Postada em: 30/07/2018

PEQUENA FLOR

“Eu sei que pode parecer loucura
E até meio cara-dura vir assim na aventura
E te falar da formosura que teu sorriso traz
E que mesmo sem ouvir tua voz eu penso em nós

Você faz raiar o bem em mim
Não dá pra esconder o quanto eu tô afim
Pequena flor, pequena flor”
(Gabriel Elias)

— Mamãe, por que a gente não ficou mais? – a garotinha choramingou, abraçando as pernas da mais velha enquanto subiam o elevador. A mãe afagou seus cabelos com carinho, admirando aquela figura de cachinhos descabelados, suada e adoravelmente suja: era sinal de que havia se divertido à beça! Mas, aparentemente, não o bastante... – Eu e o Cris ainda íamos brincar no escorrega mais uma vez!
— Porque já tá tarde, meu amor... O Bento já tá quase dormindo, olha só... – explicou, apontando o bebê cujos olhinhos quase se fechavam no colo do pai – Até a Valerie já tava dormindo na hora dos parabéns, você não lembra?
— Mas ela é bebê! – a pequena bufou, abrindo os bracinhos, e dessa vez foi o pai quem não conteve uma risada.
— Isso mesmo, e você já é uma moça, não é, ? – brincou, os olhos castanhos apertadinhos pelo sorriso levado que lançava à filha.
— Eu já tenho uma mão cheia! – ergueu a mãozinha, exibindo seus cinco dedos com muito orgulho.
— Linda do papai! – o homem não aguentou a fofura, bagunçando ainda mais os cabelos da menina que em tanto lembravam os seus – , você abre a porta? – pediu à esposa, já que as mãos andavam ocupadas com um certo rapazinho exausto.
— Amor, você sabia dessa história de Nacho e Isco serem cunhados agora? – a mulher se lembrou de perguntar, parecendo surpresa – Deve ser engraçado isso, namorar irmãs...
— Ih, sabia... – Marcelo riu, entrando em casa com Bento – Isco ficava choramingando por causa da Ale há meses, ela deixou ele de quatro...
— Igual eu fiz com você, né! – a mulher sorriu, mostrando as covinhas, e ele não pôde negar – E o Gareth todo bobo, Marcelo? – a mulher sorriu, assim que deixou os sapatos próximos à porta, prendendo os cabelos em um coque alto – Achei que na hora dos parabéns ele ia explodir de tanto sorrir... – gargalhou.
— Demais! – o moreno riu, lembrando-se da carinha babona do amigo a cada gracinha da filhota que completava um ano naquele dia – Mas ele é o pai mais babão, se deixar manda foto da Valerie o dia inteiro pra gente...
— Até parece que você não é assim também. – sorriu de canto, enquanto tirava as presilhas que enfeitavam o cabelo da filha – Fica quietinha só um pouquinho, querida... – pediu e a menina cruzou os bracinhos, impaciente – Quando a nasceu, tirava foto até dela espirrando!
— Ela ficava fofa espirrando! – o homem se defendeu, sentando-se no sofá com o filho sobre o peito, para só então checar se Bento de fato dormia – A rinite não veio de mim, a culpa é sua... – implicou e a mulher não deixou de rir.
— E agora fica gravando cada gracinha do Bento! – completou, o que era um fato: Marcelo simplesmente não passava um segundo sem registrar cada novidade sobre o filho.
— Meu goleador! – o jogador beijou o topo da cabeça do filho, sem contestar o que era uma verdade absoluta.
— E quem vai colocar o goleador pra dormir, hein? – provocou e viu o rosto do marido se transformar naquela expressão travessa que era tão típica dele.
— Você sabe que eu vou acabar acordando ele, amor... – forjou a carinha mais inocente do mundo e a mulher bufou, fingindo irritação. Aquela função era sempre sua, por mais que dividissem as atribuições ao máximo: Marcelo era tão agitado que sempre acabava por despertar as crianças quando estavam prestes a dormir.
— Dá aqui, então... – a jovem esticou os braços para pegar o filho, que lhe foi entregue com cuidado pelo pai – Você coloca a na cama? – pediu e Marcelo concordou com a cabeça – Boa noite, filhota, mamãe te ama, viu? – beijou a testa da menina com carinho.
— Boa noite, mamãe... – retribuiu o beijo, antes de completar, abaixando a voz para um sussurro – Boa noite, Bentinho...
Marcelo esperou a esposa se retirasse da sala com a garotinha para então pegar a filha de surpresa, girando-a no ar.
— Quem chegar por último é mulher do padre! – deixou-a no chão, apostando corrida com a garota até o quarto, às gargalhadas – Vem, vamos tomar aquele banho rapidão, fechou?
— Fechou! – a pequena repetiu a palavra, achando-a divertida, e ergueu um polegar para o pai antes de levantar os bracinhos para que ele a ajudasse a tirar o vestido imundo de tanto brincar.
— Boa, garota! – Marcelo sorriu, abrindo o chuveiro – Só uma chuveirada, vamos rápido antes que a mamãe apareça e resolva lavar até sua orelha!



