Flamme

Fanfic finalizada

Capítulo Único

Abri uma taça de vinho branco pensando que deveria ter algo mais forte em casa: a semana tinha sido difícil. Por sorte, estava aquecida no meu pequeno e aconchegante apartamento, com uma velha camiseta branca que já me servia no corpo confortavelmente, tamanha era a frequência que eu a usava para dormir. Quando por fim soltei a rolha da garrafa, o estampido pareceu mais alto que o normal e eu concluí que, na verdade, tinha alguém batendo na minha porta.
? Amiga, sou eu. Eu perdi a cópia da chave que você me deu! — era a voz da Gia, minha melhor amiga.
— Já é a terceira, sua maluca. Você perdeu tantas chaves de emergência minhas que eu estou considerando seriamente mudar essa fechadura. — disse, abrindo a porta.
— A literatura me consome, . Escritores são criaturas avoadas mesmo.
Gia era escritora antes de ser qualquer coisa, além disso, era uma mulher extremamente romântica, que amava vários homens intensamente. Matéria bruta perfeita para a editora em que trabalhávamos: ela, como autora, e eu, como editora-chefe. Por causa da origem da minha família, trabalhava também como tradutora de francês quando necessário e esse diferencial me fornecia uma ótima renda. Mamãe e papai falavam em francês comigo desde que eu nasci e eu saí ganhando muito com isso.
— Segunda-feira você briga comigo, hoje é sábado e são 21h. É hora da balada.
— Não, Gia! Balada não, por favor! Eu passei a semana inteira esperando esse momento aqui! — e sacudi minha camiseta "de dormir".
— Eu não tô nem aí. — ela falou articuladamente. — Se veste ou eu te levo assim.
Saí resmungando, ouvindo a Gia me imitar e me seguir: era inútil tentar qualquer coisa, o melhor era ceder e me aprontar. Como mantinha meu cabelo num corte chanel, era sempre muito rápido arrumá-lo. Vesti uma minissaia xadrez justa, de cintura alta, uma cropped preta, ombro a ombro, e de mangas longas. Gia sugeriu que eu usasse um tênis branco:
— É balada, amiga. A gente vai para ficar em pé.
— Iupi. — girei os dedos ironicamente, "comemorando".
Gia remexeu na minha bolsa e tirou de dentro dela meu batom vermelho favorito, estendendo-o para mim enquanto eu terminava o delineado dos olhos. Tirou também um manuscrito que eu estava revisando e depois enfiou-se no banheiro, saindo de lá com uma camisinha na mão:
— Sem trabalho na bolsa. Estamos nesse mood aqui. — e guardou o preservativo na minha carteira.
— Tá doida, Gia? Além de sair de casa, você quer que eu dê para alguém?
— Ué, nunca se sabe. Olha para você, amiga! Só botou uma roupa e um batom e já tá um arraso! Você poderia fazer um estrago se quisesse!
— Que estrago o que, ruiva, eu quero mais é ficar em paz. Infelizmente, eu não tenho paz desde a aula de Literatura Comparada do Sr. Jones no primeiro período da faculdade.
— Mas isso foi quando a gente se conheceu!
— Exatamente.
O rosto de Gia avermelhou-se tal qual o seu cabelo e ela revirou os olhos. Fomos no carro dela, cantando com a nossa playlist de boybands no caminho. Mesmo cansada e com certa aversão a sair de casa, eu sempre me divertia com a Gia. Quando chegamos na boate, sentamos nas banquetas altas perto do bar e pedimos alguns shots. Gia nem tinha bebido nada ainda e já estava me envergonhando ao soltar um sonoro assobio:
— Fiu, fiu! , tem um pedaço espetacular de homem olhando para você.
— Hã? — sempre era Gia quem percebia esse tipo de coisa porque, no geral, eu não prestava muita atenção ao meu redor.
— Amiga, é impossível você não ter visto. Ele obviamente é estrangeiro e deve ter uns dois metros de altura.
Me virei para tentar olhar discretamente, ou tão discretamente quanto era possível para mim: sutileza nunca foi meu forte e, para complicar ainda mais, Gia insistiu que eu, míope, saísse sem os óculos. Apesar disso, rapidamente descobri que ela estava certa, não tinha como não notar aquele homem alto, forte, de pele morena e olhos apertados, negros como o cabelo. Usava uma calça preta com um cinto que marcava a cintura fina, mas proporcional aos ombros largos e braços musculosos, e uma camiseta branca básica com as mangas dobradas.
