A Herdeira Perdida da Serpente

Última atualização: 15 de março de 2025

Prólogo


Eu tinha apenas 11 anos quando recebi a carta que eu estava esperando há muito tempo e me lembro como se fosse ontem.
"Prezada Senhorita Selwyn,
Temos o prazer de informar que Vsa. tem uma vaga na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Estamos anexando uma lista dos livros e equipamentos necessários. O ano letivo começa no dia primeiro de setembro, estamos aguardando sua coruja até 31 de julho, no mais tardar.
Atenciosamente, Minerva Mcgonagall. Diretora Substituta.”

Vibrei encantada com o que lia, enquanto avisava a minha mãe sobre a carta em mãos.
Meu nome é Aurora Selwyn, sou uma bruxa puro-sangue, vindo de uma dos Sagrados Vinte e Oito... Sim, minha família era que nem a maioria com essa ideia supremacista puro sangue, o qual eu achava ridícula, mas eu era a única a ter esse tipo de pensamento. Eu era filha única, apesar dos meus pais terem esse pensamento antiquado eles falharam miseravelmente tentando me criar assim. Meu pai morreu quando eu era pequena e atualmente vivo com minha mãe.
Mas voltando ao meu primeiro ano em Hogwarts, eu estava empolgada para sair da minha casa solitária e me aventurar em um lugar distante e com muitas pessoas da minha idade.
No beco diagonal foi quando eu conheci minha melhor amiga, Yumi Rizzi. Ela estava acabando de sair do Olivaras com sua primeira varinha. Nos batemos acidentalmente e assim começamos com uma singela amizade. Ela estava bem feliz com a varinha de cerejeira e núcleo de pêlo de unicórnio, ela perguntou se eu iria comprar a minha. Infelizmente não tive o prazer de uma varinha nova, minha mãe me deu uma que era passada de geração a geração e eu iria deixar com o Sr. Olivaras para um reparo geral.
Entrei na loja e ele ainda estava no balcão arrumando alguns estoques quando ele me encara.
– Olá, Senhorita… Selwyn! É uma honra conhecê-la.
– Olá, Senhor Olivaras!
– O que posso fazer por você? – Estranhamente, ele estava esperando com seus olhos fixos na minha bolsa. Peguei a varinha e logo o entreguei.
– Bom, queria fazer alguns reparos nela. Foi passado de–
– Geração para geração. – Ele me interrompeu, olhando curiosamente para varinha, pude ver um pouco de um brilho em seus olhos. – Interessante, Senhorita Selwyn. Há muito tempo não vejo essa varinha.
– Você lembra dela? – Perguntei arregalando os olhos. Estava bem curiosa, na verdade, pra saber sobre ela, já que minha mãe não me falou muita coisa.
– Um pouco. A varinha é mais antiga que eu, mas tenho alguns vislumbres de vê-la em algum dia. – Ele a pegou parecendo a analisar. – Madeira de uma espécie desconhecida, Colubrina. Fragmentos de um chifre de basilisco. – Ele parou de analisá-la e olhou para mim. – Posso dar uma reparada e deixar a um estilo mais seu. Porém, receio que… Ela esteja sem poder algum.
– Como? Está morta? – Perguntei, tentando entender.
– Não, apenas desativada. Precisa ativá-la.
– Mas como vou fazer isso?
– Desculpe, não posso te ajudar com isso. Não fui eu quem fiz essa varinha. – Suspirei sem ânimo.
– Essa varinha era de Salazar Slytherin. – Eu estava bem surpresa. – Talvez isso te ajude de alguma forma. – Estava em choque ao descobrir que ela pertenceu a um dos fundadores de Hogwarts.
– Uau! – Foi a única coisa que eu consegui falar. Pigarreei voltando ao foco da conversa. – Então vou preferir que repare visualmente, depois tentarei ativá-la de alguma forma. Se não, terei que voltar aqui novamente.
– Tudo bem, em dois dias ela estará pronta. – Ele falou antes de eu virar as costas e seguir em direção a porta. – Ah, e senhorita Selwyn? – O olhei mais uma vez. – Um conselho que eu te daria, era não falar sobre ela por aí. – Assenti e fui embora de lá.
Dois dias depois peguei a varinha já reparada e ouvi algo estranho do Sr. Olivaras, que mais tarde eu saberia o que aquilo significava.
– Espero que saiba como ativá-la antes que comece o ano letivo. Sinto que algo à espera nessa varinha. – Ele falou sorrindo. – Nos vemos em quadriênio, Senhorita Selwyn.
E agora eu estava aqui parada na frente do senhor Olivaras novamente, lembrando de como começou aquele primeiro ano.
Eu consegui ativar antes de ir a Hogwarts. Pesquisei na biblioteca de casa sobre Salazar Slytherin e sobre ele ser ofidioglota. Isso me fez pensar que provavelmente só assim poderia ativar a varinha. Mas a pergunta da vez era: Como? Nunca tinha falado com alguma cobra que eu lembrasse.
Então naquela noite, antecedendo minha ida a escola no primeiro ano, veio uma surpresa, acordei com alguém sibilando algo em meus ouvidos. Notei que a varinha brilhava em verde e algo saia dela devagar parecendo um espectro.
Finalmente me acordaram! – Olhei assustada para a coisa. Era uma cobra, parecida com uma naja, parecido com um patrono, não era grande, mas nem tão pequena. Possuía cor verde, se diferenciando de um patrono que geralmente era azul. – Hm, uma garota? – Ele falou me rodeando. – Olá, ss–senhorita S–sselwyn. – Ela sibilava o S como um barulho de serpente.
– Quem é você? Como sabe meu nome?
– S-ssou uma ssserpente caso não esteja percebendo, mas não tenho nome ainda. Você quem me invocou, através da varinha.
– Espera… Você veio dessa varinha? – Falei me aproximando do espectro. A serpente me olhou analisando.
– Não sssabe de nada, não é messsmo? – Ouvi um suspiro. – Eu sou a serpente que protege essa varinha. O bruxo ou bruxa puro sangue, descendente de Salazar Slytherin e que são ofidioglotas são os únicos que podem me invocar. Além disso, sou o seu protetor.
– Por que eu seria descendente de Slytherin? Quer dizer, pelo que eu me lembre os Selwyns não tem nada a ver com ele.
– Ora! Seu sssangue não mente. – Ele falou rodeando meu corpo mais uma vez, como uma serpente normal poderia fazer.
– Isso é loucura. Nem sabia que eu falava língua de cobra. – Falei tentando lembrar se mamãe havia me falado algo sobre isso.
– Agora você sssabe, então. Apesar de não perceber, você fala enquanto dorme.
– Talvez minha mãe tenha me passado essa varinha sabendo disso. Não sei por que não me contaram. Então, qual seu intuito? Sua função?
– Bom, eu ssssou ssseu protetor e confidente. Tudo o que precisar você pode perguntar ou ordenar algo. Não andarei com você a todo momento, já que outros bruxos podem me ver dependendo da sua habilidade, mas posssso aparecer e desaparecer rapidamente. Consigo me comunicar telepaticamente com você também. – Ele falou inquieto no ar.
– Isso é muito extraordinário! – Exclamei animada. – Então você é meu guardião.
– Sssim. E agora, você deveria me dar um nome.
– Mas por quê? Não teve outros bruxos antes de mim para proteger?
– Não exatamente. Minha essssência é antiga, mas minha personalidade e forma difere de acordo com o bruxo que invocar.
– Hmmm... Então vou te chamar de Titã. – Falei, lembrando da mitologia grega que os trouxas amavam falar. – Gosto da palavra por ser forte.
Quase não consegui dormir naquela noite com animação por ter um companheiro, apesar de ser uma cobra meio fantasma. Titã era uma ótima companhia para mim antes de ir para a escola, me fazendo ficar menos ansiosa. Ela aparecia apenas quando eu estava sozinha, tentei não revelar isso para ninguém ainda.
No dia posterior encontrei a Yumi no trem e ficamos na cabine enquanto íamos a Hogwarts, foi quando ficamos sabendo sobre a vinda do famoso Harry Potter pela primeira vez em Hogwarts. E lá também conhecemos Erik Anker e Nicholas Smith que logo dividiram a cabine com a gente.
Depois de algum tempo, descemos na estação de Hogsmeade, caminhamos um pouco sendo escoltados por Hagrid o guarda-caça e zelador de Hogwarts, pegamos barcos em direção ao grande castelo. Fiquei impressionada quando ele finalmente apareceu bem diante dos meus olhos, era enorme e com pequenas torres no alto. Eu estava maravilhada, sempre gostei de castelos.
Entramos no saguão de entrada e conhecemos a Professora Minerva Mcgonagall. No começo teve uma pequena confusão que só foi visto pelos alunos.
– Então é verdade? O que disseram no trem, Harry Potter veio para Hogwarts.
– Harry Potter? – Sussurros de espanto ecoaram pelo castelo.
– Harry Potter?
– Esses são Crabbe e Goyle, e eu sou Malfoy. Draco Malfoy! – Ouvi um riso abafado. – Acha meu nome engraçado, não é? Nem preciso perguntar o seu. Cabelo ruivo, vestes de segunda mão, você deve ser um Weasley! – O loiro se volta para Potter. – Logo vai descobrir que algumas famílias de bruxos são melhores que as outras. Você não vai querer ser amigo da pessoa errada. Eu posso ajudá-lo nisso.
– Eu posso ver sozinho quem é a pessoa errada. – Harry falou dando de 10x0 na cara de Draco Malfoy. Eu ri baixo.
A professora voltou e interrompeu a pequena discussão ali, falando sobre o que aconteceria. Assim que entramos no salão principal, paramos em frente a todos esperando o início da seleção de casas.
Ah, vocês podem me achar pouco atraente, mas não me julguem só pela aparência. Engulo a mim mesmo se puderem encontrar um chapéu mais inteligente do que o papai aqui. Podem guardar seus chapéus–coco bem pretos, suas cartolas altas de cetim brilhoso, porque sou o Chapéu Seletor de Hogwarts e dou de dez a zero em qualquer chapéu. – A voz do chapéu pontudo que a professora colocou em um pequeno banco ecoou no grande salão.
Ele cantarolou algo que parecia uma canção e nos apresentou quais casas poderíamos ser classificados. E logo a professora Mcgonagall pegou um pergaminho e começou a chamar o nome dos primeiranistas. Não consegui decorar muitos nomes ali, fora o dos meus recém amigos, alguns eu já conhecia e outros estava interessada para quem sabe um dia conhecer.
– Erik Anker! – O nome de Erik foi chamado, o próprio engoliu seco ao meu lado aparentando estar nervoso.
– Boa sorte! – Falei sussurrando para ele, antes dele subir e se sentar na cadeira. Um silêncio predominou no lugar. O chapéu estava analisando e provavelmente conversando dentro da cabeça dele e rapidamente sua voz voltou à tona. – Corvinal!
Não era atoa que ele me parecia muito inteligente e observador no trem. Ele realmente tinha cara de corvinal. Erik tinha cabelos pretos e olhos azuis bem da cor do mar. Ele era até bonito e passava um ar misterioso. Já Nicholas tinha olhos e cabelos castanhos, perto de um loiro. Era o contraste de Erik na personalidade, tagarela e animado.
– Draco Malfoy! – Assim que ouvi o nome fiz cara feia. – Sonserina! – O Chapéu nem demorou segundos. Não era surpresa já que todos conheciam os Malfoys e que todos eram da Sonserina.
– Ronald Weasley! – Um ruivo se encaminhou para a cadeira. Era notável que ele era um dos 200 Weasleys que tinha por aí. Já os tinha visto no beco diagonal uma vez. Um bando de ruivos não era nada discreto.
– Grifinória! – E assim se passou a maioria dos alunos. Só consegui realmente lembrar alguns.
Nick foi para Lufa-Lufa, e isso me fez ficar mais apreensiva com meus amigos parando em casa diferentes. Eu e Yumi trocamos olhares nervosos.
– Harry Potter! – Todos fizeram silêncio novamente e agora eu tinha olhares curiosos para onde o famoso Harry Potter iria. – Grifinória!
– Yumi Rizzi! – Eu já não estava com muita paciência, queria logo que me chamassem, mas pelo visto ficaria sendo a última. – Grifinória! – Ah qual é! Todos ficaram separados. Yumi olhou para mim e acenou com a cabeça indo em direção a mesa da grifinória. E seguiu mais uma vez a chamada dos alunos e sim eu fui a última.
– Aurora Selwyn! – Nervosa, ansiosa e tudo de ruim, eu fui quase aos tropeços para o banco. Assim que o chapéu foi colocado em minha cabeça eu quase me assustei quando ouvi sua voz.
– Ahá! – Ele gritou. – Isso é realmente esplêndido, mais uma pessoa interessante. Personalidade astuta, vejo que é bastante decidida no que quer. Não tenho dúvidas quanto a casa que permanecerá. SONSERINA! – Palmas foram ouvidas do grande salão principalmente da sonserina. Não foi uma novidade para mim, mas os pensamentos de ir para outra casa perambulava quando eu observava a seleção toda.
Então oficialmente eu e meus recém amigos fomos separados tristemente. Apesar dos rumores que existem pelos sonserinos, eu realmente gostava da nossa casa. Eu me sentia confortável a cada vez que entrava no nosso salão comunal. A cor verde me trazia certa tranquilidade em dias agitados. Às vezes eu pintava minhas pontas de verde apenas porque gostava da cor.
O resto dos três anos passaram rapidamente, mas com muitas confusões, principalmente envolvendo Harry Potter e seus amigos, Weasley e Granger que sempre estavam se metendo em encrenca. Conheci o trio logo no primeiro ano, mas não tinha muita proximidade.
No segundo houve-se o boato da câmara secreta aberta novamente e foi o ano que mais tive contato com o titã. Lembrei que ele me mandou manter a boca fechada sobre também ser ofidioglota, além do Harry, ou era capaz da culpa cair sobre mim. Foi nesse ano que fiquei sabendo mais sobre ele, aquele-que-não-deve-ser-nomeado, o Lorde das trevas. No terceiro foi um ano mais calmo, apesar da fuga do Sirius Black e a presença de dementadores rondando a escola, foi o ano que tentei entrar para o time de quadribol, como apanhadora. Sem sucesso.
Todos os últimos anos eu ficava mais com o meu trio de casas diferentes e isso foi o início da minha vida solitária na sonserina, já que ninguém gostava das pessoas com quem eu falava, pior ainda por andar com a Yumi que era da grifinória.
Apesar disso, ninguém pegava no meu pé. Ouvia só deboches e ironias de algumas colegas de quarto e de Malfoy como sempre, mas ele era outra história que contaria depois. Como não sou qualquer sonserina, eles sabiam que não podiam me irritar muito. Minha família tinha nome e dinheiro, isso era o suficiente.

Capítulo 1 - Convite


Espantei minhas lembranças dos primeiros dias na escola e entrei no Olivaras novamente. Me segurando para conter meu riso irônico já que eu me lembrava das últimas palavras que ele me disse. Daquele dia em diante eu descobri mais sobre mim. Naquela altura já sabia sobre eu ser descendente de Slytherin, mas como, é a pergunta da vez. Perguntei à minha mãe sobre essa possibilidade, mas ela desconversou e mandou eu esquecer sobre isso e não falar nada a ninguém, levantando mais minhas suspeitas.
– Que bom encontrar a senhorita novamente! – Ele sorriu.
– Sr. Como sabia desde aquele ano que eu voltaria?
– Um palpite talvez.
– Bom, eu consegui ativar a varinha, mas ultimamente estou sentindo ela um pouco fraca. – Falei entregando a caixinha que continha a varinha.
– Srta. as varinhas sempre escolhem os bruxos, e bom infelizmente ela não te escolheu. Além disso, também existe às vezes a mudança de lealdade. – Ele falou ainda analisando a varinha.
– Não sei o que farei então. – Suspirei.
– Há algo que eu fiz recentemente que talvez seja especialmente para você. – Ele falou indo para o fundo da sua loja. Demorou um pouco e pegou uma caixinha de veludo verde. Abriu e pude ver a varinha preta com alguns escritos e anéis prateados. Três embaixo, dois no meio e um em cima. Era ela linda. – Nogueira Negra, Fibra de coração de Dragão, razoavelmente flexível, 29 cm.
Peguei um pouco hesitante e logo senti uma leve brisa e uma luz sobre mim. Sr. Olivaras sorriu.
– Como esperava. Essa varinha é extremamente leal ao seu dono, ninguém a poderá nem sequer manuseá-la, claro com algumas exceções. – Ele falou me encarando. Fiquei curiosa de repente. – Se em algum momento você perde a confiança em si mesmo e não seguir sua intuição, ela deixará de responder a você, ou pior, perderá seu poder. – Ele falou – Sobre as exceções de quem pode manuseá–la, seria apenas pessoas com honra e lealdade suficiente. Além disso, eu não desejaria que nenhum inimigo tivesse a ousadia de pegá–la ou graves consequências serão obtidas.
– Muita informação. – Falei tentando compreender muito. O meu déficit de atenção às vezes me sacaneia. – Quer dizer que se eu começar a ter pensamentos conflituosos ela vai me abandonar? – Levantei uma sobrancelha perguntando.
– Correto.
– Interessante! Me lembrarei disso. – Falei a guardando em minhas vestes.
– Esperamos feitos grandiosos seus, Srta Selwyn. – Ele sorriu.
Sai dali tendo um deja vu novamente do meu primeiro ano. Logo uma voz se fez presente na minha cabeça, Titã.
– Então quer dizer que a varinha do Mestre Sssalazar já era? – Titã agora falava mais gírias que antes.
– Não sei. Veremos, talvez eu tenha que deixá-la guardada até eu obter respostas. – Falei mentalmente.
– Sei que você apenas confia em si mesma para algumas coisas, mas talvez deva saber uma segunda opinião sobre isso. Talvez a Srta Rizzi? – Ele falou. Yumi era a única que sabia sobre essa minha dúvida sobre Salazar Slytherin. Ela quem me ajudou em algumas pesquisas ainda no segundo ano. Sobre Titã, ela e os meninos descobriram no início do terceiro ano. Tentei não dar muitas pistas aos meninos já que eram bem boca de sacola.
– Agora preciso ir para casa. Provavelmente minha mãe está me esperando para irmos à mansão Malfoy. – Revirei os olhos só de pensar em encontrar Malfoy novamente.
Enquanto ia para uma rede de flu mais próxima continuei pensando o que meus pais iriam fazer na mansão Malfoy que precisaria me levar. Assim que cheguei em casa ela já estava à minha espera.
– Estava tão atrasada assim? – Sussurrei para titã em minha cabeça.
– Chegou na hora exata. – Ele resmungou mentalmente.
– Bem na hora! – Ouvi minha mãe falar. – Vamos? Não podemos deixar a Sra. Malfoy esperando. – Ela reclamou.
Minha mãe vestia um vestido elegante preto, como sempre. Desde que papai faleceu ela sempre mantinha esse tom. Apesar de que quando criança lembro que os dois gostavam de tons mais escuros, mas nunca usavam somente preto.
Eu estava vestida com uma blusa social branca que possuía um laço na frente, uma saia preta com alguns botões e um tênis. Logo minha mãe desaprovou e pegou um sapato de salto médio preto. Sem muita relutância tirei meu tênis e o coloquei. Apesar de odiar, eu sempre tive que manter minha elegância principalmente perto dos Malfoys.
Minha família e a dos Malfoys eram amigas há anos. Mamãe e o papai sempre me levavam para lá quando criança e às vezes nos trombamos em algumas reuniões suspeitas. Gostava? Não. Aquela mansão sempre foi escura e sombria demais para meu gosto, mas tentava me adaptar. E por isso eu conhecia Draco Malfoy o suficiente para não gostar dele. Sempre foi um mimado que se achava a pessoa mais importante do mundo, principalmente quando estava na frente de pessoas que ele não gostava. Estudávamos no mesmo ano, mas tentávamos nos ignorar o máximo que conseguimos.
Assim que chegamos pela rede de flu, a Sra e o Sr Malfoy já nos esperavam com suas feições sérias, porém com um sorriso discreto de lado. Senti algo suspeito, mas tentei ignorar, queria logo que aquela reuniãozinha acabasse.
– Olá Alexandra, como vai? – Sra Malfoy veio nos cumprimentar. – Aurora. – Dei um pequeno sorriso e um leve cumprimento.
– Olá Cissa! Lucius. – Minha mãe cumprimentou os dois. Fui obrigada a cumprimentar o Sr Malfoy também. Não gostava dele, antipático e frio, igualzinho ao filho insuportável.
– Sejam bem–vindas. Bom, vou direto ao ponto antes de aprofundar numa conversa entre nós, Alexandra. – Lucius falou. Eu estava apenas observando tudo. Minutos depois percebi um certo loiro de olhos acinzentados descendo as escadas, assim que nos viu cumprimentou minha mãe e me olhou sarcasticamente. Como sempre o deboche em pessoa.
– Olá Draco! Como vai? – Minha mãe perguntou.
– Tudo perfeitamente bem.
– Então, amanhã acontecerá a 422ª copa mundial de quadribol. Queríamos convidar Aurora para nos acompanhar, seria uma grande honra para Draco levá-la para ver o jogo preferido dos dois não acha? – Lucius falou me fazendo um convite. Ou melhor, o convite para minha mãe.
Apesar de amar realmente o quadribol, aquilo era tudo muito suspeito. Por que eu deveria ser acompanhante do Malfoy?
– Talvez... – falei incerta. Minha mãe me deu uma cotovelada. Apesar de não gostar da companhia de Malfoy, a proposta de ver a copa de um lugar maravilhoso talvez valeria a pena o sacrifício.
– Ela adoraria. – Minha mãe respondeu. Sorriu e olhou para mim. Às vezes esqueço o fato de que a maioria das coisas não sou eu quem escolho e sim meus pais. Isso vale para Malfoy também. Vi o sorriso de Narcisa aumentar.
– Então ótimo!
– Que tal finalizarmos as coisas da última vez no meu escritório? – Lucius perguntou e os três foram em direção ao escritório. – Draco, seja receptivo.
– Que seja! – Draco resmungou olhando de volta para mim. Assim que todos sumiram de vista ele já veio se aproximando com seu ar debochado. – E aí Selwyn, pronta para ver seu time perder?
– Isso é o que vamos ver amanhã! – Malfoy sabia que eu torceria pra Irlanda, pois o pai da Yumi era irlandês fanático e aprendi bastante com ele.
– Para sua informação não tenho a menor vontade e escolha de te levar para ver o jogo. Porém, agradeça que meu pai foi convidado especialmente pelo Ministro da Magia, isso quer dizer que seremos VIP.
– E você acha que eu tenho vontade de aceitar ser sua acompanhante? Pelo amor de Merlin, Malfoy! A única coisa que me faz cogitar ir é provavelmente ver meu time ganhar do seu. – Falei sendo debochada igualmente. Sentei no grande sofá que tinha ali.
– O que quer apostar desta vez? Já não bastou perder seu lugar como apanhadora para mim? – Ele lembrou de quando tive que fazer teste para ser apanhadora. Malfoy já era o apanhador da sonserina no terceiro ano, tentei, mas ele era mais rápido que eu. Mas foi bom ver a cara de quando o desafiei tomar seu lugar.
– Não quero apostar nada, mesmo já sabendo quem vai ganhar. Sinto cheiro de que nossos pais estão planejando algo a meses e estão nos deixando de fora da situação e isso já me irrita o suficiente. – Falei olhando em direção ao corredor que levava ao escritório do Sr. Malfoy.
– Eu tenho percebido isso também. – Ele voltou a um olhar mais tranquilo dessa vez. – Suspeito que seja sobre algo relacionado aos nossos avôs. – Ele falou erguendo uma sobrancelha. Ah não!
– Essa história de novo? – Reclamei, depois ouvi passos vindo em nossa direção. Era um dos elfos da família.
– Sr. Malfoy e Srta Selwyn, estão sendo convocados na sala do Sr. Malfoy. – O elfo falou.
Eu e Malfoy nos entreolhamos e já sentíamos que uma merda estaria prestes a acontecer.
Ouvi um pigarro assim que entramos e paramos de frente aos nossos pais. Eles estavam tensos, talvez com nossa futura reação ou algo mais que não pude identificar.
– O que está acontecendo? – Perguntei, desconfiando.
– Bom, devido algumas circunstâncias resolvemos sobre a promessa que nossos antepassados fizeram para nossa última geração nascida. – Minha mãe falou séria e um pouco preocupada.
– Sim, e isso sem contar sobre a segurança das nossas famílias. – Narcisa complementou. Do jeito que começou eu já imaginava o que podia ser, mas não esperava que seria tão cedo.
– Como já sabem, seus antepassados fizeram uma promessa pela grande amizade das nossas famílias, então desde pequenos vocês foram prometidos um ao outro. E hoje selamos esse acordo. – Lucius falava e aquelas palavras em voz alta doíam na alma parecendo facadas.
– O quê? – Malfoy foi o primeiro a retrucar.
– Oras Draco, não finja que não imaginava que esse dia chegaria.
– Espera, vamos ter que nos casar mesmo? – Falei ainda tentando assimilar tudo.
– Algum dia sim... – Narcisa comentou. – Avaliamos para futuramente isso acontecer.
– Isso só pode ser brincadeira. Os velhos que fazem isso e a gente que arca com as consequências? – Draco perguntou.
– Draco! – Sua mãe o repreendeu.
– E por que exatamente temos que fazer isso? Um motivo por favor. – Perguntei
– Não está na hora de falar sobre isso. Apenas saibam que no momento certo saberão. – Lucius falou tomando a frente. – Vocês dois são o futuro das nossas famílias. E uma promessa de um bruxo nunca pode ser quebrado. O destino dos dois foram traçados a décadas e se isso for quebrado terá sérias consequências. Tanto eu quanto Malfoy olhávamos chocados para nossos pais, principalmente da minha parte.
– Não precisam se desesperar por agora. Estamos oficialmente os avisando para que tentem ter uma aproximação melhor. Visto que os últimos anos letivos estavam mais se matando do que outra coisa. – Minha mãe comentou.
– Vocês não têm escolha. – Sra Malfoy nos encarava. Desisti de tentar perguntar ou reclamar porque sabia como eles eram. Desde criança ouvimos essa palhaçada de promessa e nem ao menos sabemos como isso foi feito e porque, além da desculpa de segurança da família. Sabia que eu e Malfoy éramos filhos únicos, mas não era para tanto.
Saímos do escritório sem conseguir nada, senti Titã ficar inquieto sobre algo. Mas não sabia o que era. Às vezes conseguia avaliar o sentimento do meu protetor que estava ligado a mim.
– As coisas não poderiam ficar piores! – Draco reclamou. Algo veio à minha mente.
– Você não sabe de nada? Algo anormal acontecendo ultimamente? – Perguntei virando para olhar para ele.
– Não.
– Ah, qual é Malfoy! Você não tem nenhuma informação? Já que se gaba tanto de serem próximos do ministro. – Ele pensou por um momento.
– Talvez. Ouvi falar sobre um torneio esse ano na escola, que já não acontece há séculos. Mas o que isso tem a ver com o nosso noivado? – Ele perguntou tentando me fazer parecer burra.
– Você não consegue sentir coisas estranhas no ar. Provavelmente está preocupado em se gabar por aí.
– Não sou maluco que nem você, que vive com paranoias o tempo inteiro. – Ele bufou irritado.
– Não sabe nem da minha vida para saber se realmente tenho razão pra ser. – Retruquei.
– Por seu pai ser um ex comensal que foi assassinado? – Ele debochou. O encarei com raiva.
– Só isso que você sabe e isso não quer dizer que saiba tudo da minha família, idiota! – Poucos sabiam o que aconteceu com meu pai e infelizmente Malfoy era um deles. Era um tópico sensível para mim, mas ouvi Malfoy falar sobre isso nem me atingiu tanto. – Esquece Malfoy, continue na sua vida iludida de sempre. Nem se eu explicasse você compreenderia. – Suspirei me afastando dele e retornando ao meu sofá.
Rezei para que aquela conversa da minha mãe chegasse logo no final para podermos ir para casa. Pelo menos passaria o resto da noite sem ver a cara do Malfoy, porque infelizmente amanhã teria que acompanhá-lo na copa mundial de quadribol que com certeza era com algum intuito desconhecido.

x

Estávamos indo em direção onde iria acontecer o final da copa, em uma charneca deserta em Dartmoor. Havia muita gente para presenciar o jogo e era surreal. Assim que vi a multidão em direção aos acampamentos me arrepiei inteira. Primeira vez que iria acompanhar um jogo de quadribol em um estádio.
Ficamos em uma tenda que o próprio ministro nos colocou. Não demoramos muito por lá, no mais tardar iria começar o jogo e eu estava animada para isso. Tentei ignorar as provocações do Malfoy enquanto o tempo passava, meu foco estava totalmente no jogo que viria a seguir.
O estádio era enorme, estávamos caminhando em direção aos lugares VIPs que o ministro concedeu. Apesar de estar acostumada a voar, olhando de baixo era assustador. Aquele lugar era insano, pela primeira vez eu pensei que o quadribol não era para mim. Tive um pouco de medo de altura.
Enquanto seguia os Malfoy’s e sua cria, observei alguns cabelos ruivos e logo imaginei ser os Weasleys, isso quer dizer que Harry e Hermione poderiam estar juntos, e logo os vi, enquanto Malfoy mirim chama a atenção com sua arrogância se gabando de algo. Assim que os Malfoy’s seguiram em frente, os cumprimentei como sempre.
– Olá Harry, Hermione e Weasleys! – Falei sorrindo parada ainda olhando eles subirem.
– Que desprazer é esse? – Rony perguntou se referindo a eu estar com os Malfoy’s. Eu ri fraco.
– Olá, Aurora! – Harry falou sorrindo. Hermione me deu um sorriso singelo.
– Aura! – Gina que estava ao lado dos gêmeos acenou quando me viu. De todos os Weasleys, a Gina era a que mais se dava bem comigo. A Yumi fez questão de nos apresentar.
– A gente se fala depois! – Me despedi vendo que rapidamente os Malfoy’s estavam sumindo do meu campo de visão. Eu não queria me perder naquele lugar enorme.
Assim nos sentamos na área vip, praticamente no meio. Era maravilhoso ver dali, mas certeza que eu não aguentaria ficar sentada por tanto tempo e que se lasque os bons modos. Era um jogo final de uma copa de quadribol.
Não demorou muito para o jogo começar, mas antes vieram as apresentações e eu fui para perto da grade.
– Troy e Viktor Krum! – Berrei. Eram os melhores. Apesar de torcer pra Irlanda eu sabia que o Krum era um dos melhores apanhadores de todos os tempos. Provavelmente daria trabalho.
– Tem certeza de que não quer apostar, Selwyn? – Ouvi a voz de Malfoy ao meu lado um pouco mais baixo que o normal por causa do barulho no estágio.
– Quantos galeões? – Perguntei direto. Malfoy sabia que eu não fugiria tão rápido de uma aposta.
– Dinheiro não é um grande problema para a gente. – Ele deu seu maior sorriso travesso.
– O que quer então?
– Que tal, se eu ganhar você é obrigada a carregar minha mochila na escola e sempre fazer o que eu pedir durante duas semanas? – Ele perguntou.
– Ok, mas terá limites! Algo que não me humilhe tanto na escola. – Falei já imaginando o que ele poderia ganhar com isso.
– Tudo bem, estarei aberto a protestos.
– Então se eu ganhar você terá que me obedecer durante duas semanas também, além de me ajudar em poções. – Falei, eu tinha uma certa dificuldade em poções e o professor Snape pegava no meu pé por causa disso.
– Se estiver aberta a protestos também. – Ele me imitou.
– Verei o que podemos fazer então. – Apertamos nossas mãos concluindo a aposta. Apesar de Malfoy não ser confiável, geralmente quando apostávamos éramos limpos. Percebi recentemente que ele não estava tão insuportável como antes. Pode ser por causa dos pedidos do pai? Provável. Mas ele fora da escola era menos irritante.
O jogo foi surreal! Cada jogada eu ficava empolgada, eufórica demais. E claro que a Irlanda tinha ganhado, apesar do Krum ter pegado o pomo de ouro. Gargalhei da cara que Malfoy fez no final, ele estava indignado por perder a nossa aposta.

Capítulo 2 - Começo do ano letivo


Voltamos para a tenda do ministro nos alfinetando como sempre. Todos estavam em êxtase com o final do jogo.
Resolvi sair da tenda para pegar algumas guloseimas que vendiam perto dali. Assim que coloquei minhas mãos nas tortinhas de abóbora que eu amava ouço algumas movimentações estranhas e gritos. Olhei para o horizonte tentando entender. O pânico e medo tomou conta do acampamento bem mais rápido do que eu imaginava. As pessoas estavam correndo como se sua vida dependesse disso e eu continuava ali parada tentando entender. Saquei minha varinha e ouvi Titã falar comigo.
– Precisa sssair daqui agora.
– O que está acontecendo?
– Um ataque! Seguidores de você-sabe-quem. – Ele falou e um medo se instalou em mim, estava me paralisando. Só de ouvir que algo estava acontecendo e tinha dedo dele no meio já me apavorava. Tinha muito fogo, homens encapuzados apareceram no horizonte. Os comensais da morte.
– Precisa sssair daqui, Aurora! – Titã falava com uma voz baixa, mas preocupada.
Uma multidão vinha correndo na minha direção e senti uma cotovelada no meu nariz, resultando em uma dor intensa no local. Fui empurrada assim que a multidão me engolia e caí no campo próximo de alguma barraca.
Por reflexo coloquei minha mão no nariz e logo vi que saía sangue, provavelmente tinha quebrado.
– Aurora! – Ouvi estranhamente uma voz conhecida chamar meu nome pela primeira vez. A silhueta de Draco apareceu no meio de toda a confusão ainda instalada. Senti sua mão me ajudando a ficar de pé.
– Merda! O que estava fazendo? – Ele perguntou com uma cara um pouco tensa me puxando fora dali em direção a algum lugar. – Esquece, precisamos voltar para mansão.
Eu apenas segui os passos de Malfoy que ainda me puxava enquanto corríamos. Não tinha ideia onde estavam os pais do Draco, mas também nem perguntei. Aos tropeços, empurrões, conseguimos sair da multidão e irmos para a chave do portal. Em segundos estávamos próximos a mansão dos Malfoys. Uma carruagem já estava à nossa espera.
– Onde estão seus pais? – perguntei enquanto subíamos na carruagem. Assim que sentamos ela se movimentou indo em direção a mansão.
– Não sei, eles apenas me mandaram vir te procurar. – A tensão que estava em seus ombros foi embora. Ele olhou para mim com uma cara feia.
–Estou tão ruim assim? – Falei lembrando do meu nariz quebrado, e isso fez com que a dor viesse novamente depois da descarga de adrenalina que tive minutos antes.
– Está péssima. – Ele puxou a varinha.
– O que está fazendo? Nem pense nisso. – Sabia que ele ia lançar um feitiço, apesar de saber o quanto ele era bom, não confiava nele ainda.
Episkey! – Ele lançou ignorando tudo o que eu falei. Uma dor grande, mas rápida fez meu nariz ser colocado de volta ao normal. Me contorci de dor.
– MALFOY!
– De nada!
– Qual a parte do “nem pense nisso” você não entendeu? – Reclamei com raiva ainda com resquício de dor.
– Eu consertei seu nariz quebrado! Pare de reclamar. Deveria me agradecer.
– Idiota! – Resmunguei ignorando sua presença logo depois.
Voltamos à mansão e encontramos o Sr. e a Sra Malfoy algum tempo depois. Minha mãe, assim que ouviu sobre as notícias, apareceu através da rede de flu. Eu e Malfoy não conversamos muito sobre o que aconteceu, eu estava mais focada no meu nariz dolorido. Os nossos pais ficaram horas conversando no escritório novamente e isso me fez passar a noite por ali.
Estranhamente Titã tinha sumido pelos próximos dias. Ficamos sabendo pelo profeta diário que os comensais invadiram e alguém tinha lançado a marca negra no céu. A marca dele.
Eu odiava pensar nele, além de tocar o terror na comunidade bruxa, ele foi um dos motivos, se não, quem assassinou meu pai. Não era novidade para mim que a maioria das famílias puro sangue tem no histórico muitos comensais da morte e isso inclui minha família. Apesar de tudo, minha mãe não era ruim, ela me respeitava ou melhor, confiava em mim para a maioria das coisas e por causa disso eu fico pensativa sobre essa palhaçada de noivado. Tenho certeza de que havia um motivo maior para eu ser forçada a isso.
Passei as férias toda em casa, tentando me distrair e recebendo cartas com presentes dos meus amigos. Não tive a sorte de vê–los na copa, mas em breve estaríamos juntos em Hogwarts.
No dia 01 de setembro foi o dia do nosso embarque para Hogwarts, ainda na estação encontrei com meus amigos e assim embarcamos no trem. Por sorte achamos uma cabine vazia.
– Espero que dessa vez a viagem seja tranquila. – Nick falou suspirando nos lembrando do ano passado onde o trem foi parado e os dementadores fizeram uma revista atrás de Sirius Black.
– Ouviram falar do que está para acontecer esse ano na escola? – Erik comentou atraindo a curiosidade da gente. – Papai falou que vamos ter outras escolas conosco em outubro, teremos um evento especial.
– Um torneio. Malfoy também comentou sobre isso, não sei muito afundo. – Falei me lembrando do que ele tinha me falado na mansão.
– O torneio tribruxo? – Yumi perguntou.
– Tribruxo? Eu pensei que tinha acabado com isso a um tempo por causa das mortes.
– Como sabe sobre isso? – Perguntei sem nem saber que torneio era esse. Parecia que o Erik também não sabia sobre ele.
– Li em um livro na biblioteca uma vez. É um campeonato entre as três maiores escolas da europa, além de Hogwarts temos Beauxbatons e Durmstrang. Cada uma terá um campeão durante o torneio, que sempre tem alguns testes para ver habilidades mágicas, inteligência e coragem. E quem ganha, fica com a Glória eterna. – Nick falou parecendo fazer parte de uma dramatização. – Além de ganhar 1000 galeões.
– Você deveria substituir o professor Dumbledore na hora das comunicações. – Yumi falou tirando sarro de Nick. Nós rimos.
Erik colocou a cabeça fora da cabine procurando algo.
– Cadê aquela vendedora de doces? Estou começando a ficar com fome.
– A gente mal entrou no trem Erik, por Merlin! – Nick reclamou o puxando de volta ao assento enquanto fechava a cabine.
– O que acharam sobre o acontecido na copa mundial de quadribol? – Yumi perguntou especificamente olhando para mim. – Você é da sonserina, deve saber de algo. – Bufei com a indireta sobre eu ser da sonserina.
– Apesar de ser da sonserina, não sei nada sobre isso. Ainda ganhei um nariz quebrado naquela bagunça.
– Foi horrível. – Erik comentou. – Eu apenas saí de lá correndo às pressas, mas consegui ver a conjuração da marca negra quando estava escondido. Soube que Potter, Granger e Weasley estavam por lá, quase que os aurores estuporaram eles.
– Queria saber de onde você consegue tanta informação assim. Ainda mais sendo um corvino. – A última frase eu fiz questão de ser irônica em direção a Yumi.
– Não é de hoje que existem evidências que você–sabe–quem esteja por perto. Mas o ministério parece querer ignorar – Nick comentou.
– Então, vocês acham que ele não morreu realmente? – Perguntei.
– O mundo bruxo e a escola podem tentar se fingir de cegos, mas depois do que aconteceu no primeiro e segundo ano, eu acredito nas palavras do Harry. – Yumi falou como uma boa grifinória e colega do Potter.
– Eu também acho que ele está por aí, fraco, mas presente e doido para voltar à ativa. Não é à toa que os seguidores dele estão começando a se aparecer. – Erik falou me fazendo arrepiar.
– Eu espero que isso não seja verdade. – Falei tensa. Os três olharam pra mim sabendo sobre a minha família.
– Mas relaxa, Aurora! Eu acho que se acontecer não será por agora. – Nick falou tentando me animar. – E os adultos resolverão isso. Nosso dever por agora é aproveitar nossa vida acadêmica. – Aquilo me confortou de alguma forma. Nick era sempre o cara que fazia a gente relaxar, eu gostava do jeito descontraído e empático que ele era.
– Então, como foi a copa de quadribol? Exclusivamente com os Malfoys? – Yumi perguntou desviando o assunto.
– Ahh, não foi ruim, mas também não muito divertido. Apesar que ganhei uma aposta com o Malfoy o qual terei que cobrar mais tarde.
– Passou as férias lá novamente? – Erik perguntou curioso.
– O final delas, infelizmente. – Tentei não comentar sobre o assunto do noivado. Nunca comentei sobre isso a eles, porque não tinha necessidade ainda.
– E o que vocês apostaram? – Ele perguntou novamente.
– Favores na escola. E ele irá me ajudar com poções.
– Só você para aguentar aquele mimado. – Nick revirou os olhos.
– Meu pai comemorou a vitória da Irlanda por 2 dias. Ele ignorou completamente o que ocorreu depois, falando que isso não poderia estragar a grandiosidade que foi. – Yumi comentou.
– Ah, mas foi lindo! – Falei animada voltando a me lembrar do grande estádio.
Algum tempo depois vimos algumas movimentações no corredor, o olho de Erik logo brilhou, possivelmente com o carrinho de doces vindo ao nosso encontro. Quando a senhora estava perto o suficiente, me levantei com ele a fim de pegar algumas tortas de abóbora e varinhas de alcaçuz que eram minhas favoritas.
Assim que pedi e paguei, uma porta se abre da cabine próxima da gente.
– Ah, oi Harry! – O cumprimentei. Reparei realmente no quão ele havia mudado desde o terceiro ano. Os cabelos estavam maiores e aparentemente seu físico também.
– Aurora! Erik! Como vão? – Ele perguntou timidamente. Erik apenas deu um sorriso e entrou na cabine novamente. Animado demais para comer os doces.
– Não sabia que estava ao lado da gente. Hermione e Rony estão aí também? – Perguntei.
– Sim.
– Mande um oi para eles por mim. – Falei deixando o carrinho de doces ir para frente, assim ficando melhor para nos falarmos.
– Mandarei, então como foi a copa? – Ele perguntou sabendo o quanto eu gostava de quadribol.
– Brilhante e terrível! – Respondi e rimos. Eu sabia o quanto aquilo o afetava e Harry sabia da minha família, mas ele não sabia que era tão diretamente ao ponto de ser herdeira de sonserina. Ou melhor, ninguém sabia e nem deveria.
– Espero que fique bem. Nos vemos na escola! – Me despedi dele e entrei na cabine.

Capítulo 3 - O torneio tribruxo


A viagem demorou como sempre, mas tudo foi tranquilo. Logo chegamos à estação de hogsmeade e desembarcamos em direção ao castelo. No meio do caminho trombamos com Malfoy e sua turma.
– Selwyn! – Ouvi a voz de Zabini. Um dos únicos que eu simpatizava ainda.
– Zabini. – Respondi educadamente.
– Selwyn, quanto tempo, não acha? – Malfoy debochou assim que me viu.
– Ótima hora para você aparecer. – Falei me aproximando dele empurrando seus guarda costas, conhecido como Crabbe e Goyle. – Não esqueça que depois temos assuntos a tratar.
– Isso é interessante. – Theodore Nott se aproximou como um bom fofoqueiro.
– Não me esqueci disso, Selwyn. – Ele falou com cara de tédio. – E isso não é da sua conta, Nott.
– Então nos vemos depois. – Dei um risinho debochado e fui em direção aos portões da floresta onde as carruagens nos esperavam.
Meus amigos estavam o tempo todo nos observando de longe, eles não se metem muito nas minhas coisas com o Malfoy por dois motivos: Um é saber que apesar do Draco ser idiota, não é muito bom comprar briga com ele. Os Malfoys têm muita influência na política do mundo bruxo, exemplo do que aconteceu ano passado em relação ao hipogrifo que, graças a Merlin, fugiu dali. E dois, eu me resolvo rapidamente com ele. Nunca tivemos brigas fortes, até porque eu preferia ignorar as provocações dele o máximo que eu pudesse.
Depois de entrarmos no castelo fomos direto para a cerimônia do novo ano escolar. Tivemos a mesma seleção para primeiranistas como sempre e logo o banquete foi iniciado. Eu odiava estar longe dos meus amigos e pelo visto eles também. O azar da gente foi sermos colocados em casas diferentes e isso dificultava a nossa comunicação às vezes. Nunca tínhamos aulas com todos juntos, era sempre em dupla. Pelo menos sempre estava com um deles em qualquer aula.
Apesar de ter colegas na sonserina, eu não tinha panelinhas. Andava sempre sozinha desde o primeiro ano. Como já comentei, não era bem falada por andar com a Yumi que era da grifinória. Eu cumprimentava o trio de ouro, mas até agora ninguém parecia notar muito, senão eu já estava sendo humilhada na minha própria casa.
Como eu ia dizendo, teremos a honra de sediar um evento muito excitante nos próximos meses, um evento que não é realizado há um século. – Acordei dos meus devaneios quando ouvi mais uma vez o professor Dumbledore – Tenho o enorme prazer de informar que, este ano, realizaremos um Torneio Tribruxo em Hogwarts." – Confirmando as informações de Malfoy.
O salão logo se tornou barulhento com a animação de alguns alunos e a confusão de outros que não sabiam o que era esse torneio.
O Torneio Tribruxo foi criado há uns setecentos anos, como uma competição amistosa entre as três maiores escolas europeias de Bruxaria ― Hogwarts, Beauxbatons e Durmstrang. Um campeão foi eleito para representar cada escola e os três campeões competiram em três tarefas mágicas. As escolas se revezaram para sediar o torneio a cada cinco anos, e todos concordaram que era uma excelente maneira de estabelecer laços entre os jovens bruxos e bruxas de diferentes nacionalidades ― até que a taxa de mortalidade se tornou tão alta que o torneio foi interrompido. No entanto, os nossos Departamentos de Cooperação Internacional em Magia e de Jogos e Esportes Mágicos decidiram que já era hora de fazer uma nova tentativa. Trabalhamos muito durante o verão para garantir que, desta vez, nenhum campeão seja exposto a um perigo mortal.”
Depois disso, só entendi a parte que as escolas iriam chegar em Hogwarts no próximo mês e a apresentação do novo professor de defesa contra arte das trevas. Então teríamos novas pessoas por aqui, isso seria interessante.
– Aurora! – Ouvi alguém me chamar atrás de mim, onde estava os grifinórios. Me virei vendo Yumi que de algum jeito conseguiu sentar-se no lado oposto. – Isso é incrível não acha? Novas pessoas! Vai querer participar?
– Não mesmo, não quero morrer. – Falei sorrindo e tentando falar baixo. Ela riu. – E você?
– Por mais que eu goste de aventura, eu prefiro ficar de camarote.
Assim que o banquete terminou fomos ao nosso salão comunal que eu adorava. Estava me sentindo cansada depois da viagem, então resolvi ir em direção ao meu quarto. Minhas colegas de quarto estavam por lá, sendo elas Pansy Parkinson, Dafne Greengrass e Sophie Pucey. Dei um leve cumprimento e as ignorei, indo me preparar para dormir.
No outro dia, acordei me preparando para a primeira aula. Era herbologia com a grifinória. No salão comunal pude ver Malfoy e isso me lembrou a aposta.
– Malfoy! – Ele se virou revirando os olhos.
– Selwyn!
– Não está esquecendo de nada não?
– Como você não me abordou ontem pensei que tinha esquecido.
– Nunca. Vamos ao que interessa? Assim que eu precisar de você eu irei te chamar. E sobre as aulas de poções, se tiver alguma atividade em dupla já pode me colocar com você em todas, assim ficará mais fácil.
– Falando assim me parece que gosta da minha companhia. – Ele debochou.
– Só nos seus sonhos. Eu apenas preciso de nota. – Falei me virando e indo embora. Sabia que sempre que ficava com a última frase Malfoy se irritava. Consegui ouvir uma “maldita” saindo da sua boca, ri sozinha enquanto andava para fora das masmorras.
Os primeiros dias foram agitados, aula de herbologia para aprendermos sobre bubotúberas, no qual seu pus é extremamente precioso e usado na medicina bruxa para tratamento tópico. No outro dia tivemos aula de astrologia com a lufa lufa, eu gostava do estudo, mas me dava muito sono.
– E vamos a defesa contra as artes das trevas finalmente! – Ouvi Nott falando enquanto seguíamos para a sala do Professor Moody.
Sentei ao lado de Yumi no fundo, minutos o professor entrava. A aparência dele realmente era de um Auror, ele tinha cicatrizes e protótipo na perna e no olho, provavelmente se feriu ao prender bruxos das trevas.
– Agora, segundo o Ministério da Magia, eu devo ensinar a vocês as contra maldições e parar por aí. Não devo lhes mostrar que cara têm as maldições ilegais até vocês chegarem ao sexto ano... Como vão se defender de uma coisa que nunca viram? Vocês precisam estar preparados. Precisam estar alertas e vigilantes. – Ele mal entrou na sala e já despejou isso. Alguns alunos engraçadinhos tentaram fazer besteira, mas Moody os calou rapidinho.
– Então agora, quem sabe me dizer sobre as maldições imperdoáveis? – Ele perguntou e logo Hermione levantou a mão hesitante.
– As Maldições Imperdoáveis ​​são três das magias mais poderosas, são ferramentas das artes das trevas e foram classificadas como imperdoáveis porquê...
– Se usar qualquer uma delas, você terá apenas uma passagem de ida para Azkaban! – Moody a interrompeu completando. – Quem pode me dizer quais são elas? – Rony levantou a mão.
– Imperius.
– Muito bem. A Maldição Imperius faz com que o seu alvo faça o que lhe for ordenado. Que tal experimentarmos em algum de vocês? – Moody falou, ele era louco. Como poderia lançar uma maldição nos alunos?!
Todos ficaram em choque quando ele lançou em Malfoy. E depois começou a lançar em outros alunos, por alguns segundo eu vi a varinha apontada para mim, mas estranhamente ele desviou para Harry. Minutos depois Harry ainda resistia mais que as outras pessoas e isso foi chocante até para o professor.
– Quem pode me falar a próxima? – Longbottom levantou a mão hesitante.
– A Maldição C-Cruciatus.
– Muito bem! A Maldição Cruciatus é lançada para torturas. E só funciona quando quiser o bastante. – O professor pegou uma aranha em sua mesa e colocou na mesa de Longbottom. – Para um bruxo lançá-las, deve-se dizer: Crucius! – A aranha se contorcia de dor. Dava-se para ouvir um chiado de sofrimento. Era horrível. O pobre do Neville fez uma cara de como se fosse passar mal.
– Chega! Não ver que está fazendo mal a ele? – Hermione reclamou. O professou parou a tortura. Pigarreou e voltou a falar para a garota.
– Que tal nos dizer a última Srta Granger? – Hermione negou.
Avada Kedavra! – Ele lançou imediatamente para a aranha. Observamos uma luz verde sobre ela. – A maldição da morte. Não existe contra feitiço ou magia de bloqueio para evitá-la. Somente uma pessoa sobreviveu a esse feitiço e está presente nesta sala. – Ele falou olhando para Harry Potter.
Todos estavam em silêncio até que a aula fosse finalizada. A tensão estava no ar, tinha motivo daquelas maldições serem proibidas, todas eram horríveis. Fiquei enjoada de ter visto a maldição da morte no qual meu pai foi atingido. Corri para o banheiro com Yumi atrás.
– Você está bem? – Ela perguntou batendo da porta. Sai do banheiro ainda enjoada, mas me sentia melhor depois de ter colocado para fora. Fui até a pia para me limpar.
– Melhor agora. Isso foi horrível!
– Neville estava igual você, coitado. Soube que os pais dele infelizmente foram vítimas de uma delas. – Suspirei sabendo que eu me sentia da mesma forma.
– Espero que ele esteja bem.
– Já sabemos que a aula do Moody vai ser tensas. Pelo menos vai ser somente esse ano. – Yumi deu de ombros. – O que vai fazer por agora?
– Tenho aula de poções. – Resmunguei. – E você?
– Tempo livre graças a Merlim! A grade deste ano está mais pesada que o normal. – Ela falou colocando seus braços nos meus e se escorando enquanto íamos para os corredores do castelo. Nos separamos no caminho enquanto eu ia para as masmorras para a aula de poções e dessa vez seria com a corvinal.
Quando estava próximo da porta da sala, um vulto preto passou por mim com sua capa enorme. O morcego do professor Snape passou na minha frente. Quase chegava atrasada. Tratei logo de correr e ver que Malfoy realmente tinha segurado minha vaga ao seu lado.
Passei pelo Erik pedindo desculpas por hoje não me sentar ao seu lado e fui me sentar com meu novo parceiro. Erik pareceu estranhar e não gostar nada de ser trocado.
– Então realmente guardou meu lugar. – Eu falei.
– Eu honro o que eu falo.
– Ótimo! – Falei fazendo uma cara ruim. Ainda estava enjoada.
– Por que eu recentemente sempre te vejo com uma cara péssima?
– A aula passada não foi nada animadora. – Falei ignorando o deboche dele. Ele tirou algo de sua mochila e me deu.
– Tome isso. Não estou a fim de ver vômitos por toda a minha mesa. – Peguei o frasquinho.
– Por que anda com uma poção para náuseas?
– Não te interessa. – Ele respondeu ríspido. – Apenas tome. – Fiz cara feia, mas tomei, não demorou muito para ela fazer efeito. Estava me sentindo melhor.
– Obrigada. – Agradeci, querendo não agradecer.
O professor Snape nos fez fazer algumas poções para furúnculos. E nos mandou como tarefa para a próxima aula pesquisarmos sobre antídotos para venenos. O meu problema era somente a prática, no passo a passo. Eu me perdia facilmente, mas ao lado de Malfoy isso foi fácil e rápido.

