Capítulo Único
Ele devia ter enxergado os sinais que vinha dando, o relacionamento já não era mais o mesmo. Pode ser que os sete anos juntos tenham desgastado um pouco a relação, mas já estava acomodado com aquilo. Para ele toda aquela situação era normal, não sentir mais as mesmas emoções do inicio. Para ele era normal não precisar elogiar todos os dias ou reparar quando ela cortava o cabelo ou vestia uma roupa nova. Achava que o amor que sentia por ela era o suficiente, mas como iria saber de todo esse amor se ele não demonstrava? não entendia muito bem como as mulheres funcionavam, foi sua primeira namorada. Ele não podia tirar a culpa das costas, mas não também não queria ser totalmente responsabilizado por tudo.
Alguns meses haviam se passado e ele ainda não conseguia aceitar tudo aquilo. Sentiu todo o impacto e o sentimento que tinha pela garota quando já era tarde demais, se ele soubesse que tudo aquilo ia acontecer com a maior certeza tentaria reverter de alguma forma. Sim, eles já tinham brigado inúmeras vezes e ela sempre reclamava durante as discussões da falta de atenção. Fazia dois anos que eles brigavam pelo mesmo motivo, tantas foram as vezes que chorou, gritou, suplicou por um pouco mais de atenção, quantas foram as vezes que ela saiu de casa e foi pra casa de alguma amiga depois dessas brigas, mas ele achava que era drama, ouviu muitas vezes os amigos reclamarem dos dramas de suas mulheres, ele falava que ia mudar, mas quando via ela já estava reclamando de novo sobre o mesmo ponto.
vinha sendo a mesma todos esses anos, sempre o elogiava, fazia comentários sobre sua música, sobre suas roupas, lembrava das datas importantes, fazia a comida que ele gostava sempre que dava. Ela não queria dele algo que ele não podia oferecer, ela só queria um pouco mais de afeto, um pouco mais de carinho e atenção. Durante esses dois últimos anos viu sorrir poucas vezes, ela fazia suas coisas com a mesma dedicação todos os dias, mas seu humor, e sua luz já não eram mais os mesmos, ele achava tudo normal, afinal ele mudou durante esses anos e ela também, pessoas crescem e amadurecem, talvez por estarem mais velhos as coisas estivessem caminhando como estavam. Quando ele voltou a fazer apresentações em sua turnê, ela entrou para o curso de confeitaria que sempre sonhou, ele ficou feliz por ela, mas não mandou flores ou um cartão de incentivo. Seus colegas de palco deram algumas sugestões, para fazer uma pequena surpresa, mas ele apenas ouviu, não dando muita atenção. Ele achava que não precisava dessas coisas, que ela sabia que ele a amava e a apoiava mesmo sem ele expressar essa emoção.
era muito cabeça dura, e mesmo recebendo vários conselhos dos amigos, que já tiveram muitos relacionamentos, ele preferiu deixar as coisas como estavam. Os sinais eram claros. Os sentimentos de eram nítidos. Eles não estavam mais em sintonia, faziam coisas juntos só por fazer. Ele a via se divertir mais quando fazia as coisas sem ele. Era normal, não era?! Afinal eles eram duas pessoas, não uma. Eles tinham suas coisas particulares, não precisavam fazer tudo juntos. Celulares com senhas, redes sociais individuais, nenhum tinha a senha do outro e naquele ponto não faziam questão, ele não ligava para o que ela postava, se ela curtia as fotos de outros homens, se surtava com as amigas pela sua boyband preferida ou se recebia cantadas em sua timeline. Ele chamava isso de confiança e ela de desatenção. Os dois últimos anos do relacionamento foram realmente difíceis, com todas as discussões e todas as lágrimas, mas nunca esperou que aquilo fosse acontecer.
Naquele fatídico dia, a manhã foi como todas as outras. acordou e se levantou primeiro, tomou seu banho, fez sua higiene e foi até a cozinha. Preparou o café, leu o jornal e depois de terminar sua refeição, arrumou a louça que eles tinham sujado na noite anterior dentro da lava-louças. Subiu novamente para o quarto e deitou ao lado de novamente. Ela estava virada de frente para o corpo dele, delicadamente passou os dedos pelo braço descoberto de . Ficou ali alguns minutos admirando o homem que ela amou todos esses anos. Procurando por algum sinal que a fizesse desistir. Ela queria algo para se agarrar e ser fraca mais uma vez, mas nada aconteceu. Ela fez carinho nele, usando todo o afeto que ainda restava no seu coração, mas ele não se moveu nenhum centímetro com toque. O coração dela ficou apertadinho, quando sentiu que não estava mais conectado ao dele como era antigamente. Depois de vinte minutos que ela tinha voltado a se deitar, as lágrimas escorreram pelo seu rosto e uma onda de frustração e decepção invadiu seu corpo. Ela então se levantou devagar, enxugou as lágrimas e começou a arrumar as coisas o mais silenciosamente que pôde. Não pegou muitas, mesmo quase tudo dela já estando no apartamento dele.