— Papai, me conta uma história? – pediu, enquanto o pai passava a blusa do pijama por sua cabeça, o aperto da gola fazendo a garotinha exibir uma expressão engraçada.
— Qual você quer? – perguntou, ajeitando a menina entre os cobertores, de modo a fazê-la parecer um rolinho primavera – Cinderela? Branca de...
— Não, papai... – revirou os olhos. Desde quando ela sabia fazer aquilo? – Conta aquela! – disse, expressivamente, e Marcelo refletiu sobre como as mulheres, desde crianças, pareciam querer que adivinhassem o que pensavam.
Aquela qual, meu amor? – perguntou, suspirando.
— A do parque! – pediu, um sorriso lindo surgindo no rosto e escavando duas covinhas charmosas em suas bochechas – De como você conheceu a mamãe...
— Essa de novo? – Marcelo riu, vendo a filha acenar positivamente – Ok, vamos lá... por onde eu começo? – perguntou, abraçando o papel de narrador da própria história, disposto a arrancar sorrisos de sua plateia tão querida.
— Do começo, papai! – disse, abrindo boca de sono. Aparentemente, ela resolvera atacar de Capitã Óbvia... – Era uma vez...
— Sim, era uma vez... – o homem sorriu levemente, deixando-se levar pelas lembranças que, mesmo após uma década, lhe pareciam vívidas como seu filme favorito. E talvez fosse mesmo sua história favorita, tal qual a de .
Eram cinco da tarde em pleno Rio de Janeiro e Marcelo andava para casa depois do treino, sentindo que o banho que tomara na sede das Laranjeiras de nada adiantara para amenizar o calor. O caminho era o mesmo que percorria diariamente, e o rapaz de 17 anos ansiava pelos dois mistos que comeria na padaria da esquina quando se deparou com portas fechadas e nenhuma explicação. Não era preciso muito, no entanto, para entender o motivo: era a terceira vez naquele ano que a loja era assaltada, e o jovem se sentiu mal ao pensar nos donos, um casal sorridente que poderia ter saído de um comercial de margarina.
O estômago roncando fez com que buscasse rapidamente uma alternativa – não aguentaria esperar até chegar em casa – e o cheiro tentador de cachorro-quente fez com que sua boca salivasse. Não demorou muito para que encontrasse a fonte do cheiro: um parque de diversões recentemente montado em um terreno anteriormente abandonado. O jovem considerou por alguns segundos se realmente se aventuraria por ali, naquele mar de crianças repletas de açúcar escalando e correndo por todos os cantos. Estava prestes a abrir mão do cachorro-quente e comer qualquer coisa a caminho do metrô, quando seus olhos pousaram em uma garota parada sozinha na fila da roda-gigante. E, uma vez fitando aquele rosto, a fome desapareceu, tal qual a vontade de ir embora...