Capítulo 4 - Campeões


Dias depois recebi um convite de Hermione para entrar no Frente de Apoio à Liberação dos Elfos. Pela carta, ela descobriu que existem muitos elfos trabalhando na cozinha de Hogwarts sem ganhar nada em troca, como escravos. Ia ser difícil ganhar essa, mas eu a apoiava, os elfos eram gentis e fofos. Tínhamos um em casa, mas tratávamos bem e ele era livre para ir para qualquer lugar. Dobby eu conheci na mansão Malfoy, mas ele foi libertado estranhamente por Lucius Malfoy. Era o que ele dizia, mas a cara cínica dele não me engana. Depois de saber sobre o contato de Dobby com Harry eu não duvidaria de nada que Harry era o culpado disso.
Estávamos no salão principal quando finalmente os alunos novos chegaram através de uma carruagem pelo céu e um grande navio pelo grande lago. Dumbledore falou sobre o torneio tribruxo mais uma vez e começou com a apresentação.
– Vamos dar as boas-vindas a academia de magia Beauxbatons e sua diretora Madame Maxime.
Algumas pessoas entravam, a maioria era mulheres. Via-se a animação dos meninos da sonserina, ou melhor, de hogwarts. Mas ao meu lado Zabini e Nott faziam questão de esboçar sorrisos e indiretinhas para chamar atenção. Logo vi a diretora Maxime, a mulher era gigante!
– E vamos agora ao Instituto Durmstrang e seu diretor Karkaroff. – Dumbledore anunciou mais uma vez. E a apresentação era mais agitada e pesada. Homens!
Agora pelo menos era a vez da gente ficar de boca aberta com os meninos da Durmstrang. E meus olhos logo arregalaram com a aparição de Viktor Krum! Sim, o melhor apanhador de quadribol. Cochichos mais altos foram ouvidos quando ele apareceu. Dei um tapa no ombro de Nott sem querer pela empolgação de ver o Krum.
– Mas o que? – Nott me olhou. – Está louca Selwyn?
– Cala boca. – Falei dando mais tapas nele de empolgação – É o Krum! Não sabia que ele estudava na Durmstrang.
– Ora essa Selwyn, então você é igual a maioria das meninas e gosta do Krum? – Malfoy já implicando.
– Não vou nem te responder, Malfoy! – Assim que vi as pessoas de Beauxbatons indo para mesa da corvinal e os da Durmstrang vindo na nossa mesa eu quase infartei.
Minha colega de quarto Sophie Pucey estava estática olhando para mim enquanto Krum se sentava próximo. Eu sorri entendendo exatamente o que ela estava passando. De todas as meninas a Pucey era a menos chata do quarto, de vez em quando nos falávamos. Olhei para trás em busca dos olhares de Nick que estava na mesa da lufa-lufa atrás de mim e encontrei.
O que falamos sobre meu amigo que tinha os olhos grudados no Krum? Ele também tinha interesse em homens. Sorrimos um para o outro entendendo exatamente o que passava na nossa mente.
Dumbledore terminou nos apresentando o cálice de fogo e sobre a proibição da participação de menores de 17 anos. Foi uma revolta geral, principalmente dos gêmeos Weasley que dava para ouvir suas vaias de longe.
No dia seguinte começaram as inscrições. Enquanto eu e meus amigos passávamos o tempo vendo quem se inscrevia no cálice de manhã, vimos uma figura conhecida e popular se aproximando. Era Cedrico Diggory com sua turma, que logo colocou seu papelzinho no cálice, ele me deu um leve aceno antes de ir embora.
Os gêmeos Weasley ainda tiveram a coragem de tentar burlar a magia do cálice, Hermione tentou avisar mais foi em vão. Cai na gargalhada vendo–os sendo empurrados para longe, falhando. Um silêncio tomou conta anunciando a entrada de Viktor Krum. Assim que põe seu papel no cálice ele olha para alguém, pode ter passado despercebido por todos, mas notei que era especialmente pra Hermione. Aí tem coisa e eu estava doida para saber!
– Eu vi isso! – Falei próximo dela já em pé.
– Viu o quê? – Ela tentou desconversar olhando para o livro.
– Tenho olhos de águia, Hermione.
– De serpente não? – Ela riu.
– Vou querer saber disso depois.
– Não tem nada demais, Aurora.
– Hm, sei. – Falei antes de ir embora vendo meus amigos saírem de lá.
Mais tarde no jantar era a hora do anúncio nos três campeões do torneio tribruxo. A taça tribruxo era maravilhosa, ela brilhava intensamente. Todos já estavam reunidos no grande salão com a ansiedade a mil.
Logo o fogo azul deu origem ao vermelho revelando o nome do primeiro campeão.
– Viktor Krum! Representando Durmstrang. – Palmas e gritos foram ouvidos parabenizando o apanhador. Claro que ele iria ser selecionado.
– Fleur Delacour! Representando Beauxbatons.
– Cedrico Diggory! Representando Hogwarts. – Dumbledore finalizou cumprimentando Diggory. Antes que pudesse finalizar tudo a luz vermelha apareceu novamente. Todos estranharam, eram apenas três campeões, por que ela iria escolher mais um?!
Dumbledore pegou o papel que o cálice lançou para fora. – Harry Potter. – Ele falou baixo, mas pude escutar claramente. – HARRY POTTER!
Um silêncio ficou no grande salão. Harry foi empurrado por Hermione e se encaminhou sem entender para Dumbledore.
Todo mundo começou a falar em trapaça, perguntaram como ele conseguiu isso e outras coisas mais que não entendi muito bem. Única coisa que vinha em minha mente era: Como é que sempre é o Harry que se mete nessas furadas? Sabia muito bem que ele não faria isso, ele era lerdo demais para pensar nessas coisas. Por que ele ia querer a glória eterna? Se não há um canto nesse mundo bruxo que exista sem saber o nome dele. No fim das contas, coisa boa não é.
Depois de muito tempo, senti a presença de Titã. Não sabia onde ele tinha se enfiado no último mês. Os campeões foram para outro lugar resolver algo com os professores e o ministro da magia que estava presente.
Aproveitei a deixa do término do jantar e fui para um corredor escuro nas masmorras. Precisava falar com titã.
– Apareça! – Logo um espectro verde veio à tona. – Onde estava?
– Aurora! Vejo que novidadesss ruins estejam acontecendo. – Ele falou
– Nem desconverse.
– Humpf. – Ele resmungou. – Tive que sssumir por um tempo. Caso não ssse lembre, você não é a única herdeira de sssonserina por aí.
– O quê? – Perguntei chocada pelas notícias que ele simplesmente jogou. – Ele está vivo mesmo então?
– Claro, eu sinto um pouco.
– Que ótimo! Aposto que se ele me descobrir eu serei a próxima morte dele. Será que ele tem algo a ver com isso? – Perguntei sobre o Harry ter sido escolhido.
– Não sei. Eu sssinto ele, mas sssou apenas ssseu protetor, só sssei coisa sobre você.
– Espero que não me abandone.
– Apesar da ssssenhorita não ter a lealdade da varinha do messstre, você tem a minha. Inclusive foi por isso que sumi.
– O que? Não entendi.
– A varinha do messstre quer voltar a ficar inativa. E se ela se apagar eu vou junto. – Ele falou e eu me assustei com essa possibilidade. – Porém há um jeito de me transferi para outra varinha.
– E como fazemosss?
– Feitiço de transferência. Precisssa aprender com alguém. – Ele respondeu. Ouvi passos se aproximando, olhei pra titã, mas ele parecia tranquilo.
– Então você estava aqui, ou melhor vocês. – Yumi apareceu das sombras com Nick e Erik.
– Ah meu Merlim! São vocês! – Falei me tranquilizando.
– Olá, Titã! – Nick e Erik falaram juntos.
– Olá meninossss.
– O que estão fazendo? – Yumi perguntou.
– Nos comunicando depois de um mês sem vê-lo. Titã me falou sobre uma magia de transferência. Algum de vocês sabe usar?
– Eu sei. – Erik levantou a mão. – Para que precisa? Só falar.
– Preciso transferir titã para a minha outra varinha. – Falei confiando nos meus amigos. Eles sabiam que eu tinha duas, não mais que isso.
– Podemos fazer amanhã num lugar mais quieto. Hoje todos estão eufóricos querendo saber como o Potter conseguiu burlar o cálice.
– E vocês acreditam que ele burlou? – Nick perguntou.
– O Harry só é um azarado. – Yumi comentou.
– Não sei, o Potter sempre está em todas as confusões. – Erik resmungou. – Mas também acho que não.
– Eu tenho certeza que não. – Falei. Ouvimos passos distantes de alunos, olhei para Titã que já tinha sumido dali. Então ele sabia quais pessoas indesejadas se aproximassem. Fomos cada um para sua sala comunal para descansar e terminar os deveres.

Capítulo 5 - Serpentes, Dragões e Texugos


Na sala comunal das serpentes, sentei em uma poltrona ali perto da grande janela que dava pra ver o lago da escola. Queria ser sortuda ao ponto de ver sereianos. Ouvi barulho vindo da porta e pude ver Zabini, Malfoy e Nott chegando.
– Estou vendo vocês mais do que o normal, não acham? – Perguntei.
– Selwyn, ainda bem que está por aqui. – Zabini veio ao meu encontro. – Ficou sabendo que será o último ano do Flint, não é?
– Sim, por quê? – Zabini olhou para o Malfoy e depois para mim.
– Então, tentarei a vaga de capitão no próximo ano já que esse ano não terá quadribol. E nisso fiquei sabendo que terá também uma oportunidade na artilharia. Que tal tentar também?
– O que? Eu sou boa como apanhadora, Zabini e não artilheira.
– Que pena que já tem um apanhador, Selwyn. Não aceitou perder de mim no segundo ano? – Malfoy zombou e eu o ignorei.
– Ele está falando assim, mas ele quem te indicou para o Flint. – Nott entregou. Malfoy o olhou indignado.
– O que? Você ficou maluco? – Perguntei. – Eu nunca joguei como artilheira! – Levantei do sofá quase entrando em desespero, iria fazer um teste horroroso.
– Você é boa em voar, só precisa de um treino. – Ele deu de ombros.
– Você vai me treinar por acaso? – Perguntei. – Nem você sabe jogar de artilheiro.
– Para sua informação, sei mais do que pensa. Eu sou apanhador porque gosto de ser. Mas sei jogar nas outras posições. – Malfoy rebateu.
– Ih, começou a briguinha de casal. – Nott resmungou. Olhamos feio para ele.
– Eu já falei para não ficar dando indiretinha em voz alta. – Malfoy o avisou.
– Ele sabe? – Perguntei suspeitando. – O que contou para ele?
– Os dois sabem. Não tive muita escolha, eles pegaram as cartas que recebi dos meus pais.
– Com certeza. – Zabini falou. – Não se preocupem pombinhos, iremos ficar de boca calada.
– É eu estou vendo! – Reclamei. – Se isso vazar eu estuporo vocês três. – Ouvi risadas de Nott e Zabini.
– Isso vai ser interessante. – Nott nos olhou enquanto dava a mão pra Zabini bater. Imbecis, iam com certeza zoar a gente pela eternidade.
– Enfim, vai fazer o teste Selwyn? – Zabini perguntou.
– Vocês já me indicaram, o que mais posso fazer? Malfoy já que é tão esperto e dono da razão, você vai ter que me treinar. E isso é uma ordem.
– A ordem só valeu por duas semanas.
– Duas semanas, eu não falei quais seriam os dias exatos. – Levantei a sobrancelha sendo mais esperta que ele dessa vez.
– Tá bom Selwyn. Nos encontramos amanhã no campo de quadribol, tudo bem? – Ele revirou os olhos.
– Ótimo. Me encontre aqui na comunal depois do almoço. – Sai de lá indo para meu dormitório. O cansaço tomava meu corpo.

x

Acordei pela manhã em pleno sábado. Graças a Merlim o fim de semana chegou. Corri para o salão para tomar meu café da manhã e fiz algumas pesquisas na biblioteca para meus deveres, até que encontro Nicholas.
– Hey! Ainda bem que você está por aqui. Veja o que eu tenho em mãos. – Nick me mostrou um livro. – Hogwarts uma história, versão exclusiva. Professor Dumbledore me deu.
– Espera, Dumbledore?
– O próprio. Acha que tem coisas aqui para descobrir sobre sei lá, Slytherin? – Ele me olhou perguntando. Não lembro de ter contado a ele sobre isso e a Yumi era a única que sabia.
– O que a Yumi te contou? – Desconfiei.
– Nada, apenas deixou escapar algumas coisas. Sobre sua herança. – Ele falou tentando não falar alto sobre.
– Ai ai, uma hora ela ia deixar escapar. – Suspirei. – Vou ter que precisar reunir todo mundo para falar, não é?
– Possivelmente, o Erik vai surtar se descobrir que vai ser o último a saber. – Ele riu.
– Ta, verei um horário para a gente se encontrar. Guarde o livro! Vou precisar sair agora. – Sai de lá olhando para o relógio. Precisava ir ao corujal para mandar algumas cartas que escrevi pra minha mãe.
No meio do caminho, na torre do relógio vi uma confusão. Era Malfoy implicando novamente com o Harry algo sobre os bottons que ele criou de “ Harry Potter fede”, tentei chegar mais à frente e rapidamente os dois sacaram suas varinhas. Aquilo ia dar merda!
Flipendo!
Densaugeo!
Antes que pudesse pensar muito, senti algo vindo em minha direção. Tentei pegar minha varinha, mas o feitiço me atingiu rapidamente. Vagabundos! Fui jogada a alguns metros dali. Julguei que fui atingida por um flipendo do Harry. Olhei para o lado e Hermione havia sido atingida pelo Densaugeo, ela estava com sua mão na boca.
– Qual o problema de vocês dois? – Levantei ficando sentada. Sentia um pouco de dor pela batida.
– Aurora, Hermione! Me desculpe. – Harry falou enquanto ia em direção a Hermione que estava mais perto. Malfoy estranhamente me ajudou a levantar e pegar minha varinha que tinha caído no chão.
– O que está acontecendo por aqui? – A professora Mcgonagall logo apareceu. Isso ia dar uma confusão. – Sr. Potter e Sr. Malfoy de novo? Menos 50 pontos para cada um de vocês. Srta Selwyn e Srta Granger, estão bem?
– Estou, professora. Talvez a Hermione precise de um feitiço de reversão. – Olhei para ela que ainda estava com a mão na boca.
– Da próxima vez que vocês dois se atacarem em um duelo irão ganhar detenção! – A professora avisou. Para piorar, Krum e Diggory estavam por ali observando tudo. Que vergonha! Olhei feio pra Malfoy.
– Ele também me atacou! – Ele resmungou.
– Não se faça de sonso, Malfoy. – Falei com dificuldade de ficar de pé, precisando me escorar nele com muito contragosto.
– Talvez precise passar na enfermaria Srta Selwyn. – A professora comentou olhando meu pé. – Sr. Malfoy leve a Srta Selwyn! Sr. Potter, leve a Srta Granger.
– Não conte isso aos meus pais. – Ele sussurrou.
– Agora tá com medo, não é? Sorte a sua que isso não é do meu interesse. – Ele passou seus braços na minha cintura e me apoiando em seus ombros fomos em direção a enfermaria. No caminho percebi um olhar estranho de Parkinson mas ignorei, sem tempo irmã.
Depois de ser atendida pela primeira vez na enfermaria esse ano, Madame Pomfrey disse que eu estava com o pé torcido e provavelmente eu ficaria com minha barriga dolorida devido ao feitiço. Como eu torci meu pé é que eu queria saber, mas é provável que foi na hora do impacto.
– Ótimo! Agora não poderei treinar quadribol graças a você. – Reclamei pra Malfoy, enquanto tomava a poção que Madame Pomfrey fez.
– Ao Potter você quer dizer! Não fui eu quem lancei. – Ele continuava com o cinismo dele.
– Sinto muito, Aurora! – Ouvi Harry falar enquanto estava com a Hermione em uma das camas e se aproximou da gente. Os dois se encararam feio outra vez. – Não queria que isso acontecesse.
– Tudo bem, Harry. Tá perdoado. – Falei suspirando.
– Oras, e... – Malfoy tentou retrucar o cortei.
– Aiiiiiii! – Gritei alto e fingi estar com dor maior no pé e ele ficou em silêncio, já sabendo que eu o queria calado.
– Srta Granger, você está liberada. Srta Selwyn, precisará ficar aqui por algumas horas. – Que ótimo! Vou passar a tarde na enfermaria.
– Malfoy. – O chamei. – Que tal você fazer minhas atividades da semana? – Ele olhou para cima suspirando.
– Claro, com todo prazer. – Ele falou dando um olhar mortal. Entreguei a ele a lista de atividades que precisava terminar. Logo o vi sumir resmungando da enfermaria e tive a paz para tirar um cochilo.
No outro dia senti o tempo um pouco mais frio que o normal. Coloquei meu cachecol e guardei minhas luvas no bolso caso precisasse.
Depois do almoço encontro com Harry e Hermione nos corredores.
– Aurora. – Ultimamente estou escutando muito meu nome na boca dele. – Está melhor?
– Olá Harry e Hermione! Sim, novinha em folha outra vez.
– Aurora, o que acha de acompanhar a gente até Hogsmeade? – Hermione perguntou.
– Claro, por que não? – Falei sabendo que não tinha nada para fazer por duas horas. Meus amigos estavam ocupados com as tarefas.
Nós três fomos em direção a saída do castelo, pela trilha que levava a Hogsmeade. A partir do quarto ano somos liberados de ir aos fins de semanas sem autorização dos pais, ao contrário dos mais novos. Enquanto seguíamos em frente notei que o Weasley não estava tão presente com eles, pelo menos era o que eu via.
– Por que eu não vejo mais o Rony com vocês? – Perguntei.
– Porque ele é um idiota! – Harry reclamou.
– Ele acha que o Harry mentiu para ele sobre a inscrição no cálice. – Hermione comentou. – E aí eles brigaram.
– Isso é sério?
– Está vendo Hermione, até a Aurora que nem é tão próxima da gente confia em mim.
– Ela só é inteligente, ao contrário do Rony. – Nós rimos.
– Ele deve estar em uma fase, logo vocês fazem as pazes. Talvez ele ache que as provas são fáceis, igual a quase todo mundo nessa escola. Mas duvido, já que tiveram que parar devido às mortes.
– Nossa, valeu Aurora! Isso foi muito tranquilizador. – Harry falou irônico.
– Me desculpe. Mas sei que você tem habilidade o suficiente, vai conseguir!
– Foi isso que eu falei para ele. – Hermione falou.
– Eu acho que a partir de agora preferirei ir invisível. – Harry parou no meio do caminho tirando uma capa. Fiz uma cara de interrogação.
– Harry! A Aurora não sabe sobre a capa.
– Oh! Verdade... então... – Ele mostrou para que servia.
– Uma capa de invisibilidade? Desde quando usa isso? – Perguntei chocada.
– Algum tempo. Era do meu pai. Não quero que as pessoas comecem a olhar para mim. – Ele se enfiou dentro da capa.
– Isso é maravilhoso! Certeza que sai no meio da noite com ela, não é? – Ouvi sua risada abafada.
– Falando nisso... – Harry continuava a falar já invisível enquanto caminharmos. – Já que Hermione não quer ir, Aurora que tal uma aventura à noite?
– Não quero correr o risco de ser pega. – Hermione comentou.
– Para onde você vai?
– Tenho que ir ver Hagrid, ele falou que era importante.
– Hmm, por mim tudo bem. Vamos sim! – Falei aceitando o convite.
Assim que chegamos em Hogsmeade fomos em algumas lojas. A dedos de mel era minha favorita pois amava doces. Hermione foi às escribas para comprar algumas penas. Passamos no três vassouras antes de voltarmos para tomar uma bela cerveja amanteigada.
Quando saímos de Hogsmeade vi uma silhueta conhecida pelo caminho. Malfoy, mas estava acompanhado de Parkinson. Agora entendi por que ela olhou feio para mim no dia que ele me levou para enfermaria. Muito provável que os dois estavam saindo ou namorando. Ridículo!
Tratamos de passar direto rapidamente antes que eles inventassem de fazer alguma brincadeira ou piada idiota, visto que eu estava com Hermione e Harry na capa de invisibilidade, mas ele só veria Hermione.
Perto da meia noite iria encontrar com o Harry que me encontraria de alguma forma perto das masmorras. Sai sorrateiramente do salão comunal com ajuda de titã já que ele conseguia pressentir quem estava por perto. Esperava que os monitores estivessem bem longe.
Fiquei parada em um corredor aleatório esperando pelo Harry, odiava andar pelos corredores a noite, era bem bizarro e confesso que eu sou bem medrosa. Estou acostumada com os fantasmas do castelo agora, mas ainda assim fica bem sinistro. Do nada Harry tira a capa de invisibilidade me dando um pequeno susto.
– Harry! Quase você me deu um mini infarto. – Falei baixo para que ninguém ouvisse.
– Desculpe, vem, entre na capa também. Não podemos ser vistos. – Harry mandou.
Entrei me ajeitando para que nenhuma parte do meu corpo ficasse amostra. Dividir uma capa com o Harry pareceu legal antes de entrar. Esqueci da parte que ele era um garoto e teria que ficar bem próximo a ele, a propósito ele estava cheiroso. Nos entreolhamos sem graça, então ele pegou um mapa o que me deixou curiosa.
– O que é isso? – Eu perguntei.
– Um mapa onde mostrar tudo em Hogwarts. Vamos! – Ele falou depressa. Caminhamos facilmente até a cabana do Hagrid. Passamos por alguns monitores, mas nenhum deles sequer desconfiou da nossa presença. Quem iria adivinhar que um aluno tinha uma capa de invisibilidade? Algo raríssimo.
– Vejo que trouxe uma companhia, Harry. – Hagrid falou nos vendo enquanto saia da sua cabana. – Olá Aurora!
– Olá, professor Hagrid! – Sorri e ele pareceu envergonhado.
– Vamos, não temos tanto tempo assim. Irei pedir que quando chegarmos próximo vocês coloquem a capa de invisibilidade. Não vão querer perder pontos e uma detenção por estarem fora da cama e ainda na floresta proibida. – Ele falou enquanto caminhávamos para dentro da floresta. – Ver um grifinório e uma sonserina juntos é bem raro. – Hagrid riu.
– É porque acho que sou a única sonserina inteligente e legal nessa escola. – Falei e Harry sorriu.
– Eu terei que concordar. Mas Hagrid por que está tão arrumado e para onde vamos? – Olhei pra Hagrid depois de notar o que Harry tinha percebido.
– Está parecendo que vai a um encontro. – Falei e Hagrid sorriu tímido.
Minutos depois olhamos para frente quando um grande rugido ecoou na floresta.
– Estamos perto! – Hagrid falou. – Coloquem a capa de invisibilidade.
– Hagrid! – Ouvimos uma voz com sotaque.
Fizemos o que Hagrid mandou. Segundos depois vemos Madame Maxime saindo de algum lugar e se aproximando de Hagrid, os dois começaram conversar coisas um pouco doce demais. Eu e Harry nos entreolhamos e rimos baixo.
Ouvimos rugidos e mais claridade na frente. Assim que nos aproximamos mais, vimos dragões em jaulas. Aquilo era incrível! Eram vários dragões e alguns tratadores tentando acalmar eles, enquanto eles cuspiam fogo.
– Dragões! – Harry falou tirando a capa de invisibilidade quando Madame Maxime já estava mais longe indo verificar os dragões mais de perto. – Irá ser a primeira tarefa do torneio, você está brincando!
– Ora essa Harry! Dragões são apenas criaturas mal compreendidas.
– Sensacional! – Falei ainda abismada com as criaturas.
Depois daquela descoberta não demoramos para voltarmos ao castelo.
– Agora terá que pensar o bastante para saber o que vai fazer para derrotar um dragão. – Falei ainda na capa de invisibilidade.
– Sim, estou aceitando ideias. – Ele falou enquanto parávamos no salão comunal da sonserina.
– Bom, até mais Harry. Obrigada por me convidar para ver os dragões! – Eu sorri, saindo da capa.
– Obrigada pela companhia. – Ele acenou e voltou para sua capa. Entrei no salão tranquilamente assim que Titã falou que não tinha ninguém por ali.
Nunca tinha sequer imaginado ver um dragão. São criaturas difíceis de ver, sempre estão bem alto se escondendo nas montanhas. Infelizmente ainda há caçadores fazendo mal aos animais do mundo mágico e isso era horrível!
Aproveitei o resto da noite para escrever cartas para mamãe, ela implorou pra que sempre eu tivesse notícias já que ela ficava sozinha em casa. Mas às vezes a acho preocupada demais.

X

Dois dias passaram e no dia seguinte iria acontecer a primeira tarefa do torneio tribruxo.
– Para quem você irá torcer? – Nick perguntou.
– Tá aí uma pergunta difícil. – Falei. – Eu gosto de todos. A Fleur é a única que não tenho aproximação. O Krum é meu ídolo, Diggory é um dos mais bonitos e legais da escola, além de que nos conhecemos e Harry é meu amigo.
– Só poderá escolher um. – Yumi respondeu. – Eu escolheria o Harry.
– Eu vou pelo Cedrico já que é da minha casa.
– Para mim tanto faz. Mas eu torceria pelo Krum, ele me parece mais forte. – Erik falou.
– Por que até aqui a gente escolhe diferente? – Perguntei e todo mundo riu. – A Fleur tem um rosto bonito, mas é inteligente. Só porque ela é uma mulher ninguém dá bola. – Resmunguei. Ouvi Harry e Rony se alfinetarem mais para a frente. Não acredito que ainda estavam brigados.
– Por que está tão tenso, Potter? – Percebi Malfoy começar a implicar. Ele e seus guarda-costas estavam por ali. Ele nunca aprende mesmo!
– Eu e meu pai fizemos uma aposta. Eu acho que você não irá durar dez minutos nesse torneio. – Ele desceu da árvore em que estava se aproximando de Harry. – Ele discorda, acha que não chega a cinco. – Sua turma começou a dar risada.
– Eu estou pouco ligando para o que seu pai acha, Malfoy! Ele é mal e cruel, e você é patético! – Harry falou irritado e depois virou as costas tentando sair dali.
E uma cena um tanto engraçada aconteceu.
Malfoy sacou sua varinha, só que o professor Moody interferiu lançando um feitiço de transfiguração. Em segundos Malfoy se tornou uma doninha. Todos que estavam por ali começaram a rir.
– Eu vou ensiná-lo a não atacar um adversário pelas costas! – Moody se aproximou da doninha lançou um feitiço de levitação fazendo o animal quicar. – Seu desprezível! Covarde! Miserável! Traidor!
– Professor Moody! O que está fazendo? – Professora McGonagall se aproximou perguntando enquanto via a doninha para cima e pra baixo.
– Ensinando.
– Mas isso aí é um aluno?
– Tecnicamente é uma doninha. – Ele colocou a doninha nas calças de Crabbe arrancando uma risada de todos ali. Goyle tentou tirar Malfoy dali, mas tomou uma mordida. Eu gargalhava só de imaginar que Malfoy nunca esqueceria disso.
A doninha saiu das calças de Crabbe e a professora fez um feitiço para reverter a transfiguração. E logo Malfoy estava de volta.
– Meu pai vai saber disso!
– É uma ameaça? É uma ameaça? – Professor Moody estava correndo atrás dele enquanto Malfoy tentava fugir.
– Professor Moody! – A coitada da professora Mcgonagall tentava controlar a situação.
– Sei de umas histórias sobre seu pai que arrepiaria até seu cabelo engordurado! – Moody berrou enquanto Malfoy corria dali.
– Alastor!
– Isso não termina aqui! – Ele ainda gritava.
– Alastor! Nós nunca usamos a transformação como castigo. É claro que Dumbledore lhe disse isso.
– Deve ter comentado.
Nós rimos dessa incrível cena por horas. Malfoy vai ter que trabalhar muito para apagar isso da mente de todos. Ele já ficou conhecido como a fantástica doninha quicante. Irei me lembrar desse apelido mais tarde.
Dali tivemos aula de história da magia com o professor Bins, seria com a lufa–lufa e meu parceiro de mesa quase sempre era o Cedrico, por alguma confusão.
– Olá Diggory! – O cumprimentei. Não era a primeira vez que a gente se falava, mas tinha a preferência de conversa com ele quando ele estava sozinho, sem a turminha dele.
– Oi Aurora! Ainda não se cansou de me chamar pelo sobrenome? – Ele sorriu.
– Eu acho bonito. Cedrico. – Falei.
– Melhor assim. E será que hoje vamos tentar não cochilar dessa vez? – Ele perguntou. A aula do professor Bins sempre dava sono, era muita teoria e eu não gostava. Ou ficava viajando ou dormia.
– Acho impossível. Que bom que tenho suas anotações, já que é estudioso. Se não, estaria ferrada. – Ele riu.
– Estou começando a achar que terei que pedir algo em troca.
– Aceita doces? – Falei pegando alguns da mochila que eu guardei desde a visita a Hogsmeade.
– Aceito! – Ele falou estendendo a mão. Coloquei alguns doces em sua mão, enquanto via o professor Bins aparecer do nada sobre a parede do quadro. – E lá vamos nós!
Assim que terminou a aula já em direção a porta me despedi do Diggory.
– Diggory! – O chamei. – Quer dizer, Cedrico. Boa sorte amanhã no torneio, tentarei não torcer contra você. Mas sabe...
– Vai torcer para o Potter? – Ele perguntou sorrindo. Afirmei com a cabeça. – Menos mal... Fiquei sabendo sobre a primeira tarefa. – Ele se aproximou sussurrando. – Estão juntos? – Ele perguntou.
– O quê? – Eu ri desconcertada pela pergunta. – Espera, ele te contou que fomos para a floresta? – Perguntei ainda baixo.
– Sim.
– Somos apenas amigos. – Ele gargalhou do meu jeito sem graça. – Sai fora Diggory! Boa sorte para não ser comido ou frito! – dei um soco de leve no seu ombro.
– Obrigado pela boa sorte. – Ele saiu rindo da minha cara ainda.
Eu e Cedrico nos conhecemos desde o meu primeiro ano. Aos poucos fomos se amigando e de vez em quando a gente se esbarrava.
Devido a alguns problemas de horários no seu ano, já que ele era quatro anos mais velho que eu e sua grade de matérias era diferente na época, o diretor determinou que teríamos aulas juntos para eles não ficarem de fora. Então os únicos que tinham aula de história da magia com a gente era o sétimo ano da lufa-lufa.

Capítulo 6 – Treino de Quadribol


Mais tarde era hora do treino de quadribol que Malfoy estava me devendo. E pelos recentes acontecimentos ele deve estar bem mal-humorado. Tentei vestir adequadamente com roupa de quadribol, mas sem a camisa o qual não tinha ainda. Então coloquei qualquer uma camisa mesmo. Apareci perto do campo de treinamento como a gente planejou. Ele, Nott e Zabini estavam por lá. Zabini e Malfoy estavam com a roupa de quadribol também.
– Cheguei! – Falei anunciando minha presença. Estava frio já que era inverno. O tempo estava bom, com alguns ventos, mas nada demais.
– Meio incompleta. – Nott observou.
– Me dá uma camisa de presente então. Não sou do time ainda.
– E já vem com quatro pedras na mão. – Ele novamente falou.
– Vocês pedem para isso, Nott. Então vamos ao que interessa? Aliás, por que Theodore está por aqui?
– Sou curioso, não tinha nada para fazer então vim ver como se saía.
– Eu e Malfoy iremos te ajudar. – Zabini falou. Finalmente eu e Malfoy nos encaramos. Eu tentei prender meu riso me lembrando dele como doninha.
– O que foi Selwyn? – Ele perguntou irritado. – Se começar, eu não te ajudo mais.
– Ok! Ok! – Falei me rendendo. – Vamos ao que interessa.
– Já sabe como funciona, não é? – Zabini perguntou.
– Não. Nunca fui artilheira! – Eles suspiraram.
– Eu vou fingir ser seu adversário, Zabini também. – Malfoy falou. – Iremos tentar pegar a bola de você.
– É só fugir e tentar jogar nos aros. – Nott falou.
– Que tal ajudar também Theo? – Malfoy perguntou. – Podia tentar fingir ser o goleiro. – Nott deu de ombros.
– Tudo bem. – O próprio conjurou sua vassoura e subiu.
E assim começamos o meu treino. Eu era terrível, mas tinha talento, apenas precisava de prática. O meu problema era segurar a bola e a mira, quase tudo para um artilheiro não? Zabini e Malfoy claramente não tinham pena de mim. Quase me derrubaram da vassoura.
Assim que paramos para descansar, reclamei por isso.
– Estamos só treinando rapazes!
– Isso é quadribol, Aurora! – Zabini falou.
– Por isso preferia ser apanhadora.
– Quer tentar um treino simples, então? – Malfoy me desafiou. – Sua revanche para saber quem é o mais rápido. Assim você treina seus movimentos para artilheira também.
– Sem nem pensar duas vezes. – Falei aceitando o desafio.
– E lá vamos nós novamente. – Zabini falou se sentando no campo ao lado de Nott.
– E qual vai ser a aposta dessa vez? – Perguntei vendo seu sorriso de canto crescer.
– Um pedido a qualquer momento. O que acha?
– Aurora! – Nott me alertou. Mas eu não teria como dizer não para um desafio com Malfoy. Meu orgulho e competitividade falavam mais alto.
– Ótimo! – Levantei uma sobrancelha. Apertamos nossas mãos selando mais uma aposta.
– Eles não se cansam. – Zabine resmungou. – Bom vamos lá! Pelo menos vamos ver os dois apanhadores mais rápidos da sonserina competirem.
Subimos nas nossas vassouras que por sinal eram Nimbus 2001. Subimos e ficamos um contra o outro, como se estivéssemos em times opostos mesmo. Zabini liberou o pomo de ouro embaixo da gente. No mesmo instante que Blaise deu como valendo eu e Malfoy entramos em uma briga para tentar acompanhar o pomo.
Uma hora a gente o perdia de vista e procurava pelo campo inteiro e outras vezes eu e ele travávamos uma corrida para ver quem era o mais rápido. Malfoy tinha suas vantagens, mas eu era teimosa o suficiente para continuar.
Assim que vimos novamente o pomo ficamos mais próximos de pegá–lo. Tentei empurrá-lo da vassoura em vão. Em um momento estavam indo em direção a parede de uma das arquibancadas, o pomo às vezes fazia essa palhaçada. Antes que batêssemos ele desceu nos fazendo descer juntos. Ele estava muito perto, estendi minha mão para pegar, mas Malfoy foi mais inteligente. Ele jogou sua vassoura na hora certa pra cima de mim.
Estávamos já próximos ao chão, quando ele me derrubou da vassoura caindo comigo. Fechei os olhos quando fomos arrastados pelo chão de areia, paramos e ele estava em cima de mim. Senti seus lábios encostando em minha boca e arregalei meus olhos assim que percebi que ele estava me beijando.
Nos separamos e ele sorriu olhando para algo em sua mão. Maldito! Ele tinha pegado o pomo. O empurrei para sair de cima de mim.
– Wow! – Zabini gritou de longe.
– Isso foi espetacular. – Nott estava ao seu lado. Talvez pela distância nenhum dos dois tinham visto a ceninha depois da queda.
– Ridiculo! Você quase me matou e ainda... – nem terminei de tão frustrada
– Aceite que eu fui melhor que você! – Malfoy se gabava. – E aquilo foi apenas uma repercussão.
– É bom não contar isso para ninguém. – O avisei enquanto via Zabini e Nott se aproximarem.
– Pode deixar, Selwyn.
– Tenho certeza que se você treinar mais, conseguirá passar no teste próximo ano. – Zabini sem saber nada comentou.
– Chega por hoje não? Estou cansada. Amanhã começa o torneio tribruxo e quero estar disposta para acordar cedo e torcer. – Ouvi Malfoy bufar.
– Só lembre que dessa vez é você que me deve algo. – Ele falou.
– Eu cumpro minhas apostas, Malfoy. Agora me dá licença. – O empurrei para ele sair da minha frente.
– Espera! Todos nós vamos juntos. – Nott falou. Esperei por eles enquanto guardavam tudo e assim fomos para o salão comunal.

X

No outro dia a escola inteira acordou ansiosa. Eu e meus amigos estávamos a caminho da arena que foi criada para a primeira tarefa.
Já na arquibancada, vi os gêmeos Weasley com uma caixinha de apostas.
– Façam suas apostas!
– Erik, vamos apostar! – Disse Nicholas.
– Vamos. Vou no Krum!
– E eu no Diggory! – Os dois compraram as apostas dos gêmeos. Que estavam felizes demais.
Fred e George eram a alegria da escola, sempre estavam mirabolando e tramando por aí. Tenho pena dos irmãos deles, principalmente os mais novos, devem ter aguentado cada coisa...
– Vocês sempre estão fazendo algo não é mesmo? – Falei para os Weasleys chamando atenção deles.
– Teria gêmeos mais brilhantes que nós, Selwyn? – Eles falaram juntos.
– Nem mesmo se não fossem gêmeos. – Sorri. – Com certeza irão ganhar bastante com isso. Soube que querem ser empreendedores.
– Sim! Estamos aceitando investidores também, caso queira. – Fred falou.
– Hmm, interessante! Posso ser a primeira, então. Vou querer benefícios!
– Com certeza! Será nossa cliente VIP. – George falou e logo os dois estavam caminhando em outras partes da arena ganhando dinheiro.
– Aurora! – Ouvi alguém me chamar.
– Pois não? –Me virei e vi Gina. – Oi, Gina! Finalmente nos trombamos esse ano.
– Pois é! Você vive em túneis e eu em torres, difícil. – Ela riu.
– Ah, já que está aqui me lembrou de algo. – Falei me virando para ela. – Você sabe jogar quadribol, não é?
– Sim, por quê? Não me diga que quer tentar entrar para o time de quadribol próximo ano?
– Bom, não queria. Mas já que eu gosto e me meteram nessa, sim irei fazer o teste e preciso de treinamento. Comecei recentemente, mas preferiria que você me ensinasse, sei do seu talento. – Sorri animada.
– Isso é maravilhoso! Claro que te ajudo nessa. Só marcarmos um dia. Aliás, tentarei entrar para o time no próximo ano também.
– Fantástico!
Ouvimos logo depois Dumbledore comunicando o começo da primeira tarefa. Do nada um barulho de canhão foi ouvido.
Cedrico Diggory foi o primeiro a entrar. O dragão dele era o focinho-curto sueco. Cedrico transfigurou uma pedra em um labrador para distrair a criatura. Enquanto o dragão se virava para perseguir o cachorro, Cedrico foi em busca do ovo dourado. Porém não demorou muito para o dragão perder o interesse no cachorro e foi perseguir Diggory. Fiquei tensa nessa hora, principalmente quando o fogo foi diretamente no rosto de Cedrico.
Fleur foi a segunda, ela passou na prova ao conseguir atrair o dragão verde galês para um transe adormecido e recuperar o ovo dourado, porém o ronco a queimou também. Muito inteligente, mas sem nenhuma ousadia.
Krum usou o feitiço conjunctivitus nos olhos do dragão meteoro chinês que, agoniado, saiu andando e amassou metade dos ovos verdadeiros.
E agora era hora do Harry, espero que ele se saia bem. Sobrou apenas o Rabo–Córneo húngaro. Como sempre o pior sobrava para ele.
Harry entrou na arena sem saber muito o que fazer. O dragão logo percebeu sua presença e tentou atacar. Ele desviou e nessa hora eu quase arrancava os cabelos de Nick de nervosa. Ele utilizou a varinha para invocar sua vassoura. Ele voou sobre a cabeça do dragão, tentando atraí–lo. Quando ele se ergue, Harry mergulha e agarra o ovo.
O público foi à loucura, Harry realmente era ótimo voando.
Na pontuação final Harry e Krum ficaram na frente com 8 pontos, Harry ficou ferido e Krum fez o dragão pisar em muitos ovos verdadeiros o que foi descontado. Aconteceu o mesmo com Cedrico que ficou com 6 pontos e Fleur 5 pontos. Os dois também foram feridos, porém provavelmente o tempo e a dificuldade contaram, Harry foi o primeiro a terminar em questão do tempo. No fim a primeira tarefa era coragem.
A grifinória resolveu fazer uma festa aquela noite, Yumi nos convidou. Era proibido na escola? Sim. Mas a gente vai de qualquer forma. Fui com uma roupa simples, camisa verde cropped, uma saia preta e meia calça preta transparente com brilhinhos e uma bota. Peguei a minha capa da sonserina de frio e o cachecol.
Sai sorrateiramente da sala comunal mais uma vez.
– Está livre! – Titã apareceu me dando o aval. – Você está gosssstando de sssair a noite não é mesmo?
– Mas é claro! Harry venceu, temos que comemorar. – Falei enquanto saia pelos corredores das masmorras. – A sonserina tem festa às vezes, mas duvido que vão comemorar algo que eles não estejam no centro das atenções.

Capítulo 7 – Guerra de Bola de Neve


Eu e Yumi e os meninos resolvemos nos encontrar na porta do salão comunal da grifinória. E depois de muito tempo tentando chegar lá, o trio estava à minha espera.
– Até que fim!
– Nem reclamem, a comunal de vocês é mais perto. Eu tenho que sair do subterrâneo.
– Vamos, a comemoração já começou. – Yumi abriu o porta retrato da mulher gorda falando senha e entramos pela primeira vez. Sinceramente? Era aconchegante sim, mas acho que eu não ia conseguir viver por ali. Era pequeno em comparação a da sonserina. Mas as cores davam a sensação de vida, ao contrário da gente que era uma coisa mais elegante e sombria, mas que me trazia calmaria.
Tinha muita gente ali e algumas de outras casas, provavelmente só tinha eu de sonserina por ali. Hermione e Gina me viram e vieram logo me cumprimentar.
– Yumi me falou que tinha convidado vocês, ainda bem que vieram! – Gina falou sorrindo com algum interesse.
– Os gêmeos têm coisas para vender de comida e refrescos. Podem falar com eles. – Hermione comentou.
– Obrigado! – Nick falou indo em direção aos gêmeos animadamente com Erik.
– Parabéns, Harry! – O vi se aproximando e nos abraçamos.
– Obrigado! Que bom que vieram. – Ele falou com Rony em seu encalço.
– Fizeram as pazes? – Perguntei olhando para Rony. Harry sorriu.
– É, percebi que ele seria louco por colocar o nome dele lá. – Rony falou.
– Demorou hein, Rony! – Todos riram. – Ainda bem que o trio de ouro está de volta. Quase peguei seu lugar.
– Ahá, isso você nunca conseguiria.
– Provavelmente.
Passamos a noite apreciando a festa, conversando e jogando snap explosivos, quando deu uma da manhã. Era hora de ir embora ou se não ninguém aguentaria as aulas pela manhã. Me despedi dos meninos e da Yumi e segui para a masmorra. Da próxima preciso me lembrar que é longe antes de vir a uma festa à noite. Os corredores do castelo eram assustadores no escuro, então andava com lumos e com a presença de titã em minha mente.
Antes de entrar no salão comunal, Titã me avisou.
– Tem alguém no ssssalão.
– O que? A essa hora? – Perguntei baixo.
– Sim e ssse eu for arriscar é o pirralho e ele está te esssperando. – Titã falou sobre Malfoy. Ele sempre o chamava de pirralho.
– Por que ele estaria me esperando? – Ouvi Titã pigarrear e desaparecer ignorando minha pergunta. Ótimo!
Entrei no salão já vendo Malfoy no sofá mexendo com o fogo na lareira. Ele olhou para mim por alguns segundos.
– O que foi?
– Uma hora dessa passeando pelo castelo? Tem noção que está sozinha voltando da torre da grifinória? – Ele perguntou levantando do sofá. – Não esqueça que ainda é uma garota.
– Isso é bem estranho da sua parte, se preocupar. – Então ele realmente estava me esperando.
– A culpa vai ser minha se algo acontecer com você.
– Obrigado pela preocupação, mas eu sei me virar. – Falei seguindo em direção ao dormitório feminino. – Aliás, você me viu saindo, não é?
Ele apenas revirou os olhos e foi para o dormitório masculino. Babaca! Odeio quando ele me deixa sem resposta. Titã sabia disso e apenas ocultou essa informação, depois eu tiraria essa história a limpo.
X


Na aula de poções do professor Snape ficamos sabendo sobre o Baile de inverno que ocorrerá no Natal, era um evento formal aberto apenas aos alunos do quarto ano, porém se alguém do quarto convidasse alunos mais novos como par, então eles estariam liberados. A professora Mcgonagall nos fez aprender a dançar em uma sala quando não tínhamos aula. Meu parceiro para tentativas de acertar o passo foi Erik, e foi bem legal até.
A semana foi corrida, estávamos perto do Natal, então as aulas acabaram. Hogwarts estava começando os preparativos para o Baile. Era engraçado como o comportamento dos garotos e das garotas haviam mudado com o anúncio, parecia a época de dia dos namorados.
Eu, Hermione e Gina estávamos perto do lago enquanto tirávamos uma hora para relaxar. Hermione como sempre com um livro na mão e Gina estava falando sobre quadribol, quando Krum aparece um pouco distante perto das margens do lago correndo e algumas garotas atrás. Ele virou sua cabeça olhando Hermione e isso não passou despercebido nem por mim e nem pela Gina.
– Vamos Hermione, agora não tem como desconversar. – Gina falou.
– Sim, é a segunda vez que eu vejo essa troca de olhar entre os dois. – Eu sorri maliciosamente.
– Não é nada demais, apenas estamos conversando.
– Ahhh! Eu sabia! – Gina exclamou.
– E talvez ele tenha me convidado para o baile. – Eu e Gina arregalamos os olhos e soltamos gritinhos histéricos enquanto pulávamos animadas.
– Isso é maravilhoso, Hermione com o Krum? Quem poderia imaginar. Vocês dois até combinam! – Falei.
– Mas e vocês? Gina conseguiu que alguém te convidasse para conseguir ir? – Hermione perguntou já que Gina era do terceiro ano.
– Eu vou com o Neville. Ele me convidou hoje – Gina falou dando de ombros. – Ele me parece ser legal também.
– Eu já recebi alguns, mas não queria ir com alguém desconhecido. Fui deixada de lado até pelos meus melhores amigos.
– Provavelmente em breve irá receber. – Hermione sorriu como quem parecia saber de algo.
– Vamos ver né – Sorri fraco. – Ou acabarei nem indo. Mas o que importa é que a escola vai entrar em choque quando a Hermione entrar com o Krum.
Nós rimos e continuamos ali falando sobre o baile e soltando piadas sobre os dois.
X


Fui ao corujal responder as cartas da minha mãe e algumas da Sra Malfoy que fez questão de me enviar com antecedência um presente de Natal. Um colar com uma cobra e uma esmeralda nos olhos, era maravilhoso. O dia amanheceu nevando, e eu adorava, mas estava muito frio. Chegando no topo eu trombo com alguém.
– Me desculpe!
– Desculpe também. – Falei e logo percebi que era o Harry. – Ah, é você Harry. – Sorri animada.
– Aurora. Tudo bom? – Ele perguntou sem jeito. – Veio enviar algo?
– Sim, algumas cartas de família.
– Que bom.
– Bom acho que vou indo, até mais Harry. – Me despedi e entrei no corujal.
– Espere, Aurora! – Harry voltou me chamando. Me virei quando ele aparentava estar um pouco nervoso – Posso te perguntar algo?
– Claro.
– É... você tem par para o baile de inverno? – Ele me perguntou aparentemente nervoso.
– Ainda não. – Mordi meu lábio inferior nervosa também. Sabia que ele iria me convidar, mas era um pouco vergonhoso.
– E então, gostaria de ir comigo?
– Sim, claro! – Sorrimos. Harry era um bom par para ir ao baile, ultimamente tínhamos nos aproximado mais.
– Ah, sabe se a Yumi está livre? Rony está sem par.
– Sim, ela também está. Falarei para ela ir com o Rony.
– Certo, nos comunicamos então. – Ele acenou e saiu do corujal.
Então eu tinha finalmente um par para o baile, só esqueci o fato que eu iria entrar com ele e dançar com ele na frente de toda a escola. Era naquele dia que a sonserina inteira iria me odiar.
Encontrei Yumi mais tarde e avisei sobre Rony, ela concordou em ir. Nicholas iria com alguma menina da lufa–lufa. Erik tentou me convidar para o baile, mas tarde demais, já falei a ele que tinha um par.
X


Aproveitamos a chegada da neve e no horário livre fomos para fora do castelo. Estava acostumada a ver o jardim em algumas partes, mas era mais divertido ver a neve, e melhor ainda fazer guerra de neve.
Nicholas começou juntando a neve para nos prepararmos para nossa guerra. Tentei juntar o máximo que consegui, já que havia tempo e depois começamos a jogar um no outro. Ele era muito escandaloso quando era atingido por uma.
Erik tentava pegar mais leve comigo, mas isso me irritava mais ainda e eu jogava com toda minha força pra cima dele. Até que chegou um momento que ele e a Yumi inventaram de se juntar e nos atacar.
– Isso é covardia! – Falei
– Aurora, venha para cá! Vamos mostrar a eles o que uma sonserina e um lufano são capazes! – Nick falou enquanto eu corria sendo acertada duas vezes pelas bolas. Meu cabelo já estava uma desgraça.
Assim que Nick jogou dessa vez uma bola de neve pra cima, eu peguei minha varinha e lancei um feitiço.
Depulso! – A bola foi empurrada direto pra cabeça de Yumi que ficou indignada. Nick concentrou sua energia em um monte de bolas de neve jogando para cima enquanto eu continuava lançando o feitiço. Os dois saíram correndo pedindo redenção.
Nós nos divertimos muito e depois entramos para nossas salas comunais para tomar um banho e descansar.