Separou algumas peças de roupas na mala, alguns sapatos, seus documentos e alguns produtos de higiene pessoal. As coisas já estavam meio separadas, ela vinha tentando tomar aquela decisão há algum tempo. Fora as coisas do apartamento dela que já estavam prontas. demorou mais do que precisava arrumando suas coisas, depois demorou mais um pouco escrevendo o bilhete de despedida, ela realmente esperava por um sinal. Não queria ter que dar aquele passo, ela o amava demais e não sabia como ia conseguir seguir a vida, por outro lado, ela precisava achar novamente algum sentido na vida. Ela sentia que precisava dele, mas precisava dela ainda mais, acima de tudo. Deixou o papel dobrado em cima do seu travesseiro, depositou um beijo leve no topo da cabeça de e saiu do quarto. Sentiu novamente vontade de desistir ao fechar a porta atrás de si, mas as lágrimas que escoriam pelo seu rosto a fizeram lembrar o quanto ela precisava ser forte e o quanto ela tinha que fazer isso. Deu uma última olhava pelo apartamento, respirou fundo, saiu pela porta principal e chamou o elevador. Seu coração só se deu conta de que tudo aquilo era necessário quando ela estava parada na calçada em frente ao grande Suzan Place. Ela ficou observando a fachada do grande prédio residencial, onde passou muitos momentos bons da sua vida. Ali onde o amor cresceu e morreu, aquela sensação doía tanto, que ela teve que se segurar no muro enquanto aguardava o carro que tinha pedido pelo aplicativo.
acordou, passando a mão pela cama como sempre fazia. Na maioria das vezes estava sozinho, estava provavelmente fazendo o café, ou dependendo da hora que ele acordasse, já estaria no serviço. Ele tinha costume de dormir até um pouco mais tarde devido a sua agenda, que em sua grande maioria era noturna. Mas dessa vez ele sentiu algo estranho no ar, uma angustia pairava pelo ambiente e ele não sabia explicar porque se sentia daquela forma, nunca tinha se sentido assim, não ao acordar pelo menos. Passou os olhos com dificuldade pelo quarto, mas como ainda estava sonolento não percebeu nada diferente. Esticou os braços para espreguiçar o corpo e ajudar a despertar, quando sua mão esbarrou no papel que estava na cama. Ele abriu o papel e a familiaridade da letra de fez seu coração apertar, mesmo antes de se concentrar no que estava escrito. Engoliu em seco e começou a ler o que havia no bilhete.
“Foi uma decisão difícil. E eu pensei muito sobre tudo isso. Sei, , que você só estava ao meu lado ultimamente por acomodação com a nossa relação e eu não posso deixar essa situação continuar. Mesmo te amando com todas as minhas forças, eu preciso sentir que sou amada também. Quero que saiba que não tomei essa decisão pensando no que era melhor pra você, tomei ela pensando em mim e no momento o melhor pra mim é ficar longe de tudo isso, dessa cidade, desse apartamento, desse amor que eu sinto por você. Sim, eu te amo, e acho que sempre vou te amar, mas eu também me amo e preciso aprender a cuidar de mim, assim como eu cuidei de você por todos esses anos. Muitos desses anos foram os melhores de toda a minha vida e eu sou grata por isso. Por favor, se mantenha saudável e tenha uma boa vida. Por favor, também não venha atrás de mim, eu preciso só de mim nesse momento. Seja feliz, meu lindo.
Ass: .”
não acreditou quando leu o bilhete. Aquilo tudo significava que ela havia o deixado? Mas o ele estava fazendo de errado para isso acontecer? A confusão invadiu seus pensamentos.
Levantou da cama as pressas, podia ser algum tipo de piada, olhou em direção a cômoda no canto direito do quarto, e não avistou os cremes de perfumes dela que ficavam ali. Seu corpo tremeu, mas talvez ela não os deixasse mais ali, fazia tempo que ele não parava para observar aquilo. Sua visão começou a embaçar com as lágrimas e ele se encaminhou ao armário de roupas com certa dificuldade, seu coração estava muito apertado. Ao abrir as portas do móvel, ele teve que se apoiar da parede para não desabar no chão, as roupas dela não estavam mais lá, algumas poucas coisas como casacos muito grossos e umas botas antigas ainda estavam lá, mas o que ela usava com mais frequência tinha desaparecido. Ele encostou o corpo na parede e sentiu-o deslizar na mesma quando seu corpo foi perdendo as forças. Caiu com a bunda no chão frio do quarto, colocou as mãos na cabeça, aquilo não podia estar acontecendo, ela o amava e quem disse pra ela que ele não sentia a mesma coisa? Quem foi que disse pra ela que ele só estava com ela por acomodação? Em todos esses anos ele nunca teve olhos para outra mulher, nunca a havia traído ou ficado de conversinha com outras. sempre foi o suficiente e era até de mais, ela cuidava dele e o amava, eles discutiam, mas que casal não fazia isso? Não significava que ele não a amava mais. Os sentimentos dele por ela eram verdadeiros e ele precisava ouvir essas respostas da boca dela.
