é terrível! — ela gritou, passando as mãos pelos cabelos, cansada de tentar lidar com ele.
odiava o Natal e ela passou o dia todo tentando convencê-lo de que o Natal podia ser uma coisa boa, mas é claro que o protótipo perfeito do Grinch iria encontrar uma forma de roubar o Natal. E, agora, faltando dez minutos para a troca de presentes, havia escondido os embrulhos e se recusava a contar onde eles estavam.
Ela devia ter adivinhado que ele faria aquilo e deveria ter tentado impedi-lo, afinal, ele deixou bem claro, desde a manhã daquele dia, que odiava o Natal e que iria dar um jeito de roubá-lo.

***


Véspera de Natal, 9 horas da manhã.
— Eu odeio o Natal!
Foi a primeira coisa que disse quando chegaram ao café favorito deles.
— Eu não entendo a razão de tanta raiva, disse, segurando a mão dele e o levando para a mesa em que eles geralmente sentavam, que, por ironia do destino, ficava bem em frente à árvore dos pedidos de Natal.
A árvore era colocada lá todo ano no primeiro dia de dezembro. Cartões e canetas ficavam na mesa ao lado para que as pessoas escrevessem seus desejos e pendurassem os cartões na árvore.
Eles foram até o café para fazerem seus pedidos, mas achou que seria mais divertido nomear todas as coisas que ele odiava.
— Eu odeio aquele relógio — ele apontou para o relógio na parede, que tinha o formato de urso panda usando uma touca de Papai Noel. — Eu odeio aquelas canecas — apontou para as canecas expostas sobre o balcão. Elas possuíam formato de rena, elfo, Papai Noel e qualquer outro símbolo natalino que se possa imaginar. — E, principalmente, eu odeio aquela árvore.
— E é por isso que nós vamos escrever nossos pedidos lá — ela segurou a mão dele, o puxando para a árvore, deixando claro que não era uma opção.
— Eu odeio isso — resmungou enquanto pegava o cartão e a caneta que ela entregava para ele.
— Você odeia tudo, ! — a garota retrucou. — Agora, faça um pedido.
— Eu não vou fazer nada — ele estava convicto. Cruzou os braços e a encarou, como se gritasse “Me obrigue!”.
— Vai sim! — ela disse e, no mesmo momento, a pose dele se desfez.
era muito teimoso, mas era sem dúvida muito mais.
— O que você vai pedir? — ele perguntou, se rendendo ao perceber que não adiantava nada discutir com ela.
— Eu poderia pedir para você parar de odiar tudo, mas isso interfere no livre arbítrio, e eu acho que é contra as regras. No entanto — ela falou pausadamente. —, eu posso pedir outra coisa.
— Tipo o quê? — ele perguntou sem interesse algum.
— Eu desejo descobrir por que você odeia tanto o Natal — escreveu aquelas palavras no cartão.
— E por que não pergunta isso pra mim?
— Porque você jamais me contaria.
— Você não sabe…
suspirou, hoje ele estava bem difícil. E, sabendo que nada bom viria daquela resposta, ela pendurou seu pedido na árvore, inspirou fundo e se virou para ele, perguntando com uma voz doce:
— Tudo bem, . Por que você odeia tanto o Natal?
E, como esperado, sem responder, ele se virou e caminhou até a mesa.
— Eu te odeio! — ela gritou, talvez até um pouco alto demais.
— Eu te amo! — ele devolveu. — Está vendo quem é o negativo aqui?
Aquele, sem dúvida, seria um dia difícil, e foi com esse pensamento que ela voltou à mesa.
— Você não vai me contar? — perguntou.
Mas estava bastante disposto a dificultar as coisas para ela, pois começou a encher a boca com os biscoitos que eles haviam pedido e que já estavam sobre a mesa, somente para não ter que respondê-la.
— Nossos planos para hoje ainda estão de pé, não é? — ela tentou mudar de assunto, mas sem esquecer seu objetivo. Até o final do dia, ela descobriria a razão de ele odiar o Natal. — Precisamos comprar os presentes agora à tarde, depois temos que ajudar a organizar o evento do nosso bairro. À noite, temos a apresentação do coral e, depois, a ceia e a troca de presentes na casa dos meus avós, certo?
novamente não respondeu. Dessa vez, estava ocupado demais brincando com um dos biscoitos, que tinha forma de rena, fazendo de conta que a mesa era um precipício e que o animal estava prestes a cair dali.
— Como você consegue ser tão mau? — ela perguntou, indignada.
a encarou com diversão e, então, deu uma mordida no biscoito, deixando a rena sem cabeça.
— Não adianta toda essa cena, você vai participar de tudo o que eu planejei pro Natal, gostando ou não.
— Eu odeio… — ele começou a falar com a boca ainda cheia de biscoito.
fechou os olhos, se preparando para ouvir toda a reclamação novamente.

