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Última atualização: 12/07/2021

Capítulo 01

Seis meses haviam se passado desde que Harrison tinha voltado para sua casa em Londres, onde toda sua família morava.
O lançamento do álbum havia sido um sucesso e os ensaios para a tour esgotada já haviam começado.
Porém algo lhe fazia falta. Algo que ele infelizmente tinha deixado para trás em Nova York.
No primeiro mês as mensagens eram frequentes, chamadas de vídeo e planos para futuras viagens juntos. Mas, depois de um tempo, começou a divulgação de seu primeiro EP e o tempo ficara curto. As ligações com menos minutos, as chamadas de vídeo menos frequentes e as mensagens parando e aos poucos se resumiram a nada.
Ele precisava seguir em frente e permitir que também seguisse, como ela provavelmente já tinha feito. Ela era uma mulher forte e independente, não esperaria por ele para sempre.
tentava não pensar nisso, mas era quase impossível. Cada vez que abria seu Instagram uma foto nova adicionada ao story dela sorrindo ou ensaiando para uma coletiva de impressa. Ele estava sim triste por tudo ter acabado como foi. Mas não podia negar que estava completamente orgulhoso dela.
Desde o dia em que a ouviu cantando em seu apartamento, soube que o mundo seria um lugar pequeno para tanto talento e personalidade.
terminou o cigarro e voltou para o estúdio onde estavam ensaiando. Precisava se recompor antes que sua tour começasse.
Os cabelos antes vermelhos agora já estavam de volta ao preto, mas apenas isso havia mudado. continuava o mesmo esquisito que se doava de corpo e alma a sua música e seus fãs que cresciam a cada dia. Ele estava finalmente vivendo o sonho de infância.

*


Assim que chegou em seu apartamento, foi direto para o banho. Em seguida pediu uma pizza e se jogou no sofá, ligou a televisão apenas para o som das palavras soltas ocuparem o espaço e acabar com o silêncio que o incomodava.
Rolava pelo feed de suas redes sociais quando algo na tv lhe chamou atenção.

"A cantora anunciou em uma coletiva de imprensa esta tarde que os fãs ingleses podem reservar uma data em seus calendários para finalmente poder ouvi-la ao vivo!"
"Nesta tarde ela anunciou datas para shows pequenos no mês que vem, não demorou muito para os principais shows esgotarem. Mas não é para menos, com uma linda voz e um carisma que conquista qualquer um, vem crescendo e se tornando um nome forte na indústria da música."

E mais uma vez o destino estava fazendo sua jogada. não poderia deixar essa oportunidade passar. Ele precisava tentar, mesmo que fosse à toa.
Viu um storie no perfil de com o anúncio da mini tour pela Inglaterra e aproveitou para mandar uma mensagem.

Então quer dizer que finalmente decidiu visitar a terra da rainha? Se precisar de um guia turístico, mesmo que não dos melhores. Pode me ligar! 😉

Assim que enviou a mensagem, seu coração parecia que sairia de seu peito. Por sorte a campainha soou o despertando do prestes ataque de ansiedade.
Pegou sua pizza e voltou para a sala. Colocou um filme e aproveitou do seu banquete.
Um tempo depois seu celular vibrou indicando uma nova mensagem. Era ela

Então quer dizer que finalmente decidiu visitar a terra da rainha? Se precisar de um guia turístico, mesmo que não dos melhores. Pode me ligar! 😉

Com certeza precisarei, minha agente é ótima, mas não acho que seria a melhor companhia para uma tour pela cidade. 😂

Ps: estou com saudade.



não conseguiu controlar o sorriso após ler a mensagem. Respondeu e logo ela respondeu de volta e assim voltaram a trocar mensagens. Talvez isso fosse um bom sinal.


Capítulo 02

A vida de havia virado de ponta cabeça nos últimos meses. Após o vídeo em que acompanhou em um cover, suas redes sociais não pararam de aumentar os números.
Em uma das idas ao estúdio para acompanhar na finalização do álbum ela conhecerá sua agente e desde então, algo que ela já não esperava mais aconteceu. Seu sonho de cantar suas experiências e sentimentos em um palco havia se tornado realidade.
O primeiro single foi um grande sucesso e não demorou muito para que conquistasse alguns fãs. Agora estava divulgando seu primeiro EP, se dissesse que isso aconteceria a alguns meses atrás, ela jamais acreditaria.
Mas infelizmente nada era perfeito. Há seis meses havia voltado para Londres e desde então tudo desmoronou entre os dois. Sentia sua falta todos os dias, mas infelizmente não poderia esperar que desse certo, não com ele do outro lado do oceano e cheio de mulheres lindas em volta dele.
decidiu não ficar pensando nisso e apenas ficar em sua carreira que ao contrário de sua "vida amorosa" estava indo melhor do que nunca.
Chegou em sua casa e se jogou na cama, estava cansada. Muito tempo em frente a repórteres e sorrindo para fotos era um tanto quanto cansativo. Mas era necessário.
Ouviu o celular sinalizando uma nova mensagem. Era . Uma eletricidade percorreu todo seu corpo a arrepiando. Sentia falta dele.
Ela não costumava ser o tipo de pessoa a se apegar a alguém. Tinha alguns ficantes fixos às vezes, mas geralmente não se lembrava com quem passava a noite após uma boa festa. E ela realmente não se importava com isso.
havia sido o primeiro homem em muito tempo que ela realmente havia sentido algo. Mas tentava não pensar nisso. Embora havia ficado feliz com a mensagem que recebera.

*


estava terminando de fazer seu jantar quando sua campainha tocou. Achou estranho, pois não estava esperando ninguém.
Ao abrir a porta se deparou com Robert encostado no batente.
- Olá, sentiu minha falta? - Ele sorriu.
- Robert? Nossa, quanto tempo, entra. - ela sorriu e abriu a porta para que ele pudesse passar.
Não via Robert desde que começara a sair com . Robert costumava ser seu ficante fixo naquela época. Algumas noites de sexo casual para aliviar a tensão e a carência e nada mais que isso.
- Andei te vendo em alguns jornais e revistas, finalmente o mundo pode conhecer seu talento. - Ele sorriu e tirou a jaqueta.
- É muito maluco pensar em como tudo mudou tão rápido. Mas e você? O que anda fazendo?
Ficaram conversando por um tempo e jantaram juntos. Robert era um cara legal, mesmo não tendo muito em comum com .
Ele era advogado, mas não daqueles que eram um porre. Ele apenas seguiu a carreira da família. Mas isso não o impedia de quebrar algumas regras em suas noites de folga.
- ‘Tá afim de ir beber alguma coisa naquele pub que costumávamos ir? - Ele perguntou.
- Não sei, Rob, eu estou um pouco cansada. - ela fez careta, e estava mesmo.
- Vai… por favor! Pelos velhos tempos. - ele fazia um bico como uma criança implorando por um novo brinquedo. deu risada e balançou a cabeça.
- ‘Tá bem, tá bem, mas não posso voltar muito tarde!


