Última atualização: 29/07/2017

Capítulo 1


14 de março de 2016




Todo mundo sempre me disse que eu não seria nada na vida, que meu temperamento explosivo não me levaria a lugar nenhum. Eu perdi as contas de quantas vezes eu tinha ido na diretoria por conta de brigas com os valentões do colégio ou chegado em casa com o nariz sangrando e o lábios cortado. Eu sempre fui um cara que não levava desaforo pra casa e como não era muito bom com as palavras, eu deixava meus punhos cuidarem dos serviços.
Até que um dia eu descobri que eu poderia usar esse defeito para ganhar dinheiro e de quebra ajudar a minha mãe que me criou sozinha. Quando eu conheci Mick, eu tinha acabado de completar 18 anos e estava saindo da delegacia por se meter em uma briga por uma garota em uma festa, Mick estava pegando um dos seus lutadores que tinha ficado bêbado e irritado todos os seus patrocinadores, fazendo com que a maioria deles desistissem de investir no cara. Foi aí que eu tive a grande ideia de me oferecer para ser sua nova estrela. Claro que Mick riu na minha cara, dizendo que eu não tinha o que era preciso e eu até concordava com ele. Porra, não é que eu fosse magro a ponto de ser quase esquelético, era só que eu me metia com cara duas vezes maior que eu.
Só que eu não levei na brincadeira e insisti até que ele me desse uma chance. Não vou dizer que foi fácil, na verdade, foi difícil pra caralho. Mas logo que eu ganhei minha primeira luta, Mick se dedicou cem por cento em me fazer o melhor lutador que já existiu.
E por isso estamos aqui, numa festa de gente engomadinha, apreciando a bebida de graça e a comida enquanto esperávamos o senhor Bellucci nos chamar pra dentro. Ele era um dos patrocinadores que eu precisava para dar um empurrão na minha carreira, com o patrocínio dele eu poderia melhorar muito a minha vida. Segundo Mick, Bellucci tinha um prédio onde ele colocava os seus lutadores e lá eu poderia usufruir dos benefícios que viriam com esse contrato. Tchau equipamento de quinta e apartamento no Brooklyn, olá equipamento de primeira e apartamento em Manhattan.
- Pensando em que, ? – Mick perguntou. - Na minha vida depois que assinarmos esse contrato. – Me desencostei do bar. – Eu vou poder comprar a casa que minha mãe vive pra ela não precisar mais viver de aluguel.
- Por que você simplesmente não a traz pra morar contigo?
- Já te disse, Mick, ela não gosta da cidade grande. Ela tem seu restaurante por lá em Wimberley e está feliz com isso. Além do mais, você sabe que ela não gosta de me ver lutando.
- Eu sei, bem capaz dela entrar no ringue e acabar com a luta. – Mick falou e logo depois engasgou com a bebida.
- O quê? – Perguntei e Mick apontou com a cabeça pra garota que acabara de entrar na festa. Eu sabia que não tinha sido o único que tinha notado a garota que acabara de entrar no salão, aparentemente, todos os presentes tinha parado o que estavam fazendo apenas para vê-la passar. Não era de menos, eu acho que eu nunca vi uma garota tão linda, tão alegre, que parecia mais que não tinha nenhuma preocupação. Se todas as patricinhas ricas e mimadas tivessem uma rainha, eu já sabia exatamente como ela seria.
- Que mulher linda! – Mick falou, colocando a bebida no balcão.
- Você não é casado, Mick?! - Perguntei, apoiando meus antebraços no balcão.
- E muito bem casado por sinal, só porque eu disse que ela é linda não quer dizer que eu quero dormir com ela, além do mais, ela tem idade pra ser minha filha.
- Não sei você, mas tenho a mera impressão de que eu já a vi em algum lugar.
- Só nos seus sonhos, , porque só neles pra uma mulher dessa te dar bola.
- Você sabe, patricinha não faz muito meu estilo. – Como se ela soubesse que estávamos falando dela, ela virou o rosto em nossa direção e nossos olhares se encontraram. Nós ficamos nos encaramos até que ela desapareceu pela multidão.
- Mick, . – Um dos seguranças do senhor Bellucci nos chamou, fazendo com que eu voltasse minha atenção para ele. – Senhor Bellucci está chamando vocês.
- Vamos lá, ! É agora. – Mick segurou em meus ombros enquanto andávamos até o escritório do senhor Bellucci. O mesmo estava rodeado de seguranças enquanto assinava alguns documentos.
- Ah,, meu rapaz! – Ele falou assim que levantou o olhar. Pra quem não conhecia Bellucci achava que ele era um cara extremamente rude por conta de ser um empresário tão renomado e conhecido por quase nunca perder dinheiro, arrogância as vezes é uma característica pra caras como ele, mas Bellucci não, ele era um cara gente boa. – Mick, meu fabricante de estrelas!
- Senhor Bellucci! – Falei, parando em frente à sua mesa.
- Já te disse que pode me chamar de Paul. Venham, sentem-se. – ele se apoiou na mesa. – E aí, gostando da festa? – Nós dois assentimos. – Excelente. Espero que se acostumem, daqui pra frente vocês vão ser meus convidados de honra para a maioria dos meus eventos. - Ele se aproximou da mesa e disse: - Mas sem mais delongas não é? Aqui está o contrato de vocês, se quiserem podem ler outra vez. – Bellucci apontou para os papéis a nossa frente. Olhei pra Mick que já pegou a caneta e estava assinando o contrato, Bellucci me entregou a caneta e eu assinei meu nome.
- Fico feliz em fazer negócios com vocês, tenho muita fé em você, .
- Muito obrigada, eu que... – Minha fala foi interrompida por uma garota entrando com tudo no escritório. Olhei para trás, vendo a garota que tinha entrando no salão há poucos minutos atrás.
- Pai, será que o senhor pode tirar esse brutamonte da minha cola? – Ela cruzou os braços, parando entre eu e Mick, em frente ao seu pai. – Não sei se o senhor percebeu, mas eu já sou bastante grandinha pra ter uma babá, especialmente uma desse tamanho.
- Mas é claro que não, minha querida filha. - Ele se encostou na cadeira, entrelaçando suas mãos em cima da sua barriga.
- E por que não?
- Porque eu não quero que você se meta em confusão.
- Confusão? - Ela perguntou, incrédula. - Mas eu nunca me meto em confusão.
- Eu realmente espero que você esteja usando sarcasmo, .
- Mas é claro que não, o senhor fala como se eu fosse barraqueira. Eu sou uma pessoa calma, Ghandi concordaria.
- Mas não parece pelo barraco que você fez semana passada com aquela outra desmiolada que eu esqueci o nome.
- O nome dela é Stacey, para sua informação, e ela estragou meus sapatos. De propósito! Eu não ia deixar barato. Eles custam uma fortuna.
- E por isso você quase partiu a cara da menina no meio?
- Ah, mas isso é culpa sua.
- Minha culpa? Como isso é minha culpa, ?
- É, se eu não tivesse crescido em um ambiente tão violento, rodeada de lutadores, eu não...
- Teria batido nela? Me poupe do seu showzinho, ! Gary vai te seguir a noite toda e se você tentar, de alguma maneira, escapar dele, eu juro que eu faço isso tudo ficar pior.
- Não sei como pode ficar pior. – Ela cruzou os braços.
- Eu te coloco em uma das minhas coberturas e você só vai poder sair quando estiver comigo. – A expressão da garota mudou e pela primeira vez ela percebeu que tinham mais pessoas no recinto. Ela olhou para mim e Mick e depois para seu pai.
- Tudo bem, você venceu. – Ela levantou os braços. – Desculpe atrapalhar.
- Desculpas aceitas, agora se você nos dá licença.
- Claro. Vamos, Bruto. – Ela saiu rebolando em direção à porta.
- É Gary. – O segurança falou.
- É um apelido, meu caro, eu pelo menos tenho que tirar algum proveito da minha noite, não acha? – Os dois desapareceram pela porta.
- Desculpem por isso, minha filha não está familiarizada com a palavra limites. – Ele colocou as mãos em cima da mesa, se levantando. – Espero que você goste do apartamento que eu separei pra você, é em um dos meus prédios novos. O equipamento deve chegar na segunda na sua academia, Mick, é de primeira e eu espero que você use o máximo que puder e quem sabe até treinar algum outro jovem talentoso como o aqui.
- Com certeza, senhor.
- Sua próxima luta é daqui a dois meses, na sua cidade natal.
- Na minha cidade natal?
- É uma tradição. Quando um lutador assina comigo, a sua primeira luta sempre acontece na sua cidade natal, é como um ritual de passagem. Tem algum problema pra você?
- Claro que não.
- É sua mãe, certo?
- O quê?
- Ela não gosta que você lute.
- Capaz dela entrar no ringue e quebrar a cara do meu adversário no meio.
- Que tal quando formos lá, nós façamos uma visita para ela?
- O senhor quer conhecer minha mãe?
- Claro, talvez eu possa convencê-la que um talento como o seu não vem pra todo mundo. – Ele se levantou e nós também. – Prazer fazer negócios com você, .
- O senhor não vai se arrepender. – Apertei sua mão logo depois de Mick.
- Ah e tem mais uma coisa. – Ele falou antes de sairmos. – Nada de lutas fora do ringue, eu não tolero isso de forma alguma. Caso isso aconteça, eu sinto muito, mas nossa parceria acaba.
- Entendido, senhor Bellucci. – O segurança fechou a porta e Mick começou a pular no meio do corredor – Parece que você gostou da proposta.
- Um apartamento novinho em um dos prédios de um dos maiores empresário? Foi tudo que eu pedi a Deus e muito mais. – ele segurou em meus ombros enquanto andávamos pelo corredor de volta pra festa. – Eu vou poder dar uma repaginada na academia, jogar umas coisas velhas, conseguir mais uma clientela.
- Senhor Bellucci é um homem baita generoso.
- E bota generoso nisso.
- Mick, eu vou tomar um ar.
- Mas eu pensei que a gente ia comemorar.
- Vou ligar pra minha mãe, contar as novidades.
- Pode ir lá filhinho da mamãe.
- Vai se foder! – peguei o celular e fui em direção ao jardim. Disquei o número da minha mãe e depois do segundo toque ela atendeu – Mãe?
- , estava falando sobre você nesse instante, sabia que aquele seu amigo, Duke, acabou de ter um filho? Ah, imagina quando for você, meu querido. – eu apenas ri.
- Eu tenho uma novidade pra te contar. – ela não disse nada, esperando que eu continuasse. – Eu assinei com um patrocinador que vai me ajudar muito na minha carreira, mãe. Eu vou ganhar uma grana, vou poder te ajudar com suas contas, vou pagar a faculdade da Anna também.
- Ah,, meu querido, você não precisa se preocupar conosco.
- Claro que preciso, mãe. Eu deixei vocês duas sozinhas por muito tempo, já está mais do que na hora de eu retribuir tudo que vocês fizeram por mim.
- Você não precisa, nós fizemos para que você seguisse seu sonho.
- E agora que estou aqui está na hora de retribuir. – escutei-a soluçando do outro lado do telefone. – A minha primeira luta vai ser daqui a dois meses, aí na minha cidade natal. Quero vocês duas me assistindo lutando.
- Nós estaremos lá, pode ter certeza.
- Obrigada, mãe. – falei, percebendo um movimento detrás de uns arbustos. – Mãe, depois eu te ligo.
- Tudo bem. Tchau, meu amor, nós estamos com saudades.
- Eu também. Tchau, mãe. – desliguei o celular e andei em direção aos abutres, encontrando nada menos que a filha do seu Bellucci, . – Seu pai não te proibiu de sair?
- Ai que susto! – Ela se virou pra mim, colocando a mão em seu peito. – Ficou louco?
- E então...
- Sim, ele disse, eu só estou tomando um ar.
- Você deveria ter arrumado uma desculpa melhor.
- Você me pegou desprevenida, poxa! – ela disse com um sorriso no rosto. – Você não vai contar pra ele, certo lutador?
- Quem te disse que eu sou um lutador?
- Ah, eu sei quem é você. – ela começou a andar ao meu redor, me analisando. – ! Vencedor do Razor dois anos consecutivos sem patrocinador algum, sem falar nas lutas por fora e mini campeonatos. Um campeão praticamente invicto. Meu pai é um grande fã, ficou muito feliz quando você finalmente decidiu assinar com ele. – ela parou na minha frente.
- Parece que você andou me observando.
- E pode ter certeza que foi uma vista e tanto. – ela me olhou de cima a baixo. – As tatuagens que quase cobrem seu corpo inteiro, com certeza merecem analises especificas e cuidadosas, mas você sabe fotos não fazem jus a realidade.
- Qualquer dia desses eu posso te mostrar elas de perto.
- Eu adoraria.
- Ei, , vamos! – vi uma garota aparecer no meio do jardim, tão arrumada quanto ela.
- Essa é minha deixa, lutador. – ela olhou pra trás e depois pra mim. Acho que ela estava arrumando uma maneira de como me convencer a não contar para o seu pai.
- Pode ir, eu não vou falar nada.
- Sério?
- Sério, pode ir. Viro até de costas. – virei de costas pra ela esperando que ela fosse. Mas antes que ela pudesse, se aproximou sussurrando em meu ouvido:
- Obrigada, lutador. Fico te devendo essa. – E com isso ela desapareceu entre as árvores e eu tinha certeza que não só ela estava encrencada, eu também.


