04. Million Words

Finalizada em: 22/01/2022

Capítulo Único



Naquela sexta à noite iria ser a comemoração do aniversário do meu melhor amigo, Luka Modrić. Nós nos conhecíamos desde quando fui contratado para jogar pelo juvenil do Dinamo Zagreb, eu era praticamente uma criança sozinha em uma nova cidade, não conhecia ninguém, estava com medo e assustado, mas Luka chegou e cuidou de mim. Ele era mais velho e, por conta disso, estava num sub maior que o meu e ainda assim me ajudava nos treinamentos e, principalmente, me ajudava a não desistir. Eu sempre iria ser grato a Modrić.
Saí da casa com os rapazes, Isco e Morata, que eram meus vizinhos, e paramos em frente a enorme porta de madeira branca, apertei a campainha e em segundos ela abriu.
Provavelmente eu estava com cara de idiota e boca aberta, mas não era para menos. Modrić estava ali, mais bonita do que a minha memória recordava. Ela usava um vestido azul-marinho que parecia combinar com seus olhos azuis e com sua pele branca, seus cabelos loiros estavam um pouco acima do ombro e já não era mais totalmente liso; e, céus, sua boca estava pintada de vermelho. Era meu fim. e seu batom vermelho. e seu vestido que marcava seu corpo de uma forma divina. e seus cabelos que combinavam com seu rosto.
Era simplesmente Modrić.
- Você reclamou um tempão que íamos nos atrasar e agora fica tapando a passagem? Ah, me poupe. - Isco me empurrou para o lado, fazendo com que eu saísse do meu transe. - Boa noite, Modrić dois. Cadê seu irmão?
- Na sala, entrem. - deu um sorriso de canto. Ela era linda. Morata e Isco entraram, deixando-me sozinho na porta com ela. - Você não vai entrar?
- Vou. - respondi e ela fez sinal com a mão para que eu passasse.
- Quanto tempo, . - sussurrei assim que ela fechou a porta.
- É verdade, acho que a última vez que nos falamos foi há cinco anos.
- Cinco anos e meio, para ser mais exato. Foi quando Luka assinou com o Real.
- Isso. - concordou e abaixou a cabeça em seguida.
- Eu senti sua falta. - sussurrei e ela me olhou, assustada.
- Hoje não, . É aniversário do meu irmão e ele pediu que eu fosse gentil. - respondeu e me deixou sozinho, indo sentar ao lado do irmão no sofá.
Eu estava completamente frustrado, por que Modrić era assim? Balancei a cabeça negativamente e fui em direção onde o restante do time estava, mas fui parado no meio do caminho por Luka.
- Dragi prijatelju, por onde você andou ultimamente?
- Aproveitando minha folga pós lesão. Odeio me machucar, mas a equipe disse que só era para voltar quando estivesse 100%, então voltei para Croácia e fiz parte do tratamento por lá.
- Ah, por isso o sumiço. Eu andei meio ocupado no último mês. - Luka explicou e passou as mãos pelos cabelos parecendo constrangido. Eu achava muito engraçado a forma que Luka ainda continuava tímido.
- Cara, feliz aniversário. Hoje você está ficando velho. - Luka riu e empurrou meu ombro direito.
- Para com isso, não é velhice, é experiência. Já avisei isso a , ela fez a mesma piadinha mais cedo. - citou a irmã pela primeira vez naquela conversa e eu não pude evitar de olhar para o sofá, onde se encontrava e parecia conversar animadamente com Asensio. Por favor, , o espanhol não. - Aliás, você lembra da minha irmã mais nova, certo?
- Lembro, lembro sim. - respondi mais rápido que deveria. Luka fez sinal positivo com a cabeça e voltamos para a sala.
Eu não conseguia parar de olhar na direção de e Asensio. Tanto que não percebi quando os outros caras chegaram e muito menos quando alguns saíram do sofá e estavam rindo e conversando alto nos outros cantos da gigantesca sala de Luka. Até que Modrić nos avisou que o jantar estava servido, nós fomos para uma enorme mesa e quando dei por mim, meu lugar era na frente de . Céus, que mulher era aquela?
- Oi, gente. - Luka disse ao levantar, chamando toda a atenção para si. - Eu sou péssimo com discursos, sabe? Mas eu queria dizer que sou muito grato por vocês estarem aqui. - alguns "own" e muitas risadas puderam ser escutadas. - Eu falo sério. Quando saí do Tottenham, vocês me acolheram e me ajudaram a me acostumar com o time mais rápido, alguns me levaram nas melhores boates de Madrid, não é mesmo, Sergio?
- Às ordens sempre, loirinho. - Sergio, que estava no lado esquerdo da mesa, falou, fazendo com que nós ríssemos.
- Todos me ajudaram um pouquinho e eu sou muito grato. Sou grato também por vocês terem acolhido . Todos aqui sabem que ele é como meu irmão mais novo e eu fiquei imensamente feliz de ver ele assinando com o Real Madrid e de vocês terem acolhido ele igual como me acolheram.
- Vocês são o melhor casal do time. - Morata brincou e eu mostrei o dedo do meio para ele.
- Depois de Marcelo e eu, é claro. - Ronaldo gritou do meio da mesa, levantando as mãos e em seguida fazendo um high-five com o brasileiro.
