Capítulo 1
Jungkook caiu suado e ofegante ao meu lado, cobrindo o rosto e o sorriso carimbado na cara com as mãos. Eu estava um pouco dolorida, mas satisfeita. Adorava a nossa rotina matinal de dar uma rapidinha e ficar de chamego antes de sairmos para trabalhar: ele, no escritório de engenharia mais prestigiado de Nova York, e eu, no estúdio de balé que abri com minha amiga e sócia, . Ela chegaria a qualquer momento para tomarmos um café e discutirmos alguns assuntos de trabalho, então eu deixei meu namorado na cama — apesar de querer mesmo continuar nela e repetir a marca do chupão no outro lado do pescoço dele.
— Você me faz chegar lá toda vez, sabia? — confessei, beijando-o. — Eu ainda estou vendo estrelinhas, mas tenho que me apressar.
— Por quê? — ele perguntou, manhoso.
— Amor, a está vindo aqui. Eu literalmente te disse isso antes de começarmos a nossa brincadeira.
— Como é que eu vou saber o que você falou? Quando você tira a blusa, eu não escuto mais nada. — ele agarrou minha cintura e me arrastou de volta para a cama. Nem adiantava resistir, Jungkook treinava boxe religiosamente e tinha muita força física. E um corpo espetacular.
— Você escutou seu celular tocando mais cedo? — embolei as pernas nas dele. — Deve ter sido o Namjoon avisando o horário do voo. — lembrei Jungkook da chegada do seu amigo, que estava vindo da Coreia a trabalho.
— Droga! Acho que ainda vou estar em reunião quando ele chegar. Não queria fazê-lo pegar um táxi... — ele lastimou.
— Eu vou buscá-lo no aeroporto, então. — me ofereci.
— O que eu faria sem você, hein? — ele me puxou rapidamente e me deitou sobre o corpo nu dele, me beijando. Aquela era a parte mais difícil do meu dia: conseguir sair da cama com o Jungkook nela.
Lutei um pouco, mas consegui me levantar e me aprontar. Fui para a cozinha preparar um café quando ouvi um barulho vindo da porta da sala. Eram tentativas na fechadura e a voz de atravessando a madeira:
— Eu posso entrar? — ela perguntou do lado de fora, sem bater. Nos conhecemos nas aulas de balé e nosso nível de amizade e intimidade cresceu com a convivência, a ponto de eu confiar nela para qualquer coisa, inclusive para ter uma cópia da chave do apartamento que eu dividia com meu namorado.
— Pode, amiga! — gritei de volta e ela abriu a porta. — Eu te dei essa cópia para isso mesmo, não precisa pedir permissão.
— Eu sei. — ela jogou a bolsa no sofá e sentou-se à mesa sem cerimônia alguma. — Eu só não queria chegar aqui e pegar vocês dois fazendo alguma safadeza.
— Nós já fizemos! — Jungkook surgiu na cozinha segurando o terno. Me deu um selinho antes de pegar o café e eu ajeitei a gola da camisa e a gravata, escondendo como pude o que eu tinha feito nele mais cedo. — Oi, ! — ele passou pela , apertou o ombro dela e ela se encolheu toda. não era muito fã de contato físico, especialmente perto do pescoço.
— A que horas o Nam chega? — perguntei para Jungkook, rindo, enquanto a ainda se sacudia.
— Às 16h. Você pode mesmo ir buscá-lo para mim?
— Podemos. A vai comigo. — afirmei, já pensando que juntar aqueles dois poderia ser divertido. Namjoon tinha absolutamente todas as características que irritavam a .
— Vou, é? — olhou por cima do óculos de leitura.
— Então talvez ela queira trocar de roupa... — Jungkook sugeriu, receoso.
— Dá para vocês pararem de falar de mim como se eu não estivesse aqui? — ela pediu, irritada. — Trocar de roupa por quê?
— É que você está sempre curta e decotada e o Namjoon hyung é meio… como é que eu posso dizer? — Jungkook tentou encontrar uma palavra.
— Tarado. — respondi por ele.
— Eu sei me defender. — fechou o punho. — E poderia saber muito mais se você concordasse em me ensinar!
— A não deixa. Ela tem medo que você bata nos alunos. Ou nela. — Jungkook explicou.
Sorri em concordância. era meio impaciente e irritadiça, mas era a pessoa mais doce e prestativa que eu conhecia. Ela era organizada, eficiente e cuidava muito bem da nossa escola de dança, que crescia cada vez mais.
— Troca de roupa, carona… esse rapaz está todo cheio de regalias. Eu e a temos muito o que fazer, manda o princeso alugar um carro. — falou com indiferença.
— Ele não dirige. — Jungkook avisou.
— Então que arrume um motorista! — ralhou, estressada, e Jungkook riu.