Capítulo 2


19 de maio de 2016




Quando meu pai disse que tudo poderia ficar pior eu realmente não esperava que ele fizesse aquilo que prometeu. Claro que das outras vezes eu já o tinha desobedecido, porém nenhuma dessas vezes ele me trancou em uma cobertura sendo vigiada por um bando de ogro 24 horas por dia. Tudo bem, dessa vez eu realmente tinha passado da conta, fugir da festa anual da sua empresa e ainda conseguir a façanha de ser banida de um clube por subir em cima do balcão e fazer uns caras fazerem striptease não foi lá um bom exemplo de filha. Eu praticamente morri de tédio nos dois meses que ele me deixou de castigo, além de ter que sair com ele pra todos os eventos sociais cheio de velhas e chatas, eu tive que me mudar pra uma das coberturas dele onde eu era monitorada. Eu tentei até conversar com minha mãe para que ela tentasse o convencer a me tirar do meu castigo, porém ela disse que nada poderia fazer, que eu merecia o que estava acontecendo comigo. Claro que eu não esperava nada da minha mamãe, ela só falava com meu pai pra pedir mais dinheiro, mas não custava nada tentar.
E como se me colocar de castigo fosse pior, meu pai tinha feito questão de me arrastar pra primeira luta do ano do seu lutador favorito: aquele gostoso do . Eu sabia que morava em um interior, a maioria deles sempre eram algum projeto de garoto rebelde que só sabiam conversar com os punhos em vez de com a boca. E que boquinha linda, devo ressaltar. Senhor, me ajude! Lembra da última vez que você deixou cair nas graças de um lutador, , as coisas não acabaram muito bem para o meu lado.
- Por que a gente está aqui mesmo? – Perguntei, descendo do carro. morava em alguma fazenda no meio do nada, era um lugar bem vasto, cheio de planta, animais e, claro, muita terra. Respira , não deixa o gene da sua mãe falar mais alto. Você não é uma patricinha pretensiosa e preconceituosa! Você é melhor do que isso. Respira fundo, e tenta segura a língua!
- Porque nós viemos visitar a família do meu lutador preferido. Você sabe como funciona, .
- O senhor deveria ter ao menos me avisado que iríamos fazer uma visita à uma fazenda, eu poderia ter colocado outras sandálias, agora meus saltos estão estragados. – Apontei para minhas botas. – Eu vou ter que comprar novos quando voltarmos.
- Patricinha fresca. – Escutei resmungar ao meu lado.
- O que disse? – Me virei pra ele.
- Nada.
- Você me chamou de patricinha fresca.
- Pensei que a quantidade de álcool tinha danificado seu cérebro, mas vejo que esse estrago ainda não aconteceu, ao contrário de outros, né?!
- Eu deveria partir essa sua cara no meio, . – Ele jogou a cabeça pra trás, gargalhando alto.
- Eu gostaria muito de ver você tentar.
- Não é só porque é lutador que você é o único que sabe lutar.
- Então você luta também? Qual a sua categoria? MMA pela nova bolsa da Channel?
- Você é muito atrevido, . Eu deveria...
- , cuidado pra não pisar no.. – Foi aí que eu pisei algo extremamente macio, afundando o meu pé. Eu não tive nem coragem de olhar pra baixo, apenas fechei meus olhos e respirei fundo.
- Por favor, não me diz que isso é...
- Cocô de vaca. Se você escutasse algo além do tom da sua voz, patricinha, escutaria meu aviso. – disse, rindo, antes de sair andando na frente. Sem olhar pra baixo, tirei meu pé e logo me arrependi amargamente de ter desobedecido meu pai.
- Pai! – Eu gritei, fazendo com que ele parasse e virasse para mim. – Eu quero ir pra casa! Agora!
- Creio que isso não vai ser possível, querida filha. Você está de castigo.
- Eu já tenho 21 anos! – Joguei as mãos para o alto. – Eu não vou sair daqui a não ser que seja pra ir pra casa. – Cruzei os braços, tentando manter a melhor cara séria que eu podia.
- Você vai esperar muito tempo em pé, então. – E então ele voltou a andar em direção a casa novamente, sem nem ao menos olhar por cima do ombro.
- Eu não vou sair daqui, eu não estou brincando! Eu quero ir embora desse lugar, e eu quero ir agora! Pai! – Ele entrou na casa, batendo a porta alto. Julian, o segurança que veio conosco, começou a andar em direção a casa. saiu da casa e andou em minha direção.
- Por que as coisas nunca são simples com você? Por que você tem que tornar tudo tão difícil? – falou, frustrado, colocando as mãos no bolso.
- Talvez pelo fato de eu ter acabado de arruinar as minhas botas nova da Aquazzura. Você sabe quanto custa um par dessas botas?
- Você supera. Quando voltarmos pra Nova York você compra outra. Agora vamos lá pra dentro.
- Eu só vou sair daqui se for pra ir pra casa. – Respondi com a voz firme.
- Eu vou adorar cada minuto disso. – Ele sorriu de lado e quando eu menos esperei, estava sendo jogada pelos ombros de , sendo levada em direção a casa.
- , me coloca no chão! – Ele continuou me levando em direção da casa enquanto eu protestava. – Você é um brutamonte!
- , coloca a menina no chão agora! – Escutei a voz de uma mulher vindo da casa. – Não foi esse jeito que eu te ensinei a tratar as visitas.
- Ela é só é visita por falta de opção porque se eu pudesse deixava ela no primeiro hotel, de preferência um que fosse o mais longe possível. – Ele me colocou –ou melhor, me jogou– em cima de um banco como se eu fosse um saco de batata.
- Bruto! – Eu disse, olhando pra ele. apenas cruzou os braços e rolou os olhos.
- Mimada!
- ! - Uma mulher, na casa dos seus 40 anos, deu um tapa em seu braço. só rolou os olhos, o que fez com que ela desse outro tapa nele. – Você sabe que eu odeio quando você rola os olhos pra mim. – Ela disse, antes de olhar pra mim com um sorriso nos lábios. – Olá, , eu sou mãe do , Mia. – Ela olhou pra minhas botas e depois pra mim. – Vejo que você estragou as suas botas, eu realmente sinto muito, o nosso ajudante não veio hoje e não me avisou que teríamos visitas.
- Tudo bem, eu não estava olhando pra frente, a culpa foi minha. – olhou pra mim com uma expressão chocada. Aha! Ele achava que eu ia tratar um senhorinha simpática como a mãe dele com desdês. Na sua cara, lutador!
- Se ela parasse de falar um segundo, teria escutado meu aviso.
- Talvez você tivesse falado antes da gente sair do carro. – E de repente, uma ideia apareceu em minha mente. – Você fez de propósito!
- Não se iluda, patricinha.
- Eu trouxe um saco pra você colocar suas botas. – Ela me estendeu um saco e eu peguei.
- Muito obrigada. – Olhei pra minhas botas e eu quase chorei. Eu realmente não queria fazer isso. – Está tudo bem, use o saco pra tirar as botas, assim você não tem que tocá-las.
- Eu realmente preciso fazer isso?! – Mia olhou para , que balançou a cabeça e pegou o saco de minhas mãos, tirando minhas botas em um movimento rápido.
- Pronto, patricinha. – Ele amarrou o saco e jogou no chão. O meu coração apertou dentro do peito, aquelas eram minhas botas preferidas. – Agora se me dão licença, eu vou tirar as malas da vossa majestade de dentro do carro. – voltou praticamente correndo em direção ao carro.
- Espera ai. – Eu comecei, fazendo com que Mia olhasse pra mim. – Nós vamos mesmo ficar aqui?
- Pensei que seu pai tinha te dito, nós temos bastante lugar na casa. – Mia disse com o maior sorriso e como eu não queria quebrar o coração dessa senhorinha muito simpática, o completo oposto do seu filho, eu apenas decidi que iria dar uma chance a vida na fazenda. A Paris Hilton e Nicole Ritchie conseguiram, eu também consigo.
- Nós não estamos nos melhores termos no momento. – Eu comecei, me levantando. – Mas é claro que eu vou adorar ficar aqui, falou muito o quanto a sua comida é boa então será uma honra que a senhora nos receba.
- Pensei que e você não fossem amigos pelo jeito que vocês se implicam.
- Oh, mas eu escuto o que ele fala, mesmo que ele não saiba. – Eu disse, começando a andar em direção a porta. – Ele também disse que a senhora tem uma filha, Anna, não é mesmo?!
- É, ela está no último ano do colegial, quer cursa moda em Nova York no ano que vem. – Ela disse, me guiando em direção a cozinha. A casa era enorme, eu já tinha percebido pela fachada, tinha falado dentro do carro que a casa pertence a sua família por décadas, porém algum parente louco a tinha colocado para vender e o novo dono a transformou em uma fazenda. A mãe de , Mia, tinha lutado com unhas e dentes pra conseguir a casa de volta e com o novo emprego do filho, ela tinha conseguido finalmente se livrar de todos os problemas financeiros e chamar o lugar de lar.
- Se a senhora quiser, eu posso ajudá-la a escolher o melhor curso pra ela, eu sou formada em design de moda e tenho uma boutique em parceria com duas amigas.
- Você faria mesmo isso? – Ela perguntou enquanto nós entravamos na cozinha. Meu pai e uma garota estavam sentados na mesa conversando e comendo o que aparentava ser o café da tarde.
- Claro que sim.
- Anna, essa é a , filha do senhor Bellucci. – A garota sorriu e acenou pra mim. – Ela estava dizendo que podia te ajudar a escolher a melhor faculdade de design de moda em Nova York. Ela é formada e tem uma boutique com suas amigas.
- Sério? – Ela pulou da cadeira e parou em minha frente. – Qual o nome da sua boutique?
- Mapri Boutique.
- Mapri? – Ela praticamente gritou, fazendo com que eu desse um passo pra trás. – Vocês tem as melhores roupas, um preço razoável e uma identidade definida inspirada em na indumentária das roupa desde o tempo pré-histórico até o século XXI, trazendo uma releitura moderna com seus gostos pessoais. Como você fizeram isso?
- As coisas boas de ser uma patricinha filhinha do papai. Se você quiser, eu passo tudo sobre o curso, as melhores faculdades, melhores lugares pra trabalhar e tudo que você quer saber.
- Sim. – Ela respondeu, segurando meu braço e pulando.
- Ótimo! Então você pode me levar pra dar uma volta pra conhecer a fazenda enquanto eu te conto tudo. – Olhei para os meus pés. – Mas antes eu preciso arrumar outro par de botas, eu não posso andar pela fazenda de meias.
- Eu tenho um all star que eu posso te emprestar.
Fazia tanto tempo que eu não usava um sapato que não tivesse saltos, eu nem lembrava quando tinha sido a última vez, mas é como dizem: se está no inferno, melhor abraçar o capeta. não estava aqui pra fazer jus a esse ditado, com aqueles braços musculosos, torneados, com aquele corpinho cheio de tatuagens de alguma coisa referente a luta que eu pouco me importava, mas queria tocar. , acorda, mulher, lutador = fora dos limites! Perigo! Perigo! Roger! Roger!
- Eu adoraria. Quanto você calça?
- 39.
- Eu também. – Entrelacei meu braço com o dela. – Vamos, Anna, me mostra o que Wimberley tem de bom.




