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Finalizada Em: 03/12/2019

Capítulo Único

, eu espero do fundo do coração que você esteja pronta! – , minha melhor amiga e pessoa mais insistente e chata da história estava do lado de fora do quarto, me esperando para a minha sessão tortura.
– Se você soubesse o quanto me arrependo de ter feito essa promessa! Essa é a última vez que eu deixo você me arrastar pra esses encontros esquisitos e sem a menor probabilidade de darem certo! Escancarei a porta, saí com minha sandália nas mãos e a bolsa pendurada no ombro, com a maior vontade de desfazer toda aquela “produção” e me jogar no sofá com meu balde de pipoca e uma boa série pra maratonar.
– Você conseguiu me dar o bolo nos outros dois encontros que eu marquei, mas esse carinha é diferente! Ele é tipo, seu par perfeito! Você vai amar ele…. – e aquele tom de voz apaixonado, ela vivia em uma comédia romântica, queria a toda custo me enfiar no mesmo barco que ela. Depois de fugir por muito tempo, ela conseguiu arrancar de mim a promessa de que tentaria uma vez, só não contava que realmente levaria aquela promessa a sério!
– Vamos, o George já está lá embaixo nos esperando! – Terminei de colocar minha sandália e vi retocar seu batom para ver George, ela sim tinha encontrado seu par perfeito e fazia questão de andar com ele pra todos os lados. – Nós vamos naquele barzinho mais no centro sabe… Tem até uma banda tocando lá hoje! Tudo pra você amar essa noite! – me olhava pelo espelho do elevador, sorrindo exagerada e cheia de empolgação.
– Como é o nome da criatura, mesmo? – Perguntei antes de sairmos do elevador e minha amiga respondeu sorrindo e dando uma piscadinha “John”.