- Vocês deveriam casar, de verdade. - Luka brincou com os dois e todos riram. - E eu também sou grato por ter minha irmã comigo nesse dia especial. Acho que muitos sabem como eu sou apegado com minha família e como foi difícil ficar todo esse tempo longe, só que agora ela está perto de mim. Obrigado por isso, draga sestra.
- Volim te, dragi brate. - sussurrou na língua materna, Luka sorriu, estendeu a mão para a caçula e ela apertou.
- Bom, é isso, gente. Agora as pessoas vão servir vocês, se comportem e não quebrem nada.
- Tá escutando não é, Kross? - Ramos perguntou e todo mundo riu, lembrando do incidente do jantar na casa de Bale. Naquele dia, Kross levantou na mesma hora em que o garçom iria lhe servir e acabou derrubando tudo. Foi uma confusão que nos rendeu maravilhosas risadas.
O jantar foi servido e minha atenção estava dividida entre não derramar a comida e observar . Ela tinha um jeito simples que me instigava a admirá-la ainda mais. O jeito que ela ria das piadas dos meninos e como tentava interagir com eles era leve, ela estava fazendo de tudo para deixar o irmão feliz. Lembro que quando morávamos em Zagreb, era bastante tímida e eu duvidava muito que tivesse mudado. Terminei de comer e me dei conta que praticamente todo mundo já tinha terminado, sai da mesa e senti alguém pegar meu braço, quando virei, era Modrić.
- Cara, preciso de um favor.
- Diga, dragi prijatelju.
- Conversa com um pouco com minha irmã? Não quero que ela se sinta desconfortável. Ela estava conversando com Marco só que não sei se ela realmente quer continuar com esse papo e, bom, vocês se conhecem, não é? - perguntou fazendo referência aos tempos em que frequentava a casa dele em Zagreb.
- Tudo bem, sem problemas. - respondi ao balançar a cabeça de modo afirmativo e ele sorriu, parecendo satisfeito.
estava encostada em uma parede de vidro com um copo na mão, caminhei até ela no mesmo momento em que as luzes diminuíram e uma música relativamente alta começou. Pude escutar James gritar um "uhu agora sim" e quando olhei em sua direção, ele já estava dançando acompanhado de Ramos. Santo Cristo, que Deus perdoasse aqueles dois. Voltei minha atenção para e ela estava entretida com o canudinho mergulhado no drink, sorri com a cena e parei em sua frente.
- Oi, . - sussurrei e ela me olhou, no primeiro momento pareceu aliviada por me ver, mas no segundo seguinte parecia que queria fugir dali.
- Oi, .
- Podemos conversar?
- , - era incrível a forma que meu primeiro nome parecia incrivelmente belo quando ela dizia. - Seus amigos estão se divertindo, olhe só. - apontou para James e Ramos que agora estavam acompanhados de Ronaldo, Marcelo, Karim e Kross no que parecia ser uma pista de dança, enquanto os outros conversavam com algumas meninas, reconheci a provável namorada de Daniel Villagers, Nalani Waialiki, e Antonielle, a namorada de Isco, que era mil vezes menos atrasada e legal que ele. - Vá se divertir, . Não perca seu tempo comigo.
- Desde quando eu perco meu tempo com você? - perguntei e ela sorriu, abaixando a cabeça em seguida.
Ficamos minutos em silêncio, até que fomos interrompidos por um Ramos aparentemente alcoolizado.
- Oi, pequena Modrić. Oi, . Eu queria dizer que Ronaldo mandou dizer, que James comentou com ele, que Marcelo disse a ele que vocês deveriam se beijar. Mas sem pressão, gente. Estamos torcendo por vocês.
- Sergio, nós não somos um casal para nos beijarmos.
- Não? Vocês parecem muito um casal. Mas tudo bem, deixa eu te dar um conselho, pequena Modrić? Eu acho que você deveria beber o que está no seu copinho e relaxar. A vida é curta, pequena Modrić. E provavelmente é louco por você. Ele nos ignorou a noite toda. Tá vendo o que você fez, pequena Modrić? Você roubou o nosso amigo mais fofinho. Você roubou nosso amigo fofinho, pequena Modrić, e não vai nem dar uma chance para ele? Sério, não faça isso. Sem pressão, pequena Modrić. Eu já estou indo. - Sergio bateu em meu ombro direito e voltou para a companhia dos meninos.
- Desculpe por isso, tivemos uma pequena folga e eles só querem curtir antes de voltarmos com foco total. - expliquei, colocou uma mecha do cabelo loiro atrás da orelha e sorriu.
- Tudo bem, .
- Não tive culpa, juro. Não pedi para ele falar com você, desculpe mesmo.
- Eu sei. - afirmou e colocou o canudinho na boca, bebendo metade do conteúdo do copo. – Ai, meu Deus.
- O que foi? Você está bem? Quer que eu chame alguém?
- Eu adoro essa música! - sorriu igual criança na loja de doces. começou a bater os pés e a mexer a cabeça no ritmo da música e naquele momento me dei conta que poderia filmá-la e assistir para sempre.
- Você quer dançar comigo? – perguntei, mesmo sabendo a resposta. terminou sua bebida e deixou o copo no chão.
- Quero. - e às vezes eu esquecia o quanto ela podia ser surpreendente.

