Capítulo único
Rosemead, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos
3 de Julho de 2014.
- Fala logo, amor, pra onde está me levando? – choramingou pela décima vez desde que pegaram a estrada.
- Sua ansiedade ainda vai te matar, é uma surpresa, então sossega e aproveita o caminho – soltou sua risada habitual ao ver o bico que a namorada fez quando olhou rapidamente quando ela bufou, voltando logo sua atenção à estrada poeirenta na frente deles, estava tão calor que o ar condicionado não estava dando conta, ele quase se arrependeu da ideia, mas sabia que ia ficar louca quando chegassem lá, era o primeiro aniversário de namoro deles e o sonho dela era chegar pertinho do letreiro de Hollywood, mesmo morando perto, ela disse que devia ser um passeio especial, não como se fosse uma turista qualquer.
Flashback - 1 ano antes
se mudou pra Califórnia para estudar, quando ela passou na University of the West, se mudou de Londres para curtir o sonho na ex colônia, seus pais foram totalmente contra no início, mas depois acabaram aceitando, logo ela ficaria mais madura e esqueceria toda essa bobagem, como a família era rica e tinha muito prestígio na Inglaterra pelo cargo político de seu pai, herança de seu avô, não queriam aceitar que a filha fosse para os Estados Unidos por um capricho, a mãe era uma dama de boa família e deveria seguir os passos dela, continuar frequentando os eventos da alta sociedade e arranjar um ótimo casamento. Só que os planos mudaram radicalmente, porque no dia em que entrou no avião, esbarrou com um músico meio desastrado que se recusou a deixar o violão para ser despachado e deu um jeito de fazer quantos shows foi possível para poder pagar pela primeira classe e viajar com seu instrumento.
- Você não enxerga, não? – ela questionou o jovem, indignada por ter levado um leve golpe do braço do violão quando foi se virar para guardar o instrumento no bagageiro.
- Ai meu Deus, perdão, eu só estava tentando acertar alguém pra falar comigo e eu não viajar sozinho o voo todo. – ele soltou uma risada, mas quando se virou para a garota enquanto ria, perdeu um pouco o fôlego em ver como ela era bonita, não era uma britânica típica, mas ela tinha traços finos e uma expressão forte ao mesmo tempo, ele não conseguiu desviar os olhos por um tempo.
- Que idiota, você não vai sentar aí, né? – Ela não costumava usar palavras de baixo calão quase nunca, mas acabou deixando escapar, ficara nervosa quando o rapaz a encarou com aqueles olhos tão intensos.
- Pelo que diz na minha passagem, esse é meu assento, então sim, eu vou me sentar aqui. – Ele terminou de ajeitar o violão e sentou com um sorriso triunfante quando viu que a garota se encaminhava para o assento na mesma fileira do outro lado do corredor.
- Você nem está vestido pra quem viaja de primeira classe. – Ela não se segurou e revirou os olhos pra ele, fazendo-o dar uma gargalhada.
- Independente da roupa, princesa, quem paga pela primeira classe, senta na primeira classe. – Ele foi obrigado a continuar provocando aquela linda garota.
Durante as primeiras 2 horas do voo de quase 12, eles ficaram se implicando, até que ela cedeu, finalmente começaram com as amenidades e trocar histórias, nenhum dos dois entendeu direito como a conversa tomou aquele rumo, mas foi ficando cada vez mais interessante.
Fim do flashback
San Bernardino Freeway, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos
3 de Julho de 2014.
pegou o celular e tentou abrir o GPS para ver onde estavam indo, mas logo que percebeu, tirou o aparelho das mãos dela e jogou no banco de trás.
- Se você pegar de novo, eu jogo pela janela. – Ele sorriu largamente quando percebeu que ela cruzara os braços, mais emburrada ainda.
- Por que tá fazendo isso comigo? Sabe que eu não gosto de surpresas e não gosto de saber o que está acontecendo.
- Para de ser mimada, eu estou tentando fazer um gesto aqui, dá licença? Escolhe uma música aí e para de reclamar um pouco. – Ele riu mais ainda quando viu o que isso causou, ela bufou mais forte e abriu o porta luvas para procurar um CD. – Já passamos por umas 20 placas, se você tivesse prestando atenção em vez de ficar choramingando, já teria percebido que caminho estamos tomando.
A viagem de carro levava uns 30 minutos, com o trânsito da véspera de feriado levaria praticamente o dobro, mas pareceu que estavam naquele avião por 12 horas de novo, depois de 15 minutos de puro chilique, ela relaxou e começou a aproveitar o sol e a música que saía em altura agradável dos autofalantes.
Quando fizeram uma curva à direita que dava acesso à Golden State Freeway, passaram por uma placa gigante que o ponto turístico “letreiro de Hollywood“ ficava a 9 milhas de distância, ela soltou um grito que quase deixou surdo.
- Não acredito que você tá me trazendo aqui sem me contar nada, não trouxe nem roupa pra isso. – Ela não tinha perdido seus trejeitos de patricinha totalmente e ele adorava isso, dava um toque ainda mais especial na sua garota tão linda e sonhadora.
- Roupa pra que? – Ele perguntou, rindo da reação dela.
- Como assim que roupa? , você sabe que eu tinha uma roupa especial comprada especialmente para quando viesse finalmente conhecer o letreiro mais famoso do mundo. – Ela estava praticamente gritando, fazendo-o rir mais ainda.
- Como você sabe que não coloquei sua bendita roupa no porta malas sem você ver?
- Ai meu Deus, eu não acredito que você está fazendo isso comigo – ela simulou um desmaio quando ele finalmente entrou no estacionamento de um hotel que ficava bem próximo do acesso ao letreiro para que pudessem fazer o resto do caminho até lá a pé para evitarem o trânsito devido ao feriado do dia seguinte.