— Ela era bonita, papai? – perguntou, cortando o relato do pai.
— Era sim, filha. – Marcelo respondeu, sorrindo, enquanto apertava o nariz da garota levemente – A menina mais linda que eu já tinha visto em toda a minha vida, até ver você! – respondeu, fazendo os olhinhos da menina brilharem.
— Igual a uma princesa? – a menina perguntou novamente – É, papai?
— Isso mesmo, minha princesa . – concordou, continuando – Mas deixa eu contar, senão você não dorme... – Marcelo deu uma palmadinha carinhosa na perna da filha, enquanto sorria – Onde eu parei?
— Na menina da fila da roda gigante... – respondeu, sorrindo, antes de bocejar, coçando os olhinhos.
Marcelo adentrou o parque de diversões, ignorando todas as comidas apetitosas para não perder o foco do que realmente lhe interessava no momento, parando apenas para comprar um algodão doce, já que era seu doce preferido no mundo inteiro, e nem mesmo uma princesa da Disney seria capaz de fazê-lo recusar aquele pedaço de paraíso... Um casal se encaminhava para a roda-gigante com duas crianças e, se ele tinha alguma pretensão de ficar próximo à garota da fila, seria necessário correr. Num pique, valendo-se do porte de atleta, o rapaz finalmente alcançou seu lugar na fila, tão esbaforido que a garota o encarou com curiosidade, e naquele instante ele pensou que eram os olhos mais bonitos que ele já havia visto na vida. Sua opinião não mudara em nada, até hoje.
— Oi... – murmurou, tão desconcertado que não parecia em nada o garoto descontraído de sempre.
— Oi. – a morena respondeu, terminando de prender os cabelos em um rabo de cavalo, ainda parecendo curiosa sobre o garoto que, como ela, encontrava-se sozinho na fila do brinquedo.
— Você quer? – Marcelo estendeu o algodão doce na direção dela e a risada que escapou dos lábios da menina fez com que Marcelo se arrependesse imediatamente das palavras que escorreram de seus lábios antes que pudesse conte-las. Mas cara, ela tinha uma risada que lhe dava vontade de fazer qualquer gracinha, sob pena de ouvi-la novamente. Antes que a menina pudesse responder, contudo, uma voz infantil o fez por ela:
— Minha mãe falou que a gente não deve aceitar nada de estranhos... – Marcelo voltou os olhos para quem falara, deparando-se com uma garota que não podia ter mais que seis anos, óculos de aro azul bebê e os cabelos presos em um rabo de cavalo que davam a ela um ar esperto.
! – a moça que tomava conta da criança, e também de um menininho, ralhou. Ela era loira, mascava um chiclete e parecia mais interessada em beijar o namorado do que tomar conta das crianças.
— É verdade! – empurrou os óculos pelo centro da armação, voltando a argumentar – Você já ouviu falar em ‘boa noite, Cinderela’? É rouphynol com...
! – a loira interrompeu e a mais jovem ergueu os braços em rendição, rolando os olhos.
A este ponto, Marcelo e a morena da fila haviam saído de seu estado de choque completo pela esperteza da criança e caíram em uma gargalhada.
— Marcelo. – ele se apresentou, finalmente.
. – a menina sorriu de canto, fazendo uma covinha simpática surgir em sua bochecha e voltando os olhos para o algodão doce que ele segurava – . – corrigiu.
— Agora que não somos mais estranhos, acho que não faz mal em aceitar... – Marcelo piscou, fazendo a morena rir, arrancando um pedaço do doce.
– Hum, isso tá bom! – comentou, enfiando mais um pedaço na boca com uma expressão de deleite que iluminou os olhos do rapaz.
— Fica à vontade. – Marcelo riu e os dois passaram a dividir o algodão-doce – Posso te perguntar uma coisa?
— Isso já não é uma pergunta? – sorriu, mas acenou positivamente. Ele era tão simpático quanto divertido, e não podia negar que o achara atraente desde que parara atrás dela na fila.
— O que você está fazendo indo sozinha na roda-gigante? – Marcelo questionou, e desejava de todo o seu ser que a resposta não viesse como um ‘esperando meu namorado’.
— Eu poderia perguntar o mesmo. – voltou a sorrir – Eu me desencontrei de umas amigas, e antes de ir embora quis dar uma volta aqui pra tirar umas fotos lá do alto. – explicou – Sua vez: o que faz aqui?

