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Capítulo 15

- Acho que chega, não?! – Anthony falou quando eu assinei a nota fiscal de mais uma loja na Rodeo Drive.
- Ah, nem vem. Não foram tantas lojas assim! – A vendedora da Louis Vuitton sorriu para mim e me entregou a sacola da minha nova bolsa.
- Não, isso eu admito, mas eu já estou sem braço para carregar sacolas. – Ele falou, encostando no balcão com umas 12 sacolas de diversas marcas nos braços e eu ri fraco.
- Vamos voltar para o carro, deixar essas sacolas lá e tomar um café, o que acha? – Perguntei, acenando para as vendedoras da loja e coloquei meus óculos escuro, antes de sair para o sol de Los Angeles.
- Você tem cafeteira em casa, não tem? – O moreno falou e eu ri fraco, revirando os olhos.
- Ok, enfezadinho, vamos para casa. – Comentei, pegando algumas sacolas de seus braços antes de ver alguns paparazzis, que já tinham me seguido alguns quarteirões para baixo. – Acho que devo na verdade.
- Eles estão inofensivos hoje. – Ri fraco, revirando os olhos e andando ao lado de Anthony enquanto acenava para alguns paparazzis, rindo fraco.
- Hoje estão! – Suspirei, balançando a cabeça e voltei a descer a rua das lojas mais famosas do mundo. – O que você vai fazer amanhã?
- Receber telefones até não aguentar mais. – Ele revirou os olhos.
- Mas é sábado! – Reclamei. – A gente prometeu em fazer maratona dos filmes do Oscar...
- Eu sei, eu sei! – Ele falou e eu suspirei, revirando os olhos. – Mas eu fui escolhido para o plantão, domingo também estarei ocupado, mas, pelo menos, posso fazer em casa.
- Por que eu fui namorar um jornalista?
- Acho que o problema é namorar um jornalista emprestado para o Los Angeles Times. – Ele riu e eu balancei a cabeça.
- Que saudades de você na Allure. – Comentei e ele riu.
- Já, já o cara volta de férias e eu retorno ao meu lugar. – Ele falou e eu sorri.
- Você vai cobrir o Oscar? – Perguntei.
- Vou, assistirei você atravessar a passarela de braços dados com o Jack. – Ri fraco. – Acertei? – Ele perguntou.
- Bem, a namorada dos outros não vão trabalhar, então é. – Ele balançou a cabeça e eu parei no estacionamento, entregando o bilhete para o homem da porta.
- Você realmente me levaria de convidado para o Oscar? – Dei de ombros.
- Por que não? Estamos juntos há uns seis, sete meses, é bastante tempo. – Ele sorriu e sei que daria um beijo em minha bochecha se estivesse com os braços mais leves.
- Parece que o tempo passou tão rápido. – Ele suspirou.
- E agora com a turnê vai passar mais rápido ainda. – Vi meu Porsche ser estacionado ao lado e logo o homem sair e me entregar a chave do mesmo. – Obrigada! – Agradeci a ele e Anthony rapidamente colocou as compras no banco de trás, graças ao teto solar.
- , umas fotos! – Alguém gritou e eu virei o rosto para os paparazzis, colocando a mão na cintura, com a sacola na mão e sorri aqui e ali, era a segunda vez que eles queriam fotos.
- Obrigada! – Falei, acenando para eles e andando do lado do motorista, fechando a porta e colocando o cinto.
- Quero ver onde você vai guardar todas essas coisas agora. – Anthony falou quando entrou no carro e eu dei partida, saindo pela avenida.
- Isso eu também quero saber. – Ele riu fraco, colocando a mão em minha perna e eu sorri. – Afinal, que ânimo para compras foi esse?
- Você viu que eu comprei bastante, mas foram em lojas selecionadas, não?! – Ele franziu a testa e eu voltei a olhar para a avenida. – Ok, você nem notou. Mas são lojas que querem me vestir para o Oscar, ou sapatos, ou joias, ou estão interessados em mim como patrocínio, por aí vai.
- Claro, é óbvio! – Ele foi irônico e eu ri.
- Agora eu tenho seis vestidos para escolher, um para o evento, outro para o after-party...
- Você vai no after-party? – Ele virou para mim.
- Até parece que não.
- Ah, , qual é...
- Ei, ei, seu trabalho é escrever matérias, entrevistar pessoas e tudo mais, o meu é ir a festas, eventos e tudo mais...
- Oh, Deus! – Ele falou jogando a cabeça para trás. – Vamos trocar?
- Pior que eu gosto tanto desses eventos, do meu trabalho, shows... – Virei para ele rapidamente e franzi os lábios.

- E agora, apresentando o prêmio de Canção original, recebam as belas, Stone e Penélope Cruz. – O maravilho do Hugh Jackman falou e eu e Penélope andamos em direção ao palco do Oscar, lado a lado, comigo segurando o envelope do vencedor.
O público nos aplaudia, enquanto nossos vestidos, azul meu e branco dela, esvoaçavam enquanto as pernas se mexiam para frente e para trás, até pararmos em frente ao microfone colocado estrategicamente no meio do palco.
- O cinema é conhecido por todos como a sétima arte, uma combinação de elementos e pessoas que deixa tudo maravilhoso. – Penélope Cruz dizia com seu sotaque espanhol.
- Mas, o que seria da sétima arte, sem a quarta arte? – Perguntei com um sorriso no rosto. – A música, que começou muito antes do cinema, também faz parte.
- Um filme, sem a sua trilha sonora e canções originais não teriam a mesma emoção do que quando se coloca uma música maravilhosa ao seu lado. – Penélope sorriu.
- A música pode te tocar, te alegrar, te fazer dançar e até te colocar para baixo, afinal, a mesma proporção de histórias que podemos contar no cinema, temos sentimentos para escrever músicas. – Sorri.
- E é essa parte sentimental que viemos apresentar. – Penélope falou. – Aqui estão os indicados para melhor canção original.
- Jai Ho, de Quem Quer Ser Um Milionário? Música de A. R. Rahmam, letras de Guizar. – Comecei a falar.
- O… Saya de Quem Quer Ser um Milionário? Música e letras de A. R. Rahman e M.I.A. – Penélope falou.
- Down to Earth de Wall-E, música de Peter Gabriel e Thomas Newman, letras de Peter Gabriel. – Falei, acompanhando o vídeo que passava.
- E o Oscar vai para... – Penélope falou enquanto eu tirava o lacre do envelope e o abria.
- Jai Ho. – Falei, com um sorriso no rosto, já ouvindo as pessoas aplaudirem. – A. R. Rahman e Guizar.
Um movimento no público se aproximava e eu guardei o papel novamente no envelope e vi os dois vencedores subirem no palco, sorridentes. Segurei a estatueta do Oscar por alguns segundos em minhas mãos e logo virei para entregar para A. R. Rahman que tinha um grande sorriso no rosto e o cumprimentei rapidamente, e logo cumprimentei o letrista da música e me afastei ao lado de Penélope.
- Ganhar um Oscar não significa só ganhar um Oscar, quer dizer que agora você está naquele grupo seleto de pessoas que tem um dos maiores prêmios da música, com exceção do Grammy que a aqui continua roubando todos por ano. – Soltei uma risada fraca. – E eu sou muito grato de, mesmo sendo de longe, fazer parte desse grupo seleto de pessoas. – Sorri. – Eu gostaria de agradecer a todos da produção do filme, diretores, produtores, atores e também à Pussycat Dolls que tornaram minha música conhecida não só na Índia ou no filme, como também no mundo. – Ele ergueu o prêmio. – Obrigado! – Ele se virou, e a música do Oscar começou a tocar e nos retiramos do palco, comigo rindo ainda.
- Então, eu roubo todos os anos? – Perguntei e ele assentiu, me abraçando de lado.
- Com toda certeza! – Ele respondeu e eu balancei a cabeça.
- Vamos trabalhar juntos, quem sabe você não ganha o seu? – Perguntei brincando.
- Vai ser um prazer! – Ele sorriu e eu o apertei de lado, rindo fraco.

- Ah, esse povo lindo que a gente ama! – Falei, entrando na sala de reuniões, encontrando toda a turma técnica a postos.
- Sentiu saudades, é?! – Brent perguntou e eu ri, balançando a mão.
- Eu já tive o prazer de te encontrar, Brent. – Falei e ele riu. – Por sinal, você está bem em forma, hein?! – Coloquei a mão em sua barriga e ele ficou vermelho imediatamente.
- Enfim... – Jessica falou e eu me sentei numa cadeira, ao lado de Mike e David. – O que é isso na sua cara, Mike? – Ela perguntou e eu ri.
- Uma barba? – Ele falou, passando a mão nos poucos pelos que cresciam no seu queixo.
- Ok, a partir de hoje eu estou sancionando uma regra de que só o Jack pode ter barba nessa banda, combinado? – Jessica falou e eu segurei a risada.
- Maldade. – Mike cruzou os braços em cima do peito.
- Enfim, turnê! – Falei.
- Sim, por favor! – Brandon se levantou, puxando o quadro de anotações. – Espero que vocês estejam descansados, porque essa turnê passará por muitos países.
- Vamos focar no ‘muitos’, ok?! – Jessica falou.
- Vai incluir o Japão? – David perguntou antes de tudo.
- Vai sim, David, provavelmente uns cinco ou seis shows lotados. – Jessica falou e eu sorri. – No Japão tudo é sucesso, e com vocês não é diferente.
- Vamos para o que interessa, então. – Louis falou. – Qual será a rota e em quanto tempo?
- Tá preocupado agora? – Emily perguntou.
- Somos pessoas casadas, Emily, temos que voltar. – O loiro falou e eu revirei os olhos.
- É, e o David é pai de trigêmeas, Mack de uma, calma que a gente já está acostumado com isso. – Brent falou, coçando a cabeça. -
- Bem, a turnê começará no segundo trimestre desse ano, vocês têm vários compromissos ainda, vai para Grécia para Mamma Mia, todos vão para o Brasil no casamento do Olavo, têm as premiações, vocês estão concorrendo a tudo, para variar, então atrasará um pouco o início. – Assenti com a cabeça com o que Jessica falou.
- E a duração? – Mack perguntou.
- Não sabemos ao certo ainda, porque tudo depende da quantidade de shows confirmados em cada país, já faz um tempo que vocês não fazem shows pequenos, então temos que estar abertos a todas as possibilidades. – Brent falou.
- Provavelmente até o fim do ano acaba, aí em 2010 a gente começa a focar no próximo álbum, caso vocês queiram renovar o contrato. – Jessica falou sorrindo.
- Até parece que não! – Falei e ela piscou.
- , frapuccino de chocolate com chantilly, né?! – Lucy, minha assistente, ou a pessoa que me trazia cafés, falou baixo ao meu lado.
- Isso. Obrigada! – Ela me entregou e eu logo suguei o líquido, suspirando.
- Enfim, depois renovamos o contrato, agora é por álbum, mas a gente conversa isso depois. – Assenti com a cabeça.
- Ok, e qual é a ideia de vocês para a rota? – Perguntei, colocando a bebida na mesa e peguei a caneta.
- Brent... – Jessica indicou.
- Dessa vez começaremos para Austrália, Nova Zelândia e subiremos, nesse meio do mapa existem países como Papua Nova Guiné, Indonésia, Malásia, Tailândia, Filipinas, Laos, Sri Lanka, Vietnã, Cambodia, Bruma, Bangladesh, Nepal, Butão, enfim, vários países com suas dificuldades políticas e religiosas, então depende da liberação do país para fazermos show...
- Mas pode confirmar Indonésia, Malásia e Tailândia. – David falou, revirando os olhos. – Japão sempre briga com esses países por cantores e datas.
- É o que a gente imaginava. – Jessica falou.
- Enfim, depois vamos para Índia, China, Japão, Coréia do Sul, Mongólia, aí voltamos a países que dependem da política ou religião: Cazaquistão, Uzbequistão, Turcomenistão, Afeganistão, Paquistão, Iraque, Síria, Jordão, Turquia, Emirados Árabes, Arábia Saudita, Iêmen, Omã, e por aí vai.
- Nossa... – Falei, suspirando.
- O quê? – Jessica perguntou.
- Nunca imaginei conhecer esses países. – Sorri.
- Você vai. – Jessica sorriu.
- Depois a gente vai subir para a Rússia e refazer os países da turnê de Here We Go Again na Europa, mas iremos acrescentar países menores como Bulgária, Romênia, Ucrânia, Belarus, Estônia, Letônia, Hungria, Sérvia... Enfim, todos os países pequenos da Europa. – Brent continuou falando. – Depois vamos descer para a África, alguns países selecionados: Algéria, Egito, Sudão, Etiópia, Somália, Quênia, Uganda, Camarões, Nigéria, Libéria, Congo, Tanzânia, Moçambique, Zâmbia, Angola, Namíbia, Botsuana, é claro, África do Sul e Madagascar. – Assenti com a cabeça. - Depois Brasil, turnê da América do Sul de Here We Go Again, acrescentando alguns países, América Central também acrescentando alguns, México, Estados Unidos e terminamos no Canadá. – Brent até respirou mais fundo quando terminou.
- Tem certeza que é só isso? – Jack brincou e eu ri.
- Temos! – Jessica falou. – É esse o plano, gente, alguns países podem entrar, outros sair, mas a média é de 100 países.
- Jesus! – David falou ao meu lado.
- Já aviso que será cansativo, será corrido, mas será a melhor coisa de suas vidas. – Ela sorriu e eu respirei fundo.
- Vamos encarar, né? – Suspirei.
- Enfim, você começa a elaborar a setlist, acho que com umas 24 músicas. – Assenti com a cabeça. - Para começarmos os ensaios o mais rápido possível. – Brandon falou.
- Beleza!
- Mike, Mack, Louis e David, foquem nos arranjos, o terceiro álbum é divertido, dançante, torne isso ainda mais interessante. – Os quatro concordaram quase em uníssono. – Jack e Emily, ritmos, danças, potência vocal, vai ter muita agitação. – Jessica suspirou.
- E a gente precisa de um foco para começar a montar o palco, figurinos, etc... – Brent falou. – Tem alguma ideia, ?
- Eu pensei em algo mais colorido. – Passei os dedos em meus cabelos loiros desbotados. – Não as roupas, nada muito exagerado, mas a decoração, luzes, talvez jogar no povo aqueles pós coloridos que estão entrando na moda? – Joguei o cabelo para trás.
- Acho que já vi. – Jessica comentou.
- Então, algo assim. – Falei, cruzando os braços em cima do corpo.
- Nessa ideia dá para gente focar em roupas brancas, decoração branca com jogos de tinta e por aí vai. – Robb do canto da sala pela primeira vez.
- Dá para fazer isso. – Brent falou. – Só espero que vocês não se importem em aparecer pintados em quase todos os shows ou eventos pós-show. – Soltei uma risada fraca.
- Contanto que a Rainha da Inglaterra não apareça de surpresa, estaremos bem. – Comentei e o pessoal riu.
- Ok, vamos começar! – Jessica falou e nos levantamos, indo todos para a porta.
- Você tem prova de roupa em uma hora, quer que eu mande o Juan ou você vai de carro? – Lucy perguntou ao meu lado, me estendendo alguma nota fiscal para eu assinar e eu suspirei.
- Eu vou de carro, você se importa se eu te mandar com o Juan para a loja de instrumentos? Quero algumas impressões novas nos instrumentos, uma guitarra branca com jogada de tinta colorida. – Falei.
- Sem problemas, eu te encontro mais tarde. – Ela falou sorrindo e eu acenei com a cabeça. – Ah e o Anthony ligou, ele quer saber sobre roupas também, algo assim.
- Ah, homens! – Suspirei e ela riu, saindo de perto.
- Está dando bem com a Lucy? – Mack perguntou.
- Bem, já faz um tempo, mas certeza que ficarei desacostumada. – Respondi o fazendo rir.

- ...Got my mind on your body and your body on my mind. Got a taste for the cherry, I just need to take a bite. – Movimentei o corpo próximo ao pedestal do microfone, mexendo as pernas devagar. - Don't tell your mother, kiss one another, die for each other...
- We're cool for the summer... – Minha voz ficou mais forte com Jack e Emily e eu joguei os cabelos para frente, me movimentando sensualmente no ritmo da música.
- Take me down into your paradise, don't be scared cause I'm your body type. – Sentia minha garganta fervendo com a força que eu usava. - Just something that we wanna try, cause you and I, we're cool for the summer. We're cool for the summer. We're cool for the summer... – Respirei fundo, aproximando a boca do microfone no pedestal, suspirando. - Shh... Don't tell your mother. Got my mind on your body and your body on my mind. – Sentia minha voz saindo mais fina pelas caixas de som. - Got a taste for the cherry I just need to take a bite... – Respirei fundo antes da parada. -Take me down! – Ergui os braços, respirando fundo.
- Take me down into your paradise... – Jack e Emily continuavam enquanto eu pegava fôlego.
- Don't be scared... – Gritei novamente, suspirando.
- Cause I'm your body type.
- Just something that we wanna try, cause you and I, we're cool for the summer. – Voltamos a cantar juntos.
- Take me down... – Eles faziam a segunda voz.
- We're cool for the summer. – Movimentava meu corpo, rindo.
- Don't be scared...
- Cause I'm your body type. – Gritei novamente. - Just something that we wanna try, cause you and I, we're cool for the summer. We're cool for the summer. – A música parou ao mesmo tempo que os papéis picados estouraram acima de mim e ouvi o público gritando e eu soltei uma risada, antes das luzes se apagarem e eu me retirar do palco.
- Como está? – Jessica perguntou quando saí do palco e me entregou uma toalha o qual eu passei rapidamente em meu rosto antes de pendurar em meu pescoço.
- Minha garganta está pegando fogo, meu coração parece que vai estourar, mas eu amei essa performance. – Falei e ela riu, assentindo com a cabeça.
- E quem não gostou? – Mike apareceu ao meu lado, com sua camisa social toda suada. – Depois você fala para gente não ficar se esfregando no pedestal, hein?! – Ele provocou e eu ri.
- Foi por uma boa causa. – Louis apareceu atrás e eu ri, balançando a cabeça. – Arrasou! – Ele falou esticando a mão e eu bati na sua, rindo.
- Bem, vamos, ? – Ela me estendeu uma saia preta e eu a coloquei por cima do collant branco de manga comprida que eu estava usando e eu vesti a saia rapidamente, nos bastidores mesmo, abotoando-a na cintura.
- Vão ficar? – Perguntei para os outros seis.
- Essa é a melhor parte de ser a banda de apoio. – Emily falou sorrindo. – Não precisamos lidar com imprensa. – Ela sorriu e eu revirei os olhos, seguindo Jessica.
Passamos pelos bastidores do Grammy rapidamente, nos desviando de diversas pessoas que já tinham saído do palco ou que entrariam, encontrei com Katy Perry rapidamente, recebendo rapidamente um beijo dela e logo em seguida senti as luzes brancas da sala de imprensa me cegarem.
- E agora, Stone, ganhadora dos prêmios de álbum do ano, canção do ano, melhor performance vocal feminina, melhor álbum pop e melhor performance vocal pop. – A mulher que ficava na porta falou eu sorri para ela, jogando a toalha em Jessica antes de atravessar o corredor e subir no pequeno palco, me colocando no meio do mesmo.
Meus cinco novos Grammys estavam colocados em uma mesa e eu ajeitei o braço para que as ajudantes segurassem os prêmios com luvas e os empilhassem em meus braços rapidamente e se afastaram com a mesma pressa. Os flashes dos fotógrafos começaram a me cegar e eu sorria e fazia caras e bocas, mas eu tentava me mexer pouco com medo de algum bebê daquela pilha cair.
Eu fazia caretas, tentava beijar os prêmios, fingia que eram bebês mesmo, mas logo eu pedi para as moças tirarem essa pilha de mim e eu me ajeitei em frente ao microfone, esperando pelas perguntas.
- , esse é o seu quarto Grammy como ganhadora, o sexto da sua carreira, qual é o sentimento de voltar aqui e rapar os prêmios mais importantes? – Ele perguntou e eu respirei fundo.
- Oh, meu Deus. – Suspirei, colocando as mãos na cintura. – É fascinante, porque, de certa forma, eu já estou ficando velha, é o terceiro álbum, são cinco anos desde que eu comecei, três álbuns de sucesso, incontáveis prêmios, não só no Grammy, como escolha de fãs, mas as pessoas estão gostando das nossas músicas, comprando CDs, indo a shows e isso é tudo fascinante, é o que eu disse no meu primeiro Grammy e que ainda não muda, é fascinante. – Suspirei. – Ainda mais que esse ano tivemos algumas surpresas boas, tem Adele, Lady GaGa, Jonas Brothers com álbuns cada dia mais magníficos, Carrie Wonderwood, Taylor Swift, Miley Cyrus, minha amiga Katy Perry. Então, isso é muito importante para mim e minha banda. – Mordi meu lábio inferior. – Tem gente nova chegando, mas eles ainda nos querem, então é muito prazeroso.
- Quantos Grammys você tem ao todo, ? – Abri a boca rapidamente e logo a franzi, imediatamente.
- Eu preciso contar, honestamente. – Eles riram. – Uns 10, 12? – Balancei a cabeça.
- E quais são os próximos planos?
- Turnê mundial, descansos merecidos e começar produção do quarto álbum. – Sorri.
- Já? – Alguém perguntou.
- É como minha vida toca, meu emprego é esse, e eu dou graças a Deus por amá-lo incondicionalmente.
- E a vida pessoal como fica? – Ri fraco.
- Complicada, vamos ser honestos! – Suspirei. – Mas eu estou feliz, e é isso que importa.
- Obrigada, . – Eles falaram e eu sorri, me retirando do palco com três prêmios nas mãos, enquanto Jessica se encarregava dos outros dois.
- Anthony te mandou uma mensagem, ou melhor, cinco, uma para cada prêmio. – Sorri, balançando a cabeça.
- Ele sempre manda. – Sorri.
- Eu gosto dele, . – Jessica falou. – Ele é decente. – Assenti com a cabeça.
- Ele é.

- Mas olha, tá gostando de tirar a roupa essa daí. – Ouvi a voz de Mack por trás dos equipamentos e deu vontade de mostrar o dedo do meio para ele, mas se eu movimentasse as mãos, deixaria os seios à mostra para todos.
- Olha, Mack, fica quieto, que quem está de Calvin Klein sou eu, então nem vem. – Os fotógrafos em volta de mim riram e eu virei o corpo de costas, entreabrindo as pernas e só olhando de esguio para os fotógrafos com o rosto mais sério.
Fazer parte da propaganda clássica da Calvin Klein foi uma escolha difícil de tomar, e o motivo da escolha, nem foi o dinheiro, acho que nesse mundo, eu nunca havia feito algo por dinheiro afinal, mas para ficar marcado como alguém que fez parte desse legado.
As propagandas deles eram todas básicas, jeans, normalmente aparecendo um pouco a calcinha e escondendo os seios com as mãos, somente. Em alguns casos uma jaqueta ou uma camiseta, mas igualmente sem sutiã, eles queriam realmente focar em seus jeans e roupas íntimas.
A ideia dessa sessão de fotos não foi diferente, mas eu preferi por fazê-la sozinha, sem nenhum modelo masculino, já era difícil tirar a roupa sozinha, imagina com o peito colado no de outro homem. Mas era legal, mais solto do que quando eu havia tirado foto para a Allure. Os fotógrafos faziam com a gente se soltasse, risse e com Mack me acompanhando, eu ria à todo momento.
Mas eu estava decidida a começar a negar alguns contratos, Gucci, Calvin Klein, Lacoste, Hersheys, marca de microfone, guitarras, roupas de natação, e até O Boticário do Brasil, eram muitos contratos, que ocupavam parte do meu tempo, e eu estava querendo voltar a ter tempo para mim, eu tinha Anthony agora, uma lista enorme de amigos que eu gostava de ter perto, além da minha banda que cada um tinha, pelo menos, uns três contratos. Em parte, a gente fazia isso pela qualidade, para nossa própria divulgação, David falava que parte era pelo dinheiro, afinal, cuidar de trigêmeas com qualidade e bem-estar não era exatamente fácil, Mack fazia pela diversão, Emily por poder ajudar os outros. Mas todos sabíamos que a agenda já estava cheia demais.
Obviamente, eu não podia simplesmente abandonar, teria que esperar os contratos acabarem, mas inicialmente, o único que eu topava ficar era a Gucci, eles faziam com que eu me sentisse bem e os comerciais eram maravilhosos. E talvez eu ficaria com O Boticário, era um jeito de eu manter uma ligação com o Brasil, além de eu realmente gostar dos produtos.
Enfim, quem sabe, não?!
- , vamos trocar de roupa? – O fotógrafo perguntou e eu assenti com a cabeça, pegando a toalha da mão da assistente e enrolando em volta do corpo.
- Roupa? Ou a falta dela? – Ouvi Mack falar e eu bati a mão em sua cabeça, ouvindo-o reclamar.

- Ah, que merda. – Cochichei para mim mesma, rabiscando forte no papel e jogando a cabeça para o lado.
- Ei! – Virei para o lado, vendo Jack entrando no meu apartamento.
- Oi, querido! – Falei para ele e Grape rosnou ao meu lado. – Ei, é o Jack. – Acariciei seu pelo e ela voltou a se deitar a meus pés.
- Eu trouxe pizza. – Ele apontou e eu fiz uma careta.
- Eu não posso. – Cochichei e ele riu, fechando a porta.
- Pode sim, você está magra demais, já. – Ele falou, colocando-a na mesa de centro e depositou um beijo em minha testa. – Eu insisto.
- Obrigada. – Retribuí o beijo e apontei para o lugar vazio.
- Anthony está aqui? – Ele se jogou ao meu lado.
- Não, foi cedo para o trabalho. – Ele assentiu com a cabeça.
- Eu gosto dele. Ele te faz bem. – Sorri, encostando a cabeça em seu ombro.
- Que bom, todos vocês gostam dele, isso é bom. – Ele riu fraco.
- E aí, por que você estava bufando? – Ri fraco, estendendo o caderno para ele.
- Jessica disse 24 músicas, eu tenho 31 para a turnê. – Ele franziu a testa, suspirando.
- Ok, quer ajuda?
- Sim, eu ia gostar. – Ele riu, pegando a caneta de minha mão.
- Você leva à sério turnê de tal álbum, não?! – Encostei nele, olhando para o papel.
- Ah, eu sei como é decepcionante você ir no show de alguém e a pessoa cantar duas ou três músicas do álbum novo. – Ele afirmou com a cabeça, comprimindo os lábios.
- Está cada dia mais difícil fazer uma setlist. – Ele comentou e eu dei de ombros.
- Eu disse! – Ele riu.
- Mas vamos lá, a ideia do show vai ser algo animado e colorido, certo? – Ele perguntou e eu assenti com a cabeça.
- Sim. – Falei.
- Por que a gente não tira Little Me, Gift Of a Friend, Love Is Easy, Ordinary Girl e Live Like There’s No Tomorrow? A gente já exclui cinco músicas aí.
- Será? O povo gosta dessas músicas.
- Mas a gente já tocou bastante, entende? Além de serem mais lentas. – Ele falou e eu ponderei com a cabeça.
- É, você tem razão. – Suspirei.
- Posso riscar? – Ele perguntou e eu assenti com a cabeça. – Agora só precisa tirar mais duas músicas e organizar. – Puxei o papel de sua mão.
- Ok, deixa eu olhar. – Suspirei, passando os olhos pelas músicas pré-selecionadas.
- Mas eu acho que você tem que tirar alguma do segundo CD ou terceiro, tirar Show Me Love e Freak The Freak Out é dar tiro no pé.
- Oh não, eu não quero morrer! – Ele riu. - Pior que eu penso que se eu tirar uma música do CD novo, ou duas, as pessoas vão falar ‘nossa, por que não deixou todas?’, eles sempre falam isso. – Comentei.
- É, você tem razão. – Ele falou. – Assim, Watch Me e Spotlight tem que ficar. São animadas e combinas perfeitamente com a vibe do show. – Assenti com a cabeça.
- Vou tirar Fly With Me, falar com a Jessica que a gente dá conta de 25 músicas e a gente faz um medley do segundo CD. – Comentei e ele assentiu com a cabeça.
- Perfeito. – Ele falou, se levantando. – Vou pegar os pratos. – Ele falou indo em direção à cozinha.
- Ok, só preciso organizar isso agora. – Puxei os pés para dentro do sofá, começando a organizar as músicas.
Começar e finalizar com a música rápida, encore, arranjos, era difícil fazer tudo pensando em como ficaria, e não como as coisas estão. Suspirei, rabiscando o papel quase até rasgar o mesmo. Jack voltou da cozinha, pegou seu pedaço de pizza e começou a comer, enquanto eu focava em colocar próximo as músicas que combinavam, essa parte era meio complicada, eu tinha que visualizar tudo na minha mente, mas depois de uns 15 minutos, ou de Jack já ter engolido o terceiro pedaço de pizza, eu terminei.
- Acho que tá ok. – Comentei e ele colocou o prato na mesa. – Não suja meu caderno. – Falei e ele riu.
- Vamos ver o que temos aqui. – Ele suspirou, limpando as mãos no guardanapo. – Você quer começar por You Ain't Seen Nothing Yet, nada mais justo, depois Can't Be Tamed, What About Us, Masquerade, Hot, Hair, aí entra numa parte só dos meninos?
- Isso. – Me debrucei em cima dele. - Party Girl, Starstrukk e Good Girls Go Bad, depois entra no medley ou algo similar do segundo CD.
- Sim, ‘tô vendo. Here We Go Again, The Time Of Our Lives, Watch Me, Spotlight...
- Aí já emendei Freak the Freak Out junto. – Falei.
- Ah, está legal. Depois Got Dynamite, Lolita, Not Like That, Rumors, Crank It Up, Blame It On The Beat, Run The World e termina, entre aspas, com Show Me Love. – Ele falou.
- Isso, aí vem para o fim geral com Untouched, eu tocando guitarra, obviamente. – Ele riu. Move e Cool For The Summer. – Falei.
- Eu gostei bastante, só estou imaginando que vamos precisar de um cardiologista do lado pelo tanto que a gente vai dançar e pular. – Ele me devolveu o caderno e eu ri.
- Pois é, amigo. A parte boa e a ruim de fazer um álbum dançante. – Ele riu e eu suspirei. – Mas vamos lá, 100 países, uns 130 shows ou mais. – Dei de ombros. – Ninguém está com pressa mesmo.
- Talvez não! – Ele riu.
- Vou mandar isso para Jessica mais tarde e esperar aprovação.
- O que, rapidamente, será aprovado. – Ele riu, mordendo o pedaço de pizza.
- É claro! – Ele riu. – Vai, coloca um pedaço para mim.
- Sim, senhora! – Ele disse.

- Ok, então agora vamos para a música nove. – Jessica gritou e eu virei o rosto para ela novamente, erguendo os braços. – Vamos!
- A gente sabe, Jessica! – Respondi, virando o corpo para frente novamente, vendo Lacey, Delilah, Virginia, Amir, Agatha e Anthony sentados lado a lado no grande sofá da sala de ensaios e todos riam. – Ok, vai David! – Gritei para o japonês que começou a mixar a música junto de Mike na guitarra.
- I make them good girls go bad, I make them good girls go... – Mike, Mack, Louis e Jack começaram a cantar em sincronia.
- Good girls go bad! – David fez aquela voz mixada e os outros instrumentos entraram em sincronia.
- I know your type, you daddy's little girl. – Mack começou a cantar sozinho, fazendo toda sua performance sensual. - Just take a bite, let me shake up your world, cuz just one night couldn't be so wrong. I'm gonna make you lose control. – Os meninos faziam a voz de fundo. - She was so shy until I drove her wild.
- I make them good girls go bad, I make them good girls go bad. You were hangin in the corner with your five best friends, you heard that I was trouble but you couldn't resist. I make them good girls go bad, I make them good girls go... – Os quatro cantaram juntos, todos fazendo danças exageradas, me fazendo rir com Emily e todas as mulheres da sala.
- Good girls go bad! – David cantou, e eu me preparei com o microfone.
- I know your type, boy you're dangerous. – Eu e Emily começamos nossa parte, sem fazer as danças desnecessárias. - Yeah you're that guy I'd be stupid to trust, but just one night couldn't be so wrong. You make me wanna lose control. – Deixei minha voz se perder no fim da frase, voltando ao meu lugar.
- She was so shy until I drove her wild. I make them good girls go bad, I make them good girls go bad. – Mack voltou a cantar, me encarando dessa vez e eu tentava segurar a risada para não rir.
- I was hanging in the corner with my five best friends, I heard that you were trouble but I couldn't resist. – Movimentei o corpo em direção ao Mack, vendo que ele não segurava sua risada.
- I make them good girls go bad, I make them good girls go... – Ele soltou uma risada no fim da frase.
- Good girls go bad, bad, bad. Good girls go bad, bad, bad. Good girls go bad. – David continuou, o único sério.
- Oh, she gotta way with the boys in the place, treat 'em like they dont stand a chance. – Os meninos começaram fazendo os passos de dança sincronizados virados para gente, com exceção de Louis.
- And he gotta way with the girls in the back actin' like they're too hot to dance. – Eu e Emily repetíamos o mesmo, mas com passos diferentes, ouvindo os saltos baterem no chão de madeira.
- She gotta way with the boys in the place, treat 'em like they dont stand a chance. – Eles repetiram, trombando uns nos outros.
- And he gotta way with the girls in the back actin' like they're too hot to dance. – Eu e Emily fizemos os passos um pouco mais concentradas dessa vez.
- I make them good girls go bad, I make them good girls go, good girls go bad... – Eu e Mack cantamos forte, fazendo com que minha voz se sobressaísse da dele.
- I was hangin in the corner with my five best friends, I heard that you were trouble but i couldn't resist. – Cantei sozinha, mexendo os ombros de forma mais sensual.
- I make them good girls go bad, I make them good girls go bad, I make them good girls go... – Os meninos cantaram juntos, mexendo o corpo.
- Good girls go bad, bad, bad. Good girls go bad, bad, bad. Good girls go... – David parou a música, tocando uma buzina alta logo em seguida. – Gente do céu, que desastre foi esse?
- Nem me diga! – Lacey foi a primeira a comentar, me fazendo rir.
- Eu não sei dançar sensualmente para o Mack, gente. – Falei. – Na verdade, eu não conseguiria fazer isso com nenhum de vocês.
- É, estou vendo que foi um completo desastre. – Jessica comentou com o rosto virado para baixo.
- Por que a gente não... – Will que estava na lateral começou a falar. - Quer saber, não. – Ele suspirou. – Não vai dar certo.
- O quê? – Perguntei.
- Ia falar para deixar assim, foi engraçado, mas, pelo menos foi espontâneo, vocês vivem dizendo que são família, é óbvio que vai sair desse jeito. – Will falou e eu ponderei com a cabeça.
- É, só que ninguém pode estourar de dar risada no meio da música. – Louis comentou.
- Ah, se isso acontecer, o que tem de errado? – Will perguntou.
- Musicalmente nada... – Henry falou. – Talvez a imprensa comente de forma positiva ou negativa, mas nada, vocês só retornam de onde pararam ou recomecem a música. – Ele comentou e deu de ombros. – Os fãs vão adorar, vocês sabem que eles amam quando vocês fazem besteira. – Dei de ombros.
- Bem, então está decidido. – Jessica falou, bebendo um gole do seu suco. – Mantemos assim e vocês tentem usar o controle pessoal. – Assenti com a cabeça.
- Ok, vamos lá.
- Música número dez, Here We...
- A gente sabe, Jessica! – Gritei para ela que olhou para mim com o mesmo rosto despreocupado de antes.
- Here We Go Again. – Ela falou novamente e eu revirei os olhos, apontando para Mike que logo começou a música.

- Como você está? – Perguntei para meu pai, passando as mãos em seus ombros, alisando o terno preto.
- Nervoso. – Ele falou e eu sorri, dando um abraço forte nele.
- Você tem certeza que quer fazer isso? – Perguntei e ele franziu a testa. – Não digo por mim ou pela Amélia, ela é uma ótima pessoa, digo por você.
- Eu quero, filha. – Ele falou e eu senti meus olhos lacrimejarem. – Ela me faz muito bem. – Assenti com a cabeça e ele beijou minha testa. – Eu não me sinto mais sozinho.
- Você não precisa. – Falei eu abri um largo sorriso.
- É agora! – Ouvi o padre falar atrás de mim e virei para trás rapidamente, vendo as portas da igreja se abrirem e eu me coloquei ao lado de meu pai, entre ele e Anthony e comecei a ouvir a marcha nupcial ser tocada no trompete.
No fundo da curta igreja em Relva, apinhada de pessoas, uma mulher surgiu no final da igreja, fazendo com que meus olhos se enchessem de lágrimas. Amélia vinha caminhando em direção ao meu pai, com um vestido branco simples, justo na cintura, as mangas curtas, o decote educado e os cabelos presos em uma coroa de flores. Anthony apertou minha mão e eu abri a boca rapidamente, não conseguindo mais conter as lágrimas.
Meu irmão, Matheus, que agora já era quase um homem de 14 anos, vinha ao seu lado, com o braço dado à sua mãe. Os cabelos compridos penteados para trás e a gravata muito bem arrumada. Olhei para meu pai rapidamente e seus olhos estavam incrivelmente vermelhos, e algumas lágrimas rolavam pela sua bochecha, foi ali que eu soube que ele realmente amava Amélia. Meu pai estava feliz.
Amélia se aproximou de nós com um lindo sorriso nos lábios, meu pai desceu os dois degraus e Matheus, muito educado, entregou a mão de sua mãe para meu pai, e ambos trocaram um abraço apertado, e eu já estava achando que ia começar a soluçar ali mesmo. Amélia e Olavo se aproximaram do altar lado a lado e Matheus veio para o meu lado, o qual eu o abracei pelos ombros, estalando um beijo em sua bochecha que o fez rir.
- Boa noite, amigos e amigas. Estamos aqui para celebrar a união de Olavo e Amélia Sampaio. – O padre falou e eu sorri, sentindo as mãos de Anthony em minha cintura.

- Eu nunca fui a melhor pessoa para dizer o que eu sinto. – Falei no microfone, suspirando. – Por isso eu canto. – O pessoal riu. – Acreditem, é muito mais fácil. – Suspirei, passando as mãos no papel. – Mas, quando eu falo do meu pai, eu não poderia cantar algo pronto, porque não seria justo com o homem que fez céu e terra para cuidar de mim. – Suspirei, colocando a mão no pescoço. – Eu vivi com esse homem por 17 anos, acompanhei diversas personalidades mudarem, diversos sentimentos aflorarem, mas eu também vi o amor. – Mordi o lábio inferior. – Para aquelas que dizem que ser criado por um pai ou por uma mãe falta algo, eu tenho que dizer que não, não falta, porque eles podem ser os dois. – Abri um pequeno sorriso. – Como sabem, eu fui embora, e eu sabia da dificuldade que seria para o meu pai ficar sozinho aqui em Relva, me acompanhando pouco, mas tendo seus compromissos aqui, ou em qualquer parte do Brasil. – Amassei o papel, fechando os dedos e olhando para os noivos em minha frente. – Mas Amélia apareceu. – Suspirei. – E além de retornar o brilho nos olhos do meu pai, depois de dificuldades inimagináveis, ela me deu um irmão. – Vi Matheus esconder seu rosto nos ombros da mãe. – Eu tenho que dizer que podemos não ser a família perfeita, a família ideal, mas somos uma família. E eu só tenho que agradecer a Amélia e Matheus por cuidar do meu pai e se certificar que ele faça tudo que é preciso quando eu estou longe. – Ela sorriu, assentindo com a cabeça. – Eu já sabia disso antes, mas agora é oficial. – Suspirei. – Bem-vindos à família, espero que vocês consigam lidar com toda loucura e desentendimentos que podem vir. Amo vocês. – Terminei de falar e as pessoas começaram a aplaudir, enquanto meu pai e Amélia assentiam com a cabeça em agradecimento.
O DJ voltou a tocar logo depois disso e eu saí do palco, vendo Lara e Marina me esperando e eu as abracei rapidamente, seguindo em direção à mesa que estávamos antes do discurso, com Anthony e toda minha banda e suas respectivas esposas ou marido.
- Você realmente sabe como tocar as pessoas. – Lara comentou e eu peguei uma taça de champanhe, bebendo-a rapidamente e eu ri.
- Bem, eu tento. – Falei em português. – Mas e aí, continua falando, Lara.
- Sobre o que era mesmo? – Ela perguntou e eu ri.
- Sua empresa de publicidade. – Eu e Marina falamos juntos.
- Ah sim! – Ela riu. – Nós vamos começar no próximo semestre, estamos organizando a papelada e tudo mais, mas vai vingar. – Ela falou.
- Aqui em Relva mesmo? – Perguntei.
- Acredite, , aqui em Relva tem muito mais mercado do que parece, eu só preciso falar para as pessoas que publicidade é a alma do negócio, mas você sabe como sou convincente. – Ela falou rindo e eu revirei os olhos.
- Ô se sabemos. – Marina comentou.
- Pelo menos está dando certo. – Falei, roubando mais um salgadinho do prato. – Ok, o que mais?
- Conta para ela. – Lara falou rindo e Marina revirou os olhos.
- O quê? – Perguntei, me virando para Marina.
- Lara! – Ela repreendeu nossa amiga e eu ri.
- Ah qual é, eu estou afastada, mas não é por isso que temos segredos agora. – Comentei.
- Ah, com certeza temos. – Lara falou rindo, colocando mais um salgadinho na boca.
- Ok, agora eu estou curiosa. – Virei para Marina. – Desembucha. – Falei.
- Eu estou namorando. – Franzi a testa.
- Ok, namorar é incomum entre a gente, mas se até eu estou namorando, tudo é possível! – Ela riu. – Quem é o azarado? – Perguntei.
- Azarada, você quer dizer, né?! – Lara comentou e minha boca foi para o chão.
- Marina Cintra? – Falei um pouco alto demais. – Você finalmente se assumiu, é?!
- Não é?! – Lara gritou rindo.
- Como assim? – Marina perguntou.
- Ah, qual é, Marina, desde sempre a gente tinha essa suspeita sua. – Lara comentou antes que eu pudesse abrir a boca.
- E por que ninguém me disse? – Ela falou alto também e eu gargalhei, colocando a mão no peito.
- Ah claro! Vamos chegar assim ‘Marina, a gente acha que você é lésbica, isso é verdade?’ – Falei irônica. – Até parece que faríamos isso, né?! – Revirei os olhos.
- Mas nem eu tinha certeza ainda. Nem sei se tenho ainda, mas estou gostando.
- Você não precisa ter certeza de nada, contanto que você esteja feliz. – Falei, segurando sua mão e ela sorriu.
- Eu estou! – Ela falou e eu assenti com a cabeça.
- E eu conheci a menina, ela é bem legal. – Lara comentou com a boca cheia e eu revirei os olhos.
- Ah, que nojo, Lara! – Marina falou e eu ri. – Se eu não estivesse linda desse jeito, eu jogaria isso na sua cara.
- Ainda bem que estamos. – Ela falou e eu soltei uma risada. – Mas me diga, e esse Anthony? Você não gostava do outro lá? Do ator?
- Ah, gente, calma! Isso já está no passado há muito tempo, eu só fiquei afim dele, mas durou bem pouco, ok?! – Comentei.
- Bem, os dois são gatinhos, contanto que você esteja feliz. – Marina comentou e eu ri.
- Que ironia, não?! – Perguntei e ela deu de ombros. – Sim, estou! – Suspirei. – Anthony me faz bem, a gente tem os horários complicados, uma turma muito grande, brigamos de vez em quando, mas eu estou feliz, estou confortável.
- Bem, espero que você tenha feito a escolha certa. – Lara falou e eu suspirei.
- Que escolha? – Suspirei, cochichando em seguida. – O nunca foi uma escolha.
- Vai saber. – Ela deu de ombros. – Mas ele é legal. – Ela deu de ombros e eu ri.
- Meninas... – Virei para trás, encontrando Anthony. – Posso roubar minha namorada um pouco?
- Claro, fique à vontade, nós nem gostamos dela. – Lara foi a primeira a falar e eu me levantei, segurando a mão do meu namorado e ele me puxou para a pista de dança.
- Vem, vamos dançar! – Ele cochichou em meu ouvido e eu suspirei, vendo o casal principal no meio da pista de dança.

- Eu estou apaixonada! – Comentei, saindo do carro e tirando os óculos escuros para a vista dos meus sonhos.
- Bem-vinda à Escópelos. – Jessica cochichou ao meu lado e eu suspirei, olhando para as construções claras e o mar azul.
- Essa é a ilha Kalokari de Mamma Mia? – Perguntei.
- Kalokari não existe, na verdade, mas vai ser onde o filme vai ser criado. – Suspirei.
- Eu não vou querer sair daqui. – Falei.
- Bem, agora você vai sim, porque eles estão esperando pela gente. – Ela me entregou minha mochila e eu coloquei nas costas, a acompanhando para dentro da construção baixa, que seria minha moradia por alguns dias.
Entramos na construção e eu com certeza estava na Grécia, por causa do frescor e do cheiro de mar para qualquer lugar que eu virasse. Atravessei pelos corredores do mesmo, acompanhando Jessica por onde ela fosse, até que entramos em uma longa sala, com diversos sofás espalhados e com diversas pessoas jogadas neles.
- Ah, estávamos lhe esperando! – Ouvi uma voz, encontrando a diretora do musical original de Mamma Mia, Phyllida Lloyd e eu tirei os óculos escuros, suspirando diversas vezes com tudo ao redor. – Foi um prazer que aceitasse filmar conosco. – Ela se aproximou.
- Acredite, o prazer foi meu em ser cotada. – Ela sorriu e eu a abracei fortemente. – Obrigada!
- Quando você tingiu o cabelo de loiro, ficou claro que você seria nossa Sophie Sheridan. – Soltei uma risada fraca e eu soltei minha mochila no chão. – Me deixe ser a primeira a te apresentar para o resto da equipe.
As pessoas começaram a se levantar devagar e eu queria surtar, eram muitos atores famosos e que eu realmente admirava, então era quase como um sonho para mim, mas a principal era Meryl Streep, eu ficava abobada quando a encontrava nos lugares, então era sempre magnífico.
- Essa é Catherine Johnson, nossa roteirista. – Cumprimentei a mulher com um sorriso no rosto. – Esses são Pierce Brosnan. – Abri um sorriso. – Ele será o Sam. – O cumprimentei fortemente, com um largo sorriso no rosto.
- É um prazer! – Ele falou. – Você que vai nos colocar para cantar? – Ri fraco.
- Se você me colocar para atuar, acho que podemos entrar em um acordo. – Brinquei e ele riu.
- Eu aceito. – Ele falou e eu ri.
- Stellan Skarsgård, nosso Bill. – Phyllida falou e eu o cumprimentei, sorrindo. – Coling Firth como Harry.
- Lord Henry Dashwood... – Falei quase como um sopro.
- Oh, meu Deus, você lembra. – Ele falou e eu ri, o cumprimentando.
- Eu cresci vendo Tudo que Uma Garota Quer. – Ele riu, escondendo o rosto nas mãos.
- É um prazer conhecê-la. – Ele falou sincero e eu sorri.
- Esse é Dominic Cooper, Sky e seu par romântico. – Ela me apresentou para um dos poucos atores que eu não conhecia e eu sorri, o cumprimentando.
- Já vou pedir perdão antecipadamente pelos meus erros. – Ele abriu um lindo sorriso e me abraçou rapidamente.
- Então, eu peço pelos meus também. – Ele falou e eu ri.
- Essa é Christine Baranski, Tanya. – Phyllida falou e eu a cumprimentei sorrindo.
- Você é perfeita para Tanya. – Falei honesta e ela riu, fazendo uma careta.
- Espero que goste das minhas piadas. – Ela comentou e eu ri.
- Julie Walters como Rosie. – Phyllida continuou com as apresentações.
- Meu Deus, eu estou conhecendo Molly Weasley. – Comentei e ela riu, abrindo os braços igualmente Molly e eu a abracei forte. – É um incrível prazer.
- Te conhecer também é um incrível prazer. – Ela falou e eu sorri.
- E a mulher que fará sua mãe, Donna, Meryl Streep. – Soltei um suspiro alto que até ela riu.
- A diva. – Comentei e ela abriu um sorriso maravilhoso.
- Oh, meu Deus, diva? – Ela brincou, me abraçando de lado, e eu me aninhei em seu peito. – Que honra! – Ela comentou e eu sorri.
- Você é uma artista completa, você vai sair da Miranda Priestly para fazer a Donna Sheridan, isso é incrível! – Falei e ela riu.
- Obrigada, é muito bom ouvir isso de uma pessoa jovem. – Ela comentou e eu sorri.
- Bem, essa é nossa turma. – Phyllida falou. – Estamos aqui só para fazer a gravação das músicas, a gravação do filme vai demorar um pouco, sei que teremos que fazer entre a sua turnê nova, mas acho legal vocês conversarem, se conhecerem. – Ela falou e eu assenti com a cabeça.
- Vai ser ótimo! – Falei e eles riram.
- E eu acho que teremos que esconder essa mecha roxa, se não se importa. – Phyllida comentou e eu ri.
- Oh, sem problemas, meu cabelo está todo desbotado já. – Ela riu.
- Bem, acho que podemos começar em como ter uma voz potente e não estragar a garganta como primeira lição. – Pierce comentou e eu ri.
- Creio que uma lição mais fácil seria melhor, não?! – Comentei e ele riu.

- Tente não surtar, ok?! – Julie Walters falou ao meu lado.
- Eu não posso prometer nada. – Suspirei, puxando o ar fortemente.
- Então, tenta se acalmar. – Julie falou novamente e Jessica apareceu ao meu lado.
- Estão nos esperando. – Ela falou e eu respirei fundo. – Tenta focar, ok?!
- Estou tentando falar isso para ela. – Julie falou e eu ri.
- Julie e Molly Weasley são a mesma pessoa. – Comentei e Jessica riu.
- Eu sei, mas vamos focar e não hiperventilar? – Jessica falou novamente.
- Vamos logo! – Falei e Jessica deu de ombros antes de abrir as portas em minha frente.
- Vou até preparar a câmera, você vai querer guardar isso para sempre.
Eu simplesmente travei quando eu olhei aqueles dois que eu admirava desde que eu era pequena e eu soltei um suspiro alto, chamando a atenção de Benny Andersson e Björn Ulvaeus, cada um em seu respectivo instrumento, piano e guitarra.
- Então, essa é a nossa estrela? – Benny foi o primeiro a falar e eu me forcei a dar alguns passos para frente, com um pequeno empurro de alguém e ambos estenderam a mão para mim, mas eu sentia que estava em choque.
Eu não sei quanto tempo eu fiquei quieta, eu era fascinada por eles, eles compuseram e cantaram a música que eu apareci, então tinha diversos sentimentos passando por dentro do meu corpo e eu já lacrimejava de emoção.
- ? – Ouvi Jessica falar e eu voltei para a realidade.
- Desculpe, é só que é a realização de um sonho conhecer vocês. – Falei rapidamente e um sorriso tímido apareceu no rosto de ambos.
- Acredite, é muito bom lhe conhecer também. – Björn falou e eu suspirei. – Você fez com que nossas músicas voltassem a ser ouvidas por jovens. – Ri fraco. – Além de ficar muito bem na sua voz.
- Oh, meu Deus, não acredito que vocês estão falando isso. – Comentei e ele riu.
- Por quê? – Benny perguntou. – É tão difícil a gente ter gostado?
- É só um cenário que eu nunca consegui pensar. – Mordi o lábio inferior.
- Então, vamos ser o mais claro possível. – Benny falou. – Você é incrível. E nós somos muito gratos pelo cuidado que você tomou com a nossa música desde que começou até agora. – Abri um sorriso, sentindo meus olhos lacrimejarem.
- Posso abraçar vocês? – Perguntei e eles riram.
- Por favor! – Björn foi o primeiro a falar e eu passei os braços pelos ombros do mais baixo, abraçando-o fortemente, tentando me encaixar naqueles braços nem que fosse por alguns segundos e guardar isso na memória.
Me separei dele e abracei Benny, que, automaticamente, notei ser um pouco mais simpático e agi da mesma memória que com Björn, aquilo era um sonho, então eu queria aproveitar o máximo possível.
- Obrigada! – Falei, me separando deles. – Vocês são demais. – Eles riram.
- Podemos tirar uma foto? – Jessica perguntou e eu me virei, me colocando no meio dos dois, passando os braços pelos ombros deles e abri o meu melhor sorriso, vendo o flash estourar em meu rosto. – Pronto!
- Vamos cantar? – Benny perguntou e eu suspirei.
- É o que eu faço de melhor! – Comentei e ele se sentou novamente sob o piano e eu fui em sua frente, apoiando no piano.
- Vamos dar uma experimentada na sua voz, creio que não será necessário nenhum ajuste, não é?! – Ri fraco. – Já vi Thank You For The Music, você conhece I Have a Dream?
- Eu conheço todas as músicas. – Comentei e eles riram.
- Então, me segue! – Ele falou, começando a dedilhar os dedos pelas notas brancas e Björn no violão.
- I have a dream, a song to sing... – Deixei minha voz fluir nas músicas que eu cantava desde criança. - To help me cope with anything. – Fechei os olhos. - If you see the wonder of a fairy tale... – Molhei meus lábios. - You can take the future, even if you fail. – Deixei minha voz sair suavemente. - I believe in angels, something good in everything I see. – Suspirei. - I believe in angels, when I know the time is right for me. I'll cross the stream, I have a dream. – Abri os olhos devagar, acompanhando a música. - I have a dream, a fantasy... To help me through reality. And my destination makes it worth the while, pushing through the darkness still another mile. – Abri um pequeno sorriso, ao notar Jessica tirando várias fotos. - I believe... – Deixei alongar com a música. - In angels, something good in everything I see. I believe in angels when I know the time is right for me. I'll cross the stream, I have a dream... – Finalizei a música com as últimas notas de Benny, soltando uma risada em seguida.
- Bom, muito bom! – Benny falou e eu suspirei sorrindo.
- Vamos repassar todas as músicas que você vai cantar, depois vamos para a cabine. – Björn e eu assenti com a cabeça.
- Perfeito, até lá eu já devo ter parado de me emocionar. – Eles riram. – Quais músicas eu irei cantar?
- I Have a Dream, Honey, Honey, Our Last Summer, Lay All Your Love On Me...
- Essa música é demais! – Comentei rindo.
- Gimme! Gimme! Gimme! The Name Of The Game, Voulez-Vous, I Do, I Do, I Do, Mamma Mia, Waterloo e, claro, Thank You For The Music. – Björn falou me entregando o papel e eu confirmei com a cabeça.
- Perfeito! – Suspirei. – Vamos lá.
- Por qual você quer começar?
- Por Thank You For The Music, é claro! – Benny riu e assentiu com a cabeça.
- Vamos lá, então.

- Aqui! – Entreguei os dólares para o senhor. – Fique com o troco. – Falei para ele e abri a porta do táxi.
- Obrigado! – Ele falou e eu peguei minha bolsinha prata e saí do mesmo, puxando toda a barra do vestido antes de fechar a porta.
Carly tinha escolhido um casamento digno de princesa, com as madrinhas de vestidos rosa chamativo, mas eu estava gostando. Esse vestido havia ficado maravilhoso, além de ter sido meu presente para ela: os vestidos dela e das madrinhas. Joguei a barra para o lado e me endireitei novamente, olhando para a escada em frente à igreja.
A primeira coisa que notei foi a boca de no chão me encarando e eu ri fraco, tentando manter a pose, mas dei uma piscada em sua direção. Puxei a barra do vestido e subi os degraus da igreja devagar, tomando cuidado para não tropeçar e cair, o que podia acontecer, notei que também me olhava sorrindo, mas com uma cara muito menos boba que o .
- Fecha a boca ou vai entrar mosca. – Cochichei para ele e dei um rápido beijo em sua bochecha, antes que ele destravasse.
- Você está maravilhosa. – Ele comentou e eu passei a mão pelo seu terno preto.
- Você também. – Respondi e virei para .
- Tá cheia dos casamentos, hein?! – Ele comentou e eu ri. – Vi que você postou no Facebook. Seu pai deve estar muito feliz.
- Ele está. – Suspirei. – E eu também, eles são ótimos. – Ri fraco. – Espero que eu chore bem menos do que chorei no Brasil.
- Bem, não posso prometer nada. – Ele brincou, me abraçando de lado e eu ajeitei sua gravata rapidamente.
- E aí, garota? – Tara apareceu com o mesmo vestido rosa que eu e beijei sua bochecha rapidamente, abraçando-a de lado. – Cadê as mechas?
- Ah, já eram! – Ri fraco, descendo um degrau e me colocando o lado de . – Novo foco, nova situação, tudo novo. – Comentei e eles riram.
- Falando nisso eu tenho que te parabenizar pelo Grammy... De novo. – Ela franziu a testa e riu em seguida.
- Obrigada! – Ri fraco, suspirando.
- Mas e aí? Quais as novidades? – Apoiei nos ombros de para arrumar meu sapato.
- Nenhuma! – Eles falaram sonoro.
- Ah, que bom! – Ri fraco. – Então, estamos muito bem. – Eles riram. – Vocês viram a Carly hoje? Como ela está? – Perguntei.
- Você a conhece, ela está uma pilha. – falou ao meu lado e franzi os lábios.
- Parece que eu consigo vê-la na minha mente. – Eles riram. – Mas ela está feliz?
- Está explodindo de felicidade. – falou rindo.
- , querida! – Virei o rosto para trás vendo Lisa se aproximando de nós com um vestido preto maravilhoso.
- Lisa! – Desci alguns degraus e a abracei fortemente. – Como está?
- Eu estou muito bem e você? Sumiu, hein?! – Ri fraco.
- Eu estive ocupada, CDs, premiações, preparação para a turnê...
- Namorado. – falou e eu ri.
- Pois é, ela nos contou! – Ela comentou e eu a abracei forte de lado. – Mas está tudo bem?
- Sim, está, maravilhosamente bem! – Ela sorriu, assentindo com a cabeça.
- Vocês não têm noção como eu adoro ver vocês quatro juntos. – Ela comentou e eu ri. – Cada homem meu com sua âncora. – Ela comentou e eu sorri. – Ah, eu já vou chorar. – Ela comentou e eu ri. – Vamos, vamos! A noite é longa.
- Vem, ! – me estendeu a mão e eu segurei, me colocando na frente de e Tara e dei o braço para o meu amigo e estiquei as costas, sentindo o pano do vestido pegar no meio das costas devido ao bordado e suspirei.
- Vamos casar minha irmã. – cochichou atrás de mim e eu ri.
- Eu gostei da sua mãe dizer que eu sou sua âncora. – Falei para e ele sorriu.
- Minha, do , da Carly e da Shanna. – Ele comentou. – Até da minha própria mãe. – Ele respondeu.
- Não se esqueçam de mim. – Tara comentou e eu sorri.
- E da Tara, é claro. – comentou. – É aquela pessoa que a gente pode ficar anos sem ver que nada vai mudar.
- Eu fico feliz que pensem assim. – Suspirei.
- É assim sim. – falou e eu virei o pescoço, sorrindo.
- Devagar. – Vi Lisa falar e os dois casais da frente começaram a andar e eu segui entrando na igreja, sentindo os finos panos do vestido dançarem pelas minhas pernas e desfilei pelo tapete vermelho.
A igreja estava lotada, Carly tinha razão em tirar pessoas que não faziam sentido convidar. Os eram uma família grande, além dos amigos e dos amigos dos irmãos, que eu creio que tinha vários também. Me coloquei do lado da família de Carly com ao meu lado e logo se colocou ao meu lado com Tara e meu corpo arrepiou quando a marcha nupcial começou a tocar, eu me arrepiava em todo momento.
Carly surgiu no fim do corredor com um sorriso lindo no rosto, os cabelos loiros presos em um arranjo prateado, e o corpo em um vestido regata, com os seios escondidos por dentro do decote e os lábios com um sorriso maravilhoso.
- Ela está linda. – Comentei e suspirou ao meu lado.
- Sim, ela está! – Ele falou e eu virei o rosto para olhá-lo que chorava e eu apertei sua mão rapidamente, tentando segurar as lágrimas.

