FIRST ONE
Foi em novembro de dois mil e doze que tudo começou:
Eu navegava pela internet em busca de algo para ler quando achei um site. Não foi o fato de haver muitas estórias que me chamou a atenção, mas, sim, o fato de eu poder postar minhas próprias criações. Na época, não levava tão a sério isso de escrever, porém depois de muito pensar, uma ansiedade surgiu em mim; eu queria postar minhas estórias, por mais que eu não tivesse uma. Decidi tentar, por isso, escrevi minha primeira estória. Eu estava meio em dúvida se colocava ou não. Será que as pessoas ririam? O que será que elas pensariam? Achariam muito bobo? E meus amigos? Eu contaria a eles?
Eu sentia uma vergonha muito grande em compartilhar o que eu escrevia e pensava. De alguma forma, aquilo era extremamente importante e pessoal para mim. Eu não sabia o porquê exato, mas quando eu escrevia uma ligação acontecia entre mim e a escrita. Despejei muitas vezes todas as minhas angustias na estória, minha felicidade... Meus sentimentos em geral. Fazia-me bem escrever.
Comecei escrevendo por ter curiosidade em saber como era, eu não sabia onde isso me levaria, porém me fez apaixonar.
Meu relacionamento com meu pai era ótimo. Ele foi a única pessoa a qual tive coragem de compartilhar esse segredo. O mesmo me apoiou e até sugeriu que eu fosse uma escritora, visto que para ele, eu escrevia bem. Contudo, não posso dizer o mesmo da minha mãe. Ela não sabia absolutamente nada da minha vida e o que sabia, não apoiava. Dizia que era inútil, que, provavelmente, não seria nada na vida. Péssimo, eu sei. Porém, a partir do momento em que comecei a liberar minhas emoções tudo ficou mais leve. Quando tudo era o caos, eu simplesmente deitava em minha cama e pensava que tudo melhoraria um dia. Passei a pensar mais em mim e o que eu queria para o futuro.
Nunca imaginaria que anos depois, eu estaria dando alguns autógrafos e entrevistas sobre o meu novo livro. Nunca imaginaria que seria o centro das atenções, quando tudo o que eu fazia era postar umas estórias com um pseudônimo, morta de medo de alguém saber que fui eu quem escreveu. Não imaginava estar em um quarto diferente todos os dias, sendo que antes tudo o que fazia era sonhar com o futuro e que ele poderia ser melhor; eu apenas costumava sentar e observar a vida passar diante dos meus olhos, olhando para as minhas paredes cor-de-rosa, enquanto minha mãe me prendia em casa, impedindo-me de conhecer o mundo.
Minhas meias-irmãs me maltratavam, típico de Cinderela, e eu me perguntava por que tudo era daquela forma.
No entanto, tudo mudou de uma forma extraordinária. Tanto que os meus dias frios e de tédio, eu passava no meu quarto, olhando para fora da janela. Agora... Eu podia simplesmente sair na rua e andar, conhecer a nova cidade ou novo país em que me encontrava.
Porém, havia uma coisa em que eu nunca imaginaria acontecer novamente: voltar a minha antiga casa.
Eu estava lá, agora, de pé, encarando a tinta azul que estava desgastada. Senti meu marido passar o braço pelos meus ombros e sorrir para mim, encorajando-me. Não seria muita coisa sem ele.
me ajudou a superar algumas crises de ansiedade que tive, esteve comigo quando minha mãe simplesmente me expulsou de casa quando completei a maioridade, pois, segundo ela, se fosse para namorar um ninguém, que o fizesse fora de casa – como se eu realmente fosse escolher ficar ali –, alguns anos depois de começar a escrever para a internet. Fora ele que me levara até a cidade onde meu pai morava, além de me incentivar a continuar escrevendo. Quando fui para a faculdade, já morava sozinha na casa que meu pai me deu de presente, estava lá comigo, surtando e pulando de felicidade. acompanhou quase todas as etapas da minha vida. Agradeço por ele não ter saído na primeira crise. foi e é alguém muito importante para mim. Ele foi minha salvação. E, agora, mais uma vez, ele estava ali comigo.