***


— O que vamos fazer agora? — ela perguntou, se espremendo em meio às pessoas no corredor, segurando firme a mão de e tentando acompanhar seus passos apressados.
! Aonde estamos indo? Precisamos escolher o presente da sua mãe — gritou, tropeçando nos próprios pés.
E, como de costume, ele não respondeu, só continuou andando apressado, praticamente a arrastando pela mão.
— Aonde estamos indo?
E, alguns minutos depois, ela se encontrava na praça de alimentação, observando , que devorava um hambúrguer.
— Viemos aqui para comprar os presentes, não para comer! — ela tentou argumentar.
deu os ombros.
— Eu odeio comprar presentes. Você nunca sabe o que comprar, sempre compra a coisa errada e, no final, todo mundo fica insatisfeito.
Ela rolou os olhos.
— Não é sobre o que comprar, é sobre a intenção, o sentimento... É sobre lembrar da pessoa e demonstrar o seu carinho dando alguma coisa pra ela.
— Ótimo — ele exclamou com sarcasmo, um sinal claro de que nada estava ótimo.
E, quando ele pegou um guardanapo limpo, o dobrou no formato de um barquinho e colocou em frente à , ela já estava no limite da sua paciência.
— Meu presente de Natal pra você.
Ela rolou os olhos pela vigésima vez naquele dia. Porém, estava disposta a entrar no jogo dele.
— Obrigada pela consideração, e, para mostrar que, diferente de você, eu tenho um coração, irei guardar o seu presente.
— Meu amor, é claro que eu tenho um coração, e ele está completamente ocupado por você — nem mesmo ele conseguiu ficar sério enquanto dizia aquelas palavras com um tom dramático.
— É por isso que você odeia o Natal? Por que seu coração já está ocupado comigo?
— Exatamente! — ele continuou com seu tom dramático.
, é sério, por que você odeia tanto o Natal?
Ele desviou o olhar, tomando um longo gole de Coca-Cola.
Ela já estava aceitando a ideia de que ele não responderia quando, para sua surpresa, ele começou a falar:
— Eu tinha oito anos — disse de maneira sombria. — Era dia 24 de dezembro, uma manhã fria e nebulosa e uma garoa começava a cair. Eu estava andando de bicicleta na calçada em frente à minha casa, quando minha mãe disse pra eu entrar, mas... — ele riu sem humor. — Eu não a ouvi. A chuva já estava se tornando desagradável quando eu ouvi um barulho ao longe, sons parecidos com guizos — ele fez uma pausa. — Eu pensei que fosse Papai Noel…
Ele ficou em silêncio, aguardando, e, após alguns segundos…
— Vai, é a sua deixa…
— Deixa para o quê?
— … Eu pensei que fosse Papai Noel… — ele repetiu, com sua voz dramática, lançando um olhar inquisitivo sobre ela.
suspirou derrotada, sabendo que aquilo não levaria a lugar algum.
— E o que era?
a encarou com uma expressão sombria nos olhos, segurou sua mão sobre a mesa e, após suspirar, concluiu:
Era o Papai Noel, com aquele saco vermelho nas costas e um olhar assustador em seu rosto. Ele segurou meu braço com força e me jogou dentro do saco, havia outras cinco crianças lá dentro. Eu apaguei, e, quando acordei, já estava dentro de uma sala escura, preso, com aqueles elfos pequenininhos rindo em volta de mim. Eles me torturaram por três dias, até que eu consegui fugir.
Ela o encarou com descrença.
— O que foi? — ele perguntou, tentando esconder o riso.
— Você realmente quer que eu acredite nessa besteira?
deu os ombros, voltando a dar atenção ao hambúrguer.
— Você queria ouvir uma história, eu te contei uma história que é muito mais interessante que a verdade.
— Mas eu queria ouvir a verdade.
E, como esperado, ele parou de falar.

