Capítulo Único
Observei o garoto colocar suas próprias roupas, enquanto jogava as minhas para mim. Depois de devidamente vestida, fiquei imaginando o quão carente uma garota precisava ser para aceitar um relacionamento assim. Não éramos o mesmo casal de antes há pelo menos um ano. Um ano de idas e vindas, encontros e desencontros. Parecia que a gente não sabia ser outra coisa diferente disso e eu não estava pronta para me despedir de para sempre, ainda mais agora, no fim do ensino médio, onde iríamos para faculdades tão opostas. Eu já sabia que nosso relacionamento era disfuncional, então não me apeguei a ele quando me disse que não tinha mandado sua inscrição para Stanford, como havíamos combinado. Eu até que levei em uma boa, mas isso não significava que eu tinha que aceitar nosso rompimento.
Porque eu não queria.
não era só a pessoa que eu sempre procurava quando estava para baixo, ele era um dos meus melhores amigos, por mais estranho que isso possa ser. Não sei quando me apaixonei assim, tão de repente e me enfiei de cabeça em um relacionamento que claramente não me fazia bem. Terminava com ele tantas vezes e mesmo assim sempre voltava. O pior era isso: sempre estava me esperando. E não deveria ser assim.
— Eu não te entendo, . – Começou, me olhando. coçou a cabeça, confuso. – Você veio aqui terminar comigo. E ficou comigo a noite toda. Várias vezes.
Ele tinha um sorriso triste e ao mesmo tempo debochado, e eu não sabia muito bem o que dizer.
— Estamos solteiros. E a gente queria, então aconteceu. – Disse, dando de ombros.
Ele chegou mais perto de mim, com uma suplica no olhar.
— É isso que estou dizendo, ! Você não pode pensar que vou estar aqui sempre que você quiser. Você termina comigo e depois a gente transa. E depois você vai embora de novo.
Engoli em seco, não percebendo o peso emocional que tínhamos colocado um em cima do outro.
— Não é bem assim. – Eu disse.
— É exatamente assim! – Sussurrou, triste. – A gente termina, você diz para todas as suas amigas que me odeia. Depois eu conheço uma garota legal, você decide que ficou com ciúmes e volta para mim sem eu nem ter te convidado.
— , você não está sendo justo.
— Não, você não está sendo justa. – Falou, carinhoso. – Precisamos parar com isso, gata. Você sabe que eu te adoro, mas não podemos fazer isso para sempre. Você vai ter que escolher que se quer ficar comigo ou não.
E eu não pude dizer nada, porque eu sabia que ele tinha razão.
— Eu preciso fazer isso agora?
sorriu.
— Não, pode ir para casa pensar. Mais tarde a gente vai no boliche e você me conta o que decidiu. Pode ser?
Era por isso que eu não conseguia me livrar de . Ele era tão solícito e carinhoso e eu tinha certeza que nem em um milhão de anos mereceria alguém como ele. Minha imaturidade me fez uma garota mimada e confusa e eu odiava não saber o que queria.
— Pode.
Terminei de me arrumar e dei um beijo na bochecha dele, finalmente indo para casa.
Phoebe me encarava com uma expressão desconfiada. Eu poderia não ser a melhor irmã do mundo por guardar para mim mesma um segredo ou dois, mas ela não tinha porque me olhar daquele jeito inquisitivo enquanto eu arrumava a bagunça que estava no meu quarto. Foi quando eu estiquei meu edredom em cima da cama que ela, pelo visto, não conseguiu mais se conter.
— . – Chamou, sentando na minha cama recém arrumada para chamar minha atenção quando não respondi.
— Phoebe!
— , você esteve lá ontem à noite. De novo.
Tentei não fazer cara de culpada.
— Lá onde?
Phoebe bufou, levantando da minha cama.
— Você sabe onde.
Pensei que poderia ficar negando até vencê-la pelo cansaço. Então neguei.
— Não, eu passei a noite aqui, como você pode ver minha cama estava desfeita.
Ela riu, cruzando os braços.
— Ah, então eu posso simplesmente fingir que não te vi chegando em casa as sete da manhã e se esgueirando furtivamente para dentro do seu quarto.