Ele realmente não conseguia entender nada, estava completamente perdido, tentando achar um motivo para tudo aquilo, ele só queria que tudo não passasse de um pesadelo. Assim que conseguiu parar de chorar, se levantou e olhou novamente nos lugares onde as coisas dela costumavam estar, aquela era a realidade dele agora. Desceu as escadas com a cabeça girando um pouco, assim que entrou na cozinha viu o café da manhã pronto coberto pela tela de proteção que sempre deixava na comida dele antes de sair pro serviço. Ele respirou fundo e sentiu o aroma doce de alguma fruta picada que ele não foi capaz de identificar. Grudado na tela tinha uma nota adesiva.
“Não se preocupe demais comigo. Tome seu café e faça uma caminhada! Daqui uns dias os sentimentos voltam ao normal”
Ele não conseguia nem desgrudar o papel da tela, quando mais comer alguma coisa. Sentia uma necessidade muito grande de ouvir isso da boca dela e mesmo ela pedindo para ele não ir, precisava falar umas coisas pra ela antes de desistir de tudo. Pagou as chaves, um casaco que estava pendurado atrás da porta principal e saiu. Não podia deixar que a mulher da sua vida, sua companheira de tantos anos, fosse embora assim. Precisava que ela soubesse do amor que ele ainda sentia, e se mesmo depois das palavras dele ela quisesse partir, ele não ia poder fazer nada.
Assim que passou pelo portão automático da garagem, o primeiro lugar que pensou em ir foi para o serviço de , ela tinha começado lá há pouco tempo em sua confeitaria preferida na cidade, provavelmente não iria abandonar algo pelo que veio lutando tanto. E ele acreditava que ela não ia mesmo sair da cidade, tudo dela estava ali, seu emprego, seu apartamento, seus amigos. Ele. A culpa de tudo isso era dele, tudo o que estava acontecendo era por causa dele, todo aquele sofrimento que ele sentia e que provavelmente ela sentiu também. teve que se controlar e se concentrar na estrada para não chorar com aqueles pensamentos e não ter a visão embaçada.
Depois de uns 15 minutos dirigindo, chegou ao grande prédio. A confeitaria ficava no último andar do prédio comercial no centro da cidade. sentiu seu coração apertar assim que apertou o botão do andar, de alguma forma ele sabia que ela não estava lá. Conhecendo como ele conhecia, sabia que ela era maleável, mas que quando tomava uma decisão, não havia ninguém ou nada que a fizesse mudar de idéia. Assim que as portas do elevador se abriram ele se encaminhou para entrada do grande salão decorado num tom de azul claro e detalhes de rosa bebê. Passou os olhos pelo local tentando achar por , depois de algum tempo ele se encaminhou até uma das atendentes do balcão principal, perguntou sobre e a moça abriu um sorriso grande ao ouvir o nome da colega. Ela respondeu que ela não trabalhava mais ali, mas que tinha deixado um recado para um rapaz com as características físicas dele, caso ele fosse até lá atrás dela. , ela disse, pegando um papel branco dobrado de dentro de uma das gavetas e entregando para ele.
“Teimoso! Eu pedi pra você não vir atrás de mim, não foi? Você deveria ter vindo atrás de mim quando eu ainda estava ao seu lado. Dói-me dizer que agora é tarde demais, mas é a verdade. Por favor, não torne as coisas mais difíceis para você, pense na sua carreira e nas suas obrigações. Viva confortavelmente e nunca se esqueça de ser feliz. !”
amassou um pouco o papel com as mãos quando terminou de ler, não entendia o porque de todos aquele bilhetes e porque uma pessoa adulta estava se comportando assim ao invés de sentar e conversar. Ele ainda não estava pronto para desistir daquela conversa.
Logo já estava no carro, em direção ao apartamento dela. Talvez ela ainda estivesse por lá arrumando as suas coisas e acertando com a companhia de mudança, afinal se mudar não devia ser algo tão rápido assim.
Ao chegar no prédio antigo há alguns metros da confeitaria, ele logo se direcionou as escadas que davam acesso aos andares superiores e as subiu tão rápido para o segundo andar, que quase perdeu o fôlego quando fechou a porta corta fogo atrás do seu corpo. Sentiu seu interior despedaçar quando avistou um papel grudado na porta do apartamento 253. Mais um papel? Mais um bilhete? Como ela sabia que ele iria até esses lugares?! Pegou o papel com as mãos tremulas e o rosto molhado de suor e algumas lágrimas que já começavam a sair de seus olhos.
“, . O que eu faço com você?! Sempre assim tão teimoso. Eu sei que antes de chegar a esse bilhete você provavelmente passou no meu trabalho, pois achou que eu estaria no meu lugar preferido. Sei também que chegou até aqui com alguma esperança de eu estar arrumando as minhas coisas ainda. Como eu te disse no primeiro bilhete, eu já vinha pensando e adiando isso há algum tempo, então não, eu não estou mais atrás dessa porta, e você pode entrar pra ver, a chave extra ainda está no nosso lugar secreto. Eu sei que veio aqui na esperança de conversarmos pessoalmente, e não deve estar entendendo o motivo de todos esses bilhetes. Acontece que eu não estou forte o suficiente para fazer isso pessoalmente. Pode parecer covardia, mas foi algo necessário para mim. Sim eu realmente fui embora, realmente estou terminando com você! Eu te amo com todas as minhas forças, mas eu não gosto mais de você, do que a gente veio se tornando um para o outro e como toda essa situação vinha sendo difícil pra mim. Por favor, não se feche para novas possibilidades e novos amores. Eu te desejo toda a felicidade do mundo, até outro dia. .”
