Capítulo Único
- Deus, null, fica quieto! - null exclamou, puxando a gola do enorme casaco do namorado, fazendo-o parar de se remexer em uma dancinha ridícula e olhar para ela com uma expressão engraçada.
- Quer me esgoelar? - Ele perguntou e ela rolou os olhos para ele, pegando a toca que estava pendurada no cabide atrás da porta. - Eu não vou usar isso!
- Tudo bem. Vou deixar aqui e não vamos voltar pra buscar quando você começar a reclamar que sua cabeça tá congelando. - null disse, colocando a própria touca e enrolando um grosso cachecol em seu pescoço.
- Eu tô acostumado com neve, sei o que é isso. - null retrucou, colocando as mãos nos bolsos.
- Não, querido, você tá acostumado com a neve e o inverno de Vancouver. Aqui em Banff as coisas são bem diferentes. - Respondeu, colocando a bolsa em seu ombro e estendendo a mão para o namorado. - Vamos?
- Será que a gente vai ver um urso? - null perguntou, entrelaçando seus dedos envoltos por uma luva nos da namorada. - Eu nunca vi um urso. Você já viu um urso?
A mulher trancou a porta do apartamento que alugaram para os dias que passariam na cidade e os dois começaram a andar em direção às escadas. Ao ouvir os questionamentos de null, null riu, revirando os olhos. A vida toda ela pediu por um namorado maduro, adulto, que a entendesse e claro, que a amasse. Ela recebeu null, que de maduro só tinha os cabelos. Bom, pelo menos ele a entendia e a amava. Apesar de ser um retardado a maior parte do tempo, ele sabia quando a situação pedia por uma postura mais séria, e esse era um dos motivos pelos quais null se apaixonou por ele: sua personalidade única.
- Nunca vi um urso, amor, mas acho que eles não costumam aparecer durante o dia. - null respondeu quando deu o primeiro passo para fora do prédio, estreitando os olhos para a claridade. O vento gélido logo bateu em seu rosto e pelo canto do olho, viu null se encolher e pigarreou, chamando a atenção dele. - Tá com frio?
- Não. Tô até com calor. - null sorriu forçadamente e a namorada segurou o riso. - Essa roupa é quente demais, te falei que não precisava disso e...
- Ok, null. - null o cortou, sorrindo para ele. - Tem algumas lojinhas turísticas aqui perto que eu quero ir...
- O que você quiser, meu amor. - null respondeu e aproximou o rosto da namorada, dando um beijo em sua bochecha.
De mãos dadas, o casal seguiu caminho pela rua que estava coberta de neve. Era pleno inverno e essa viagem tinha sido um presente de null para null, já que Banff era um destino que ela sempre quis conhecer. A mulher ficou tão empolgada quando ele lhe contou a novidade que largou tudo o que fazia, pulando em cima do namorado no mesmo momento. Não era a primeira viagem deles juntos, mas essa talvez se tornasse a mais memorável.
- Ai meu Deus, amor, olha esse ursinho com a camiseta! - null exclamou assim que pararam em frente à uma loja de souvenirs. - Vou comprar um pra levarmos pra casa.
null riu, dando de ombros. null o puxou para dentro da loja e enquanto ela ia atrás de seu ursinho, ele se aproximou de uma prateleira com vários copinhos de shot. Depois de muito observa-los, escolheu um com um urso dentro e o nome da cidade por fora. Seria mais um copo para a coleção que os dois tinham em Vancouver - para todo o lugar que iam, traziam um copinho.
- O que achou? - null perguntou ao se aproximar dele. null se virou e estendeu o copo para a namorada. - Ah, que amor! Mais um pra nossa coleção. - Ela sorriu, estendendo então o urso para ele. - Esse é Teddy.
- Nossa, você não poderia ser menos clichê? - null riu e null fechou a cara. - Desculpa, amor, Teddy é perfeito. - A garota sorriu e se aproximou dele, dando um beijo estalado na boca do namorado. - Eu vou pagar, me espera ali fora? - null pediu e null concordou, afastando-se do namorado e saindo da loja.
Sentou-se em um banco que tinha na calçada e cruzou as pernas, esfregando suas mãos uma na outra. Ajeitou a touca em sua cabeça e sorriu enquanto observava as pessoas que caminhavam por ali. A cidade estava cheia de turistas, mas isso não a incomodava. null adorava viajar, amava cidades turísticas e se divertia ao observar a diversidade de pessoas que geralmente se reuniam nesses locais.