- Mas, me diga, moço tenso. – Me sentei ao lado de , entregando uma bebida para ele. – O que te preocupa?
- O quê? Preocupar? Não! – Ele falou e eu franzi a testa, puxando a cadeira para frente e apoiei os braços na mesa.
- Você não me engana, . Alguma coisa te atrapalha. – Comentei e ele ficou na mesma posição, quase fazendo com que nossas mãos se tocassem, e suspirou. – Vai.
- Eu aceitei fazer um filme novo. – Ele falou e eu franzi o rosto.
- Ok...? Você não é ator? Não é isso que você faz? – Bebi um gole do champanhe.
- É diferente, é um projeto de seis filmes. – Ele falou e eu suspirei.
- Oh, isso é grande! – Ele riu fraco.
- Pois é, eu vou ficar até 2020 fazendo isso, mais ou menos. – Ele balançou a cabeça. – Todo mundo falou que eu devia aceitar, que seria bom para minha carreira decolar, além do salário ser impossível de negar, mas eu estou com medo.
- Você pode dizer que projeto é esse? – Perguntei.
- Posso! – Ele riu fraco, coçando seus cabelos ralos. – Você lembra que saiu ano passado o filme do Homem de Ferro?
- Sim, lembro, eu fui na première. – Comentei e ele riu.
- Por que eu não me surpreendo? – Sorri.
- Mike, Mack, os meninos queriam assistir. – Ele riu. – E então...?
- Então, faz parte disso. Eles me chamaram para fazer o Capitão América. – Ele abriu e eu abri a boca drasticamente.
- Oh, meu Deus, , isso é demais! – Me endireitei na cadeira, genuinamente feliz. – Isso é demais. Todo mundo está falando do Robert, com certeza vai ajudar a levantar sua carreira...
- Mas é um projeto de seis filmes, . Eram nove, na verdade, mas pedi para reduzir, eu posso nem querer mais fazer isso daqui alguns anos. – Segurei sua mão e ele olhou para mim.
- , você ama atuar, você realmente acha que vai desistir disso de um dia para outro? Eu amo cantar e não me imagino em outro lugar. – Ele balançou a cabeça.
- Você acha que eu estou fazendo a escolha certa, então? Eu tinha negado duas vezes já. – Ele suspirou.
- Mas é claro. – Falei animada. – Vai ser ótimo! O povo realmente vai conhecer o que eu conheço. – Falei rindo. – E com certeza eu vou te acompanhar. Afinal, se eles te ofereceram isso três vezes é porque realmente acreditam em você. – Ele riu fraco. - Para quando é o filme?
- Para 2011 só, mas as gravações começam ano que vem. – Ele suspirou. – Eu vou ter que malhar muito para chegar no corpo do Capitão América. – Soltei uma risada.
- Mas vai ser ótimo, . Sério! Estou torcendo muito por você, vai ser demais. – Ri fraco. – Nossa, até eu estou empolgada já! – Ri fraco. – Mas seis filmes? Vai ser uma ‘sextologia’? – Brinquei e ele riu.
- Na verdade pretendem reunir um grupo de super-heróis, Os Vingadores, não sei se já ouviu falar.
- Levemente, os meninos falam um pouco.
- Então, e vão lançar Homem de Ferro 2 ano que vem, escolheram a Scarlett Johansson como Viúva Negra, eu já trabalhei com ela duas vezes, o ator para interpretar o Thor, eu, eles estão montando tudo.
- Mas nossa, . Sério! Estou muito feliz por você. – Falei rindo. – Cara, eu vou com a turma inteira para essa estreia, pode esperar. – Ele riu, balançando a cabeça.
- Obrigado, . – Notei que ainda estava segurando sua mão e soltei.
- Entrando nesse assunto, eu tenho uma novidade também. – Falei e ele franziu os lábios, surpreso.
- O quê?
- Eu também vou fazer um filme. – Comentei rindo.
- Sério? Decidiu entrar para esse lado também? – Ele perguntou e eu suspirei.
- Na verdade... – Ele gargalhou. – Eu fui meio que impossibilitada de recusar, igual você. – Ele riu.
- Que filme? – Ele perguntou.
- Eles estão gravando a versão cinematográfica de Mamma Mia, Phyllida Lloyd e Benny Andersson e Björn do ABBA estão cuidando da produção. – Suspirei e arregalou os olhos. – Eu não podia negar.
- Mas é claro que não! – Ele riu. – Esse musical é demais, e você já deixou claro o quanto ama ABBA, é o projeto perfeito para você.
- Ainda é um musical, achei ótimo eles terem me cogitado como primeira opção na verdade. – Ri fraco. – Começamos a gravação depois do meio do ano. – Suspirei. – Eu já os conheci, conheci o elenco. Na verdade, faz pouco tempo que voltei. – Ele riu. – Estou empolgada.
- Nossa, eu te desejo boa sorte mesmo. – Ri fraco. – Quando eu for fazer algum filme e estiverem precisando de uma atriz para fazer uma ponta, eu vou te chamar.
- Não exagera, ! – Falei e ele riu. – Passos de bebê.
- Ah, quem sabe? Você pode gostar da coisa.
- Nunca diga nunca, certo? – Comentei e dei de ombros.
- Boa sorte para você, , vai ser legal. – Assenti com a cabeça.
- Você também, quero saber de tudo. – Ele confirmou.
- Te conto tudo que puder revelar, prometo. Apesar de que você tem estado meio ausente. – Fiz uma careta.
- Eu sei que perdi outra estreia sua, mas fui passar o ano novo com o Anthony, acabamos ficando mais tempo do que o planejado e por aí vai. - Ele confirmou.
- Você gosta dele? – Franzi a testa.
- É claro que eu gosto, . – Falei rindo. – Eu o amo. – Ele assentiu com a cabeça, suspirando. - E você? Está com a Minka ainda, certo?
- Não, ela me traiu e eu não sei lidar com isso. – Ele balançou a cabeça. – Mas é, eu gostava dela.
- Não vou tirar sua razão, eu faria o mesmo. – Suspirei. – Mas tudo vai ficar bem.
- Sempre fica, não? – Ele falou e eu ri.
- Oi, gente! – Virei o rosto para o pequeno palco montado na varanda dos e vi Carly em cima do mesmo com uma taça de champanhe na mão. – Vamos começar pelos brindes? – Ela falou rindo.
- Ela está bêbada? – perguntou e eu me segurei para não rir.
- Acho que a noite de núpcias vai ser meio fraca. – Comentei e ele riu, colocando as mãos na boca.
- Eu quero chamar aqui, uma pessoa mais que especial para mim, para meus irmãos e minha família, que sempre vai ser muito boa para nós. – Ela falou e eu continuei olhando para eles. – Nossa grande amiga, Stone. – Arregalei os olhos e ela me chamava com a mão. – Vem cá! – Ela falou e começou a me aplaudir e gritar, e eu me desesperei.
- Eu não preparei nada. – Falei e ele me empurrou.
- Vai lá! – Ele disse e eu passei por entre as mesas, subindo no palco e pegando o microfone na mão de Carly.
- Vai! – Eu a abracei rapidamente e ela saiu do palco, se colocando ao lado do seu marido, e sua família que estavam próximos ao palco, até se aproximou.
- Ah, olá, pessoal, eu sou Stone, conheci os há quatro anos e me sinto como o quinto filho de Lisa. – Eles riram. – Eles sempre foram muito importantes para mim. – Suspirei. – Bem, eu não esperava por isso, afinal que madrinha faz um discurso para os noivos, certo? – Eles riram da minha ironia. – Então, eu vou fazer algo que eu faço de melhor, cantar. – Virei meu rosto para os homens da banda e apontei para o violão e ele assentiu com a cabeça, me entregando e eu tirei meus saltos, antes de pendurar o instrumento no ombro. – E eu decidi cantar uma música de um filme que eu sei que Carly adora, e acho que é um pouco pertinente para a ocasião. – Suspirei.
Eu não era a melhor no violão ainda, mas tinha algumas músicas selecionadas que eu tocava muito bem, além de já saber todas as minhas músicas, o que era algo bom, certo? Arrumei os dedos nas cordas e respirei fundo, ajeitando o microfone no pedestal com a outra mão.
- I'll always remember... – Comecei devagar. - It was late afternoon. It lasted forever and ended so soon, yeah. – Suspirei, vendo um sorriso gigante abrir nos lábios de Carly. - You were all by yourself staring up at a dark gray sky, I was changed. – Movimentei os dedos nas cordas do violão, começando o ritmo. - In places no one will find, all your feelings so deep inside. – Olhava para as cordas de vez em quando. - It was now that I realized that forever was in your eyes, the moment I saw you cry. – Abri um sorriso, vendo os noivos começarem a dançar. - The moment that I saw you cry. – Suspirei. - It was late in September... – Minha voz se alongou. - And I've seen you before. You were always the cold one... – Abri um sorriso. - But I was never that sure. You were all by yourself staring up at a dark gray sky, I was changed. – e tinham sorrisos gigantes nos rostos. - In places no one will find, all your feelings so deep inside. – Mudava as notas nos dedos, rindo comigo mesma. - It was now that I realized that forever was in your eyes, the moment I saw you cry. – Lisa estava feliz. - I wanted to hold you, I wanted to make it go away. – Senti meus olhos lacrimejarem com o casal. - I wanted to know you, I wanted to make your everything, all right... – Afastei do microfone um pouco, parando de tocar. - I'll always remember... It was late afternoon...– Suspirei, voltando a tocar. - In places no one will find... All your feelings so deep inside, forever was in your eyes. – Respirei fundo. - It was now that I realized, that forever was in your eyes. The moment I saw you cry. – Abri um sorriso. - The moment I saw you cry, oh, no, no. I think I saw you cry. The moment I saw you cry. – Finalizei com os últimos toques, abrindo um sorriso. – Aos noivos! – Falei no microfone e o pessoal começou a aplaudir e eu agradeci com a cabeça.
Entreguei o violão para o moço da banda e desci do palco, seguindo em direção aos agrupados no meio do quintal e abracei e Lisa de lado, com um sorriso no rosto e ria de mim.
- O quê? – Perguntei.
- É, , honestamente. Você não pode fazer outra coisa. – Ele falou e eu ri fraco, piscando para ele.
- E nem você! – Ele assentiu com a cabeça.
- Obrigada, ! – Carly falou e eu ri, abraçando-a forte.

- E hoje é o dia que viramos góticos para Untouched. – Ouvi Louis falar com Malcon, enquanto Robb colava cílios postiços em mim e exagerava no rímel.
- Qual é a concepção desse clipe? – Malcon perguntou e eu olhei Louis de canto de olho, a peruca preta estava péssima nele.
- Sabe que eu não sei? – Louis riu. – Mas a ideia é a dor por trás de um relacionamento. Então, iremos performar com esses looks estranhos, depois iremos destruir tudo com socos e chutes. – Ele esticou os polegares. – Vai ser legal.
- Sim, vai ser ótimo! – Mack apareceu mais como ele mesmo, a camisa social com mangas cortadas, deixando seus braços tatuados à mostra e os cabelos compridos arrepiados em um moicano alto demais.
- Deixa eu adivinhar, foi ideia do Mack? – Malcon perguntou e eu ri.
- Vai saber, né?! Você que é o diretor, a parte artística vem de você. – Ele riu.
- Nem vem, eu só gravo e edito, a parte técnica é de vocês. – Ele abaixou a câmera e Robb ajeitou a cartola em minha cabeça com o pequeno véu preto caindo em meu rosto e eu ajeitei o corpete verde por baixo do blazer preto e virei o rosto para o mesmo.
- A saia está muito curta? – Perguntei para Robb que se afastou e olhou rapidamente.
- Não, está boa. Na maioria das cenas nem vai aparecer. – Assenti com a cabeça. – Passa isso. – Ele me entregou um batom vermelho e eu foquei no pequeno espelho e passei o mesmo na boca, vendo meus lábios ficarem em um sangue vivo e afirmei com a cabeça.
- Perfeito, vamos começar! – Robb gritou e eu me aproximei da minha banda, todos iguais a mim, roupas curtas, pretas, rasgadas e chapéus igualmente tensos, acho que era a palavra certa.
- Então, vamos fazer o seguinte. – Malcon falou no megafone, me fazendo colocar os dedos nos ouvidos, eu odiava aquilo. - Vamos começar com a cena da chegada, todo mundo animado, dançando cantando e os sete chegando, pode ser? – Ele perguntou e eu assenti com a cabeça. – Faremos a filmagem de cima e da frente, então foquem na câmera, olhar de desdém, vocês sabem como fazer.
- Ei! – Reclamei e ele riu.
- Não que vocês façam cara de desdém, vocês sabem o que fazer no geral, na gravação. – Soltei uma risada fraca e andei para fora da escola onde seria filmada. Havíamos aproveitado um baile que estava tendo na escola de Melanie para gravar, claro que a pequena não estava participando, ela só tinha 10 anos.
- Ok, vamos lá The Fucking Stone! – Gritei para eles e nos colocamos no corredor vazio da escola e puxei o blazer para baixo, vendo meus seios bem salientes.
- Vamos fazer a primeira tomada sem música, beleza? – Ouvia a voz ecoada de Malcon quando as portas fecharam. – E povo da sala, não se assustem. – Os alunos riram.
A ideia era um grupo obscuro da escola que entrariam totalmente destoando o baile de formatura, então todas as meninas estavam em lindos vestidos coloridos, os meninos supercomportados, e o grupo totalmente excluído de pretos e roupas extravagantes. Era meio que Punk Rock 101, da banda Bowling For Soup, se isso for da sua época. Me coloquei no meio dos sete, tentando fazer a melhor cara de nojo possível.
- Vamos lá, gravando! – Malcon gritou e as portas se abriram.

- O que você está toda compenetrada aí? – Ergui o rosto vendo Anthony saindo do banheiro com a toalha enrolada na cintura e eu ri.
- Estou escrevendo uma música nova. – Comentei com um sorriso no rosto e ele pegou sua cueca na mochila ao lado da cama e a vestiu, antes de pendurar a toalha no banheiro e se jogar novamente ao meu lado.
- Ah é, sobre o que se trata? – Ele encostou o queixo em meus ombros e eu abaixei o caderno.
- Sobre amor, é claro! – Falei e ele riu, dando um beijo em meu ombro e eu me arrepiei.
- Posso ver? – Ele cochichou próximo ao meu ouvido e eu suspirei.
- Eu só esbocei o refrão. – Falei e ele fez um bico muito lindo que eu comecei a rir, colando nossos lábios rapidamente. – Aqui. – Entreguei o caderno para ele.
- “Eu não ligo para o que as pessoas dizem quando estamos juntos. Você sabe que eu te quero me abraçando quando eu dormir. Eu só quero ficar contigo agora e para sempre.” – Ele leu, deixando um sorriso de lado abrir em seu rosto e ele abaixou a mão.
- O que você acha? – Perguntei.
- É sobre a gente? – Ele perguntou.
- É sobre você. – Suspirei, encostando a cabeça no travesseiro novamente.
- Quero ver o fim. – Soltei uma risada.
- Provavelmente vai demorar um pouco. – Comentei. – Tem a turnê até o fim do ano, depois todos os compromissos de início de ano, festa da gravadora, fechar o contrato de novo, o que eu creio que vai uma longa burocracia. – Suspirei. – Aí sim a gente volta a focar nisso. - Ele riu.
- Não tem problema. – Ele falou, passando os braços pelo meu corpo e eu coloquei minha mão em seu pescoço, puxando-o para mim e colando nossos lábios. - Eu te amo demais, sabia? - Ri fraco.
- Sabia sim! – Respondi entre uma respirada e outra eu senti suas mãos começarem a passar por baixo da minha cintura.

- Tia ! – Vi Grace correr em minha direção e eu a segurei em meus braços, trazendo-a para meu colo.
- Oi, minha princesa! – Falei, dando um beijo na menina de cinco anos dos cabelos lisos igual David e dos olhos igualmente escuros. – Como você está? – Perguntei, colocando-a de volta no chão.
- Estou bem. – Ela sorriu.
- Cadê o pessoal? – Perguntei, fechando a porta do apartamento.
- Lá na cozinha! – Ela falou e eu equilibrei o presente de David em uma das mãos e senti a pequena me puxar pela cozinha.
- Aí está ele! – Falei, vendo a turma toda organizada na grande cozinha e varanda do apartamento de David.
- Tia ! – Melanie, Maggie e Grace falaram juntos e eu ri, sentindo as pequenas me abraçar pelas pernas e Melanie me abraçar um pouco mais cima.
- Posso chegar no David? – Perguntei e elas riram, se afastando. – Chegamos ao grande 40, hein? – Perguntei e ele riu encabulado. - Feliz aniversário, meu amigo. – Falei, abraçando-o fortemente. – A gente tem te zoado pelo último mês, mas eu sei que datas assim podem ser complicadas, difíceis de passar, mas você tem pessoas que te amam.
- 40 é só um número, . Minha alma é jovem igual a sua. – Ele falou e eu assenti com a cabeça. – Anthony não pode vir?
- Ele passou em casa para tomar um banho, já, já ele aparece. – Ele assentiu com a cabeça e eu lhe entreguei o presente. – Espero que goste.
- Oh, meu Deus, o que você aprontou? – Ele perguntou e eu ri, o observando apoiar a caixa na mesa da cozinha e tirar o embrulho. – Oh, meu Deus, é a discografia inteira do Queen? – Ele perguntou e eu beijei sua bochecha.
- Sabia que ia gostar. – Falei e ele riu.
- Isso é ótimo! – Ele falou e eu ri.
- Olá, senhoras. – Falei para Virgínia, Lacey, Emily, Agatha e Delilah.
- Oi, ! – Elas falaram quase em um uníssono, Delilah me abraçando de lado.
- Vamos lá, quais as novidades? – Perguntei, aceitando o copo de vinho que Hiroshi, a mãe de David, me entregava. – Oi.
- Olá, querida! – Ela falou e eu sorri, vendo-a se afastar.
- As minhas você já sabe. – Emily disse e eu ri.
- Obviamente. – Brinquei e ela sorriu.
- Acho melhor a gente ir lá para sala. – David falou. – Levem seus copos que eu levo o resto. – Peguei uma travessa com uma torta que Giny me entregou e eu segui para a sala, colocando sobre a mesa de jantar.
- Eu coloquei 40 velas no bolo, é possível que tenha umas a mais ou a menos, mas é para ter 40. – Mike falou, colocando o bolo no meio da mesa e eu dei risada, balançando a cabeça.
- Você comprou quatro pacotes com 10 velinhas, não é para ter dado errado. – Virgínia falou.
- Eu sei, mas suas filhas devem ter roubado algumas e quebrado, por isso que algumas são menores que as outras. – Soltei uma risada, pegando Grace novamente no colo.
- Quero ver é apagar tudo isso de uma vez. – Comentei e David fez uma careta.
- Posso dizer que o fôlego não é mais o mesmo. – Jessica falou e eu ri.
- Até parece. Você tem fôlego, Jessica, nem vem. – Falei.
- Para gritar, então... – Mack falou e Jessica o olhou com os olhos semicerrados. - Ela me odeia. – Ele comentou, se afastando da mesma.
- Oi, gente! – Anthony apareceu na porta.
- Finalmente! – O pessoal gritou.
- Vamos cortar esse bolo, então. – Giny falou e Mike foi para perto do bolo, começando a acender as velinhas.
- Parabéns para você... – Comecei a cantar quando as luzes foram apagadas.
- Nessa data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida. – Todo mundo me acompanhou, batendo palmas.
- Para David nada! – Gritei.
- Tudo! – Gritamos juntos.
- Então como é que é? – Gritei novamente.
- É pique, é pique! É pique, é pique, é pique! É hora, é hora! É hora, é hora, é hora! – Grace batia as mãozinhas em meu colo e eu ria. – Rá! Tim! Bum! David, David, David! – Gritamos e David assoprou todas as, supostamente, 40 velas, apagando-as rapidamente e nós o aplaudimos. – Discurso, discurso! – Começamos a gritar em uníssono.
- Ok, ok! – Ele falou rindo e se virando para nós. – Completar 40 anos, é ao mesmo tempo feliz e triste. Feliz por eu ter chegado nessa data maravilhosa, triste porque são 40 anos, quantos ainda me restam? – Ele falou e eu suspirei. – Mas eu tenho que dizer que eu não me sinto com 40 anos. Eu vivo com pessoas de idades bem mais novas que as minhas, pessoas capacitadas, maduras que nem parece que temos idades diferentes, as crianças... – Ele suspirou. – Então, obrigado por fazer com que não seja tão ruim. – Ele suspirou. – Obrigado por tudo, gente. – Ele falou, assentindo com a cabeça e eu pisquei em sua direção, aplaudindo-o como podia e sorri. – Que venha os 50. – Ele falou e eu gritei comemorando.

- E agora, a pessoa que irá se apresentar aqui essa noite, é uma das pessoas jovens que eu admiro muito. – Coloquei a cabeça para o lado, tentando enxergar o presidente falando. – Ela é jovem, bonita, tem só seus 23 anos, mas tem um foco e uma determinação incrível. – Abri um sorriso. – Suas músicas falam de coisas que realmente importam, mas também faz com que a gente se divirta. – Suspirei. – A ideia foi das minhas filhas, mas eu também fiz parte desse voto. – As pessoas riram. – Mas, além de tudo isso, ela representa um pouco o que nossa nação é, uma mistura de culturas e nacionalidades. É uma das coisas que eu gosto mais nessa banda. – Abri um sorriso. - Então, se apresentando em mais um jantar anual de Páscoa da Casa Branca, recebam a única Stone, Jack Bolzan, Emily Lizarde, David Sakawa, Louis Saint-Claire, Mike e Mack Derrick. – Eu ajeitei a barra do meu vestido antes de entrar no palco, e encontrei o Presidente Barack Obama sorrindo ao lado do microfone e as pessoas nos aplaudiam.
Eu estiquei a mão e ele me cumprimentou, mas logo me abraçou fortemente, o que eu retribuí, um pouco sem saber como agir com o Presidente dos Estados Unidos, ele cumprimentou rapidamente meus membros de banda e eu segurei o microfone, ajeitando-o no microfone e olhei para todas as pessoas muito bem vestidas em suas mesas.
- Boa noite! – Falei no microfone. – É um prazer estar aqui, obrigada ao Presidente Obama pelo convite, é incrível estar aqui, pena que perdi a caça aos ovos. – Suspirei e eles riram. – Espero que gostem. – Falei e peguei a guitarra que estava ao meu lado e prendi em meu corpo e Gina, Mônica, Annie e Patrícia, que já estavam no palco antes, começaram a tocar os acordes de Untouched.
Ajeitei a corda em volta do pescoço e deixei a guitarra cair de lado, puxando bastante fôlego, aquela música era tudo, menos fácil, e eu realmente não queria fazer feio na Casa Branca, em frente aos homens e mulheres mais poderosos do mundo, incluindo Michelle e Barack Obama.
- I go, go, go, you go ah, ah. La, la, la, la. La, la, la, la. I can la, la, la, la, la, la. I wanna, wanna, wanna get, get, get what I want, don't stop. – Puxei o ar rapidamente, cantando sozinha. - Gimme, gimme, gimme whatcha got, got cuz I can't wait, wait, wait any more, more, more. Don't even talk about the consequence cuz right now you're the only thing that's making any sense to me. – Movimentei os braços no ritmo da música. -And I don't give a damn what they say or what they think, think cuz you're the only one who's on my mind. I'll never ever let you leave me I'll try to stop time forever never want to hear you say goodbye. – Abri um sorriso, respirando fundo.
- I feel so untouched and I want you so much, that I just can't resist you. It's not enough to say that I miss you. I feel so untouched right now, need you so much. somehow I can't forget you. Goin' crazy from the moment I met you. – Minha banda entrou junto comigo e eu olhei de canto Mike tocando fortemente, fazendo com que seus cabelos mexessem para os lados. - Untouched, and I need you so much.
- See you, breathe you, I want to be you. Ah la, la, la. Ah la, la, la. You can take, take, take, take, take, time, time to live, live the way you gotta, gotta live your life. – Puxei o ar novamente. - Give me, give me, give me all of you, you. Don't be scared of seeing through the loneliness I want it more, more, more. Don't even think about what's right or wrong, or wrong or right cuz in the end it's only you and me and no one else is going to be around to answer all the questions left behind and you and I are meant to be, so even if the world falls down today you still got me to hold you up, up. And I would never let you down, down. – Eu movimentava as pernas no ritmo da música, mas eu não podia surtar ali, então tentava me manter comportada.
- I feel so untouched and I want you so much that I just can't resist you. It's not enough to say that I miss you. I feel so untouched right now, need you so much somehow I can't forget you. Goin' crazy from the moment I met you. – Voltamos a cantar juntos e eu puxei o ar, começando a segurar no cabo da guitarra. - Untouched, untouched, untouched. – Mexia os ombros devagar. - Ah la, la, la. Ah la, la, la. Untouched, untouched, untouched. Ah la, la, la. Ah la, la, la.
- I feel so untouched and I want you so much that I just can't resist you. – Comecei a cantar sozinha essa parte, ouvindo minha banda bater palmas no ritmo. -It's not enough to say that I miss you. I feel so untouched right now, need you so much somehow I can't forget you. Goin' crazy from the moment I met you. – Puxei a guitarra, começando a tocar com Mack e Mike.
- I feel so untouched and I want you so much that I just can't resist you. It's not enough to say that I miss you. – Mack parou de tocar ao meu lado, ficando parado. -I feel so untouched right now, need you so much somehow I can't forget you. Goin' crazy from the moment I met you. – Mike parou ao meu lado.
Eu coloquei toda minha força e vontade para tocar aquele solo que eu simplesmente amava, sentindo meus dedos apertarem nas cordas e sentindo elas vibrarem sobre meus dedos, meus cabelos caíam em meu rosto e meus olhos estavam fechados, eu estava no clima. Puxei o ar novamente, quando David e Louis voltaram a mixar comigo, e suspirei, parando de tocar, ouvindo meu quarteto tocar comigo.
- Untouched, untouched, untouched. – Minhas meninas terminaram os últimos acordes nos instrumentos de cordas e eu olhei para o povo que nos aplaudia e eu abri um largo sorriso, suspirando, orgulhosa de mais uma apresentação.
Abaixei o rosto para frente, em agradecimento e olhei discretamente para meus dedos vermelhos e suspirei, era assim que a gente ficava bom a cada dia.
- Obrigada! – Falei no microfone. – Vamos colocar vocês para dançar agora? – Eles riram.

- I love to hear you whisper take it, take it lower, don't be 'fraid to show her, what you freakin' do. – Cantei, me movimentando em volta do pedestal. - 'Cause we can do it nightly, you get me excited. Now it's my turn, yes it's my turn. – Suspirei.
- So give it to me. – Cantei sozinha.
- Why are we waiting? – Emily cantou sozinha.
- I know what you need and I'm not gonna stop. – Cantamos juntos.
- Whatever the weather we gonna be better together. So what's up baby? What about us? 'Cos I've been watchin' and waitin', why don't you give it or take it? So what's up baby? What about us? – Eu cantava forte com Emily fazendo a voz de fundo mais baixo.
- Watcha doin' to my head? – Cantei alto.
- Na, na, na, na, na! – Comecei a movimentar a cabeça de um lado para o outro, vendo os cabelos girarem no espelho.
- Should be here with me instead! – Soltei a voz novamente.
- Na, na, na, na, na!
- What about those words you said? – Reduzi o tom, cantando em um suspiro.
- Na, na, na, na, na!
- What about us? – Movimentei os lábios levemente. - What about us? What about us? What about us? What about us?
- Girl everything me tell you just believe. Girl you know my feeling is real. Let me show you right now what's the deal, make we get this relationship.
– David começou a fazer os raps e eu tive que focar no papel que nem eu tinha decorado ainda. - Give you thing make you feel alright, give you the touch, tell me how you like. I'm gonna keep you satisfied, girl if you give me all tonight. Why are we waiting, deliberating, anticipating, girl if you give me this night, alright. Time is still wasting, so long it's taking, dreams we've been chasing. Girl if you give me this night. – Eu cansei só de ouvir e respirei fundo antes de voltar.
- Watcha doin' to my head? – Cantei alto novamente.
- Na, na, na, na, na! – Repeti os movimentos laterais com a cabeça, que tinham pegado.
- Should be here with me instead! – Movimentei os quadris com a música.
- Na, na, na, na, na!
- What about those words you said? – Soltei um suspiro.
- Na, na, na, na, na!
- What about us? – Movimentei os lábios levemente. - What about us? Let me take the lead! – Cantei alto.
-Na, na, na, na, na!
- You know what I need. – Cantei novamente.
- Na, na, na, na, na!
- Put my mind at ease and tell me what about us. What about us? – Abaixei o tom de voz, suspirando, movimentando a cabeça com o fim da música, ouvindo o pessoal aplaudir.
- Muito bem, galera! – Jack falou aplaudindo.
- Muito bom, David. – Falei e ele sorriu.
- ? – Virei o rosto para Jessica na porta da sala de ensaios. – Vem aqui rapidinho?
- Já volto! – Falei, encaixando o microfone de novo no pedestal e seguindo correndo para a porta e fechei a mesma quando passei pela mesma. – O que foi?
- Tem uma pessoa querendo falar com você. – Suspirei, passando a mão na testa que suava e andei com ela até um escritório fechado e a pessoa se virou rapidamente quando eu entrei.
- Senhorita Stone. – O homem de cabelos e barba branca se levantou da poltrona e eu o reconheci imediatamente.
- James Cameron? – Falei quase em uma pergunta. – Como está? – Me arrependi em estar naquele estado, mas o cumprimentei com a mão rapidamente e me sentei na cadeira ao seu lado.
- Estou bem e você? Estava ouvindo um pouco do seu ensaio. – Assenti com a cabeça.
- Espero que tenha gostado. – Falei e ele sorriu.
- Com certeza! – Ele falou. – É por isso que eu estou aqui. – Ele falou e eu suspirei.
- Não entendi.
- Eu estou produzindo um filme que lançará no final do ano.
- Sim, eu ouvi falar, Avatar, certo? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça.
- Exato. – Ele falou. – E eu queria te convidar, e sua banda, se você quiser, para fazer a música tema. – Ele falou e eu arregalei meus olhos.
- A trilha sonora? – Perguntei e ele assentiu com a cabeça.
- Sim.
- Oh, meu Deus. – Suspirei. – Você acha que eu dou conta?
- Você é a nova Celine Dión, certo? – Ele falou. – Você interpretou My Heart Will You Go On com paixão, intuição. Eu estava lá, não se esqueça. – Assenti com a cabeça. – Você é a melhor opção.
- Nossa, vai ser uma honra. Eu precisarei de algumas informações, um pouco mais de conhecimento sobre o filme, mas sim, vai ser uma honra. – Falei e ele assentiu com a cabeça sorrindo.
- Sabia que aceitaria. – Ele se levantou, me esticando a mão e eu apertei.
- Para quando você precisa? – Perguntei.
- Me entrega até setembro? – Ele perguntou.
- Quatro meses para produzir uma música? – Perguntei, franzindo os lábios.
- Quatro meses para produzir uma música digna de concorrer ao Oscar. – Ele falou sorrindo e eu senti meu coração parar por um momento, até que tudo voltou ao normal.
- Não vou decepcioná-lo. – Ele sorriu.
- Eu sei que não. – Ele falou. – Manterei contato.
- Obrigada! – Eu e Jessica falamos juntas e ele saiu da sala e minha empresária fechou a porta e eu comecei a gritar de empolgação, começando a pular igual uma tonta e Jessica só conseguia rir de mim.
- Eu vou concorrer ao Oscar, escuta o que eu estou falando! – Apontei o dedo para ela e ela riu.
- Não duvido. – Ela sorriu. – Não duvido mesmo. – Ela riu e eu suspirei, ainda um pouco travada.



Capítulo 16

Aquela vista era simplesmente magnífica, o vento gelado batendo no rosto, os cabelos jogados para trás, era tudo fascinante. O teatro, a ponte, a água cristalina. Eu tinha sonhos, mas pensar que eu estaria do outro lado do planeta era totalmente fora de cogitação, mesmo após conhecer diversos países. Quando eu ficava sozinha, mesmo que por alguns segundos, eu sabia que aquilo era surreal. Olhei para baixo e notei como o barco formava linhas brancas na água clara e olhei para frente, estávamos nos afastando da costa e eu estava adorando.
- Ei, moça! – Virei o rosto para trás, vendo Malcon com sua câmera virada para mim, eu nunca realmente estava sozinha.
- Ei! – Falei, virando o corpo e me encostando de costas na murada do barco.
- O que está fazendo? – Ele perguntou e eu ri.
- Só aproveitando a vista. – Ele assentiu com a câmera.
- E que vista, não?! – Ri fraco, suspirando e me arrepiei com o vento.
- Nem fala! – Passei a mão na cabeça.
- Grande show hoje? – Abri um sorriso empolgado.
- Sim! – Bati palmas animada. – Hoje temos nosso primeiro show da Turnê Third Base, vamos começar aqui em Sydney na Austrália, depois temos show em Brisbane e Melbourne, depois vamos subir pela Ásia, Indonésia, Malásia, Japão, seguir por países que nunca fomos antes, depois Europa, África e por fim as Américas. Serão oito meses e muito trabalho duro! – Falei piscando.
- Qualquer tempo livre usa para descanso? – Dei de ombros.
- Mais ou menos, como temos pouco tempo em cada país, a gente tenta fazer um rápido tour para conhecer alguns pontos importantes, então dormir, só depois do show mesmo. – Ele riu. – A gente acorda cedo, arruma o show, ensaia, corre para ver a cidade, e depois vamos arrasar. – Ele riu.
- Aproveite a vista. – Ele falou, seguindo em direção a Jack que estava do mesmo jeito que eu.
- Água? – Ouvi Jessica falar e eu peguei a garrafa de sua mão, me colocando ao seu lado.
- Precisa de ajuda? – Perguntei olhando todos os papéis em suas mãos.
- Consegue fazer com que esses papéis explodam? – Ela perguntou e eu fiz uma careta.
- O que são?
- Números e mais números. – Ela bufou. – Todos os locais do show, ingressos vendidos, quantas pessoas que adquiriram o Fan Card para o encontro. – Ela balançou a cabeça. – Só checando.
- Tenta relaxar, olha que vista. – Ela riu fraco.
- Eu já passei por todos esses lugares. – Ela falou e eu assenti com a cabeça. – Eu fiquei emprestada para a Virgin Reino Unido por alguns anos para uma turnê mundial das Spice Girls, lá em 1998. – Ri fraco. – Pois é, faz tempo, eu era um pouco mais nova que você, uma estagiária ainda. Mas foram shows menores, na época era diferente, não tinha toda essa tecnologia e fácil divulgação, mas tenho que dizer que a Austrália foi um dos lugares que eu mais gostei também.
- É incrível! – Falei rindo.
- Vou levar vocês para ver os coalas e cangurus mais tarde. – Ela falou e meus olhos brilharam.
- Vai ser demais! – Falei rindo.
- Vocês querem voltar? – Jessica perguntou para minha banda que estava apoiada nos cantos do barco.
- Não! – Eles falaram quase em um uníssono.
- Não se esqueçam de que temos pouco tempo. – Ela gritou de volta e eu ri fraco, voltando a me apoiar no batente do barco que se movimentava.

- Tá, ok! – Afastei um pouco, ficando na ponta do palco. – A gente termina Show Me Love, dá o estouro com luzes e papéis picados e... – Parei um pouco para tossir e respirei fundo.
- Ei! – Jessica já me olhou de lado. – Pode parar, hein?! – Ela brigou comigo e eu arregalei os olhos, tossindo novamente.
- Eu só engasguei! – Respondi com a voz fina e bati a mão no peito, tossindo mais uma vez antes de parar e respirar fundo.
- Vou chamar um médico! – Ela se levantou.
- Jessica, para! – Falei. – Eu só engasguei com o ar, pelo amor. Aquieta o facho aí! – Mexi as mãos e virei o corpo novamente para minha banda. – Enfim, a gente sai, troca de roupa e volta, esse tempo tem que ser cronometrado em um minuto. Só trocar a blusa e volta.
- Tá, beleza! – Louis falou.
- E a gente, ? – Mônica perguntou segurando seu instrumento.
- Vocês podem ficar no palco, mesmo. Vão ter entrado só para Show Me Love. As luzes da frente não as pegam no fundo, pegam, meninos? – Virei o corpo para trás, vendo o pessoal da luz na cabine que ficava no meio do povo.
- Não, , tá tudo certo. – Um deles respondeu e fiz um sinal positivo.
- Ok, beleza. E a queda do fundo a gente suspende, então, pode ser? – Perguntei.
- Beleza.
- Então, a gente se ajeita assim por causa do pequeno problema de luz traseira do palco e Jessica já está resolvendo a parte técnica.
- Sim, a gente já falou com empresas locais de fotografia e eles vão emprestar alguns holofotes automáticos que vamos espalhar pelo palco, o chato é que vocês não terão aqueles cinco segundos de transição, mas vocês se viram. – Confirmei com Jessica.
- Ok, e os estouros do fim ficarão por conta do...?
- Da sorte. – Jessica falou e eu ri. – É sério! – Ela falou séria. – O pessoal está tentando arrumar, mas se não rolar, acho justo cada um correr perto de um holofote e desligar. – Franzi os lábios.
- Ok, então a gente vai na sorte. – Falei.
- É, basicamente isso. – David falou.
- Não teria como adiantar o show para fazer enquanto está dia, não é?! – Perguntei, apoiando o braço no pedestal.
- O problema é só como avisar todo mundo, tem muitas pessoas lá fora já, mas também tem muita gente que vem na hora do show. – Jessica falou.
- Deixa desse jeito, gente! Podemos pedir para o pessoal ligar o celular, tem as pulseiras neons também, calma! Vai ficar legal. Só reforçar a segurança. – David falou. – Fazer com que os seguranças não deixem todo mundo entrar junto, ajeitar o povo antes de entrar outra leva, e é isso aí.
- Ok, faremos como o David disse. – Jessica falou, se levantando da cadeira no canto do palco. – Vou fazer uma reunião com os seguranças, se quiserem fazer uma aparição no telhado para avisar dos cuidados, peça para que Carl e Ariella acompanhem vocês.
- Ok, vamos lá! – Falei animada.

- Eu estou nervoso. – David falou e eu virei o rosto para ele, abrindo um pequeno sorriso.
- Eu entendo! – Falei, ajeitando a gola da sua camisa por impulso.
- E se eles não gostarem? – Ele perguntou para mim e eu ri.
- Está com medo, Sakawa? – Ele riu fraco e abaixou a cabeça. – Eles vão.
- Como você sabe? – Ele perguntou e eu dei de ombros.
- A gente conseguiu colocar quase 80 mil pessoas no estádio Olímpico, você realmente acha que esse povo ia vir aqui e não gostar? – Perguntei.
- Espero que não, pagar mico em frente de 80 mil pessoas não é fácil! – Mike comentou, dando risada em seguida e eu olhei para David, dando de ombros.
- Vamos, pessoal! – Jessica apareceu na porta eu assenti com a cabeça, dando um rápido beijo na bochecha de David.
- Vai dar tudo certo! – Comentei e ele riu, retribuindo o beijo.
Louis passou o braço pelos ombros de David e o puxou para fora, esperei que Jack, Emily, Mike e Mack fossem atrás e os segui, pegando a base das mãos de Jessica e a prendi em meus shorts, colocando o ponto na orelha e subi as escadas correndo, ouvindo os gritos dos japoneses por trás das cortinas.
Acenei com a cabeça para os dois técnicos que ficavam lá atrás confirmando se o ponto estava colocado na orelha e que eles tinham ligado, e recebi um microfone com as laterais coloridas em minha mão.
- Vamos lá, Tóquio! – Gritei no microfone, ouvindo o pessoal responder. – Coloque suas mãos para cima e batam comigo. – Comecei a bater as palmas no ritmo da primeira música, ouvindo o público responder logo em seguida. – Vamos lá, garotos! – Gritei novamente, me colocando no meio do palco.
Mike e David começaram o ritmo de You Ain’t Seen Nothing Yet, eles o alongavam por um minuto mais ou menos, enquanto todo mundo batia palmas no ritmo e gritavam de empolgação. Virei o corpo de costas, olhando rapidamente para cada membro da minha banda na sua posição e todos assentiram com a cabeça.
O palco dessa turnê estava diferente, Mike e Mack no chão, ao meu lado. David e Louis vieram para o chão também, em cima de uma pequena plataforma de 50 centímetros de altura, que ficava nas duas laterais do palco. E Jack e Emily foram para cima, numa estrutura que imitava construção. Todos estavam de branco e todos estavam felizes.
- First glance, you nearly meet my jaw drop. First dance and you were looking so hot. How tense, I moved in for a lip-lock. Don't stop, baby. Don't stop, baby. – Comecei a cantar devagar, ainda com as cortinas fechadas e o povo respondia comigo. - First taste, like honey, you were so yum. Can't wait for a second 'cause it's so fun. Third base, and head it for a homerun. Don't stop, baby. Don't stop, baby. – As cortinas caíram para os lados, fazendo com que meus lábios sorrissem com a quantidade de pessoas que pulavam conosco. - Now, hold on tight to this roallercoster ride, and if you're lovin me, just give me one more kiss, 'cause you ain't seen nothing yet. – Eu pulava junto com o pessoal, me mantendo animada o máximo possível. - And just let go, if you don't, won't ever know. So if you're lovin' me, just give me one more kiss 'cause you ain't seen nothing yet. – Movimentei os braços, pedindo para que o povo gritasse e fui rapidamente respondida. - My place, you showed up with flowers. Your face, could stare at it for hours. Can't wait to see your super powers. Don't stop, baby. Don't stop, baby. – Movimentei os dedos em forma negativa, afastando o microfone para rir. -Your car, I'm sitting right beside you. Rock star, and everything you do. My heart is ready for the next move. Don't stop, baby. Don't stop, baby. – Comecei a pular novamente com eles. - Now, hold on tight to this roallercoster ride. And if you're lovin me, just give me one more kiss, 'cause you ain't seen nothing yet. And just let go, if you don't, won't ever know. So if you're lovin' me, just give me one more kiss 'cause you ain't seen nothing yet.

- Você está confortável? – Phyllida perguntou para mim e eu ponderei com a cabeça antes de fazer uma careta.
- Bem, ela não deve esperar conforto gravando sua primeira cena de maiô, não?! – Ouvi Dominic falar e eu ri fraco, dando de ombros.
- É, isso é verdade! – Phyllida riu, passando as mãos nos meus cabelos agora dourados, ondulados e molhados. – Mas finja que você está em um dos seus videoclipes e tente mostrar amor pelo Dominic.
- Ah, ele é um amor! – Falei e ele abriu um largo sorriso. Dominic era uns oito anos mais velho que eu, mas ele realmente era um amor.
- Então, vamos fazer como praticamos. Vamos cortar por takes. Sintam-se à vontade para cantar ou acompanhar o playback. – Assenti com a cabeça. – Em suas marcas. – Ela gritou novamente e eu segui para a ponta da praia, nas pedras da lateral, me colocando no meio delas. – Começamos pelo diálogo, por Sophie. Não se esqueça de parecer cansada. – Ela apontou para mim e eu assenti com a cabeça e respirei fundo. – Gravando!
- Sky! – Gritei, começando a desviar das pedras, tentando não tropeçar.
- Onde você estava? Tem um monte de pessoas chegando! – Dominic se aproximou de mim, segurando diversas coisas nas mãos e eu comecei a rir, cansada, passando as mãos nos ombros dele e descendo para as mãos.
- Desculpe, eu estava caminhando pela ilha. – Eu falei para ele, tentando normalizar a respiração. - Aí eu perdi a noção do tempo. – Soltei um suspiro, olhando para suas mãos. - Aonde você vai? – Fiz uma cara de confusa e voltei a encará-lo.
- Minha despedida de solteiro! É a minha última noite livre. – Ele falou se afastando, colocando as coisas no chão.
- Rá! – Falei, balançando a cabeça e ele retornou com o charuto na mão e eu coloquei as mãos na cintura.
- Que é como algumas pessoas encaram... – Ele movimentou as mãos fazendo com que Sophie se acalmasse. - Mas para mim... – Ele segurou meu rosto entre as mãos e eu apoiei as minhas em sua cintura. - É a minha última noite da grande aventura da minha vida. – Soltei uma risada, movimentando as mãos.
- Lembra que eu disse que eu queria conhecer o meu pai? – Perguntei, olhando para ele com um sorriso cansado no rosto.
- Sophie, já falamos sobre isso várias vezes. Você não precisa de pai, você tem uma família... – Ele falou sorrindo.
- E você nunca vai me deixar, não é?! – Reduzi o sorriso, colocando as mãos na cintura.
- Tá brincando? Você conseguiu virar meu mundo de cabeça para baixo. – Ele se afastou, subindo em uma das pedras e eu dei um sorriso irônico.
- Corta! – Phyllida falou e eu virei o rosto para ela, sem se mexer. – Ótimo, gente! – Ela começou a aplaudir. – É isso mesmo, , se solte, você está indo muito bem. – Assenti com a cabeça, com um sorriso no rosto.
- Obrigada! – Respondi baixo.
- Agora vamos para música, depois refazemos a cena novamente. – Ela falou e eu confirmei com a cabeça. – Começando pelo Sky agora. Nós vamos até antes dos meninos entrarem. – Fiz um positivo com as mãos e voltei as mãos na cintura. – Playback! – A música que eu tanto gostava começou a tocar de fundo. – Ação! – Ela falou e logo depois Dominic começou.
- I wasn't jealous before we met. Now every man that I see is a potential threat. – Eu observava Dominic fazendo sua performance com as mãos na cintura, quando ele pulou para a terra de novo. - And I'm possessive, it isn't nice. – Ele apontou o charuto em minha direção e eu segui, tentando segurá-lo e ele deu uma volta no corpo. - You've heard me saying that smoking was my only vice. – Ele parou e ficou olhando para mim com a feição mais séria. - But now it isn't true, now everything is new, and all I've learned has overturned. I beg of you. – Ele foi se aproximando de mim, eu passei as mãos pela sua cintura, até que nossos narizes se tocaram e eu o empurrei para se encostar nas pedras.
- Don't go wasting your emotion, lay all your love on me. – Aproximei nossos rostos novamente, passando as mãos em seu rosto e me afastando para o lado. - It was like shooting a sitting duck. A little small talk, a smile and baby I was stuck. – Eu me movimentava um pouco afastado das pedras, descendo meu corpo, sentindo os cabelos no rosto por alguns momentos. - I still don't know what you've done with me... – Eu me ajoelhei na areia, começando a engatinhar pelo chão em sua direção. - A grown-up woman should never fall so easily. – Eu me levantei, ficando bem rente a Dominic, que começou a acariciar meus ombros. - I feel a kind of fear, when I don't have you near. Unsatisfied, I skip my pride, I beg you dear. – Nossos narizes se tocaram novamente e ele afastou meu cabelo para trás.
- Don't go wasting your emotion. – Ele deitou meu corpo na areia, e eu ergui os braços, sentindo-o se colocar em cima de mim. - Lay all your love on me. – Ele terminou de cantar e tocou nossos lábios delicadamente, antes de ser tirado pelos meninos que surgiram em volta de nós.
- Corta! – Phyllida falou novamente. – Muito bom, gente! – Ela falou sorrindo e Dominic foi colocado no chão novamente e ele me deu a mão para eu me levantar e eu agradeci com um sorriso. – Perfeito! – Ela sorriu.
- , só não humilha a gente com essa voz, por favor! – Dominic falou e eu ri, balançando a cabeça.
- Vamos voltar às suas posições. – Phyllida falou.
Enquanto eu voltava para próximo as pedras, somente uma coisa batia na minha cabeça, não sei se era a situação, a sensualidade na cena, mas parece que beijar Dominic, um estranho, que eu não tinha nenhum sentimento por ele, tinha mais emoção do que beijar Anthony, que eu namorava há quase um ano.
- , está tudo bem? – Virei o rosto para Phyllida.
- Desculpa, me distraí! – Falei, balançando as mãos e ela riu.
- Vamos continuar então, desde o diálogo. – Ela falou e eu assenti com a cabeça, eu ficaria matutando aquilo pelo resto do dia.

- Isso é demais. – Falei rindo, ficando um pouco afastada da beirada, olhando Singapura do topo do Marina Bay Sands.
- Cuidado! – Jack falou atrás de mim, segurando meus ombros.
- Está tudo bem? – Perguntei.
- Bem? Eu estou me borrando de medo. – Ele falou e eu ri fraco, sentindo-o apertar meus ombros fortemente.
- Então, respira fundo e tenta não me machucar. – Ele riu fraco e eu suspirei, sentindo meus cabelos serem balançados com o vento.
- Podemos fazer isso logo? – Louis perguntou e eu virei o rosto novamente, com cuidado para não cair da passarela para a piscina. – Eu não estou confortável na borda dessa piscina infinita.
- Medrosos! – Mack falou e eu ri.
- Vou te jogar lá embaixo para você ver se é bom! – Jack falou bravo e eu ri.
- Ok, vamos fazer isso. – O fotógrafo falou. – Fiquem bem próximos e sorriam. – Passei os braços em volta de Jack e Emily que estavam ao meu lado e eu abri um largo sorriso. – Sorriam! – Mantive o rosto da mesma maneira. – Vamos Jack, Louis, um sorriso mais natural.
- Não dá! – Jack falou com o sorriso forçado e eu ri, fazendo cócegas em sua barriga. – Para! – Ele falou. – Não quero cair lá embaixo.
- Que isso, gente, não tem perigo! – David comentou, mais solto.
- Vai mais algumas.
Virei meu corpo de lado, apoiando o braço no ombro de Jack e Emily fez o mesmo comigo e eu fiz caras e bocas para o fotógrafo do local e espero que minha banda tivesse feito o mesmo, apesar de eu não poder exigir muito de Jack e Louis. Eu só estava apoiada em Jack e podia sentir seu corpo tremendo.
- Podemos fazer uma pulando na piscina? – O fotógrafo perguntou.
- Com certeza! – Jack foi o primeiro a falar. – Contanto que eu saia daqui o mais rápido possível.
- Então, no três, todos juntos, ok?! E pulem alto para eu pegar. – Ele falou e eu assenti com a cabeça. – Um, dois, três! – Ele falou e eu pulei, puxando as mãos de Jack e Emily e logo senti meu corpo espalhar água para os lados, afundando na piscina. – Pronto! – O fotógrafo falou e eu ri, descolando meu macacão da barriga.
- Vai, vai, vai! – Mike começou a jogar água em mim e eu virei o rosto para o lado, repetindo gesto nele.
- Para! – Falei, jogando forte nele. – Entrou no olho. – Ele riu fraco.
- Podem sair se quiserem! – Eu andei rapidamente em direção as escadas e tentei me equilibrar no salto dentro da piscina e Robb me puxou do lado de fora e eu ri, prendendo meu cabelo com as mãos e o torcendo.
- Obrigada! – Agradeci pela toalha e passei nas mãos e no rosto, antes de me aproximar de Jessica, do fotógrafo e da jornalista. – Vocês precisam de mais alguma coisa? – Perguntei, suspirando.
- Não, acho que temos tudo. – A jornalista agradeceu e eu estiquei a mão para cumprimentá-la e ao fotógrafo. – Foi muito legal passar esse dia com vocês.
- Eu que agradeço, é sempre divertido. – Eles riram. – Vocês gostariam de jantar com a gente? Para terminar isso da melhor forma. – Eles se entreolharam, trocaram sorrisos e confirmaram com a cabeça.
- Claro! Vai ser ótimo! – A jornalista falou sorrindo.
- Bem, Jessica, você os acompanha e a gente vai se secar e trocar de roupa. – Eles assentiram com a cabeça.
- Claro! – Eles sorriram.
- Vamos, então?! – Jessica falou, indicando o lado para eles e eu coloquei a toalha na cabeça, dando um nó nela e coloquei para cima.
- Disso eles não tiram foto. – Emily brincou, fazendo o mesmo, e eu ri.
- Os bastidores nunca são bonitos. – Ela riu, confirmando com uma careta no rosto.

- E um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete e oito! – Ouvia Mack contando enquanto que eu e os 20 dançarinos atrás de mim, mais Jack e Emily, fazíamos os movimentos. Sobe na cadeira, movimenta o chapéu, volta para a cabeça, joga as pernas para o lado, movimentando o corpo de um lado para o outro e virando de costas. - Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete e oito. – Apoia as mãos atrás, joga as pernas para cima e abaixa novamente, se levanta e dá a volta na cadeira. - Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete e oito. – Mack começou a contar mais rápido e os movimentos começaram a ficar confusos, e eu virei para trás, vendo os dançarinos se perderem também. – Um, dois, três...
- Mack! – Gritei e ele parou, se desequilibrando da cadeira e se virando para mim. – A gente tem aqui 20 dos melhores dançarinos do mundo. Nem a música é tão rápida assim. – Falei e ele fez uma careta, se virando para o pessoal.
- Desculpa! – Ele falou. – Mas já estamos em turnê há um mês quase, vocês já estão craques dessa coreografia.
- Sim, mas como não tem nada melhor para fazer, já que nosso baterista está de ressaca e nosso guitarrista está no médico vendo aquele pé, é o que tem para fazer. – Mack me encarou rapidamente e voltou a se jogar na cadeira. – Vamos fazer com música agora, gente?
- Vamos! – Eles falaram quase em uníssono e todos se prepararam.
- David, solta o som! – Falei para ele. – Antes da ponte.
- Vamos lá! – Meu DJ falou já em sua posição, uma posição muito entediada, para falar a verdade.
- Well I just need a little space to breathe. Can you please respect my privacy? – Ouvi a música tocar um pouco antes e respirei fundo antes de começar os movimentos do corpo e da boca.
- Why can't you just let me, do the things I wanna do. I just wanna be me, I don't understand why would you wanna bring me down, when I'm only having fun. I'm gonna live my life, but not the way you want me to. – Comecei, fazendo os movimentos na cadeira, sentindo minha garganta exigir mais de mim e permitindo que ela exigisse, como em todos os shows. - I'm tired of rumors starting, I'm sick of being followed. I'm tired of people lying saying what they want about me. – Fiquei de frente para o que seria o público, movimentando as pernas. - Why can't they back up off me. Why can't they let me live. I'm gonna do it my way, take this for just what it is. – Voltei o chapéu na cabeça, respirando fundo.
- Paro? – David perguntou.
- Para! – Falei e ele parou a música, e eu me virei para os dançarinos. – Como foi? – Perguntei.
- Acho que estamos voltando ao que era antes. – Um dos dançarinos do fundo falou.
- Você não precisa fazer isso, . – Outra dançarina falou. – Foi um acidente.
- Sim, foi um acidente que levou dois dançarinos e o Mike para o hospital. – Suspirei, coçando a cabeça. – E daqui a pouco vai me levar. – Movimentei o joelho para frente e para trás, ouvindo-o estralar e suspirei, segurando-o contra a barriga por um tempo.
- Foi um acidente, o Lou tropeçou, caiu, bateu no Andrew que bateu no Mike, mas só temos alguns arranhões e pés quebrados. – Ela continuou falando. – Estamos bem treinados. – Ela falou e eu balancei a cabeça. – Lou e Andrew vão voltar a dançar até o fim da turnê. E o Mike...
- Até parece que ele vai deixar um pé quebrado impedi-lo de pular no show. – Mack completou e eu ri fraco.
- Eu não quero que ninguém se machuque. – Falei.
- Vamos tentar. Mas se rolar, a culpa é nossa, ensaiamos por dois meses inteiros, noites, dias, no calor e no frio, está tudo bem. – Outra pessoa falou e eu suspirei.
- Mike só vai ter que viver com o mico de cair entre o palco e o público pelo resto da vida. E você pela risada que deu antes de saber que era sério. – Jack falou e eu segurei a risada.
- Lembranças, lembranças, lembranças! – Comentei, balançando a cabeça. – Vão descansar gente, o show é em poucas horas. – Balancei a mão. – Levem as cadeiras, por favor! – Eles assentiram e começaram a se mexer.
- Posso dormir? – Jack perguntou, estralando as costas e eu arrepiei só com o barulho.
- Jesus, Jack! – Ele riu. – Não, não pode, agora que você parou de parecer um pato dançando, quero ver mais. Podemos continuar, Emily? – A negra deu alguns pulos, se mexendo.
- Estou ligada no 220V, vamos lá! – Ela falou e eu ri.
- Vamos seguir o fim do set dançante, Blame In On The Beat, Dave! – Gritei e ele fez quase no automático.

- O que vocês estão assistindo? – Ergui a cabeça do ombro de Jack, vendo Mack entrar na sala.
- Globo Internacional – Falei, vendo-o se sentar do lado de seu irmão que parecia tão entediado como o resto da banda. – Estava no bar?
- Estava meio sem quórum. – Ele falou e deu de ombros.
- Problemas com Delilah? – Perguntei.
- Ela sabe ser uma vadia quando quer. – Ri fraco, balançando a cabeça.
- Não reclama, ela ainda pode te impedir de ver a Melanie. – Mike falou meio sonolento.
- Ela que tente. – Mack ficou bravo rapidamente e eu ergui o rosto para olhá-lo. – Que novela é essa? – Ele perguntou, soltando o ar fortemente.
- Caras e Bocas, e sim, tem um macaco na novela. – Comentei e ele riu antes da novela ser cortada e o Plantão Globo começar.
- Eu não entendo nada mesmo. – Mack falou, mas eu não dei bola, me ajeitando no sofá, quando a vinheta tão temida dos brasileiros começou.
- O que é isso? – David perguntou.
- Alguma merda aconteceu no Brasil. – Falei, franzindo a testa e apareceu o apresentador na tela. – Ou no mundo. – Respirei fundo.
- “Foi confirmado há poucos minutos a morte do Rei do Pop, Michael Jackson.” – Minha boca caiu para o chão. – “O ídolo de 50 anos faleceu após uma parada cardíaca em Los Angeles. Os bombeiros encontraram o Rei do Pop desmaiado em sua casa em Los Angeles, após um chamado feito por um dos empregados, devido a uma parada cardíaca. A causa da morte será revelada após uma autópsia que acontecerá na sexta-feira. O irmão do cantor, Jermaine Jackson pediu para que a mídia respeite a família nesse momento”.
- , o que houve? O que aconteceu com o Michael? – Alguém me perguntou.
- “Michael Jackson estava preparando seu retorno para os palcos com a turnê This Is It, com show de abertura marcado para Londres no dia 13 de Julho. Segundo o advogado de Jackson, ele estava usando fortes medicamentos para tratar de lesões em uma vértebra e em uma das pernas, que em excesso poderia ter consequências...
- ! – Virei o rosto para David, sentindo que meus olhos estavam embaçados. – O que houve com Michael? – Respirei fundo, sentindo as lágrimas descerem pelos meus olhos.
- Ele morreu. – Falei sem acreditar, colocando as mãos no rosto e sentindo meu corpo descer para o chão, fazendo com que o local ficasse quieto.