***


— Eu odeio cantar!
resmungou, quando eles chegaram ao local onde aconteceria o evento do bairro. Naquele dia, seriam distribuídos presentes, além de bolo e uma ceia de Natal à noite.
, querido — ela murmurou, sem conseguir evitar o sarcasmo em sua voz. — Nós só vamos precisar cantar depois na apresentação do coral, então, pare de reclamar com antecedência.
— Eu odeio! — ele retrucou, com a cara emburrada.
— Você só está falando sobre isso agora porque não tem mais nada para reclamar no momento.
suspirou, uma clara evidência de que sua namorada estava certa, mas ele jamais admitiria aquilo.
— Eu vou ajudar a embrulhar os presentes, você vem? — ela perguntou, apontando para a sala ao lado, onde outras pessoas já começavam o trabalho.
— Não, tenho algo mais importante para fazer — ele respondeu, selando seus lábios aos dela e seguindo para o saguão principal, onde várias crianças brincavam em torno da árvore de Natal.
Ela continuou observando de longe, vendo-o se abaixar para brincar com as crianças. Um sorriso enorme e brilhante surgiu nos lábios dele enquanto ajudava os pequenos a montarem uma casinha de brinquedo.
Talvez ele realmente tivesse um coração.

***


Uma hora mais tarde, o carro no qual eles estavam seguia pela estrada a caminho da praça onde aconteceriam algumas apresentações de Natal. Dentre elas, a do coral do qual os dois faziam parte.
A neve havia dado uma trégua, mas havia um vento intenso que aumentava cada vez mais, tornando o clima ainda mais frio.
estava no banco do passageiro, enrolada em uma manta, enquanto guiava o carro, o frio parecendo não o afetar em nada.
— Você se divertiu? — ela perguntou.
— Me diverti com o quê?
— Com as crianças. Você estava todo feliz brincando com elas — ela respondeu, mas ele não demonstrou reação alguma. continuou o encarando até que ele se viu obrigado a dizer qualquer coisa.
— Foi divertido.
— Só divertido? Por um momento, pareceu que você não odiava o Natal.
— Eu não odeio o Natal — ele disse, como se fosse óbvio, sem tirar os olhos da rua à sua frente.
— Você passou o dia todo dizendo que odeia o Natal para agora me dizer que não odeia?
— É complicado... — ele murmurou.
— Eu sei bem como é complicado! — já estava impaciente com aquela história. — Afinal, você odeia ou não o Natal?
— Você está linda com esse casaco azul — ele tentou mudar de assunto.
! Não tente me manipular, e, além disso, o casaco é preto — ela exclamou. — E então? Você odeia ou não o Natal?
E, como de costume, ele não respondeu.

***


— Vocês estavam lindos! — a mãe de exclamou enquanto abraçava os dois de uma só vez.
A apresentação do coral havia acabado alguns minutos atrás, e, para a surpresa da garota, , que só demonstrava má vontade nos ensaios, havia surpreendido a todos com suas notas altas na apresentação de Hallelujah, mais uma prova de que seu coração não era tão pequeno quanto aparentava ser.
Mas o problema de fato começou quando eles chegaram à casa dos avós dela, e, então, decidiu que colocaria seu plano de roubar o Natal em ação.