Como aquilo podia estar realmente acontecendo? A noite passada ela estava deitada ao seu lado e hoje... Hoje ele não teve a oportunidade nem de olhar nos olhos dela uma ultima vez, nem de dar um beijo na pele macia da sua bochecha. O que ele tinha hoje era um monte de papéis e um coração destruído. Ele não era mesmo o mesmo homem do início do namoro e isso pode tê-la machucado do mesmo jeito que ele estava machucado agora.
Três meses haviam se passado e ainda não tinha se conformado bem com tudo aquilo. Domingo como vinha fazendo sempre que tinha um espaço na sua agenda ele ia até a igreja local, ele começou a frequentar a missa depois que de todo o acontecimento e rompimento com . Ela sempre o chamava para acompanhá-la até aquela igreja, para a celebração da Eucaristia, ou algum evento especial que envolvesse a comunidade no templo, mas ele nunca havia aceitado ou pensado em aceitar o convite dela. Mas depois de todos os acontecimentos recentes, lá ele encontrava um pouco de paz para seu coração e as horas ali conectado com Deus ele ia pensando nos seus atos e tentando ser e dar o seu melhor nas coisas.
Ao final da celebração daquele dia, pensou ter visto , isso vinha acontecendo com tanta frequência que ele nem se importou, continuou de pé no seu lugar esperando até que as pessoas saíssem da igreja para que pudesse andar sem ficar espremido na multidão. No momento em que o recinto já estava praticamente vazio, só havia sobrado ele e a mulher que ele achou parecida com sua ex namorada. Ele esperou mais alguns minutos sem sair do lugar como sempre fazia para dar tempo do estacionamento e região esvaziassem, ele olhou fixamente para o relógio e depois de constatar as horas, começou a se mover lentamente até a saída. Quando ele se virou para o corredor que dava acesso a porta principal, viu a mulher parada no meio da passagem, ela olhava firme nos olhos dele, assim que o olhar deles se cruzou. Era . Era impossível estar enganado, esfregou os olhos algumas vezes, para se certificar de que não era seu subconsciente pregando uma peça novamente.
A mulher chamou pelo nome dele, e nesse momento ele pode ter certeza de que era ela mesma quem estava ali, parada na frente dele. Era sim. Ele se aproximou o máximo que pode sem ter nenhum contato físico com ela, mas ficando tão próximo que conseguia sentir o hálito da respiração dela na pele dele.
estava de volta a cidade e achava que era a hora de ter uma conversa com . Não achava justo com ele, ir embora daquela forma meses atrás. Ela tinha passado na igreja para encontrar e conversar com o padre, mas chegou antes no final da missa e avistou em meio as pessoas. Ficou imensamente feliz por ele ter arrumado algo para fazer, e que ele procurou conforto em um lugar que o traria tranquilidade e não uma ressaca no dia seguinte. Ele havia entendido, que mesmo que ele o quisesse, não podia sair e andar por todas as cidades existentes no país atrás dela. Tinha percebido que espaço era o que ela precisava e ele não ia poder forçar nada mesmo que a encontrasse.
a respondeu também chamando pelo nome, e a olhando de cima a baixo. Ela sorriu e o convidou para sentarem ali mesmo em um dos bancos de madeira para conversar. disse a ele tudo o que vinha sentindo todos esses anos, e o porquê de ter ido embora, explicando que foi o melhor a ser feito no momento e que estava realmente feliz, com um novo emprego e novos amigos. ficou feliz em ver ela tão bem assim, não disse que não conseguia seguir a vida como era antes, que estava pensando em parar com a música e começar uma viajem pelo mundo. Não quis preocupá-la, então ele disse que vinha tendo uma ótima vida lá também, que esse tempo fez bem pra ele assim como pra ela. Ele entendeu que a culpa desde o inicio tinha sido dele, e que ele não tinha o direito de colocar sua felicidade na frente da dela mais uma vez.
Ficaram mais alguns minutos conversando, eles então finalizara a conversa, já de pé no corredor na porta da igreja. Eles se abraçaram forte e se despediram dessa vez, como devia ter sido no passado. Ela se virou e foi embora, ele ficou ali de pé olhando os cabelos dela balançando enquanto passava porta a fora. O amor da vida dele estava indo embora novamente, só que dessa vez ele havia a deixado ir, livre e sem preocupações com nada naquela cidade. As forças de suas pernas sumiram e ele desabou, batendo os joelhos no chão, as lágrimas que a alguns dias ele não soltava começaram a escorrer pelo seu rosto.
Sabia que a deixa ir era o certo, mas estava longe de ser fácil.