- Obrigada, obrigada! – Falei, colocando a mão no pedestal e o puxando, enquanto eu segurava o microfone com a outra mão. – A próxima música, é muito importante para todos nós. – Falei suspirando. – Nós não costumamos fazer covers em shows, mas o momento pede. – Apoiei o microfone no pedestal. – Há alguns dias perdemos um rei, o Rei do Pop. – Suspirei. – Michael Jackson era conhecido por muitas coisas, mas principalmente por ser um gênio em tudo que ele fazia. – Balancei a cabeça. – Eu não tive o prazer de conhecê-lo, mas ele me inspirou e inspirou a todos nós. – Vi Mike sentado no banco com a cabeça baixa. – Mas algo que ele nos ensinou é nunca abaixar a cabeça para o que os outros pensem da sua decisão. – Falei. – Então, eu quero que vocês coloquem seus celulares para o alto e iluminem o céu, eu quero que vocês se levantem, sacudam o corpo e dancem comigo a um dos meus clássicos favoritos de Michael Jackson. – Falei, acenando para Mike e os fãs gritaram, aplaudindo.
- Essa é Black or White! – Jack falou, se aproximando de mim e virei para o lado, vendo Emily e Mack do outro lado. Mike começou o rife de Black or White causando comoção no público, pena que ele não podia ficar de pé para mostrar toda sua empolgação, mas os outros quatro que estavam de pé faziam isso por ele, aplaudindo e mexendo o corpo no ritmo.
Os meus dançarinos entraram no palco, fazendo com que os gritos ficassem mais alto e animados e Mike continuou acompanhando só no rife. Em uma tentativa rápida de treinamento, poucas horas antes do show, a gente conseguiu mostrar alguns passos de Michael Jackson, pena que não com a mesma prática que ele. Passo para um lado, passo para outro, ergue a mão e toca guitarra, repetindo tudo isso diversas vezes. Até que eu puxei o microfone para perto da boca.
- I took my baby on a Saturday bang. Boy is that girl with you, yes we're one and the same. Now I believe in miracles and a miracle has happened tonight! – O pessoal de todas as idades começou a cantar comigo, enquanto eu movimentava os pés. - But, if you're thinkin' about my baby, It don't matter if you're black or white. – Dei alguns passos para frente, começando a atravessar a passarela que ia até o meio do público, não parando de me mexer, vendo Mike mexer os cabelos, quase batendo os pés. - They print my message in the Saturday Sun. I had to tell them I ain't second to none and I told about equality, and it's true, either you're wrong or you're right. – Movimentei os corpos para o lado, deslizando na plataforma. - But, if you're thinkin' about my baby, It don't matter if you're black or white. – Gritei, apontando para trás, vendo meus dançarinos fazendo a coreografia perfeitamente e Jack e Emily os acompanhando, Mike se mantinha focado no instrumento, já Mack fazia algumas danças, colocando a mão na virilha o que fazia as fãs do seu lado gritarem por ele.
- I am tired of this devil, I am tired of this stuff. I am tired of this business, sew when the going gets rough. I ain't scared of your brother, I ain't scared of no sheets, I ain't scared of nobody. Girl, when the going gets mean. – Jack e Emily começaram a vir em minha direção, fazendo com que a galera cantasse cada vez mais forte.
- Protection, for gangs, clubs and nations, causing grief in human relations. – Virei o corpo para o palco novamente, vendo Dave sair de trás de sua base e andar em nossa direção, com o microfone próximo a boca. - It's a turf war on a global scale, I'd rather hear both sides of the tale. See, it's not about races, just places, faces. Where your blood comes from is where your space is, I've seen the bright get duller. I'm not going to spend my life being a color. – Passei os braços pelo seu pescoço, soltando uma risada fraca.
- Don't tell me you agree with me, when I saw you kicking dirt in my eye. But, if you're thinkin' about my baby, it don't matter if you're black or white. – Emily me abraçou e Jack a abraçou. - I said if you're thinkin' of being my baby, it don't matter if you're black or white. – Movimentei meu corpo, vendo Dave um pouco travado. - I said if you're thinkin' of being my brother, it don't matter if you're black or white.
- It's black, it's white. It's tough for you to get by. It's black, it's white, who. It's black, it's white. It's tough for you to get by. It's black, it's white, who.
– Louis deu suas últimas batucadas e eu suspirei começando a aplaudir, foi só ali que eu notei que estava chorando de novo.

- Todo mundo está falando muito bem dos covers que você está fazendo para o Michael. – Anthony falou e eu segurei sua mão para sair do carro.
- Eu estou fazendo isso por mim, por mais ninguém. – Comentei, ajeitando as alças do meu vestido e ele riu.
- Eu sei, só estou te colocando a par das situações! – Suspirei.
- Desculpe, é o fuso horário! – Ele deu um beijo em minha bochecha e eu entrelacei nossos dedos.
- Está tudo bem! Dois dias em L.A. e você volta para sua turnê. – Ri fraco.
- Vamos! – Falei, vendo Emily e Amir, Louis e Agatha, David e Virgínia, Mike e Lacey, e Mack e Jack sozinhos dessa vez.
O tapete vermelho do Teen Choice Awards estava uma zona, como sempre, na verdade. A cada metro um famoso estava tirando fotos e nós paramos logo em seguida. Selena Gomez, Miley Cyrus, Kristen Stewart, Vanessa Hudgens, Megan Fox, Ashley Tisdale, Zac Efron, Britney Spears, Emily Osment, Emma Roberts e muitos e muitos outros.
Segurei em Anthony por causa do tapete verde de grama e caminhei pelo local, parando logo em seguida para tirar algumas fotos. Me virei de frente para Anthony, sorrindo para algumas fotos, sentindo sua mão me segurar firme na cintura, me fazendo abrir um largo sorriso. Ele se afastou um pouco, e eu tirei algumas fotos sozinha, colocando as mãos na cintura, virando o corpo, soltando o braço e chamei para que minha banda se juntasse.
Tirar foto de nós sete era um tremendo de um trabalho para os fotógrafos, afinal, o espaço entre nós e os fotógrafos era pequeno, mas a gente se apertava, dava altas risadas e dava tudo certo. Mas o que importava era que todo mundo queria uma foto nossa. Era bom estar no alto, ser o topo. Infelizmente eu tinha que cuidar das minhas costas, pois com a mesma velocidade que a gente subiu, a gente podia descer. Então fazíamos tudo para não causar problemas, não sermos vistos e nem agir com as pessoas erradas. Mas além de tudo, éramos uma família grande, se estava tudo bem entre nós, era o principal.
- Oh, meu Deus, temos aqui Stone e The Fucking Stone. – A repórter falou empolgada e eu ri.
- Como está? – Perguntei sorrindo.
- Bem, e vocês? – Ela retribuiu.
- Sempre bem! – Mack foi o primeiro a falar e eu franzi a testa.
- Então, vocês deram um tempo na sua turnê e vieram para o Teen Choice Awards. Como está indo a turnê?
- Ah, está maravilhosa! – Falei. – Estamos conhecendo países e pessoas maravilhosas, está sendo bem divertido.
- Mal posso esperar para ela chegar aos Estados Unidos.
- Pode esperar que ela vai. – Sorri.
- E o que você espera dessa premiação? Vocês estão concorrendo em quatro categorias e em mais duas. Como é isso? – Soltei uma risada fraca.
- Bem, é incrível, na verdade. – Falei. – A gente vê aqui diversos rostos novos que estão ganhando seu espaço da mesma forma que a gente: rápido. Mas a gente ainda está aqui. – Falei. – Então, a gente espera o melhor, na verdade. Nosso trabalho principal é trazer músicas de qualidade para o pessoal cantar, dançar, o ideal é se divertir. – Comentei sorrindo.
- Obrigada, ! – Sorri. – E você negou se apresentar aqui hoje? – Soltei uma risada.
- Não é bem assim! – Falei para ela. – Não é bem assim. – Falei para o câmera. – Se apresentar em uma premiação não é só vir, cantar uma música e ir embora, tem toda uma preparação. E, no momento, a gente está focado na turnê. E para apresentar algo da turnê, não a tornaria tão especial, não é?! – Falei e ela sorriu.
- Faz todo sentido! – Ela falou. - Então, obrigada, . Boa sorte hoje. – Pisquei para ela, me afastando.
- Como se precisasse desejar boa sorte, não é?! – Jack falou ao meu lado e eu ri.
- A gente tem que parar de varrer os prêmios. – Comentei.
- Então a gente começa a fazer músicas lixo ou tira férias eternas nas Bahamas. – Suspirei, virando para ele.
- Eu topo a segunda opção. – Ele riu.

- Por que você escolheu a Gucci para ser garota propaganda? – Suspirei e balancei a cabeça.
- Na verdade, eu acho que ela me escolheu, de diversas formas. – Falei. – Ela me ofereceu para ser garota propaganda do Gucci Premiere e eu aceitei, tinha várias ofertas na minha mesa, mas a Gucci é uma marca que eu gosto e confio. Eu uso vestidos, bolsas, maquiagens, óculos, perfumes, os homens da minha banda ficam lindo de Gucci, então, por que não?! – Ela assentiu com a cabeça. – E eu gosto de estar presente nas marcas que eu confio.
- E qual é a sensação em ter esse poder? Você tem ficado linda a cada dia que passa e as marcas não deixam isso para trás, já pensou em ser modelo? – Ponderei com a cabeça.
- Eu gosto de dizer que eu nunca vou dizer nunca. Eu pensava que nunca seria atriz e essa oportunidade apareceu para mim, e tenho que dizer que estou muito feliz com o resultado. – Ela riu fraco. – Então, eu vou dizer isso para você, mas tenho que dizer que eu tenho várias cicatrizes de cair, tropeçar, esbarrar durante o show. Então, equilíbrio não é muito meu forte. – Ela riu. – Acho que ficar só nas fotos é algo bom.
- Além do Gucci Premiere você também terá outro produto?
- Teremos daqui um tempo o Gucci Premiere II Act. Depois tem uma surpresa na área de maquiagem para vocês. – Pisquei e ela riu.
- E, você só tem 23 anos, mas pelo que eu noto parece que você sente que já viveu muito, estou correta? – Ela perguntou e eu franzi a testa.
- Acho que não entendi.
- Em premiações, você está surpresa como o mundo está evoluindo e pessoas novas que estão chegando, mas você ainda está aqui.
- Ah sim! – Ri fraco. – Bem, meu maior receio foi ter uma carreira curta, mas parece que nos dias de hoje, não importa mais se você é americano ou brasileiro, branco ou negro, alto ou baixo, gordo ou magro, você tem talento? Você vai ficar. – Comentei. – Claro, tem algumas exceções que ouvimos diariamente. Mas é, eu agradeço todos os dias quando acordo e quando vou dormir por mais um dia. Por mais uma oportunidade de colocar um sorriso no rosto das pessoas. – Ela sorriu.
- E inspirá-las, porque você nos inspira. – Segurei sua mão.
- Obrigada! – Sorri, sentindo meu olho lacrimejar.
- Agora, vamos falar sobre o perfume, Gucci Premiere. Há rumores que você ajudou na produção da essência? – Soltei uma risada fraca.
- Eu dei algumas dicas, na verdade. – Me ajeitei na poltrona. – Muitos produtores de perfumes não sabem disso, mas a mulheres também gostam de perfumes fortes, e é por isso que muitas usam os perfumes dos namorados. – Comentei. – Eu mesma vivo usando o perfume do meu namorado. Já comprei vários com essa desculpa também. – Ela riu. – Então, foi nessa linha que a Gucci chegou. Foi um ano de testes e trocas de essências até chegar ao Gucci Premiere. É um perfume que você nota de longe. Mas que também não entra no nariz e coça. – Ela riu. – Ele tem presença, mas é delicado ao mesmo tempo.
- E sobre o futuro? – Ela perguntou. – Quais são seus planos? Tanto profissionais e pessoais, se me permite perguntar.
- Pessoais eu não sei dizer, na verdade. – Suspirei. – Eu estou namorando há um ano, estamos em um patamar bom, mas que não pode ser aumentado pelos meus compromissos. Nós vamos em turnê pelo resto do ano, pretendemos fechar essa era até o Natal, mas somos em sete, muitas pessoas ligadas, compromissos, nada é muito fácil. – Balancei a cabeça. – E profissionais também a gente não tem muita ideia. Mas o foco é começar a produção do quarto CD, sem dúvidas. Vamos ter algumas férias porque David, Mack, eles têm filhas que vão ficar sem o pai por oito meses. Então, eu preciso dar essa folga para eles. Mas enquanto isso temos projetos paralelos.
- Você tem esse CD incrível, está fazendo Mamma Mia, produzindo a trilha sonora de Avatar. – Coloquei a mão na boca. – Creio que você já tem muitos compromissos para focar. – Ri fraco.
- Nem fala! – Comentei rindo.
- Bem, . Obrigada! – Ela esticou a mão. – Foi um prazer, agora vou deixar você voltar para a festa. – A cumprimentei de volta.
- Eu que agradeço. – Sorri e me levantei, acenando para os câmeras em volta, cumprimentando os produtores e me retornando para a festa.
- As latinas são sempre maravilhosas! – Virei o rosto, abrindo um sorriso.
- As latinas têm que se manter juntas. – Falei, abraçando Salma Hayek.
- Sempre! – Ela repetiu e eu sorri.
- É um prazer te rever. – Falei.
- E você acha que não é o meu? – Ela repetiu e eu a apertei forte em meus braços.

- Vai! – Mack gritou, jogando o taco em minha direção e eu ergui minhas mãos na defensiva, deixando-o cair no chão.
- Vai o quê, seu louco? – Perguntei, pegando o taco no chão.
- Acerta a bola! – Ele falou, colocando a luva.
- Mack, não! – Gritei com ele, chamando a atenção de alguns técnicos que estavam em volta.
- O nome do álbum tem referência de baseball e você não joga baseball, as crianças crescem jogando isso. – Ele respondeu.
- Me dá uma bola de futebol que eu faço o que você quiser, mas baseball não vai dar certo. – Falei e ele revirou os olhos.
- Levante esse taco. – Ele falou e eu me preparei. – Fica na posição. – Dobrei os joelhos um pouco. – Só acerta a bola. – Ele falou e eu respirei fundo. – Agora! – Ele jogou a bola e eu me confundi toda, sentindo a bola bater com força em minha cabeça.
- Ah! – Falei, colocando a mão no local. – Isso dói!
- Claro, a bola é pesada, meu amor! – Mike passou atrás de mim, andando de skate.
- Mike, não é porque você se livrou da bota que você tem que se matar dois dias depois. – Ele me olhou e deu de ombros.
- Se vocês acertarem algum dos técnicos, eu dou com esse taco em vocês. – Jessica passou por ali, olhando para o celular em sua mão e eu e Mack nos entreolhamos.
- Todos estão com seus capacetes? – Mack gritou, dando uma volta em torno do corpo, dando uma conferida.
- Se vocês furarem o bumbo da minha bateria de novo, eu vou voar no pescoço de vocês. – Louis falou, parando de tocar um pouco.
- Fica na sua aí, francês. – Ri fraco. – Volta a tocar! – Louis mostrou o dedo do meio para Mack e voltou a treinar as batucadas de Run the World. – Vai, , só acerta a bola! – Joguei ela de volta para ele. – Viu? Até que veio certinha. Agora só tocar nela! – Respirei fundo novamente e preparei o taco, já sentindo minha mão suar. – Agora! – Ele falou jogando a bola e eu bati o taco, vendo a bola bater nele, mas cair no chão poucos metros a frente. – Homerun! – Mack gritou e eu ri, vendo-o correr em minha direção e dar girar em minha volta.
- Ai, Mack, como você é ridículo! – Comentei e ele riu, pegando a bola novamente e voltando ao seu lugar.
- Vai, mais uma vez. – Ele falou. – Tenta manter o taco mais embaixo, assim você vai mais para cima. – Ele falou, se afastado. – Prepara o taco! – Ele falou e fez maior movimento para jogar a bola.
Virei o taco com força, sentindo meu corpo estalar e ouvi o baque que o taco deu na bola, fazendo-a subir alto e com agilidade. Mack gritava ao meu lado feliz e eu observei até onde ela ia subir. Ela foi rente a proteção no alto do estádio, batendo-a em cima e voltando com a mesma velocidade que desceu, batendo no chão de novo.
- Corre, , corre! – Mack falou e eu ri.
- Para onde, seu tonto? – Ele me empurrou.
- Corre! – Ele gritou em meu ouvido e eu comecei a correr um pouco sem rumo, me matando de dar risada.

- Já falei que eu estou amando essa ideia de Meet & Greet, não?! – Mike se aproximou de mim, colocando um pedaço grande de picanha na boca.
- Já, vocês gostam de mencionar isso a cada país que isso acontece. – Falei rindo, espetando o último pedaço de carne com o garfo e colocando com a boca. – Quero só ver o tanto que a gente vai ter engordado quando voltar para casa.
- Vou usar toda essa proteína para ficar musculoso. – Soltei uma gargalhada alta, colocando a mão na boca.
- Ai, Mike, você é um amor! Mas isso não serve para você, nem para o Mack. – Comentei.
- Mas quando o Louis fica fortão vocês acham bonito. – Ele falou frustrado e eu ri.
- É Mike, porque o Louis já não tem mais esse corpo de criança, igual você e o Mack. – Ele revirou os olhos e se afastou de mim.
- , terminou de comer? – Jessica apareceu na minha mesa individual e eu concordei com a cabeça, cruzando os talheres.
- Depois de sei lá quantos churrascos, eu já estou até enjoando, na verdade. – Falei e ela riu. – Como só alguma coisinha.
- É, mas pode comer mais, porque você está magra demais. A ideia era você aguentar os trancos dos ensaios e shows, até exagerou. – Ela falou e eu revirei os olhos. – Enfim, vamos dar uma volta? Aproveitar que os fãs estão comendo? – Me levantei, passando o guardanapo na boca.
- Claro! – Falei. – Está sujo? – Sorri e ela deu uma olhada.
- Não! – Ela tirou um chiclete da bolsa. – Coloca isso. – Falei e fiz o que ela disse.
- Eu estou com bafo? – Ela riu.
- Não, só para sair o cheiro de carne mesmo. – Ri fraco, colocando o chiclete na boca, e sentindo-o se transformar em uma massa rapidamente. – Vamos! Malcon, comigo! – Jessica falou e os seguranças abriram o pequeno cerco entre nós e eu saí do mesmo, acenando para alguns fãs aqui e ali, seguindo para a primeira mesa.
- Oi, pessoal! – Falei em inglês, vendo as pessoas abrirem um sorriso.
- Oi! – Eles responderam, alguns mais animados, outros mais quietos, mas todos igualmente empolgados.
- Estão gostando da festa? – Perguntei, vendo se todos estavam comendo. – A comida está boa?
- Sim, está tudo ótimo! – Eles falaram sorrindo.
- Já pegaram a sacola de brinde? – Perguntei.
- Já sim. – Eles falaram. – Guardamos embaixo da mesa.
- Perfeito! Mas não esqueçam, hein?! – Falei rindo. – E, no fim, peguem as fotos individuais antes de irem embora. – Eles sorriram.
- Podemos tirar mais algumas fotos? – Malcon perguntou, erguendo a câmera.
- Claro! – Eles falaram e eu me coloquei entre duas meninas, vendo a mesa de oito pessoas se espremerem para o mesmo lado e eu abaixei o rosto, abrindo um largo sorriso para as lentes de Malcon.
- Mais uma! – Ele falou. – Isso, lindas! – Ele sorriu.
- Obrigada, gente! – Falei.
- Obrigada, ! – Eles falaram sorrindo.
- Eu tenho que dizer que, apesar dos gastos, fazer essa festa para o Meet & Greet foi a melhor coisa do mundo. – Jessica cochichou em meu ouvido.
- A gente gasta com buffet, mesas, locação, fotos, presentes, mas vale a pena. – Suspirei. – Eles ficam tão felizes. – Ela assentiu com a cabeça.
- Além de que você está fazendo o churrasco brasileiro ficar famoso em todo lugar. – Ela falou e eu ri.
- Bem, só podia ser um churrasqueiro brasileiro, não?! – Ela riu.
- Patrick deve estar todo louco com as notas fiscais que eu estou enviando para ele. – Ri fraco. – Brent está acobertando muita coisa, mas vaza na imprensa, então não tem como fugir.
- Como você e Brent estão? – Ela sorriu.
- Estamos bem. – Ela assentiu com a cabeça. – Andando a passos de tartaruga. – Concordei com a cabeça, me aproximando da próxima mesa.
- Oi, meninas, tudo bem? – Falei animada.

Batuquei meus pés no chão da mansão dos Bolzan e dei mais uma conferida no relógio, fazendo um bom tempo que Jack havia entrado e não havia voltado. Me coloquei em pé e segui para a mesa de café que haviam posto para gente e enchi um copo, colocando colheres cheias de açúcar e mexendo, soltando um suspiro.
Virei o copo em um gole e encostei meu corpo na mesa, olhando para minha banda esperando da mesma maneira. Mike, Mack e Louis estavam focados na televisão italiana, Emily mexia em seu celular, igual Jessica, e David lia o jornal, ou só via as figuras. Ninguém sabia a língua dos outros a ponto de entender um texto completo.
Gemma estava no outro canto da sala, com a chegada dos seus 14 anos, ela estava cada dia mais linda. Os olhos azuis, os cabelos loiros e lisos, e um laço vermelho prendendo os cabelos em um laço. Seus olhos estavam focados em alguns livros na sua frente, provavelmente lição de casa, conversamos pouco.
- ? – Ergui meu rosto, observando Jack aparecer do fundo da casa, vendo seus olhos inchados e molhados, fazendo com que todos se levantassem.
- Jack! – Coloquei o copo na mesa novamente, atravessando a sala em sua direção.
- Ela quer te ver! – Ela falou e eu engoli em seco, respirando fundo. – Sozinha! – Ela comentou e eu respirei fundo, observando a enfermeira aparecer no pé da escada e eu assenti com a cabeça, abraçando meu amigo e dando um beijo em sua bochecha, assentindo com a cabeça e ele confirmou o movimento. – Tá tudo certo! – Ele disse.
Soltei Jack e segui a enfermeira com a roupa branca. Soltando um suspiro. A gente ouvia falar de Branca, mas ninguém nunca falava de Branca, nem ela falava sobre ela, na verdade. Ela sempre estava bem, feliz, contente. Mas não foi essa realidade quando chegamos aqui. Não estava nos planos passar por Turim, mas a gente não podia passar aqui perto e não visitar a mulher que sempre nos tratou com tanto amor.
Branca estava de cama há algum tempo, parece que o câncer tinha voltado. Eu não sei os detalhes, mas pelos olhos inchados de Jack, eu não podia esperar algo bom. Atravessei os corredores da mansão dos Bolzan, até que a enfermeira abriu a porta de um quarto e me indicou para que eu entrasse.
Passei devagar pelo batente da porta, tentando não parecer surpresa demais ou despreocupada demais quando a visse, mas a reação foi inevitável. Eu quase não reconheci aquela mulher divertida e brincalhona de sempre. Seu corpo robusto estava magro, sua cabeça careca agora estava com veias roxas muito aparentes, seus olhos muito vermelhos e seus lábios brancos e secos. Soltei um suspiro fundo, fechando minhas mãos fortemente.
- Ainda não está pronta para o show? – Perguntei e ela riu, batendo as mãos ao seu lado da cama.
- Acho que terei que pular o de hoje, querida. – Me aproximei dela e depositei um beijo em sua careca, sua voz saía rouca.
- Como nossa fã número um faz isso? – Perguntei e ela soltou uma risada lenta.
- Você vai entender, não vai? – Afirmei com a cabeça, me sentando na cadeira ao lado da cama e segurei sua mão ao lado da cama.
- Eu gostaria de não entender, Branca. – Falei sincera. – Cadê aquela mulher animada que eu conheci? – Suspirei.
- Ela ainda está aqui, querida. – Ela colocou a mão no peito, abrindo um pequeno sorriso.
- Eu não vou te perder, não é? – Perguntei, apertando sua mão e ela sorriu.
- Não, querida. Ainda não! – Ela falou sorrindo. – Foi só uma recaída. – Ela suspirou. – Nada vai me tirar de perto de vocês. – Ri fraco e ela passou a mão em meu rosto, provavelmente uma lágrima. – Você não precisa chorar.
- Desculpe, Branca, é que eu me lembro de você de um jeito tão diferente. – Suspirei. – É difícil te imaginar aqui em uma cama.
- Imagine que eu estou dormindo, então. – Ela riu fraco e eu abaixei o rosto, rindo fraco.
- Nada tira sua alegria, não é?!
- Nada mesmo! – Ela comentou. – Só quero te pedir uma coisa, cuide de Jack, ok?!
- Isso não é uma despedida, Branca. – Falei.
- Não, não é! – Ela sorriu. – Mas ele provavelmente vai ficar bravo com Gemma por não lhes contar, e ele tende a ser um pouco volátil quando se chateia. – Assenti com a cabeça.
- Jack é meu irmão! Gemma é minha irmã. Todos vocês estão em meu coração. – Falei e ela sorriu.
- É assim que eu gosto, querida! – Suspirei e ela tossiu forte.
- Branca... – A enfermeira falou e a mais velha a afastou com a mão.
- Está tudo bem! – Branca falou rouca. – Chame o próximo, por favor? – Ela perguntou. – Não quero assustar todos de uma vez só! – Afirmei com a cabeça, me levantando e dei um beijo em sua testa, sentindo-a retribuir em minha bochecha.
- Eu te amo! – Falei e ela sorriu.
- Eu também, querida, todos vocês! – Ela sorriu.
Dei uma rápida olhada para trás e acenei para a mesma, saindo do quarto e caminhei de volta para a sala, tentando segurar ao máximo minhas lágrimas, mas era tão... Difícil! Parei por um momento e encostei as costas na parede, respirando fundo, impedindo que as lágrimas saíssem, mas em vão. Passei as mãos no rosto e saí na sala novamente.
- Ela quer que o próximo entre! – Falei, seguindo reto, encontrando Jack sentado no topo das escadas e segui em sua direção. – Jack! – Falei.
- ... Eu... – Ele falou, respirando fundo e eu passei meus braços pelo seu corpo, soltando um suspiro. – Ela não me engana.
- Está tudo bem, Jack! – Falei, tentando me manter forte, pelo menos para a pessoa que precisava mais naquele momento.

- Isso é lindo demais! – Soltei um suspiro, olhando para cima.
- Não é mais novidade para você, . – Louis falou, passando o braço em meus ombros.
- Mas ainda assim é uma vista de tirar o fôlego. – Suspirei, passando o braço em sua cintura.
- Prefere a vista daqui ou lá de cima? – Ele perguntou e eu virei para ele.
- Daqui de baixo, aqui eu tenho certeza que estou em Paris. – Suspirei. – Lá de cima, eu não vejo a Torre. – Ele soltou uma risada fraca.
- E na época que ela foi construída, os franceses odiavam-na. – Ele deu de ombros e eu ri fraco.
- Aqui, ! – Peguei meu crepe da mão de David e dei uma grande mordida no mesmo, soltando um suspiro longo.
- Mas com certeza, a melhor coisa da França é o crepe. – Comentei, passando a mão no canto da boca, limpando a Nutella.
- Bem, eu não posso negar isso. – Louis comentou e eu ri.
- Agatha devia estar aqui contigo. – Comentei e ele deu de ombros.
- É meio difícil trazer namorados, esposas, maridos que possuem trabalhos convencionais, para uma turnê, não é?! – Dei de ombros, soltando um suspiro.
- Vocês vão subir? – Malcon perguntou.
- Ah, a gente já subiu! – Emily falou. – Podemos ir a outro lugar.
- A gente pode ir ao Louvre? Quero ver a Mona Lisa. – David falou. – Falando nisso, por que a gente não foi da última vez?
- Mack! – Falamos quase em coro.
- Tudo culpa minha. – Ele comentou.
- Mas eu topo, quero achar Maria Madalena. – Falei.
- Quê? – Louis perguntou.
- O Código da Vinci? O encontro das duas pirâmides? – Ele revirou os olhos.
- Você sabe que é ficção, não é?! – Ele continuou.
- Entre o sim e o não... – Dei de ombros e ele riu.
- Então, para o Louvre? – Ariella perguntou.
- Sim! – Falei.
- Vou chamar a van. – Ela falou.
- E, por favor, deixe que aquelas meninas se aproximem, vocês estão muito próximos. – Falei para minha segurança e ela riu.
- Ok, ok! – Ela abanou a mão.

- I, I gotta leave this room, it's starting to spin, but there's no escape from this mess that I'm in. She can't resist the temptation to sin, so pull your collar up before she sinks her teeth in, yeah. – Mike cantava empolgado lá fora e eu arracava com pressa minha roupa suada.
- She started swaying so sexy and looking at me, and it got me caught in a mind control. – Mack se juntava a ele. - This place is prison, I'm chained up, I give up and, I'm at her mercy. She wouldn't let me go. – Coloquei o vestido colado no corpo que Robb me entregou e eu o vesti rapidamente, já chutando os tênis dos pés.
- She said she likes to dance all by herself cos she's a party girl. She don't care for nobody else, she's in her own world. I love this little party girl. I love this little party girl. She's such a little party girl. – Entraram na intersecção, amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo rapidamente.
- I love this little party girl, yeah. She said she likes to dance all by herself cos she's a party girl. She don't care for nobody else she's in her own world. I love this little party girl. She said she likes to dance all by herself cos she's a party girl. I love this little party girl. She said she likes to dance all by herself cos she's a party girl. She's such a little party girl. – A música acabava rapidamente, Mike já gritava no microfone.
- E aí, Londres? – Ele gritou no microfone eu corri para os sapatos de salto altos e os calcei rapidamente. – Vamos para a próxima? – Ele falou e logo emendou o começo de Starstrukk.
- Nice legs, Daisy dukes, makes a man go. Thats the way they all come through like. – Mack começava a música e eu peguei o microfone da mão de um dos assistentes e subi os degraus de volta para o palco. - Low-cut, see-through shirts that make you. Thats the way she come through like. – Mack continuou e eu coloquei o microfone na boca, voltando para o palco, fazendo os fãs gritarem.
- Cause I just set them up. Just set them up. Just set them up, to knock them down. – Fiquei novamente no meio de Mack e Mike, movimentando o corpo.
- Cause I just set them up. Just set them up. Just set them up, to knock them down. – Mack cantou sozinho dançando ao som da mixagem de Dave.
- I think I should know, how, to make love to something innocent without leaving my fingerprints out. Now L-O-V-E's just another word I never learned to pronounce. – Eu, Mack e Mike movimentavamos o corpo em sincronia, dançando em direção ao público. - How, do I say I'm sorry cause the word is never gonna come out. Now L-O-V-E's just another word I never learned to pronounce.

- Então, vamos novamente? Mas agora começar direto do diálogo, pode ser? – Phyllida perguntou e eu assenti com a cabeça.
- Vamos lá, filhinha! – Meryl falou, me chamando com a mão e eu ri, voltando a minha posição anterior, passando as mãos no rosto devido ao choro falso ou real, na verdade. – Deixa eu desamarrar aqui. – Ela soltou a faixa do vestido de noiva que eu usava e eu me coloquei em sua frente, de frente para o espelho.
- Prontos? – A diretora perguntou e eu assenti com a cabeça. – Vamos lá, então! – Ela falou. – Ação! - Meryl, ou Donna, começou a mexer no meu vestido, ou no de Sophie, e eu me encarava no espelho, segurando a ponta da fita.
- Acha que eu estou te desapontando? – Falei minha linha, encarando-a no espelho que fez o mesmo movimento.
- Por que você está pensando nisso? – Virei meu corpo meio surpresa.
- Mãe... Por causa de tudo o que você fez, as Dínamos, criar uma filha e... Também cuidar de um hotel sozinha. – Suspirei, movimentando os ombros.
- Filha, eu não tive escolha. – Meryl me encarava movimentando a cabeça. - Não podia voltar para casa. Entende? Quando eu engravidei minha mãe disse que eu não precisava mais voltar e eu não gostaria que fosse de outra forma. Meu Deus, olha o que nós fizemos! – Ela falou com um largo sorriso no rosto e eu suspirei novamente, abaixando a cabeça, erguendo somente o olhar com um sorriso discreto nos lábios.
- Você me dá em casamento? – Perguntei, deixando Donna estática por um momento, ela afirmou com a cabeça, tentando falar algo, até que passou a mão no rosto e eu senti os olhos lacrimejarem naturalmente de novo.
- Dou! – Ela falou, virando meu corpo e me abraçando pela cintura e nos encaramos no espelho novamente e eu puxei o ar.
- Sometimes I wish that I could freeze the picture. – Abrimos um sorriso quase juntas. - And save it from the funny tricks of time. – Nossas vozes saíam juntas com a mesma força. - Slipping through my fingers... – Alongamos a frase, me fazendo abrir um sorriso e olhar para baixo.
- Corta! – Phyllida falou e Meryl me abraçou fortemente, me fazendo rir.
- Você é um anjo, . – Ela comentou e eu ri fraco.
- Você que é! – Virei meu corpo, abraçando-a fortemente. – É um prazer poder atuar contigo. – Sorri e ela beijou minha bochecha.
- Espero que essa amizade não acabe no filme. – Ela comentou.
- Se depender de mim, não acaba não. – Falei sorrindo.
- ! – Virei para Phyllida. – Temos só hoje contigo, vamos agilizar e ir para a praia gravar com Pierce, Colin e Stellan? A cena do barco? – Arregalei os olhos.
- Nossa, claro! – Falei, tirando a flor da cabeça.
- Aqui estão as suas falas, . A música é Our Last Summer. – Assenti com a cabeça, pegando o papel na mão do contra regras. – Você precisa ir para o camarim trocar pelo maiô.
- Oh, meu Deus. – Falei meio apressada. – Te vejo depois, Meryl. – Acenei e ela deu risada, acenando de volta.
- Ah, eu já tive uma vida corrida assim. – A ouvi comentar e ri, correndo para o camarim, enquanto o contrarregra segurava a ponta do vestido para não arrastar no chão.

- Ah, que merda, ! – Jessica falou entrando no meu quarto de hotel e eu saí do banheiro, tossindo. – Você devia ter me avisado! – Ela continuou falando e eu a ignorei, tentando controlar a tosse.
- Eu não posso fazer nada. – Falei com a voz rouca e voltei para o quarto, me jogando na cama.
- Você devia ter me alertado que tinha começado a tossir de novo. – Abanei a mão, puxando a coberta novamente. – Tá, eu fico quieta, mas o que faremos sobre isso? Você tem show hoje, amanhã, depois de amanhã!
- Jessica! – Falei alto com ela, voltando a tossir novamente, sentindo meu peito arder.
- Isso, meus parabéns! – Ela comentou e eu vi mais gente entrando. – Fica quieta aí, vai! – Ela falou e eu suspirei.
- Eu estou bem, é só tosse! – Comentei.
- Eu sei, mas sua tosse impede que você faça o que é mais importante: cantar! – Ela falou brava e vi Mack se aproximar de mim.
- E aí, frangote? – Ele perguntou para mim, colocando a mão na minha testa. – Ela não está com febre, Jessica.
- Eu sei que não estou, é só tosse. Eu preciso de remédio na veia, que pelo menos alivia mais rápido.
- O médico está vindo! – Ouvi a voz de David e vi Jessica bufar atrás de mim.
- Você vai ter que me dar uma solução para isso, . – Ela falou e eu respirei fundo, vendo uma mulher com jaleco branco entrar no quarto de hotel com uma maleta.
- Oi, bom dia! – Ela falou e eu a cumprimentei com um aceno de cabeça.
- Bom dia! – Respondi, sentando melhor na cama e encostei o corpo nela, tossindo novamente.
- Acho que já sei o problema! – Ela falou e eu ri fraco, Jessica saiu do pé da cama, dando espaço para ela.
- Bronquite atacada, doutora, só preciso de corticoide na veia e um antibiótico forte. – Ela riu fraco.
- Entendo! – Ela falou. – Mas vamos ver como estão as outras coisas, pode ser? – Assenti com a cabeça.
Ela pegou seu estetoscópio e se aproximou de mim, verificou o peito e as costas, pedindo para eu tossir forte, não que fosse necessário pedir isso, eu não conseguia manter dentro do corpo. Depois disso ela pediu para ver minha garganta, colocando aquele palito de madeira até quase eu ter vontade de vomitar, depois ela colocou as mãos na minha garganta, vendo se tinha algo aumentado ali e, por último, conferiu minha pressão. Era sempre a mesma coisa quando atacava minha bronquite. Já estava craque.
- Ok, ! – Ela falou. – Você está com bastante catarro e eu estou ouvindo um chiado bem chato no seu pulmão. – Ela suspirou. – O que eu posso fazer é te dar o corticoide na veia agora, para aliviar essa tosse forte e controlar com um medicamento, mas não sei se você estará bem até o show da noite. – Olhei para Jessica.
- Dublar está fora de cogitação? – Ela perguntou e eu franzi os olhos.
- Tá louca? – Perguntei. – Não vou aparecer no meu primeiro show em lugares inéditos com playback! – Falei.
- Além disso, nem adianta, ela tosse, todo mundo vai notar que ela não está cantando, é ridículo cogitar isso. – David falou igualmente bravo. – Eu não vou permitir isso.
- Vamos adiar esses dois shows, vocês lançam um vídeo no YouTube dando explicação, a gente tenta fazer um tratamento intensivo, você fica quieta, toma um sol, melhora essa cara e depois a gente vê se dá para você voltar para o palco, nem que tenha que dividir as músicas mais com Jack e Emily, a gente vai ter que se enrolar. – Ela comentou. – E se eu te ver em algum outro lugar a não ser nesse quarto, eu te puxo pelos cabelos. – Arregalei os olhos, virando para a porta, vendo Emily, Mike e Louis com a mesma feição.
- Eu vou conectar meio litro de soro em você e dar o corticoide diluído, tudo bem? – A médica perguntou e eu assenti com a cabeça, esticando o braço, vendo-a tocar nele, à procura de uma veia. – Você tem problema com agulhas? – Ela perguntou.
- Não, nenhuma! Já estou acostumada. – Falei rindo e ela confirmou com a cabeça, me acompanhando.
- Eu tenho! – Louis falou, virando de costas e eu senti uma picada de leve em minha pele e logo o soro estava conectado em mim.
- Abre a mão. – Abri a mão novamente. – Isso. Agora vou adicionar o remédio. – Ela falou, pegando uma ampola grande e conectando ao soro, apertando o pistão novamente. – Pronto! – Ela falou. – Vai demorar um pouco para isso descer, tente só não se mexer muito. – Ela colocou mais alguns esparadrapos no braço, prendendo a agulha nele.
- Obrigada! – Ela falou e eu já senti um alívio no corpo.
- Sem problemas! – Ela comentou. – Volto em uma hora. – Virei o corpo de lado, respirando fundo.
- Eu não queria isso. – Comentei.
- Ninguém queria, , mas acontece. Agradeça que demorou mais tempo para isso acontecer. – Emily suspirou.
- Vou pedir para Malcon vir e a gente já gravar o vídeo, quanto mais cedo divulgar, mais cedo o pessoal vê. – David falou, se retirando do quarto.

- Olá, Nigéria! – Gritei no microfone, vendo a plateia reagir. – Eu tenho que me desculpar pelo cancelamento do show anterior, mas tenho que agradecer a todos pelas mensagens de melhoras e por causa de tudo isso, estamos aqui de novo. – Me ajeitei no banco. – Eu não posso pular muito e dançar muito, mas eu tenho uma banda incrível e dançarinos incríveis que me ajudarão a erguer vocês! – Eles gritaram!
- A melhor parte da ter ficado doente, é que agora a gente pode fazer o que quiser em cima do palco. – Mack comentou, abraçando seu pedestal.
- Isso é mentira! – Falei, olhando para o público. – Mas o foco são vocês, então, coloquem as mãos para o alto e dancem conosco, porque a gente não pode ser domado. – Falei e eles gritaram novamente.
- Vamos lá, Abuja! – Mike gritou. – Cantem conosco. – Ele falou e David começou o ritmo de Can’t Be Tamed e Louis logo o acompanhou.
- For those who don't know me I can get a bit crazy. Have to get my way 24 hours a day, yep cuz I'm hot like that. Every guy everywhere just gives me mad attention, like I'm under inspection. I always get til 10, cause I'm built like that. – Eu começava cantando bem sozinha, mas por precaução, Jack e Emily me acompanhavam.
- I go through guys like money flyin' out the hands. They try to change me but they realize they can't. And every tomorrow is a day I never plan. If you gonna be my man understand. – Era difícil cantar qualquer música desse show sentada, não existia set lento, mas eu sabia que se começasse a pular e me empolgar, desecadearia em mais crises, e eu não queria isso. -I can't be tamed, I can't be tamed, I can't be blamed. I can't, can't, I can't, can't be tamed. I can't be changed, I can't be tamed, I can't be, I can't be tamed.
- If there's a question about my intentions I'll tell ya, I'm not here to sell ya, or tell you to go to hell. I'm not a brat like that I'm like a puzzle but all my pieces are jagged. If you can understand this, we can make some magic. I'm wrong like that. – Eu tentava fazer os movimentos dos dançarinos, pelo menos com as mãos, mas obviamente não era a mesma coisa, mas era o que estava dando naquele momento.
- I wanna fly I wanna drive I wanna go. I wanna be a part of somethin' I don't know. And if you try to hold me back I might explode. Baby by now you should know. – Jack e Emily me acompanharam novamente e era bom ver como a voz deles se sobressaiam quando era dada a oportunidade, eu poderia trabalhar com isso. - I can't be tamed, I can't be tamed, I can't be blamed. I can't, can't, I can't, can't be tamed. I can't be changed, I can't be tamed, I can't be, I can't be tamed.
- Well I'm not a trick you play, I'm wired a different way. – Eu apontava para o pessoal. - I'm not a mistake, I'm not a fake, It's set in my DNA. Don't change me, don't change me. Don't change me, don't change me. I can't be tamed. – Gritei bastante no final, afastando o microfone, sentindo vontade de tossir, merda.
- I wanna fly I wanna drive I wanna go. I wanna be a part of somethin' I don't know. And if you try to hold me back I might explode. Baby by now you should know. – A melhor parte dos shows da África era que não enchia tanto, então eu podia observar melhor cada pessoa presente. - I can't be tamed, I can't be tamed, I can't be blamed. I can't, can't, I can't, can't be tamed. I can't be changed, I can't be tamed, I can't be, I can't be tamed. – A música parou junto com a luz.
Mas também, isso dava oportunidade para gente fazer alguns shows surpresas em parques, estações de metrô, sem causar nenhum alvoroço, como eu sei que causaria no Brasil, mas estava tudo muito legal, era tudo maravilhoso.

- Eu gosto de vir para cá, sabia? – Falei, abraçando Emily de lado.
- Eu não. – Virei para ela.
- Por que não? Foi aqui que você nasceu. Apesar de tudo, você deve gostar daqui. – Comentei.
- Esse lugar me trouxe muita dor quando eu era mais nova, não me lembro de momentos felizes aqui. – Ela suspirou e eu a abracei forte.
- Sim, você teve, quando viemos para cá trazer doações. Todas as pessoas da ONG ficaram feliz por você ter se lembrado deles. – Comentei.
- Você se lembrou deles. – Comentei.
- Sim, por causa de você. – Falei sorrindo. – E a cada caixa de remédios e suprimentos que eles recebem, aposto que eles se lembram de você. – Ela abriu um sorriso, encostando a cabeça em meus ombros.
- Estamos prontos! – Jack passou por nós e eu suspirei, tirando meu moletom e entregando para Carl.
- Obrigada! – Emily falou.
- Pelo que agora? – Perguntei e ela riu.
- Por fazer esse show gratuito em Botsuana, acho que não é um país muito visitado pelos famosos. – Ela comentou e eu assenti com a cabeça.
- Um momento ela fala que não gosta do país, no outro ela agradece. – Ri fraco. – Ai que moça complicada. – Falei, empurrando-a escada acima para o palco montado no meio da praça principal da capital de Botsuana e a vi subir, ouvindo o pessoal responder.
- Ponto. – Jessica me entregou e eu prendi na calça e no ouvido. – Microfone! – Ela me entregou e eu o segurei firme. – Bom show! – Ela falou e eu assenti com a cabeça, subindo os vinte degraus, me colocando em cima do palco, ouvindo o pessoal gritar novamente.
- Boa tarde, Gaborone! – Gritei para eles, andando até a ponta do palco. – Como estão? – Gritei novamente. – Hoje é um dia muito especial porque é aniversário da Emily, nossa cantora, nascida aqui. – Eles gritaram. – E sabe o que a gente vai fazer? – Eles responderam com um não! - A gente vai cantar para vocês! – Falei rindo. – Solta o som!

- Acho que tem que ser assim... – Ergui a mão.
- Não, Mike! – Falei. – A ideia do filme é que eles enxergam o outro por dentro, entende? – Balancei a cabeça. – É meio complicado, mas é essa a essência. Por isso que é “eu vejo você”. Eu não te enxergo, eu te sinto. – Cocei a cabeça.
- É meio complicado mesmo. – David falou. – Mas a ideia é essa! A tá no lugar certo.
- Então, a letra está pronta? – Mike perguntou e eu franzi a testa.
- A letra está, o problema é criar a música agora. Fazer letra com a melodia pronta é bem mais fácil. – Mike suspirou.
- E é aí que entra eu e você. – David falou, apontando para ele, e eu abri um largo sorriso.
- Quando James me convidou, eu pensei imediatamente em vocês dois. – Falei, suspirando.
- E o que você pensou? – Ele perguntou.
- Bem, tem que pensar que é o filme do cara que dirigiu Titanic, é nível My Heart Will You Go On, tem que ser tipo Show Me Love, chegar colocando o pé na porta. – Mike franziu a testa, pegando seu violão no chão.
- Ok, vamos pensar. – Ele pegou meu papel rabiscado e olhou. – “Walking through a dream, I see you. My light and darkness breathing hope of new life.” A letra começa de forma sutil, a gente pode manter isso. – Ele falou.
- Sim, talvez só um som ambiente, nem mesmo um violão, talvez um coro no fundo. O filme tem todos os rituais, preparações, não?! Talvez usar algo assim. – David comentou.
- A gente pode fazer na linha de My Heart Will You Go On. – Falei. – Começar calmo, lento, como quem não quer nada e depois dar aquela explosão na música e mudar tudo.
- E eu já até sei onde vai ser essa explosão. – Mike falou e eu e ele tocamos o mesmo lado.
- “All the colours of love and of life evermore”. – Falei, suspirando.
- Tá, então a gente tem que... – David parou. – Tem que ter aprovação por ele da letra?
- Não, na verdade não, mas eu vou mandar porque eu sou novata nessa situação então nunca se sabe!
- Só mantenha a confiança. – Mike falou. – A gente tem diversos Grammys, e a gente não tenta ganhar eles. Isso vem com o lucro. Então, foca. – Ele respirou fundo. – Vamos só respirar fundo e mandar bala.
- Ok, me deixa pensar um pouco. – Apertei algumas teclas no teclado em cima da cama, tocando notas bem delicadas. - Walking through a dream, I see you. My light and darkness breathing hope of new life. – Alonguei o fim, respirando fundo.
- Acho que mais delicado ainda, , desce uma série. – David falou e se sentou ao meu lado, fiz o que ele pediu.
- Ficou fino demais. – Mike falou e eu suspirei, coçando a cabeça, batendo em notas esporádicas no teclado.
- Não me diga que ficou bom. – Eles riram.
- Nem de longe. – David mencionou.
- Ok, vamos devagar. – Mike falou. – Vou chamar as meninas, acho que precisamos de alguém de cordas.
- Beleza! – Eu e David falamos juntos.

- Uno! – Jack gritou animado e eu joguei um +4 para ele, vendo-o abrir a boca rapidamente. – Ah, qual é! – Ele gritou e eu ri. – Eu quero azul. – Olhei minha única carta e joguei para ele, abrindo um largo sorriso. – Não! – Ele gritou e eu ri, vendo Mike e Emily jogarem suas cartas no monte e empurrei para ele.
- Sua vez de embaralhar! – Comentei e me levantei do chão do hotel. – Alguém quer jantar? Vou pedir alguma coisa no serviço de quarto.
- Pede umas batatas fritas, umas cebolas empanadas... – David falou, jogado no canto do quarto.
- Eu topo! – Mack também palpitou.
- Alguém sabe do Louis? – Mike perguntou.
- A Agatha chegou hoje, esqueça deles um pouco. – Comentei, me aproximando do telefone, pegando o cardápio.
- Ah, meu Deus. – David reclamou. – , me deixa dormir contigo hoje? – Ele perguntou e eu ri.
- Por mim tá tudo bem. – Ele riu. – Alô? Boa noite.
- Boa noite! – A pessoa respondeu.
- Você poderia mandar algumas porções aqui para a suíte master? – Perguntei, suspirando.
- Claro, o que deseja?
- Me vê uma porção de batata fria, uma de cebola frita, manda umas Coca-Colas e também alguns mousses de chocolate para sobremesa, por favor. – Falei, observando o cardápio.
- Eu anoto na conta do quarto? – Ela perguntou.
- Sim, na conta de Stone. – Falei.
- Estará aí em uns 30 minutos. – Sorri.
- Obrigada! – Desliguei o telefone, ouvindo alguém bater à porta e corri a abrindo. – Ei, o calor acabou logo? – Perguntei para Louis e Agatha.
- Engraçadinha! – A mais baixa perguntou, me abraçando e eu sorri, apertando-a em meus braços.
- Alguém tá clareando o cabelo. – Comentei para o tom mais castanho em seus cabelos lisos.
- Agora eu sou uma senhora, não dá muito certo ficar no estilo gótico. – Ri fraco, abrindo espaço.
- Você é uma gótica que usa pérolas, Aggy, estou pouco me ligando para o seu novo sobrenome. – Ela riu.
- E aí, o que estão fazendo? – Louis perguntou.
- Uno e acabei de pedir umas porções. – Falei, voltando a me sentar no chão.
- Cansaram de jogar poker? – Ele perguntou.
- Mack cansou de perder dinheiro para mim. – Comentei, dando de ombros e o tatuado mostrou o dedo para mim. – E vocês? Cansaram de conhecer a cidade? Ou o colchão já esfriou?
- Engraçadinha! – O francês falou e eu ri, piscando para eles.
- Eu ouvi uns gritinhos. – David comentou e eu segurei a gargalhada.
- Agatha chegou com uma notícia e eu queria dividir com vocês. – Virei o rosto para eles, vendo o largo sorriso no rosto de ambos.
- Você está grávida! – Emily falou, chutando.
- Estou! – A mais baixa falou e eu abri a boca, me levantando correndo.
- Ah, mais um bebê no mundo! – Abracei o loiro que estava sorrindo e o apertei em meus braços. – Oh, meu Deus, Louis. Isso é maravilhoso! – Senti meus olhos lacrimejarem e ele riu fraco. – Eu desejo isso e muito mais para você.
- Obrigada, ! – Ele me apertou. – Obrigada por tudo. – Me afastei de Louis, dando espaço para os meninos abraçarem e eu segui para Agatha, abraçando a mais baixa com força.
- Meus parabéns, mamãe! – Falei alto e ela riu, segurei seu rosto entre as mãos. – Eu te desejo tudo de bom nesse mundo, Agatha, que vocês sejam sempre muito felizes. – Falei e ela sorriu, assentindo com a cabeça.
- A gente vai! – Abaixei as mãos para sua barriga. – Obrigada por tudo! – Assenti com a cabeça. – E, por favor, sem colocar a mão, por enquanto isso é só gordura! – Ela falou e eu ri, a apertando novamente em meus braços, sentindo meus olhos lacrimejarem.
- Vamos fazer um brinde, então. – David falou. – Com água, por enquanto. – Ri fraco. – Ao bebê número cinco da família Stone.
- Ao bebê número cinco! – Falei, apertando Aggy em meus braços.

- Eu tenho que dizer que foi um imenso prazer estar aqui em Madagascar! E ainda em um show lotado! – Ri fraco, voltando para o palco. – Nossos únicos conhecimentos são por causa do filme, Madagascar, mas vir para cá, é uma incrível experiência. – Sorri para o público, colocando o microfone no pedestal novamente.
- Obrigada, Antananarivo! – Mack gritou no microfone e eles gritaram novamente.
- A próxima música é um clássico e espero que todos vocês cantem conosco. – Mike falou.
- Essa é Show Me Love. – Falei sorrindo, ouvindo o público gritar e ouvi os primeiros acordes da minha música favorita.
- You should've known I love you, though I'll never say it too much. Maybe you didn't get me, maybe I'll never know what I done. – Mike começou no modo tradicional, andando pela passarela.
- Now I'm lost in the distance, you're looking me like a stranger. Cause how it looks right now to me, is it you're scared of the danger. – Jack o acompanhou, seguindo-o pela passarela e eu me preparei para o refrão, aproximando o microfone da boca.
- I could've shown you America, all the bright lights in the universe. Could have reached, the highest heights, a different place, a different life. – Nós cantávamos e nos mexíamos com a mesma sincronia, mesmo um em cada canto do palco. - Remember that night underneath the stars, for a minute I thought the world was ours.
- All you had to do was show me love. – Finalizei, ouvindo o pessoal gritar.
- Yeah it's true you know, we're not perfect, there's a fire inside of me. – Mack continuou. - It means I'll fight for the things that are worth it, if it makes me feel complete.
- Cause I'm hitting rocks, and I'm taking shots, I'm prepared to lose everything I've got. – Emily apareceu ao meu lado, mexendo as mãos enquanto cantava.
- Now I'm lost in the distance, you're looking me like a stranger. – Senti minha voz arrepiar. - Cause how it looks right now to me, that nothing can save us. – Forcei no final, enrolando um pouco para voltar a cantar.
- I could've shown you america, all the bright lights in the universe.
- Could have reached, the highest heights, a different place, a different life. – Voltei a cantar, respirando fundo. - Remember that night underneath the stars, for a minute I thought the world was ours. All you had to do was show me love.
- Show me love, love! – Gritei, sentindo o holofote em cima de mim.
- Show me love, love! Show me love, show me, show me love! Show me, show me love! Show me love! Love, love! Show me love! Yeah! – Fechei os olhos por alguns segundos, abrindo-os novamente, vendo o conhecido X se formar embaixo dos meus pés, pegando todo o pessoal que estava atrás de mim.
- I could've shown you america, all the bright lights in the universe. – Eu voltei a cantar sozinha, raspando minha voz. - Could have reached, the highest heights, a different place, a different life. Remember that night underneath the stars, for a minute I thought the world was ours. All you had to do was show me love. – Respirei fundo. - All you had to do was show me love. – Fechei os olhos, respirando fundo. - Obrigada! – Falei, suspirando.
- Estão se divertindo? – Jack perguntou, se aproximando do palco. – Bem, infelizmente o show está acabando, tem mais duas músicas para vocês. Mas dessa vez, eu não quero ver ninguém parado. – Ele voltou correndo para trás. – Essa é Move! – Ele gritou.
- Hey baby, tell me your name. I gotta fever for you I just can't explain. – Jack e Emily começaram a cantar juntos e eu me coloquei um pouco mais para frente, movimentando os quadris no ritmo da música. - But there's just one problem I'm a bit old school, when it comes to lovin' I ain't chasing you. Been waiting, I'm on a roll, you've got to let yourself go.
- Whoa, you know that I've been waiting for you. – Senti minhas veias saltarem enquanto eu cantava sozinha. - Don't leave me standing all by myself, cause I ain't looking at no one else. – Senti meu corpo tremer, e eu respirei fundo. - Hey, get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall. Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move.
- Get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall. Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move. – Jack e Emily cantaram juntos, ficando lado a lado comigo na passarela.
- Oh silly, why you afraid? Don't be a big baby, quit playing games. And put your arms around me, you know what to do, and we can take it down low. – Voltei a cantar sozinha, sentindo minha potência vocal chamar. - Whoa, you know that I've been waiting for you. – Meus dançarinos surgiram no palco, fazendo com que todos seguíssemos a coreografia. - Don't leave me standing all by myself, cause I ain't looking at no one else. - Paramos juntos. - Hey, get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall. Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move. – Gritei no fim.
- Get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall.– Voltamos a fazer a coreografia em sincronia, movimentando os ombros de um lado para outro e cantar. - Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move.
- I know that you wanna, but you can't cause you gotta stay cool in the corner, when the truth is that you wanna move. – Cantei sozinha. - So move.
- I know that you wanna, but you can't cause you gotta stay cool in the corner, when the truth is that you wanna move. So move. – Minha banda e dançarinos cantaram junto, movimentando as mãos exageradamente e eu dei alguns passos para frente, ficando na beira da passarela.
- Move it baby, whoa. – Senti meu rosto tremer com a força. -You know that I've been waiting for you. Don't leave me standing all by myself, cause I ain't looking at no one else.
- Looking at no one else, looking at no one else. – Eles começaram a andar em minha direção, saltitando. - Hey! Hey! I'm ready, hey! So come and get me, don't be scared, show me what you do. Don't you know a girl like a boy who move. – Movimentei os braços, dançando de um lado para o outro. - Hey! Hey! I'm ready, hey! So come and get me, don't be scared, show me what you do. Don't you know a girl like a boy who move.
- Get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall. Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move. – Cantei sozinha novamente, abrindo os braços, vendo o pessoal comigo.
- I'm ready, hey! Boy come and get me. Don't be scared show me what you do. Don't you know a girl like a boy who move? – Terminei, vendo os papéis picados serem jogados para o alto e eu abri um sorriso, suspirando.

- Phyllida, acho que você poderia dizer algumas palavras. – Um dos produtores falou e eu passei os braços nos ombros de Colin e Meryl, abrindo a roda e vi a diretora virar em nossa direção.
- Acredite, é difícil falar qualquer coisa após essa produção. – Ela sorriu. – Há 10 anos, eu e a maioria dos produtores aqui hoje, lançamos um dos maiores musicais do mundo. – Ela suspirou. – Ele cresceu, está no mundo inteiro e agora virou filme. – Ela balançou a cabeça. – Então, eu só tenho a agradecer. Tivemos desafios em tornar atores em cantores, e também em cantoras em atrizes. – Abri um sorriso. – Mas posso dizer que tudo isso valeu a pena, e no fim do ano teremos um ótimo produto para mostrar nas telonas, então muito obrigada. – Ela sorriu. – Eu espero que vocês tenham pego algo de mim que deixe marcado em vocês, da mesma forma que vocês deixaram em mim. – Assenti com a cabeça, sorrindo e todo mundo aplaudiu sorrindo. - Eu ouvi que nossa estrela é muito boa com discursos, e gostaria que você dissesse algo, . – Soltei uma gargalhada um pouco fora de hora, mas balancei a cabeça, vendo Dominic e Stellan rirem comigo.
- Por que todo mundo joga essa bola para mim? – Perguntei rindo. – Bem, acho que o que Phyllida disse vale para mim. Eu tenho muito que agradecer a vocês. Até o começo do ano eu não tinha coragem de me denominar atriz, mas meus videoclipes têm atuação, certo? Atuação musicada, mas ainda assim, atuação. – Coloquei o cabelo atrás da orelha. – Então, eu tenho que agradecer a produção que me achou capaz de fazer isso, à Meryl, Colin, Pierce, Stellan, Julie, Christina, e principalmente, Dominic, que fizeram com que eu me sentisse à vontade nas cenas. Não ligasse com cenas românticas ou de maiô. – Eles riram. – Aparecer de maiô e beijando outra pessoa no primeiro filme não é fácil. – Suspirei. – Mas ainda mais por todo apoio. Estar atrás das câmeras requer muita técnica, muito estudo, muito trabalho duro. Apesar de produzir e escrever músicas ser algo complicado, ninguém está te cobrando isso e, nos shows, quanto mais espontânea você for, melhor. – Eles riram. – Então, a dificuldade é milhões de vezes menor. – Mordi meu lábio. – Então, obrigado. Além de uma nova visão, eu criei também novos amigos. Pessoas que eu sempre admirei que hoje se tornaram minhas amigas, conselheiras. – Sorri. – Além de, claro, eu ter conhecido dois dos meus grandes ídolos nessa produção. – Acenei para Benny e Björn. – Então, obrigada, obrigada! Só tenho isso a dizer.
- A pessoa que disse que ela é boa de discursos, acertou. – Pierce brincou e eu ri.
- Então, é isso, gente! – Phyllida falou sorrindo. – Obrigado a todos pela confiança e vejo vocês na première. – Ela sorriu, começando aplaudir o povo e eu repeti, abrindo um largo sorriso.
O povo começou a dispersar e eu terminei de beber o champanhe que tinha na taça e apoiei na mesa novamente, vendo Meryl se aproximar de mim.
- É aqui que a gente se separa? – Ela perguntou e eu a abracei forte.
- Sim, tenho que voltar ao trabalho agora. – Ela suspirou, segurando meu rosto em suas mãos.
- Voltar para a turnê? – Assenti com a cabeça.
- Tenho duas semanas de folga, mas depois vou para o Brasil. Em breve, volto para casa. – Ela confirmou com a cabeça.
- Eu vou no seu show, pode ter certeza! – Ri fraco.
- Obrigada! – Sorri. – Espero te ver lá. – A abracei novamente.
- Com certeza verá! – Suspirei.
- Já está saindo? – Dominic apareceu e eu ri, abraçando forte.
- Minha empresária me deu três horas, daqui a pouco ela vem me buscar. – Ele sorriu para mim.
- Espero que a gente se esbarre por aqui, foi bom te conhecer. – Sorri.
- A você também, Dominic! – Suspirei.
- Eu tenho alguns projetos a caminho, quem sabe a gente se encontra? – Confirmei com a cabeça.
- Claro, com certeza! – O abracei forte novamente. – Muito sucesso para você.
- Para você também! – Ele sorriu e eu suspirei, feliz por mais uma conquista.