"Uau. Eu amo minha camiseta branca de dormir, mas acordar nessa daí seria muito melhor.", pensei involuntariamente. Até tentei substituir o pensamento torpe por algum outro, mas o que me veio à cabeça em seguida foi "ainda bem que a Gia colocou uma camisinha na minha bolsa". Ri de mim mesma.
— Você gostou dele, né? Sabia. — Gia me chamou à realidade.
— Talvez. Ele parece meio sério. Quem vem numa balada de pano passado e de mão no bolso?
— Acho que ele está tão afim de ir para casa quanto você. Bebe isso aqui para se soltar e vamos dançar.
Eu e Gia viramos o shot de uma vez e fomos para a pista de dança. O tal cara alto, praticamente do outro lado do salão, nos seguiu com os olhos e cochichou alguma coisa com um amigo loiro e de olhos azuis, um pouco menor que ele.
— Entendi tudo, viu, Gia? Você quer me arrumar com o asiático ali porque gostou do amigo dele. Você não resiste a um loiro de olho claro. — falei para ela enquanto dançávamos. Gia apenas abriu os braços e inclinou a cabeça, num gesto que parecia dizer "pois é, você sabe como eu sou..." e continuou dançando, exibindo-se para o loiro.
Apesar do volume da música, comecei a distinguir falas mais altas e raivosas de dois caras desconhecidos atrás de mim. Em questão de segundos, as "falas" tornaram-se gritos de uma acalorada discussão e um deles socou o outro, que me esbarrou, jogando-me um pouco para frente. O autor do soco, completamente bêbado, ameaçou jogar a garrafa de cerveja no rapaz que me atingiu. Estava assustada por estar tão próxima daquela briga de boate que poderia terminar com um caco de vidro me acertando, mas fiquei completamente imobilizada, sem reação. Antes que eu pudesse ensaiar qualquer movimento, ouvi o som da garrafa sendo estraçalhada no chão e apertei os olhos, sem conseguir me mexer, quando alguém cuidadosa e rapidamente se colocou na minha frente, afastando-me dos estilhaços. Abri os olhos e encontrei o asiático me segurando pela cintura, fazendo uma barreira entre mim e a briga, que continuava acontecendo e se intensificando.
— Continua andando. — ele me disse ao pé do ouvido com uma voz grave, sem me soltar e usando o próprio corpo para me obrigar a sair dali.
Eu estava tremendo e não sabia se era pelo susto da confusão ou se era por aquele homem lindo que prontamente me protegeu. Enquanto ele me segurava pela cintura, ele encontrou um pouco de pele que a cropped revelava e imediatamente senti meu corpo inteiro ser percorrido por um arrepio ao toque daquelas mãos quentes. Procurei por Gia e percebi que ela estava com o loiro a tiracolo. Ela falou sem som para eu ler seus lábios se movendo: "eu estou bem."
O rapaz me sentou novamente nas banquetas do bar e fez sinal para o bartender me trazer água. O bartender, mexendo no celular, levantou o dedo indicador, pedindo que ele esperasse um minuto. O responsável por me salvar apenas arqueou uma das sobrancelhas e travou a mandíbula de um modo tão intimidador que fez o bartender se levantar e ir buscar minha água imediatamente.
"Caralho. Ele nem disse nada, só trincou o queixo!" pensei. Por causa disso, eu tremi mais ainda. Ele segurou minhas duas mãos e me analisou de cima a baixo:
— Tá tudo bem? Você tá tremendo. Algum caco de vidro atingiu você?
— Eu estou bem sim, obrigada.
Ele afastou-se um pouco, examinando minhas pernas à mostra pela minissaia, procurando algum arranhão ou ferimento. E ele procurou com bastante vontade: me senti devorada pelos olhos dele. O bartender gritou "água" e ele pegou a garrafa, ainda visivelmente furioso com o desleixado funcionário, no entanto, ao depositá-la nas minhas mãos trêmulas, a expressão dele mudou de zangada para doce e levemente preocupada:
— Que bom que você não se machucou. — ele confessou, aliviado.