Alguns meses haviam se passado e ele ainda não conseguia aceitar tudo aquilo. Sentiu todo o impacto e o sentimento que tinha pela garota quando já era tarde demais, se ele soubesse que tudo aquilo ia acontecer com a maior certeza tentaria reverter de alguma forma. Sim, eles já tinham brigado inúmeras vezes e ela sempre reclamava durante as discussões da falta de atenção. Fazia dois anos que eles brigavam pelo mesmo motivo, tantas foram as vezes que chorou, gritou, suplicou por um pouco mais de atenção, quantas foram as vezes que ela saiu de casa e foi pra casa de alguma amiga depois dessas brigas, mas ele achava que era drama, ouviu muitas vezes os amigos reclamarem dos dramas de suas mulheres, ele falava que ia mudar, mas quando via ela já estava reclamando de novo sobre o mesmo ponto.
vinha sendo a mesma todos esses anos, sempre o elogiava, fazia comentários sobre sua música, sobre suas roupas, lembrava das datas importantes, fazia a comida que ele gostava sempre que dava. Ela não queria dele algo que ele não podia oferecer, ela só queria um pouco mais de afeto, um pouco mais de carinho e atenção. Durante esses dois últimos anos viu sorrir poucas vezes, ela fazia suas coisas com a mesma dedicação todos os dias, mas seu humor, e sua luz já não eram mais os mesmos, ele achava tudo normal, afinal ele mudou durante esses anos e ela também, pessoas crescem e amadurecem, talvez por estarem mais velhos as coisas estivessem caminhando como estavam. Quando ele voltou a fazer apresentações em sua turnê, ela entrou para o curso de confeitaria que sempre sonhou, ele ficou feliz por ela, mas não mandou flores ou um cartão de incentivo. Seus colegas de palco deram algumas sugestões, para fazer uma pequena surpresa, mas ele apenas ouviu, não dando muita atenção. Ele achava que não precisava dessas coisas, que ela sabia que ele a amava e a apoiava mesmo sem ele expressar essa emoção.
era muito cabeça dura, e mesmo recebendo vários conselhos dos amigos, que já tiveram muitos relacionamentos, ele preferiu deixar as coisas como estavam. Os sinais eram claros. Os sentimentos de eram nítidos. Eles não estavam mais em sintonia, faziam coisas juntos só por fazer. Ele a via se divertir mais quando fazia as coisas sem ele. Era normal, não era?! Afinal eles eram duas pessoas, não uma. Eles tinham suas coisas particulares, não precisavam fazer tudo juntos. Celulares com senhas, redes sociais individuais, nenhum tinha a senha do outro e naquele ponto não faziam questão, ele não ligava para o que ela postava, se ela curtia as fotos de outros homens, se surtava com as amigas pela sua boyband preferida ou se recebia cantadas em sua timeline. Ele chamava isso de confiança e ela de desatenção. Os dois últimos anos do relacionamento foram realmente difíceis, com todas as discussões e todas as lágrimas, mas nunca esperou que aquilo fosse acontecer.
Naquele fatídico dia, a manhã foi como todas as outras. acordou e se levantou primeiro, tomou seu banho, fez sua higiene e foi até a cozinha. Preparou o café, leu o jornal e depois de terminar sua refeição, arrumou a louça que eles tinham sujado na noite anterior dentro da lava-louças. Subiu novamente para o quarto e deitou ao lado de novamente. Ela estava virada de frente para o corpo dele, delicadamente passou os dedos pelo braço descoberto de . Ficou ali alguns minutos admirando o homem que ela amou todos esses anos. Procurando por algum sinal que a fizesse desistir. Ela queria algo para se agarrar e ser fraca mais uma vez, mas nada aconteceu. Ela fez carinho nele, usando todo o afeto que ainda restava no seu coração, mas ele não se moveu nenhum centímetro com toque. O coração dela ficou apertadinho, quando sentiu que não estava mais conectado ao dele como era antigamente. Depois de vinte minutos que ela tinha voltado a se deitar, as lágrimas escorreram pelo seu rosto e uma onda de frustração e decepção invadiu seu corpo. Ela então se levantou devagar, enxugou as lágrimas e começou a arrumar as coisas o mais silenciosamente que pôde. Não pegou muitas, mesmo quase tudo dela já estando no apartamento dele.
Separou algumas peças de roupas na mala, alguns sapatos, seus documentos e alguns produtos de higiene pessoal. As coisas já estavam meio separadas, ela vinha tentando tomar aquela decisão há algum tempo. Fora as coisas do apartamento dela que já estavam prontas. demorou mais do que precisava arrumando suas coisas, depois demorou mais um pouco escrevendo o bilhete de despedida, ela realmente esperava por um sinal. Não queria ter que dar aquele passo, ela o amava demais e não sabia como ia conseguir seguir a vida, por outro lado, ela precisava achar novamente algum sentido na vida. Ela sentia que precisava dele, mas precisava dela ainda mais, acima de tudo. Deixou o papel dobrado em cima do seu travesseiro, depositou um beijo leve no topo da cabeça de e saiu do quarto. Sentiu novamente vontade de desistir ao fechar a porta atrás de si, mas as lágrimas que escoriam pelo seu rosto a fizeram lembrar o quanto ela precisava ser forte e o quanto ela tinha que fazer isso. Deu uma última olhava pelo apartamento, respirou fundo, saiu pela porta principal e chamou o elevador. Seu coração só se deu conta de que tudo aquilo era necessário quando ela estava parada na calçada em frente ao grande Suzan Place. Ela ficou observando a fachada do grande prédio residencial, onde passou muitos momentos bons da sua vida. Ali onde o amor cresceu e morreu, aquela sensação doía tanto, que ela teve que se segurar no muro enquanto aguardava o carro que tinha pedido pelo aplicativo.