Capítulo 17

Coloquei o cartão-chave na porta e esperei o local ficar verde, antes de eu puxar o cartão de volta e entrar no quarto, procurando Jack por ali, Mack disse que ele estava dormindo, mas além de muita roupa suja jogada pelos cantos, não achei o italiano em nenhum canto.
- Jack? – Gritei.
- No banheiro! – Ele respondeu e eu segui para onde o barulho tinha vindo.
- Jack, o pessoal quer saber se você vai ficar na Itália nessas semanas, Louis quer ir para Orlando, Mike quer ver Lacey... – Quando eu entrei no banheiro, encontrei meu amigo com os olhos inchados, sentado no chão, encostado ao lado do vaso sanitário com a pior cara que eu já tinha visto. – Oh, meu Deus, Jack! – Falei, me jogando no chão, deslizando em sua direção. – O que houve? – Passei as mãos em seu rosto, ouvindo-o soluçar.
- Eu... – Ele falou, abaixando a cabeça nos joelhos novamente, fazendo com que seu choro ficasse alto no banheiro e eu passei minhas mãos em seus cabelos, acariciando, sentindo as lágrimas começarem a sair de meus olhos, mesmo sem saber o motivo.
- Por favor, Jack, não sofra sozinho. – Falei, passando a mão em seus cabelos, mas eu esperei.
Meu amigo ficou com o rosto colado no vaso sanitário por um longo período, seu choro inundou o banheiro, trazendo uma dor horrível em meu peito. Mas eu respirei fundo. Me sentei ao seu lado e coloquei sua cabeça em meu colo, tentando fazer com que ele se acalmasse, mas, no fundo, eu sabia que aquilo nunca ia passar.
- Eu a perdi, ! – Ele falou, ainda soluçando. – Ela se foi. – Ele falou e eu senti meu corpo arrepiar.
- Ela? – Perguntei, me debruçando sobre Jack e peguei seu celular que estava jogado no chão do banheiro, conferindo as últimas ligações, Gemma. – Sua mãe...? – Falei, sentindo o ar faltar e jogar o corpo para trás, respirando fundo e Jack só assentiu com a cabeça. – Oh! – Puxei o ar forte, sentindo as lágrimas rolarem com mais liberdade de meu rosto.
- Ela disse que estava bem... Mas ela não está bem! – Jack falava, com a voz embargada e eu respirei fundo, abraçando-o fortemente. – Ela se foi, . Eu não sei o que eu faço sem ela! - Ele se sentou, se colocando em minha frente.
- Sua mãe foi a pessoa mais maravilhosa que eu conheci na minha vida, Jack. – Falei, segurando seu rosto. – Ela tem que ser lembrada pela força que ela tinha, cuidar de dois filhos sozinhos, lutar com um marido preconceituoso, cuidar de um vinhedo, assistir o sucesso do filho, lutar contra um câncer e ainda ter o sorriso mais feliz que a gente podia ver. – Falei, não conseguindo segurar as lágrimas. – É uma pena eu tê-la conhecido por pouco tempo, porque eu sinto que esses anos não foram o suficiente. – Ele abriu um pequeno sorriso. – Quando pensar nela, pense com amor, Jack, com carinho. Lembre-se do seu sorriso, dela nos shows, da animação dela com qualquer prêmio, lançamento, tudo. – Sorri. – Porque é essa Branca que a gente conhece.
- Obrigado! – Ele falou e eu o abracei novamente, apertando-o em meus braços, tentando dividir alguma parte boa dentro de mim para ele.
Saí algum tempo depois, obrigando que Jack entrasse no banho, com uma esperança que isso fizesse com que ele melhorasse. Puxei a porta novamente, encostando meu corpo na mesma por um tempo. Eu não estava nada bem, aquela dor dentro de mim era algo que eu nunca tinha sentido na vida, mas eu não podia ser a pessoa mais importante naquele momento, a dor de perder uma mãe era muito pior.
- ! – Jessica apareceu e eu virei para ela. – Achou o Jack? Viu com ele?
- Os planos mudaram, junte os outros. – Falei, passando a mão no rosto.
- O que foi? – Ela segurou meu queixo e virou. – ? – Ela perguntou preocupada.
- Branca morreu. – Falei, sentindo as lágrimas voltarem a meus olhos e ela arregalou os olhos, apertando meus ombros e eu suspirei. – Deixe Jack sozinho um pouco.
- O pessoal está lá embaixo. – Ela falou e eu assenti com a cabeça, andando em direção ao elevador e vendo-o se abrir rapidamente.
Jessica entrou ao meu lado e as portas se fecharam com a mesma pressa. Apertei para o térreo e encostei na parede, esperando que o elevador descesse todos os andares e saí do mesmo, atravessando o lobby do hotel, acenando para os fãs que se amontoavam na frente das portas de vidro e abri um pequeno sorriso, seguindo para a área das piscinas.
Carl e Ariella praticamente pularam em minha direção e eu só abanei a mão, não estava com problemas agora. Atravessei as piscinas, observando os outros cinco amontoado em volta das piscinas e eu só respirei fundo e me aproximei.
- Se agrupem! – Falei, vendo todos se aproximarem novamente.
- O que foi? – David, o mais perto de mim, perguntou.
- Se agrupem! – Repeti, um pouco sem paciência, vendo Emily sair da piscina, se enrolando na toalha e se aproximou.
- Desembucha, mulher! – Mack gritou.
- A Branca faleceu, gente! – A reação de cada um foi diferente.
- O quê? – Mike gritou.
- Gemma ligou para Jack há pouco tempo. – Suspirei. – Se arrumem, vamos para a Itália o mais rápido possível. Liguem para suas famílias nos encontrarem lá, a gente envia as passagens. Jack precisa da gente. – Falei suspirando, e eles assentiram com a cabeça.

Desci os degraus da mansão dos Bolzan e tudo estava irritantemente quieto ali. Afinal, a alegria da casa não estava mais presente. Soltei um suspiro e passei pela cozinha, roubando um pedaço de queijo da geladeira e enchendo um copo de água, bebendo-o rapidamente.
- Ei! – Mack apareceu atrás de mim e eu virei o rosto.
- Ei! – Falei e ele suspirou. – Eles já voltaram? – Virei o corpo.
- Não, mas Louis ligou, falaram que estão cuidando de tudo.
- Sim, por favor, não quero que Jack tenha que encarar esses problemas com funeral, nem nada. – Ele assentiu com a cabeça.
- Sim, eu entendo! – Ele coçou a cabeça. – Hum... Deixa eu te perguntar...
- O que foi, Mackenzie? – Perguntei, colocando o copo de volta na pia.
- Por acaso você viu a Gemma por aqui? – Ele perguntou e eu revirei os olhos.
- Você perdeu uma menina de 14 anos, Mack? – Perguntei.
- Não é culpa minha, ela que saiu correndo. – Balancei a cabeça, fechando os olhos por alguns segundos. – Eu tirei uma soneca, mas...
- Ah, Mack! – Gritei, colocando o outro pedaço de queijo na boca, saindo da cozinha. – Ainda bem que a guarda da Melanie está com a Delilah. – Falei, atravessando a sala principal, saindo pelas grandes portas da mansão.
- Ei, me respeita também! – Ele falou, seguindo atrás de mim.
- Gente! – Carl e Ariella se viraram. – Vocês viram Gemma? – Perguntei.
- Eu não tenho certeza, mas acho que o furacão em cima de um cavalo foi ela. – Carl falou e eu cocei a cabeça. – Está tudo bem?
- O pai aqui do meu lado deixou ela fugir. – Comentei, andando em direção à garagem e procurando a chave da moto que tinha ali. – Eu vou ver se ela está no armazém, procurem pela casa e pela plantação de uvas, eu já volto! – Falei, subindo na moto e dando partida, segurando no guidão.
Atravessei as plantações de uva, sentindo o vento bater em meu rosto e desviei de algumas pessoas trabalhando. Assim que chegamos em Turim, um advogado já estava nos esperando na mansão dos Bolzan, deixando tudo aquilo mais tenso do que já era. A repartição dos bens foi fácil, a mansão do vinhedo e a casa em Turim ficaram para Jack e Gemma, junto com todos os carros e motos. Já o vinhedo veio para mim. É, isso mesmo que você ouviu. Branca achou necessário que a gente tivesse uma renda extra, não é como se a gente precisasse, mas era Branca, ela, com certeza sabia mais que a gente.
A opção inicial é manter o vinhedo, tem uma administradora pessoal de Branca que deixa tudo organizado e manda para a contabilidade, deixando tudo certo. Isso mantém os empregados, o local que Branca amou tanto, além dos vinhos serem maravilhosos. A gente só não sabe por quanto tempo. Apoiei a moto na lateral do armazém e entrei para dentro dele, parando o primeiro senhor que eu vi.
- Gemma passou por aqui? – Perguntei.
- Lá em cima! – Ele falou e eu agradeci, andando pelos tonéis de vinho, subindo pelas escadas de madeira, vendo uma pequena loira encostada na parede empoeirada. Andei em sua direção, vendo-a virar em minha direção e me sentei ao seu lado.
- Ei! – Falei, passando o braço pelos seus ombros.
- Eu só quero ficar sozinha um pouco. – Ela falou baixo, mas encostou a cabeça em meus ombros.
- Eu sei, querida. Mas você não tem. – Suspirei, acariciando seus cabelos. – Eu sei que dói, porque dói em mim também. – Balancei a cabeça. – Mas tudo vai ficar bem. – Ela se virou para mim, com os olhos avermelhados. – Eu prometo.
- E agora eu vou morar onde?
- Com Jack, é claro! – Sorri. – Vai ser minha vizinha. Podemos fazer muitas coisas. – Falei e ela riu fraco, acenando com a cabeça.
- Obrigada! – Ela falou, suspirando.
- Estarei sempre aqui para você, querida. – Apertei seu corpo em meus braços, encostando o queixo em sua cabeça.
- É que é tão difícil! – Sua voz ficou mais fina e eu a apertei em meus braços. – Eu sinto tanto sua falta. – Puxei a respiração.
- Eu sei, querida. Eu também sinto. – Sorri.

Ver meus seis meninos segurando o caixão preto de Branca foi a maior dor que eu podia sentir na minha vida. A igreja estava cheia, diversos parentes dos Bolzan vieram para esse momento importante para Jack e Gemma. Eu sou descendente de italianos, então sei que quando a família está junta, nunca é em silêncio, e com todo mundo quieto, eu só conseguia sentir dor.
Segui para a procissão logo que o caixão foi tirado do pedestal e andei com Gemma em minha frente, tentando servir de apoio, pelo menos um pouco para aquela criatura que não parava de chorar em meus braços.
O caixão foi levado para fora da igreja e a multidão nos seguia, isso incluía Jessica, nossas famílias que conseguiram ir em cima da hora e algumas pessoas mais próximas da produção como cabeleireiro, maquiador, que estavam conosco na turnê. O caixão foi levado para o meio da grama no cemitério, seguindo para o buraco aberto na terra. Parei com Gemma na lateral contrária, vendo Jack com os olhos avermelhados trocar de mão com os trabalhadores do local.
Ele veio em minha direção e eu o abracei com uma das mãos, mantendo a outra em Gemma, encostando meu queixo no ombro do mais alto. Anthony se colocou atrás de mim e eu vi o caixão ser abaixado na terra, me fazendo respirar fundo. Gemma, Jack, eu e diversas pessoas conhecidas jogados rosas vermelhas em cima do caixão e as pessoas começaram a se dissipar.
Gemma jogou um punhado de terra no buraco e se soltou de mim, correndo para longe e eu segurei a mão de Mack, negando com a cabeça, deixe que ela ficasse sozinha um pouco. A vi se esconder entre algumas árvores e vi Carl andar lentamente em direção a pequena. Jack fez o mesmo movimento e eu me afastei um pouco.
Louis abraçou Jack e Emily os acompanhou em direção ao carro e eu fiquei parada próximo ao caixão vendo Carl parado, sendo meu ponto de referência para Gemma. Ergui meus olhos para o céu e fiz um sinal da cruz em meu peito, respirando fundo.
- Eu vou cuidar deles, Branca. Eu prometo. – Suspirei.
- Nós vamos! – David falou ao meu lado e eu afirmei com a cabeça.
- Vão indo, eu vou com Carl no próximo carro, vou atrás de Gemma.
- Não deve estar sendo fácil para ela. – Anthony falou e eu neguei com a cabeça.
- Não mesmo. A vida dela vai mudar drasticamente. – Suspirei. – A gente só tem que garantir que isso seja da melhor forma possível. – Falei, balançando a cabeça.
- Eu te espero no carro. – Anthony falou, dando um beijo em minha bochecha e eu assenti com a cabeça, deslizando os saltos pela grama rala em direção ao Carl.
- Deixa comigo, Carl. – Passei a mão nos ombros do loiro e ele assentiu com a cabeça, se afastando um pouco.
Observei a pequena jogando pedras na murada do cemitério e me coloquei ao seu lado, tendo dificuldades em sentar no chão pela saia justa, mas me joguei ao seu lado, ouvindo-a rir e abri um pequeno sorriso.
- É engraçado me ver caindo, né?! – Ela sorriu, e eu passei a mão em seus ombros.
- Tudo vai mudar, né, ? – Ela perguntou e eu suspirei.
- Vai sim, meu amor. Mas eu prometo que será algo bom. – Falei. – Em Los Angeles vai ter a Melanie, as trigêmeas, Agatha está grávida agora...
- Aggy está grávida? – Ela perguntou e eu sorri.
- Está, meu bem! – Acariciei seus cabelos, sorrindo. – Ela contou para gente faz uns dias. – Suspirei.
- Essa banda gosta de trazer gente ao mundo, né?! – Soltei uma risada fraca, encostando a cabeça em seu ombro.
- Eles gostam. – Ri fraco.
- Quando vem um seu ao mundo? – Balancei a cabeça.
- Ah, Gem, eu sou nova ainda. E eu não pensei nisso ainda. – Ela sorriu. – Às vezes eu pareço tão adulta, madura. Mas às vezes sou só igual você e a Mel.
- Vai dar tudo certo.
- Vai sim, para todos nós. – Ela se levantou rapidamente.
- Vamos, então. Preciso arrumar mala. – Ela falou, e eu ri fraco, estendendo a mão para ela, com dificuldade em levantar de novo!
- Ah, Gem, espera, isso não vai dar certo. – Subi um pouco da saia, me colocando de joelhos e me levantei, vendo a loira rir de mim.

- Jessica, dá um tempo para ele, por favor, faz duas semanas. – Virei o rosto para ela, abaixando o tom de voz. – Branca era uma parte importante para todos nós, e enquanto nós perdemos uma grande amiga, ele perdeu uma mãe. Que era uma mãe para todos nós. – Passei a mão nos cabelos. – Por favor, pega leve com ele um pouco.
- Mas precisamos fazer algo com ele e Gemma.
- Jack já passou por coisas ruins, todos nós já passamos, uma hora isso vai melhorar. Vai simplesmente parar de doer. – Suspirei. – Só dê um tempo para ele. Ele pode não parecer superanimado, mas, pelo menos ele está praticando, está convivendo com todo mundo. – Fechei a porta do camarim.
- E Gemma, qual sua ideia? – Suspirei.
- Estamos em setembro já, o ano está praticamente perdido para ela, vamos continuar com a professora particular de inglês, manter ela com Carl e Ariella, e ver se ela se distrai um pouco. Ano que vem a gente coloca ela na escola.
- Tem certeza? – Suspirei.
- Não, Jessica, eu não tenho. Eu não sou mãe e Matheus é o mais próximo que eu tenho de um irmão, mas não é como se a gente convivesse. – Soltei o ar forte. – Melhor do que mandar ela para Los Angeles sozinha.
- Posso pedir para Brent...
- Não, Jess, por favor. Brent não sabe nem cuidar de si mesmo. Uma menina de 15 anos vai aloprá-lo. – Falei. – Deixa comigo. – Suspirei.
- Como você consegue controlar tudo isso com calma? – Engoli em seco.
- Calma, Jessica? Tem horas que parece que eu vou explodir, mas tem gente que precisa mais de mim. David com três crianças, Mack com outra, Agatha grávida, ainda banda, turnê, responsabilidades, tudo cai em mim, mas eu preciso abrir um sorriso e continuar. – Suspirei. – Por que você acha que eu optei por um quarto sozinho? É o único momento que eu posso realmente ficar sozinha. – Ela assentiu com a cabeça e me puxou para um abraço, me fazendo suspirar. – Vamos fazer esse ensaio, o show aqui em São Paulo e amanhã vamos para Relva, vai ser bom para os dois.
- Como você pode ter certeza? – Ela perguntou e eu abri a porta do camarim novamente.
- Porque eles vão estar no meu lar. E eu, apesar de tudo, me sinto confortável em Turim, então eles vão se sentir confortável em Relva. – Falei, suspirando. – Agora, deixa as coisas rolarem, o mundo todo sabe o que aconteceu, o mundo todo viu fotos nossas no funeral, o mundo viu Jack segurando o caixão da mãe. Então os fãs vão entender! – Falei.
- Se você diz. – Suspirei.
- Espero que sim, porque não estou no melhor clima para gracinhas. – Voltei a andar pelos corredores do estádio do Morumbi em São Paulo, pegando o microfone da mão de um dos assistentes e subi os degraus, saindo do escuro, para o dia claro no estádio. – Olá, São Paulo. – Falei no microfone, vendo as poucas pessoas da passagem de som desviarem o rosto para mim, soltando gritinhos histéricos. – E aí, já abusaram dos meus membros de banda o suficiente? – Falei em português e observei Jack ao lado de alguns fãs, e eu sorri.
- Não! – Eles responderam e eu ri.
- Não?! – Apoiei o microfone no pedestal. – Como não? – Eles riram.
- Ninguém sentiu sua falta. – Mack gritou lá de baixo e eu revirei os olhos.
- Subam aqui! – Falei na língua que eles entenderiam e eles se distraíram rapidamente, subindo no palco. – Eu ouvi que está tendo uma comoção em volta de Hair, é isso mesmo?
- Sim! – Eles gritaram.
- Então, vamos começar com isso. – Falei e Louis logo começou, e Mike o seguiu.
- I'm in disarray, I'm unkempt and I love it sugar, yeah, this is what you do. When you run your fingers through my hair in the morning, I'm feeling like a sexy superstar. – Vi as fãs começarem a se mexer em volta do palco, com o estádio vazio.
- Whoa, whoa you rock my party, wanna make me say who, who. You're the only one that keeps me inging la, la, la. I love to smell your t-shirt, I like the way you are, but most of all I like it like it. – Jack e Emily, mais Emily, cantaram comigo, e eu me movimentava devagar.
- I like what you do to my hair. Who knew that looking a mess could feel so good? I like what you do to my hair. Tousle it, tease it, run your fingers through it, oh how you do. Now go and mess it up, mess it up baby, mess it up, mess it up, mess it up. Do it till I can't get enough oh, oh. I like what you do to my hair, who knew that looking a mess could feel so good? - Abri um sorriso, vendo Jack levemente animado à minha direita.

- Chegamos! – Jessica falou e eu abri a porta da van, sentindo o sol de Relva me cegar, mas logo vi Matheus correr em minha direção e eu abracei o mais novo, tendo dificuldades em pegá-lo em meu colo.
- Ah, menino, como você está mais bonito a cada dia que passa. – Passei as mãos em seus cabelos ralos e beijei sua testa. – Cadê todo mundo?
- Tá vindo! – Ele falou e vi o resto do pessoal descer da van.
- Você lembra de Gemma, não? Irmã do Jack? – Meu irmão sorriu, abraçando Gemma e eu suspirei.
- Ah, crianças! – Meu pai falou e eu ri.
- Sacanagem, senhor , sou quase da sua idade. – David falou, e ambos se cumprimentaram rindo.
- Força do hábito! – Meu pai falou e eu o abracei rapidamente, sorrindo. – Sinto muito não ter ido ao funeral. – Ele falou em português para mim e eu suspirei. – Como eles estão? – Dei de ombros.
- Como você acha? – Suspirei. – Fale com ele, por favor. – Meu pai assentiu com a cabeça.
- Pode deixar! – Ele sorriu. – E aí, Jack? – Meu pai se afastou de mim e eu sorri para Amélia que estava falando com Emily.
- Vamos entrar, gente? – Falei para todos os outros. – Tomar um suco, café, banho. – Eles riram. – Ou todas as alternativas anteriores.
- Por favor, eu fiz alguns bolos para vocês, coloquei a mesa. – Minha madrasta falou e eu sorri. – Só não tem espaço para todo mundo.
- Gemma, certo? – Ouvi Matheus falando em um inglês meio complicado e eu ri.
- Certo! – A pequena falou e eu ri, empurrando-a para dentro de casa, vendo Jack e papai ficarem para fora.
- Como está tudo? – Perguntei, vendo Matheus e Gemma correrem para dentro e eu suspirei.
- Tudo na mesma, querida, a maior surpresa aqui ainda é você. – Amélia falou e eu riu, abraçando-a de lado.
- Vi que eles fecharam a rua? Por quê? – Ela riu.
- Por que você acha? Por causa de você, é claro! – Franzi a testa. – Começou a juntar muitos fãs à paisana aqui, gente até tocando na campainha, pedindo para tirar foto com seu pai. – Soltei uma gargalhada. – Você sabe como fãs brasileiros são.
- Sei sim. – Ela deu de ombros.
- Então, aí o pessoal da vizinhança começou a reclamar, e fizeram um condomínio desse quarteirão. A maioria das ruas estão virando condomínio, então não muda muita coisa. – Observei meus meninos atacarem a mesa e eu ri, me sentando no sofá.
- Bem, eu queria isso aqui há muito tempo, é muito quieto essa área da cidade, então até por segurança mesmo. – Ela afirmou com a cabeça.
- E como estão todos? – Ela voltou a falar em português e eu suspirei.
- Você sabe, ainda meio abalados. – Suspirei. – Quando passamos na Itália, parece que eu a vi morrer diante de meus olhos, mas ela estava falante, rindo, não pensei que seis semanas depois ela ia nos deixar. – Senti meus olhos lacrimejarem e rapidamente passei a mão neles. – Eu a amava muito, Amélia. Ela era uma pessoa magnífica. – Ela assentiu com a cabeça.
- Eu sei, ela era aquela matrona italiana perfeita. – Ela sorriu. – Só falei com ela uma vez, mas ela parecia ser excepcional mesmo. – Afirmei com a cabeça. – E a pequena, como vai ficar? O pai? – Suspirei.
- Bem, o pai os abandonou quando Jack tinha a idade de Gemma, porque ele revelou ser gay, então ele mandou a mãe escolher...
- Obviamente ela escolheu os filhos. – Assenti com a cabeça.
- Exato! – Suspirei. – Jack vai ser o guardião legal de Gemma agora, é o mais certo. O vinhedo na Itália vai ficar intacto. Branca deixou para gente, então não vamos mexer. O lucro vai para uma conta separada, que não vai ser mexido até Gemma decidir o que ela quer fazer da vida, se ela vai para faculdade, se ela vai voltar para Itália, têm uns sete anos para ela decidir ainda. – Dei de ombros. – Mas é isso, a gente vai vendo como a banda toca.
- Vai dar tudo certo. – Amélia segurou minha mão e eu sorri.
- Ah! – Ouvi um grito vindo da porta e desviei minha atenção vendo Lara e Marina na porta de casa e eu ri.
- , suas amigas loucas chegaram! – Mike comentou e eu gargalhei, balançando a cabeça.
- É bom te ver de novo! – Lara falou e eu abracei as duas, rindo.
- Tontas! Vocês me viram ontem! – Falei sobre o show em São Paulo.
- Mas é sempre bom ver você. – Marina comentou e eu balancei a cabeça confirmando. – Pelo menos a gente vai nos seus shows.
- Ei, isso não é justo! – Amélia falou e eu ri.
- A provocação está nesse nível já? – Perguntei.
- E o nível continua caindo. – Lara falou e eu ri.
- Sobrou bolo para mim? – Jack apareceu atrás delas com meu pai e eu sorri.
- É possível que Mack tenha acabado com tudo. – Amélia falou e viramos para Mack que tinha a boca cheia.
- Isso é injusto. – Ele falou, fazendo farelo de bolo cair da sua boca.
- Ah, que nojo! – David foi o primeiro a falar e eu ri.
- Só me explicando, a gente vai para o nordeste com eles, ok?! – Meu pai falou. – Você vai para o nordeste, Lara? – Soltei uma risada fraca.
- Então, tá faltando grana, se alguém quiser abrir a mão. – Lara falou e eu ri.
- Mas é mão de vaca mesmo. – Marina a cutucou forte e vi Jack gargalhar atrás delas.
- Ai, eu preciso de café para aguentar essas besteiras. – Falei, balançando a cabeça.

- E aí, Quito? – Gritei para o pessoal no show do Equador. – Sabe que hoje é um dia muito importante para nós?
- Não! – Eles gritaram e eu abri a boca, surpresa.
- Não?! – Mike falou em seguida. – Pode nos dizer que dia é hoje, ?
- Hoje estamos comemorando o centésimo show da turnê mundial Third Base. – Falei alto, ouvindo-os gritaram. – Viu? Isso é algo importante! – Ri fraco.
- E essa turnê tem sido especial para nós, porque estamos oficialmente no ponto mais alto que nossa carreira podia estar. – Mack falou. – Shows lotados, fãs felizes, mas ainda assim, algumas coisas ruins acontecem e nós temos que viver com isso. – Suspirei e mordi os lábios.
- Sim, e nós temos feito essa homenagem desde o primeiro show no Brasil, que foi quando nossa turnê teve um intervalo. – Suspirei. – Nós perdemos alguém importante durante essa turnê. Alguém que sempre nos tratou com muito amor e carinho, desde o dia que nos conheceu, até seus últimos momentos. – Passei a mão nos olhos. – Mas essa mulher sempre acreditou em nós. Não importa se chovia ou se fazia sol, sempre que podia, ela estava conosco. – Falei sorrindo. – Perdemos Branca Bolzan recentemente, mãe do nosso queridíssimo Jack aqui. – Falei, apontando para Jack que já chorava novamente e as pessoas aplaudiam. – Para quem teve a oportunidade em conhecê-la, sabe que ela foi simplesmente especial. – Abri um sorriso. – E ela sempre gostava de dançar. Mesmo quando não podia. – Ri fraco. – Então, na próxima música, eu quero que todos dancem, se acabem, porque essa é para Branca.
- Vamos lá, Quito! – Jack falou, se aproximando de mim e logo os ritmos mixados começaram a sair forte das caixas de som.
- Usually I'm Ms. Pretty Please, act nice and pray down on my knees. Never get too hot or act too cold. I'm the poster girl to self control. – Comecei a cantar no microfone que deixava minha voz mais rouca. - And if I'm making noise, like I never do. And dancing with the boys, and maybe even you. As soon as my body hits that rhythm. Something starts happening to my system. – Emily apareceu do meu outro lado e nós três, com os outros dançarinos, começamos a fazer a coreografia em sincronia.
- I'm moving my feet like the floor's on fire. Screaming to my girls "Yeah, let's get wild!" Setting off a chain reaction. Forgive me, I can't stop dancing. – Movimentei os cabelos, mexendo os quadris, deslizando os pés no chão, com o microfone na mão. - Blame it on the beat. Don't blame it on me. When I act crazy. Blame it on the beat.
- Usually I'm perfectly behaved, never give you reason to complain. Then I hear the pounding of this track, about to move around like a maniac. – Voltei a cantar sozinha, andando em direção à passarela. - And if I'm making noise, like I never do. And dancing with the boys, and maybe even you. As soon as my body hits that rhythm. Something starts happening to my system. – Soltei um grito, voltando correndo pela passarela, vendo todo mundo cantando comigo.
- I'm moving my feet like the floor's on fire. – Joguei a cabeça para trás, voltando a cabeça com força, ouvindo minha voz sobressair. - Screaming to my girls "Yeah, let's get wild!" Setting off a chain reaction. Forgive me, I can't stop dancing. – Voltei em posição. - Blame it on the beat. Don't blame it on me. When I act crazy. Blame it on the beat. Blame it on the beat. Blame it on the beat. – Apoiei o microfone, suspirando, cantando mais baixo.
- All my manners out the door. When I hear foot on the floor. Jackal and Hyde, I turn it to my other side. – Soltei a respiração forte. - Don't mean to make a scene, but I'm at the mercy of the power of the beat. Now sit down and watch me dance. – Começamos a fazer a coreografia ritmada, movimentando os quadris para os lados e voltando os ombros devagar. - Watch me dance. Watch me dance. – Repetimos mais duas vezes e eu peguei fôlego para voltar. - One, two, three, four... – Corri pela passarela, deixando o pessoal cuidando da dança e da voz.
- Blame it on the beat. Don't blame it on me. When I act crazy. Blame it on the beat.
- As soon as my body hits that rhythm. Something starts happening to my system. – Voltei a cantar com eles, soltando um grito. - Blame it on the beat. Don't blame it on me. When I act crazy. Blame, blame, blame it on the beat. Blame it on the beat. Blame, blame, blame it on the beat. – O ritmo parou e os fogos cortaram o céu, fazendo o povo gritar.

- Nossa, eu não sabia que era possível enjoar das nossas próprias músicas. – Jack falou e eu ri fraco, dando de ombros.
- Nem fala! – Coloquei um pouco de macarrão na boca. – Eu acho que nunca mais vou querer ouvir esse álbum na minha vida.
- Carma de ser um cantor, gente! – Jessica falou e eu sorri. – Mas pensa, a gente começou na Austrália, já estamos no Haiti. – Assenti com a cabeça, suspirando.
- Mal vejo a hora de voltar para casa, pegar minhas meninas. – David falou e eu ri.
- Nossa, nem fala. Grape já deve estar aloprando Anthony. – Jessica riu ao meu lado, me entregando um copo de refrigerante e eu agradeci com um aceno e bebendo o conteúdo em um gole.
- Acho que Anthony deve estar aloprando Grape. – Mike falou e eu ri. – Mas, sério! Essa sensação de saudades é uma merda.
- Falando em namoros, saudades e afins. – Jack falou. – Quando você vai propor à Lacey?
- Propor o quê? – Ele perguntou.
- Ah, fala sério, irmão. Até eu entendi. – Mack falou e eu gargalhei.
- Propor o quê?
- Casamento! – As outras pessoas da sala gritaram para ele.
- Ah, gente, não sei. Nós moramos juntos já, não é como se casar fosse mudar alguma coisa. – Ele falou.
- Ah, Michael, como você é estúpido. – Emily falou e eu segurei a risada. – Olhe eu e Amir, moramos juntos desde os seis anos, fizemos 18 anos, fomos morar junto, e ainda sim, casar muda tudo. – Ela falou suspirando.
- O quê? – Ele perguntou.
- Renova tudo, amigo. – Ela sorriu. – O amor, a felicidade, o fogo. – Louis gritou rindo.
- E eu tenho certeza que é algo que Lacey espera. – Falei e Jack estalou o dedo, afirmando com a cabeça.
- Com certeza! – Ele riu. – Até eu espero isso. – Soltei uma risada fraca.
- Sei que vocês estão enjoados, mas vamos focar? – Jessica falou e eu coloquei o copo de lado, segurando o microfone novamente.
- Deveria ser proibido ensaiar durante uma turnê. – Louis falou. – A gente faz isso toda noite. – Ele falou e eu ri.
- Prática leva a perfeição. – Jessica falou. – E nem vem, sei que vocês adoram isso.
- Sim, a gente adora, chamar a família, servir uns salgadinhos e ensaiar com direito a músicas de todas as épocas e piadas, mas quando é sério, complica. – David falou e eu ri.
- Mas vamos lá. – Jessica falou e eu suspirei.
- Lolita, Dave. – Falei e ele assentiu com a cabeça, começando a movimentar os dedos em cima da sua picape.
- From the mouths of babes to power of men. I'll make it all new again. Hold my hand, hold my hand cos I can't touch the ground. The carrousel goes around, round, round. – Comecei cantando sozinha.
- The addiction, friction, it burns you alive. So illegal, no evil is seen with these eyes. – Emily cantou sozinha.
- I won't tell if you want it, I will if you want. Nothings is sacred, don't care if it's wrong. – Cantamos juntas e eu respirei fundo para o refrão.
- I'm your Lolita, La Femme Nikita. When we're together, you'll love me forever. You're my possession, I'm your obsession. Don't tell me never, I'll love you forever.

- Você pode esperar dois segundos, Robb? – Falei, andando com os braços para cima pelos corredores do show.
- Até posso. – Ele falou rindo de mim e eu me encarei no espelho, com o rosto todo verde.
- O que aconteceu? – Ele perguntou, colocando a mão na boca.
- O canhão de cor estourou na minha cara. – Suspirei, pegando uma toalha e passando no rosto. – Jesus, até meu olho está verde. – Comentei e ele riu.
- Sem pó colorido no show, então? – Ele perguntou e eu ri.
- Estão tentando arrumar, mas estão fazendo uma sujeira lá no palco, quero nem ver. – Ele riu e eu puxei minha blusa para cima, jogando-a no cesto de roupa suja e passei a toalha entre meus seios.
- , quem veio para o camarim todo sujo? O chão está verde... – Virei para Jessica. – O que houve?
- O canhão estourou em cima de mim. O pessoal já está tentando consertar, mas não prometo. – Ela suspirou.
- Justo agora? – Ela fez uma cara de dor.
- Você achou que os problemas seriam só no começo da turnê mesmo? – Perguntei e ela riu.
- Quem dera! – Ela suspirou. – Eu vou ver isso.
- Só avisa para o pessoal não levar nada de água ou molhado para o palco, já vai ser difícil limpar no seco, imagina no molhado. – Comentei, suspirando.
- Ok, vou mandar um rádio. – Ela falou, pegando seu walkie talkie. – Atenção a todos...
- O que você queria? – Me virei para Robb, andando em direção ao banheiro.
- Eu esqueci. – Ele falou e eu revirei os olhos. – Ah sim! – Ele ergueu o dedo. – Sei que temos algum tempinho ainda, nada saiu oficialmente e tal, mas você tem que começar a se preparar para os próximos eventos.
- Como assim? – Franzi a testa.
- Premiações, eventos. Só com o anuncio da sua música fazer parte de Avatar, metade das marcas estão vindo atrás de você para oferecer roupas e tudo mais para futuras premiações...
- Ok, ok! – Balancei a cabeça. – Corta o barato de todo mundo. – Suspirei. – Eu tenho um contrato com a Gucci, provavelmente vou de Gucci nesses eventos, apesar de não ter exclusividade. E por favor, sem muitos compromissos para mim. Eu quero chegar em casa, tomar banho e me esconder por um mês. – Comentei.
- Como se fosse possível. – Virei o rosto, vendo Louis aparecer todo sujo de rosa agora.
- E o canhão atacou de novo. – Ele tirou a blusa igual a mim e começou a passar no rosto.
- Nem fala! – Ele suspirou. – Isso sai, né?!
- Sai sim. – Ri fraco. – Como está a zona?
- Exatamente assim, uma zona. – Suspirei.
- Enfim. – Virei para Robb. – Sem contratos agora, ok?! Por favor. Já não basta todos os shows, entrevistas e a parte divertida que rolou nessa turnê. Prometo que ano que vem eu resolvo tudo. – Ele suspirou.
- Ok, então! – Ele balançou a cabeça, saindo de lá.
- O que foi? – Louis perguntou.
- Contratos, contratos e mais contratos. Jesus, preciso de um tempo para mim. Sabe há quanto tempo eu e meu namorado não transamos? – Falei suspirando.
- Eu realmente prefiro não saber. – Ri fraco. – Mas provavelmente o mesmo que eu e Agatha.
- Exato. – Suspirei. – E Robb querendo falar de contrato. Eu quero chegar em casa e dormir até o Natal. – Ele riu.
- Eu voto nisso. Mas cuidar de uma grávida não é fácil. – Ri fraco.
- Como ela está?
- Linda. – Ele suspirou. – Te contei que vai ser um menino?
- Ah, sério? – Fiz uma cara fofa. – Ah, que lindo, Louis. Se eu não tivesse seminua eu te abraçava. – Ele riu.
- Deixa para depois. – Ele falou e eu sorri.
- Bem, eu vou para o banho, não consigo ficar assim. – Suspirei.
- Ok, eu vou para o outro banheiro. – Ele falou e eu assenti com a cabeça.

- Ei, está ocupada? – Abri um dos olhos, vendo Jessica fazer sombra em meu rosto.
- Eu realmente pareço ocupada? – Falei. – Eu estou tomando sol em um resort em Cancún. – Ela riu fraco.
- Para mim você está ocupadíssima. – Emily falou dentro da piscina de águas claras.
- Viu?! – Jessica brincou e eu ri.
- O que é?
- Telefone para você. – Ela me esticou o telefone e eu franzi a testa.
- Quem é? – Perguntei.
- Você vai descobrir. – Ela falou e eu saí, colocando o telefone na orelha.
- Alô? – Falei, jogando a cabeça para trás.
- ? – Ouvi do outro lado.
- Sim! – Respondi. – Quem é?
- É Tim, eu sou um cineasta. – Assenti com a cabeça.
- Sim. – Franzi a testa. – Diga.
- Eu fiquei sabendo que você está fazendo parte da trilha sonora do filme Avatar do James Cameron.
- Sim, isso é verdade! – Assenti com a cabeça.
- Você teria interesse em fazer parte de outra trilha sonora?
- Estou sempre disposta a ouvir novas propostas, senhor Tim. – Ele riu fraco.
- Eu estou produzindo a versão live-action de Alice no País das Maravilhas com Mia Wasikowska, Johnny Depp, Anne Hathaway, Helena Bonham Carter, Alan Rickman e outras pessoas. – Arregalei os olhos.
- Espera um pouco, é o Tim Burton? – Quase gritei no telefone, me sentando na espreguiçadeira, vendo Emily se debruçar para frente.
- Sim, sou eu mesmo! – Abri a boca.
- Oh, meu Deus, me desculpe, senhor Burton, eu não reconheci sua voz. – Balancei a cabeça.
- Sem problemas, senhorita Stone. – Sorri. – Creio que uma turnê mundial deixa qualquer um meio confuso. – Ri fraco.
- Um pouco. – Sorri. – Então, você quer uma música para o filme Alice no País das Maravilhas?
- Sim, se possível.
- Bem, eu gostaria de encontrar o senhor para conversamos sobre o tempo que eu tenho, porque eu definitivamente gostaria de fazer parte desse projeto, é um dos meus filmes favoritos da Disney. – Sorri.
- É um prazer ouvir isso. – Ele riu fraco. – Quando podemos nos encontrar?
- Minha turnê acaba em duas semanas, podemos marcar depois?
- Claro, podemos sim! – Ele respondeu. – Eu volto a ligar para sua empresária então, .
- Obrigada, senhor Burton! – Sorri e desliguei o telefone. - Oh, meu Deus! – Falei rindo.
- Tim Burton? – Emily perguntou e eu abanei os braços animada.
- Eu estou oficialmente entrando no ramo de trilhas sonoras. – Ela sorriu.
- Isso é demais! – Ela falou sorrindo.

- Boa sorte! – Jessica falou e eu respirei fundo, vendo um dos meus seguranças abrir a porta e já ouvi os gritos lá de fora.
Saí do carro, vendo alguns fãs amontoados na porta do local que seria o show na Cidade do México. De alguma forma eles haviam descoberto a entrada da equipe e estavam amontoados ali, então nada mais certo do que eu dar um pouco de atenção. Tirei meus óculos escuros e saí do carro, pegando o marcador preto na mão de Jessica.
- Oi, gente! – Carl e Ariella ficavam muito próximos de mim, tentando manter uma distância física entre mim e os fãs, mas isso não era possível, obviamente.
Não sei se era eu, ou se eram os fãs, mas todos tínhamos uma energia especial dentro da gente, e eu adorava receber essa energia especial. Rir com a reação deles, sorrir, brincar, assinar pôsteres, CDs, pele e tudo mais que aparecia em minha frente.
- Eu te amo! – Uma menina falou sorrindo e eu abri um sorriso também, estalando um beijo em sua bochecha e assinei o pôster da turnê que ela segurava.
Terminei de um lado e segui para outro, vendo o pessoal se amontoando em cima da murada e outro segurança tentando conter o pessoal. Fiz o mesmo do outro lado, cumprimentando cada um, assinando tudo que aparecia em minha frente e acenei para eles, entrando no local do show novamente.
- Quem deixou isso aberto? – Ouvia Jessica gritando quando os portões se fecharam e eu a puxei pela blusa, andando em direção a entrada do estádio.
- Deixa disso, Jessica, eu gosto de falar com os fãs. – Falei e ela bufou ao meu lado.
- Mas isso é questão de segurança, . – Ela continuava e eu caminhava pelas partes internas do estádio.
- Claro, claro! Vou morrer de amor. – Falei rindo, mas não pensei em virar para ver seus olhos revirando comigo.
- Já ouviu falar de John Lennon? – Foi minha vez de revirar os olhos.
- Pelo amor, Jessica! – Passei pelos seguranças e entrei no grande campo de futebol, agora com uma cobertura branca em cima do campo e atravessei o estádio de uma ponta a outra, vendo minha banda treinando lá em cima. – Por que os microfones estão desligados? – Perguntei, subindo pela escada.
- Porque tá dando um eco fenomenal lá fora. – Emily falou e eu assenti com a cabeça.
- Está melhor? – Mack perguntou rindo.
- Que risadinha é essa? Todo mundo passa mal! O intestino de todo mundo já soltou alguma vez. – Falei e ele sorriu. – Enfim, vamos, gente! Tá acabando! – Me aproximei do meu pedestal, vendo Emily ir para o lateral e eu suspirei. – Mais um ensaio.

- Ah, finalmente em casa! – Falei, suspirando, enquanto eu era empurrada para fora da van.
- Boston não é exatamente nossa casa... – Mike falou.
- Eu sei, mas é os Estados Unidos. – Suspirei.
- É, e as famílias de vocês estão esperando lá dentro. – Jessica falou e eu sorri.
- Viu?! – Me virei para Mike. – Isso é nosso lar.
- Onde eles estão? – David perguntou empolgado.
- Estão lá na frente do palco! Alguns amigos também. – Jessica falou e o pessoal começou a correr desesperado em volta do estádio e quando notei, eu e Emily havíamos ficado para trás, nos entreolhamos e começamos a correr em direção ao pessoal, rindo sozinha.
Atravessamos a lateral do estádio e ouvi algumas pessoas gritando e virei o rosto, vendo a lateral com alguns espaços que podia ser visto os fãs amontoado lá fora, abri um sorriso, soltando um grito e recebendo a resposta, mas continuei correndo, entrando no campo dos Patriots, parando de correr um pouco, mas meus membros de banda continuaram a correr.
Observei de longe as trigêmeas correr em direção a David, Melanie correr em direção a Mack, Lacey em direção a Mike, Amir em direção à Emily, e Virgínia e Delilah correram em direção a Jack, me fazendo suspirar.
Encontrei Anthony com meu olhar e abri um largo sorriso, a última vez que havíamos nos encontrado foi no funeral de Branca, e não havia sido um encontro muito feliz. Mas além dele, eu encontrei Johnny e Rachel, que eu não via há bastante tempo, e os . Os cinco que eu gostava tanto e abri um suspiro.
Caminhei em direção ao pessoal durante um tempo, mas quando Anthony começar a correr, eu fiz o mesmo, abrindo um largo sorriso, e pulei em seu colo, passando as pernas ao redor de seu corpo e colei meus lábios nos dele fortemente, sentindo suas mãos passarem em minhas costas e eu soltei os pés no chão, sentindo meu corpo descer aos poucos e abri um sorriso quando nossos olhos se encontraram.
- Senti saudades! – Ele falou e eu sorri, afirmando com a cabeça.
- Muita! – Confirmei sorrindo e o abracei de lado, andando em direção aos meus outros amigos.
- Isso que é uma sessão sexy, hein?! – comentou e eu mostrei o dedo do meio para ele, abraçando-o fortemente, sentindo-o me girar no ar e eu ri. – Saudades de você, pequena.
- Pequena? – Falei e ele riu, estalando um beijo em minha bochecha. – Ah, minha noiva! – Falei, abraçando Carly e passei para Shanna rapidamente.
- Não liga, não manda mensagem, mas manda ingressos para o show! – Rachel falou e eu ri, abraçando-a e Johnny juntos, sorrindo.
- Pelo menos isso, né?! Mas o que estão fazendo em Boston? – Perguntei.
- Bem, todo mundo estava combinando de encontrar vocês aqui, então a gente veio também. – Rachel deu de ombros e eu ri.
- ! – Abri um sorriso quando cheguei no . – Nossa, como você está gigante. – Passei as mãos em seus braços malhados.
- Para filme novo ele fica gatão assim, . – zoou e eu ri, estalando um beijo na bochecha de .
- Parece que malhar resolve alguma coisa. – falou e eu sorri, afirmando com a cabeça.
- Tá bonitão! – Falei rindo. – Senhora . – Abaixei o corpo para abraçar Lisa e vi um sorrisão no rosto da senhora e me virei de lado, mantendo o braço em seus ombros.
- E aí, quais as novidades? – Shanna perguntou e olhou em volta. – Ficamos sabendo sobre a mãe de...
- Ah, nem fala! – Balancei a cabeça. – Não está sendo fácil para ninguém lidar com isso, mas eles estão melhores já. – Assenti com a cabeça. – Já era algo meio anunciado, mas ninguém esperava por isso. – Suspirei. – Ela era magnífica.
- É uma pena, querida. – Assenti com a cabeça, suspirando e Lisa me abraçou de lado.
- Mas, enfim, vamos falar de coisas boas. Quais as novidades aqui?
- Carly tem uma notícia fantástica para contar. – falou, e eu olhei para Carly.
- Por favor, não diga que você está grávida, tem crianças demais nessa banda. – Falei rindo.
- Se você quiser eu não digo, mas não vai esconder minha barriga! – Ela comentou, apoiando as mãos em cima da barriga e eu abri a boca, saltitando em sua direção, abraçando-a fortemente.
- Meu Deus, o que tem nesse povo que casa e já engravida? – Falei rindo.
- Quem é a outra? – perguntou.
- Agatha está grávida, nasce no primeiro trimestre do ano que vem. – Apontei para ela. – Não notaram que tem uma barriguinha saliente? – Agatha riu, passando a mão na roupa, mostrando sua barriga.
- Eu até que notei, mas ela é gordinha igual a mim, então nunca se sabe. – Carly falou e eu ri, vendo Agatha gargalhar.
- E aí, o que vai acontecer agora? – Lisa perguntou e eu andei em direção às namoradas, cumprimentando uma de cada vez, vendo os meninos fazerem o mesmo com todos os grupos, cumprimentando namorados e pais.
- Bem, temos mais cinco shows, Boston, Washington, Los Angeles, Montréal e Vancouver aí a turnê acaba. – Falei, suspirando.
- Finalmente! – Mack soltou um grito e eu ri.
- Oito meses, gente, isso não é normal. – Suspirei, balançando a cabeça. – Quero dormir até o mundo acabar. – Eles riram e eu balancei a cabeça.
- Pelo menos a gente conseguiu adiantar um pouco, mesmo com o descanso, se não a gente ia até o Natal fazendo isso. – David falou e eu ri, pegando Grace no colo.
- Você está pesada. – Comentei, beijando sua bochecha.
- Muito pesada! – Virgínia comentou e eu ri.
- Bem, acho que a gente pode aproveitar que essa turma está aqui e fazer um ensaio particular, que tal? – Emily comentou e eu ri fraco.
- É o que a gente ia fazer mesmo se eles não estivessem aqui, então... – Coloquei Grace no chão novamente. – Mel, Gemma, querem participar com a gente?
- Sim!
- Com certeza! – Elas falaram quase juntas.
- Então, vamos lá! – Bati as mãos, começando a subir as escadas. – Para nossos queridos familiares, vocês sabem o que fazer, para meus amigos, vocês também sabem o que fazer. – Falei rindo.
- É possível tocar Show Me Love? – Lisa perguntou e eu ri.
- Ela ama essa música. – comentou e eu ri.
- Bem, acho que é possível! – Puxei o walkie talkie da mão de Jessica. – Carl, Ariella? Vê se meu quarteto já chegou e peça para elas virem aqui no palco?
- Pode deixar. – Alguém respondeu e eu devolvi a ela.
- Bem, enquanto isso. – David falou, começando um ritmo na sua picape e eu ri.
- Move it baby, whoa! You know that I've been waiting for you... – Comecei e o pessoal mais jovem já começou a gritar e eu ri.

- É isso, Vancouver! – Falei na ponta da passarela, olhando para o público. – Chegamos ao fim de mais um show, mas além disso, chegamos ao fim de mais uma turnê. – Falei suspirando, ouvindo o povo negar. – Foram quase oito meses de trabalho duro, conhecendo esse mundo maravilhoso, pessoas maravilhosas, fãs com histórias incríveis, foi simplesmente maravilhoso. – Falei sorrindo. – Então, eu só tenho a agradecer por vocês virem aos nossos shows, compartilharem essa experiência maravilhosa e fazer da gente as pessoas mais felizes do mundo. – Suspirei sorrindo. – Vocês já conhecem minha banda, certo? – Eles gritaram e eu ri. – Aqui ao meu lado direito, na guitarra. Mike Derrick! – Gritei.
- E aí, Vancouver! – Ele gritou no microfone, rapidamente fazendo um rife na guitarra, ecoando pelos alto-falantes.
- Ao meu lado esquerdo, o mais roqueiro da banda, no baixo, Mack Derrick. – Outra porção de fãs gritou e Mack fez o som abafado do baixo ecoar pelo local. – Aqui atrás de mim, na bateria, Louis Saint-Claire. – Louis não falou nada também, começando a batucar com força nos bumbos e pratos. - Vocês sabiam que Louis vai ser papai? – Falei, ouvindo o pessoal gritar e eu sorri, vendo Louis subir no banco, acenando para o pessoal.
- E aí, pessoal? – Ele gritou rindo.
- Ao seu lado, temos o cara mais centrado da banda, que tem que lidar com todos nós como se fossemos pessoas maduras e compreensíveis. – Mike riu no microfone. – Com vocês, David Sakawa. – Dave dividiu as mãos entre o piano e a picape, fazendo o pessoal gritar e até dançar. – Agora aqui atrás, duas das vozes mais maravilhosas que eu já ouvi na minha vida: Jack Bolzan e Emily Lizarde. – Gritei e ambos vieram para frente, agradecendo ao público e acenando.
- E aí, pessoal? Se divertindo? – Jack gritou sorrindo.
- Todo momento feliz tem um final, e esse é o final do nosso momento feliz. – Emily falou e ambos pararam ao meu lado.
- Então, vamos para a última música da turnê Third Base? – Falei no microfone, ouvindo o pessoal gritar. – Então, vamos lá, essa é Cool For The Summer.
Falei e David começou a tocar delicadamente os dedos nas notas do piano, movimentando devagar e eu respirei fundo, antes de começar a cantar. Eu dei meu melhor naquele show, como eu tentei dar meu melhor em todos os shows dessa turnê. Fazer parte de algo grandioso assim, nunca passou pela minha cabeça. Mas agora, estando aqui ouvindo 50 mil pessoas cantar comigo, eu posso olhar para trás e ver que aquela menina de 17 anos está sumida no meio dessa de 24 anos. E eu via isso como uma coisa boa. Minhas convicções se mantinham igual e essa era a melhor parte. Eu só havia mudado fisicamente, mas a promessa que eu havia feito ao meu pai ainda se mantinha.
Andei até a ponta da passarela novamente, afastando os pés, sentindo-os levemente fora do palco e eu abaixei o rosto por um tempo, cantando mais devagar, e eu abaixei o corpo, me colocando de joelhos no chão, respirando fundo e colocando o microfone na boca, abrindo os braços.
- Take me down! – Gritei, ouvindo minha voz ecoando pelo local.
- Take me down into your paradise. – Jack e Emily continuaram.
- Don't be scared! – Soltei outro grito, me colocando em pé.
- Don't be scared cause I'm your body type.
- Just something that we wanna try, cause you and I. – Jack e Emily me acompanharam.
- You and I. – Gritei novamente.
- We're cool for the summer. – Voltei correndo para o meio do palco.

- Então, acho que isso merece um brinde! – Apertei a mão de Anthony em minha barriga, erguendo a taça de champanhe.
- Sim, merece! – Jessica falou. – E dessa vez quem vai falar sou eu. – Ela deu um passo para frente, e os meninos começaram a zoá-la. – Calem a boca. – Ri fraco. – É isso, gente, mais uma turnê acabou, o fim de outro trabalho de dois anos, e muito mais prêmios, conquistas, felicidades profissionais e pessoais. – Ela sorriu. – Perdemos algumas pessoas pelo meio do caminho, mas nenhum grande acontecimento rolou sem perdas. – Suspirei, assentindo com a cabeça. – Mas eu estou orgulhosa de vocês, cada dia mais. – Ela sorriu. – Então, por favor, continuem sendo essas pessoas alegres, que se importam, que vocês irão conquistar cada vez mais coisas. – Assenti com a cabeça. – A vocês. – Ela esticou o copo e a gente repetiu, bebendo um gole devagar.
- Agora é só cair para o abraço. – Mack falou e eu ri.
- Para os abraços da cama, só se for. – Comentei e Anthony riu atrás de mim, dando um beijo em meu ombro.
- Bem, eu aconselho vocês a voltarem para o hotel, descansarem um pouco, porque amanhã o voo de volta para Los Angeles é as seis da manhã. Então, descansem. – Jessica falou, bebendo sua taça com água. – Jeffrey? – Jessica falou e eu virei o rosto para trás, vendo meu advogado e de todos da minha banda, entrar e eu franzi a testa.
- O que você está fazendo aqui? – Perguntei, balançando a cabeça. – Desculpa, não quis parecer rude. – Falei suspirando.
- Sem problemas. – Ele falou sério demais. – Eu sei que vocês estão comemorando hoje, mas eu recebi isso há algumas horas e eu não podia esperar vocês voltarem para Los Angeles. – Ele comentou e suspirou. – Senhor Gioavnni, você conhece algum Giovanni Gaspareto? – Ele perguntou e o rosto de Jack e Gemma ficaram brancos quase imediatamente.
- Sim, ele é meu pai. – Ele afastou Gemma um pouco, pegando o papel. – Se pode chamar ele assim. – Jeffrey soltou um suspiro alto.
- Ele entrou com um processo para ter a guarda de Gemma. – Jeffrey falou e eu respirei fundo.
- Não! – Gemma falou alto e se soltou dos braços do irmão, saindo correndo da sala, e Melanie, filha de Mack, correu atrás dela.
- Gemma! – Ela gritou e eu me aproximei de Jeffrey.
- O que você está dizendo, Jeffrey? – Perguntei, observando Jack ler horrorizado o papel que ele havia lhe entregue.
- O pai deles ficou sabendo da morte de Branca e quer a guarda da filha de volta.
- Eu sou maior de idade já, eu posso cuidar de Gemma. – Jack falou, com o rosto vermelho. – Meu pai já perdeu a guarda de Gemma quando a gente era menor.
- Eu sei, senhor Bolzan, e a gente vai lutar para você conseguir a guarda da sua irmã. – Jeffrey falou.
- Quando é a audiência? – Perguntei.
- Em 20 dias, no tribunal de Turim. – Jeffrey falou e eu respirei fundo.
- Meu Deus. – Passei a mão no rosto.
- O que eu preciso fazer? – Jack perguntou.
- Nós vamos estudar o caso certinho, mas seria bom se toda a banda e a equipe mais próxima pudesse testemunhar a favor de você. – Ele falou.
- Com certeza! – Falei rapidamente. – Se aquele homem for metade do que Jack falou, Gemma não vai ser feliz com ele, e pode sofrer muito mais consequências.
- Bem, ele não está com muita sorte, porque eu estou recuperando todos os casos de violência doméstica de Giovanni pai ao redor de Branca e Jack, então é só rezar para que ele não tenha um advogado melhor do que eu. – Assenti com a cabeça.
- Acho difícil, a gente não te paga barato para você ser mais ou menos, senhor White. – Falei brincando e ele riu.
- Eu vou voltar para o hotel, e vou para Los Angeles com você amanhã. – Jeffrey falou e eu suspirei.
- Eu vou contigo, senhor White. – Jack falou. – Eu preciso estar preparado.
- Vamos todos. – Mack falou. – Isso cortou o clima de forma bem legal.
- Eu vou atrás de Gemma. – David falou.
- Eu vou contigo. – Virgínia falou e eu suspirei.
- O que eu vou fazer, ? – Jack falou para mim e eu suspirei, passando meus braços em seu pescoço, abraçando-o fortemente.
- A gente vai lutar, Jack! – Suspirei. – A vontade de Gemma deve valer de alguma coisa nessa situação, ela não é mais um bebê!
- Já não basta minha mãe, eu não posso perder Gemma. – Ele falou suspirando.
- Você não vai. – Comentei.
- Vem, Jack, vamos embora! – Meu namorado falou, passando as mãos ao redor de Jack e ele o seguiu e eu abaixei a taça, suspirando.
- Mais essa. – Jessica se aproximou de mim e eu suspirei.
- O que você acha? – Ela virou para mim.
- Como assim?
- Jack tem chances de ganhar a guarda de Gemma? – Ela suspirou.
- Seria fácil se Jack não fosse novo e não fizesse parte de uma banda. – Ela balançou a cabeça. – Mas bandas e irresponsabilidades ainda andam lado a lado. – Suspirei. – Mas é o que você falou, Jeffrey é caro porque ele é bom. – Ela movimentou a cabeça. – No Natal tudo estará bem.
- Espero que sim. – Suspirei.
- Eu também. – Ela falou, balançando a cabeça.