— Que bom que você apareceu bem na hora! De onde foi que você saiu?
— Da Coreia. — ele respondeu automaticamente.
Não pude evitar de rir. Um homenzarrão daqueles fazendo uma piada tão ridícula! Pelo menos tinha servido para me acalmar um pouco, especialmente quando ele abriu um sorriso absurdamente lindo que mostrou duas covinhas adoráveis.
— E os homens da Coreia têm reflexos incríveis assim mesmo?
— Só os que trabalham no Corpo de Bombeiros como eu. — ele coçou a nuca e eu reparei no braço enorme dele. Óbvio que um cara daquele porte teria uma profissão que exigisse força e preparo físico. E que preparo físico! A camiseta branca colada no corpo denunciava todo o contorno do peitoral e eu só conseguia pensar em tirá-la.
— Nesse caso, obrigada pelo seu serviço, senhor bombeiro. Mas isso aqui é uma festa, você não deveria estar trabalhando. — tomei um gole da água, mais tranquila, e percebi que ele olhou para a minha boca. — Como você chegou até mim tão rápido?
— Eu ouvi a briga... — ele corou um pouco.
— Com a música naquela altura e você lá do outro lado? Conta outra.
— OK, eu estou de olho em você desde que você chegou. Pronto, você me pegou.
— Eu até poderia, mas seria bom eu saber pelo menos o seu nome. — respondi, brincando com o duplo sentido de "pegar" e fazendo-o corar ainda mais. Poderia culpar os shots, mas quem eu queria enganar? Ele era quente!
. E você é? — ele perguntou, esperando que eu respondesse meu nome.
— Bonita, divertida, meio desligada, como você pôde perceber, mas muito inteligente. Anda, me pergunta qualquer coisa. — brinquei.
— Qualquer coisa? — ele arqueou a sobrancelha e sorriu de lado.
Que inferno! As covinhas. Não consegui falar e apenas assenti com a cabeça.
— Qual a chance de você me dar um beijo agora?
— Você nem sabe meu nome e já quer um beijo meu? Que fácil. — provoquei.
— Fácil não, intenso. Eu quis te beijar no momento em que eu te vi.
— Um homem desse tamanho emocionado assim?
— Você não faz ideia. Enquanto você tá falando comigo, eu tô planejando todo o nosso casamento na minha cabeça. — ele exagerou propositalmente, me fazendo rir.
— Uau. Quantos filhos nós vamos ter? — entrei na brincadeira.
— Depende. Quando a mãe deles pretende me dizer como se chama?
Laurrent. Eu quero três filhos, temos que nos apressar.
Laurrent... — ele repetiu pausadamente, tentando imprimir o sotaque francês com que eu falei. A forma como a língua dele se desenrolava na boca para dizer meu sobrenome me deixou nervosa. — Não soa muito britânico.
— Pode me chamar de mesmo. — eu revelei meu apelido em cinco minutos de conversa, tamanho era o fascínio que ele exerceu sobre mim logo de cara. — É mais britânico que , aliás.
— Ai. Minha futura esposa é rápida no gatilho. Nossas brigas vão ser incríveis.
— Com certeza. Meus pais me ensinaram a falar francês fluentemente. Você já foi xingado em francês? Ces't fantastique! (É fantástico!)
passou a língua pelos lábios e a mão pelos cabelos, respirando um pouco mais alto. Certamente se esforçou para aprender inglês e eu tagarelando com ele em outra língua que ele não entendia. Achei a situação um tanto quanto divertida e sorri. Ele sorriu de volta e respondeu:
— Família francesa. Isso explica o sobrenome exótico.
— Claro, meu sobrenome que é exótico aqui. Falou o coreano de dois metros de altura! Será que dá para você se sentar aqui do meu lado? Meu pescoço tá doendo de tanto olhar para cima.
Ele deu uma risada incrivelmente charmosa e ajeitou-se como pôde na banqueta minúscula para ele, ao meu lado. Espalmou as mãos nas coxas grossas e eu pude notar, perto do relógio de pulso, um bracelete feito de um cordão rosa sustentando continhas de coração, flores e a palavra "".
— Eu tenho que dizer, essa pulseira aí combina muito com o ser humano alto e forte que você é, adorei o contraste.
Ele abriu um sorriso e olhou com ternura para a pulseira, ajeitando-a no pulso.
