Última atualização: 15/03/2021

Capítulo Único

– Eu ainda não entendi o que te obriga a me trazer.
– Somos uma assembleia, afinal de contas, nunca se sabe quando vou precisar de você.
– Por que não podia me deixar do lado de fora? Essa coisa toda de sitcom está me dando nos nervos.
– Segue o roteiro, .
– O roteiro dela é fraquíssimo! Eu estou cansada de refazer a mesma coisa só porque você quer que ela se confunda.
– Nós precisamos de respostas sobre ela.
– Você quer respostas sobre ela, Agatha. Você. Eu gosto muito mais de ficar infiltrada entre os agentes lá fora.
– Mas eu preciso de você aqui dentro agora.
– Certo, certo. Mas lembre-se, Hayward e a torradeira branca são os únicos vilões aqui.
– Você se vendeu pela oratória daquela agente?
– Wanda vacilou, Agatha, vacilou feio. Mas não do jeito que Hayward diz. A coitada da garota sofreu o inferno na terra.
– Se não pode fazer isso por mim, eu darei meu jeito.
– Agatha…
– Está dispensada, .
Com um som arranhando a garganta, desistiu. Desceu para o porão e atravessou a porta que era ligada ao seu próprio porão.
As intenções de Agatha para com Wanda Maximoff não eram claras para , mas sendo a outra única feiticeira que tinha restado da assembleia, era seu dever estar ali para que, dentre todos os males possíveis entre as outras duas, conseguissem os menores. A sokoviana era uma em um milhão, parecia reter um poder imenso e a prova disso era toda a cidade que havia sido tomada pelo campo de força.
Agatha precisava saber mais sobre ela enquanto lidava com todo o resto, e Santa Hécate, como tinham muito mais coisas para lidar além do surto de Wanda Maximoff.
Quando as barreiras do Hex, como a doutora Lewis do lado de fora chamava a anomalia, foram expandidas, perdeu seu ponto de acesso a base da ESPADA e temia pelos próximos passos de Hayward.
Ela tinha lançado um feitiço simples de verdade dias antes, sabia a verdade sobre tudo, menos o que Agatha queria, e ela nem se incomodaria em tentar forçar a bruxa a mudar de ideia.
A esta altura, Hayward estaria perto de ativar seu sentinela, e não somente Maximoff mas toda Westview corria perigo.
saiu de casa e cumprimentou a senhora Jones com um aceno, a vizinha cortava as flores de seu jardim de forma impecável mas, naquele momento, não poderia perder tempo tentando saber mais sobre a mulher.
Wanda estava sozinha em casa, este era o momento.
Tunc gelida. – Murmurou o encanto ao bater na porta. – Wanda?
Foi só após chamar que a porta se abriu e ela entrou na casa que tinha as cortinas todas fechadas e estava numa escuridão incomum.
– Oi, , aconteceu algo? – Ela ouviu a voz da mulher na cozinha, ainda não havia visto a dona da mesma.
– Eu não queria ficar em casa hoje, pensei em ver se você estava ocupada.
– Algo de errado?
– Eu tenho essa sensação estranha, algo está errado. – Ela murmurou e pôde ver os reflexos brilhantes dos olhos de Wanda entrando na sala de estar.
– Você quer falar sobre isso?
– Eu só queria… Não sei... Ocupar minha cabeça com outras coisas.
– Agatha está com os meninos hoje, quer se juntar à minha maratona? – Apontou para a TV.
– O que está assistindo?
– Um seriado que descobri esses dias.
Wanda se sentou no sofá e foi seguida pela visita, as duas eram extremamente distintas. Wanda tinha os cabelos presos de qualquer jeito e usava pijamas confortáveis, enquanto a outra tinha os cabelos impecavelmente presos em uma trança que descansava em suas costas e usava jeans apertados e uma camisa de flanela por cima de uma camiseta justa.
A dupla improvável assistiu alguns minutos do episódio quando quebrou o silêncio novamente.
– Visão está trabalhando hoje?
– Eu não sei, ele não voltou para casa ontem.
– Você não está preocupada?
– Ele é adulto, sabe o que faz e especificamente onde se mete.
– Wanda, você está bem? – perguntou e a mulher foi pega de surpresa pela pergunta.
– Por que a pergunta?