No momento em que entrei naquele bar, já tinha me arrependido de ter saído de casa. ao meu lado acenou para um cara no bar, fomos até ele e eu sentia seu olhar me analisando, de cima a baixo sem a menor discrição.
– John, essa é a ! – Ele levantou e veio me cumprimentar, colocou uma das mãos em minha cintura e deu um beijo em meu rosto.
– Oi, tudo bem? – Sorri pra ele que me indicou uma das mesas perto dali, com um clima mais aconchegante, luz fraca e sem tanto barulho. , obviamente estava com aquele sorriso enorme no rosto, nos observando do outro lado do bar com George. Ouvi eles anunciarem a banda e eles perderem o interesse em nós e aquilo já era ótimo pra mim.
– A tinha me dito que você estuda física… – John pediu bebida para nós e começou a puxar papo. – Você não tem cara de quem estuda física…. – Ele riu meio debochado e eu o olhei achando bem estranho.
– Por quê? Não entendi – Nossas bebidas chegaram e eu peguei minha cerveja ainda esperando ele responder.
– Você é muito bonita pra isso! E não me leve a mal, mas eu jamais esperaria que fosse mesmo esse curso – Arqueei a sobrancelha achando ele o cara mais babaca que eu poderia encontrar, vi me olhando, e sabia que não podia simplesmente levantar antes de dar pelo menos 15 minutos para aquele idiota.
– Você faz o que mesmo? – Sorri amarelo pra ele que se ajeitou na cadeira, cheio de orgulho antes de responder.
– Tô no primeiro ano de Direito! – Ele deu uma piscadinha e eu voltei a beber pra não ter que responder nada. – Tem tanta coisa pra estudar que as vezes me vejo perdido – Ele riu e eu concordei com a cabeça, vendo ele trazer sua cadeira para mais perto.
– Sei bem como é.
– Não, porque esses dias na minha turma começamos a estudar um caso bem complicado sabe….
John começou a falar sobre o tal caso, sobre todas as leis que se aplicavam, sobre o quanto ele achou fácil enquanto todos ficaram reclamando e como achar a solução não demorou tanto.
Sorri e antes que pudesse abrir a boca ele chegou mais perto, todo sorridente.
– Você curte viajar? – Acenei que sim com a cabeça e tentei me afastar vendo ele pegar minha mão.
– Você costuma viajar pra onde? – Perguntei antes que ele resolvesse chegar ainda mais perto, John amou a pergunta e começou a detalhar suas várias viagens pelo mundo, me deixando cansada só de ouvir, sorri e acenei com a cabeça sempre que necessário, mas só pensava em sair dali o quanto antes. Já estava pronta pra levantar e ir direto pro banheiro quando ele voltou a pegar minha mão, falando com a voz mansa perto do meu ouvido.
– Sabe, , nós podíamos ir para o meu apartamento! Tem uma vista incrível pra cidade, champagne, acho que você vai gostar…. – Todo tipo de alerta que meu corpo pudesse emitir se ligaram em conjunto naquele exato momento e eu levantei.
– Preciso ir ao banheiro John, quando voltar a gente vê isso certinho, o.k.?! – Sorri amarelo e peguei minha bolsa, tentando não sair rápido demais para não me seguir, mas não adiantou nada, quando estava prestes a entrar no banheiro feminino, vi minha amiga no início do corredor, tentando chegar aonde eu me encontrava. Como um reflexo, me virei para a porta contrária e entrei sem pensar duas vezes no banheiro masculino. Tão rápido e vigiando a porta se fechando atrás de mim que só parei quando trombei com um cara que estava de frente para o espelho.
– Desculpa, mil desculpas!
– Você sabe que aqui é o banheiro masculino, né?! – Ele disse rindo e só nesse momento eu ergui meu rosto para vê-lo realmente, ele tinha olhos hipnotizantes e um sorriso no canto dos lábios que me fez paralisar, ele era lindo.
– Eu preciso... Me esconder! – Sorri meio sem jeito e antes que o rapaz desconhecido a minha frente dissesse qualquer coisa, ouvi a porta ser entreaberta atrás de mim e a voz de e John do lado de fora.
– Ela deve estar por aqui! – disse muito perto da porta, George também disse algo que não entendi e a porta foi abrindo mais e mais, e meu desespero foi só aumentando.
– Vou ao banheiro e já te encontro no salão! – John respondeu e eu senti um vazio em meu estômago, era agora que seria pega no meio da minha fuga. Que merda!!!
E mais uma vez naquela noite, respondi a um reflexo e empurrei o rapaz a minha frente para o último reservado, sentindo a porta principal do banheiro ser completamente aberta.
O namorado de e John continuaram ali, fizeram o que precisavam e eu superconcentrada em ouvir quando eles fossem embora, me assustei quando aquele desconhecido sussurrou em meu ouvido “Respira!” que soltei um gritinho que fez o rapaz sorrir e continuar.
– Você não tá fazendo isso direito!
Do outro lado do reservado, John e George ficaram quietos.
– Você ouviu isso?! – John disse e eu me virei para aquele desconhecido sem saber o que fazer, implorei socorro com o olhar e ele sorriu.
– Podemos tirar eles daqui rápido, mas você tem que me ajudar! – Ele sussurrou perto do meu ouvido novamente e eu acenei que sim com a cabeça, ele deu um último sorriso antes de começar a soltar uns gemidos altos, como se realmente estivéssemos no maior amasso, quase um filme pornô que no primeiro momento me fez ficar extremamente vermelha, morta de vergonha, sem reação, isso até aquele desconhecido me olhar pedindo ajuda, me obriguei a entrar na 'brincadeira' soltando uns gemidos de prazer misturados com palavras sem sentido, ele bateu à porta algumas vezes como se nós estivéssemos nos jogando contra ela e só então ouvimos os dois indo embora.
Um segundo de silêncio pairou no ar até ser interrompido por uma explosão de risadas, de doer a barriga, o rapaz encostado na porta ria sem parar assim como eu, aquilo definitivamente era a coisa mais idiota e divertida que já tinha feito na vida.
! – Sorri e estendi a mão pra ele que a apertou.
! – Ele deu uma piscadinha cúmplice me fazendo rir um pouco mais.
– Obrigada pela ajuda! – Foi a minha vez de piscar pra ele, realmente grata pelo que ele fez.
– Estamos as ordens, quer ajuda pra sair? – Ele apontou para a porta e eu fiz uma careta involuntária.
– Queria era não ter que voltar pra lá, isso sim!
– Vem comigo! – digitou algo rápido no celular em seguida me pegou pela mão, foi caminhando comigo pelos bastidores do barzinho, até sair na área de serviço, nos fundos do bar, sem ninguém por perto.
– Prontinho! – soltou minha mão e eu nem acreditei que estava realmente do lado de fora, sem John, nem para pegar no meu pé. Enquanto esperava o carro que pedi vir me buscar, ficou ali me fazendo companhia, trocamos telefones e muitas risadas até eu me ver novamente no aconchego do meu lar. Pelo menos foi a parte boa da minha noite.