Droga. Levantei os braços como quem se rende.
— E o único lugar onde poderia estar era na casa de ? Eu não poderia estar na casa de qualquer outra pessoa?
— Você está tensa. – Observou. – E você só fica tensa quando se trata de .
Lamentando o quanto Phoebe me conhecia, encarei minha irmã mais velha, me sentando na cama novamente. Ela sentou-se ao meu lado, passando os braços ao redor dos meus.
— Phoebe... não conta para a mamãe que eu saí. – Pedi, sussurrando. Ela sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
— Eu não vou contar. Se me dizer porque você voltou com essa cara. Vocês terminaram? – Perguntou. – De novo?
Eu sabia que ela disse a última parte para me provocar, então revirei os olhos.
— A gente não está namorando. Mas ele me chamou para ir lá conversar ontem e acabou ficando tarde... e eu dormi lá. Foi só isso.
Phoebe riu.
— Para de ser mentirosa, ! Você deu!
Envergonhada, cobri o rosto com as mãos. A intimidade é uma droga.
— Phoebe! – Reclamei.
Quando virei para ela de novo, me olhava como quem iria me passar o maior sermão, mas o rosto ainda estava sereno. Não imaginava que apenas quatro anos de diferença de idade a transformaria em uma pessoa muito mais madura que eu jamais seria.
— Isso não é saudável, . Ou vocês namoram, ou vocês terminam. Você precisa dar um fim nisso se o não der.
E dito isso, ela me deu um beijo na testa e saiu do meu quarto, dizendo que iria ajudar a mamãe na cozinha. Eu não mencionei a ela que na verdade era exatamente isso que precisaria fazer e que, o pior de tudo, a escolha era totalmente minha. Talvez ela já soubesse disso.
Conheci há três anos atrás, na Festa da Fogueira que teve no final do primeiro ano. Não queria admitir, mas mesmo que não tivesse dito com essas palavras, Phoebe tinha razão. Estávamos mesmo tendo um relacionamento um pouco tóxico de uns tempos para cá. A verdade era que nenhum dos dois queria mais estar junto, mas também não conseguíamos nos separar. E não era tóxico porque ele me maltratava ou algo do tipo. Era apenas questão de liberdade e respeito e desde que resolvemos dar um tempo, começou a sair com outras pessoas, o que eu não gostei, apesar de ter sido eu a primeira a mencionar o assunto sobre o término. Um relacionamento de vai e vem também pode ser tóxico, e ao meu ver, extremamente cansativo.
O resto do dia passou muito rápido e, para o meu total desespero, ainda não tinha decidido o que fazer a respeito de e do meu relacionamento com ele. Fui para o banheiro me arrumar. Escolhi uma saia preta e um top branco por baixo de uma blusa transparente. Como não estava tão calor, joguei uma jaqueta jeans por cima e completei com um tênis. Quando me declarei pronta desci as escadas e dei de cara com Phoebe e mamãe na sala assistindo TV.
— Vai sair? – Perguntou Phoebe.
— E você não vai? – Devolvi a pergunta, fazendo ela revirar os olhos. – Você tem vinte e dois anos e não cinquenta.
— Ei! – Disse minha mãe, fazendo com que eu e Phoebe déssemos risada.
— Desculpa, mãe.
— Ela tem razão, Phoebe. Porque não sai com para... onde quer que seja?
Fulminei minha irmã com o olhar para que ela entendesse que aquilo não era, de fato, uma opção.
— Prefiro ficar aqui com você. – Respondeu manhosa olhando para mamãe e eu só não zombei dela porque Phoebe tinha entendido meu recado.
Me despedi das duas, avisando que chegaria tarde e recebendo um olhar repreensivo da minha irmã antes de finalmente fechar a porta. Segui o caminho em piloto automático até o boliche, encontrando na porta do estabelecimento. Estava tão lindo com seus jeans rasgados e a blusa xadrez vermelha amarrada na cintura. Além de fofo, cheiroso e lindo, ele também tinha que se vestir super bem. Não que fosse uma obrigação, mas isso era raro e, bem, eu era do tipo que reparava nessas coisas.