Capítulo 8 – Confusão por causa de um beijo


Na manhã de Natal as corujas trazem mais presentes. Mamãe me deu o vestido para ir ao baile. Era um vestido verde simples, mas que tinha uns brilhos por todo ele que dava um ar elegante demais.
Ganhei coisas dos meninos também. Zabini me deu um perfume, Nott um sapato alto. Erik me deu uma luneta que ajudava a ver as estrelas e Nick um óculos de sol. Malfoy interessantemente me presenteou com um anel de esmeralda e uma camiseta de quadribol da sonserina. Acho que ele realmente acredita que eu vá entrar para o time no qual nem fiz os testes ainda. Yumi me deu uma mochila nova, já que a minha rasgou no último dia de aula. Gina me enviou biscoitos da sua mãe, o qual eu amava demais. Hermione me deu meias de Natal, achei bem fofas. Rony me deu doces feitos pelos gêmeos, o qual seria novidade em breve, eram deliciosos. Harry era o único que ainda não tinha me enviado nada e isso me deixou um pouco triste.
Tinha comprado alguns presentes para todos e terminei de enviá-los hoje pela manhã, mandando pela minha coruja, Leah.
A noite chegou sem mais delongas, estava me arrumando para o baile. Pucey me ajudou a encantar meu cabelo, sou um desastre para arrumar penteados. Nervosa mais do que esperado eu desci as escadas hesitante e logo vi Harry, Rony e Yumi que já estavam presentes.
– Wow! Você está maravilhosa! – Yumi me viu e logo comentou.
– Está linda. – Harry falou enquanto me olhava.
– Obrigada, você também está. – Sorri e olhei pra Rony. Ele estava com uma veste que pareciam trapos.
– Eu estou ridículo, eu sei. – Ele falou com uma cara que me deu dó.
– Posso te ajudar com isso se quiser. – Falei já que eu sabia conjurar algumas roupas.
– Sabe? Como?
– Venham comigo. – Falei mandando me seguirem. Logo paramos em um corredor deserto. Murmurei um feitiço e logo as vestes ultrapassadas do Rony mudaram para um elegante terno preto, parecido com o do Harry.
– Olha isso! Finalmente estou decente. – Rony falou animado. – Muito obrigado, Aurora! Você foi brilhante!
– De nada! – Sorri.
Voltamos para o grande salão bem na hora que Hermione estava descendo as escadas. Ela estava linda com seu vestido azul, com toda a certeza ia parar Hogwarts quando começar a dança. Krum se aproximou para conduzi-la.
Todos os alunos já estavam no grande salão esperando a abertura do baile. Eu estava nervosa do lado de fora ao lado do Harry.
– Tudo bem, a gente consegue. – Hermione falou na nossa frente.
Quando anunciaram nossa entrada, coloquei a mão nos braços de Harry. E fomos entrando de um por um. Cedrico foi com Cho Chang, Fleur foi com Roger Davis, Krum com Hermione e eu com o Harry,
Ouvi cochichos aumentarem a nossa entrada. Ninguém acreditava que Hermione estava com Krum, mas infelizmente minha presença foi notada como parceira do Harry. Pude ver enquanto caminhava a cara do Malfoy, já sabia que ia ouvir depois. Cedrico momentos antes da entrada piscou para mim como indireta por nossa conversa de antes. Não vou mentir que eu e Harry nos aproximamos bastante, mas ainda éramos apenas amigos.
Começamos a dançar e foi melhor do que imaginávamos. Estávamos nervosos demais e quase deu errado, mas conseguimos. No fim todos se divertiram ao som da música.
Rony depois de um tempo começou a ter ataque de ciúmes depois que viu Hermione com o Krum e no final começou a falar merda para ela. Harry tentou apaziguar a situação, mas era difícil. Deu confusão e ele só pegou minha mão e me levou até fora do salão principal, no jardim.
– Eles dois são difíceis de lidar, não é?
– Sim, a maioria das vezes sempre brigam. – Ele suspirou. – Me desculpe por isso. – Eu sorri.
– Não se preocupe, eu gostei da noite de hoje. – Falei me sentando no banco e passando as mãos nos braços.
– Está com frio? – Ele perguntou. Assenti e ele tirou seu sobretudo para colocar em meus ombros.
– Agora estou melhor. Obrigada!
– Ah, Aurora. Me desculpe por não te dar seu presente de Natal hoje, minha coruja não tinha chegado com o que eu pedi. – Ele respondeu a minha dúvida sobre hoje de manhã.
– Sem problemas Harry, não vou mentir que fiquei desanimada já que você foi o único que não me deu presentes, mas eu estou tranquila.
– Sério? – Ele suspirou frustrado. – Eu posso lhe dar algo agora se quiser. – Ele me encarou com seus olhos verdes.
– Pode. – Falei tentando imaginar o que ele iria fazer. Ele se aproximou de mim com cuidado como se pedisse permissão para me beijar. Eu facilitei me aproximando também e nossos lábios se encontraram. Nos separamos com alguém falando meu nome.
– Aurora? – Erik apareceu do nada ali e sua cara estava em choque. Nicholas e Yumi apareceram em seguida.
– O que está fazendo tarde da noite aos beijos com Potter? – Sua feição mudou para pura irritação.
– Erik? – Perguntei me levantando tentando entender aquele surto dele, ele queria dar uma de meu pai agora? Nick e Yumi estavam tentando fazer ele parar. – Qual o seu problema? Sabe que isso não é da sua conta.
– Queria que isso não fosse da minha conta. – Ele saiu irritadiço esbravejando fora do jardim. – Maldita hora que eu fui gostar de você.
O que? Olhei sem entender nada para meus amigos ali, Nick foi atrás dele enquanto Yumi permaneceu.
– Desculpe por ele pessoal. Ele esqueceu o fato de que você não sabe que ele gosta de você. – Ela falou como se fosse óbvio. – Bom, continuem... A gente se vê Aurora! Tchau Harry! – Se despediu e foi embora.
Eu olhei pra Harry ainda confusa pelo que aconteceu, foi tudo tão rápido e confuso.
– Um ataque de ciúmes. – Harry falou rindo.
– Como eu ia adivinhar? Quer dizer… – Suspirei frustrada.
– Tudo bem, Aurora. Pelo visto muita gente gosta de você também. – Ele falou.
– Também? Você gosta de mim?
– Ah, sim, quer dizer não... É confuso. – Nós rimos. – O beijo foi bom, mas...
– Não foi como esperávamos. – Completei. – Apesar da confusão. – Não foi um beijo ruim, mas não consegui sentir nada sobre isso. Ao contrário da outra vez... – Essa última parte eu falei baixo demais para ele poder ouvir.
– Espero que continuemos amigos, Aurora. – Harry falou.
– Claro! E eu ainda irei querer meu presente de natal. Fiquei curiosa sobre o que você comprou.
Saímos dali em direção a grande escadaria, Hermione estava chorando e Gina estava a consolando, ela me olhou um pouco estranha quando me aproximei. Os quatro começaram a se desentenderem por ali e eu não entendi mais nada.
Como pode um final de baile ser tão conturbado assim? Era pedir demais uma noite tranquila?
Me despedi de Harry e sai para a sala comunal da sonserina, para mim o baile já havia terminado. Ou era isso que eu pensava.
Nas masmorras encontro os meninos da sonserina. Tento passar reto rapidamente, mas Malfoy começou a me seguir. Tentei respirar fundo ouvindo sua implicância.
– Jura Selwyn, o Potter? – Ele perguntou debochado. – De todos que tinha, justo o santo Potter?
– Isso não é da sua conta Malfoy! – Parei de andar virando as costas sem muita paciência. Depois de tudo que aconteceu para eu dar na cara dele, faltava pouco.
– Você ainda lembra de quem estará noiva em breve? – Ele perguntou irritado.
– Que tal você dar atenção para seu par? A Parkinson está te procurando lá em cima. – Falei irritada.
– Não estou nem aí pra Parkinson! Você acabou de trair sua casa! – Ele se aproximou quase colando seu rosto no meu. Seu rosto estava vermelho de raiva.
– Se estivesse tão preocupado com isso tinha me convidado, imbecil! Agora me deixe em paz. – Ele ficou mais irritado ainda.
– Por que iria convidar você? – Ele perguntou de jeito esnobe me olhando de cima pra baixo. Ah ele não fez isso...
– Uma hora eu sou sua futura noiva e outra hora não sou ninguém. – Ri sarcástica. – Quer saber? Vá para o inferno, Malfoy! Saia da minha vista antes que eu estupore você. – Esbravejei antes de ir em direção a porta do salão comunal. – Dente de basilisco! – Exclamei para a porta, irritada.
Fui para a cama um pouco transtornada. Weasley, Anker e para finalizar Malfoy estragando minha noite. Eu deveria saber que o Anker gostava de mim? Como se ele nem ao menos me contou? Virei adivinha agora? E mesmo se eu soubesse eu poderia ficar com quem eu quisesse!
E agora o Malfoy com a implicância imbecil, claramente sempre com inveja do Harry.
Coitada da Hermione, talvez eu tenha entendido um pouco do que ela estava sentindo. Era óbvio que o Rony gostava dela.
Tentei acalmar meus pensamentos já deitada na minha cama. Parkinson e Greengrass chegaram não muito depois e com caras desanimadas, pelo menos eu não fui a única. Pucey provavelmente seria a única a ter um baile legal no final.
Pensei no rápido beijo que rolou com o Harry, talvez eu tenha me sentido atraída no começo por ele por ser um garoto, bonito, legal, cheiroso e eu nunca tinha beijado antes. Quer dizer, aquele vagabundo do Malfoy tinha tirado essa escolha minha alguns dias antes, o que deixou isso tudo mais confuso. Apesar de ter sido roubado, o beijo foi diferente em comparação ao Harry. Talvez por conta da adrenalina do quadribol.
Resolvi dormir para tentar descansar um pouco, só não iria imaginar que teríamos mais confusão no outro dia.

Capítulo 9 – Descoberta


Todo o castelo parecia que estava de ressaca do baile, fiquei sabendo que os gêmeos batizaram a bebida de todos. Ainda bem que não bebi muito.
Fui tomar café da manhã e observei poucas pessoas por ali. Fui me sentar com Yumi na qual estava sozinha.
– Bom dia, Aurora! Dormiu bem?
– Bom dia, Yumi. Apesar de tudo sim, demorei um pouco pra dormir, mas apaguei depois. E você?
– Também dormi bem.
– Como foi a noite com o Rony? – Ela soltou uma risada abafada.
– Rony estava morrendo de ciúmes da Hermione, isso é óbvio. Só ele que não enxerga. Ficou o baile inteiro de cara feia, depois da dança. Fiquei o tempo todo com os meninos. E por falar nisso, o Anker estava bêbado.
– Eu imaginei.
– Ele não vai querer nem olhar para sua cara hoje de vergonha, tenho certeza.
– Quando foi que descobriu que ele gostava de mim? Fiquei me perguntando ontem, já que eu nunca percebi.
– No ano passado quando ele te deu um chocolate de presente no Dia dos Namorados. – ela falou enquanto terminava de comer. – Eu que ajudei ele a comprar.
– O que? Mas todo mundo me deu presente, difícil perceber.
– Sim, não daria mesmo. Além de você ser lerda, porque ele não é o único na escola.
– Do que está falando?
– Harry, Diggory, Macmillan e Flint.
– Como é? – Perguntei chocada. – O Harry é só meu amigo, e o Diggory gosta da Cho.
– Pode ser agora, mas antes eles estavam a fim de você. Sei por que eles vieram me perguntar algumas coisinhas. Como sua melhor amiga, eu sei mais sobre você do que todos. E mais, ainda acho que o Malfoy está incluso nessa lista.
– Você me assusta com informações extras. E Malfoy? Talvez eu tenha que te contar um segredo sobre nós, podendo explicar suas suspeitas. – Ela levantou uma sobrancelha em sinal de interesse. – Só me promete não contar para ninguém e principalmente para os meninos.
– Nossa, agora eu fiquei mais curiosa ainda. Pode hablar!
– Em breve teremos que noivar. – Sussurrei para que ninguém ouvisse por ali.
– COMO? – Ela falou alto.
– Shhhhh! Ninguém pode saber.
– Desculpe, mas isso é uma grande informação. Como?
– Somos prometidos a muito tempo, mas nunca dei importância. Nossas famílias vieram com essa conversinha no começo do ano letivo.
– Então é uma obrigação? Mas que palhaçada. Nossa, se o Anker souber ele vai se jogar da ponte.
– E por mais essa você não pode contar.
– Tudo bem! Seu segredo está guardado comigo, você sabe. Mas me conte mais sobre o beijo de ontem. – Ela deu uma risadinha trocando de assunto. Antes que pudesse falar, vejo Gina passar pisando forte e com uma cara de poucos amigos diretamente para mim. Ah não! Ela gosta do Harry, putaquepariu! Por isso, desde ontem ela estava estranha.
– Espere aqui, preciso conversar com a Gina. – Falei me levantando terminando de dar uma mordida na minha torrada. Fui atrás dela que já estava fora do salão principal.
– Gina! Podemos conversar?
– O que quer, Aurora? – Ela perguntou friamente.
– Preciso explicar sobre o Harry.
– Não, você não precisa! – Ela tentou seguir em frente. Tentei barrar ficando na sua frente.
– Preciso porque somos apenas amigos. E eu não quero ter essa conversa no corredor enquanto outras pessoas estão doidas para saber de alguma fofoca. – Ela suavizou suas feições.
– Vamos lá para fora então. – Seguimos para algum lugar mais reservado.
– Como eu ia dizendo, somos amigos. Mas só descobrimos depois... – Falei hesitando em falar muito e piorar a situação.
– Depois de se beijarem? – Ela perguntou debochada.
– Ah qual é, Gina, foi apenas um selinho rápido. Você já beijou outros garotos... Não sabia que você gostava dele também.
– Sempre gostei, mas resolvi não força a barra até ele tentar me enxergar. – Ela falou se abrindo um pouco mais.
– Se isso te faz mais feliz o Anker nos interrompeu e brigamos, acabei ficando sabendo que ele gostava de mim. E quase estuporei o Malfoy mais tarde no salão comunal. E tenho mais fofocas para você que a Yumi me deu.
– O quê?
– Minha noite terminou sendo péssima. Espero que a sua não tenha sido assim.
– A minha foi maravilhosa, apesar de tudo. Neville é um cara legal. Agora que tal me contar mais sobre a fofoca?
– Isso quer dizer que eu fui perdoada?
– Claro! Eu realmente entendi errado sobre vocês dois, mas já que falou que são somente amigos. Agora vamos o resto da fofoca? – Eu sorri aliviada pela Gina não está mais com raiva de mim.
Contei a ela sobre os outros meninos. Teria que zombar o Diggory com essa informação mais tarde.
Pela noite encontrei com o Harry e ele me entregou um ursinho de presente de Natal, e era uma serpente. Eu realmente tinha adorado, até parecia que ele sabia sobre titã. Dormia todas as noites com ela. Alguns dias passaram e Erik não falou comigo desde o episódio do baile de inverno. E nós quatro nunca mais nos reunimos por causa disso.
Sai do salão comunal naquele dia para dar um passeio e tentar aproveitar o restante das férias. Resolvi explorar Hogwarts mais um pouco e passando por um corredor da masmorra ouvi um chiado de cobra. Paralisei já imaginando o basilisco daquele segundo ano. Sim, eu ouvia a cobra sussurrar entre as paredes naquele ano, mas tentava ignorar o máximo possível por conselho de titã.
– Fique calma. O bassssilisco já morreu a muito tempo. – Titã apareceu. Agradeci por não ter ninguém perambulando por ali.
– Você ouviu isso?
– Ssssim, parecia vir da parede – Ele falou e eu tentei passar novamente pelo lugar que eu ouvi, em seguida ouvi novamente.
– Vem daqui de dentro. – Tentei dar dois toques na parede, empurrar ou algo assim. – Será que é uma passagem secreta?
– Você acha que sssseria uma coisa boa entrar em uma porta com ssssons de cobra? – Olhei para titã inquieto no ar.
– Você já esqueceu que é uma serpente?
– Ssssou um espectro.
– Sente algum perigo?
– Não. Mas talvez esssse lugar ssseja familiar... – Ele falou parecendo pensar. – Espere, pegue a varinha do messstre.
Ele falou e eu a peguei. A ponta da varinha aparentava ter um brilho verde. Parecendo com o feitiço lumus.
– Masss é claro! – Titã falou. – O scriptorium, você achou a porta para o scriptorium do messstre.
– Como você sabe?
– Lembranças, às vezess tenho pequenosss flashbacks. Talvez você precisasse achá-la na hora certa.
– E como faço para abrir? – Perguntei.
– Aí você vai ter que descobrir. Não sei de tudo sssenhorita.
– Acho que dessa vez vou perguntar se a Yumi não quer entrar comigo.
X


Estava procurando Yumi pelo castelo quando estava quase desistindo e indo para grifinória ouço Erik por trás de mim.
– Ela está no corujal. – Olhei para trás e ele estava se aproximando um pouco hesitante. – Podemos conversar um instante?
– Oi Erik, quanto tempo, não? – eu não estava chateada com ele, mas ele merecia um deboche pelo show que fez naquele dia e ter me ignorado todo esse tempo.
– Desculpe por tudo. – ele falou sem conseguir olhar nos meus olhos, envergonhado. – Não queria que acontecesse daquela forma. Os gêmeos tiveram um pouco de culpa.
– Tudo bem.
– Realmente já sabe dos meus sentimentos, não é? – ele finalmente me encarou.
– Sim. – esperei ele continuar.
– Você pode esquecer disso, sei que não era recíproco e por isso nunca tive a intenção de me declarar.
– Sinto muito. Eu não me interessei por ninguém ainda... – ele arqueou uma sobrancelha tentando me dar uma indireta sobre o Harry. – E não, o Harry foi apenas uma quedinha de pressão, somos apenas amigos. – eu ri pela piada e Erik finalmente relaxou. – Mas da próxima vez que se interessar por alguém, fale. Não é bom guardar sentimentos às vezes... pode causar desentendimentos também.
– Vou guardar esse conselho. – Ele sorriu. – Então estamos bem?
– Já era a hora não acha Anker? Mas agora preciso urgentemente falar com a Yumi. E já que apareceu, precisamos nos reunir na biblioteca daqui a 20 minutos! Chame o Nick.
– Opa! Claro senhorita. Até mais! – Ele se despediu se afastando.

Capítulo 10 – Reunião


Encontrei a Yumi no caminho para o corujal. Pelo menos me evitou de subir aquelas escadas.
– Aurora?
– Até que fim te achei! Procurei pelo castelo inteiro. Precisamos conversar.
– O que eu fiz? Não me lembro de nada! – Ela perguntou estranhando minha pressa.
– É algo importante sobre Slytherin. – A última palavra falei baixo. Ela entendeu e fomos para biblioteca. Contei a ela sobre o scriptorium.
– Talvez o livro do Nick tenha falando sobre isso. – Ela falou.
– Sim, por isso pedi ao Erik para que chame o Nick e pedi para nos encontrarmos aqui.
– Erik voltou a falar com você?
– Sim. Estamos bem agora!
– Até que fim!!
Nick e Erik apareceram minutos depois e nos encontraram em um lugar mais reservado na biblioteca. Nick colocou o livro que Dumbledore o apresentou na mesa.
– Finalmente nos reunimos. – Ele falou sorrindo. – Vamos ao que nos interessa. Descobri muita coisa sobre os fundadores, além do básico.
Hable por favor! – Yumi contou.
– Sabe que Hogwarts tem muitas passagens secretas, não é? – Nós assentimos. – Pois bem, aqui diz que é provável que cada fundador tenha uma sala para cada um deles. E há uma lenda sobre o fundo de Hogwarts ter algo que eles deixaram.
– Isso é incrível! – Yumi falou.
– Bem, posso dizer que uma parte é verdade. – Falei já pensando sobre o scriptorium. – Descobri com titã recentemente que há uma passagem para o scriptorium de Salazar Slytherin. Por isso chamei todos para a reunião.
– Sério? – Erik perguntou. – Isso quer dizer que realmente podem possuir outras salas, não é? E sobre esse fundo de Hogwarts, não deve ser parecido com a câmara secreta?
– Não sei. – Nick respondeu. – Precisamos achar. Algo me vem à mente esses dias, conhecendo Dumbledore não acho que seja apenas coincidência ele ter me dado esse livro.
– Ainda mais que somos de casas diferentes. – Falei analisando. – Será que ele quer que a gente encontre esses lugares?
– Está claríssimo! – Yumi respondeu.
– Não seria mais fácil perguntar a ele? – Perguntei.
– Acho que se ele soubesse já teria mostrado. Ou se ele pudesse... Dumbledore pode ser o maior bruxo de todos os tempos, mas ele não era um dos fundadores. Além de que ele pertence somente a grifinória. – Erik falou.
– Isso faz sentido. – Foi a vez de Nick.
– Então acho que a melhor forma de começarmos é explorarmos Hogwarts o máximo que pudermos. Irei tentar abrir a passagem que encontrei!
– Eu vou com você. Uma coisa que eu sei sobre o mundo bruxo é que nada é tão fácil. Salazar Slytherin com certeza não deixaria qualquer um entrar na sua sala, já que ele tinha essa ideia supremacista de puro–sangue.
– Acha que vamos encontrar testes? – Nick perguntou.
– Tem muita chance. – Ela respondeu
– Então eu e a Yumi tentaremos achar uma forma de entrar no scriptorium. Se a gente conseguir, falamos com vocês.
– Está bem! Só não entre em lugares suspeitos sem deixar alguém de fora avisado. Se perderem a coisa pode ficar feia. – Erik aconselhou.
X


As aulas voltaram e todos os alunos que estavam de férias voltaram a Hogwarts. Passamos esse tempo estudando o castelo, já que nenhum dos quatro resolveu ir para casa nas férias. Ajudei a Harry a tentar desvendar o ovo, mas não obtivemos sucesso. Assim que Gina voltou das férias, nós começamos a treinar como artilheiras. Recebi cartas de mamãe quase todas as semanas, ela estava reclamando que não passei as férias na mansão Malfoy, estava mais preocupada com isso do que sentindo minha falta. Malfoy e eu não nos falamos muito depois da nossa discussão nas masmorras. E ele voltando para sua casa me fez ficar menos tensa, um problema a menos.
Já estávamos em meados de fevereiro quando estava eu, Hermione e Harry na ponte conversando sobre a segunda tarefa que Harry deveria desvendar rapidamente já que já tinha data marcada.
– Eu já tentei de tudo! Eu realmente estou perdido... – Ele falou. Um pontinho com vestes amarelas se aproxima chamando Harry de canto.
Eu e Hermione ficamos ali, enquanto os dois cochichavam alguma coisa.
– Ai ai campeões... – falei rindo com Hermione. – Aposto que Cedrico tem alguma dica.
Vejo Cedrico se afastar depois que me cumprimenta de longe. Antes que ele pudesse ir mais longe fui atrás dele, precisava tirar uma história a limpo.
– Posso lhe acompanhar ao seu destino campeão? – Perguntei.
– Claro! – Ele sorriu com as sobrancelhas apertadas. – Mas a que devo a honra?
– Tenho algo para te perguntar. Fiquei sabendo de uma história através da minha amiga Yumi. – Falei e ele deu seu sorriso travesso. Ele já sabia o que eu ia comentar.
– Diga–me!
– Você chegou a ficar a fim de mim em algum momento? – Perguntei enquanto ainda caminhávamos. Ele gargalhou como se fosse uma piada.
– Então isso realmente chegou aos seus ouvidos sonserinos.
– Então é verdade? Como não me contou sobre isso?
– Ah qual é Aurora, acha mesmo que seria fácil te contar do nada? Foi uma paixão rápida.
– Quanto tempo?
– Não sei e para que quer saber?
– Quanto tempo, Diggory?
– Sei lá, quatro ou cinco meses.
– Quatro a cinco meses? Você chama isso de rápido? – Falei chocada.
– Eu estava querendo desconversar. Ainda é vergonhoso, apesar de eu ter namorada.
– Não se preocupe garanhão! Você é todo da Cho. Eu apenas quero informações para meu ego. – Ele gargalhou.
– E o Potter? Você me disse que eram só amigos. E agora a escola toda já está sabendo sobre o beijo de vocês.
– Como é? – Perguntei. Isso eu não estava sabendo.
– Está realmente perdida nas fofocas... – Ele murmurou.
– Eu não estou com o Harry, somos amigos. Sim, nos beijamos, mas foi um caos e bom, preferíamos a amizade. Aliás, falando nele, você deu dica, não é?
– Sim, tive que agradecer por algo. – Chegamos na sala de adivinhação.
– Você é um cara legal Diggory, apesar de ter o mundo da fama nas costas.
– Obrigado!
– Pena que soube muito tarde do seu interesse. – Eu pisquei para ele e ele riu.
– Você é terrível! – Me despedi dele e fui embora.
No dia seguinte fui com Yumi à biblioteca, tínhamos visto na noite anterior algumas runas perto de onde ficava a entrada do scriptorium, então fizemos uma pesquisa melhor sobre a matéria. Assim que fomos almoçar no salão principal vejo o time de quadribol inteiro vindo em minha direção.
– Selwyn! – Flint me chamou. – Fiquei sabendo do seu interesse para entrar no time. – Todos pararam atrás dele me fazendo ficar um pouco intimidada. Inclusive pude ver Malfoy entre eles.
– Sim...
– Bom, vamos fazer um teste em breve. Marcaremos uma data e Malfoy te avisa quando irá ser.
– Ótimo! Terá mais quantas pessoas? – Perguntei curiosa.
– Temos três disputando a vaga de artilheiro, porém você foi a única indicada. Isso pode contar como vantagem. – Ele falou piscando e sorrindo. Estranhei um pouco e percebi de canto de olho Yumi prendendo o riso.
– Certo! Nos vemos por lá então. – Falei e seguimos nosso caminho. Mas antes percebi uma puxada pela mão, me fazendo parar e olhar para trás. Era Malfoy que rapidamente me encarou e deixou um papel na palma da minha mão.
Peguei o papel e guardei no bolso, se foi algo para esconder provavelmente sobre sua família ou noivado. Assim que me sentei no salão para almoçar, peguei o papel curiosa para ler.
“Mamãe quer nos ver em Hogsmeade em breve. Não sei sobre isso... e desculpe.”
Fiquei olhando o papel e focando na palavra rabiscada por um bom tempo.
– O que ele falou? – Yumi estava comendo seu macarrão bem interessada.
– Sra Malfoy quer nos ver em Hogsmeade.
– E por isso você está olhando a 5 minutos para esse papel?
– Não, estou olhando para o “desculpe” riscado que ele colocou aqui. – Uma risada sarcástica escapou de mim.
– Malfoy pediu desculpas? O Malfoy que conhecemos?
– De certa forma... Do jeito dele na verdade. – Suspirei.
– E isso é porque é você. Tenho certeza! Escute o que eu falei sobre minhas suspeitas, minha intuição é forte. Você viu o Flint, não é?
– Não me lembre disso. – Eu ri me lembrando da tentativa de flerte alguns minutos atrás e agradecendo que ela trocou de assunto.
– O Dia dos Namorados está perto, agora vou estar curiosa para saber quantos presentes vai ganhar. – Revirei os olhos.
– Que tal você começar a namorar? – Perguntei lembrando que ela me contou sobre ela e Fred estarem ficando.
– Ah nem começa... Estamos bem por enquanto. O foco é você, que ainda nem sequer beijou ninguém. – Pigarreei sem querer. – O Potter não conta. – Fiquei em silêncio e ela estreitou os olhos. Odiava o quanto ela sabia me ler.
– Pode me contar, agora! – Ela ordenou.
– Não, porque não valeu.
– Aurora!
– Por que não esquece?
– Por que você não me contou sobre isso? – Ela rebateu.
– Foi um acidente de quadribol.
– Quem?
– Doninha. – Respondi tentando não mencionar seu nome. Ela bateu a mão na mesa fazendo algumas pessoas próximas se assustarem.
– Eu sabia! – Ela mordeu seu lábio inferior parecendo orgulhosa. – Meus instintos não falham. Foi com ou sem... – Ela colocou a língua para fora.
– Yumi!
– Ah foi um acidente, claro! Sem!
– Você é depravada! – Tentei não rir.
– Quando você ficar com alguém eu quero ver a santidade. Você é uma serpente, ora essa!

Capítulo 11 – Dia dos Namorados


E chegou a tão esperada data do dia dos namorados. Hogwarts estava decorada novamente. Cupidos estavam sobrevoando a escola entregando cartas anônimas. Estava ansiosa, só não sabia que estava com medo de receber nenhuma ou com medo de receber várias.
Sai da comunal e tudo estava normal, quando finalmente o primeiro cartão apareceu. Abri tentando perceber de quem era.
“Tarde demais para um cartão? Espero que goste dos sapos de chocolate. – Do seu lufano preferido”
Eu ri sozinha do recado simples que o Diggory me mandou. Lufano preferido? Ele que lute com o Nicholas. Peguei os sapos de chocolates que estavam embalados em um saquinho. Depois irei ver as figurinhas, Erik e Nick iam adorar já que quem coleciona são eles.
Fomos para a aula de feitiços com o professor Flitwick com a corvinal e no final dela outro cartão foi entregue. Pude ouvir assobios e indiretas vindo de outros alunos. Enquanto ia para a sala de poções os meninos estavam no meu pé.
– Não vai abrir, Selwyn? – Nott perguntou.
– Não mesmo. Prefiro abrir sozinha para evitar fofoqueiros como o senhor. – Falei e vi a gargalhada de Zabini.
– Pelo que fiquei sabendo o Flint deve mandar um cartão para você. – Zabini falou e Malfoy deu uma cotovelada nele. Estava tão silencioso que estranhei sua presença.
– Obrigada pela informação Nott, apesar de não estar interessada no Flint!
– Podia guardar seus doces para a gente. – Erik se intrometeu. Era hoje que eu ia ser perturbada.
– Vocês deveriam arranjar uma namorada e me deixar em paz não acham?
– É divertido zoar você, Selwyn.
– Vejo que estão se divertindo... – A voz do professor Snape se fez presente nas masmorras. – Aproveitem enquanto podem, com o nível de nota da maioria de vocês quero ver como se sairão nos NOM’s.
– Professor, não é somente no quinto ano?
– Com uma mente dessas vocês envergonham a casa da sonserina! O quinto ano é no próximo semestre caso não saiba, Sr. Nott. – Ele falou nos encarando. – Não aceitarei notas baixas vindo da sonserina, principalmente de vocês cinco. – Todos estavam em silêncio.
– Srta Selwyn, vejo que parou de estudar com o Sr. Malfoy. – Ele falou direcionando o olhar a mim. – Não é à toa que está péssima. Está mais preocupada em bisbilhotar os cantos do castelo do que estudar poções. – É claro que ele estava observando. Não fui tão humilhada mentalmente.
– Irei melhorar professor. – Falei entrando na sala depois dele. Olhei para o Malfoy fazendo sinais de que ele quem iria me ajudar.
No fim do dia, estava exausta. Peguei todas as minhas cartas que recebi do correio e abri uma por uma na biblioteca ao lado de Yumi, que abria as dela.
“Feliz dia do amor, de seu melhor amigo da grifinória – H”
“Para a sócia mais bela da sonserina. Recebemos seu dinheiro para investir na nossa loja. Mamãe está doida para te conhecer. – F e G”
“Olá, sonserina! Obrigada por ser meu primeiro amor. Não se preocupe já passou... hehe, ps: coloquei no saco varinha de alcaçuz e tortinha de abóbora, sei que irá ganhar muitos chocolates – Corvino Anker.”
“Se eu não fosse seu amigo eu te pegaria. – Nick”

Eu ria com a mensagem dos meus amigos. Outros cartões eram bem anônimos, alguns eu me arrepiava de tão brega.
“Te espero na torre de astronomia à meia noite. Venha pegar seu presente – D.”
Esse era o único que me interessava agora. Imaginei que seria do Malfoy e se não fosse eu ia me jogar da torre ali mesmo. Não tinha nenhuma pessoa conhecida com essa inicial.
Já não conversávamos direito há um tempo e até que sentia falta das provocações dele. Sem falar que precisava de ajuda nas aulas.
Esperei anoitecer e ir para a torre de astronomia. Demorou muito já que o salão comunal era bem longe das torres, ainda mais a de astronomia. Chegando lá, uma silhueta conhecida estava à minha espera. Seus cabelos loiros sem o gel de antes já denunciava quem era.
– O D era de Draco ou de Doninha? – Perguntei anunciando minha presença. Ele riu irônico.
– Você gosta de fazer piada, não é?
– Olha quem fala... E então cadê meu presente? – Me aproximei. Ele estava vestido totalmente de preto.
– Está aqui. – Ele falou apontando para uma vassoura encostada na parede.
– Não está falando sério, não é?
– Estou! Isso é um suborno para você entrar para o time. Apostei minhas fichas em você, Selwyn.
– Ah, então está apostando com outras pessoas Malfoy?
– É por aí. – Ele me entregou a vassoura e percebi que não era qualquer uma.
– Uma Firebolt? – Arregalei os olhos, analisando a vassoura.
– Às vezes você esquece quem eu sou. – Abri a boca para falar algo, mas não saia nada.
– Obrigada. – Disse simples. Então ele pegou outra vassoura no canto escuro da sala.
– Que tal quebrarmos mais regras, Selwyn? – Um sorriso presunçoso apareceu no seu rosto.
– O que está querendo fazer?
– Simples, vamos voar.
– O que? Daqui?
– Claro, ou está querendo descer mil escadas e voar do jardim? Não vai me dizer que está com medo? – Ele perguntou. Eu não era fã de altura, mas no quadribol era mais tranquilo.
Ele se aproximou do parapeito e montou na vassoura.
– Não estou... – Me aproximei e olhei pra baixo. Ele gargalhou.
– Lance um feitiço da desilusão primeiro, se não podem nos ver. – Ele falou sacando a varinha e fazendo o feitiço.
Montei na minha nova firebolt e fiz a mesma coisa que ele. Rapidamente estávamos voando ao redor do castelo. Nunca tinha visto o castelo de cima daquele jeito, realmente foi emocionante.
Aquela vassoura era realmente muito rápida, e eu amava. Era uma sensação maravilhosa, porém voltei logo para a torre de astronomia antes que nos vissem.
– E aí o que achou do meu presente? – Ele falou pousando.
– Como sempre, insuperável. – Falei me lembrando que todos os presentes de Draco eram os mais caros ou do tamanho de seu ego.
– Ainda está com o Potter? – Ele perguntou.
– E claro que chegaríamos nessa conversa... – Falei olhando o horizonte. – Nem sequer começamos para estar ainda.
– Não é o que andam falando por aí.
– Ele é apenas meu amigo, Malfoy. – Ele bufou. – Nem comece... Suas brigas com ele não têm nada a ver comigo. E aliás, você deveria parar de implicar com os alunos mais novos também.
– Vai me dar lição de moral agora, Selwyn?
– Você merece já que não teve em casa. – Ele revirou os olhos. – E pela última que você falou comigo.
– Aquilo apenas... – ele suspirou parando de falar. O encarei, tentando fazer com que ele dissesse as palavras que ele nunca disse a ninguém.
– Você foi idiota e sabe disso.
– Às vezes eu não me controlo.
– E...?
– Desculpa! Satisfeita? – Ele falou ríspido. – Não consegui evitar meu sorriso. – Era isso que queria ouvir não era?
– Não é todo dia que o Draco Malfoy pede desculpas. Ou melhor, nunca ouvi, mas isso é um bom começo para você.
– Ah é? – Ele mudou sua feição para um sorriso presunçoso que sempre tinha. – Lembra da nossa aposta, Selwyn?
– O que quer? – Perguntei desconfiava lembrando que ele quem ganhou dessa vez. Ele se virou para mim e se aproximou me encarando nos olhos, o que me deixou bem desconfortável e ele percebeu.
– Meu pedido é que fique parada, isso se conseguir. – Ele se aproximou ainda mais me encurralando e simplesmente me beijou. Arregalei os olhos pela ação do nada e me lembrei do pedido. Maldita doninha! Eu não podia me mexer. Isso era um golpe baixo, porque eu não consegui.
Sem perceber abri minha boca fazendo com que eu desse passagem para sua língua. Fiquei na ponta dos pés e meus braços foram ao seu pescoço de imediato, e as mãos dele me seguraram pela cintura. Um beijo doce e caloroso ao mesmo tempo, não sei por quanto tempo ficamos aproveitando a sensação daquele beijo, mas só nos separamos quando ouvimos um barulho claramente de um poltergeist que estava subindo pra torre de astronomia.
Nos encaramos em pânico, Malfoy pegou as vassouras e me puxou para um armário da sala. Dei graças a Merlin por ele ser grande o suficiente para caber nós dois. Pirraça logo apareceu fazendo malabarismo e resmungando algo. Derrubou algumas coisas que tinha na torre e desceu quando ouviu a voz do Barão Sangrento procurando por ele. Nunca tinha encontrado o pirraça em situações parecida. Ele era um dedo-duro só querendo criar confusão e ri disso.
Saímos do armário assim que vimos que a barra estava limpa.
– Isso foi quase! – Falei dando um tapa em Malfoy.
– Ai! Eu não iria adivinhar que ele subiria até aqui. – Nos entreolhamos e lembrei do que acabara de acontecer, ficando envergonhada em seguida.
– Você não cumpriu com o pedido. – Ele sorriu de lado. Olha que vagabundo!
– Calado! Como pode me roubar outro beijo? – Caminhamos para fora da torre.
– Faz parte... Não é como se nunca tivesse beijado. – Ele falou. Fiquei em silêncio sem saber o que falar. – O que? Não minta para mim, Selwyn. Você beijou o Potter!
– Não. Foi apenas um selinho. – Pigarreei. Ele levantou a sobrancelha me observando.
– Então esse foi seu primeiro beijo?
– Por que não paramos com essa conversa? – Estava tentando mudar de assunto já que estava com minhas bochechas queimando.
– Espere… Não vai me dizer que o acidente no quadribol foi seu primeiro...? – Ele sorria.
– Sim, e você roubou duas vezes a minha escolha! Palhaço! – Falei sem paciência. Andamos em silêncio o resto do caminho até a comunal. Não queríamos ser pega conversando, mas estava querendo me enfiar debaixo da terra também.
Entramos sem sermos pegos por nenhum monitor, antes que eu fosse pro dormitório feminino ouvi a voz de Malfoy.
– Para seu primeiro beijo até que foi bom. Imagine os outros... – Ele saiu com o sorriso presunçoso em seus lábios.
Pensei mais de duas vezes se essa não era uma boa hora de voltar para a torre de astronomia e me jogar de lá. Tentei dormir, mas meus pensamentos e sentimentos não me ajudaram.

Capítulo 12 – Um mergulho apagada no lago negro


Naquela manhã tínhamos aula de transfiguração e tratado de criaturas mágicas. Eu adorava ter aula com o Hagrid, penso que talvez, pode ser que eu me aprofunde nos estudos sobre criaturas.
Assim que encontrei Harry pelos corredores fiquei sabendo sobre a próxima tarefa que era no lago negro, porém ele não tinha ideia de como respirar debaixo d’água por uma hora. Resolvi ajudá-lo já que a próxima tarefa ia ser no outro dia pela manhã.
– Eu acho que vou perder essa. – Estava de noite quando Harry surtava.
– Não é possível que em nenhum livro tenha algo que ajude a você respirar debaixo d’água. – Rony resmungava.
– Ter, tem, mas não por uma hora. – Hermione falou.
– Tenha calma, Harry. Alguma hora a gente acha! – Falei tentando tranquilizá-lo.
– Hora é o que não tenho!
– Srta Granger e Srta Selwyn! – Ouve–se a voz do professor Snape. – O professor Dumbledore pede a presença de vocês duas na sua sala.
– A essa hora? – Perguntei e ele me deu uma livrada na cabeça.
– É o diretor quem está chamando. – Ele me olhou levantando uma sobrancelha. Suspirei.
– É melhor irmos, Aurora. – Hermione falou. – Até mais Harry e Ron.
E a gente seguiu o professor morcego pelos corredores até a sala do professor Dumbledore. No caminho encontramos com Cho e Gabrielle, irmã da Fleur. Eu e Hermione nos entreolhamos suspeitando de alguma coisa.
Chegamos aonde tinha um grande grifo e subimos as escadas redondas. Assim que abrimos a porta da sala vimos o professor Dumbledore na mesa à espera com alguns funcionários do ministério e a professora McGonagall.
– O que está acontecendo? Fizemos algo? – Perguntei.
– Não, senhorita. Vocês estão aqui para ajudar na próxima tarefa do torneio tribruxo. – Dumbledore falou.
– Imaginei. – Hermione falou.
– O que faremos? – Cho perguntou.
– Nada. – A professora Mcgonagall respondeu. – Na verdade vocês são o tesouro de cada um dos campeões. Eles terão que procurá-las no fundo de um lago, amanhã.
– Espere... Vamos para debaixo do lago negro? – Perguntei imaginando o terror que poderia ser. A irmã de Fleur se encolheu um pouco do meu lado, ela era mais nova e provavelmente estaria assustada. A abracei de lado pra reconforta-la e ela agradeceu.
– Não se preocupem! Todas estarão em um sono encantado. Não se lembrarão de nada enquanto estiverem no fundo. – A professora respondeu.
– Irão ficar durante uma hora, por isso as chamamos sem avisar a ninguém. A nossa equipe de tarefas estará responsável por manter todas seguras até acabar a prova.
– Não temos muita escolha, não é? – Perguntei pra Hermione.
– Acho que não.
– Professor Snape, por favor, fique responsável por acalmar os alunos que derem falta das nossas alunas. – Dumbledore avisou a Snape.
– Espero que Harry consiga ajuda. – Hermione falou.
– Professor Flitwick as levem até a margem do lago. Os serianos estão à espera.
E fomos andando secretamente no meio da noite para que ninguém percebesse. Quando chegamos perto do lago cada uma de nós fomos enfeitiçadas pelo professor, as últimas foram Gabrielle e eu. Tentei acalmar a pobre menina que estava muito nervosa. Depois que ela ficou mais tranquila nós duas fomos apagadas.
X


Uma merda perde de observar a segunda tarefa, mas não tive muita escolha. Não me pareceu que fiquei horas debaixo d’água. Pareceu como se estivesse dormindo. Acordei quando percebi que estava quase na superfície, talvez eu tenha engolido um pouco de água nessa.
Olhei pro lado e vi Gabrielle, estávamos no meio do lago e mais pra frente vi três enormes estruturas que montaram para a segunda tarefa. Apesar dos gritos me deixarem um pouco confusa, peguei a garota e nadei em direção a estrutura, já tinha pessoas nos esperando.
Notei que Hermione e Cho já tinham saído, pelo visto só faltava a gente. Ajudei Gabrielle a subir as escadas e depois eu subi saindo daquela água que estava fria. Um vento passou e eu quase congelei.
– Onde está o Harry? – Perguntei a Hermione que me trazia algumas toalhas.
– Ainda não saiu do lago. – Ela respondeu um pouco preocupada, me fazendo ficar também. Caminhei pra mais no centro e Fleur veio me agradecer por ter ajudado a sua irmã.
Aquela hora eu já não sabia se pensava no Harry ou na tremedeira. Sinto uma toalha maior e mais quente ser colocada sobre minha cabeça, olhei pro lado e vi Malfoy, logo atrás Nott e Zabini. Crabbe e Goyle estavam mais distantes.
– Você precisa se esquentar! – Já chegou mandão como sempre.
– Pode ficar sossegado agora Draco, já sabe onde a princesa se meteu. – Zabini comentou.
– Ela está congelando. – Nott falou um pouco preocupado.
Eu fiquei em silêncio, estava tremendo o bastante para gastar minhas energias com isso. O professor Snape se aproximou me fazendo sentar em algum lugar e me deu uma poção que bebi sem pensar duas vezes. Aos poucos senti minha temperatura voltando ao normal.
Nem vi o momento que Harry saiu da água para o alívio de todos ali.
– Como está se sentindo? – Malfoy me perguntou.
– Melhor.
– Aurora! – Yumi se aproximou me abraçando. – Você nos deu um susto, estava desaparecida por horas.
– Desculpem! Essa ideia não foi minha. – Tentei rir fraco ainda me recuperando.
– Potter e Diggory empataram em primeiro. – Nicholas falou. – Merchieftainess Murcus disse que Potter chegou primeiro na colônia e ainda esperou todo mundo ser resgatado. Além de que conseguiu trazer além da Aurora, a irmã da Fleur.
– Isso é ótimo! – Falei animada.
– Precisamos ir para os barcos, você precisa tirar essa roupa molhada. – Malfoy veio ignorando todos e me levando fora dali.
– O que está fazendo?
– Apenas faça o que eu digo. – Ele resmungou. Fomos aos barcos para voltarmos a Hogwarts, já que a segunda tarefa havia terminado. Assim que chegamos à margem, os meus amigos começaram a cantarolar enquanto caminhávamos.
Hogwarts, Hogwarts, Hoggy Warty Hogwarts… – Nicholas começou.
Nos ensine algo por favor, quer sejamos velhos e calvos, quer moços e pernas raladas... – A maioria riu da cantoria do Hino de Hogwarts. Eram terríveis cantando.
Temos cabeças precisadas de ideias interessantes... – Foi a vez do Erik.
– Por que não diz aos seus amiguinhos pararem de cantar? – Malfoy como sempre mal-humorado.
– Como sempre um poço de simpatia.
– Deixa ele, já sofreu demais por hoje. – Nott falou.
– O quê? – Perguntei, ainda observando Malfoy de cara fechada.
– Você desapareceu, lembra? Malfoy foi o primeiro a surtar. – Zabini riu.
– Cala boca, Zabini! – Ele reclamou.
– Passei tanto tempo sumida assim? – Perguntei sem ter noção do tempo. – Desculpa.
– Você fez a gente se juntar com seus amigos... – Nott fez um lembrete. – Acha que foi por pouco tempo?
– Vocês estavam me procurando todos juntos? Vocês, sonserinos?
– Exatamente! – Nott exclamou. – Esse é o ponto. Apesar que eu não tenho nada contra.
– A sorte que o professor Snape nos avisou sobre estar ocupada. – Zabini falou.
– Ficou preocupado? – Dei um sorriso pra Draco.
– Só não faça mais isso. – Ele pigarreou. Apesar de estranhar essa gentileza repentina, eu estava gostando do jeito dele.
Chegamos no castelo, me despedi dos meus amigos e logo depois do trio de ouro e eu fui direto pra comunal escoltada pelos sonserinos para tomar um banho e vestir roupas secas.
Desci para a sala comunal vendo os meninos ainda ali no sofá conversando e lendo sobre algo. Vejo os olhos de Draco caírem sobre mim.
– Oi. – Falei.
– Amanhã teremos que ir a Hogsmeade. – Ele comentou e eu lembrei do recado.
– Que horas?
– Depois do café.
– Tão cedo?
– Aí você reclama pra Narcisa Malfoy.
– Que tal me contar mais sobre o tempo que eu fiquei fora? – Falei sentando-se ao seu lado. Queria provocar ele mais um tempinho. Ouvi uma risada abafada de Nott e Zabini.
– Apenas deixe isso para lá! Ou você quer que eu comente sobre aquela noite? – Meu sorriso sumiu dando início ao sorriso presunçoso dele.
– Que noite? – Nott perguntou interessado.
– Calado!
– Vão ficar de segredinhos por aí mesmo? Logo depois que ajudamos a encontrar seu paradeiro, princesa?
– Isso é entre mim e ela. – Ele falou voltando a olhar para o livro colocando óculos. Ele estava usando esse tempo todo e eu nunca notei?
– Desde quando usa óculos? – Perguntei estranhando.
– Desde sempre, apenas não usava. Mas recentemente minha cabeça começou a doer. – Ele respondeu ainda olhando o livro.
– Voltando a conversa, não pense que eu não notei. Qual é do novo apelido? – Perguntei me voltando ao Nott e ao Zabini.
– Nada demais... – Zabini respondeu.
– Vocês são péssimos fofoqueiros! Não me contam nada.
– A questão é que ele não quer te contar nada. – Nott falou acenando a cabeça para Draco que estava fitando mortalmente ele. Suspirei derrotada, sabia que o Malfoy não ia abrir a boca para ferir seu orgulho.
– Eu fui enfeitiçada e obrigada a ficar naquele lago frio e escuro, e ninguém nem me conta uma fofoca... – Fiz meu drama.
– Não adianta... – Nott é interrompido quando minhas maravilhosas colegas de quarto aparecem.
– Olá meninos! O que estão fazendo? – Parkinson perguntou com sua cara chata de sempre. – Ora se não é a princesa da sonserina. – O apelido veio à tona de novo me deixando mais curiosa.
– Conversando e lendo. – Zabini respondeu.
– Podemos nos juntar? – Greengass perguntou na mesma hora. Era só o que faltava, as intrusas.
– Claro! – Malfoy se levantou do sofá. – De qualquer forma terão dois lugares, eu e Selwyn temos que ir à sala do professor Snape, não é? – Estranhei, mas assenti. Eu estava bem confusa.
Malfoy me puxou pela mão e saímos do salão comunal indo sei lá para onde.
– O que foi isso?
– Não estava a fim de ouvir Pansy e suas amigas falarem.
– Não vai me contar mesmo? – Perguntei ainda querendo saber.
– Você não vai desistir, não é?
– Coisas aconteceram sem eu estar presente e me parecem ser sobre mim.
– É uma grande besteira! Apenas saiba que você agora é a princesa da sonserina.
– Por quê?
– Porque eu te intitulei. – Ele deu de ombros.
– Agora se tornou o líder da nossa casa?
– Sempre fui, Selwyn. Não percebeu que tenho poder entre os outros alunos? – Ele me encarou.
– Que tal me contar a fofoca completa como um bom fofoqueiro?
– Eles queriam nomear alguém e se eu deixasse, ia ser a Parkinson. De forma alguma eu ia aguentar.
– Mas vocês não namoravam? Seria a lógica. – Perguntei o fazendo parar e me encarar. Odiava quando ele fazia isso e recentemente estou percebendo o efeito de seus olhos cinzentos malditos.
– Namorando e aos beijos com outra? Não sou desse tipo, Selwyn.
– Já entendi. – Falei desviando meu olhar e voltando a andar. – E você me parece desse tipo sim.
– Ta de brincadeira?
– Não. Você sempre se gaba por aí das suas coisas e mil garotas caem aos seus pés, apesar de não saber o porquê. – Ouvi sua risada sarcástica.
– Escute o que você fala, Selwyn. Tem certeza de que não sabe o porquê? Eu só encostei em você...– Tampei sua boca com minha mão antes que ele comentasse mais uma vez sobre aquela noite.
– Isso nunca mais vai acontecer! Esqueça sobre isso. – Falei ríspida.
– Nunca diga nunca. E eu não deixarei você esquecer. – Ouvi suas palavras que pareciam sair em câmera lenta. Esse garoto não deve descobrir nunca sobre o que ele me causava ou seu ego ia inflar ainda mais

Capítulo 13 – Confiança


Na manhã seguinte acordei não querendo. Era fim de semana e eu precisava ir a Hogsmeade com Malfoy. Estava tomando café da manhã enquanto conversava com meus amigos.
– A gente precisa olhar hoje à noite a entrada. – Yumi falou com a boca cheia de comida. – Temos que tentar abri-la.
– E como é um corredor perto do salão comunal, precisamos ir quando não tiver ninguém. – Falei. A capa de invisibilidade de Harry me veio à mente, o encarei de onde estava. – Acho que preciso perguntar algo ao Harry! Volto já!
Fui em direção a mesa da grifinória que ficava do outro lado.
– Harry! – O chamei e logo o par de olhos verdes me encararam. – Olá, pessoal! – Cumprimentei Rony e Hermione.
– Oi, Aurora! – Ele falou.
– Preciso te pedir um favor urgente. – Ele se levantou para conversar comigo mais afastado para que ninguém pudesse ouvir. – A sua capa, se não estiver ocupado poderia me emprestar?
– A de invisibilidade? – Ele perguntou e eu assenti. – Já vai perambular a noite, Aurora? – Nós rimos.
– Acho que estou pegando seu costume.
– Bom, posso pegar depois para você sim. – Ele sorriu.
– Obrigada! – Ele voltou pra mesa da grifinória.
– Aurora, sobre o FALE...– Hermione falou. Lembrei do convite que ela tinha me feito.
– Ah sim, pode contar comigo.
– Ótimo! Lhe chamarei em breve na próxima reunião. – Sorri e quando me virei me trombei com alguém. Sua mão me segurou pelo braço antes que eu me desequilibrasse e caísse.
– Precisamos ir, Selwyn. – A voz de Malfoy se fez presente. Com a cara debochada de sempre.
– Já está na hora? – Perguntei.
– Sim, estamos um pouco atrasados. – Ele se virou indo embora. Andei depressa para a mesa da sonserina pegando meus pertences e corri atrás dele que já tinha me deixado pra trás.
– Que tal andar menos depressa? – Perguntei enquanto já estávamos a caminho de Hogsmeade.
– Estamos atrasados!
– Eu sei, eu sei. Mas assim eu me canso rápido. – Falei já me cansando. Ele enfim diminuiu os passos. Malfoy tinha crescido bastante em um ano, então ele estava bem mais alto que eu, um passo dele era dois do meu.
Encontramos a Sra Malfoy no três vassouras em uma sala mais privativa. Para minha surpresa tinha mais outra pessoa com ela.
– Eu deveria ter imaginado. – Falei vendo minha mãe por ali.
– Olá para você também, filha!
– Oi mamãe. – Respondi. – Olá Sra Malfoy. – A cumprimentei depois de Draco.
As duas estavam vestidas com um sobretudo preto.
– Bom, não quero tomar muito o tempo de vocês. Então como estão? – Sra. Malfoy perguntou como se esperasse algo.
– Estamos..Bem? – Malfoy respondeu. Ela olhou para nós dois, acho que esperava mais sobre outras coisas. Ela suspirou.
– Pelo visto estão na mesma. – Minha mãe respondeu. Eu estava querendo ficar o mais calada possível.
– Aurora. – Sra Malfoy me chamou gentilmente. – Ouvi falar que foi ao baile com outra pessoa. – Dei uma encarada mortal para o Malfoy que estava se fingindo de sonso. – Por que não foi com o Draco?
– Ah, é... Seu filho não me convidou. – Ela olhou para Draco com repreensão.
– Fiquei sabendo que também foi o tesouro do Sr. Potter na segunda prova do torneio. Espero que não haja nada para atrapalhar o seu futuro.
– Sra Malfoy, eu e o Harry somos apenas amigos. Mas se isso realmente fosse verdade, tenho certeza de que o Harry não atrapalharia de forma alguma no meu futuro. – Minha mãe me deu uma cutucada por debaixo da mesa.
– Não estou falando isso de uma forma ruim. O Sr. Potter tem uma história que ainda deve ser finalizada. Mas viemos aqui para um aviso, além de ver vocês.
– Viemos aqui para falar que depois do ano letivo acabar, iremos convocar um jantar de noivado. – Minha mãe falou com uma expressão séria.
– Mas já? – Malfoy perguntou surpreso tanto quanto eu. Eu esperava que acontecesse, mas que seria depois da formatura.
– Não acham muito cedo? Estamos com quatorze anos. – Falei
– Em breve quinze. – Minha mãe se intrometeu. Revirei os olhos.
– A mesma coisa. Somos jovens demais...
– Eu sei. O casamento só será no papel. Já que vocês não se gostam, não são obrigados a viver juntos. Deixando claro que eu não concordo com essa parte. – Narcisa falou.
– A gente não se odeia. – Ele resmungou.
– Sim, somos amigos agora pelo menos. – Falei e eu vi um sorriso brotar escondido na Narcisa. Ela queria realmente que eu ficasse com seu filho. Me peguei imaginando como seria se ela soubesse de tudo. Tentei apagar da minha mente.
– Enfim, foi bom ver que os dois estão bem, temos que ir. – Mamãe se levantou. – Aurora, espero que melhore nos estudos. Quando chegar as férias de verão a gente conversa.
Minha mãe se despediu de mim assim como Narcisa e Draco. Elas aparataram dali mesmo. Olhei para meu relógio no pulso, já passava de uma hora da tarde.
– Quer dar uma volta? – Draco me perguntou. – Já estamos por aqui mesmo.
– Por que não?! Preciso de doces e passar para comprar outra pena. A minha roubaram. – Falei lembrando que Anker foi o causador do furto.
Nós saímos dali e fomos dar uma volta em Hogsmeade. Parece um povoado pequeno, mas com tantos becos eu me perdia fácil. Fomos na Zonko’s porque Zabini e Nott pediram algumas coisas, com certeza para encher o saco dos outros. Aproveitamos e compramos feijãozinho de todos os sabores para nos divertir mais tarde. Confesso que ultimamente o trio de sonserino está muito melhor que antes, espero que continuem assim. Notei que Malfoy só era terrível quando ficava sozinho com Crabbe e Goyle como seus guardas, então imagino que a companhia de Zabini e Nott faça com que ele tenha outra perspectiva.
No caminho de volta nos lembramos de quando fomos para a detenção na floresta proibida. Fazia tempo que não íamos para lá.
X


A noite já estava preparada para sair do dormitório mais uma vez. Dessa vez com a capa de invisibilidade que o Harry havia me emprestado um pouco mais cedo. Só precisava despistar Malfoy que estava sozinho no salão comunal segundo Titã.
– O que está fazendo a meia noite sozinho aqui? – Ele estava com seus óculos novamente. Eram armações leve e de metal que o fazia ficar mais atraente do que normalmente.
– Eu quem deveria fazer essa pergunta. – Ele sorriu de lado. – Sempre escapando pela noite.
– Não te interessa de qualquer forma. Vai ficar até que horas?
– Quanto mais você me pergunta, mais eu tenho vontade de ficar. – Uma dúvida ecoou nos meus pensamentos. Será que Malfoy poderia ser útil nisso? Ele era inteligente, ele se achava o baderneiro e implicava com algumas pessoas, mas era um ótimo aluno. Observei ele tempo demais para ele perceber que estava bolando algo em meus pensamentos.
– O que está fazendo? – Perguntou com uma sobrancelha levantada. – Me acha bonito demais ou está querendo aprontar alguma coisa?
– Malfoy. – Ele estranhou o tom da minha voz enquanto me aproximava. – O que sabe sobre Salazar Slytherin?
– Que? Do nada? – Ele colocou o livro de lado e se levantou.
– Tenho alguns motivos escondidos, mas preciso saber se você é útil ou confiável.
– Se for para me contar sobre algo é mais fácil contar de uma vez. – Ele falou e eu lembrei do que o Sr. Olivaras falou sobre minha varinha. Algo bem louco começou a fritar meus pensamentos.
– Pegue minha varinha, Malfoy. – Falei sacando-a e dando para ele pegar. Sem muito questionar ele fez, apesar de seus olhos estarem desconfiados. – Lance algum feitiço.
– Isso é algum tipo de pegadinha?
– Vamos, preciso saber se você é confiável. – Ele bufou.
Accio! – Apontou para um livro que estava em cima da mesa. A varinha respondeu facilmente, o livro foi para sua mão livre. Alguns desenhos foram aparecendo devagar em torno dos anéis que ela possuía. Então ela funcionava assim! Deixei escapar um sorriso satisfatório ao saber que Malfoy era leal a mim.
– Você passou no teste.
– Ora essa Selwyn, por que não diz o que está tramando de uma vez? – Ele perguntou sem paciência. Olhei para os lados para ter certeza de que ninguém ouvia. “Você tem certeza?” Ouvi a voz de titã. Irei ter que confiar nos meus instintos.
Peguei a outra varinha que sempre andava comigo e mostrei.
– Essa varinha pertence ao meu antepassado. Você já viu?
– A varinha de Salazar Slytherin! – Ele me olhou em choque. Eu sorri de lado levantando uma sobrancelha de orgulho.
– Não sou apenas uma princesa da sonserina, Malfoy.
– Como?
– Isso eu ainda terei que descobrir. – Pigarreei.
– E como descobriu isso?
– A varinha é passada de geração pra geração. Mamãe quem me deu.
– Então você é a herdeira da sonserina. E está querendo saber o porquê, procurando por Hogwarts pistas.
– Você é inteligente.
– Claro que sou.
– Então deixa eu adivinhar, você vai sair daqui provavelmente para encontrar um dos seus amigos que também devem saber disso. E eles tão te ajudando procurar algo. O que resta saber é o que é.
– A sala dele. Preciso achá-la.
– Ué, a Weasley fêmea não tinha sido levada pra lá?
– Não é a câmara secreta. Enfim, já estou perdendo muito tempo com você, já que me atrapalhou o bastante, vai vir ou não?
– O que eu ganho com isso? – Já estava de saco cheio desses ganhos.
– Qualquer coisa, apenas vamos de uma vez.
– Olha o que tu concordaste. Depois não reclame mais tarde.
– Vamos logo, Malfoy!