- O que foi menina? Não tá feliz, não? – ele deu uma sacodida de leve nela, que namorada mais dramática ele arrumou.
- Você sabe que amanhã é 4 de julho, não sabe? Essa droga estará fechada para o show de fogos, não acredito que você me trouxe até aqui e eu nem vou poder ir lá.
- Cara, como você é louca... você não me conhece? Acha que eu não planejei tudo? Eu conheço você e sei cada partezinha desse seu sonho doido de visitar esse letreiro, por que acha que escolhi essa data? Faz exatamente um ano que a gente se conhece e eu quis te preparar uma surpresa à altura porque até hoje não sei como aquela patricinha tão maravilhosa deu bola pra um músico mal vestido em um avião... Não , não chora. – Ele a abraçou com carinho.
- Eu não acredito que estou sendo essa escrota com você e você fez tudo isso por mim. – Ela enterrou o rosto no pescoço dele e se aconchegou mais nos braços dele.
Hollywood, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos
03 de julho de 2014 – 22:00h
- Ah , eu não acredito nisso, como você conseguiu? – Ela estava novamente à beira das lágrimas quando viu um belo piquenique posto ao pé da letra H do letreiro que ela mais amava no mundo.
- Tenho amigos que tem amigos – ele abriu um sorriso e levou a garota pela mão até que pudessem se sentar, o parque realmente estava fechado, mas conseguiu o contato de um produtor importante de Hollywood que fez possível que eles ficassem a sós e pudessem ter uma noite romântica lá.
Ela deu um beijo demorado nele e sentou-se apreciando a vista da cidade brilhante à sua frente, ele serviu vinho e eles comeram e conversaram um pouco enquanto aguardavam o show de fogos que começaria à meia noite.
Climb up the H
Of the Hollywood sign, yeah
In these stolen moments
The world is mine (do it, do it)
There's nobody here
Just us together (shut up, shut up)
Keepin' me hot
Like July forever
Exatamente à meia noite, eles subiram na letra H e sentaram-se no traço do meio para assistirem aos fogos, foi a coisa mais maravilhosa que já vira, seu sonho tão esperado em um dia tão importante, fazia 1 ano e 1 dia que conhecera esse homem tão incrível que fazia tão bem pra ela e ele preparara essa surpresa tão linda.
Eles desceram depois de algum tempo e ele ajeitou as coisas do piquenique em uma sacola, ele pegou uma manta que tinha trazido em uma mochila para ficar mais confortável e deitou-se com ela em seu peito.
'Cause we're the masters of our own fate
We're the captains of our own souls
There's no way for us to come away
'Cause boy we're gold, boy we're gold
And I was like...
Take off, take off
Take off all your clothes
Take off, take off
Take off all your clothes
Take off, take off
Take off all of your clothes
Eles se envolveram na manta leve e começaram um beijo bem intenso, as mãos corriam pelo corpo do outro avidamente, logo se livraram das roupas e trocavam as carícias mais intensas, mais deliciosas e mesmo depois de terem dormido juntos várias vezes, aquelas preliminares estavam deixando ambos com muito tesão e cada vez com mais vontade de mostrar todo aquele amor e desejo que estavam sentindo naquele momento.
They say only the good die young
That just ain't right
'Cause we're having too much fun
Too much fun tonight, yeah
And a lust for life, and a lust for life
And a lust for life, and a lust for life
Keeps us alive, keeps us alive
Keeps us alive, keeps us alive
Rosemead, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos
20 de Outubro de 2016 – dois anos depois.
- Olha , eu não aguento mais essa menina te perseguindo, ela te liga quase todo dia, fica aparecendo aqui, eu já estou cheia... – tinha aguentado o tanto quando pôde, mas tinha reaparecido na vida dele depois de 3 anos sem nem falar com ele dizendo que saiu de Londres, o procurou porque eles foram muito amigos na escola e porque estava com muitos problemas com o ex, disse que a vida profissional estava ruim e mais um monte de coisa, super compreendeu no início e até deu um pouco de apoio, mas depois de um tempo percebeu as investidas pra cima do namorado.
- , calma, ela tá precisando de ajuda, tá dormindo aqui e ali até se firmar em um emprego, ela só pediu pra ficar com a gente uns dias...
- De novo? Quando ela chegou, ficou quase um mês aqui.
- Eu sei, mas ela acabou sendo demitida do bar depois que um cara deu em cima dela e ela jogou bebida nele.
- Ah sei... Deve ter sido isso mesmo... – ela revirou os olhos, sabia que de inocente a garota não tinha nada - mas eu não quero, acho ela invasiva demais, pra não dizer folgada, né? Eu já dei minha opinião, se você quiser receber ela aqui, ok, mas saiba que eu não concordo e não serei conivente se ela for espaçosa demais e ficar em cima de você, não sou obrigada.
- Meu amor, não fala assim, ela é minha amiga.
- E eu sou a sua namorada, mas tudo bem, não quero falar mais disso, estou me sentindo mal o dia todo e isso não ajudou em nada meu enjoo.
- Você não tá bem? Por que não me disse? Quer ir num hospital?
- Não, deve ser estresse pelas provas e alguma coisa que eu comi não caiu bem, mas eu vou ficar bem.
Depois de duas semanas da ilustre presença de , já estava querendo bater nela, mas continuou engolindo sapos para não brigar com , estava tendo um dia difícil, mas fora sua última prova, ela passou na biblioteca para deixar uns livros e encontrou uns colegas no caminho que estavam indo comemorar o fim das aulas, como não estava muito a fim de socializar com a amiguinha do namorado, ela acabou aceitando e mandou uma mensagem pra ele que sairia com o pessoal da faculdade, ele perguntou onde podia encontra-la, mas ela disse que seria só o pessoal da sala dela e logo estaria em casa, praticamente dispensando-o.