— Foi presente da Laura.
Ele percebeu que fiquei meio atordoada com a informação que acabara de me dar e resolveu se adiantar, explicando-se:
— Ela tem 5 anos. É irmã do meu melhor amigo, Carter. — e apontou para o loiro que conversava animadamente com Gia.
"Ufa. É uma criança. Achei que era uma namorada ou algo do tipo.", pensei.
— Que gracinha! — respondi aliviada. — Ela deve gostar mesmo de você, "".
— Ela tinha 3 anos quando eu a conheci, meu nome era difícil demais para ela falar, então ela me chama de tio até hoje. — ele sorriu e os olhos quase sumiram.
Eu estava completamente encantada com a dualidade: ele era sexy e fofo? Como era possível? Divaguei sobre isso mentalmente quando Gia e Carter se aproximaram:
— Amiga, tudo bem? Você quer ir embora?
"Sem o ? Não mesmo." Gia pareceu ler meu pensamento e continuou, antes que eu respondesse:
— Quem é o seu novo amigo e salvador?
— Esse é o , Gia. — foi Carter quem respondeu. — Ele resgatou a mim e a minha irmã de um incêndio há dois anos. Tento me livrar dele desde então...
— Eu só ajudei você por causa do juramento que eu fiz à Corporação, seu ingrato. A Laura me deu essa pulseira, você só me dá dor de cabeça... — rebateu na maior naturalidade, como se ele não tivesse realizado um incrível e louvável ato salvando a vida de duas pessoas.
— Que história linda, ! — exclamei, admirada.
— Eu só fiz meu trabalho. — ele tocou a pulseira "". — É por isso aqui que eu acordo todos os dias.
— Bom, você me salvou agora há pouco. Eu tenho que te fazer uma pulseira?
— Você só precisa me fazer companhia para um jantar e me dar seu telefone. Quem sabe aquele beijo. — ele piscou.
Sorri e tirei da bolsa uma caneta e um cartão profissional, anotando meu número pessoal no verso. Normalmente, eu não daria meu número para um cara que acabei de conhecer, mas ele se meteu no meio de uma briga para me proteger, era merecido. Além do mais, quais as chances disso dar em alguma coisa séria, certo?

***

Errado. As chances de " e " virarem um casal não só eram altas como se concretizaram de fato. Já se passaram um ano e alguns meses desde o incidente na boate e (junção fofa de nossos nomes sugerida por Gia) continuava firme e forte. Tínhamos alguns desentendimentos, como todo casal: ele detestava que eu resmungasse com ele em francês e que estivesse trabalhando até tarde praticamente todos os dias e eu odiava sentir ciúmes dele nos eventos da Corporação em que ele precisava ir fardado. Voltávamos de um evento assim em completo silêncio no carro porque eu estava altamente mal-humorada e, quando chegamos ao meu apartamento, ele me alertou:
, você precisa diminuir sua carga de trabalho. Você tá uma pilha. — ele usou o tom de voz baixo e pausado que ele sempre usava quando estava ficando irritado.
— Talvez eu devesse mesmo. — livrei-me dos saltos, jogando-os num canto do quarto. — Eu preciso de tempo para acompanhar você em todos esses eventos. Aquela loira siliconada estava praticamente sentando no seu colo. — rebati, impaciente.
nunca tinha me dado motivo algum para sentir ciúmes, eu sabia que podia confiar cegamente nele. Mas eu sabia também que meu namorado era um coreano lindo, gostoso e de quase 2 metros de altura: ele não passaria despercebido em lugar nenhum, por mais que ele quisesse. Eu até que gostava de vê-lo sendo cobiçado na rua, só para beijá-lo ou puxá-lo para mais perto de mim como uma forma de dizer "é todo meu" para as mulheres que o admiravam, mas aquela loira... Aquela loira com aquela voz estridente e excesso de risadinhas forçadas me deu nos nervos.
— Aquela loira é mulher do capitão do meu esquadrão, amor.
— Ótimo, uma "maria-mangueira". Foi esperta, começou alto na hierarquia do corpo de bombeiros. Quem é o próximo velho em que ela vai dar o golpe? O coronel?
, amor, se acalma.
— Não me manda ficar calma. Você não manda em mim.