— Ela ainda não tomou, não foi? — ele observou e eu assenti com a cabeça enquanto colocava uma xícara na frente dela. Sabíamos muito bem que a irritação matinal da só era curada com um bom café.
Depois de comermos, Jungkook saiu para trabalhar e eu e conseguimos resolver todas as pendências que tínhamos a tempo de buscar Namjoon. No aeroporto, estacionei o carro e descemos, mas Namjoon estava adiantado e já vinha caminhando ao nosso encontro segurando a mala como se fosse uma caixa.
— ! — ele exclamou, depositando a mala no chão e abrindo os braços. Abracei o homem imenso que ele era e dei um beijo estalado na bochecha dele.
— Nam, que saudade! — apontei a mala no chão. — O que foi isso, hein?
— Eu quebrei a alça descendo do avião... — o desastrado respondeu.
Ouvi quando espalmou a mão na testa. Apresentei os dois e eles se atrapalharam com a diferença de altura: Namjoon, muito maior que a , se abaixou demais para abraçá-la e acabou encaixando o rosto no pescoço dela. Ela praguejou baixinho alguma coisa que ninguém entendeu e fez um bico, mas a pele morena estava corada.
— Desculpa. — Namjoon sorriu com as covinhas. E com os olhos no decote da .
— Tá. — ela respondeu, nervosa. — Coloca logo essa mala no carro.
Aqueles dois se conheciam há dois minutos e já estavam me arrancando risadas, mas uma figura extremamente familiar surgiu entre os carros e me distraiu. Apesar dos óculos de sol e do cabelo um pouco mais curto que da última vez que nos vimos, o sorriso quadrado que se abriu quando cruzamos os olhares não deixava dúvida: aquele era Kim Taehyung.
— Tae? — chamei, surpresa.
— Eu não acredito que é você, bailarina! — Taehyung disse, tirando os óculos e revelando os olhinhos diferentes um do outro.
Apertei os seis meses de saudade naquele abraço. Taehyung ainda tinha o mesmo cheiro cítrico e a mesma conversa fácil e agradável. Mesmo depois de um término um tanto quanto conturbado, arriscaria dizer que teríamos sido bons amigos se ele não tivesse tido que voltar para a Coreia para assumir os negócios da família. E se ele e o Jungkook não se detestassem.
— Você está ainda mais linda do que eu me lembro de você, . Como pode? — ele sussurrou depois de me abraçar novamente.
— E você continua um galante de fala mansa e encorpada.
— Você gostaria de ouvir mais da minha fala mansa e encorpada num café qualquer dia desses?
— Claro. Tenho certeza que o Jungkook vai adorar ver você. — provoquei.
— Ah, então você e o Jeon estão... — Tae tentou perguntar, referindo-se ao meu namorado da mesma maneira que Jungkook se referia a ele: pelo sobrenome.
— Nós estamos juntos sim. E eu estou muito feliz. — respondi constatando que, realmente, eu estava. Jungkook sempre foi meu melhor amigo e, com a partida de Taehyung, eu tinha descoberto que ele era também o homem da minha vida. — Eu segui seu conselho e contei a ele como eu me sentia.
— É, eu sou mesmo um gênio. — ele sorriu irônico, sem muita empolgação, e o que parecia ser o motorista particular chamou por ele. Tae respondeu em coreano e me abraçou novamente. — Eu preciso ir. Appa já está no carro, está meio enjoado do vôo.
— Diga ao seu pai que eu desejei melhoras. Você pode falar de mim para ele agora que somos só amigos, certo? — alfinetei, lembrando que Tae tentou esconder nosso relacionamento do pai dele (e de todo mundo que conhecíamos).
— Não me maltrata assim, bailarina. Eu já estou dolorido demais de saudades de você. — ele rebateu e me beijou a bochecha, sorrindo ladino.
— Então vê se não some mais. — censurei com um beicinho que fez ele rir melodicamente.
— É bom te ver, . — ele fez um carinho no meu rosto e demorou um pouco para tirar os olhos de mim. — Se cuida, tá?
Namjoon e já estavam dentro do carro me esperando, olhando tudo pelos vidros entreabertos. Quando bati a porta ao entrar, Nam me perguntou, assombrado e com um bico enorme:
— Você conhece Kim Taehyung?!
— Conhece até demais… — disse, rindo.
— Nós ficamos por um tempo, mas não deu certo. — respondi e afivelei o cinto.
— Ele ficou com uma estrangeira? Mas a família Kim é uma das mais tradicionais da Coreia! Eles jamais aceitariam o filho mais velho se relacionando com alguém que não é coreana. — Namjoon admirou-se.
— Por isso que não deu certo. E porque eu descobri que estava apaixonada pelo meu melhor amigo no processo. Jungkook não te contou?
— Contou de você e de um tal ex. Não que o ex era Taehyung, o herdeiro do império dos Kim! — Namjoon estava pasmo.
— Pois tem mais: ele teria deixado tudo e desobedecido a família se a o escolhesse. — revelou.