- Qualquer coisa eu estou aqui do lado, ok?! – Dei um beijo na bochecha de Gemma, sorrindo.
- Ok, tia . – Ela falou, me abraçando forte. – Obrigada!
- De nada, meu amor. – Sorri, suspirando.
- A gente também, viu?! – Agatha falou da porta do apartamento de Louis e Emily sorriu para ela da outra porta.
- Obrigada! – Ela falou e eu suspirei.
- Vamos, temos que tomar banho, desfazer mala, comprar uma cama para você. – Jack falou e eu sorri.
- Se precisar de ajuda, bate aqui. – Falei e ele sorriu.
- Pode deixar, mas acho que vamos ficar só nós dois um pouco. – Ele abriu seu apartamento e eu assenti com a cabeça, vendo-os entrar.
- Bons sonhos, galera! – Falei e Anthony abriu a porta do apartamento e eu entrei com ele, jogando minhas bolsas e malas no chão em um baque, ouvindo um latido vindo do quarto.
- Eu a trouxe antes de ir para o Canadá. – Anthony falou e minha cocker grande apareceu correndo em minha direção, com os pelos voando para os lados.
- Grape! – Gritei, sentindo-a pular em mim, e tentava desviar de sua língua, rindo, enquanto acariciava seus pelos. – Senti saudades, sua linda! – Ela jogou meu corpo para trás, e eu ri, fechando os olhos quando ela me lambeu. – Papai cuidou bem de você?
- Eu juro que sim! – Anthony falou rindo. – Apesar que ela está me devendo três pés de móveis. – Ri fraco e empurrei minha cadela, fazendo com que ela saísse de mim, o que foi difícil.
- Não comprou os negocinhos de plástico que eu te falei? – Perguntei, passando as mãos nas orelhas de Grape, espalhando beijos em seu pelo.
- Eu ia comprar, mas quando eu vi já era, tinha mesa caindo aqui, cadeira ali. – Ri fraco.
- Eu te reponho, amor. – Ele riu.
- Minha preocupação nem é essa, é que ela é um demônio mesmo. – Balancei a cabeça, vendo Grape se acalmar e eu sorri.
- É só saudades. – Falei e me levantei, voltando em sua direção.
- E agora, quais os planos? – Suspirei, passando os braços ao redor do pescoço de Anthony.
- Bem, Grape acabou de me encher de pelos, então acho que um banho é necessário, depois correr para baixo do edredom, e ficar lá até meu compromisso de quinta. – Falei e ele riu, dando leves beijos em meus lábios.
- Já tem compromissos? – Ri fraco.
- Sim, amor, meu ano não acabou ainda. – Ele suspirou.
- Mas esses planos de hoje me envolvem? – Ele perguntou e eu assenti com a cabeça, roçando nossos narizes.
- Acho que podem começar agora, por sinal! – Falei, e ele colou os lábios nos meus com urgência.
- Eu senti sua falta. – Ele falou e eu suspirei, sem ter como responder, porque já puxava minha blusa para fora.

- Você está se sentindo confortável? – O fotógrafo perguntou e eu segurei o blazer verde entreaberto em cima do corpo para que não abrisse.
- Bem, eu já posei nua, então acho que não teremos problemas. – Falei rindo e ele me acompanhou.
- Perfeito! – Ele falou, estourando mais um flash em meu rosto e eu notei minha marca de biquíni entre os seios, resultado de muitas piscinas em muitos hotéis ao redor do mundo.
- Só tenho que dizer que estou com frio. – Comentei e ele riu.
- Isso é difícil fugir. – Senti os ventos baterem e meu cabelo e minhas pernas descobertas por causa do curto biquíni que eu usava.
- Não, mas está ótimo! – Ri fraco. – Eu vou ver capa da Maxim, eu realmente não ligo. – Falei e ele riu.
- Perfeito! – Ele tirou outra foto. – Vamos lá perto da água e caminhar em minha direção, olhando para a câmera?
- Claro! – Falei, virando de costas, segurando as duas laterais do blazer, virando o corpo para o fotógrafo novamente.
- Olhe um pouco mais para baixo, isso. – Fiz o que ele pediu. – Uma feição um pouco mais suave. – Balancei o rosto, tentando parecer menos séria. – Isso, agora vem em minha direção. – Eu seguia a passos lentos em sua direção, sentindo os cabelos voarem por causa do vento, fazendo meu corpo arrepiar na praia de Malibu. – Isso, agora um sorriso sutil. – Dei um pequeno sorriso de lado, olhando para cima delicadamente. – Isso, perfeito! – Ele abaixou a câmera. – Vamos trocar de roupa? – Ele falou e eu segui para a tenda montada no meio da praia.
- Vamos para o biquíni preto? – A estilista falou mais para ele do que para mim.
- Isso, pode ser. Mas mantenha as botas. – Ele falou, saindo da tenda e eu tirei o blazer e a calcinha do biquíni branco, trocando por um conjunto preto com top tomara que caia.
- Deixa eu dar uma mexida no seu cabelo. – A cabeleireira falou, e eu olhei para ela, sentindo-a jogar meus cabelos para trás e dar uma rápida enrolada com a ponta da chapinha. – Isso, pronto!
Voltei para a praia, fazendo todos os tipos de poses, sensuais, engraçadas e algumas até totalmente fora do que era pedido. Me ajoelhei no chão, deitei, mexi os cabelos. Troquei de roupa, por uma blusa somente, sem calcinha ou sutiã, que foi difícil lidar com o vento, mas tudo isso valeria a pena, porque eu era a garota número um da Maxim do ano de 2009, e era só o que importava, a capa de janeiro do ano que vem seria eu, e eu guardaria aquela revista para o resto da vida.

- Qual é a sensação de ser a garota mais sensual da Maxim, ? – Ri fraco.
- Olha, eu tenho que dizer que muitas pessoas não gostariam disso, mas eu estou feliz. – Falei rindo. – É demais, sabe? Comecei aqui e ali, fui aumentando minhas posições e hoje o pessoal me acha a mulher mais sensual do ano, e eu estou feliz com isso, me sentindo poderosa. – Ri fraco, jogando os cabelos para trás.
- Além disso, você é a cantora mais rentável do ano, segundo a Forbes, como você se sente com isso? – Suspirei.
- Olha, eu sou a mais rentável e a mais bonita, acho que eu posso dormir bem calma no meu travesseiro essa noite. – Falei rindo.
- Agora, algo não tão empolgante, sobre a luta pela guarda da irmã de um dos meus membros de banda. – Assenti com a cabeça, suspirando.
- Bem, isso não é algo meu para eu divulgar, mas nós temos o julgamento em alguns dias, vamos lutar juntos e que Deus esteja do nosso lado. – Falei suspirando.
- E você e Anthony? Como estão? – Ri fraco, sentindo a mão dele em minha cintura.
- Estamos muito bem. – Anthony falou sorrindo.
- Sim, muito bem. Ficamos meio longe esse ano por causa dos nossos trabalhos, mas agora está tudo normal de novo. – Falei rindo e ela sorriu.
- Isso é ótimo, . Felicidades para vocês dois e aproveite a sua festa. – Assenti com a cabeça, sorrindo, saindo de frente dos repórteres e andei com Anthony para dentro da festa, vendo minha capa em um pedestal em frente à porta.
- Eu te encontro depois. – Anthony falou e eu sorri, me colocando em frente a capa, sorrindo com a foto minha de blazer verde e o biquíni bege de renda, sorrindo para as fotos, acenando para os fotógrafos e entrando na festa.
- Que mulherão, hein?! – Balancei a cabeça, encontrando do lado de dentro.
- Que homão, hein?! – Mandei de volta, abraçando-o fortemente. – Como você está?
- Estou bem! – Ele sorriu. – Você não me convidou, mas eu não perco essas festas.
- E você acha que eu tive tempo de convidar alguém? – Perguntei rindo e ele se afastou, mantendo a mão em minha cintura.
- Mas você está muito bonita, . Parabéns, imagino que seja uma conquista para você. – Ri fraco.
- Bem, eu conquistei muitas coisas esse ano. Apesar dos pesares, eu não posso reclamar. – Suspirei.
- Isso é muito bom. – Ele suspirou. – Mas e os pesares? Como anda a situação do julgamento? – Suspirei.
- Em três dias, um medo que eu nunca senti na minha vida, mas confiante. – Suspirei.
- Boa sorte, vai dar tudo certo. – Ele falou, suspirando e eu assenti com a cabeça.
- Por favor! – Suspirei. – Isso precisa dar certo.
- ! – Anthony me entregou uma taça e eu agradeci.
- Ant, você lembra do ? – Apontei um para o outro e ambos se cumprimentaram.
- Claro, como vai? – Anthony falou sorrindo e eu suspirei.
- Então, como vocês estão? – perguntou sorrindo. – Devem estar matando as saudades depois de um tempo. – Ri fraco.
- Sabe como é, né?! – Anthony falou. – Difícil se segurar.
- Mas deu para aguentar? – perguntou e eu franzi a testa, olhando para ele, não entendendo.
- Enfim, Anthony, amor, você descobre onde são nossos assentos? Eu vou ver se minha banda já entrou.
- Claro! – Ele falou, dando um beijo em minha bochecha e saiu.
- Qual seu problema? – Bati a mão no peito de .
- Ai! – Ele falou, massageando o local. – Eu só não gosto dele, só isso.
- Ah, só isso? E desde quando você tem o direito de analisar meus namorados? – Perguntei, franzindo a testa.
- Ele é estranho, .
- Você namorou pessoas que eu achei estranhas e nem por isso falei nada. – Suspirei. – Tirando agora. – Balancei a cabeça. – Eu amo o Anthony, . – Suspirei. – Ele me faz bem, ele me apoia, o sexo é maravilhoso...
- Eu não preciso ouvir isso. – Ele virou o rosto.
- Não precisa mesmo, , mas eu amo o Anthony e pretendo passar minha vida com ele, então, caso a gente não precise brigar igual alguns anos atrás, só espero que você o respeite, ou eu vou ter que escolher entre um e outro. – Suspirei.
- E quem você escolheria?
- Você sabe que não é você. – Suspirei. – Porque eu já fui obrigada a escolher e não foi você. – Ele balançou a cabeça.
- Uau! – Ele falou e eu suspirei.
- Eu gosto de você, . Mas seja um amigo, não um conselheiro. Já tenho pessoas o suficiente dando pitaco na minha vida, e você sabe que você também. Não preciso de mais um.
- Desculpe, . – Ele falou, suspirando. – Não tive essa intenção. – Assenti com a cabeça.
- Obrigada! – Me aproximei dele, dando um rápido beijo em sua bochecha. – Quer se sentar com a gente?
- Eu estou com uns amigos aqui, a gente se vê depois?
- Claro! Que tal passar o Natal conosco esse ano? – Perguntei.
- Vão passar aqui esse ano? – Afirmei com a cabeça.
- Sim, todo mundo vem, a gente quer que Gemma se acostume com o local o máximo possível.
- Claro, quem sabe?
- Vou mandar convites para Boston, então já informe sua mãe e seus irmãos. Quero todos aqui. – Falei apontando para ele.
- Ok, , boa sorte com o julgamento. – Assenti com a cabeça. – Estou torcendo por vocês.
- Obrigada! – Sorri.
- , , uma foto, por favor! – Virei o rosto para um dos fotógrafos e passei o braço pelas costas de abrindo um sorriso. – Obrigado! – Ele logo saiu.
- Eu preciso juntar nossas fotos e emoldurar! – Ri fraco.
- Me manda quando fizer isso. – Ele falou e eu ri.
- Vamos, ! – Ouvi um grito atrás de mim me assustando.
- Ai Jack, que inferno! – Falei rindo.
- , como você está? – Ele se aproximou de nós e eu balancei a cabeça, suspirando.

- Vamos chamar agora, a testemunha . – Respirei fundo e passei pela porta do tribunal, sendo indicada para ficar em frente ao senhor com uma bíblia na mão.
- Coloque a mão na bíblia, por favor. – Fiz o que ele pediu. - Jura dizer a verdade, somente a verdade em nome de Deus?
- Eu juro! – Falei firme.
- Pode se sentar! – Ele falou e eu me sentei na poltrona ao lado do juiz, apoiando as mãos em cima das pernas, olhando para frente pude observar Jeffrey com Jack na minha direção e do outro lado, o pai de Jack, com outro advogado. Pude jurar que eu estava olhando para Jack daqui alguns anos, eles eram iguais.
- Senhorita Stone... Ou . – O advogado do pai de Jack se aproximou.
- Só está bom. – Falei afirmando com a cabeça.
- , eu te farei algumas perguntas referente ao comportamento do senhor Bolzan, só responda ao que te foi perguntado, concorda? – Suspirei.
- Sim! – Falei.
- Senhorita , você poderia me dizer o trabalho que o senhor Bolzan faz na sua banda?
- Ele é meu backing vocal, isso quer dizer que ele é meu apoio na voz durante gravações e shows. Além de ser co-autor e co-produtor em algumas canções.
- Certo. Senhorita , qual é o passo a passo do trabalho de vocês?
- Nosso início de ano tende a ser preenchido com premiações e compromissos pessoais, normalmente em abril ou maio nós começamos a produção do trabalho novo que dura cerca de quatro meses até seu lançamento, isso envolve divulgação nos Estados Unidos e logo o ano acaba. Depois a gente prepara uma turnê grande e começa os ensaios, preparativos e turnê, fechando um ciclo.
- Quanto tempo você ficou em turnê esse ano?
- Foram quase oito meses.
- E a senhora Bolzan faleceu nesse meio tempo?
- Sim, no meio da turnê. – Afirmei com a cabeça.
- E o que vocês fizeram?
- Nós interrompemos a turnê um pouco, cuidamos de tudo que estava pendente aqui em Turim como funeral, testamento e as coisas de Gemma e seguimos em turnê até o fim do ano.
- E Gemma seguiu com vocês?
- Sim. – Falei.
- Por quê?
- Porque ela não tinha com quem ficar em Los Angeles até nossa volta.
- E em uma próxima turnê, senhorita , com quem Gemma ficaria?
- Gemma já tem 15 anos, ela é capaz de fazer as coisas sozinha, ir para a escola de ônibus, fazer o almoço, tomar banho. Mas em caso de emergências ou companhia, ela teria Virgínia Sakawa, esposa de nosso pianista David Sakawa, e Delilah Johnson, mãe da filha de Mackenzie Derrick, nosso baixista.
- E você acha que ela estará segura com pessoas fora da sua família?
- Eu não acho, senhor. Eu tenho certeza. – Falei sorrindo. – Nossa família é essa que você está vendo aqui em volta. Diretores, produtores, empresários, filhos, amigos, namorados, esposas. – Suspirei. – E ela faz parte da nossa família.
- Senhorita , por favor, só responda à pergunta.
- Eu respondi. – Assenti com a cabeça.
- Senhorita , você falou em eventos e premiações, o que eles consistem, baladas?
- Não, a maioria são jantares ou reunião com a imprensa mesmo.
- E você gostaria de ver Gemma nesse meio?
- Ela já está nesse meio, senhor. – Suspirei. – Todos ao nosso redor estão envolvidos nesse meio.
- Isso é tudo, meritíssimo. – Ele falou e eu suspirei, vendo-o sair de perto e Jeffrey se aproximar de mim.
- Boa tarde, senhorita .
- Boa tarde. – Respondi, olhando para Jack que tinha o rosto enfiado na mesa.
- Eu gostaria de te fazer algumas perguntas sobre o comportamento de Giovanni e Gemma, se possível.
- Claro! – Assenti com a cabeça.
- Como Giovanni trata sua irmã mais nova?
- Ele é um irmão, senhor. Tem brigas, risos, cócegas, cuidado, saudades. Tudo que existe entre irmãos.
- Objeção. – O advogado de Giovanni pai falou. – Como você sabe disse se você é filha única?
- Como eu disse senhor, nós somos uma família, nós somos irmãos, além de que eu tenho um meio-irmão. – Sorri.
- Continue, por favor. – O juiz falou.
- Você acha que Giovanni seria um bom pai para Gemma Bolzan? – Suspirei.
- Não, senhor. – As pessoas que assistiam se assustaram. – Ele é um ótimo irmão. Giovanni não teve a oportunidade de ser pai ainda, senhor. Mas sei que ele cuida de sua irmã há muito tempo desde que se revelou ser homossexual à sua família, causando intrigas dentro de casa e fazendo com o que o senhor Gaspareto fosse embora. Então, a única presença masculina e paterna que Gemma tem há uns 10 anos é do meu amigo Giovanni. Por que isso mudaria agora?
- Você acha que a presença do senhor Gaspareto será boa para Gemma Bolzan?
- Não mesmo. – Falei sincera. – Uma pessoa que tem acusações e cumprimento de pena por abuso físico com a esposa e com o filho mais velho não deve nunca cuidar de uma criança. Não deveria nem estar sendo cogitado. – Falei, suspirando.
- Uma última pergunta, senhorita . – Assenti com a cabeça. – Por que você acha que Giovanni Bolzan seria um melhor guardião para Gemma?
- Porque ele é a melhor pessoa que eu já conheci. – Suspirei. – Apesar de todos os problemas, dificuldades, perdas que ele teve ao longo do caminho, Jack é a pessoa que acorda sorrindo e que vai dormir sorrindo. Acorda cedo para o trabalho, não reclama do que tem para fazer e mesmo após a perda da sua mãe, tentou ser a pessoa mais animada nos shows. Além de ser um dos mais simpáticos com os fãs. – Suspirei. – Essa é a opinião de alguém que é vizinha de Jack, e agora de Gemma, trabalha diariamente ao seu lado e o respeita como pessoa e como profissional. – Falei sorrindo.
- Isso é tudo senhorita, . – Ele falou e eu assenti com a cabeça.
- Vamos chamar a próxima pessoa para testemunhar. – Assenti com a cabeça e me levantei, quando o oficial de segurança indicou o caminho para mim e saí pela sala de trás, vendo a porta se fechar.
- E aí? – David e Mike perguntaram quase juntos e eu balancei a cabeça.
- Só esperar. – Suspirei. – Cadê Gemma?
- Depois do depoimento dela ela foi para outra sala com Virgínia, é triste manter uma criança aqui. – David falou e eu afirmei com a cabeça.
- Senhorita . – Olhei para o oficial em minha frente. – Você não pode ficar aqui. Poderia me seguir, por favor? – Suspirei e andei em frente.
- Até mais. – Falei, seguindo o oficial de justiça.

- Eu não quero, . – Gemma falava baixo para mim, abraçando minha barriga e eu suspirei, acariciando seus cabelos loiros.
- Vai ficar tudo bem, minha querida. – Suspirei para ela, e ergui o rosto para Virgínia que olhava para mim com o rosto cansado.
- Por favor, vamos ficar de pé para receber o juiz Antonio Giancarloni. – Respirei fundo, ficando em pé com Gemma me abraçando e eu suspirei, sentindo o sangue subir.
- Podem se sentar! – Ele falou e nós nos sentamos novamente, e olhei para Jack que virou para trás e assenti com a cabeça, vendo-o se virar novamente. – O júri chegou a um resultado? – Um dos homens da ponta se levantou.
- Sim, senhor. – Ele falou e eu respirei fundo.
- Com quem deve ficar a guarda de Germaine Bolzan? – O juiz perguntou e eu segurei a respiração por um tempo.
- A guarda de Germaine Bolzan, vulgo Gemma, deverá ficar com seu irmão Gioavanni Bolzan. – Senti um alívio enorme passar por meu corpo e abracei Gemma com força ao meu lado. – Além de Giovanni, ela deverá ter a presença de um tutor feminino da escolha de Giovanni e receberá visitar esporádicas do governo italiano em um período de um ano para análise da competência. – Ele terminou de falar, mas eu já não ligava, Gemma já estava pulando de felicidade e Jack deveria estar chorando novamente em minha frente, já que estava com a cabeça enfiada na mesa novamente.
- Com a guarda devidamente acertada, eu declaro o caso como encerrado. – Ele bateu seu martelo e eu respirei fundo, vendo Jack sair correndo da área de julgamento e Gemma correu em sua direção, pegando a menor no colo e eu suspirei, passando as mãos nos olhos e respirando fundo.
- Obrigada, Jeffrey. – Jessica falou cumprimentando o advogado e ele assentiu com a cabeça.
- Espero que seja o maior problema que teremos. – Assenti com a cabeça.
- Espero nunca mais precisar de você. – Falei honesta, rindo.
- Eu também, senhorita . – Ele falou sorrindo. – Falando nisso, eu pensei em você como tutora de Gemma, seria possível?
- Mesmo? – Falei sorrindo. – Mas é claro que sim, se Gemma quiser, eu supertopo. – Falei rindo.
- Vamos resolver isso no ano que vem, por favor. – Jessica falou.
- Sim, conversamos ano que vem. – Ele falou sorrindo.
- Ah, , muito obrigado! – Jack falou e eu o abracei forte, suspirando. – Acho que foi o que você e os meninos disseram que ajudou tudo.
- Não, Jack, foi você. Um homem com histórico de abuso não deve cuidar de uma criança. – Suspirei.
- Giovanni! – Virei o rosto, dando de cara com o pai de Jack e suspirei, ficando atrás dele.
- Senhor Gaspareto. – Jack respondeu e o mais velho estendeu a mão para Jack que demorou um pouco, mas o cumprimentou de volta.
- Se cuidem! – Ele falou, se retirando.
- Uau, essa é nova para mim. – Jack falou se virando para mim.
- O quê? – Perguntei suspirando.
- Ele não me cumprimentava há 10 anos. – Jack falou e eu suspirei.
- Ele te respeita! – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Parece que sim. – Jack falou e eu o abracei de novo.
- Ah, cara, precisamos comemorar. – Mack falou, abraçando a gente.
- Onde Gemma gosta de ir? – Ela suspirou, colocando a mão no queixo.
- McDonalds? – Ela falou em forma de pergunta e eu ri.
- Oh, até eu gosto desse lugar! – Mack falou e eu ri, vendo-o esticar a mão para pequena e eles saírem do tribunal.
- Tudo está bem. – Falei para Jack.
- Sim, está! – Ele sorriu.

Abri um sorriso quando eu vi os créditos subirem na sala de cinema em Estocolmo e abri um sorriso quando as pessoas aplaudiram ao filme e me levantei, entre Meryl e Dominic, suspirando.
- Parece que você engana bem como atriz. – Dominic comentou comigo e eu ri.
- Quem esperaria por essa? – Respondi e ele riu.
- Parabéns! – Ele falou para mim e eu sorri.
- Para você também! – Ri fraco.
- Agora, vamos receber aqui o elenco de Mamma Mia! – A mulher falou e eu segui em frente, seguindo o elenco para fora da fileira. Colin Firth esticou a mão para mim e eu a segurei, descendo as escadas abraçada a ele.
Acenamos para alguns dos convidados exclusivos da festa e eu acenei novamente para Agnetha Fältskog e Anni-Frid Lyngstad, ex-membros do ABBA também, que eu tive o prazer de conhecer aqui em Estocolmo, foi um surto quase igual ao que eu tive quando conheci Benny e Björn, mas agora meu sonho estava completo.
Subi no palco, me colocando entre Colin e Pierce, abraçando os dois e abrindo um sorriso quando Thank You For The Music ecoou pela sala de cinema e eu abri um sorriso, mexendo a boca acompanhando a música.
- Obrigada aos presentes, ao Benny, Björn, Agnetha e Anni que apoiaram esse projeto maravilhoso. A esses atores fantásticos que deram vida à personagens conhecidos por nós há dez anos. – Phyllida falou sorrindo. – Gostaria de agradecer à Stone por dar vida à Sophie, por aceitar dar vida a essa personagem que eu amo, e também, ajudar os outros atores com seus problemas musicais. – Ri fraco. – Já aos atores, obrigado por ajudar nessa tarefa incrível que é atuar. – Ri fraco. – Obrigada por prestigiarem esse filme, que vocês indiquem para amigos e espero que vocês tenham se divertido.

- Eu não sei porque a gente está vendo isso, é tortura! – Falei, enchendo a mão de pipoca e colocando na boca.
- É uma indicação ao Oscar. – Jessica falou.
- Não, é uma suposta indicação ao Oscar, ninguém sabe se isso é real ainda. – Falei com a boca cheia, respirando fundo.
- Calma, . – Melanie falou sentada no chão e eu suspirei.
- Deus, isso é tortura. – Mike falou e eu ri.
- Viu?! – Comentei, suspirando e vi Grape jogada no canto da sala, tinha muita gente para pouco espaço.
- Se a gente for indicado, o que acontece? – David perguntou.
- Vocês vão ser indicados. – Jessica falou.
- Ok, e o que acontece? – David perguntou.
- Vocês irão fazer uma apresentação fascinante no Oscar, que deverá ser lembrada por todos. – Jessica falou. – É isso! – Ela falou. – Agora se acalmem! – Ela gritou conosco e eu suspirei.
- Vai ser legal se vocês ganharem um Oscar, né?! – Gemma falou e eu ri fraco.
- Legal? Vai ser outro nível! – Louis falou rindo. – Os oscarizados da turma.
- Não participou da produção porque não quis. – Falei e ele riu.
- Não é inveja não, amiga, é orgulho. – Ele falou bagunçando meus cabelos.
- E agora os indicados de melhor canção de original.
- Ei, fiquem quietos! – Emily falou e alguém aumentou o volume da TV.
- "The Weary Kind" de Coração Louco, música e letras de Ryan Bingham e T-Bone Burnett. – Soltei um suspiro, encarando a televisão. - "Almost There" de A Princesa e o Sapo, música e letras de Randy Newman. – Respirei fundo. - "Down in New Orleans" de A Princesa e o Sapo, música e letras de Randy Newman.
- O cara é o novo Elton John, é?! – Mack gritou.
- Xí! – Falamos para ele.
- "Take It All" de Nine, música e letras de Maury Yeston. – Respirei fundo, sentindo meu corpo arrepiar. - "I See You", de Avatar, música de David Sakawa, Stone e Mike Derrick e letras de Stone.
- Ah! – Eu soltei o maior grito que eu já tinha dado na minha vida e pulei, ficando em cima do sofá. – Eu sou indicada, eu sou indicada, eu sou indicada! – Falava com uma pressa na voz, enquanto eu pulava em cima do sofá, vendo o pessoal rir da minha reação.
- Esse ano está sendo demais! – Mike comentou rindo e esticou a mão para mim e eu segurei, descendo no sofá e o abraçando fortemente.
- A gente vai para o Oscar. – Gritei rindo.
- A gente vai! – David se aproximou. – E a gente tem que trazer essa estatueta para casa. – Ri fraco.
- Um passo de cada vez, eu vou precisar de muito tempo para cair a ficha. – Suspirei. – Oh, meu Deus! – Gritei novamente. – Eu estou concorrendo ao Oscar. – Suspirei. – Claro que com músicas da Disney, o que complica um pouco, mas foda-se! – Suspirei.
- Bem, gente! – Jessica se aproximou me entregando uma taça de refrigerante, e Lacey entregou uma a Mike e Virgínia a David. – Hoje vocês três acabaram de completar mais uma meta como banda. – Ela falou suspirando. – Indicação ao Oscar, a maior premiação do mundo. – Ela sorriu. – Apesar de ser só vocês três, isso vem de forma positiva para a banda também, mas o que eu quero dizer é, entre vencidos e perdidos, esse é o meu maior orgulho de vocês. – Ela sorriu, passando a mão no rosto.
- Ó, você está chorando. – Falei e ela riu.
- Estou, porque eu sei o quanto vocês lutaram para isso. – Ela falou suspirando. – Então, meus parabéns, gente! – Ela esticou o copo. – Muito sucesso para vocês. E que vocês permaneçam sempre juntos.
- Sempre! – Repetimos juntos, rindo.
- Ah, hoje eu vou precisar de algo mais forte para me derrubar. – Falei e Mack gritou empolgado.

- Então, quem gostaria de iniciar a reza esse ano? – Virgínia perguntou, enquanto todos estavam em volta da mesa.
- Eu gostaria, se possível. – Jack falou e eu sorri.
- Pode falar. – Ela disse, suspirando.
- Esse ano, como todos, a gente só tem que agradecer pelas coisas que nos aconteceram, pelos bons momentos entre nós, pelos bons momentos pessoais e profissionais, mas esse ano, em especial, eu senti que nós realmente somos uma família. – Ele falou sorrindo. – Esse ano eu perdi a mulher mais importante na minha vida, e com tudo que aconteceu, vocês não se afastaram de mim em nenhum momento, vocês ficaram comigo, permaneceram juntos e se tornaram realmente uma família para mim e para Gemma. – Abri um sorriso. – Então, eu só tenho a agradecer, gente, aos namorados, esposas, amigos, e todo o pessoal em volta, todo mundo que tem nos apoiado de diversas formas possíveis. – Ele sorriu. – Então, obrigado, família. Vocês são tudo para nós. – Abri um sorriso, aplaudindo ao que ele tinha falado.
- Obrigada, gente! – Falei, dando um passo para frente. – Esse ano foi simplesmente fantástico. Coisas ruins aconteceram, mas também muitas coisas boas aconteceram. – Falei sorrindo.
- E vão acontecer mais! – David falou e eu ri. – Esse ano ainda não acabou, . – Franzi a testa.
- Ok...? – Falei estranhando.
- Anthony falou com todos nós seis, seus amigos de longa data aqui de Los Angeles, além do seu pai, , Johnny, seus amigos mais próximos. E a resposta foi unânime, então a gente queria abrir um espacinho nesse brinde para que Anthony pudesse falar alguma coisa. – Mike falou, indicando meu namorado.
- Anthony? – Virei para meu namorado que havia ficado roxo de uma hora para outra.
- Eu não sou muito bom com palavras. – Ele começou. – Quando eu começo a falar eu engasgo, ou esqueço de respirar, enfim, não dá certo. Mas você é a mulher mais incrível que eu já conheci em minha vida, . – Ele falou sorrindo. – Você é linda, trabalhadora, sexy, independente, clássica, e eu digo com todas as letras que sou apaixonado por você. – Abri um sorriso. – Então, mesmo após quase oito meses sem o rosto colado, e o peito aberto, eu não senti falta de nada, só senti falta de você. – Suspirei. – Então, ... – Ele colocou a mão no bolso, estendendo uma aliança dourada. – Com essa singela aliança, porque jornalista não ganha bem. – Ri fraco. – Eu gostaria de te perguntar, você me daria a honra de se tornar minha esposa? – Ele perguntou e minha boca foi para o chão e meu coração começou a palpitar loucamente.
- Sim, sim, sim! – Falei, repetidamente, correndo em sua direção e passando meus braços em volta de seu pescoço, colando meus lábios nos meus. – Sim, mil vezes sim.
- Vamos fazer um brinde então, ao novo membro da família, Anthony Lorrane. – Alguém falou e eu ignorei, vendo-o colocar a aliança em meu dedo e eu abri um sorriso, colando meus lábios nos dele novamente
Eu estava muito feliz.





Fim do Terceiro Ato.



Ato Quatro:
Loose Ends – 2010 a 2011


Capítulo 18

- Oi, o que você está fazendo? – Virei o rosto, vendo Brandon entrar no estúdio. – Você não devia estar aqui.
- Jack estava arrumando algumas coisas para Gemma, e eu cedi meu apartamento para zona. – Falei e ele riu.
- Como ele está se saindo? – Ele perguntou, se sentando ao meu lado.
- Bem, eles são irmãos, com uma diferença grande de idade, às vezes eu ouço alguns gritos vindo do apartamento da frente, mas sabe como é?! Daqui a pouco eles já estão rindo e se abraçando.
- Que bom que tudo deu certo! – Afirmei com a cabeça.
- Sim, ano passado foi um ano meio conturbado, mas passa.
- Acredite, esse ano será mais conturbado ainda, além das premiações da música, você tem premiações do cinema. – Ri fraco.
- Eu vou comparecer, dar o melhor de mim em cada performance, mas eu não tenho essa pretensão de ganhar, não. Eu sou uma cantora, isso é...
- Você ainda tenta se desmerecer, querida? Achei que depois de seis anos você estaria um pouco mais calejada. – Ri fraco.
- Estou, mas não quando se fala de cinema. – Dei de ombros.
- Você vai se dar bem, querida. Só de ser indicada, isso vai te abrir muitas portas. – Assenti com a cabeça, sorrindo.
- Tomara. – Ri fraco.
- Mas e aí, o que você está fazendo?
- Jessica criou um Facebook para todos nós, incluindo uma página minha, eu estou configurando a página para aparecer coisas das nossas páginas pessoais. – Falei, voltando para o computador.
- E como você está se saindo com as redes sociais? – Dei de ombros.
- Ah, você sabe, é muita coisa, na minha época era Orkut, ICQ que depois mudou para o MSN, a gente vai se adaptando, meio como camaleão. – Ele riu fraco.
- É, acho que o certo é fazer isso, porque cada dia vai aparecer mais coisas. – Ri fraco.
- Sim, eu só preciso aprender como eu compartilho só as coisas que a gente posta de modo público e como esconder nossas páginas pessoais do Facebook, para ninguém achar.
- Acho melhor você falar com o pessoal do marketing, eles que entendem dessas coisas. – Brandon se levantou. - Já estou velho para essas coisas.
- Até parece! – Ri fraco, fechando o notebook.
- E, não é?! – Balancei a cabeça, passando os braços pelos seus ombros.
- Brandon, enquanto você continuar nos ajudando nessas produções maravilhosas, você não estará velho. – Ele gargalhou.
- Até parece. – Ele deu um beijo em minha testa. – Faz um tempo que vocês não precisam de mim, vocês só são legais demais para não me mandar embora.
- Você que é legal demais para gente te abandonar. – Ele riu.
- Ok, eu vou ficar com essa. – Abri um sorriso.
- Bem, acho que vou lá no departamento de Marketing, e depois ver se Jack não quebrou nada meu, provavelmente todo mundo entrou na roda já. – Peguei meu iPhone, vendo se não tinha notificações do WhatsApp. – Oh, meu Deus, 38 mensagens. – Falei rindo, pegando correndo. – Oh, Deus, minha casa já era.
- O que houve?
- Aparentemente eles conseguiram quebrar minha mesinha de centro. – Franzi a testa. – Ah, não vou para casa agora ou vai sobrar para eu limpar. – Dei de ombros. – Vou para o departamento de Marketing. – Ele gargalhou e eu abanei a mão, saindo do estúdio.

- Ei! – Entrei na academia.
- E aí, moça? – Louis falou, pedalando na bicicleta.
- Tudo certo? – Perguntei, pendurando minha bolsa no gancho e colocando o casaco na cadeira.
- Tudo certo. – Ele falou, dando de ombros.
- Fiquei sabendo que está fugindo de Agatha um pouco. – Ele riu, balançando as mãos.
- Ah, por favor, vamos esquecer disso. – Ri fraco, subindo na esteira ao seu lado.
- Calma, amigo, só mais quatro meses. – Balancei a cabeça.
- Mal vejo a hora de ter meu meninão nos braços. – Abri um sorriso.
- Ele vai ser lindo, Louis. Já decidiram o nome? – Comecei a aumentar a velocidade da esteira, caminhando devagar.
- Elliot. – Ele falou sorrindo. – Eu gosto desse nome, Agatha gosta desse nome, nada mais certo. – Assenti com a cabeça.
- Ah, isso é muito bom. – Sorri. – Só esperar agora. – Ele assentiu com a cabeça.
- Você ficou sabendo o que aconteceu? – Franzi a testa e ele aumentou o volume da televisão.
- O quê?
- Terremoto no Haiti, o país praticamente acabou. – Ele falou e eu abri a boca levemente, olhando para as imagens na TV.
- Quando? – Perguntei.
- Há algumas horas, o abalo chegou a magnitude 7,0. Foi perto da capital.
- A gente estava lá há menos de dois meses. – Falei, suspirando, desci da esteira.
- Sim. – Louis falou e eu suspirei. – Estão falando que ao todo foram uns 33 terremotos, alguns com magnitudes muito fortes. – Ele se colocou ao meu lado.
- Já falaram se teve mortos? – Louis somente afirmou com a cabeça.
- Estima-se que, pelo menos, três milhões de pessoas foram afetadas.
- Oh, meu Deus. – Passei a mão no rosto, suspirando.
- “Ainda não se sabe a quantidade de mortos no total, mas além do Haiti, foram atingidos países como República Dominicana, Cuba, Jamaica e Bahamas”.
- Gente... – Falei, suspirando. – Eu odeio me sentir assim.
- Assim como?
- Impotente, sem poder fazer nada. – Passei a mão no rosto, vendo as diversas cenas de destruição.
- Você pode mandar uma mensagem. – Louis falou e eu afirmei com a cabeça.
- Eu posso mandar suprimentos. – Falei, abrindo minha bolsa e procurando o celular. – Brasil vive fazendo missões no Haiti, posso ver de enviar para o exército brasileiro e eles enviarem.
- Oh, isso é legal! – Suspirei.
- Vou ligar para Jessica. – Falei, discando o telefone dela rapidamente.

- , qual é a sensação de estar na sua primeira première como trilha sonora de um filme? – Soltei uma risada.
- Oh, é incrível. Eu já tive a oportunidade em assistir ao filme, e é muito bom saber que nossas palavras caíram com perfeição nesse filme que foi superplanejado, superpreparado. – Sorri. – Eu estou feliz em ter meu nome num projeto maravilhoso.
- E esse filme te deu uma indicação ao Oscar, ao BAFTA e ao Globo de Ouro, como é isso? – Soltei uma risada.
- Uau, é... – Balancei a cabeça. – Há alguns anos eu nunca pensei que ganharia um Grammy, ou quiçá um Kids Choice Awards que são escolhidos por fãs, mas aí as pessoas gostaram e valorizaram meu trabalho, mas um Oscar? Um Globo de Ouro? – Ri fraco. – Eu estou honrada só em concorrer.
- E você terminou o ano noivando. Certo? – Ergui o dedo, animada.
- Sim! – Falei rindo. – Meu namorado propôs e eu disse sim! – Abri um sorriso.
- Parabéns! – Ela sorriu e eu passei a mão no cabelo, jogando a franja para trás. – Vou deixar você aproveitar sua festa.
- Obrigada! – Sorri, andando até o meio do tapete azul da première de Avatar em Londres.
- Que bom que pode vir. –Virei o rosto, encontrando meu diretor.
- James! – Sorri, depositando um beijo em sua bochecha. – Obrigada por essa oportunidade.
- Obrigado eu por aquele maravilhoso trabalho. – Assenti com a cabeça.
- Foi! – Ri fraco. – Me permitiu várias coisas.
- Vem, venha conhecer o pessoal! – Ele falou e eu segurei a ponta do meu vestido, andando pelo tapete, acenando para algumas pessoas. – Pessoal, Stone; Stone, pessoal.
- Oi! – Falei, acenando para eles, Sam Worthington, Zoe Saldana, Sigourney Weaver, Michelle Rodriguez.
- Nossa, que prazer, conhecê-la. – Sigourney foi a primeira a se aproximar, dando um rápido beijo em minha bochecha.
- Acredite, o prazer é meu, em conhecer a atriz de um dos meus filmes favoritos. – Falei sorrindo.
- Qual? – Ela abriu um sorriso.
- Os Caça-Fantasmas. – Ela riu.
- Oh, meu Deus, isso é da sua época?
- Não, eu nasci dois anos depois. – Ela riu. – Mas é fantástico.
- Ah, que delícia! – Ela sorriu.
- É um prazer, . – Sam me cumprimentou e eu sorri.
- Suas músicas são demais, adorei que você entrou nesse projeto. – Zoe falou, me abraçando forte e eu ri. – E você é muito amiga do .
- ? – Perguntei.
- Sim! Estamos fazendo um filme juntos. – Ela sorriu.
- Ah, provavelmente eu vou assistir então. – Ela riu.
- É ótimo te conhecer. – Michelle falou sorrindo.
- Letty Ortiz. – Falei rindo. – É demais conhecer você. – Falei rindo.
- Parece que vocês estão confortáveis. – James, o diretor, falou e eu ri.
- Com certeza. – Sorri.

- Já está trabalhando? – Anthony perguntou se jogando ao meu lado.
- Até parece! – Falei rindo. – Enquanto a inspiração não vier, eu não vou mexer um dedo. – Ele riu. – Além do mais, na teoria, eu estou sem gravadora.
- Ainda não assinaram o contrato? – Neguei com a cabeça, encostando minha cabeça em suas pernas.
- Não, a gente vai esperar essa confusão toda de premiações acabar. – Dei de ombros. – Não que eu me importasse, na verdade. – Falei rindo. – Eu preciso descansar.
- E quando a gente vai começar a decidir sobre o nosso casamento? – Ele beijou meus lábios e eu franzi a testa.
- Talvez no ano que vem. – Falei.
- Ah, .
- Ah, amor, desculpa, mas tem várias premiações, compromissos, isso que ainda tem algumas coisas pendentes. – Suspirei. – Estamos na primeira semana de janeiro e eu já estou cansada.
- Ok, ok, eu entendo! – Ele se levantou, suspirando. – É que eu pensei que seria mais rápido.
- Não vai ser possível, amor. – Suspirei. – Mas pensa, eu vou fechar contrato para mais três CDs, e eu não preciso lançar um álbum a cada dois anos, além do mais, os meninos precisam de tempo. – Suspirei. – Vem mais um bebê para família, contando com a Gemma são seis, eu vou ter que dar um tempo para os meninos, nesse meio tempo a gente prepara o casamento e se casa, aproveita nossa lua de mel e fica tudo bem.
- Você promete? – Ele esticou o dedo mindinho e eu ri, fazendo o mesmo.
- Eu prometo! – Ele sorriu, colando os lábios nos meus.
- Licença! – Soltei um suspiro, olhando para a porta e vendo Lucy, minha assistente, entrando na mesma, com diversas embalagens nos braços.
- Oh, meu Deus! – Levantei correndo da cama, livrando-a de algumas embalagens.
- Obrigado! – Ela falou sorrindo e colocou os vestidos no gancho da porta do closet.
- Oi, Lucy! – Anthony falou acenando.
- Oi! – Ela falou cansada.
- Eu vou dar uns minutos a vocês. – Ele falou, saindo do quarto.
- Ok, vamos lá! – Falei e ela suspirou.
- Tem sete vestidos ao todo aqui. – Lucy falou, com a respiração falha. – Para o Grammy, o Golden Globe, o BAFTA, os três do Oscar, tapete vermelho, canto e pós-canto e o da première de . – Ela respirou fundo. – Todos já foram ajustados para você, estão ótimos. – Ela suspirou. – Também tem os sapatos nas sacolas, cada um combinando com o vestido, que você já escolheu antes. E também Harry Winston mandou várias joias para você, e a Gucci, além dos vestidos, mandou a nova coleção de maquiagens.
- Perfeito! – Sorri. – Não preciso me preocupar com nada. – Ela riu fraco.
- A Gucci também disse, que se você precisar de mais vestidos para outras premiações, eles têm.
- É, talvez apareça outras coisas. – Cocei a cabeça. – Bem, eu acho que você pode ir, Lucy, vá para casa, descanse, obrigada por tudo.
- Sem problemas, senhorita, você está precisando descansar. – Ri fraco.
- Eu vou ficar louca. – Fui honesta.
- Mas vale a pena. – Ela sorriu.
- Vale sim. – Sorri.
- Bem, prova os vestidos, se tiver algum problema, ainda dá tempo de trocar. Aí você me chama.
- Beleza, obrigada. – Sorri, beijando sua bochecha rapidamente. – Vai descansar!
- Obrigada! – Ela sorriu, saindo do quarto e eu olhei os vestidos embrulhados no protetor da Gucci e suspirei, seria um dia longo.

Coloquei o prato em cima da mesa e saí correndo para minha bolsa, desviando de Jack e Gemma que estavam em casa e puxei o celular, vendo um número desconhecido, mas atendi, deve ser alguma ligação que Jessica estava me repassando, deslizei o botão, colocando-o na minha orelha.
- Alô? – Falei, voltando para a cozinha e pegando um refrigerante e colocando na mesa.
- Falo com Stone? – Coloquei a mão na cintura, suspirando.
- Sim, é ela, quem gostaria? – Suspirei.
- Olá, meu nome é Lionel Richie...
- O quê? – Gritei, vendo os olhos de Jack e Gemma arregalarem. – Me desculpe, o senhor é uma lenda.
- Obrigado! – Ele riu. – A senhorita também.
- Ah que isso. – Ri fraco. – A que devo o prazer dessa ligação?
- O quanto a senhora conhece de Michael Jackson?
- Bem, muito, na verdade. Também sei que o senhor trabalhou com ele em We Are The World, junto de Quincy Jones, para arrecadar fundos para o combate à fome na África. – Sorri, me sentando na cadeira novamente.
- Bem, pelo menos isso você sabe. – Ri fraco. – Bem, creio que a senhora está sabendo o que houve com senhor Jackson e no Haiti. – Senti um arrepio passar pelo meu corpo.
- Sim, sei, tanto que já enviei algumas doações para o Haiti.
- Ah que ótimo! – Ele riu fraco. – Bem, além disso, esse ano faz 25 anos da gravação original de We Are The World, e para arrecadar fundos para o Haiti, e homenagear Michael, estamos preparando uma nova gravação da música e gostaríamos de saber se a senhorita gostaria de fazer parte.
- Oh meu Deus, vocês vão regravar We Are The World? – Perguntei, suspirando.
- Sim, vamos. – Abri um sorriso. – E gostaríamos que fizesse parte.
- Nossa, com certeza, não precisa perguntar novamente. – Sorri.
- Sua banda também, se possível.
- Claro, eles vão adorar participar. – Abri um sorriso, pegando o guardanapo na mesa e passando embaixo dos meus olhos.
- Pedirei para a equipe entrar em contato com a sua empresária para as datas da gravação.
- Perfeito! – Assenti com a cabeça. – Obrigada.
- Eu que agradeço. – Ele falou e eu coloquei o celular na mesa.
- O que foi? – Gemma perguntou.
- Eles convidaram a gente para fazer parte da regravação da icônica We Are The World.
- O quê? – Jack gritou igual a mim.
- Era Lionei Richie, eles vão regravar, em homenagem ao Michael e para arrecadar fundos ao Haiti.
- Oh, meu Deus. – Jack falou sorrindo. – Eu até arrepiei aqui.
- Acho que agora eu notei a importância que nossa música tem para o mundo dos artistas. – Jack riu fraco, acenando com a cabeça.

- Fala, ! – Falei, atendendo o telefone e ouvi sua risada do outro lado da linha.
- Pronta para falar comigo? – Abri um sorriso.
- Apesar de tudo, eu sempre estou pronta para falar contigo, . – Sorri, saindo do quarto, deixando Anthony dormir.
- Eu acabei de ver Mamma Mia...
- A gente também. – Ouvi uma voz do fundo.
- Quem é? – Perguntei.
- Carly, Shanna, bebê, vai saber. – Ele falou rindo.
- Mas o que achou? – Perguntei.
- Parece que alguém realmente sabe como ser atriz. – Ri fraco.
- Bem, um dia alguém me disse que meus videoclipes eram vários filmes, então... Acho que posso me considerar.
- Mas está muito bom, , muito bom mesmo. – Ele riu fraco. – Fantástico, além de ser superfiel à peça, tirando algumas músicas.
- É, você é desse mundo, sabe que tem que fazer cortes aqui e ali para se adequar ao financeiro e sei lá mais o quê. – Ele riu.
- Entendo! – Ele falou. – Já tive várias cenas cortadas por isso. – Suspirei, me servindo de água. – Mas foi bem estranho te ver beijando meu melhor amigo.
- Como assim? – Perguntei rindo.
- Dominic?
- Sim. – Falei.
- Ele está em Capitão América, como um amigo.
- Ah, meu Deus! – Falei rindo. – Não acredito.
- Para você ver. – Ele comentou e eu ri.
- Mas Dominic é um amor. E o filme, para quando é?
- Só ano que vem, mas estou gravando alguns, tem lançamento de outros esse ano, as coisas estão andando.
- Ah que ótimo, , isso é demais.
- Fala do Oscar. – Ouvi alguém cochichar.
- Ah sim, e as indicações de Oscar, Globo de Ouro e sei lá mais o quê? – Ri fraco, ficando vermelha.
- Ah, você não acredita a felicidade que eu estou, . É surreal isso. – Suspirei. – Imagina só, um Oscar?
- Nunca cogitei isso, mas é o maior prêmio do cinema e creio que da música também.
- Nossa, nem fala. Normalmente são nomes desconhecidos, o problema é só as músicas da Disney no meio, mas só de ser nomeada é incrível. – Ele gargalhou.
- É, Disney leva tudo, mas agora tem uma certa Stone no meio do caminho.
- Sim. E eu estou chegando com tudo. – Sorri.
- Além disso, o noivado... – Suspirei.
- ...
- Não, . Isso é bom. – Ele falou. – Você está feliz, é o que importa, eu só estava sendo um irmão, protetor, algo assim. – Ele riu fraco. – Sério, parabéns mesmo. Espero poder compartilhar isso um dia.
- Você vai, . Você é ótimo, só precisa achar a pessoa certa. – Ele riu.
- E qual é o próximo passo? – Ele perguntou e eu suspirei.
- Eu sou focada demais no profissional, é difícil eu separar. – Suspirei. – Mas você sabe, né?! As coisas vão se ajeitar. – Ele riu.
- Sim, com certeza. – Sorri. – Vai dar tudo certo.

- Fala aí, galera! – Abri a porta da casa de David.
- Oi, . – Giny falou, se levantando do sofá.
- A gente não bate mais, né?! – Ela riu.
- Já estou acostumado, Amir passou aqui mais cedo e fez a mesma coisa.
- Amir passou aqui? – Perguntei.
- É, as escolas das crianças são perto do escritório dele, então ele está sendo nossa van. – Ri fraco.
- Nossa, como ele está levando todo mundo? – Perguntei.
- Bem, são duas adolescentes e três crianças, todas mulheres... – Ela franziu a testa. – Ele deve estar se dando bem. – Ela deu de ombros.
- E tem mais um no forno.
- Ah, mal vejo a hora! – Ela falou empolgada. – Mas o que te traz aqui?
- David tá por aqui? Estava analisando umas músicas que ele me mandou.
- Tá no banho. – Ela falou e eu suspirei. – Quer um café?
- Ah, eu quero, não vou lá para o meu prédio e depois voltar.
- Já voltei! – David voltou, passando a toalha nos cabelos, só de bermuda.
- Sexy! – Brinquei e ele riu.
- Mas você pode dar café para , eu deixo. – Ri fraco e Virgínia se retirou para a cozinha. - E aí, o que você achou? – Ele perguntou.
- Ah, eu adorei. – Suspirei. – Você sabe que eu adoro suas músicas. – Ele riu fraco. – Mas eu quero saber a continuação de Happily e That’s My Girl. – Ele riu.
- Músicas animadas é contigo mesmo. – Entreguei as folhas para ele novamente.
- Ah, você sabe como é. – Suspirei.
- Mas e aí, como estão as coisas? Animada? – Ri fraco.
- Ah, você sabe. O foco é dar o melhor de mim, e ser reconhecida por isso. – Dei de ombros.
- Como se precisasse de mais reconhecimento. – Giny voltou me entregando uma xícara e eu a ajudei a colocar na mesa.
- É diferente. – Falei e ela riu.
- Eu sei, é um patamar mais alto que outro, mas acho que não tem como ir mais alto que o Oscar. – Suspirei.
- Não, agora a gente tem que fazer o melhor para não descer. – Falei rindo. – Porque daqui é só ladeira abaixo.
- Enquanto vocês tiverem fãs que apreciam o trabalho de vocês, isso não vai acontecer. A voz do povo é a voz de Deus. – Ela falou e eu revirei os olhos.
- Ah, como ela é espirituosa. – David falou e eu ri, balançando a cabeça.

- Para iniciar o Grammy 2010, com vocês, Stone. – Abri um sorriso, parada atrás de uma cortina cinza colocada antes do tapete vermelho. Soltei um suspiro e empunhei o microfone melhor na mão e vi Jessica arrumando a barra do meu vestido e respirei fundo, ouvindo a batida começar a tocar no meu ponto e ouvi os ritmos com a boca que o pessoal lá fora fazia.
- Hey baby. Tell me your name, I gotta fever for you, I just can't explain. – Emily começou, e eu a vi passando pelas cortinas ao meu lado sozinha. - But there's just one problem, I'm a bit old school, when it comes to lovin', I ain't chasing you. – Abri um sorriso.
- Been waiting. I'm on a roll, you've got to let yourself go. – Jack foi em seguida, acompanhando-a e eu respirei fundo antes de passar pelas cortinas.
- Whoa. – Vi os fãs na beirada gritarem. - You know that I've been waiting for you. Don't leave me standing all by myself, cause I ain't looking at no one else. – Dei alguns passos para frente, colocando uma das mãos na cintura. - Hey, get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall. – Comecei a mexer os quadris sozinha, com as pernas coladas e a mão na cintura. - Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move. – Voltei a andar com Jack e Emily ao meu lado.
- Hey, get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall. Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move. – Eles voltaram a cantar comigo e a caminhar pelo tapete vermelho, onde alguns artistas ainda estavam sendo entrevistados ou só tirando fotos.
- Oh silly, why you afraid? Don't be a big baby. – Voltei a cantar sozinha, olhando fixo para a câmera. - Quit playing games. - Eles voltaram a cantar comigo.
- And put your arms around me, you know what to do. And we can take it down low. – Soltei um suspiro, me preparando para a coreografia. - Whoa. You know that I've been waiting for you.As pessoas gritavam agarradas nas grades e eu só continuava cantando. - Don't leave me standing all by myself, cause I ain't looking at no one else. – Suspirei. - Hey, get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall. Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move. Get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall. Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move. – Passei as mãos nas dos fãs, animando-os.
- I know that you wanna, but you can't cause you gotta stay cool in the corner, when the truth is that you wanna move. So move. I know that you wanna but you can't cause you gotta stay cool in the corner. When the truth is that you wanna move, so move. – Eles cantaram sozinhos e eu respirei fundo no final, pegando fôlego.
- Move it baby, whoa. – Ergui as mãos, sentindo meu rosto tremer com a força. - You know that I've been waiting for you. – Abaixei o microfone rapidamente, suspirando. - Don't leave me standing all by myself. – Soltei a respiração forte. - Cause I ain't looking at no one else.
- Looking at no one else, looking at no one else. – Movimentava as mãos para cima e pulava, alegrando o pessoal. - Hey! Hey! I'm ready, hey! So come and get me, don't be scared, show me what you do. Don't you know a girl like a boy who move? – Eu entrei no local que seria o Grammy, vendo o pessoal lá dentro animado também. - Hey! Hey! I'm ready, hey! So come and get me, don't be scared, show me what you do. Don't you know a girl like a boy who move? – Subi as escadas correndo, afastando o microfone da boca um pouco. - Get your back off the wall. Don't you get comfortable, looking so hot I think that I might fall.– Apoiei o microfone no pedestal, vendo os dançarinos lá embaixo. - Feeling like it's my birthday, like Christmas day came early. Just what I want, so when we move, you move. – Balancei a cabeça. - Hey! Hey! I'm ready, hey! So come and get me, don't be scared, show me what you do. Don't you know a girl like a boy who move? – Os fãs e outros artistas gritaram.
- Bem-vindos ao Grammy 2010. – Gritei no microfone sorrindo. – Eu sou Stone, e serei sua apresentadora essa noite. – Eles gritaram de volta.

- Olha ela aqui! – Virei o rosto, abrindo um sorriso.
- Oh, Jamie Foxx! – Ele riu, me abraçando. – Que prazer estar aqui.
- O prazer é nosso! – Ele sorriu. – Só seguir em frente, vão te indicar o local. – Assenti com a cabeça. - E aí, cara? – Jamie cumprimentou meus membros de banda e eu ri.
- Chegando agora, Stone. – Entrei no grande estúdio da Columbia Records, vendo diversos rostos conhecidos espalhados pelo local e eles começaram a gritar e eu ri.
- Stone. – Virei o rosto, começando a chorar só por estar na frente de Lionel Richie. – Que bom que está aqui. – Abri um sorriso.
- Obrigada, é muito bom poder fazer parte disso. – Sorri.
- O prazer é nosso. – Ele sorriu. – Bem, nós temos algumas pessoas para chegar, mas será assim, você é uma de nossas solistas, então vamos te colocar em uma dessas cabines, sua banda fica aqui embaixo no coro, mas tentaremos fazer a gravação simultânea. – Assenti com a cabeça.
- Vocês entenderam, certo? – Virei para minha banda.
- Sim, perfeito. – Jack falou.
- Vamos te enganchar então! – Ele falou. – Por favor, Anna! – Ele me indicou para uma moça e sorriu para mim.
- Stone. – Virei o rosto e vi A. R. Rahman.
- Oh, meu Deus! – O abracei rapidamente. – Você também? – Perguntei.
- Bem que eu disse que a gente ia trabalhar juntos. – Ele falou e eu ri.
- Com certeza. – Sorri.
- A gente se vê depois. – Ele falou.
- Claro! – Falei sorrindo.
- Vamos? – Anna falou e eu assenti, seguindo-a.
Aquele lugar era a maior concentração de artistas atuais que eu já tinha participado, acho que mais que premiações e eventos, afinal, só tinha artistas ali, não tinha fãs, nem familiares, eram só nós. Encontrei Adam Levine, Justin Bieber, Miley Cyrus, Akon, Jonas Brothers, Fergie, Will.I.Am, Nicole Scherzinger, e muitas e muitas pessoas. Eu havia pegado a lista de artistas e ao todo, entre solistas e coro, eram mais de 100 artistas, e todos estavam reunidos nesse gigante estúdio em Los Angeles.
- As partes estão separadas na letra, vamos seguir, caso haja algum erro, a gente volta, combinado? E no refrão, você canta também. – Assenti com a cabeça, colocando o fone.
- Claro! – Sorri.
- Já, já começa! – Assenti com a cabeça e virei para o lado, vendo as pessoas do coro sendo ajeitadas nas arquibancadas que foram montadas e reconheci mais algumas pessoas Carlos Santana na guitarra, Selena Gomez, Snoop Dogg, Jeff Bridges, Drake Bell, Jason Mraz, Zac Efron, Nicki Minaj e muitas e muitas pessoas. Em compensação, eu era uma das poucas que estava em uma cabine sozinha, com uma câmera bem próxima ao meu rosto.
Me atentei a letra, eram poucas palavras que eu cantaria sozinha e depois ao refrão, vendo que tinha uma parte que seria cantado por Michael Jackson, me fazendo suspirar. Acho que ali foi um momento de grande emoção para mim. A cabine era pequena e estava dividida de forma meio improvisada, afinal, eram muitos solistas, então teria que dividir para todo mundo.
- Olá, pessoal, bom dia! – Ouvi a voz de Quincy Jones e abri um sorriso. – Bem-vindos a regravação de We Are The World para o Haiti, agradeço a colaboração de vocês para ajudar as vítimas e também por aceitarem participar gratuitamente desse projeto, toda arrecadação vai para as vítimas do terremoto do Haiti. – O pessoal começou a bater palmas e eu segui. – Como são 102 pessoas, nós tentaremos gravar uma vez só e todos juntos. Cada um tem a letra, na parte marcada por solistas, só eles cantam, na parte geral, todos cantam. Vamos fazer isso ser lembrado como foi há 25 anos. – Comecei a aplaudir novamente, vendo Jamie seguindo para o meio dos artistas. – Orquestra, instrumentos, cantores. – Ouvi um zunido começar, os microfones estavam sendo ligados. – Vamos começar. – Ele falou e eu molhei meus lábios, respirando fundo.
- There comes a time, when we hear a certain call. – Ouvi Justin Bieber começar a cantar.
- When the world must come together as one. - Nicole Scherzinger e Jennifer Hudson o acompanharam.
- There are people dying. - Jennifer Hudson cantou.
- And it's time to lend a hand to life. - Jennifer Nettles o acompanhou.
- The greatest gift of all. - Josh Groban entrou com ela e eu sorri. - We can't go on. Pretending day by day. – Suspirei.
- That someone, somehow will soon make a change. – O lendário Tony Bennet estava lá.
- We are all a part of. God's great big family, and the truth, you know love is all we need. - Mary J Blige fez bonito e eu respirei fundo, quando vi o nome de Michael Jackson em seguida.
- We are the world, we are the children. – Vi seu rosto no telão ao fundo.
- We are the ones who make a brighter day, so let's start giving. – Sua irmã, Janet Jackson entrou para acompanhá-lo e eu senti as lágrimas chegarem aos olhos.
- There's a choice we're making, we're saving our own lives, It's true we'll make a better day, just you and me. – Respirei fundo, colocando a mão no fone, porque estava na minha vez.
- Oh! Send them your heart. – Deixei minha voz fluir. - So they know that someone cares! – Abri um sorriso.
- So their cries for help will not be in vain. – Enrigue Inglesias me seguiu e eu sorri.
- We can't let them suffer. No we cannot turn away – Nicole Scherzinger cantou em seguida, me fazendo sorrir.
- Right now they need a helping hand. – Jamie cantou sozinho no meio do coro.
- Nous sommes ce monde la. We are the Children. - Wyclef Jean cantou ao lado de Jamie, me fazendo abrir um sorriso.
- We are the ones who make a brighter day. So let's start giving. – Adam Levine veio em seguida, meu falso Jack.
- There's a choice we're making. We're saving our own lives. – Pink cantou em seguida, fazendo meu corpo arrepiar.
- It's true we'll make a better day. Just you and me. - BeBe Winans, que eu não tive o prazer de conhecer, cantou.
- When you're down and out, there seems no hope at all. – Abri um sorriso com a vez do Michael, na versão clássica.
- But if you just believe, there's no way we can fall. – Usher cantou e eu notei que várias pessoas ali eu não tinha visto.
- Well, well, well, well, let us realize. That a change can only come. – Arrepiei com a voz de Celine Dion, abrindo um largo sorriso.
- When we stand together as one. – Fergie cantou, com a voz de Celine ao fundo ainda.
- We are the world.– Comecei a cantar em coro.
- We are the world. – Nicole fazia a segunda voz.
- We are the children. We are the ones who make a brighter day. So let's start giving. – Cantamos juntos.
- Got to start giving. – Nick Jonas cantou em seguida.
- There's a choice we're making. We're saving our own lives. – Os homens cantaram sozinhos, me fazendo sorrir.
- It's true we'll make a better day, just you and me. – Toni Braxton cantou, e nossas vozes em coro ficou no fundo.
- We are the world. We are the children. – Mary Mary cantou.
- It's for the children. – Tony Bennet.
- We are the ones who make a brighter day. - Isaac Slade.
- So let's start giving. – Toni Braxton novamente.
- There's a choice we're making. We're saving our own lives. It's true we'll make a better day, just you and me. - Lil Wayne cantou sozinho.
- We are the world, we are the children. – Foi minha vez de fazer a segunda voz.
- We are the ones who make a brighter day, so let's start giving. – Voltei a cantar em coro.
- There's a choice we're making, we're saving our own lives. It's true we make a better day, just you and me. – Akon cantou sozinho enquanto nossas vozes ficavam em segundo plano.
- We are the world, we are the children. We are the ones who make a brighter day, so let's start giving. – T-Pain cantou sozinho, e eu mexia os ombros de um lado para outro.
- There's a choice we're making, we're saving our own lives. It's true we'll make a better day, just you and me. – Jamie Foxx tinha a voz mais forte enquanto estávamos no refrão.
- We all need somebody that we can lean on. When you wake up look around and see that your dream's gone. When the earth quakes, we'll help you make it through the storm. When the floor breaks a magic carpet to stand on. – Abri um sorriso quando vi David no meio dos rappers mais famosos do mundo e eu comecei a bater palmas no ritmo. - We are the World united by love so strong. When the radio isn't on you can hear the songs. A guided light on the dark road you're walking on. A sign post to find the dreams you thought was gone. Someone to help you move the obstacles you stumbled on.Someone to help you rebuild aafter the rubble's gone.We are the World connected by a common bond.
- Love the whole planet sing it along. – Cantei forte junto com eles.
- We are the world, we are the children. – Nesse momento, cada um mostrava sua potência vocal, fazendo todo meu corpo arrepiar, mas eu não ficava para trás. - We are the ones who make a brighter day, so let's start giving.
- Everyday citizens, everybody pitching in. – Kanye West entrou agora e logo em seguida Jean começou a cantar em francês com algumas crianças de fundo.
- You and I, you and I.
- Uh, 12 days no water, wishing will to live.
- We amplified the love we watching multiply.
- Feeling like the World's end we can make the World win
- Like Katrina, Africa, Indonesia and now Haiti needs us, they need us, they need us. – Will.I.Am e Kanye West dividiam os últimos raps.
- We are the world, we are the children. We are the ones who make a brighter day, so let's start giving. It's true we'll make a better day, just you and me. - Ficamos fazendo o coro de fundo.
- Haiti, Haiti, Ha, Ha, ha, ha, ha. – Jean cantou no final e tudo ficou quieto por alguns segundos quando a música acabou.
- E fim! – Lionel Richie falou no microfone e eu abri um sorriso, começando a aplaudir e o pessoal fez o mesmo, soltando alguns gritos esporádicos. – Obrigado, foi um prazer trabalhar com todos vocês. – Abri um sorriso. – Vamos de novo? Com calma agora? – Ri fraco. – Começando por aqui! – Ele falou se afastando e a Anna, que estava me ajudando antes abriu a cabine.
- Você pode ficar aqui fora um pouco, conversar com o pessoal, a gente te chama. – Ri fraco.
- Beleza! Obrigada! – Falei sorrindo, observando todos aqueles nomes da música que eu admirava conversando e rindo.