... se eu quiser, eu mando. — falou incrivelmente baixo e trincou o queixo. Eu sabia muito bem que o maxilar travado indicava o dominador vindo à tona e, pensando bem, eu estava mesmo estressada e aborrecida. Estava precisando que ele me desse um jeito. Resolvi "irritá-lo" mais ainda.
", si je veux, j'envoie..." — repeti a fala dele imitando-o, resmungando no francês que ele não entendia.
colocou o dedo indicador entre as sobrancelhas e cerrou os olhos, suspirando. Talvez eu fosse mesmo maluca, mas quanto mais irritado, mais sexy ele ficava. Era intimidador e excitante ao mesmo tempo, era perigoso, quente, quase como brincar com fogo.
— O que foi que você disse?
— Que você não manda em mim. — menti. Meu objetivo era tirá-lo do sério.
— Eu não mando em você, ? Tem certeza? — abriu a abotoadura da manga da farda, me encarando. Tinha algo sobre o fardado que me deixava louca e completamente enfraquecida. Droga. Eu estava prestes a perder o jogo que eu mesma tinha começado.
— Repete. — ele insistiu, livrando-se da parte de cima da farda, carregada de insígnias e medalhas, e aproximando-se de mim apenas com a calça social e a camisa de botão branca.
"Ótimo. Acordei o meu que dá ordens...", pensei libidinosa. Ele chegou mais perto e me deixou, literalmente, contra a parede. Senti meu corpo inteiro arder. Por sorte, eu tinha um bombeiro (e que bombeiro) a postos. Ele inclinou-se um pouco, com o rosto de lado, posicionando o ouvido bem próximo da minha boca:
— Diz de novo que eu não mando em você, . Diz aqui no meu ouvido. — ele me desafiou quase calmamente.
Tremi. Mas aquele nosso joguinho precisava de duas pessoas e eu também sabia brincar:
— Você... — lambi a orelha dele — ...não manda... — encaixei o lóbulo entre os meus dentes — ...em mim. — e finalmente o mordi.
puxou fundo o ar e soltou densamente. Subiu meu vestido até a altura da minha barriga, em seguida, levantou minhas pernas e prendeu-as ao redor da sua cintura, imprensando-me contra a parede. Percorreu uma das minhas coxas até acertá-la com um tapa cheio e, por um momento, desaprendi a respirar. Aquilo deixaria marca.
Ele me beijou avidamente com uma língua desesperada. Sem fôlego, abafei um grito no beijo quando ele enfiou, sem qualquer aviso, dois dedos dentro de mim. Meu sexo respondeu na hora e ele me imprensou ainda mais com o próprio corpo, para que eu não caísse, sem parar de estimular minha intimidade. Gemi pesado, quase gozando, quando ele interrompeu bruscamente o ato.
— Eu deveria deixar você assim, sabia?
Eu gemi, suplicante.
— Mas que porra, . — ele disse, reconhecendo a derrota. — Você me deixou duro só de gemer para mim. O que eu vou fazer com você?
— Me diz você. Não é você que manda em mim? — provoquei. estava oficialmente puto e iria descontar tudo em mim no melhor sentido possível.
Ele me segurou com força pela cintura e me carregou até a cama, onde ele me jogou impetuosamente. Não se deu sequer ao trabalho de desabotoar a camisa, apenas livrou-se dela abrindo-a num rápido movimento que fez dois ou três botões pularem. Eu já estava ofegante só com a visão espetacular daquele peitoral quando ele tirou o cinto da calça e juntou minhas mãos na minha frente, beijando-as:
— Eu vou fazer o que eu quiser com você, . — e habilmente amarrou minhas duas mãos juntas com o cinto. Obrigada por tudo, treinamento com cordas do Corpo de Bombeiros.
Me permiti ser amarrada tranquilamente, sem qualquer protesto: era muito maior e muito mais forte que eu, mas era um amante cuidadoso e estávamos em consenso. Ele tirou a calça e a boxer preta, já rígido, e puxou minha calcinha para baixo até tirá-la, me deixando apenas com meu vestido vermelho, que já estava com as alças caídas e fazendo meus seios escaparem. Foi por ali que iniciou um passeio com língua dentes enquanto encaixava-se entre minhas mãos amarradas e me deitava na cama, por cima de mim. Sua boca terminou de percorrer meu colo e meu pescoço e começou a me beijar tão deliciosamente que me faltava ar.