Isso só podia ser a porra de um pesadelo. Primeiro minha mãe começou a gritar comigo o quão mal educado eu fui logo que eu voltei do carro com um arsenal de malas que pertenciam a nada mais nada menos que vossa Majestade, a rainha de todas as patricinhas, Bellucci. A garota fala mal de onde eu moro, reclama o caminho todo, me culpa por ter pisado na bosta de vaca e ainda me faz tirar suas botas. Eu tinha que ficar puto alguma hora, especialmente quando ela falava comigo com aquele nariz empinado que ela tinha, como se fosse a minha chefe. Depois, Anna, que entrou no meu quarto apenas pra dizer que era garota mais simpática que tinha conhecido e que ela não via a hora de se mudar pra Nova York pra poder passar mais tempo com ela. É, parecia que Bellucci tinha entrado na minha vida e não era só de passagem, ela seria o meu constante tormento. E que tormento maravilhoso esse que eu arranjei, lindo de se ver. Foca, , a filha do seu chefe com certeza não é para o seu bico. Uma patricinha e um lutador? Onde já se viu?
- Anna, já terminou com o seu discurso? – Perguntei, colocando a minha camisa. – Eu vou encontrar os caras no bar, quero passar um tempo com eles antes de ir embora.
- Eu ainda não entendo como você não gosta da , ela é uma garota tão maravilhosa. Sem falar em como ela é linda, parece que saiu de uma campanha de revista.
- Me poupe, Anna, você só conheceu a garota a menos de 6 horas.
- Não sou só eu que a acha incrível, a mamãe também estava falando maravilhas sobre ela com o senhor Bellucci.
- Se isso é um pesadelo, eu quero acordar agora. – Fechei os olhos, mas a única que eu recebi foi um travesseiro na cara.
- Larga de ser ranzinza, , e dá uma chance a menina. Vocês só começaram com o pé errado.
- O pé? Você quer dizer o corpo inteiro. – Eu me virei pra ela. – Já imaginou, uma patricinha e um lutador, amigos? O que é que a gente ia conversar? Sobre qual o melhor movimento pra ela conseguir aquela bolsa da promoção? Ou que cor dos meus shorts realçam mais os meus olhos?
- Você a está julgando sem nem ao menos conhecer.
- Eu conheço o tipo dela.
- , você sabe melhor do que ninguém que não se deve julgar as pessoas baseado em alguns fatos que você conhece sobre ela. Tem muito mais debaixo daquela primeira, segunda ou até milésima impressão. Quem te ver não acha que a sua cantora favorita é Adele, que você chora toda vida com Someone Like You e Jane Austen é a sua escritora favorita. Você tem uma biblioteca em casa, pelo amor de Deus, eu nem consigo passar da primeira página de um livro sem ser obrigada.
- Você sempre joga baixo.
- Você não me deixa escolha. – Ela se levantou. – Eu vou pro quarto da , nós vamos assistir Sex and the City. Boa sorte na noite.

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- Então quer dizer que agora você é um lutador de verdade, ? – Meu amigo, Mike, disse. Já faziam duas horas que nós tínhamos chegado ao local, parecia que a cada minuto ele ficava mais lotado e pra minha surpresa, eu tinha virado alguma espécie de celebridade na cidade. A minha luta, que iria acontecer daqui há dois dias, estava em cada canto da cidade, ou seja, minha cara junto com a do meu competidor estavam espalhadas pela cidade em pôsteres e outdoors. O senhor Bellucci tinha dito que a minha primeira luta seria na minha cidade natal e eu achei que seria algo reservado pra um bando de empresários ricos, apaixonados por luta, porém, eu fiquei surpreso em descobrir que ela era aberta para o público e que todos os ingressos já tinham sido vendidos. Se já não estava nervoso antes, eu estava começando a ficar.
- Eu sempre fui, você que nunca acreditou. – Eu disse, apontando o meu copo pra ele.
- Fico feliz que você esteja fazendo algo que você ama, você sempre foi muito bom com os seus punhos, é bom que esteja usando isso pra ganhar um dinheiro.
- É, eu vou poder ajudar minha mãe em muita coisa.
- Você já ganhou quantas lutas?
- A maioria desde que eu comecei a lutar, demorou um tempo pra que eu me tocasse que luta não é só jogar um sequência de movimentos até que um acerte o oponente. Você acredita que meu mentor me fez fazer yoga?! Ele disse que eu tinha que aprender a canalizar minha força da maneira certa.
- Eu não acredito!
- E o pior disso tudo é que funcionou. – Mike jogou a cabeça pra trás, gargalhando. Ele começou a tomar um gole da sua cerveja mas depois se engasgou com a mesma.
- Mike, cara, o que foi?
- Olha pra trás e vê a garota mais gata que eu já vi nessa cidade, provavelmente, de alguma cidade do lado ou acabou de se mudar porque não tem como eu ter perdido um anjo desses de vista.
Olhei pra trás, e meu sorriso desapareceu quando eu vi quem era a tal sereia que ele estava falando. Era nada mais, nada menos do que a rainha das patricinha, Bellucci com minha irmã ao seu lado. Claro que ela iria chamar a atenção, principalmente quando ela usava aquelas botas com saltos tão altos que parecia que ela estava querendo chegar no céu.
- Ela é amiga da sua irmã, . – Mike chamou minha atenção. – Onde é que sua irmã estava escondendo essa amiga, ? E você conhece ela?
- Acredite mim, essa garota é problema na certa. – Eu disse, escutando os barulhos dos saltos ecoarem no piso do bar, avisando que ela estava se aproximando.
- Seu pai sabe que você está aqui? – Eu disse assim que ela passou por nós dois. parou de andar e se virou pra mim.
- ! – Ela disse. Anna, que estava atrás dela, parou ao meu lado e acenou para Mike. – Não, e pelo visto ele também não sabe que você está aqui.
- Mas eu não sou filho dele.
- Mas não sou eu que tenho uma luta em dois dias. Sabia que ele espera que você ganhe?
- Você dúvida?
- Isso está aberto a discursão. Você não é tudo isso, lutador. – Ela virou o rosto e foi em direção ao bar.
- O que vocês duas estão fazendo aqui? Eu pensei que vocês iam ficar em casa assistindo Sex And The City.
- É, mas ai nós ficamos super entediadas e a Ash disse que o bar estava cheio de gente nova por conta dos turistas que vieram pra sua luta. disse que nós deveríamos dar uma olhada. – Ela colocou a mão em meu ombro. – Não se preocupe, irmãozinho, nós duas só queríamos sair de casa, não vamos causar nenhum problema.
- Você sabe que aquela garota ali é sinônimo pra problema, não sabe? O nome dela é -Imã-de-Problema-Bellucci.
- Você deveria dar uma chance pra ela, , ela é muito mais legal do que você imagina. Agora se vocês me dão licença, eu tenho que apresentar pra todo mundo. Beijos. – Anna correu em direção a e as duas foram em direção ao grupo de amigos de Anna.
- Quem era aquela, ?
- A filha do meu chefe. – Olhei pra ele, que tinha um sorriso no rosto. – Nem pense nisso, Mike, está fora dos limites.
- Eu não disse nada.
- Você não precisou. – Respondi, me encostando na cadeira.
- Uh oh!
- O que foi dessa vez? Quem entrou nesse bar agora?
- , meu lutador preferido. – Olhei para o lado, dando de cara com Ian, o clássico valentão do colégio que costumava me provocar na hora do intervalo afim de ter uma desculpa pra me encher de porrada. Claro que o cara era maior do que eu em tamanho e muito mais forte, pelo menos naquela época, mas as agora as coisas tinham mudado e eu já não era o magricelo que ele costumava provocar. Cruzei os braços, olhando pra ele de lado. – Que bom te ver, cara, soube que em dois dias vai levar uma surra na frente da cidade inteira, mas é claro, você já está acostumado. – Eu apenas voltei o meu olhar para Mike, ignorando Ian completamente. Ele estava esperando uma reação e eu não ia dar esse gostinho a ele, eu era muito melhor do que isso.
- Tudo bem, me ignore, não é como se eu estivesse mentindo. Te vejo no ringue, , porque agora eu vou atrás daquela gostosa no bar.
Ian começou a andar em direção ao bar e eu vi que a gostosa que ele falava era . Meu sangue ferveu quando ele começou a puxar assunto com ela. parecia não gostar, porém estava respondendo de forma amigável. Anna tentou puxá-la de volta para o grupo, mas na hora que elas estavam saindo, ele segurou o braço de . Minha irmã olhou pra mim com cara de pânico e quando dei por mim, já estava andando me direção a ele, empurrando Ian pra longe de .
- Eu acho que a garota disse não. – Eu disse, ficando na frente de , impedindo que ele ao menos olhasse pra ela. Ian apenas riu de lado, ele sabia que tinha conseguido me provocar.
- Agora que virou lutador, é defensor dos coitados e indefesos?
- Ian, se você não calar a boca agora, eu juro que vou partir sua cara no meio.
- , não vale a pena. – parou em minha frente, colocando a mãos em meu peito e fazendo com que eu olhasse pra ela. – Você é melhor do que isso.
- É, , - Ian começou, atrás de . – escuta a patricinha, você sabe que não deve se meter comigo.
- É, o não pode te bater – ela falou, se virando e começando a andar em sua direção. –, mas eu posso. – ficou na base certa e logo depois acertou o lado esquerdo do queixo de Ian. Ela depois segurou seus ombros e o acertou em cheio no meio das pernas, fazendo com que ele caísse no chão. – Isso é o que você ganha por ser um valentão idiota. Nunca subestime uma patricinha da cidade, nós somos mais do que os seus rótulos. Vamos sair daqui. – Ela me pegou pelo braço e começou a andar em direção a saída do bar. Olhei pra trás, vendo Anna e Mike vindo logo atrás.
- Isso foi um cruzado e tanto, patricinha. – Falei logo quando chegamos do lado, vendo-a se virar para mim. – Onde você aprendeu a fazer aquilo?
- Eu sou faixa preta em taekewdo.
- Mentira. Eu não acredito! – Olhei pra ela incrédulo.
- Você acha mesmo que meu pai não ia me colocar pra fazer luta? O cara queria um filho, mas veio uma mulher no lugar. Enquanto todas as minhas amiguinhas iam pro balé, eu estava beijando o tatame.
- Então você foi obrigada a fazer luta?
- Na verdade, no começo sim, mas depois eu peguei gosto pela coisa. – Eu estava olhando pra ela com a boca aberta. Eu nunca ia imaginar que ela era faixa preta em alguma coisa. Talvez em quem consegue gastar uma fortuna em uma tarde no shopping. – Por que você está com essa cara?
- Só difícil de acreditar.
- Por que? – Ela cruzou os braços, virando a cabeça pro lado.
- Porque você é tão patricinha, pensei que você só se importava com marcas, tomar umas e férias no Havaí.
- Eu me importo, gosto muito das duas coisas, mas essas não só as duas coisas que eu tenho a oferecer. Você não deveria me julgar com base em um estereótipo.
- Por que? Aposto que você acha que eu sou um ogro ignorante que só pensa em bebidas, carros, mulheres e, claro, bater nos outros.
- Touché! – Ela disse, sorrindo. – Imagina como foi pra mim descobrir que você só tirava notas boas no colégio, gosta de ler Jane Austen e sua cantora favorita é Adele.
- Quem te disse isso?
- Ah, querido, você não deveria escutar música tão alto num sábado de manhã.
- Como você sabe que eu escuto Adele todo sábado?
- Quem você acha que mora do outro lado do corredor? Outro lutador?
- Você é minha vizinha? Desde quando? Eu pensei que você morava em outro lugar.
- Eu até morava, mas foi antes de irritar meu pai a ponto dele me colocar de castigo nos meus 21 anos de idade. – Nós dois rimos. – Ele era um dos valentões que implicava com você no colégio?
- Sim. Como você sabe disso?
- Tem certas coisas que todo lutador tem. Uma cicatriz no rosto, uma cara de mal, um tanquinho trincado, uma bundinha maravilhosa. – Ela sorriu, levantando as sobrancelhas. – E também problemas na escola, e, é claro, com o pai. Se você passa muito tempo ao redor de lutadores você começa a reparar certas coisas, principalmente coisas que não deveria.
- , isso foi incrível! – Anna pulou na frente de , a abraçando pelo pescoço. – Acho que Ian nunca mais vai sair de casa por ter acabado de ser nocauteado por uma garota em um salto quinze.
- Ele supera. – olhou pra mim. – Desculpa estragar sua noite, eu sei que você queria sair e ficar com os seus amigos.
- Ah, deixa pra ela, esse bar nunca foi essas coisas todas mesmo. – Ela se virou pra mim. – Que tal a gente ir comer, hein?! O Bang Bang ainda deve estar aberto.
- Eu topo! – Mike disse, levantando a mão. – Bang Ban tem os melhores hambúrgueres e toda essa briga me deu fome.
- Eu também. - Eu respondi, olhando pra , que mordia o lábio.
- Então vamos logo que eu estou com faminta! Você topa, ?
- Ah, eu não vou. Será que vocês podem me deixar de volta na fazenda?
- Por quê?
- Porque eu não posso comer esse tipo de comida, tem muita gordura, carboidrato e açúcar. Vai acabar com minha dieta.
- Mas uma vez não vai te matar, não é? Vamos! – Eu disse, pegando sua mão para que ela começasse a andar, mas logo ela soltou.
- , eu realmente não posso.
- , qual o problema? É só um hambúrguer, até eu vou comer e eu tenho uma luta em dois dias.
- Mas você é muito burro mesmo, . – Anna, começou. – A mãe dela é uma daquelas socialites loucas que fez fazer dieta a vida inteira, acho que nunca na vida ela provou um hambúrguer.
- Anna! – surpreendeu. – Quando eu te contei isso, não era pra você anunciar em rede nacional.
- Nunca na vida?
- Bem, eu só levo um jeito de vida saudável.
- Mas um hambúrguer, patricinha, nenhum?! Nem um milk-shake? Batata frita? Com bacon e cheddar? Sorvete? Nenhuma dessas coisas?
- Minha mãe nunca me deixou comer esse tipo de coisa.
- Você tinha que ver a cara dela quando a mamãe ofereceu uma lasanha pro jantar. não quis recusar e teve que comer tudo. – Anna disse, rindo. – Dava pra ver na cara dela que ela estava gostando.
- Eu não podia fazer uma desfeita com a sua mãe, ela é uma mulher muito simpática.
- Então, pra quem já comeu lasanha, um hambúrguer, um milk-shake e uma batata frita completa não vão ser nada. Vamos, . – Tentei pegar sua mão, mas ela foi mais rápida e deu um passo pra trás.
- Eu realmente não posso.
- Então eu vou ter que jogar baixo, .
- Como assim?
- Se você não comer, eu vou ser obrigado a contar pro seu pai não que você se aproveitou da bondade da minha irmã pra sair enquanto está de castigo e ele não vai gostar nenhum pouco de saber disso.
- Anna nunca concordaria com isso.
- Senhor Bellucci, ela me obrigou. - Anna fez a sua melhor interpretação de garota inocente, o que fez o queixo de quase cair no chão. – Não vai ser muito difícil já que você tem esse charme de bad girl.
- Sua traidora.
- Um hambúrguer e eu não falo nada pro seu pai.
- Tudo bem! – Ela disse, batendo o pé no chão. – Eu odeio todos vocês, principalmente você, seu lutador caipira.
- Então vamos logo, patricinha.
não falou nada o caminho inteiro, e eu tenho que admitir, ela com uma cara de raiva, fazendo bico e com os braços cruzados, até que a deixava fofinha. Eu fiquei surpreso que um mulherão desses podia agir com uma garota mimada de 6 anos quando queria e, o pior, ficar a coisa mais linda desse mundo. Droga, ! De novo essa merda? Se concentra na tarefa em questão: fazer comer um combo completo de hambúrguer, batata frita e milk-shake.
sentou no final da cabine de encontro com a parede e eu sentei ao seu lado. Ana e Mike sentaram na nossa frente. A garçonete veio e anotou os nossos pedidos, nem sequer olhou o cardápio, se concentrando na conversa entre Anna e Mike, com isso eu tomei a liberdade de pedir o maior e mais gorduroso combo que Bang Bang tinha.
- Você vai continuar me dando o tratamento de silêncio? – Perguntei, fazendo a atenção de se voltar pra mim.
- Não sei o que você espera que eu faça, não é como se nós fossemos os melhores amigos de contar segredos um para o outro.
- Okay. - Levantei meu braços, voltando a atenção para Ana e Mike.
- Desculpa. - disse, respirando fundo, fazendo com que eu olhasse pra ela. - É que eu não sou acostumada às coisas não saírem do meu jeito. Hello! Filhinha do papai e extremamente mimada pela mãe aqui. - Ela apontou pra si, dando um sorriso sem humor. - E desde o dia daquela festa anual que minha vida está uma bagunça. A culpa não é sua, nem da sua família ou da sua luta, é totalmente minha. - Ela abaixou a cabeça.
- Aqui os seus pedidos. - A garçonete disse, entregando nossos pedidos. continuou olhando para o seu celular em suas mãos, ignorando todo mundo na mesa.
- Se tem uma coisa que eu aprendi, - Ela olhou pra mim. -, é que na vida, as coisas vão dar errado. Na verdade, vão dar mais errado do que certo, só que tudo acontece por uma razão. Que razão é essa? Eu não faço a menor ideia! Quando é que as coisas começam a melhorar? Ah se eu soubesse! A única coisa que eu sei é que elas melhoram. - Ela sorriu sem os dentes. - E sabe o que ajuda a melhorar? Um combro enorme, do melhor hambúrguer de Wimberley.
- Eu provavelmente vou me arrepender disso. – respirou fundo e puxou o prato pra perto. Ela respirou fundo e pegou o hambúrguer entre as mãos, o analisando de cima a baixo. – Isso é enorme.
- Não pode amarelar agora, patricinha. – sorriu antes de dar uma mordida no hambúrguer. Ela fechou os olhos enquanto mastigava e do nada soltou um gemido alto, fazendo com que as outras pessoas olhassem pra nossa mesa. Alguém. Me. Mata. Por. Favor.
- Isso é a melhor coisa do mundo! – começou a comer as batatas fritas como se não houvesse amanhã. – Por que eu não comi isso antes, senhor?! Isso é muito bom! – continuou devorando o hambúrguer e a batata em uma rapidez inexplicável. Anna, Mike e eu olhávamos para ela como se ela fosse de outro mundo, porém estava pouco se fodendo e parecia que nada no mundo existia a não ser ela e o seu combo.
- Acho que isso quer dizer que ela gostou. – Anna disse, olhando pra mim. Eu tirei a atenção do meu próprio para ela. – Parece você comendo depois que a mamãe te obrigou a fazer todas as tarefas ao redor da fazenda. , sentindo que estávamos falando sobre ela, voltou sua atenção para a conversa.
- Se todas as comidas de Wimberley são assim, eu nunca vou sair desse lugar. – começou, tomando o seu milk-shake. – Espero que sua mãe esteja pronta pra adotar uma filha agora que você está morando em Nova York, eu, alegremente, tomaria seu lugar.
- Sem chance, , é o filhinho da mamãe.
- Eu não sou filhinho da mamãe! – Eu disse rápido, fazendo com que , Mike e Anna começassem a rir.
- Claro, nós acreditamos em você, . – continuou comendo o seu combo.
Já era mais de meia noite quando chegamos em casa, Anna já estava caindo de sono e estava bocejando a cada minuto e eu precisa dormir porque amanhã, Mick chegava para nós treinamos um antes da luta. Quando eu entrei em meu quarto, tirei toda a minha roupa e me joguei na cama, algo me dizia que Bellucci tinha entrado na minha vida pra ficar.




