Capítulo Único
Éramos eu, você e a natureza ao nosso redor.
No horizonte, o céu tocava as águas, o vento que passava brincava com os galhos, fazendo as folhas farfalharem e o lago turvo criar ondulações de lentas passadas. Você captava o verde das árvores, o azul desbotado do céu chuvoso e o cinza opaco riscado das nuvens. Naquele momento, perdido em contemplação e encanto na paisagem de outono, nada mais existia, nem mesmo eu. Não que me importasse com isso, pois quando você entrava em seu estado de admiração natural, observar seu devaneio era o suficiente para mim.
Éramos eu, você e a vida ao nosso redor.
Tínhamos uma percepção bem detalhada do mundo, mas o modo de recebê-lo para nós mesmos era como a visão de duas faces diferentes de uma mesma moeda. Você era um admirador instintivo que ouvia o som das águas, que perdia-se no balanço das folhas, que sentia a terra sobre os pés e que estava em contato com a vibração de todas as coisas com os olhos fechados e o coração aberto. Eu, por outro lado, era uma examinadora vigilante que reparava nos traços das gramíneas, detalhava as formas das árvores e apreendia o aspecto das coisas com olhos abertos e os ouvidos atentos.
Éramos eu, você e os sentidos ao nosso redor.
Completamente diferentes, mas ainda assim, feitos um para o outro. Você gostava do que era livre, do que era selvagem e espontâneo, daquilo que podia ser sentido, mas que não era possível ser tocado com as mãos. Eu, feito o oposto, gostava daquilo que poderia ser meu, do que podia segurar protegido e guardado, daquilo que fora feito para estar em contato direito, que tinha textura definida e forma própria.
Éramos eu, você e o amor ao nosso redor.
Captando sua imagem com a lente de minha câmera, mais uma vez te eternizei em um momento de distração. E quando o flash se apagou, pude ver seu sorriso puxado no canto dos lábios. Em um movimento compassado e muito bem executado, suas mãos me puxaram para você, e nem mesmo os tecidos pesados de nossos casacos conseguiram conter o calafrio que o choque de nossos corpos proporcionou.
– Você não cansa de me fazer seu objeto de observação particular? – Posicionando-se atrás de mim, pude sentir deslizando meu cabelo para o lado, deixando assim minha pele exposta para você.
– Ainda precisa perguntar? – Inclinei levemente minha cabeça pois sabia exatamente o que viria a seguir.
E como havia previsto, deslizou lentamente seus lábios pela curva de meu pescoço e depositou uma leve mordida ali. Este carinho foi repetido, duas, três, quatro e cinco vezes, seguindo pela extensão da minha pele até parar em minha nuca. Conforme sentia cada pequeno contato seu, apertava meus lábios um contra o outro, tentando conter assim minha vontade de emitir qualquer som, mas minha respiração entrecortada já denunciava as reações que me provocava.
– , você sabe que... – Chegando com a boca próxima à base de minha orelha, sua respiração quente batia contra minha pele e seus lábios roçaram naquela região a cada palavra dita pausadamente: – Se tentasse desviar seus olhos de mim poderia sentir toda a vida ao seu redor?
– Sim, eu sei, ... – Minha afirmação saiu quase como um gemido e em um sussurro completei: – Mas eu quero sentir apenas a sua vida! – E sabia que minha resposta havia lhe provocado satisfação, porque suas mãos giraram minha cintura e então seus lábios selaram os meus em um misto contraditório de urgência e delicadeza.
Então, ali naquele pedaço de mundo exposto nos encontrávamos agora atendendo ao sentimento urgente que pulsava em nós. E durante seus movimentos ritmados e cadenciados em mim, percebi quando elevou seu queixo para o alto, denunciando que seus olhos ainda buscavam a natureza ao nosso redor enquanto os meus prendiam sua imagem em êxtase e admiração.
E assim confirmei mais uma vez aquilo que já sabia: Para você, a vida se completava com a beleza natural das coisas, e para mim, a beleza da vida estava completamente em você.
No horizonte, o céu tocava as águas, o vento que passava brincava com os galhos, fazendo as folhas farfalharem e o lago turvo criar ondulações de lentas passadas. Você captava o verde das árvores, o azul desbotado do céu chuvoso e o cinza opaco riscado das nuvens. Naquele momento, perdido em contemplação e encanto na paisagem de outono, nada mais existia, nem mesmo eu. Não que me importasse com isso, pois quando você entrava em seu estado de admiração natural, observar seu devaneio era o suficiente para mim.