- Pronto. - null disse, parando em frente a namorada segurando uma sacola com o que tinha acabado de comprar. - Peguei esse folheto. É esse o lago que você quer conhecer, né?
- Lake Louise. Sim! - null exclamou, empolgada. - Será que conseguimos ir hoje?
- Acho que sim. Tem um ônibus que sai logo depois do almoço. - null disse e passou a mão pela cabeça, bagunçando seu cabelo. null arqueou uma sobrancelha e ele revirou os olhos. - Não tô com frio! - Se defendeu, fazendo a namorada rir.
- Eu não falei nada, amor. - null disse, erguendo os ombros e depois entrelaçando seus dedos nos do namorado. - Vamos passear mais um pouco, almoçamos e aí pegamos o ônibus.
Os dois continuaram o caminho juntos, observando cada detalhe da cidade em que estavam. Banff era pequena, mas muito acolhedora. Apesar de muitos dos passeios não funcionarem no inverno, conhece-la nessa época era tão maravilhoso quanto no verão. Passaram por todos os pontos turísticos que ficavam dentro da cidade - o que não demorou muito, levando em conta o quão pequena ela era. Visitaram algumas praças e parques e até um museu. Por fim, tomaram um chá em uma loja tradicional local e então almoçaram e agora se dirigiam para o ponto de ônibus.
- Olha só, aqui diz que tem uma gôndola que sobe a montanha do Lake Louise. - null comentou, lendo o folheto que null lhe entregara, enquanto os dois esperavam no ponto de ônibus. - Ai meu Deus, você vai amar.
- O que? O que é? - null perguntou, tentando arrancar o folheto da namorada, que riu e escondeu-o dentro de sua bolsa. Ele fechou a cara. - Deus do céu, mulher, pra que me deixar curioso?
- Porque é engraçado. - null respondeu, dando de ombros. - Você fica extremamente fofo quando tem esses momentos. - Disse, aproximando suas mãos do rosto do namorado e segurando-o entre suas mãos, apertando suas bochechas, vendo-o rolar os olhos. Ignorando, ela aproximou seu rosto do dele e encostou seus lábios, lhe dando um selinho. - Te amo, coisa fofa.
As bochechas de null adquiriram um tom rosado extremamente fofo, o que fez null gargalhar. Ele não era muito fã dessas demonstrações de amor em público. Ela passou as mãos pelo cabelo do namorado, arregalando os olhos ao perceber como sua cabeça estava gelada.
- null, você vai ficar doente! Eu disse pra você por a touca! - null esbravejou, preocupada com o frio que ele estava sentindo.
- Eu sei, mas você disse se eu sentisse frio não íamos voltar pegar a touca, então eu preferi fic...
- É óbvio que eu trouxe sua touca, null! Não ia deixar você passando frio. - null respondeu, abrindo sua bolsa e pegando a touca, colocando-a na cabeça de null no mesmo momento, fazendo-o sorrir em agradecimento.
- Obrigado, amor. Não sei o que seria de mim sem você. - Ele disse, fazendo-a sorrir convencida.
- Provavelmente nada. - null piscou para ele, fazendo-o rir.
Uma buzina foi ouvida, anunciando que o ônibus estava estacionando em frente ao ponto. Aos poucos, as poucas pessoas que também estavam ali formaram uma fila e foram entrando no ônibus. Como o veículo tinha dois andares e era completamente fechado por conta do frio, null e null escolheram os primeiros bancos no andar de cima, tendo assim uma vista privilegiada do trajeto até Lake Louise.
null deitou sua cabeça no ombro do namorado, que passou o braço pelo corpo dela, mantendo-a junto a si. Ele deu um beijo no topo de sua cabeça e os dois voltaram o olhar para frente, observando a paisagem. O trajeto não era longo, cerca de 40 minutos e chegariam ao destino, além de que as paisagens na estrada não eram nada feias.
- Amor? - null chamou, ouvindo null resmungar em resposta. - Obrigada.
- Pelo quê? - null afastou seu rosto, olhando diretamente para a namorada.