Acabou que a saída foi relaxante e divertida, ela não era muito de beber, ficou no refrigerante enquanto os amigos entornavam cada vez mais doses e ficaram falando besteiras e relembrando as melhores aulas, momentos legais que tiveram, quando percebeu que já era bem tarde, estava bem cansada, resolveu pegar um táxi e ir pra casa.
’s POV
Chequei o celular quando entrei no táxi e não tinha nenhuma mensagem de , fiquei bem irritada por ser quase meia noite e ele nem ter perguntado nada de mim. Ele sempre foi tranquilo quando eu saía com o pessoal da faculdade e às vezes ele não podia ir, mas sempre perguntava se eu ia demorar, se já estava indo pra casa ou algo do tipo quando não estava fazendo nenhum show, mas dessa vez não tinha mandado nada, devia estar se divertindo com a amiguinha dele.
Não fiz muito barulho quando entrei no apartamento, deixei a bolsa e os sapatos no hall e fui para a cozinha, queria um copo de água, quando apareci na porta da cozinha, vi os dois quase se beijando.
- Mas que droga está acontecendo aqui? – eles levaram um susto e praticamente a empurrou.
- ... amor... não... – ele se atrapalhou todo e eu só queria dar um tapa na cara dele.
- Para, não fala nada, eu quero ela fora daqui agora, não tô nem ai se ela vai dormir na calçada, debaixo da ponte, num bueiro, ela tem que sair do nosso apartamento AGORA. – Entrei no quarto e bati a porta com tudo, não queria chorar na frente deles, meu estômago revirou e corri para o banheiro, tinha dias que não estava bem por causa do nervoso com as provas e com a presença dessa vaca, vomitei tudo o que tinha no estômago e comecei a chorar, como ele podia ter feito isso comigo?
Peguei um pouco de água da torneira e bebi devagar, começou a bater na porta quando percebeu que estava trancada e pediu pra conversar comigo.
- Eu não vou falar com você agora, pode ir dormir no outro quarto.
- , por favor, deixa eu falar com você, ela já foi, não tava rolando nada demais, foi um erro...
- Para de falar, não quero saber, vou tomar um banho e dormir.
Entrei no chuveiro e deixei as lágrimas caírem, fiquei no chuveiro até conseguir parar de chorar e depois deitei na cama, ele insistiu mais umas duas vezes e eu preferi nem responder, não conseguiria nem olhar na cara dele naquele momento.
Fim ’s POV
No dia seguinte, ela abriu a porta do quarto e não acreditou quando o viu dormindo no chão, ela deu um chute leve nele para acordá-lo.
- Me chama de dramática e dormiu aí? Por que não foi atrás dela saber se ela ia ficar bem depois de sair daqui no meio da noite?
- , por favor, vamos conversar.
- Não, não quero falar com você, eu disse que não queria ela aqui e você insistiu, vou arrumar minhas coisas e ir pra Londres, já comprei a passagem pelo celular, você nem ouse vir atrás de mim.
Ela foi na cozinha e preparou um café forte, comeu alguma coisinha e bebeu seu café sob os olhares de súplica do namorado.
- Não fica aí olhando pra minha cara, pode ir fazer suas coisas, eu vou terminar minha mala e ir pro aeroporto.
- Por favor, você não pode viajar assim, precisamos conversar.
- Eu preciso de um tempo pra pensar sobre isso e você vai me dar, ok? Vai esperar eu estar pronta e te ligar.
- Não faz assim, amor, não aconteceu nada, eu juro.
- Não jure e não minta pra mim, eu tô indo. – Ela voltou pro quarto pra pegar mais algumas coisas, como não tinha conseguido dormir quase nada, tomou essa decisão e a mala estava praticamente pronta. Terminou de arrumar tudo e saiu do apartamento, com ele fazendo todo o drama possível atrás dela até ela entrar num táxi na frente do prédio.
Ela chorou muito no caminho e o taxista respeitou seu espaço, deixou a moça no aeroporto e recebeu seu pagamento sem dizer uma palavra, ela agradeceu e foi fazer seu check in, o voo seria em 2 horas.
Londres, Reino Unido
10 de novembro de 2016.
’s POV
Ai meu Deus, eu não posso estar grávida. Eu andava de um lado para outro na sala de espera reservada do hospital, como continuei passando mal, resolvi fazer um check up pra ver se não estava com nada sério e a médica que me atendeu disse que todos os sintomas eram de gravidez e pediu alguns exames para confirmar.
Depois de 1 hora infinita de espera, fui chamada na sala de atendimento novamente.
- Então, você realmente está grávida, como eu pensei, está com aproximadamente 20 semanas.
- Como assim? Eu não devia ter percebido isso antes? Eu sei que estava um pouco atrasada, mas achei que fosse estresse, sei lá... – comecei a fazer as contas mentalmente e escondi o rosto nas mãos – Minha mãe vai me matar.
- Calma senhorita, não deve ser o fim do mundo, pensa bem, pode não ter sido planejado, mas é um bebê, e cadê o pai? Se me permite a pergunta.
- Ele está nos Estados Unidos, ele é ou era meu namorado, nem sei mais, nós brigamos.
Fiquei conversando um pouco com a médica que era muito atenciosa e paciente, ela me deu uma receita para reposição de vitaminas e me explicou que deveria procurar um obstetra para fazer os acompanhamentos corretos, agradeci e sai de lá desconcertada, logo eu precisaria voltar pra faculdade e não sabia como lidar com essa situação, ainda mais depois da briga com , ele mandou algumas mensagens pouco insistentes apenas perguntando se eu estava bem desde a minha viagem. Quando cheguei na casa dos meus pais, dei uma olhada no espelho, achei que só tinha engordado um pouco com a loucura da faculdade, mas tinha um bebê ali e ele tinha quase 5 meses já, não ia demorar muito pra nascer e eu nem sabia da existência dele.