There's a million words I shoulda said
I remember you were standing in my doorway
And the words were on my lips, that you never looked so beautiful



Fomos para a pista de dança e, pela primeira vez na noite, percebi a loira realmente leve, como se estivesse se sentindo pertencente a algum lugar. Sorri com a imagem dela se movendo lentamente em minha frente e juro que nunca esquecerei do modo que ela sorriu quando coloquei minha mão na sua cintura e a puxei para mais perto.

Did I miss my chance? Is it too late to say?
Now I'm half a world away from you
But you're always on my mind



Girei e ela ria igual a uma criança, a puxei novamente para perto e ela colocou sua mão direita em meu ombro.
- Eu tinha esquecido o quanto você pode ser surpreendente, Modrić.
- Eu não sou surpreendente, . Eu só sou um desastre. - respondeu e eu a girei novamente, encostei seu corpo ainda mais próximo do meu e senti suspirar.
- Você não é um desastre, .

When you were mine, did I push you far away?



- Você sempre teve fé em mim, . - sorri e ela repousou a cabeça em meu ombro enquanto continuávamos a dançar sua música preferida juntos. - Eu também senti sua falta, . Você não deveria ter sumido.
- Eu sei. - respondi calmamente, mesmo ela tendo me dado um soco na boca do estômago com aquelas palavras. Minha vida mudou de uma forma inexplicável em alguns minutos e tudo estava sendo tão novo que nem me dei conta que ela poderia sofrer com minha ausência. - Só vamos dançar, certo? Músicas são curtas, . Temos que aproveitar.

And if I could only catch your eye and throw a smile
Maybe I could stop to say what's screaming in my mind
You should know that what I want to say could take all night or my whole life
Do I get a second chance to make you mine tonight?



sorriu e nós continuamos a dançar lentamente, tal como a música era. Enquanto dançávamos, eu tentava ao máximo não pisar no pé dela, mas também prestava atenção naquela letra. Era tão verdadeira. Parecia que tudo o que estava acontecendo era planejado, mesmo nada daquilo sendo esperado.
Eu nunca iria imaginar que ela moraria em Madrid, era tão apegada a Zagreb; ela tinha tudo o que precisava ali. Ou talvez, ela não tivesse nada e só fosse acomodada. Talvez Madrid fizesse bem a ela, talvez Madrid fosse realmente a terra de realização de sonhos íntimos e loucos, talvez Madrid fosse a mudança que precisasse. E eu só esperava que estivesse incluído nisso tudo, mesmo sendo pedir demais dela. Eu a tinha deixado anos atrás.

And if I ever get the chance again
I would tell you every day
With the million words that I should've said
I wish I could tell you, always



