Finalizada em: 17/05/2022

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Capítulo 17

10 de março de 2016

⚽️


- Eu não aguento mais andar com você. - Bale grunhiu para enquanto estacionava o carro. - Eu não sou Uber. E essa já é a quarta concessionária que vamos, você tem que escolher um carro logo.
- Eu não tenho que escolher um carro, é ele que me escolhe. - disse como se fosse algo óbvio.
- Porra, como aquela Rover preta não te escolheu? Você não concorda, Isco? - Bale perguntou ao virar para trás e dar de cara com o espanhol vidrado em seu celular. - Mas será o benedito que nenhum de vocês me dá atenção? Você está bem falando com , não é?
- Estou. - respondeu sem rodeios e Bale revirou os olhos. - Hoje é a apresentação dela, esqueceu?
- Porra. - Gareth bateu na própria testa. - Não perguntei se ela podia me dar um convite extra, pergunte agora.
- Você quer um convite extra para quem?
- Vamos, pergunte logo e deixe de ser fuxiqueiro. - Bale mandou e Francisco voltou a mexer no aparelho.
- Ela disse que consegue e que vai entregar todos para .
- Ainda bem. - Bale disse ao colocar a mão no peito, respirando, aliviado. Dramático. - Sim, . É aqui, nessa loja eles têm os lançamentos da Audi. Escolha um logo, por favor. - Bale praticamente implorou e fez gestos com a mão, como se ele estivesse falando demais.
Os três entraram na concessionária e começaram a passear pelas fileiras de carros. Antes mesmo que o funcionário viesse até eles, bateu o olho em um Audi azul marinho e se sentiu seduzido.
Ele tinha recebido o chamado.
O inglês passou a mão pela capota do veículo e se sentiu feliz. Para falar a verdade, estava feliz como há tempos não ficava. E isso era causado por inúmeros fatores.
A começar por ele estar se adaptando rápido ao clube, as intrigas com Danilo deram uma amenizada quando o brasileiro percebeu que disputava vaga no time titular com Benzema; o Real Madrid vinha com três vitórias seguidas e eles tinham conseguido passar da fase de grupos da Champions League. também tinha passado quase dois dias na França e, de quebra, estava com a mulher que sempre amou.
Não que ele estivesse namorando com , mas ele gostava de como as coisas estavam indo. Ela tinha chegado de Paris duas semanas depois que ele pousou em Madrid e os dois estavam mais próximos que nunca. Mesmo sem o status de namorados.
Tudo estava entrando nos eixos na vida do inglês, mas ele estava ainda mais feliz, porque, naquele momento, passeava por um lugar que amava.
adorava concessionárias e fazia cinco meses desde que esteve em uma. Seu último carro tinha sido um Bugatti vermelho e ele sabia que não ia vê-lo nunca mais.
suspirou ao passar a mão novamente pelo veículo em sua frente e virou para os amigos com um ar de convicção.
- É esse.
- Você ainda nem entrou nele. - Isco disse ao olhar para dentro do carro pela janela. - Ele é lindo.
- Deixa ele escolher logo, Francisco. Já é a quarta concessionária em que estamos e eu não quero uma quinta.
- Eu não preciso entrar, dá para sentir, entende? - perguntou para Isco, ignorando completamente o galês, mesmo sabendo que o espanhol não o entenderia. - É como se ele estivesse me chamando.
- Então é esse mesmo? Você jura que vai sair daqui com esse carro? - Bale perguntou ao olhar pela janela do outro lado. - Ele é realmente lindo.
- Tirem o olho, é meu. - deu um sorriso.
se sentia realizado.
Comprar um carro, para , significava muito. E depois de todos os problemas pessoais, do antigo time, dos meses que passou com a família em Lavenham, comprar o seu primeiro carro em Madrid significava mais ainda.
Recomeço. Novas chances. Uma nova vida, um novo carro.
- Então, senhores, querem dar mais uma olhada? - o encarregado por atendê-los perguntou ao perceber Isco passeando por entre os novos lançamentos.
- Não sei os meus amigos, mas eu não. Já decidi que quero levar esse aqui.
- Eu que...
- Merda. - Bale resmungou ao olhar para o relógio do celular, interrompendo Francisco. - Nós precisamos nos apressar, preciso levar Chloe para a dentista.
- Sua irmã não pode levar a filha para o dentista? - perguntou e Isco riu.
- Se você prestasse mais atenção no que ele fala, saberia que é A dentista. A famosa Alba. Ele está usando a pequena Chloe, esse fodido.
- Cala a boca, seu merda. - Bale rebateu, mas não pôde evitar de deixar as bochechas corarem. - Não estou usando minha sobrinha, ela tá passando uma temporada por aqui, então tenho que cuidar dela.
- Você não cuida nem de si mesmo. - provocou e o galês revirou os olhos. - Só podia ter mulher envolvida nisso.
- Alba é legal, seu pau no cu. Estamos nos conhecendo há algumas semanas. Aliás... - disse ao virar para Isco. - Sua namorada vai conseguir mesmo o ingresso, não é?
- ainda não é namorada, mas vai ser. E acho que sim, vou encontrar com daqui a pouco, ela vai estar com os convites.
- Você vai encontrar com a minha namorada, o quê? - perguntou, arqueando a sobrancelha.
- Talarico. - Bale gritou, fazendo com que alguns funcionários os encarassem e os amigos encararam o chão, envergonhados.
- Eu acho que você tem doze anos e está entrando na puberdade. - o espanhol disse, fazendo rir. - Vamos resolver algumas coisas para .
- Ah, sim, o jantar. Ela comentou comigo.
- E ela não é sua namorada. - Isco provocou e o encarou com os olhos semicerrados. Bale riu e chamou a atenção do funcionário que ainda estava por perto, tentando entender o diálogo dos três.
- Onde ele assina? Ele vai levar. - perguntou e o funcionário sorriu ao pensar na comissão que ganharia pela venda daquele lançamento.
tinha ganhado o seu dia e feito o de um homem que nem conhecia.

