Capítulo Único
Tied up, hazy and emotionally unaware
Everest is the bathroom at the top of the goddamn stairs
I could harvest every dream that I've ever had
Headaches beat me down to a lifeless stare
Heartbreak's usеful to a man that is on the fence
Hе's not faithful to a God full of consequence
Golden lady with a mind that could cut a stone
Who could love me if I start giving you my soul
Everest is the bathroom at the top of the goddamn stairs
I could harvest every dream that I've ever had
Headaches beat me down to a lifeless stare
Heartbreak's usеful to a man that is on the fence
Hе's not faithful to a God full of consequence
Golden lady with a mind that could cut a stone
Who could love me if I start giving you my soul
inalou e soprou pela última vez o maço de cigarro e então jogou a bituca pela janela do carro, não dizia qualquer palavra, apenas se limitava a dirigir. A música do The Killers tocando no rádio do carro era deprimente, se sentia deprimida, mas não diria para ele trocar de estação, afinal, gostava daquela banda.
Mas não era apenas a música que lhe deixava deprimida, e sim a situação como um todo. Meia hora antes estavam no seu bar favorito bebendo cerveja e jogando sinuca, se divertiram como nunca, e agora ela estava a alguns minutos de viver mais um pequeno inferno como sempre era quando chegava em casa. Amava os seus pais, afinal, eram os seus pais, nunca lhe faltou nada, mas já estava cansada daquela situação. Os anos de rebeldia já tinham passado, ela queria conviver em paz, mas parecia uma tarefa impossível. Já não mantinha mais as aparências de filha do pastor, já não fazia questão de falar sobre um Deus que ela não acreditava tanto assim, ao menos um cheio de consequências como seu pai insistia em pregar. se sentia verdadeiramente cansada, queria apenas resolver aquela se situação e seguir sua vida, mas era difícil escolher entre a estabilidade e o conforto que tinha casa e uma vida cheia de improvisos com .
- Chegamos – ele disse quando estacionou o carro na frente da casa dela, mas não parecia muito feliz com aquilo.
- Obrigada por ter me trazido, , como sempre.
- Alguém precisa cuidar dessa cabecinha sem juízo, não é? – ele sorriu de canto e ela concordou rindo. De fato, ele cuidava muito bem dela. – Então... amanhã a gente se vê depois do trabalho?
- Eu preferia não esperar até amanhã – confessou e soltou um longo suspiro cansado. – Não quero passar por tudo de novo.
- Você não precisa, , eu já disse mil vezes que você pode vir comigo, você não precisa mais ficar aqui. É adulta, tem como se manter, por que insiste em continuar aqui?
- Meus pais são boas pessoas, , só são um pouco... antiquados, nunca me deixaram faltar nada.
- São dois fanáticos, e isso te faz mal, isso sim. Você não tem que viver como eles, não é a vida que você escolheu, olha só o que isso faz com você, como te coloca pra baixo... você merece mais do que isso, .
- Eu sei, mas eu tô cansada de brigar, , toda essa rebeldia faz tão mal pra mim quanto pra eles, eu não tenho mais 17 anos.
- Exatamente, você não tem mais 17 anos, é adulta, pode se manter sozinha.
- Certo... me espera aqui, por favor.
saiu do carro e caminhou em passos decididos pra casa, subiu o pequeno lance de escadas e abriu a porta de entrada. Se sentia tão nervosa, sentia que poderia ter uma crise a qualquer momento, mas já era algo tão comum que ela ignorou. Tirou o casaco e pendurou, então procurou pelos pais, encontrando apenas seu pai em seu escritório tendo seu momento de estudos diários.
- Eu posso entrar? – perguntou ao espreitar a cabeça pra dentro do escritório.
- É claro – seu pai, Jackson, esboçou um sorriso de canto ao ver a filha. – Chegou agora?
- Sim, eu estava com o – optou por ser sincera e viu o sorriso dele desmanchar. Criando coragem, puxou a cadeira do outro lado da mesa dele. – Pai, podemos conversar? Só conversar.
- Tudo bem.
- Pai, eu... eu estive pensando e... bom, tivemos muitas desavenças nos últimos anos e é uma coisa que me faz muito mal, sei que vocês ficam magoados também, eu não quero mais isso, mas também não acho justo o senhor e a minha mãe esperarem de mim algo que eu não sou.
- ... – ele fechou a bíblia e a deixou de lado, ajeitou os óculos e olhou para a filha. – O caminho que você está escolhendo pra seguir é tortuoso, e talvez não tenha volta, e não tô falando do seu namorado, estou falando de você. Passei a vida te ensinando o que eu aprendi, mas você não absorveu.
- Não é verdade, eu aprendi muitas coisas com você, pai... o senhor me ensinou a andar de bicicleta, me ensinou a jogar baseball, me ajudava com as minhas lições de casa, me ensinou a ser gentil com as pessoas, mas... por que me ensinou algo que não estava vivendo? Ao menos não comigo, sinto que nunca fui ouvida de verdade, e esse é o diferencial do , ele sempre me ouviu.