A vida na fazenda começava cedo e é claro que como uma boa hóspede, eu acordei cedo para o meu fuso horário porque um bando de galinhas decidiram cacarejar do lado da janela do quarto de Anna, porém, isso não me abalou e eu coloquei o melhor sorriso no rosto – e óculos escuros, é claro – e desci pra tomar café.
- Bom dia. – Eu disse, entrando na cozinha e fazendo com que todos olhassem pra mim. Bem, quase todos. – Cadê o meu pai?
- Teve que resolver algumas coisas no lugar onde vai ocorrer a luta, e buscar Mick no aeroporto. – falou, voltando sua atenção para o seu café.
- Venha, , sente-se, eu fiz um prato pra você. – Mia disse, apontando para a cadeira ao lado de .
- Como assim você faz um prato pra ela e não pra mim? – perguntou perplexo.
- Porque ela é visita.
- Mas tem mão. Duas, pra ser mais exato, e sem falar em uma direita fenomenal.
- Ah, que fofo, você está com ciúmes. – Eu disse, me sentando ao lado dele. – Depois diz que não é filhinho da mamãe. – Eu continuei, começando a comer o meu café. Acho que em outra vida Mia trabalhou como chef dos deuses porque essa é a única explicação que eu encontrei pra ela cozinhar tão bem.
- Eu já disse que eu não sou filhinho da mamãe.
- O pior mentiroso é aquele que mente pra si mesmo. – rolou os olhos e eu voltei minha atenção para Mia. – Onde está Anna?
- Teve que trabalhar hoje pra poder assistir a luta do .
- Que pena! Eu pensei que ela poderia me mostrar a fazenda hoje.
- Você quer conhecer a fazenda? – perguntou, extremamente surpreso.
- Anna disse que tem vários bichos bonitos e lugares incríveis espalhados que ela queria me mostrar. Ela até me emprestou um par de botas pra eu poder explorar como uma verdadeira exploradora, tipo Dora a aventureira.
- Está mais pra Nicole Richie em Simple Life. – Ele respondeu, rindo e eu dei um tapa em seu ombro.
- pode te mostrar a fazenda.
- Claro que não!
- Eu adoraria. – Eu disse, sorrindo pra ele.
- Está combinado, então. Agora, falando em botas... – Mia desapareceu pela varanda e voltou um pouco tempo depois, segurando nada mais nada menos que minhas botas totalmente limpas.
- A senhora lavou minhas botas? – Eu perguntei, me levantando e andando em direção a ela.
- Claro que sim. – Ela as estendeu para mim. – Elas estão como se fossem novinhas.
- Mas como? – Eu falei, inspecionando as minhas botas.
- Você não foi a única que não olhou para onde estava pisando. – Eu olhei pra ela incrédula e fiz a última coisa que eu pensei que ia fazer: A abracei forte pelo pescoço, quase a derrubando. Mia ficou surpresa, mas retribuiu o abraço.
- Muito obrigada. A senhora é a melhor do mundo! Do universo inteiro e da galáxia!
- Não foi nada, querida, sempre que precisar pode contar comigo. – Eu a abracei novamente. – Agora você deve ir pra te mostrar tudo.
- Por que eu tenho a impressão que eu não vou me livrar de você tão cedo? – disse, se apoiando na parede.
- Porque você não vai, lutador, nossa amizade está só começando. – Eu disse, colocando minhas botas no chão e andando em direção a ele. – Agora vamos lá pra fora pra você me mostrar o porquê de existirem tantos livros sobre cowboys/bad boys e porque eles são atraentes.
- Eu não vou tirar minha camisa, se você está esperando que isso aconteça. – Ele disse, indo em direção a porta enquanto eu o seguia.
- Isso é o que nós vamos ver, lutador.