- Por essa viagem maravilhosa. - null disse e null sorriu. - É sério. Apesar de já termos viajado muito juntos, tem algo diferente nessa. Eu tô muito feliz por estar aqui com você.
null levou sua mão até o rosto de null e aproximou seus lábios, dando um selinho demorado na namorada.
- Te amo. - Declarou contra os lábios dela, sentindo-a sorrir contra sua boca.
- Também te amo, null. - null respondeu, deixando um beijinho na ponta do nariz dele antes de voltar a deitar a cabeça em seu ombro.
Um tempo depois, o ônibus parou, indicando que haviam chego ao destino. Devagar e seguindo as demais pessoas, eles desceram do veículo, dando as mãos assim que começaram a andar. null avisou que ia ao banheiro e null aproveitou para ir até a cabana de informações. Alguns minutos depois, null já procurava null olhando para todos os lados quando ele surgiu atrás dela, dizendo que também havia ido ao banheiro.
Os dois então seguiram caminho. Algumas placas indicavam os dois trajetos. Com muita insistência de null, eles decidiram primeiro ver o lago de perto, deixando o teleférico por último. Caminharam de mãos dadas e sem pressa pela trilha delimitada e, quando chegaram ao local, a paisagem que viram foi de tirar o fôlego.
Entre duas grandes montanhas, estava Lake Louise. O verde escuro das árvores contrastava com o tom azul turquesa do lago, tão claro e límpido que nem parecia real. A neve que pairava no topo das montanhas deixava a paisagem ainda mais espetacular.
- Meu... - null disse.
- ...Deus. - null completou a fala da namorada e os dois riram.
- Dentre todas as nossas viagens, esse é o lugar mais lindo que já estivemos. - null decretou, virando-se para o null, que encarava o lago em sua frente estupefato. - Tivemos sorte, amor. Ele podia estar congelado.
- Seria tão bonito quanto. - Concluiu null, puxando a namorada pela cintura e grudando seu corpo no dela. - Acho que essa paisagem merece algumas fotos.
null concordou, tirando a câmera de sua bolsa e entregando-a para o namorado. Fotografia era um hobby de null, então as fotos que foram tiradas a seguir ficaram extremamente bonitas. Depois de várias poses juntos e separados, os dois decidiram seguir caminho, com a certeza de que nunca esqueceriam a beleza do local que visitaram.
Fizeram o caminho de volta, agora indo para o local contrário ao que foram antes. A trilha levava para os teleféricos. Ambos estavam ansiosos, mas por motivos diferentes. Quando chegaram no local, ainda tiveram que esperar por alguns minutos, devido a fila de turistas que aguardavam para também embarcar em uma das gôndolas.
- Deus, que demora. - null comentou, rolando os olhos e cruzando os braços. - Ei! Por que eles estão passando na nossa frente? - Questionou, apontando para um grupo de cinco ou seis pessoas que entrou em uma gôndola antes deles.
- Eles são um grupo maior, deve ter gôndolas maiores para grupos, amor. - null respondeu e null deu de ombros, acatando a desculpa.
Voltou seu olhar para frente. Já que eram os próximos da fila, a espera não devia demorar muito. Mas não foi o que aconteceu. Por mais alguns minutos, o casal observou várias pessoas serem passadas na frente deles. Quando null já estava começando a realmente se irritar, finalmente foram liberados para embarcar.
Quando entraram na gôndola, null se sentou e null fez o mesmo, sentando ao lado da namorada. Era grande, comportava mais pessoas, mas por algum motivo desconhecido por ela, colocaram-nos sozinhos ali dentro. Logo começaram a se mover e seus olhos curiosos observavam a paisagem conforme subiam.
- Amor... - null chamou, observando null com o olhar vidrado na janela.
- MEU DEUS, UM URSO! - Ele berrou, fazendo a mulher se sobressaltar de susto. - Olha ali, amor, é um urso!
null gargalhou da reação do namorado, sorrindo para ele.
- Sim, amor. Vários ursos. Desse lado também tem. - Ela disse, apontando para o outro lado, fazendo o namorado se virar e quase deitar em cima dela para observar os animais. - Olha ali, os filhotin...
- Podemos adotar um, por favor? - null pediu, sem desviar seu olhar dos animais.