— Oi, . – Disse, quando cheguei perto o suficiente. Ele me deu um beijo na testa, que me fez relembrar todos os nossos melhores momentos juntos.
O que mais me frustrava era isso. Quando que tinha ficado tão difícil? Quando tudo deixou de ser tão bom e virou uma enorme bagunça? Quando eu comecei a falhar com e ele comigo?
Eram perguntas estúpidas, porque não importava o quanto gritasse ao universo, eu jamais saberia a resposta.
não me perguntou nada sobre minha decisão, só me convidou para entrarmos. Prometeu que teríamos uma noite divertida e eu não duvidei dele de maneira nenhuma, estar com ele, apesar dos apesares, era mesmo divertido.
Quando a brincadeira acabou tendo eu como a vencedora por muitos pontos, nos sentamos, ainda sorridentes, em alguns bancos que haviam por ali. Em algum momento alguém tinha desligado as luzes e ligado a luz negra, então minha blusa começou a chamar muita atenção para mim. Provavelmente por isso estávamos em um lugar mais reservado agora.
— Eu não sei o que fazer, . – Comecei a falar, olhando para ele. – Quer dizer, vamos estar em lugares completamente opostos daqui dois meses. Eu vou para Califórnia e você vai continuar em Nova York.
suspirou, desviando seu olhar de mim.
— Isso é verdade. Vamos nos separar de um jeito ou de outro. – Meus ombros murcharam. – Mas eu não queria que isso parasse agora.
— ...
— , seja o que for que a gente tenha... eu gosto. Não gosto de joguinhos, nem de ficar terminando toda hora e muito menos dos seus ciúmes, mas eu gosto de você. Eu não sei o que foi que aconteceu com a gente, mas eu queria tentar. Uma última vez.
Encarei o garoto, surpresa.
— Não esperava isso. Achei que nunca mais fosse querer me ver.
riu.
— Eu adoro você, sua maluca. Eu quero estar perto de você, mas só se você tiver certeza que quer ficar comigo também. Pelo menos... – Ele segurou minha mão. – Pelo menos até a gente precisar se despedir de verdade.
Eu estava cansada de fugir de . Cansada de fingir que não me importava com ele ou com o que a gente tinha. Eu pretendia aproveitar esses dois meses com ele sim, sem me sabotar como tenho feito há tanto tempo.
— Pode ser, . Eu quero sim. – Respondi, com um sorriso.
Ele me deu um sorriso debochado.
— A gente termina isso aqui ou na minha casa?
Dei risada.
— O que seus pais vão pensar de mim?
Ele deu de ombros, ignorando minha apreensão.
— Acho que eles nem te viram ontem. Pode ficar tranquila, vem.
Acompanhei até o carro dele, onde passamos todo o caminho conversando sobre a faculdade e como seria quando não estivéssemos mais juntos. Prometi para mim mesma que se dependesse de mim, eu iria manter essa leveza entre nós até o final, porque eu não iria suportar se estragasse tudo de novo. Eu devia isso a ele.
Mas tirei de perto da minha mente, e do meu coração, todas essas indagações, me concentrando na noite que, por mais linda que estivesse, ainda destoava ao som da linda risada de .
Tive a decência de não chegar de manhã em casa dessa vez. Era uma e quinze da manhã quando eu abria a porta da sala. Minha mãe, como eu suspeitava, já tinha ido dormir, mas Phoebe me esperava sentada no sofá, com um sorriso engraçado.
— Já voltou? – Questionou, colocando a TV no mudo.
— Já voltei. E me resolvi com .
Seus olhos se iluminaram.
— É mesmo? E como vai ser, então?
— Bem... – Comecei, sorrindo, bem na hora que meu celular vibrou.
, você esqueceu sua blusa no chão do meu quarto – 01:18
Fechei os olhos, chamando a atenção de Phoebe para o meu celular. Minha irmã praticamente voou em minha direção, arrancando o aparelho de mim. Depois de ler o conteúdo da mensagem arregalou os olhos, me devolvendo a droga do celular.
— Bom, já entendi tudo. – Comentou, piscando.