— Uau! — Nam exclamou, muito bem servido da fofoca. — As suas opções eram o seu melhor amigo, um engenheiro e boxeador, ou o futuro CEO de uma multinacional... — ele gesticulou como se segurasse pesos invisíveis. — E você acabou se contentando só com o Jungkook?
— Kim Namjoon! — repreendi.
— Estou brincando. É óbvio que o nosso JK vale muito mais. Mas, ainda assim, não deve ter sido uma decisão fácil. Não sei como você se equilibrou nessa loucura, !
— Eu fiz um arabesque. — sorri.
— Bom, o importante é que tudo acabou bem para todo mundo. Ou quase todo mundo. — Namjoon observou.
— Como assim? — perguntei, intrigada.
— Você não percebeu o jeito como o Taehyung te olhou, amiga? — virou-se para mim no banco do carona, alinhada ao pensamento de Namjoon.
— Imagina. Meu lance com o Tae acabou há um tempão. Ele me olhou como um amigo que não me vê há muito tempo.
— Você olhou assim, mas ele… — Nam concordou com .
— Taehyung é um galanteador nato, ele flerta tão naturalmente quanto respira. Vocês dois estão vendo coisa onde não tem. E falando em não ter, eu não tenho programação nenhuma para o dia mais romântico do ano. — olhei pelo retrovisor com uma ideia fixa na cabeça. — Joonie, você pode ser meu espião e descobrir se seu amigo planeja algo para o dia dos namorados?
— Não vem com “Joonie” para cima de mim não! O namorado é seu, eu não tenho nada a ver com isso. — Namjoon se recusou a ajudar.
— Qual é, amiga, você acha mesmo que o Jungkook não planejaria algo especial para o primeiro dia dos namorados de vocês? — tentou me acalmar.
— Mas é que o dia dos namorados é sexta-feira! Hoje é quarta e ele ainda não disse nada… — desabafei, apreensiva. Conhecia Jungkook como ninguém e ele, ao contrário de mim, não ligava muito para datas cafonas. Adocei a voz e insisti. — Se ao menos o Joonie descobrisse qualquer coisinha que fosse...
— OK, não precisa apelar para o apelido fofo. Nós vamos tomar alguma coisa hoje, se ele tocar no assunto, eu te aviso. — Namjoon brincou com meu cabelo do banco de trás e eu agradeci pelo reflexo do espelho.
Capítulo 2
— está achando que você esqueceu do dia dos namorados. — Namjoon depositou o copo de cerveja no balcão americano, não sem antes derramar mais da metade.
— Ótimo. É melhor que ela pense assim, é difícil surpreendê-la. — respondi, rindo do desastre ambulante que meu amigo era.
Saí da cozinha e me espalhei no sofá. O apartamento do Namjoon era amplo e confortável e eu gostaria que ele se mudasse para ele definitivamente. Sentia falta dos conselhos, da companhia e de como eu podia contar tudo a ele. Bom, quase tudo, porque Namjoon tinha a língua frouxa:
— O que você vai fazer? — ele perguntou, desconfiado.
— Eu tenho um plano, mas eu não vou te dizer, hyung. Além disso, você acha que eu não conheço a minha namorada? Eu sei que essa pergunta aí foi ordem dela.
— Falando na sua namorada, aquela amiga da … , acho que o nome dela é ... — ele coçou a nuca como sempre fazia quando estava sem jeito ou nervoso.
— É, ela se chama . O que tem ela?
— Ela é linda. E meio má. Gosto disso.
— Sim, Namjoon. Ela está solteira. E não vai fazer nada amanhã...
Dei risada constatando que o plano maquiavélico da estava funcionando. Ela não tinha levado para buscar o Namjoon por acaso. Estava prestes a mandar uma mensagem para ela avisando do acontecido, mas quando tirei o celular do bolso, vi que estava recebendo uma chamada de vídeo do meu pai:
— Appa! — atendi, acenando para ele e movimentando a câmera. — Namjoon hyung está aqui!
— Namjoon! Como você está? — appa cumprimentou alegremente.
— Estou bem, senhor Jeon! E o senhor? — Namjoon respondeu.
— Com saudade dos meus garotos! Vamos jantar amanhã? Os Kim estão na cidade, querem uma noitada dos rapazes. — appa avisou e eu fechei a expressão no mesmo instante.
Que inferno. Diretamente da Coreia para me atormentar, o ex da minha namorada, que por acaso era filho de um grande amigo do meu pai: Kim Taehyung.
— Obrigada pelo convite, senhor Jeon, mas tenho um compromisso de trabalho. — Namjoon lamentou.
— Tudo bem, você vai na próxima. A que horas você passa aqui, filho?
— Appa… — comecei, descontente.
— Vamos, filho, preciso que você dirija para mim. Você sabe como eu fico quando tomo soju…
— Tudo bem. — concordei, desanimado. — Às 20h está bom?