- Claro, escolha uma família e levamos ela inteirinha pra casa. - null respondeu, revirando os olhos. - Acho melhor um cachorro, quem sabe um gato...
null riu, voltando seu olhar para a namorada. Internamente, ele mordeu seu lábio, enquanto a observava. Os cabelos de null caíam por seu rosto, já que ela havia tirado a touca quando entraram. Sua pele branca, com algumas sardas, contrastava com seus olhos verdes. Lentamente ele aproximou a mão do queixo dela, virando seu rosto para si. Quando null ia abrir a boca para questionar algo, uma música começou a soar e ela franziu o cenho, confusa. Mal teve tempo de perguntar, por que null desatou a falar.
- Quando ficamos pela primeira vez, há três anos, você fugiu no meio da noite e me deixou sozinho em um quarto de hotel, sem nem saber seu nome. - null riu e null o acompanhou, ainda um pouco confusa. - Eu sabia que nunca esqueceria de você, não só pelo sexo que foi e ainda é incrível, mas por sua personalidade. Quem foge de um casamento junto com um estranho, reserva um quarto de hotel por uma noite e pede todas as comidas do cardápio do serviço de quarto? Você. Quer dizer, nós dois. - null sorriu para ele, um pouco nostálgica com as palavras do namorado. - Eu soube que precisava te encontrar de novo. Tentei, sem muito sucesso, conseguir seus dados, pelo menos seu nome, com o pessoal do hotel. Não consegui, até porque você nunca tinha se hospedado lá, já que morava em Vancouver. Quando, alguns meses depois em ma viagem que fiz a Vancouver, nos esbarramos na rua, eu mal pude acreditar. Mesmo você negando, eu sei que a princípio você não se lembrou de mim. Um almoço juntos e algumas horas depois já tínhamos marcado um encontro. E desde aquele dia, eu já tinha certeza que queria passar o resto da minha vida com você.
null respirou fundo, uma lágrima de felicidade escorrendo por seu rosto. null sorriu para ela e colocou sua mão em baixo do banco, tirando dali um buquê de tulipas - as flores favoritas de sua namorada. Estendeu-as para ela, que prontamente as pegou, trazendo-as para si e inalando o cheiro maravilhoso que elas exalavam.
- null. Nenhum de nós é perfeito. Você tem alguns defeitos e eu tenho o dobro deles - alguns dos quais só você sabe lidar. Não temos como ter certeza que ficaremos juntos para sempre, mas hoje, agora, esse é o nosso eternamente. - null sorriu abertamente ao observa-la, aproximando sua mão da mão dela, pegando-a e trazendo para si. - Sei que esse não é o anel mais bonito do mundo, já que eu comprei na lojinha de souvenirs - null comentou e null fingiu estar indignada -, mas prometo lhe comprar um decente assim que encontrarmos uma joalheria. Você aceita se casar comigo?
Em meio a muitas lágrimas de felicidade, null balançou a cabeça em concordância freneticamente, jogando os braços ao redor do corpo do namorado - agora noivo.
- Sim! É claro que sim! - null exclamou com o rosto contra o pescoço de null.
Ouviu-o gargalhar e se afastou. Ele segurou o rosto dela entre as mãos, sorrindo ao encarar os olhos verdes da mulher.
- Eu te amo, null. - null disse, dando um beijo na ponta do nariz da namorada, fazendo-a rir. - Agora, por favor, me deixa colocar esse anel ridículo no seu dedo?
null riu e balançou a cabeça, estendendo a mão para ele, que a pegou e lentamente deslizou o anel pelo dedo da noiva. O anel era regulável e havia um urso nele, com uma pequena pedra de coração no meio.
- Esse é o anel de noivado mais fofo do mundo. - null disse, observando a peça.
- Eu escolhi por causa do... - null começou a se justificar.
- Por causa do urso, eu sei. - Ela riu, interrompendo-o, rolando os olhos para ele. - É perfeito. E eu estou mais do que pronta pra passar o resto da minha vida com você.
- Eternamente? - null questionou, sem conter o sorriso que se abriu em sua boca, retribuindo ao que sua noiva esboçava.
null aproximou-se mais ainda dele, passando os braços ao redor do pescoço de null. Aproximou os lábios do rosto do noivo e roçou-os por sua bochecha, até que chegou em sua orelha, depositando um beijo no local que sabia que ele tanto gostava.
- Eternamente.