- Fica calma – sussurrou em meu ouvido.
Assenti, um tanto arrepiada pelo tom de voz baixo que ele usou. Ele deu os primeiros passos e eu o acompanhei após um tempo. Respirei profundamente assim que chegamos a porta.
- Alguém mora aqui ainda? – indagou, apertando a campainha.
Levantei os ombros, dizendo um “não faço ideia” mudo. Uma senhora abriu a porta, depois de algum tempo, encarando-nos interrogativamente.
- Boa tarde! Posso ajudá-los? – questionou, educada.
- Ahn... Na verdade... – comecei, sendo interrompida logo após.
Fiz uma cara feia para o homem ao meu lado, que ignorou.
- Estamos a procura de Norah O’Donnell – falou, calmamente, sorrindo para a senhora.
Ela analisou-nos durante alguns segundos.
- Quem são vocês? – indagou, desconfiada.
- e – eu, finalmente, falei algo.
A senhora, que deveria ser a governanta, encarou-nos ainda inquisidoramente. Resolvi ser mais direta.
- A filha dela – falei, minha voz trêmula.
A senhora arregalou os olhos com minha fala. Então, ela nunca comentara sobre mim?
- O quê? Só pode haver algum engano! – disse, descrente.
- Não há engano algum, senhora. Ela é , filha de David e Norah O’Donnell – completou mais ainda a fala.
Pensei, por um momento, que a mulher fosse cair dura.
- Da-David? Oh, meu Deus! – a mulher pareceu se lembrar de algo e abriu um sorriso gigante. – Claro, . Desculpe-me, pode entrar! Norah não está e... – a interrompi.
- Caroline e Chris também não, certo?
- Não, elas também não. Fiquem a vontade, vou pegar algo para comerem e beberem. Mil perdoes.
Não sei o que aconteceu para que ela agisse dessa forma, no entanto gostei de estar ali, era quente e aconchegante. Mas algo que me incomodava era a tinta desgastada ao lado de dentro também. Móveis antigos, como se quem morasse ali não se importasse em trocá-los. Não mudara tanto, na verdade, mudara sim. Várias coisas estavam fora do lugar ou eram novas, a casa parecia grande. Todavia, eu mudei.
Sentei-me no sofá, acompanhada do meu marido. Ele passou os braço pelo encosto do sofá, e me recostei ali. Enquanto o mesmo fazia um carinho nos meus cabelos, observei a porta fechada de frente para onde estava sentada. Costumava ser meu quarto. Engoli em seco, querendo ver com meus próprios olhos o lugar onde eu passei minha infância e adolescência, o lugar o qual fora meu porto seguro durante todos os aqueles anos.
Levantei-me de supetão, assustando o homem ao meu lado. Caminhei, apressadamente, até o cômodo da frente, logo percebendo uma presença atrás de mim seguindo-me. Sorri sozinha, notando que não estaria sozinha para aquele momento.
Apesar de tudo, eu sentia falta do meu cafofo. Do lugar onde minha paixão pela escrita começou e apenas se alimentou. Sonhadora como sou, não era para menos.
Abri a porta, deparando-me com as mesmas paredes cor-de-rosa. Senti um bolo na minha garganta começar a surgir. Olhei para o teto, percebendo que as mesmas rachaduras de anos atrás continuavam ali. Na verdade, exatamente todos os meus pertences que sobraram continuaram ali, no mesmo local. Uma dúvida me ocorreu: por que minha mãe não, simplesmente, reformou aquele quarto?
Andei até o meu antigo computador, sorrindo saudosamente ao lembrar quanta raiva já passara com ele quando escrevia, afinal ele não era um bom computador, por isso desligava repentinamente, fazendo-me perder tudo o que escrevera. Passei o dedo sobre ele, sentindo sua textura. Passei os dedos pelo teclado, achando tudo muito louco. Em um dia eu era uma Who e no outro uma Ms. Star On The Rise.