— Eu acho que não tem porque mentir... – ele disse com um sorriso torto que achou encantador – Vi você na fila e resolvi vir aqui puxar um assunto.
— Nesse caso acho que podemos dizer que funcionou... – sorriu, mexendo no rabo de cavalo – Mas o algodão-doce foi golpe baixo. – confessou e foi a vez de Marcelo ceder a uma risada.
— Um cara tem que usar as armas que tem, não é? – deu de ombros, voltando a pegar um pedaço do doce – Pelo menos agora que já sabe de tudo o que eu passei só pra conseguir conversar com você, subi um pouquinho no seu conceito?

— O que é "subir no conceito", papai? – perguntou com a testa franzida de curiosidade.
Marcelo riu da pergunta da filha e pensou em um modo de explicar aquilo a ela. Resolveu, então, encaixar a expressão no contexto.
— O que eu quis dizer é que, já que eu tinha ido até ali só pra falar com a mamãe, talvez ela pudesse começar a gostar um pouquinho mais de mim, entendeu?
— E ela gostou? – perguntou com um sorrisinho sapeca que fez o pai gargalhar.
— Ah, mocinha! – Marcelo riu, apertando a barriga da criança – Por que você ainda me pergunta essas coisas se já escutou essa história milhares de vezes?
— Porque é a minha favorita! – ela ergueu as mãozinhas, como se explicasse o óbvio – Ela gostou, não é, papai?
— Gostou, meu amor... – Marcelo sorriu – Só não gostou mais do que eu gostei dela. – fez um carinho delicado nos cabelos da menina – Onde eu parei?
— Na parte que você ‘subiu no prefeito’ da mamãe. – disse, séria, arrancando uma gargalhada do pai.
— Ah, sim! – Marcelo sorriu, sem coragem de corrigir a menina – Então vamos continuar...
A fila andou antes que pudesse responder a pergunta de Marcelo, por isso ela se limitou a sorrir.
— Só entram de quatro em quatro... – o homem que controlava a fila anunciou, assim que e Marcelo se adiantaram para uma cabine.