— Perfeito! Vejo você amanhã! Amo você, filho. E também amo você, Namjoon! — appa declarou e Namjoon sorriu em resposta. Desliguei o telefone, largando-o descuidadamente sobre o sofá.
— Kim. — falei entre dentes. — Eu odeio esse cara.
— Eu soube. Encontramos com ele no aeroporto.
— Ele viu a ? — franzi o cenho.
— Eles só combinaram de tomar um café.
— Ele chamou ela para sair???? — ergui o tronco bruscamente e dessa vez fui eu quem quase derramou a cerveja.
— JK, calma, cara. Tudo bem que eu achei que ele ainda está meio balançado pela , mas isso não muda nada entre vocês… — Namjoon se atrapalhou tentando consertar o que tinha dito.
— Caralho, Namjoon, tu fala demais… — afundei no sofá de volta, atordoado.
— Você preferia que eu não tivesse dito nada?
— Eu preferia que ela tivesse me dito alguma coisa.
— Isso aconteceu há poucas horas. Com certeza ela ainda vai conversar com você. Deixa de ser ciumento.
Namjoon tentou me distrair, mas eu não conseguia parar de pensar naquela situação. Só a ideia do Kim com os olhos trocados em cima da minha namorada me fervia o sangue. Voltei para casa ainda incomodado e encontrei debruçada sobre a mesa de jantar analisando alguns papéis que a tinha deixado:
— Oi, amor. — ela sorriu. — Como foi com o Namjoon?
— Foi bom, até o appa me ligar e dizer que temos que jantar com os Kim amanhã. Por que você não me contou que se viram? — despejei tudo de uma vez. piscou várias vezes e balançou a cabeça, assimilando as informações.
— Namjoon te disse isso?
— Ele não é muito bom em guardar segredos. — soltei, emburrado.
— Eu não pedi segredo. Não era um segredo. — ela empurrou a cadeira para trás e caminhou até mim. — Eu só não te contei porque você não me deu tempo.
— Esse cara ainda teve a coragem de te chamar para sair, ... — disse, me esforçando para não me exaltar. O dia tinha sido longo, eu estava sendo forçado a ver o Kim e, para complicar ainda mais, eu era péssimo em discussões. Nunca soube expressar meus sentimentos muito bem.
— J, não dê tanta importância a isso. Não foi importante. Ele é só um amigo agora. — tentou me tranquilizar, mas conseguiu o efeito oposto.
— Amigo? Então além de sair com ele, ele agora é seu amigo?
— Desde quando você escolhe quem pode ser meu amigo? — cruzou os braços. — Você não é assim!
— Não é isso! — passei a mão pelo cabelo e comecei a caminhar para me livrar daquela ansiedade chata pelo fato de a não estar me entendendo. Ou eu não estar sabendo me explicar. — Mas, porra! É o Kim! Você não se lembra do que ele te fez?
— Eu me lembro sim. Mas sabe do que mais eu lembrei quando o vi? De como ele me fez perceber que eu sempre amei você! — estava começando a ficar nervosa. Eu detestava deixá-la assim e me arrependi na hora de ter tocado no assunto daquela forma. Namjoon não deveria ter me deixado beber tanto.
— Tudo bem. — engoli seco e respirei fundo. Contei mentalmente até dez ou vinte, querendo encerrar o confronto que eu mesmo tinha causado. — Deixa isso para lá.
— Amor, não faz isso. — ela se aproximou de mim e insistiu docemente, com a mão no meu peito. — Você sempre guarda tudo o que sente, vamos conversar.
Discutir a relação. Aquele definitivamente não era o meu forte. Além disso, eu estava irritado demais. Tudo que tinha a ver com o Kim me irritava. Era melhor tomar um ar antes que aquela briga aumentasse.
— Eu preciso dar uma saída. — avisei, afastando a mão dela e checando a mensagem que chegou no celular.
— Amor...
— Eu tenho que ir.
— Onde é que você vai a essa hora? Você vai mesmo sair assim?
— Não me espera acordada, tá? — suspirei, com o coração encolhido no peito. Mas se eu não saísse, eu acabaria falando demais e estragando tudo.
Caminhei até parar no prédio magnífico do Ambassador Theatre. Era, sem dúvida, o teatro mais bonito da cidade e eu sempre passava por ele para admirar a arquitetura e, claro, a engenharia da construção. Mas não naquela noite. Naquela noite eu tinha um encontro importantíssimo na cafeteria ao lado dele, com a simpática moça que conheci outro dia. De uma certa forma, eu estava nas mãos dela ultimamente.
— Obrigado por aceitar me encontrar. — agradeci. — Você me chamou na hora certa...
— Tudo bem. — ela deu um sorriso bonito. — Mas temos que ser rápidos. E se alguém me pegar com você, você é meu primo.