Eu só precisava de mais uma chance para recuperar tudo o que tinha deixado para trás por tanto tempo. Eu nunca seria capaz de esquecer Modrić e desejava que ela também não me esquecesse.
A música acabou e eu apenas a puxei pela mão para fora dali. Guiei por todos os lances de escada e só parei de andar quando chegamos no terraço. Aquela era a minha parte preferida da casa de Luka, eu desejava ter tido a habilidade que ele teve de escolher uma casa como aquela. A casa de Luka era gigantesca, mas um cômodo conseguia ser mais aconchegante que o outro. A casa tinha três andares, sendo que o último era onde nós estávamos.
Era um terraço onde dava para vermos perfeitamente o céu de Madrid, hoje ele estava super estrelado; o lugar ficava ainda melhor por conta da presença de . Tudo ficava mais incrível com ela por perto.
- Essa é a minha parte preferida da casa do seu irmão.
- A minha também. - agradeci internamente por ela também quebrar o silêncio que nos envolvia. - De vez em quando venho aqui quando quero pensar, sabe? É um lugar que tenho vindo muito desde que me mudei para Madrid.
- Você está aqui há quanto tempo? Eu vivo na casa do Luka e nunca te vi por aqui. Eu teria me preparado melhor se soubesse que você estava aqui. - passei as mãos por meus cabelos que precisavam de um corte urgentemente.
- Cheguei há um mês e duas semanas.
- No meu período de lesão, eu estava focado no tratamento e fiz parte dele na Croácia.
- Seus pais estão bem?
- Estão sim. - respondi e ela se apoiou no parapeito, o silêncio voltou a reinar. - , por que todo esse silêncio? Nós não éramos assim.
- Não sei o que você quer que eu diga.
- Me conte as coisas, certo? O que você tem feito? O que aconteceu depois da última vez que nós nos vimos?
- Quando você voltou para Zagreb, eu jurava que ias ficar ali de novo. Mas você só estava ali porque meu irmão estava de férias do Tottenham e ele queria curtir com a família porque ia se mudar de novo. Você só voltou porque Luka pediu que você estivesse quando ele contasse a mais nova novidade. E você apareceu na minha sala e estava completamente mudado, você tinha um corte de cabelo diferente, estava mais alto, estava mais tudo sabe? Só seu sorriso tinha permanecido o mesmo e seu olhar. E eu não esperava que você lembrasse do que tinha dito antes de ir para a Itália, porque, cá entre nós, você era a nova estrela do Inter e tinha tudo a seus pés, você poderia ter tudo . Você acha mesmo que eu esperava que você lembrasse?
- Mas eu lembrei, . Ainda lembro.
- Isso não evitou que você fosse embora de novo, não é? - Perguntou ao me encarar. - Passamos três semanas juntos e você voltou para a Itália sem nem olhar para trás, sem nem me ligar, sem nada. Você estava voltando para a sua vida de estrela e não ligou para mim. - chorava.
Eu a tinha machucado de uma forma horrível e não tinha me tocado daquilo até vê-la chorar na minha frente. Ela parecia tão frágil, tão desprotegida. Nunca passou pela minha cabeça que pudesse sofrer tanto com a minha ausência, já que ela nunca demonstrou que sentia algo demais por mim, mas vê-la daquele jeito me doía de uma forma que eu não conseguia explicar. E naquele momento, vendo-a daquele jeito, eu entendia um pouco o quanto ela sofreu. já sofria pela ausência do irmão, do irmão que sempre esteve com ela e que era uma espécie de pai. e agora, o cara que tinha dito que era apaixonado por ela tinha a deixado. Todo mundo havia deixado e aquele sentimento deveria ser horrível.
- Você não sabe o quão mal fiquei. Não só por você ter ido embora, mas também pela ausência de Luka. Ele quase não me mandava mensagens, os treinos o ocupavam muito. Eu me sentia sozinha, meu pai estava num novo emprego e minha mãe praticamente se mudou para Madrid com ele. E eu comecei a fazer besteiras, sabe? Eu queria ser notada, . Eu queria ter a atenção de volta do meu irmão, da minha mãe e do meu pai. Só que eu ultrapassei limites, comecei a usar drogas; vendi minhas coisas e parei de estudar, meu pai percebeu meu comportamento estranho tarde demais e quase tive uma overdose. Meu pai me levou para o hospital e eu fiquei internada. Luka pediu folga do Real Madrid por duas semanas e voltou com minha mãe para Zagreb, eles foram direto para o hospital e eu soube que Luka chorou muito, ficou desesperado, como se eu pudesse morrer a qualquer momento. Ele não saia do lado da maca, tanto que quando acordei, ele foi a primeira pessoa que vi. Luka não brigou, não falou nada, apenas me abraçou forte e disse que estava ali. Ele pagou todo meu tratamento e eu fiquei um ano numa clínica de reabilitação. Quando saí, meus pais me tratavam de modo estranho e Luka percebeu que isso me deixava mal. Então ele pagou toda minha mudança para Madrid, disse para meus pais que ia cuidar de mim e que não ia me deixar sozinha nunca mais. E é por isso que estou aqui, .
Não tive reação alguma. Eu só puxei e a abracei forte enquanto suas lágrimas molhavam minha blusa branca, passei minha mão por seus cabelos e afastei seu corpo somente para limpar suas lágrimas. A puxei de novo para um abraço e eu não sei quanto tempo ficamos ali, em silêncio com nossos corpos grudados.
- Me desculpe, . - falei quando nós nos separamos.
- Eu disse que era um desastre, .
se aproximou e eu coloquei minha mão esquerda em sua cintura, ela sorriu e no segundo seguinte minha mão direita estava na sua nuca; e nossas bocas estavam juntas. Beijá-la era ainda melhor do que eu lembrava, seus lábios eram doces e leves; o gosto de álcool do drink não existia, talvez naquela bebida não tivesse uma gota de álcool. Seu hálito tinha cheiro de hortelã, do jeito que eu lembrava; só que agora mesclava com um pouco de morango. Era ainda mais agradável.
- Desculpa. - sussurrou ao terminar o nosso beijo. - Me desculpe, .
- Você está pedindo desculpas por?
- Eu não posso me envolver com você. Eu sou um desastre, . Não quero bagunçar ainda mais a sua vida.
- ... - sussurrei seu nome e ela fechou os olhos em uma falha tentativa de não deixar as lágrimas caírem.
- Me desculpe, dragi igrač. Eu gosto demais de você para atrapalhar sua vida.
me deu as costas e saiu, havia me deixado sozinho igual como eu tinha deixado ela anos atrás.