Capítulo 03

acordou com o sol invadindo seu quarto, levantou e foi fazer sua higiene matinal e desceu até a cozinha em seguida.
A desvantagem de morar sozinho era acordar e o café ainda não estar pronto, mas não era uma tarefa tão difícil a ser feita.
Ligou a cafeteira e pegou seu celular para checar as notificações e algumas mensagens.
Em um dos feeds pode ver uma foto provavelmente tirada por algum paparazzi de com um homem em um bar. Os dois riam juntos. Era tudo bom demais para ser verdade mesmo.
Tentou não encanar com isso, mas a curiosidade falou mais alto. Em outra foto na qual o rosto do homem aparecia, pode ver que era aquele homem que estava sempre saindo do apartamento dela quando se conheceram. O tal de Robert, seu último caso antes de .
o contara uma vez que ela e Robert eram amigos que decidiram evoluir para uma amizade colorida, um relacionamento casual sem rótulos.
Aparentemente ela tinha realmente seguido em frente e ele ali, criando esperanças. Mas ela não tinha culpa. Quem havia decidido deixá-la para voltar para o outro lado do oceano fora ele, e agora teria que arcar com as consequências.
Encheu uma xícara de café e acendeu seu cigarro. Ligou a tv e deixou em um filme aleatório. Tentava tirar de sua cabeça todos aqueles sentimentos que estavam em seu peito.
Hoje seria o primeiro show da nova tour, ele não poderia ficar com essas coisas na cabeça, precisava pensar em seus fãs e o quanto eles estavam animados com isso. Seus fãs sempre o faziam se sentir melhor, sabia que eles sempre estariam lá por ele.
Iria almoçar fora com seu amigo e também guitarrista já que eles teriam ensaio na parte da tarde antes do primeiro show. decidiu arrumar um pouco a bagunça da casa antes de começar seus afazeres.

*


O show foi um sucesso, todos os planos para a tour e montagens de palco haviam dado certo e isso era incrível. Os fãs cantavam junto com ele todas as músicas novas, nada no mundo o fazia mais feliz que isso.
era uma pessoa extremamente ansiosa e elétrica. O palco era o lugar onde ele podia ser ele mesmo e liberar toda essa energia que tinha dentro de si.
No camarim todos comemoravam e parabenizavam pela estreia. Até mesmo seus pais estavam lá em meio ao caos que era os bastidores de um show.
Ele amava cada pequena parte disso tudo. A parte de ter a imprensa sempre em cima dele e paparazzis por todo canto era um incômodo que ficava pequeno perto de todo esse amor.
O pessoal decidiu que iriam para um pub comemorar e estender a festa. Era sábado à noite, o dia perfeito para isso. Antes de sair com o resto do pessoal para a after party, parou um tempo para dar atenção aos fãs que ainda o esperavam do lado de fora.
Muitos perguntavam se havia alguma chance dele e se apresentarem juntos durante a vinda dele, a única coisa que ele respondia era "estou vendo isso, quem sabe", mas na verdade ele gostaria de dizer "talvez não, porque eu sou um babaca que perdi uma mulher perfeita, mas talvez ela seja melhor que eu".
Depois que falou com todos, entrou no carro com os amigos e foram para um pub. Lá encontraram o restante do pessoal da equipe e mais alguns convidados.
Beber até o mundo começar a rodar lentamente era o objetivo da noite. Entre cervejas e shots de tequila, uma amiga de seu guitarrista veio conversar com . Ela era muito bonita e legal também.
Muitas cervejas e risadas depois, a garota o implorou para dançar com ela. Ele saberia onde isso iria chegar, mas não se importava, afinal, já havia seguido em frente, não é mesmo? Por que não seguir também?
Ele passou os braços pela cintura da loira a sua frente e a puxou para perto, assim que ela entrelaçou os braços em seu pescoço, o puxou para um beijo intenso. não hesitou, apenas se deixou levar.

"Then we slide into the arms of someone else
In disguise, we get a little better at controlling ourselves around midnight
But then we slide into the arms of some, someone else"


Capítulo 04

Um mês depois

O avião de havia acabado de pousar, ao sair do aeroporto se deparou com alguns fãs a esperando, isso era uma loucura. Ela estava do outro lado do oceano e haviam pessoas que amavam seu trabalho a ponto de lhe esperar em um aeroporto.
Há meses ela nem sonhava em tocar em algum lugar que não fosse o barzinho onde seu amigo trabalhava.
Seu dia seria lotado, havia muitas entrevistas para aquele dia e o primeiro show durante a noite.
Era muito cansativo, não podia negar. Mas o carinho que recebia em troca era uma ótima recompensa.
Entre uma entrevista e outra ela finalmente conseguiu um tempo para almoçar, resolveu fazer isso no seu quarto de hotel mesmo.
Decidiu tentar falar com , as coisas não haviam acabado da melhor forma, mas também não tinha sido das piores. Ela sentia sua falta.
Mandou uma mensagem o convidando para o show, deixaria seu nome na lista do backstage.
Deitou um pouco para ver tv até que desse o horário da próxima entrevista. Nada de uma resposta de . Talvez ele tivesse mesmo seguido em frente, então decidiu que ficaria apenas na sua estadia e nas coisas que tinha a fazer naqueles próximos dias.