Esperei uns dias pra contar pra minha mãe e ela surtou, obviamente, meu pai estava viajando com o pessoal do Parlamento para resolver alguns problemas que a administração do país estava enfrentando, então não precisaria lidar com ele ainda. Depois de conseguir acalmá-la, fiquei pensando em como falar pro , ou pior, se ia mesmo falar com ele... Eu seria uma mãe solteira? Ia voltar pra faculdade até o bebê nascer? Muitas perguntas a serem respondidas.
Fim ’s POV
Londres, Reino Unido
04 de Dezembro de 2016.
não aguentava mais a distância e o afastamento de , finalmente decidiu pegar um avião e ir atrás dela, cancelou os shows que tinha nas próximas semanas e chegou em Londres decidido a ter a namorada de volta. Chegou no portão casarão da família dela bem nervoso, mas precisava vê-la e cansou de esperar o tempo que ela pediu, a entrada foi autorizada e o táxi o deixou na entrada da casa antes de partir. Ele esperou alguns segundos e um criado veio abrir a porta.
- O que você está fazendo aqui? Eu disse que precisava de tempo – apareceu atrás do rapaz que abriu a porta, ele logo vislumbrou a barriga protuberante na blusa justa que ela usava e ficou sem ar.
- Eu precisava te ver, não aguantava mais ficar longe – ele achou melhor não mencionar a provável gravidez logo de cara, também precisava processar a informação antes de perguntar.
- Vamos lá pro meu quarto... – Ela subiu as escadas e ele a seguiu. Quando ela fechou a porta, ele foi tentar abraça-la, mas ela se afastou um pouco. – Não, ainda não, eu disse que ia te procurar quando estivesse pronta, por que veio aqui?
- Quando estivesse pronta? Faz 2 meses que você sumiu e quase não responde as minhas mensagens, ia me contar que estava grávida? Ou ia se mudar pra cá e nunca mais falar comigo?
- ... eu descobri há poucas semanas, não tinha percebido até então, achei que estava nervosa com as provas e com a... , eu não consegui pensar em como te contar ainda e se queria contar – ela começou a chorar, os hormônios estavam à flor da pele, ela não tinha muito controle sobre isso nos últimos dias, tentando descobrir o que fazer.
- Não tem , ela foi me procurar depois e eu mandei ela embora, disse pra não me procurar mais, ela que estava se jogando em mim, eu tinha bebido um pouco, sei que isso não é desculpa, mas eu nem beijei ela, você precisa me perdoar.
- Não beijou porque eu cheguei bem na hora, não é? Mas isso não importa, eu vou ter um bebê e preciso pensar nele agora. – Ela chorou mais ainda, ele hesitou um pouco e tentou abraçá-la de novo, dessa vez ela deixou e chorou no ombro dele.
Eles ficaram conversando por horas e uma criada bateu na porta para anunciar a hora do jantar, eles desceram pra falar com a mãe dela, que o tratou com o máximo de educação que conseguiu, afinal, não tinha mais solução para o problema da filha, uma solteira grávida era um pesadelo na sociedade, ela não conseguiria se casar com ninguém da mesma classe, então a mãe teria que engolir o tal rapaz para não ver a filha sozinha com um bebê. O pai dela agiu como se nem soubesse o que estava acontecendo, preferia evitar esse tipo de conflito, então deixava que a esposa cuidasse “desses assuntos”. Jantaram o mais civilizadamente possível e, em seguida, e subiram para terminar sua conversa.
acabou cedendo e eles acabaram se entendendo, ela disse que também sentia muita falta dele e deixaria a história pra lá, ela deixara umas coisas pra resolver em Rosemead e concordou em voltar com ele depois do Natal, ele tinha os shows do fim do ano, mas ela ainda tinha alguns exames pra fazer e depois terminaria o acompanhamento da gravidez nos Estados Unidos.
Em Janeiro, com a gravidez chegando ao sétimo mês, eles decidiram saber o sexo, teriam uma menininha, disse que queria levá-la ao letreiro para comemorar a reconciliação e que logo teriam sua filha nos braços, ela concordou relutante devido ao trecho de caminhada, que não combinava muito com a sua situação, mas no fundo adorou a ideia.
Lá no topo de L.A., no topo do mundo, como gostava de falar, se ajoelhou.
- , meu amor, por tudo que já passamos juntos e esse presente que estamos recebendo que é a nossa filha, símbolo do nosso amor, hoje eu tenho mais certeza que nunca mais quero me separar de você, eu te amo e quero você do meu lado pro resto da vida. – Uns poucos fogos foram soltos, planejados por ele, enquanto ele lhe mostrava o anel e várias lágrimas corriam pelo rosto dela. – Como se fosse nosso 3 de julho, véspera do feriado em que viemos aqui, eu te peço que seja minha esposa.
- ... é claro que eu aceito – ela chorou ainda mais e estendeu a mão para que ele colocasse o anel, ficando de pé e a abraçando em um beijo que pareceu infinito.
Just us together
Keepin' me hot
Like July forever
My boyfriend's back
And he's cooler than ever
There's no more night
Blue skies forever
I told you twice
In our love letter
There's no stopping now
Green lights forever
And a lust for life, and a lust for life
Keeps us alive, keeps us alive
Lust for life
3 de Julho de 2014.
- Fala logo, amor, pra onde está me levando? – choramingou pela décima vez desde que pegaram a estrada.
- Sua ansiedade ainda vai te matar, é uma surpresa, então sossega e aproveita o caminho – soltou sua risada habitual ao ver o bico que a namorada fez quando olhou rapidamente quando ela bufou, voltando logo sua atenção à estrada poeirenta na frente deles, estava tão calor que o ar condicionado não estava dando conta, ele quase se arrependeu da ideia, mas sabia que ia ficar louca quando chegassem lá, era o primeiro aniversário de namoro deles e o sonho dela era chegar pertinho do letreiro de Hollywood, mesmo morando perto, ela disse que devia ser um passeio especial, não como se fosse uma turista qualquer.