Na quinta-feira, dia de jantar com os Kim, eu já entrei no carro aborrecido. A programação idiota do rádio e a decoração romântica pelo caminho faziam questão de me lembrar que meu primeiro dia dos namorados com a estava praticamente arruinado. Ainda estávamos meio estremecidos por causa da discussão da noite anterior e eu estava de péssimo humor, sem disposição alguma para socializar e morrendo de saudades dela.
Eram esses desencontros que eu temia quando passamos de melhores amigos a namorados. Eu ficava aterrorizado só de pensar que, caso as coisas não dessem certo, jamais poderíamos voltar ao que éramos. Uma vez depois de provar o paraíso que a era, seria impossível continuar morando com ela e não poder tocá-la, não poder beijá-la, não poder tê-la na minha cama impregnando o quarto inteiro com o cheiro de frutas vermelhas... Qualquer briga, por menor que fosse, me apavorava e minha primeira reação era fugir do conflito. Foi basicamente o que eu fiz o dia todo.
Estúpido, eu sei. Ainda mais na véspera do dia dos namorados. Imbecil.
O cínico do Kim já estava na segunda garrafa de soju quando appa e eu chegamos ao restaurante e eu lamentei não poder beber por estar dirigindo. Não que fosse adiantar algo, não existia álcool no mundo que me fizesse esquecer o desprazer de estar ali. As horas se arrastavam, nossos pais achavam cada vez mais assunto e eu só esperava duas coisas daquela noite: que acabasse logo e que o Kim se engasgasse durante o jantar.
— Não acredito que você ainda dirige aquela velharia! Você é um dos engenheiros mais renomados da cidade, por que não troca de carro? — o senhor Kim perguntou ao meu pai.
— Jamais! Eu tenho apego emocional ao meu Jeon móvel! — appa respondeu, referindo-se ao seu Fusca reformado que ele me fez dirigir. — Ele está novinho e recauchutado! Venha ver, está lá fora!
Os dois se levantaram e eu e o Kim filho nos olhamos como um pedido de socorro. Tudo o que não precisávamos era sermos deixados a sós, o clima estranho entre nós dois já falava mais alto que o silêncio em que ficamos a noite toda.
— Eu ainda te deixo bem desconfortável, não é? — ele perguntou depois de um tempo, com o sorriso quadrado irritante.
— O que você acha? — respondi entediado, girando a garrafa de água sobre a mesa.
— Eu acho que você é um idiota que não sabe a sorte que tem. A é incrível.
Olhei para ele sem responder, sentindo o rosto corar. Um pouco por raiva, mas muito mais por saber, lá no fundo, que ele tinha razão. Fiquei em silêncio, tentando ignorá-lo, mas o soju tinha soltado a língua dele e nem a careta que eu fiz conseguiu fazê-lo calar a boca:
— Alguma hora a gente ia ter que falar dela, Jeon. — ele continuou. — Ela realmente te ama.
— E você? — quis saber como ele se sentia sobre a .
— Eu? Eu não gosto nenhum pouco de você. — Kim riu e virou mais um copo de soju , claramente se divertindo às minhas custas.
— Não banca o idiota. Apesar de ser bem natural para você… — observei.
Ele bateu o copo na mesa e recostou-se na cadeira acolchoada do restaurante, exasperado e sério:
— Eu estava apaixonado por ela, se é o que você quer saber. — ele respondeu em coreano, como se tivesse medo de admitir. Como se ainda doesse.
— Você ainda está? — insisti.
— Não... Ahn... Eu não sei. Só faz seis meses desde que eu parti. Chamá-la para sair foi uma besteira. Não quero acordar o que está adormecido. — ele apoiou o queixo nos punhos fechados e revelou com tristeza. — Não foi fácil deixá-la.
— Não foi fácil ver você com ela. — confessei. Era um pesadelo. Todas as noites o Kim batia na minha porta e tirava a de mim.
— Eu sei. É assim que eu me sinto agora. Mas o que eu posso fazer? — ele encheu o copo novamente, mas desistiu de tomar, afastando-o. Suspirou longo e falou tão baixo que eu quase não escutei. — Ela escolheu você.
— Você ia mesmo enfrentar toda a sua família por ela? — continuei o interrogatório.
— Sim.
— E ela me escolheu mesmo assim?
— OK, cara, agora você está se achando… Será que vamos ter que resolver isso na porrada como da última vez? — ele testou o terreno para uma piada.
Dessa vez fui eu quem riu. Um riso sincero e aliviado por constatar que eu tinha mesmo muita sorte de ser amado pela . Eu deveria me concentrar em fazê-la a mulher mais feliz do mundo, e não na minha briga infantil com o Kim ou no meu medo de perdê-la.
— E você nunca me pediu desculpas. — provoquei de volta, brincando.