— Ei, aqui! – a garota atrás deles na fila gritou – Entrem com os meus irmãos... – ela apontou para as duas crianças: , a matraca ambulante, e um garotinho que não abria a boca, agarrado às pernas dela.
— Podem ir, a gente espera... – Marcelo respondeu, vendo que não havia ninguém atrás deles na fila, o que significaria uma cabine só para ele e .
— Por que, Marcelo? – sorriu para as crianças que eram, de fato, adoráveis – Vamos, crianças? – ela sorriu, pegando a mão de cada um, que a aceitaram prontamente.
— Você sabe que a menina só quer se livrar dos pestinhas pra ir na roda-gigante sozinha com o namorado, não sabe? – ele apontou para o rapaz agarrado à irmã das crianças.
— Vamos lá, Marcelo, o que custa ir com as crianças? Deixe o casal namorar em paz... – sorriu, mostrando novamente as covinhas. Marcelo começava a achar que ela fazia de propósito: era impossível negar alguma coisa quando ela exibia aqueles furinhos nas bochechas.
— Tá certo... – ele disse com ironia, entregando o ticket do brinquedo à garota que os recebia – Deixa o casal namorar em paz...
Marcelo e entraram na cabine do brinquedo acompanhados de e Matheus: se divertia com os pequenos, enquanto Marcelo se ocupava em observar a moça, cuja beleza ainda o desconcertava.
— Tia , deixa eu sentar perto de você? – Matheus reivindicou, correndo até o lugar próximo à jovem, onde Marcelo pretendia se sentar.
— Aí, garotão! – Marcelo se forçou a parecer simpático com o menino – Deixa eu sentar aí com a tia e você fica ali perto da sua irmã, que tal? – propôs, apontando para , sentada no banco em frente.
— Mas eu quero ir do lado dela! – Matheus apertou-se a , que ria da cara que Marcelo fazia.
— Eu também! – Marcelo exclamou, exasperado.
— Deixa o menino, Marcelo... – riu, fazendo um carinho na cabeça dele – Ele tem cinco anos...
— Cinco anos, três meses e vinte e um dias. – acrescentou, com ar de gênio, tirando da bolsa um encarte do parque para ler, compenetrada.
— Você sabe a idade do seu irmão de cor? – Marcelo se surpreendeu – Eles não são normais, ... – moveu os lábios para , que gargalhou enquanto Matheus escalava seu colo para olhar melhor pela janela. Ela tinha perdido a chance de tirar boas fotos panorâmicas, mas de fato se divertia mais do que se estivesse sozinha na roda-gigante...
— Não... – disse com o mesmo ar de superioridade – eu sei a minha idade de cor. Nós somos gêmeos. Mas somos dizigóticos, é por isso que eu sou menina e ele menino. É quando o dois espermatozoides fecundam...
— Ei, ok, ... – Marcelo interrompeu a criança, elevando as sobrancelhas, surpreso – Você quer parar de rir? – pediu, encarando , que não conseguia parar de rir. – Que beleza, não? – Marcelo revirou os olhos, mas não deixou de sorrir da própria sorte, ou falta dela – Eu tô aqui com uma menina de cinco anos e sei lá quantos dias, que parece mais um Google; uma garota que só faz rir da minha cara; e um moleque que parece mais um coala que não larga essa garota por nada...
— Isso, Matheus, chama-se TPM. – mordeu os lábios em um sorriso – Um dia você vai aprender o que é.
— Na verdade, tecnicamente, um homem não pode ter a TPM, ou Tensão... – começou novamente.
! – Marcelo e exclamaram, antes de cair em mais uma crise de riso.
O passeio seguiu e, aproveitando que estava calada enquanto lia o encarte do parque, Marcelo e aproveitaram para conversar. Ela descobriu, para sua surpresa, que ele era jogador do Fluminense – rival de seu time do coração, o Flamengo. Ele, por sua vez, não se surpreendeu em nada ao saber que a menina de 18 anos era caloura de Pedagogia, completamente apaixonada por crianças.
— Acabou, pessoal... – o homem abriu a porta do brinquedo, liberando a passagem para os quatro – Gostaram?
— Sim! – todos responderam, Marcelo um pouco menos empolgado que os outros.
— Tchau, tia . – e Matheus se despediram – Tchau, moço. – o menino acrescentou, encarando Marcelo, que bagunçou seus cabelos.
— Tchau, pestinhas... – sorriu de canto, observando quando entregava as crianças à irmã.
— Por que você chamou elas de pestinhas, papai? – perguntou, ofendida.
— Porque as crianças atrapalharam um pouquinho a minha conversa com a mamãe, filha... – Marcelo explicou, sorrindo – E eu queria tanto conversar com ela, conhecer melhor aquela menina linda...
— Hum... – pareceu se dar por satisfeita – Mas e então?
A certo ponto, Marcelo não foi mais capaz de ignorar a fome e convenceu a acompanhá-lo em um cachorro-quente. Os dois riam, entre provocações sobre futebol, e descobriam alguns pontos em comum – que iam além do gosto por guloseimas de parques de diversões.
— Eu acho que preciso ir... – deu um sorriso pequenininho, após atender uma ligação da mãe, que procurava saber seu paradeiro – Foi bom te conhecer, Marcelo... – alargou o sorriso, verdadeiramente grata por aquelas horinhas na companhia do rapaz.
— Você vai pegar o metrô? – ele perguntou, preocupado com a menina andando sozinha depois de escurecer. acenou positivamente e ele sorriu – Vamos, então... Eu ando com você até lá.
— Não vai sair muito do seu caminho? – perguntou, sem querer incomodar.
— Claro que não, ... – Marcelo sorriu, abraçando a menina de lado num gesto espontâneo e que pareceu curiosamente certo para o momento – Vai ser um prazer.
A conversa fluía fácil e o caminho até o metrô passou tão rápido que, quando se deu conta, o trem de já chegara e era hora de se despedirem – depois de haverem trocado telefones, vale ressaltar.
— Foi muito bom te conhecer. – a menina sorriu timidamente, aproveitando que ele a abraçava para esconder o quanto corava.
— Valeu a pena o meu desvio pelo parque. – Marcelo sorriu, tocando brevemente a ponta do nariz da garota – Boa noite, . Eu te ligo.
— Eu vou esperar. – ela sorriu, entrando no metrô e acenando brevemente.
! – ele gritou, a tempo, antes que a porta se fechasse – Você é linda! – berrou alegremente o que estava engasgado desde que a vira, vendo a menina gargalhar através do vidro.