- Quer me esgoelar? - Ele perguntou e ela rolou os olhos para ele, pegando a toca que estava pendurada no cabide atrás da porta. - Eu não vou usar isso!
- Tudo bem. Vou deixar aqui e não vamos voltar pra buscar quando você começar a reclamar que sua cabeça tá congelando. - null disse, colocando a própria touca e enrolando um grosso cachecol em seu pescoço.
- Eu tô acostumado com neve, sei o que é isso. - null retrucou, colocando as mãos nos bolsos.
- Não, querido, você tá acostumado com a neve e o inverno de Vancouver. Aqui em Banff as coisas são bem diferentes. - Respondeu, colocando a bolsa em seu ombro e estendendo a mão para o namorado. - Vamos?
- Será que a gente vai ver um urso? - null perguntou, entrelaçando seus dedos envoltos por uma luva nos da namorada. - Eu nunca vi um urso. Você já viu um urso?
A mulher trancou a porta do apartamento que alugaram para os dias que passariam na cidade e os dois começaram a andar em direção às escadas. Ao ouvir os questionamentos de null, null riu, revirando os olhos. A vida toda ela pediu por um namorado maduro, adulto, que a entendesse e claro, que a amasse. Ela recebeu null, que de maduro só tinha os cabelos. Bom, pelo menos ele a entendia e a amava. Apesar de ser um retardado a maior parte do tempo, ele sabia quando a situação pedia por uma postura mais séria, e esse era um dos motivos pelos quais null se apaixonou por ele: sua personalidade única.
- Nunca vi um urso, amor, mas acho que eles não costumam aparecer durante o dia. - null respondeu quando deu o primeiro passo para fora do prédio, estreitando os olhos para a claridade. O vento gélido logo bateu em seu rosto e pelo canto do olho, viu null se encolher e pigarreou, chamando a atenção dele. - Tá com frio?
- Não. Tô até com calor. - null sorriu forçadamente e a namorada segurou o riso. - Essa roupa é quente demais, te falei que não precisava disso e...
- Ok, null. - null o cortou, sorrindo para ele. - Tem algumas lojinhas turísticas aqui perto que eu quero ir...
- O que você quiser, meu amor. - null respondeu e aproximou o rosto da namorada, dando um beijo em sua bochecha.
De mãos dadas, o casal seguiu caminho pela rua que estava coberta de neve. Era pleno inverno e essa viagem tinha sido um presente de null para null, já que Banff era um destino que ela sempre quis conhecer. A mulher ficou tão empolgada quando ele lhe contou a novidade que largou tudo o que fazia, pulando em cima do namorado no mesmo momento. Não era a primeira viagem deles juntos, mas essa talvez se tornasse a mais memorável.
- Ai meu Deus, amor, olha esse ursinho com a camiseta! - null exclamou assim que pararam em frente à uma loja de souvenirs. - Vou comprar um pra levarmos pra casa.
null riu, dando de ombros. null o puxou para dentro da loja e enquanto ela ia atrás de seu ursinho, ele se aproximou de uma prateleira com vários copinhos de shot. Depois de muito observa-los, escolheu um com um urso dentro e o nome da cidade por fora. Seria mais um copo para a coleção que os dois tinham em Vancouver - para todo o lugar que iam, traziam um copinho.
- O que achou? - null perguntou ao se aproximar dele. null se virou e estendeu o copo para a namorada. - Ah, que amor! Mais um pra nossa coleção. - Ela sorriu, estendendo então o urso para ele. - Esse é Teddy.
- Nossa, você não poderia ser menos clichê? - null riu e null fechou a cara. - Desculpa, amor, Teddy é perfeito. - A garota sorriu e se aproximou dele, dando um beijo estalado na boca do namorado. - Eu vou pagar, me espera ali fora? - null pediu e null concordou, afastando-se do namorado e saindo da loja.
Sentou-se em um banco que tinha na calçada e cruzou as pernas, esfregando suas mãos uma na outra. Ajeitou a touca em sua cabeça e sorriu enquanto observava as pessoas que caminhavam por ali. A cidade estava cheia de turistas, mas isso não a incomodava. null adorava viajar, amava cidades turísticas e se divertia ao observar a diversidade de pessoas que geralmente se reuniam nesses locais.