acordou, passando a mão pela cama como sempre fazia. Na maioria das vezes estava sozinho, estava provavelmente fazendo o café, ou dependendo da hora que ele acordasse, já estaria no serviço. Ele tinha costume de dormir até um pouco mais tarde devido a sua agenda, que em sua grande maioria era noturna. Mas dessa vez ele sentiu algo estranho no ar, uma angustia pairava pelo ambiente e ele não sabia explicar porque se sentia daquela forma, nunca tinha se sentido assim, não ao acordar pelo menos. Passou os olhos com dificuldade pelo quarto, mas como ainda estava sonolento não percebeu nada diferente. Esticou os braços para espreguiçar o corpo e ajudar a despertar, quando sua mão esbarrou no papel que estava na cama. Ele abriu o papel e a familiaridade da letra de fez seu coração apertar, mesmo antes de se concentrar no que estava escrito. Engoliu em seco e começou a ler o que havia no bilhete.
“Foi uma decisão difícil. E eu pensei muito sobre tudo isso. Sei, , que você só estava ao meu lado ultimamente por acomodação com a nossa relação e eu não posso deixar essa situação continuar. Mesmo te amando com todas as minhas forças, eu preciso sentir que sou amada também. Quero que saiba que não tomei essa decisão pensando no que era melhor pra você, tomei ela pensando em mim e no momento o melhor pra mim é ficar longe de tudo isso, dessa cidade, desse apartamento, desse amor que eu sinto por você. Sim, eu te amo, e acho que sempre vou te amar, mas eu também me amo e preciso aprender a cuidar de mim, assim como eu cuidei de você por todos esses anos. Muitos desses anos foram os melhores de toda a minha vida e eu sou grata por isso. Por favor, se mantenha saudável e tenha uma boa vida. Por favor, também não venha atrás de mim, eu preciso só de mim nesse momento. Seja feliz, meu lindo.
Ass: .”
não acreditou quando leu o bilhete. Aquilo tudo significava que ela havia o deixado? Mas o ele estava fazendo de errado para isso acontecer? A confusão invadiu seus pensamentos.
Levantou da cama as pressas, podia ser algum tipo de piada, olhou em direção a cômoda no canto direito do quarto, e não avistou os cremes de perfumes dela que ficavam ali. Seu corpo tremeu, mas talvez ela não os deixasse mais ali, fazia tempo que ele não parava para observar aquilo. Sua visão começou a embaçar com as lágrimas e ele se encaminhou ao armário de roupas com certa dificuldade, seu coração estava muito apertado. Ao abrir as portas do móvel, ele teve que se apoiar da parede para não desabar no chão, as roupas dela não estavam mais lá, algumas poucas coisas como casacos muito grossos e umas botas antigas ainda estavam lá, mas o que ela usava com mais frequência tinha desaparecido. Ele encostou o corpo na parede e sentiu-o deslizar na mesma quando seu corpo foi perdendo as forças. Caiu com a bunda no chão frio do quarto, colocou as mãos na cabeça, aquilo não podia estar acontecendo, ela o amava e quem disse pra ela que ele não sentia a mesma coisa? Quem foi que disse pra ela que ele só estava com ela por acomodação? Em todos esses anos ele nunca teve olhos para outra mulher, nunca a havia traído ou ficado de conversinha com outras. sempre foi o suficiente e era até de mais, ela cuidava dele e o amava, eles discutiam, mas que casal não fazia isso? Não significava que ele não a amava mais. Os sentimentos dele por ela eram verdadeiros e ele precisava ouvir essas respostas da boca dela.
Ele realmente não conseguia entender nada, estava completamente perdido, tentando achar um motivo para tudo aquilo, ele só queria que tudo não passasse de um pesadelo. Assim que conseguiu parar de chorar, se levantou e olhou novamente nos lugares onde as coisas dela costumavam estar, aquela era a realidade dele agora. Desceu as escadas com a cabeça girando um pouco, assim que entrou na cozinha viu o café da manhã pronto coberto pela tela de proteção que sempre deixava na comida dele antes de sair pro serviço. Ele respirou fundo e sentiu o aroma doce de alguma fruta picada que ele não foi capaz de identificar. Grudado na tela tinha uma nota adesiva.
“Não se preocupe demais comigo. Tome seu café e faça uma caminhada! Daqui uns dias os sentimentos voltam ao normal”
Ele não conseguia nem desgrudar o papel da tela, quando mais comer alguma coisa. Sentia uma necessidade muito grande de ouvir isso da boca dela e mesmo ela pedindo para ele não ir, precisava falar umas coisas pra ela antes de desistir de tudo. Pagou as chaves, um casaco que estava pendurado atrás da porta principal e saiu. Não podia deixar que a mulher da sua vida, sua companheira de tantos anos, fosse embora assim. Precisava que ela soubesse do amor que ele ainda sentia, e se mesmo depois das palavras dele ela quisesse partir, ele não ia poder fazer nada.