*


A casa de show estava lotada, não era um lugar muito grande, mas haviam esgotado todos os ingressos, ficava feliz e ao mesmo tempo nervosa.
Todo o nervosismo passava assim que colocava seu pé no palco. A energia emanada pela multidão era completamente contagiante. Ter todas aquelas pessoas cantando letras que um dia haviam sido apenas desabafos silenciosos sobre sua vida, era algo surreal.
Ela não fazia ideia do quanto era conhecida até subir em um palco e ver todos cantando suas músicas. Mas nada dessa coisa de fama importava, a real emoção era saber que mais pessoas se sentiam daquela forma, mais pessoas partilhavam das mesmas dores e tristezas. Ela havia visto como era estar do outro lado, e como estar entre eles, quando estava com , poder sentir isso por si só era extremamente incrível.
Ao final do show foi direto para o camarim, estava exausta e sem fôlego. Cumprimentou todos da banda agradecendo pelo show. Um a um foram saindo, voltando para a van que os levaria até o hotel. ficou para retocar a maquiagem e arrumar os cabelos para poder atender os fãs que a esperavam na porta dos fundos. Estava distraída quando ouviu uma batida na porta, achou estranho, pois todos se anunciavam antes e já entravam.
- Pode entrar. - ela disse, sem se virar em direção a porta.
- Licença. Está muito ocupada? - Aquela voz, não era quem ela esperava ver, era ele.
- ? O que faz aqui? - Ela sorriu, correndo em sua direção e o envolvendo em um abraço apertado.
- Eu recebi seu convite e decidi lhe fazer uma surpresa. - ele riu baixo e apertou em seus braços. Como havia sentido saudade daqueles braços.
- Achei que não queria mais falar comigo, não respondeu minha mensagem. - ela o soltou e colocou o cabelo atrás da orelha. - Mas enfim, como você está?
- Com saudades de você. - ele sorriu e a encarou. - Está muito ocupada ou ainda tem um tempinho para um velho amigo que vacilou muito e quer se redimir? - ele fez uma careta, que a fez rir baixo.
- Sempre vou ter um tempo para você, .


Capítulo 05

O caminho até o restaurante foi silencioso, sendo preenchido apenas pela música aleatória que tocava no rádio do táxi em que estavam.
Assim que o carro estacionou, pagou o motorista, desceu e abriu a porta para , que sorriu em agradecimento.
O restaurante era grande e parecia ser um lugar mais requintado. A iluminação era a luz de vela, tudo muito bonito. Assim que entraram, o garçom os guiou a uma mesa ao fundo em um canto mais escondido.
- Você já tinha tudo isso planejado? - perguntou, assim que se sentaram.
- Bom… o não eu já tinhak, né, não custava nada deixar tudo preparado e tentar. - Ele deu risada. - Fora que aqui é um dos melhores restaurantes de Londres, não podia deixar você passar pela cidade sem visitá-lo.
- Hmm, gostei disso. Está se convidando para ser meu guia turístico? - Ela o encarou, com as sobrancelhas arqueadas, o fazendo corar.
- Bom, eu nasci e cresci aqui, estou com um tempo livre… quem melhor do que eu para fazer este papel? - ele abriu os braços, a fazendo rir. - a não ser que seu namorado esteja aqui e prefira ir com ele.
- Namorado? Que história é essa, ? - ela riu, confusa.
- Eu vi umas notícias há uns tempos, você com aquele cara que eu sempre via saindo do seu apartamento antes de nos conhecermos, não lembro o nome dele…
- O Robert? Não, ele não é meu namorado. Ele era meu casinho antes, mas não temos mais nada, a gente só saiu algumas vezes porque temos amigos em comum. - ela deu de ombros.
- Ah entendi, bom saber. - ele piscou para ela que sorriu balançando a cabeça.
Pediram o jantar e continuaram conversando. Era como se o tempo não tivesse passado para os dois, como se nenhuma despedida tivesse acontecido, nenhuma lágrima derramada. Apenas os dois, sendo eles mesmos. Como sempre havia sido.
- Vai, agora me conta. Como é ser uma das mulheres mais famosas da atualidade? - perguntou, pegando um pedaço da torta de chocolate que dividiam.
- Deixa de ser exagerado, . - ela riu. - Não chego a tudo isso, mas tem sido incrível, cada segundo. Queria que tivesse visto o show, todo mundo sabia cantar minhas músicas! - ela falava rápido e animada, como sempre fazia quando estava contente. a observava com um sorriso no rosto, que nem ele mesmo percebia estar lá.
- Eu estava lá. Fiquei perto do bar. Não quis atrapalhar os fãs que esperaram horas para poder ver um dos melhores shows das vidas deles. - ele riu. – Sério, , eu sempre soube que você seria gigante, você é uma pessoa incrível. Mas naquele palco… eu nunca vi nada igual, vocês faziam parte um do outro. - tinha um sorriso largo estampado em seus lábios. Era tão bom ouvir aquilo.
- Você fala isso porque nunca teve a oportunidade de ir em um show seu. Você não é muito diferente. Um pouco mais maluco talvez. - Os dois riram. - O que acha de cantar comigo amanhã no show? Podemos cantar alguma música sua, ou até mesmo uma do Oasis, sei que você gosta.
- Hmm… - pareceu pensar por um minuto. - É claro que eu aceito. - ele sorriu. - Podemos cantar aquela música que cantamos no vídeo, os fãs vão gostar eu acho.
- É uma ótima ideia. - ela sorriu.
- Mas… eu tenho uma condição. - ela o olhou, com uma cara de dúvida. - Tem muita coisa para fazer amanhã durante o dia?
- Amanhã acho que não. Por quê?
- Então amanhã te levarei a alguns pontos turísticos importantes de Londres. Não aceito não como resposta. - ele sorriu, colocando um pedaço de torta na boca.
- Temos um trato então - ela estendeu a mão para que ele a apertasse, o que fez logo em seguida.
- Quer ir? Está em qual hotel?
- Estou no FourSeasons. Mas não se preocupe, eu pego um táxi.
- Não fica mais de duas quadras daqui, quer ir caminhando?
- Pode ser, vamos ver como é o clima noturno de Londres. - Ela sorriu e se levantou.
Os dois foram caminhando lado a lado pelas ruas já vazias por ser tarde da noite. O vento frio típico das noites londrinas já se fazia presente. estava com os braços cruzados, provavelmente com frio. tirou sua jaqueta jeans e a colocou nos ombros da mulher que sorriu a vestindo.
- Obrigada.
- Não por isso. - Ele sorriu, colocando as mãos nos bolsos. - Senti sua falta. - disse por fim, tirando aquele nó na garganta.
- Eu também senti sua falta. Minha nova vizinha é uma mulher de 40 anos que está sempre trabalhando e gosta de música clássica. - ela fez careta, o que fez dar uma de duas gargalhadas escandalosas.
- Outro vizinho como eu você não vai ter. Não que eu seja o melhor vizinho do mundo, mas eu fazia o meu melhor.
- Você me chamava para ver filme, comer, ficar chapada… outro assim não acho mais não. - Ela deu risada, lembrando dos meses que passaram juntos.
- Foram meses ótimos. Agora eu moro sozinho em um apartamento grande em um condomínio que o pessoal não tem muito contato. Pelo menos não reclamam de barulho ou outras coisas.
- Não está mais com seus pais?
- Não, eu me acostumei a ter minha liberdade depois que voltei de New York. Não demorou muito comprei esse apartamento e me mudei. Minha mãe reclama até hoje, mas eu não ligo. - Ele deu risada e ela o acompanhou.
- É bom saber disso. Os dois com a vida encaminhada. Parecemos mesmo dois adultos, não é mesmo? - Ela disse sem olhar para , muitas coisas passavam em sua cabeça.
- É… só queria poder ter você na minha vida. Mas, infelizmente, sabemos que não posso. - Ele disse baixo. - Chegamos. - Ele apontou o prédio atrás deles.
- Não vamos falar sobre as coisas tristes, tudo bem? Quero aproveitar esses dias com meu melhor vizinho do qual eu senti saudade todos esses meses, pode ser? - Ela disse, o encarando.
- Tudo bem. - Ele sorriu. - Te pego aqui amanhã às 9, combinado?
- Combinado. - Ela sorriu e o abraçou.
Era tão bom a ter novamente nos braços, não queria a soltar, não ainda. Se pudesse pediria para que ficasse para sempre, ou para que os dois pudessem viver em um ponto neutro e serem felizes juntos.
- Até amanhã, . - ela deu um beijo em sua bochecha e caminhou para o prédio.
- Até amanhã, .