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, depois do ensaio vamos naquela pizzaria de novo? Eu tô morrendo de vontade de comer a Margherita deles…. – Estava mais uma vez jogada no sofá dele, esperando se organizar para mais um ensaio da sua banda ‘Change’ que crescia a cada dia mais e era só orgulho e dedicação. Hoje eu tinha prometido a tarde toda só pra vê-lo em ação e esperava ele caçar as coisas que ele mesmo bagunçava.
Depois daquela noite fatídica, e eu viramos ótimos amigos e agora ele tinha que me aguentar em sua vida, com meus filmes e séries, projetos científicos e minha leve mania de Mônica Geller com a organização daquele apartamento.
– Você ama me ver igual barata tonta! Cadê o cabo do violão, ? – tinha desistido de procurar e apelou pra minha ajuda, levantei calmamente, fui até a última gaveta da mesa da sala e tirei o cabo de lá. me olhou indignado e eu apenas ri dando de ombros.
– Viu só, como organizar não é de todo ruim! – Pisquei pra ele que me puxou pela mão pra gente sair dali. O estúdio era perto do apê do , então lá fomos nós a pé, no frio Londrino, sentindo nossas bochechas e narizes ficarem gelados e vermelhos.
– Ei, como estão você e o cara do seu curso? – perguntou no meio da nossa travessia da rua e eu dei de ombros, fazendo uma careta. Já fazia algumas semanas que eu estava saindo com um rapaz da outra turma de física, mas eu já tinha desanimado dessa ‘relação’.
– Nem deu certo, ele era muito chato! Sabe, aquelas pessoas meio sem assunto…
– Eu pensei que você ia curtir demais um cara todo conhecedor da física e tal, pensei que assunto não seria o problema! – tocou a campainha, olhou em meus olhos daquele jeito que sabia decifrar cada pensamento meu, enquanto esperávamos e eu ri, levemente envergonhada.
– Ah, para ! Você sabe que eu não gosto de me prender né… – Ele sorriu de leve e abriu o portão pra mim. A banda dele já estava ali o esperando, a baixista Becca não gostou muito de me ver ali, desde que nos apresentou, ela não sorria muito comigo por perto. Sabia que ela tinha uma enorme queda por , mas eu não interferia na vida amorosa dele, se ele não ficava com ela, eu não podia fazer nada.
Eu amava vê-lo tocando, se entregando aos sons, as melodias, mas quando cantava, eu entendia tudo que seu olhar sempre transmitia, uma serenidade, uma paz que, se me deixassem ali, eu nem ligaria, ouvi-lo era como um presente.
– Vamos, garota! – Estava fazendo algumas anotações de livros que precisaria para minha pesquisa enquanto ele terminava de guardar todos os instrumentos. – Já tô prontinho pra você!
– UAU! É isso que eu quero! – Ri e deixei ele me puxar pela mão, o tempo ali no estúdio já tinha se esgotado e estava super faminto, fazendo mil planos para nosso pedido na pizzaria. A moça que fez questão de atender a nós, saiu toda feliz depois que jogou seu charme e a elogiou, aquele cara sabia exatamente o que fazer e era infalível em todas as suas tentativas.
– Eu ainda não te falei, mas... – me olhou misterioso tentando esconder seu sorriso, mas eu dei um leve chute nele por baixo da mesa, rindo da sua cara de indignado. – Tá bom! Eu falo apressadinha! Tem uns empresários interessados na ‘Change’ e eles querem marcar uma reunião/audição com a gente! – Os olhos dele brilhavam ao me contar aquela novidade, era o sonho do meu amigo chegando um pouco mais perto da realidade, ele estava chegando lá. Estiquei minha mão pra ele e senti a sua gelada, como quando ele ficava nervoso. Me levantei e dei a volta na mesa, sentada ao seu lado, eu o abracei forte, sentindo relaxar aos poucos e esconder seu rosto em meu pescoço. Ele queria e precisava disso, mas ele nunca pediria, eu o conhecia o suficiente pra perceber isso.
– Vai dar tudo certo, vocês são fodas! – Uma risada escapou perto de sua orelha e senti me abraçar ainda mais. – Eu confio nesse talento e sei que eles vão amar vocês!
– Acho que nem sei o que faria sem você por perto... – saiu do abraço, me mantendo ao seu lado entrelaçando nossas mãos como ele amava fazer. – ... Você estará lá, né?!
brincava com nossas mãos unidas, talvez estivesse com medo da minha resposta ou de que eu resolvesse brincar com aquilo, mas eu trouxe seu olhar de encontro ao meu.
– Claro que vou! Da sua mão eu não solto não! – Passei seu braço por cima do meu ombro e fiquei daquele lado da mesa mesmo, ao lado dele, do jeito mais irritante possível até voltar a sorrir daquele jeito bobo de sempre.