Capítulo 14 – Scriptorium de Slytherin


Já que Malfoy estava comigo dessa vez não poderia usufruir da capa de Harry. Era um segredo dele então preferi não mostrar ao seu arqui-inimigo. Assim que saímos, Yumi já nos esperava no corredor. Quando ela percebeu Malfoy ela tentou desconversar.
– Ele já sabe, Yumi. Pode relaxar. – Avisei.
– Ai, ufa! Pensei que ia ter que enrolar. – Ela falou aliviada. – Mas tudo bem ele vir?
– Não sou qualquer um, Rizzi. – Ele colocou sua cara de antipático de volta.
– Está bem sim.
Então fui em direção aos dois no meu encalço. Assim que ouvi o som da cobra eu parei.
– É aqui! – Falei topando nas paredes. – Precisa ter uma entrada.
– Interessante, estranhei ter três pilares com cobras nas laterais por aqui. – Malfoy falou fazendo a gente notar. Realmente precisava desse garoto pra algo.
– E como sabe que eles têm a ver com a entrada?
– Por que são apenas três? – Ele perguntou pra ver se a gente conseguia notar – Todas as outras pilastras não têm nada disso.
– O número 3 em aritmancia representa a ideia de completude ou totalidade. É considerado um número perfeito que traz energia de crescimento e visibilidade. – Yumi falou. – Talvez Salazar Slytherin com seus pensamentos de puro–sangue, tenha ligado isso à perfeição.
– Não entendi muito bem, mas certo. – Falei confusa.
– Temos que acendê–las. – Malfoy falou. – Ao mesmo tempo. – Nos posicionamos cada um em uma pilastra.
Incendio! – Falamos ao mesmo tempo como combinado. Após as três tochas acenderem, uma porta abriu entre as pedras.
– Conseguimos! – Falei sorrindo.
– Ta, antes de entrarmos. Salazar Slytherin adorava quebra-cabeças, então talvez tenha desafios pela frente. Já informei ao Nick e ao Erik que a gente ia entrar hoje. – Yumi avisou.
– Certo. Tem certeza de que quer ir com a gente? – Perguntei pra Malfoy.
– Absoluta! Não vou deixar você entrar nisso sozinha. – Ele pigarreou. – Preciso te proteger ou sua mãe me mata. – Eu ri.
– Vamos então.
– Seja o que Merlin quiser! – Yumi falou antes que entrássemos na porta.
Assim que entramos vimos escadas escuras, tinha muita teia de aranha pelas paredes indicando que a bastante tempo ninguém aparecia por ali. Com Lumos na ponta da varinha, descemos sem muito esforço.
– Odeio velharia. – Malfoy reclamou.
– Não curto coisas sombrias, como conseguem viver como sonserinos? – Yumi perguntou.
– Nascemos assim. – Falei. Ouvimos a porta de trás fechar num barulho alto, nos assustando um pouco e havia mais outra porta por ali.
– Espero muito que não seja nosso caminho como fantasmas. – Yumi falava. Quando ela estava com medo ela tagarelava coisas aleatórias também.
– Acho que pode ser a primeira prova. – Falei olhando para mais desenhos de cobras na porta. Exploramos mais o local, mas não havia nada.
– Acho que essa é a hora de colocar a ofidioglossia em prática. – Yumi falou.
– Você fala língua de cobra? – Malfoy perguntou.
– Sim. A maioria dos descendentes de Slytherin falam. – Sibilei “abra a porta” em língua de cobra. Em seguida os portões foram destravados e entramos novamente em mais um corredor.
– Está fácil demais... – Malfoy estranhou. – Se for igual aos três pilares, talvez sejam três desafios?!
– E esse é o primeiro, não é? – Yumi suspirou. – Não estou gostando de nada dessas cobras na parede. – Ela observou quando vimos três cobras uma do lado da outra com rodas embaixo como se fossem desenhos.
– Não mexam em nada por aqui. – Falei sentindo que aquelas cobras não eram em vão. Elas pareciam se mexer.
– São enigmas. – Malfoy falou enquanto observava uma coluna. – Tem o mesmo desenho aqui. Provavelmente tem a resposta em outros lugares também.
– E como vamos saber a ordem? – Yumi perguntou.
– Temos que tentar. Vamos Malfoy, me diz o que está vendo. – Falei me aproximando de uma das pedras.
– Símbolo parecido como um olho e uma cobra. – Ele falou e eu rodei as duas pedras. A cobra se mexeu e me atacou, me assustando.
– Aurora! – Yumi gritou. Draco veio correndo e pegou na minha mão.
– Está bem? – Ele perguntou preocupado.
– Elas não têm veneno, não é? – Yumi arregalou os olhos. – Ou tem?
– Estou bem. Pelo visto só eu posso fazer isso. – Respondi. – Não sei se tem, mas eu sou uma herdeira e ofidioglota, é possível eu ser anti veneno? – Perguntei.
– Não tem como a gente saber. Como está se sentindo? – Draco mais uma vez me checou.
– Eu estou bem, só preciso que você procure o desenho certo dessa vez. – Os dois começaram a procurar. Foram para outro corredor perto dali.
– Achei mais um! – Yumi gritou.
– Também. – Os dois me falaram os símbolos novamente. Eu tomei mais uma mordida, mas não aconteceu nada de ruim. Na terceira eu acertei. As outras colunas eu consegui fazer as tentativas corretas, assim outra porta foi aberta.
Apesar de não morrer envenenada, eu tinha me machucado. Meu braço estava com 6 furos de dente de cobra e estava começando a sangrar. Malfoy tirou sua gravata do uniforme e tentou fazer uma bandagem.
Seguimos em frente para o último teste. Paralisamos quando vimos ossos por ali. Isso não era uma coisa boa.
– Isso é ossada de bruxo? – Malfoy engoliu seco.
– Claramente. – Yumi falou. Analisei o lugar, tinha um nome de uma maldição imperdoável entalhada numa pedra. Então saquei tudo! Se eu tivesse entrado sozinha aqui eu estava ferrada. Olhei pra Draco e Yumi já sabendo o que teria que fazer.
– Bom gente, acho que chegamos a uma parte não muito boa.
– O que temos que fazer? – Yumi perguntou.
– Alguém precisa lançar uma maldição imperdoável em outra pessoa, e teria que ser a cruciatos. – Um silêncio predominou o ambiente.
– Eu... Não sei o que fazer. – Yumi comentou. – Não sei se teria coragem.
– Eu que preciso fazer isso. – Falei suspirando e olhando para os dois ali.
– Faça em mim. – Malfoy mandou.
– Nem pensar! – Falei rapidamente.
– A maldição precisa ser forte o bastante para fazer efeito. – Yumi falou séria demais. – Faça em mim, Aurora!
– Não consigo! – Falei alto demais. – Não consigo fazer em nenhum de vocês! – Tentei segurar minhas lágrimas enquanto meus olhos se enchiam. Eu tenho coragem de lançar qualquer uma das maldições imperdoáveis, mas apenas nos meus inimigos, não sabia que teria que lançar nos meus amigos. Suspirei frustrada e com raiva colocando minha cabeça na parede pra tentar pensar.
– Aurora, a Rizzi é sua melhor amiga, então lance em mim será mais fácil.
– Cala boca, Malfoy! – Yumi reclamou de cara feia fazendo ele ficar chocado – Ela não irá lançar em você. Eu sou uma grifinória, meu sobrenome é coragem. Você precisa fazer isso, tem que ser eu! E eu sei que consegue comigo. – Ela falou pegando em meu ombro. – Precisa de coragem para enfrentar os inimigos, mas de mais coragem ainda para enfrentar os amigos... – Ela me encarou com algumas lágrimas nos olhos.
– Desculpe... – Falei apontando minha varinha hesitando. Fechei meus olhos e tentei esconder meus sentimentos para não ter que lançar cruciatos na minha amiga mais de uma vez. Abri novamente já lançando a maldição – Crucius!
Foram os 10 segundos mais dolorosos da minha vida. Era horrível ver os gritos dolorosos saindo da minha amiga. O feitiço ricocheteou informando que não desejei o bastante, claramente porque não consigo ver a Yumi como inimiga, mas foi o suficiente para abrir a última porta para o scriptorium.
– Você está bem? Me desculpa! – Falei verificando Yumi.
– Sim, estou melhor agora. – Ela falou com dificuldade. Malfoy tirou algo do bolso, uma poção.
– Vai se sentir melhor. – Ele a entregou. Ela tomou sem hesitar e um alívio apareceu em seu rosto. A abracei nesse momento.
– Tudo bem, Aurora. Eu pensei que seria pior...
– Irei lhe recompensar mais tarde.
Entramos finalmente no scriptorium de Salazar Slytherin. A sala não era tão grande, mas bem bonita. Tinha mais um andar que dava para ver a mesa no qual o próprio fundador deveria ter ficado horas e horas ali. No andar debaixo começava uma estante cheia de livros que terminava no andar de cima. Quando entramos demos de cara com um rosto que parecia ser dele, esculpido na parede.
Tinha algumas estátuas por ali, uma lareira, uma mesa para poções. Yumi procurava por alguma pista no primeiro andar, enquanto eu e Malfoy subimos para o segundo. Apenas havia a mesa vista de baixo e mais uma estante com livros e pergaminhos.
– Achei algo aqui. – Malfoy falou enquanto pegava uma carta. Me aproximei dele pra ver.
“Receio que jamais chegaremos a um acordo. Não consigo persuadir nem mesmo a um deles a me dá ouvidos. Eu tinha esperanças de que o pensamento de Godrico estivessem aliados aos meus, que compreendia os motivos pelos quais os alunos tinham que ser excepcionais, mas ele sucumbiu a noção ridícula de que os nascidos trouxas possuem a mesma capacidade que os sangues puros. Ele ficou furioso quando expressei meu descontentamento quanto às opiniões dele... Opiniões as quais ele não tinha expressado.
Estou esgotado dessa discórdia e não suporto mais ver os corredores repletos de crianças ineptas se passando por bruxas e bruxos.
com tristeza que agora eu sei que devo partir.
Colocarei a criatura em um estado profundo de sono na câmara até que ela possa ser despertada por alguém que compartilha minha visão: um descendente disposto a reverter o dano que outras pessoas forjaram com tanta negligência e que livrará a escola de gente indigna de Hogwarts que só serviria pra manchar meu legado.”

Ri sarcasticamente. Uma pena que um dos seus únicos herdeiros seja totalmente contra isso e o outro apesar de ter a mesma ideia é mestiço, e tá quase morrendo por aí. Malfoy pigarreou desconfortavelmente. Eu o encarei antes que ele falasse alguma merda, já que a família dele se importa com essa bobagem de sangue puro.
– Eu não falei nada. – Ele protestou.
– Ainda bem que ele foi embora. Ainda teve a audácia de colocar um basilisco na escola. – Yumi falou. – A gente poderia ter descoberto isso antes.
– Não ia adiantar nada de qualquer forma. – Eu falei. – Ninguém sabia quem era o herdeiro da sonserina... – Os dois me olharam, rindo. – Não se finjam de idiotas!
– A gente já achou a sala secreta dele e agora não acham melhor achar a saída? – Malfoy perguntou analisando a sala. Havia uma estátua enorme no fundo do segundo andar e tinha cara de ser uma passagem secreta.
– Olha, sinceramente espero que não tenha mais armadilhas. – Yumi falou enquanto olhávamos a estátua. – Acho que você precisa falar, língua de cobra.
Me concentrei mais uma vez e disse "abra a porta". Os dois me olhavam curiosos. A estátua se afastou e a porta se abriu. Passamos por ali e estávamos em um dos corredores das masmorras. A porta se fechou novamente e no final parecia uma parede qualquer.
– A gente devia ter descoberto isso antes de ter passado por aquilo tudo. – Ele resmungou.
– Não teria como. Se ninguém nunca percebeu, imagine a gente sem pistas. – Falei. Ouvimos um barulho e passos vindo do outro lado do corredor.
– Monitores... Precisamos ir embora agora. – Malfoy falou. Nos apressamos em direção a sala comunal da sonserina que era mais perto dali. Antes de entrar dei a capa de invisibilidade pra Yumi, implorando para ela não contar a ninguém e cuidar como se fosse sua vida, já que não era minha.
Entramos na sala comunal e graças a Merlim que estava vazia.
– Isso foi intenso. – Falei mais tranquila.
– Não quero mais andar com você por aí.
– Você que quis vir... E não conte isso a ninguém. – O avisei.
– Não irei de qualquer forma. Mas você está bem?
– Estou, o pior já passou. – Falei me lembrando de ter usado a maldição – Se alguém souber eu vou pra Azkaban, Malfoy. Trate de manter sua boca fechada! – Ele riu do meu desespero.
– Agora que caiu a ficha? Não se preocupe! – Ele bufou.
– Enfim, Obrigada. Reconheço que você foi bem útil. – Ele riu com sarcasmo.
– Vocês nem conseguiriam entrar sem mim.
– Boa noite, Malfoy! – Falei antes de entrarmos em outra discussão indo em direção ao dormitório feminino.
– Boa noite, Selwyn!

Capítulo 15 – A cova dos texugos


Depois de uma noite daquelas eu capotei. Era muita coisa para pensar, mas pelo menos conseguimos encontrar a primeira sala. Apesar dos planos ter saído um pouco do papel envolvendo Malfoy, mas ele nos ajudou pelo menos. Aos poucos ele estava se tornando suportável, pelo menos na minha presença.
No dia seguinte Yumi me entregou a capa e eu fui devolvê-la. Estava indo para a torre da grifinória para tentar achar o Harry ou o trio de ouro, quando vejo Cedrico no caminho.
– Aurora! – Ele me chamou.
– Olá, Cedrico. – Enfatizei bem seu nome já que ele queria que eu o chamasse assim. Ele sorriu lindamente como sempre. Ele realmente tinha o porquê de ser popular, a Cho com certeza era uma sortuda.
– Ainda bem que te encontrei, hoje terá uma festa na lufa-lufa. Se quiser ir está convidada e se quiser levar mais alguém aproveite. Apesar que sei que Nicholas irá te chamar de qualquer forma.
– Obrigada, é uma honra ser convidada pelo Sr. Diggory. – Nós rimos. A Cho passou reto nesse instante sem ao menos falar com ele. Estranhei olhando pra ele.
– Talvez eu precise de algum conselho. – Ele suspirou.
– Nos encontramos mais tarde então.
– Até mais! – Ele saiu seguindo seu rumo.
Perto da grifinória encontrei Rony sem Hermione e Harry.
– Aurora?
– Olá, Weasley! – Tirei sarro dele. – Sabe onde está Harry?
– Ele falou que ia fazer algo com Hermione na cozinha.
– Poderia me fazer um favor então? – Perguntei olhando para os lados para ver se não vinha ninguém.
– Diga-me.
– Harry me emprestou um artefato especial, poderia devolvê-lo? – Perguntei e ele demorou para entender. – A capa, Rony.
– Ah sim. Claro!
– Obrigada! – Falei agradecendo. – Agradeça a ele por mim também.
– Pode deixar, até mais Aurora! – Ele se despediu.
Mais tarde frequentei as aulas como sempre, não via a hora das férias chegarem. Fiquei o Natal no castelo então nem pareceu que eu tive férias.
Fui ao encontro de Hermione para saber mais sobre o que ela tanto queria com o FALE. Ela me explicou sobre os cem elfos domésticos que trabalham na cozinha e a maioria nem ganha nada com isso, era um horror que eles trabalhassem como escravos. Hermione era inteligente e gostava de lutar contra as coisas que ela não achava justo, ela futuramente daria como uma perfeita ministra da magia.
Na minha casa tínhamos um elfo. O nome dele era Billy e ele trabalhava para nós a um tempo, mas tinha liberdade para fazer o que queria em horas vagas. No início ele era como os outros, mas depois que eu cresci e entendi como o mundo funcionava conversei com mamãe sobre isso e ela concordou. Parando para pensar que minha mãe não é tão do mal assim, ela apenas vinha de uma família puro-sangue que tinha uma mentalidade ultrapassada e a geração dela deve ter sido pior que a minha.
Sinto que ela se comporta às vezes apenas para não ser excluída da sociedade que nem a família Weasley. Eles eram considerados traidores de sangue apenas porque não pensavam que nem os outros, ridículo.
Anoiteceu logo e já estava me arrumando pra festa com os lufanos, aposto que iria ter fartura de comida. Eles eram conhecidos por muita coisa, e isso era o principal. Helga Lufa lufa amava cozinhar.
Percebi que alguns sonserinos também iriam, com toda certeza a única festa que eles não estão presentes é os da grifinória. O trio de prata, vulgo Zabini, Nott e Malfoy logo apareceram com Pansy e Greengrass logo atrás.
– Aurora. – A voz de Zabini chamou atenção. – Também está indo pra festa?
– Esto...– Malfoy me interrompeu do nada ficando do meu lado e pegando na minha mão.
– Claro, ela é minha acompanhante. – Ele estava aprontando algo, tentei separar nossas mãos, mas ele era mais forte que eu. Desistindo entrei na farsa que ele queria.
– É isso... – Os meninos riram. Parkinson fechou a cara e puxou Greengrass com ela.
– O que está fazendo, Malfoy?
– Você é a princesa da sonserina, não lembra?
– Sim, mas o que isso tem a ver?
– Pansy acha que vocês dois estão juntos. – Nott falou.
– Então, está fazendo isso para se livrar dela? – Perguntei para Malfoy.
– Sim. E infelizmente você terá que aguentar por hoje, é bom que a gente já treina para o futuro. – Ele falou com seu sorriso presunçoso de sempre.
– Se isso começar um boato, eu te mato. – O ameacei.
– Considere o pedido que você não conseguiu obedecer. – Ele me olhou ainda sorrindo. Ele era terrível!
– Está bem. – Resmunguei. Fomos até a festa da lufa lufa de mãos dadas.
Apesar de ser contra isso, não foi ruim. Quer dizer, me fazia ter uma sensação boa. De conforto talvez, a mão dele era confortável. Acho que nem reclamaria se ficasse horas assim.
Precisava espantar esses sentimentos que estava começando a me incomodar cada vez que ele se aproximava ou fazia algo. Dei uma olhada de canto de olho enquanto nós caminhávamos e a cena na torre de astronomia veio à tona. Ah não… Eu não poderia estar me apaixonando por Draco Malfoy. NÃO MESMO!
X

A sala comunal da lufa lufa era perto da cozinha, no térreo, o que era bem mais fácil e rápido para chegar.
As festas eram proibidas para o primeiro, segundo e terceiro ano. No início também era proibido outras casas de irem para festa de outras, isso não fazia sentido se queriam que a gente se desse bem. Então depois isso mudou, e foi permitido. Porém na hora de entrar, apenas pessoas da própria casa poderiam liberar a passagem.
Assim que entramos vimos pela primeira vez como era a comunal da nick Sinceramente? Parecia mais interessante que a grifinória. Tinha plantas entre as paredes e em outros lugares bem específicos da casa. A entrada de cada dormitório era uma porta de barril.
No centro havia uma grande mesa, cheio de bebidas e comidas, livre para todos pegarem. Estava um caos, mas um caos bem legal.
Nott e Zabini sumiram do nada, enquanto eu observava Nicholas com uma gravata na cabeça pulando para lá e pra cá. Yumi e Erik também estavam por ali, nos cumprimentaram e foram comer. Tinha muita gente e muito barulho de conversa.
– Isso está um caos! – Malfoy observava e julgava todo mundo. – Bem a cara dos lufanos. – Apesar do barulho deu para escutar seus resmungos.
– Pelo menos eles sabem dar uma boa festa.
– Eu senti essa indireta para os leões. – Ele falou me olhando. Desviei meus olhos não sabendo desde quando os olhos cinzas dele me afetavam tanto.
– Eu gosto dos leões, mas nisso eles são péssimos. – Falei tentando não parecer tão idiota.
– Pelo menos uma coisa que nós concordamos.
– Aurora, Malfoy! – Cedrico veio nos cumprimentar. – Essa parceria eu não imaginava nem tão cedo. – Ele olhou para nossas mãos ainda juntas. – Tratei logo de separá-las bem sem graça.
– Diggory! – Malfoy o cumprimentou. – Que tal ganhar logo esse torneio? Para eu ganhar minhas fichas. – Cedrico riu.
– Quem sabe Malfoy! Agora irei ter que pegar sua namorada emprestada. – Olhei em choque para ele que parecia se divertir com isso, enquanto ele me puxava pelo braço.
– Não somos namorados! – Dissemos juntos. Arrancando uma gargalhada dele.
– Você se diverte não é Diggory? – Falei com sarcasmo.
– Eu gosto da sua reação. – Ele falou enquanto íamos o segundo andar, onde estava mais calmo – Mas até que vocês dois se parecem em algumas coisas.
– Nunca! Agora você precisa me falar o que tá rolando com a Cho, vocês não eram o casal do ano?
– Tivemos uma briga.
– Por que motivo? – Perguntei já sabendo que a culpa era dele.
– Diz ela que eu não tenho tempo para ela. Mas com essa coisa de torneio é difícil...
– Somente o torneio? Cedrico, eu vejo seus carrapatos com você o tempo todo. – Falei em relação a seus amigos puxa sacos. Ele ficou em silêncio. – Ela com certeza está se sentindo muito de lado. E ela está certa!
– Nem você compreende. Desde sempre eu sou criado como um troféu a ser mostrado a todos. – Ele suspirou frustrado. – Eu preciso dar orgulho ao meu pai!
– Com todo respeito ao seu pai, eu quero que ele se foda! – Bufei e ele me olhou incrédulo. – Olha, os adultos nunca entendem o quanto eles colocam de peso nas nossas costas. Eles depositam suas frustrações e seus desejos que nunca foram conquistados por eles. – Falei revoltada. – Você não precisa agradar a todo mundo, Cedrico. Manda esse povo procurar o que fazer e vai curtir um pouco o que você quer.
– Você está sendo bem específica, está tudo bem? – Ele perguntou.
– Não. – Suspirei. – Eu também às vezes sou bem cobrada. – Ele assentiu em silêncio.
– Pegarei seu conselho, apesar de ter xingado meu pai. – Ele riu.
– Se precisar de ajuda só me falar. Sou uma sonserina afinal! Dizem que todos são malvados.
– Pode deixar, princesa da sonserina.
– Esse apelido já chegou até aqui? – Ele sorriu se ajeitando.
– Talvez você não saiba, mas é popular pela escola.
– Como é? – Perguntei desacreditada. – Eu sou uma solitária.
– Você não é não. Pode até não ter grupinhos, mas você tem amigos pela escola inteira. – Ele falou e eu fiquei analisando. – Não quer dizer que é solitária, apenas que tem sua própria maneira de fazer as coisas.
– Um bom ponto de vista. Irei analisar isso. Enfim, como está se sentindo para a última prova? – Ele olhou para o chão encostando na parede.
– Posso não aparentar, mas fico bem ansioso. O Potter é bem mais forte do que eu imaginava. – Sorri vendo-o elogiar o Harry.
– Não é à toa que torço para ele.
– Olha só, minha melhor amiga torcendo contra mim.
– Sou sua melhor amiga agora, Diggory?
– Acho que sim. Pelo menos é a única que sabe coisas profundas da minha vida em Hogwarts. Isso é considerado uma amizade, não é? – Concordei.
– Para selar uma amizade devemos ter uma troca de presentes. – Falei lembrando do que eu fiz com os meus amigos. – O que vai me dar, Cedrico? – Ele riu apalpando seu bolso depois.
– Não tenho nada demais agora. Serve meu cachecol? – Ele perguntou oferecendo o que estava no seu pescoço. – Não é leão, é um texugo pelo menos.
– Hmm, dá pro gasto. Quem sabe faço coleção de cachecois de todas as casas! – Eu ri. Entreguei pra ele minha corrente com o brasão da sonserina que eu ganhei quando ainda nem tinha entrado em hogwarts. – Espero que isso sirva por agora.
Assim que ele colocou nele a corrente cresceu magicamente. Ela tinha sido enfeitiçada para que isso acontecesse.
– Primeira vez que tenho algo das cobras. Eu gostei! – Eu o observei com a corrente da sonserina e senti algo estranho em relação a isso. Não gostei da sensação que estava sentindo, tentei me distrair ou se não ia chorar por motivo nenhum.
– Bom, escute meus conselhos Cedrico. Vou precisar ficar de olho no Nicholas agora, pelo que estou vendo é capaz dele tirar as roupas dele aqui mesmo. – Falei olhando para Nick que estava desabotoando sua camisa em cima de alguma mesa.
– Vai lá! – Cedrico se despediu e foi para outro lugar enquanto eu tentava chamar Erik para me ajudar a tirar Nick em cima da mesa.

Capítulo 16 – Uma perda


O conteúdo deste capítulo pode ser sensível para pessoas que têm crises de ansiedade e síndrome do pânico.

Dois dias se passaram depois da festa e era enfim o grande dia. Era o dia da terceira tarefa. Enquanto jantávamos, pude ouvir alguns alunos se prepararem para tocar na banda, o final ia ser barulhento pelo visto.
Harry tinha me falado que os campeões tinham sido reunidos no campo de quadribol e informado que a terceira tarefa seria um labirinto com muitos obstáculos e que no final dele estaria a taça tribruxo. Graças a Merlim dessa vez eu não estava inclusa na tarefa, porém já não havia tanta graça já que não veríamos o que estava acontecendo em tempo real.
A maioria dos estudantes foram para o campo de quadribol onde foi cultivado o labirinto do torneio. Era estranho estar ali sem ter um jogo, porém mais estranho pelo fato de não se parecer nada com um campo de quadribol.
Mais cedo pedi para o professor Snape que me desse a autorização de ficar embaixo, onde os campeões estavam apenas no começo, apenas para desejá-los boa sorte. No início ele me ignorou, mas mencionei o fato de ter que ficar no lago negro por mais de horas e quanto era injusto. Se ele aceitou por esse fato ou pra eu parar de tagarelar eu já não sei.
Desejei boa sorte pra Fleur e Krum que eu já tive conversas bem pequenas. Puxei Harry pela gola o fazendo assustar e dei um abraço.
– Ganhe isso por mim! – Falei sorrindo.
– Cuidado, Rita deve estar por aí bisbilhotando e achando que temos um caso também. – Ele falou rindo. Ele falou sobre Rita Skeeter que era uma repórter muito fofoqueira e mentirosa. Não lia as coisas que ela postava por isso, ignorei tudo sobre o que ela comentava. Mas pelo visto o alvo dela foi o Harry esse ano.
– Ela ia adorar saber que está atrasada. – Eu falei e ele riu mais uma vez.
– Obrigado, Aurora.
Cedrico estava se preparando próximo dali e seu pai como sempre em sua cola. Me aproximei devagar educadamente. Sr. Diggory me cumprimentou gentilmente e deixou a gente conversar.
– E aí? Ainda ansioso? – Perguntei.
– Estou uma pilha na verdade.
– Espero que fique em segundo. – Ele riu.
– Como sempre eu amo seu apoio, Aurora. – Ele falou. Observei o colar que eu lhe entreguei no pescoço e sorri.
– Você e a Cho se entenderam?
– Sim, estamos bem. Graças a você!
– Bom, boa sorte Cedrico! Na verdade, não importa se você ou Harry ganhar, eu ia ficar muito feliz. – Falei sendo sincera.
Eu sei, Aura. – O abracei como nunca tinha feito antes. Logo o professor Dumbledore anunciou algo e pediu para os campeões chegarem. – Nos encontramos depois. – Ele sorriu e nós nos olhamos.
Eu senti uma energia ruim. Igual da outra vez, mas dessa vez mais forte. Por alguns segundos eu parei de respirar. Tentei me distrair e graças a Merlim o professor Snape prendeu minha atenção.
– Precisa subir, Senhorita Selwyn. – Ele falou com a voz de sempre.
– Certo, obrigada professor. – Falei subindo as escadas para a arquibancada.
Sem perceber me sentei com os sonserinos em um estado de espírito congelado. Não sei exatamente o que era, mas mais tarde iria descobrir.
Assim, começou a terceira tarefa do torneio tribruxo. Cedrico e Harry foram os primeiros a entrarem porque estavam empatados, depois foi Krum e Fleur. E ficamos durante um tempo sem saber o que de fato acontecia.
Os gêmeos Weasleys e a banda tentavam animar a todos. Fazendo apostas, vendendo comidas etc. Fred veio até mim pintando minha cara com dois traços na minha bochecha de tinta vermelha e amarela como eu tinha escolhido, assim consegui me distrair.
– O que vão fazer nas férias? – Zabini perguntou. Eu e Malfoy nos entreolhamos sabendo o que iria acontecer daqui a alguns dias.
– Nem me fale nisso. – Falei azeda.
– Amanhã tem o teste de quadribol. – Nott me alertou. – Draco te falou?
– Como é? – Perguntei olhando para Malfoy. – Ele não me falou nada.
– Eu esqueci. – Ele falou simplesmente.
– A sorte sua que eu venho treinando com a Gina. Vocês me falaram que iam me treinar e sumiram. E agora essa...
– Você que sumiu, só anda com outro pessoal pra lá e pra cá. – Zabini reclamou eu o ignorei.
– Enfim... Amanhã eu vejo isso, nem que eu tenha que dar em cima do Flint. – Resmunguei.
– O que? Nem pensar! – Malfoy reclamou. Levantei uma sobrancelha.
– Isso não seria da sua conta.
– Claro que é da minha conta. Minha quase noiva dando em cima... – Tampei a boca dele.
– Fale baixo, doninha! – Sua sobrancelha se estreitou, sua boca ainda estava tampada com minha mão. Sorri debochada. – Continue a falar isso alto e eu vou te estuporar. – Tirei minha mão da boca dele.
– Da próxima vez que me calar assim você vai ver outra coisa. – Ele ameaçou.
– Experimente... – O desafiei.
– Vamos parar, casal? – Nott reclamou. Nós dois bufamos. – A trégua de vocês acabou? Foi tão bom enquanto durou. Deviam tentar mais vezes, a gente agradece.
AVISO// ALERTA DE GATILHO... o conteúdo a seguir pode ser sensível para pessoas que têm crise de ansiedade e síndrome do pânico.

Demorou mais de uma hora quando resolvemos sair dali e ver o que acontecia por fora do campo. Todo mundo estava ansioso para saber quem era o campeão, mas esperar é muito chato. Enquanto estava escolhendo algumas tortinhas de abóbora com os meninos, gritos foram escutados do campo. Alguém tinha finalmente chegado, o campeão do torneio tribruxo.
Corri soltando as abóboras imediatamente no carrinho e indo ver quem foi o campeão, me aproximei animada vendo Harry. Escutei um grito de horror vindo da Fleur, e aí notei que algo não estava certo. Parei estática quando me aproximei melhor e vi Harry deitado enquanto havia alguém no chão, sem se mexer.
No fundo eu sabia quem era.
Dumbledore percebeu que alguma coisa estava errada e se aproximou empurrando Harry. Foi assim que vi Cedrico Diggory de olhos abertos, mas sem vida.
— ELE VOLTOU! ELE VOLTOU! VOLDEMORT VOLTOU! CEDRICO ME PEDIU PARA TRAZER O SEU CORPO DE VOLTA, EU NÃO PODIA DEIXÁ–LO NAQUELE LUGAR!
Entrei em choque depois disso. Meu mundo desabou.
Lágrimas caíram rapidamente pelo meu rosto. Isso não pode estar acontecendo... O Cedrico, ele não pode...
Eu sabia que aquilo ia acontecer. Era isso que eu estava sentindo.
Meu peito começou a acelerar sem eu conseguir controlar minha respiração e outra hora eu não conseguia respirar.
Não conseguia respirar.
Eu tentava puxar o ar e não vinha. Meus pés foram imediatamente para trás, meu corpo queria fugir dali, mas eu não conseguia. Eu tinha meu choro entalado na garganta, apesar de mais lágrimas estarem se formando em meus olhos.
Senti as mãos de alguém me pegando pelos braços e me chamando, enquanto eu surtava no meu mundo.
– Selwyn? Está tudo bem? – Draco me perguntava preocupado. – Aurora? – Eu neguei com a cabeça. Ele entendeu e me puxou para longe dali.
Assim que paramos em algum lugar mais escuro atrás do campo eu desabei no chão, me encostando em algo e tentando ainda controlar a minha crise.
– Respire, respire! Você precisa respirar. – Ele falava comigo enquanto eu tentava respirar de qualquer forma e isso me deixava mais em pânico ainda.
– Olhe pra mim! Está tudo bem, eu preciso apenas que confie em mim. – Pela primeira vez sua voz parecia gentil. – Está tudo bem. – Ele notou que eu não conseguiria e se demorasse mais eu iria desmaiar. Logo depois ele encostou seus lábios nos meus. Me fazendo focar apenas nisso, bloqueando tudo que acontecia ao meu redor.
Consegui voltar a respirar facilmente, um grande nó se desenrolou na minha garganta e finalmente pude colocar toda a minha tristeza para fora, como gritos e choros. Ele me abraçou enquanto eu derrubava minhas lágrimas em seu peito. Minha mão se prendeu em sua camisa com força.
– E–Ele mo-orreu... – Falei com muita dificuldade ainda chorando.
– Eu sei... Eu sinto muito. – Ele ainda estava me abraçando apertado tentando me consolar.
– Aurora... – Ouvi pela primeira vez a voz de Yumi.
– Eu sabia... Eu sabia que ele ia morrer. Eu senti... – Falei voltando a chorar aos soluços e finalmente percebendo o que aquela sensação ruim significava. Eu estava sentindo a morte de Cedrico. Eu perdi um dos meus amigos, um dos meus melhores.
FIM DO CONTEÚDO SENSÍVEL

Passei um tempo assim, agarrada a Draco chorando enquanto ele me confortava. Quando estava mais calma e anestesiada, ele me levantou me levando ao castelo, enquanto ainda estava agarrada em suas roupas. Tinha medo de soltá-lo e a ficha cair novamente. Depois que vim notar que todos estavam ali, vendo meu surto, preocupados enquanto lamentavam a morte de Cedrico.
Fui levada a ala hospitalar acompanhada dos meus amigos, e o professor Flitwick que me olhava preocupado.
– Sinto muito, queridos, mas a ala está um pouco caótica. Apenas uma pessoa pode entrar com a Srta Selwyn. – Madame Pomfrey falou. – Sr. Malfoy a coloque na cama.
Fui conduzida até uma cama vazia. Deitei sem muito protesto, mas não larguei a manga da sua roupa.
– Tudo bem, eu estou aqui. Não vou sair. – Ele falou enquanto o olhava sem muita expressão.
– Te darei uma boa poção do sono, minha querida. Talvez a maioria de nós precisemos para essa infeliz noite. – Ela se afastou. Coloquei a mão no meu cachecol que pertencia ao Cedrico. Meus olhos lacrimejaram novamente.
– O que aconteceu? – Perguntei a Draco tentando entender.
– Talvez seja melhor saber mais tarde. – Ele falou. – Não sabemos ao certo.
Madame Pomfrey me entregou a poção e eu tomei.
– Me prometa que não me deixará sozinha aqui.
– Não vou. Quando acordar e abrir os olhos estarei aqui. – Foi a última coisa que ouvi antes da poção fazer efeito e me colocar para dormir.

Capítulo 17 – Memorial


Abri meus olhos e como prometido vi sua cabeleira loira ao meu lado adormecido sentado. Estava me sentindo melhor do que na noite passada... As coisas começaram a vir à tona rapidamente.
Suspirei pesadamente sabendo que teria que enfrentar mais coisas nesse dia. Não sei o que aconteceu e nem vi mais nada depois do meu surto. A única coisa que eu sabia é que estava com o coração despedaçado pela morte de Cedrico.
Me levantei um pouco da cama e fitei Draco que estava adormecido apoiado na minha cama. Deslizei meus dedos pelo seu cabelo loiro sem muito pensar, e ao contrário do que muitos pensam ele estava macio e bem hidratado. Ele se mexeu ao meu toque e abriu os olhos devagar, consegui contemplar a cor de seus olhos por um bom momento antes dele se tocar onde estava.
– Você acordou. – Ele falou bocejando e se espreguiçando. – Bom dia, Aurora!
– Bom dia, Draco. – Sorri fraco, pela primeira vez nos chamamos pelo primeiro nome. – Obrigada por ontem.
– Como está se sentindo? – Ele perguntou.
– Melhor... Apesar de tudo.
– Ontem foi um caos. – Ele suspirou olhando para Harry que também estava na enfermaria dormindo. Pelo menos ele está bem.
– Posso voltar ao salão comunal? – Perguntei.
– Sim, vamos juntos? – Ele perguntou e eu assenti. Levantei da cama agradecendo a Madame Pomfrey antes de ir embora.
Não queria comer no salão principal, então os meninos me trouxeram comida. Passei o dia inteiro na cama pensando, mais tarde resolvi tomar um banho e desci para ver meus amigos.
Todos estavam tristes, isso era bem óbvio pela desanimação que Hogwarts estava, consegui conversar com Harry depois. E ainda bem que ouvi de sua própria boca sobre a volta do lorde das trevas. Mais uma dor de cabeça para mim! Eu tinha muita coisa em relação a ele, ao contrário do que todos pensavam.
No último dia de férias a escola fez um memorial pra Cedrico. O Sr. e Sra Diggory fizeram questão de me entregar o colar que eu dei a ele, eles agradeceram por tudo.
Todos estavam no salão principal onde não havia taça das casas e nem nada. As cortinas estavam na cor preta e o teto mágico deu origem ao teto normal de Hogwarts.
– Cedrico era o aluno que exemplificava muitas das qualidades que distinguem a Casa da Lufa-Lufa. – Dumbledore começou a falar. – Era um amigo bom e leal, uma pessoa aplicada, valorizava o jogo limpo. Sua morte nos afetou a todos, quer vocês o conhecessem bem ou não. – Percebi que Cho chorava silenciosamente assim como eu. Ao meu lado, Draco segurava minha mão com um pequeno carinho. Eu estava com o colar que eu tinha dado a Cedrico e o cachecol dele, isso me fez ficar com o coração apertado.
– Portanto, creio que vocês têm o direito de saber exatamente como aconteceu. Cedrico Diggory foi morto por Lord Voldemort. – Dumbledore continuou. – Os vínculos de amizades que fizemos esse ano serão mais importantes, lembrem–se disso e iremos honrar um rapaz que foi gentil, honesto, corajoso e leal até o último momento. Um brinde a Cedrico Diggory!
Depois de um brinde eu me lembrei das últimas palavras de Cedrico.
“Eu sei, Aura. Nos encontramos depois. “
Chorei novamente em silêncio sendo confortada pelos meus amigos.
Mais tarde todos nós arrumamos nossas malas e nos despedimos. Assim que pegamos nossa carruagem fomos em direção a estação de Hogsmeade. A viagem de trem foi estranha, passei a maior parte do tempo calada. Mas estranhamente preferi ficar ao lado dos sonserinos dessa vez. Eles não me perguntavam sobre nada, e isso era bem confortável.
Me despedi dos meus amigos já na plataforma nove e meia, prometi que ia escrever para eles. No final da estação percebi que apenas a Sra. Malfoy estava por lá e ela estava esperando por nós dois. Minha mãe não tinha vindo me buscar por estar resolvendo algumas coisas, então eu passaria um pouco do verão na mansão Malfoy.
Apesar disso, não reclamei. Era uma hora perfeita para estar com eles, não sabia quando, mas Malfoy tinha se tornado um porto seguro para dias ruins, e eu estava em dias ruins. Precisava dele naquele momento.

Capítulo 18 – Pedido de Verão


1995

Assim que saímos da estação percebi que já estava anoitecendo, chegamos na mansão dos Malfoy’s e os elfos me ajudaram a levar minha mala para o quarto que eu sempre ficava.
Percebi o cansaço aparecer por todo meu corpo, meu emocional também estava horroroso. Assim que jantei fui direto para o quarto dormir, mas sabia que a semana seria perturbada. Na primeira noite comecei a ter pesadelos com a morte de Cedrico.
Foi a primeira vez que eu tive contato real com a morte de alguém muito próximo, e para piorar me sinto culpada por não o ter alertado. Mas como eu poderia? Se nem sabia o que era que eu sentia. Os pesadelos me apavoravam ao ponto de gritar e acordar chorando sabendo disso, se não fosse pela acústica aposto que todos iriam escutar. Porém foram altos o suficiente para Draco, que dormia ao lado vir verificar preocupado.
Ele me acalmou, mas não queria voltar a dormir, eu sabia que no momento que eu fechasse os olhos aquilo tudo voltaria novamente. Então para minha surpresa ele ficou ali, aproveitou o espaço ao lado para me fazer companhia. Não falamos nada, o silêncio e o abraço dele foram o suficiente para eu adormecer mais uma vez, mas dessa vez sem pesadelos.
Os quatro últimos dias se seguiram assim a noite, Malfoy já ia direto dormir ao meu lado para que não tivesse que toda vez sair no meio da noite. Narcisa sabia sobre isso, mas não ligou, talvez pelo fato de que no fim de semana finalmente o jantar de noivado iria ser realizado.
Estava lendo sobre o profeta diário, que falava sobre Harry Potter e suas histórias infundadas, sobre a morte de Cedrico ter sido apenas acidente da competição, o que me deixou enfurecida. Nunca que o Harry ia mentir com uma coisa dessas!
– Isso é ultrajante! – reclamei enquanto estávamos apenas Draco e Narcisa na mesa no café da manhã.
– Qual parte? – Draco perguntou enquanto garfava sua comida.
– Tudo! Harry nunca mentiria sobre uma coisa dessas... é bem óbvio que o ministério não quer causar um pânico, ou pior... – não terminei minha linha de raciocínio por causa de Narcisa. Ela me olhava curiosa, mas com uma expressão neutra. Sei bem sobre a família de Draco e o poder deles sobre o ministério, então não queria um mal entendido. Mas sabia que existia corrupção naquele lugar.
– Então acredita que o Lorde das trevas tenha retornado? – ela perguntou serena.
– Infelizmente sim.
– Não irei comentar sobre isso porque já sabe o que eu penso. – Draco respondeu.
– Fique calado mesmo. – resmunguei tomando o resto do meu suco. Ele bufou sozinho.
– Vocês têm algo para fazer hoje? – Narcisa perguntou. – Eu vi que solicitou que os elfos preparassem o jardim para treinar quadribol. – ela falou pra Draco.
– Oh, sim! Vou tentar treinar Aurora. – ele falou e ela olhou surpresa pra mim. Eu nem sabia que eu ia treinar hoje.
– Você entrou para o time? – ela perguntou sorrindo.
– Ah não! Na verdade, vou fazer o teste ainda. – falei lembrando que o teste foi adiado devido os últimos acontecimentos.
– Se não se importar, me avisem quando você entrar que irei ver o jogo de vocês. – ela falou animada.
– Claro, Sra Malfoy! – falei.
– Irei ter que sair agora, voltarei no mais tardar. – ela falou tomando um gole do seu último chá e se retirando da mesa.
Eu e Draco nos encaramos debochados.
– Então quer dizer que vamos treinar hoje?
– Tenho dinheiro a ganhar, Selwyn. – ele sorriu de lado. – Essa é a nossa deixa. – ele estava se referindo sobre sua mãe ter saído da mesa primeiro, assim estaríamos liberados para se levantar. Um detalhe sobre educação de puros-sangues.
Me levantei seguindo-o em direção ao jardim. Estava na hora de sair daquela mansão um pouco, os últimos dias desde que cheguei aqui era basicamente escrever para meus amigos, praticar piano e outras coisas que eu inventava ao máximo para me distrair.
Peguei minha vassoura e começamos a treinar lançamentos. Devido às aulas com a Gina eu melhorei bastante. Estava mais rápida e conseguia fazer manobras mais facilmente, não podia tentar algo mais arriscado por conta do limite de voo. Apesar da mansão e os anexos serem grandes, os trouxas ainda viviam perto dali, seríamos facilmente vistos se fossemos muito alto. Passamos quase o dia inteiro treinando.
À noite, novamente era a hora que eu odiava. Quando acabei de tomar meu banho e me vesti para dormir, vejo Draco já deitado na cama. Ele estava com seus óculos e alguns pergaminhos em mãos, isso o deixava atraente demais. Pigarreei tentando tirar isso da minha mente.
– Está ficando mais folgado entrando assim no quarto sem avisar.
– Você já sabia que eu ia vir de qualquer forma. – ele falou ainda concentrado no pergaminho. Me aproximei do meu lado e tirei a colcha de cima, logo depois entrando nas cobertas.
– O que está lendo?
– Algumas coisas sobre alquimia. – ele falou.
– Está pensando em seguir isso futuramente? – perguntei me deitando e olhando pro teto.
– Talvez... os N.O.M’s irão ser esse ano e é bom começar a pensar em algo preparando para os N.I.E.M’s. E você, já sabe?
– Tenho dúvidas ainda. Eu prefiro matérias mais práticas como DCAT ou poções, mas se eu for bem e entrar para o time de quadribol arrisco praticar e talvez seguir carreira.
– O resto tudo bem, você é boa. Mas poções? – ele fez cara feia.
– Eu gosto... Apesar de ser atrapalhada. Talvez eu peça ajuda ao Snape.
– Boa sorte! Ninguém além de mim conseguiu as aulas especiais. – ele debochou antes de tirar os óculos e colocar o pergaminho na mesinha.
– Vamos ver... – falei apagando a luz e o silêncio tomou conta do quarto. – Draco...
– Hmm? – ele estava de olhos fechados quando abriu segundos depois se lembrando que eu não ia conseguir dormir tão fácil. – Está ficando mal–acostumada com meus abraços. – ele debochou descontando o que eu disse antes. Ainda fiquei em silêncio enquanto ele se virou de lado e me aconchegou em seus braços mais uma vez. – Tudo bem, apenas feche os olhos...
Tinha que engolir meu orgulho toda vez que eu fazia isso. Parecíamos um casal, mas isso era apenas para eu não ter pesadelos tão intensos como o da primeira noite. Malfoy morria de medo de eu ter novamente o ataque de pânico que nem da última vez e eu também. Ironicamente ele era o único que conseguia que eu bloqueasse esse medo e até agora nunca me zombou por causa disso.
Sentindo sua respiração em seu peito subindo e descendo, diminuindo quando ele entrava em estado de sono profundo que me confortava, me fazia adormecer que nem mágica.
No dia seguinte minha mãe deu o ar de sua graça quase ao anoitecer. Era o dia do noivado patético, se ela perdesse eu iria perguntar se ela esqueceu de que tem filha. Fui ao seu encontro no quarto que Narcisa tinha deixado para ela.
– Alguém mais da família virá? – perguntei me encostando na parede do quarto vendo ajeitar algumas coisas.
– Não. Ninguém sabe sobre isso... – ela me olhou suspirando. A nossa família era pequena. Minha tia paterna morava um pouco distante, mas só estava presente em assuntos importantes. – Acho que está na hora de conversarmos sobre algumas coisas. – ela pegou minha mão depois de fechar a porta e me conduziu para nos sentarmos na cama.
– Eu sei que estou distante ultimamente. Me desculpe por isso, filha. – ela começou me olhando séria.
– Ainda bem que sabe. Sei que vou ser uma Malfoy, mas parece que está me atirando para eles. – ela riu fraco.
– Você sabe que apesar de termos pensamentos diferentes eu nunca iria passar por cima dos seus desejos. A única coisa que eu poderia discordar era do seu futuro casamento com algum trouxa ou sangue... – ela pigarreou mudando suas palavras – Mestiço.
– Enfim, eu tenho uma razão para dar a sua mão para o Draco. E não poderei lhe dizer sobre isso ainda... é complicado. Porém me conforta saber que estão mais próximos, assim sei que estará em boas mãos. – bufei com aquele papo.
– Eu já aceitei esse casamento ridículo, apesar de ainda não saber o porquê. Eu espero que você tenha uma boa razão para isso. Mas poderia ao menos me explicar sobre mim? Como somos descendentes de Salazar Slytherin?
– Certo, não sei muito sobre isso. Consigo apenas te dar um nome, Ominus Gaunt. Ele é a ponte para sua linhagem. – ela falou.
– Pelo menos um nome. – Dei de ombros sabendo que iria procurar sobre ele depois. – Mãe, e sobre Você–sabe–quem? Vou precisar encontrá-lo algum dia, não é? – sua expressão endureceu quando mencionei o Lorde das trevas.
– Você sabe o que aconteceu... então sim. Em algum momento ele irá vir te ver, com certeza não irá perder essa formalidade de te conhecer. – minha mãe praticamente confessou sobre a volta do Lorde das trevas. – Sobre nossa casa, ela está à venda. – ela mudou de assunto.
– O que? Estamos falindo? – ela gargalhou pela minha pergunta inocente.
– Não se preocupe, nunca estivemos nem perto disso. Apenas não é segura devido ao fato do seu pai ter sido ex comensal. Você sabe... Por isso a deixei aqui essa semana. E já estou realocando as coisas para nova casa. – ótimo, e agora mais mudanças estão ocorrendo.
Nos levantamos para começar e nos arrumamos para o jantar. Antes de sair, ela me fez um leve carinho na bochecha pegando levemente no meu queixo.
Saiba que tudo isso é para seu bem. A única coisa que me importa nesse mundo é você. Eu te amo muito. – ela falou me dando um beijo na testa. – Desculpe pela ausência.
– Tudo bem, mãe. Eu também te amo.
Desci as escadas já com a roupa mais formal para o jantar e como sempre preferi ir de preto dessa vez. Com um vestido de manga preto que ia até meus joelhos, uma meia calça e uma bota. Ao chegar na sala de jantar todos já estavam à minha espera. Prendi o riso quando vi todo mundo de preto, já tinha visto isso, mas era engraçado naquela hora. Me sentei ao lado de minha mãe de frente para Malfoy.
– Está linda, Aurora. – Narcisa me elogiou.
– Obrigada – sorri gentilmente.
– Vamos ao que interessa, não é? – observei Lucius pela primeira vez. Ele estava ocupado recentemente e eu tinha minhas suspeitas. Ele parecia mais magro do que da outra vez. – Hoje estamos aqui para oficializar o noivado da Aurora e do Draco. Estamos felizes em muito em breve ter uma nora como a senhorita Selwyn. – ele falava enquanto todos ali presentes apenas escutavam o anfitrião e chefe da casa. – Faça as honras, Draco. – ele mandou.
Malfoy levantou-se da cadeira dando a volta na mesa grande e se posicionou ao meu lado. O observei apreensiva porque não tinha ideia do que ele ia fazer.
Ele se ajoelhou e abriu uma caixinha que estava em suas mãos, mostrando a mim depois. Tinha três anéis, porém ele tirou apenas um com uma pedra brilhante da cor verde. Os outros dois eu imaginava ser quando casarmos, um anel era maior que o outro.
– Aurora Selwyn. – ele falou meu nome completo me fazendo ficar nervosa não sei por que, já que eu sabia o que viria. – Posso ter a honra de me casar com você? – eu me engasguei por aquelas palavras ter saído do tradicional “quer casar comigo” ou por apenas um segundo eu ter achado que aquilo poderia ser real e não forçado.
– Sim. – falei antes que todos me olhassem estranho pela demora. Minhas bochechas começaram a queimar e eu sabia que poderiam estar vermelhas. Estava morrendo de vergonha e Malfoy parecia se divertir com isso. Seu sorriso de lado quase escondido se formou depois que me viu. Isso era constrangedor demais.
Nos levantamos para cumprimentar nossos pais e depois todos brindamos já em nossas cadeiras.
– Maravilhoso! – exclamou minha mãe olhando para Narcisa. As duas estavam radiantes, pelo menos alguém se divertia com isso.
Depois de comermos finalmente tivemos um tempo livre enquanto nossos pais conversavam na sala. Observei pela primeira vez os elfos da casa, todos estavam trabalhando sem ganhar nada com isso. Lembrei do que Hermione tinha falado e me senti culpada por nunca ter reparado nisso.
– O que está pensando? – Malfoy apareceu enquanto eu estava sentada na escada.
– Nos elfos. – ele estranhou, mas não perguntou.
– Algo chegou para a gente mais cedo. – ele falou entregando uma carta para mim. Peguei já abrindo para saber o que era, já que estava com o selo de Hogwarts.
– Não acredito! Fui selecionada para ser monitora da sonserina. – falei me levantando animada.
– Nós iremos ser os monitores da sonserina. – ele falou rindo.
– Você também? – perguntei e ele assentiu. – Ahá! Mais um título para meu histórico escolar. – falei já contando nos meus dedos. – Artilheira, Monitora, herdeira da sonserina... Só preciso chegar como mestre em poções e continuar sendo a melhor em defesa contra as artes das trevas. – ouvi Malfoy gargalhar.
– O que está se passando no seu cérebro? – Ele perguntou.
– Eu quero ser lembrada por ser uma ótima sonserina! – Resmunguei. – Ao contrário de muitos que só ficam fazendo bobagens e blablabla artes das trevas. Todos irão ouvir sobre mim por causa disso.
– Nasça de novo e seja Harry Potter... – ele me alfinetou.
– Há–há–há como é palhaço.
– Tem coisas que podem sujar seu nome. – Ele falou tendo a ousadia de mencionar o que eu achava que ele queria dizer.
– Sobre meu pai ter sido um comensal? – Perguntei fechando minha cara. – Posso virar isso a favor.
– Que seja! – Ele deu de ombros, eu desconfiava do Lucius ser um também, por conta de boatos e comportamentos dele na casa, mas nunca liguei pra isso e nem passei na cara do Malfoy. – Precisamos conversar sobre isso, em seu dedo. – Ele falou sobre o anel de noivado.
– Continue... – falei descendo as escadas e me aproximando. – Estou a ouvidos.
– Estamos em um compromisso sério dessa vez Selwyn.
– Eu sei disso...
– Isso quer dizer que você não tem permissão de sujar meu nome, e eu to falando sério. Você não pode ficar e nem namorar com ninguém enquanto estivermos nisso.
– Sim! Só não esqueça que não é apenas eu, somos nós. – Falei lembrando a ele.
– Ótimo! Então temos um acordo. – Ele falou estendendo a mão.
– Claro! – entreguei a minha selando o acordo.