— Por que eu deveria? Você deu o primeiro soco. Quem bate primeiro é quem pede desculpas. — ele lembrou e nos encaramos, recordando que ambos saímos de cara inchada daquele confronto. Caímos na risada e o Kim pegou o copo que tinha desistido de tomar, virando tudo.
— Vamos só esquecer que isso aconteceu. — sugeri, sem querer dar o braço a torcer.
— Concordo. Mas eu não tenho certeza de quantas dessas eu tomei. — ele bateu os dedos na garrafa. — Me lembre que selamos as pazes na próxima vez que nos virmos.
— Eu espero não te ver nunca mais. — confessei e ele riu fraco, sem dar a mínima para o meu comentário. — Eu espero que você arrume uma coreana que te ame e que te mantenha bem longe daqui.
— Sinceramente? Eu também. — ele levantou outra dose de soju no ar, brindando sozinho.
— Nós não começamos nada bem, mas eu preciso admitir que você serviu de catalisador para a melhor coisa que me aconteceu. — admiti finalmente. — Então acho que te devo um obrigado, Kim.
— Taehyung. Me chama de Taehyung. — ele estendeu a mão e eu apertei.
— OK, Taehyung. — repeti. — Vamos buscar aquele par de velhos lá fora antes que eles apanhem um resfriado.
Encerramos a conta e eu coloquei appa no banco de trás do carro, ouvindo-o roncar e rindo sozinho. Quem diria que o saldo da noite seria me entender com o Kim — o outro Kim da minha vida, Namjoon, ficaria orgulhoso. Carreguei meu pai nas costas e cambaleamos até o sofá da casa dele, onde eu o deitei esticando-lhe as pernas e tirando-lhe os sapatos. Deixei um carinho na cabeça quase careca dele e voltei para casa pensando que a primeira coisa que eu queria fazer ao entrar era tascar um beijo na boca da minha namorada e pedir desculpas.
Cheguei ao apartamento e joguei as chaves na cômoda, desistindo de apertar o interruptor ao ver a meia-luz amarelada do abajur da sala. Encontrei a lendo um livro na poltrona que adorávamos usar para fazer palavras cruzadas juntos — e outras coisas também. Estava encolhida e enrolada num cobertor, com o cabelo meio preso despencando algumas mechas, e não sabia muito bem se ainda estava zangada quando me viu. Meu ímpeto foi abraçá-la e me enfiar debaixo daquele cobertor com ela, mas antes, eu precisava contar de uma vez o que eu andava fazendo pela cafeteria do teatro.
— Oi. — sussurrei, testando meu melhor olhar de cachorrinho sem dono. Os olhos de jabuticaba, como ela sempre chamou, eram a minha maior cartada quando eu sabia que estava errado.
— Oi. — ela respondeu meio apreensiva, sem saber em que pé estávamos.
— Me desculpa por ontem. — ajoelhei na frente dela, descansando o rosto nas pernas grossas e roçando o nariz por elas, aspirando um cheiro bom de hidratante. — Eu sei que eu não sou seu dono, . Você faz o que quiser, sempre fez. Eu te amo por você ser assim, você sabe. Mas é que essa história toda com ele... ainda é muito recente e dolorida para mim.
— E por que você não me disse isso em vez de ter tido aquela crise de ciúmes e se mandado daquele jeito? — ela mergulhou os dedos no meu cabelo, fazendo um cafuné que eu amava.
— Porque o Taehyung tem razão e eu sou um idiota. — concordei com ele pela primeira vez na vida.
— Taehyung? — ela parou o carinho por um momento e eu reclamei. — O que aconteceu com o frio e distante “Kim”?
— Conversamos hoje. Não o suficiente para sermos amigos, mas para ao menos nos tratarmos pelo nome. — respondi com dificuldade, com as bochechas afundadas no colo dela.
— Fico feliz em saber disso. — ela acariciou meu rosto e eu me aninhei nela, quase ronronando. — E você não é um idiota. Há alguns meses nós éramos só melhores amigos e agora somos um casal, é normal que ainda precisemos ajustar algumas coisas.
Levantei depois de apertar e beijar as coxas dela, me meti na poltrona e no cobertor e, não sei como, acabei sentando a no meu colo. Ficamos em silêncio, olhando e bebendo um ao outro antes de iniciarmos um beijo calmo e delicioso, que me fez derreter na boca dela. Dissemos tudo naquela dança das nossas línguas: eu pedia “fica” e ela respondia “para sempre”.
— Tudo o que eu quero agora é que você se ajuste ali na cama comigo. E amanhã à noite, naquele vestido preto que eu adoro. — eu disse no meio do beijo.
— Por quê? Para onde vamos? — ela tentou, sem sucesso, disfarçar a euforia.
— Você achou mesmo que eu tinha esquecido, não foi? — tirei um envelope do paletó que ainda vestia. Ela abriu, trêmula, e soltou um grito quando percebeu do que se tratava.