No dia seguinte, fui direto para o apartamento de depois que saí da biblioteca, e enquanto ele terminava uma de suas telas para seu trabalho da faculdade de Artes Plásticas, eu vasculhava o livro em busca da ajuda que precisava para o meu projeto científico.
– Como você entende essas coisas?! – resolveu parar no meio do caminho da sala para a cozinha e deu uma olhada no meu livro de física avançada, com uma ruga se formando em sua testa, ele tentava entender um dos cálculos.
– Sei que pode parecer difícil, mas é só prestar um pouquinho de atenção e devagar você vai pegando o jeito, sem mistério! – Dei uma piscadinha pra ele que riu me olhando de um jeito engraçado, como se estivesse diante de uma revelação sobre mim.
– Que foi? – Joguei uma almofada nele que conseguiu pegá-la no ar e ameaçou devolvê-la.
– Sabe o que eu acho, ... Que a física pode ser o seu verdadeiro amor, não?! – Sorri um pouco envergonhada, não esperava por aquilo, sabia que eu não era das mais sociáveis, mas nunca vi desta forma.
– Eu gosto de calcular as coisas, sempre gostei de saber que, pelo menos, dessa maneira eu poderia ter mais controle, ter noção real das possibilidades….
– Mas gostar de alguém não pode ser calculado, deu uma piscadinha e eu dei de ombros, aquela não era uma ideia que me agradava.
– Mas pode ser evitado...
Encerrei o assunto antes que resolvesse começar a se unir a pra me arranjar alguém.

– Que saudade, amiga! – me encontrou na saída da faculdade, marcamos de nos ver para finalmente nos atualizarmos sobre tudo e minha amiga estava mais linda do que nunca.
– Nem me fala, ! Você está maravilhosa – A abracei apertado e ela riu quando nos separamos.
– O que está fazendo com você! Agora você até abraça sem eu ter que fazer uma guerra por isso… – Ela disse me fazendo rolar os olhos para aquela teoria idiota.
– Lá vem você de novo... Ele é meu amigo e só!
– Por favor, ! Só você não percebe… – me fez parar e olhar para ela. – muda completamente ao seu lado, espero que um dia você consiga enxergar... – Apenas neguei com a cabeça e ela me olhou indignada.
– Vamos mudar de assunto! E você e George, como estão? – Começamos a ir em direção ao nosso café favorito e se iluminou enquanto contava sobre o convite que George fez a ela.
– Nós vamos morar juntos, ! Eu tô sem acreditar até agora…. – sorria enquanto eu chamava a garçonete para nos atender.
– Fico muito feliz!! Vocês sempre foram lindos juntos! – Quando nossos pedidos chegaram me contou todos os detalhes, toda a surpresa, tudo que ele disse e o que ela sentiu. Minha amiga era a maior romântica que eu conhecia e vendo ela, eu não me imaginava vivendo esses grandes amores, no máximo alguns casos sem compromisso. – Quando você se muda?
– Ah, acho que daqui há alguns dias… – parou de falar de repente e começou a acenar para alguém atrás de mim. – Aí meu Deus! Fred! – Ela levantou e um cara um pouco mais baixo que nós parou do lado da nossa mesa, eles se abraçaram por um tempo até me puxar para levantar também.
– Fred, essa é minha amiga ! – Ele sorriu pra mim e eu o cumprimentei, achando engraçada sua blusa dos Vingadores meio vintage.
– Amei sua camiseta! – Ele sentou com a gente, enquanto saiu pra atender seu celular Fred e eu ficamos conversando sobre os filmes e suas teorias. Quando minha amiga voltou pra avisar que precisava ir embora por um problema no trabalho, não tive vontade de sair correndo como sempre fazia. Por horas fiquei conversando com Fred sem nem perceber.