Flashback - 1 ano antes
se mudou pra Califórnia para estudar, quando ela passou na University of the West, se mudou de Londres para curtir o sonho na ex colônia, seus pais foram totalmente contra no início, mas depois acabaram aceitando, logo ela ficaria mais madura e esqueceria toda essa bobagem, como a família era rica e tinha muito prestígio na Inglaterra pelo cargo político de seu pai, herança de seu avô, não queriam aceitar que a filha fosse para os Estados Unidos por um capricho, a mãe era uma dama de boa família e deveria seguir os passos dela, continuar frequentando os eventos da alta sociedade e arranjar um ótimo casamento. Só que os planos mudaram radicalmente, porque no dia em que entrou no avião, esbarrou com um músico meio desastrado que se recusou a deixar o violão para ser despachado e deu um jeito de fazer quantos shows foi possível para poder pagar pela primeira classe e viajar com seu instrumento.
- Você não enxerga, não? – ela questionou o jovem, indignada por ter levado um leve golpe do braço do violão quando foi se virar para guardar o instrumento no bagageiro.
- Ai meu Deus, perdão, eu só estava tentando acertar alguém pra falar comigo e eu não viajar sozinho o voo todo. – ele soltou uma risada, mas quando se virou para a garota enquanto ria, perdeu um pouco o fôlego em ver como ela era bonita, não era uma britânica típica, mas ela tinha traços finos e uma expressão forte ao mesmo tempo, ele não conseguiu desviar os olhos por um tempo.
- Que idiota, você não vai sentar aí, né? – Ela não costumava usar palavras de baixo calão quase nunca, mas acabou deixando escapar, ficara nervosa quando o rapaz a encarou com aqueles olhos tão intensos.
- Pelo que diz na minha passagem, esse é meu assento, então sim, eu vou me sentar aqui. – Ele terminou de ajeitar o violão e sentou com um sorriso triunfante quando viu que a garota se encaminhava para o assento na mesma fileira do outro lado do corredor.
- Você nem está vestido pra quem viaja de primeira classe. – Ela não se segurou e revirou os olhos pra ele, fazendo-o dar uma gargalhada.
- Independente da roupa, princesa, quem paga pela primeira classe, senta na primeira classe. – Ele foi obrigado a continuar provocando aquela linda garota.
Durante as primeiras 2 horas do voo de quase 12, eles ficaram se implicando, até que ela cedeu, finalmente começaram com as amenidades e trocar histórias, nenhum dos dois entendeu direito como a conversa tomou aquele rumo, mas foi ficando cada vez mais interessante.
Fim do flashback
San Bernardino Freeway, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos
3 de Julho de 2014.
pegou o celular e tentou abrir o GPS para ver onde estavam indo, mas logo que percebeu, tirou o aparelho das mãos dela e jogou no banco de trás.
- Se você pegar de novo, eu jogo pela janela. – Ele sorriu largamente quando percebeu que ela cruzara os braços, mais emburrada ainda.
- Por que tá fazendo isso comigo? Sabe que eu não gosto de surpresas e não gosto de saber o que está acontecendo.
- Para de ser mimada, eu estou tentando fazer um gesto aqui, dá licença? Escolhe uma música aí e para de reclamar um pouco. – Ele riu mais ainda quando viu o que isso causou, ela bufou mais forte e abriu o porta luvas para procurar um CD. – Já passamos por umas 20 placas, se você tivesse prestando atenção em vez de ficar choramingando, já teria percebido que caminho estamos tomando.
A viagem de carro levava uns 30 minutos, com o trânsito da véspera de feriado levaria praticamente o dobro, mas pareceu que estavam naquele avião por 12 horas de novo, depois de 15 minutos de puro chilique, ela relaxou e começou a aproveitar o sol e a música que saía em altura agradável dos autofalantes.
Quando fizeram uma curva à direita que dava acesso à Golden State Freeway, passaram por uma placa gigante que o ponto turístico “letreiro de Hollywood“ ficava a 9 milhas de distância, ela soltou um grito que quase deixou surdo.
- Não acredito que você tá me trazendo aqui sem me contar nada, não trouxe nem roupa pra isso. – Ela não tinha perdido seus trejeitos de patricinha totalmente e ele adorava isso, dava um toque ainda mais especial na sua garota tão linda e sonhadora.
- Roupa pra que? – Ele perguntou, rindo da reação dela.
- Como assim que roupa? , você sabe que eu tinha uma roupa especial comprada especialmente para quando viesse finalmente conhecer o letreiro mais famoso do mundo. – Ela estava praticamente gritando, fazendo-o rir mais ainda.
- Como você sabe que não coloquei sua bendita roupa no porta malas sem você ver?
- Ai meu Deus, eu não acredito que você está fazendo isso comigo – ela simulou um desmaio quando ele finalmente entrou no estacionamento de um hotel que ficava bem próximo do acesso ao letreiro para que pudessem fazer o resto do caminho até lá a pé para evitarem o trânsito devido ao feriado do dia seguinte.
- O que foi menina? Não tá feliz, não? – ele deu uma sacodida de leve nela, que namorada mais dramática ele arrumou.
- Você sabe que amanhã é 4 de julho, não sabe? Essa droga estará fechada para o show de fogos, não acredito que você me trouxe até aqui e eu nem vou poder ir lá.
- Cara, como você é louca... você não me conhece? Acha que eu não planejei tudo? Eu conheço você e sei cada partezinha desse seu sonho doido de visitar esse letreiro, por que acha que escolhi essa data? Faz exatamente um ano que a gente se conhece e eu quis te preparar uma surpresa à altura porque até hoje não sei como aquela patricinha tão maravilhosa deu bola pra um músico mal vestido em um avião... Não , não chora. – Ele a abraçou com carinho.