Minha cabeça doía, assim como cada parte dos meus 1,56. Céus, eu me sentia horrível e isso só pareceu piorar ainda mais quando lembrei do beijo. Ah, , por que você havia voltado?
era a parte boa da minha história que era cheia de erros.
Eu tinha conhecido quando meu irmão chegou em casa eufórico dizendo que tínhamos convidado para o almoço. Minha mãe colocou um prato a mais na mesa e quando vi, um menino branco, com sorriso aberto, olhos verdes e cabelo estilo militar, entrou na cozinha dando boa tarde para todos. Minha mãe o achou um bom rapaz, meu pai engatou uma conversa com ele e Luka sobre futebol, e eu apenas o olhei durante toda a refeição. Aquele menino tinha conseguido ganhar minha atenção em menos de duas horas.
A presença de em minha casa foi ficando cada vez mais frequente, só que nós dois nunca tínhamos tido muito contato. Eu, no auge dos meus 12 anos, era só mais uma pré-adolescente cheia das incertezas com minha aparência e por conta disso achava que nunca ia agradar ninguém, e muito menos achava possível o mais novo amigo do meu irmão mais velho, vindo diretamente da Áustria, vir prestar atenção em mim. Os anos passaram e bem quando entrei na adolescência, Luka chegou com uma bomba em casa: ele iria para o Tottenham.
Minha família já estava acostumada com as mudanças de time de Luka, tanto que mudamos de Zadar para Zagreb, mas nada disso chegava aos pés daquela mudança, meu irmão iria para a Inglaterra. Outro país, outra cidade, e ele teria que ir sozinho. Aquilo acabou comigo. Meu irmão mais velho, aquele que sempre tinha estado ao meu lado, estava me deixando. Eu fiquei desolada no dia que tivemos que deixá-lo no aeroporto e foi quem me ajudou a não me sentir tão sozinha.
começou a me buscar no colégio todos os dias e sempre me mandava mensagens perguntando se tinha passado o dia bem. Ele ainda almoçava na minha casa, já que tinha conquistado o carinho dos meus pais e era tratado como se fosse filho. Eu também ia em vários jogos dele, e torcia quase que da mesma forma quando Luka jogava pelo Dínamo. Só que tudo isso pareceu errado quando comecei a sentir coisas a mais por . Eu não podia, ele era praticamente meu irmão. Luka o amava muito, mas no momento em que soubesse iria querer acabar com o menino. Era errado. era a linha que eu não poderia cruzar.
Só que cruzou.
Era uma sexta-feira e tinha ido me buscar no colégio, como já era de costume. Só que ele disse que deveríamos ir pelo caminho mais longo e acabamos parando numa pequena praça que ficava a duas quadras de casa. Assim que sentamos no pequeno banco, disse que estava apaixonado por mim. Antes que pudéssemos nos beijar ou que eu tivesse tido qualquer reação, o telefone de tocou e ele só disse que precisávamos ir para minha casa urgente. Assim que chegamos, dei de cara com meu irmão e um homem que eu não conhecia, não liguei para o que provavelmente ia acontecer ali, eu só corri e abracei Luka o mais forte que eu podia. Eu não o via havia um ano, abraçá-lo era como se minha vida estivesse voltando ao normal. Só que nada era perfeito. Meu irmão não iria passar nem 24 horas conosco e aquele desconhecido era o novo agente dele e, naquele momento, virou o de .
Luka tinha vindo trazer a notícia que tinha sido convidado para jogar pela Inter de Milão e só bastava ele assinar o contrato que a transferência estaria concluída. não pensou duas vezes e assinou quase em segundos. Meu menino, que não era meu, estava tão feliz; eu podia perceber no tom da sua risada e nas lágrimas que lhe enchiam os olhos. Ver ele sorrindo daquele jeito era a minha cena preferida em todo o mundo, eu daria tudo para ver feliz daquele jeito todos os dias.
Eu estava extremamente feliz por , mas ao mesmo tempo estava destruída. No dia seguinte meu irmão estava indo embora, só que agora levava .
Eu tinha voltado a estar sozinha.
Rolei pela cama assim que escutei batidas na porta, levantei a contra gosto mas acabei abrindo a porta e dei de cara com Luka somente de cueca samba canção e um sorriso no rosto.
- Finalmente acordada, draga sestra.
- Bom dia, dragi brate. Acordado a essa hora?
- São sete horas, . - respondeu e eu o olhei com a sobrancelha arqueada, por que diabos ele estava me acordando aquela hora? - Sete da noite.
- Não brinca.
- Não estou, você dormiu o dia todo.
- Que droga, nem pude ver quais dos seus amigos apagaram e dormiram na sala mesmo. - Luka riu, entrou no quarto e se jogou na cama.
- Sergio dormiu por aqui, caiu e ficou no sofá, mas foi embora antes do almoço, ele disse que era para você seguir o conselho dos meninos e que ele não tinha nada a ver. James, Marcelo e Kross também dormiram por aqui, eles vieram com Sergio e todos estavam alcoolizados demais para pegar no carro. Eu só estranhei que Isco e Morata voltaram com Antonielle, Villagers e Nalani. saiu muito cedo e você sumiu quando ele foi embora. - a cada palavra de Luka, eu lembrava cada vez mais da noite anterior. O beijo tinha sido errado, mas o que eu mais queria era repetir o erro. - Você não tem nada para me contar?
- Ah, Luka...
- Nós nunca escondemos nada um do outro, . - olhou-me parecendo triste.
- Depois que você foi para o Tottenham, cuidou de mim. Só que eu me apaixonei por ele, nós ficamos próximos demais e ele acabou dizendo que gostava de mim. Só que ele foi embora no outro dia, você chegou para buscá-lo. E nós nos reencontramos quando você fez aquele jantar porque ia assinar com o Real Madrid, há cinco anos. Só que ele apareceu aqui ontem. Eu não sabia que ele estava no Real Madrid. - despejei tudo antes que perdesse a coragem. - Me desculpe, Luka. Não pude evitar me apaixonar por seu melhor amigo, mas juro que irei esquecê-lo. Eu não quero mais fazer burradas e nem decepcionar você.