Assim que passou pelo portão automático da garagem, o primeiro lugar que pensou em ir foi para o serviço de , ela tinha começado lá há pouco tempo em sua confeitaria preferida na cidade, provavelmente não iria abandonar algo pelo que veio lutando tanto. E ele acreditava que ela não ia mesmo sair da cidade, tudo dela estava ali, seu emprego, seu apartamento, seus amigos. Ele. A culpa de tudo isso era dele, tudo o que estava acontecendo era por causa dele, todo aquele sofrimento que ele sentia e que provavelmente ela sentiu também. teve que se controlar e se concentrar na estrada para não chorar com aqueles pensamentos e não ter a visão embaçada.
Depois de uns 15 minutos dirigindo, chegou ao grande prédio. A confeitaria ficava no último andar do prédio comercial no centro da cidade. sentiu seu coração apertar assim que apertou o botão do andar, de alguma forma ele sabia que ela não estava lá. Conhecendo como ele conhecia, sabia que ela era maleável, mas que quando tomava uma decisão, não havia ninguém ou nada que a fizesse mudar de idéia. Assim que as portas do elevador se abriram ele se encaminhou para entrada do grande salão decorado num tom de azul claro e detalhes de rosa bebê. Passou os olhos pelo local tentando achar por , depois de algum tempo ele se encaminhou até uma das atendentes do balcão principal, perguntou sobre e a moça abriu um sorriso grande ao ouvir o nome da colega. Ela respondeu que ela não trabalhava mais ali, mas que tinha deixado um recado para um rapaz com as características físicas dele, caso ele fosse até lá atrás dela. , ela disse, pegando um papel branco dobrado de dentro de uma das gavetas e entregando para ele.
“Teimoso! Eu pedi pra você não vir atrás de mim, não foi? Você deveria ter vindo atrás de mim quando eu ainda estava ao seu lado. Dói-me dizer que agora é tarde demais, mas é a verdade. Por favor, não torne as coisas mais difíceis para você, pense na sua carreira e nas suas obrigações. Viva confortavelmente e nunca se esqueça de ser feliz. !”
amassou um pouco o papel com as mãos quando terminou de ler, não entendia o porque de todos aquele bilhetes e porque uma pessoa adulta estava se comportando assim ao invés de sentar e conversar. Ele ainda não estava pronto para desistir daquela conversa.
Logo já estava no carro, em direção ao apartamento dela. Talvez ela ainda estivesse por lá arrumando as suas coisas e acertando com a companhia de mudança, afinal se mudar não devia ser algo tão rápido assim.
Ao chegar no prédio antigo há alguns metros da confeitaria, ele logo se direcionou as escadas que davam acesso aos andares superiores e as subiu tão rápido para o segundo andar, que quase perdeu o fôlego quando fechou a porta corta fogo atrás do seu corpo. Sentiu seu interior despedaçar quando avistou um papel grudado na porta do apartamento 253. Mais um papel? Mais um bilhete? Como ela sabia que ele iria até esses lugares?! Pegou o papel com as mãos tremulas e o rosto molhado de suor e algumas lágrimas que já começavam a sair de seus olhos.
“, . O que eu faço com você?! Sempre assim tão teimoso. Eu sei que antes de chegar a esse bilhete você provavelmente passou no meu trabalho, pois achou que eu estaria no meu lugar preferido. Sei também que chegou até aqui com alguma esperança de eu estar arrumando as minhas coisas ainda. Como eu te disse no primeiro bilhete, eu já vinha pensando e adiando isso há algum tempo, então não, eu não estou mais atrás dessa porta, e você pode entrar pra ver, a chave extra ainda está no nosso lugar secreto. Eu sei que veio aqui na esperança de conversarmos pessoalmente, e não deve estar entendendo o motivo de todos esses bilhetes. Acontece que eu não estou forte o suficiente para fazer isso pessoalmente. Pode parecer covardia, mas foi algo necessário para mim. Sim eu realmente fui embora, realmente estou terminando com você! Eu te amo com todas as minhas forças, mas eu não gosto mais de você, do que a gente veio se tornando um para o outro e como toda essa situação vinha sendo difícil pra mim. Por favor, não se feche para novas possibilidades e novos amores. Eu te desejo toda a felicidade do mundo, até outro dia. .”
Como aquilo podia estar realmente acontecendo? A noite passada ela estava deitada ao seu lado e hoje... Hoje ele não teve a oportunidade nem de olhar nos olhos dela uma ultima vez, nem de dar um beijo na pele macia da sua bochecha. O que ele tinha hoje era um monte de papéis e um coração destruído. Ele não era mesmo o mesmo homem do início do namoro e isso pode tê-la machucado do mesmo jeito que ele estava machucado agora.