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estava dedicado aos ensaios de sua banda, nos falávamos por mensagens todos os dias, mas eu ainda não tinha falado pra ele sobre Fred, sobre o quanto estava cada dia mais próxima dele e o quanto eu o achava diferente dos outros caras, até que um dia, estava vendo Fred jogar com seus amigos e me ligou.
– Oi!! Podemos nos ver, desnaturada? – Ele riu e eu ri junto, já estava com saudade de vê-lo.
– Claro que podemos! Você que me abandona e fica aí fazendo drama! – começou a reclamar do outro lado da linha me fazendo gargalhar. – Na sua casa? – Fred se aproximou me olhando com curiosidade enquanto eu continuava a falar com
– Não, pensei em irmos naquela lanchonete perto do estúdio, pode ser?
– Pode sim!
– Ei, eu tenho algo importante pra te falar... – Já estava quase desligando quando voltou a falar num tom de voz diferente, um pouco mais sério que o habitual.
– Hmm, não vai me dar nenhuma pista, ? Eu vou ficar aqui imaginando mil possibilidades
– É bom que assim você chega mais cedo! – Ele voltou a rir e eu gargalhei sabendo que aquilo era vingança por eu pegar tanto em seu pé com os horários e de vez em quando atrasar nas nossas saídas.
– Você é muito chato! Estarei te esperando, não demora !
Desliguei o telefone ainda rindo e Fred veio se sentar ao meu lado, o abracei pela cintura e resolvi chamá-lo para ir comigo, seria uma ótima oportunidade para apresentá-lo ao .

A noite assim que entrei na lanchonete, a primeira pessoa que vi foi , tinha caprichado no visual rockstar, com sua jaqueta de couro favorita e aquele olhar marcante, mal cheguei e já o vi sorrindo para uma das meninas.
– Mas não perde tempo, hein! – Sorri o abraçando pelas costas e me puxou para frente, quase me fazendo cair em seus braços.
, eu sei que você me ama…. Não precisa ter ciúmes! – Ele deu uma piscadinha enquanto eu sentava no lugar ao seu lado.
– Para de ser metido! Eu tenho que te apresentar uma pessoa – Olhei para Fred atrás de nós e só nesse momento reparou nele, o peguei pela mão e seguiu cada um dos meus movimentos com o olhar, sorrindo meio sem graça.
, esse é o Fred! – Eles apertaram as mãos e Fred sentou do meu outro lado, eu não era boa nessa coisa de apresentar os outros então o clima estranho só piorava quando eu me metia na conversa. Já estávamos no meio dos nossos lanches quando me lembrei que queria me dizer algo importante.
– Ei, o que você queria falar comigo? – Dei um empurrãozinho nele de leve e me olhou meio cabisbaixo.
– Ah, é…. Era sobre o contrato, nós estamos prestes a assinar! Vamos marcar a data da reunião! – deu uma piscadinha e eu sorri animada pra ele, embora eu não estivesse sentindo muita firmeza nele.
– Que demais! Finalmente o mundo vai conhecer ‘Change
– Finalmente, né! – me deu um abraço rápido, consegui flagrar uma encarada entre ele e Fred e achei bem desnecessário.
Mordi uma batata frita e voltei a sentir meu dente latejando, não suportava ir ao dentista, mas meus dentes já estavam me incomodando há um tempo. Não consegui disfarçar meu desconforte e Fred me olhou curioso.
– Que foi, ? – Larguei a batata e me olhou também.
– Meu dente tá doendo pra caramba! Preciso ir no dentista – Acabei fazendo uma careta pior do que a da dor.
– Por que essa cara? Não me diga que você tem medinho de dentista? – Fred perguntou rindo e eu engoli em seco, não queria parecer boba, mas era um dos meus maiores medos.
– Não gosto muito…
– Se tiver medo, não tem nenhum problema! – disse um pouco mais sério, sabia que ele estava me apoiando e fiquei grata só de saber disso.
– Ah, fala sério! Com anestesia nem sente nada – Fred deu de ombros e seguiu tomando seu milk-shake sem se importar.