- Eu não acredito que estou sendo essa escrota com você e você fez tudo isso por mim. – Ela enterrou o rosto no pescoço dele e se aconchegou mais nos braços dele.
Hollywood, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos
03 de julho de 2014 – 22:00h
- Ah , eu não acredito nisso, como você conseguiu? – Ela estava novamente à beira das lágrimas quando viu um belo piquenique posto ao pé da letra H do letreiro que ela mais amava no mundo.
- Tenho amigos que tem amigos – ele abriu um sorriso e levou a garota pela mão até que pudessem se sentar, o parque realmente estava fechado, mas conseguiu o contato de um produtor importante de Hollywood que fez possível que eles ficassem a sós e pudessem ter uma noite romântica lá.
Ela deu um beijo demorado nele e sentou-se apreciando a vista da cidade brilhante à sua frente, ele serviu vinho e eles comeram e conversaram um pouco enquanto aguardavam o show de fogos que começaria à meia noite.
Of the Hollywood sign, yeah
In these stolen moments
The world is mine (do it, do it)
There's nobody here
Just us together (shut up, shut up)
Keepin' me hot
Like July forever
Exatamente à meia noite, eles subiram na letra H e sentaram-se no traço do meio para assistirem aos fogos, foi a coisa mais maravilhosa que já vira, seu sonho tão esperado em um dia tão importante, fazia 1 ano e 1 dia que conhecera esse homem tão incrível que fazia tão bem pra ela e ele preparara essa surpresa tão linda.
Eles desceram depois de algum tempo e ele ajeitou as coisas do piquenique em uma sacola, ele pegou uma manta que tinha trazido em uma mochila para ficar mais confortável e deitou-se com ela em seu peito.
'Cause we're the masters of our own fate
We're the captains of our own souls
There's no way for us to come away
'Cause boy we're gold, boy we're gold
And I was like...
Take off, take off
Take off all your clothes
Take off, take off
Take off all your clothes
Take off, take off
Take off all of your clothes
Eles se envolveram na manta leve e começaram um beijo bem intenso, as mãos corriam pelo corpo do outro avidamente, logo se livraram das roupas e trocavam as carícias mais intensas, mais deliciosas e mesmo depois de terem dormido juntos várias vezes, aquelas preliminares estavam deixando ambos com muito tesão e cada vez com mais vontade de mostrar todo aquele amor e desejo que estavam sentindo naquele momento.
That just ain't right
'Cause we're having too much fun
Too much fun tonight, yeah
And a lust for life, and a lust for life
And a lust for life, and a lust for life
Keeps us alive, keeps us alive
Keeps us alive, keeps us alive
Rosemead, Los Angeles, Califórnia, Estados Unidos
20 de Outubro de 2016 – dois anos depois.
- Olha , eu não aguento mais essa menina te perseguindo, ela te liga quase todo dia, fica aparecendo aqui, eu já estou cheia... – tinha aguentado o tanto quando pôde, mas tinha reaparecido na vida dele depois de 3 anos sem nem falar com ele dizendo que saiu de Londres, o procurou porque eles foram muito amigos na escola e porque estava com muitos problemas com o ex, disse que a vida profissional estava ruim e mais um monte de coisa, super compreendeu no início e até deu um pouco de apoio, mas depois de um tempo percebeu as investidas pra cima do namorado.
- , calma, ela tá precisando de ajuda, tá dormindo aqui e ali até se firmar em um emprego, ela só pediu pra ficar com a gente uns dias...
- De novo? Quando ela chegou, ficou quase um mês aqui.
- Eu sei, mas ela acabou sendo demitida do bar depois que um cara deu em cima dela e ela jogou bebida nele.
- Ah sei... Deve ter sido isso mesmo... – ela revirou os olhos, sabia que de inocente a garota não tinha nada - mas eu não quero, acho ela invasiva demais, pra não dizer folgada, né? Eu já dei minha opinião, se você quiser receber ela aqui, ok, mas saiba que eu não concordo e não serei conivente se ela for espaçosa demais e ficar em cima de você, não sou obrigada.
- Meu amor, não fala assim, ela é minha amiga.
- E eu sou a sua namorada, mas tudo bem, não quero falar mais disso, estou me sentindo mal o dia todo e isso não ajudou em nada meu enjoo.
- Você não tá bem? Por que não me disse? Quer ir num hospital?
- Não, deve ser estresse pelas provas e alguma coisa que eu comi não caiu bem, mas eu vou ficar bem.
Depois de duas semanas da ilustre presença de , já estava querendo bater nela, mas continuou engolindo sapos para não brigar com , estava tendo um dia difícil, mas fora sua última prova, ela passou na biblioteca para deixar uns livros e encontrou uns colegas no caminho que estavam indo comemorar o fim das aulas, como não estava muito a fim de socializar com a amiguinha do namorado, ela acabou aceitando e mandou uma mensagem pra ele que sairia com o pessoal da faculdade, ele perguntou onde podia encontra-la, mas ela disse que seria só o pessoal da sala dela e logo estaria em casa, praticamente dispensando-o.
Acabou que a saída foi relaxante e divertida, ela não era muito de beber, ficou no refrigerante enquanto os amigos entornavam cada vez mais doses e ficaram falando besteiras e relembrando as melhores aulas, momentos legais que tiveram, quando percebeu que já era bem tarde, estava bem cansada, resolveu pegar um táxi e ir pra casa.
’s POV
Chequei o celular quando entrei no táxi e não tinha nenhuma mensagem de , fiquei bem irritada por ser quase meia noite e ele nem ter perguntado nada de mim. Ele sempre foi tranquilo quando eu saía com o pessoal da faculdade e às vezes ele não podia ir, mas sempre perguntava se eu ia demorar, se já estava indo pra casa ou algo do tipo quando não estava fazendo nenhum show, mas dessa vez não tinha mandado nada, devia estar se divertindo com a amiguinha dele.