- Seu quarto era bonitinho – ouvi a voz de .
Dei uma risadinha.
- Hey! Não fale assim dele, ok? Era lindo. Eu adorava isso daqui – disse, virando-me para encará-lo.
Ele olhava através da janela, que dava para um parquinho com muitas árvores. Lembrei-me de muitos momentos vividos naquele parque.
Encarei minha estante vazia, que antes carregava livros, com o coração pequeno. Sentia falta disso daqui. Um nó se formou na minha garganta. Tratei de memorizar cada canto. Já estava me esquecendo de como era tudo e qual cheiro tinha.
- O que está pensando olhando para a parede? – questionou meu amor.
- Nada, só estou tendo algumas ideias – sorri virada para a parede, sentindo seus braços envolverem minha barriga.
apoiou o seu queixo no meu ombro, encarando o mesmo ponto que eu. Sua respiração estava leve, passando uma calma enorme para mim. Seu perfume me impregnou e eu sorri mais largamente ainda, constatando algo que a muito tempo já percebera...
- Está pensando em... escrever um livro sobre isso? – indagou, novamente.
- Pode ser que sim, pode ser que não. Acha que um livro sobre minha história nesse quarto cor-de-rosa seria bom?
- Tudo que você faz é bom, amor! Se você colocasse os sentimentos que guarda para si, creio que seria mesmo um ótimo livro – falou, beijando meu pescoço levemente.
Ouvimos um barulho na porta do quarto e viramos imediatamente para a senhora, que ainda não sabia o nome. Ela sorria amigavelmente com uma bandeja cheia de cookies e sucos. Começamos a caminhar para fora do local, e dei uma última olhada no quarto. Senti as mãos frias do meu marido me tocar e percebi que não mudaria nada do que acontecera. Houve uma vida por trás dessas quatro paredes, que me ajudou a ser quem era atualmente.
Quem sabia que havia uma vida por trás dessas mesmas paredes? Apenas eu sabia o significado da vida que passei aqui. Sem elas, talvez não teria virado noites refletindo sobre assuntos banais e até sérios, não teria descoberto minha paixão pela escrita e talvez não seria uma escritora de sucesso. Era orgulhosa pelo que tinha conquistado e me lembraria sempre daquela parte de minha vida, por mais dolorosa que possa ser em alguns aspectos. Futuramente, quando tiver filhos, ensiná-los-ei a seguir seus sonhos, independentemente do tamanho que eles sejam.
Minhas paredes preferidas, agora, são brancas, pois foi onde eu construí minha nova vida com meu marido; onde eu me tornei escritora de sucesso; onde terminei de encontrar meu eu; onde eu era cem por cento feliz.
Eu navegava pela internet em busca de algo para ler quando achei um site. Não foi o fato de haver muitas estórias que me chamou a atenção, mas, sim, o fato de eu poder postar minhas próprias criações. Na época, não levava tão a sério isso de escrever, porém depois de muito pensar, uma ansiedade surgiu em mim; eu queria postar minhas estórias, por mais que eu não tivesse uma. Decidi tentar, por isso, escrevi minha primeira estória. Eu estava meio em dúvida se colocava ou não. Será que as pessoas ririam? O que será que elas pensariam? Achariam muito bobo? E meus amigos? Eu contaria a eles?
Eu sentia uma vergonha muito grande em compartilhar o que eu escrevia e pensava. De alguma forma, aquilo era extremamente importante e pessoal para mim. Eu não sabia o porquê exato, mas quando eu escrevia uma ligação acontecia entre mim e a escrita. Despejei muitas vezes todas as minhas angustias na estória, minha felicidade... Meus sentimentos em geral. Fazia-me bem escrever.