Capítulo 06

Era nove horas em ponto quando o celular de tocou em cima da cama. Ao olhar o visor, ela deu risada. Era , ansioso e pontualmente britânico, como sempre.
- Já estou indo, senhor pontual. - ela ouviu sua risada do outro lado da linha.
- Desculpa, eu espero se não estiver pronta, não tem problema.
- Já estou sim, já, já eu te encontro no saguão.
Assim que desligou, terminou de passar o batom rosado em seus lábios. O delineador preto em seus olhos completavam o look tão conhecido e característico de . Ela usava uma calça jeans clara rasgada e um cropped branco, nos pés seu inseparável coturno preto. Assim que saiu do elevador pode ver um homem encostado em uma das paredes, a calça xadrez vermelha e preta não deixavam dúvidas de que era .
- Olá, estranho. - Ela disse, sorrindo.
- Hey, popstar. - eles riram e a abraçou.
- Qual o primeiro ponto do nosso tour?
- Primeiro, vamos passar em uma cafeteria, eu fiquei com preguiça de fazer café e sei que você também não tomou ainda.
- Realmente não. - Ela deu risada. - Vamos então.
Os dois foram caminhando até a cafeteria da próxima esquina. acendeu um cigarro, já era o segundo, estava ansioso para passar o dia com .
- Você não perde mesmo essa mania de fumar antes do café, não é? - Ela deu risada.
- Não. - ele riu, soltando a fumaça para cima. - Depois de tanto tempo acaba sendo automático, não consigo começar o dia sem essa merda. - eles riram e apagou o cigarro com o pé. Logo em seguida entraram na cafeteria.
Se sentaram em uma mesa ao fundo da cafeteria e o mais longe de janelas possível. já passava despercebido por lá mesmo sendo famoso, estava sempre por lá, mas seria mais difícil.
Fizeram seus pedidos e por um tempo foi difícil encontrar algo para falar, estava totalmente nervoso, parecia um adolescente no primeiro encontro novamente. Esperava que esse fosse melhor que o seu primeiro encontro real, esse tinha sido péssimo.
- , o que acha de a gente fazer um cover juntos hoje? Acho que os fãs iam gostar, e eu não posso perder a oportunidade de cantar com você aqui. - Ela riu e apoiou os cotovelos na mesa.
- Seria incrível. - um sorriso largo surgiu em seu rosto. - Já sabe qual?
- Tinha pensado naquela primeira música que cantamos juntos, o que acha? - as lembranças de tocando Don't look back in anger do Oasis em seu apartamento em New York enquanto cantava, surgiram em sua mente, o fazendo sorrir.
- Seria uma ótima ideia. - ele sorriu. - Você cantando aquela música fica incrível, deveria gravar, seria um favor a humanidade. - ele disse, a fazendo rir.
- Nossa, você é muito exagerando, ! - Ela riu. - Mas se eu for gravar tem que ser com você.
- Convite aceito. - Ele estendeu a mão para ela como se para selar um acordo. Ela apertou sua mão e os dois riram.
Conviver com era fácil, não precisava voltar, nem joguinhos, tudo que ele precisava era ser ele mesmo. Ela sempre tornava tudo mais fácil. era espontânea e extrovertida, completamente o oposto de . Talvez fosse isso que desse tanto certo entre os dois.
Ficaram conversando sobre a experiência de na Inglaterra enquanto tomavam o café. Logo que terminaram parou um táxi para o próximo ponto da tour: o palácio de Buckingham.
Durante o caminho, apontava lugares e contava histórias da própria vida ou da cidade. amava a forma carinhosa que ele falava de Londres, era visível que ele gostava de sua vida lá.
Assim que desceram do carro em frente ao palácio de Buckingham, olhou em volta impressionada com o quão lindo era o lugar. O misto de atualidade com antiguidade era gigantesco e impossível de descrever em palavras. O sorriso em seu rosto falava muito mais.
pegou sua instax guardada no enorme bolso da calça e tirou uma foto de sem que ela percebesse.
- Ei! Virou paparazzi agora, é? - Ela se virou, rindo.
- Além de seu guia turístico irei documentar toda a viagem para você guardar de recordação.
- Então vem aqui. - ela o puxou para seu lado. - Tira uma nossa. - apontou a câmera para eles, os dois fizeram caretas e logo a foto saiu, fazendo ambos rirem.
- Vem, vamos mais para lá que logo vai acontecer a troca da guarda.
- Aqueles caras com o chapéu preto grande, isso existe mesmo? - perguntou, parecendo uma criança enquanto acompanhava .
- Veja você mesma. - Ele sorriu e apontou os guardas em frente ao palácio.
- Meu Deus isso é loucura. - Ela deu risada.
- Nós ainda vivemos com a monarquia no comando, , tudo aqui é uma loucura e meio antiquado. - Ele riu e deu de ombros.
- Isso que faz tudo mais incrível ainda!
assistia tudo com uma cara de criança entrando na Disney pela primeira vez. Logo a troca de guarda foi encerrada e a maioria das pessoas se foram.
- Onde vamos agora?
- Não falarei mais o lugar, mas eu tenho certeza que você vai amar. - Ele sorriu e parou outro táxi.
Não demorou muito o carro parou em frente à estação de trem. achou estranhou.
- Nós vamos sair da cidade? - Ela perguntou, com as sobrancelhas arqueadas.
- Não, sabe onde estamos?
- Em uma estação de trem? Nós temos trem nos Estados Unidos, . - Ela deu risada.
- Vocês têm trem sim, mas vocês não têm a estação King's Cross, com uma certa plataforma especial. - ele mordeu o lábio, segurando o riso percebendo a expressão que aparecia de surpresa no rosto de .
- Eu não acredito! Tem mesmo a plataforma?
- Tem sim, eu sabia que ia amar. - Ele deu risada. - Construíram a plataforma 9 ¾ e desde então ela se tornou um dos pontos mais visitados da cidade, você como uma boa fã de Harry Potter não poderia deixar de tirar a foto clichê aqui.
- Ah, meu Deus, vamos logo! - puxou pela mão e caminhou rápido, ele a acompanhou, rindo.
Assim que encontrou a plataforma, parou a sua frente e colocou as mãos na boca. Foi a vez de registrar sua reação com a câmera mais uma vez. Tinha um pequeno grupo de pessoas lá no momento, o que indicava que teriam que esperar. preferiu trazê-la logo cedo neste lugar, pois sabia que o tráfego de turistas durante o dia era grande.