Capítulo 3


28 de março de 2017





- Espero que você esteja vestido, eu estou entrando. – entrava em meu apartamento como se fosse dona. – , meu bebezão, que saudades de você. Fez o que pro almoço? Eu estou faminta! – Ela me abraçou por trás, encostando o queixo no um ombro afim de ver o que eu estava cozinhando.
- Muita cara de pau da sua cara vir aqui na minha casa comer minha comida. – Eu disse, desligando o forno.
- Por favor, , pensei que você já tinha se acostumado.
- Eu me arrependo tanto do dia em que eu te dei aquele hambúrguer.
- Deveria mesmo. Eu engordei 8 quilos nessa brincadeira! 8 quilos! Minhas roupas estão até apertadas e o meu personal está me fazendo treinar dobrado.
- Ah, é claro, seu corpo é seu objeto de trabalho. Blá blá.
- Não mais. – Ela respondeu, se sentando no balcão da cozinha.
- Como assim?
- Eu sai da minha agência de modelo, eu já não me via fazendo aquilo há um bom tempo. Agora eu vou poder me concentrar na minha boutique cem por cento. High five! estendeu a mão e eu bati.
- Não sei pra que você trabalha, você já é rica mesmo. – Eu respondi, começando a colocar comida em dois pratos.
- Meu pai é rico, eu não. Eu tenho muita sorte que ele me ajuda muito, mas acho que está mais do que na hora de eu começar a dar um rumo pra minha vida, sabe? Começar a não depender tanto dele pra quase tudo.
- Isso é papo de gente rica.
- Como se você não tivesse saído da sua cidade natal pra poder sair da asa da sua mãe e seguir o seu sonho.
- Xeque-mate. – Eu disse, estendendo um prato pra ela.
- Você quer comer pizza hoje? – perguntou, começando a comer. Como assim ela já estava falando de comida enquanto comia?
- , você está comendo! Como você já pode estar pensando em comida no momento?
- Mas essa é a sua comida saudável, da sua dieta de lutador, eu estou falando de mais tarde no jantar. Faz uma semana que eu estou desejando uma pizza enorme, com bastante queijo, tanto queijo que parece que eu vou me afogar numa piscina enorme de queijo.
- Você tem um problema. Eu nunca vi uma pessoa que fosse tão apaixonada por queijo e batata.
- Batata! Será que tem pizza de queijo com batata frita do mesmo jeito que tem pizza de hambúrguer?
- Existe pizza de hambúrguer?
- Claro que existe, . E é maravilhosa.
- Pra quem não comia nada que não fosse saudável, você está manjando muito das comidas não saudáveis.
- A culpa é sua! Sua e da Anna. Se eu nunca tivesse comprando aquele combo eu nunca teria sentido o gostinho do caminho não saudável da vida.
- Eu me arrependo todo dia de ter te dado aquele hambúrguer.
- Eu não. De sobra eu ganhei um amigo e um chef de cozinha pra cozinhar pra mim. – Ela disse, piscando pra mim.
- Folgada. – deu de ombros e desceu do balcão, indo em direção a minha sala e ligando a televisão. – Quando é que você vai se mudar mesmo? Se eu me lembro bem, você odiava esse aparamento.
- Ah, isso foi antes. Agora eu e meu pai estamos em bons termos, aparentemente ele acha que você é uma ótima influencia pra mim e me deu o apartamento de presente. – Ela olhou pra mim. – Querendo se livrar de mim, ?
- Mas é claro. – Me sentei ao lado dela. deu de ombros e continuou comendo.
- Contra quem você vai lutar hoje? – Ela perguntou depois de um tempo, olhando pra mim.
- Dex.
- Deve se fácil, ele é um frouxo.
- ! – Eu quase engasguei na minha comida.
- O quê? Não é como se eu estivesse mentindo. O cara é um dos piores lutadores, eu não sei como ele ainda consegue lutas.
- O papaizinho dele paga uma boa grana pra manter ele no jogo, sem falar, que ele é uma ótima propaganda.
- Você seria um ótimo garoto propaganda também, se não fosse tão ranzinza.
- Eu já te disse que essa não é minha praia, meu lugar é no ringue, não dentro de uma sala brincando de roupa e fazendo pose. Tem gente que não nasceu para os holofotes que nem você.
- Ei, faz mais de um ano que não me meto em nenhuma encrenca. A única coisa que eu faço e trabalhar, dormir, ir pra academia, assistir série ou ler um livro e repetir.
- Não esqueça me fazer de seu chef particular.
- Como eu ia esquecer do meu chef de cozinha favorito. – Ela apertou minha bochecha e eu me afastei dela. – Você já tem uma roupa pra depois da luta? Pra festa anual do meu pai?
- Tenho. – Apontei para o terno que estava no meio da sala, pendurado em uma arara no meio da sala. – Acho que é Gucci, ou alguma coisa do tipo.
- Huumm, Gucci. Quem te viu, quem te vê, lutador.
- Eu te odeio. – riu, se levantando do sofá, pegando nossos pratos e levando pra cozinha. – Tem sorvete de napolitano na geladeira de sobremesa.
se virou pra mim, colocando a mão no peito e disse:
- Você comprou sorvete só pra mim? – Ela abriu a geladeira. – Você é o melhor, . – Ela voltou para o sofá, deixando seus sapatos pela casa e se jogou ao meu lado. – Eu amo todas as calorias que vêm dentro desse pote e não tenho medo de admitir. – Eu apenas balancei a cabeça e disse:
- Eu não sei se Anna te falou, mas ela vai vir passar um tempo aqui em Nova York.
- E sua mãe? – se sentou reta, olhando pra mim. – Ela vai ficar sozinha? Ela não pode ficar sozinha, ela já não tem idade pra isso, . Ela precisa de alguém pra tocar a fazenda com ela.
- Uou! , se acalma. – Eu ri de lado, levantando as mãos. – Elas vem pra festa anual da empresa do seu pai e depois ela vai pegar um avião pra passar um mês viajando a Europa com a minha tia.
- Oh.
- Desde quando você se importa tanto com minha mãe?
- Sua mãe é uma mulher incrível, , é bem difícil não me importar com ela, especialmente quando ela me trata como se eu fosse uma filha toda vez que eu decido visitar Anna.
- Eu ainda acho muito bizarro o fato de você praticamente viver em Wimberley.
- O que eu posso fazer? O lugar realmente me traz uma paz inexplicável, o cheiro de vaca não é muito agradável, mas essa parte eu tendo a ignorar. Que horas elas chegam?
- Elas devem estar chegando a qualquer momento.
- E Anna vai passar quanto tempo com você?
- Na verdade, ela não vem morar comigo. Ela se inscreveu em um programa de workshops, palestras e afins em uma das universidades que ela passou, isso tudo vai durar um mês inteiro. É como se ela fosse viver a experiência da vida de faculdade antes da faculdade de verdade, sabe? Ela disse que só precisa de um lugar pra ficar os dois últimos meses de férias pra poder se adaptar, procurar um lugar pra ficar, aprender a pegar o metro e essas coisas. – não pode responder porque a campainha do meu apartamento ecoou, avisando que minha irmã e mãe provavelmente tinham chegado. – Devem ser elas duas.
- Elas vão se arrumar aqui?
- É.
- E como elas vão pra festa?
- Seu pai disponibilizou um segurança e um motorista pra levá-las pra festa.
- Elas não vão pra luta?
- Minha mãe disse que prefere assistir do telão que vai transmitir na festa, aparentemente seu pai vai estar com ela, já Anna disse que vai acompanhar mamãe. – Eu disse, parando em frente a porta.
- Meu pai assistindo a luta de um telão? – perguntou, surpresa. – Desde quando?
- Desde que ele e minha mãe estão se encontrando as escondidas.
- O quê? – gritou e eu abri a porta, dando de cara com minha mãe e Anna.
- , meu bebê. – Minha mãe praticamente se jogou em cima de mim, me esmagando em um abraço.
- Mãe, eu já te disse pra não me chamar de bebê. – Eu respondi, me afastando dela. Minha mãe, que já estava com um sorriso no rosto, sorriu mais largamente quando viu .
- ! – Minha mãe quase esmagou em um abraço, mas em vez de achar ruim a falta de ar, ela apenas retribuiu o abraço. – Como é bom ver você, minha filha. – Ela se separou dela. – Como você está?
- Eu estou bem, Mia. E você?
- Melhor agora. – Anna entrou em meu apartamento e logo atrás veio um segurança com suas malas.
- Olá, irmãozinho. – Anna me abraçou forte pelo pescoço e depois apertou minhas bochechas.
- Será que vocês duas não cansam de me tratar como um bebê?
- Não. – As duas responderam juntas, fazendo com que risse. Anna passou por mim e foi abraçar , as duas tinham uma espécie de aperto de mão que elas inventaram, algum código secreto de garotas. Deu pra perceber que minha família amava pra caramba, até mesmo mais do que eu. E bem, elas não eram as únicas.
- Então, , o que você está fazendo aqui no apartamento de ?
- Como uma boa vizinha, eu vim roubar a comida do meu chef preferido. – Ela estendeu a mão pra apertar minhas bochechas e eu bati na mesma. – E eu adoraria ficar, mas eu tenho hora marcada no salão.
- Oh claro, sua mãe deve estar esperando. – Olhei pra , que obviamente ficou tensa. Se tinha uma coisa que eu tinha aprendido nesse ano da minha amizade com era que ela não tinha sequer uma relação com sua mãe, o máximo que elas se falavam eram em algumas festas sociais e fazia de tudo pra não participar delas. Seu pai, muitas das vezes, dizia que não podia ir por causa de compromissos que ela tinha que comparecer junto com ele afim de poupar a filha de se encontrar com a mãe. disse que sua mãe a usou como uma maneira de prender um cara rico a bancá-la e isso funcionou durante alguns anos, até crescer e perceber as verdadeiras intenções da mãe. Depois disso, ela decidiu ir morar com seu pai. Ela sempre dizia que ela tinha sorte pelo senhor Bellucci ser um cara incrível, ser um pai maravilhoso e amá-la incondicionalmente. Ela se dava melhor com um cara que ela via uma vez a cada 15 dias do que com sua própria mãe que convivia todos os dias.
- Minha mãe vai se arrumar junto com as amigas dela.
- Sua mãe vai pra festa? – Perguntei, chocado.
- Sim, ela sempre vai. – respirou fundo. – Eu acho melhor eu ir pro meu apartamento, meu esquadrão da beleza deve chegar a qualquer momento.
- Você tem um esquadrão da beleza? – Anna perguntou.
- É, eu prefiro profissionais me ajudando do que me arrumar e demorar mais horas do que o necessário. Você sabem eu fico frustrada e não gosto de nada e eu faço. – Ela abriu a porta do meu apartamento e se virou para nós. – Vejo vocês na festa.
- Mesmo estando linda o tempo todo. – Eu sorri sem graça. – Sabe, , como minha mãe e Anna vão se arrumar aqui elas podem muito bem se arrumar na sua casa. – arregalou os olhos surpresa. – Eu já vou encontrar com o Mick mesmo então seria melhor que elas não fiquem sozinhas até a luta.
- Você é um gênio, ! – disse, correndo até mim e me abraçando pelo pescoço. – Eu posso pedir pro meu esquadrão trazer algumas pessoas a mais pra ajudar vocês duas a se arrumarem. – Ela se separou de mim. – E não, não vai ser nenhum incomodo, eles já estão acostumados. – Anna soltou um grito e riu, gritando também enquanto as duas pulavam animadas pela minha sala.
- Você tem que me mostrar sua coleção de sapatos e você com certeza vai me emprestar um par! – Anna disse, puxando junto com ela. Eu apenas balancei a cabeça enquanto minha mãe ria.
- É muito lindo as coisas que você faz pra colocar um sorriso no rosto daquela menina, . Você sabe o porquê de você fazer tudo isso só pra colocar um sorriso no rosto dela, não sabe? – Ela perguntou, se virando pra mim.
- Mãe...
- O que me deixa confusa é que você ainda não fez nada pra conquistar o coração de .
- Ela é filha do meu chefe, eu tenho certeza que isso já é uma bela razão. – Eu respirei fundo. – E se eu for conquistar , a filha dele, eu tenho que querer algo mais do que uma simples ficada ou um relacionamento curto.
- ... – Minha mãe balançou a cabeça e eu continuei:
- Por isso que um dia, eu vou casar com , e a gente vai viver em uma casa com três filhos ou quantos filhos ela quiser, pra fala a verdade. – Eu ri sem humor. – Ela só não sabe ainda. – Eu continuei, fazendo com que minha mãe sorrisse e me abraçasse. – Eu só preciso conversar com o senhor Bellucci primeiro, pra falar das minhas intenções com a filha dele antes mesmo de começar a tentar alguma coisa com . Eu não quero que ele sinta que eu estou agindo pelas costas dele, sabe? – Me separei dela, me sentando no braço da poltrona.
- Acredite, meu filho, não vai ser nenhuma surpresa pra Paul quando você e ficarem juntos.
- Quando nós ficarmos?
- É, meu filho, e você sabe, meus pressentimentos nunca falham. – Ela deu um beijo em minha bochecha e continuou: - Agora deixa eu ir, porque quando sua irmã e se juntam elas precisam de alguém pra colocar limites nas duas.
- Bem, desconhece a palavra limites e você sempre mimou Anna um pouco demais.
Ela gargalhou alto e jogou uma almofada na minha cara antes de sair do meu apartamento.