Comecei escrevendo por ter curiosidade em saber como era, eu não sabia onde isso me levaria, porém me fez apaixonar.
Meu relacionamento com meu pai era ótimo. Ele foi a única pessoa a qual tive coragem de compartilhar esse segredo. O mesmo me apoiou e até sugeriu que eu fosse uma escritora, visto que para ele, eu escrevia bem. Contudo, não posso dizer o mesmo da minha mãe. Ela não sabia absolutamente nada da minha vida e o que sabia, não apoiava. Dizia que era inútil, que, provavelmente, não seria nada na vida. Péssimo, eu sei. Porém, a partir do momento em que comecei a liberar minhas emoções tudo ficou mais leve. Quando tudo era o caos, eu simplesmente deitava em minha cama e pensava que tudo melhoraria um dia. Passei a pensar mais em mim e o que eu queria para o futuro.
Nunca imaginaria que anos depois, eu estaria dando alguns autógrafos e entrevistas sobre o meu novo livro. Nunca imaginaria que seria o centro das atenções, quando tudo o que eu fazia era postar umas estórias com um pseudônimo, morta de medo de alguém saber que fui eu quem escreveu. Não imaginava estar em um quarto diferente todos os dias, sendo que antes tudo o que fazia era sonhar com o futuro e que ele poderia ser melhor; eu apenas costumava sentar e observar a vida passar diante dos meus olhos, olhando para as minhas paredes cor-de-rosa, enquanto minha mãe me prendia em casa, impedindo-me de conhecer o mundo.
Minhas meias-irmãs me maltratavam, típico de Cinderela, e eu me perguntava por que tudo era daquela forma.
No entanto, tudo mudou de uma forma extraordinária. Tanto que os meus dias frios e de tédio, eu passava no meu quarto, olhando para fora da janela. Agora... Eu podia simplesmente sair na rua e andar, conhecer a nova cidade ou novo país em que me encontrava.
Porém, havia uma coisa em que eu nunca imaginaria acontecer novamente: voltar a minha antiga casa.
Eu estava lá, agora, de pé, encarando a tinta azul que estava desgastada. Senti meu marido passar o braço pelos meus ombros e sorrir para mim, encorajando-me. Não seria muita coisa sem ele.
me ajudou a superar algumas crises de ansiedade que tive, esteve comigo quando minha mãe simplesmente me expulsou de casa quando completei a maioridade, pois, segundo ela, se fosse para namorar um ninguém, que o fizesse fora de casa – como se eu realmente fosse escolher ficar ali –, alguns anos depois de começar a escrever para a internet. Fora ele que me levara até a cidade onde meu pai morava, além de me incentivar a continuar escrevendo. Quando fui para a faculdade, já morava sozinha na casa que meu pai me deu de presente, estava lá comigo, surtando e pulando de felicidade. acompanhou quase todas as etapas da minha vida. Agradeço por ele não ter saído na primeira crise. foi e é alguém muito importante para mim. Ele foi minha salvação. E, agora, mais uma vez, ele estava ali comigo.
- Fica calma – sussurrou em meu ouvido.
Assenti, um tanto arrepiada pelo tom de voz baixo que ele usou. Ele deu os primeiros passos e eu o acompanhei após um tempo. Respirei profundamente assim que chegamos a porta.
- Alguém mora aqui ainda? – indagou, apertando a campainha.
Levantei os ombros, dizendo um “não faço ideia” mudo. Uma senhora abriu a porta, depois de algum tempo, encarando-nos interrogativamente.
- Boa tarde! Posso ajudá-los? – questionou, educada.
- Ahn... Na verdade... – comecei, sendo interrompida logo após.
Fiz uma cara feia para o homem ao meu lado, que ignorou.
- Estamos a procura de Norah O’Donnell – falou, calmamente, sorrindo para a senhora.
Ela analisou-nos durante alguns segundos.
- Quem são vocês? – indagou, desconfiada.
- e – eu, finalmente, falei algo.