Depois daquela noite, não tive coragem de pedir a Fred pra ir comigo no dentista, o único problema era que sabia que estava ocupado, assim como , e só me restava ir sozinha para a realidade do meu pesadelo. Estava usando toda a minha energia pra não sair correndo daquela sala extremamente branca, com cheiro de esterilização e látex quando meu celular tocou, me tirando dos meus próprios pensamentos.
– Alô – Disse baixinho pra não chamar a atenção da secretária a minha frente.
– Porque você tá falando desse jeito ?! Algo errado?! - que estava super animado me fez relaxar em apenas ouvir sua voz.
– Eu tenho dentista.... E tá quase chegando a minha vez – Confessei, nem adiantaria eu tentar esconder, ele me conhecia melhor do que ninguém.
– Mas e o Fred?! Ele não ia com você?!
– Fiquei com vergonha de pedir, ele ia rir de novo, mas eu avisei que viria hoje e ele não disse nada.
– Ah, ! – Eu sentia me desaprovando só pelo seu tom de voz, passaram-se alguns segundos até ele dizer. – Me manda o endereço de onde você tá!
Depois eu venho, prometo!
Consegui ouvir prometendo pra alguém, tentei protestar, mas logo ele voltou a falar comigo
– Me espera, já chego aí!
Não esperava que realmente fosse chegar a tempo, mas quando eu o vi entrar naquela recepção, um alívio tomou conta de mim, como se fosse muito mais fácil respirar naquele lugar.
– Obrigada!! – Ele me abraçou pelo ombro, sentou ao meu lado e durante todo aquele tempo de espera sua mão não soltou da minha, me passando toda confiança que eu precisava.
– Deixa eu te contar como foi nossa reunião com os engravatados… – se aconchegou na cadeira e começou a me contar cada detalhe, tudo de um jeito muito mais animado e teatral, me distraindo do lugar onde estava e do que faria em breve. – Eles nos pediram pra tocar as faixas principais, o problema era que nos nossos ensaios a gente só estava errando, não teve um dia que acertamos todas as notas, mas hoje deu tudo certo! A Becca que já estava nervosa de errar tanto, passou pelas notas difíceis com tranquilidade!
– Que maravilha!!! – Sorri pra ele e o abracei apertado, como há um bom tempo não fazia. – Eu sabia que vocês iam conquistar esse povo….
– A noite, nós vamos assinar o contrato e sair pra comemorar, quero te ver lá, ! – se afastou apenas para me olhar nos olhos e eu senti um arrepio, aquele olhar tão sério, tão profundo me fez ficar sem jeito, sorri e o abracei novamente.
– Claro que eu vou, né ! – Saí do abraço e beijei sua bochecha. – Obrigada por estar aqui!
A secretária me chamou e eu entrei sem ele, respirando fundo me enchendo de coragem pra uma das coisas que eu mais tinha agonia de fazer. Fiquei pensando na maneira que me olhou, em como nós não nos falávamos tanto assim depois que comecei a sair com Fred e o quanto eu não queria perder de vista.
Depois que finalmente a sessão tortura acabou, me deixou em casa e nós combinamos de nos encontrar no barzinho a noite. Estava quase terminando de me arrumar quando meu celular mostrou uma notificação de Fred, era uma foto dele muito próximo a uma amiga em uma festa, muito próximos mesmo, ele quase a beijava na boca e aquilo acabou com qualquer clima pra mim.
Quando Fred apareceu pra me buscar, eu já não estava mais no clima pra festa.
– Fred, o que é isso? Você não me disse que ela era somente sua amiga?
– Mas ela é!
– Isso aqui não parece coisas de amigos... – Mostrei a foto a ele que sorriu levemente, negando com cabeça.
, eu amo você! É só uma foto de zoeira entre amigos – Parei no tempo ao ouvir ele dizer que me ama, como uma onda me atingindo sem que eu pudesse escapar, eu já não conseguia mais pensar direito.
– Você o quê?
– Eu amo você! – Ele sorriu e eu já não sentia mais as palavras se formando, meu coração acelerado não me deixava pensar e quando vi Fred já me beijava com muito mais voracidade, passando a mão pelas minhas coxas e eu me entreguei como nunca antes, sem lembrar de mais nada.