Ajeitando-se entre minhas pernas, ele começou a me penetrar devagar, sem colocar tudo, enquanto acariciava meu rosto. Eu mordia os lábios e suspirava por mais, apertando-o com as pernas, já que as mãos estavam amarradas e eu não podia empurrá-lo completamente para dentro de mim. sabia que eu queria mais dele e estava me punindo por tê-lo aborrecido.
Alguns minutos se passaram e eu estava lasciva, completamente ansiosa dele. Ele beijava meu pescoço e apertava minha coxa, quando se forçou um pouco mais para dentro, me fazendo gemer:
— Aqui na cama eu mando em você sim, . — ele sussurrou no meu ouvido, entrando e saindo lentamente. — Você vai gozar quando eu quiser.
... por favor... — implorei.
— Por favor o quê? — ele continuava ao meu ouvido.
— Eu quero você. Eu quero tudo.
respirou profundamente e eu senti seu corpo em chamas, ele também não aguentaria por muito mais tempo sem satisfazer a mim e a ele. Ele me adentrou inteiramente, me fazendo gritar, e gemeu de alívio junto comigo. Aumentou a velocidade e a intensidade do ato e eu pude ouvir a cabeceira da minha cama batendo contra a parede e o ranger dos pés da base do colchão. Sorri prendendo o lábio inferior com os dentes. Que quebrasse a cama, ele não pararia por nada.
Ele me invadia com força, mas eu estava úmida e desejosa demais dele para sentir qualquer coisa além de prazer. fechou as duas mãos na minha cintura, movimentando meu quadril junto com o dele, fazendo a cama toda balançar, e chegamos ao ápice juntos.
Ele encostou a testa na minha e selou meus lábios, enquanto ambos recuperávamos o fôlego. Eu estava enlaçada em seus braços e minhas mãos continuavam amarradas em volta do seu pescoço quando um dos pés da cama cedeu. me apertou com força e começou a rir:
— Me desculpa. — ele sussurrou.
! Você quebrou minha cama! — eu ri junto.
Ele ainda estava rindo quando saiu de mim e desatou o nó das minhas mãos, voltando a me abraçar. Acariciei o cabelo dele quando ele deitou-se novamente sobre meu corpo e beijei-lhe o pescoço. De repente, o outro pé arrebentou: já eram dois dos quatro e a cama desceu violentamente. me segurou com ainda mais força do que antes:
— Querido, eu sei que você está com medo que eu me machuque, mas se você continuar me apertando assim, vai me partir ao meio. — eu disse, fazendo rir mais e afrouxar o abraço.
— Foi sem querer, amor. É meio instintivo para mim proteger você. — ele disse, me dando um beijo na testa.
— Usa essa força para consertar minha cama, tá? — respondi, passando a mão no seu rosto.
— Amanhã mesmo eu busco minha caixa de ferramentas e arrumo para você.
— Ótimo. Por hoje, você carrega o colchão até a sala, vou me mudar para lá.
— Já que você vai se mudar, você poderia ir um pouquinho mais longe e se mudar pro meu apartamento... — ele sugeriu baixinho, me olhando nos olhos.
— Amor... é sério? — perguntei, surpresa e, ao mesmo tempo, feliz com a ideia.
Ele balançou a cabeça afirmativamente:
— Eu quero ver você quando eu chegar em casa. Eu quero ver você quando eu acordar. E eu quero ver se conseguimos quebrar a minha cama também. — ele sorriu lindo, com as covinhas. — Aliás, a nossa.
— Eu te amo, sabia? — confessei.
— Eu também te amo.
me plantou nos lábios um beijo doce, terno e demorado:
— Vem morar comigo, vem, . — ele passou o nariz no meu enquanto fazia o pedido.
— Claro que eu vou, ma flamme.
O francês não irritou dessa vez. Eu já tinha dito a ele que ele era a "minha chama". Bastava um olhar dele para me fazer incendiar e eu esperava queimar daquele amor pro resto da vida.




Fim.



Nota da autora: Essa é minha primeira fic, encorajada pela amiga e beta-reader Daphne Macêdo. Espero que gostem!

Nota da beta: Ai, gente. Não sei nem o que dizer, só sentir.
Bem, o Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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