***


Tudo estava correndo perfeitamente bem. As famílias de e estavam na cozinha terminando os últimos preparativos para a ceia. Os únicos que permaneciam na sala eram ela, e seus sobrinhos.
Uma animação de Natal passava na televisão e parecia muito concentrado nela. Mal sabia que um plano diabólico estava sendo montado em sua cabeça naquele exato momento.
Quando seus primos saíram correndo da sala – aparentemente, alguém tinha aparecido com uma caixa de chocolates na cozinha – e chamaram para ajudar em alguma tarefa lá, se viu sozinho com a oportunidade perfeita de roubar o Natal.
E ele roubou.
Quando ela voltou para a sala, percebeu que havia alguma coisa diferente. Seus olhos passaram pela manta vermelha no sofá, então pelas luzes coloridas na janela, observaram os enfeites na árvore de Natal e o desenho na televisão. Tudo parecia normal, até que seus olhos encontraram o rosto de com aquele sorriso que ele tentava conter, mas que revelava que ele estava escondendo alguma coisa.
— O que você fez? — perguntou , preocupada, já temendo o que ele podia ter aprontado.
O sorriso nos lábios de aumentou, como se o que quer que estivesse errado fosse óbvio, mas ele permaneceu em silêncio
, eu estou falando sério...
E, então, ela percebeu, e de fato era óbvio. Havia um vazio embaixo da árvore.
Os presentes haviam sumido.

***


estava gargalhando.
— Onde você os escondeu? — perguntou.
ainda estava rindo, dessa vez encarando a rena de pelúcia sentada sobre a lareira, tudo para evitar olhar diretamente para .
— Eu estou falando sério, me conte onde estão os presentes ou eu chamo a sua mãe, e você sabe que ela não vai ser boazinha como eu estou sendo.
Mas ele não parecia se importar.
O que só aumentava ainda mais a raiva dela.
— Eu vou encontrar esses presentes sozinha! — concluiu, seguindo com passos firmes para o corredor que dava para os quartos.
Vinte minutos depois, após vasculhar pela casa inteira sem nenhum sucesso, ela se viu obrigada a voltar para a sala e implorar para contar onde os presentes estavam. Ela não o deixaria estragar o Natal.

***


Véspera de Natal, 23 horas e 55 minutos.
Cinco minutos depois de implorar uma última vez, ela estava sentada ao lado de no chão, com a boca cheia de tartarugas de chocolate.
Ameaçar não havia funcionado, implorar também não, então tudo o que restava era se juntar a e se encher de chocolate, já que parecia ser impossível salvar o Natal, que ela havia planejado ser perfeito.
Ela desembrulhou outra tartaruga de chocolate e entregou para , que a jogou de uma só vez na boca.
— Por que você fez isso? — ela indagou.
tomou outra tartaruga da mão dela e comeu também, como se sequer a estivesse ouvindo falar.
— Você sabe que eles vão nos odiar, certo? — ela perguntou, apontando para suas famílias, que estavam na cozinha. — E eu vou ser cúmplice por não contar nada — choramingou, colocando outro chocolate na boca.
murmurou alguma coisa com a boca cheia.
— O quê? — ela indagou, sem conseguir entender o que ele disse.
— As pessoas estimam demais os presentes — ele repetiu. — O que vale é a intenção, não é?
Ela balançou a cabeça. No fundo, ele tinha razão.
— Acho que você está certo, mas por que esconder os presentes?
— Acredite na minha intenção — ele piscou.
Não restava nada para além de acreditar.