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Mesmo depois de ter faltado na grande noite de , ele ainda não me odiava. Um pouco depois de um mês nós combinamos de voltar naquela pizzaria pra poder colocar nossa conversa em dia.
– Acho que esse semestre meu professor vai amar meu trabalho final... – piscou pra mim logo após a garçonete sair de perto da nossa mesa. Só estávamos os dois, como nos velhos tempos e eu sentia muita falta disso, até de ver espalhando seu charme por aí.
– Você viu que a moça simplesmente não parou de te olhar desde que pisamos aqui, né?! – sorriu tímido e eu ri tomando um gole do meu refrigerante. – Não vai fazer nada, ?!
– Tô tranquilo! – Olhei para ele achando aquilo bem estranho, afinal, nunca foi de perder chances.
– O que está acontecendo com esse astro do Rock? Não me diga que não quer ninguém agora ! – Eu ri de leve e apenas deu de ombros, olhando pra baixo antes de olhar para mim, daquela mesma maneira que ele já tinha me olhado antes, um jeito que me desconcertava.
– Vou deixar tudo como tá, bem tranquilo – Ele deu uma piscadinha e eu não engoli aquela história, não era assim.
– E você e o Fred? Terminaram? – Assim que nossas pizzas chegaram perguntou e eu quase engasguei com o queijo.
– Não!! Por quê?–- me olhou um pouco sem graça, pegou seu celular e me mostrou outra foto de Fred com aquela mesma amiga da outra vez, uma foto bem pior, eles em uma piscina mais uma vez a milímetros de se beijarem, uma imagem que me fez sentir mal quase instantaneamente, engoli a seco e sorri amarelo para .
– Isso não é nada, ! Eu sei que Fred me ama… – Disse tentando ser o mais firme possível, para que nem , nem eu mesma duvidasse. Meu amigo me olhou surpreso e indignado.
– Ama?! Como assim, agora você fala de amor, ?!
– Falo, ué! Ele disse que me ama, nós estamos prestes a morar juntos… – Deixei escapar um dos assuntos que queria contar pra ele mais tarde e ele apenas balançou a cabeça decepcionado.
– Sério isso, ? É assim que ele te ama… – apontou para o celular e eu fechei a cara, sem conseguir esconder meu incômodo, sem conseguir fingir que continuava tudo bem.
– Chega, ! Outra hora a gente conversa… – Peguei minha bolsa e saí com o choro entalado na garganta e a vontade de gritar e brigar com Fred eram maiores que tudo, eu odiava quando ele fazia isso, mesmo depois de saber que aquelas fotos me machucavam.

Já tinha perdido a conta de quantas vezes briguei com Fred pelo mesmo motivo, era a rotina mais exaustiva, mais uma vez ele apareceu tarde, com o perfume dela por seu pescoço e eu me senti quebrar, liguei pra única pessoa que eu queria falar naquele momento, mesmo sem conseguir parar de chorar era a voz de que eu queria ouvir.

, você tá chorando? – Eu sentia sua voz sonolenta e já ia desligar antes que eu o atrapalhasse.
– Desc...
– Vem pra cá! – Ele disse rápido, antes que eu respondesse qualquer coisa. – Por favor!
Em menos de 15 minutos eu me vi diante da porta que era como uma segunda casa pra mim, bati e ouvi um ‘entra’ vindo lá de dentro, dei de cara com vestindo sua camiseta, de cabelo molhado e uma cara de cansado. Só de olhar em seus olhos senti os meus se encherem de lágrimas e fui até ele, o abraçando o mais apertado que pude, sentindo todo o choro que estava preso em mim sair.
No meio do abraço, me dei conta que mexia em meu cabelo, cantarolava minha música favorita dos Beatles e até seu cheiro me acalmava, como eu sentia falta desse cheiro e dessa paz.
Olhei para ele e me deu um beijo na testa antes de me puxar para sentar no sofá, assim que sentei reparei em várias caixas de papelão e o quanto o apartamento em geral estava vazio.
– Porque tudo está encaixotado? Vai se mudar, ?! – Sorri brincando e o cutuquei na barriga mas não correspondeu meu sorriso e aquilo estava muito estranho.
, o que está... – Becca apareceu no corredor que vinha do quarto de , de calcinha e camiseta, e aquilo foi como um chute na boca do estômago. – Foi mal, não vi que tinha visita...
Becca sorriu toda irônica para mim e voltou para o quarto como se fosse a dona da casa.
– Meu Deus! – Não consegui esconder minha indignação e me olhou arqueando uma das sobrancelhas, com o olhar cheio de ironia.
– Algo errado, ?
– Você está com ela? Você era melhor que isso, .....
– Sério isso? Nós vamos entrar nesse assunto agora, porque infelizmente eu não acho que você possa falar nada, afinal o seu querido Fred não é nenhum exemplo! – Nunca tinha visto tão bravo assim, nem jamais imaginei que ele falaria daquela maneira comigo.
– O QUÊ?! – Olhei pra ele sem acreditar e passou a mão no rosto, claramente nervoso. – , o Fred não tem nada a ver com isso, só nunca imaginei que você fosse ficar com a Becca! Você merece mais, ela só quer mais fama! Sempre quis isso!
Ah, se você soubesse o que é melhor… disse quase como um sussurro e eu o olhei de lado, não entendendo mais nada. – O que ele aprontou dessa vez? – A voz dele cansada e triste me fez parar aquela discussão para prestar atenção, em quanto seus olhos não estavam tão brilhantes quanto antes e eu estava longe, longe demais.
Fred me ligou chateado e apenas balançou a cabeça em negação, me deixou sozinha e voltou para o quarto. Saí daquele apartamento com o coração pequenininho, quando encontrei com Fred já não me sentia da mesma forma, eu queria voltar e conversar com , queria voltar para aquela paz.