A senhora, que deveria ser a governanta, encarou-nos ainda inquisidoramente. Resolvi ser mais direta.
- A filha dela – falei, minha voz trêmula.
A senhora arregalou os olhos com minha fala. Então, ela nunca comentara sobre mim?
- O quê? Só pode haver algum engano! – disse, descrente.
- Não há engano algum, senhora. Ela é , filha de David e Norah O’Donnell – completou mais ainda a fala.
Pensei, por um momento, que a mulher fosse cair dura.
- Da-David? Oh, meu Deus! – a mulher pareceu se lembrar de algo e abriu um sorriso gigante. – Claro, . Desculpe-me, pode entrar! Norah não está e... – a interrompi.
- Caroline e Chris também não, certo?
- Não, elas também não. Fiquem a vontade, vou pegar algo para comerem e beberem. Mil perdoes.
Não sei o que aconteceu para que ela agisse dessa forma, no entanto gostei de estar ali, era quente e aconchegante. Mas algo que me incomodava era a tinta desgastada ao lado de dentro também. Móveis antigos, como se quem morasse ali não se importasse em trocá-los. Não mudara tanto, na verdade, mudara sim. Várias coisas estavam fora do lugar ou eram novas, a casa parecia grande. Todavia, eu mudei.
Sentei-me no sofá, acompanhada do meu marido. Ele passou os braço pelo encosto do sofá, e me recostei ali. Enquanto o mesmo fazia um carinho nos meus cabelos, observei a porta fechada de frente para onde estava sentada. Costumava ser meu quarto. Engoli em seco, querendo ver com meus próprios olhos o lugar onde eu passei minha infância e adolescência, o lugar o qual fora meu porto seguro durante todos os aqueles anos.
Levantei-me de supetão, assustando o homem ao meu lado. Caminhei, apressadamente, até o cômodo da frente, logo percebendo uma presença atrás de mim seguindo-me. Sorri sozinha, notando que não estaria sozinha para aquele momento.
Apesar de tudo, eu sentia falta do meu cafofo. Do lugar onde minha paixão pela escrita começou e apenas se alimentou. Sonhadora como sou, não era para menos.
Abri a porta, deparando-me com as mesmas paredes cor-de-rosa. Senti um bolo na minha garganta começar a surgir. Olhei para o teto, percebendo que as mesmas rachaduras de anos atrás continuavam ali. Na verdade, exatamente todos os meus pertences que sobraram continuaram ali, no mesmo local. Uma dúvida me ocorreu: por que minha mãe não, simplesmente, reformou aquele quarto?
Andei até o meu antigo computador, sorrindo saudosamente ao lembrar quanta raiva já passara com ele quando escrevia, afinal ele não era um bom computador, por isso desligava repentinamente, fazendo-me perder tudo o que escrevera. Passei o dedo sobre ele, sentindo sua textura. Passei os dedos pelo teclado, achando tudo muito louco. Em um dia eu era uma Who e no outro uma Ms. Star On The Rise.
- Seu quarto era bonitinho – ouvi a voz de .
Dei uma risadinha.
- Hey! Não fale assim dele, ok? Era lindo. Eu adorava isso daqui – disse, virando-me para encará-lo.
Ele olhava através da janela, que dava para um parquinho com muitas árvores. Lembrei-me de muitos momentos vividos naquele parque.
Encarei minha estante vazia, que antes carregava livros, com o coração pequeno. Sentia falta disso daqui. Um nó se formou na minha garganta. Tratei de memorizar cada canto. Já estava me esquecendo de como era tudo e qual cheiro tinha.
- O que está pensando olhando para a parede? – questionou meu amor.
- Nada, só estou tendo algumas ideias – sorri virada para a parede, sentindo seus braços envolverem minha barriga.
apoiou o seu queixo no meu ombro, encarando o mesmo ponto que eu. Sua respiração estava leve, passando uma calma enorme para mim. Seu perfume me impregnou e eu sorri mais largamente ainda, constatando algo que a muito tempo já percebera...