— O Ballet Bolshoi?! — ela pulou da poltrona, quase dando uma cotovelada na minha boca. — Eles estão na cidade em apresentação única! Esgotou em minutos! Isso aqui é impossível de conseguir! — ela balançou os ingressos no ar.
— Não, não é. Estão bem aí na sua mão. — eu levantei rindo da reação dela.
— Como você fez isso?
— Uma das bailarinas é coreana e está noiva de um americano. Eles vão morar em Nova York quando a turnê acabar, estamos projetando a casa deles. Eu implorei pelos ingressos quando ela esteve no nosso escritório... A coitada ficou com tanta dó de mim que fingiu que eu sou da família dela para conseguir.
— Então foi por isso que você saiu tão apressado ontem?
— Foi. Aliás, amor, se te perguntarem, confirma, tá? Ela é minha prima. — arregalei os olhos e gelei com medo de descobrirem o falso parentesco.
— Eu não acredito que você me enganou desse jeito! — usou os ingressos para me bater e eu a agarrei pela cintura como resposta.
— Então? Eu vou ganhar você naquele vestido? — perguntei, beijando-a.
— Você vai me ganhar agora mesmo. — ela retribuiu o beijo e me arrastou até o quarto.
Capítulo 3
A camisa social quase não fechou e os botões lutavam para permanecerem unidos, mas Jungkook estava um absurdo de tão lindo todo engomadinho naquele smoking. Eu já tinha feito o cabelo e a maquiagem, agora eu só precisava me enfiar no vestido preto que ele tinha escolhido e, depois, na limusine que ele tinha alugado para nós. Ele estava realmente empenhado em fazer do nosso primeiro dia dos namorados tão perfeitamente mágico como nos filmes clichês — que eu amava e ele detestava.
— Meu Deus do céu... — ele suspirou, terminando de afivelar minha sandália. — Você vai ser a mulher mais linda daquele teatro, .
— Tenho que fazer jus a você. — respondi, sentindo a pele da coxa arrepiar com o beijo que ele deixou nela.
— Feliz dia dos namorados, amor. — Jungkook se levantou e selou meus lábios.
— E que seja o primeiro de muitos. — devolvi o selar, embalada nos braços dele e embriagada pelo cheiro amadeirado que subiu junto.
— Que seja o primeiro de todos. — ele sorriu lindo, segurando meu queixo, e saímos.
Jungkook e a “prima” tinham feito um excelente trabalho com os ingressos: de onde estávamos, era possível ver perfeitamente todos os movimentos, que os bailarinos executavam com perfeição, e eu jurava que conseguia até ouvir o som do gesso das sapatilhas de ponta riscando o piso de madeira do palco. A dança sempre me encantou e eu me senti como da primeira vez em que vesti o tutu assistindo àquele espetáculo maravilhoso. No entanto, depois da primeira hora, eu sentia que Jungkook se esforçava para não bocejar ou mesmo dormir.
Era completamente compreensível que ele estivesse entediado, um espetáculo de balé profissional podia ser meio maçante, especialmente quando se é quase um filhotinho de golden retriever que não sabia ficar muito tempo focado numa única atividade como meu namorado era. Sorri constatando que precisava manter a mente dele ocupada e resolvi dar a ele algo no que pensar. Comecei a me remexer no assento e Jungkook notou:
— Algum problema, amor?
— Acho que vesti minha calcinha ao contrário. — expliquei o desconforto.
— Como é que você sabe? Aquilo tinha só uns 2 cm de pano. — Jungkook sorriu com a lembrança. Ele sempre ficava me admirando enquanto eu me arrumava.
Meti as mãos por baixo do meu vestido e puxei a peça naturalmente. Jungkook aumentou os olhos e segurou o ar nos pulmões, imóvel. Embolei a calcinha e enfiei no seu bolso, passando a mão pelo membro dele no caminho:
— Pode guardar isso para mim, querido? — sussurrei ao pé do ouvido, enquanto minha mão continuava acariciando o discreto volume na calça dele. — Minha bolsa está lotada e eu estou toda apertada nesse vestido. — mordi o lóbulo da orelha dele.
— Por Deus, . Você vai me botar louco. — Jungkook soltou o ar que estava segurando.
— Só estou tentando manter você acordado, amor. — beijei o pescoço dele e voltei a olhar o espetáculo, usando meu salto para brincar com as pernas dele por baixo da cadeira.
— Você acordou outra coisa por aqui. — ele se sacudiu de um arrepio e sugou o ar entre os dentes. — Esse negócio não vai acabar nunca? — ele murmurou impaciente e eu, vitoriosa, dava risada da situação.