Capítulo 19 – Quinto ano letivo


Passaram alguns dias após o noivado e eu estava na nossa mansão nova. Era mais aconchegante que a primeira. Era menor que a mansão dos Malfoy’s e a antiga da gente, mas eu achava mil vezes mais bonita.
Passei o resto do verão ali, recebi visitas dos meus amigos durante o final do mês, já que era meu aniversário. Minha mãe ficou animada em conhecer todos, e bem interessada já que todos eram de casas diferentes. No final do dia resolvemos que os três ficariam até voltar para Hogwarts.
Longe de todos minha mãe avisou sobre a Yumi ser a única mestiça ali e para eu tomar cuidado para que ela não venha mais a nossa casa por medida de segurança.
No final de julho era aniversário do Harry, resolvi enviar-lhe uma coruja com presentes. Um chaveiro da miniatura de uma firebolt que encontrei, me parecia bem a cara dele.
Em agosto tratamos de ir juntos ao beco diagonal, onde finalmente conheci os Weasleys. O trio de ouro não estava junto devido algumas coisas sobre Harry ser atacado por dementadores no início do verão.
Passamos na floreios e borrões para comprarmos nossos livros do ano letivo e depois nos divertimos no beco diagonal. Mamãe fez questão de me levar a gringotes e me mostrar o número dos nossos cofres... antes eu não tinha noção nenhuma das nossas riquezas, dessa vez eu até engoli seco no que eu vi.
Antes de ir embora, passei na Madame Malkin para comprar meus novos uniformes de hogwarts com Yumi, enquanto os meninos iam para algum lugar. Recentemente vi o quanto eu cresci de um ano pra cá, as minhas roupas estavam ficando apertadas e curtas. Aproveitei para encomendar roupas do dia a dia também. Os boatos sobre o retorno de você–sabe–quem estava por todo o beco, me fazendo ficar um pouco ansiosa, e muitos acreditavam que Harry estava mentindo.
Rapidamente as férias acabaram e estávamos novamente na estação nove e meia para pegar o expresso de Hogwarts. Infelizmente não poderia ir com os meus amigos na mesma cabine, já que começaria o ano da minha monitoria, então depois de me despedir dos três fui em direção ao saguão dos monitores.
Assim que eu entro vejo quem são os outros monitores. Hermione e Rony são os novos monitores da grifinória, acenei para eles em forma de cumprimento antes de me sentar ao lado de Draco. Da corvinal, são Padma Patil e Antônio Goldstein. Lufa Lufa são Ana Abbott e Ernest Macmillan. Meus amigos poderiam até tentar ser monitores, mas segundo eles não queria essa responsabilidade, todos os três não se importam com o histórico escolar tanto quanto eu.
Logo os monitores–chefes apareceram no saguão informando sobre a importância dos monitores e a função. Nós podemos tirar pontos apenas da sonserina, já que como temos rivalidades pode ser que as coisas saiam do controle. Podemos dar detenção em forma de punição também. A nossa primeira missão como monitores é patrulhar o trem até a chegada em hogwarts. Além de atuar como líderes dos primeiranistas nos seus primeiros dias, também patrulhamos os corredores do castelo depois do toque de recolher.
O benefício é que temos um banheiro apenas para a gente e a novidade a parti desse ano são quartos individuais também. Eu dei graças a Deus, assim posso ficar mais tranquila sem a cara de buldogue e a Greengass.
Os monitores chefes logo colocaram o distintivo de monitor que era em forma de “M” em nossas vestes. Era obrigatório usar isso o tempo todo, com exceção no jogo de quadribol se formos do time, coisa que com certeza eu estaria dentro esse ano.
Depois que o trem começou a se movimentar nos preparamos para patrulhar, precisamos ver se todos estavam bem no começo e no fim.
– Como foi as férias? – Malfoy perguntou enquanto andávamos – E as noites?
– Foram bem, muita coisa para ajudar na mudança. E sobre as noites, melhores que antes. Estou começando a superar... E você?
– Normais como sempre. Apenas o fato do meu pai estar estranho, e tenho pra mim que é sobre a marca. – Ele falou baixo se referindo a marca negra que seu pai tinha. Me pegando um pouco de surpresa.
– Você sabe que ele tem?
– Ora essa Selwyn, ele é meu pai. Óbvio que eu saberia.
– E acha isso certo?
– Não tenho que achar nada. – Ele resmungou. – Cresci com isso, então faz parte da minha vida.
– Então sabe a verdade... – Falei fraco antes de entrar no próximo vagão que estava bem movimentado.
– Melhor mudarmos de assunto. – Ele falou se virando para mim – Colocou ela no pescoço? – Ele perguntou depois de notar meu colar atual. Era o anel.
– Sim, não seria bom todo mundo ver, não estou a fim de responder perguntas.
– Não perca isso, Selwyn. É bem caro.
– E acha que eu não sei? – Bufei. – Agora precisamos colocar esse povo dentro da cabine antes que um acidente aconteça. – Falei quando via muita gente em pé, indo para lá e pra cá.
Depois de um certo tempo monitorando o trem, voltamos para nosso saguão e ficamos descansando até a chegada a Hogwarts. Nem vi a hora que acabei adormecendo sobre o ombro do Malfoy.
Abri os olhos com Malfoy me acordando, já estava a noite e tínhamos chegado em Hogsmeade. Assim que todos foram embora, patrulhamos mais uma vez o trem para ter certeza de que não havia ninguém e descemos. A professora Grubbly Plank estava lá para escoltar os alunos até a escola.
Enquanto caminhávamos em direção às carruagens avistei Harry, Rony e Hermione juntos dessa vez.
– Oi Harry! Bom te ver de novo.
– Aurora! Como vai? – Ele respondeu sorrindo.
– Bem e você? Soube das últimas que aconteceram, ainda bem que deu tudo certo.
– Obrigado. É, o verão foi conturbado. Soube que virou monitora... – Ele sorriu.
– Sim, agora estarei em patrulha a noite – Falei rindo e Malfoy se aproximou implicando com Harry.
– Nós estaremos... Cuidado, Potter! Vou estar na sua cola como um cão de caça. – Ele debochou, olhando de cima a baixo e seguindo em frente.
– Ignore, Harry! Ele é um babaca. – Revirei os olhos.
– Como você aguenta ele? – Rony perguntou. – Sério mesmo.
– Vamos dizer que ele não é tão irritante comigo. Eu consigo fazer ele ficar quieto às vezes.
– Merecia um troféu. – Hermione falou e sorrimos.
Assim que entramos em Hogwarts deixamos nossos malões na entrada como sempre e fomos para o salão principal. Depois da cerimônia de abertura, Dumbledore anunciou a chegada de uma nova professora de tratado das criaturas mágicas, algo aconteceu para o Hagrid não ser mais professor, fiquei triste porque eu achava as aulas dele divertidas.
Depois das refeições foi anunciado a nova professora de defesa contra artes das trevas, Dolores Umbridge. Conhecia ela o bastante para saber que anda inventando sobre conhecer e se relacionar com minha família, o que era mentira. Minha mãe falou para deixar isso de lado, temos coisas mais importantes para se preocupar. Eu não gostava dela, principalmente pela cara de cínica.
Ela começou um discurso tedioso depois de ter interrompido Dumbledore.
– Se as aulas dela forem assim, isso vai ser uma tortura. – Zabini reclamou.
– Isso talvez nem seja o pior... – Falei imaginando o que podia vir dessa coisa estranha.
– O ministério está querendo interferir na escola. – Malfoy sussurrou ao meu lado.
– Isso é um mal sinal, não é? – Perguntei a ele já tentando imaginar se ela não era um comensal. Ele deu de ombros.
Depois do jantar, eu e Draco separamos dos meninos e fomos ao nosso dever de monitores. Apresentar a escola e ajudar aos primeiranistas da sonserina. Depois fomos dormir já que a chegada sempre é cansativa.
No dia seguinte desci para a sala comunal e vi algumas pessoas do time de quadribol.
– Selwyn! – Zabini exclamou. – Que tal dar boas–vindas ao seu capitão?
– Onde ele está? – Perguntei, zombeteira, ouvindo as risadas de todos do time.
– Engraçadinha... Com a saída de Flint, eu fui nomeado a capitão! Então seu destino está em minhas mãos. – Ele falou sorrindo debochado.
– Não se preocupe, capitão. Tenho certeza de que não irá encontrar uma artilheira melhor que eu. – Falei batendo no seu ombro.
– Enfim, deixa eu apresentar o time de quadribol oficialmente. – Ele pigarreou – Começando pela nossa goleira, Milo Bletchley! – Ela deu um passo à frente me cumprimentando. A única mulher do time por enquanto, já conhecia ela a um tempo, mas não trocamos muita ideia.
– Nossos batedores, Lucian Bole e Tracey Davis. – Os meninos acenaram de longe com uma singela piscadela. Já conhecia eles pela perturbação, eles eram os que arranjavam confusão. – Artilheiros, Graham Montague e Blasio Zabini, no caso eu mesmo.
– Apanhador, nosso príncipe da sonserina. – Bufei quando ele mencionou o apelido. – Draco Malfoy, mas esse aí dispensa apresentações. Então... Quem sabe você seja a próxima artilheira. Existe muita gente querendo a vaga se quer saber.
– Eu vou ser a próxima! Essa vaga sempre foi minha Zabini, antes mesmo da saída do Flint. – Ele riu.
– Claro, claro! Amanhã à tarde começarão os testes, Selwyn. Esteja presente.
– Pode deixar.
E assim começou o primeiro dia de aula. Depois do café teríamos a primeira aula do dia, defesa contra artes das trevas com a professora Umbrigde, seria bem uma tortura.
Assim que entrei na sala me sentei com Yumi.
– A partir de quando teremos um professor fixo mesmo? – Ela perguntou. – Porque desde o primeiro ano sempre acontece alguma coisa e muda de professor. Não aguento mais! – Eu ri da sua reclamação.
– Olha, do jeito que as coisas estão eu até prefiro que esse ano mude logo de professor. – Falei e logo vi uma cor rosa chegando.
– Bom, boa tarde! – Ela entrou e só ouviram alguns murmúrios de resposta. – tss tss, assim não vai dar, concordam? Eu gostaria que os senhores, por favor, respondessem: "Boa tarde, Prof. Umbridge." Mais uma vez, por favor. Boa tarde, classe!
– Boa tarde, Prof. Umbridge!
– Agora sim. Não foi muito difícil, foi? Guardem as varinhas e apanhem as penas.
Ela logo agitou a varinha e fez vários livros serem postos em nossas mesas. Yumi e eu nos entreolhamos, onde já se viu defesa contra artes das trevas não utilizar varinhas?
– Bom, o ensino que receberam desta disciplina foi um tanto interrompido e fragmentário, não é mesmo? A mudança constante de professores, muitos dos quais não parecem ter seguido nenhum currículo aprovado pelo Ministério, infelizmente teve como consequência os senhores estarem muito abaixo dos padrões que esperaríamos ver no ano dos N.O.M.s. – Ela começou a falar. – Os senhores ficarão satisfeitos de saber, porém, que tais problemas agora serão corrigidos. Este ano iremos seguir um curso de magia defensiva, aprovado pelo Ministério e cuidadosamente estruturado em torno da teoria.
– Então começamos a copiar os princípios básicos. – Ela foi até o quadro e bateu a varinha.
“Objetivos do curso”
1. Compreender os princípios que fundamentam a magia defensiva,
2. Aprender a reconhecer as situações em que a magia defensiva pode legalmente ser usada.
3. Inserir o uso da magia defensiva em contexto de uso.
E assim começou a aula com barulhos das penas. Mas logo Hermione perguntou sobre o uso de feitiços defensivos, e a professora falou que não tinha necessidade. Alguns alunos da grifinória começaram a perguntar mais coisas sobre como iremos fazer os exames, porém como não levantavam a mão a professora começou a se irritar, mas nunca a voz passava para um tom alto.
Então começou uma discussão dela com Harry, no qual ele parecia se irritar a cada vez que falava.
– Quem é que o senhor imagina que queira atacar crianças da sua idade?
– Hmmm, vejamos... Talvez Lord Voldemort? – Harry ironizou. Todos da sala quase congelaram, apesar de muitos acreditarem que Harry estaria mentindo, o nome dele causava sensações desagradáveis em todos.
– Dez pontos perdidos para a grifinória. Agora, gostaria de deixar algumas coisas muito claras. – Ela ficou de pé. – Os senhores foram informados de que um certo bruxo das trevas retornou do além... E está novamente por aí. Isto é mentira. – Segurei um riso sarcástico querendo vir em minha garganta.
– NÃO é mentira! – Harry se irritou ainda mais. – Eu o vi, lutei com ele.
– Detenção, Sr. Potter! Amanhã à tarde, cinco horas, na minha sala. E repito, isso é mentira! O Ministério da Magia garante que não estamos ameaçados por nenhum bruxo das trevas. Se os senhores continuam preocupados, não se acanhem, venham me ver quando estiverem livres. Se alguém está alarmando os senhores com lorotas sobre bruxos das trevas renascidos, eu gostaria de ser informada. Estou aqui para ajudar. Sou sua amiga. E agora, por favor, continuem sua leitura.
– Então segundo a senhora, Cedrico Diggory caiu morto porque quis, foi? – Harry perguntou e isso me fez prender a respiração. Aquelas palavras em voz alta fizeram meu coração doer. Senti olhares do Malfoy em mim do outro lado da sala.
– A morte de Cedrico Diggory foi um trágico acidente. – Ela falou, eu estava me segurando para não surtar ali mesmo.
– Foi assassinato! Voldemort o matou, e a senhora sabe disso! – Um silêncio predominou novamente o ambiente. Ela chamou Harry para que ele se aproximasse da mesa dela e lhe entregou um pergaminho.
– Entregue isso à professora McGonagall, agora. – Ela falou. Harry deixou a classe e o restante da aula seguiu em silêncio.
Quando a aula acabou, eu agradeci mentalmente. Saímos em direção aos corredores do castelo para próxima aula, poções.
– O que foi aquilo? – Yumi perguntou. – Você está bem? – Ela perguntou sabendo de como a morte de Cedrico tinha me afetado.
Sim, apesar de quase querer matar ela naquele momento. E quando eu digo isso eu falo sério mesmo... as vezes me sinto culpada por isso.
– Por quê? Querer matar de verdade? – Yumi perguntou.
– Sim. – Suspirei.
– Pode ser que esteja no seu sangue. – Ela deu uma risadinha.
– Isso não tem graça, Yumi. – Falei quase rindo também.
– Nunca parou para pensar nisso? Sobre ser parente de você–sabe–quem? Quer dizer, os dois são descendentes de Salazar Slytherin.
– Pior que não. Nunca parei para imaginar isso... Até porque tem coisa pior. – Falei me lembrando de algo e parando. Olhei para os lados para ver se tinha alguém.
– O que foi?
– Preciso lhe contar algo.
– O que mais tem de segredo? Pelas calças de Merlim você é um baú de segredos. – Ela estava impressionada
– Nunca contei para ninguém, Yumi. Tom Riddle é meu padrinho... – Ela se engasgou assim que ouviu a minha declaração.
– Mas o que porra?! – Ela deu um tapa na própria boca. – Aurora!
– É eu sei... Eu sei. É chocante, não é?
– Como isso foi acontecer? – Ela estava ainda com os olhos arregalados imaginando coisas.
– Meu pai, lembra que ele era um ex comensal? Então, segundo minha mãe, ele jurou lealdade se eu fosse a afilhada dele. Ele era um dos melhores, provavelmente Riddle abriu mão dessa palhaçada só para ter ele ao seu lado.
– Isso é loucura! O que sua família tem na cabeça? – Ela perguntou.
– Merda com certeza... – resmunguei.
– Certo, mas o que isso quer dizer? – Ela ficou curiosa.
– Tirando o fato de que se o ministério souber com certeza eles iriam fazer batidas em toda minha família... bom, minha mãe falou que apesar dele ser alguém sem humanidade, ele cumpre as honras. Então a qualquer momento ele vai querer me conhecer. Agora o que ele vai fazer eu já não sei.
– Certo, isso é muita coisa para lidar. Você não tem medo? – Ela perguntou com a voz baixa. – Ainda mais agora que ele voltou.
– Tenho, claro. Isso me perturba a muito tempo, mas é bom que agora você sabe.
– Obrigada por me contar. Já pensou em falar para o Harry sobre?
– Não sei se teria coragem. Provavelmente ele nem olharia pra minha cara, recentemente eu o vejo bem estressado, capaz de pensar que eu sou marionete dele. – Ela concordou ainda pensativa.
– Ah é, minha mãe me deu um nome. Ominus Gaunt. – Eu falei me lembrando do que minha mãe disse. – Preciso procurar sobre ele, consegue me ajudar?
– Claro, assim que eu puder irei para a biblioteca. – Ela sorriu e colocou seus braços pelo meu pescoço. – É melhor irmos andando que ainda teremos poções.
Entrei como sempre atrasada na aula do professor Snape, ele me olhou com cara feia assim que entrei. Maldita hora que meu lugar ficava em frente a ele, ao lado de Malfoy.
– Acho oportuno lembrar a todos... – Ele começou a falar depois que nos sentamos. – ...que em junho próximo prestarão um importante exame, no qual provaram o quanto aprenderam sobre a composição e o uso das poções mágicas. Por mais debilóides que sejam alguns alunos desta turma, eu espero que obtenham no mínimo um "aceitável" no seu N.O.M., ou terão de enfrentar o meu...desagrado. – Ele me encarava. Quase me engasguei com a indireta.
– Quando terminar este ano, naturalmente, muitos de vocês deixarão de estudar comigo – continuou Snape. – Só aceito os melhores na minha turma de Poções preparatória para o N.I.E.M., o que significa que alguns de nós certamente vamos dizer adeus.
– Mas ainda teremos um ano antes do feliz momento das despedidas, portanto, pretendam ou não tentar os exames dos N.I.E.M.s, aconselho a todos que se concentrem em obter a nota alta que sempre espero dos meus alunos de N.O.M.
– Hoje vamos aprender a misturar uma poção que sempre é pedida no exame dos Níveis Ordinários em Magia: a Poção da Paz, uma beberagem para acalmar a ansiedade e abrandar a agitação. Mas fiquem avisados: se pesarem muito a mão nos ingredientes, vão mergulhar quem a beber em um sono pesado e por vezes irreversível, por isso prestem muita atenção no que vão fazer.
Olhei para Malfoy já pedindo socorro. Ele riu.
– Não era você que queria ser mestre em poções?
– Talvez eu estivesse delirando naquela hora. – Suspirei. – Me ajude, por favor! O professor vai me matar se eu não consegui passar na matéria dele.
– Os ingredientes e métodos estarão no quadro. Encontraram tudo no armário de estoque, vocês têm uma hora e meia. Um vapor claro e prateado deve se desprender da poção dez minutos antes de ficar pronta.
Eu e o restante da turma começamos a preparar a poção.
– O que eu vou ganhar com isso? – Draco perguntou.
– O que? De novo? – Eu perguntei. – Você ainda tem um pedido em crédito.
– Ahh verdade! Tudo bem, então, dessa vez eu ajudo sem pedir nada.
– Não faz nada que seja sua obrigação. Sou sua... Você sabe. – Ele quase desequilibrou na cadeira com minha quase menção.
– Não ouse falar sobre isso aqui... – Ele sussurrou. Eu ri da cara dele. E assim segui tentando fazer a porção mais difícil e demorada que fiz na vida.
Pelo menos foi um sucesso, a névoa prateada surgiu dez minutos antes de acabar o tempo. Comecei a bater palminhas sem muito barulho antes de Snape me olhar mortalmente.
– Os alunos que conseguiram ler as instruções, ao contrário do Sr. Potter, encham um frasco com uma amostra de sua poção, colem uma etiqueta com o seu nome escrito com clareza e tragam-no à minha escrivaninha para verificação – disse Snape. – Dever de casa: trinta centímetros de pergaminho sobre as propriedades da pedra da lua e seus usos no preparo de poções, a ser entregue na terça–feira.
Assim que todos terminaram estava arrumando minhas coisas antes de sair da sala.
– Senhorita Selwyn. – O professor me chama e eu e Malfoy olhamos para ele – Quando os exames acontecerem a senhorita irá fazer em dupla com o Sr. Malfoy? – Malfoy começou a rir baixo, eu dei um empurrão nele.
– Não, professor. Infelizmente. – Não ia perder a oportunidade de ser audaciosa também.
– Certo, eu quero que suas notas esse ano estejam nada menos que aceitáveis. – Ele disse irritado.
– Mas professor...
– E eu quero que supere até o Sr. Malfoy. E caso uma nota esteja abaixo desse limite você será reprovada. – Eu encarei para ele incrédula. Isso era impossível, como ele poderia fazer isso?! – Lembre-se disso antes de me responder com piadas.
Fiz cara feia ainda revoltada com aquilo tudo, eu estava ferrada. Saí dali com Malfoy segurando o riso o tempo inteiro.
– Eu estou ferrada! – Falei coçando a cabeça. – E você se diverte com isso.
– Eu não queria estar na sua pele.
– Vai me ajudar, não é? – Perguntei. – E dessa vez vou precisar de aulas todo dia praticamente.
– Vou te ajudar já falei. Está mesmo desesperada, não é?
– Você viu minhas notas passadas? Eram horríveis.
– Se quer um consolo, eu conheço muito bem o professor Snape e ele está pegando no seu pé porque acha que você tem talento. – Ele falou algo que me deixou pensativa.
– Se for assim, o Harry também seria talentoso.
– Claro que não, o Potter é apenas irritante. Escute o que eu digo, ele quer que você seja boa em poções.
– Queria me jogar do alto da torre de astronomia agora.
– Quanto drama! Você vai conseguir. – Ele falou revirando os olhos e bagunçando meu cabelo.

Capítulo 20 – Detenção


Chegamos no salão comunal e eu ignorei todo mundo e fui direto para o meu antigo quarto. Eu estava tendo um dia horroroso, Snape acabou com ele. Enquanto me arrumava para finalmente mudar para meu novo quarto de monitora eu ouço a porta se abri com tudo.
Uma Parkinson extremamente irritada e uma Greengrass desesperada aparecem na porta.
– Sua vadia! – Ela me pegou pelas costas puxando meu cabelo. Nem tive tempo de reagir.
– Pansy! Pare com isso! – Dafne tentava pará-la.
– Como ousa pegar o MEU cargo de monitora? – Eu estava tentando me soltar já começando a me irritar com aquela garota. Consegui empurrá-la na parede fazendo ela me soltar.
– Seu cargo de monitora? – Eu gargalhei. – Não tenho tempo para seus draminhas hoje, Parkinson.
E ela veio para cima novamente, mas dessa vez eu consegui ver ela. Dei-lhe um tapão na sua cara que a deixou mais puta e a peguei pelos cabelos, ela colocou a mão nos meus novamente. Se é briga o que ela queria, era o que iria ter!
Daí em diante estávamos nos atacando fisicamente com uma Dafne e uma Sophie desesperadas pelo quarto.
– E ainda por cima, me afastou do Draco... – ouvi ela resmungando. Ah então era isso, a verdade veio à tona. Ela já não estava me suportando a dias, a monitoria só foi a cereja do bolo.
Então minutos depois estávamos no chão, consegui me soltar dela e ficar em pé. Antes que percebesse, já estava fora do dormitório, ela veio com raiva para cima de mim novamente, mas Nott entrou no meio interferindo e a empurrando. Grande erro, porque eu já estava sem minha razão.
– Flipendo! – Saquei minha varinha e falei em direção a Nott que foi arremessado em seguida.
– Aurora! – Ouvi Malfoy gritando meu nome. O ignorei. Havia uma multidão de sonserinos vendo essa cena.
– Você vai descobrir que mexeu com a pessoa errada. – Falei irritada para ela.
– É o que vamos ver! – Ela me desafiou puxando sua varinha do outro lado do corredor – Abeo! – Lancei protego antes que o feitiço dela me atingisse.
– Como ousa? – Perguntei indignada. O feitiço poderia causar uma dor horrível de queimaduras. – Conicio! – Dessa vez acertei fazendo ela tropeçar nos seus tornozelos e largar sua varinha no chão. – Sorri debochada.
– Incend.... –
Expelliarmus. – O professor Snape chegou me desarmando na hora, evitando uma possível tragédia. Minha varinha voou para longe. – Senhorita Selwyn e Senhorita Parkinson o que acham que estão fazendo? É proibido duelar na escola e principalmente dentro do salão comunal!
– Ela quem começou! – Reclamei.
– Srta Selwyn! Você como monitora além de entrar em uma briga e duelo, ainda ousou tentar lançar incêndio nos corredores dos dormitórios. – Permaneci em silêncio. Ele estava certo, me esqueci que eu era monitora.
– Cinquenta pontos serão tirados de cada uma. – Ele falou irritado, mas com a cara fria de sempre. – As duas estão de detenção. – Ele aproximou de mim e estendeu a mão – Seu distintivo de monitor me dê. – Ele ordenou. – E você estará fora da monitoria por uma semana. – Olhei para ele incrédula e percebi por de trás dele a Parkinson sorrindo arrogantemente. Eu tive que me segurar mais uma vez para não lançar uma maldição nela.
Ela fez de propósito para eu perder meu distintivo.
– Levem o Sr. Nott para a enfermaria e vocês se dispersem.
– Não, eu estou bem na verdade. – Percebi Theodore já de pé ali depois de ter sido lançado. Observei pela primeira vez a multidão por ali observando tudo, apesar de estar envergonhada mantive minha postura como fui ensinada.
– Depois do jantar, na minha sala. Srta Selwyn. – Snape me olhou friamente e saiu dali junto com a maioria dos alunos.
– Isso foi um duelo bem intenso. – Zabini comentou.
– Desculpe por aquilo, Theo. – Falei.
– Tudo bem, foi bom que me lembrou de pensar duas vezes antes de te irritar. – Ele riu.
– Você não se ajuda, Selwyn. – Malfoy finalmente falou algo.
– E você? Por que não me impediu? Isso é sua culpa! – Reclamei.
– Eu tinha acabado de chegar e não queria ser lançado que nem o Nott. E por que isso é minha culpa?
– Você é um monitor! Além do mais, a Parkinson veio me agredir por ciúmes.
– Como se sente Malfoy, de ter duas garotas brigando por você? – Nott começou com as piadas.
– Eu estava me defendendo! Não queira que eu lance outro feitiço em você, Nott. – Falei começando a me irritar.
– Tudo bem, vamos acalmar os nervos não? Aurora, se você acabar se metendo em mais confusão a coisa vai ficar pior. – Suspirei tentando controlar meus nervos.
– Hoje não é o meu dia. – Reclamei.
– Você precisa ir à enfermaria. – Zabini falou me observando.
– Estou tão ruim assim?
– Ela ficou pior. – Nott falou sorrindo. Sai dali me despedindo dos meninos e fui ao banheiro dos monitores que era mais perto. Suspirei pesadamente quando me vi no espelho.
Estava com o cabelo bagunçado, alguns cortes pequenos no rosto e na minha boca. Minha testa tinha um corte mais profundo e estava começando a sangrar mais do que deveria.
Fui em direção a enfermaria arrancando olhares curiosos de outros alunos, encontrei Nick no meio do caminho.
– O que houve com você? – Ele falou assustado.
– Apenas uma briga. Eu estou bem.
– Isso é novidade. – Ele riu.
– Preciso ir para a enfermaria, a gente se fala depois. – Continuei andando sentindo minha testa ainda sangrar.
Assim que cheguei na enfermaria vi a vaca da Pansy já por lá. Uma curiosidade me bateu para saber como ela estava. Madame Pomfrey estava enfaixando suas costelas, e foi a coisa mais prazerosa que eu senti hoje. Então ela tinha quebrado... É como o Nott falou, ela estava pior que eu.
Nos encaramos e Madame Pomfrey logo cortou.
– Senhoritas, aqui na enfermaria quem manda sou eu então não quero ver nenhum tipo de briga com meus pacientes. – Ela avisou. – Senhorita Selwyn sente–se na última cama por favor.
Fiz o que ela mandou e fiquei na parte que eu não a veria de jeito nenhum.
– Espero que seja a última vez que eu te vejo esse ano, querida.
– Eu duvido muito. – Sorri.
– Vamos dar uma olhada em você. – Ela falou me observando da cabeça aos pés apontando sua varinha. – Episkey! – Senti alguns ferimentos não doerem mais. – Seu caso é simples. Só preciso fazer um curativo em sua testa e pegue essa poção. A partir de amanhã venha pegá-las por três dias certo? Ela te ajudará na cicatrização.
Peguei a poção de sua mão e bebi. Já estava familiarizada com ela. – Tudo bem. – Respondi. – Obrigada Madame Pomfrey!
Sai de lá plenamente sem olhar pra Pansy que ainda me fitava.
x


A noite chegou e eu já estava em direção a sala do professor Snape. Era hora da minha detenção, seja ela qual for. Bati na porta e ouvi um “Entre”, entrei desanimada e fui até sua escrivaninha.
– Srta Selwyn, pelo menos não se atrasou como nas aulas. – Ele olhou para o relógio. – Vamos ao que interessa. Sua detenção. – Ele se levantou e me pediu para segui-lo.
Subimos muitas escadas para chegarmos à sala de troféus, eu já estava cansada.
– Vai passar duas horas limpando a sala de troféus. Sem magia alguma.
– Tudo bem. – Falei sem muito reclamar. A vassoura e os panos já estavam ali me esperando.
– Duas horas. – Ele lembrou. Fez um feitiço e colocou um alarme perto dali. – Não tente me enrolar, boa sorte. – Ele saiu me deixando ali sozinha. Ou era isso que ele achava.
– Não queria esssstar no seu lugar. – Titã logo apareceu.
– Fazer o que... Vou começar a limpar isso logo.
A sala de troféus era enorme, praticamente eram todos os prêmios que os alunos antigos e atuais ganharam ao longo da vida acadêmica. Imaginei se seria legal algum troféu com meu nome por ali. Enquanto limpava, observei que continha uma lista de monitores e monitores chefes, me fazendo ficar mais animada. Estava ali os prêmios de Tom Riddle que incrivelmente era muitos, um aluno exemplar. Passei meus olhos para parte de quadribol, interessada demais. Vi o prêmio de melhor apanhador ser da sonserina, Regulus Arcturus Black, 1977. Notei também o nome do pai do Harry por ali. Na parte da lufa–lufa vi o nome de Cedrico Diggory. Sorri orgulhosa que seu nome sempre será lembrado como o melhor apanhador da lufa–lufa e um dos campeões do torneio tribruxo.
– Que tal começççar a ganhar troféussss também? – Titã perguntou. – Vejo que está interessada.
– Sim, acho que vou começar a fazer isso. Começando por ser monitora e artilheira de quadribol.
– Você vai conssseguir! – Ele falou.
– Titã, tenho uma pergunta. Você já ouviu falar em um tal de Ominus Gaunt? – Ele estava sobrevoando inquieto, quando ouviu o nome parou parecendo congelar. – Pelo visto sim.
– Claro... Ele foi o primeiro a conssssegui me invocar. – Ele revelou para minha surpresa.
– O que sabe sobre ele?
– Era um garoto da família Gaunt, lembro dele comentar ssssobre sua tia Noctua que desapareceu. Ele não gosssstava das artes das trevas por causa de algumas coisassss que sssua família fazia. Um dosssss únicos que optou por sssseguir o caminho do bem, porém teve que ssssse livrar do seu sssssobrenome para isso. Minha função maior era guiar ele na sssssua vida, poisss ele não enxergava.
– E em que ano isso aconteceu?
– Ele entrou em Hogwarts em 1886 maisss ou menosss.
– Você é muito velho, Titã! – Falei impressionada. – Foi bom te perguntar então, irei à biblioteca para saber mais sobre a família Gaunt. – Ele do nada sumiu rapidamente.
– Com quem está falando? – Malfoy surgiu na sala. Arregalei os olhos, essa foi quase.
– Ninguém, comigo mesma... – Ele estreitou os olhos desconfiado.
– Você vive falando sozinha as vezes quando eu te encontro. – Eu ri sem graça.
– É bom falar sozinho, não é? Melhor do que ficar aqui sem som algum. – Falei enquanto na mesma hora o alarme tocou. Finalmente aquilo acabou.
– O professor me mandou vir te ver, pelo visto está tudo certo.
– Você ainda vai ter a coragem de me sabotar?
– Depende do que estava fazendo... – ele zombou. Arrumei as coisas antes dele me acompanhar para o dormitório.

Capítulo 21 – Ominus Gaunt


No outro dia tivemos aula de adivinhação, feitiços e estudo dos trouxas. Mas dessa vez estava ansiosa para os testes de quadribol. Assim que acabou a última aula e fui correndo para o banheiro colocar o uniforme. E como eu iria chegar atrasada se fosse a pé, apelei para a vassoura.
Apesar de ser proibido voar, a gente tinha permissão a partir do quinto ano de voar pelos arredores de Hogwarts. E assim eu cheguei no campo pela surpresa de todos.
– Pensei que ia chegar atrasada, Selwyn. – Zabini logo falou.
– Não mesmo. – Falei enquanto pousava. Percebi que tinha mais de cinco pessoas para fazer o teste para artilheiro com apenas uma vaga.
– Já que todos estão aqui vamos começar. Simularemos igual a um jogo normal, porém dessa vez vocês terão que correr de todos os nossos, precisaram desviar dos balanços, e ficar com a gole o tempo todo até conseguir fazer o máximo de pontos possíveis durante 20 minutos. – Assim que ele terminou de falar todos do time se posicionaram em suas vassouras já no ar.
– Irei chamar um por um. Selwyn você irá ser a última, já que também chegou por último. – Ele avisou e eu assenti. Enquanto demorava para todos passarem eu já estava ficando ansiosa.
Eu sou muito competitiva então se eu perdesse iria entrar em depressão, mas pelo que tenho observado dos últimos alunos eles eram lentos. Ao menos treinando para fazer os testes de apanhadora me deu velocidade.
E finalmente chegou minha vez quando Zabini deu o último apito para o penúltimo competidor. A hora era agora! Lembrei dos meus treinamentos com a Gina e fiquei confiante.
Peguei minha vassoura e me posicionei onde a artilharia ficaria no começo do jogo. Assim que Zabini apitou novamente, um ajudante dele lançou a gole para o alto, começando a partida. Voei rapidamente e alcancei a bola.
Vi Zabini e Montague vir em minha direção com todo gosto possível. Montague era grande e conseguia colocar medo na maioria dos jogadores. Não comigo.
Ganhei velocidade e tentando não chegar no aro direto para o caso de outros jogadores estarem preparados, assim fiz facilmente os primeiros pontos. Outra vez a Gole foi jogada, mas dessa vez a goleira Bletchley foi autorizada a defender o aro, dificultando mais. Malfoy rapidamente pegou a gole o que me frustrou. Ele era o mais rápido do time e o que me dava trabalho.
Fui seguindo-o e sem muito cuidado empurrei ele da vassoura fazendo ele soltar a bola. Desci conseguindo a posse da bola novamente.
Bole e Davis entraram em cena tentando me prender entre eles, quando eles tentaram novamente, subi minha vassoura. Eles se bateram entre eles e fui em direção ao aro mais uma vez. Bletchley pensou que eu ia apenas jogar a bola então foi com tudo, mas consegui jogá-la para cima e no momento que a goleira passou para o outro lado, eu rodei pegando impulso e fazendo com que eu jogasse a bola com a traseira da vassoura, fazendo mais pontos.
No final já perdi as contas de quantos pontos eu fiz, estava concentrada em voar o mais rápido para pegar os goles. No último minuto, todos vieram pra cima de mim em formação, e acho que fizeram de propósito porque com os outros isso não aconteceu.
Senti eles baterem em mim e nisso eu quase cai da vassoura. Joguei a bola o mais longe possível, ainda pendurada apenas pelas mãos na vassoura. Subi rapidamente enquanto via todos irem em direção a bola. Fui rapidamente no encontro de todos empurrando e abrindo espaço entre eles. Peguei a Gole e fiz uma manobra subindo com toda a força que eu poderia. Dei um looping quando os batedores tentaram me pegar de novo. Malfoy estava ao meu lado tentando pegar a Gole, troquei de braço e fiquei de cabeça pra baixo quando eu vi que estava chegando perto do aro e foi assim que fiz mais um ponto.
A goleira da sonserina era boa, mas eu era mais rápida. Ela me deu um sorrisinho. Ouvi o apito do Zabini finalizando o teste.
– Você é boa, Selwyn.
– Obrigada! – Respondi e olhei para Malfoy. – Engoliu meu vento? – Ele riu.
Fomos chamados para pousar. Zabini pegou o papel de seu ajudante que eu não sabia o nome. Era hora do resultado.
– Isso está correto? – Ele perguntou para seu parceiro.
– Sim.
– O segundo lugar ficou com Clifford com 40 pontos e o primeiro lugar garantindo a vaga de artilheiro com 70 pontos em 20 minutos de partida ficou com Selwyn. – Ele falou o resultado e eu dei o meu maior sorriso, eu havia conseguido. Me segurei para não demonstrar animação demais.
Todos do time me parabenizaram e ficaram contentes com minha seleção. Esperei quase todos se retirarem dali para eu deixar de me controlar. Eu me virei sabendo que Malfoy ainda estava ali e dei um gritinho correndo até ele.
Ele riu da minha reação e estendeu seus braços para me receber. Dei um pulo e me pendurei nele em um abraço. Eu estava pensando direito? Talvez não, mas me deu vontade de fazer.
– Eu consegui! – Gritei feliz e desci rapidamente.
– Você foi ótima! Como eu sempre soube que seria. – Ele falou. Dei uma batidinha em seu ombro.
– Obrigada por me indicar. Agora sou do time de quadribol da sonserina!
– Mais tarde o time irá te receber melhor. Essa semana teremos jogo também, será contra corvinal.
– Meu Deus, mal comecei. – Falei enquanto voltamos ao castelo. O time ainda estava no caminho e Malfoy logo se aproximou se apoiando em Zabini. Vendo-o de longe e analisando bem, o uniforme de quadribol deixava ele mais bonito que normalmente.
– Vamos, Selwyn! Não fique para trás, você também faz parte do nosso time agora. – Zabini me chamou. Talvez tenha sido uma ótima ideia se juntar ao novo time da sonserina.
Voltei para comunal para tomar um banho e descansar. Foi uma manhã intensa. No almoço combinei com Yumi para nos encontrarmos na biblioteca, ela falou sobre ter achado algo.
Assim que pus os pés na biblioteca, alguém me puxa pelo colarinho. Yumi me levou rapidamente até a sessão restrita.
– Como conseguiu autorização? – Perguntei a Yumi.
– McGonagall quem me deu. E você precisa ver o que achei. – Ela falou pegando um livro, sobre história da magia no capítulo sobre famílias puro–sangue.
“A Família Gaunt era uma das famílias mais tradicionais do mundo da magia, além de ser muito vaidosa, ainda mais em questão de puro sangue. Eles tinham o hábito de se casar entre primos, além de serem descendentes de Salazar Sonserina. Eles já foram uma família rica e poderosa, mas nos anos 20. Eles moravam na aldeia de Little Hangleton.”
– Isso é interessante, mas ainda não revela tudo sobre o que eu quero saber.
– Acha que tem algo no scriptorium? – Ela perguntou.
– Possivelmente. Titã me contou que ele foi aluno de Hogwarts.
– Então ele pode ter descoberto sobre o scriptorium também. Precisamos voltar lá, lembra onde era?
– Sim, vamos lá então. Hoje à noite. – Concordei e assim saímos da biblioteca.
Mais tarde nós quatro fomos para o scriptorium, atualizamos os meninos sobre tudo. O corredor estava vazio, todos pareciam estar no salão principal jantando, então aproveitamos.
Acessei a sala com língua de cobra que eu tinha visto antes e entramos no scriptorium.
– Uau! – Ouvi Erik exclamar. – Isso é fantástico!
– Certo, não podemos demorar muito por aqui. Vamos achar pergaminhos que nos ajude a descobrir sobre os Gaunt’s ou sobre Ominus. – Falei indo em direção às estantes.
Nicholas teve a ideia de lançar um feitiço para limpeza, já que havia muita poeira por ali. Então a sala estava quase novinha novamente, sem teias de aranha e poeira. Ficamos algum tempo folheando livros e pergaminhos, quando se ouve a voz de Erik.
– Acho que tem algo por aqui. – Ele empurrou a estante e viu alguns papeis escritos.
“Eu estou tentando falar para ele, é perigoso demais começar a experimentar as artes das trevas. Ela te faz levar até você não conseguir sair mais.
Sebastian insiste em procurar algo, depois dele e do novo aluno descobrirem sobre o scriptorium, ele quer salvar sua irmã que está sob uma maldição ancestral, mal ele não entende.
Minha tia Noctua morreu dentro do scriptorium de Slytherin e foi terrível ver os seus ossos por ali.
Eu testemunhei minha família ser quase aniquilada por mexer com magia negra. E somente eu e minha tia Noctua, pensamos iguais. Eles acham que os puros sangues são os melhores, principalmente por sermos descendentes de Salazar Slytherin. Meu irmão Marvolo lançou a maldição cruciatus em mim, porque eu não queria ser obrigado a lançar nos trouxas, mas no final acabei cedendo e isso é uma vergonha que carrego para sempre. – Ominus Gaunt.”

“Eu sabia que isso ia acontecer, Sebastian usou a maldição da morte em seu tio e agora se alguém souber ele será preso e expulso de Hogwarts.
Eu espero que ele tenha aprendido a lição. – Ominus Gaunt”

“Hoje é meu último ano em Hogwarts e voltei a esse maldito scriptorium para apenas deixar uma carta para um sonserino, ou melhor, um herdeiro.
Magia das trevas são horríveis, espero que você que esteja lendo não tenha sido sucumbido por elas e nem tenha esse desejo.
Fui expulso da minha família por não compartilhar desse pensamento, então... irei trocar meu sobrenome para Selwyn, assim poderei viver em paz e sem o peso do sobrenome Gaunt.
Espero dia melhores para o futuro herdeiro de Slytherin que tem a mesma linha de pensamento e se possível tente quebrar esse maldito ciclo. – Ominus Selwyn”

– Isso é o que procurava? – Nick perguntou e eu assenti.
– Então era isso, não fala muito sobre a família do Gaunt, mas está claro sobre sua ascendência. São provas que você é realmente herdeira de Slytherin. – Yumi falou sorrindo.
– Então... minha família sempre foi problemática por isso. – comentei tentando assimilar tudo. – Titã comentou que ele não enxergava, como ele escreveu uma carta?
– Você às vezes esquece que vivemos em torno de magia, Aurora. – Erik falou.
– Hmm, verdade.
– Eu arriscaria dizer que talvez Dumbledore possa ter algumas respostas a mais. – Nick falou enquanto encostava em algo.
– Bom, acho que é melhor voltarmos. Passamos horas aqui e podem dar nossa falta. – Falei ajeitando as coisas. – Obrigada por vocês me ajudarem com isso.
– Pode chamar sempre que quiser, sua família é muito mais interessante que a minha. – Erik falou.
Deixamos o scriptorium sem muita dificuldade e seguimos para nossos salões comunais.
x


No outro dia era fim de semana, eu, Gina, Hermione e Yumi decidimos nos reunir perto do lago enquanto estudávamos algo de herbologia antes de irmos a hogsmeade. Era bom passar o dia com apenas meninas de vez em quando.
– Gina, esqueci de te avisar. Entrei para o time! – Falei animada e ela soltou um grito vindo me abraçar.
– Claro que ia entrar, foi treinada por mim! – Ela se elogiou me fazendo rir. – Parabéns Aurora! Espero entrar para o time em breve também.
– Não vai contar para ela, Gina? – Yumi do nada perguntou enquanto folheava um livro com Hermione – Acho que ela precisa saber...
– Saber do quê? – Levantei uma sobrancelha questionando. Hermione riu. – Que isso? Por que todas tão sabendo de algo que eu não sei?
– É que... bom Erik e eu estamos conversando. – Ela falou envergonhada.
– Mentira! Eles estão ficando mesmo. – Yumi entregou. – Não se faça de sonsa Weasley.
– Espera, isso é sério? – Eu sorri.
– Sim, espero que não se importe.
– Por que me importaria? O Erik é um cara legal.
– Bom, eu vi o que aconteceu no baile de inverno do ano passado. – Agora tudo fazia sentido. – Então se vocês tiveram algo, pode ficar um constrangimento.
– Como? – Perguntei gargalhando. – Eu nunca tive nada com o Anker, Gina. Naquele dia foi uma confusão, eu nem sabia que ele gostava de mim.
– Nunca? Mas pareceu... Apesar de você ter beijado o Harry. – Ela falou.
– E eu ia ficar com dois ao mesmo tempo?
– Poderia. – Ela falou arrancando uma risada de Yumi.
– Claro que não! Além do mais aquilo com o Harry foi bobeira. Lembre–se disso.
– Tudo bem, não estou mais ligando para ele. Hermione abriu bem os meus olhos.
– Mas ainda gosta dele, não é? – Perguntei curiosa.
– Estou superando. – Ela falou confiante. – Meu foco agora é o amigo de vocês. Como nunca pegaram o Anker e o Smith antes?
– São só nossos amigos. – Falei e vi Yumi tentando desconversar. Ela era um livro aberto para mim, algo aconteceu. – FALE! – ordenei.
– O que?
– O que foi que não me contou Rizzi? – Perguntei me aproximando dela.
– Nada ué.
– Ela e o Smith se pegaram na festa dos lufanos. – Hermione falou como se fosse algo normal.
– O QUÊ? – Fiquei em choque. Gina arregalou os olhos. – Como você pode me esconder isso?
– Obrigada Hermione! Isso era pra ser um segredo entre eu e ele.
– Já deixou de ser um segredo quando fizeram isso na frente de todo mundo. – Ela riu.
– Eu estava lá, não entendo por que não vi.
– Você estava conversando com o Dig-gory. – Hermione percebeu o que falou e travou.
– Tudo bem, estou tranquila sobre isso.
– Falando nisso, deve ter sido difícil as férias, não é? – Ela perguntou fechando o livro.
– Sim, tive muitos pesadelos sobre aquele dia, mas algo me ajudou. – Falei tentando não revelar o fato que Malfoy me ajudou.
– Que bom, foi realmente difícil.
– Hermione, como está o Harry? – Perguntei me lembrando da última aula de DCAT.
– Terrível! Está irritante, recentemente até mandou eu e o Rony calar a boca.
– Ele deve andar estressado com tudo que a escola está falando sobre ele, e o ministério pegando no seu pé. – Gina comentou.
– Falando nisso, dei ideia a ele sobre criarmos um grupo já que a Umbridge não irá nos ensinar a nos defender. E o Harry iria ensinar, mas ele ainda está dificultando para aceitar. – Hermione começou a falar. – Se isso for realmente acontecer o que acham de entrar?
– Isso é uma ideia maravilhosa! Eu com toda certeza estarei dentro.
– Treinar com Harry Potter? Isso é totalmente um sim. – Yumi falou.
– Eu e Gina estávamos pensando em um nome. Armada Dumbledore!
– A.D. Eu gostei! – Sorri.
Depois de um tempo, fomos para Hogsmeade nos divertir entre garotas com mais fofocas. À noite fiquei sabendo sobre o novo decreto colocado pela Professora Umbridge na parede. Decreto de educação 24: proibição da existência de organizações, sociedades, clubes, times e grupos de estudantes nas proximidades da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.
Fiquei indignada, como ela poderia fazer isso. Ao menos fiquei sabendo que a sonserina tinha autorização para jogar quadribol, senão eu ia matar essa professora. Acabei de entrar no time como ela ousaria?
Ainda na mesma noite, fiquei estudando poções com Malfoy, como havia pedido a ele. Eu daria meu máximo para conseguir o que o professor queria.