• • •


estava completamente certa, Dex era sim um frouxo. Porém, eu tinha que admitir, o cara tinha melhorado um pouco o jogo dele nos últimos meses, eu até fiquei surpreso quando ele conseguiu me acertar um soco no maxilar e alguns na região do abdômen e foi só nesse momento de confiança repentina dele que fez com que eu o nocauteasse antes mesmo da luta chegar no terceiro round. Depois da luta Mick e eu decidimos nos arrumar na arena antes de ir pra festa, mandou uma mensagem dizendo que já estava indo pra festa porque ela não ia esperar a princesa (lê-se: eu) tomar banho e se arrumar. Irônico porque sempre sou eu que fico esperando por ela quando nós decidimos sair pra algum lugar.
Quando eu cheguei na festa, eu tive uma sensação enorme dejá-vu. O lugar era o mesmo do ano passado, a decoração e as pessoas tinham mudado. Mick dessa vez trouxe a sua família inteira, até a mãe ranzinza dele que odiava pessoas tinha decidido vir. Eu não avistei minha família de primeira, o lugar estava lotado, mas quando eu as avistei a primeira coisa que eu percebi não foi nem o fato de minha mãe estar abraçada com o senhor Bellucci e conversando com Anna, foi sorrindo largamente enquanto sorria pra mim. Um dia desses essa mulher vai me matar asfixiado porque não tinha uma vez que eu olhava pra ela e o ar me faltasse. estava linda como da primeira vez que eu a vi, e saber que o sorriso que estava no seu rosto era pra mim fazia com que meu coração desse um pulo.
- ! – jogou os braços as redor do meu pescoço e eu a abracei pela cintura. – E não foi que você ganhou?!
- Muito engraçada. – Eu disse, me separando dela. – Você está linda! Com certeza a patricinha mais linda da festa.
- Gostou? É Gucci! – Ela disse, dando uma piscadela pra mim.
- , meu melhor lutador. – Paul, ou senhor Bellucci, me cumprimentou. – Parabéns pela vitória.
- Obrigado, senhor.
- Você lutou bravamente, meu filho. – Minha mãe me abraçou.
- Obrigado, mãe.
- Você é o melhor, irmãozinho! – Anna quase me esmagou em um abraço.
- Obrigado, irmãzinha.
- Agora que todo mundo já parabenizou , está na hora dele comemorar. – disse, segurando minha mão.
- , olha o que você vai aprontar. – Senhor Bellucci começou e respirou fundo.
- A gente não vai fazer nada demais, pai, só vamos tomar um champanhe e dançar.
- Dançar? – Perguntei, olhando pra ela.
- Depois a gente se vê. Tchauzinho. – começou a me puxar em direção ao bar.
- , eu não gosto de dançar, você sabe disso. – Eu disse, tentando chamar sua atenção.
- Eu sei, mas é só uma dancinha. – Ela disse, olhando por cima do ombro. – Que mal há em uma dança, ?!
- Eu consigo pensar em alguns. – Eu disse, fazendo com que ela rolasse os olhos.
- Dançar é tipo uma luta, , só que sem os socos. – Nós paramos em frente ao bar e pediu duas taças de champanhe. – Você nunca dançou na sua vida, ?! Nem quando ia para as festas em Wimberley?!
- Quem disse que eu ia pra festa quando morava em Wimberley?!
- Você ficaria surpreso com o que eu consigo arrancar das pessoas com o meu poder de persuasão. – Eu estava prestes a responder quando uma voz atrás de mim disse:
- E como eu sei. – Uma voz disse e eu me virei pra trás, dando de cara com Scott. Dizer que minha cara fechou, meus ombros ficaram tensos e meus punhos fecharam foi um começo. Scott era o outro melhor lutador do senhor Bellucci, o cara simplesmente era um monstro e parecia gostar de ser comparado a um. Ele era aquele tipo de cara que quando entrava no ringue, achava que era vida ou morte e por isso quase matava o outro lutador. Ele era um sanguinário e eu não gostava disso.
Logo quando o conheci, eu já não gostei dele. Pra começar o cara era um folgado, que aparecia nos eventos sociais atrasado e algumas vezes até bêbado. Já faltou lutas da qual eu tive que lutar no seu lugar mesmo despreparado. Resumindo: O cara não era babaca.
- Some daqui, Scott. – falou, parando ao meu lado e me estendendo uma taça de champanhe.
- Mas isso é jeito de me tratar depois de tudo que a gente passou, ? – Scott disse, se apoiando no balcão e colocando a mão no coração. – Eu pensei que o que nós passamos foi inesquecível.
- Mas como uma lição em como não arrumar um namorado como você. – disse, entre os dentes.
- Ah, ... – Ele tentou se aproximar de e eu bloqueei sua passagem.
- A garota já disse pra você sumir daqui, Scott.
- Ou você vai fazer o quê?
- , ele não vale a pena. – disse, me puxando pelo braço. – Vamos, você me prometeu uma dança. – me puxou para longe do bar em direção a pista de dança.
- , não me diz que você...
- Namorei com Scott? Eu não sou conhecida por tomar as melhores decisões, .
- Por quê? Ele é um babaca!
- Eu estava passando por uma fase de bad boy e decidi irritar o meu pai. Não foi um dos melhores momentos, devo admitir, e pode ter certeza que eu me arrependo amargamente. – bebeu o conteúdo do seu copo inteiro e eu fiz o mesmo. – Agora, eu acredito que você me deve uma dança da vitória. – Ela pegou nossos copos e colocou em cima de uma mesa qualquer.
- O quê? Eu não te devo nada, .
- Por favor, , eu não tenho ninguém pra dançar. – Ela juntou as mãos.
- Isso é mentira! Tem um bando de marmanjo querendo dançar com você.
- Mas eu não quero eles, eu quero você. – disse, me abraçando de lado. – Por favor, .
Eu respirei fundo e disse:
- Tudo bem, mas só uma música. – me puxou pelas mãos para o meio da pista de dança. – Agora eu vou te mostrar como os caipiras dançam.
Eu não podia dizer que eu era o melhor dançarino, mas eu dava pro gasto. Anos comparecendo aos festivais com as filhas das amigas da minha mãe me ensinaram a adquirir um ritmo de acordo com a música que estava tocando, sem falar que eu sempre fui muito bom no quesito dança. Não era como eu não gostasse de dançar porque não sabia, era apenas pelo o fato que eu não gostava, mas, bem, se tinha uma coisa que eu tinha aprendido no tempo que eu comecei a ser amigo de era que eu me pegava fazendo coisas que eu nunca imaginava que faria e aproveitando como nunca antes. Como nesse exato momento, quando eu a rodopiava pelo salão e ela sorria largamente.
- E não é que além de lutador, chef de cozinha, dono de casa, ainda é dançarino? – Ela disse, colocando os braços ao seu redor do meu pescoço. – Me diz por que você não tem namorada ainda, hein, ?!
- Porque eu estou esperando por você. – Eu disse, a puxando mais pra perto. O sorriso de desapareceu e ela passou a mão pelos meus cabelos. Ela estava prestes a falar quando foi interrompida.
- Quando Joyce disse que te viu em um vestido vermelho colado, eu não acreditei. – ficou rígida por um momento, me olhando com os olhos arregalados. Eu a vi primeiro do que ela, mas deu pra perceber que não estava confortável, não quando ela olhava pra mim como se quisesse fugir dessa situação o mais rápido possível. se afastou de mim, respirou fundo e se virou para a mulher.
- E por que não, mãe? – Ela perguntou, cruzando os braços.
- Porque você está muito acima do peso pra usar algo assim. – Ela respondeu, fazendo com que eu a olhasse horrorizada.
- Mãe, eu não estou acima do peso coisa nenhuma, pra falar a verdade, o peso que eu estava antes estava abaixo do meu peso ideal.
- E quem disse te isso? Você estava perfeita, minha filha!
- Um médico, formado, que achou maravilhoso que eu chegasse no peso que eu estou no momento.
- Se você deixar que eu te levar no Doutor Albuquerque, ele vai te passar uma dieta pra você voltar o peso que estava antes.
- Mãe, você escutou alguma coisa do que eu disse ou a única voz que você escuta é a sua?
- ! Olha o tom que você fala comigo, menina, eu ainda sou sua mãe.
- Infelizmente, isso a gente não pode mudar.
- Eu sabia! – A mãe de falou mais alto, apontando o dedo pra ela. – Eu sabia que você ficar rodeada de lutadores ia fazer com que você ficasse mais agressiva, qual o próximo passo, hein?! Tatuar o corpo inteiro como esse daí? – Ela apontou pra mim. – Você acha que eu não sei que é esse daí que fica te influenciando? Que fica te induzindo a comer besteira? Ele é uma péssima influência na sua vida, ! Você não aprendeu nada do que eu te ensinei?
- Não ouse falar assim do , Carmen! – Ela apontou o dedo pra sua mãe. – A única má influência que eu tenho na minha vida é você que prefere dez mil vezes uma filha beirando uma aparência esquelética do que saudável. Você escuta o que fala? Você se toca das coisas que você faz? Pior, o que você fala pra mim, as coisas que você me fez passar?
- Me poupe o seu drama, ! Eu fiz o que eu tinha que fazer pra ter certeza que você ficaria perfeita.
- Bem, para o inferno com ser perfeita, eu sou feliz do jeito que eu sou! Passar bem, Carmen!
saiu correndo pra fora do salão e pelo o tom da sua voz, ela estava chorando. Eu nem pensei duas vezes antes de sair correndo atrás dela, corria rápido pra alguém que estava de salto. Eu procurei por todo o jardim antes de achá-la sentada em um banco, no mesmo lugar que a gente se conheceu pela primeira vez. Ela fungou alto e levantou cabeça quando eu sentei ao seu lado.
- Por que ela tem sempre que ser má comigo? Por que ela não pode me tratar como uma filha pelo menos uma vez?
- Porque tem gente que não nasceu pra ser mãe, simples assim. – Eu respondi, a abraçando de lado. – Não é sobre você, é mais sobre ela, pra falar a verdade. Você é uma garota incrível, , todo mundo concorda. Minha irmã gosta mais de você do que de mim, até minha mãe fica extremamente decepcionada quando eu apareço em Wimberley sem você. Os seguranças do seu pai te protegem como se você uma filha pra eles, eu tenho quase certeza que o porteiro do nosso prédio tem uma quedinha por você. – Ela riu pelo nariz. – E também tem o seu pai, que faz tudo por você, o cara que quer sempre o seu melhor e em vez de passar a mão na sua cabeça faz o que tem que fazer pra você ser melhor como pessoa. E por último, o pior de todos, eu, que te mimo pra caralho, faço comida extra porque sei que você pode chegar a qualquer momento, que concordo com todas as maluquices que você me coloca.
- Realmente, você me mima demais. – Ela riu e continuou: - Mas eu gosto. – Ela me abraçou.
- O que eu estou querendo dizer é que tem várias razões para as pessoas te amarem, por que que você vai ligar pra única pessoa que parece não enxergar nenhuma delas? – levantou a cabeça do meu peito, olhando pra mim. Parecia que ela estava me vendo pela primeira vez, ou como se ele tivesse acabado de perceber algo, a única coisa que eu não estava preparado foi pra o que ela fez a seguir: segurou meu rosto e me beijou. E errado estava eu que pensei que seria só um selinho, eu não sei quem começou, mas algum de nós aprofundou o beijo, fazendo com que eu me arrepiasse da cabeça aos pés. Beijar não chegava nem aos pés dos sonhos mais loucos que eu já tive com ela, senti-la em meus braços, suas mãos pelo meu pescoço e pelo meu cabelo trazia uma sensação de alivio dentro do meu peito. De alguma maneira, veio parar em meu colo, fazendo com que eu a abraçasse forte pela cintura. É, , meu querido, você está completamente perdido.
- Desculpa, desculpa, desculpa! – Ela se levantou e começou a andar de um lado pro outro. – Eu não sei porque eu fiz isso, mil desculpas, ! Acho que foi o que você falou, junto com as tatuagens e mais o terno que te fez ficar ainda mais gostoso. Ai meu Deus, eu estou ficando louca!
- ... – Eu disse, segurando seu rosto entre minhas mãos.
- Sim?
- Eu sei uma coisa que vai te deixar muito feliz.
- O quê? – Ela sussurrou.
- Eu achei um lugar que vende pizza de batata frita 24 horas. – Os olhos de brilharam igual a dois faróis. – Vamos? – Eu estendi minha mão pra ela e ela deu um pulo pegando a mesma.
- Pensei que você nunca ia perguntar.
segurou minha mão com o maior sorriso no rosto. E bem, isso já era o bastante pra mim.