E eu apenas sorri, satisfeita por ter conseguido dar um jeito naquela bagunça com . Sabia que aquele seria um verão incrível e memorável, e estava feliz por finalmente me resolver principalmente comigo mesma. Mais especificamente, encarei a mensagem de corando fortemente assim que me lembrei de quando todas as minhas roupas estavam no chão do seu quarto.
Porque eu não queria.
não era só a pessoa que eu sempre procurava quando estava para baixo, ele era um dos meus melhores amigos, por mais estranho que isso possa ser. Não sei quando me apaixonei assim, tão de repente e me enfiei de cabeça em um relacionamento que claramente não me fazia bem. Terminava com ele tantas vezes e mesmo assim sempre voltava. O pior era isso: sempre estava me esperando. E não deveria ser assim.
— Eu não te entendo, . – Começou, me olhando. coçou a cabeça, confuso. – Você veio aqui terminar comigo. E ficou comigo a noite toda. Várias vezes.
Ele tinha um sorriso triste e ao mesmo tempo debochado, e eu não sabia muito bem o que dizer.
— Estamos solteiros. E a gente queria, então aconteceu. – Disse, dando de ombros.
Ele chegou mais perto de mim, com uma suplica no olhar.
— É isso que estou dizendo, ! Você não pode pensar que vou estar aqui sempre que você quiser. Você termina comigo e depois a gente transa. E depois você vai embora de novo.
Engoli em seco, não percebendo o peso emocional que tínhamos colocado um em cima do outro.
— Não é bem assim. – Eu disse.
— É exatamente assim! – Sussurrou, triste. – A gente termina, você diz para todas as suas amigas que me odeia. Depois eu conheço uma garota legal, você decide que ficou com ciúmes e volta para mim sem eu nem ter te convidado.
— , você não está sendo justo.
— Não, você não está sendo justa. – Falou, carinhoso. – Precisamos parar com isso, gata. Você sabe que eu te adoro, mas não podemos fazer isso para sempre. Você vai ter que escolher que se quer ficar comigo ou não.
E eu não pude dizer nada, porque eu sabia que ele tinha razão.
— Eu preciso fazer isso agora?
sorriu.
— Não, pode ir para casa pensar. Mais tarde a gente vai no boliche e você me conta o que decidiu. Pode ser?
Era por isso que eu não conseguia me livrar de . Ele era tão solícito e carinhoso e eu tinha certeza que nem em um milhão de anos mereceria alguém como ele. Minha imaturidade me fez uma garota mimada e confusa e eu odiava não saber o que queria.
— Pode.
Terminei de me arrumar e dei um beijo na bochecha dele, finalmente indo para casa.
Phoebe me encarava com uma expressão desconfiada. Eu poderia não ser a melhor irmã do mundo por guardar para mim mesma um segredo ou dois, mas ela não tinha porque me olhar daquele jeito inquisitivo enquanto eu arrumava a bagunça que estava no meu quarto. Foi quando eu estiquei meu edredom em cima da cama que ela, pelo visto, não conseguiu mais se conter.
— . – Chamou, sentando na minha cama recém arrumada para chamar minha atenção quando não respondi.
— Phoebe!
— , você esteve lá ontem à noite. De novo.
Tentei não fazer cara de culpada.
— Lá onde?
Phoebe bufou, levantando da minha cama.
— Você sabe onde.
Pensei que poderia ficar negando até vencê-la pelo cansaço. Então neguei.
— Não, eu passei a noite aqui, como você pode ver minha cama estava desfeita.
Ela riu, cruzando os braços.
— Ah, então eu posso simplesmente fingir que não te vi chegando em casa as sete da manhã e se esgueirando furtivamente para dentro do seu quarto.
Droga. Levantei os braços como quem se rende.
— E o único lugar onde poderia estar era na casa de ? Eu não poderia estar na casa de qualquer outra pessoa?
— Você está tensa. – Observou. – E você só fica tensa quando se trata de .
Lamentando o quanto Phoebe me conhecia, encarei minha irmã mais velha, me sentando na cama novamente. Ela sentou-se ao meu lado, passando os braços ao redor dos meus.
— Phoebe... não conta para a mamãe que eu saí. – Pedi, sussurrando. Ela sorriu, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha orelha.