– Seu abajur está tremendo. – Ela disse antes de voltar a atenção para a TV e sorrir da piada que acontecia na tela.
Wanda voltou a questionar-se sobre , todos os seus encontros com a mulher nos últimos dias eram estranhos. Às vezes, parecia escorregar de seu controle e, ao contrário de outras ocasiões com outros civis de Westview, ela não parecia assustada ou com raiva. sempre lançava aquele olhar caloroso que combinava com sua personalidade efervescente e, com um tom de genuína preocupação, perguntava se ela estava bem ou como ela estava. Mas dentre todas as pessoas ali, a mulher que morava no fim de sua rua era sua favorita.
, você acha que sou uma pessoa ruim?
– Claro que não, por que eu acharia isso?
– Por tudo o que eu fiz.
– Ah, querida… Você não tinha controle. Essas coisas são complicadas. – Ela acariciou o braço da mulher, mas Wanda queria saber o que ela pensava de verdade.
Com um movimento de sua mão, ela liberou de seu controle, queria testar sua reação. A outra suspirou, abrindo e fechando os olhos devagar como quem acorda de um sono bom demais para acabar tão cedo.
– Ainda não me acha uma pessoa ruim? – Maximoff perguntou com o sotaque sokoviano explícito.
– Você não é o que os outros pensam que você é. Eu vejo você, Wanda, eu vejo um coração machucado, eu vejo medo, eu vejo luto, mas em algum lugar debaixo de tudo isso, eu vejo a Wanda.
– Você não parece machucada.
– E não estou.
– Quem é você?
. É um prazer conhecê-la. – Ela estendeu a mão, mas ao invés de aceitar o cumprimento, Wanda acessou sua mente.
A organização da mente de era diferente da de Agnes, que também não era assim tão barulhenta quanto as outras. tinha uma energia que lembrava um dia de verão ensolarado. Era acolhedor e alegre, sensação que Wanda não se lembrava de ver assim tão frequentemente. Vasculhando pensamentos, Wanda encontrou um fragmento específico, ela via seu marido numa cápsula. Na verdade, aquilo parecia uma versão sem vida de Visão, o sintozoide era completamente branco e estava conectado à cápsula enquanto fios o ligavam ao drone que Wanda tinha arrastado para fora do Hex dias antes. A voz de se repetia em nervosismo, "Eu preciso contar pra ela." ecoava agora na mente de Wanda e, então, ela partiu o elo.
– O que você estava fazendo do lado de fora? – Wanda perguntou como uma mãe repreendia o filho.
– Wanda, eles querem machucar você, eu não podia…
– O que você estava fazendo lá? – Seu tom era duro, seu sotaque era forte.
– Eu queria saber se você estava segura aqui. Hayward… Ele odeia nosso tipo.
– Nosso? É por isso que você entra e sai da cidade quando bem entende?
– Nós somos mais parecidas do que você imagina, Wanda.
– Você está mexendo com a minha cabeça para que eu não te veja como uma ameaça?
– Você esteve na minha cabeça, acha que quero te machucar?
– Não. – A resposta foi um suspiro.
– Tome cuidado, sim? E você sabe quem está do seu lado ou não, eu sei que sabe.
– Por que está dizendo isso?
– Porque tenho que ir fazer minha parte para proteger essas pessoas também. Você sempre tentou fazer a coisa certa, não mude de ideia agora.
Com um último afago ao braço da mulher, se levantou e foi até a porta. Wanda ainda tremia em seu lugar no sofá, o baque de tudo que havia acontecido nos últimos instantes havia tirado seus pés do chão completamente. Tão confusa e intrigante fosse , ela era uma aliada.
Temporis continui. – A feiticeira murmurou quando bateu a porta da casa atrás de si.
Correndo de volta para sua própria casa, não se importou com o que os vizinhos que viram os pequenos segundos estranhos na porta dos Maximoff pensariam. Ela tinha feito sua parte, Wanda sabia que não estava sozinha, não estava mais tão perdida.
Wanda tinha cruzado o caminho de .


Fim.



Nota da autora: "E aí, galera? Eu surtei horrores com WandaVision e não podia deixar de surtar nas fanfics também, né? Faz parte.
Espero que tenham gostado, rs.
BRB"



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