- Pronto. - null disse, parando em frente a namorada segurando uma sacola com o que tinha acabado de comprar. - Peguei esse folheto. É esse o lago que você quer conhecer, né?
- Lake Louise. Sim! - null exclamou, empolgada. - Será que conseguimos ir hoje?
- Acho que sim. Tem um ônibus que sai logo depois do almoço. - null disse e passou a mão pela cabeça, bagunçando seu cabelo. null arqueou uma sobrancelha e ele revirou os olhos. - Não tô com frio! - Se defendeu, fazendo a namorada rir.
- Eu não falei nada, amor. - null disse, erguendo os ombros e depois entrelaçando seus dedos nos do namorado. - Vamos passear mais um pouco, almoçamos e aí pegamos o ônibus.
Os dois continuaram o caminho juntos, observando cada detalhe da cidade em que estavam. Banff era pequena, mas muito acolhedora. Apesar de muitos dos passeios não funcionarem no inverno, conhece-la nessa época era tão maravilhoso quanto no verão. Passaram por todos os pontos turísticos que ficavam dentro da cidade - o que não demorou muito, levando em conta o quão pequena ela era. Visitaram algumas praças e parques e até um museu. Por fim, tomaram um chá em uma loja tradicional local e então almoçaram e agora se dirigiam para o ponto de ônibus.
- Olha só, aqui diz que tem uma gôndola que sobe a montanha do Lake Louise. - null comentou, lendo o folheto que null lhe entregara, enquanto os dois esperavam no ponto de ônibus. - Ai meu Deus, você vai amar.
- O que? O que é? - null perguntou, tentando arrancar o folheto da namorada, que riu e escondeu-o dentro de sua bolsa. Ele fechou a cara. - Deus do céu, mulher, pra que me deixar curioso?
- Porque é engraçado. - null respondeu, dando de ombros. - Você fica extremamente fofo quando tem esses momentos. - Disse, aproximando suas mãos do rosto do namorado e segurando-o entre suas mãos, apertando suas bochechas, vendo-o rolar os olhos. Ignorando, ela aproximou seu rosto do dele e encostou seus lábios, lhe dando um selinho. - Te amo, coisa fofa.
As bochechas de null adquiriram um tom rosado extremamente fofo, o que fez null gargalhar. Ele não era muito fã dessas demonstrações de amor em público. Ela passou as mãos pelo cabelo do namorado, arregalando os olhos ao perceber como sua cabeça estava gelada.
- null, você vai ficar doente! Eu disse pra você por a touca! - null esbravejou, preocupada com o frio que ele estava sentindo.
- Eu sei, mas você disse se eu sentisse frio não íamos voltar pegar a touca, então eu preferi fic...
- É óbvio que eu trouxe sua touca, null! Não ia deixar você passando frio. - null respondeu, abrindo sua bolsa e pegando a touca, colocando-a na cabeça de null no mesmo momento, fazendo-o sorrir em agradecimento.
- Obrigado, amor. Não sei o que seria de mim sem você. - Ele disse, fazendo-a sorrir convencida.
- Provavelmente nada. - null piscou para ele, fazendo-o rir.
Uma buzina foi ouvida, anunciando que o ônibus estava estacionando em frente ao ponto. Aos poucos, as poucas pessoas que também estavam ali formaram uma fila e foram entrando no ônibus. Como o veículo tinha dois andares e era completamente fechado por conta do frio, null e null escolheram os primeiros bancos no andar de cima, tendo assim uma vista privilegiada do trajeto até Lake Louise.
null deitou sua cabeça no ombro do namorado, que passou o braço pelo corpo dela, mantendo-a junto a si. Ele deu um beijo no topo de sua cabeça e os dois voltaram o olhar para frente, observando a paisagem. O trajeto não era longo, cerca de 40 minutos e chegariam ao destino, além de que as paisagens na estrada não eram nada feias.
- Amor? - null chamou, ouvindo null resmungar em resposta. - Obrigada.
- Pelo quê? - null afastou seu rosto, olhando diretamente para a namorada.
- Por essa viagem maravilhosa. - null disse e null sorriu. - É sério. Apesar de já termos viajado muito juntos, tem algo diferente nessa. Eu tô muito feliz por estar aqui com você.
null levou sua mão até o rosto de null e aproximou seus lábios, dando um selinho demorado na namorada.