- Não, vai dar tudo certo! – David falou ao meu lado e eu balancei a cabeça.
- Dave, se você falar isso mais uma vez, eu juro que te arrebento. – Mike falou baixo e eu ri, segurando a risada, ouvindo a vinheta começar de novo e Mike se sentou ao meu lado novamente e eu segurei a mão de Anthony ao meu lado.
- Olá novamente, senhoras e senhores. – Ricky Gervais, apresentador do programa falou. – Sentiram minha falta? – Ele sorriu. – Ok, foi cedo! – Nós rimos. – Agora, eu gostaria de apresentar as próximas apresentadoras aqui. – Ele falou, com as mãos em frente ao corpo. – Por favor, recebam, Christina Aquilera e Cher. – Eu as aplaudi e enquanto ele saía do canto do palco, as luzes se acenderam em nossa frente, aparecendo Christina Aguilera em um lindo vestido rosa e Cher em um preto.
- Boa noite! – Elas falaram juntas.
- Hoje, estamos aqui para apresentar um dos prêmios mais importantes da noite. – Cher falou. – O prêmio de canção original do cinema. – Ela falou sorrindo e meu coração começou a palpitar e senti Mike apertar minha mão.
- Um filme, não é um filme sem sua música. Afinal, o que seria de grandes cenas do cinema somente com a música ambiente? – Christina falou sorrindo. – Creio que a palavra entediante é a mais adequada. – Ela sorriu.
- Os candidatos dessa categoria hoje à noite são desde desconhecidos escritores, até grandes cantores com diversos prêmios, mas mesmo assim, amadores na categoria. – Abri um pequeno sorriso com o que Cher falou.
- E vamos aos candidatos de hoje. – Christina falou e as imagens do telão começaram a mudar para cena dos filmes. - "The Weary Kind" de Coração Louco.
- "Cinema Italiano" de Nine. – Cher falou.
- "I Want To Come Home" de Todos Estão Bem. – Christina falou.
- "I See You" de Avatar. – Abri um sorriso para o câmera, ouvindo os aplausos.
- "Winter" de Entre Irmãos. – Christina finalizou e Mike apertava minha mão cada vez mais.
- E o Globo de Ouro vai para... – Cher abriu o envelope, abrindo um sorriso com o resultado. – I See You, Avatar, escrito e produzido por Stone, Mike Derrick e David Sakawa. – Minha boca foi para o chão e um arrepio incrível passou pelo meu corpo, enquanto David e Mike se abraçaram, eu fiquei travada na cadeira, rindo sozinha.
Anthony se levantou ao meu lado e esticou as mãos para mim e eu me levantei, abraçando-o fortemente, sentindo meu vestido voar pelos ares e eu ri fraco. Ele me colocou no chão novamente e eu não sabia se abraçava David ou Mike, mas passei os braços nos dois, ouvindo os aplausos atrás de mim.
David estendeu o braço para mim e eu segurei a barra do vestido amarelo, subindo no palco acompanhada dos meus dois grandes produtores. Abracei Cher e Aguilera, recebendo o meu primeiro Globo de Ouro nas mãos, soltando uma risada e acenei com a cabeça sorrindo, e me coloquei em frente ao púlpito, vendo o resto dos meus membros de banda um pouco mais ao fundo, ainda aplaudindo a gente.
- Uau! – Foi o que eu consegui dizer rindo. – Eu não preparei nada, porque eu realmente não sabia que isso era possível. – Abri um sorriso. – Mas eu quero agradecer, a todos que direta ou indiretamente fizeram parte disso. – Sorri. – Eu quero agradecer ao meu pai, à minha família, meus membros de banda, a toda minha equipe. Ao James por me dar a oportunidade de produzir essa música incrível para esse filme igualmente incrível. – Suspirei. – Ao meu noivo, minhas amigas, minhas sobrinhas e minhas sobrinhas emprestadas, obrigada por todo apoio. – Abri um sorriso, erguendo o prêmio e os meninos não quiseram falar nada, fazendo com que a gente já saísse do palco, com os aplausos do pessoal.
- Oh, meu Deus. – Foi a primeira coisa que eu falei quando cheguei nos bastidores e senti que ia cair, me apoiando em Mike.
- Ei, não vamos desmaiar. – David falou e me indicou um banco, o qual eu sentei, puxando o ar com força.
- Água, madame? – Um garçom ofereceu e eu agradeci, bebendo tudo de uma vez só.
- Eu não acredito nisso. – Falei, suspirando.
- A gente ganhou. – Mike falou, abrindo o paletó. – A gente tem um Globo de Ouro. – Ri fraco.
- Oh, meu Deus. – Suspirei.

Colin Firth entrou no palco segurando a máscara do BAFTA e eu abri um sorriso aplaudindo-o, ele era incrível, havia sido um prazer trabalhar com ele. Ele, como um lorde que é, entrou no palco devagar, com uma das mãos com a máscara e o papel e a outra escondida atrás do corpo.
- Boa noite! – Ele falou sorrindo. – É um incrível prazer estar aqui essa noite para apresentar o prêmio de melhor canção original. – Abri um sorriso, suspirando. – Esse prêmio, conhecido por todos, traz o que há de melhor em outro mundo do cinema, a música. Que apesar de serem artes tão distintas, quando juntos, se completam. – Ele sorriu. – A cena empolgante com uma bela voz, com um poder a mais além da atuação, é simplesmente magnífico. – Ele sorriu. – Bem, sem mais delongas, os indicados para o prêmio de melhor canção original. – As luzes escureceram um pouco, aparecendo no telão as opções. – Up. – Colin falou sorrindo. – Avatar. – Senti meu coração palpitar novamente. - Coração Louco. O Fantástico Senhor Raposo e Sex & Drugs & Rock & Roll. – Ele falou com aquela pose toda, sorrindo, abrindo o envelope. – E agora, o vencedor do BAFTA 2010... – Ele leu o vencedor. – Avatar, por Stone, Mike Derrick e David Sakawa. – Dessa vez eu levantei rápido, soltando uma risada, sendo abraçada por David e logo me virei, abraçando Mike e andei em direção ao palco, segurando a barra do meu vestido e subindo no palco, correndo para os braços de Colin.
- Imagina minha surpresa em saber que você estava competindo e não poder comemorar com seu vencimento. – Ele cochichou em meu ouvido e eu ri fraco, estalando um beijo em sua bochecha. – Meus parabéns.
- Obrigada! – Sorri, rindo, recebendo a máscara em suas mãos. – Oi de novo! – Falei no microfone, ouvindo o pessoal rir. – Provavelmente os críticos devem estar falando ‘não era o favorito, mas...’ – Eles riram. – Enfim, brincadeiras à parte, eu gostaria de pegar essa oportunidade e dizer que existe uma linha tênue que divide a música do cinema. Cantores vivem pulando para o lado do cinema, eu tive minha experiência pessoal há pouco tempo, atores dão alguns pulos na música, certo, Colin? – Virei para ele que riu. – E sempre existe muita crítica sobre isso, mas o que importa é: se a gente quer fazer, a gente vai fazer. – Sorri. – Então, gostaria de agradecer aos críticos que me permitiram receber esse prêmio por algo que eu amo fazer, que é a música. – Sorri. – Além disso, eu gostaria de agradecer aos meus companheiros eternos, David e Mike, ao meu noivo Anthony, a todos meus familiares, aos meus produtores, executivos, empresária, a meus amigos espalhados ao redor do mundo, e a você. – Suspirei. – Porque você fez parte disso. Obrigada. – Falei e eles voltaram a aplaudir, e eu passei um braço nos ombros de Mike e com a outra segurei a máscara e saí do palco, dando alguns pulinhos de alegria, realmente empolgada.
- Dois de três. – Mike falou e eu ri.
- Não, nem fala! – Apontei para ele, suspirando alto. – Calma! – Falei suspirando.
- Bem, a gente sabe que tem chance. – David falou e eu arrepiei.
- Por favor, não fala isso! – Ri fraco. – Calma, tem alguns dias ainda. – Suspirei.
- Sim, mas a gente vai com tudo agora. – Mike falou e eu ri.
- Com certeza! – Suspirei, passando a mão levemente na máscara do BAFTA, suspirando.
- Eu não acreditei quando vi seu nome no envelope. – Virei o rosto, vendo Colin e eu ri, sorrindo.
- Eu nem acredito que você me deu isso. – Estiquei o prêmio. – Oh Colin, isso significa tanto para mim. – Sorri.
- Esse prêmio e o Golden Globe, são só o começo. – Ri fraco.
- Por favor, não. Eles estavam falando isso agora. – Ele sorriu, acenando com a cabeça.
- Mas não pense que você não tem chance. – Ele falou, beijando minha testa e eu ri fraco, seguindo-o para a sala de imprensa.

- E agora, apresentando a música candidata ao prêmio de melhor canção original, por favor, recebam no Oscar, Stone. – Respirei fundo, segurando a barra do vestido e andei em direção à frente do palco, me colocando em frente ao pedestal, vendo as iluminações ficarem azuis e brancas. Soltei a barra do meu vestido, sentindo-o cair sob minhas pernas, respirei fundo e a música logo começou.
- I see you, I see you. – Meu coral, que ficava atrás do palco começou, com o ritmo mais mixado da música e eu respirei fundo para cantar.
- Walking through a dream, I see you. – Deixei minha voz fluir pelo local. - My light and darkness breathing hope of new life. – Minha voz afinou, fazendo que eu respirasse fundo. - Now I live through you and you through me, enchanted. – Eu cantava todas as palavras. - I pray in my heart that this dream never ends. – Respirei fundo. - I see me through your eyes.Aumentei o tom de voz. - Breathing new life flying high. – Senti meu corpo arrepiar. - Your love shines the way into paradise, so I offer my life as a sacrifice. I live through your love. – Fechei os olhos, suspirando. - You teach me how to see, all that's beautiful. – Deixei minha voz engrossar naturalmente. - My senses touch your world I never pictured. – Movimentei minha mão para os lados, não conseguindo contê-las. - Now I give my hope to you, I surrender. I pray in my heart that this world never ends. – Finalizei a frase quase num sopro. - I see me through your eyes. Breathing new life flying high. – Gritei, ouvindo minha voz ecoar no silêncio. - Your love shines the way into paradise, so I offer my life, I offer my love for you. – Suspirei, fechando os olhos. - When my heart was never open.
- And my spirit never free. – Meu coral me acompanhou.
- To the world that you have show me. – Afinei a voz, balançando a cabeça. - But my eyes could not division. – Senti minha voz tremer e eu respirei fundo, acompanhando o ritmo com as mãos. - All the colours of love and of life evermore. – Alonguei a frase, abrindo os braços e sentindo meu corpo arrepiar. - Evermore. – Gritei, sentindo meu corpo tremer, fazendo meus olhos se encherem de lágrimas. – I see me through your eyes, flying high. – Gritei novamente, respirando. - Your love shines the way into paradise. So I offer my life as a sacrifice, and live through your love. – Alonguei a frase. - And live... – Respirei fundo. - Through your life. – Suspirei. - I see you, I see... You. – Suspirei, deixando minha voz morrer ao fim da frase.
Ouvi as pessoas aplaudirem e o palco escureceu, fazendo com que a vinheta do programa aparecesse e eu saí do mesmo, passando as mãos nos olhos, suspirando. E encontrei meus membros de banda nos bastidores, todos com grandes sorrisos nos lábios.
- Fantástico, , foi sua melhor apresentação, eu acho. – Jessica falou e eu ri.
- Eu dei meu melhor. – Suspirei.
- Bem, vamos se trocar, porque você ainda tem chance de ganhar. – Ela falou e eu a segui, para a terceira roupa só da noite.

- E agora, vamos receber ao palco, Miley Cyrus e Amanda Seyfried. – Steve Martin falou e eu sorri, aplaudindo-as.
Ambas entraram no palco com vestidos maravilhosos e eu sorri, parando de aplaudi-las e achei incrível à altura de Amanda e de Miley. Miley eu já havia conhecido, mas Amanda estava deslanchando agora no mundo dos famosos.
- Escrever e produzir uma música não é nem de perto fácil. Quando escrevemos algo dos nossos pensamentos, nossos sentimentos, facilita um pouco, mas encaixar o ritmo correto nas músicas corretas, é a parte mais complicada. – Miley começou falando.
- Mas, quando uma música é escolhida para ser colocada em algum filme... Bem, eu tenho que dizer que a complicação piora. Afinal, como funciona essa produção? Os escritores veem os filmes antes? Imaginam o que se trata? Acredite, o trabalho é árduo. – Amanda falou.
- Então, escolher entre cinco opções a melhor música, o melhor momento, realmente não é fácil. – Miley falou. – Mas uma escolha foi feita.
- Confira os indicados ao prêmio de melhor canção original dessa noite. – Amanda falou sorrindo.
- "The Weary Kind" de Coração Louco, música e letras de Ryan Bingham e T-Bone Burnett. – Miley falou.
- "Almost There" de A Princesa e o Sapo, música e letras de Randy Newman. – Amanda falou e eu respirei fundo.
- "Down in New Orleans" de A Princesa e o Sapo, música e letras de Randy Newman. – Miley falou novamente, e eu suspirei.
- "Take It All" de Nine, música e letras de Maury Yeston. – Amanda falou e eu sorri.
- "I See You", de Avatar, música de David Sakawa, Stone e Mike Derrick e letras de Stone. – Miley finalizou a frase e Amanda abria o envelope, enquanto eu sorria para o câmera em minha frente.
- "I See You", de Avatar, música de David Sakawa, Stone e Mike Derrick e letras de Stone. – Elas falaram juntas e eu não consegui conter as lágrimas de escorrerem pelos meus olhos, respirando fundo e abracei Anthony ao meu lado, apertando meus lábios nos dele e me levantei.
Abracei David, Mike, Lacey e Virgínia fortemente, passando as mãos nos olhos, tentando parar com essa choradeira toda. Joguei a barra do meu vestido para trás e dei os braços para David e Mike, subindo os degraus do palco, abraçando rapidamente Miley e Amanda, segurando meu Oscar forte com as mãos.
- Yeah! – Falei no microfone, soltando uma gargalhada sozinha, vendo David e Mike ao meu lado. - Seis anos de carreira, diversos prêmios no mundo da música, tive a oportunidade de conhecer diversos lugares do mundo, mas hoje, eu posso encher a boca e dizer que é o momento mais importante como cantora. – Suspirei. – Como Miley disse, escrever uma música não é um processo fácil, agora uma música encomendada... – Balancei a cabeça. – Muito menos. Mas, essa é a prova que eu consegui. E eu gostaria de agradecer à James pela oportunidade, à Academia, aos meus produtores, minha empresária, meus membros de banda que não param de gritar ali atrás. – Ri fraco. – Às nossas famílias e aos nossos fãs. – Balancei a cabeça, levando uma das mãos aos olhos. – Isso é incrível! – Falei rindo. – É nosso, galera! – Gritei, ouvindo o povo rir. – Obrigada! – Falei, saindo do palco animada, rindo. Abracei David e Mike e saímos do palco gargalhando e dei alguns pulos animados.
- Eu vou mandar colocar numa caixa blindada isso. – David falou e eu ri.
- Bem, com três crianças eu faria o mesmo. – Falei rindo. – Eu vou dormir abraçada com o meu. – Apertei o prêmio nas mãos, observando os detalhes.
- Eu gostei mais da ideia da . – Mike falou.
- Meus parabéns! – Anthony apareceu nos bastidores e eu abri um largo sorriso, colando meus lábios nos dele.
- Obrigada, amor! – Sorri.
- Vocês têm noção que vocês tem a tríplice do cinema?
- Quê? – Mike perguntou.
- Golden Globe, BAFTA e Oscar, são os prêmios mais importantes do cinema, e vocês levaram os três de uma vez só.
- Oh, meu Deus! – Mike falou e eu gargalhei com ele.
- Mas e aí, o que vocês querem fazer agora? – Lacey perguntou. – Vocês podem fazer o que quiserem.
- Bem, eu quero uma garrafa de um vinho tinto bem barato e uma pizza com bastante cebola. – Falei rindo. – Porque eu não estou nem aí! – Eles riram.

- Não se esqueçam de trancar! – Jessica falou, abanando a mão e andando pela sua casa luxuosa. Eu, David e Mike nos entreolhamos e demos de ombros, rindo.
Estiquei o punho, vendo a combinação de números e digitei no painel, vendo-o ficar verde e apitar, abrindo a porta pesada do nosso cofre particular. Pelo menos era o que parecia, afinal, aquela porta deveria ter pertencido a um banco antes. Liguei a luz, vendo todas as luzes se acenderem, iluminando cada um de nossos prêmios, me fazendo abrir um sorriso.
- Uou! – Mike falou e eu ri.
- Vocês nunca vieram aqui? – Perguntei, pegando a caixa pesada das mãos de David e coloquei no pedestal que tinha no meio da sala.
- Não! – Eles falaram juntos e eu ri, dando uma volta pela sala inteira espalhada com diversas pranchas de surfe nas paredes, Grammys em pedestais, Kids Choice Awards amontoados, American Music Awards, European Music Awards, enfim, todos os prêmios nossos. Alguns ficavam juntos em prateleiras, mas alguns tinham sua própria prateleira, seu próprio lugar.
- Merda! – Mike falou rindo.
- Onde a gente vai colocar? – David perguntou.
- Naquelas três plataformas vazias ali. – Apontei e peguei o pano dentro da caixa, pegando o primeiro Golden Globe, limpando-o devagar e entreguei para David que seguiu direito e colocou o primeiro no meio da plataforma e eu continuei limpando e entregando para ele.
- Cara, isso é demais! – Mike falou rindo. – Por que eles ficam aqui na Jessica? – Virei o rosto para ele, entrando no último Golden Globe.
- Porque é o único lugar que cabe. – Falei rindo. – Quero ver se quando eu me casar eu construa uma casa, algo assim para guardar. – Suspirei.
- Quando você fizer isso, me avisa, o apartamento é grande, mas Giny está se sentindo presa. – David falou e eu entreguei as máscaras do BAFTA para ele, passando a flanela nos Oscares.
- É, vamos ver. – Dei de ombros. – Esse ano está meio corrido, já o convenci a adiar isso para o ano que vem.
- E como ele está com a decisão? – Mike perguntou. – Parece que ele está louco para juntar as escovas de dente. – RI fraco.
- Bem, ele não está feliz, mas não é como se ele tivesse muita escolha, infelizmente, minha vida profissional vem antes. – Eles riram.
- A gente vai precisar tirar umas férias também. – David comentou.
- Ano que vem. Assim que passar a festa anual da gravadora, eu juro que dou um ano sabático para todos nós. – Eles riram.
- Só não inventa em se casar em segredo, por favor. – Mike falou e eu ri fraco.
- Não, não! – Ri fraco. – Isso não vai acontecer. Preciso dos meus padrinhos. – Dei de ombros.
- E o contrato? Já sabe como vai ser?
- Ainda não, mas estou pensando em oferecer para Jessica mais três álbuns em um prazo de 10 anos.
- Não acha muito? – Mike perguntou.
- Até é, mas o pessoal tem filhos para cuidar, vem mais um bebê aí, a gente precisa focar nisso, antes que comecem os divórcios.
- Pelo amor, nem me casei ainda. – Mike falou e eu ri.
- Tá perdendo tempo. – David cantou para ele e balancei a cabeça.
- Ano que vem eu faço o pedido, quem sabe todos já estamos ajeitados? – Eu e David nos entreolhamos e rimos.
- E você, vai na première do ? – David perguntou.
- Sim, eu vou! – Falei. – A gente fica se bicando sobre algumas coisas bobas, mas eu gosto quando ele me apoia, igual no Oscar, ele mandou um monte de mensagens me parabenizando, então não custa nada eu ir assistir a um filme dele. – Ri fraco. – Além do mais, eu gosto dos filmes dele.
- Lembra quando não era só do filme que você gostava? – Mike riu e ele e David bateram as mãos.
- Ah, parece criança, não esquece nunca disso? Eu sou uma mulher noiva agora e muito feliz. –Abri um sorriso.
- Sim, a gente sabe. – David falou rindo. – Mas não temos como negar que daria um ótimo par.
- Ainda mais agora que ele vai estourar com Capitão América. – Ri fraco.
- Eu espero também. – Abri um sorriso, suspirando e notei que estava passando a flanela no mesmo prêmio há um tempo e estiquei para David, vendo-o balançar a cabeça, rindo.

- Não, apesar da pouca divulgação, fazia tempo que eu não fazia um filme tão engraçado. – Ouvi a voz de e eu entreguei minha bolsa para Jack que balançou a cabeça e eu fiquei levemente na ponta dos pés, colocando minhas duas mãos em seus olhos. – Hum? – O ouvi dizer e soltei uma risada. – Quem é?
- Eu sei quem é! – Zoe falou e eu ri, fazendo uma careta.
- Se a Zoe conhece, só pode ser uma pessoa. – Ele falou e eu abaixei minhas mãos, vendo-o se virar.
- Oi! – Falei sorrindo.
- Ah, ! – Ele passou os braços pela minha cintura, e eu o apertei fortemente.
- Parabéns por mais um filme! – Ele soltou uma risada e eu me afastei dele.
- ‘Parabéns por mais um filme’? Eu que tenho que te parabenizar por... Bem, tudo que você fez só nesses primeiros meses do ano. – Assenti com a cabeça. – Meu Deus, eu tenho uma amiga com um Oscar. – Ri fraco. – Eu vou te excluir do grupo.
- Para de graça, . – Bati a mão em seu braço.
- E aí, Jack? Como está? – perguntou e ambos se cumprimentaram. – Tá tudo certo?
- Agora está cara, obrigado! – Jack falou e eu sorri.
- Mas, nossa! Você está linda. – Ele falou e eu abri um sorriso, dando uma volta ao redor do meu corpo, fazendo meu vestido e meus longos cabelos loiros chacoalharem.
- Obrigada! – Sorri.
- E o namorado, não veio? – Revirei os olhos. – Só perguntando. – Ele falou.
- Bem, como vocês não se bicam, eu não vou esfregar ele na sua cara, na sua noite. – Dei de ombros. – Então eu trago meu par oficial. – Apontei para Jack e riu. – Eu já falei como o papel do Capitão América fez bem para você? Você está mais bonito, maior, mais sexy.
- O que isso quer dizer, ? – Ele perguntou e eu ri.
- Bem, compare minhas fotos de 2005 com as de agora, eu também estou melhor. – Pisquei para ele que riu.
- Deus que o diga! – Ele comentou e eu revirei os olhos.
- Não vou xingar, porque eu comecei esse assunto. – Dei de ombros.
- Mas e aí, dona do Oscar? Quais os planos para o ano? – Suspirei e balancei a cabeça.
- Olha, nem eu sei! – Falei sincera. – Tenho première de que eu também estou na trilha sonora em Londres, reunião com a Disney, não me pergunte o quê, festa da gravadora, o que mais? Bom, isso só até o fim do mês. – Ele fez uma careta.
- Nossa, que merda! – Dei de ombros.
- Ano que vem eu vou tirar férias. – Falei.
- Até parece. – Jack falou. – Ela adora trabalhar.
- Bem, ela é boa nisso. – falou franzindo os lábios e eu sorri.
- Não, mas a ideia é essa, até o meio do ano que vem os compromissos acabam, e a gente vai tirar uma folga. Preparar o casamento, a gente quer sair do condomínio, vamos renovar o contrato na gravadora e blá, blá, blá. – Falei revirando os olhos.
- Minha família vem para Los Angeles em algumas semanas, vamos fazer alguma coisa, pode ser?
- Claro, me liga! Só tenta marcar com antecedência! – Falei rindo e ele colocou a mão na cabeça, confirmando. – Mas antes, vem, vamos tirar uma foto, só para registrar. – Falei e andei um pouco no meio do tapete vermelho, ficando em frente a um pôster do filme novo do . – Espera, seu cabelo está laranja? – Perguntei, franzindo os olhos. – E que barba é essa?
- Olha para a foto, ! – Ele falou, passando a mão em minha cintura, e eu virei o corpo para frente, repetindo o gesto, abrindo um sorriso para os fotógrafos aqui e ali.

- Senhorita Stone? – Olhei para frente, encontrando a pessoa que me chamara e eu me levantei, deixando a revista de lado e peguei minha bolsa, andando com Jessica ao meu lado.
- Deixa comigo! – Falei com ela que riu fraco.
- Você sabe que eu sempre deixo. – Jessica falou e eu observei as salas diferentes dos corredores dos estúdios Disney, era um sonho estar ali, pena que na minha atual situação, eu não podia surtar.
- O que será que eles querem? – Perguntei.
- Eles foram muito vagos no telefone. – Jessica falou e eu virei o rosto. – É sério, muito vagos. – Dei de ombros.
- Enfim... – Suspirei, seguindo a mulher em nossa frente.
- Os senhores Greno e Howard irão recebê-las. – Ela indicou a porta e a gente entrou, vendo dois homens, não muito velhos em nossa frente.
- Olá, que prazer! – Um deles falou, esticando a mão para mim. – Eu sou Nathan Greno. – Ele falou.
- E eu sou Byron Howard. – O outro falou e eu sorri. – Sentem-se, por favor. – Olhei para Jessica e sentamos, a sala estava toda decorada com cenas do novo projeto deles, Enrolados.
- Então, senhores, sobre o que se trata essa reunião? Sua assistente foi bem vaga no telefone. – Cruzei as pernas, sorrindo para eles.
- Então, senhorita , não sei se você sabe, mas estamos trabalhando no novo filme. – Apontei pela sala. – Sim, exatamente. Que é a Rapunzel, e toda história ao seu entorno. – Um deles falou, não consegui decorar os nomes tão rápido.
- Certo, eu estou por dentro das coisas um pouco, já vi os pôsteres, tanto que fui convidada para fazer a dublagem no Brasil.
- Você aceitou? – Ri fraco.
- Infelizmente não, questões de agenda. – Eles assentiram com a cabeça.
- Mas, então. Nós temos Alan Menken na produção da música e Glenn Slater na produção da letra. – Assenti com a cabeça. – Não sei se os conhece?
- Já ouvi falar muito de Alan, ele fez a trilha sonora de A Pequena Sereia, O Rei Leão, Aladdin, O Corcunda de Notre Dame, Hércules e alguns mais.
- Estou surpreso! – Abri um sorriso.
- Mas se vocês têm a música e o letrista, então, onde eu entro? – Perguntei.
- No lugar de Glenn. – Eles falaram honestos rapidamente. – Infelizmente ela se ausentou por um problema particular, mas deixando em nossas mãos só a música mais importante do filme. – Assenti com a cabeça.
- E vocês querem que eu a escreva? – Perguntei.
- Sim! – Eles falaram. – E rápido, queremos lançar esse filme no fim do ano. – Arregalei os olhos, encontrando o corpo na cadeira.
- Uau! – Suspirei. – Isso é comum de acontecer? – Perguntei. – Uma pessoa se ausentar da produção?
- Não, na verdade. – Ele foi sincero. – Mas o problema foi realmente grave e nós pensamos em você, imediatamente. – Suspirei. – Você acabou de ganhar prêmios pela música de Avatar, além de ter o nome bem conhecido no mundo do cinema e entre nossos atores também, que te indicaram. – Suspirei.
- Quem são?
- Zachary Levi e Mandy Moore, os conhece?
- Claro que sim! – Abri um sorriso. – Bem, senhores. – Suspirei. – Eu preciso de mais informações do que isso, eu não posso me comprometer com um projeto e deixar vocês na mão, isso não é coisa que eu faço.
- Bem, a questão é a seguinte, senhorita. – Um deles falou. – Alan já tem a música completa, o ritmo pronto, nós temos o storyboard da cena, o início e o pós-música, o roteiro e tudo pronto, só falta a música, para gente gravar com a sua voz, com a de Mandy e Zachary para o filme, e enviar para pós-produção.—Acenei com a cabeça.
- E quanto tempo eu tenho para fazer isso? – Perguntei, suspirando.
- Você conseguiria fazer isso em um mês? – Suspirei, soltando o ar forte.
- Se vocês me derem todas as informações eu consigo fazer isso em dois, três dias. – Falei e os olhos deles arregalaram.
- Isso seria muito bom! – Um deles falou rindo.
- Bom, acho que enquanto um de vocês resolve o contrato, o outro pode juntar o material que eu vou precisar. O que acham? – Perguntei e os dois se levantaram rapidamente.
- Perfeito, senhorita Stone, a senhora me siga, por favor.
- Eu, ou...?
- Você mesmo. – Ele falou e eu me levantei, acompanhando-o. – Tem só um problema, alguns documentos você não pode tirar daqui do estúdio.
- Bom, se vocês me oferecerem uma sala climatizada com esses enfeites legais da Disney, e um sofá confortável, podemos dar um jeito. – Falei rindo.
- Fechado! – Ele sorriu.

Passei as mãos em meus cabelos lisos, virando o rosto para outro lado, deixando bem a mostra minha perna pela fenda do vestido totalmente diferente que tinham desenhado para mim. Aquilo era maravilhoso. Coloquei a mão na cintura, jogando o cabelo para trás com a outra mão e vi Lucy me indicar uma entrevista e caminhei em direção aos repórteres, acenando rapidamente para últimas fotos.
- Stone está aqui conosco. – O repórter falou e eu acenei para o câmera sorrindo. – Então, , você faz parte desse filme na trilha sonora, certo?
- Sim! – Falei animada. – Apesar de termos pessoas incríveis nessa trilha sonora como All Time Low, Metro Station, 3OH!3 e outras bandas, é incrível ter sido escolhida para fazer a música da mesmo.
- E como foi fazer parte desse projeto? – Suspirei, colocando a mão na cintura.
- Bem, sempre foi um dos meus filmes favoritos da Disney, talvez por ela ser meio louquinha como eu, então quando eu fui convidada para fazer parte desse filme, foi demais. Ainda mais com todo esse elenco maravilhoso. – Sorri.
- E o que você achou da Mia, atriz que faz a ?
- Nossa, eu a amei! – Abri um sorriso. – Ela está começando a carreira agora, mas ela é muito boa, acredite, gravar esse filme não deve ter sido fácil. – Ri fraco. – Mas com certeza ela vai estourar esse filme do Burton, ela merece muito. – Abri um sorriso.
- Você participou das gravações? – Ri fraco.
- Eu dei uma passada por ali, e foi magnífico, eu fiz parte de um filme recentemente, mas não é a mesma coisa. – Balancei a cabeça.
- Você está animada, aparentemente! – Ri fraco.
- Bem, nem a chuva vai conseguir me desanimar hoje. – Sorri.
- Obrigada, . Aproveite sua noite. – Sorri.
- Obrigada!
- Vamos entrar? – Lucy perguntou e eu franzi a testa.
- Mas já? – Perguntei.
- A família real está aqui. – Ela falou e eu arregalei os olhos. – Querem conhecer todo mundo.
- Ah que legal, na primeira vez que eu os conheci eu estava suada e nojenta, agora eu estou molhada. – Balancei a cabeça, andando com ela pelo grande tapete verde.
- Conhecer a família real para você deve ser moleza, não? – Virei o rosto, vendo Anne Hathaway ao meu lado e eu ri.
- Eu já os conheci, mas não foi uma situação muito boa, tinha acabado de sair de um show. – Ela riu.
- Só veio o Príncipe Charles e a Camilla, está mais de boa. – Ri fraco.
- Ah poxa, nem o Príncipe Harry? – Perguntei e ela riu, me abraçando de lado e seguimos em frente.
- O que as moças estão conversando? – Virei o rosto, abrindo um sorriso.
- Sobre você, Johnny, é claro! – Johnny Depp se fez de surpreso.
- Sobre mim? – Ele riu.
- Ah, mas você é um bom ator mesmo. – Ele riu.
- Oi, . – Sorri para Mia, soltando Anne e Johnny e a abracei rapidamente. – Vamos realmente conhecer o Príncipe?
- É o que parece. – Anne falou e eu ri.
- Pelo menos não foi de surpresa. – Mia fez uma cara sem entender. – No meu primeiro show em Londres eles surgiram nos bastidores, eu estava nojenta. – Ela riu fraco.
- Deve ter sido estranho. – Ela falou.
- Assustador, na real. – Suspirei. – Snape! – Alan Rickman virou para mim, colocando a mão no rosto.
- Oh, por favor, não! – Ele falou e eu o abracei rapidamente.
- Estou muito empolgada com Harry Potter e as Relíquias da Morte, ok?!
- Vem para première? – Ponderei com a cabeça.
- Quem sabe? – Dei de ombros.
- Vamos? – Um dos organizadores do evento apareceu e eu respirei fundo, ajeitando a barra do meu vestido totalmente inapropriado para conhecer ou rever o Príncipe Charles e sua esposa.

Virei o corpo na cama e notei que Anthony já havia me deixado há um tempo. Rolei para o outro lado e arregalei os olhos quando notei que já eram 11 onze da manhã e eu sentei correndo na cama, pegando meu celular para conferir se ele não tinha tocado, mas ele não estava ativado. Puxei minha agenda na mesa de cabeceira e abri no dia de hoje, soltando um suspiro aliviado em descobrir que eu não tinha nada programado.
Peguei o celular e os óculos de grau e me levantei, me arrastando até meu banheiro, tirando o aparelho da boca e colocando na caixinha dela e me encarei no espelho, meus cabelos estavam totalmente desbotados, a raiz preta já chegava na direção das orelhas, eu precisava dar uma mudada naquilo. Peguei a ponta do cabelo, seca. Quem sabe um ruivo dessa vez?
Dei de ombros e fiz minhas necessidades matinais e logo saí do banheiro, encontrando um buquê de flores em cima da minha mesa de jantar e abri um sorriso, reconhecendo a letra de Anthony rapidamente. Pena que ele não chegaria em casa até a noite.
Segui para a cozinha e abri todas as portas dos armários e segui para a geladeira, achando uma garrafa de suco quase no fim, era o que serviria por um momento. Peguei o pão e coloquei duas torradas na torradeira e peguei a manteiga também. Estava quase na hora do almoço, mas não estava no pique de comer nada muito pesado.
Ouvi meu celular tocar ao lado do fogão e o puxei, conferindo o nome de no visor e franzi a testa, passando as mãos na toalha e deslizei o celular, colocando-o na orelha rapidamente.
- Isso, vamos gastar dinheiro com interurbano! – Foi o que eu falei e ouvi sua gargalhada.
- Irmão está pagando essa ligação. – Ele respondeu e eu ri.
- Ah, então tudo bem. – Ele riu.
- Mas enfim, deixa eu perguntar, o que você está fazendo agora? – Dei uma olhada em volta, vendo minha torrada pular da torradeira.
- Minha torrada acabou de sair da torradeira. – Falei rindo.
- São 11 horas, o que você vai fazer comendo torrada? – Ele perguntou e eu sentei na bancada.
- É que eu acabei de acordar, estou com preguiça de fazer almoço. – Franzi o rosto.
- Nossa, só agora? – Ele perguntou.
- Pois é! Ninguém me acordou, estou sem compromissos, faz parte. – Dei de ombros, dando uma mordida na torrada sem nada mesmo.
- Nada, nada? Mesmo?
- Nadinha! – Falei suspirando.
- Então, tira essa bunda da cadeira e vem para casa do , churrasco começa em...
- Agora! – Ouvi alguém dizer ao fundo.
- Enfim, está começando. Te espero aqui! – Ele gritou.
- Espera, , eu não tenho o endereço! – Gritei desesperada.
- Calma, apressada! – Ele falou e eu revirei os olhos. – Vou te mandar pelo WhatsApp.
- Ok, vou só me trocar e apareço aí. Preciso levar alguma coisa?
- Só seu corpo e seu talento. – Soltei uma gargalhada.
- Bom, já que insiste. – Dei de ombros. – Chego em alguns minutos.
- Beleza, quando chegar, o portão estará aberto, vem aqui para o fundo, beleza?
- Ok. – Falei rindo.
- E traz roupa de piscina. Te espero, beijos! – Ele falou e eu fiquei sozinha na linha.
- Ok! – Falei sozinha, abaixando o celular.

Parei o carro em frente a construção branca de dois andares e desliguei o mesmo, ouvindo uma música conhecida tocando em um rádio por perto, era a minha música, provavelmente obra de . Puxei o freio de mão, minha bolsa e saí do carro, batendo a porta. Encarei o portão cinza e empurrei o mesmo, notando-o aberto e fechei logo que entrei.
Olhei para o canto e encontrei um corredor, que beirava as grades e andei por elas, me arrependendo de ter colocado salto alto, mas era mania, eu não conseguia sair de casa sem eles. Dei mais alguns passos, beirando uma escada e encontrei a confusão montada no quintal da casa de . Fiquei observando um tempo, meio perdida ainda. Reconheci os cinco , como sempre o pai de não estava lá, Tara e mais alguns amigos de que eu tinha conhecido no casamento de Carly, mas não tinha bastante gente.
- ! – Virei o rosto, dando de cara com vindo em minha direção e eu ri fraco, sentindo-o me apertar em meus braços e eu fiquei um pouco sem fôlego. – Que bom que você veio! – Ele sorriu. – Cada dia mais linda. – Revirei os olhos.
- Ai, meu Deus! – Revirei os olhos.
- Ele já está bêbado! – Virei o rosto vendo Carly vindo em minha direção com uma barriga mais saliente.
- Ah, sua linda! – A abracei forte, passando a mão em sua barriga. – Como vocês estão?
- Muito bem! – Ela abriu um sorriso. – É um menino!
- Ah, meu Deus, agora só vem menino! – Falei rindo.
- O da Agatha está para chegar, não? – Ela perguntou.
- Tem dois meses ainda, mas tá quase. – Falei sorrindo.
- Ei, vamos deixá-la entrar em casa? – Eles abriram o espaço e eu passei por entre deles, subindo no deque e abraçando a mais baixa, rindo fraco. – Parabéns pelos seus prêmios, pelo We Are The World, pelo noivado, e sei lá mais pelo o quê. – Ela abriu um sorriso.
- Ah, Lisa, obrigada! – Sorri.
- E aí, senhorita Stone? – Virei o rosto, encontrando próximo a churrasqueira, somente de bermuda e eu respirei fundo, balançando a cabeça.
- Coloca uma blusa! – Falei, me aproximando dele. – Para de malhar, , você vai explodir. – Ele riu.
- Eu digo para ele. – Lisa falou e eu dei um rápido beijo em sua bochecha.
- E esse cabelo raspadinho? – Passei a mão em seus cabelos bem ralos.
- Novo filme! – Ele falou sorrindo.
- Nossa, está a todo pano aí! – Falei rindo.
- Quis copiar você! – Soltei uma risada.
- Vai queimar. – Tara falou e eu a abracei.
- Fiquei sabendo do casamento, meus parabéns! – A abracei forte.
- Eu vou ser bem sincera, eu me esqueci de você. – Ri fraco.
- Ah, Tara, nada a ver. – Ri fraco. – Felicidades, viu?!
- Sei que ainda não se casou, mas tem aliança no dedo, é um passo só! – Apertei ela em meus braços, sorrindo.
- Provavelmente ano que vem. – Falei suspirando. – É muita coisa para esse ano. – Ela assentiu com a cabeça, franzindo os lábios.
- Oscar, Globo de Ouro e BAFTA. – Ouvi falar. – Vocês têm noção que o ator sou eu e é ela que tem os maiores prêmios do cinema? – Ergui as mãos, dando de ombros e ele somente revirou os olhos.
- Eu deixo você brincar com os meus um pouco. – Ele revirou os olhos.
- Rá, rá, rá! – Ele falou e eu mandei um beijo a ele. – , coloca sua bolsa lá dentro, se livra desses sapatos, vai para piscina, pega um cachorro-quente, se sinta em casa.
- Um dia eu vou fazer um churrasco para vocês e vocês nunca mais irão comer cachorro-quente ou hamburguer na vida. – Comentei e ele riu.
- Quem sabe um dia? – Ri fraco.
- Quem sabe? – Dei de ombros, seguindo Tara, que me puxava para dentro de casa.

Girei meu corpo automaticamente e senti trombar em alguma coisa, mas eu não queria abrir os olhos, apesar do meu pescoço estar me matando, aquilo estava gostoso. O sofá era muito macio e eu tinha exagerado na comida, não conseguia me mexer muito. Soltei um suspiro e senti algo macio embaixo da minha mão e abri os olhos devagar, encontrando o rosto de perto do meu e eu me assustei, abrindo os olhos e notei que minha mão estava em sua barriga e eu a tirei do local devagar, tentando não acordá-lo.
Virei o corpo devagar para o lado contrário e notei que seu braço estava embaixo de meu corpo e eu tive certa dificuldade em me mexer, mas eu me joguei no chão para não tocar em e soltei um suspiro quando consegui e olhei para frente, vendo com um largo sorriso no rosto e eu revirei os olhos.
- Estou vendo, viu?! – Ele falou e eu preferi não responder, me levantando do chão e me sentando no sofá, um pouco mais longe de agora.
- Por quanto tempo eu dormi? – Olhei o céu começar a se pôr pela janela.
- Uma hora, mais ou menos. – Ele sorriu. – Abraçadinha no meu irmão.
- Cala a boca, . – Respondi.
- Eu também vi. – Virei o rosto, vendo Carly sentada na outra poltrona e eu revirei os olhos.
- Onde está o resto do pessoal? – Perguntei.
- Mamãe, Shanna e Tara estão nos outros quartos. – Carly falou e eu afirmei com a cabeça e eu vi meu celular começar a tocar um pouco abafado.
- Ah, que droga! – Ouvi resmungar e passar os braços no rosto, tentando esconder da claridade e eu tentei olhar em volta, procurando meu celular, começando a passar a mão embaixo do corpo de .
- Licença! – Falei alto, vendo-o se levantar meio cambaleante e eu achei o aparelho, encontrando o nome de David no visor e o coloquei na orelha rapidamente. – Dave? – Atendi.
- Oi, , onde você está? Estou batendo na sua porta faz 15 minutos.
- Eu estou na casa do , ligou para eu vir para um churrasco... Enfim, o que houve?
- Agatha entrou em trabalho de parto, , eles foram correndo para o hospital.
- O quê? – Gritei no telefone, vendo em minha frente se assustar. – Mas faltam dois meses.
- Eu sei! – Ele respondeu. – Tem como você encontrar a gente no hospital? – Ele perguntou e eu suspirei.
- Tem sim, David, eu estou indo. – Falei, girando o corpo, procurando meus sapatos.
- Por favor, acho que o negócio vai ser sério. – Parei o que eu fazia.
- Como assim? – Perguntei.
- Ela foi desmaiada para o hospital, . A pressão dela subiu demais. – Comecei a respirar pesadamente.
- Eu estou indo. – Falei, desligando o telefone, passando a mão na testa, tentando conter a respiração.
- O que houve? – foi o primeiro a perguntar.
- Agatha entrou em trabalho de parto, Dave disse que acha que é sério porque a pressão dela subiu muito rápido e ela desmaiou e eu preciso ir para a clínica agora e, desculpa, eu preciso ir. – Falei virando o corpo, procurando minha mochila pelos cantos e eu virei o rosto, sentindo parar meus ombros.
- Me dá as chaves do seu carro, eu vou te levar. – falou e eu suspirei.
- Eu vou junto. – falou e eu só consegui confirmar com a cabeça, soltando o ar forte.

Empurrei as portas da clínica, ouvindo meus passos apressados pelos corredores e segui as placas da sala de espera, batendo as mãos no balcão, assustando a mulher que estava do outro lado, fazendo-a derrubar alguns papéis.
- Desculpe! – Falei. – Agatha Saint-Claire, por favor.
- . – Virei o rosto, vendo David se aproximar de mim e eu me aproximei dele.
- Onde ela está? Como está? Louis? E o bebê? – Ele apontou a cabeça para o lado e eu virei o rosto devagar, encontrando Louis aos prantos e senti um arrepio passar pelo meu corpo, vendo-o ser consolado por Jack, Emily, Mike, Mack, Lacey, Virgínia, Amir, e todo o resto do pessoal. - O que foi? Cadê Agatha? Cadê o bebê? – Ele me segurou pelo braço e me puxou, me afastando um pouco do pessoal. - David você está me preocupando.
- Eles fizeram uma cesárea de emergência, quando a gente chegou aqui já tinha nascido. – Ele suspirou, balançando a cabeça.
- David...
- O Elliot nasceu com Onfalocele. – Franzi a testa.
- O que é isso? – Perguntei, engolindo em seco.
- Alguns órgãos nasceram para fora, . Vários, na verdade. – Arregalei os olhos, respirando fundo. – Ninguém sabe por que, mas isso pode acontecer as vezes. O doutor disse que é até comum.
- E onde eles estão? – Perguntei.
- Em cirurgia! Ele foi imediatamente para mesa de cirurgia. – Respirei fundo, passando a mão na cabeça.
- E Agatha? – Perguntei.
- Na UTI ainda, eles estão fazendo alguns exames nela.
- UTI? David...
- Eu não sei, , por favor. – Ele forçou as mãos no rosto e eu o apertei forte em meus braços respirando fundo.
- Tente ser forte por eles. – Falei, engolindo em seco e ele assentiu com a cabeça.
e ficaram com David e eu me aproximei de Louis, segurando suas mãos e meu francês favorito se levantou, e eu o abracei o mais forte que eu pude, sentindo-o se desmontar em meus braços e eu tentei me permanecer forte. Aquela angustia de falta de notícias estava me matando, era horrível. Ninguém vinha dizer como Agatha ou o bebê estava, mas as pessoas chegavam devagar, todas para dar apoio à Louis.
Segurei a mão de Louis e ficamos assim por algum tempo. Eu preferia não tentar assimilar o que estava acontecendo, eu tentava respirar fundo e ir para um lugar feliz, mas em uma clínica particular com duas pessoas importantes em cirurgia não tinha como ir para um lugar feliz.
Virei o rosto vendo brincando com as trigêmeas e eu suspirei, abrindo um pequeno sorriso. De pensar que já havíamos passado por outra gravidez séria e havia dado tudo certo. O que me restava agora era fé, que tudo desse certo.
- Senhor Saint-Claire? – Me levantei rapidamente, vendo o homem com roupa verde sair de dentro das portas e Louis se colocou em pé ao meu lado, passando as mãos no rosto.
- Como meu filho está, doutor? Como minha esposa está? - Louis perguntou.
O tempo parece que passou devagar, a respiração ficou mais lenta, o coração bateu de forma bem devagar e o silêncio se instalou, sendo possível somente ouvir o som de alguma mosca que passava por ali ou passos de outros médicos.
- Seu filho teve duas paradas cardíacas durante o procedimento. – Senti Louis apertar minha mão. – Ele não aguentou, senhor.
Minha respiração parou e Louis se jogou no chão aos prantos e eu fui puxada junto, tentando assimilar tudo e eu respirei fundo, fazendo com que a velocidade do tempo voltasse ao normal.
Eu travei, eu não sabia o que fazer. As pessoas começaram a amparar Louis e eu só conseguia encarar o médico em minha frente. Meu amigo estava sofrendo no chão da clínica, mas o médico também não estava nada bem. Era só um bebê. Era.
Senti alguém me empurrar e me apertar e eu me vi com o rosto encostada nos ombros de alguém e eu senti liberdade em chorar, ouvindo meus soluços ecoarem pelos corredores e as lágrimas molharem a camiseta do homem alto que me abraçava e eu senti uma dor de cabeça forte me atingir, me fazendo respirar forte. Eu não sabia mais como agir.
- Você quer água? – Encarei os olhos azuis de quando eu me afastei dele espontaneamente e assenti com a cabeça, olhando para o lado, vendo Louis em pé ao meu lado e eu segurei suas mãos novamente, estalando um beijo em sua bochecha.
- Eu te amo! – Foi o que eu consegui cochichar para ele naquele momento, eu não podia dizer para ele que tudo ficaria bem, porque eu já não tinha mais certeza disso.

- Obrigada! – Falei para quando ele me entregou um copo de café quente e eu suspirei, observando Louis mais calmo agora, mas eu podia notar que ele estava angustiado, pena que fora um abraço ou um beijo, eu não podia fazer mais nada.
O médico havia ficado ali perto. Coitado, ele estava tão angustiado quando Louis, mas que culpa ele tinha além de tentar fazer o melhor para salvar nosso sobrinho? Ele não podia fazer mais nada. Agatha e o corpo de nosso pequeno Elliot ainda não haviam sido liberados, eles estavam preparando-o para que Louis o visse pelo menos uma vez. Só não entendo como algo tão sério assim passou pelos exames.
- É melhor vocês irem. – Falei baixo para e .
- Não, a gente vai ficar, . – falou, abraçado a Grace ou Natalie, elas haviam crescido e ficado tão parecidas.
- Sim, para o que precisar. – Assenti para e ele colocou a mão em meu rosto, tirando uma mecha que cobria minha visão e eu assenti com a cabeça, suspirando, encostando a cabeça em seu peito, sentindo minhas mãos tremerem.
- O que está acontecendo aqui? – Uma voz não tão alta, mas com certeza forte me fez virar o rosto e eu encontrei Anthony aparecendo pelo corredor e eu suspirei, entregando meu copo para . – O que ele está fazendo aqui? – Minha única reação naquele momento foi revirar os olhos, eu não acredito que ele estava dando crise de ciúmes naquele momento.
- Anthony! – Falei, erguendo a mão, antes que ele começasse a fazer mais escândalos e andei em sua direção, puxando seu braço e me afastando um pouco do pessoal. – Fala baixo, para começar.
- O que você está fazendo, ? Abraçada com esse cara? – Movimentei a mão com força, mandando-o sutilmente calar a boca.
- Para começar, ‘esse cara’ é meu amigo há muitos anos, antes mesmo de eu te conhecer. E segundo, o filho de Louis acabou de morrer. – Seus olhos se arregalaram. – Então, por favor, só hoje, não seja chato, ciumento ou o que for. – Senti as lágrimas começarem a rolar pelo meu rosto novamente e ele me abraçou, me fazendo suspirar alto.
- Como... Como isso aconteceu? – Balancei a cabeça em negativa, tentando respirar fundo.
- Ele... – Engoli em seco, minha voz estava embargada, estava complicado falar. – Ele nasceu com alguns órgãos importantes para fora, foi para cirurgia, mas teve paradas cardíacas e... – Passei a mão no rosto, respirando fundo.
- Oh, meu Deus. – O ouvi falar e eu respirei fundo, passando a mão no rosto.
- Estamos esperando para ele poder vê-lo, e Agatha também, que não saiu ainda. – Ele assentiu com a cabeça.
- Me desculpe! – Ele falou e eu assenti com a cabeça.
- Quando você vai aprender que eu não tenho nada com o ? – Perguntei.
- Mais uma vez. – Ele falou e eu suspirei.
- Senhores, a senhora Saint-Claire foi enviada para o quarto, vocês gostariam de vê-la? – Outro médico perguntou.
- Sim! – Louis falou rapidamente e eu suspirei.
- Eu posso ir junto, Louis? – Perguntei.
- Por favor! – Ele esticou a mão e eu me afastei de Anthony, segurando a mão dele e andei ao seu lado seguindo o médico.
- Desculpe por Anthony. – Falei baixo.
- Não, , não precisa. Eu também sentiria ciúmes. – Balancei a cabeça, suspirando.
- Ele tem que se controlar, não vou aguentar alguém tão ciumento assim. – Falei suspirando.
- Todo mundo é ciumento, ele só precisa se controlar mais. – Ri fraco, apertando seu braço.
- Aqui, por favor! – O médico falou e eu soltei a mão de Louis, deixando que ele fosse na frente.
Me apoiei no batente da porta, olhando Agatha com os olhos inchados, ela já estava sabendo. Louis entrou e ambos se abraçaram forte, e eu senti meu corpo arrepiar e as lágrimas voltarem a cair em meus olhos. Por que isso tinha que acontecer? Eles eram muito bons. Eles estavam tão animados com esse bebê, estavam procurando um lugar maior, queriam tirar férias um pouco. Por quê?
- E agora? – Agatha perguntou e eu suspirei.
- A gente vai ser forte, amor. – Louis falou e eu respirei fundo.
- A gente não tem nenhuma foto dele. Eu mal consegui vê-lo. – Ela falava com a voz embargada.
- Quando eu tinha quatro anos, eu perguntei para meu pai onde estava a mamãe. – Falei baixo. – E ele me disse que algumas pessoas nos deixam sem nenhum motivo, mas que essa ferida que sobra é curada um dia. – Agatha assentiu com a cabeça. – Eu não sei o quão eu acredito nisso, mas Elliot não era humano, ele era um anjo e ele era tão bom que precisou ir embora mais cedo. – Engoli em seco.
- Obrigada! – Agatha cochichou e eu entrei no quarto, fechando a porta atrás de mim, me sentando na cadeira vaga ao lado e estendi a mão para os dois, segurando firme.
- Eu estou aqui! Mesmo longe, todos estamos com vocês! – Falei e ela assentiu com a cabeça.



Capítulo 19

- Desiste, o Brasil tá fora já! – Me levantei do sofá, bufando, vendo a Holanda fazer mais um gol no Brasil e eu balancei a cabeça.
- Vai que... – Anthony falou e eu revirei os olhos.
- Sem Copa para o Brasil em 2010. – Ele riu e eu suspirei.
Observei o visor do meu celular acender e vi o nome de no mesmo e o peguei rapidamente, escondendo-o de Anthony e coloquei no bolso, tentando arranjar um jeito de atender aquilo sem causar polêmicas.
- Você cuida das panelas? Vou ver se Jack e Gemma precisam de alguma coisa. – Falei e meu noivo assentiu com a cabeça, e eu dei um beijo em sua bochecha, saindo da cozinha e corri até o lobby entre os apartamentos, pegando o telefone e coloquei na orelha, batendo na porta de Jack. – Oi! – Falei baixo.
- Oi, , tudo bem? É o . – Ele falou animado.
- Oi, , tudo bem? – Falei baixo, acenando para Jack quando abriu a porta e eu entrei no apartamento dele, deixando-o sem entender.
- Você está ocupada? Eu posso te ligar depois?
- Não, pode falar! – Falei normalmente. – Agora posso falar. – Acenei para Gemma quando ela apareceu do quarto com o mesmo rosto franzido de Jack e eu coloquei a mão na boca.