Na manhã seguinte, primeira coisa que eu queria fazer era procurar pelo meu melhor amigo, mas quem me procurou foi ele, através de um pacote que mandou entregar no nosso apartamento.
Aproveitei que Fred não estava e abri o pacote na sala, era um quadro pintado por , um retrato meu, no qual coloriu meus olhos de forma diferente, como se fossem mais brilhantes, mais cheios de cor. Só de ver o quão lindo o quadro ficou, meus olhos já se encheram de lágrimas, meu coração se apertou por não estar perto dele agora e antes mesmo que eu chorasse, de trás do quadro caiu um envelope endereçado a “Meu Amor”.
Nem sabia ao certo porquê, mas estava tremendo ao abrir o envelope, sequei os olhos e tirei uma carta de dentro.

,
Sei que você deve estar puta comigo por ter ido embora sem te falar nada mas eu sabia que se ficasse aí eu só me machucaria ainda mais. É engraçado imaginar você lendo isso sem ter certeza se é sobre você....
É sobre você, , cada letra, cada vírgula, todo o amor é sobre você, a menina que não acreditava no amor, que achava que ele podia ser evitado... Ah, como eu queria!! Se pudesse evitava te ver ir embora dos meus braços pros braços de outro, evitava pensar em você a cada nova composição, evitava me importar com quem tá te cuidando, eu sei que você foge quando não sabe o que fazer e eu cuidei de todas as vezes que você me fez de abrigo, mesmo quando você soltou da minha mão, eu te cuidei de longe! Precisava te falar, deixar você saber que mesmo se o amor pudesse ser evitado, eu não fugiria de sentir o que eu sinto por você, talvez um dia eu te veja cruzando a porta de volta, voltando pra casa, pra mim… E percebendo que o amor é muito mais do que isso que ele te deu, que é pra ser bom e é muito mais do que apenas palavras.
Mas agora, meu amor! Sou eu quem precisa ir!
Se cuida!
Com amor
.


Meus olhos já transbordavam, eu não conseguia parar de chorar e imaginar que estava indo embora sem eu nem saber pra onde, o que estava acontecendo? Eu precisava encontrá-lo.
Liguei para e pedi sua ajuda, ela sabia que Change estava saindo em turnê hoje e ficaria um mês fora, já tinha sublocado seu apartamento e depois da turnê talvez nem voltasse pra Londres.
sabia a hora que eles partiriam e eu precisava vê-lo, ela me levou até o ponto de partida do ônibus de onde a turnê sairia, e pra romântica incurável que minha amiga era aquela perseguição amorosa era como um filme, quando eu gritei pelo nome de , senti meu coração parar por um segundo e voltar com toda a força logo em seguida.
Ele me olhava de um jeito indecifrável enquanto eu me aproximava do ônibus, com absolutamente nada na mente e o coração cheio, sorri para ele que abriu os braços para me acolher.
Eu não disse nada, apenas o beijei, com todo sentimento, com tudo aquilo que eu nem sabia explicar mas que era dele, tão calmo, tão doce que quando nos separamos, eu sorri e o abracei antes de sussurrar em seu ouvido o que eu sabia que ele queria ouvir.
– Eu vou te esperar, Meu Amor!




Fim.



Nota da autora: Oiee, tudo bem?!
Espero que gostem dessa história tanto quanto eu gostei de escrevê-la! Foi feita com todo carinho!! Se puderem, comentem;D Vou amar saber a opinião de vocês!
Qualquer coisa, tô sempre por aqui: @just_aliine
Miiil Beijooos, até a próxima!

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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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