Capítulo 22 – Armada de Dumbledore


No domingo fiquei sabendo que uma reunião iria acontecer a tarde da Armada Dumbledore e seria em segredo devido ao decreto. Iria acontecer no cabeça de javali. Convidei meus amigos para irmos, tentamos não chamar muita atenção já que não podíamos mais ficar juntos porque a partir de três ou mais pessoas já era considerado uma organização. Uma palhaçada!
Estávamos a caminho de Hogsmeade novamente e entramos no cabeça de javali. Era um bar menor do que os três vassouras, mas o local não era bem frequentado, mas era o que tínhamos. O trio de ouro já estavam presentes.
– Olá Harry. – Ele sorriu assim que me viu.
– Aurora, que bom que veio!
– Bom, o resto da minha organização está chegando também. – Falei sarcástica ouvindo Yumi rir atrás de mim.
– Isso é ótimo! – Ele falou. Me sentei em um dos bancos que tinha ali e percebi alguns rostos conhecidos. Longbottom, Lovegood, Cho, os irmãos Creevey, Finnegan, Macmillan, Thomas, Brown, Goldstein que era o monitor da corvinal, Abott, Gêmeas Patil, Weasleys, Johnson, Bell, Bones e mais uma porrada. Harry era sensacional! Notei que era somente eu da sonserina, ri sozinha com isso. Smith e Anker foram os últimos a entrar no bar. Dando início a reunião.
As perguntas foram respondidas, mas Harry mostrou que era sério o suficiente para montar um grupo de defesa contra as artes das trevas. Ele sugeriu que colocássemos nossos nomes num pergaminho para quem quiser entrar para AD. Eu fui a última da fila e olhei muitas vezes antes de assinar.
– Está tudo bem, Aurora? – Harry perguntou. – Você sabe, não precisa se inscrever se não quiser.
– Na verdade eu posso não assinar e participar do mesmo jeito? – Eu perguntei. – Desculpe Harry, mas isso é uma prova concreta e eu sendo da sonserina tenho mais medo de ser pega.
– Entendo... Posso fazer isso para você então. Nós nos conhecemos o bastante para confiarmos em você. – Ele sorriu amigavelmente.
– É por isso que você é o melhor. – Eu sorri apertando suas bochechas. Ele reclamou. – Fiquei sabendo que esse ano você está impossível. Tem certeza de que foi para casa certa?
– Eu estou apenas estressado. Muita coisa está acontecendo e eu tenho certeza de que sou da grifinória mesmo.
– Posso te dizer que já entrei em confusões esse ano que quase levaram de vez meu distintivo de monitora.
– Ah é verdade, Yumi me contou. – Ele falou. – Quer dizer que quase azarou uma colega? E eu sou o revoltado.
– Você é o revoltado, eu sou apenas uma sonserina. – Ele gargalhou. – Tenho uma ótima desculpa.
– Acho que se tivesse mais gente igual a você na sonserina, talvez não seria tão ruim ir pra lá.
– Concordo. – Hermione nos interrompeu me dando uma moeda.
– Aurora, a gente vai se comunicar pelo galeão. Assim que tivermos um dia e um horário a moeda vai dizer. Por enquanto estamos sem local, mas pensaremos num lugar em breve.
– Certo! Não vejo a hora de aprender com vocês. – Sorri e me despedi dos três voltando para o castelo com Yumi.
Uma semana tinha se passado desde meu castigo, então hoje o meu distintivo de monitora voltaria para mim. Fui encontrar o professor Snape animada.
– Entre! – Ele respondeu assim que bati na porta.
– Professor Snape, terminei meu tempo de castigo. Vim pegar meu distintivo de volta. – Ele me olhou apontando para meu broche em sua escrivaninha.
– Como anda os estudos? – Ele perguntou.
– Bem...
– Eu espero mesmo! Senhorita Selwyn, espero não te ver novamente arranjando confusão. – Ele avisou.
– Pode deixar, dessa vez eu ficarei quieta.
– Você ainda não sabe do que pode fazer... – Ele começou a falar sobre mim. – Mas existe uma grande fonte de poder dentro de você, só terá que saber como usá-la. Fiquei sabendo que quer ser mestre em poções. – Eu vou matar o Malfoy.
– É talvez...
– Então por que não deixa as besteiras de lado e se concentra nisso? Mais um conselho: É hora de não se aproximar tanto do Sr. Potter assim. – Ele falou a última frase um pouco sombria demais.
– Por causa da volta dele? – Perguntei. Ele se ajeitou na cadeira.
– Selwyn, essa luta não é sua.
– Ele foi o responsável pela morte do meu pai, professor. Essa luta é minha! Mas sei os meus limites... – Falei.
– Seu pai te protegeu da melhor forma. – Snape sabia que eu era afilhada dele, porque ele estava presente no dia. – Ele pode te matar se quiser, não seria uma palavra que manteria você viva. Então o melhor a se fazer é ficar quieta... Sei das suas aventuras sobre uma passagem secreta perto do salão comunal. Arregalei os olhos. Como ele sabia disso?
– Professor Dumbledore está de olho em você. – Ele respondeu parecendo adivinhar meus pensamentos. – Um dia vá falar com ele. Isso é tudo, está dispensada.
Essa foi minha deixa para não fazer mais perguntas. Eu estava tão confusa sobre tudo.
Hoje à noite era finalmente meu dia de monitoria com o Malfoy e esperava que fosse tranquilo.
Assim que deu o toque de recolher, fomos patrulhar. Eu andava dando pulinhos enquanto Draco me julgava atrás.
– Nunca vi uma pessoa feliz porque vai patrulhar. – Ele falou.
– Eu fiquei uma semana sem nem começar a fazer isso, óbvio que eu estou feliz! A Parkinson quase me fez perder meu distintivo, tenho que dar valor. – Falava enquanto passamos por uma estátua que se mexeu do nada me fazendo levar um susto grande e cair no chão. Minha varinha de Slytherin que até então estava nas minhas vestes caiu nas escadas.
E nesse momento eu falei língua de cobra sem querer e invoquei titã na frente de Draco. Agora foi a vez dele tomar um susto quando viu o espectro dele na nossa frente.
– O QUE É ISSO? – Ele perguntou chocado e eu suspirei pesadamente vendo a merda que tinha feito.
– O pirralhooo? – Titã estava confuso. A varinha voltou magicamente para minhas vestes. Nem sabia que isso poderia acontecer.
– ELE FALA?
– Fale baixo, Malfoy! Esse é o Titã, meu protetor. – Os dois se olharam estranhos.
– Então era com ele que você falava sozinha pelos corredores.
– É isso.
– O que ele é? – Ele perguntou e Titã apareceu rudemente na sua frente o fazendo se encostar na parede se assustando novamente.
– Eu ssssou uma ssserpente. Não está vendo? – Eu ri.
– Tire ele daqui!
– Titã, pegue leve com ele. É a primeira vez...
– Ele nem deveria sssaber quem eu sssou. – Titã resmungou.
– É um fantasma de uma serpente?
– Quase isso. – Respondi. Mandei titã voltar para a varinha antes que mais pessoas o descobrissem.
– Isso é sobre ser a herdeira de Slytherin, não é? – Ele perguntou mais aliviado sem a presença de titã.
– Sim, ele veio com a varinha.
– Isso é loucura. – Do nada Titã apareceu novamente sem ser invocado. Porém dessa vez ele parecia ter esquecido Malfoy e olhou tenso para o final do corredor.
– O que foi? – Perguntei já meio tensa.
– Perigo, tem algo ali. Peguem as varinhas! – Ele falou e sumiu. Malfoy olhou para mim confuso. Saquei minha varinha ao ouvir barulhos de passos no final do corredor onde titã apontava o perigo.
Nós dois já estávamos em posição de ataque. Assim que vi um pé nada humano, aparecendo fora da sala eu já tinha imaginado o que era. Recuei para perto de Draco segurando suas vestes, mas ainda com a varinha em mão.
Depois vimos claramente o bicho andar devagar em posição quadrúpede e subir ficando apenas com duas no chão.
– O que um lobisomem está fazendo dentro do castelo? – Perguntei baixinho apavorada. – Ele nos encarou notando a nossa presença.
– Não é um lobisomem. É um bicho-papão! – Malfoy falou tenso. – E é o seu medo, precisa lançar o feitiço assim que ele se aproximar. – Ele me observou por um breve momento. Eu estava morrendo de medo, mas precisava fazer isso.
O bicho papão veio correndo em nossa direção.
Riddikulus! – Deixei o meu medo de lado imaginando o lobo do chapeuzinho vermelho com as roupas da vovó. Assim que ele mudou de forma eu não consegui segurar minha risada. Ele tinha até uma bolsinha rosa... Draco riu. O bicho-papão no final desmaterializou.
– E aquela cara de sapo ainda diz que não precisamos aprender a usar feitiço de defesa... Graças ao professor Lupin estamos bem.
– Tem um ponto. Precisamos relatar isso ao monitor chefe. – Ele falou e fomos em direção a sala dos monitores.
Depois da nossa patrulha finalmente fomos dormir. Dessa vez tive sonhos bem estranhos.
Estava em um lugar estranho, era um campo aberto e uma criança aparecia ao redor de duas cobras enquanto brincava. Seus olhos azuis brilharam quando olhava para mim. Fui puxada como se tivesse levado um soco no estômago e agora via outra cena. O ministério sendo invadido por comensais. Depois tudo mudou para outro lugar, uma maldição da morte foi lançada em uma pessoa. Não sabia quem era. O rosto de Voldemort me fez acordar assustada.
Como eu poderia saber quem ele era se eu nunca tivesse visto? Mas era claramente ele. Não consegui dormir muito depois disso, o sonho parecia real demais. O sentimento da morte estava me rondando novamente, mas dessa vez eu não sabia quem.
– O que significa sonhar com criança e cobras? – Perguntei pra Yumi enquanto tomávamos nosso café da manhã.
– Bom, dizem que crianças são alegria, pureza e cobra é fertilidade e força vital. Eu interpretaria como um período próspero e favorável, no qual as oportunidades te beneficiarão.
– Faz sentido... mas e se eu sonhar com a morte de alguém. Especificamente por você–sabe–quem dentro do ministério.
– Tá bom. – Yumi falou me encarando. – Isso aí já está em um nível maior. Não acha que é melhor falar com alguém mais experiente? O professor Snape talvez? Ou até Dumbledore. Se for a mesma coisa que me contou sobre o que aconteceu ano passado, eu achava melhor contar para algum deles. – Ela falou e eu me lembrei do que Snape me disse.
– Talvez eu faça isso mesmo. – Falei perdida em meus pensamentos.
Ouço Erik e Nick se aproximarem eufóricos.
– Precisamos conversar. Achamos a outra sala! – Erik falou. Nos entreolhamos sabendo do que ele estava falando. Nos levantamos rapidamente e acompanhamos eles, tentando não ficar muito perto por causa do decreto.
– Como conseguiu? – Yumi perguntou.
– A fantasma da comunal, a dama cinzenta. Que na verdade é Helena Ravenclaw. Ela me viu procurar aos arredores do salão comunal, já que eu percebi que a de Slytherin também ficava. Então ela falou para eu falar com aldrava de bronze em formato de águia. Então perguntei sobre o segredo de Rowena nesse castelo e ele me deu pistas.
– “Vinte passos ao oeste, descendo as escadas, vire à direita e dê mais 5 passos. Ache o símbolo da águia na parede e aperte. Apenas sangue Ravenclaw poderá acessar a sala secreta.” – Nick imitou.
– Conseguiram entrar? – Perguntei.
– Inacreditavelmente sim. – Erik respondeu pensativo.
– Ironicamente descobrimos ao mesmo tempo que Erik também é um herdeiro de um dos fundadores. – Nick falou. – Tivemos que usar o sangue dele para destrancar a porta.
– O que? – Perguntei chocada.
– Isso é coincidência demais! – Yumi exclamou.
– Podemos deixar pra entrarmos no fim de semana, o que acham? Menos pessoas no castelo. – Erik falou olhando para os lados.
– Sim, eu acho melhor também. Amanhã eu tenho jogo então as coisas vão ser caóticas. – Falei.
– Bom, então a gente se vê.
– É melhor irmos antes que demos de cara com a professora Umbridge. – Nick falou e os dois saíram.
Colin Creevy estava se aproximando e perguntou baixo se a gente já tinha olhado as moedas. Tinha esquecido do fato os galeões que Hermione falou. Coloquei a mão no bolso e lá estava o dia e horário para reunião. No fim de semana.
– Sala precisa. – Colin falou e saiu dali discretamente.
Os grifinórios tinham mais preocupação com a professora Umbridge do que eu então o pessoal da A.D. sempre andava cautelosos.

Capítulo 23 – Astutos, Orgulhosos e Ambiciosos


No domingo fiquei sabendo que uma reunião iria acontecer a tarde da Armada Dumbledore e seria em segredo devido ao decreto. Iria acontecer no cabeça de javali. Convidei meus amigos para irmos, tentamos não chamar muita atenção já que não podíamos mais ficar juntos porque a partir de três ou mais pessoas já era considerado uma organização. Uma palhaçada!
Estávamos a caminho de Hogsmeade novamente e entramos no cabeça de javali. Era um bar menor do que os três vassouras, mas o local não era bem frequentado, mas era o que tínhamos. O trio de ouro já estavam presentes.
– Olá Harry. – Ele sorriu assim que me viu.
– Aurora, que bom que veio!
– Bom, o resto da minha organização está chegando também. – Falei sarcástica ouvindo Yumi rir atrás de mim.
– Isso é ótimo! – Ele falou. Me sentei em um dos bancos que tinha ali e percebi alguns rostos conhecidos. Longbottom, Lovegood, Cho, os irmãos Creevey, Finnegan, Macmillan, Thomas, Brown, Goldstein que era o monitor da corvinal, Abott, Gêmeas Patil, Weasleys, Johnson, Bell, Bones e mais uma porrada. Harry era sensacional! Notei que era somente eu da sonserina, ri sozinha com isso. Smith e Anker foram os últimos a entrar no bar. Dando início a reunião.
As perguntas foram respondidas, mas Harry mostrou que era sério o suficiente para montar um grupo de defesa contra as artes das trevas. Ele sugeriu que colocássemos nossos nomes num pergaminho para quem quiser entrar para AD. Eu fui a última da fila e olhei muitas vezes antes de assinar.
– Está tudo bem, Aurora? – Harry perguntou. – Você sabe, não precisa se inscrever se não quiser.
– Na verdade eu posso não assinar e participar do mesmo jeito? – Eu perguntei. – Desculpe Harry, mas isso é uma prova concreta e eu sendo da sonserina tenho mais medo de ser pega.
– Entendo... Posso fazer isso para você então. Nós nos conhecemos o bastante para confiarmos em você. – Ele sorriu amigavelmente.
– É por isso que você é o melhor. – Eu sorri apertando suas bochechas. Ele reclamou. – Fiquei sabendo que esse ano você está impossível. Tem certeza de que foi para casa certa?
– Eu estou apenas estressado. Muita coisa está acontecendo e eu tenho certeza de que sou da grifinória mesmo.
– Posso te dizer que já entrei em confusões esse ano que quase levaram de vez meu distintivo de monitora.
– Ah é verdade, Yumi me contou. – Ele falou. – Quer dizer que quase azarou uma colega? E eu sou o revoltado.
– Você é o revoltado, eu sou apenas uma sonserina. – Ele gargalhou. – Tenho uma ótima desculpa.
– Acho que se tivesse mais gente igual a você na sonserina, talvez não seria tão ruim ir pra lá.
– Concordo. – Hermione nos interrompeu me dando uma moeda.
– Aurora, a gente vai se comunicar pelo galeão. Assim que tivermos um dia e um horário a moeda vai dizer. Por enquanto estamos sem local, mas pensaremos num lugar em breve.
– Certo! Não vejo a hora de aprender com vocês. – Sorri e me despedi dos três voltando para o castelo com Yumi.
Uma semana tinha se passado desde meu castigo, então hoje o meu distintivo de monitora voltaria para mim. Fui encontrar o professor Snape animada.
– Entre! – Ele respondeu assim que bati na porta.
– Professor Snape, terminei meu tempo de castigo. Vim pegar meu distintivo de volta. – Ele me olhou apontando para meu broche em sua escrivaninha.
– Como anda os estudos? – Ele perguntou.
– Bem...
– Eu espero mesmo! Senhorita Selwyn, espero não te ver novamente arranjando confusão. – Ele avisou.
– Pode deixar, dessa vez eu ficarei quieta.
– Você ainda não sabe do que pode fazer... – Ele começou a falar sobre mim. – Mas existe uma grande fonte de poder dentro de você, só terá que saber como usá-la. Fiquei sabendo que quer ser mestre em poções. – Eu vou matar o Malfoy.
– É talvez...
– Então por que não deixa as besteiras de lado e se concentra nisso? Mais um conselho: É hora de não se aproximar tanto do Sr. Potter assim. – Ele falou a última frase um pouco sombria demais.
– Por causa da volta dele? – Perguntei. Ele se ajeitou na cadeira.
– Selwyn, essa luta não é sua.
– Ele foi o responsável pela morte do meu pai, professor. Essa luta é minha! Mas sei os meus limites... – Falei.
– Seu pai te protegeu da melhor forma. – Snape sabia que eu era afilhada dele, porque ele estava presente no dia. – Ele pode te matar se quiser, não seria uma palavra que manteria você viva. Então o melhor a se fazer é ficar quieta... Sei das suas aventuras sobre uma passagem secreta perto do salão comunal. Arregalei os olhos. Como ele sabia disso?
– Professor Dumbledore está de olho em você. – Ele respondeu parecendo adivinhar meus pensamentos. – Um dia vá falar com ele. Isso é tudo, está dispensada.
Essa foi minha deixa para não fazer mais perguntas. Eu estava tão confusa sobre tudo.
Hoje à noite era finalmente meu dia de monitoria com o Malfoy e esperava que fosse tranquilo.
Assim que deu o toque de recolher, fomos patrulhar. Eu andava dando pulinhos enquanto Draco me julgava atrás.
– Nunca vi uma pessoa feliz porque vai patrulhar. – Ele falou.
– Eu fiquei uma semana sem nem começar a fazer isso, óbvio que eu estou feliz! A Parkinson quase me fez perder meu distintivo, tenho que dar valor. – Falava enquanto passamos por uma estátua que se mexeu do nada me fazendo levar um susto grande e cair no chão. Minha varinha de Slytherin que até então estava nas minhas vestes caiu nas escadas.
E nesse momento eu falei língua de cobra sem querer e invoquei titã na frente de Draco. Agora foi a vez dele tomar um susto quando viu o espectro dele na nossa frente.
– O QUE É ISSO? – Ele perguntou chocado e eu suspirei pesadamente vendo a merda que tinha feito.
– O pirralhooo? – Titã estava confuso. A varinha voltou magicamente para minhas vestes. Nem sabia que isso poderia acontecer.
– ELE FALA?
– Fale baixo, Malfoy! Esse é o Titã, meu protetor. – Os dois se olharam estranhos.
– Então era com ele que você falava sozinha pelos corredores.
– É isso.
– O que ele é? – Ele perguntou e Titã apareceu rudemente na sua frente o fazendo se encostar na parede se assustando novamente.
– Eu ssssou uma ssserpente. Não está vendo? – Eu ri.
– Tire ele daqui!
– Titã, pegue leve com ele. É a primeira vez...
– Ele nem deveria sssaber quem eu sssou. – Titã resmungou.
– É um fantasma de uma serpente?
– Quase isso. – Respondi. Mandei titã voltar para a varinha antes que mais pessoas o descobrissem.
– Isso é sobre ser a herdeira de Slytherin, não é? – Ele perguntou mais aliviado sem a presença de titã.
– Sim, ele veio com a varinha.
– Isso é loucura. – Do nada Titã apareceu novamente sem ser invocado. Porém dessa vez ele parecia ter esquecido Malfoy e olhou tenso para o final do corredor.
– O que foi? – Perguntei já meio tensa.
– Perigo, tem algo ali. Peguem as varinhas! – Ele falou e sumiu. Malfoy olhou para mim confuso. Saquei minha varinha ao ouvir barulhos de passos no final do corredor onde titã apontava o perigo.
Nós dois já estávamos em posição de ataque. Assim que vi um pé nada humano, aparecendo fora da sala eu já tinha imaginado o que era. Recuei para perto de Draco segurando suas vestes, mas ainda com a varinha em mão.
Depois vimos claramente o bicho andar devagar em posição quadrúpede e subir ficando apenas com duas no chão.
– O que um lobisomem está fazendo dentro do castelo? – Perguntei baixinho apavorada. – Ele nos encarou notando a nossa presença.
– Não é um lobisomem. É um bicho-papão! – Malfoy falou tenso. – E é o seu medo, precisa lançar o feitiço assim que ele se aproximar. – Ele me observou por um breve momento. Eu estava morrendo de medo, mas precisava fazer isso.
O bicho papão veio correndo em nossa direção.
Riddikulus! – Deixei o meu medo de lado imaginando o lobo do chapeuzinho vermelho com as roupas da vovó. Assim que ele mudou de forma eu não consegui segurar minha risada. Ele tinha até uma bolsinha rosa... Draco riu. O bicho-papão no final desmaterializou.
– E aquela cara de sapo ainda diz que não precisamos aprender a usar feitiço de defesa... Graças ao professor Lupin estamos bem.
– Tem um ponto. Precisamos relatar isso ao monitor chefe. – Ele falou e fomos em direção a sala dos monitores.
Depois da nossa patrulha finalmente fomos dormir. Dessa vez tive sonhos bem estranhos.
Estava em um lugar estranho, era um campo aberto e uma criança aparecia ao redor de duas cobras enquanto brincava. Seus olhos azuis brilharam quando olhava para mim. Fui puxada como se tivesse levado um soco no estômago e agora via outra cena. O ministério sendo invadido por comensais. Depois tudo mudou para outro lugar, uma maldição da morte foi lançada em uma pessoa. Não sabia quem era. O rosto de Voldemort me fez acordar assustada.
Como eu poderia saber quem ele era se eu nunca tivesse visto? Mas era claramente ele. Não consegui dormir muito depois disso, o sonho parecia real demais. O sentimento da morte estava me rondando novamente, mas dessa vez eu não sabia quem.
– O que significa sonhar com criança e cobras? – Perguntei pra Yumi enquanto tomávamos nosso café da manhã.
– Bom, dizem que crianças são alegria, pureza e cobra é fertilidade e força vital. Eu interpretaria como um período próspero e favorável, no qual as oportunidades te beneficiarão.
– Faz sentido... mas e se eu sonhar com a morte de alguém. Especificamente por você–sabe–quem dentro do ministério.
– Tá bom. – Yumi falou me encarando. – Isso aí já está em um nível maior. Não acha que é melhor falar com alguém mais experiente? O professor Snape talvez? Ou até Dumbledore. Se for a mesma coisa que me contou sobre o que aconteceu ano passado, eu achava melhor contar para algum deles. – Ela falou e eu me lembrei do que Snape me disse.
– Talvez eu faça isso mesmo. – Falei perdida em meus pensamentos.
Ouço Erik e Nick se aproximarem eufóricos.
– Precisamos conversar. Achamos a outra sala! – Erik falou. Nos entreolhamos sabendo do que ele estava falando. Nos levantamos rapidamente e acompanhamos eles, tentando não ficar muito perto por causa do decreto.
– Como conseguiu? – Yumi perguntou.
– A fantasma da comunal, a dama cinzenta. Que na verdade é Helena Ravenclaw. Ela me viu procurar aos arredores do salão comunal, já que eu percebi que a de Slytherin também ficava. Então ela falou para eu falar com aldrava de bronze em formato de águia. Então perguntei sobre o segredo de Rowena nesse castelo e ele me deu pistas.
– “Vinte passos ao oeste, descendo as escadas, vire à direita e dê mais 5 passos. Ache o símbolo da águia na parede e aperte. Apenas sangue Ravenclaw poderá acessar a sala secreta.” – Nick imitou.
– Conseguiram entrar? – Perguntei.
– Inacreditavelmente sim. – Erik respondeu pensativo.
– Ironicamente descobrimos ao mesmo tempo que Erik também é um herdeiro de um dos fundadores. – Nick falou. – Tivemos que usar o sangue dele para destrancar a porta.
– O que? – Perguntei chocada.
– Isso é coincidência demais! – Yumi exclamou.
– Podemos deixar pra entrarmos no fim de semana, o que acham? Menos pessoas no castelo. – Erik falou olhando para os lados.
– Sim, eu acho melhor também. Amanhã eu tenho jogo então as coisas vão ser caóticas. – Falei.
– Bom, então a gente se vê.
– É melhor irmos antes que demos de cara com a professora Umbridge. – Nick falou e os dois saíram.
Colin Creevy estava se aproximando e perguntou baixo se a gente já tinha olhado as moedas. Tinha esquecido do fato os galeões que Hermione falou. Coloquei a mão no bolso e lá estava o dia e horário para reunião. No fim de semana.
– Sala precisa. – Colin falou e saiu dali discretamente.
Os grifinórios tinham mais preocupação com a professora Umbridge do que eu então o pessoal da A.D. sempre andava cautelosos.

Capítulo 24 – Um começo


Nessa noite tive mais sonhos estranhos e dessa vez com o Sr. Weasley sendo atacado por algo. Depois uma confusão na sala de astronomia envolvendo comensais. O sonho foi rápido porque acordei tentando me livrar do pavor que eu sentia. Isso estava me deixando ansiosa demais, e minha varinha estava começando a não responder direito.
No outro dia me levantei com algumas olheiras visíveis, aquela noite tinha sido péssima.
Assim que tomei café com Yumi eu tentei ficar calada o máximo possível, minha cabeça estava doendo. Piorou quando vi os novos decretos da professora Umbridge. Itens considerados sem valor educacional serão banidos, livros sobre trouxas e mestiços estão banidos, estudantes sendo vistoriados nos correios e meninos e meninas não podem ficar perto de 20 cm. Aquela mulher estava me irritando demais.
Fui para sala de poções estudar um pouco e lá encontraria Malfoy. Devia estar preocupada depois de tudo que aconteceu ontem, mas minha noite mal dormida me fez ficar mal–humorada e bloqueada de qualquer sentimento.
– Bom dia... – murmurei sentando–se na cadeira já vendo Draco por ali. Ele me observou estranhando meu humor e com certeza minha cara de cansada.
– Você está bem?
– Não, mas não tem muito o que fazer. Tive pesadelos e não consegui dormir. – Ele ficou em silêncio e inquieto. – Não foi nada que você tenha feito. – Complementei antes que ele pensasse bobagens. – Só coisas confusas que estão acontecendo...
– Hmm... deveria ir para a ala hospitalar depois.
– Estou pensando nisso, mas vamos ao que interessa. – Falei enquanto pegava o livro de poções. O professor Snape tinha aberto uma exceção para a gente para que usássemos a sala fora das aulas, mas deixou bem claro sobre os estoques. Tínhamos que anotar tudo que usamos e entregar a ele mais tarde.
Mais tarde fui à enfermaria porque estava sem condições nenhuma de assistir às aulas. Madame Pomfrey me deu uma poção do sono e que me fez dormir por um bom tempo.
X


Fim de semana chegou e com ela a primeira reunião da A.D. Eu estava empolgada para lançar feitiços, já que desde o começo do ano quase não pegamos nas nossas varinhas. Nunca tinha ido à sala precisa, estava um pouco tensa por não saber como achar.
Eu e Yumi fomos ao local que Colin tinha falado e uma porta apareceu magicamente. Entramos e todos estavam lá esperando o começo da reunião.
De início aprendemos o feitiço de desarmamento, mas como todos já estavam bem familiarizados partimos para a Maldição redutora. Minha varinha começou a não funcionar direito, me lembrei do que o Sr. Olivaras me falou ano passado sobre ela não gostar de conflitos internos.
Assim que nosso treino acabou, saímos sorrateiramente da sala e seguimos nossos caminhos.
– Aurora... – Titã falou meu nome na minha cabeça. – Eu acho que você deve encontrar Dumbledore. Ssssua cabeça está uma confussssão.
– Ele quem mandou você vir me chamar? – Perguntei irônica, às vezes não tinha paciência com Titã que sabia das coisas, mas só me falava na hora que ele queria.
– Claro que não! Eu tenho meussss instintosss, e o professssor Snape já falou com você.
– Me responda uma coisa, ainda não fiz a transferência de você para a varinha, como está ela?
– No momento, está essssstável.
– Isso é bom, não me deixe sem saber quando irá sumir ou eu te mato. – Ele gargalhou com a sua voz fina.
– Como se isso pudesssse acontecer. Mas não sssse preocupe, acho que ela vai aguentar por um bom tempo sssse não a usar.
Minutos depois eu estava em frente ao escritório de Dumbledore. Como eu iria entrar se eu não sabia a senha? Fiquei um bom tempo parada sem saber o que fazer, quando a professora Mcgonagall aparece. Graças a Merlimm!
– O que está fazendo aqui, senhorita Selwyn?
– Ahh hmm, queria ver o professor Dumbledore. O professor Snape me falou que ele queria me ver, porém ninguém me falou sobre a senha.
Fênix! – Ela falou e a grande estátua de grifo deu espaço a uma escada. – Me acompanhe. – Ela mandou.
Depois de subirmos as escadas paramos em uma porta a qual abriu sozinha.
– Professor Dumbledore! – Minerva cumprimentou. – Tinha uma senhorita perdida em frente ao seu escritório. – Dei um sorrisinho envergonhado.
– Professora McGonagall, Senhorita Selwyn, como é bom te ver. Se aproxime!
– Bom, irei deixá–los mais tarde volto. – A professora falou e se retirou dali.
Uma coisa é imaginar falar com o diretor de Hogwarts e outra coisa é conversar pessoalmente e em particular com ele. Eu o achava o maior bruxo de todos os tempos, ele quem derrotou Grindelwald.
– Não se acanhe, senhorita, sei que não combina com sua personalidade. – Ele falou atrás da sua mesa levantando–se as sobrancelhas.
– Ah–a, sim. – Pigarriei – O professor Snape falou que seria bom eu vir te ver.
– Sim, eu o mandei te observar e me passar informações. – Ele falou e eu fiquei surpresa.
– Por que professor?
– Sei sobre sua família, Senhorita. Suas linhagens e tudo mais... Está com muita coisa na cabeça, não é? – Ele se levantou da mesa se aproximando, me oferecendo uma caixinha de biscoitos de chocolate. Aceitei e coloquei um na boca, enquanto ouvia ele falar. – Não foi à toa que dei uma pista sobre os fundadores para o Sr. Smith.
– Então era realmente proposital.
– Mas vamos ao que interessa, suas dúvidas. Posso tentar ajudá-la com algumas questões.
– Bom, sobre eu ser a herdeira de slytherin já não é uma preocupação tão grande, já que com ajuda do Senhor, descobrimos tudo. Ele realmente está de volta? – Perguntei.
– Acho que você já tem sua resposta, Aurora.
– Eu tenho medo...
– Seria tola se não tivesse. – Ele respondeu.
– Eu fico ansiosa toda vez que penso no dia que irei conhecê-lo. Ele é meu padrinho e eu odeio isso. Meu pai fez a pior escolha da vida dele entregando minha vida a ele. – Reclamei estressada.
– Oh minha querida... Infelizmente tem coisas que acontecem que não estão sob nosso controle, mas eu sempre falo que as coisas acontecem porque outras precisam acontecer. Ouvi dizer que não dormiu muito bem hoje... – Ele me olhou curioso.
– Sim, tenho sonhos estranhos. – Ele ajeitou seus óculos. – Desde a morte de Cedrico.
– Poderia contar quais eram?
– Bom, no começo eu sempre sonhava com a morte de Cedrico e isso me causava pânico, mas depois isso melhorou. E agora sonhei com os seguidores dele invadindo o ministério e matando alguém, que eu não tenho ideia de quem seja. Sonhei com pessoas sendo atacadas no castelo.... – Falei nervosa demais.
– Acalme-se senhorita. São apenas sonhos ou você sente algo?
– Depende. Eu só sinto a dor ou o medo quando pessoas são atacadas ou estão para morrer. Porém eu senti algo diferente antes do Cedrico ir para o labirinto... – Falei lembrando daquele dia. – Estava com sentimento ruim, só descobri depois o que aquilo significava. – Suspirei.
– Você previu sua morte. – Ele falou eu assenti.
– Duas pessoas conectadas a Voldemort tendo sonhos estranhos. – Ele disse pensativo.
– O quê? Harry? – Perguntei deduzindo.
– Sim, mas não é a mesma coisa. Você, eu sei o que é, sua linhagem tem alguns poderes especiais senhorita Selwyn.
– Nãooo, você não está tentando dizer que eu sou uma adivinha, está? – Ele riu com meu termo.
– Você tem o poder da visão, possivelmente uma coisa mais específica. A morte. – Prendi minha respiração quando ele falou.
– Não quero ter isso. Não posso salvar ninguém da morte do que adianta?
– Senhorita, pode ser que haja uma razão para isso. Devo lhe falar que algumas coisas devem acontecer, mas nem por isso outras não possam ser mudadas.
– Eu então posso salvar alguém?
– Sim, mas precisa de extrema cautela para tirar essa conclusão. Ou poderá causar danos futuros. Não conte a ninguém detalhadamente sobre seus sonhos, é perigoso. Nem mesmo para mim. – Ele falou.
– Compreendo senhor.
– Mais alguma coisa para compartilhar?
– Hmm, por enquanto não senhor.
– Então acho que seus amigos podem estar lhe esperando. E boa sorte no próximo jogo de quadribol! – Ele piscou. Eu me retirei agradecendo os conselhos. Realmente foi uma boa ideia vir até aqui, se me deixasse ficaria horas falando com o diretor.
X


Aproveitei que não tinha aulas hoje e fui a Hogsmeade sozinha dessa vez. Precisei organizar meus pensamentos, mas no meio do caminho vi os três sonserinos a caminho do povoado também. Desde aquele dia não tinha falado com Malfoy direito, não estava conseguindo alinhar meus sentimentos sobre ele, então estava preferindo evitá-lo.
Aproveitei que nevava aquele dia e taquei bolas de neve nos três patetas. Eles se viraram irritados, principalmente o Nott que estava no meio. Quando perceberam que era eu a feição suavizou.
– Ah, então era você, Aurora. – Ele falou.
– Como se sentiram na pele das pessoas que vocês fazem isso? – Perguntei.
– A gente nem faz isso mais, Malfoy enjoou. – Theodore falou dando de ombros.
– Isso é um milagre então. Continuem assim, não quero ver vocês três atazanando nenhum aluno, principalmente os mais novos. – Falei me aproximando enquanto caminhávamos.
– Virou nossa mãe? – Zabini perguntou. Malfoy fez careta.
– Talvez precisem de melhores mesmo. – Zombei.
– Está indo a Hogsmeade também? – Malfoy perguntou.
– Sim.
– Sozinha? – Dessa vez Nott perguntou.
– Algum problema?
– Não, mas é que você sempre está acompanhada com aquele povo.
– É, hoje eu dei folga a eles.
Chegamos em Hogsmeade que já estava cheia de estudantes, fomos dessa vez à loja de artigos de quadribol acompanhando os meninos e depois nas três vassouras. Assim que entramos ouvi olhares sobre a gente e risinhos das meninas. O que foi que eu tinha perdido?
– O que fizeram? – perguntei olhando para os três.
– Eu não fiz nada. – Malfoy falou. – Eles? Talvez.
– Ahh a gente apostou em quem pegava mais entre nós. – Nott comentou.
– O que? Não me diga que já fizeram a escola inteira se apaixonar por vocês dois? Com o que, a poção do amor?
– Primeiro que não precisamos de poção do amor e segundo colocamos um folheto um do outro nas escolas procurando um amor, mas Umbridge soube e ficou irritada. Mas não fez nada, porque somos nós, se é que me entende. – Eu tentei prender o riso. O que eles tinham na cabeça?
Algumas meninas passaram e olharam para Malfoy tentando chamar atenção dele.
– Você não tinha feito nada? – Perguntei querendo explicações.
– E não fiz, mas essa porra acabou sobrando para mim também. – Ele resmungou com cara de irritadinho. Fofo. Prendi o sorriso de novo.
– É o preço de andar com a gente. – Zabini riu se divertindo com a situação.
– Mas afinal quem está ganhando?
– Não vai reclamar por estarmos usando as meninas? – Nott perguntou.
– Eu não, vocês são solteiros façam o que quiserem. Mas tenham senso de não iludir nenhuma garota. – Nossas cervejas amanteigadas chegaram bem na hora.
– Bom, eu estou ganhando. – Zabini falou. – Nott infelizmente já tem sua fama ruim de maltratar corações desde sempre. – Nott bufou.
– Falou o que mais ilude.
– Vocês três são mal caminho, um pior que o outro. – Falei. Malfoy me olhou surpreso porque coloquei ele no meio também.
– Por que eu também? – Ele me encarou.
– Por que eu estou sentindo indiretas no ar? – Nott perguntou.
– Selwyn, se tiver algo para falar, diga de uma vez. – Malfoy falou me olhando e eu ignorei, não ia começar a falar sobre isso por aqui. Eu realmente estava soltando indiretas, mas não era por querer.
– Porque é isso mesmo, Theo. – Zabini suspirou.
– Vocês deveriam se resolver de uma vez. Não sei se vocês sabem, mas sempre deixam uma tensão sexual no ar, e hoje está pior. – Nott falou e nos engasgamos com a cerveja, inclusive Zabini também.
– Cala boca, Nott! – Malfoy falou irritado. Eu bebi a cerveja toda e me levantei indo embora. Eu ficando ali só ia piorar tudo.
Mas Malfoy veio atrás de mim, me alcançando já fora do restaurante.
– Por que não fala o que quer falar? – Ele perguntou sem paciência me puxando pelo braço.
– Não é uma boa hora.
– Nunca irá ser então. – Ele falou me encarando nos olhos. Suspirei derrotada.
– Vamos para outro lugar. – Me soltei dele e caminhei deixando-o me acompanhar.
Nos afastamos um pouco de Hogsmeade, mas ainda era terra do vilarejo. Escolhi um lugar que pouca gente vai por medo, próximo dali era a casa dos gritos.
– Eu estou confusa e isso é por sua causa. – Falei irritada de costas para ele. Me virei para falar tudo o que eu sentia enquanto o encarava. – Eu não sei o que realmente você quer, Malfoy. Somos noivos, mas não precisamos estar juntos. Eu conheço você faz anos e sei como é, não irei admitir que brinque comigo a hora que você quiser.
Ele desviou o olhar vacilando.
– Eu não estou brincando com você. E não estou fazendo isso por causa do maldito noivado. Apenas... – Ele parou por um momento – Não sei por que, eu também estou confuso com isso.
– Então por que fez aqueles malditos pedidos? – Ele ficou em silêncio não conseguindo manter contato com meus olhos. – Ótimo! – Falei sem muita paciência tentando ir embora dali.
– Eu não irei conseguir te responder ao certo, mas eu gosto de beijar você. – Ele falou me parando. – E eu sei que você também.
– E o que vamos fazer com isso? – Perguntei voltando e suspirando mais uma vez. Ele soltou meu braço.
– Não sei, vamos deixar como está. Um dia poderemos saber o que fazer.
– Então ficaremos nos agarrando sempre pelo castelo quando quisermos e pronto?
– Sim, por que não? – Ele disse como se fosse a coisa mais fácil.
– Justo com a Umbridge por aqui?
– Ahh, ela que vá para o raio que a parta! Consigo meus meios de não ser pego. – Ele se gabou no final.
– Claro que consegue, riquinho. – Debochei. Ele se aproximou voltando com seu sorriso presunçoso de sempre, me fazendo facilmente desmontar.
– O riquinho que você gosta de beijar. – Ele me deu um selinho do nada. Dei leves tapas nele antes de segurar um sorriso.
– Idiota! – Falei com vergonha.
– Vamos parar com as perguntas agora? – Ele começou a se aproximar novamente e tentar me dar outro beijo.
– Escute, ninguém pode ver a gente. – Falei me esquivando dele.
– Olhe, está vendo alguém por aqui? – Ele perguntou ainda próximo de mim.
– Não... – E espero que não tenha ninguém invisível.
– Então...? – Ele me pegou pela cintura nos aproximando mais e me beijou. Apenas deixei sorrindo e depois me concentrando em beijá–lo. Ele me abraçou com seus braços agora ao redor do meu ombro, então o abracei pela sua cintura. Senti suas mãos ainda com as luvas de frio colocando uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha enquanto nos beijávamos e parou em minha bochecha, pressionando ainda mais nossas bocas.
Estava já em um caminho sem volta.
Voltamos alguns minutos depois para encontrar nossos amigos. Tentamos ser o mais normal possível. Vimos os dois saindo dos dedos de mel.
– Olha se não são nossos príncipes. – Nott brincou. – Já se resolveram?
– Sim. – Falei simples.
– Estamos bem agora. – Nos entreolhamos tentando não sorrir demais.
– Certo... Ainda bem. – Zabini falou. – Essa semana teremos mais uma partida de quadribol, espero que não briguem até lá.
– Pode deixar!
– Isso não vai acontecer, muito pelo contrário... – Malfoy falou baixo, mas eu escutei. Dei uma cotovelada de leve em suas costelas. Fomos andando de volta para o castelo.

Capítulo 25 – Scriptorium de Ravenclaw


Essa noite eu e os meninos iríamos entrar no escritório de Rowena Ravenclaw. Nos encontramos na biblioteca e secretamente nos comunicamos por bilhetes, as regras estavam bem severas a cada dia que passava, dificultando nossas reuniões.
Nos encontramos em frente à águia à noite. Rapidamente fizemos os mesmos passos que a estátua mandou e apareceu algo na parede. Erik furou seu dedo e colocou seu sangue ali.
Uma porta se abriu magicamente, parecendo a sala precisa. Entramos em um corredor que levava a mais um scriptorium. Porém devo concordar que os corvinos tinham um grande talento com decoração e com certeza isso vinha da sua fundadora.
A sala era maior que a de Slytherin, mas porque havia telescópio que dava para uma pequena varanda. Não sei se alguém de fora conseguiria enxergar quem acessa–se ela. A parede era azul com bronze e parecia papel de parede com algumas constelações desenhadas nela. Havia um grande sofá no meio e mais para a frente perto da varanda uma escrivaninha.
Tinha muita estante com livros antigos e uma pilha de pergaminhos no chão e em cima da escrivaninha.
– Isso é muito... Uau! – Exclamei – Achei mais aconchegante que o de Slytherin.
– Totalmente, só de não ter nenhuma maldição para ser lançada já ganha. – Yumi falou dando uma olhada em tudo.
– Será que há algo sobre sua família nos pergaminhos? – Perguntei a Erik.
– Não sei. Mas com essa informação que temos, consigo questionar os meus pais.
– Há uma coincidência dos dois lugares. – Nick comentou. – São perto das salas comunais. Talvez os outros sejam também.
– Possivelmente. Mas vou te dizer que existem duas coincidências. – Erik falou. – Dois herdeiros. Não acham que vocês dois também podem ser?
Ficamos em silêncio pensativos por alguns segundos.
– Ele tem razão. E eu fui ver Dumbledore, ele falou que deu o livro para o Nick para descobrirmos isso mesmo.
– Era de se esperar. – Nick falou.
Enquanto folheamos e mexemos a procura de algo por ali, observei os meus três amigos. Talvez eu tivesse confiança neles o suficiente para contar sobre os meus segredos.
– Gente, tenho algo a contar a vocês. – Falei conseguindo a atenção de todos. – Bom a Yumi já sabe, mas acho que é a hora de contar a vocês dois.
– Mais segredos? – Nick perguntou.
– Bom não sei qual dos dois será mais chocante, mas... um eu estou noiva de Malfoy e outro é eu ser a afilhada de você–sabe–quem. – Erik caiu da cadeira em que estava e Nick ficou paralisado. Sorri envergonhada.
– Está mentindo, não é? Espere... – Nick tentou raciocinar. – Como assim afilhada dele?
– Noiva do Malfoy? – Erik se levantou.
– Um de cada vez. Vamos lá, sobre Malfoy, bem eu sempre fui prometida a ele desde que nasci. Coisa de parentes fazendo promessas... e tivemos que noivar no último verão. – Falei mostrando a aliança. Eles se aproximaram para ver ainda em choque. – E sobre aquele–que–não–deve–ser–nomeado, bom isso foi meu pai que era leal a ele, não sei se lembram. – Suspirei.
– Aurora, como você pode se foder tantas vezes? – Nick perguntou e eu ri.
– Eu não sei...
– Então, você está presa ao Malfoy? – Erik pelo visto ficou mais chocado com meu noivado do que com Voldemort.
– É tipo isso. Por isso estamos nos entendendo por agora. – Falei pigarreando para não revelar muita coisa.
– Ahh, explicado você ter sumido com ele na festa. – Erik soltou uma dessa me pegando desprevenida. – Tudo bem, a fila já andou para mim.
– Estávamos discutindo apenas, e nos acertamos depois. – Ele me olhou desconfiado, mas deixou passar.
– Espere. – Erik arregalou os olhos finalmente dando conta sobre o que eu falei sobre Voldemort. – Padrinho? Como ele consegue ser seu padrinho? – Ele franziu a testa.
– Não me pergunte como, também não sei dizer. Mas eu nunca o conheci e duvido que ele se importe com relações. – Fiz cara de nojo.
– Isso é muito esquisito. – Yumi comentou.
– Obrigado por nos contar, Aurora. – Nick sorriu. – Isso significa que está confiando muito mais na gente.
– Depois disso tudo que estamos passando, acho que era a melhor hora. E falando nisso... Erik, por que não pergunta a Helena sobre você? Quer dizer, se ela é descendente de Ravenclaw, deve saber.
– Eu não tinha parado para pensar nisso, e na verdade ela é filha de Rowena.
– Então acho melhor fazer isso.
X


Dois dias se passaram, as aulas estavam começando a tomar mais meu tempo por causa das atividades para os NOMs, mal conseguia ver meus amigos. Notei que o galeão que Hermione havia me dado se alterou, isso quer dizer que uma nova reunião foi marcada.
No outro dia logo cedo nos reunimos mais uma vez na sala precisa, dessa vez aprendemos o feitiço estuporante chamado estupefaça e estupore. E um momento que Rony teve pena de lançar em Hermione, grande erro sabendo a quão inteligente e habilidosa ela sempre era. Foi arremessado sem qualquer chance de defesa.
Assim que saí vi que Harry e Cho ficaram para trás, depois de ver os olhares entre os dois durante as reuniões, sei que eles estão gostando um do outro. É bom ver ele se divertir fora as outras questões.
Mais tarde tivemos treino de quadribol, amanhã seria o grande jogo da sonserina contra grifinória. Zabini se machucou durante o treino e isso fez o time inteiro ficar receoso. Ele foi para a enfermaria depois e teve que imobilizar seu braço.
– Deem o melhor de vocês! Nott irá me substituir por enquanto, então não façam essa cara. – Ele falou enquanto estava na enfermaria.
– Nott não é tão habilidoso assim. – Malfoy falou.
– Eu estou ouvindo isso.
– É pra ouvir mesmo.
– Aurora, você é a responsável por controlar esses dois. – Zabini mandou.
– Eu?
– Está autorizada a fazer qualquer coisa com todos do time na verdade. Você é a única cabeça fria daqui, então seja a capitã.
– Posso tentar, mas não prometo nada.
– Vamos, deixem o amigo de vocês descansarem, já deu por hoje não?! – Madame Pomfrey expulsou a gente de lá.
X


Depois de tomar um banho e tirar um descanso sai do meu quarto dando de cara com Parkinson que não falou nada, mas me olhou com nojo. Agradeço por não ter que dividir meu quarto com ela esse ano, senão já tinha voado minha mão nela de novo. Tenho pena é da Greengrass que faz de tudo para se adequar a ela, só para ter uma amizade dessas.
Assim que desço vejo Theodore e Draco conversando no meio do salão.
– O que estão tramando?
– Nada. Estamos conversando sobre o jogo amanhã e o que vamos fazer nas férias.
– Sei...
– Falando nisso, chegaram cartas... – Malfoy falou. – Precisamos conversar.
– Ixiii, já sei que vou precisar sair.
– Não, na verdade, nós que vamos. – Malfoy falou me pegando pela mão e me puxando para fora da comunal.
– Até mais então! – Ouvi a risada de Nott.
– O que foi? – Perguntei assim que saímos da comunal. Começamos a caminhar pelos corredores.
– As paredes têm ouvidos, precisamos conversar em um lugar mais secreto. – Ele deu um sorrisinho sem mostrar os dentes.
– Você deu uma desculpa, não é? para ficarmos a sós? – Estreitei meus olhos, desconfiando e ouvi sua risada logo depois.
– Também, mas tenho notícias de casa. Vamos para o seu scriptorium...
– Não sei se seria uma boa ideia ir àquele lugar. – Resmunguei.
– Ande logo! – Ele me puxou mais uma vez. Em seguida paramos de frente para a parede secreta e entramos.
– Então me diga... – Ele me interrompeu me dando um selinho. – Malfoy!
– Não nos vemos a uns dias, não notou? Que tal relaxar?
– Eu estou mais focada em saber o conteúdo da carta para depois relaxar. – Ele bufou.
– Está bem!
– O que houve? Não me enrole e diga logo.
– Mamãe mandou nos prepararmos para o maldito casamento. Vai ocorrer nas férias.
– O QUE? Por que tão rápido? – Isso me deixou sem ar por segundos.
– Selwyn, deixe de ser ingênua. Nossos pais estão com ele. Eu acho que o motivo da gente estar se juntando é para ficarmos fora disso tudo, somos menores ainda.
– Eu só não queria imaginar que era isso. Essa história está bem confusa. – Suspirei. – Nada se encaixa.
– Por que tenho a impressão de que você sabe mais coisa que eu?
– É melhor nem ficar sabendo. – Falei sem perceber. Agora que ele ia me fazer perguntas.
– Fale... – Ele me encarou sério. – O que você sabe?
– Que tal deixarmos isso de lado e aproveitarmos um canto silencioso e sem ninguém? – Perguntei me aproximando dele e dando beijos em sua bochecha na tentativa dele esquecer e parar de me perguntar, mas ele não era bobo.
– Aurora, não vai conseguir. – Sorri encantada novamente com ele falando meu primeiro nome. Ele pareceu notar. – O que foi?
– É bom ouvir meu nome pela sua voz. – Ouvi sua risada sarcástica.
– Vou deixar essa passar... – Ele me pegou pela cintura me trazendo para perto de seu corpo e me beijou. Entrelacei meus braços pelo seu pescoço aproveitando o beijo.
Ele se separou me empurrando gentilmente na parede e começou acessar meu pescoço com sua boca. Eu não sei como não tinha desmaiado com as sensações de arrepio por todo o meu corpo naquela hora. Levei minhas mãos dentro do seu cabelo loiro fazendo carinho. Senti seu cheiro impregnar minhas narinas, o cheiro de Dior maravilhoso.
Ele voltou a me beijar descendo suas mãos para minha bunda e deixando elas ali, quietas. Sorri ainda enquanto nossas línguas estavam em sincronia, imaginando que ele estava se controlando o máximo para não passar dos limites. Ao contrário de mim que a qualquer momento eu poderia perder minha consciência.
Eu o afastei devagar, ele entendeu que precisávamos parar ali por enquanto. Ele selou nossos lábios para se afastar completamente.
– Por que essa maldita sala não tem pelo menos um sofá? – Ele reclamou observando o lugar.
– Pergunte a Salazar e não a mim. – Ri ajeitando minhas roupas. – Pode conjurar uma se quiser.
– Isso me parece uma ótima ideia. – Ele sacou sua varinha e pegou algo ali transfigurando em um sofá.
– A professora McGonagall poderia estar orgulhosa agora. – Ele bufou.
– Não quero ser orgulho para aquela...
– Malfoy! Não ouse terminar essa frase. – Olhei irritada para ele que fez cara feia enquanto se sentava no sofá.
– Porque você sempre defende os grifinórios?
– Porque são meus amigos! Você pode odiá-los à vontade, mas não na minha frente. Ouviu? – Ele revirou os olhos. – OUVIU???
– Ouvi! – Ele resmungou irritado. – Nunca vi uma sonserina se amigar tanto com essa gente.
– Pois é, sempre tem uma primeira vez para tudo. – Falei sarcástica. Ficamos em silêncio por poucos minutos. Sua mão pegou a minha gentilmente fazendo carinho.
– Talvez eu consiga aguentar esse seu defeito. – Ele falou me abraçando e me dando vários beijos ao redor do meu rosto.
– Você é um idiota, sabia?
– Aprenda a conviver. – Ele respondeu rindo. Apertei sua bochecha com meus dedos ouvindo suas reclamações em seguida.