Capítulo 4


18 de Abril de 2017



Bati a porta do meu armário, rolando os meus ombros e encontrando uma maneira de relaxar. Como? Eu me pergunto como eu deixei isso acontecer? Como eu deixei com que ele ganhasse? Não era que eu não tinha perdido uma luta antes, claro que tinha, mas eu sabia como Dex funcionava, seu jogo de cintura, não tinha como ele virar um melhor lutador em menos de duas semanas quando a única coisa que o cara faz é propaganda, farrear e beber todas. Alguma coisa parecia sem sentido, como se estivesse fora do lugar, parecia que Dex, de alguma maneira, conseguiu ajuda. Agora saber que tipo de ajuda tinha sido essa, é o que seria difícil.
Saí do vestiário já louco pra chegar em casa e esquecer que essa luta existiu, que esse dia existiu e dormir até amanhã. Quando eu estava prestes a sair da arena, eu escutei um aplauso ecoar pelo corredor.
- Parabéns, pequeno . – Virei-me pra trás, dando de cara com Scott com um sorriso de lado no rosto. – Você lutou bravamente.
- O que você quer, Scott?
- Sua namoradinha não veio hoje, que pena, acho que foi por isso que você não lutou com tudo que tinha dentro de você. – Ele se aproximou de mim, cruzando os braços.
- Nem ouse falar no nome de , Scott.
- Por quê? Agora que vocês estão juntos ninguém mais pode falar da sua namorada gostosa? – Eu respirei fundo, cerrando meus punhos. – Ops! Parece que eu atingi um nervo. – Ele se aproximou de mim e continuou: - Será que eu atingiria outro nervo falando o quanto é boa de cama? Ou o quão fácil foi conquistá-la? Porque foi, , é carente demais e só precisa de alguém pra faze-la se sentir importante e agora essa pessoa é você. Ela não te ama, , como é que ela pode amar um caipira que nem você?
E isso foi tudo que precisou pra que eu derrubasse Scott no chão e enchesse ele de porrada. Foi preciso dois seguranças pra me tirar de cima dele, e quando eles o fizeram, eu saí da arena sem nem ao menos olhar pra trás. Era capaz de eu voltar lá só parar quando eu ouvisse o barulho de algo quebrando.
Quando eu cheguei em casa, eu tomei um banho longo e quente pra ver se eu relaxava um pouco, mas claro que não funcionou completamente. Era tarde então não tinham muitos restaurantes abertos e provavelmente estava dormindo pra conversar comigo. E como se o universo estivesse ao meu favor, a minha campainha tocou.
- Oi. – Eu disse, abrindo a porta apartamento. sorriu, antes de me abraçar pelo pescoço.
- Você está bem?
- Não. – Respondi, me separando dela e fechando a porta. – Vamos lá pro quarto que eu estou acabado. – tirou os sapatos e me seguiu em direção ao quarto. Quando eu cheguei no mesmo, me joguei na cama e sentou ao meu lado. – Eu só quero esquecer que esse dia existiu.
- Mas você já perdeu antes, , não é o fim do mundo.
- Mas nunca pro Dex, . O Dex é um dos piores lutadores que existe, e eu gosto de pensar que eu sou muito bom pra perder pra ele desse jeito. Era como se ele já soubesse o que eu ia fazer e como explorar minha defesa.
- Você acha que alguém ajudou ele?
- Ou alguma coisa. – Eu respirei fundo, olhando pro teto. – Todo o meu corpo dói, parece que eu fui atropelado por um caminhão. O que eu não daria pra uma massagem agora.
- Eu posso fazer se você quiser.
- Fazer o quê?
- Massagem.
- Você sabe fazer massagem?
- Sei, minha mãe me obrigou a fazer um curso junto com as amigas dela. Vai querer ou não?
Eu queria dizer não, tinha um aviso enorme, vermelho e brilhante em cima da cabeça de dizendo: “Perigo!”, porém, meu corpo doía pra caralho e ela tinha oferecido.
- ...
- Vira de costas que eu vou buscar uns cremes no meu apartamento e volto já. – Eu virei de costas, esperando voltar. Quando ela voltou, ela pulou nas minhas costas.
- !
- Ops, desculpa. – Ela disse, rindo e por uma fração de segundo eu achei melhor parar antes mesmo de começar.
- , eu acho... – E foi ai que eu parei de falar ao sentir as mãos de massageando toda a região das minhas costas. Quando disse que tinha feito um curso de massagem eu não sabia que tinha sido com os anjos porque suas mãos pareciam uma intervenção de divina. Se relaxar era o que eu precisava pode ter certeza que estava fazendo um trabalho maravilhoso porque nunca na vida eu tinha sentindo uma paz enorme. Bem, só quando eu a estava beijando.
- Por que você tem tantas tatuagens? – perguntou e eu abri os olhos, focando no que ela tinha acabado de falar.
- Eu sempre foi apaixonado por arte e eu sempre vi tatuagem como uma forma de arte então eu uni a minha vontade de fazer uma tatuagem com minha paixão por arte. Só que eu não parei com uma.
- Eu estava pensando em fazer uma tatuagem. – massageou meus ombros e involuntariamente eu soltei um gemido. – Uma flor de lótus.
- Uma flor de lótus? Por quê?
- Bem, como ela nasce em meio a lodo, no pântano, ela representa superação, força, e passar por dificuldade e a ver o lado positivo da situação. É uma espécie de lembrete.
- Se você quiser, eu posso falar com meu tatuador.
- Isso seria incrível! – Ela disse, em meu ouvido e eu senti os pelos na minha nuca arrepiarem. – Por que você não tem uma namorada, ? Anna disse que você era bem famoso com as meninas em Wimberley, mas faz tanto tempo que eu não te vejo com ninguém.
- Eu não tenho tempo pra sair, conhecer gente, entre as lutas e o treino eu quase não tenho tempo pra nada.
- Mas você tem tempo pra mim? Pra sair comigo?
- É diferente.
- Por que é diferente?
- Porque tudo é diferente com você, . – saiu de cima de mim, e eu me virei na cama, sentando na mesma e ficando de frente pra ela. – Porque eu estou pouco me fodendo pra namorar, ou conhecer garotas porque a única mulher que eu quero, que eu estou apaixonado é você.
me olhou assustada com a boca meio aberta, antes de sorrir e pular em cima de mim. Eu caí para trás com cada perna de do meu lado quando ela disse:
- Por que você demorou tanto?! - Olhei pra ela confuso, mas apenas mordeu o lábio antes de me beijar.
Naquela noite eu descobri que não apenas um anjo que apareceu pra mudar minha vida, ela também era o diabo que tinha vindo pra me atormentar. E eu não estava reclamando nenhum pouco disso.