Jungkook cochilava com a boca entreaberta, ainda quente de mim e esgotado depois de ter gozado duas vezes seguidas quando virou meu mundo de cabeça para baixo ali mesmo na nossa cama. O prazer dele ainda escorria pelas minhas pernas e eu constatei que precisava de um banho. Deixei Jungkook descansando e terminei meu asseio quando o vi bocejando pelo vidro do box:
— Vem, seu bebezão. Eu te ajudo a se lavar. — convidei meu namorado sonâmbulo, quase dormindo em pé. — Vê se não vai cair de sono aqui, eu não posso com você e esse tanto de músculo que você tem. — avisei, colocando-o debaixo do chuveiro.
— Ai! — Jungkook reclamou baixinho quando liguei a água e se arqueou inteiro.
— O que foi?
— Minhas costas estão ardendo. Você me arranhou todo.
— Ótimo. Assim você fica lembrando de mim e do que você fez comigo.
— Ah, , eu estou sempre lembrando de você. Especialmente assim como você está agora. — ele abriu os olhos pesados de cansaço e sorriu ladino.
— Já que eu passo tanto tempo nos seus pensamentos, não era melhor que eu estivesse vestida?
— Você até aparece vestida de vez em quando... Mas aí acontece alguma coisa na minha cabeça e você acaba ficando sem roupa bem rápido…
— Você não tem jeito mesmo.
Selei os lábios molhados e inclinei a cabeça dele para trás, direcionando-a melhor para o jato de água morna e lavando o seu cabelo. Jungkook fechou os olhos, entorpecido, com as mãos apoiadas na minha cintura e a boca formando um semicírculo perfeitamente lindo. Comecei a ensaboar o corpo dele e conforme eu descia pelo abdômen definido, algo se mexeu contra mim:
— Jungkook! — censurei. — Você tá exausto! Como você ainda consegue ficar duro?
— A culpa não é minha. Você tá nua e molhada na minha frente. — ele respondeu rindo de um jeito safado e apertando os olhos ainda cerrados.
— Como é que você tá vendo isso se nem abrir os olhos direito você consegue, hein?
— Não preciso de olhos para te ver, . Eu te sei inteirinha. — ele manteve as pálpebras fechadas para ilustrar o que tinha acabado de dizer e os dedos dele começaram a passear por mim. — Cada curva do teu corpo e do teu rosto, de trás para frente, tá tudo aqui no fundo da minha cabeça... — ele falou, meio ébrio de sono, do vapor da água e de mim.
Simplesmente sorri.
— Essa curva aqui... — o polegar dele me raspou o canto da boca e puxou meu lábio inferior para baixo. — Só por essa curva eu sei que você tá sorrindo para mim. — ele espiou com um olho só para confirmar que, de fato, eu estava.
Ele riu encolhendo o nariz e subindo os ombros, como uma criança que recebe um doce da professora ao acertar a resposta. Jungkook, com aquele jeito doce de ser às vezes homem e às vezes menino, tatuava mais cor na minha vida, feito os riscos definitivos que ele trazia na pele. Ele me impregnou a carne e me marcou de eternidade.
O braço completamente desenhado de tinta ainda descansava no meu quadril quando eu desliguei o chuveiro e ajudei o dorminhoco a se enxugar. Ele se enfiou num calção curtíssimo, me deixando admirar as coxas malhadas e brancas e a delícia de bumbum que ele tinha, praticamente pedindo um tapão. Resisti ao impulso por pena, porque ele se jogou na cama já adormecido, com o cabelo úmido e cheirando a maçã verde do meu xampu. Vesti uma das camisas dele e deitei ao seu lado, contornando o rosto lindo e adornado pelos piercings.
— Noona… — ele falou com uma vozinha de sono, misturando as línguas na cabeça. E eu achava uma gracinha quando ele usava o pronome coreano para se referir a mim.
— Sim? — respondi acariciando os sinais da face dele.
— O que você tá fazendo, nuna? — ele balbuciou ainda mais fofo do que antes.
— Ligando os pontinhos no seu rosto. — selei o que ele tinha bem embaixo da boca.
— Eu te amo, nuna. — ele sussurrou lambendo os lábios, antes de cair num sono pesado.
— Eu também te amo. — rocei o nariz no dele. — Muito. Agora dorme.
FIM.
Nota da autora: JKEthel não para de falar na minha cabeça, por isso eu trouxe eles de volta pra mais esse clichê bem docinho. Todo mundo se entendeu, inclusive Taekook, quem diria! Menção especial aqui para minha betamiga Daphne, de quem eu peguei emprestada uma coisinha ou outra (ou quase tudo) pra criar a Dayse. Comenta ou surta lá na minha dm mesmo que eu vou amar! Obrigada pela leitura!
Outras Fanfics:
Flamme
Flamme 2
Arabesque
Nota da beta: Ai, gente, essa fic toda é um amor, mas pensar no JK falando “noona” com a vozinha sonolenta me deixa quebrada.
E esta betamiga já está esperando uma fic espacial NamDayse, quem sabe pro 6/9 (perto do meu aniversário). Beijos.
Bem, o Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
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