Não fiz muito barulho quando entrei no apartamento, deixei a bolsa e os sapatos no hall e fui para a cozinha, queria um copo de água, quando apareci na porta da cozinha, vi os dois quase se beijando.
- Mas que droga está acontecendo aqui? – eles levaram um susto e praticamente a empurrou.
- ... amor... não... – ele se atrapalhou todo e eu só queria dar um tapa na cara dele.
- Para, não fala nada, eu quero ela fora daqui agora, não tô nem ai se ela vai dormir na calçada, debaixo da ponte, num bueiro, ela tem que sair do nosso apartamento AGORA. – Entrei no quarto e bati a porta com tudo, não queria chorar na frente deles, meu estômago revirou e corri para o banheiro, tinha dias que não estava bem por causa do nervoso com as provas e com a presença dessa vaca, vomitei tudo o que tinha no estômago e comecei a chorar, como ele podia ter feito isso comigo?
Peguei um pouco de água da torneira e bebi devagar, começou a bater na porta quando percebeu que estava trancada e pediu pra conversar comigo.
- Eu não vou falar com você agora, pode ir dormir no outro quarto.
- , por favor, deixa eu falar com você, ela já foi, não tava rolando nada demais, foi um erro...
- Para de falar, não quero saber, vou tomar um banho e dormir.
Entrei no chuveiro e deixei as lágrimas caírem, fiquei no chuveiro até conseguir parar de chorar e depois deitei na cama, ele insistiu mais umas duas vezes e eu preferi nem responder, não conseguiria nem olhar na cara dele naquele momento.
Fim ’s POV
No dia seguinte, ela abriu a porta do quarto e não acreditou quando o viu dormindo no chão, ela deu um chute leve nele para acordá-lo.
- Me chama de dramática e dormiu aí? Por que não foi atrás dela saber se ela ia ficar bem depois de sair daqui no meio da noite?
- , por favor, vamos conversar.
- Não, não quero falar com você, eu disse que não queria ela aqui e você insistiu, vou arrumar minhas coisas e ir pra Londres, já comprei a passagem pelo celular, você nem ouse vir atrás de mim.
Ela foi na cozinha e preparou um café forte, comeu alguma coisinha e bebeu seu café sob os olhares de súplica do namorado.
- Não fica aí olhando pra minha cara, pode ir fazer suas coisas, eu vou terminar minha mala e ir pro aeroporto.
- Por favor, você não pode viajar assim, precisamos conversar.
- Eu preciso de um tempo pra pensar sobre isso e você vai me dar, ok? Vai esperar eu estar pronta e te ligar.
- Não faz assim, amor, não aconteceu nada, eu juro.
- Não jure e não minta pra mim, eu tô indo. – Ela voltou pro quarto pra pegar mais algumas coisas, como não tinha conseguido dormir quase nada, tomou essa decisão e a mala estava praticamente pronta. Terminou de arrumar tudo e saiu do apartamento, com ele fazendo todo o drama possível atrás dela até ela entrar num táxi na frente do prédio.
Ela chorou muito no caminho e o taxista respeitou seu espaço, deixou a moça no aeroporto e recebeu seu pagamento sem dizer uma palavra, ela agradeceu e foi fazer seu check in, o voo seria em 2 horas.
Londres, Reino Unido
10 de novembro de 2016.
’s POV
Ai meu Deus, eu não posso estar grávida. Eu andava de um lado para outro na sala de espera reservada do hospital, como continuei passando mal, resolvi fazer um check up pra ver se não estava com nada sério e a médica que me atendeu disse que todos os sintomas eram de gravidez e pediu alguns exames para confirmar.
Depois de 1 hora infinita de espera, fui chamada na sala de atendimento novamente.
- Então, você realmente está grávida, como eu pensei, está com aproximadamente 20 semanas.
- Como assim? Eu não devia ter percebido isso antes? Eu sei que estava um pouco atrasada, mas achei que fosse estresse, sei lá... – comecei a fazer as contas mentalmente e escondi o rosto nas mãos – Minha mãe vai me matar.
- Calma senhorita, não deve ser o fim do mundo, pensa bem, pode não ter sido planejado, mas é um bebê, e cadê o pai? Se me permite a pergunta.
- Ele está nos Estados Unidos, ele é ou era meu namorado, nem sei mais, nós brigamos.
Fiquei conversando um pouco com a médica que era muito atenciosa e paciente, ela me deu uma receita para reposição de vitaminas e me explicou que deveria procurar um obstetra para fazer os acompanhamentos corretos, agradeci e sai de lá desconcertada, logo eu precisaria voltar pra faculdade e não sabia como lidar com essa situação, ainda mais depois da briga com , ele mandou algumas mensagens pouco insistentes apenas perguntando se eu estava bem desde a minha viagem. Quando cheguei na casa dos meus pais, dei uma olhada no espelho, achei que só tinha engordado um pouco com a loucura da faculdade, mas tinha um bebê ali e ele tinha quase 5 meses já, não ia demorar muito pra nascer e eu nem sabia da existência dele.
Esperei uns dias pra contar pra minha mãe e ela surtou, obviamente, meu pai estava viajando com o pessoal do Parlamento para resolver alguns problemas que a administração do país estava enfrentando, então não precisaria lidar com ele ainda. Depois de conseguir acalmá-la, fiquei pensando em como falar pro , ou pior, se ia mesmo falar com ele... Eu seria uma mãe solteira? Ia voltar pra faculdade até o bebê nascer? Muitas perguntas a serem respondidas.
Fim ’s POV
Londres, Reino Unido
04 de Dezembro de 2016.
não aguentava mais a distância e o afastamento de , finalmente decidiu pegar um avião e ir atrás dela, cancelou os shows que tinha nas próximas semanas e chegou em Londres decidido a ter a namorada de volta. Chegou no portão casarão da família dela bem nervoso, mas precisava vê-la e cansou de esperar o tempo que ela pediu, a entrada foi autorizada e o táxi o deixou na entrada da casa antes de partir. Ele esperou alguns segundos e um criado veio abrir a porta.