Éramos eu, você e a vida ao nosso redor.
Tínhamos uma percepção bem detalhada do mundo, mas o modo de recebê-lo para nós mesmos era como a visão de duas faces diferentes de uma mesma moeda. Você era um admirador instintivo que ouvia o som das águas, que perdia-se no balanço das folhas, que sentia a terra sobre os pés e que estava em contato com a vibração de todas as coisas com os olhos fechados e o coração aberto. Eu, por outro lado, era uma examinadora vigilante que reparava nos traços das gramíneas, detalhava as formas das árvores e apreendia o aspecto das coisas com olhos abertos e os ouvidos atentos.
Éramos eu, você e os sentidos ao nosso redor.
Completamente diferentes, mas ainda assim, feitos um para o outro. Você gostava do que era livre, do que era selvagem e espontâneo, daquilo que podia ser sentido, mas que não era possível ser tocado com as mãos. Eu, feito o oposto, gostava daquilo que poderia ser meu, do que podia segurar protegido e guardado, daquilo que fora feito para estar em contato direito, que tinha textura definida e forma própria.
Éramos eu, você e o amor ao nosso redor.
Captando sua imagem com a lente de minha câmera, mais uma vez te eternizei em um momento de distração. E quando o flash se apagou, pude ver seu sorriso puxado no canto dos lábios. Em um movimento compassado e muito bem executado, suas mãos me puxaram para você, e nem mesmo os tecidos pesados de nossos casacos conseguiram conter o calafrio que o choque de nossos corpos proporcionou.
– Você não cansa de me fazer seu objeto de observação particular? – Posicionando-se atrás de mim, pude sentir deslizando meu cabelo para o lado, deixando assim minha pele exposta para você.
– Ainda precisa perguntar? – Inclinei levemente minha cabeça pois sabia exatamente o que viria a seguir.
E como havia previsto, deslizou lentamente seus lábios pela curva de meu pescoço e depositou uma leve mordida ali. Este carinho foi repetido, duas, três, quatro e cinco vezes, seguindo pela extensão da minha pele até parar em minha nuca. Conforme sentia cada pequeno contato seu, apertava meus lábios um contra o outro, tentando conter assim minha vontade de emitir qualquer som, mas minha respiração entrecortada já denunciava as reações que me provocava.
– , você sabe que... – Chegando com a boca próxima à base de minha orelha, sua respiração quente batia contra minha pele e seus lábios roçaram naquela região a cada palavra dita pausadamente: – Se tentasse desviar seus olhos de mim poderia sentir toda a vida ao seu redor?
– Sim, eu sei, ... – Minha afirmação saiu quase como um gemido e em um sussurro completei: – Mas eu quero sentir apenas a sua vida! – E sabia que minha resposta havia lhe provocado satisfação, porque suas mãos giraram minha cintura e então seus lábios selaram os meus em um misto contraditório de urgência e delicadeza.
Então, ali naquele pedaço de mundo exposto nos encontrávamos agora atendendo ao sentimento urgente que pulsava em nós. E durante seus movimentos ritmados e cadenciados em mim, percebi quando elevou seu queixo para o alto, denunciando que seus olhos ainda buscavam a natureza ao nosso redor enquanto os meus prendiam sua imagem em êxtase e admiração.
E assim confirmei mais uma vez aquilo que já sabia: Para você, a vida se completava com a beleza natural das coisas, e para mim, a beleza da vida estava completamente em você.
Fim.
Nota da autora: Esta pequena história foi inspirada em uma tarde de pôr-do-sol gelado, graças ao outono que tem tornado o dia meio cinza e um pouco frio. Mesmo nesta paisagem, eu estava atenta para contemplar a beleza de todas as coisas e isso se deve aos aprendizados de Kim Namjoon. ♡
Espero que tenham gostado!
Outras Fanfics:
» Remember Me - [Restritas - K-Pop - Em Andamento]
» I Know, You’re My Trouble - [K-Pop - BTS - Shortfic]
» Passos Para Te Encontrar - [K-Pop - BTS - Shortfic]
» Inside Me - [Restritas - Originais - Shortfics]
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Espero que tenham gostado!
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