• • • • •



- Já estou indo! – Eu gritei, colocando o resto da pipoca no balde. Corri até a porta, abrindo a mesma e dando de cara com Anna e . – Oi, Anna. Oi, ! O que vocês fazem aqui? – Se acalma, , é só o , o cara que você não consegue parar de pensar desde o dia que conheceu. , pensei mordendo meu lábio. Não era que eu não tivesse reparado que era um cara maravilhoso, claro que tinha, era bem difícil de não reparar quando o cara era coberto de tatuagem praticamente da cabeça aos pés, cozinha bem pra caralho, tinha o sorriso mais lindo e sem falar que ficava dez vezes mais atraente de terno. O problema é que eu nunca sabia o que estava sentindo ou pensando, ele tinha a melhor poker face que você respeita então imagina a minha surpresa e desespero quando eu descobri que estava completamente apaixonada por ele, por cada resposta ranzinza, por cada careta, por cada sorriso sarcástico e cada sorriso sincero. Eu não sabia como agir perto dele, claro que eu sabia que tinha que me segurar porque qualquer movimento brusco poderia acabar om minha amizade com e isso era uma das coisas que eu não queria. era muito importante pra mim pra eu perde-lo dessa maneira.
Pra dizer que eu fiquei chocada quando ele admitiu noite passada que estava apaixonado por mim foi um começo e quando eu vi já estava em cima dele o beijando como se minha vida dependesse disso.
- ? – Anna chamou minha atenção e eu olhei pra ela. – Tudo bem com você?
- Tudo sim. Então, o que vocês estão fazendo aqui?
- Eu tive um tempo livre do meu workshop então vim visitar o meu irmãozinho aqui, porém é um chato e não quer sair comigo pra assistir um filme, então eu pensei da gente assistir um filme lá na casa dele e como eu sei que você é a melhor vizinha que existe, pensei em te chamar.
- Na verdade, eu estou prestes a começar a assistir um filme agora. – Apontei para o meu sofá.
- Ótimo! Então a gente fica aqui mesmo. Uh, pipoca! – Anna entrou no meu apartamento, indo em direção a cozinha. deu um passo, ficando em minha frente, fechando a porta atrás dele.
- Oi. – Ele sorriu, dando um beijo na minha bochecha.
- Oi. – Eu olhei pra Anna, que estava entretida procurando algo pra beber dentro da geladeira. Fiquei na ponta dos pés, dando um selinho nele. ficou assustado de primeira, mas logo sorriu largamente, me abraçando pela cintura.
- Por que você não estava na minha cama quando eu acordei? – Ele perguntou, sussurrando em meu ouvido enquanto eu o abraçava pelo pescoço.
- Eu tive que treinar, esse corpinho não se mantem sozinho.
- Pensei que o treino que nós fizemos na noite anterior foi o suficiente. – Ele disse, olhando pra mim e eu senti as minhas bochechas queimarem.
- ! – Eu dei um tapa nele, fazendo com que ele sorrisse e me desse um selinho demorado. se afastou de mim e depois olhou por cima do meu ombro, fazendo com que eu olhasse também.
- Vocês dois estão juntos? – Anna perguntou, olhando pra gente com os olhos arregalados. Eu me afastei de e me virei pra ela, , que é um babaca muito fofo, me abraçou pela cintura e respondeu:
- Sim. – Anna soltou um grito tão alto que eu quase tive que tampar meus ouvidos.
- Mamãe vai pirar quando ela souber disso! Há quanto tempo vocês estão juntos?
- Menos de 24 horas, Anna, e eu apreciaria se você ficasse com a sua boca fechada por algum tempo. Eu quero contar pra mamãe e pro senhor Bellucci junto com .
- É claro que eu vou manter minha boa fechada, mas isso é tão legal! Vocês estão nesse joguinho há muito tempo, chegava a ser frustrante esperar pra um dos frouxos tomar uma atitude. – Anna andou até a gente, nos abraçando. – Vocês provavelmente querem ficar sozinhos agora, então eu vou voltar pro meu dormitório.
- Não precisa, Anna, a gente ainda pode assistir ao filme.
- Pra eu me lembrar o quão sozinha eu estou com vocês de namorico? Eu passo! Sem falar que está me mandando ir embora.
- ! – Me virei pro lado, dando um tapa no braço dele. - Você pode ficar se quiser, Anna.
- Quem sabe outro dia, cunhadinha. – Anna andou em direção a porta, abrindo a mesma. Anna saiu do meu apartamento, fechando a porta atrás dela. me pegou pela cintura, me virando pra ele e aproximou nossos rostos.
- Agora, nós temos um assunto pra tratar. Na verdade, dois. – me levantou pela cintura, começando a andar em direção ao sofá e caindo no mesmo, fazendo com que eu ficasse deitada em cima dele. – Primeiro: nós temos que contar pro seu pai que estamos juntos. Eu estava planejando falar com ele sobre minhas intenções com você depois que a temporada de lutas acabasse, antes mesmo de tentar alguma coisa contigo, mas como nada com você saí como planejado. – Ele apertou meu nariz. – eu tenho que falar com ele o mais rápido possível.
- E a outra coisa?
- A outra coisa, você definitivamente não vai gostar. Eu dei uma surra no Scott, e antes que você proteste, eu vou logo dizendo que ele merece cada soco que eu dei naquela cara dele. O cara me provocou, , ele teve a coragem de falar no seu nome.
- Você tem que falar com meu pai sobre isso, explicar tudo pra ele entender tudo o porquê de você ter feito o que fez. – Eu acariciei seu cabelo, e respirou fundo.
- Só não hoje. – Ele disse, me abraçando pela cintura e escondendo seu rosto no meu pescoço. – Hoje eu quero ficar aqui. Nessa posição. Com roupa ou sem roupa, de preferência sem roupa, mas assim está bom também.
- Será que a gente poderia ficar nessa posição lá minha cama? – Eu perguntei e olhou pra mim com os olhos cerrados e disse:
- Bellucci, você está me seduzindo?
- Pensei que eu já tinha te conquistado. – Me levantei do sofá, começando a andar pra trás. – Mas eu ainda tenho que te conquistar? Ai, preguiça, não quero. – se apoiou nos cotovelos, olhando pra mim com um sorriso de lado.
- Sua bruxinha! – pulou do sofá e eu soltei um grito, começando a correr atrás de mim. Eu consegui chegar no começo do corredor quando ele me pegou pela cintura e me jogou em seu ombro.
- , me coloca no chão. – Eu disse, batendo em suas costas.
- Nope! – Ele respondeu, abrindo a porta do meu quarto. me jogou em cima da cama e depois caiu em cima de mim. – Agora onde é que a gente tava mesmo? – Ele continuou antes de começar a me beijar. era o tipo de cara que beijava você da forma mais sedutora que você poderia esperar, nunca na vida eu acharia que um lutador marrento como ele, poderia beijar de um jeito que deixava você sem fôlego, mas não reclamo nenhum pouco pela falta de ar. Na verdade, pode continuar, e coloca a mão um pouco mais pra baixo.
Porém, a vida era injusta, e o celular de começou a tocar.
- , é bom você não atender esse celular. – Eu disse, começando a dar beijos no seu pescoço.
- É o Mick. Ele não me liga a não ser que seja algo importante. – atendeu o celular, Mick falou algo rápido e desligou o mesmo. – Mick disse que seu pai chamou eu e ele pra conversar, ele já está me esperando lá embaixo. – Ele se levantou e eu me sentei na cama.
- Você quer que eu vá com você?
- Não precisa, deve ser alguma coisa sobre a luta de ontem. Todas as vezes que eu perco ele me chama pra conversar, bom que eu aproveito e já falo o que aconteceu com Scott.
- O que te faz pensar que ele já não falou?
- Scott provavelmente deve estar farreando até agora. – Ele se abaixou, me dando um selinho. – Quando eu voltar, eu venho direto pra cá. Você vai ficar em casa hoje?
- Provavelmente. Vou ver se Anna ainda está no seu apartamento pra passar um tempo com ela. – Ele me deu outro selinho.
- Te vejo depois.
- Tchau. – saiu do meu quarto e logo depois eu escutei a porta do meu apartamento bater. Me joguei na cama pensado em quão louca minha vida tinha ficado depois que eu tinha conhecido esse lutador, parecia que o mundo tinha dado uma chacoalhada e as coisas estavam bem mais claras no momentos. É, , você está completamente encrencada agora.
Minha campainha começou a tocar e eu imaginei que fosse que tinha esquecido alguma coisa, porém, estava longe de ser .
- Gary? – Perguntei, o olhando confusa. – O que você está fazendo aqui? Saudades de ser meu guarda-costas?
- Você sabe que sim, . – Ele riu. – Mas no momento eu tenho um assunto pra tratar com você. Posso entrar?
- Claro que sim. – Gary entrou no meu apartamento e eu logo percebi que ele carregava um iPad. Eu fiz menção para ele sentar e sentei-me ao seu lado. – O que foi, Gary? Aconteceu alguma coisa com meu pai?
- Não, seu pai está bem, eu vim te mostrar uma coisa. É sobre o .
- Sobre o ? O que foi?
- Ontem depois da luta, Scott e se encontraram no corredor. – ele abriu o notebook. – Scott falou algumas coisas para o , coisas sobre você e o partiu pra cima dele.

- Parabéns, pequeno . – Scott disse, batendo palmas, fazendo com que virasse pra ele. – Você lutou bravamente.
- O que você quer, Scott?
- Sua namoradinha não veio hoje, que pena, acho que foi por isso que você não lutou com tudo que tinha dentro de você. –
- Nem ouse falar no nome de , Scott.
- Por quê? Agora que vocês estão juntos ninguém mais pode falar da sua namorada gostosa? – respirou fundo, cerrando meus punhos. – Ops! Parece que eu atingi um nervo. – Scott se aproximou e continuou: - Será que eu atingiria outro nervo falando o quanto é boa de cama? Ou o quão fácil foi conquista-la? Porque foi, , é carente demais e só precisa de alguém pra faze-la se sentir importante e agora essa pessoa é você. Ela não te ama, , como é que ela pode amar um caipira que nem você?
E foi ai que derrubou Scott no chão e começou a bater nele. Gary e outro cara tiraram de cima dele e saiu da arena sem olhar pra trás. Scott sorriu largamente e depois olhou diretamente pra câmera.


- Ele armou pro . – Eu disse, olhando pra Gary.
- E ele sabia exatamente como fazer o perder a cabeça.
- Por que você trouxe esse vídeo pra cá?
- Scott apareceu com esse vídeo no escritório do seu pai hoje então eu pensei que ele iria mostrar pro seu pai, porém o vídeo que ele mostrou não tem som. Eu vim trazer essa cópia pro , mas só que ele não está em casa então eu trouxe pra você ver. Senhor Bellucci é seu pai, , é mais fácil você mostrar esse vídeo do que qualquer outra pessoa.
- Eu juro que eu não sei porque eu namorei aquele imbecil do Scott! Eu só podia estar muito louca. – Me encostei no sofá atrás de mim. – Você veio de carro?
- Julian já está com o carro ligado.
- Então vamos. – Eu disse, me levantando e pegando o iPad.

O caminho até o escritório do meu pai demorou um pouco, o escritório ficava no centro da cidade e o transito até lá era um caos. Quando nós chegamos, Gary subiu comigo, a secretaria do meu pai indicou qual sala de reunião eles estavam. Então quando eu cheguei na porta da sala, eu apenas entrei sem nem ao menos bater na porta e disse:
- Protesto! – Os seguranças atrás do meu pai seguraram o riso enquanto , Mick, meu pai, Scott e o empresário de Scott, Billy, me olharam confusos.
- , essa não é hora pra brincadeira. – Meu pai disse, balançando a cabeça. Dava pra ver que ele já tinha visto o vídeo e estava fulminando de raiva, não tinha nada que ele odiasse mais do que lutador brigando fora do ringue.
- Eu sei. Scott armou para o . – Eu disse, colocando o iPad nas mãos do meu pai. Ele olhou para mim e depois para o iPad dando o play no vídeo que estava com o som de Scott provocando e usando meu nome. Meu pai ficou vermelho de ódio, se levantando da mesa e batendo na mesma com força.
- Como é que você tem coragem de falar da minha filha desse jeito, hein, seu imbecil?! – Ele disse, apontando o dedo pro Scott. – Seu contrato acaba nesse exato segundo, Scott, você e o seu agente podem procurar outra pessoa pra te bancar porque do meu dinheiro você não vê nem a sombra.
- Senhor Bellucci... – O agente de Scott começou, mas meu pai o interrompeu.
- Eu não quero ouvir uma palavra, Billy, tira esse garoto da minha frente agora antes que eu quebre a cara dele no meio. E eu pago a porra da indenização que for pra não ter que olhar pra nenhum dos dois. Rick, acompanha os dois pra fora daqui. – Os dois se levantaram, e eu levantei minhas mãos pra perto dos meus olhos, fazendo cara de choro pra Scott. : 1 x Scott: 0.
- Tchauzinho, Scott, vai pela sombra.
- Sua idiota! – Scott se levantou e avançou pra cima. Meu pai ficou na minha frente e se levantou no mesmo instante e o empurrou pra longe.
- Chega perto dela pra você ver como dessa vez eu só paro quando eu ouvir o som de algo quebrando.
- Vamos, Scott! – Rick puxou Scott pra fora do escritório pra que ele não piorasse a situação.
- Paizinho, você é o melhor! – Eu o abracei de lado.
- Um dia você vai me matar do coração, ! Por que você sempre namora os babacas, ? – Ele olhou pra mim e eu fiz uma careta. – Por que você não namora alguém como o ?
- Já que você tocou no assunto... – Eu disse, andando até para ao lado de e entrelaçando nossos dedos. - Nós estamos juntos.
- Eu só queria dizer antes de tudo que eu ia conversar com o senhor antes de tudo, mas nada saí como planejado quando se trata da sua filha. – disse, olhando para mim.
- E você acha que eu não sei? – Meu pai se jogou na cadeira e respirou fundo. – Eu fico feliz que vocês dois estão juntos, Mia já estava tramando um plano pra ver se vocês dois admitem o que sente um pelo outro. Agora eu posso namorar sem ela falar sobre vocês, é exaustivo.
- Todo mundo já sabia menos a gente?
- Ambos são teimosos e não gostam de falar de sentimentos. É bem mais fácil pra quem está do lado de fora do que pra quem está do lado de dentro pra perceber as coisas. – Ele respirou fundo. – Agora pode sair os dois daqui porque eu tenho o que fazer e antes que eu te proíba de namorar outro lutador, .
- Tá bom, paizinho. – Andei até ele, dando um beijo na sua bochecha. – Até depois, te amo, tchau. – Puxei para fora do escritório e comecei a arrasta-lo em direção ao elevador.
- Como é que você sabia que o vídeo não tinha som? – perguntou, me abraçando pela cintura.
- Gary apareceu na minha porta depois que você foi embora me mostrando o vídeo. Aparentemente, ele foi um dos que separou a briga de vocês e depois que ele foi na sala de segurança pra pedir que eles passassem o vídeo pra saber o porquê de você ter batido no Scott, o mesmo saía da sala de segurança com um sorriso no rosto. Gary achou que algo estava prestes a aconteceu e pegou uma cópia do vídeo.
- Por que ele não veio falar comigo e sim com você?
- Porque seria mais fácil se eu falasse com meu pai do que você. Sem falar que você não estava em casa. – As portas do elevador se abriram e nós saímos.
- Você definitivamente sabe fazer uma entrada, . – olhou pra mim, com um sorriso no rosto. – Agora, eu acredito que temos fazer uma coisa.
- Sério? E o que seria essa coisa?
- Um encontro.
- Mas eu não estou vestida pra um encontro! – Falei, apontando pra minha roupa. – Nem maquiagem eu estou usando.
- Eu não ligo.
- Mas eu ligo, seu idiota! – Eu dei um tapa em seu braço. – Você não pode dizer que a gente vai em um encontro desse jeito, eu tenho que me preparar.
- Em outro encontro você se prepara. – Ele me abraçou pelos ombros, dando um beijo em minha testa.
- Onde é que a gente vai então, sabidão?
- Em um rodizio de pizza. – Eu fechei os olhos, jogando as mãos pra cima e gritando um “Yeah!”. – Pensei que você ia gostar da ideia.
- Você me conhece como ninguém, lutador.
- Você pode apostar que sim, patricinha, pode apostar.


Fim.


Nota da autora:



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06. Grown [Ficstape Little Mix: Get Weird]
12. Forever Halloween [Ficstape The Maine: Forever Halloween]
08. Colors [Ficstape Halsey: Bandlands]



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