- Draga sestra, que tipo de irmão seria eu se permitisse que você fizesse uma loucura dessas? - Luka perguntou e eu o olhei, assustada. - Céus, eu já desconfiava que ele sentia algo por você porque toda vez que eu citava seu nome, ficava com um olhar de cachorro caído da mudança, sabe? E você, ... Você sempre evitava falar quando eu tocava no nome dele. Sempre. Foi só juntar um mais um.
- Você não ficou chateado?
- Eu fiquei triste por vocês estarem nessa situação. Vocês gostam um do outro, . Todo mundo percebeu isso, até Sergio que não conseguia ficar em pé sozinho.
- Ele é louco, me chama de pequena Modrić.
- Todos os caras do time vão te chamar assim ou de Modrić dois. - soltei uma risada, os amigos do meu irmão eram engraçados demais. Principalmente Sergio, eu o tinha conhecido ontem e já gostava da presença dele.
- deve estar chateado comigo, Luka.
- Você o dispensou ontem à noite?
- Mais ou menos. - a expressão de Luka era triste. Ele me deitou em seu colo e fez carinho em meus cabelos, quando dei por mim, já estava chorando.
- Você chora demais. - brincou e eu ri por entre as lágrimas. - Vocês têm sorte de se gostarem desse jeito. Não deixe isso escapar tão fácil assim.
- Eu dei as costas para ele, Luka.
- Vocês já ficaram separados por tempo demais. Olha, amanhã eu saio para treinar às oito. - eu o olhei sem entender, por que diabos eu iria querer saber do treinamento dele? - joga no mesmo time que eu, .
Ali eu entendi o provável plano do meu irmão. Sorri e agradeci. Luka sempre sabia das coisas e eu agradecia por tê-lo ali, ele saiu do quarto e eu fiquei ali, tentando voltar ao meu estado de sono.
Não consegui. As horas pareciam passar lentamente e quando olhei novamente no relógio, já eram sete horas. Corri para o banheiro e tomei um banho demorado, me enxuguei, enchi meu corpo de hidratante, me vesti e passei perfume; prendi a mecha do meu cabelo que insistia em cair no meu rosto para trás e sai do quarto, desci as escadas e Luka já estava na mesa tomando café.
- Você não pode tomar café no CT? - perguntei quando ele enfiou uma torrada inteira na boca.
- Para quê a pressa? - perguntou com a boca cheia, revirei os olhos e ele riu, deixando farelos caírem. - Senta aí e come alguma coisa, draga sestra.
- Estou nervosa.
- Nervosa por causa de quê? Não é como se você fosse ver pela primeira vez. Você vai chegar lá e conversar com ele.
- E se ele me der as costas como eu dei para ele?
- , por favor. É o . - disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Mas esse era o problema.
Aquele era , o cara que eu era apaixonada desde os 12 anos. O cara que tinha mudado minha vida de ponta cabeça. O cara que tinha mudado tudo.
Luka me convenceu a beber um copo de suco de laranja, assim que terminei, ele pegou a mala que estava no sofá e nós fomos para a garagem, entramos no Audi e ele começou a dirigir por ruas que eram completamente desconhecidas por mim. Passamos bem uns quarenta minutos no carro até que ele entrou num lugar gigantesco, onde tinha o logo do Real Madrid na maioria das paredes, pelo que minha vista pôde alcançar, existia mais de três campos de futebol e outros alojamentos iguais aquele em que meu irmão estava chegando próximo. Luka estacionou o carro, entrou no que parecia ser o lugar principal dali, de perto era ainda maior; pude contar três andares, todos vidrados, parecia ser muito bonito e luxuoso, e me guiou pelo corredor branco que parecia ser infinito. Meu irmão cumprimentou algumas pessoas e seguiu andando, dobramos ao final do corredor e finalmente chegamos em frente a uma porta onde tinha uma placa que informava que ali era um vestiário. Luka abriu a porta, mas ali só tinha três jogadores. Reconheci como Marcelo, Kross e Sergio.
- Pequena Modrić! - Sergio gritou e correu em minha direção. - Você nem me viu escorregar, quase quebrei a mesa do seu irmão.
- Não brinca.
- Juro. - ri da sua expressão - Você sumiu.
- Só um pouquinho.
- Um amigo meu sumiu também. - Sergio disse e sorriu sacana.
- Isso foi verdade, Modrić dois. Ninguém mais viu na festa, não é, Kross? - Marcelo perguntou, fazendo com que o loiro concordasse.
- Deixem minha irmã, caras. Cadê o resto do pessoal?
- Todos já estão na academia, hoje vai ser só isso. - Ramos respondeu e eu bufei. Pelo menos teria mais tempo para pensar no que dizer quando acabasse de treinar. O tempo ia ser meu melhor amigo. - Você pode ficar e esperar o treino acabar, pequena Modrić.
- Ela vai fazer isso mesmo. - Luka afirmou antes que eu pudesse dizer algo, apenas concordei com a cabeça, dei as costas para eles e fui sentar no enorme banco que parecia ser feito de madeira, que tinha ali. - Se precisar de algo, a academia é naquele outro corredor que passamos.
- Sergio, você viu o meu monitor cardíaco? Aquele relógio branco? - reconheci aquela voz. Era . Senti meu coração bater mais forte e isso só piorou quando ele se deu conta que eu estava ali. Aquele par de olhos verdes azulados pareciam estar vidrados em mim e eu não tinha lugar algum para me esconder.
- Acho que você não vai precisar tão cedo. - Sergio respondeu e eu o olhei como se pedisse socorro. Ele riu da minha expressão confusa e colocou a toalha nos ombros. - Vamos, gente. Sério, saiam daqui.
- Tchau, draga sestra. Não vou te esperar para voltar para casa.
- Luka...
- Tchau, . - meu irmão acenou e andou ao lado de Sergio.
- Porra, Kross. Para de enrolar, por favor? Mete logo tudo dentro dessa mochila e vamos. - Sergio gritou e o loiro enfiou as coisas de qualquer jeito dentro da pequena mala preta.
- Desculpa.
- A gente vai fazer você não levar advertência, . - Marcelo falou e puxou Kross para fora do vestiário, Sergio gritou um "aleluia, Toni" e fechou a porta do vestiário.
passou a mão pelo cabelo, parecendo desconfortável e eu levantei do banco. Ele ainda me encarava e eu não conseguia encontrar meios para pedir desculpas. Eu não conseguia raciocinar com aqueles olhos me encarando.
Eu não tinha estruturas para .
- ...
- Shh. - sussurrei e ele me olhou sem entender. Nem eu me entendia, não era ele que ia ser o primeiro a entender.