- Como está Louis e Agatha? – Ele perguntou e eu suspirei.
- Já fez um mês, a vida vai voltando ao normal. – Dei de ombros, passando a mão no pescoço. - Foi difícil passar pelo funeral, todo mundo ficou bem para baixo, a imprensa em cima, ah! Enfim, as coisas vão melhorando. – Falei sorrindo.
- Que bom! – Ele foi sincero. – Fico feliz em ouvir isso.
- Obrigada por se importar. – Ele riu fraco.
- Que isso! Eu sou seu amigo. É para isso que servem!
- Obrigada, obrigada mesmo! – Ri fraco.
- Além disso, tem outra coisa que eu queria falar. – Ele falou e eu revirei os olhos.
- Ah, meu Deus! – Ele riu.
- Eu não ia te ligar, mas minha agente insistiu, os produtores também falaram que seria uma boa opção por sermos bem próximos e como eu estou na produção, eu optei por... Enfim.
- , eu não estou entendendo nada. – Fui sincera rindo e sentei na beirada do sofá.
- Bem, deixa eu começar pelo começo, vai!
- Acho bom! – Falei.
- Lembra aquele filme que eu disse que estava fazendo?
- Aquele que eu não sei o nome? – Perguntei.
- Esse mesmo! – Ri fraco. – Então, a gente está fazendo algumas cenas de flashback e tem uma cena aqui que eu preciso ter bastante interação com a outra atriz, eu fiz a primeira gravação, a segunda, a terceira, e não é o que o pessoal quer. Será que você toparia fazer?
- Eu? Você está me chamando para um filme?
- Duas cenas curtas, na verdade. – Ri fraco. – Um bico. – Suspirei.
- Nossa, ! Para quando seria? – Perguntei.
- Estamos gravando aqui em São Franscisco, se você conseguir vir na semana que vem, ia ajudar bastante.
- É uma cena difícil? – Ele riu.
- , você gravou uma cena subindo uma ladeira em um burro em uma ilha na Grécia, você realmente acha que tem cena mais difícil? – Ri fraco.
- É, e eu sou péssima em equilíbrio. – Ri fraco. – Acho que vai ser legal, pelo menos podemos falar para as futuras gerações que a gente trabalhou juntos, porque esse é o único jeito.
- Eu acho! – Ele riu.
- Vou te passar meu e-mail e eu vou conversar com minha empresária e te dou uma resposta até o fim do dia, pode ser?
- Perfeito! – Ele falou. – Se cuida, .
- Você também. – Suspirei e desliguei o celular.
- O que aconteceu? – Jack perguntou e eu ri.
- Anthony está com ciúmes doentio do e ele estava me ligando, preferi me afastar um pouco para atender. – Ele revirou os olhos.
- Você deveria terminar com o Anthony e ficar com o logo.
- Não, nada a ver. Eu e somos amigos, eu e Anthony somos apaixonados, é diferente. – Ele revirou os olhos.
- Se você diz. – Ele deu de ombros. – E o que ele queria?
- Que eu faça um bico no filme novo dele. – Dei de ombros. – Ele me contou a sinopse parece ser bem legal, um cara que não acredita em amor e se apaixona, algo assim. – Ele riu fraco. - Enfim, querem almoçar com a gente?
- Eu aceito! – Gemma falou animada.
- Ah, Gemma, qual é, eu só queimei o macarrão um pouco.
- Um pouco? Ficou preto, Jack! – Gemma falou e eu ri fraco.
- Vai alimentar sua irmã errado para ver o que acontece, Jack. – Ele deu a língua.
- Que horas podemos ir? – Gemma perguntou.
- Agora, se quiser! – Ela sorriu, abrindo a porta correndo.
- Como as coisas estão indo?
- Tirando que eu sou péssimo de cozinha, estamos indo muito bem. – Dei um beijo em sua bochecha.
- Sabia que ia ficar tudo bem.

- ? – Me levantei, quando a pequena mulher gordinha me chamou.
- Oi! – Falei sorrindo.
- Eu sou Mary, uma das produtoras do filme. – Ela estendeu a mão e eu a apertei.
- Oi, tudo bom? – Perguntei.
- Tudo ótimo! – Ela sorriu. – Me acompanhe. – Fui ao seu lado, andando pelos corredores do estúdio. – Fico feliz que tenha aceitado participar com a gente, mesmo que com uma cena tão pequena.
- Mas deve ser importante, se não vocês não me procurariam e simplesmente deletariam a cena. – Ela gargalhou.
- Você tem razão! – Ela sorriu.
- E qual é a cena?
- Você vai ser um dos casos do personagem do , chamado de ‘ele’ ou o narrador. Terá uma cena no bar, onde vocês dois vão estar bebendo e conversando e depois se pegando no banheiro. – Arregalei os olhos, começando a gargalhar.
- Ah, que ótimo! Por que eu não esperava por essa?
- O quê? – Ela se virou para mim.
- Eu vou ter que beijá-lo?
- Sim, e tentar tirar a roupa dele. – Gargalhei novamente.
- Ah, gente! – Suspirei.
- Você se sente confortável fazendo isso? – Ela perguntou.
- Bem, eu e somos amigos, não me sinto confortável em beijar nenhum amigo, então espero que vocês estejam com paciência, porque eu vou rir muito!
- Bem, Stone está em um filme nosso, temos tempo. – Ri fraco, acenando com a cabeça. – Eu vou te levar para o cabeleireiro e maquiagem e a gente começa em breve, pode ser?
- Claro! E meu texto? – Perguntei, seguindo-a. – Tem algum texto?
- Tem sim! – Ela riu. – Mas são poucas frases.
- Que bom! – Ri fraco e ela me indicou uma porta e eu entrei, vendo na cadeira de maquiagem com os olhos fechados.
- Eu vou ter que te beijar, seu filho da mãe? – Falei alto, vendo-o abrir os olhos e fazendo o pessoal ao redor rir. – Oi, gente! – Sorri e abaixei o casaco, dando nas suas costas.
- Ah, qual é! Vai ser interessante! – Revirei os olhos.
- Só assim para você me beijar, não é?! – Comentei e ele riu.
- Nem vem! – Ele falou. – Foi a Megan que deu a ideia. – Ele me apontou para sua agente que eu conhecia de outros eventos. - E os produtores gostaram da ideia.
- Como você é! – Revirei os olhos. – Espero que tenha bastante paciência, porque eu vou me matar de dar risada.
- Para de reclamar, vai! – Revirei os olhos, passando as mãos em seus cabelos curtos e me sentei na cadeira do lado, dando um rápido beijo em sua bochecha.
- Como você está? – Perguntei e ele riu.
- Oi para você também, né?! – Ri fraco.
- , nós vamos só dar uma alisada no seu cabelo e fazer uma maquiagem leve, tudo bem? – A maquiadora falou e eu assenti com a cabeça.
- Claro! Sem problemas. – Falei.
- Aqui, , seu texto. – Outra pessoa falou, me entregando um papel. – São poucas palavras. – Olhei as poucas palavras mesmo.
- Ah, poucas mesmo. Tá fácil! – Falei e riu.
- O importante é o beijo, , não o texto. – Revirei os olhos.
- Ai, . – Peguei o celular na bolsa, escondendo-o perto da barriga, abrindo a conversa com Jack.
Eu tenho que beijar o , SOS” – Foi o que eu escrevi e não deu dois segundos, ele já respondeu.
O QUÊ?” – Ele escreveu de volta. “E aí?
Eu assinei um contrato, preciso fazer” - Respondi.
Me conte tudo depois, eu exijo” – Foi o que ele escreveu e eu suspirei, guardando o celular.
- Vamos lá! – Falei animada.

- Vai com calma, a gente não está com pressa. Faremos em duas partes, você terá tempo para relaxar. – Justin, o diretor, falava. – Você e se conhecem há anos, só relaxe, ok?
- Obrigada! – Falei para ele rindo, entrando no bar que seria gravado a cena, puxando a barra do vestido de paetês pratas para baixo.
- Relaxa, eu sou um diretor legal! – Ele falou e eu ri, vendo-o ir para outro local e eu vi girando o banco de um lado para o outro no balcão e ele piscou para mim, sorrindo.
- , sente aqui, por favor, na beirada. – Uma das contrarregras falou e eu fiz o que ela pediu, me sentando na diagonal de .
- Como vai funcionar, gente. – Ela falou e olhou para ela, ele tinha uma postura mais séria. – Vocês irão beber a dose de tequila, primeiro um, depois o outro e depois vai começar com a fala. Não tenham pressa, vocês já estão levemente alterados. – Ri fraco, assentindo com a cabeça.
- Ok! – Falei.
- E rola fazer uma careta quando ingerir o líquido. – Assenti com a cabeça. – Uma cara de bêbado também combina. – Eu e rimos fraco. – Relaxem, façam as coisas devagar, não precisa surtar!
- Obrigado! – falou e ela saiu, fazendo joinha para nós.
- Por que todo mundo acha que eu vou surtar? – Perguntei baixo.
- Por que você surtou no camarim? – Ele falou e eu bati o braço dele.
- Sem graça! – Ele riu.
- Você tem que me prometer que isso não passará daqui. É um trabalho, você não vai zoar comigo pelo resto da vida.
- É um trabalho, . Eu sei separar. – Ele falou sorrindo e eu ri fraco, erguendo a mão e passando em sua barba rala.
- Você deveria aderir mais esse look. – Comentei. – Eu gostei.
- Quem sabe? – Ele riu.
- Preparados, gente? – Justin perguntou, batendo palmas.
- Vamos lá. – falou, apoiando um dos cotovelos no balcão do bar, pegando o copo com o líquido transparente com a outra.
- Sim! – Respondi em seguida, juntando os lábios, entortando-os um pouco, mantendo os olhos não tão abertos.
- Isso, . Esse olhar está ótimo. – Justin falou atrás da câmera e eu assenti com a cabeça.
- Você bêbada deve ser engraçado. – Ri fraco.
- Não me faça rir. – Falei e ele ergueu as mãos, se desculpando.
- Vamos lá, então. Atenção no set! – Justin gritou e eu aliviei o rosto, respirando fundo. – Ação!
Observei mudar de posição rapidamente, ele não era mais o que eu conhecia, ele era o ator . Apesar de conhecê-lo desde 2005, sua posição como ator era totalmente diferente. E, apesar de tudo que aconteceu em seguida, eu senti o maior prazer em fazer essa cena com ele, nem que por poucos minutos.
Ele virou sua dose de tequila, soltando um suspiro alto e eu fiz o mesmo que ele, notando que era água, me obrigando a fazer uma careta e eu apoiei o copo novamente, respirando fundo.
- Sempre achei você fo... – Eu não consegui terminar a frase porque eu gargalhei lindamente, eu não conseguia encarar os olhos de e não rir. – Desculpe! – Falei rindo, colocando as mãos na boca e o diretor riu junto.
- Acho melhor eu não ficar te encarando. – falou.
- Acho melhor também. – Concordei sentindo minhas bochechas corarem. – Vamos tentar de novo?
- Claro! – Justin falou rindo.
- Não olha para mim! – Falei para e ele somente assentiu com a cabeça.
Eu tenho que admitir que eu errei mais algumas vezes, mas tenho que falar que também errou. Ele ria da minha expressão de jovem bêbada, eu me embaralhava com tão poucas palavras, mas tenho que assumir que fiquei perdida em seus olhos azuis por um tempo. Eu simplesmente estava apaixonada, metaforicamente, por aquele seu look de barba e cabelo raspado e meu coração, automaticamente, batia mais forte. Não! Isso é besteira, nada a ver.
- Ação! – Justin gritou novamente e observei virar a dose de tequila e eu fiz o mesmo gesto em seguida, franzindo os lábios, vendo seu olhar encontrar com o meu, mas logo desviar.
- Sempre achei você fofo. – Falei, movimentando meus lábios devagar.
- Ainda está com seu namorado? – Ele perguntou, impedindo que seus olhos olhassem para mim.
- Sim. – Falei simplesmente, olhando para seu rosto em perfil e ele mexeu o rosto, afirmando.
- Vocês estão apaixonados? – Ele ergueu o rosto para mim e eu movimentei os lábios um pouco, desviei o olhar e eu finalizei arqueando os ombros rapidamente, com um pequeno sorriso no rosto.
- Corta! – Justin gritou, aplaudindo. – Bom, gente! Muito bom!
- Finalmente! – gritou e eu empurrei seu ombro, vendo-o se desequilibrar do banco e eu ri fraco, levemente envergonhada.
- Me dê alguns minutos e vamos para a próxima cena.
- Doeu? – perguntou.
- Ainda não. – Respondi, me levantando do banco e puxando meu vestido para baixo.
- A próxima também não vai doer. – Ele sorriu e eu balancei a cabeça.

- É uma pegação geral, gente! Vocês estão bêbados, alegres demais, querendo se tocar, então tem que ter bastante emoção. – Justin falava sacudindo as mãos, me fazendo rir. – E nada de rosto vermelho, ok?! Não quero nenhum dos dois com vergonha, tem coisas que efeitos não ajudam. – Ele falou e eu balancei a cabeça, fechando os olhos.
- Deus! – Falei rindo, sentindo a maquiadora passar pó em meu rosto.
- Relaxa, . – falou e eu balancei a cabeça. – Até parece que isso não é normal. – Ele riu.
- Licença? – Virei para ele. – Tirando alguns rolos no Brasil, eu só beijei Anthony e Dominic. – Falei.
- Ok, então finja que eu sou o Dominic, porque seu noivo é um saco. – Revirei os olhos.
- Eu vou deixar vocês livres, mas precisa ter emoção, mordida na orelha, puxada na roupa e coisas assim, ok?!
- Ok! – Fui a primeira a falar. – Obrigada. – Agradeci à maquiadora que se retirou e eu estralei o pescoço, esfregando uma mão na outra, era estranho gravar um beijo no , em um banheiro.
- Vamos lá! – falou, movimentando os ombros e eu suspirei.
Calma, . Relaxa, é só um beijo, que tem que parecer muito amoroso com um amigo de cinco anos. Suspirei. Um amigo que você já gostou dele há alguns anos. Um amigo que seu noivo tem ciúmes dele. Suspirei novamente. É, só um amigo. Um ator que está fazendo seu trabalho e eu, que agora podia me considerar uma atriz também. Era só isso.
- Vamos lá então! – Justin falou, saindo de cena. – , aproveita essa bancada para se encostar, beleza? Vamos!
- Quem começa? – Perguntei inocentemente, senti meu rosto arder nessa hora.
- Eu começo. – falou. – Você não vai conseguir mesmo.
- É provável. – Falei em um sopro.
- Então, atenção! – Justin falou. – Silêncio no set. – Suspirei, vendo me encarar e eu respirei fundo. – Ação!
No momento que Justin falou, eu dei um passo para frente, facilitando a situação, estávamos bem distantes um do outro. se encostou na pia e me puxou pela cintura, aproximando o rosto do meu, eu automaticamente fechei os olhos... Começando a gargalhar igual uma hiena.
- Desculpe! – Falei, tentando me segurar, me afastando de . – Desculpe. – Eu tentava me conter, mas não estava dando.
- Eu disse! – falou e eu apoiei as mãos nos joelhos, respirando fundo.
- Vocês podem me dar dois minutos? – Perguntei, erguendo a cabeça e jogando os cabelos para trás.
- Claro! – Justin falou e eu me afastei um pouco, entrando em uma das cabines do sanitário, fechando a porta e encostei meu corpo na mesma, respirando fundo.
Eu não conseguia entender porque eu estava surtando tanto, não fazia sentido para mim. Eu estava parecendo uma criança frágil, preocupada com tudo e todos, quem era essa pessoa? Eu era Stone, cacete! Já havia posado nua, quase nua, ganhado os maiores prêmios da música e do cinema, feito um filme, beijado um estranho para um filme, e agora eu estava preocupada em beijar um amigo? Não, eu não ia permitir que isso acontecesse.
- Ação, Justin! – Gritei, respirando fundo.
- Ação! – Ele falou em um tom confuso e eu contei até cinco em minha cabeça, antes de empurrar a porta do banheiro e seguir em passos rápidos em direção a .
Fiquei na ponta dos pés e passei um braço em volta de sua cintura e a outra foi imediatamente para seu rosto, colando meus lábios nos dele. Eu pensei que começaria a rir novamente e até cuspir em seu rosto, mas eu fiquei anestesiada.
Eu esqueci que eu estava em uma produção, que tinha câmeras filmando que tinha uma equipe de umas 10 pessoas observando aquilo, tirando os figurantes do bar, amontoados em pequenos espaços. Eu esqueci tudo aquilo.
rapidamente passou as mãos em minha cintura, entrando no movimento também. Eu me colocava na ponta dos pés, mexendo minha cabeça de um lado para outro, passando meus braços em seus ombros, fazendo com que meu quadril se mexesse para cima e para baixo. As mãos de se mexeram bem menos que as minhas, elas se mantiveram firmes em minha cintura, apertando e amassando o pano brilhante do meu vestido, fazendo com que ele subisse um pouco, deslizando pelo meu corpo.
Eu deslizei os lábios pela sua barba rala e me aproximei de sua orelha, me colocando um pouco mais para cima, mordendo-a e seguindo novamente para seus lábios, eu os queria muito. Apoiei a mão no peito de , empurrando sua jaqueta para baixo e ele colou mais em mim, descendo as mãos pelo meu corpo, fazendo com que meu corpo suasse e eu soltasse suspiros nos tempos curtos que tínhamos entre os beijos.
- Corta! – Justin falou e eu me separei de , passando a mão nos lábios, sentindo meus lábios latejando, e eu respirei fundo, erguendo o rosto para que tinha o olhar visivelmente surpreso, respirando fundo. – Perfeito! – Justin falou animado. – É isso mesmo que eu quero, essa pegação, essa quentura, esse desejo. Ótimo! – Ele falou animado e eu ri, abaixando meu vestido. – Vocês se importam se eu pedir para vocês refazerem?
- Não! – Eu e falamos juntos e eu suspirei.
- Perfeito! Câmeras, luzes, vamos lá! – Ele falou animado e eu engoli em seco, passando as costas da mão no batom borrado.

Estacionei o carro na garagem subsolo do meu apartamento e peguei minha mochila, trancado o carro e segui em direção ao elevador, chamando o mesmo. Minha cabeça estava nas nuvens. Depois da gravação, eu voltei de São Francisco na mesma noite, mas com problemas de atraso, fui chegar em Los Angeles três da manhã, mas eu não me sentia cansada, eu estava visivelmente cansada, mas não queria dormir. Eu queria entender o que estava acontecendo.
Entrei no elevador, apertando o último botão, vendo-o fechar em minha frente e ele subiu em uma lentidão descomunal, e eu soltei diversos suspiros dentro dele. Meu Deus, o que estava acontecendo? As peças não estavam se juntando, era só um filme, certo? Eu era apaixonada por Anthony, não? Suspirei, vendo a porta da caixa de metal se abrir.
Saí do mesmo e fiquei parada no corredor por um tempo, não sabendo o que fazer. E se Anthony estivesse em casa? Eu não podia encará-lo com essa cara de tonta por ter beijado outro homem.
Virei para a direita, parando em frente a porta de Jack e conferi o relógio, não era a hora de eu bater à porta de ninguém, mas eu precisava de um amigo agora, eu precisava entender tudo o que passava na minha cabeça. Com certeza havia sido uma péssima ideia aceitar fazer parte desse projeto... Mas se eu soubesse...
Coloquei o dedo na campainha da casa dos Bolzan e deixei tocar por um tempo e soltei, fechando o punho e batendo algumas vezes, tentando não acordar os outros vizinhos e encostei a cabeça na porta, respirando fundo. Coloquei o dedo na campainha de novo, afastando o rosto quando ouvi a chave girar do lado de dentro e Jack abriu a porta, com uma cara de sono.
- ? O que você está fazendo aqui agora? – Ele coçou o rosto, tentando manter os olhos abertos.
- Eu acabei de chegar de São Francisco. – Falei suspirando.
- A gente não podia conversar amanhã? – Ele perguntou.
- Não! – Neguei, respirando fundo.
- Por quê? – Ele perguntou.
- Eu acho que estou apaixonada pelo . – Seus lábios se arregalaram fortemente e ele me puxou pelos ombros.
- Entra! – Ele falou e eu suspirei, entrando em seu apartamento.

Virei meu corpo e senti uma superfície dura embaixo de mim, mas eu não queria abrir os olhos. Mas uma luz vinda de algum lugar estava me incomodando e eu suspirei, girando meu corpo no local, quase caindo e abri os olhos no susto.
- Meu Deus! – Foi a primeira coisa que eu falei quando encontrei sete pessoas me encarando e eu notei que estava no sofá de Jack ainda, deveria ter dormido depois que cheguei de madrugada de São Francisco.
- Bom dia, Bela Adormecida! – Mike falou, jogado no chão com meus outros membros de banda e eu me sentei no sofá, coçando o rosto.
- O quê? O que vocês estão fazendo aqui? – David me entregou um copo quente e eu notei que tinha café quente dentro dele e bebi um gole, fazendo uma careta. – Está sem açúcar.
- Eu sei! – David falou. – Beba mesmo assim.
- O que está acontecendo aqui? Jack, eu dormi aqui? Que horas são? – Perguntei.
- Já passa do meio-dia. E eu achei que você precisava de um conselho melhor do que só o meu. – Ele falou e eu suspirei, virando o resto do café para dentro da boca.
- Anthony já ligou, a gente não tocou no seu celular, já te ligou, a gente também não mexeu. – Louis falou e eu suspirei.
- Você não deveria estar aqui! – Falei para ele.
- Eu estou bem, . Quem precisa de ajuda agora é você! – Ele falou e eu me levantei.
- Eu não preciso de ajuda! – Falei. – Foi um beijo para um filme, acabou! Eu estou com Anthony agora, não importa mais.
- Claro que importa, . É a sua felicidade. – Emily falou. – Você quer passar sua vida entre duas pessoas ou dar chance para aquela que sempre fez seu coração palpitar?
- Eu amo o Anthony, gente. Foi só um arrepio, só... Sei lá.
- , você chegou atordoada essa madrugada. – Jack falou bravo. – Você estava branca igual um papel, você não sabia o que fazer, tudo porque você deu um beijo no para um filme! – Ele falou bravo.
- Eu não posso fazer isso. Eu não posso me importar com isso. – Suspirei, passando as mãos nos cabelos. – Eu beijei o cara que eu gostei por muito tempo, mas passou. Meus sentimentos passaram...
- Parece que não...
- Não, Mack, passaram! – Suspirei. – Eu não posso lidar com isso agora. Eu vou me casar com Anthony, eu o amo, eu só tive uma queda pelo , é só isso. – Suspirei. – Anthony nunca pode saber o que houve.
- É um filme, . Como você vai esconder isso dele? Um dia esse filme vai ser lançado. – Jack falou e eu ergui a mão.
- São duas cenas, não dá nem um minuto de tela, eu nem sei se vou ser creditada. – Balancei a cabeça. – Isso não é relevante. Vocês têm que me prometer que isso não vai sair daqui.
- Eu prometo, mas acho que você está fazendo o maior erro da sua vida. – David falou, se levantando.
- Eu também. – Gemma falou e eu suspirei.
- Se eu estiver errada, a vida vai me mostrar. – Suspirei.
- Espero que você esteja certa, minha amiga. Porque se a vida te provar que você está errada, pode ser tarde demais. – Emily falou e eu suspirei.

Eu estava jogada no chão fazia algumas horas. Eu sabia disso porque eu já tinha rasgado e amassado papéis e eles estavam inundando meu quarto. Não seria diferente, afinal, o caderno em minha mão tinha poucas folhas.
Eu estava me forçando a escrever músicas sobre Anthony, em compensação, You’re Always Here estava pronta, escrita e completa, mas era sobre outro homem, um mais alto, de olhos azuis, que, infelizmente, fazia minhas pernas tremerem toda vez que olhava para ele, para suas fotos, ou para a cena que Justin havia me mandado da gravação.
Como eu podia estar apaixonada por ?
Ele era tão lindo, atencioso, sempre simpático comigo, sua família me adorava... Mas como? Eu estava com o coração tomado já, eu e Anthony estávamos juntos há quase dois anos, um relacionamento estável, planos para o futuro, sua família também gostava de mim, mas esse sentimento de divisão era ridículo.
Joguei o caderno longe, ouvindo-o bater contra o pé da mesa e derrubar um porta-retrato no chão e suspirei. Balançando a cabeça. Ouvi um latido e virei para a porta, vendo Grape aparecer com as orelhas baixas, me encarando.
- Ah, amor. Não foi nada. – Estalei o dedo e ela veio até mim. – Tá tudo bem, eu prometo. – Afaguei suas orelhas e ela deitou sua cabeça em minha coxa e eu suspirei, passando as mãos em seus pelos mesclados. – Você podia me ajudar, né?! – Ela tinha os olhos baixos e eu suspirei. – O que eu faço, meu amor? – Abaixei minha cabeça, encostando minha testa na dela. – Me mantenho fiel ao homem que eu amo e prometi amar ou me jogo no escuro e tento ficar com outro? – Suspirei.
Apesar de se manter fiel ao homem que eu amo, não era mais tão fácil, afinal, creio que só de pensar em outro homem já era considerado traição. Mas por que eu não sentia essa culpa em meu coração?
- , eu queria saber... Nossa! – Virei o rosto vendo Lucy entrar no meu quarto e eu suspirei.
- Oi, Lucy! – Falei, sorrindo para ela.
- Está tudo bem? – Ela perguntou chutando alguns papéis.
- Só bloqueio criativo. – Acariciei a cabeça de Grape e me levantei. – Precisa de mim?
- Sim, preciso. – Ela balançou a cabeça. – Está tudo bem mesmo?
- Está sim, Lucy! – Ri fraco. – Relaxa. – Ela riu. – Diga!
- É que eu queria saber a roupa que você vai na festa da gravadora e devolver o que não vai.
- Ah sim! – Suspirei, andando em direção até a porta do closet e tirei três cabides do mesmo. – Fala para o pessoal que eu vou com o branco com dourado. – Estiquei o resto para ela. Ele é glamoroso e eu estou apaixonada. – Ela sorriu.
- É bonito mesmo! Meu favorito também. – Assenti com a cabeça.
- As etiquetas de todos estão aí e você pode conversar com Brent do financeiro, ele cuida dessas coisas. – Ela assentiu com a cabeça.
- Perfeito! – Ela sorriu. – Precisa que eu faça mais alguma coisa? – Ela perguntou.
- Acho que não, Lucy! – Suspirei. – Confirma só se eu vou me arrumar no hotel, igual ano passado ou se eu vou daqui.
- Perfeito! – Ela falou.
- Até mais, Lucy. – Acenei para ela que saiu do quarto, logo em seguida ouvi a porta bater.
Rapidamente me abaixei no chão, juntando todas as bolinhas de papel do chão, me fazendo jogar tudo na lixeira do banheiro, menos a letra quase pronta de You’re Always Here, poderia não servir agora, se eu revelasse agora daria a entender que é do Anthony, mas não era. E eu não podia fazer isso.
Agora eu precisava passar pelo o que eu passei há alguns anos: esquecer .

- Você está bem? – Virei o rosto, vendo Anthony atrás de mim, e terminei de colocar os brincos, virando para ele.
- Estou sim, amor. – Sorri.
- Estou te achando meio distraída desde que voltou de São Francisco. – Ri fraco.
- Eu acho que estou gripando. – Inventei a primeira besteira que veio à minha mente e suspirei.
- Está tudo bem? – Ele perguntou.
- Está sim! – Sorri.
- Você está linda! – Ele falou e eu o abracei, estalando um beijo em sua bochecha.
- Obrigada! – Ele suspirou.
- Eu vou descer, a gente se encontra lá embaixo. – Ele falou e eu assenti com a cabeça, vendo-o sair pela porta e fiquei de frente para o espelho novamente, olhando meu reflexo.
- Sorria, ! – Eu disse para mim mesma e suspirei.
- Sim, sorria! – Vi Mike entrando no quarto e sorri. – Vamos lá?
- Vamos! – Falei, virando meu corpo para ele e saí do quarto, vendo o pessoal no corredor e eu sorri.
- Vamos, galera! – Falei animando o pessoal e eles riram, me seguindo em direção as escadas.
- Podem ir. – O segurança no começo da escada falou e eu virei o corpo, vendo os fotógrafos começarem a enlouquecer e vários flashes cegarem meu rosto.
Paramos no meio da escada e sorrimos, esperando as fotos serem tiradas, mas logo depois eu finalizei de descer os degraus, vendo o pessoal abrir espaço para nós e sorri, vendo Anthony com um largo sorriso no rosto e Lucy ao seu lado, nos aplaudindo.
Nos juntamos ao pessoal no térreo, ficando quase em uma roda escolar, vendo as esposas, namoradas e namorados nos apoiando ao lado e observei Patrick subir no palco, se colocando em frente ao microfone.
- Boa noite! – Ele falou. – Eu dou as boas-vindas a comemoração de aniversário da gravadora Virgin Records. – Ele falou e nós os aplaudimos. – Esse ano, estamos anunciando a recontratação de Stone na nossa gravadora. – Aplaudi novamente. – E muitas e muitas surpresas! – Ele sorriu e eu esperei um longo discurso. Anthony passou as mãos pela minha barriga e eu o abracei.

- Toc, toc? – Virei o rosto para porta, vendo Mike colocar a cabeça para dentro.
- Ei, baby! – Falei sorrindo e ele entrou, fechando a porta.
- E aí, moça? – Ele passou a mão na cabeça da minha cadela e eu apertei o controle da TV, abaixando o volume. – E aí, ?
- E aí? – Perguntei.
- Está melhor? – Ri fraco.
- Eu juro que estou bem, Mike, eu optei por ignorar. – Ele assentiu com a cabeça, se sentando ao meu lado.
- O que você está vendo? – Ele perguntou, tomando o balde de pipoca da minha mão.
- Vai começar o painel da Marvel na Comic-Con, quero ver o , eles vão anunciar Os Vingadores.
- Os Vingadores? Sério? – Ele puxou o controle da minha mão e parou imediatamente. – O ? – Suspirei.
- Mike, ele é meu amigo. Eu prometi que iria na première de Capitão América, além de ter ido na de Homem de Ferro, teria ido na do segundo se não tivesse cheia de coisas para fazer. – Suspirei. – Vocês precisam parar! – Bufei. – Se vocês ficarem agindo na defensiva, eu vou agir na defensiva e eu não vou esquecê-lo e vou ficar cada vez mais brava com vocês.
- Ok, ok, parei! – Ele ergueu os braços. – Agora aumenta o volume aí.
- Ei e você? Lacey? Ela anda meio distante.
- A gente brigou. – Ele suspirou. – Isso já aconteceu antes.
- Eu sei, mas acho que até sei o motivo da briga. – O vi revirar os olhos.
- Por favor, . – Dei de ombros.
- Mike, desculpa, mas vocês estão juntos há muito tempo, está na hora de dar o próximo passo.
- Eu não sei se estou preparado para isso, . – Ele falou e eu revirei os olhos.
- Eu nunca me casei, mas posso te dizer o que muda? Baseado na vida de Emily que mora aqui do meu ladinho?
- Por favor. – Ele disse, batendo a mão no sofá.
- Hum, deixa eu ver. – Suspirei, enrolando um pouco. – Além das brigas ficarem um pouco mais altas e os gemidos também... Nada!
- Ah, ! – Ele jogou pipoca em mim e eu ri. – Fala sério.
- Eu estou falando sério, Mike. Vocês já moram juntos, estão nessa rotina faz tempo, se amam. Me diz, você veio para casa e ela? – Virei para ele.
- Virgínia, eu acho. – Ele coçou a cabeça e eu revirei os olhos.
- Não vou obrigar você a propô-la em casamento, mas você precisa agitar essa relação um pouco, eu falo isso porque te amo e porque amo Lacey, e eu realmente não sei o que seria de vocês sem um e outro. – Falei e ele assentiu com a cabeça.
- Valeu, . – Puxei o balde de pipoca novamente dele.
- De nada. – Falei, virando novamente para TV.
- Oh, Nick Fury e Agente Coulson! – Mike falou animado e eu suspirei, não li quadrinhos de super-heróis na infância, só A Turma da Mônica e Tio Patinhas, mas eu tinha adorado Homem de Ferro e amava os filmes do , então tinha um feeling que eu ia amar isso. – Scarlett como Viúva Negra, já sei. – Ele falou, olhando para tela e eu ri fraco.
- Chris Hemsworth como Thor. – Franzi a testa. – Eu conheço esse cara. – Peguei o celular.
- “O primeiro vingador, Capitão América”. – Ergui o rosto, vendo entrar no palco, com uma blusa azul e a barba e o cabelo ralo já haviam sumido, ele estava lindo. Revirei os olhos com meu pensamento e voltei a pesquisar de onde eu conhecia o Thor.
- Robert que a gente já conhece! – Falei ele riu.
- Sim, sim! – Ele falou animado. – Jeremy Renner como O Gavião Arqueiro e Mark Ruffalo como o Hulk.
- Mudou o ator do Hulk? Gostava tanto do Eric Bana. – Mike virou o rosto para mim.
- Já até mudou o ator do Hulk, . Agora mudou de novo. – Virei para ele.
- Já? – Ele assentiu com a cabeça.
- O filme de 2008 é com o Edward Norton. – Bufei.
- Ah, qual é?! Mancada. – Me afundei no sofá.
- Eu não conheço o Jeremy, mas gostei da escolha. – Mike falou. – Bom, agora é só esperar.
- Ano que vem vamos nas premières, prometo. – Falei, levantando a mão.
- Espero mesmo! – Ele falou se levantando. – Vou deixar você, nos falamos depois.

- Oi, casal! – Entrei no apartamento de Louis e Agatha, vendo os dois no sofá, as coisas compradas para o bebê já haviam sumido, Jessica fez questão de tirar da vista deles antes que eles voltassem para casa após o desastre.
- Veio conferir como estamos? – Agatha falou e eu sorri, piscando para ela.
- Vim! E também vim trazer uma torta para vocês. – Estendi a caixa para ela que se levantou.
- Obrigada! – Ela sorriu, indo para a cozinha.
- Você fez? – Dei risada.
- Eu até poderia fazer, sei seguir uma receita, mas preferi passar naquela padaria perto da gravadora que é mais fácil. – Ele riu.
- O que foi fazer lá? – Ele perguntou.
- Dar uma volta, na verdade. – Suspirei. – E ser atacada por alguns fãs. – Conferi um arranhado em meu braço. – Mas nada incomum. – Ele sorriu.
- Obrigada, . Deve estar deliciosa. – Agatha voltou e eu me sentei na poltrona vaga.
- Mas e aí, estão planejando alguma coisa? – Perguntei.
- Estávamos pensando em ficar em Orlando um pouco. – Louis falou. – Ficar com os pais de Agatha... Será que dá? – Suspirei.
- Dá sim, a gente tem alguns compromissos no fim e começo do ano, mas dá para você ficar longe um pouco. São só compromissos, espero demorar um pouco para começar a produção do novo CD. – Eles sorriam.
- Obrigado, ! – Louis falou e eu assenti com a cabeça.
- Vai ser bom para vocês, ficar longe dos holofotes um pouco, mas, por favor, não permita que isso endureça vocês. A vida consegue ser maldosa de vez em quando.
- A banda que o diga. – Louis comentou e eu pisquei para eles.
- Só me avisem quando forem e quando voltarão para eu programar as coisas. – Ele assentiu com a cabeça. – Mas você vai estar aqui para o fechamento do novo contrato? – Perguntei.
- Sim, sim! É mais para o fim do ano, não algo tipo semana que vem. – Ri fraco, acenando com a cabeça.
- Beleza! – Me levantei. – Vou deixar os pombinhos a sós, se precisarem de mim, estarei do outro lado do corredor. – Falei e eles riram.
- Pode deixar. – Eles falaram juntos e eu sorri, acenando para eles.

- Eu estava pensando aqui, gente. – Falei, tirando a caneta da boca. – Podemos fechar isso com somente um álbum com o final da produção para daqui quatro anos. – Ajeitei os papéis em minha frente e observei Patrick, Brent, toda a bancada de associados, Jeffrey, meu advogado, ao meu lado, e meus membros de banda só observando.
- Tínhamos combinado três álbuns em dez anos. – Brent falou.
- Eu sei. – Falei, suspirando. – Mas todos sabemos que nossa banda está um pouco abalada no momento. – Suspirei. – Branca, Elliot, problemas pessoais, casamento, crianças. – Balancei a cabeça. – Eu prefiro garantir para vocês que em quatro anos a gente poderá reassumir esse contrato e dar uma folga à minha banda, uma folga digna de meses, anos, que eu não dou desde que eles foram contratados, do que acumular três álbuns em três anos e não ficar feliz com o resultado. – Patrick movimentou os lábios, suspirando alto.
- O que você acha? – O advogado da gravadora virou para Patrick.
- Nós tínhamos combinado de mais três álbuns em três anos.
- Mas nenhum contrato foi fechado ainda, senhor Wilson. – Jeffrey falou.
- Você está pensando em nos deixar, ? – Patrick perguntou.
- Eu tenho motivos para isso? – Olhei para ele, balançando a cabeça. – Não! Eu só quero férias! – Suspirei. – Por favor, Patrick. Eu realmente preciso de um descanso. Fazer tratamentos para a voz, para o joelho, para a bronquite. Além de que minha banda precisa de um tempo. – Falei firme. – Você lê jornais, você sabe tudo o que aconteceu conosco nesses últimos meses. A gente só quer um tempo.
- O que você acha disso, Jessica? – Brent perguntou.
- Eu vou ser honesta em dizer que não estava sabendo disso. – Jessica falou. – Mas eu acompanhei as dores, os choros, os cancelamentos, as tristezas, as quedas, os machucados de perto. – Ela suspirou. – Então sim, seria muito bom esse tempo. Incluindo para eu respirar um pouco. Não se esqueçam que eu sou empresária de sete, mais suas famílias. – Patrick bufou.
- Você garante a volta para a gravadora depois desses quatro anos? – Patrick perguntou.
- Eu voltei depois desses três, não voltei? – Ri fraco. – Se vocês aceitam meus termos, eu assino agora, se não querem, eu posso simplesmente sair daqui e anunciar minha saída. – Patrick bufou.
- Sempre difícil, . – Ele falou.
- Nunca gostei de ser feita de tonta. Se você não confia em mim, por que devo confiar em você? – O encarei firme e ele ficou sem fala.
- Não foi isso que ele... – Cortei Brent.
- Foi o que me pareceu. – Suspirei.
- Ok, refaçam a página das cláusulas e deem as canetas.
Esperei um pouco a advogada mudar a cláusula de tempo de contrato e eu li com calma, vendo se estava tudo do jeito que eu havia pedido e eu entreguei para Jeffrey que colocou no meio do meu contrato e eu assinei com meu nome real, entregando para Patrick que fez o mesmo.
- Perfeito! – Me levantei, estendendo a mão para ele.
- Sorriam para a foto. – Malcon falou e Patrick apertou minha mão e eu sorri, vendo o flash em meu rosto.
- Perfeito! Estamos oficialmente recontratados. – Mack falou e eu pisquei para ele, rindo.

- Eu não acredito nisso! – Foi a primeira coisa que eu disse quando entrei no restaurante japonês no centro de Los Angeles e dei de cara com Rachel e Johnny se levantando.
- Ah, você veio! – Rachel correu em minha direção e eu a abracei forte, soltando uma gargalhada.
- E aí, amiga famosa? – Johnny veio em seguida e eu ri, abraçando-o.
- Mas e aí? Vocês estão juntos? – Perguntei rindo. – Eu vi no Facebook.
- Calma! – Rachel falou rindo e seguimos de volta para a mesa, e eu me sentei na frente deles. – O assunto primeiro é você. – Revirei os olhos.
- Nada disso! Eu sempre sou o assunto, na dieta milagrosa que eu fiz, no novo tom do meu loiro e blá, blá, blá, eu quero saber de vocês. A gente se encontrou no fim do ano, mas nem deu para conversar. Como isso aconteceu? – Rachel riu fraco.
- Tudo começou por um erro, na verdade. – Johnny falou, olhando para Rachel e eu ri.
- Você começou, você conta. – Rachel falou rindo.
- Eu estava trabalhando em Nova York, Rachel em Los Angeles, na mesma editora de livros, mas em cidades diferentes.
- Sim, vocês me mandaram mensagens contando que um conseguiu trabalho para o outro. – Falei, apoiando os braços na mesa.
- Aí eles fizeram uma feira de livros em Washington, e eu fui selecionado, mas Rachel não, tinha sido outra menina, mas aí eles fizeram alguma confusão e os documentos, passagens e tal, vieram no nome dela...
- Aí eu fui! – Rachel riu. – Ficamos no mesmo hotel, descemos para o bar, algumas bebidas depois começamos a falar besteira. – Ela deu de ombros e suas bochechas ficaram avermelhadas.
- Acordamos nus um do lado do outro. – Soltei uma risada.
- E, você sabe... Não foi estranho. – Rachel falou. – Foi bom. – Abri um sorriso.
- Ah, gente! Isso é tão bom! – Apertei a mão dos dois, sorrindo. – Eu nunca pensei que isso fosse acontecer, mas é tão legal! – Ri fraco.
- Para, você está me deixando envergonhado. – Johnny falou e eu balancei a cabeça.
- Que besteira! – Falei, encostando o corpo na cadeira.
- E você? Além dos vários prêmios só esse ano, alguém está noiva? – Rachel perguntou, puxando minha mão e eu ri.
- Eu estou! – Suspirei. – Anthony pediu no Natal. – Mordi o lábio inferior. – Ele pediu para o meu pai, para meus amigos de banda, minha empresária. – Sorri lembrando. – Ele literalmente pediu para todo mundo. – Encarei a aliança delicada em meu dedo, com um pequeno ponto de brilhante e abaixei o olhar suspirando. – Foi demais! – Suspirei.
- Tem certeza? – Ergui o rosto para Rachel. – Você parece distante.
- Deus, eu não deveria envolvê-los nisso. – Balancei a cabeça. – Vocês que já tiveram outros relacionamentos, é comum estar com uma pessoa e pensar em outra? – Falei baixo, olhando em volta do restaurante.
- É mais comum do que você imagina, na verdade. – Johnny falou. – O que muda é o porquê você está pensando nessa outra pessoa e o quanto isso te afeta. – Ele falou.
- Virou terapeuta agora? – Ele riu fraco.
- Não, mas eu troquei muito de namorada. – Franzi os lábios confirmando e ele riu.
- Quem é? – Rachel perguntou e eu suspirei.
- . – Falei baixo, e Rachel arregalou os olhos.
- O que houve? – Ela perguntou e eu suspirei.
- Vocês sabem que eu sempre tive uma queda por ele e tudo mais, certo?
- Obviamente. – Rachel falou.
- Então, eu pensei que isso tinha morrido há uns anos, eu conheci o Anthony, dei uma chance para ele, me apaixonei, as coisas rolaram num relacionamento comum, ok. Mas eu fui convidada para fazer uma figuração em um filme do e eu tive que beijá-lo. – Balancei a cabeça. – Não era a pseudo-atriz que estava beijando-o, gente. Era aquela garota que tinha uma queda por ele. – Balancei a cabeça. – Tinha vontade, desejo, paixão. E agora eu não consigo parar de pensar nele. – Johnny soltou um longo suspiro, colocando a mão no queixo. – Agora estamos noivos, fazendo planos para o futuro, e aí?
- Bem, eu não sei em uma situação dessas, mas você tem que pensar o que é mais importante, um cara que você tem um relacionamento sólido há dois anos e que está pronta para dar o próximo passo. Ou se você quer focar em um beijo, que para ele, pode ter sido só um trabalho. – Suspirei. – Eu sei que é cruel, mas você gosta dele... Ele gosta de você?
- Você está dizendo para eu parar de pensar nele? – Suspirei.
- Por que você não dá mais um tempo? Vocês vivem se esbarrando nesse mundo de Hollywood, você é melhor amiga do irmão dele, vão se esbarrar de novo. – Johnny falou. – Analisa como ele está, como ele age contigo, não jogue fora tudo por um ‘se’. – Coloquei o queixo no braço, suspirando. – Se você achar que vale a pena desistir de tudo, que vai ser mais feliz, manda bala. – Assenti com a cabeça.
- Obrigada! – Falei, sorrindo. – Enfim, momentos tristes para fora, o que vamos pedir? Estou faminta. – Eles riram.
- Vamos ver! – Rachel chamou o garçom.

- Não, Mike, que isso, é uma música de amor. Algo mais sutil, mais fofo. – Falei e ele segurou as cordas da guitarra e eu revirei os olhos.
- Não faça essa cara! – David falou. – Você já se ferrou. A mulher se fechou em Wisconsin e não sai mais de lá.
- Mas eu não fiz nada! – Mike gritou e eu revirei os olhos, conferindo as notificações do celular, puxei e vi algumas mensagens de , ignorei um pouco.
- Sim, você fez. Alguma coisa você fez, mulher é um bicho estranho, mas ninguém fica bravo do nada. – Falei com ele e ele suspirou, revirando os olhos.
- Ah, que merda! – Ele falou. – Por que é tão difícil?
- Gostaria de saber também. – Balancei a mão, vendo o celular brilhar na minha mão e vi a foto de . – Ué! – Falei.
- Trabalha na letra. – David falou e eu ri fraco, colocando o telefone na orelha.
- Alô? ? – Atendi o telefone.
- Nasceu! – Afastei o celular da orelha, ouvindo-o gritar.
- ? – Perguntei de novo.
- O filho da Carly nasceu! – Ele gritou de novo e eu abri um sorriso.
- Ah, meu Deus! – Falei, animada. – Nasceu? – Perguntei rindo.
- Nasceu faz pouco tempo, onde você estava? Te mandei diversas mensagens.
- Ah, , nem estava com o celular na mão! – Ri fraco. – Mas sério? Nasceu? É um menino?
- Sim! – Ele sorriu. – Ele é tão grande, . – Sorri!
- Ah que demais, , meus parabéns. Manda um beijo para Carly. – Sorri.
- Por que você não vem para Boston? – Ele perguntou e eu suspirei. – Vem, por Carly. – Ri fraco. – Amanhã ela já tem alta, a gente vai fazer uma festa na casa da minha mãe. – Ri fraco, pensativa no que Johnny tinha falado.
- Eu vou ver os horários dos voos.
- Eba! – Ele falou animado.
- Mas manda um beijo para ela, eu aviso a hora que eu chegar. – Ri fraco.
- Beleza! – Ele gritou. – Bebê chorando, vou desligar! – Ele falou e eu ri.
- Vai para Boston, é?! – David perguntou e eu suspirei.
- Parece que sim. – Dei de ombros. – Vai, foca! – Falei para Mike.

- Oi! – Sorri para Lisa quando ela abriu a porta e ela fez o mesmo, me abraçando forte e eu sorri.
- E aí, cadê a nova mamãe? – Perguntei e ela apontou para dentro e eu sorri.
- Está sozinha?
- Não, pessoal tá estacionando! – Falei rindo.
- Vai lá, então! – Lisa me empurrou. – Eles estão lá em cima. – Ri fraco, e entrei na casa dos .
A grande mansão tinha três andares para cima, no primeiro andar ficava a sala e a cozinha, no segundo andar ficava os quartos do casal e das meninas, e no último o dos meninos. Joguei minha bolsa no sofá e coloquei meus saltos para fazerem barulhos na escada e comecei a ouvir vozes e risos altos, típico dos .
- Licença? – Bati as mãos na porta, dando de cara com os quatro e Tara, fazendo todos se calarem.
- ! – Carly que estava sentada na cama falou sorrindo, e eu observei em volta, encontrando com o bebê no colo.
- Surpresa? – Falei sorrindo.
- Ótima surpresa! – falou, passando o braço pelos meus ombros, me apertando pelo pescoço e eu ri fraco.
- E aí, gente? – Dei um beijo nele, acenando para o pessoal.
- Oi, . – Eles falaram em coro.
- E como vai a mamãe? – Atravessei o quarto, tocando os ombros de Shanna e e cheguei em Carly, dando um beijo em sua testa.
- Está tudo bem! – Ela sorriu, assentindo com a cabeça. – E você? – Afirmei com a cabeça, suspirando.
- Está tudo bem também! – Ri fraco. – E o pequeno? Já escolheu o nome?
- Já sim. – Ela falou. – Miles. – Ela sorriu.
- Ah, que lindo, Carly! – Falei.
- Vem vê-lo. – falou, e eu me coloquei ao seu lado, vendo o bebê dormindo em seu colo.
- Oi, Miles. – Falei sorrindo, vendo o pequeno mexer os lábios. – Não, gente, eu não espero que ele responda. – Eles riram e eu virei o rosto para , que também encarava seu sobrinho e eu me levantei.
- Veio sozinha? – perguntou.
- Até parece, né?! – Balancei a cabeça. – A gangue vai acordar esse pequeno já, já. – Eles riram.
- E Agatha, ? Como está? – Carly perguntou.
- Ah, você sabe. Os dias passam, mas é difícil quando estamos juntos e as trigêmeas, ou Melanie, ou Gemma aparecem. – Balancei a cabeça. – Ninguém disse que seria fácil. – Suspirei e notei que e se entreolhavam e suspirei.
- E aí, galera? – Jack apareceu na porta. – Xí! – Ele virou para trás e ouvi o eco por todas as pessoas.
- Ai, meu Deus! – Encostei meu corpo na parede, vendo-o entrar com David e Mike. – Eu não vou pedir desculpas por ninguém dessa vez. – Eles riram.
- Oi, gente. – Anthony entrou e o silêncio se instalou e eu até olhei meio estranho para o pessoal.

- , me ajuda com um negócio aqui? – perguntou e eu me levantei do chão.
- Claro! – E saí com ele do quarto, descendo as escadas, indo em direção a algum lugar, que eu ainda não sabia.
- O que precisa? – Perguntei e ele me puxou para dentro da cozinha e fechou a porta.
- Você está louca? – Ele perguntou alto e eu arregalei os olhos.
- O quê? – Perguntei, balançando a cabeça.
- Você vem para cá, alguns meses depois de beijar o , some por um tempo e traz o Anthony? – Ele falou mais baixo, colocando as mãos na cabeça.
- Qual é o problema, ? Foi um filme, não foi? Então! – Falei, virando o corpo.
- Mas você gostava dele, como assim? O que está rolando, meu Deus? – Ele virou o corpo, suspirando.
- , acabou. – Falei, suspirando. – Foi bom? Foi! Foi prazeroso? Foi! – Falei, tentando tirar a feição de boba do rosto. – Não posso ficar sofrendo por isso, , não vou me permitir ficar sofrendo por isso.
- Sofrer, ? Isso é amor! Não se sofre de amor! – Ele falou, batendo na minha cabeça. – está solteiro, voltou todo sem entender também. Você não liga, não fala nada. Eu achando que meu irmão e minha melhor amiga ficariam juntos, e aí? Você vem ver a Carly e traz seu noivo? – Ele tentou falar mais baixo e respirou fundo.
- Você se ouviu, ? – Perguntei, segurando suas mãos. – Ele está solteiro, eu não estou. – Suspirei. – Foi um beijo só. Sim, eu fiquei pensando nele, não vou negar, mas não tem como eu largar tudo por um se, . Ok, o beijo foi bom, eu termino com o Anthony, eu e ele resolvemos dar uma chance, tá, e se não der? – Notei que eu já estava chorando. – Eu não posso, . – Ele me abraçou. – Eu não quero me magoar, eu não posso me magoar. – Balancei a cabeça. – Eu preciso esquecer isso. – Ele suspirou e assentiu com a cabeça.
- Desculpe, desculpe. Eu não sabia que doía tanto. – Ele me olhou fundo nos olhos.
- Dói, , mas eu não posso fazer isso agora. Eu adoro seu irmão, mas eu não posso jogar tudo para cima por uma suposição. – Ele suspirou.
- Eu entendo. – Ele falou.
- Eu fico sozinha eu paro e penso e eu não sei o que eu quero fazer, entende? – Suspirei. – Eu não sei, então, eu prefiro não fazer nada.
- Mas foi bom? – Ele perguntou e eu ri fraco.
- Foi muito bom! – Suspirei e ele riu. – Mas, por favor. – Suspirei. – Em outras situações eu adoraria falar sobre isso, mas eu estou muito confusa. – Balancei a cabeça.
- Tudo bem, amiga. Eu prometo que não falo mais disso. – Ele falou, estalando um beijo na minha bochecha. – Vou deixar você escolher e prometo que estarei feliz com qualquer que for sua escolha. – Sorri, abraçando-o forte.
- Obrigada, ! – Ele suspirou.
- Vamos, vai! – Ele falou e eu passei a mão no rosto, balançando a cabeça e saímos da cozinha, andando escada acima novamente, vendo todo o povo acumulado em casa.
- Ah, voltaram! – Eles falaram. – Onde foram?
- Ei, segredos de melhores amigos não passarão. – Eles riram. – Vai, , para de monopolizar e deixa eu segurar essa coisa fofa.
- Olha o perigo! – Ele brincou e eu revirei os olhos.
- Eu tenho mais experiência com bebês do que você! – Ele se levantou da cadeira e eu me coloquei em seu lugar, vendo-o ajeitar o pequeno em meus braços e eu segurei delicadamente, olhando para , sorrindo. – Oi, fofo! – Ajeitei a manta de Miles, sorrindo para ele. – E esses olhos escuros? Puxou da mãe, é?! – Perguntei e eles sorriram.
- Olha como ele fica calmo com ela. – Shanna falou e eu sorri.
- Eu disse que tenho experiência. – Sorri.
- Você vai ser uma boa mãe, . – falou e eu virei o rosto para ele, sorrindo.



Capítulo 20

- Vamos lá! – Falei para Mike, chacoalhando seus ombros e ele riu, assentindo com a cabeça.
- Está empolgada, hein?! – Ele falou e eu ajeitei minhas Havaianas nos pés, saindo para fora do camarim.
- Eu estou com sono, na verdade. – Suspirei. – Tomei energético e café, vou ficar pilhada a noite toda.
- Nossa, ! – Ele falou. – Você é louca! – Balancei a cabeça, suspirando.
- Sim, estou sabendo. – Me aproximei do meu técnico de som, pegando o microfone com ele, e coloquei o ponto, vendo o pessoal me imitar. – Mas precisamos animar a praia de Copacabana por umas três horas, me agradeça depois.
- O que está rolando? – Louis perguntou.
- se encheu de energético e café. – O francês riu.
- Toma cuidado, hein?! Você fica superanimada, mas depois capota. – Ri fraco.
- Vai ficar tudo bem. – Suspirei.
- Entrando em 10, nove... – Jessica falou e eu suspirei, puxando meu vestido tomara-que-caia branco para cima, andando em direção ao palco.
- E aí, Rio?! – Acenei para o pessoal que ocupava uma grande extensão da praia, falando em português. – Como estão? – Coloquei o microfone no pedestal, vendo o pessoal gritar. – Hoje é um dia importante para todos nós, porque é a nossa primeira vez aqui no ano novo no Rio de Janeiro. – Eles gritaram animados e eu sorri. – Vamos para a contagem? – Gritei, vendo o contador aparecer atrás de mim.
- 10, nove, oito, sete, seis... – Eu acompanhava o cronômetro com eles, sorrindo. – Cinco, quatro, três, dois, um! Feliz ano novo! – Os fogos começaram a estourar na madrugada do Rio de Janeiro e eu abri um sorriso, suspirando, abraçando Mack de lado.
- Que vocês tenham um 2011 incrível e maravilhoso! – Sorri, apontando para David. – Mas agora, vamos fazer o que fazemos de melhor. Dançar! – Gritei e eles repetiram. Dave colocou seus dedinhos para funcionar em sua picape e eu puxei o microfone do pedestal, ficando bem na frente do palco.
- Oh why are we are waiting so long, I'm suffocating. – Comecei cantando.
- Oh why are we are waiting so long, I'm suffocating. – Jack e Emily entraram comigo
- Boy it's now or never, time we get together. Been a long time coming, now I need that loving.– Eu movimentava o corpo no ritmo da música. - I like the way you tease me, but let's just make this easy. Put me in control, we can switch roles.
- And I'll take the lead.
- You're so far behind me. – Jack e Emily apareceram ao meu lado.
- You know what I need.
- I'm not gonna stop. – Cantei sozinha, suspirando. - Whatever the weather, we gon' be better together. So what's up baby? What about us? – Ergui a mão livre. - 'Cos I've been watchin' and waitin'. Why don't you give it or take it? So what's up baby? What about us? Watcha doin' to my head? – Gritei, começando a pular com o pessoal.
- Na, na, na, na, na! – Jack e Emily ficavam ao meu lado.
- Should be here with me instead!
- Na, na, na, na, na!
- What about those words you said?
- Na, na, na, na, na!
- What about us?
- Na, na, na, na, na!

- Isso está muito legal! – Jamie Foxx falou ao meu lado e eu ri fraco, abraçando-o.
- Ah, foi bom vocês terem me convidado para fazer parte desse projeto. – Sorri para ele, Carlinhos Brown e Will.I.Am.
- Ah, que isso, o prazer foi nosso. – Carlinhos falou, beijando minha mão e eu sorri.
- Vamos tentar fazer mais uma vez? – Carlos, o diretor do filme perguntou.
- Claro! Vamos sim! – Falei, animada, me aproximando novamente do microfone que dividíamos e suspirei.
- Você topa fazer a música em português depois? – Carlinhos perguntou.
- Claro! Já topei fazer a dublagem em português também. – Pisquei e ele riu, assentindo com a cabeça.
- Vamos lá, então! – Carlos falou, e eu coloquei o fone novamente, vendo a introdução da trilha sonora de Rio começar.
Ser convidada para fazer parte de Rio, tanto na dublagem em português, como inglês, mas também nas músicas, havia sido um grande prazer para mim. A produção era uma mistura de brasileiros com americanos, e era bom estar nisso. O filme tinha uma mensagem incrível sobre extinção, além de mostrar meu Rio da melhor forma possível. Apesar de não ter nascido aqui, eu sou brasileira, então sou apaixonada pelo Rio.
A música começava devagar, com o canto dos pássaros ao fundo, diferentes espécies cantando junto, até que um triângulo começar a ser tocado, e logo em seguida uma cuíca, até que a querida bateria de escola de samba começava, fazendo com que meu corpo arrepiasse.
- Ela batuca, ela batuca, ela batuca... – O som ao fundo começava a tocar e eu suspirei. – E aí Berlim! – Os batuques ficavam mais forte, fazendo com que nós quatro, começávamos a cantar juntos.
- All the birds have a feather. Do what we love most of all. We are the best at rhythm and laughter, that's why we love carnaval. – Toquei meu fone, ouvindo a música estourar em meus ouvidos. - All birds we can sing to. Sun and beaches they call. Dance to the music, passion and love. Show us the best you can do. – Carlinhos mexia as mãos no ritmo do batuque. - Everyone here is on fire. Get up and join in the fun. Dance with a stranger, romance and danger. Magic could happen for real, in Rio. All by it self. You can't see it coming, you can't find it anywhere else. – Respirei rápido. - It's real, in Rio, know something else. You can feel it happen, you can feel it all by yourself.
A música dava uma parada, com os apitos tocando e cada instrumento tocando devagar, e clássicos sons de baterias de samba tocando ritmados, fazendo um grande sorriso abrir em meu rosto, e meus pés automaticamente sambarem junto.
- All the birds have a feather, do what we love most of all. – Os homens gritavam separadamente. - Moon and the stars, sun and guitars. That's why we love carnaval. – Jamie apontou para mim e eu sorri.
- Loving our life in the jungle, everything's wild and free. – Respirei fundo.
- Never alone, 'cause this is our home. – Jesse Eisenberg cantava sozinho também, animado.
- Magic can happen for real, in Rio. – Cantamos juntos. - All by it self. You can't see it coming. You can't find it anywhere else. – Terminada rápido.
- I'm a kako wero kinga, kinga, kinga, kinga.– Will.I.Am entrava sozinha. - Birds like me, 'cause I'm a hot winga, there's your hota winga.
- Here everybody loves samba. – Jamie entrava com a voz sutil dele.
- I like the Samba. – Will cantava com ele.
- Rhythm you feel in you heart. – Jamie sorria.
- I'm the Samba master.
- Beauty and love, what more could you want.
- Everything can be for real, in Rio. Here's something else. – Voltamos cantando junto. - You just feel it happening. You won't find it anywhere else. – Alongamos o final sincronizadamente, ouvindo tudo parar ao mesmo tempo.
- Ah, que maravilhoso! – Falei sorrindo, batendo palmas com o resto do pessoal.
- Posso interromper? – Virei o rosto para minha empresária que abria a porta do estúdio.
- Claro! – O diretor falou.
- Seu telefone! – Ela falou e eu pendurei o fone no microfone e segui em sua direção, pegando o celular e vendo o nome de meu pai no visor, colocando-o na orelha rapidamente e saindo do estúdio.
- Alô? – Atendi.
- Oi, filha, tudo bem?
- Oi, pai, tudo certo e aí? – Perguntei, me encostando na parede.
- Tudo certo! – Ele suspirou. – Você está no Brasil ainda?
- Sim, estamos terminando de gravar a trilha sonora de Rio. – Sorri.
- E como está ficando?
- Ah, é incrível! – Ri fraco. – Me diga algo que não fique bom com uma escola de samba de fundo? – Ele riu.
- Você tem razão! – Sorri. – Ah, você pretende passar em Relva antes de voltar para Los Angeles?
- Posso passar. – Dei de ombros. – O que foi? Algum problema? – Ele demorou para responder, finalizando com um suspiro.
- Pode ter! – Franzi a testa.
- Pai, você está me preocupando.
- Faz o seguinte, termina e venha para cá, conversamos quando chegar. – Balancei a cabeça, pressionando minha têmpora.
- Ok, ok! – Suspirei. – A gente se vê, amo você.
- Também te amo, querida. – Ele falou e eu desliguei o telefone, entregando para Jessica.
- O que foi? – Ela perguntou.
- Eu não sei. – Fui sincera. – Mas meu pai quer que eu passe em Relva antes de ir para casa.
- Podemos fazer isso. – Ela falou e eu assenti com a cabeça, suspirando.
- Eu vou voltar lá, confere horário de voos, por favor.
- Vou fazer isso. – Ela disse.