Logo as pessoas saíram e eles foram até a metade do carrinho que fazia alusão a cena em que os estudantes de Hogwarts iam ao encontro do Hogwarts Express.
fez a pose e tirou uma foto com a câmera e depois ela o entregou o seu celular para tirar várias outras fotos.
realmente a conhecia, havia escolhido os lugares que sabia que seriam importantes para ela visitar.
Assim que saíram da estação, seguiram para o Madame Tussauds Museum. Neste ponto perderam o restante da manhã, queria visitar todas as salas do local e tirar foto com cada estátua que passava, o que rendeu várias fotos bobas dos dois e até mesmo apenas de .
Fazia tempo desde que ambos não se divertiam assim, pareciam duas crianças soltas no parque de diversões sem os pais para os provarem da diversão.
Para o almoço, a levou até um restaurante mais requintado e famoso no centro da cidade, eles obviamente não estavam vestidos para tal ocasião, porém isso não havia sido problema para nenhum dos dois, e havia feito as reservas na noite anterior.
Após o almoço foi o momento de visitar os clichês da cidade como Big Beng e Tower Bridge. Eles passaram um longo tempo caminhando pelo centro Londrino e seu clima nublado, era uma boa época para se estar de visita.
Já se aproximava do fim da tarde quando chegaram até a London Eye. havia a guardado para o final do dia justamente para poderem ver a cidade inteira sob a luz do pôr do sol.
Assim que atingiram o ponto mais alto, se aproximou do vidro da cabine, parou logo atrás tirando uma foto em que podia se ver e em segundo plano alguns prédios de Londres e o céu colorido à sua frente. Ela se virou sorrindo e ele se aproximou.
- Obrigada por esse dia. Você é um ótimo guia turístico. - Ela deu risada.
- Eu disse que seria. Fico feliz que tenha se divertido. - ele sorriu de volta.
- Me diverti como a tempos não fazia. É tudo tão mais fácil quando estou com você. Parece que eu não preciso me preocupar com meu comportamento ou com o que vou falar. Eu posso apenas ser eu e está tudo bem, sabe?
- Isso é porque eu me sinto da mesma forma, logo, podemos ser nós mesmos quando estamos juntos, ninguém vai ser julgado. E isso é incrível, não tinha sentido isso com ninguém.
- Eu também não. - Ela suspirou e voltou a olhar a cidade. - Senti sua falta, . Parei de escrever por que meu coração ficava cada vez mais apertado por não saber quando eu te veria de novo. - Ela falou baixo, a voz meio embargada deixava claro o sentimento tentando não transparecer.
- Eu me senti assim também, mas quando parou de escrever achei que tinha achado alguém melhor. E logo saiu a foto sua e de Robert juntos. Aquilo para mim foi como um sinal para seguir em frente e parar de te prender. - ele olhava para as mãos. Não havia confessado isso a ninguém.
- Sabe o que é pior? - Agora ela se virou para ele. - Eu tentei seguir em frente, mas não conseguia. Toda hora minha mente voltava para algum momento em que estávamos juntos, rindo de alguma bobagem ou pro dia em que você vestiu a minha saia. - eles deram risadas.
- E isso é ruim? - ele tinha medo da resposta, mas precisou perguntar.
- Sim, porque eu sabia que não podia pedir para você voltar, mas também não conseguia sair de lá e vir morar aqui com você. Mas o pior de tudo era não te ter por perto. Tudo que acontecia era para você que eu queria contar. Não para alguém que estava ao meu lado.
- Desculpa ter te feito passar por isso.
- Ei. - ela segurou o queixo de o fazendo olhar para ela. - Não vamos estragar nosso dia perfeito falando dessas coisas tá bem? Vamos aproveitar esse pôr do sol e depois vamos para o hotel que preciso me arrumar para o show e o senhor também. Vem cá. - ela sorriu e abriu os braços.
sorriu e a abraçou pela cintura encostando a cabeça na curva de seu pescoço, mesmo sendo mais alto que ela. Era tão bom ter ela ao seu lado de volta, mesmo que seja por pouco tempo.
Um tempo depois já estavam na porta do hotel de .
- Te vejo mais tarde? - ela perguntou.
- Estarei lá e com meu violão para nossa apresentação. - os dois riram.
- Até depois. - ela depositou um beijo no rosto de que fez o mesmo.
- Até depois, . - ele sorriu e a esperou entrar para voltar para seu apartamento.


Capítulo 07

Faltava pouco menos de meia hora para entrar no palco quando chegou com os cabelos bagunçados e a case de seu violão pendurada no ombro.
Ele sorriu e caminhou na direção de que o recebeu com um sorriso largo e um abraço.
- Achei que não vinha mais. - ela disse, o soltando do abraço.
- Fiquei com medo de chegar cedo demais. - ele riu. - Quer ensaiar antes ou vamos na sorte?
- Confio no nosso potencial. - ela deu de ombros e riu. - Vai assistir daqui do backstage?
- Vou sim, quero ver a magia acontecer bem de perto hoje. - Ele riu.
- Bobo mesmo. Bom, vou indo. Até depois. - ela deu um beijo na bochecha de , bem próximo a boca e caminhou até o palco com a banda.
deixou o violão em um dos sofás do camarim e os seguiu. Ficou próximo ao pessoal da produção, logo atrás da cortina.
O show começou e a multidão estourou em gritos. Era engraçado estar daquele lado do palco. Geralmente estava ou na plateia ou na frente dele liderando a multidão.
Ver dominando todo o palco e a plateia de pertinho assim era ainda mais incrível do que ver a distância, como havia feito no outro dia.
Depois de algumas músicas chamou para o palco e a plateia gritou ainda mais alto - se é que isso era possível - assim que ele entrou e os dois se abraçaram.
Dois banquinhos foram colocados no palco, um para cada um. ajustou o microfone e cumprimentou a plateia. contou sobre a música que iriam cantar e a primeira vez que a cantaram juntos, tirando gritos e suspiros da plateia.
Logo começou a tocar os acordes de Don't Look Back In Anger e começou a cantar. A música ficava ainda mais incrível na voz dela. sorria, a olhando e logo começou a cantar junto.
O olhar dos dois se cruzavam a cada minuto, às vezes até mesmo os fazendo esquecer de todo o público que estava os ouvindo.
Logo que a música acabou, se despediu e voltou para o backstage e ficou lá até o fim do show.