- Ele não é confiável.
- Ele tem um emprego, tem um lugar só dele, tem um carro, tem princípios, desde muito cedo lutou pra conseguir o que é dele... como pode julgar sem o conhecer? Ele não é confiável porque não frequenta a sua igreja?
- Eu não gosto das coisas que ele te apresentou, talvez nem tudo seja ruim, mas olhe só pra você, está com a maquiagem borrada e cheirando a cigarro, que pai ama ver sua filha assim? – só então se lembrou que seu rímel estava borrado devido ao suor, o bar que estava era quente. – Me diga, , você já encontrou o que está procurando?
abriu a boca para responder, mas não saiu som algum porque ela não tinha uma resposta. Ela já tinha encontrado o que estava procurando? Afinal, ela de fato estava procurando por alguma coisa? Tinha um propósito de vida ou passou tempo demais tentando contrariar os pais? Tantos anos de rebeldia, e muitas crises de ansiedade depois, se deu conta de que não tinha resposta para aquela pergunta.
- Eu acho que eu preciso ir e descobrir isso – ela odiou dizer aquilo, era o mesmo que admitir que naquele momento o seu pai tinha razão, mesmo que em todo o resto o achava errado.
- Não é um problema ir e descobrir, , o problema é se perder no caminho, eu não quero isso. Você sempre foi uma menina inteligente, então me diz, quem poderia te amar se você começar a dar sua alma? te amaria sabendo que nem você ama a si mesma?
- Por favor, pai, não tente me “converter” – fez aspas com os dedos, não queria mudar o rumo da conversa.
- Não estou tentando te “converter” – ele imitou o gesto. – Estou te fazendo uma pergunta, você sempre tem uma resposta pra tudo o que eu falo, então acho que você pode me responder isso também.
E o jogo tinha virado. , que sempre batia de frente, sempre peitava quem discordasse dela, sempre contrariava o seu pai na menor das coisas, agora estava ali parada perante ele sem saber para onde ir, nada parecia ser bom o suficiente para dizer. Talvez nunca tivesse de fato conversado com o seu pai sem brigar, era como se uma nova voz surgisse nele e fizesse aquelas perguntas. Ela havia encontrado o que estava buscando? O que ela buscava?
- Eu não sei – admitiu, e pela primeira vez, sentiu dúvidas sobre o seu relacionamento com , ele a amaria da mesma forma?
- Às vezes é bom ouvir alguém que pensa diferente de você, nunca fui tão conservador quanto você pensa. Você é minha filha, , e eu amo você, mas estou cansado de te ver assim. Eu já tenho o meu propósito, qual é o seu?
- Eu posso sair e descobrir? Nunca vou descobrir aqui.
- Eu não queria dizer isso, mas pode ir, sinto que se eu disser que sim ou que não, você vai de qualquer jeito.
- Obrigada, pai – sorriu de canto, queria muito um voto de confiança, queria muito se entender com ele. – Ele está me esperando lá fora, mas eu vou voltar.
- Eu sei que vai.
- Não como você queira, talvez.
- Só quero que a minha filha volte pra casa.
- E a minha mãe?
- Ela vai ficar bem, agora vai antes que eu mude de ideia, preciso terminar o meu estudo de hoje.
- Muito obrigada mesmo, pai, eu espero que as coisas melhorem daqui pra frente – se levantou e saiu sem esperar por uma resposta.
subiu para o seu quarto, pegou uma mochila e colocou algumas trocas de roupa nela. Deixou o quarto novamente, evitou encontrar com sua mãe que com certeza não reagiria bem e então saiu. Ao entrar no carro de novo, jogou a mochila no banco de trás e acompanhou tudo preocupado com o que poderia ter acontecido.
- Eles te colocaram pra fora, não é? - perguntou com pesar.
- Não, na verdade foi muito melhor do que eu esperava – comentou e ele olhou pra ela com curiosidade. – , você já encontrou o que está procurando?
- Por que você tá me perguntando isso?
- Foi o que meu pai me perguntou e eu não tinha resposta.
- Uau... é uma pergunta realmente difícil... eu não. E você?
- Eu também não sei, eu só achei que sabia... de qualquer forma, eu não os considero mais um empecilho pra gente.
- É sério?
- Nem todos que pensam diferente de nós são pessoas ruins, , só pensam diferente – sorriu de canto. – Vamos, eu e você, atrás do nosso propósito?
- Com toda a certeza – ele respondeu despontando um sorriso e então deu partida.
Iam em busca do grande propósito.
Fim
Nota da autora: Sem nota.
Outras Fanfics:
» 06. Moving Along
» Ad Perpetuam Memoriam
» Ad Perpetuam Memoriam – They Don’t Know About Us
» Fico Com Você
» Love and Blood
» Onde nascem os grandes
Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Outras Fanfics:
» 06. Moving Along
» Ad Perpetuam Memoriam
» Ad Perpetuam Memoriam – They Don’t Know About Us
» Fico Com Você
» Love and Blood
» Onde nascem os grandes
Nota da scripter: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.