Capítulo 26 – Natal com os leões


No outro dia o jogo da sonserina contra a grifinória foi terrível! O time estava descontrolado e sem confiança alguma, tentei, mas não sou muito boa como capitã. A grifinória era boa em campo, principalmente tendo Harry como apanhador, o que piorava porque ele era bom demais, e isso fez ele conseguir pegar o pomo de ouro. Não perdemos tão feio porque Rony era o goleiro novato e não tinha jogado tão bem.
E no final do jogo não deu outra, todos brigaram verbalmente. Até que a confusão piorou e só vi Harry e Fred partindo para cima do Draco, Harry o atingiu com seu punho. Fui a primeira a correr e tentar apartar a briga.
– Para, Harry! Fred! – Corri e tentei puxá–los. George estava sendo controlado por algumas pessoas, Fred estava partindo pra cima, mas assim que me viu parou. Entrei no meio de Harry e Draco, que agora que foi atingido queria revidar. – PAROU?
– Hmm, o que está acontecendo aqui, senhores? – Na mesma hora a voz da criatura rosa se fez presente. – Sr. Potter, Srs Weasleys, acham que estão em um ringue? Vocês não jogarão mais quadribol enquanto eu estiver aqui.
– O que? Está nos expulsando? – Harry perguntou incrédulo.
– Só a gente? Isso é patético, ele quem começou! – Fred perguntou irritado.
– Hmm, Sr. Malfoy como vítima física estará apenas afastado por duas semanas. – Ela viu que muita gente estava por ali como testemunha e só por isso Malfoy não escapou. Ainda sim é muita injustiça, porque tenho certeza de que ele deve ter falado alguma merda para o Harry.
No fim tive que levar Draco para enfermaria, eu estava muito puta com o que aconteceu no jogo e ainda mais depois dessa briga. Ele tentou dar uma de vítima, mas se calou logo que percebeu que eu não estava com boas caras.
O time inteiro foi ver como estava Draco e eu aproveitei como capitã temporária para dar um sermão em todos eles. Eu queria um jogo divertido e limpo, mas o que aconteceu foi triste. Zabini que ainda estava na sala ficou sabendo de tudo na hora, e ficou do meu lado.
Com Draco suspenso eu seria sua substituta como apanhadora e Nott entrou no meu lugar como artilheiro.
Assim que Draco foi liberado todos voltamos para a sala comunal desanimados, depois do jantar com Yumi fui descansar no meu quarto.
Aquela noite tive mais um sonho, mas dessa vez foi rápido. Era sobre o Sr. Weasley, ele estava para morrer essa noite. Me levantei assustada e sai ainda de pijama em direção a sala do professor Dumbledore.
– Licença, professor! – Dumbledore estava na sala escrevendo algo.
– Oh, Senhorita Selwyn! O que houve a essa hora da noite? – Quando eu ia responder, a professora Mcgonagall aparece com Harry e Rony. Harry estava um pouco transtornado.
– Professor Dumbledore! – Ela falou e quando me viu mudou de tom. – Senhorita Selwyn?
– O que aconteceu à professora?
– Bom, Sr. Potter teve um sonho essa noite que parecia real. – Prendi minha respiração. Talvez Harry tenha tido o mesmo que eu, assim como Dumbledore tinha me contado.
– Sr. Weasley, senhor. Ele foi atacado! Ele precisa de ajuda. – Harry falou ainda tenso. Ele contou como foi o sonho, Dumbledore começou a falar com os quadros para informar e pedir que checassem o Sr. Weasley.
– Aurora? – Dumbledore finalmente me encarou. – Quer nos contar qual foi seu sonho? – Todos olharam para mim confusos.
– Eu também sonhei com o senhor Weasley sendo atacado por uma cobra. – Um silêncio predominou. Fred, George e Gina entraram na sala de Dumbledore, provavelmente foram chamados assim que souberam dos sonhos de Harry.
– Como foi o sonho, Harry? – O diretor perguntou pensativo com os olhos no chão. – Você estava próximo da vítima? Ou olhando para cena?
– Nenhum dos dois... – Dumbledore não olhava para Harry desde que ele chegará, começou a conversar com os quadros novamente sobre um tal Grimmauld Place para que soubesse do Sr. Weasley e que os seus filhos iriam o visitar em breve por meio de um portal. O quadro respondeu que eles já o salvaram e que isso tinha dedo do Lorde das trevas.
– OLHE PARA mim! – Harry gritou irritado. Dumbledore o olhou finalmente chocado. – O que está acontecendo comigo?
Snape apareceu bem na hora confuso por tanta gente estar no escritório essa hora da noite.
– O senhor desejou me ver, diretor?
– Oh, Severus. Assim que retornar das férias peço que ensine ao Sr. Potter e a Srta Selwyn o que te informei antes. É importante. Agora os Weasleys e o Sr Potter irão para o Hospital St. Mungus.
Todos foram pela chave de um portal, mandei eles me darem notícias depois, já que eu não podia ir.
– Aurora. – O diretor me chamou assim que ficamos a sós. – O Harry irá te procurar agora.
– Sim...
– Tente não revelar nada que te comprometa. Principalmente sobre suas visões. – Assenti e sai da sala.
Segui o professor Snape que me escoltou até as masmorras.
– Selwyn, se prepare estudando sobre Oclumência e Legilimência. Assim que voltar das férias quero você preparada. – Ele avisou. Assenti e entrei em direção ao meu quarto.
Aquela noite foi uma loucura.
O Natal estava chegando, depois do incidente enviei flores ao Sr. Weasley desejando melhoras, e que em breve eu iria visitá–los.
As férias chegaram e os alunos estavam voltando para casa, eu iria com Draco, mas assim que uma carta me convidando para uma reunião chegou eu decidi que ia para mansão Malfoy mais tarde.
Avisei o Draco sobre isso e ele não gostou muito, mas o problema era dele. Nos separamos no trem e fui ao encontro do trio na estação nove e meia. Não tinha ideia para onde íamos, o trio me contou que era algo secreto e importante, mas como eu fazia parte da A.D. então me acharam confiável.
Assim que chegamos em uma rua de Londres, uma casa mágicamente apareceu. Entramos e tinha muita gente lá dentro, todos vieram cumprimentar os recém-chegados, até que puseram os olhos em mim.
– Srta. Selwyn? Vejo que fez boas amizades. – Professor Lupin me cumprimentou. Sorri vendo o meu professor favorito por ali.
– Uma Selwyn? Ela é confiável? – O professor Moody que na verdade eu conhecia, mas ele não por causa do incidente no quarto ano, falou. O professor Moody foi sequestrado e um comensal se passou por ele no quarto ano, assim manipulando o cálice e levando a Harry entrar no torneio tribruxo.
– Ora essa! Claro que ela é confiável, é amiga do Harry. – Um rosto bem familiar apareceu, eu já tinha visto ele no meu sonho. Respirei fundo tentando ignorar esses sonhos, já que não podia falar sobre. Ele se aproximou.
– Mas a família dela tem histórico de ser comensais... – Moody revelou um dos meus segredos. Todos me olhavam confusos. Não era novidade que meus pais eram próximos dos Malfoys e da maioria dos sonserinos, mas nunca falei abertamente sobre estar ligado a Voldemort.
– Não ligue, querida! – Sra Weasley veio ao meu encontro. – Eles estão acostumados com desconfianças.
– Bom, eu não tinha uma família boa também. – O homem dos meus sonhos falou. – Eu sou Sirius Black. – Ele estendeu a mão. Eu não o tinha reconhecido, ele tinha fugido de Azkaban no terceiro ano e todos pensavam que ele era um comensal. Mas pelo visto era um mal–entendido, nunca soube o que aconteceu, mas confiava em Harry.
– Aurora Selwyn! – O cumprimentei.
– E este desconfiado é o...
– Alastor Moody. – Falei. – Ele foi o professor de defesa contra artes das trevas ano passado, pelo menos era pra ser. – Dei um sorrisinho.
– A Aurora é minha amiga. Confiamos nela! – Harry falou. Eu olhei para ele agradecendo.
– Desculpem, mas porque todos estão reunidos?
– Eles são parte da ordem da fênix, criada por Dumbledore, para derrotar você-sabe-quem. – Harry falou e eu entendi.
– Deixe a menina entrar! Vocês estão a sufocando. – Sra Weasley me puxou para a sala. – Está com fome? Em breve o jantar sairá.
– Olá! Meu nome é Tonks, Ninfadora Tonks! – Uma mulher com cabelos coloridos apareceu e me cumprimentou. – Seja bem–vinda!
– Aurora Selwyn, mas pode me chamar de Aurora.
Eu olhei todos ali, conversando e se divertindo, era realmente um bom clima. Não estava acostumada com a animação da família de grifinórios, então subi para dividir o quarto com Hermione e Gina.
Algo me passou pela cabeça, eles confiaram em mim para contar algo importante, que mal faria para eu dar-lhes algumas informações? Não sobre minha visão e não seriam para todos ali. Já notei que os adultos sabiam de muita coisa que os meus amigos presentes não sabiam.
Durante o jantar muitos me olhavam curiosos, a Sra. Weasley me presenteou com um suéter com a letra A, fiquei sabendo que ela presenteava os mais especiais assim. O que me deixou muito mais feliz. O Sr. Weasley também estava lá e fiquei animada em vê-lo bem.
Os gêmeos nos chamaram para apresentar algumas das invenções deles, todos subiram. Fui parada na escada pelo Professor Lupin.
– Aurora. – Ele me chamou. – Precisamos conversar. O professor Dumbledore pediu para conversar em particular com você.
Já imaginei o que seria, se Dumbledore queria que eu conversasse, talvez eles poderiam ser de grande ajuda.
Todos os adultos estavam numa sala e trancaram a porta assim que entrei. Se fosse numa casa cheia de famílias da sonserina, com certeza eu ia ser aterrorizada.
– Professor Dumbledore nos falou que confia em você e que tem coisas para nos contar. – Professor Lupin falou.
– Não se acanhe queria, estamos aqui para ajudar. – Sra. Weasley me confortou.
– Bom, não sei por onde começar.
– Bom, minha família faz parte dos Selwyn como vocês sabem e somos sonserinos. Não vou mentir dizendo que meus pais não têm parceria com o Lord das trevas, afinal meu pai era um comensal, mas foi morto por motivos desconhecidos. – Falei enquanto todos prestavam atenção. – Meu pai antes de tudo jurou lealdade se ele fosse o meu padrinho. – Suspirei pesadamente, todos ficaram sérios. – Mas nenhum deles sabem sobre isso, por favor. – Falei sobre os meninos.
– Então você é a afilhada dele... – Sirius comentou. – Por que não está do lado dele?
– Não gosto disso, das artes das trevas. Quer dizer, não vou mentir que eu não usaria... – Ouvi risadas – Mas, apenas para proteger as pessoas que me importo. Não tenho os mesmos pensamentos deles.
– Talvez eu entenda isso mais do que pense. – Ele falou. – Eu sou da família Black, uma das mais conhecidas que se envolveu com a arte das trevas. Também era o único que pensava diferente, piorou quando fui para grifinória.
– Você é primo da Narcisa Malfoy, não é? – Perguntei e ele me olhou curioso.
– Você é próximo deles? – Sirius perguntou.
– Sim. – Falei me perdendo nos pensamentos. – Eu fui prometida antes de nascer a última geração deles para unirmos nossas famílias. – Falei tomando uma decisão.
– Vai se casar com o garoto Malfoy? – Senhora Weasley perguntou. – Devo imaginar que nenhum dos meninos saiba disso. Assenti mais uma vez.
– Oras, que má decisão. Como podem obrigar a menina a isso? – Resmungou Moody. – E por que está nos contando tudo isso?
– Confio no professor Dumbledore e confio no Harry. E tem mais uma coisinha...
– Quantos segredos, Srta Selwyn. – Tonks falou sorrindo.
– Eu descobri que minha família tem linhagem com os Gaunt. – Lupin levantou uma sobrancelha e olhou para Sirius.
– Você é a herdeira de Salazar Slytherin, assim como o Lorde das trevas. – Moody enfim falou.
– Tem mais alguma coisa que queira contar? – Lupin perguntou.
– Bom, uma última. – Todos esperavam ainda mais chocados – Não posso entrar em detalhes, mas consigo prever algumas coisas em sonhos. – Olhei para o Sr. Weasley que pareceu entender.
– Dumbledore nos disse... É diferente do Harry, não é? – Tonks perguntou.
– Sim... – Falei já sabendo que não podia mais revelar nada.
– Coitadinha! Como pode carregar tanta coisa sozinha? – Sra Weasley me abraçou. – Pode deixar que não falaremos essas coisas a ninguém. Ouviram?
– É claro! – Lupin exclamou.
– Seu segredo está guardado com a Ordem da Fênix. – Sirius comentou piscando o olho.
– Os meninos devem estar curiosos para saber o que está fazendo, melhor ir vê-los. – Sra. Weasley disse. Eu apenas saí do cômodo que estava fechado e com certeza enfeitiçado para ninguém ouvir, porque assim que saí, a porta foi fechada novamente e não ouvi mais nada.
Escutei barulho nas escadas, com certeza eles estavam curiosos. Sorri imaginando isso.
– Vocês não são nada silenciosos. – Avisei subindo as escadas se vendo eles ali.
– Foi culpa deles! – Fred e George resmungaram.
– O que vocês falaram? – Hermione perguntou.
– Tenho algo a dividir com vocês, vamos subir? – Perguntei e eles subiram rapidamente curiosos.
Assim que chegamos no quarto dos meninos, entramos e todos estavam reunidos.
– Para começar, desculpem não contar a vocês, principalmente ao Harry. Mas eu ainda estava descobrindo tudo aos poucos. Bom, eu recentemente descobri que pertenço a linhagem de Salazar Slytherin, por isso minha família é um pouco ligada a artes das trevas. Meu pai era um, mas isso não faz com que eu seja também. E por causa dessa linhagem Dumbledore me falou que eu tenho algumas habilidades especiais, igual meus sonhos.
– Sim, íamos perguntar sobre isso. – Hermione falou.
– Mas meus sonhos são diferentes dos seus, Harry. Eu consigo ver o que vai acontecer aleatoriamente. – Falei tentando não falar a todos que eu previa a morte.
– Entendo. – Ele suspirou. – Obrigado por se abrir, Aurora.
– Incrível como ele é menos arrogante com ela ou a Gina – Fred falou.
– Concordo! Se fosse um de nós mentindo estaria nos atirando pedra. – Todos riram.
– Calem a boca. – Harry reclamou.
– Está vendo? – George falou. Rimos mais ainda.
Não decidi contar nada além disso, Harry já tinha muita coisa na cabeça e não queria preocupá–lo, porém assim que todos se distraiam eu falei pra Gina que precisava contar algo a ela mais tarde.
Então assim que todos foram dormir, Gina me esperava no quarto escuro. Hermione já havia adormecido então me aproximei dela e comecei a falar.
– Não queria que todos soubessem, mas eu sinto que posso confiar em você Gina. – Sussurrei para não fazer muito barulho.
– O que houve? Pode confiar em mim. – Gina sussurrava igualmente.
– Promete que não vai surtar? E que não vai contar para ninguém? As únicas pessoas que sabem sobre isso são os meus outros amigos, de casas diferentes.
– Que tal falar de uma vez? Está me deixando curiosa.
– Bom, vou me casar em breve. – Ela arregalou os olhos. – Daqui a poucos dias. Com Draco. – Ela quase se engasgou.
– O que? Ficou maluca? Você só tem quinze anos.
– Não tenho escolha, nossas famílias prometeram a muito tempo. Queria que os outros soubessem, mas por causa das inimizades e tudo mais preferi não contar por agora. – Ela suspirou e se acalmou.
– Não consigo imaginar vocês dois juntos. Vocês são amigos ao menos. – Fiquei em silêncio. – Não é? – Ela perguntou desconfiada.
– Nos damos bem.
– Obrigada por me contar isso, me sinto uma confidente agora. – Ela sorriu.
– Obrigada, Gina!
– Pode deixar que seu segredo está guardado comigo. – Ela sorriu.
Fomos dormir antes que alguém nos pegasse fofocando.
No outro dia descobri que o professor Snape sabia também sobre o lugar e que ele pertencia também a ordem, porém infiltrado no outro lado. Mas todos desconfiaram se realmente era isso ou não o contrário. Mais tarde conheci a casa dos Blacks, Sirius me contou mais sobre sua linhagem e me apresentou Monstro, o elfo da família que era um tanto amargurado. Talvez Sirius estivesse empolgado já que eu iria indiretamente entrar para a família Black, e nós tínhamos algo em comum como sermos bem diferentes das nossas famílias. Mais tarde descobri que ele era padrinho de Harry.
Eu já tinha em mente o que ia acontecer com ele, mas não podia falar sobre. Dumbledore me avisou que algumas coisas precisam acontecer e eu sabia que ele era uma das pessoas que eu não poderia salvar mais tarde.
– Que tal conhecermos a tapeçaria? – Sirius perguntou depois que Harry me apresentou a casa quase toda. – Acho que Harry não te levou lá, não é?
– Acho que sim. – Sorri. Então ele pediu para eu segui–lo.
Entramos na sala. A sala inteira estava rodeada de uma tapeçaria mágica, tinha cor verde e uma árvore genealógica da família Black. Falou sobre os nomes com buracos na parede que eram os renegados que se casaram com mestiços ou trouxas, ou como ele que não aceitavam os mesmos ideais.
– Aqui está a parte da família Malfoy. – Ele falou apontando para quase o final da árvore. – Talvez logo apareça seu nome por aqui. – Nós sorrimos. Meus olhos enxergaram novamente o nome de Sirius e percebi um nome conhecido ao seu lado. Regulus Black.
– Mas é claro! Vocês têm o mesmo sobrenome, como não pude perceber? – Falei mais para mim tocando na parte de seu nome.
– Regulus? Conhece o meu irmão?
– Por nome, vi alguns troféus de quadribol em seu nome.
– Oh sim, ele era apanhador. Regulus era um dos que no começo era fascinado pela magia negra, mas depois tentou sair e infelizmente isso causou sua morte. – Sirius comentou. Finalizando o passeio pela casa, saímos do quarto.
– Harry me contou muito sobre você, antes de nos conhecermos.
– Contou?
– Mas é claro! Foi você quem ele convidou para o baile, não é? – Ele perguntou e fiquei envergonhada.
– Sim.
– Isso me deixa feliz! Aurora, terei que te dar um conselho o qual já falei para o Harry. – Ele me disse ficando um pouco mais sério depois. – Todos nós temos luz e trevas dentro da gente, o que importa é o lado que decidimos agir.
Eu entendi perfeitamente o que Sirius queria falar, isso me confortou mais do que eu esperava.
Passei o Natal com a família Weasley e Sirius, mas tive que ir embora na manhã do dia seguinte. Os Malfoys estariam me esperando, e com certeza estariam com raiva por eu ter escolhido passar o Natal com os Weasleys. Mas não poderia perder a oportunidade, com o casamento não sei se teria previsão de passar um Natal junto a eles. E foi um dia caloroso, do qual nunca experimentei a vida inteira.

Capítulo 27 – Cerimônia


Cheguei na casa dos Malfoys com minhas malas. Vi um cabelo loiro de costas perto do portão da sua mansão, me esperando. Ele se virou notando minha presença e parei de respirar por breves momentos.
Gostei dos dias que passei com os Weasleys, mas não podia mentir que Draco estava me afetando ao ponto de sentir sua falta. Meu coração se aqueceu quando eu o vi todo de preto, diferente das vestes da escola.
Corri em sua direção o abraçando e pegando-o de surpresa.
– Sentiu minha falta tanto assim? – Ele perguntou assim que o soltei.
– Talvez?
– Mesmo estando com os barulhentos? – O ar de deboche voltou. Ele se ajeitou nos separando um pouco. – Não vamos dar esse gostinho de cumplicidades a nossos pais.
– Ahh sim. Vou fingir que te odeio e não fico me agarrando com você pelo castelo. – Nós rimos.
– Isso mesmo.
– Como foi o Natal? – Ele perguntou quando voltamos caminhando para dentro da mansão. Os elfos apareceram, pegaram minha mala e aparataram.
– Bem, nunca tinha experimentado daquele jeito. – Sorri. – Foi um caloroso Natal. – Ouvi ele resmungando alguma coisa, mas ignorei.
– Vamos nos casar, amanhã. – Ele falou quando já estávamos no salão de entrada. – Sua mãe e minha mãe saíram para terminar as coisas. Meu pai também, mas não sei exatamente para onde.
– Acho que minha ficha não caiu, ainda. – Falei sentando em um sofá. Ele me acompanhou.
– Estou tentando ignorar esse fato, apenas aceitando. Talvez não seja tão ruim assim. – Ele me olhou e me deu um beijo rápido.
– Você gosta de me beijar, não é? Não era você que não queria ser visto comigo aqui?
– Gosto, não é novidade. E realmente não quero, mas não consigo. – Ele falou sério e eu ri por isso.
– Bom, eu preciso arrumar minhas malas. – Falei.
– Quer ajuda?
– Não, Malfoy. Você só irá me atrapalhar. – Ele revirou os olhos. Dei um beijo em sua bochecha e subi as escadas já sabendo onde ficava meu quarto temporário de sempre.
x


No dia seguinte pareceu ser um dia normal, mas não era, os pais de Draco aparentavam estar tensos, minha mãe apareceu um pouco mais tarde e seu olhar estava diferente da última vez, sombrios. Porém eles não comentaram sobre absolutamente nada fora o casamento.
A Cerimônia foi rápida sem muita coisa, estava presente apenas Narcisa, Lucius, minha mãe Alexandra e dois funcionários do ministério que seria responsável por conduzir o casório e pegar os nossos nomes para registro de casamento. Era mais um casamento civil na verdade, que parecia ser secreto. De início fiquei uma pilha de nervos, eu estava prestes a me casar com alguém que nem escolha eu tinha. Mas assim que vi Draco me acalmei aos poucos, ele me passava uma sensação de segurança. Ele estava com um terno preto formal e meu vestido era um branco simples.
– Aurora Selwyn, aceita Draco Lucius Malfoy como seu legítimo esposo? – Ele perguntou enquanto estávamos em pé um do lado do outro de frente para o cerimonialista.
– Sim. – Respondi.
– Draco Lucius Malfoy, aceita Aurora Selwyn como sua legítima esposa?
– Sim.
– Por favor, as alianças. Preparem as varinhas!
– Receba esta aliança como símbolo do meu amor. Te prometo ser fiel, te amar e te respeitar, por todos os dias da minha vida. – Draco começou a repetir as palavras que o cerimonialista mandava, enquanto fazia o feitiço de levitação com uma das mãos e a outra pegava minha mão. Aos poucos a aliança ia para meu dedo. Depois foi a minha vez, repeti suas palavras e seu gesto. No final, as duas alianças estavam no nosso dedo concluindo nosso casamento.
– Agora peço que escrevam seus nomes aqui, caso haja uma mudança no sobrenome que seja os nomes de casados. – O funcionário falou enquanto apontava para o papel.
Malfoy apenas escreveu o nome dele sem mudanças, eu que tive que mudar. Dessa vez meu nome era Aurora Malfoy, mas isso eu deixaria escondido quando voltasse às aulas.
No fim da cerimônia tivemos um jantar, como sempre apenas entre nós. Os pais de Draco pareciam mais aliviados do que antes. No final da noite ficamos enfim sozinhos, podendo respirar e ser nós mesmos.
– Isso foi a coisa mais estranha que já aconteceu. Sem ofensas, Selwyn. – Ele falou e eu ri.
– Eu posso concordar com você. Foi deprimente!
– Bom... – ele pigarreou enquanto desamarrava sua gravata e tirava seu blazer. – Se esse casamento for para a frente, depois podemos fazer outro melhor.
– Acha que daríamos certo?
– Não sei. – Ele suspirou jogando sua roupa no sofá que tinha no quarto e se jogou por ali. – Desculpe por isso.
– Pelo casamento? Não é só culpa sua.
– Na verdade sim, ouvi meus pais falando que precisamos nos casar para minha proteção. – Ele revelou.
– O quê? Quando foi isso? – Me aproximei dele sentando–se no mesmo sofá.
– Ontem.
– E só me diz isso agora?
– Não ia mudar nada.
– Não, mas é uma grande informação. Então esse casamento foi para proteção. – Falei pensativa. – De qualquer forma, minha mãe concordou.
– Iremos seguir o nosso trato, não é? – Ele perguntou.
– Sobre ficar com outras pessoas? Ou sobre continuar nos agarrando por aí? – Ouvi sua risada discreta.
– O primeiro.
– Claro que sim, somos casados agora. Mas se começar a gostar de outra pessoa pelo menos me avise antes.
– Não, isso está fora de questão. – Ele reclamou. – Já está pensando em gostar de outras pessoas? Mal nos casamos.
– Você entendeu o que eu quis dizer Malfoy. – Revirei os olhos. – Vamos ser sinceros em nossa relação pelo menos.
– Tudo bem. – Ele me olhou de canto de olho com seu humor bipolar.
– Vai dormir aqui hoje? – Perguntei.
– Mas é claro. – Ele respondeu como se fosse óbvio. – Parece até que nunca dormimos antes.
– Eu só… Não sei como me comportar diante dessa situação. – Falei apontando para meu anel, pela primeira vez observando-o. Ele se aproximou demais e me encarou com seus olhos azuis acinzentados, seu sorriso presunçoso apareceu.
– Só se comportar como antes. – E me beijou. Retribui facilmente aproveitando aquele momento.
Dormimos juntos naquela noite, mas nada aconteceu. Apesar de estarmos casados não iríamos apressar as coisas, nossos pais já fizeram o bastante, o resto seria decisão nossa.
No outro dia acordei cedo voltando minha rotina normal, mas dessa vez aproveitei a biblioteca dos Malfoys que era enorme e fui em busca de conhecer sobre Legilimência e Oclumência.
“A Legilimência é a habilidade mágica capaz de extrair sentimentos e lembranças de memória de outras pessoas. Quanto mais orgulhosa e sentimental uma pessoa for, mais fácil será extrair um sentimento dela. O ato de defender uma mente da Legilimência chama-se Oclumência.
Para praticar oclumência, é preciso muita força de vontade e disciplina mental e emocional. A forma mais básica de oclumência é limpar a mente, deixando–a "vazia", para evitar que os legilimentes percebam os pensamentos e emoções. A oclumência mais avançada envolve suprimir apenas os pensamentos, emoções e lembranças que contradigam o que o oclumente quer que os legilimentes acreditem.”

Li uma parte que dizia sobre. Agora entendo o que o professor Snape e o professor Dumbledore queriam. Como eu podia prever o futuro, se alguém legilimente entrasse na minha mente ia ter consequências desastrosas.
x


Assim nossas pequenas férias acabaram rapidamente, estávamos já no caminho para a estação de trem para voltarmos a Hogwarts. Nos despedimos dos nossos pais e partimos. Naqueles dias nada demais aconteceu, ficávamos na mansão sozinhos como sempre, mas dessa vez eles estavam menos presentes que antes. Eu tinha a sensação de que a nossa paz acabaria muito em breve e eu não gostava do que sentia, era quase parecido com o fim do torneio tribruxo.
Na estação encontrei com Yumi, falei brevemente com ela e entramos no trem. Deixei Yumi em uma cabine que Erik e Nick já estavam sentados, acenei e fui para o vagão dos monitores junto com Draco.
– Certo, esse semestre teremos os exames. Draco, já sabe o que isso significa, não é? – Perguntei um pouco preocupada, enquanto se sentava em uma poltrona no vagão.
– Sim, significa que com minha ajuda você vai tirar a nota mais alta. – Ele sentou ao meu lado.
– Estou em suas mãos. – Falei inocente, ao contrário dele que riu em outro tom. Bati no seu braço.
– Não se preocupe, Selwyn, você sentirá minhas mãos mais tarde. – Ele se aproximou sussurrando no meu ouvido. Eu senti minhas bochechas queimarem, estava rezando para que ninguém ali tivesse escutado ou percebido meu estado.
– Malfoy. – O corrigi, voltando ao normal.
– Como? – Ele perguntou com uma sobrancelha levantada e um sorriso discreto. Ele queria que eu repetisse, mesmo tendo entendido.
– Meu sobrenome agora é Malfoy. – Falei baixo. Ele sorriu se divertindo. – Idiota!
– Eu adoraria te chamar assim, mas terá que ser Selwyn por enquanto.
Seguimos ao longo do caminho fazendo nossa patrulha novamente.

Capítulo 28 – Feitiço do patrono


Depois da chegada à escola e o jantar nada fora do normal, o professor Snape me mandou ir aquela noite para sala dele. O esperei por um tempinho e depois ele chegou com Harry em seu encalço.
– Olá, Harry!
– Aurora!
– Sem tempo para outras conversas, fez o que eu pedi, Srta Selwyn? – Snape perguntou.
– Sim.
– Então me fale. O que é Oclumência?
– É uma arte mágica que consiste em bloquear a mente para que Legilimentes não acessem, ou influenciam os pensamentos. E isso não se ensina em livros...
– E o que é um Legilimentes?
– São pessoas que têm uma habilidade mágica que permite extrair sentimentos e lembranças de outras pessoas.
– E é para isso que estão aqui. Irei ensinar a vocês Oclumência! Por algum motivo precisam se proteger de você-sabe-quem. – Ele olhou para mim por último. – Pelo que percebi o Lorde das trevas tem uma ligação com sua mente Harry, e se ele estiver ciente disso, é em um momento incerto.
– Então ele pode ler minha mente?
– Ele é um legilimente. Não apenas ler, ele pode controlar você. Então vamos à primeira aula, primeiro o senhor Potter. – Ele disse pegando sua varinha. – Legilimens!
Harry se contorceu na cadeira, enquanto Snape vasculhava sua mente.
– Concentre-se, Potter! Foco!
Passou muitos minutos e Snape parou de acessá-lo, deixando Harry respirar um pouco. Ele olhou para mim.
– Espero que se saia melhor que o Potter. – Meu coração acelerou um pouco, ele ia acessar minhas memórias e eu não sei se seria uma boa ideia. Sentei em uma cadeira preparada. – Legilimens!
Aquilo era horroroso. Eu conseguia ver o que ele acessava e era torturante fisicamente também.
– Se concentre, Selwyn! – Eu ouvia sua voz profunda.
Ele viu sobre como descobri o scriptorium, sobre a ordem da fênix, sobre Malfoy. Naquele momento eu percebi que era hora dele parar. Ali era meu limite. Tentei pensar em nada, com muita dificuldade.
Ele saiu da minha mente e eu abri meus olhos.
– Conseguiu bloquear por um tempo. Não o suficiente! – Ele falou.
E começou a fazer tudo de novo conosco o que foi muito pior, estávamos cansados, aquilo esgotava rapidamente nossos corpos.
– Todas as segundas à noite precisarei que os dois estejam aqui para nossas aulas. E não podem comentar isso a ninguém.
Saímos na sala em silêncio, estávamos cansados demais.
– Aurora... Podemos conversar outro dia? – Harry perguntou.
– Claro.
– Nos encontramos depois então. Boa noite. – Ele se despediu.
Entrei no salão comunal indo em direção ao meu quarto. Titã me parou antes, falando sobre o “pirralho” que está me esperando no meu quarto. Suspirei continuando meu caminho e entrando no quarto.
– Onde esteve? – Ele perguntou me observando um pouco preocupado.
– Tendo aulas particulares com Snape. – Falei me jogando na cama em que ele estava. Graças a Merlim que isso foi o bastante para a curiosidade dele. – Eu estou esgotada. Mal voltei e já to cansada.
– Acontece. – Me levantei olhando para ele que estava usando seus óculos e folheando um livro.
– E o que você está fazendo aqui? Não deveria estar aqui, na verdade não poderia. – Falei observando a porta que deveria estar enfeitiçada. – Por que consegue está aqui?
– Não sei, eu apenas entrei e te esperei porque você sumiu. Talvez Hogwarts saiba sobre nossa relação. – Ele falou fechando o livro. Eu ri sarcástica.
– O castelo é mágico, mas não tanto assim. Cai fora, Malfoy! Vou tomar um banho rápido e dormir de vez. – Falei puxando-o à força da cama.
– Já estou indo... – Ele resmungou. – Da próxima vez, avise.
– Amanhã a gente conversa sobre isso. Tchau! – Empurrei ele para fora do quarto.
– Boa noite! – Ele me puxou para um beijo rápido e foi para seu quarto. Gostava dele assim, carinhoso comigo, mas hoje eu estava sem saco algum.
Suspirei juntando todas as energias que ainda tinha pegando meu pijama para tomar um banho e voltar para o quarto para adormecer.
x


No outro dia no café da manhã com Yumi recebemos notícias pelo profeta diário sobre as fugas em massa em Azkaban. Isso era um mau sinal.
Horas depois a professora Umbridge colocou mais um decreto dentro da escola, o Decreto Educacional Número Vinte e Seis proíbe os professores de darem aos alunos qualquer informação sem relação às suas matérias.
Piorou quando O pasquim, um tabloide bruxo foi publicado com a entrevista de Harry sobre o retorno de Lorde das trevas, o que atiçou todo mundo. E assim mais um decreto foi colocado proibindo tabloides, jornais e revistas. Porém só fez mais alunos o adquirirem irregularmente.
Umbridge expulsou a professora Trelawney que dava aula adivinhação. As explicações era que ela era incompetente, uma farsa e de baixo padrão exigido pelo ministério. E ainda acompanhou a professora até a saída com vários alunos observando, ela queria expulsá-la da escola também. Sabíamos que a professora não tinha para onde ir, foi humilhante demais vê-la carregando suas malas chorando.
Mas o professor Dumbledore que chegou bem na hora a impediu, dizendo que ela não pode fazer isso, apenas o diretor da escola. E que um novo professor de adivinhação já foi colocado em seu lugar.
– Foi horrível, coitada da professora. – Yumi resmungou enquanto almoçávamos.
– O ministério está tomando conta de Hogwarts bem depressa.
– Se continuar assim as coisas irão piorar. Não estamos conseguindo nem falar com o Anker e o Smith direito.
– Não podemos fazer nada... Você irá para a reunião hoje? – Perguntei sussurrando.
– Com certeza! Acha que perderia a melhor aula ilegal?
– Eu preciso falar com o Harry hoje, espero que eu consiga tempo.
– O seu colar... – Yumi falou percebendo meu colar de anéis no pescoço. Esqueci de comentar a ela sobre o casamento. Escondi para que ninguém mais soubesse. – Vocês já...?
– Sim. Nas férias, mas foi estranho.
– E nem me contou? – Ela fingiu estar brava.
– Nem tente Yumi, sei que não fica chateada por pouca coisa, ainda mais porque isso não estava sob meu controle.
– Você é sem graça. Então como foi? – Ela deu um sorrisinho de malícia.
– Nada demais...
– Como nada demais? Eu sei que andam se pegando pelo castelo. – Arregalei os olhos.
– Como você...?
– Então realmente é verdade. – Ela sorriu. Maldita inteligente! Ela não sabia e eu acabei de me entregar.
– Você é terrível! Como suspeitava?
– Está andando mais com ele do que antes e mais perto, tão perto que não estão nem se insultando como antes. E eu como sou uma boa observadora, talvez seja a única que notou. Para sua sorte também.
– Bom... – Pigarreei. – Só estamos nos aproximando, nada demais. Não estamos juntos oficialmente. – Ela riu com sarcasmo.
– Quer que seja mais oficial que um casório? – Ela abaixou o tom.
– Para a gente isso é só teórico.
– Bom, tenho algo para te contar... – Olhei para ela curiosa. – Estou namorando...
– O que? Não vai me falar que é com o Nick?
– Claro que não, já falei que aquilo ficou naquele dia. É com Ernesto Macmillan, um lufano. – Ela falou envergonhada.
– Como sempre um lufano roubando corações. É por isso que você ficava interessada quando tinha aula com eles... tudo faz sentido agora.
– É, não estávamos juntos ainda. Mas ele me pediu quando chegamos em Hogwarts.
– Fico feliz por você, Yumi! – Falei animada.
– Se o Malfoy não fosse um escrotinho podíamos ir a um encontro em duplas.
– Yumi! – A repreendi por ela ter o xingado. – E nós não estamos nesse nível ainda...
– E por que não?
– As coisas são diferentes entre a gente, talvez você não vá entender.
– É, pra quem noivou primeiro e só depois se beijaram e assim que se casaram ainda estarem ficando, isso é bem estranho.
– Exatamente!
– Boa sorte com essa linha cronológica! – Nós rimos.
Mais tarde fomos para a próxima reunião da A.D. Era bom estar de volta ao ensino de defesa contra as artes das trevas. Hoje foi dia de realizar um feitiço do patrono.
– O Feitiço do Patrono é o mais famoso e um dos encantos defensivos mais poderosos conhecidos. É um imensamente complicado e extremamente difícil, então não se sintam pressionados se não conseguirem de primeira. – Harry falava. – Eles são usados para afastar principalmente os dementadores.
– De início um resquício de luz vai sair de suas varinhas, para atingir o feitiço completo o vapor de luz precisa estar forte. Poucos consegue um patrono corpóreo que é o patrono completo, pois precisa de muita habilidade para conjurá-los, mas não é impossível. E ele tem forma variada a depender do bruxo. O meu por exemplo é um cervo. – Ele sorriu.
– Antes de lançarem precisam de uma lembrança feliz, porém precisam ser fortes o suficiente. Então vamos à prática. Preparem-se!
Todos ficaram espalhados pela sala atentos ao que Harry dizia.
– O movimento da varinha é um círculo. – Harry exemplificava. – Basta dizer apenas... Expecto Patronum! – Harry lançou e todos puderam ver o cervo saindo brilhantemente de sua varinha. – Hora de vocês.
Eu e Yumi nos preparamos. Na primeira tentativa foi um fracasso. Lembrança feliz, eu não tenho nenhuma. Suspirei frustrada.
Yumi conseguiu lançar o patrono corpóreo que era uma leoa na sua terceira tentativa. Observei todos fazerem pelo menos com que luz saísse facilmente das varinhas.
– Tudo bem, Aurora. Todos estão conseguindo porque não tem um dementador assustando-os. – Harry comentou. – Não consegue pensar em algo forte?
Algo me veio à mente rapidamente. O Natal com a família Weasley, será que essa lembrança era forte o suficiente?
– Acho que sim.
– Prepare-se. – Ajeitei meu corpo e me preparei para conjurar o patrono. – Expecto Patronum! – Agitei a varinha e finalmente uma luz saiu forte o suficiente. Sorri.
– Ótimo! Está indo bem, logo seu patrono aparecerá. – Harry elogiou.
Apesar de estar feliz, no fundo fiquei triste por não ter uma lembrança feliz da minha família. Nem quando o papai estava vivo.
Minutos depois fomos interrompidos por Dobby que aparatou na sala e avisou a Harry que tínhamos sido descobertos. Todos olharam em pânico!
–O que estão esperando? SAIAM TODOS! – Harry mandou. Hermione e Rony ajudaram todos evacuarem a sala precisa. Porém o único que ficou era Harry.
Hermione me falou que ele ficaria bem, mas que precisávamos ir.
Ficamos sabendo depois o que aconteceu. Harry foi pego e levado à sala do diretor onde todos estavam por lá, até o ministro. Alguém dedurou a gente e uma lista surgiu como prova, a maldita lista. Apesar de meu nome não estar por lá, Hermione tinha azarado a lista. Porém como o nome era Armada Dumbledore, então o diretor assumiu toda a culpa, fugindo depois.
E isso era o pior, porque depois a Umbridge se tornou a diretora de Hogwarts. E para completar o bolo, fiquei sabendo que Malfoy está dentro da Brigada Inquisitorial que apoia o ministério, eu estava irritada com isso pois ele quem pegou Harry, antes de fugirmos.
No almoço estávamos todos bem chateados pelo que aconteceu, mas percebi que os gêmeos Weasley estavam aprontando alguma coisa. Estavam felizes demais. Não demorou muito para sabermos o que era.
Tudo ficou um caos de repente, alguém colocou fogo em uma caixa de fogos mágicos. Dragões formados voavam para todos os lugares produzindo explosões. Morcegos tomaram conta dos corredores e quase acertaram Umbrigde e Filtch. Barulhos eram ouvidos pela escola inteira.
Eu corri já sabendo que era tudo invenção de Fred e George, era muito divertido ver aquilo tudo. Finalmente um caos e um protesto. Pirraça apareceu pelos corredores adorando o caos que estava acontecendo.
– Isso é fascinante! Finalmente alguém com humor! – Ele falou gargalhando.
Os gêmeos logo saíram dos seus esconderijos voando com suas vassouras e deixando um W gigante no céu e foram embora. Eles ainda deixaram a marca deles para todos saberem dos seus futuros projetos. No meio do caos meus olhos notaram Malfoy ali e logo fechei a cara para ele. Ele notou meu mau humor e veio ao meu encontro.
Deixei o caos acontecendo e fugi dali, estava bem irritada com suas ações a favor do ministério.
– Aurora!
– Selwyn, para você! – Exclamei ainda fugindo dele para o lado de fora do castelo
– O que houve? Por que está irritada?
– Como você é cínico Malfoy, como pode entrar na Brigada Inquisitorial? E nem me contou. – Falei me virando e o encarando. Ele não ia desistir de me seguir.
– Ah isso.
– ISSO?
– Espera, por que estaria tão irritada? Só porque entrei para um clube? Eu duvido muito...já soube do Potter, não é? – Ele me olhou desconfiado e debochou no final.
– Não vire essa discussão a seu favor. Se quer saber eu estava na lista da A.D. – Debochei. – Se quiser me entregue para aquela opressora irritante! Vai lá!
– Você entrou para um grupo com o Potter e eu não posso? – Ele perguntou irritado também.
– Pelo menos o meu grupo tem intuito de aprender algo e não ser um opressor e passar por cima de todo mundo! – Ele bufou.
– Eu tive um motivo para entrar, ok?
– Isso só diz muito sobre o que você é! Igual a eles! – Esbravejei e sai dali. Ele não foi atrás. Eu estava muito irritada com ele naquele momento.

Capítulo 29 – De um dragão para uma serpente


À noite tivemos aula novamente com o professor Snape. Harry dessa vez conseguiu quase azarar ele. Eu consegui ocultar por mais tempo minha mente, minha raiva com Malfoy parecia ter seus benefícios. Harry ficou mais tempo lá depois que eu fui liberada.
No outro dia enquanto ia para minha rotina de aulas percebi alguns alunos primeiranistas sentados estranhos. Fui checar o que houve, Nicholas estava entre eles.
– O que aconteceu? – Perguntei vendo um dos meninos chorar. Ele era um lufano, mas tinha corvinos e grifinórios.
– Depois que Dumbledore se afastou tudo piorou. Aquela maníaca está usando tortura em todos. – Nick falou enquanto mostrava sua mão.
– Como nunca vi isso? – Perguntei.
– Não sei, Aurora. Talvez por causa de sua família? – Ele falou e ele tinha razão. Algo veio à minha mente e eu já sabia os meus próximos passos.
Ajoelhei no chão perto do garoto e limpei suas lágrimas.
– Tudo bem, eu vou dar um jeito nisso! Não chore. – Tentei consolá-lo. – Prometo que ela não irá mais machucar vocês. – Ele enxugou suas lágrimas e assentiu.
– Aurora, o que vai fazer? – Nick perguntou.
– Algo que eu já devia ter feito antes, dar uma apavoro nela. – Falei irritada indo em direção a sala da diretora.
Pirraça apareceu do meu lado me seguindo.
– O que vai fazer, serpentinha? – Ele perguntou estranhamente interessado.
– Alguém aqui precisa colocar essa criatura no lugar dela. Não me atrapalhe pirraça!
– HAHAHAHA Não vou... Tem mais dos fogos dos gêmeos?
– Não, infelizmente. Mas quem sabe eu traga mais pra você... – Falei tentando manipular o fantasma.
– PIRRAÇA! – Ouvi a voz do Barão Sangrento surgindo no final do corredor. Pirraça fugiu em instantes sem nem se despedir.
Voltei ao meu foco enquanto entrava na sala da cara de sapo sem a menor paciência.
– Ora, não sabe bater senhorita... Selwyn?! – Ela vacilou um pouco ao me ver. Sorri debochada já sabendo que eu tinha mais poder que ela ali.
– Está disponível para uma conversa em particular? – Perguntei me sentando calmamente ainda com um olhar ameaçador e debochado presente.
– Hmm... claro. O que posso fazer por você?
– Soube que tem praticado tortura nos alunos mais jovens. Devo dizer especialmente tortura física em suas peles. – Falei séria. Mantendo meu tom frio que eu nunca tinha usado antes. Eu podia ser gentil quando eu queria, mas fui criada como uma serpente.
– Talvez tenha ouvido errado, Srta Selwyn. – Ela falou voltando ao seu sorrisinho cínico de sempre.
– Está me dizendo que não consigo entender o que os outros falam? – Levantei a sobrancelha ofendida. Peguei uma xícara de chá que tinha em sua mesa e coloquei pacientemente o chá que continha no bule. – Como se alguém pudesse mentir para mim a hora que quisesse.
– Não foi isso que eu quis dizer, é claro. – Ela falou enquanto eu tomava um gole do chá.
– Ouça com bastante atenção. – Coloquei a xícara na mesa. – Eu sou uma Selwyn, e você sabe o que isso quer dizer. – Mantive contato visual com a diretora que agora mexia sua boca com sinal de nervosismo. – Nunca mais. Toque. Nos primeiranistas. Nunca mais os machuque de nenhuma forma. E isso sim é uma ordem. – Eu ainda mantinha meu tom baixo. – Tenho certeza que o ministro não ia querer se intrometer dessa forma em serviços que você é designada não é?
– Não, senhorita. – Ela falou.
– Pois bem, então já que ouviu o bastante... – Me levantei. – Obrigada pelo chá!
– Não ache que minha família não sabe sobre suas histórias, Umbridge. Elas só não foram desmentidas porque somos serpentes. Preparamos o bote antes de atacar, isso quando escolhemos atacar. – Falei antes de passar pela porta e ir embora.
Duvido muito que ela iria usar mais tortura nesse colégio. Eu sabia pela minha mãe que ela usava nosso nome para dizer que também era próxima e tinha sangue dos Selwyns, assim conseguindo poder. Maior mentira! Ela se finge de sangue puro, mas é totalmente mestiça.
Anoiteceu rapidamente e hoje era dia de monitoria, o que significa que ia ter que ver Malfoy. Passei o dia inteiro sem falar com ele.
Nos encontramos na sala comunal preparados para patrulha e ignorando o máximo possível um ao outro. Não acredito que ele ainda achava que era o certo.
– Vai me ignorar até quando? – Ele perguntou depois de um tempo.
– Quando minha raiva passar. – Falei mantendo o foco na minha frente. Ele suspirou.
– Se me deixasse explicar... – Me virei olhando para ele bruscamente.
– Explique-se e essa é sua última chance.
– Eu precisava entrar para provar algumas coisas ao meu pai, você sabe como é. Ele ficou contente quando eu entrei. Isso é bom para meu histórico acadêmico também... Eu já suspeitava que estava envolvida em algum grupo com o Potter. – Ele fez cara feia. – Se tivesse sido pega, acha que estaria numa boa? Você poderia ter sido expulsa!
– Como você soube? E eu não sou qualquer tonta que seria pega facilmente.
– Eu não sou “tonto”. – Ele debochou. – Eu observei você e a Rizzi por aí, e logo um monte de grifinórios iam pelo mesmo caminho.
– Que seja!
– Eu estava de olho no inimigo para você. – Ele resmungou. – Posso muito bem limpar a sua barra se algo acontecesse.
– Não deixa de ser um idiota... – Ele ficou em silencio. Continuamos nossa patrulha que foi tranquila. Talvez todos estivessem com medo ou cansados demais para sair pela noite. O último lugar a ser vistoriado era a torre de astronomia.
– Você sabe que mesmo se eu pedisse desculpas não seria verdade, não é? – Malfoy me perguntou quando já estávamos no topo que era visível ver todo o terreno de Hogwarts. Onde nos beijamos pela primeira vez.
– Eu sei.
– Mas posso pedir desculpas por não ter te contado. – Ele falou com um tom mais baixo e eu finalmente o olhei.
– Tudo bem... – Falei suspirando. Ele se aproximou.
– Estou perdoado então?
– Não fico com raiva por muito tempo de qualquer forma. – Virei para ver a vista maravilhosa de Hogwarts. Ouvi seus passos se aproximando, seus braços envolveram minha cintura e seu pescoço encostou no meu ombro. – Não acha que isso é demais não?
– Não. Você já disse que não está com raiva. – O observei de canto de olho e ele estava me olhando também. Me deu um beijo na bochecha.
– Eu tenho que aceitar que estou casada com um babaca. – Falei e vi suas feições ficarem chocadas.
– Você gosta de beijar esse babaca. – Ele falou com seu sorriso presunçoso de volta.
– Eu tenho sentimentos de amor e ódio com você, Malfoy. – Falei o encarando sem perceber o que eu tinha acabado de falar. Fingi ser uma estátua assim que percebi. Eu acabei de me declarar para ele. Ótimo!
– Você o quê? – Ele perguntou e jurava que havia um sorriso de orgulho pelo tom de sua voz. Eu não me atrevi a olhá-lo. Quis fingir demência e tentei olhar para fora da torre, mas ele me impediu. Me fez encará-lo, tirando seus braços de mim. Agora estava de frente para ele, mordendo meu lábio tentando segurar minha vergonha. Como pude escorregar tão facilmente? Ele sorriu me vendo daquele jeito.
– Então eu posso dizer agora que gosto de você?! – Ele se aproximou selando nossos lábios. Fechei meus olhos respondendo a seu beijo. Foi calmo, mas me pareceu diferente. Não demorou e ele se afastou, me fazendo resmungar.
– Vai destravar agora? – Ele riu.
– Não era para sair daquele jeito. – Falei me encostando no parapeito da torre.
– Então você gosta de mim? Com amor? – Ele brincou. Dei tapas no braço dele.
– Fala sério!
– Tudo bem, só me responde. Eu quero saber se isso é sério ou não.
– Não era você que não ia conseguir me responder? – Perguntei debochada ao que ele disse antes.
– Eu estava sendo sincero naquele dia, eu estava confuso, não sabia que estava gostando de alguém. E você?
– Eu não sei quando comecei a gostar de você para ser sincera. – Ele sorriu contente. – Apenas aconteceu.
– Então...
– Então...?
– Vamos namorar. – Ele falou.
– Mas somos casados, esqueceu? – Falei mostrando a aliança em meu pescoço.
– Eu sei, mas não gosto do fato de termos pulado etapas.
– Desde quando é romântico?
– Apenas é esquisito e sei que concorda! E eu sou sim, só nunca experimentei como ser.
– Nunca namorou? Está de brincadeira?
– Se for contar um namoro como algo sério, realmente não. – Olhei para ele desconfiada. – Enfim, não me enrole. Vai me aceitar como seu namorado?
– Claro, apesar que você já é meu marido. – Minhas bochechas queimaram arrancando uma risada dele. Ele me envolveu em seus braços mais uma vez e dessa vez senti o calor deles.
X


Hoje os quintanistas precisavam de orientação vocacional. Teríamos que escolher uma matéria e um professor para nos dar orientação. Como nesse maldito ano não tivemos sequer aulas de defesa contra artes das trevas não tive muitas dúvidas do que fazer. Eu escolhi poções com o professor Snape. E ele já tinha me ameaçado antes sabendo que eu iria escolher com ele.
O Dia dos Namorados chegou e foi diferente do que no quarto ano. Acho que pelos acontecimentos, ninguém podia namorar na escola. Não recebemos cartas e nem nada porque a vaca rosa impediu, pensando que íamos passar recados secretos através delas. Pelo menos a minha ameaça surgiu efeito, nunca mais vi os alunos mais novos reclamando ou chorando pelos corredores.
Quando cheguei no meu quarto depois da última aula pela manhã, vi uma caixa. Assim que abri percebi uma capa de quadribol só que tinha um detalhe grande demais atrás dela, estava escrito Malfoy e meu número de jogo. Assim que peguei para analisá-la melhor vi um suéter verde e prata, dessa vez era muito maior e tinha escrito Malfoy “seeker”. Era dele.
Hoje teria mais um jogo da Sonserina contra a lufa–lufa, e eu teria que substituir o Draco, já que ele ainda estava suspenso. Só não entendi direito o que ele queria mandando um moletom dele para mim. Mais no fundo da caixa tinha um bilhete e mais uma caixinha pequena.
“Feliz Dia dos Namorados. – De um dragão para uma serpente.”
Abri a caixinha e vi um colar prateado com um pingente de dragão. Sorri colocando o colar no meu pescoço. Eu tinha amado.
– Bem a cara do pirralho. – Titã apareceu.
– Olá, Titã, quanto tempo, não é? – Perguntei irônica.
– Não tenho culpa ssssse sssua cabeça fica uma confusão, sssssabe que eu ossscilo junto. Além do mais assss vezes que consigo vir você está com o pirralho.
– Claro, claro... Tem alguma resposta para me dar de interessante?
– Não entendi.
– Eu descobri sobre minha família, os Gaunt e tudo mais. Porém ainda não entendi por que eu consigo te invocar.
– Não posssssso te ajudar com isso. – Bufei. – Que eu sssssaiba sou apenas seu protetor.
Ouço um abrir de porta, mas percebi que titã ainda permanecia visível.
– Auro... – Ouvi a voz de Malfoy. Ele parou quando viu Titã – Ainda não me acostumei com essa coisa...
– Eu tenho nome, pirralho! – Os dois pareciam gato e rato quando se viam.
– Eu também tenho um, sabia cobra maldita?
– Vamos parar por favor?
– E aí, gostou do presente? – Draco olhou para a caixa aberta na cama e depois para meu pescoço.
– Sim, obrigada! – Ele se aproximou, mas parou para encarar titã.
– Com licença?
– Por isssso que eu não venho. – Titã reclamou. – Nosss vemos depois. – Ele desapareceu cuspindo fumaça em direção a Malfoy.
– Coisa estúpida!
– Não chame ele assim, ele é importante. – Ele me deu um curto beijo.
– Está pronta? Precisamos estudar.
– Eu né, você já é bom o bastante. – Falei colocando a caixa de maneira mais organizada.
– Vai colocar a que eu te dei?
– Agora?
– Claro, a partida de quadribol é depois do almoço. Vai ter tempo de se arrumar depois? – Ele disse falando o óbvio. Eu realmente não teria tempo.
– Eu não irei com aquela capa, está bom? Deixarei-a para mais tarde. Mas posso ir com seu moletom. Hoje está um pouco mais frio mesmo.
– Por quê?
– Malfoy, ninguém sabe sobre a gente e não estou a fim de brigar com meus amigos por causa disso. Ainda mais depois da última que você aprontou.
– Está preocupada com a reação do Potter, não é? – Ele falou de cara feia.
– Não irei discutir isso com você. – Falei enquanto o empurrava. – Agora saia para que eu me vista.
Expulsei ele do quarto enquanto o próprio me esperava. Coloquei seu moletom e peguei minha capa da sonserina. Sabia que ele não ia se aquietar enquanto eu não andasse desfilando com seu suéter. Tenho que conviver com essa parte terrível dele.
Como o suéter ficava grande em mim tive que dar umas ajeitadas. Coloquei todos os acessórios na minha mochila e peguei minha vassoura.
– Vamos! – Eu lhe entreguei minha mochila para ele carregar quando sai do quarto. Se é para tentar espalhar para a escola toda, ele que faça um bom papel de namorado também. Por azar o dele meu cabelo conseguia cobrir seu nome atrás.
Chegamos no salão principal, cumprimentei meus amigos e os grifinórios de longe e fui me sentar com o time na mesa da sonserina junto com Draco. Todos eles estavam empolgados para o jogo, mas também preocupados com os NOMs.
– Selwyn! Preparada para ser apanhadora? – Zabini perguntou.
– Sim, eu acho. Já irei falando que se perdemos colocamos a culpa no bonito que brigou e foi suspenso.
– Ei! – Ele protestou.
– Aurora, podemos conversar em particular? – Bole perguntou envergonhado para mim. Malfoy lançou um olhar mortal para o menino sem nem sequer saber o motivo, dei uma cotovelada nele.
– Claro!
– Que não! – Malfoy se intrometeu. Todos encararam ele.
– Que tal você não se intrometer? – Perguntei o encarando. Ele ficou em silêncio.
– Vamos, Bole, aqui temos muitos fofoqueiros. – Falei deixando minhas coisas e indo para um canto do salão. Todo o time ficou observando de longe, um bando de curiosos. – Bom, o que posso ajudar?
– Er... é que eu queria te fazer uma pergunta. – Ele parecia envergonhado.
– Estou ouvindo.
– O Smith... Seu amigo... – ele gaguejou e eu estava tentando raciocinar onde ele queria chegar. Ele estava muito sem jeito, imaginei o que ele queria saber.
– Você quer saber se ele está solteiro? – Perguntei sorrindo.
– Er... É. Isso é constrangedor.
– Nada de constrangedor! E sim, pelo menos a última vez que ele me avisou estava.
– E ele curte homens? – Perguntou com mais cuidado na voz.
– Sim! E digo mais... Se realmente tiver interesse, você faz bem o tipo dele. Mas posso te fazer uma pergunta? – Ele suspirou aliviado.
– Sim.
– Você é bi também? Ou gay?
– Também? Você é bi? – Ele perguntou.
– Não! – Eu gargalhei pela confusão. – É que o Nick ele curte homens e mulheres.
– Oh, sim. Eu notei isso, por isso me interessei. – Ele olhou para trás observando algo.
– Isso é tão legal! Fico feliz que vocês tenham confiança sobre isso.
– Não é sempre, o mundo bruxo ainda é difícil.
– É eu imagino.
– Por que eu estou sentindo uma energia pesada no meu pescoço? – Ele perguntou um pouco tenso. – É o Malfoy, não é? Eu espero que ele não esteja tentando me azarar! – Olhei para mesa da sonserina e ele estava realmente nos encarando.
– Ele mesmo, melhor a gente voltar. E não se preocupe, posso te ajudar com algo. – Falei sorrindo.
Na volta à mesa ignorei o mal humor de Malfoy, mais tarde teríamos que conversar sobre isso. Depois o jogo aconteceu. Foi um jogo tranquilo sem muitos dramas que nem o último. Consegui pegar o pomo com 20 minutos de jogo.