Três meses haviam se passado e ainda não tinha se conformado bem com tudo aquilo. Domingo como vinha fazendo sempre que tinha um espaço na sua agenda ele ia até a igreja local, ele começou a frequentar a missa depois que de todo o acontecimento e rompimento com . Ela sempre o chamava para acompanhá-la até aquela igreja, para a celebração da Eucaristia, ou algum evento especial que envolvesse a comunidade no templo, mas ele nunca havia aceitado ou pensado em aceitar o convite dela. Mas depois de todos os acontecimentos recentes, lá ele encontrava um pouco de paz para seu coração e as horas ali conectado com Deus ele ia pensando nos seus atos e tentando ser e dar o seu melhor nas coisas.
Ao final da celebração daquele dia, pensou ter visto , isso vinha acontecendo com tanta frequência que ele nem se importou, continuou de pé no seu lugar esperando até que as pessoas saíssem da igreja para que pudesse andar sem ficar espremido na multidão. No momento em que o recinto já estava praticamente vazio, só havia sobrado ele e a mulher que ele achou parecida com sua ex namorada. Ele esperou mais alguns minutos sem sair do lugar como sempre fazia para dar tempo do estacionamento e região esvaziassem, ele olhou fixamente para o relógio e depois de constatar as horas, começou a se mover lentamente até a saída. Quando ele se virou para o corredor que dava acesso a porta principal, viu a mulher parada no meio da passagem, ela olhava firme nos olhos dele, assim que o olhar deles se cruzou. Era . Era impossível estar enganado, esfregou os olhos algumas vezes, para se certificar de que não era seu subconsciente pregando uma peça novamente.
A mulher chamou pelo nome dele, e nesse momento ele pode ter certeza de que era ela mesma quem estava ali, parada na frente dele. Era sim. Ele se aproximou o máximo que pode sem ter nenhum contato físico com ela, mas ficando tão próximo que conseguia sentir o hálito da respiração dela na pele dele.
estava de volta a cidade e achava que era a hora de ter uma conversa com . Não achava justo com ele, ir embora daquela forma meses atrás. Ela tinha passado na igreja para encontrar e conversar com o padre, mas chegou antes no final da missa e avistou em meio as pessoas. Ficou imensamente feliz por ele ter arrumado algo para fazer, e que ele procurou conforto em um lugar que o traria tranquilidade e não uma ressaca no dia seguinte. Ele havia entendido, que mesmo que ele o quisesse, não podia sair e andar por todas as cidades existentes no país atrás dela. Tinha percebido que espaço era o que ela precisava e ele não ia poder forçar nada mesmo que a encontrasse.
a respondeu também chamando pelo nome, e a olhando de cima a baixo. Ela sorriu e o convidou para sentarem ali mesmo em um dos bancos de madeira para conversar. disse a ele tudo o que vinha sentindo todos esses anos, e o porquê de ter ido embora, explicando que foi o melhor a ser feito no momento e que estava realmente feliz, com um novo emprego e novos amigos. ficou feliz em ver ela tão bem assim, não disse que não conseguia seguir a vida como era antes, que estava pensando em parar com a música e começar uma viajem pelo mundo. Não quis preocupá-la, então ele disse que vinha tendo uma ótima vida lá também, que esse tempo fez bem pra ele assim como pra ela. Ele entendeu que a culpa desde o inicio tinha sido dele, e que ele não tinha o direito de colocar sua felicidade na frente da dela mais uma vez.
Ficaram mais alguns minutos conversando, eles então finalizara a conversa, já de pé no corredor na porta da igreja. Eles se abraçaram forte e se despediram dessa vez, como devia ter sido no passado. Ela se virou e foi embora, ele ficou ali de pé olhando os cabelos dela balançando enquanto passava porta a fora. O amor da vida dele estava indo embora novamente, só que dessa vez ele havia a deixado ir, livre e sem preocupações com nada naquela cidade. As forças de suas pernas sumiram e ele desabou, batendo os joelhos no chão, as lágrimas que a alguns dias ele não soltava começaram a escorrer pelo seu rosto.
Sabia que a deixa ir era o certo, mas estava longe de ser fácil.
Fim.
Nota da autora: Eu preciso de um tratamento psicológico, eu escrevi essa fic originalmente com meu bias do BIG BANG é a segunda fanfic que eu escrevo com ele, e nenhuma das duas acabamos em um final feliz, bom eu confesso que eu adorei esse final, não é romântico, mas não deixa de ser feliz. Acredito que a nossa felicidade só dependa de nos mesmos e é isso que eu quis passar com esse enredo. A PRÓXIMA FIC QUE EU ESCREVER COM TAEYANG VOU TENTAR UMA COISA MAIS AMOR DA VIDA PROMETO. Quero deixar um beijo pro meu bonde, que vem me aturando no processo de escrita sempre. ,me dando dicas, apoio e incentivo AMO VOCÊS BEBÊS <3 <3 não posso esquecer minhas amigas mafiosas que vivem lendo as besteiras que eu posto nesse site. ESPERO que gostem e não deixem de comentar.
Outras Fanfics:
Baby How You Like That;
Eyes Nose Lips;
Baby, I Like You;
16. Not Today.
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