- Está pensando em... escrever um livro sobre isso? – indagou, novamente.
- Pode ser que sim, pode ser que não. Acha que um livro sobre minha história nesse quarto cor-de-rosa seria bom?
- Tudo que você faz é bom, amor! Se você colocasse os sentimentos que guarda para si, creio que seria mesmo um ótimo livro – falou, beijando meu pescoço levemente.
Ouvimos um barulho na porta do quarto e viramos imediatamente para a senhora, que ainda não sabia o nome. Ela sorria amigavelmente com uma bandeja cheia de cookies e sucos. Começamos a caminhar para fora do local, e dei uma última olhada no quarto. Senti as mãos frias do meu marido me tocar e percebi que não mudaria nada do que acontecera. Houve uma vida por trás dessas quatro paredes, que me ajudou a ser quem era atualmente.
Quem sabia que havia uma vida por trás dessas mesmas paredes? Apenas eu sabia o significado da vida que passei aqui. Sem elas, talvez não teria virado noites refletindo sobre assuntos banais e até sérios, não teria descoberto minha paixão pela escrita e talvez não seria uma escritora de sucesso. Era orgulhosa pelo que tinha conquistado e me lembraria sempre daquela parte de minha vida, por mais dolorosa que possa ser em alguns aspectos. Futuramente, quando tiver filhos, ensiná-los-ei a seguir seus sonhos, independentemente do tamanho que eles sejam.
Minhas paredes preferidas, agora, são brancas, pois foi onde eu construí minha nova vida com meu marido; onde eu me tornei escritora de sucesso; onde terminei de encontrar meu eu; onde eu era cem por cento feliz.
Then the universe aligned
(Então, o universo se alinhou)
With what I wanted all this time
(Com o que eu queria todo esse tempo)
I knew there was a life
(Eu sabia que havia uma vida)
Behind those four pink walls
(Por trás dessas quatro paredes cor-de-rosa)
LAST ONE
Sorri para a menina a minha frente, autografando seu livro e o devolvendo em seguida. Era um dia de autógrafos em uma cidade diferente. Preocupava-me com o fato de sempre me seguir para todos os lados. Sempre que podia, pedia folga apenas para me acompanhar. Sorri sozinha, vendo o homem conversando com um segurança.
Estalei o pescoço, cansada de ficar na mesma posição por muito tempo. A última pessoa que eu autografaria o livro andava em minha direção, timidamente. Sorri, pensando que ela se parecia a mim quando tinha sua idade.
- Você pode assinar? – questionou a menininha.
- Claro que sim! Quer que eu escreva algo de especial? – indaguei, calma.
A menina assentiu, suas bochechas viraram um tom escarlate. Esperei que ela dissesse algo.
- Quero que coloque meu nome, Emma, e também que escreva que eu vou ser uma ótima pintora! – exclamou, os olhos brilhando.
Dei uma risada com o pedido feito. Escrevendo o que ela pediu de um jeito melhor.
- Aqui está! – entreguei-a o livro.
- Sabia que eu pintei o seu livro? – questionou, logo arregalando os olhos. – Não! Não o livro, mas, sim, o que estava escrito – colocou as mãos na boca, horrorizada.
Encarei-a curiosa. Como assim fizera uma pintura sobre o meu livro?
- E o que você pintou?
- Pintei um quarto rosa, exatamente como o nome do livro! Eu disse a mamãe que queria pintar meu quarto de rosa também, porque queria viver um sonho e acreditar que um dia seria uma boa pintora, assim como você é uma boa escritora – falou, rapidamente, deixando-me sem reação.
Sorri abertamente para ela. Que garotinha mais esperta!
- Qual cor é o seu quarto?
- Amarelo – fez cara de nojo.
Soltei uma risada pelo nariz.