- Te amo. - Declarou contra os lábios dela, sentindo-a sorrir contra sua boca.
- Também te amo, null. - null respondeu, deixando um beijinho na ponta do nariz dele antes de voltar a deitar a cabeça em seu ombro.
Um tempo depois, o ônibus parou, indicando que haviam chego ao destino. Devagar e seguindo as demais pessoas, eles desceram do veículo, dando as mãos assim que começaram a andar. null avisou que ia ao banheiro e null aproveitou para ir até a cabana de informações. Alguns minutos depois, null já procurava null olhando para todos os lados quando ele surgiu atrás dela, dizendo que também havia ido ao banheiro.
Os dois então seguiram caminho. Algumas placas indicavam os dois trajetos. Com muita insistência de null, eles decidiram primeiro ver o lago de perto, deixando o teleférico por último. Caminharam de mãos dadas e sem pressa pela trilha delimitada e, quando chegaram ao local, a paisagem que viram foi de tirar o fôlego.
Entre duas grandes montanhas, estava Lake Louise. O verde escuro das árvores contrastava com o tom azul turquesa do lago, tão claro e límpido que nem parecia real. A neve que pairava no topo das montanhas deixava a paisagem ainda mais espetacular.
- Meu... - null disse.
- ...Deus. - null completou a fala da namorada e os dois riram.
- Dentre todas as nossas viagens, esse é o lugar mais lindo que já estivemos. - null decretou, virando-se para o null, que encarava o lago em sua frente estupefato. - Tivemos sorte, amor. Ele podia estar congelado.
- Seria tão bonito quanto. - Concluiu null, puxando a namorada pela cintura e grudando seu corpo no dela. - Acho que essa paisagem merece algumas fotos.
null concordou, tirando a câmera de sua bolsa e entregando-a para o namorado. Fotografia era um hobby de null, então as fotos que foram tiradas a seguir ficaram extremamente bonitas. Depois de várias poses juntos e separados, os dois decidiram seguir caminho, com a certeza de que nunca esqueceriam a beleza do local que visitaram.
Fizeram o caminho de volta, agora indo para o local contrário ao que foram antes. A trilha levava para os teleféricos. Ambos estavam ansiosos, mas por motivos diferentes. Quando chegaram no local, ainda tiveram que esperar por alguns minutos, devido a fila de turistas que aguardavam para também embarcar em uma das gôndolas.
- Deus, que demora. - null comentou, rolando os olhos e cruzando os braços. - Ei! Por que eles estão passando na nossa frente? - Questionou, apontando para um grupo de cinco ou seis pessoas que entrou em uma gôndola antes deles.
- Eles são um grupo maior, deve ter gôndolas maiores para grupos, amor. - null respondeu e null deu de ombros, acatando a desculpa.
Voltou seu olhar para frente. Já que eram os próximos da fila, a espera não devia demorar muito. Mas não foi o que aconteceu. Por mais alguns minutos, o casal observou várias pessoas serem passadas na frente deles. Quando null já estava começando a realmente se irritar, finalmente foram liberados para embarcar.
Quando entraram na gôndola, null se sentou e null fez o mesmo, sentando ao lado da namorada. Era grande, comportava mais pessoas, mas por algum motivo desconhecido por ela, colocaram-nos sozinhos ali dentro. Logo começaram a se mover e seus olhos curiosos observavam a paisagem conforme subiam.
- Amor... - null chamou, observando null com o olhar vidrado na janela.
- MEU DEUS, UM URSO! - Ele berrou, fazendo a mulher se sobressaltar de susto. - Olha ali, amor, é um urso!
null gargalhou da reação do namorado, sorrindo para ele.
- Sim, amor. Vários ursos. Desse lado também tem. - Ela disse, apontando para o outro lado, fazendo o namorado se virar e quase deitar em cima dela para observar os animais. - Olha ali, os filhotin...
- Podemos adotar um, por favor? - null pediu, sem desviar seu olhar dos animais.
- Claro, escolha uma família e levamos ela inteirinha pra casa. - null respondeu, revirando os olhos. - Acho melhor um cachorro, quem sabe um gato...
null riu, voltando seu olhar para a namorada. Internamente, ele mordeu seu lábio, enquanto a observava. Os cabelos de null caíam por seu rosto, já que ela havia tirado a touca quando entraram. Sua pele branca, com algumas sardas, contrastava com seus olhos verdes. Lentamente ele aproximou a mão do queixo dela, virando seu rosto para si. Quando null ia abrir a boca para questionar algo, uma música começou a soar e ela franziu o cenho, confusa. Mal teve tempo de perguntar, por que null desatou a falar.