- ! – Olhei para o portão, vendo Matheus sair correndo do mesmo e eu passei meus braços em seu corpo, apertando-o forte.
- Ah, como você está lindo! – Passei as mãos em seus cabelos arrepiados.
- Valeu! – Ele sorriu e eu apertei meu meio-irmão.
- 15 anos já, não é?! – Ele riu fraco.
- 16 em alguns meses. – Ele falou, piscando para mim.
- Ah, meu Deus! – Suspirei, rindo. – Já está arrasando corações? – Ele deu de ombros e eu revirei os olhos.
- Oi, Matheus. – Jessica falou e ele a abraçou rapidamente.
- Me diga, o que está acontecendo? – Ele coçou os cabelos.
- É melhor você entrar. – Ele apontou para o portão e eu revirei os olhos.
- O que vocês estão escondendo?
- Acredite, seu pai queria esconder mais. – Soltei um suspiro e eu e Jessica nos entreolhamos, entrando em casa, seguindo Matheus.
Passei pela sala de TV, encontrando meu pai sentado em um dos sofás, Amélia em outro e uma terceira mulher, pouco mais jovem que ambos, sozinha na poltrona próximo a TV. Assim que eu passei pela porta, os três se levantaram, mas dava para notar que o clima estava um pouco pesado.
- Ah, oi? – Falei meio confusa, me aproximando do pessoal.
- Oi, filha, como está? Fez boa viagem? – Ele perguntou e eu assenti com a cabeça, sentindo-o me abraçar rapidamente.
- Estou bem. – Sorri. – Oi, Amélia.
- Oi, querida, como está?
- Muito bem! – Sorri. – E aí, o que está acontecendo?
- Essa é Fátima. – Meu pai apontou e a cara de interrogação não sumiu. – Sua mãe. – Eu travei por um momento, respirando fundo, tentando manter a calma e suspirei fundo.
- Eu não tenho mãe. – Falei, tentando me manter séria.
- Eu entendo o que você está dizendo. – Ela falou e eu ergui o dedo.
- Fátima, certo? – Ainda bem que eu estava loira, mais magra e com o rosto mais fino, porque eu era a cara dela, agora que eu prestara atenção. – O que você quer? – Suspirei. – Você me deu à luz e depois sumiu pelos próximos 24 anos? O que mudou? – Perguntei.
- Eu queria ver você. – Ela suspirou. – Eu vi sobre você na TV, sua entrevista no Programa do Jô. Eu queria fazer parte da sua vida.
- Desculpa, mas isso não vai ser possível. – Suspirei. – Eu nunca tive problemas em fazer amigos, me virar, resolver minha vida, mas eu tenho um pé atrás contigo, você sabe, não é? –
- Sim, eu sei! – Ela suspirou. – Eu só achei que... – Suspirei.
- Podemos conversar. Eu e você, sozinhas. – Falei baixo. – Mas já vou te avisar, que a ocupação de mãe, já está sendo ocupada por diversas pessoas, e eu não tenho intenção de virar sua nova melhor amiga.
- ... – Meu pai falou.
- Não, pai, você sabe que eu estou certa. – Suspirei. – Essa é a minha oferta.
- Ok, eu aceito. – Ela falou e eu assenti com a cabeça.
- Vamos lá para dentro. – Falei, apontando para meu quarto. – Já voltamos.

- Você veio atrás de dinheiro, não veio? – Perguntei na lata, fechando a porta do meu quarto.
- Oi? – Ela falou, virando o rosto para mim.
- Por favor, não espere que eu acredite que você me abandonou há 24 anos e agora quer se reaproximar da filha. – Falei sincera, cruzando os braços. – Eu já passei muita coisa nessa vida para ser trouxa. – Ela se aproximou de mim.
- Você já passou por muita coisa? – Ela perguntou, rindo ironicamente. – Fortuna, fama, boa vida. Com certeza é muita coisa. – Ela falou irônica.
- Aparentemente você nem se deu ao trabalho de pesquisar sobre mim antes de vir para cá. – Dei de ombros. – Mas sim, eu estou nesse patamar, porque pessoas próximas a mim me deram essa oportunidade. – Falei sorrindo. – Me permitiram tentar, me permitiram falhar e, o mais importante, não se afastaram de mim quando as coisas apertaram. – Falei sincera, soltando um suspiro forte. – Então, por favor, mamãe, o que você quer para eu fingir que você nunca passou aqui? – Sorri. – Afinal, todos estamos muito bem sem você.
- Bem? Vocês estão magníficos. Não parece as mesmas pessoas que eu deixei para trás.
- Chegamos ao ponto. Você nos deixou para trás, Fátima. – Fui sincera. – Meu pai não teve escolha a não ser cuidar de um bebê que tinha acabado de desmamar. – Me sentei na cama. – E sabe o melhor? Ele fez isso magnificamente. – Sorri. – Tivemos nossas dificuldades, nossos apertos, mas nunca faltou comida, carinho, amor, compreensão. – Balancei a cabeça. – Por que você acharia que, depois de anos, a gente sentiria sua falta? Meu pai pode ter sentido algum dia, porque ele te amou, mas eu não me lembro com uma mãe. – Falei honesta. – Jessica, Amélia, Lisa? Sim, elas são minhas mães. E você? O que você é? – Ela abriu a boca diversas vezes e soltou o ar forte. – O que você quer?
- Dinheiro. – Ela falou abertamente.
- E por que eu te daria dinheiro? Acredite, prefiro doar para as instituições de caridade que eu já doo mensalmente.
- Eu posso te chantagear. – Soltei uma risada fraca.
- Eu sei que você pode, notei seu jeito desde que entrei, mas me diga, com o que você vai me chantagear? Eu não tenho segredos. – Sorri.
- Você tem. – Suspirei.
- Bem, se você acha que eu tenho, libere-os. – Sorri. – Eu ainda não vou te dar dinheiro. – Cruzei os braços novamente.
- Espero que você esteja preparada para o que acontecer, então.
- Pode deixar que eu estou. – Sorri, me levantando. – Porque qualquer coisa que você possa saber de mim, os fãs e a imprensa já sabem. Agora, se você quer passar por chantageadora, aí é por sua conta e risco, mas posso dizer que eles não tendem a acreditar em drogados. – Apontei para seus braços roxos e elas os cruzou rapidamente.
- Por favor... – Ela falou.
- Eu posso te pagar uma reabilitação, você tentar se reerguer, mas nunca venha atrás de mim ou de minha família novamente.
- Por que você faria isso? – Ela perguntou.
- Porque eu não tenho nada a perder. – Falei. – Você tem, e já deve ter perdido muito mais do que eu sei. – Ela assentiu com a cabeça, soltando um suspiro alto.
- Obrigada! – Ela disse e eu me levantei, esticando a mão.
- Temos um trato? Uma reabilitação por nunca mais te ver? Desculpe, mas eu não quero. Você vive com a sua escolha, eu vou viver com a minha. – Ela pensou um pouco e apertou minha mão.
- Foi bom te ver. – Ela falou. – Você está muito bem.
- Pena que isso não aconteceu antes, quem sabe? – Dei de ombros, indo para a porta do quarto, abrindo-a. – A gente se vê por aí. – Falei, suspirando.

- Ela fez o quê? – Robb gritou atrás de mim.
- É o que eu disse. Ela queria me chantagear para eu dar dinheiro para ela. – Abaixei a Vogue que eu era capa.
- Nossa, desculpa, mas que baixo, não?! – Ri fraco, sentindo-o tirar a toalha de meu cabelo.
- Eu não tenho relação nenhuma com ela, não precisa pedir desculpas para mim. – Falei rindo e ele abaixou minha cabeça, colocando no lavatório.
- Mas com o que ela ia te chantagear? – Ele perguntou e eu olhei para ele de cabeça para baixo.
- E eu sei? O único ‘segredo’ é que eu beijei o , mas é para um filme, então não é como se ela tivesse muita coisa. – Ele riu fraco, ligando a água em meus cabelos.
- Mas que gentinha, hein?! Ah, como esse povo consegue? – Ele bufou alto, suspirando.
- Eu gosto de pensar que quem faz isso está desesperado. – Dei de ombros, abaixando a revista.
- E o que você fez?
- Eu a prensei na parede, mas vou pagar um ano de reabilitação para ela. Ela se envolveu com drogas e sei lá o que mais. – Suspirei. – Não deve ter sido fácil.
- Reabilitação em Relva? – Neguei com a cabeça.
- Não, São Paulo. Não quero ela perto de mim ou de minha família de novo. Estamos bem, sabe? Além de que eu já tenho várias pessoas que eu considero como mãe. – Sorri e ele assentiu com a cabeça.
- Sim, eu acho que te entendo. Quem ela é para aparecer agora, certo? Ela teve tanto tempo para fazer isso. – Suspirei, sentindo-o esfregar meu coro cabeludo.
- Eu sei que isso vai me assombrar por um tempo, me fazer imaginar o que aconteceria se eu desse a ela uma chance, sabe? Mas eu já tenho a minha família, não seria justo. – Ele soltou um suspiro.
- Querida, eu não sei se você fez a coisa certa ou errada, mas você fez o que você achou melhor, agora tem que viver com isso. – Assenti com a cabeça.
- Eu sei, e eu espero não perder o sono por causa disso. – Ele sorriu, acenando com a cabeça.
- Não vai, você tem muitas pessoas para te apoiar.
- Sei sim. – Sorri, vendo-o colocar a toalha no meu cabelo.
- Vamos lá! – Ele disse, indicando para a cadeira e eu o segui, me sentando na mesma e colocando a revista na bancada. – Vamos ver como ficou? – Ele perguntou e eu assenti animada. – Agora! – Ele puxou a toalha em meus cabelos e eu arregalei os olhos surpresa.
- Oh, meu Deus! – Falei.
- Oh, droga, ficou laranja demais. – Ele falou, fazendo careta.
- Eu amei! – Falei, vendo meus novos cabelos ruivos molhados e passei a mão na ponta. – Está demais.
- Você gostou? – Ele perguntou.
- Amei! Está demais! – Falei animada, passando a mão nos fios.
- Seco ele vai ficar mais chamativo. – Ele falou.
- Está demais! – Falei rindo. – Eu adorei! Seca, eu quero ver como vai ficar! – Ele riu fraco, balançando a cabeça.
- Isso que é uma mudança extraordinária! – Ele falou e eu pisquei, rindo fraco.
- Espero que Anthony goste. – Falei e ele sorriu, balançando a cabeça.

- E agora, representando o filme , na categoria de Melhor Trilha Sonora Original, por favor, recebam a cantora Stone. – A voz falou, me introduzindo, e eu coloquei meus pés para andar, vendo meu vestido flutuar pelo palco, até eu me colocar em frente a um pedestal no meio do palco e respirei fundo.
O ritmo mixado começou logo em seguida, longo e seguido, fazendo com que as luzes sobre mim fossem ligadas devagar e eu consegui ver a plateia sentada em suas posições e logo David entrou com o piano forte e solitário, fazendo-o ecoar pelo salão.
- Creeping out. Spinning around. I'm underground. I fell down. Yeah, I fell down. – Respirei fundo, fechando os olhos. - I'm freaking out. – Forcei a voz. - Where am I now? Upside down and I can't stop it now. It can't stop me now. – Alonguei a voz, movimentando as mãos lateralmente. – Oh! I'll get by. – Respirei rapidamente. - I'll survive. When the world's crashing down. When I finally hit the ground, I won't turn myself around. Don't you try to stop me, I won't cry. – Senti minha voz afinar no fim e molhei meus lábios entre si.
As notas do piano ficaram mais rígidas, a bateria mais forte e a orquestra tocava atrás com muito carinho e força, fazendo com que eu mexesse meu corpo devagar, respirando fundo, atenta ao tempo.
- I'll play the game, but I can't stay. – Senti as notas arrepiarem meu corpo. - I've got my head on straight and I'm not gonna change. I'm not gonna change. – Movimentei a cabeça. - I'll win the race, keep up with the pace. Today is the day, that I start to pray. You can't get it my way. – Alonguei novamente, abrindo os braços. - No! I'll get by. I'll survive. – Abaixei meus braços fortemente, fechando as mãos em punhos. - When the world's crashing down. When I finally hit the ground, I won't turn myself around. Don't you try to stop me, I won't cry. – Suspirei. - I found myself in wonderland. – Abri um sorriso com as luzes azuis que cortavam o local. - Get back on my feet again. – Minha voz ficou mais fina. - Is this real? Is this pretend?– Abri os olhos, sorrindo. - I'll take a stand until the end. – Abri os braços, vendo as luzes começarem a piscar entre azuis e brancas. - Oh! I'll get by. I'll survive. – Abri um sorriso. - When the world's crashing down. When I finally hit the ground, I won't turn myself around. Don't you try to stop me, I won't cry. Oh! I'll get by. I'll survive. When the world's crashing down. When I finally hit the ground, I won't turn myself around. Don't you try to stop me, I won't cry. – Terminei a música em um suspiro, ouvindo o ritmo mixado novamente baixo, até tudo ficar em silêncio e o som dos aplausos ficarem evidentes novamente.

- Por favor, recebam no palco do Golden Globe, Chris Hemsworth e . – Me desviei do que Mike falava e eu virei o rosto para frente, vendo entrar no palco com um terno preto e gravata borboleta, ao lado de Chris Hemsworth e abri um pequeno sorriso.
- Trilha sonora, músicas originais, um filme não seria nada sem esses pequenos artefatos. – Hemsworth falou.
- Emoção, arrepio, felicidade, sorrisos e lágrimas, nada disso seria possível sem a certa música no momento correto. – falou com as mãos no bolso, ele estava diferente, o cabelo estava ralo e ele tinha uma barba bem discreta no rosto.
- Esses são os indicados de canção original. – Hemsworth falou e eu fiquei mais nervosa, era uma categoria que eu competia.
- "Bound To You", Burlesque. "You Haven't See The Last Of Me", Burlesque. "There’s A Place For Us", As Crônicas de Nárnia: A Viagem do Peregrino da Alvorada. "Coming Home" - Onde o Amor Está. "I See The Light", Enrolados. – falou, com um pequeno sorriso no rosto e eu senti Anthony apertar minha mão em cima da mesa e sorri, nervosa.
- E o Golden Globe vai para... – Hemsworth falou, abrindo o envelope. – I See The Light, Enrolados, música de Alan Menken e letras de Stone. – Mack soltou um grito em nossa mesa e eu ri, me levantando, abraçando rapidamente Anthony e sentindo um beijo de David e eu saí do meio da nossa mesa, vendo Alan, que estava perto de nós, esticar a mão para mim e eu o abracei fortemente.
Segurei a ponta do meu vestido tomando cuidado para não tropeçar e dei o braço para ele, subindo para o palco, vendo com um largo sorriso no rosto e eu me soltei de Alan, abraçando-o fortemente.
- Parabéns! – Ele cochichou para mim, entregando o prêmio para mim e eu sorri, rindo e segui para abraçar o outro ator, vendo-os se colocar na lateral e eu e Alan dividimos o microfone e eu indiquei para que ele falasse.
- Obrigado! – Ele falou rindo. – Obrigado por isso, fazer parte de Enrolados foi uma experiência gratificante. Eu gostaria de agradecer a Disney por me dar essa oportunidade, a direção, produção, toda a equipe. – Ele virou para mim. – Gostaria de agradecer a essa estrela completa que está ao meu lado por todo apoio e loucura. Foi um prazer trabalhar contigo. – Ele esticou a mão e eu sorri, apertando.
- Eu que agradeço, Alan, pela oportunidade de trabalhar com alguém do seu calibre, foi extraordinário. Além de poder trabalhar em um filme da Disney, quem pode dizer que isso aconteceu? – Ri fraco. – Alan, você não conta. – O pessoal riu. – Quero agradecer à minha família, meus amigos, toda a equipe que sempre me apoiou, vocês são demais! – Falei, erguendo o prêmio e dei o braço para Alan, para sair do palco, enquanto o pessoal aplaudia.
- E agora, o prêmio de melhor trilha sonora. – Virei o rosto, assim que notei que estava fora do palco. Nossa, mas já? E vi falando no microfone.
- 127 Horas, O Discurso do Rei, Alice no País das Maravilhas, A Rede Social e A Origem. – Hemsworth falou no microfone e Alan ficou ao meu lado enquanto falavam as indicações e eu respirei fundo.
- Alice no País das Maravilhas! – Dei um pulo nos bastidores, vendo uma câmera em meu rosto e soltei uma risada. – Recebendo esse prêmio, Stone.
Voltei para o palco com a música que eu cantara mais cedo de fundo e e Hemsworth riram e eu os abracei novamente, vendo negar com a cabeça e eu dei de ombros, soltando uma risada e me coloquei em frente ao microfone de novo.
- Oi, gente! – Falei rindo. – Uau, eu nem sei o que dizer. – Ri fraco. – Esse prêmio não é só para mim, é para todos os artistas e bandas que fizeram parte desse trabalho incrível. – Falei animada. – Esse prêmio é para Danny Elfman que fez a trilha sonora de músicas não cantadas, para The All-American Rejects, Owl City, All Time Low, Metro Station, Tokio Hotel, Kerli, 3OH!3, Plain White T’s, e todos os grandes nomes da música que participaram desse projeto incrível que foi Alice. – Sorri. – Gostaria de agradecer em nome deles ao diretor Tim Burton que fez essa seleção magnífica e deu liberdade para que a gente criasse e produzisse as músicas do jeito que achássemos melhor. Quero agradecer a Anne, Johnny, Mia, Helena, Alan, Michael, Matt, Timothy, Stephen, Crispin e a todos que participaram desse filme e foram gentis comigo desde o começo até o fim da produção. – Ergui o prêmio. – Isso é para todos vocês. – O pessoal aplaudiu e vi Tim no meio do pessoal aplaudindo em pé, com um sorriso no rosto.
indicou a saída do palco e eu o segui com meu prêmio na mão, e um largo sorriso no rosto, eu estava muito feliz, aquilo era demais.
- Eu desisto! – falou quando saímos do palco e eu ri, abraçando-o fortemente. – Dois prêmios?
- Eu não esperava que Alice concorresse, muito menos ganhasse. – Falei sincera, pegando o outro prêmio de Alan, que beijou minha bochecha e se retirou.
- Parabéns! – falou sorrindo. – Isso foi demais.
- Obrigada! – Sorri. – Fiquei feliz que foi você que entregou o prêmio. – O abracei rapidamente.
- Acredite, foi um prazer para mim. – Sorri.
- E esse cabelo? – Ele apontou e eu dei uma volta.
- Gostou? – Ele riu.
- Gostei, mas sinto falta do seu cabelo castanho. – Ri fraco.
- Quem sabe na próxima? – Ele riu.
- Oi! – O outro ator falou e eu ri fraco.
- Oh, meu Deus, me desculpe. – Estiquei a mão para ele.
- , Chris Hemsworth. – indicou e eu sorri.
- É um prazer! – Ele falou.
- é uma grande amiga. – falou e eu sorri.
- Grande e velha amiga! – Falei sincera e ele riu.
- Talvez. – brincou. – Boa sorte no Oscar. – Assenti com a cabeça, suspirando.
- Um passo de cada vez. – Falei honesta. – Você vai?
- Não, mas a gente se vê? – Ele perguntou.
- Com certeza! – Beijei sua bochecha rapidamente. – Deixa eu falar com a imprensa.
- Claro! – Ele sorriu.
- Foi um prazer te conhecer, Hemsworth. – Ele assentiu com a cabeça.
- O prazer foi meu.

- E agora, representando a música I See The Light, do filme Enrolados, recebam no Oscar Mandy Moore e Zachary Levi. – Abri um sorriso, aplaudindo os dois que entraram no palco de lados contrários. A silhueta de um violão ao fundo começou junto e logo ela começou a cantar.
- All those days watching from the windows. All those years outside looking in. All that time never even knowing, just how blind I've been. Now I'm here, blinking in the starlight. Now I'm here, suddenly I see. Standing here, it's all so clear, I'm where I'm meant to be. – Eu mexia os lábios conforme a música, abrindo um sorriso. - And at last I see the light. And it's like the fog has lifted. And at last I see the light, and it's like the sky is new. And it's warm and real and bright, and the world has somehow shifted.– Ela abriu um sorriso. - All at once everything looks different, now that I see you. – Suspirei, colocando a mão no peito.
O violão continuou e o violino entrou de fundo, aparecendo somente a silhueta de fundo também e suspirei, sentindo um orgulho incrível ter outras pessoas cantando minha música, ainda mais pessoas como Mandy Moore e Zachary Levi.
- All those days chasing down a daydream. All those years living in a blur. All that time never truly seeing things, the way they were. Now she's here shining in the starlight. Now she's here, suddenly I know. If she's here it's crystal clear, I'm where I'm meant to go. – Zachary cantou com sua voz sutil, me fazendo sorrir.
- And at last I see the light. – Eles cantaram juntos.
- And it's like the fog is lifted. - Zachary cantou sozinho e eles deram as mãos.
- And at last I see the light. – Eles se encararam sorrindo.
- And it's like the sky is new. - Mandy cantou sozinha sorrindo.
- And it's warm and real and bright and the world has somehow shifted. All at once, everything is different, now that I see you. – Movimentei os lábios acompanhando a música. - Now that I see you. – Suspirei, ouvindo a música terminar e abri um largo sorriso, aplaudindo-os fortemente.

- Recebam no palco, Jennifer Hudson, para apresentar o prêmio de melhor canção original. – Sorri, sentindo um nervosismo subir pelo meu peito e a cantora e atriz entrou no palco com um vestido vermelho e eu suspirei, sentindo Anthony apertar minha mão.
- Uma música é composta por letra e ritmo, mas não é só isso que a define como boa ou ruim. Uma música convencional é classificada pela qualidade, pelo arrepio, pelas lágrimas e pela emoção que ela causa, afinal, toda música tem um significado. Agora, criar uma música que tenha um significado para o filme, algo fictício, é uma arte. – Ela falou e eu sorri, suspirando, adorava ouvir os textos sobre música. – E os indicados desse ano souberam colocar com graciosidade todas essas emoções, fazendo com que a gente se arrepiasse a cada momento, a cada nota, a cada palavra. – Ela sorriu. – Aqui estão os indicados à melhor canção original. – Ela falou e eu sorri, vendo a tela mudar, para os filmes indicados. - "We Belong Together" de Toy Story 3, escrita por Randy Newman. "Coming Home" de Onde o Amor Está, escrita por Bob DiPiero, Tom Douglas, Hillary Lindsey e Troy Verges. "If I Rise" de 127 Horas, escrita por A.R. Rahman, Rollo Armstrong e Dido."I See the Light" de Enrolados, escrita por Alan Menken e Stone. – Abri um sorriso quando falou meu nome, ouvindo o pessoal aplaudir. – E o Oscar vai para... – Jennifer falou, abrindo o envelope, olhando para frente novamente. – I See The Light, de Enrolados, música de Alan Menken e letra de Stone. – Soltei um suspiro de alívio e me levantei, abraçando meu noivo ao meu lado e segui em direção ao palco, vendo Zachary em pé no canto e eu o abracei rapidamente, voltando a andar, segurando a barra do meu vestido, recebendo meu segundo Oscar das mãos de Jennifer, abraçando-a fortemente.
- Oh, meu Deus! – Falei animada, me colocando em frente ao microfone. – Meu Deus, mais um! – Ri fraco. – Infelizmente, Alan não pôde comparecer, mas eu o agradeço por trabalhar comigo, foi incrível. – Sorri. – Quero agradecer a equipe, a Disney, a todos que fizeram parte direta ou indiretamente desse projeto, que puderam de alguma forma apoiar esse projeto. – Suspirei. – Quero agradecer especialmente para Mandy e Zachary que transformaram essa música em um poema, vocês foram demais. Foi incrível poder ver minha música ser cantada de forma tão magnífica. Obrigada! – Sorri, erguendo o prêmio, ouvindo o pessoal aplaudir.

- Eu vou embora! – Falei para Jessica, suspirando.
- Tem certeza? – Ela perguntou.
- Eu estou com muita dor de cabeça. – Falei, suspirando. – Já vim aqui, Alice já ganhou mais um prêmio, acho que posso ir embora. – Ela acenou com a cabeça.
- Pode ir, querida, você quer companhia? – Ela perguntou.
- Não precisa. Eu sei o caminho. – Levantei da mesa, pegando minha máscara do BAFTA e acenei para o pessoal da mesa, saindo do salão onde estava acontecendo a premiação e caminhei pelo hotel em Los Angeles, onde, ironicamente, estava acontecendo a premiação.
- Saindo de fininho? – Virei o rosto, vendo pisando em uma bituca de cigarro e eu franzi a testa.
- Ei! – Falei rindo, parando ao seu lado.
- Como está? – Ele perguntou.
- Estaria melhor se não tivesse te pego no flagra. – Apontei para o cigarro e ele riu fraco.
- É só cigarro, prometo. – Ri fraco.
- Eu sei, você não seria tonto em fumar maconha com esse pessoal em volta. – Assenti para alguns fotógrafos à paisana.
- Estou surpreso em como você parece uma boneca de vez em quando, e quando parece uma sex machine em outras situações. – Dei de ombros, dando uma volta, fazendo meu vestido flutuar um pouco e ele riu.
- Depende do meu humor. – Ele riu fraco.
- Você não sai de algum lugar sem um prêmio, não?! – Ele apontou para a máscara e eu a coloquei em frente ao meu rosto, rindo fraco.
- Às vezes até eu me assusto, sabia? – Ele riu fraco.
- Você merece, sabe? Por tudo. Você é incrível. – Ele falou e eu senti meu rosto esquentar.
- Obrigada! – Abaixei meu prêmio novamente, sorrindo.
- Já está indo?
- Dor de cabeça. – Dei de ombros. – Não sei por quê. – Suspirei.
- Muita atenção. – Ri fraco, empurrando seu ombro.
- Engraçadinho! – Ele sorriu. – E esse cabelo penteado para trás? – Perguntei.
- Cabelo está ficando longo. – Ri fraco.
- Eu gostei. – Falei sorrindo. – Apesar de você não ter gostado do meu. – Toquei o coque e ele riu.
- Não é que eu não gostei, mas sinto falta do castanho de quando nos conhecemos.
- Parece que faz uma eternidade, não? – Ele riu fraco. – Seis anos já.
- Nossa! – Ele balançou a cabeça rindo. – Vamos parar de contar.
- Eu acho melhor também. – Sorri, rindo. – A gente se esbarra por aí? – Perguntei.
- Estamos nos esbarrando bastante ultimamente. – Ele falou.
- Espero que continue assim. – Fui honesta, me aproximando dele e dei um rápido beijo em sua bochecha. – Para de fumar, o cheiro é horrível em um homem bonito. – Ele riu fraco. – Até mais, . – Acenei para ele e peguei a chave do valet que me esperava.

- Passando! – Mack gritou perto do ouvido de e eu ri fraco, dando um tapa nele, vendo o mais velho virar o rosto.
- Nossa! – Ele comentou, se virando.
- Eu disse que a gente iria se encontrar mais vezes. – Falei sorrindo, apoiando a mão em seu ombro coberto pelo casaco de couro e dei um rápido beijo em sua bochecha.
- Estou vendo! – Ele riu. – E dessa vez a gangue veio inteira. – Pisquei. – O que você está fazendo aqui? Não me diga que você está concorrendo ao MTV Movie Awards.
- Ah, a gente estava precisando sair de casa. – Dei de ombros.
- Estou gostando desses encontros. – Ele falou e eu sorri.
- Bem, depois de hoje, creio que só nos encontraremos na première do seu filme.
- Você vai? – Ele falou animado.
- Claro que sim! – Mike apareceu atrás de mim. – Você realmente acha que perderíamos isso? Nem vem! – Ri fraco.
- Eles são um pouco viciados em filmes de super-heróis e tudo mais, sabe? – Dei de ombros e ele riu.
- Um pouco? – perguntou e eu ri.
- , Stone, uma foto, por favor! – Ouvi o fotógrafo falar e eu passei a mão nos meus cabelos de fogo.
- Se importa?
- Não, precisamos de uma para nossa coleção. – Ele falou e eu sorri, virando o rosto para as câmeras, sentindo passar a mão em minha cintura e eu suspirei, arqueando o corpo, sorrindo para as fotos, arrepiada com a mão de e eu passei o braço pelos seus ombros.
- Ei, não se esquece da gente! – Louis falou e logo minha banda inteira se acomodou em nossa frente e do nosso lado, fazendo com que toda a seriedade da foto sumisse, me fazendo rir.
- Eles são extraordinários, não?! – Comentei com que riu.
- Seus amigos. – Ele falou.
- Ei, essa doeu! – Jack falou, erguendo as mãos e eu sorri.
- Acredite, não existe privacidade quando eles estão juntos. – Ele riu fraco.
- Ainda bem, coisas ruins podem acontecer. – Suspirei, sentindo meu corpo arrepiar e eu engoli em seco.
- A gente se vê! – Falei, dando um rápido beijo em sua bochecha e saí de perto, virando o rosto rapidamente para trás, notando que ele estava me encarando e logo virei novamente, balançando a cabeça.

O carro preto andou mais um pouco e a porta foi aberta e eu respirei fundo, ajeitando a renda do meu vestido e saí do carro, ajeitando o cabelo que caía em meus olhos, escondendo-o dentro do chapéu claro, ouvindo os gritos dos súditos ingleses lá fora. Acenei para eles, antes de ficar de frente para a Abadia de Westminster e respirei fundo, caminhando em direção à entrada, vendo diversas câmeras a postos e entrei no local onde seria o casamento do século e respirei fundo, vendo uma pessoa seguir em minha direção.
- Senhorita Stone. – Sorri para ela, acenando com a cabeça. – Me siga, por favor. – Ela falou e eu a acompanhei, andando pouco, e ela me indicou ao meu lugar e eu gelei na hora, era do lado de Elton John e eu suspirei. – Fique à vontade.
- Obrigada! – Falei e sentei, eu estava no casamento real.
- , é um prazer te conhecer. – Elton foi o primeiro a falar e eu sorri, apertando sua mão rapidamente, notando que eu estava tremendo.
- O prazer é meu. – Falei baixo, sorrindo, aquele local estava muito silencioso. – Nossa, que prazer! – Ele riu fraco.
- Esse é David...
- Seu marido? – Perguntei e ele sorriu, indicando com a cabeça e eu apertei a mão do outro homem. - É um prazer conhecê-los. – Sorri sincera. – Vocês são incríveis, você é incrível. – Falei e ele segurou minha mão rindo.
- Você também, não se esqueça disso. – Assenti com a cabeça.
- Obrigada! – Sorri.
Logo o noivo chegou, junto de seu lindo irmão. William e Harry entraram na Abadia, cumprimentando as autoridades religiosas e desfilaram pelo tapete vermelho no local e eu suspirei, já os conhecia, afinal, fui convidada para o casamento, mas que era bom olhar para eles, era.
Em seguida, chegou a família da noiva, a mãe e o irmão, que por sinal, também era muito bonito. Acredite, eu estava sozinha no casamento do século, com Elton John ao meu lado e ninguém para comentar comigo sobre os homens ou mulheres bonitas. Ai que saudade de Jack nesse momento.
O príncipe Charles e Camilla Parker Bowles entraram em seguida, também sendo cumprimentados pelas autoridades presentes e eu suspirei. Gente, aquilo estava realmente acontecendo. De pensar que quando lançamos Ready Or Not a gente esperava que eles ficassem juntos pelo tempo de divulgação da música e agora eles estavam se casando. Que sonho!
Meu coração veio à garganta quando a Rainha entrou no recinto, fazendo com que tudo que estava silencioso, ficasse mais ainda e eu respirei fundo, vendo-a passar em nossa frente e, foi impressão minha, ou ela deu um leve aceno? Não, deve ser coisa da minha cabeça.
A irmã da noiva, Pippa, entrou com as daminhas e os pajens, pelo visto era permitido que mais alguém usasse branco no dia do casamento da noiva, sua irmã. Ela entrou com um tubinho longo branco lindo com crianças mais lindas ainda sorrindo e acenando.
Assim que a noiva foi vista no fundo da igreja, todos nos levantamos com um largo sorriso no rosto. Ela estava linda demais, seu vestido era parecido com o de Diana, mãe de William, mas mais moderno.
Ela parou logo que entrou na igreja, enquanto sua irmã arrumava a calda do seu vestido e eu acompanhava ao lado de Elton e seu marido David, eu estava surtando por dentro, além de Elton, eu havia visto David e Victoria Beckham, então estava me sentindo exclusiva, era a única artista de fora que havia sido convidada, talvez por uma música? Ou pela gratidão? Eu não sabia dizer, mas eu estava feliz em acompanhar aquilo.
Kate voltou a entrar diante dos meus olhos, de braços dados com seu pai e eu sorri, suspirando, mantendo as mãos firmes em frente ao corpo. Eu acho que dava tudo para saber o que se passava na mente dela agora. Na minha, como convidada, passava milhões de coisas, imagina na dela, que estava casando? Que estava se tornando princesa da maior monarquia do mundo?
Não tive a oportunidade de ver muito mais, estar no casamento e participar do casamento, eram situações diferentes para casamento real. Afinal, a Abadia tinha o formato em cruz e só quem estava lá na frente via com exclusividade o que estava acontecendo, mas os outros mortais, só tínhamos um vislumbre do que rolava, e só isso, para mim, parecia a melhor coisa do mundo. Um dos pontos altos da minha carreira.
As alianças foram trocadas, os sins foram ditos, eu chorei, eles passaram raspando em minha frente e o mundo inteiro aplaudiu ao acontecimento do ano. Aquilo foi espetacular. Era hora de voltar a vida real.
Mas algo que me surpreendera durante esse casamento: eu não havia pensado em nenhum momento sobre o meu casamento, como seria, o que eu faria, o que eu usaria, nada! E isso não era um bom sinal para o meu coração ou minha mente.

- Você realmente acha que isso vai dar certo? – Cochichei para Mack e ele deu de ombros.
- Eu não sei. Eles vivem brigando, eu estou com medo que ela negue. – Arregalei os olhos.
- Ela não vai negar. – Falei.
- Você tem certeza? – Fiquei quieta, suspirando.
- Há quanto tempo eles não se falam? – Perguntei, suspirando.
- Um mês? Mais ou menos. – Passei a mão no rosto.
- Isso deveria ter sido feito há muito tempo.
- Eu sei! – Mack falou. - Mas a culpa não é nossa.
- Se preparem, gente! – Mike falou animado. – Ela está chegando. – Suspirei, me ajeitando na lateral do palco improvisado na casa de Lacey em Taraboo e soltei o ar forte. Isso não daria certo. – Xí! – Ele falou para todos os nossos familiares que estavam assistindo e eu fiquei sem respirar por alguns segundos, o suficiente para ouvir a porta sendo destravada e Lacey abrir em seguida.
- O quê? – Foi o que eu consegui ouvir antes que Mike começasse a tocar o violão, sentado em um banco no meio do palco, me fazendo suspirar, tentando analisar os movimentos de Lacey.
- He woke up from dreaming and put on his shoes. – Mike começou com sua voz suave. - Started making his way past two in the morning. He hasn't been sober for days. – Suspirei, vendo Lacey colocar sua bolsa na mesa, se aproximando do palco. - Leaning now into the breeze remembering Sunday, he falls to his knees. They had breakfast together, but two eggs don't last like the feeling of what he needs. – Sua cara era de confusão. - Now this place seems familiar to him. She pulled on his hand with a devilish grin. She led him upstairs, she led him upstairs. Left him dying to get in. – Mack tocava o baixo com ele. - Forgive me, I'm trying to find my calling, I'm calling at night. I don't mean to be a bother, but have you seen this girl? – Senti um arrepio pasasr pelo meu corpo. - She's been running through my dreams and it's driving me crazy, it seems I'm gonna ask her to marry me. – Vi um pequeno sorriso surgir os olhos da loira e eu a imitei. - Even though she doesn't believe in love, he's determined to call her bluff. Who could deny these butterflies? They're filling his gut. – Mike balançou a cabeça. - Waking the neighbors, unfamiliar faces. He pleads though he tries, but he's only denied. Now he's dying to get inside. – Ele cantou mais alto, fazendo com que o som da bateria fosse abafado. - Forgive me, I'm trying to find my calling, I'm calling at night. I don't mean to be a bother, but have you seen this girl? – Movimentava meus lábios devagar, Lacey já tinha lágrimas nos olhos. -She's been running through my dreams and it's driving me crazy, it seems I'm gonna ask her to marry me. – Mordi meu lábio inferior, encarando a aliança em meu dedo, suspirando. - The neighbor said she moved away. Funny how it rained all day. I didn't think much of it then but it's starting to all make sense. Oh, I can see now. – A guitarra ficou mais forte em meus dedos. - That all of these clouds... – Forcei os dedos na guitarra, acompanhando o ritmo. - Are following me in my desperate endeavor. To find my whoever, wherever she may be. – Respirei fundo.
- I'm not coming back. – Comecei a cantar. - I've done something so terrible, I'm terrified to speak, but you'd expect that from me.– Fechei os olhos, cantando com toda a força possível. - I'm mixed up, I'll be blunt. Now the rain is just washing you out of my hair and out of my mind. – Respirei fundo, sentindo meu corpo arrepiar. - Keeping an eye on the world. So many thousands of feet off the ground. I'm over you now, I'm at home in the clouds, towering over your head. – Senti lágrimas caírem pela minha bochecha e respirei fundo, parando de cantar e tocar.
- I guess I'll go home now, I guess I'll go home now, I guess I'll go home now, I guess I'll go home. – Mike terminou de cantar e tocar sozinho, fazendo um silêncio se instalar na sala do apartamento de Lacey e Mike colocou o violão no chão e se levantou, colocando a mão no bolso e pulou do pequeno palco, se colocando em frente a loira e se ajoelhou, me fazendo abrir um grande sorriso. – Lacey... – Ele engasgou, engolindo em seco. – Eu estou atrasado. – Ele foi sincero. – 11 anos, diversos momentos juntos e eu não fui capaz de decifrar sozinho seus pensamentos. – Abri um sorriso. – E peço desculpa por isso. – Ri fraco. – Mas agora, nesse momento, eu gostaria de te fazer uma pergunta. – Ele respirou fundo. – Você me daria o prazer em se tornar minha esposa? – Segurei na blusa de Mack, abrindo um sorriso.
Lacey demorou um pouco para responder, eu não sei se ela estava realmente pensativa, ou se ela havia travado, mas eu estava nervosa, aquele pedido de casamento havia sido pensado milimetricamente para nada dar errado, a não ser a resposta dela.
- Responde logo! – Louis gritou nervoso e eu gargalhei.
- Sim! – Ela falou alto. – Sim, sim, eu aceito! – Ela falou animada e Mike se levantou rapidamente, abraçando-a fortemente e eu sorri, começando a aplaudir e desci do palco junto com o pessoal, para abraçá-los.

- Alô, quem é? – Atendi ao telefone, ouvindo Jack e Mack gritar novamente e eu coloquei a mão no ouvido, me afastando um pouco.
- Falo com Stone? – Soltei um suspiro. Lá vem bucha.
- Sim, quem gostaria? – Perguntei, me encostando no batente da porta.
- Meu nome é Jennifer Lee, eu estou produzindo um filme novo da Disney e gostaria de te convidar para fazer a trilha sonora. Você estaria interessada? – Ela perguntou e eu suspirei.
- Claro! Só gostaria de saber mais sobre o que se trata. – Ela falou.
- Estamos começando a produção do filme Frozen: Uma Aventura Congelante, que contará a história de Elsa, uma princesa que tem o poder do gelo e Anna, sua irmã que fará de tudo para ajudar a controlar seus poderes, é baseado no livro A Princesa de Gelo.
- Sim, eu ouvi falar, as novas princesas da Disney, certo? – Perguntei sorrindo.
- Sim, exatamente. – Sorri.
- Poderíamos marcar um dia para conversarmos? Creio que seria mais interessante do que falar pelo telefone. Afinal, é um filme da Disney, não é pouca coisa.
- Claro que sim! Seria o ideal mesmo. – Sorri. – Quando poderia nos encontrar?
- Eu tenho estado bastante livre, na verdade.
- Podemos combinar no fim da semana? – Ela perguntou.
- Claro, vai ser ótimo! Ligue para minha empresária, ela marca, pode ser?
- Claro! Sem problemas. – Ela falou. – Vai ser um prazer, senhorita Stone.
- O meu também. – Sorri, desligando e voltei para dentro do estúdio de Mack.
- E aí, quem era? – Louis perguntou e eu ri fraco.
- Sabe o que dizem sobre mais prêmios igual a mais trabalho? – Perguntei.
- Sim, já ouvi isso. – David falou.
- Eu acabei de ser convidada para fazer a trilha sonora de mais um filme da Disney.
- O quê? – Eles falaram em conjunto.
- Sim, eles me querem de novo.
- Vai, garota! – Eles gritaram e eu ri, balançando a cabeça.

- O que você acha, amor? – Anthony abriu no computador e eu suspirei. – Quatro dormitórios, quatro banheiros, uma ótima área de lazer, dois andares, cozinha americana, duas salas... – Suspirei, fuçando nas fotos.
- Ah, eu não sei, Tony. Não sei se quero decidir agora. – Suspirei, encostando a cabeça no travesseiro novamente. – Estou com dor de cabeça.
- Mas precisamos decidir onde vamos morar, você não quer morar aqui porque é pequeno, o meu apartamento também é pequeno, esse é o primeiro passo para começarmos a planejar o casamento. – Suspirei, balançando a cabeça.
- Eu sei, amor. Mas eu tenho estado tão avoada esses dias. – Suspirei, erguendo o corpo novamente. – Vamos fazer o seguinte, você tem que ir trabalhar agora, então me manda todas as casas que você achou, eu analiso e a gente combina de ir visitar, que tal?
- Pode ser! – Ele se levantou, dando um beijo em minha testa. – A gente vê isso mais tarde.
- Obrigada, amor. – Me levantei atrás dele. – Vou ver se tomo um remédio, dou uma descansada, deve ser só muita coisa na cabeça. – Ele assentiu com a cabeça.
- Eu sei. Onde eu fui estacionar meu burro, hein?! – Ele perguntou e eu ri, mostrando a língua para ele. – Oh! – Ele abriu a porta. – Oi, Jessica!
- Oi, casal, tudo bem? – Ela perguntou e recebeu um beijo de Anthony.
- Bem e estou indo trabalhar. Até mais! – Ele falou, acenando para nós dois e aproveitou o elevador que Jessica tinha chegado.
- E aí! – Falei para ela, acenando com a cabeça.
- Tá tudo bem?
- Só dor de cabeça. – Suspirei. – Anthony está falando de casas e eu ainda nem sei se eu decidi alguma coisa.
- Bem, aqui tem algo para te ajudar a ter mais dúvidas. – Ela me esticou um envelope azul. – A première do é na semana que vem, tem sete convites aqui, ou seja, Anthony não foi convidado. – Suspirei.
- O que você acha disso? – Perguntei.
- Eu não sei, . Se eu soubesse ler mentes masculinas, eu não estava com Brent de novo. – Ri fraco.
- Vocês estão bem, não vamos misturar as coisas. – Ela sorriu. – Pode confirmar nossa presença.
- Eu já confirmei. – Ela encostou no batente da porta, respirando fundo. – Só acho que você precisa decidir o que quer, .
- De certa forma, eu já escolhi, certo? – Perguntei, suspirando.
- Não, você entrou na sua zona de conforto e não quer sair mais dela, escolher entre um ou outro é algo totalmente diferente. – Suspirei.
- Ok, mas agora eu vou tomar uma pílula gigante e dormir, eu não quero pensar nisso agora. – Ela assentiu com a cabeça.
- Não vou ficar colocando minhocas na sua cabeça, então. – Ela voltou para a porta. – Passa em casa mais tarde para assinar o contrato de Frozen.
- Pode deixar. – Assenti com a cabeça. – Te mando mensagem. – Ela assentiu com a cabeça e puxou a porta, me fazendo assustar com o barulho e joguei as outras correspondências no sofá e abri o envelope da première, pegando os ingressos de Capitão América: O Primeiro Vingador, sorrindo, estava, finalmente, fazendo muito sucesso, e eu estava vendo isso acontecer, só não sei se no posto certo.
Andei para meu quarto, fechando a porta, e abri o móvel ao lado da cama, puxando um álbum de fotos, e comecei a virar elas rapidamente, encontrando algumas fotos com , diversas premières ao longo dos anos. A gente sempre se divertia, ria, brincava, sempre apoiava um ao outro.
Agora Anthony, era diferente, foi um relacionamento que começou como relacionamento. Primeiro encontro, primeiro beijo, primeira vez. Onde foi que eu me meti? Eu estava em uma sinuca de bico o qual eu fugia de Anthony, fugia das decisões do nosso casamento, mas quando estava com eu não tinha certeza se era aquilo mesmo que eu queria. Eram duas personalidades diferentes, dois trabalhos diferentes, e eu não tinha a mínima ideia do que eu queria. O certo era ficar distante de ambos e ver quem eu sentia falta primeiro, mas essa não era uma solução.
Guardei os álbuns novamente, soltando o ar forte e encostei o rosto na minha perna, sentindo Grape passar o focinho em minha perna novamente e suspirei, acariciando seus pelos cor de mel.
Ah, Grape, como eu queria que você falasse agora e me dissesse exatamente o que eu deveria fazer. Era tão difícil. A pior parte, era sorrir e fingir que tudo estava bem. Eu sentia falta de , daqueles lábios carnudos, seus braços em volta do meu corpo, mas eu sabia que sentia isso porque não o tinha, se eu optasse por trocar, eu sentiria falta do Anthony dessa mesma forma? Suspirei alto, sentindo meus olhos lacrimejarem.
Não, você não nasceu para sofrer por homem. Se for necessário, que eu fique sozinha, ninguém merece minhas lágrimas e não é agora que eu daria oportunidade para merecer. Essa é a minha vida e eu tinha que fazer essa decisão se quisesse ser feliz.
Eu só tinha uma certeza: eu não sabia mais de nada.

Desci do carro, puxando a barra do meu vestido para baixo e vi o pessoal da minha banda sair junto e eu sorri, acenando para os fãs nas laterais do tapete... Era uma bandeira dos Estados Unidos.
Jack me deu o braço e eu sorri para ele, apertando-o contra meu corpo e andei em direção ao tapete vermelho, acenando para as pessoas a todo momento e sorrindo para as fotos que não paravam de pipocar atrás de mim.
Emily, Mike, Mack, David e Louis vinham logo atrás de nós, rindo e brincando. É, eles realmente estavam empolgados em estar ali. Eu e Jack paramos um pouco a frente, na parte azul do tapete e nos abraçamos de lado, tirando algumas fotos e o resto da banda logo se juntou a nós.
Pisão nos pés, risadas, gritos, brincadeiras, tudo isso fazia parte do nosso momento de tirar fotos. Depois disso nós nos afastávamos um pouco, eu coloquei a mão na cintura, virava o corpo, jogava meus cabelos ruivos para os lados e sorria para eles, ouvindo-os chamar meu nome para todos os lados.
Em um momento que eu virei o rosto, eu vi o astro da noite. já tinha chegado, ele usava um lindo terno azul escuro com blusa em um tom mais claro, os cabelos castanhos arrepiados e um ridículo óculos-de-sol amarelo nos olhos. Balancei a cabeça rindo. Ele estava junto de outras pessoas do filme, dois homens e uma moça. Um desses homens eu logo reconheci como Dominic, me fazendo rir. Ele realmente estava nesse filme.
- Vai falar com ele? – Jessica perguntou ao meu lado e suspirei.
- Sim, eu vou. – Engoli em seco e olhei para ela. – Por favor, sem pressão.
- Não falei nada, nossa! – Ela se afastou dando de ombros e eu ri, acenando uma última vez para os fotógrafos antes de me aproximar dos quatro que sorriam para as fotos.
- Posso interromper? – Perguntei, vendo os quatro desviar o rosto para mim.
- ! – falou, se afastando do pessoal um pouco. – Você veio! – Ele disse e eu sorri, abraçando-o apertado.
- Claro que sim! – Sorri. – Eu prometi que vinha! – Sorri e ele passou a mão em meu cabelo.
- Ainda não me acostumei. – Ri fraco, abaixando sua mão.
- Eu acho que sou qualificada o suficiente para te desejar muito sucesso nessa nova etapa. – Ele abriu um sorriso. – Vai ser difícil, complicado. Têm dias que você vai querer pular da janela, mas vai valer a pena. – Ele riu fraco.
- Obrigado, ! Significa muito para mim, principalmente vindo de você. – Sorri, abraçando-o novamente, soltando um suspiro enquanto sentia o cheiro gostoso de seu perfume e suspirei, afastando o rosto novamente. – Então, me apresente aos seus amigos. – Falei, me virando para eles.
- Hayley Atwell, meu par romântico. – A cumprimentei. – Sebastian Stan e Dominic Cooper, que você já conhece. – Ele falou.
- Já conheço sim! – Abracei Dominic fortemente, sentindo-o me tirar do chão e me girar, me fazendo rir. – Como você está?
- Bem e você? – Ele sorriu, estalando um beijo em minha bochecha e eu o abracei de lado rindo.
- Não acredito que você beijou meu melhor amigo. – comentou e eu ri.
- Foi para um filme, e também já te beijei para um filme. – Dominic olhou confuso. - Longa história. – Falei e ele riu.
- É diferente! – falou e eu ri.
- Pare de reclamar! – Falei e ele riu, balançando a cabeça.
- E aí, cara, meus parabéns! – Mike foi o primeiro a cumprimentar e eu ri. – Capitão América, isso é demais! – Revirei os olhos.
- Valeu, cara! – Minha gangue inteira cumprimentou e eu só acompanhei as brincadeiras de lado, soltando uma risada.
- A gente vai entrar antes que causamos algum estrago. – Falei, apontando para a entrada, riu.
- Claro! A gente se vê depois?
- Sim, com certeza! – Perguntei sorrindo e me aproximei dele, tirando os óculos. – Por favor, nunca mais use isso! – Bati a mão em seu peito e ele riu.
- Ei! – Ele reclamou e eu pisquei para ele, rindo fraco.

- Aqui está minha garota! – Peguei a bebida de volta e vi .
- Ah! – Apoiei a bebida de volta no balcão e abracei fortemente. – Você está aqui! – Abri um sorriso, apertando-o contra meu corpo.
- Ah que saudades de você, querida! – Ele falou e eu suspirei, estalando um beijo em sua bochecha. – Eca, você está cheirando a álcool. – Ele reclamou e eu peguei meu drink novamente.
- Nada a ver, é só meu quinto. – O vi revirar os olhos e ele puxou a bebida da minha mão e meu braço em outra direção.
- O que está acontecendo? – Franzi a testa.
- Nada, ué! – Suspirei.
- Você não é assim, . – Engoli em seco, sentindo minha cabeça doer. – Você escolheu, não é?!
- Indiretamente sim, mas na real, não. Eu não sei o que fazer, ! – Falei suspirando, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas e abanei as mãos em frente a meus olhos, respirando fundo.
- Como assim você não sabe o que fazer, ? – Ele perguntou e eu engoli em seco, me sentando no sofá branco do local.
- Eu não sei o que fazer, simplesmente. – Suspirei. – Eu estou com Anthony e penso em , mas quando estou com Anthony não penso em um futuro, pelo amor de Deus. Eu quero sumir. – Segurei o choro, virando o corpo de costas.
- Oh, minha amiga. – Ele apareceu em minha visão novamente, passando os braços ao redor do meu pescoço. – Eu poderia jogar para o lado do meu irmão, mas você está com uma crise muito maior que uma decisão. – Ele passou as mãos em meus olhos e eu suspirei.
- Por favor, , não me pressione. – Ele assentiu com a cabeça.
- Não irei! – Ele respirou fundo. – Eu só quero te ver bem. – Suspirei.
- Eu já pensei em pedir um tempo para Anthony, mas eu não sei como eu ficaria. Já pensei em dar uma chance ao , mas eu não quero brincar com os sentimentos dele. – Balancei a cabeça.
- Eu vou ser bem honesto contigo, , gosta de você, mas eu não sei mais nada disso. – Suspirei alto. – Ele gostou do beijo, do mesmo jeito que você gostou. Ele não tem dúvidas, ele gostaria de tentar.
- Você disse que não ia pressionar, . – Falei brava.
- Eu não estou te pressionando. – Ele falou. – Estou te dando fatos. gosta de você, Anthony também, do contrário você não estaria noiva dele. – Ele balançou a cabeça.
- Eu deveria ficar sozinha um pouco. – Suspirei. – Sem Anthony, sem . – Balancei a cabeça. – No Brasil, um pouco, para pensar, sabe? – Ele me abraçou forte.
- Só quero que você saiba o que está fazendo. – Suspirei.
- Eu também queria saber. – Fui sincera. – Eu estou dividida e eu não sei o que fazer.
- Não pense em , não pense em Anthony, pense em você. O que você quer fazer? – Ele perguntou e eu senti algo subir pela garganta, fazendo com que as lágrimas voltassem a cair.
- Eu quero ficar sozinha! – Falei chorosa. – Eu quero que pare de doer. – Fui honesta. – Dói demais, . – Fui sincera e ele me apertou em seus braços novamente. – Por favor, faça parar.
- Eu não posso, minha amiga, só você pode. – Ele falou e eu respirei fundo, encarando-o novamente. – Mas eu sempre vou estar aqui contigo, não importa o que você faça, quem você escolha, eu sempre vou te apoiar. – Assenti com a cabeça, passando as mãos nos olhos.
- E aí, isolados? – Me assustei com em nossa frente, e suspirei, piscando os olhos novamente. – O que está acontecendo? Você está bem? – ergueu meu rosto e eu passei as mãos embaixo dos olhos.
- Estou! – Falei, piscando os olhos. – estava contando uma piada e eu tenho a tendência de rir até chorar. – sorriu.
- Qual era a piada? – Ele perguntou.
- Aquela vez que você me obrigou a fazer xixi no quintal de casa, e chamou nossa babá. – Soltei uma risada fraca, agradecendo por ele entender, mas querendo realmente ouvir essa piada.
- Ei, eu não obriguei ninguém a nada. – falou e eu ri fraco, passando as mãos nos olhos.
- Bem, eu vou dançar! – falou dando de ombros e levando minha bebida para longe.
- Então... – falou.
- Eu adorei o filme! – Falei, virando o rosto para ele. – Você está incrível, a história é demais, eu realmente preciso prestar mais atenção em quadrinhos, personagens e mais. – Ele riu.
- Mesmo?
- Claro que sim, ! Tenho que dizer que aquela transformação deixa qualquer um louco, mas a história, a honestidade, honra do Steve é demais. – Ele sorriu.
- Obrigado, , é muito importante. – O abracei forte, apoiando meu queixo em seus ombros. – Obrigado pelo apoio.
- Sempre que precisar! – Falei sorrindo, apertando-o forte em meus braços e soltei um suspiro forte, estalando um beijo em sua bochecha. – Eu sempre estarei aqui. – Ele sorriu.
- Onde nos encontramos agora?
- Bem, oficialmente, tem a festa da gravadora em breve, vai ser focado em mim, eles querem focar no contrato novo, algo assim, por que vocês não vão? São coquetéis e petiscos e muita imprensa envolvida, mas é legal. – Dei de ombros.
- Claro, vai ser legal! – Ele falou sorrindo. – Me diga o dia.
- Pode deixar! – Sorri. – E não oficial, tem uma festa que vamos fazer para Louis, Jessica e Melanie que estão completando datas de aniversário cheia, 30, 50 e 10, você pode ir também.
- Também vou completar 30 esse ano. – Ele falou.
- Então, vá! A gente comemora tudo junto. – Ele riu fraco. – É sério! Depois da festa da gravadora a gente quer dar um tempo, então talvez o pessoal se divida um pouco. Eu quero ficar com minha família também. – Dei de ombros. – Um tempo só para nós. – Ele assentiu com a cabeça.
- Sendo bem honesto, vocês precisam disso. – Assenti com a cabeça. – É muito tempo trabalhando, uma folga cairia bem. – Suspirei.
- Sim, só preciso informar oficialmente minha gravadora disso. – Ele riu.
- Vai dar tudo certo. – Ele sorriu. – Vem, vamos socializar. – Ele falou e eu ri, acompanhando-o pela pista de dança.

- Eu não recebi! – Falei nervosa. – Eu juro, ! – Apontei para ele. – Mas eu vi, eu prometo.
- Cara, como você não recebeu? – Ele falou e eu ri.
- Eu não sei, , mas eu não recebi o convite para a première de Qual é o Seu Número?, juro. – Falei honesta.
- Mas eu te mandei! – Eu dei de ombros.
- Eu cheguei em casa, Jessica tinha entregado minhas correspondências e só tinha conta para pagar. – Ele revirou os olhos e eu suspirei. - Mas eu fui ao cinema!
- É demais! – Jack falou ao meu lado, gargalhando.
- É, ele tem razão, o filme é incrível! – Falei rindo. – E eu nem vou mencionar sobre todas as cenas de quase nudez para não te deixar envergonhado. – Ele revirou os olhos. – Mas eu gostei, acho que é um dos seus melhores filmes de comédia, sério! – Balancei a cabeça. – É demais! – Gargalhei novamente, apoiando a mão no ombro de Jack.
- ! – Virei o rosto. – Acho que você deveria dizer alguma coisa. – Jessica falou e eu suspirei. – Galera! – Ela chamou atenção e eu virei para o pessoal. – Vamos prestar atenção? – Anthony passou um braço em minha cintura e eu suspirei.
- Eu tenho que falar alguma coisa? – Perguntei rindo. – Por que sempre eu? – Eles riram.
- Ah, qual é, você tem que ter algo para falar. – Melanie brincou e eu ri, piscando para ela.
- Honestamente, eu não tenho. – Suspirei. – Louis está fazendo 30 anos, Melanie está fazendo 10, Jessica está fazendo 50 e também está fazendo 30 anos. – Falei sorrindo. – Ok, isso tudo é ao longo de 2011, mas são datas cheias, datas importantes, números importantes. E... – Balancei a cabeça. – Nesse ano, depois da festa da gravadora na semana que vem, nós vamos tirar um tempo, dar uma respirada, recuperar as energias, então eu quero pegar essa oportunidade e agradecer a todos vocês que nos apoiaram, que se envolveram, que riram e brincaram conosco. É tudo incrível. – Suspirei. – Nós não seríamos nada sem vocês. – Falei sorrindo. – Mas, sem muito drama, porque só vamos dar uma descansada, talvez até o fim do ano, até o começo do ano que vem. – Dei de ombros. – A gente só precisa de um tempo para repor as energias, sumir com as rugas... – Eles riram. – E começar tudo de novo. – Eles assentiram. – Louis, Jessica, Melanie e . Que nessas datas cheias vocês sejam mais do que já são, mais animados, mais felizes, que tenham mais sucesso e que saibam manter a calma, tudo o que desejamos chega com o tempo, pode ter altos e baixos, mas se você não está inteiramente feliz, é porque ainda não acabou. – Sorri. – Então, só prestem atenção, não mudem por ninguém e sejam felizes. – Ergui meu copo com água. – Por favor. – Sorri. – Feliz aniversário!
- Feliz aniversário! – Eles falaram juntos e eu suspirei, vendo os quatro aniversariantes concordarem com a cabeça.





Continua...



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