- Por que não procura um lugar da sua casa que te faça sentir bem? Eu escolhi meu quarto pois era nele que eu me esquecia da realidade, mas o seu lugar especial, pode ser em outro cômodo! – sugeri, vendo os olhos da Emma começarem a brilhar.
- Ah! Eu posso fazer isso? Escolher outro lugar? – questionou, animada.
- Claro que sim!
Ela deu pulinhos, enquanto eu caí na risada.
- O quarto do meu irmão! Mas... – entristeceu-se novamente. – Meu irmão não vai deixar que eu pinte lá.
- Claro que vai! Seu irmão já viu você pintar? – Ela assentiu, então prossegui. – Ele gosta? – Novamente, ela assentiu. – Então, ele vai deixar! Além do mais, se ele não acreditar que vá dar certo, você diz a ele que acredita em si mesma e que será ótima!
- Ah! Muito obrigada! – debruçou-se sobre a mesa, tentando me abraçar.
Abracei-a de volta, notando o segurança se aproximar. Fiz que não para ele, sentindo o corpo da menina soltar-se.
- Desculpe – ela disse, envergonhada.
- Não tem problema. Por que não ganha, então, um marcador de livro e post-it personalizados do livro? Você quer? – ofereci.
Emma assentiu rapidamente. Entreguei a ela os objetos. Ela virou-se para ir embora e começou a caminhar para fora da biblioteca. Sorri sozinha, pensando na minha infância novamente.
Senti uma mão em meu ombro. Olhei para cima, encarando meu marido.
- Vamos? – inquiriu.
Assenti, levantando-me com sua ajuda. O peso que minha enorme barriga estava, matava minha coluna.
- Parece que Four Pink Walls fez sucesso – sussurrou.
Beijei sua bochecha demoradamente, caminhando com dificuldade. andava comigo até o carro e me ajudou com a acomodação. Deu partida no carro em direção ao hotel. Vislumbrei o perfil do homem ao meu lado, sorrindo por tê-lo comigo.
- Parece que sim.
Estalei o pescoço, cansada de ficar na mesma posição por muito tempo. A última pessoa que eu autografaria o livro andava em minha direção, timidamente. Sorri, pensando que ela se parecia a mim quando tinha sua idade.
- Você pode assinar? – questionou a menininha.
- Claro que sim! Quer que eu escreva algo de especial? – indaguei, calma.
A menina assentiu, suas bochechas viraram um tom escarlate. Esperei que ela dissesse algo.
- Quero que coloque meu nome, Emma, e também que escreva que eu vou ser uma ótima pintora! – exclamou, os olhos brilhando.
Dei uma risada com o pedido feito. Escrevendo o que ela pediu de um jeito melhor.
- Aqui está! – entreguei-a o livro.
- Sabia que eu pintei o seu livro? – questionou, logo arregalando os olhos. – Não! Não o livro, mas, sim, o que estava escrito – colocou as mãos na boca, horrorizada.
Encarei-a curiosa. Como assim fizera uma pintura sobre o meu livro?
- E o que você pintou?
- Pintei um quarto rosa, exatamente como o nome do livro! Eu disse a mamãe que queria pintar meu quarto de rosa também, porque queria viver um sonho e acreditar que um dia seria uma boa pintora, assim como você é uma boa escritora – falou, rapidamente, deixando-me sem reação.
Sorri abertamente para ela. Que garotinha mais esperta!
- Qual cor é o seu quarto?
- Amarelo – fez cara de nojo.
Soltei uma risada pelo nariz.
- Por que não procura um lugar da sua casa que te faça sentir bem? Eu escolhi meu quarto pois era nele que eu me esquecia da realidade, mas o seu lugar especial, pode ser em outro cômodo! – sugeri, vendo os olhos da Emma começarem a brilhar.
- Ah! Eu posso fazer isso? Escolher outro lugar? – questionou, animada.
- Claro que sim!
Ela deu pulinhos, enquanto eu caí na risada.
- O quarto do meu irmão! Mas... – entristeceu-se novamente. – Meu irmão não vai deixar que eu pinte lá.