*


Todos saíram eufóricos do palco. estava sentado no sofá esperando conversar com a banda e o agente. Logo ela caminhou até ele.
- Fomos incríveis essa noite! - Ela pulou em seu colo, o abraçando apertado. riu e a abraçou.
- Você principalmente! Obrigado pelo convite.
- Obrigada por ter aceitado. - ela beijou seu rosto e o soltou. - Vou me arrumar e logo estou livre, quer ir jantar? A comida do hotel é ótima.
- Se não for te incomodar, eu aceito. - ele sorriu e ela caminhou até o banheiro para retocar a maquiagem.
Não demorou muito ela voltou com outra roupa e arrumada. pegou seu violão e eles caminharam até alguns fãs que ainda esperavam na porta.
Após atender quase todos eles entraram em um táxi e foram para o hotel. Não demorou muito para chegarem, não ficava muito longe da casa de shows.
Subiram até o andar e estava em silêncio, o silêncio não era completamente estranho entre eles, apenas não sabiam o que dizer exatamente
- Fique à vontade. Vou pedir um jantar para gente, tá bem? - disse ao fechar a porta e tirar a jaqueta.
- Tá bem. - tirou a jaqueta e se sentou numa poltrona.
- Prontinho. O que achou do show hoje? - disse, se jogando na cama.
- Você é incrível, , que bom que finalmente pode abraçar esse lado que você escondia do mundo.
- Isso eu devo a você. - Ela sorriu para ele, que negou com a cabeça.
- Não mesmo. Isso é tudo mérito seu. Eu só te apresentei a uma pessoa, chegar onde chegou é crédito todo e unicamente seu.
- Você sempre sabe a coisa certa a dizer, não é?
- Ah, nem sempre. - ele riu, meio sem graça. - Falo várias merdas também.
Enquanto eles riam, a campainha tocou, o jantar havia chegado. Se sentaram numa mesa pequena no canto do quarto e jantaram enquanto conversavam sobre duas tours e sobre o dia por Londres.
Assim que terminaram se sentaram na cama e colocou um filme para que assistissem.
- Não queria fazer essa pergunta, mas ela é necessária… - começou em um tom mais baixo e desanimado do que costumava falar.- Quando volta para New York? - Ele a olhou, em seguida ouvindo seu suspiro.
- Amanhã na parte da tarde… não queria ir. Mas preciso. - ela deu de ombros.
- Fica mais um tempo, pode conhecer mais cidades.
- Podemos não falar sobre isso agora? Não quero que nós dois fiquemos tristes.
- Tudo bem. - suspirou e encostou a cabeça na parede. ficou o olhando.
- Você tá com o cabelo escuro, tirou o vermelho. Eu gostei, ficou muito bom. - Ela sorriu.
- Esse é meu cabelo real. - Ele riu. - Fiquei com preguiça de manter o cabelo diferente, também não confiaria na minha mãe como cabeleireira. Então desisti. - Ele riu.
- Eu sabia, você é muito preguiçoso, . - Ela riu.
- Que absurdo isso! - ele colocou a mão no peito, como se estivesse chocado.
- Ah, nem vem que você sabe que é mesmo um grande folgado!
- Eu só, é? Então você vai ver! - em um movimento rápido começou a fazer cócegas em , que mal conseguia respirar de tanto rir.
- … PARA! - ela gritou em meio aos risos, o fôlego já estava acabando.
- Vai falar que eu sou folgado de novo?
- Não… - ela respirava fundo e ele levantou as mãos por um tempo, se rendendo. - Folgado. - Ela disse rápido e logo as cócegas recomeçaram.
Naquele momento pareciam duas crianças bobas rindo até chorar. Eles eram assim, em uma hora estavam falando sobre algo importante, no momento seguinte já estavam rindo e fazendo alguma bobagem que era da natureza deles.
Assim que percebeu que ambos estavam ficando sem fôlego ele parou com as cócegas e se jogou ao lado de na cama. Único som audível era risadas que escapavam hora ou outra e as respirações ofegantes.
- Você é um grande bobão, e o pior é que eu amo isso. - ela riu.
- Essa é a vantagem de estar com você. Posso ser eu mesmo e ainda gosta dessa versão
- Acho que eu gostaria de qualquer versão de você, se ainda fosse você.
- O problema é que essa é a minha versão que mais gosto, e estive sem ela por muito tempo, porque você não estava aqui.
decidiu ser sincero e falar o que sentia antes que fosse tarde demais. Os dois se olharam por um tempo.
- Eu senti tanto sua falta. - disse baixo, ajeitando o cabelo de que caia em seus olhos.
- Eu também. - eles continuaram se encarando. Os olhos de passeavam pelo rosto de até que pousou nos lábios dele e ali ficou por um tempo.
Esse foi o sinal que ele precisava para acabar com a distância entre seus lábios. passou seu braço pela cintura de , a puxando para perto, o beijo era lento, mas intenso, com uma urgência escondida em algum lugar.
Ambos evitaram aquilo o máximo que puderam, mas era impossível, seus lábios eram como imãs que imploravam para se manterem ligados.
Assim que o ar foi sendo necessário separou o beijo descendo-os pelo pescoço de que se arrepiou completamente com o toque molhado dos lábios de em contato com sua pele.
Ele apertou sua cintura e suspirou baixinho. Ela deslizou a mão pelo corpo de puxando devagar sua camisa.
- Tem certeza? - Ele perguntou, segurando sua mão.
- Eu não me importo, eu quero você. - e isso foi o bastante para que selasse seus lábios novamente.
sentou em seu colo, o que permitiu que as mãos de explorassem suas coxas até chegar na barra de sua blusa, que logo foi jogada para um canto do quarto. deu o mesmo destino a camiseta de .
O beijo agora era mais intenso, urgente. Seus corpos imploravam por mais, eles precisavam um do outro.
inverteu as posições deitando na cama após desabotoar seu sutiã. Ele fez uma trilha de beijos desde o queixo da mulher até próximo aos seus seios. Ele a encarou, os olhos fechados, mordendo o lábio inferior. Ela queria mais.
começou a massagear um dos seios da mulher enquanto sugava o outro devagar movimentando a língua. não conseguiu conter um gemido baixo que escapou de sua boca.
continuou trilhando os beijos até onde a calça de o impedia de prosseguir. Logo as peças de roupas que faltavam tomaram o mesmo rumo do restante deles: o carpete cinza no chão.
puxou para um beijo intenso que demonstrava toda a necessidade que ela tinha de tê-lo. O empurrou na cama, sentando em seu colo em seguida. Começou a rebolar lentamente, podendo sentir a ereção de ainda por baixo da boxer preta. Ele soltou um gemido baixo fechando os olhos.
Não demorou muito até que se livrasse daquela última peça e finalmente se encaixassem. Ela rebolava devagar fazendo movimentos leves, passou seus braços pelo pescoço de para conseguir mais apoio aos movimentos. Ele a abraçou pela cintura e depositou alguns beijos e chupões pelo seu pescoço.
Os ritmos dos movimentos de foram acelerando, assim como a respiração de ambos.
A forma como eles se encaixavam parecia perfeita. Como se um fosse feito para o outro, como se um soubesse a necessidade do outro.
Em um movimento rápido, mas cuidadoso, ficou por cima e acelerou os movimentos dando estocadas mais fortes, o que fez soltar um gemido que estava segurando a um tempo.
Não demorou muito para que ambos atingissem o ápice e caísse sem fôlego ao lado de , que não estava tão diferente.
Ficaram em silêncio por um tempo, apenas normalizando as respirações. puxou o lençol para cobrir os dois, em seguida se aconchegou no peito de que a abraçou e logo pegaram no sono.