gargalhou, interrompendo o relato do pai. Aquela era definitivamente sua parte favorita...
— E então – Marcelo deu um tapinha carinhoso das pernas da garota – eu e a mamãe nos apaixonamos e começamos a namorar logo depois. O papai veio morar na Espanha e ela continuou lá até terminar a faculdade, pra depois vir me encontrar aqui pra gente se casar... – continuou, e o sorriso da menina era algo adorável de se ver – Alguns anos depois, nasceu a princesinha da nossa casa... Que é a cara do papai, mas tem essas covinhas lindas que pegou da mãe. – sorriu, apertando as bochechas de .
— E então eu pedi um irmãozinho e vocês me deram o Bento! – ela completou o resto da história, mesmo que sonolenta, e Marcelo sorriu, beijando a testa da menina com carinho.
— Isso mesmo, meu amor... – apertou o nariz de levemente – E hoje vivemos felizes para sempre. – encerrou a história e fechou os olhinhos, satisfeita.
— Felizes para sempre... – ela repetiu, aninhando-se mais nos travesseiros.
— Boa noite, princesa. – Marcelo sussurrou, vendo que a criança já se entregava ao sono – Eu amo você.
O jogador perdeu mais alguns momentos velando o sono da criança, antes de se levantar e encontrar a esposa escorada à porta, observando a cena com um sorriso doce nos lábios.
— A história de sempre? – perguntou, quando Marcelo fechou a porta atrás deles, abraçando a esposa, que se aninhou em seu abraço, aproveitando aquele momento de tranquilidade e paz.
— A sorte é que dessa eu não me canso... – Marcelo concordou, sorrindo enquanto beijava de leve os lábios da mulher.
— Eu adoro que ela goste tanto dessa história, sabe por quê? – comentou e Marcelo acenou que ela continuasse – Porque aí ela nunca vai ter dúvidas de que o ‘felizes para sempre’ pode ser real.


Fim.



Nota da autora: Olá olá! Se essa é sua primeira vez lendo Galácticos, queria te contar que essa é uma série de contos com os jogadores do Real Madrid! Os links estarão aqui embaixo! <3
Marcelo. Ahhhhh, Marcelo. Como não amar esse ser? Eu não consigo imaginar esse homem se não for cheio de filhotes do lado, e espero que Clarice me perdoe por ter deixado Enzo e Liam de fora dessa!
Me contem aqui embaixo o que acharam, sim?
Obrigada por tudo, e até o próximo conto! <3





Outras Fanfics:
Galácticos – Gareth Bale
Galácticos – Sergio Ramos
Galácticos – Marco Asensio
Galácticos – Nacho Fernández
Galácticos – Isco Alarcón


Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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