***


A primeira meia hora após descobrirem sobre o sumiço dos presentes foi um caos. Crianças choravam de um lado, adultos gritavam do outro e, em meio a tudo isso, estavam e . As tartarugas de chocolate haviam acabado, e eles não podiam mais fingir que estavam mastigando para não ter que responder as perguntas que lhes eram feitas. Assim, decidiu fazer o mesmo que sempre fazia: ficar em silêncio até que se cansassem de esperar por uma resposta.
E funcionou.
Da mesma forma que o plano de .
Os pais começaram a explicar para as crianças que o Natal significava mais do que só presentes, lhes explicaram sobre compartilhar, ajudar e agradecer.
Porém, obviamente, isso não funcionou bem, e, mesmo após todo o discurso, as crianças ainda queriam os presentes caros que haviam pedido.
Mas o que valia era a intenção, não é?

***


Após a ceia, o caos voltou a se estabelecer na sala. As crianças corriam de um lado para o outro, e a televisão exibia um filme natalino antigo.
e estavam sentados no sofá, a cabeça dela encostada no ombro dele, seus dedos entrelaçados e ele fazendo carinho na mão dela com o polegar.
— Você ainda não me contou — lembrou .
— Não contei o quê?
— Se odeia ou não o Natal. E se odeia, qual a razão para isso?
suspirou.
— Não é que eu odeie o Natal, eu odeio o que o Natal se tornou.
Ela levantou a cabeça e se afastou um pouco dele, o suficiente para encarar seus olhos, o incentivando a contar mais.
— O Natal era pra ser uma época de partilha, de pensar no próximo, de ajudar as pessoas, mas olhe isso — ele falou, apontando para as crianças na sala. — Você leu as cartas que eles escreveram para o Papai Noel?
Ela balançou a cabeça em negação, só então percebendo os envelopes ao lado da árvore de Natal.
— Eles pediram celulares, tablets, videogames — ele riu sem humor. — Que tipo de criança de sete anos pede isso para o Papai Noel? As histórias contam que o Papai Noel constrói brinquedos, mas ele não fabrica coisas como celulares... É por isso que as crianças não acreditam mais em Papai Noel, é por isso que eles não acreditam em mais nada. Eles só desejam crescer, ter bens materiais e só quando crescem percebem que bem material algum traz felicidade. É impossível comprar sentimentos, e é triste saber que essas crianças estão perdendo os seus. Elas não vão sentir nada, nem bondade, nem compaixão. Nunca vão aprender a se importar com os outros, jamais vão saber como é gratificante ajudar o próximo... É por isso que eu odeio o Natal, é porque eu odeio o quão materialista ele se tornou.
Ela o encarou atônita por alguns segundos e, então, sorriu.
— Você está certo, mas não precisa odiar o Natal por isso. Talvez nós possamos mudá-lo. Foi o que você fez hoje, não foi?
sorriu.
— Eu preciso contar uma coisa — ele confessou. — Estive no café ontem e coloquei meu pedido na árvore.
— E o que você pediu?
— Que o Natal tivesse mais significado.
sorriu.
— Acho que agora ele tem, pelo menos pra nós dois... É bom saber que existe um coração aí dentro — ela disse, apontando para ele. — E ele é enorme.
E, assim, ela o envolveu em um abraço e o beijou.
Mas, então, algo a ocorreu.
— Espera! — ela pediu, se afastando dele. — Onde você escondeu os presentes?
sorriu daquele jeito travesso.
— Eles estão lá fora — falou, apontando para a porta que dava para a varanda, e lá, no quintal, embaixo de uma macieira, ela pôde ver os embrulhos amontoados.
— Mas está nevando!
— Eu sei disso — respondeu, sorrindo.
Talvez ele fosse um pouco mau, de fato.


Fim



Nota da autora: Sem nota.





Outras fanfics:
Eu Desejo [K-Pop – GOT7 – Shortfic]
O Melhor Presente do Mundo [Original – Shortfic]
1940 [Heróis – Marvel – Em Andamento]



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


comments powered by Disqus