fez sinal para que eu me calasse e se aproximou de mim. Ela colocou as duas mãos na minha nuca e fechou os olhos, em segundos a boca dela já estava em contato com a minha.
Céus, aquela mulher era uma caixinha de surpresas e ia acabar me deixando louco. Seu toque era diferente do que era o da noite passada, parecia que ela precisava de mim naquele momento de uma forma que nunca precisou antes.
Tinha desejo. Tinha fogo. Tinha paixão. Tinha tudo.
Apertei sua cintura e suspirou por entre o beijo, mordi seu lábio inferior e o suspiro foi ainda mais forte. Separamos nossos lábios somente para que eu a conduzisse até a parede mais próxima, sorriu e mordeu os lábios. Aquela mulher ia me matar e ela parecia não fazer nenhum esforço. Coloquei minhas mãos em sua cintura e ela entrelaçou os braços em meu pescoço, beijei sua boca e só parei quando comecei a descer os beijos pelo lóbulo da sua orelha e seu pescoço. A pele de era quente e tão convidativa.
Eu poderia jurar que estava no céu.
Parei de beijar seu pescoço e ela tirou rapidamente minha camiseta de treino, tirou a própria blusa e eu a encostei na parede mais uma vez, só que daquela vez foi ela quem distribuiu beijos por toda a extensão do meu pescoço e mordeu a ponta da minha orelha. Ela estava me matando lentamente e eu não estava nem um pouco afim de oferecer resistência. Em poucos minutos já estávamos apenas com nossas roupas íntimas e deitados no chão do vestiário. Parei de beijá-la e ela me olhou com um sorriso nos lábios.
- Você tem certeza?
- Eu que deveria perguntar isso para você, não? - ela gargalhou. - Eu tenho certeza, .
- Eu sou um desastre, .
- Moja Katastrofa, . - sussurrei e ela selou nossos lábios com uma delicadeza que minutos atrás não existia.
Nós nos entregamos um ao outro no chão do vestiário. Fizemos amor pela primeira vez e o sentimento foi muito parecido quando nossos lábios se tocaram pela primeira vez em Zagreb. Era mágico. Chegava a ser divino.
E olhar para deitada no chão do vestiário, com a cabeça em meu peito, vestida com minha camiseta branca e com seu short era algo que eu poderia filmar e assistir para sempre, nunca iria perder a graça. Nunca. Passei as mãos por seus cabelos loiros e ela beijou meu peito.
- Você tem certeza do que falou? - perguntou.
- Cada palavra, moja katastrofa. - respondi e ela sorriu.
- Eu posso me acostumar com você me chamando assim, .
- Isso é ruim?
- Vai ser ruim se você for embora.
- Eu não vou embora mais, .
- Olha que eu acredito, Igrač.
- É para acreditar. Se um dia eu for, eu levo você.
- Você me leva? - perguntou e deu uma gargalhada.
- Levo. - falei e a beijei. Mas nós nos separamos rapidamente quando escutamos o barulho da porta sendo aberta.
- Puta que pariu, Daniel! Eu avisei que não era para entrar nessa porra! - escutamos Sergio gritar.
O inglês olhou na nossa direção e seu rosto ficou vermelho, agradeci internamente por já estar vestida e eu estar, pelo menos, de calção. Levantamos juntos e assim que fiquei ao seu lado, ela segurou forte a minha mão.
- Desculpa, cara. - Villagers murmurou, claramente constrangido.
- Você é um atrapalha foda da porra, todo mundo estava indo no vestiário dos meninos do time B. Caralho, Daniel. - Sergio gritou mais uma vez ao entrar no vestiário. – Oi, pequena Modrić, sabia que seu batom está borrado? Oi, Kova, eu não sabia que você estava usando batom, esse ficou muito bonito na sua pele.
- Vocês são muito inconvenientes. - Ronaldo falou ao entrar no vestiário. - Porra, Sergio, você deu o recado na festa?
- É claro que eu dei o recado, você não está vendo que está até usando batom? - Ronaldo olhou para nós dois com uma expressão engraçada, começou a rir e fez um high-five com Ramos.
- Vamos sair daqui, está rolando um clima e eu não quero atrapalhar. Pequena Modrić, o seu namorado usa batom, muito cuidado com essas coisas, viu? - Sergio deu uma piscadela. Cristiano o empurrou para fora do vestiário, deixando um Daniel claramente constrangido.