- Claro que vai! Seu irmão já viu você pintar? – Ela assentiu, então prossegui. – Ele gosta? – Novamente, ela assentiu. – Então, ele vai deixar! Além do mais, se ele não acreditar que vá dar certo, você diz a ele que acredita em si mesma e que será ótima!
- Ah! Muito obrigada! – debruçou-se sobre a mesa, tentando me abraçar.
Abracei-a de volta, notando o segurança se aproximar. Fiz que não para ele, sentindo o corpo da menina soltar-se.
- Desculpe – ela disse, envergonhada.
- Não tem problema. Por que não ganha, então, um marcador de livro e post-it personalizados do livro? Você quer? – ofereci.
Emma assentiu rapidamente. Entreguei a ela os objetos. Ela virou-se para ir embora e começou a caminhar para fora da biblioteca. Sorri sozinha, pensando na minha infância novamente.
Senti uma mão em meu ombro. Olhei para cima, encarando meu marido.
- Vamos? – inquiriu.
Assenti, levantando-me com sua ajuda. O peso que minha enorme barriga estava, matava minha coluna.
- Parece que Four Pink Walls fez sucesso – sussurrou.
Beijei sua bochecha demoradamente, caminhando com dificuldade. andava comigo até o carro e me ajudou com a acomodação. Deu partida no carro em direção ao hotel. Vislumbrei o perfil do homem ao meu lado, sorrindo por tê-lo comigo.
- Parece que sim.
F I M
Nota da autora: Vamos começar falando o quanto eu mudei essa estória. Não parava quieta e sempre estava ruim, e veja a situação da criatura aqui: tenho mais ficstapes para fazer, não podia empacar. Fiquei desesperada? Absolutamente, mas aqui está o único resultado que me agradou. Não que tenha me agradado 100%, porque não, todavia foi o único que me senti bem. Sei que ficou meio corrido e curto, mas, nas ideias iniciais que tive, ouvindo a música e lendo a letra, nunca foi meu objetivo fazer uma estória longa, comecei pensando em algo que seria curtinho. Pode ser que não seja exatamente esse tipo de estória que você procurou quando entrou aqui, no entanto foi feito com muito carinho, espero que possa repensar e dar uma chance a mim (HAHAHA). Eu também tive que dar uma adiantada nisso pelo simples fato de que estava ficando sem tempo e precisava que a Effy fizesse a capa (o que demorou para ser feita, pois a autora aqui não tinha ideia de qual imagem buscar. Obrigada por achar a imagem perfeita, Effy <3), entonces para não atrasá-la, apressei-me.
Ah! Não esqueçam de ler as outras fanfics de ficstape lindo! <3
Anyway,
Caso tenha gostado, deixe na caixinha de comentários abaixo seu pensamento sobre a fanfic. Caso não tenha gostado, comente também para que eu saiba onde errei :( - sem insultos, pls, comentários construtivos apenas.
Bye.
Jubbs. Xx
Fanfics de minha autoria:
That's a Love Story [Outros - Em Andamento]
Now You See Me, Now You Don't [Contos de Halloween - Finalizada]
Two Months Without Him [Restrita - Outros - Finalizada]
Hopelessly Made To You [One Direction - Em Andamento]
18. She Don't Love Me [Ficstape #50: Mind Of Mine - Finalizada]
How Would I Tell Her...? [Outros - Finalizada]
Nota da beta: Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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Anyway,
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Bye.
Jubbs. Xx
Fanfics de minha autoria:
That's a Love Story [Outros - Em Andamento]
Now You See Me, Now You Don't [Contos de Halloween - Finalizada]
Two Months Without Him [Restrita - Outros - Finalizada]
Hopelessly Made To You [One Direction - Em Andamento]
18. She Don't Love Me [Ficstape #50: Mind Of Mine - Finalizada]
How Would I Tell Her...? [Outros - Finalizada]
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