- O que você está fazendo aqui? Eu disse que precisava de tempo – apareceu atrás do rapaz que abriu a porta, ele logo vislumbrou a barriga protuberante na blusa justa que ela usava e ficou sem ar.
- Eu precisava te ver, não aguantava mais ficar longe – ele achou melhor não mencionar a provável gravidez logo de cara, também precisava processar a informação antes de perguntar.
- Vamos lá pro meu quarto... – Ela subiu as escadas e ele a seguiu. Quando ela fechou a porta, ele foi tentar abraça-la, mas ela se afastou um pouco. – Não, ainda não, eu disse que ia te procurar quando estivesse pronta, por que veio aqui?
- Quando estivesse pronta? Faz 2 meses que você sumiu e quase não responde as minhas mensagens, ia me contar que estava grávida? Ou ia se mudar pra cá e nunca mais falar comigo?
- ... eu descobri há poucas semanas, não tinha percebido até então, achei que estava nervosa com as provas e com a... , eu não consegui pensar em como te contar ainda e se queria contar – ela começou a chorar, os hormônios estavam à flor da pele, ela não tinha muito controle sobre isso nos últimos dias, tentando descobrir o que fazer.
- Não tem , ela foi me procurar depois e eu mandei ela embora, disse pra não me procurar mais, ela que estava se jogando em mim, eu tinha bebido um pouco, sei que isso não é desculpa, mas eu nem beijei ela, você precisa me perdoar.
- Não beijou porque eu cheguei bem na hora, não é? Mas isso não importa, eu vou ter um bebê e preciso pensar nele agora. – Ela chorou mais ainda, ele hesitou um pouco e tentou abraçá-la de novo, dessa vez ela deixou e chorou no ombro dele.
Eles ficaram conversando por horas e uma criada bateu na porta para anunciar a hora do jantar, eles desceram pra falar com a mãe dela, que o tratou com o máximo de educação que conseguiu, afinal, não tinha mais solução para o problema da filha, uma solteira grávida era um pesadelo na sociedade, ela não conseguiria se casar com ninguém da mesma classe, então a mãe teria que engolir o tal rapaz para não ver a filha sozinha com um bebê. O pai dela agiu como se nem soubesse o que estava acontecendo, preferia evitar esse tipo de conflito, então deixava que a esposa cuidasse “desses assuntos”. Jantaram o mais civilizadamente possível e, em seguida, e subiram para terminar sua conversa.
acabou cedendo e eles acabaram se entendendo, ela disse que também sentia muita falta dele e deixaria a história pra lá, ela deixara umas coisas pra resolver em Rosemead e concordou em voltar com ele depois do Natal, ele tinha os shows do fim do ano, mas ela ainda tinha alguns exames pra fazer e depois terminaria o acompanhamento da gravidez nos Estados Unidos.
Em Janeiro, com a gravidez chegando ao sétimo mês, eles decidiram saber o sexo, teriam uma menininha, disse que queria levá-la ao letreiro para comemorar a reconciliação e que logo teriam sua filha nos braços, ela concordou relutante devido ao trecho de caminhada, que não combinava muito com a sua situação, mas no fundo adorou a ideia.
Lá no topo de L.A., no topo do mundo, como gostava de falar, se ajoelhou.
- , meu amor, por tudo que já passamos juntos e esse presente que estamos recebendo que é a nossa filha, símbolo do nosso amor, hoje eu tenho mais certeza que nunca mais quero me separar de você, eu te amo e quero você do meu lado pro resto da vida. – Uns poucos fogos foram soltos, planejados por ele, enquanto ele lhe mostrava o anel e várias lágrimas corriam pelo rosto dela. – Como se fosse nosso 3 de julho, véspera do feriado em que viemos aqui, eu te peço que seja minha esposa.
- ... é claro que eu aceito – ela chorou ainda mais e estendeu a mão para que ele colocasse o anel, ficando de pé e a abraçando em um beijo que pareceu infinito.
Just us together
Keepin' me hot
Like July forever
My boyfriend's back
And he's cooler than ever
There's no more night
Blue skies forever
I told you twice
In our love letter
There's no stopping now
Green lights forever
And a lust for life, and a lust for life
Keeps us alive, keeps us alive
Lust for life
Fim.
Nota da autora: Esse plot veio logo que li a letra da música, confesso que escrevi essa fic em 2 dias e não acreditava muito que ia sair algo bom, eu acabei adorando esse plot, espero que gostem também <3.
Quem quiser conhecer mais, tenho uma paág no insta e tem mais fics ali embaixo *-*
Beijos e até a próxima.
Outras Fanfics:
He is the only who makes me feel
Restritas / Finalizada
01. The end
Ficstape #068 - My Chemical Romance - The black parade
Love can be easy
Outros / Finalizadas
05. Blue Velvet
Ficstape #109 - Lana Del Rey - Born To Die - The Paradise Edition - 2 CDs
If it's meant to be, it'll be
Outros / Finalizadas
04. Freek'n you
Ficstape #174 - Magic Mike XXL
01. Love
Ficstape - Lust for life - Lana Del rey
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Outras Fanfics:
He is the only who makes me feel
Restritas / Finalizada
01. The end
Ficstape #068 - My Chemical Romance - The black parade
Love can be easy
Outros / Finalizadas
05. Blue Velvet
Ficstape #109 - Lana Del Rey - Born To Die - The Paradise Edition - 2 CDs
If it's meant to be, it'll be
Outros / Finalizadas
04. Freek'n you
Ficstape #174 - Magic Mike XXL
01. Love
Ficstape - Lust for life - Lana Del rey