Capítulo 30 – Fofocas


À noite, me encontrei com Harry enquanto íamos para sala do professor Snape treinar oclumência.
– A gente tem se trombado pouco ultimamente, não é? – Ele falou.
– Sim, na verdade estou mais andando com os sonserinos do que com os grifinórios. Tudo por causa daquela... – parei antes que xingamentos viessem. Harry riu. – É um ano difícil para você não é, Harry?
– Sim, complicado. Tenho tido sonhos ultimamente com Voldemort e isso está me deixando mais tenso que o normal. – Me deu calafrios quando Harry falou o nome dele em voz alta.
– Já sabe o que vai fazer quando terminar a escola? – Perguntei tentando trocar de assunto.
– Estava pensando em ser Auror... Falei com a professora McGonagall sobre isso.
– Isso é ótimo! Você se daria bem. – Disse antes de entrarmos na sala do professor.
Snape já estava à nossa espera e assim que chegamos já nos preparamos para começar a prática.
– Peguem a varinha de vocês e estejam preparados. – Saquei minha varinha como ele ordenou.
– Senhor, posso fazer uma pergunta?
– Diga, Potter.
– Voldemort consegue ler minha mente mesmo longe?
– Não diga o nome dele! Eu já lhe disse isso! – Ele respondeu irritado. – E apesar de tudo a legilimência é um feitiço que precisa de contato visual. Hogwarts também tem feitiços e barreiras de proteção que dificultam tudo. Agora prepare-se! – Ele voltou a apontar a varinha para Harry – Legilimens!
Foram alguns minutos assim, quando Harry cansava ele ia pra mim. Era um desgaste físico absurdo.
– Os dois, apontem as varinhas, talvez assim vocês tenham confiança... – Eu e Harry ficamos confusos.
– Selwyn, lance legilimens no Potter. – Ele ordenou.
– Mas professor...
– Faça o que eu digo! – Eu olhei para Harry que parecia nervoso. Éramos amigos, mas tenho certeza de que assim como eu, ele parecia ter segredos.
Legilimens! – Lancei acessando suas memórias. Comecei a ver seus pesadelos, suas conversas com Sirius, Umbridge lhe torturando, ele beijando a Cho e suas brigas depois, logo me vi sendo jogada para trás e voltado a realidade. Ele tinha lançado um protego.
– Desculpe. – Lhe pedi.
– Potter, lance na senhorita Selwyn. – O professor disse me olhando. Naquele momento já tinha ficado apavorada. Ele não poderia descobrir aquelas coisas! Não desse jeito!
Legilimens! – Ele falou lançando em mim. Tentei bloquear com muita dificuldade. Algumas coisas ele conseguiu acessar sobre minha vida. Minha infância, o dia que eu conheci meus amigos, o dia do nosso beijo no quarto ano. O dia que eu briguei com Malfoy quando soube da brigada inquisitorial e o dia que nos beijamos depois da festa da sonserina, mas expulsei ele da minha mente assim que eu percebi onde ele estava querendo chegar.
Ele já tinha visto demais.
Ficamos em um silêncio constrangedor.
– Pelo visto, nenhum dos dois bloquearam nada. – Ele falou com sua voz fria e suave de sempre. Na verdade, no fundo eu já queria contar ao Harry e isso me fez não bloquear aquelas coisas. – Precisam se concentrar e deixar a emoçãozinha patética de vocês de lado!
– Sr. Potter quero vê-lo em minha próxima aula. Quero que você treine bastante para a próxima aula, a noite esvazie sua mente e relaxe. É nessa hora que você fica vulnerável. Srta Selwyn! Você está dispensada, em breve nos falaremos melhor. Agora saiam!
Ele ordenou e saímos da sala ainda em silêncio. Estávamos pelos corredores das masmorras e acompanhei Harry até a saída.
– Sinto muito por ver tudo aquilo. – Falei. – Nem sei por onde começar a falar.
– Não é da minha conta, mas... Malfoy. – Ele falou suspirando. – Você sabe que ele é patético, não é? Você tem sentimentos por ele? – Claro que ele ia tocar nesse assunto.
– É complicado, Harry.
– De qualquer forma não é da minha conta quem você beija, mesmo se for a pior pessoa.
– Você e a Cho brigaram? – Perguntei tentando desconversar.
– Sim, é complicado. – Ele falou, nos entreolhamos e rimos.
– Eu não sabia que você foi torturado pela Umbridge, por que não me disse?
– Ahh, não era tão importante.
– Claro que era! Eu a coloquei no lugar dela quando vi os primeiranistas serem machucados. Ela nunca mais mexeu com eles.
– Então foi você? – Ele perguntou chocado. – Hermione tinha comentado sobre isso, dela ter estranhamente parado.
– Sim... Bom, acho que é hora de ir Harry. – Falei parando na saída das masmorras.
– Eu não sei como se sente em relação a tudo, Aurora. Percebi que não sei muita coisa sobre você. Apesar de não concordar com você pegando o Malfoy por aí... – ele fez cara feia. – Mas sou seu amigo, pode confiar em mim.
– Sim, eu sei. Você também! – Sorri. Ele se despediu e foi em direção a seu dormitório.
A reação dele foi até melhor que eu previ, mas isso porque ele acha que só beijei uma vez, em uma festa. E não que eu era casada com ele e tinha sentimentos por ele. Harry podia ter o coração bom, mas certas coisas ele não ia tolerar.
Voltei ao meu quarto, cansada da prática de legilimência, assim que abri a porta vi uma cabeleira loira deitada em minha cama, mas dessa vez desacordado. Dessa vez o cobri com minha colcha e o ajudei a se ajeitar direito. Devia estar cansado porque ele sequer fez menção de acordar.
Deitei ao seu lado e apaguei as luzes. O observei dormir enquanto meu sono não chegava. Ele era mais bonito quando ficava calado. Como pode ser o vilão da maioria e eu não o enxergar como tal?!
Dormi que nem notei quando.
No outro dia sinto braços me sufocarem demais. Abri meus olhos e percebi que suas pernas estavam em cima de mim e seus braços ao redor como se eu fosse um ursinho de pelúcia. Draco continuava dormindo e nem percebeu o que estava fazendo.
Tentei tirar ele de cima se mim, mas ele era muito maior e mais pesado. A única coisa que eu consegui fazer foi morder seu braço, assim ele acordou reclamando.
– Ai! O que foi? – Ele abriu os olhos relutantemente
– Você está me sufocando! – Falei e ele se moveu tirando seus braços e pernas dali.
– Desculpe. – Ele esfregou seus olhos ainda acordando.
– Lembre-se que você é pesado da próxima vez.
– Vou me lembrar, eu estava cansado demais para perceber e... Bom dia! – Ele falou se aproximando e me dando um beijo.
– Bom dia! Ontem foi meu último dia de prática. Não precisa ficar me esperando mais.
– Que bom, posso ficar aqui com você agora.
– Malfoy! Como consegue ir e vir sem ninguém ver?
– Ué, é só ficar de olho nos movimentos. A noite quase não tem ninguém, todos estão cansados demais, Umbridge está sendo muito insuportável.
– E ainda está do lado dela.
– Já falamos sobre isso.
– Eu sei. – Falei com preguiça me aproximando e me agarrando a ele.
– Essas coisas carinhosas que você faz as vezes me assusta. – Ele falou me abraçando também – Estou acostumado com suas patadas.
– Sempre fui assim com você, só tem um item adicional agora.
– O item adicional é me abraçar e me beijar?
– Sim, por aí... – Nós rimos e ele beijou o topo da minha cabeça. – Ahhh, antes que eu me esqueça. – Me soltei dele e sentei na cama o encarando.
– O que eu fiz?
– Lembra do Lucian Bole? – Ele revirou os olhos.
– O que ele queria com você?
– Esse é o ponto. Não te interessa saber? Até porque ele não está interessado em mim e sim em outra pessoa. Vamos controlar esse ciúme sem noção? – Ele desviou o olhar.
– Tá bom, irei tentar. – Ele bufou.
– Vamos, não faça essa cara. Não quero te controlar, mas você às vezes pede.
– Vai me dar um beijo de conforto? – Ele perguntou se aproximando de mim. Tentei me afastar, mas caí de costas na cama e ele se aproveitou disso.
– Se merecer sim? Talvez até coisas melhores.
– Agora você falou minha língua. – Ele falou já em cima de mim e colou nossos lábios. O afastei antes que as coisas piorassem.
– Vamos antes que seja impossível você sair daqui. Temos adivinhação pela manhã! Saia antes que outros alunos acordem! – Falei expulsando–o do quarto, ele não reclamou.
X


Finalmente à tarde eu e a Gina fomos a Hogsmeade na semana mesmo, a professora Sprout autorizou a gente a uma missão. Como ela estava bastante ocupada, pediu que comprássemos sementes por lá, então aproveitaríamos para ir ao três vassouras também.
Fomos primeiro comprar as sementes de dictamo como a professor pediu, depois que saímos encontramos os gêmeos Weasley perto do Zonko’s.
– O que eles estão aprontando? – Gina perguntou. Fomos até eles curiosas.
– Fred, George! Pensei que tinham ido para casa.
– Aurora! Olá, querida irmã! – Eles cumprimentaram. – Estávamos fazendo negócios com o proprietário das Zonko’s. E vocês? Matando aula?
– Não, estamos livres, viemos para comprar algo para a professora Sprout. – Gina falou.
– Então aproveitem! Temos que ir agora não é George?
– Sim, Aurora. Em breve atualizaremos sobre nossa nova loja no beco diagonal. Espero que possa vir quando inaugurarmos. – George comentou.
– Claro, estarei lá!
– Caso precise de algo, só precisa mandar uma coruja. – Fred falou. – Até mais!
– Você ajudou eles não foi? – Gina perguntou e eu assenti.
Chegando nos Três Vassouras pedimos algo pra comer e como sempre cerveja amanteigada.
– Vamos lá! Me atualize sobre sua vida Gina, tem muito tempo que não conversamos direito.
– Hmm, sabe que não estou mais com seu amigo, não é? – Ela falou sobre o Erik.
– Na verdade não. Mas imaginei, porque agora ele só vive com o Nick na biblioteca.
– Nós nos afastamos nas férias, sem nenhum motivo aparente. Daí então comecei a namorar o Michael Corner, outro garoto da corvinal.
– Eita, como gosta dos corvinos! – Nós rimos.
– Ahh, para! A maioria são bonitos. Enfim, mas no último jogo da grifinória contra corvinal nos desentendemos. Ele não gostou de perder e colocou a culpa em mim praticamente.
– Meu Deus! Que imbecil!
– E agora estou solteira novamente... – Ela deu um gole em sua cerveja. – Permanecerei por enquanto assim, cansei de namoros.
– Bom, não sei se você sabe, mas lhe darei uma informação de graça para você... Você namorou um herdeiro da corvinal, descendente de Rowena.
– Como é? – Ela arregalou os olhos.
– Sim, não conte isso para ninguém.
– Então todos vocês são herdeiros? Porque é o que parece. – Ela falou.
– Ah, sobre isso eu não sei. Apenas sei sobre o Anker.
– Mas e você? Está realmente... – ela olhou para os lados e sussurrou – Casada?
– Sim, e você é a segunda pessoa que sabe oficialmente.
– Estou me sentindo uma boa amiga então! – Ela sorriu. – Mas me conte, como foi?
– Como posso dizer? Não foi ruim, mas também não foi bom. A cerimônia foi rápida. Só tinha nossos pais mesmo.
– Isso é triste. Pensei que os Malfoy’s iam dar um grande casamento.
– Se não fosse segredo, talvez. É aí que entra minha desconfiança de que alguma coisa eles estão escondendo da gente. Mas não sei...
– Mas e aí? Como anda a vida de casados? – Ela falou sorrindo demais.
– Normal? Na verdade... – Parei de falar e ela me olhou curiosa. – Nos aproximamos recentemente. E estamos juntos de verdade, namorando.
– OH, sério? Espere. – Ela fechou os olhos tentando entender. – Vocês já não são casados?
– Sim, eu sei. Mas estamos tentando ao máximo ainda viver as etapas que perdemos antes.
–É muito complicado. Estou excluindo o fato de ser o Malfoy ainda... Apesar de não entender como vocês se entendem, mas eu fico feliz por você! Pelo menos gosta do seu marido. – Ela riu me fazendo sorrir também. – E as alianças? Você tem?
– Oh sim! – Falei mostrando o colar que agora tinha duas alianças. Eu estava com o outro colar mais curto que era de dragão e ela percebeu.
– O anel é lindo! E esse dragão? Meio óbvio, não é? – Ela riu estreitando os olhos para observar melhor.
– Falando nisso, o Harry sabe que a gente se beijou, porém não sabe de tudo. Tenho medo de que eles descubram e você sabe...
– Hmm, verdade. – Ela ficou pensativa – Conhecendo todos os três, eles iam surtar. Foi um choque para mim quando você disse, mas te entendi. Mas sabe que o Harry descobrirá de alguma forma, não é?
– Sim e é isso que eu me preocupo. Ele vai ficar sem falar comigo, tenho certeza.
– Você vai superar. Ficarei do seu lado até onde eu puder! Eu prometo.
– Obrigada, Gina! Você esse ano foi meu anjo da guarda. Além de ter me ajudado com o quadribol, nunca imaginei que você me daria conselhos.
– Posso ajudar em conselhos românticos também, se quiser. – Ela riu.
– Conte comigo também! Podemos criar um clube dos romances. – Ela gargalhou com o que eu disse.
– Eu super apoiaria, teria que colocar a Hermione para ver se conseguimos tirar ela dos livros.
– Aí só o Krum mesmo.
– Pena que ele não está mais aqui. E a Yumi? Eu soube dela com Macmillan.
– Sim, ele é da A.D também não?
– Sim, ele estava em todas as reuniões. Que pena que as aulas acabaram depois de tudo. – Ela falou desanimada.
– Acabou? Duvido... ainda vamos nos reunir futuramente.
Ficamos conversando mais tempo do que deveria nos Três Vassouras, quando percebemos o horário saímos de lá às pressas.

Capítulo 31 – Primeira noite


Os terríveis exames dos Níveis Extraordinários de Magias chegaram na primeira semana de Junho. O quinto ano ficou praticamente uma semana fazendo as provas. As autoridades estavam presentes para que nenhuma coisa fora do normal acontecesse.
Entre todas as matérias que eu gostava de estudar e tirava nota alta eram feitiços, DCAT, Herbologia, Tratado de criaturas mágicas, Astronomia. As que eu tinha que me esforçar um pouco por não gostar tanto estava estudo dos trouxas, runas antigas, aritmancia e história da magia. As péssimas seguia sendo poções e adivinhação. Mas como ninguém nunca ia conseguir tirar notas altas em todas por conta do choque de horário então só foquei em poções que era minha dificuldade.
Foram horas e dias de teste e era bem complicado. Fiz o máximo que eu pude, meus neurônios já estavam fritados. Mas acho que eu tinha me saído bem, pelo menos eu espero. Em poções pelo menos, senão no próximo ano o professor Snape me matava. Os resultados só iriam sair nas férias, então agora era só aproveitar.
Todos pareciam mais tranquilos agora, se os N.O.M eram assim não queria nem imaginar como era os N.I.E.M.
– Faltam alguns dias para as férias terminarem, deveríamos fazer algo não? – Nick falou enquanto jantávamos no salão principal.
– Com Umbridge aqui? Isso nunca poderá acontecer. – Yumi reclamou. – Não sei como a gente ainda tá conseguindo se reunir agora. A Brigada inquisitorial está tirando pontos da grifinória por nada, por isso duvido muito que ganhamos a taça das casas esse ano.
– Espero que as férias cheguem logo, não aguento mais aulas. – Foi a vez de Erik.
– Ânimo pessoal, as coisas melhorarão no próximo ano. – Falei tentando parecer animada. Olhei para a mesa da sonserina tentando achar um certo loiro que não vi a dias direito, logo encontrei o seu par de olhos cinzentos me encararem. Ele fez um gesto para fora do salão, sabia o que ele queria.
– Eu preciso fazer uma coisa. – Falei me levantando.
– Vamos fingir que não sabemos. – Ouvi Nick falar e o ignorei.
Saí caminhando a passos largos e procurando Draco pelos corredores. Sinto uma mão me puxar por trás me dando um susto.
– Ficou maluco? – Ele se divertia.
– Venha comigo. – Ele disse pegando minha mão e caminhando até não sei onde.
– Para onde vamos? – Falei soltando minha mão da dele assim que cruzamos com outros alunos.
– Para nossa torre é óbvio. Não tem aula hoje por lá e é mais quieto. – Ele não pareceu se importar. Caminhamos até o sétimo andar que era onde ficava a sala de astronomia, nos batemos com pirraça, mas ele resolveu nos ignorar. Bom garoto!
Abrimos a porta da torre e lá estava tudo quieto como sempre. Malfoy resolveu fazer um feitiço de proteção na porta para não sermos interrompidos.
– Sabe que dia é amanhã, não é? – Ele perguntou me pegando pela cintura.
– Sim, seu aniversário. – Falei sorrindo enquanto o olhava.
– Pensei que ia esquecer de novo. – Ele me alfinetou.
– Não seja assim, eu te mandei um presente atrasado, mas mandei. Seu aniversário só cai em dias de provas!
– Eu sei, inclusive eu estou usando–o. – Ele falou sobre o perfume. Me aproximei do seu pescoço cheirando-o e fazendo ele se arrepiar facilmente.
– Está cheiroso. – Falei com um sorriso de satisfação.
– Não faça isso. É uma zona perigosa pra você. – Ele pegou meu rosto com suas mãos e me beijou. Estava com saudades dos seus lábios, do toque da sua pele, seu cheiro, tudo em conjunto me inebriava. Nos separamos e fomos nos apoiar para vermos a vista como sempre fazíamos.
– Senti sua falta esses dias. – Ele falou me olhando.
– Eu também. Foi bem nos exames?
– Sim, tudo certo. E você?
– Saberei quando os resultados saírem. – O abracei por trás arrancando um riso gostoso dele. Ele fez questão de sair do meu abraço e ele próprio fazer isso. – Sobre seu presente, eu trouxe.
– O que é? – Ele perguntou curioso. Eu coloquei a mão no bolso do meu casaco e tirei uma caixa quadrada média. Ele pegou abrindo com cuidado.
– São dois broches. Um tem o símbolo dos Selwyn use-o no bolso, e outro você usa no colarinho de alguma camisa social, são serpentes. Nunca vi você usando isso, achei que ficaria... Bonito. – Falei reprimindo meus pensamentos em palavras. A verdade é que Draco se vestia bem e isso deixaria ele charmoso para não dizer gostoso.
– Bonito? – Ele riu. – Vamos Aurora, fale o que você pensa.
– Quando você os colocar eu poderei dizer. – Falei sorrindo tentando escapar dessa.
– Vai realmente querer esse desafio? – Ele perguntou. Eu dei de ombros. – Obrigado, eu realmente adorei! – Ele fechou a caixa e guardou em seu bolso. – Irei colocá-los em um evento particular.
– Estarei ansiosa. – Ele me puxou para mais perto dele e me beijou calorosamente. Seus lábios se separaram dos meus e foram em direção ao meu pescoço. Deixei escapar um gemido baixo de satisfação fazendo ele sorrir ainda depositando beijos pelo meu pescoço.
Ele virou–se me empurrando para uma parede sólida próxima. Suas mãos estavam na minha cintura logo descendo para minha bunda e enfim minhas pernas. Ele levantou uma e colou seu quadril entre ela, apoiando minha perna em sua cintura. Eu estava com minhas mãos em seu tórax enquanto as suas estavam explorando meu pescoço e rosto ao mesmo tempo. Nos olhamos por pouco tempo antes que ele tomasse meus lábios novamente.
Ele estava começando a me deixar sem controle, eu só queria sentir ele de todas as formas. Estava muito perigoso continuar com aquilo no meio da torre de astronomia.
Consegui um segundo de razão e foi o suficiente para eu parar e empurrá-lo devagar.
– Draco. – Minhas palavras saíram com rouquidão sem eu perceber.
– Hmm? – Ele não estava tão atrás de mim. Seus olhos estavam cheios de intenção.
Aqui não. – Falei e pensei se eu realmente queria dizer minhas próximas palavras. – Quer ir a outro lugar? – Perguntei sem ter dúvidas.
– Você... Sabe o que acabou de me perguntar? – Ele se afastou um pouco olhando para outra direção.
– Sim, eu sempre sei o que eu falo. – Sorri. Ele me olhou novamente mordendo o lábio inferior. Pegou minha mão rapidamente e me puxou para fora da torre de astronomia.
– Que tal conhecer o meu quarto? – Ele perguntou com seu sorriso de lado.
– Pensei que ia me mandar abrir o scriptorium de novo. – Falei rindo enquanto andávamos.
– Naquele lugar empoeirado e nada confortável? Ora essa, Aurora! Nunca que eu ia te levar para um lugar assim na nossa primeira noite. – Senti meu rosto queimar assim que ele falou em voz alta.
– Fale baixo! – Reclamei. Ele me olhou e riu.
Chegamos no salão comunal e já não tinha mais ninguém por ali. Fui ao meu quarto rapidamente e peguei algumas coisas para no caso amanhã de manhã eu precisar.
Assim que entrei no seu quarto o vi como era pela primeira vez. Seu cheiro dominava o local e eu adorei isso. Meus pensamentos foram interrompidos por ele me pegando pela cintura e me dando um beijo.
– Você ainda pode voltar atrás. – Ele falou.
– Não volto atrás com minhas palavras. Sou uma Malfoy e uma herdeira de sonserina. – Falei e ele não se aguentou rindo e me pegando nos braços fazendo com que eu saísse do chão. – Você vai me derrubar!
– Como pode ser tão boa sendo uma Malfoy? – Ele me colocou no chão. Caminhei me aproximando de sua cama e me sentei vendo se era confortável tanto quanto a minha.
– Não sei... Apenas sou. Precisamos conversar.
– Estou ouvindo.
– Não sei como fazer isso... Você sabe. – Me virei para ele enquanto o via subir na cama se aproximando de mim.
– Não, eu também não sei.
– Como?
– Na verdade, só sei a teoria. Nunca cheguei tão longe. Nunca namorei, lembra?
– O que? Como você nunca...? – Perguntei chocada.
– O que anda ouvindo de mim por aí, Selwyn?
– Malfoy. – O corrigi. Ele riu bobo. – Eu imaginava por ser homem. Preciso me preocupar?
– Só vai saber na prática. – Ele me abraçou e me puxou para me deitar com ele. Tirei meus sapatos assim como o mesmo. Senti Draco ficar em cima de mim enquanto me encarava. – Última chance de desistir. – O puxei pela gravata e o beijei. Ele se separou de novo ouvindo meus resmungos como protesto.
– Espere um segundo. – Ele pegou sua varinha e lançou feitiço para trancar a porta e apagar as luzes. Depois lançou um abaffiato voltando a me beijar em seguida.
Fechei meus olhos sentindo todos os seus toques e seu beijos em meu corpo. Ele tirou sua capa e sua gravata, me ajudando a tirar a minha depois. Com sua força ele pressionava o meu corpo contra o seu, senti o volume das suas calças aumentarem a cada momento e isso me fazia ficar mais excitada ainda.
Seus beijos e sua língua em meu pescoço me enlouqueciam, mas eu precisava dar o troco também. Na mesma hora eu comecei a encostar meu nariz de leve no seu pescoço o vendo se arrepiar imediatamente. Seus apertos ficaram mais fortes, uma de suas mãos apalparam minha bunda por baixo da minha saia ainda contra o seu corpo.
Desabotoei sua camisa sem muita paciência entre os beijos enquanto ele também tirava a minha. O suspiro que saiu da sua boca assim que tirei a minha me fez rir.
– Você é perfeita, sabia? – Ele falou rouco. Ele passou a beijar meu tórax até chegar em meus seios desabotoando meu sutiã. E percebi o quanto aquela área era sensível demais para mim, a cada chupão e apertos era um gemido que inevitavelmente eu soltava. Não ficaria surpresa se minha calcinha já tivesse úmida demais.
Minhas mãos não sabiam o que fazer então eu ficava entre as suas costas e seus cabelos macios que de vez em quando o entrelaçava em meus dedos e os puxava.
Assim que vi sua mão ir devagar tirando minha saia eu já sabia que seria minha morte. Ele enfiou sua mão dentro da minha calcinha me fazendo soltar outro gemido baixo. Seus olhos abriram me observando e eu odiei isso.
– Não olhe para mim! – Ele riu baixo e escondeu seu rosto no meu pescoço melhorando a minha vida. Ele começou a me acariciar por todos os lugares possível tentando achar uma área que eu gostasse mais. Assim que ele achou meu ponto sensível eu o mandei continuar. Enquanto ele me masturbava e me enchia de beijos o meu pescoço não demorou muito para eu sentir uma sensação de explosão. Eu gemi abafado mordendo meu lábio e o apertando mais contra mim, ele parou os movimentos quando me viu relaxar.
Não estava esperando ter um orgasmo tão fácil assim, já que mamãe tinha conversado comigo sobre isso. Mas naquele momento não me importava.
Ele me deu um beijo simples enquanto eu me recuperava. Apesar de ter tido um orgasmo, eu não sentia que acabou. Eu ainda queria mais, eu precisava sentir ele dentro de mim.
Parecendo ler meus pensamentos ele tirou sua calça junto com sua cueca e depois me ajudou a tirar minha calcinha, se ajeitando por cima de mim.
– Preparada? – Assenti com a cabeça ainda olhando para ele. Draco descabelado era um pedaço de mal caminho. Era só isso que eu conseguia pensar. – Se sentir dor me fale, irei devagar.
Abri minhas pernas para facilitar e senti ele se introduzir aos poucos dentro de mim, esperei até a dor vir. Eu estava úmida para ajudar, mas isso não evitou nenhuma dor. Assim que ele se colocou mais fundo eu tive que dar uns tapinhas no seu ombro para avisá-lo para parar, ele entendeu o recado.
– Tudo bem? – Ele falou preocupado.
– Apenas vá devagar. – Ele assentiu e escondeu seu rosto em meu pescoço mais uma vez. Ele começou a se movimentar lento, a dor ainda estava ali, mas tinha certeza de que era passageira. Esperei até meu corpo se acostumar e aos poucos mandei ele acelerar. Eu via a dor indo embora e uma onda de prazer crescer aos pouquinhos. Assim que vi que era seguro ele colocar seu próprio ritmo eu o avisei próximo ao seu ouvido.
– Pode ir.
Ele acelerou com gosto o que me fez gemer mais alto do que eu queria. Apertei minhas pernas entre seu quadril enquanto ele se movimentava mais. Ele saiu do meu pescoço me beijando novamente sem sequer separar nossos quadris, de vez em quando ele diminuía e aumentava os movimentos. O abracei aproveitando para sentir suas costas, seus braços e cintura em cada detalhe que nunca tinha percebido.
Em algum momento nossos gemidos estavam um pouco altos pelo quarto. Seus movimentos aumentaram com muita precisão e eu sabia que ele estava quase gozando. Não demorou para ele dar o último movimento contra minha intimidade enquanto gemia meu nome em meu pescoço. Seu corpo relaxou ainda sob mim.
Ele levantou sua cabeça e depositou um beijo sincero em meus lábios e saiu de cima de mim.
– Isso foi espetacular. – Ele sorriu me olhando – Gostou?
– Claro! Foi estranho, mas bom. – Eu falei pensando.
– Temos que praticar para levar a perfeição. – Ele falou me puxando para ficar de conchinha.
– Eu acho que precisamos de um banho.
– Eu esqueci desse detalhe. Como vamos fazer isso sem sermos pegos? – Malfoy falou.
– Não é tão longe, não é? – Perguntei. – Vamos nos vestir e irmos o mais rápido que pudermos.
Assim nos levantamos, colocamos qualquer pijama e fomos sorrateiramente para o banheiro dos monitores. Preferi que ficássemos longe um do outro para que terminássemos mais rápido, e foi o banho todo eu expulsando o Malfoy de perto de mim.
Chegamos no quarto dele sem ninguém ver. Ficamos aliviados por isso.
– Foi o melhor aniversário que tive. – Draco comentou enquanto se ajeitava na cama, agora para dormirmos.
– Quero ver o que vai me dar no meu.
– Não se preocupe, organizarei isso. – Ele me abraçou por trás. Adormecemos rapidamente de conchinha.

Capítulo 32 – Fuga a noite


Acordamos com alarme, era fim de semana então o dia iria ser mais tranquilo. Me senti um pouco dolorida entre as pernas, mas acho que era normal pela nossa noite de ontem, o que me lembrou que eu teria que passar na enfermaria para tomar meus cuidados.
Depois de tentar me desvencilhar das tentativas de Draco não me deixar sair de seu quarto eu finalmente consegui sair correndo dali antes que alguém visse, porém acabei dando de cara com Nott. Meu sorriso se desmanchou na hora.
– Selwyn? – Ele perguntou franzindo a testa e depois aliviou a expressão e se segurou para não rir.
– Cala boca, Theodore!
– Nem falei nada. – Ele protestou. Malfoy apareceu na porta do quarto com certeza depois de nos ouvir.
– Olá, Malfoy! – Ele falou com seu sorriso sacana.
– Siga seu caminho, Nott! – Ele falou.
– Bom dia para vocês dois também. – Ele passou reto e foi para seu dormitório.
– Não se preocupe, ele não irá falar nada. – Draco comentou.
– Mesmo se ele falasse eu ia matá–lo. – Falei depois dei um beijo rápido nele fazendo-o sorri. – Até mais!
Fui em direção ao meu quarto com minhas coisas e depois fui para o café da manhã. Depois pedi a Yumi que me acompanhasse até a enfermaria.
– Você está doente? – Ela falou enquanto andávamos.
– Não. Estou apenas querendo uma poção para não correr o risco de um mini bruxo vir no tempo errado. – Ela arregalou os olhos.
– Você! Como pode me dar essa informação como se fosse algo do dia a dia? Por isso sumiu ontem sua safada! – Eu ri da sua reação.
Chegamos à enfermaria e minha coragem tinha ido embora. Estava envergonhada de ter que pedir para a Madame Pomfrey então minhas palavras saíram emboladas.
– Ora essa querida, não precisa ter vergonha. – Ela falou deixando eu e Yumi mais constrangida ainda e olha que eu quem estava querendo. – Você não seria a primeira a vir me pedir isso. – Ela disse indo para seu armário de remédios, poções e sei lá mais o que. – Tome! Só precisa tomar uma dose agora mesmo. Passou-se quantos dias?
– Nenhum na verdade.
– Ótimo, assim vai ter mais efeito. – Ela falou e eu abri a tampa do frasco bebendo a poção. Não tinha um gosto ruim, mas também não era bom.
– Mais tarde chame o Sr. Malfoy para vir falar comigo. – Ela disse e eu quase engasguei. Como ela poderia saber que era ele?
– Como sabe...?
– Não seria outra pessoa além de seu marido, não é? – Eu e Yumi nos entreolhamos chocadas. – E não se preocupe, a professora Minerva quem me falou sobre isso. Apenas ela e o diretor sabem, são os que precisam saber. Seu segredo está guardado!
– Obrigada Madame Pomfrey! Irei avisá-lo então.
Nos despedimos ainda chocada por esse acontecimento.
– Como eles poderiam saber?
– Não sei, talvez minha mãe ou Narcisa tenha enviado alguma carta falando sobre isso.
– Hogwarts ainda me surpreende todos os dias. – Yumi comentou sorrindo.
Passei o dia todo com os sonserinos dessa vez enquanto jogávamos Snap explosivos. Eu e Malfoy paramos quando anoiteceu para fazermos nossa patrulha como monitores.
– Fui até a enfermaria hoje. – Ele falou.
– O que a Madame Pomfrey queria?
– Me dar algumas coisas... – ele pigarreou. – Para nossa proteção e me deu alguns frascos para lhe entregar. Sabe como foi que nossos professores já estão sabendo do nosso casamento?
– Não sei, tenho apenas ideias. Espera, nossos professores? – Perguntei. Não eram somente três pessoas que sabiam?
– Sim, aparentemente todos eles estão sabendo. – Ele bufou.
– Pelas Barbas de Merlim! Daqui a pouco a escola toda já vai saber.
– Então sugiro que conte aos seus amiguinhos antes que outras pessoas falem. – Ele falou com ênfase nos “amiguinhos”.
Terminamos nossa patrulha tranquilamente, alguns alunos foram pegos fora do horário, mas nada demais aconteceu.
x


No outro dia estávamos finalizando as aulas finalmente, a maioria dos alunos comemoravam, pois, as férias estavam chegando.
Sem Dumbledore, Umbridge estava muito quieta ultimamente e certeza que ela estava aprontando. A professora McGonagall sumiu e Yumi ficou sabendo que ela foi enviada ao St. Mungus, e Hagrid sumiu.
Enquanto caminhava pelos corredores vi Neville que ao me ver, veio em minha direção nervoso.
– O que houve, Neville?
– Aurora, precisamos ajudar Harry hoje a entrar na sala da diretora sem ser visto. Nos encontramos a meia noite, perto da torre da grifinória. – Assenti.
Tentei seguir o dia todo normalmente, mas de vez em quando eu sentia meu ouvido apitar. À tarde eu fui me deitar para descansar, estava começando a ficar com dor de cabeça, quando eu tive um sonho.
A A.D estava no ministério, depois comensais da morte apareceram. Alguém lançando a maldição da morte no padrinho do Harry e Voldemort. Era quase igual ao meu sonho passado, mas era mais claro. Eu tive a certeza que isso aconteceria hoje. Não sei se eu poderia ou não salvar o Sirius, mas teria que tentar.
Deu meia noite e eu estava indo encontro A.D. Fiquei esperando na porta do dormitório, logo vejo o porta retrato da mulher gorda se movimentar e dela sair Harry junto com Gina, Hermione, Rony e Neville.
– Aurora. Você vem também? – Harry perguntou.
– Eu a convidei. – Neville disse. – Achei que seria melhor.
– Tudo bem, vamos!
Eu não perguntei nada ao Harry, eu estava tensa demais porque sabia que a noite ia ser longa. No meio do caminho Luna Lovegood se juntou a gente. Rony tentou despistar a professora Umbridge.
Ficamos vigiando os corredores para Harry, enquanto ele acessava a sala da diretora. Ele percebeu que a lareira dela era a única que não era rastreável. Fiquei sabendo que ele sonhou com Sirius no ministério da magia e que precisava perguntar a Monstro, um elfo doméstico da casa dos Black’s.
Eu e Hermione estávamos vigiando um dos corredores, até que ouvimos barulhos altos, com vozes.
– Corram! – ouvi a voz de Neville.
Nos encaramos e corremos, tínhamos que avisar Harry, mas algo me fez cair no chão e Hermione foi pega mais pra frente.
– Olha o que temos aqui! – Eu conheço essa maldita voz. Olhei para trás vendo Pansy sorri vitoriosa enquanto apontava sua varinha para mim. – Vamos Selwyn, Umbridge gostará de te ver!
Antes de me levantar ela tomou a varinha de mim, guardando–a nas suas vestes. Titã estava gritando na minha cabeça para eu socar ela, mas não poderia. Não quando sabia que meus amigos estavam de refém.
Fomos levadas até a sala da diretora, ela já estava presente com Harry que estava sentado em uma cadeira.
Olhei para todos os meus amigos que estavam ali, sendo ameaçados por toda Brigada Inquisitorial, inclusive meu namorado/marido que estava próximo a Harry. Todos estavam amordaçados, Rony estava com um pequeno machucado em sua boca, Neville com um olho rosto sendo quase enforcado por Crabbe, Luna estava tranquila igual a mim. Hermione tentava se soltar, mas sem sucesso. Gina tentava pisar no pé de uma garota mais velha mas não conseguia.
– Então, Potter.... – Ela me viu ali mas tentou me ignorar – Você colocou vigias ao redor da minha sala. E mandou esse palhaço do Weasley me dizer que o poltergeist estava fazendo uma destruição no departamento de transfiguração, sendo que eu sabia que ele estava ocupado com outras coisas. – Ela falou. – Pelo visto era muito importante para você falar com alguém. Era Alvo Dumbledore? Ou o mestiço Hagrid? Duvido que seja Minerva McGonagall, soube que continua doente demais para falar.
Então foi ela quem fez a professora ir para o hospital.
– Não é da sua conta com quem eu falo.
– Muito bem. Sr. Potter... Ofereci-lhe uma chance de me contar voluntariamente. O senhor recusou, não me resta outra alternativa. Draco, vá buscar o prof. Snape.
Eu e Draco nos encaramos, ele abaixou o olhar como se fosse “ sinto muito” e saiu em busca de Snape. Depois de minutos em um silêncio terrível, apenas com o som das pequenas tentativas dos nossos amigos de escapar, ouvimos a porta voltar a abrir.
– A senhora queria me ver? – Snape entrou observando o local.
– Sim, gostaria de pedir mais um frasco de Veritaserum o mais depressa possível, por favor.
– A senhora trouxe o meu último frasco com o senhor Potter da última vez. Certamente não gastou todo? Eu a preveni que três gotas eram o bastante.
– O senhor poderia preparar mais um pouco?
– Com certeza, mas isso levará um mês para ficar pronto. – Ela arregalou os olhos.
– Um mês, mas preciso para hoje Prof. Snape! Acabei de encontrar Potter usando minha lareira, preciso saber com quem ele queria se comunicar.
– Sério? Não me surpreende. Potter nunca manifestou grande respeito pelo regulamento da escola. – Harry estava estranhamente olhando fixo para Snape. E eu conhecia aquele olhar, ele queria que Snape lesse a mente dele.
– Eu quero interrogá-lo. – Ela insistiu.
– Não posso, já lhe disse que é impossível. – Snape estranhou o comportamento de Harry mas ignorou.
– O senhor está sendo imprestável! Eu esperava mais, Lucius Malfoy sempre me fala muitíssimo bem do senhor! Agora saia da minha sala!
– Ele tem Almofadinhas! Tem Almofadinhas no lugar que está escondido! – Harry gritou. Snape se virou olhando para Harry, mas suas expressões não mudaram.
– Almofadinhas! Que é Almofadinhas? Onde está escondido? O que ele está dizendo, Snape?
– Não faço ideia. Potter, quando eu quiser que você grite bobagens lhe darei uma Poção da Incoerência. – Disse o Prof. Snape.
Depois ele saiu da porta. Umbridge parecia irritada e sem muita paciência.
– Muito bem, muito bem... Você não me deixa alternativa. Isso não é mais um caso de disciplina escolar e sim por segurança ministerial... – Ela se aproximou erguendo sua varinha. – Quem sabe a maldição cruciatus poderá soltar sua língua.
– Não! – Hermione gritou. – Isso é ilegal. Você não pode.
– O que Cornélio não sabe não lhe tira pedaço... – Ela falou mais uma vez. Eu já estava me cansando daquela conversinha. Essa mulher deveria ter sido expulsa de Hogwarts a muito tempo. – Cruc...
– NÃO! Conte a ela Harry! – Hermione gritou. Todos olharam confusos pra ela.
– Contar o quê?
– Desculpe gente, mas não dá pra aguentar...
– Certo, garota. Agora diga, com quem Potter estava se comunicando?
– Dumbledore. Precisávamos contar a ele algo importante, apesar de não sabermos onde ele está. – Ela começou a falar e eu entendi que era apenas uma distração.
– Contar o quê?
– Que a arma está pronta. A arma que ele pediu pra gente fazer.
– Que tipo de arma?
– Não sabemos realmente, só fizemos o que ele pediu.
– Me leve até essa arma! – Ela mandou.
Ela queria que todos fossem com ela, mas Hermione conseguiu que apenas ela e Harry fossem. Malfoy ainda tentou falar para ela levar algumas pessoas da Brigada e eu o ameacei através do olhar, ele ficou em silêncio. A sorte que Umbridge era burra, teimou que ela era habilidosa o suficiente para conseguir contra dois adolescentes bruxos.
Ela mandou Malfoy ficar aqui com todos da brigada até que ela voltasse e não deixasse ninguém escapar.
Eu até pensei em alguma ideia melhor para ameaçar a Umbridge, mas era melhor ficar quieta. Sei o que ia acontecer no futuro, sabia que a gente ia conseguir chegar no ministério em alguma hora.
Assim que eles saíram, depois de um tempo sendo reféns lancei meu olhar pra Malfoy que revirou os olhos.
– Soltem eles! – Ele mandou. Todos ficaram surpresos com sua reação.
– Mas Draco... – Goyle falou.
– Mandei vocês soltarem! De qualquer forma acham mesmo que ela vai voltar? – Ele perguntou irônico. – Logo sozinha com a Granger e o Potter? Bom, se quiserem experimentar podem ficar a noite toda em pé esperando. E você Pansy, solte a minha garota!
Ok, eu realmente não esperava isso dele. E ainda disse a todo mundo sobre a gente, iria ter que ouvir perguntas depois...
Todos ouviram e obedeceram às ordens de Draco e saíram dali. Logo depois a A.D saiu aos poucos.
– Precisamos ficar à espera do Harry, você vem? – Gina perguntou e eu assenti.
– Estou logo atrás de vocês. – Falei enquanto todos saíram da sala.
– Onde vocês vão? – Draco perguntou.
– Não é uma boa ideia te falar sobre isso. – O alfinetei e ele resmungou.
– Apenas me diga que vai ficar segura...
– Eu vou, prometo. Conversaremos depois. – Me virei para seguir os membros da A.D, mas ele me puxou para um beijo.
– Volte logo! – Me despedi dele e corri atrás da Gina.
X


– O que foi aquilo? – Rony perguntou enquanto corríamos para fora do castelo. – Minha garota? O que ele quis dizer com isso Aurora?
– Eu explico a vocês depois.
– Pensei que ia ter que azarar todos eles. – Gina comentou. – Agradeça a ele depois. – Eu ri.
Neville disse que viu Harry e Hermione vindo por um caminho que levava a floresta e foi onde a gente os encontrou, agora sem Dolores. Sabia que eles iam conseguir sair dessa confusão.
Depois de algumas perguntas e da ideia de Harry tentar impedir a maioria de ir sem sucesso, Luna teve a ideia de irmos ao ministério voando, com trestálios. E bom, eu nunca tinha visto um, pois só podem ser vistos se você ver alguém morrer diante dos seus olhos. Não era uma coisa boa

Capítulo 33 – Porto Seguro


Chegamos em Londres depois de algum tempo voando na coisa invisível, o que era estranho o tempo todo. Assim que chegamos, Harry nos conduziu até a entrada do ministério.
Assim que pusermos os pés ali meu corpo inteiro se arrepiou, Titã estava inquieto. Estava tudo em silêncio. Flashes do meu sonho voltou com mais cenas. Eu não deveria estar ali, mas teria que ir mais em frente.
Continuamos andando seguindo Harry e não demorou muito para encontrarmos a porta que Harry falava. Porém essa tinha o nome de “Departamento de Mistérios”, a sala era enorme e tinha muitas bolas de cristais. Rony se perguntava o que era aquilo, Hermione mandava ninguém tocar em nada.
Tentamos não nos separarmos, mas eu parei de andar assim, o Titã me mandou parar. Nenhum deles pareceu notar minha ausência.
“Temos companhia“ Titã avisou.
Nox. – Falei baixo enquanto ficava no intenso escuro, vendo meus amigos seguirem o caminho com a ponta da varinha acesa.
Senti alguém me puxar pelo braço por trás me fazendo assustar.
– O que está fazendo aqui, Aurora? – A voz de Lucius sussurrando se fez presente.
– Não tenho ideia. – Falei nervosa.
– Saia daqui, agora. Outros estão chegando, precisa sair daqui imediatamente. – Ele falou irritado. – Vamos! – Ele aparatou comigo e paramos numa rede de flúor próximo. – Vá!
Ouvi barulhos de vultos chegando, na mesma hora pensei na lareira de Umbridge e joguei o pó me teletransportando antes que alguém me visse.
Parei na sala e não tinha ninguém.
– Essssssa foi por pouco. – Titã apareceu. – Por que acompanhou elesss? Não viu os ssssinais? Sua cabeça essssstava lhe dando sssinais esse tempo todo. Não deveria estar lá!
– Eu não sei Titã, eu não sei. Eu queria ver onde isso iria levar, queria ver se conseguia salvar Sirius. Mas porque ele não estava lá? Quer dizer... – Suspirei confusa.
– Você ssssabia que era uma armadilha. Se não fosse pelo pai do pirralho você esssstaria ferrada. Eu senti a presença dele vindo... Eu odeio como você ignora meus sinaisss! – Ele reclamou.
– Dele vindo? O lorde das trevas estava lá?
– Ele esssstava perto. Ouça meu conselho, Aurora. Ssssei que eles sssão ssseus amigosss, mas você não pode estar do lado delessss agora. Se ele souber do seu envolvimento sssua mãe estará em perigo. – Titã me deu um choque de realidade. Eu ia fazer uma burrice grande.
– Obrigada Titã, por estar comigo. Preciso ir agora antes que alguém me pegue aqui. – Sai da sala e fui em direção ao dormitório.
Eu espero que todos fiquem bem. Eu tentei, mas como Dumbledore disse, não vou conseguir salvar todo mundo. Não adianta eu salvar uma pessoa e por causa disso outra ser morta.
Assim que cheguei em meu quarto, Malfoy estava à minha espera como sempre.
– Aurora? – Ele perguntou e eu só o abracei. Ele estranhou meu comportamento. – O que aconteceu? Está bem?
– Sim... Só... As coisas ficarão mais difíceis depois de hoje. – Falei enquanto ainda o abraçava. Dormimos ali em seguida, sem muitas conversas.
Quando acordei a minha ansiedade já estava pela boca para saber o que tinha acontecido com a A.D. Malfoy já tinha acordado e não estava por lá.
Fui em direção ao salão principal para encontrar os meus amigos de casas diferentes. Precisava ficar perto deles por enquanto, sabia que podia confiar neles.
– Aurora! – Yumi se levantou me olhando. – Onde estava?
– Dormindo, por quê? – Perguntei estranhando a reação dela.
– Não soube o que aconteceu? – Ela perguntou e Erik me entregava o profeta diário que acabara de ser entregue pelas corujas.
A capa estava estampada: O retorno do Lorde das trevas!
Peguei o jornal e vi sobre todos os detalhes, Harry Potter foi encontrado com Dumbledore no ministério depois de uma luta com o lorde das trevas. Vários comensais foram presos, incluindo Lucius Malfoy. Oh não!
– Umbridge foi expulsa de Hogwarts e o diretor Dumbledore está de volta. – Nick comentou.
– Onde eles estão? Harry e Gina... – Falei nervosa por muitas notícias.
– Estão na enfermaria, todos eles.
– Preciso ver Draco. – Falei pensando em como ele estava se sentindo.
– Aurora! – Ela chamou minha atenção vendo meu nervosismo. – Eles estavam te procurando, Gina falou que você desapareceu do ministério.
– É uma longa história. Vocês sabem dos meus sonhos e eu ia fazer merda, tive que sair de lá.
– Melhor ir vê-los então. Guardarei comida para você mais tarde. – Nick comentou.
– Obrigada. Nos vemos em breve, conto tudo a vocês.
Saí correndo de lá e procurei a primeira pessoa que estava me deixando mais preocupada, Draco. Procurei ele pela maior parte do castelo e não encontrei, então pensei que ele estivesse no seu lugar preferido. A torre de astronomia.
Fui direto para lá e o encontrei pensativo.
– Draco. – Falei me aproximando.
– Oi. – Ele respondeu se levantando. – Pelo visto está sabendo das notícias.
– Sinto muito. – Eu o abracei.
– As coisas vão estar tensas em casa, Aurora. – Ele falou com a voz de me corta o coração. – Não sei o que esperar. Era isso o que estava fazendo? Ontem à noite?
– Eu encontrei seu pai ontem. – Disse a ele. – Foi ele quem me tirou dali. Não sei o que aconteceu depois, eu só segui o Harry porque ele achava que alguém estava em perigo. – Falei sem contar detalhes. – Mas no fundo era uma armadilha.
– Você ficou maluca? – Ele suspirou.
– Por um momento sim. Quando chegarmos em casa, precisamos conversar sobre isso. – Falei imaginando que era hora do Draco saber, se todos sabem que o Lorde das Trevas está oficialmente de volta, tenho certeza que teremos surpresas em breve.
Só não sabia que seriam traumatizantes.
Depois de conversar com Draco ele foi arrumar suas coisas já que amanhã seria nosso regresso para casa. Nesse momento fui na enfermaria ver como todos estavam. Harry não estava por lá.
– Aurora! – Gina falou. Todos estavam por lá, machucados, mas bem.
– Oi gente, que bom que estão bem. – Falei um pouco hesitante.
– Onde estava? Pensávamos que tinha sido pega. – Hermione comentou.
– Eu tive que sair... – falei todos me olhavam. Hermione e Gina pareceram as únicas a entenderem. – Não era para eu estar lá.
– Estava com medo? – Neville perguntou inocentemente.
– Provavelmente já que fugiu. – Rony me alfinetou.
– Rony! – Hermione o repreendeu.
– Onde está Harry? – Perguntei mais preocupada com ele.
– Ele visitou a gente mais cedo e saiu, disse que ia ver Hagrid. – Gina respondeu. – Se for vê-lo, é melhor não tocar no nome do Sirius. – Ela me aconselhou.
– Certo, obrigada.
Sai dali sem falar mais nada com eles, ouvi Hermione repreender Rony mais uma vez. Fui em direção à cabana de Hagrid para verificar se Harry estaria por lá. O vi no meio do caminho.
Ele me notou de longe e parou me encarando sério em seguida.
Não sei se esse era o melhor momento para eu aparecer, eu sabia que ele estava irritado.
– Onde estava? – Ele perguntou. – Depois de fugir e deixar todos preocupados. – Se aproximou arrogantemente.
– Eu voltei para cá. – Respondi sinceramente.
– Precisávamos de você. Você soube o que aconteceu, não é?
– Eu não podia ficar por lá, Harry.
– Voltou por medo? Ou porque estava sabendo do ataque, já que seus amigos e familiares são a favor dele? – Ele perguntou ríspido. Aquelas palavras me atingiram demais.
– Harry Potter! – Exclamei seu nome me irritando, ele estava passando dos limites. – Não venha descontar sua raiva e revolta em mim! Saiba que meu mundo não gira em torno de você! – Falei no mesmo tom que o dele e sai dali chateada pelo que me disse.
Fui em direção ao salão comunal, passando direto pelo Zabini e Nott que tentaram falar comigo, mas viram meus olhos marejados. Tudo estava indo de mal a pior. Fiquei o dia todo no meu quarto com meu rosto enterrado em meu travesseiro, chorando por causa de Harry Potter e de mim mesmo.
Acordei um pouco perto do jantar e percebi que Malfoy estava do meu lado na cama, me observando. Me levantei ainda sob seu olhar preocupado.
– Dormiu bem? – Ele perguntou. Eu balancei a cabeça positivamente. – O que houve? Os meninos me falaram sobre ter te visto chorando. – Me aninhei em seus braços rapidamente e ele respondeu me apertando.
– Briguei com o Potter. – Falei, ouvi uma risada sincera dele pelo modo como o chamei.
– Potter, como sempre, fazendo idiotices. O que ele fez? Posso ir agora mesmo matá–lo. Já estava me segurando para isso...
– Malfoy. Deixe isso para lá... Amanhã voltaremos para casa mesmo.
– Você vai querer ir jantar? – Ele perguntou mudando de assunto e me soltando – Rizzi falou que você não comeu o dia todo, e o Smith me mandou entregar uma bandeja de comida para você.
Suspirei me lembrando que eu estava realmente com fome.
– Não quero ir a lugar algum, mas estou com fome. – Me levantei da cama indo em direção a minha escrivaninha que continha alguns lanches. – Obrigada! – Peguei alguns bolinhos e coloquei sem demora dentro da boca. Estavam uma delícia.
No outro dia, estávamos prontos para embarcarmos de volta para casa. Saí com o trio de prata em meu encalço, encontramos meu trio colorido mais a frente e todos fomos juntos à floresta no qual as carruagens estavam à nossa espera. Mais à frente vi Gina e Hermione me lançarem olhares de cumprimento, provavelmente já sabiam sobre minha briga com o Harry, por esse motivo não falei com o resto do pessoal.
Assim que chegamos a Hogsmeade e entramos em nossos vagões, dei graças a Merlim por ser monitora e ter voltado com Draco. Apesar dos olhares de julgamento de Rony, mantive minhas mãos entrelaçadas com as de Draco quase o tempo todo.
Já não ligaria se alguém soubesse da nossa relação. Para mim ele sempre foi meu porto seguro.



Continua...



Nota do autor: Sem nota.



Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.