Capítulo 08

acordou no meio da noite, ao seu lado estava dormindo tranquilamente. Era linda fazendo absolutamente qualquer coisa, até mesmo dormindo.
Ele perdera o sono e resolveu ir até a sacada e acender um cigarro. A ideia de que logo iria embora e a relação deles se reduziria a nada novamente não saia de sua mente. pensou em várias formas de fazer dar certo, mas nunca chegava a uma conclusão. A ansiedade e o medo foi tomando conta de todo seu corpo.
Pensou por um momento e encontrou um guardanapo e uma caneta na mesinha de cabeceira. Decidiu deixar um bilhete. Não conseguiria fazer isso pessoalmente, ele estava sendo um tremendo covarde babaca e sabia disso.
Vestiu suas roupas e saiu do quarto tomando cuidado para não acordar .

*


acordou com a luz do sol invadindo o quarto. Finalmente um dia ensolarado em Londres. Se sentou na cama e ajeitou os cabelos bagunçado.
- ? Cadê você? - ela olhou pelo quarto a procura do rapaz. Mas tudo que encontrou foi um bilhete no travesseiro ao seu lado.

"Desculpa por estar sendo um grande covarde, mas eu não aguentaria outra despedida. Espero que um dia a gente se reencontre e você me perdoe."

ficou completamente sem reação. Queria chorar, gritar e perguntar a o que acontecera. A noite anterior havia sido incrível. Por que ele faria aquilo?
Ela se permitiu derramar apenas algumas lágrimas durante o banho. Tinha compromissos pela manhã e não podia se atrasar por algo desse tipo.
Ela não estava exatamente brava com , mas sim decepcionada. Não esperava que aquela viagem acabasse assim para os dois.
se arrumou para as entrevistas e resolveu mandar uma mensagem para . Estava sim muito triste, mas não deixaria aquilo acabar sem explicações. Ele não iria fugir de suas responsabilidades, não dessa vez.

*


O celular de soou anunciando uma nova mensagem. Era . Ele não sabia o que responder ou o que dizer. Dentro de si estava um completo emaranhado de pensamentos e sentimentos que nem ele mesmo conseguia entender.
Ele já tinha se relacionado com outras pessoas antes, já tinha namorado outras pessoas antes, mas nada havia sido como o que sentia por .
Tudo com ela era tão fácil de acontecer, tudo tão intenso e rápido. E ao mesmo tempo era tudo complicado demais por algum motivo.
passou o dia todo em meio a cigarros e pensamentos complicados. Ele precisava resolver uma forma de concertar tudo isso. A única certeza que ele tinha era que queria em sua vida. E precisava fazer algo logo, estava a sentindo escorregar de suas mãos mais uma vez.

*


O relógio marcava sete da noite. estava jogada em sua cama, havia chegado há pouco tempo de todos seus compromissos do dia. As malas já estavam arrumadas no canto do quarto.
não respondera sua mensagem, não ligara. Ela entendeu o recado. Por mais difícil que seria, não correria atrás dele desta vez.
Resolveu tomar um banho para poder relaxar. Estava exausta e com a cabeça cheia demais. Um banho de banheira resolveria isso.
Depois de um bom tempo relaxando na banheira, vestiu uma roupa confortável e fez o pedido de seu jantar, estava morta de fome.
Se sentou na cama e procurou algum filme para assistir na tv. Não estava com sono então precisava de algo para ocupar sua cabeça.
Logo ouviu batidas na porta, levantou rapidamente, devia ser seu jantar.
Se surpreendeu ao encontrar um com um rosto pálido e olheiras fundas, os cabelos bagunçados e um violão pendurado em seu ombro.
- Você já deixou bem claro que não quer mais nada, vai embora. - ela tentou fechar a porta, mas antes que isso acontecesse, colocou seu pé na frente para que ela não se fechasse.
- Por favor, me deixe explicar. Eu preciso te falar algumas coisas. Eu prometo que depois eu te deixo em paz. - ela hesitou por um momento, mas abriu a porta para que ele pudesse entrar.
Assim que entrou no quarto, ela parou de frente para ele e cruzou os braços.
- Disse que queria explicar. Pode começar. Mas pula a parte de ser um babaca e covarde porque essa eu já sei, ficou bem clara.
- Sim, eu fui mesmo. Mas eu estava confuso e com medo de te perder de novo. Eu não tiro a razão de estar brava comigo, eu provavelmente não olharia na minha cara se fosse o contrário. Mas você sabe que eu sou péssimo com palavras e em me expressar. Eu passei o dia todo hoje pensando em como fazer isso, a única forma que encontrei foi pela música. Se me permitir, queria cantar uma que eu escrevi para te dizer o porquê de ter fugido. - Ele suspirou. O medo de não ter a chance era grande.
- Tudo bem, mas é a sua última chance. - Ela se sentou na cama.
tirou o violão de sua case e o pendurou no ombro pela alça. Respirou fundo e começou a dedilhar alguns acordes.