— Eu não vou contar. Se me dizer porque você voltou com essa cara. Vocês terminaram? – Perguntou. – De novo?
Eu sabia que ela disse a última parte para me provocar, então revirei os olhos.
— A gente não está namorando. Mas ele me chamou para ir lá conversar ontem e acabou ficando tarde... e eu dormi lá. Foi só isso.
Phoebe riu.
— Para de ser mentirosa, ! Você deu!
Envergonhada, cobri o rosto com as mãos. A intimidade é uma droga.
— Phoebe! – Reclamei.
Quando virei para ela de novo, me olhava como quem iria me passar o maior sermão, mas o rosto ainda estava sereno. Não imaginava que apenas quatro anos de diferença de idade a transformaria em uma pessoa muito mais madura que eu jamais seria.
— Isso não é saudável, . Ou vocês namoram, ou vocês terminam. Você precisa dar um fim nisso se o não der.
E dito isso, ela me deu um beijo na testa e saiu do meu quarto, dizendo que iria ajudar a mamãe na cozinha. Eu não mencionei a ela que na verdade era exatamente isso que precisaria fazer e que, o pior de tudo, a escolha era totalmente minha. Talvez ela já soubesse disso.
Conheci há três anos atrás, na Festa da Fogueira que teve no final do primeiro ano. Não queria admitir, mas mesmo que não tivesse dito com essas palavras, Phoebe tinha razão. Estávamos mesmo tendo um relacionamento um pouco tóxico de uns tempos para cá. A verdade era que nenhum dos dois queria mais estar junto, mas também não conseguíamos nos separar. E não era tóxico porque ele me maltratava ou algo do tipo. Era apenas questão de liberdade e respeito e desde que resolvemos dar um tempo, começou a sair com outras pessoas, o que eu não gostei, apesar de ter sido eu a primeira a mencionar o assunto sobre o término. Um relacionamento de vai e vem também pode ser tóxico, e ao meu ver, extremamente cansativo.
O resto do dia passou muito rápido e, para o meu total desespero, ainda não tinha decidido o que fazer a respeito de e do meu relacionamento com ele. Fui para o banheiro me arrumar. Escolhi uma saia preta e um top branco por baixo de uma blusa transparente. Como não estava tão calor, joguei uma jaqueta jeans por cima e completei com um tênis. Quando me declarei pronta desci as escadas e dei de cara com Phoebe e mamãe na sala assistindo TV.
— Vai sair? – Perguntou Phoebe.
— E você não vai? – Devolvi a pergunta, fazendo ela revirar os olhos. – Você tem vinte e dois anos e não cinquenta.
— Ei! – Disse minha mãe, fazendo com que eu e Phoebe déssemos risada.
— Desculpa, mãe.
— Ela tem razão, Phoebe. Porque não sai com para... onde quer que seja?
Fulminei minha irmã com o olhar para que ela entendesse que aquilo não era, de fato, uma opção.
— Prefiro ficar aqui com você. – Respondeu manhosa olhando para mamãe e eu só não zombei dela porque Phoebe tinha entendido meu recado.
Me despedi das duas, avisando que chegaria tarde e recebendo um olhar repreensivo da minha irmã antes de finalmente fechar a porta. Segui o caminho em piloto automático até o boliche, encontrando na porta do estabelecimento. Estava tão lindo com seus jeans rasgados e a blusa xadrez vermelha amarrada na cintura. Além de fofo, cheiroso e lindo, ele também tinha que se vestir super bem. Não que fosse uma obrigação, mas isso era raro e, bem, eu era do tipo que reparava nessas coisas.
— Oi, . – Disse, quando cheguei perto o suficiente. Ele me deu um beijo na testa, que me fez relembrar todos os nossos melhores momentos juntos.
O que mais me frustrava era isso. Quando que tinha ficado tão difícil? Quando tudo deixou de ser tão bom e virou uma enorme bagunça? Quando eu comecei a falhar com e ele comigo?