- Quando ficamos pela primeira vez, há três anos, você fugiu no meio da noite e me deixou sozinho em um quarto de hotel, sem nem saber seu nome. - null riu e null o acompanhou, ainda um pouco confusa. - Eu sabia que nunca esqueceria de você, não só pelo sexo que foi e ainda é incrível, mas por sua personalidade. Quem foge de um casamento junto com um estranho, reserva um quarto de hotel por uma noite e pede todas as comidas do cardápio do serviço de quarto? Você. Quer dizer, nós dois. - null sorriu para ele, um pouco nostálgica com as palavras do namorado. - Eu soube que precisava te encontrar de novo. Tentei, sem muito sucesso, conseguir seus dados, pelo menos seu nome, com o pessoal do hotel. Não consegui, até porque você nunca tinha se hospedado lá, já que morava em Vancouver. Quando, alguns meses depois em ma viagem que fiz a Vancouver, nos esbarramos na rua, eu mal pude acreditar. Mesmo você negando, eu sei que a princípio você não se lembrou de mim. Um almoço juntos e algumas horas depois já tínhamos marcado um encontro. E desde aquele dia, eu já tinha certeza que queria passar o resto da minha vida com você.
null respirou fundo, uma lágrima de felicidade escorrendo por seu rosto. null sorriu para ela e colocou sua mão em baixo do banco, tirando dali um buquê de tulipas - as flores favoritas de sua namorada. Estendeu-as para ela, que prontamente as pegou, trazendo-as para si e inalando o cheiro maravilhoso que elas exalavam.
- null. Nenhum de nós é perfeito. Você tem alguns defeitos e eu tenho o dobro deles - alguns dos quais só você sabe lidar. Não temos como ter certeza que ficaremos juntos para sempre, mas hoje, agora, esse é o nosso eternamente. - null sorriu abertamente ao observa-la, aproximando sua mão da mão dela, pegando-a e trazendo para si. - Sei que esse não é o anel mais bonito do mundo, já que eu comprei na lojinha de souvenirs - null comentou e null fingiu estar indignada -, mas prometo lhe comprar um decente assim que encontrarmos uma joalheria. Você aceita se casar comigo?
Em meio a muitas lágrimas de felicidade, null balançou a cabeça em concordância freneticamente, jogando os braços ao redor do corpo do namorado - agora noivo.
- Sim! É claro que sim! - null exclamou com o rosto contra o pescoço de null.
Ouviu-o gargalhar e se afastou. Ele segurou o rosto dela entre as mãos, sorrindo ao encarar os olhos verdes da mulher.
- Eu te amo, null. - null disse, dando um beijo na ponta do nariz da namorada, fazendo-a rir. - Agora, por favor, me deixa colocar esse anel ridículo no seu dedo?
null riu e balançou a cabeça, estendendo a mão para ele, que a pegou e lentamente deslizou o anel pelo dedo da noiva. O anel era regulável e havia um urso nele, com uma pequena pedra de coração no meio.
- Esse é o anel de noivado mais fofo do mundo. - null disse, observando a peça.
- Eu escolhi por causa do... - null começou a se justificar.
- Por causa do urso, eu sei. - Ela riu, interrompendo-o, rolando os olhos para ele. - É perfeito. E eu estou mais do que pronta pra passar o resto da minha vida com você.
- Eternamente? - null questionou, sem conter o sorriso que se abriu em sua boca, retribuindo ao que sua noiva esboçava.
null aproximou-se mais ainda dele, passando os braços ao redor do pescoço de null. Aproximou os lábios do rosto do noivo e roçou-os por sua bochecha, até que chegou em sua orelha, depositando um beijo no local que sabia que ele tanto gostava.
- Eternamente.
FIM
Nota da autora:
Essa fic nem parece minha de tão fofa que é. Tô bem satisfeita com ela e espero que vocês também gostem. <3
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Ficstapes:
01. On The Loose [Ficstape FLICKER - Restrita]




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