- Eu já vou, tchau, gente, e hm, cuidado.
- O que você está esperando para sair daí, Daniel? - Sergio gritou e Villagers saiu do vestiário, fechando a porta. largou minha mão e deu uma risada escandalosa, acabei rindo junto com ela.
- Seus amigos são engraçados.
- Meus amigos são idiotas. - retruquei, se aproximou e me beijou. - Eu vou me acostumar, moja katastrofa.
- É para se acostumar. - nós nos beijamos novamente, mas fomos interrompidos pelo toque do meu celular. - The Police? Sério?
- Você me ensinou a gostar. - respondi e ela gargalhou. - O que foi dessa vez, Sergio? - perguntei assim que peguei o aparelho que estava dentro da mochila.
- Os caras querem pegar as coisas deles que ficaram aí no vestiário, tem muita gente querendo entrar. Acho que seria legal você se vestir e sair rapidinho.
- Eu estou vestido, Sergio. - devo ter ficado vermelho, já que gargalhou igual a uma criança.
- Sério? Que droga, . Eu esperava mais de você. Enfim, vocês têm cinco minutos para sair daí antes de todo mundo entrar e ser constrangedor.
- Você espalhou para todo mundo?
- Não. Eu só disse que você estava muito ocupado com dor de barriga no vestiário e que não seria legal entrar. E por isso você não levou advertência.
- Obrigado, Sergio.
- Às ordens, . Ei, ei.
- O que foi?
- Eu quero ser padrinho. - ri e desliguei o telefone sem dar uma resposta.
- Era Ramos?
- Sim, temos cinco minutos para sair antes que todo mundo descubra que eu não tive uma diarreia e estava aqui com a irmã do meu melhor amigo.
- Para onde eu vou?
- Para minha casa, . - respondi e ela me encarou com a sobrancelha arqueada. - Fica a quinze minutos da casa do seu irmão.
- Vamos logo. - disse ao rolar os olhos e eu a segurei pelo braço.
- Você está com a minha blusa. - olhou para si e deu uma risada, tirou a blusa rapidamente e jogou em minha direção, pegou a blusa dela que estava no chão e vestiu. Peguei minha mochila que estava no banco e lhe dei a mão.
Saímos correndo do vestiário iguais duas crianças quando fazem algo errado e tentam fugir do local do crime. Chegamos no estacionamento e entramos no meu carro, estava com a respiração acelerada, mas ria igual uma criancinha. E eu adorava aquela risada.
- Céus, eu não estou preparada para correr.
- Você já cansou? - perguntei e ela me mostrou o dedo do meio. - Você vai começar a treinar comigo.
- Quando?
- Amanhã.
- Céus, eu sou um desastre fazendo atividade física.
- Moja katastrofa. - sussurrei e ela sorriu.
Saí da garagem do centro de treinamento e ligou o som do carro, fomos o caminho inteiro rindo e conversando bobagens da mesma forma de quando éramos adolescentes.
Eu me sentia feliz como há tempos não me sentia, tinha trazido os sentimentos bons de volta. Ela dizia que era um desastre, mas ela era o meu desastre.
Moja katastrofa.
era o melhor desastre que já tinha me acontecido e eu só podia agradecer aos céus por tê-la colocado de volta em minha vida.



Fim!



Nota da autora: Mais uma fic no mundo do Real Madrid porque sou cadela demais desse time! Espero que vocês tenham gostado e caso surja o interesse em saber mais sobre Daniel Villagers, Nalani, Isco e Antonielle, que aparecem na história, convido vocês para lerem Latch! 😍❤

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Nota da beta: Ai, Gi, eu não tenho condições! Eu AMO uma fic de futebol, eu AMO Latch, eu AMO essa música, E VOCÊ AINDA ME ENFIA DANIEL, NALANI E ANTO POR AQUI? Eu não sabia se ria, se chorava, se surtava! Você fez uma história incrível e eu amei ler cada pedacinho dela. Eu amei os personagens, amei já ter alguns conhecidos, e eu poderia passar horas e horas lendo mais sobre eles! Você é incrível! 💙

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