All I learned growing up was that love chewed me up
Tudo que aprendi crescendo foi que o amor me mastigava
Spit me out on the pavement next to the cuts
E me cuspia na calçada ao lado dos cortes
And the blood that my mum and dad would
E do sangue que minha mãe e meu pai iriam
Always take out on each other
Sempre descontar um no outro
Only thing that I knew that a love could lead me to
A única coisa que eu sabia onde o amor poderia me levar
Was protecting my sisters from all the cuts
Era protegendo minhas irmãs de todos os cortes
And the blood that my mum and dad would
E do sangue que minha mãe e meu pai iriam
Always take out on each other
Sempre descontar um no outro

Sweetheart, you are
Querida você está
Changing my mind
Mudando minha mente
Sweetheart, you are
Querida você está
Changing my mind
Mudando minha mente

Nobody taught me how to love myself
Ninguém me ensinou como me amar
So how can I love somebody else?
Então, como posso amar outra pessoa?
There ain't no excuses
Não tem desculpas
I swеar that I'm doing my best
Eu juro que estou fazendo o meu melhor
Nobody taught me how to love mysеlf
Ninguém me ensinou como me amar
So how can I love somebody else?
Então, como posso amar outra pessoa?
I'm so new to this
Eu sou tão novo nisso
I swear that I'm doing my best
Eu juro que estou fazendo o meu melhor

I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar


cantava de olhos fechados, tinha medo de abri-los e encontrar a mesma cara de decepção que estava há segundos antes. apenas o observava e tentava absorver todas aquelas informações novas para ela.


Standing there, you look at me
Parada aí, você olha para mim
Understanding everything
Entendendo tudo
Yeah, it's so fascinating
Sim, é tão fascinante
You patch up the blood and the cuts
Você remendou o sangue e os cortes
But our blood got mixed up
Mas nosso sangue se misturou
So I guess we belong to each other
Então eu acho que pertencemos um ao outro

Sweetheart, you are
Querida você está
Changing my mind
Mudando minha mente
Sweetheart, you are
Querida você está
Changing my mind
Mudando minha mente

Nobody taught me how to love myself
Ninguém me ensinou como me amar
So how can I love somebody else?
Então, como posso amar outra pessoa?
There ain't no excuses
Não tem desculpas
I swеar that I'm doing my best
Eu juro que estou fazendo o meu melhor
Nobody taught me how to love mysеlf
Ninguém me ensinou como me amar
So how can I love somebody else?
Então, como posso amar outra pessoa?
I'm so new to this
Eu sou tão novo nisso
I swear that I'm doing my best
Eu juro que estou fazendo o meu melhor

They will try to pay for me to erase all the memories
Eles vão tentar me pagar para apagar todas as memórias
But I can't
Mas eu não posso
But you shine so bright in a spotless mind
Mas você brilha tanto num brilho eterno de uma mente sem lembranças
Someone gets left behind
Alguém é deixado para trás

Nobody taught me how to love myself
Ninguém me ensinou como me amar
So how can I love somebody else?
Então, como posso amar outra pessoa?
There ain't no excuses
Não tem desculpas
I swеar that I'm doing my best
Eu juro que estou fazendo o meu melhor
Nobody taught me how to love mysеlf
Ninguém me ensinou como me amar
So how can I love somebody else?
Então, como posso amar outra pessoa?
I'm so new to this
Eu sou tão novo nisso
I swear that I'm doing my best
Eu juro que estou fazendo o meu melhor

I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar
I won't let you down
Eu não vou te decepcionar


Assim que terminou de tocar, colocou o violão de volta na case, colocou as mãos no bolso e olhou para pela primeira vez desde que começara a tocar. Ela limpava o rosto, provavelmente algumas lágrimas que caiam involuntariamente.
- Desculpa, não queria te fazer chorar nem te deixar triste. - ele disse em voz baixa, indo até ela e se agachando para ficarem na mesma altura.
- A música é linda, , muito mesmo. Mas eu não sei o que fazer, eu não consigo encontrar uma forma de fazer isso dar certo. - ela falava com a voz ainda um pouco embargada.
- Não pensa nisso. Só me diz uma coisa: você quer ficar comigo? - segurou as duas mãos de e a olhou nos olhos.
- É claro que eu quero, , mas… - antes que pudesse continuar a interrompeu.
- Sem mas dessa vez. A gente quer ficar junto, então vamos fazer dar certo. Eu vou embora para New York e as vezes nós voltamos para cá para ver minha família.
- Você teria coragem de fazer isso por mim, ? Quer dizer, por nós? - Ela o encarou, com um misto de felicidade e medo.
- Se teve uma coisa que eu percebi durante esses dias que você passou aqui comigo, foi que eu não quero ficar sem você. Para mim já não dá mais para ficar longe. Eu te amo e é isso que importa, minha carreira continua a mesma independente do lugar. Eu só quero ter você do meu lado. - disse, tirando o cabelo do rosto de , que sorria e derramava algumas lágrimas.
- Eu também te amo e não quero mais ficar sem você. - o puxou para um abraço apertado. Nesse momento, já não continha a felicidade e algumas lágrimas que caiam.
- É tão bom poder finalmente dizer e ouvir isso. Eu sinto isso desde que te deixei em New York, eu só não sabia o que era, eu nunca senti nada do tipo antes, nunca tão forte como sinto por você.
- É tão bom poder ouvir isso. - ela sorriu e passou as mãos pelos cabelos bagunçados de . - Eu sinto o mesmo, só tinha medo de dizer em voz alta, quando falamos passa a ser mais real, e isso me assustava, mas não mais.
- Então é isso? Juntos até o destino separar?
- Olha… se o oceano e o tempo não conseguiram fazer isso… acho que o destino vai ter que se esforçar demais para conseguir nos separar. Mas posso ser sincera? Eu espero que ele nunca consiga.
Os dois riram e selaram seus lábios em um beijo calmo, apenas um ato que fazia todos os sentimentos serem expressados de uma forma mais simples.




Fim!



Nota da autora: É isso, pessoal, com essa cena fofa encerro a história deste casal que me conquistou a cada capítulo. Eu espero que vocês tenham gostado de ler essas fics (tanto a parte 1 quanto a parte 2) tanto quanto eu gostei de ter escrito!
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