Eram perguntas estúpidas, porque não importava o quanto gritasse ao universo, eu jamais saberia a resposta.
não me perguntou nada sobre minha decisão, só me convidou para entrarmos. Prometeu que teríamos uma noite divertida e eu não duvidei dele de maneira nenhuma, estar com ele, apesar dos apesares, era mesmo divertido.
Quando a brincadeira acabou tendo eu como a vencedora por muitos pontos, nos sentamos, ainda sorridentes, em alguns bancos que haviam por ali. Em algum momento alguém tinha desligado as luzes e ligado a luz negra, então minha blusa começou a chamar muita atenção para mim. Provavelmente por isso estávamos em um lugar mais reservado agora.
— Eu não sei o que fazer, . – Comecei a falar, olhando para ele. – Quer dizer, vamos estar em lugares completamente opostos daqui dois meses. Eu vou para Califórnia e você vai continuar em Nova York.
suspirou, desviando seu olhar de mim.
— Isso é verdade. Vamos nos separar de um jeito ou de outro. – Meus ombros murcharam. – Mas eu não queria que isso parasse agora.
— ...
— , seja o que for que a gente tenha... eu gosto. Não gosto de joguinhos, nem de ficar terminando toda hora e muito menos dos seus ciúmes, mas eu gosto de você. Eu não sei o que foi que aconteceu com a gente, mas eu queria tentar. Uma última vez.
Encarei o garoto, surpresa.
— Não esperava isso. Achei que nunca mais fosse querer me ver.
riu.
— Eu adoro você, sua maluca. Eu quero estar perto de você, mas só se você tiver certeza que quer ficar comigo também. Pelo menos... – Ele segurou minha mão. – Pelo menos até a gente precisar se despedir de verdade.
Eu estava cansada de fugir de . Cansada de fingir que não me importava com ele ou com o que a gente tinha. Eu pretendia aproveitar esses dois meses com ele sim, sem me sabotar como tenho feito há tanto tempo.
— Pode ser, . Eu quero sim. – Respondi, com um sorriso.
Ele me deu um sorriso debochado.
— A gente termina isso aqui ou na minha casa?
Dei risada.
— O que seus pais vão pensar de mim?
Ele deu de ombros, ignorando minha apreensão.
— Acho que eles nem te viram ontem. Pode ficar tranquila, vem.
Acompanhei até o carro dele, onde passamos todo o caminho conversando sobre a faculdade e como seria quando não estivéssemos mais juntos. Prometi para mim mesma que se dependesse de mim, eu iria manter essa leveza entre nós até o final, porque eu não iria suportar se estragasse tudo de novo. Eu devia isso a ele.
Mas tirei de perto da minha mente, e do meu coração, todas essas indagações, me concentrando na noite que, por mais linda que estivesse, ainda destoava ao som da linda risada de .
Tive a decência de não chegar de manhã em casa dessa vez. Era uma e quinze da manhã quando eu abria a porta da sala. Minha mãe, como eu suspeitava, já tinha ido dormir, mas Phoebe me esperava sentada no sofá, com um sorriso engraçado.
— Já voltou? – Questionou, colocando a TV no mudo.
— Já voltei. E me resolvi com .
Seus olhos se iluminaram.
— É mesmo? E como vai ser, então?
— Bem... – Comecei, sorrindo, bem na hora que meu celular vibrou.
, você esqueceu sua blusa no chão do meu quarto – 01:18
Fechei os olhos, chamando a atenção de Phoebe para o meu celular. Minha irmã praticamente voou em minha direção, arrancando o aparelho de mim. Depois de ler o conteúdo da mensagem arregalou os olhos, me devolvendo a droga do celular.
— Bom, já entendi tudo. – Comentou, piscando.
E eu apenas sorri, satisfeita por ter conseguido dar um jeito naquela bagunça com . Sabia que aquele seria um verão incrível e memorável, e estava feliz por finalmente me resolver principalmente comigo mesma. Mais especificamente, encarei a mensagem de corando fortemente assim que me lembrei de quando todas as minhas roupas estavam no chão do seu quarto.
Fim!
Nota da autora: Olá! Sei que muitas pessoas que ouvem essa música pensam em um casal muito mais maduro do que esse que eu trouxe. Resolvi mudar por isso mesmo! Espero que tenham gostado, beijos!
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