🎬


Faltava exatamente duas horas para a apresentação de , e , impacientemente, atualizava o aplicativo de mensagens do celular em uma esperança que aparecesse alguma notificação com nome de Graveto.
não poderia atrasar naquele dia. Não no dia da apresentação de , a mulher da sua vida.
A mestiça entrou novamente no aplicativo e lá apareceu uma mensagem nova, ela sorriu, ajeitou o batom e saiu do apartamento.

WHATSAPP
Graveto
online

Estou te aguardando aqui embaixo, Formiga. 🤙🏻



Ele não tinha atrasado.
estava exatamente às 18:30 na porta do prédio onde ela morava. Como tinha prometido.
adorava o jeito que cumpria suas promessas. Era por aquele motivo que, de alguma forma, eles ainda estavam juntos.
saiu do elevador, passou pela portaria cumprimentando o adorável porteiro e deu de cara com um Audi azul marinho estacionado em frente ao prédio. Sorriu, não pelo carro, mas sim pelo loiro que estava de braços cruzados, sorrindo, usando uma blusa social branca perfeitamente passada, com a gravata errada, e o paletó preto no braço direito.
- Você está linda. - disse e os olhos da menina brilharam sem que ela percebesse. sorriu e deixou os braços dele a envolverem.
- E sua gravata está errada. - sussurrou e saiu dos braços do loiro, ajeitando a peça. - Agora sim. – sorriu. - Você está lindo.
- Como na primeira vez. - disse ao lembrar do ensaio da Calvin Klein onde, depois de arrumados, ela ajeitou sua gravata. - Não notou nada diferente?
- A sua barba está crescendo mais rápido? - perguntou e o loiro balançou a cabeça negativamente. - A calça social é nova?
- , por favor...
- Estou brincando, idiota. Tem como não ver essa belezinha que você comprou?
- Ele é lindo, não é? - perguntou e passou a mão pela lateral do carro. - Você não acha que combina comigo?
- Eu e todo o Instagram. - a morena disse ao lembrar que horas atrás o loiro tinha postado uma foto da nova aquisição na rede social. - Ele é realmente lindo.
- Eu sou um cara muito sortudo, já percebeu? Eu tenho a companhia das duas coisas mais bonitas do mundo. Você. - segurou a cintura de , puxando-a para perto. – E esse Audi.
- Você não existe. - disse e riu. lhe deu um selinho como se pedisse permissão para um beijo e correspondeu.
nunca tinha se sentido tão feliz. As coisas enfim estavam entrando nos eixos.
Sua melhor amiga iria fazer a apresentação em um dos principais teatros de Madrid, pela companhia de Ballet que lutou muito para conseguir uma vaga. Seu irmão já não estava tão atolado com os shows e estava se dedicando para seu novo CD, que depois de tanta insistência do mais velho, ela faria parte em uma música. E, para completar, ela estava sem a presença de Enrique.
Elis estava livre.
E mesmo livre, ela adorava estar nos braços de . Principalmente quando o jogador colocava seus lábios sobre os dela.
- Você não se importa com paparazzis? - perguntou e jogou a cabeça para trás, rindo.
- Eu não me importava quando morava na Inglaterra, imagina agora. - disse e concordou, dando-lhe um selinho. - Vamos? Será que Isco já está lá?
- Você o conhece. É capaz dele estar lá desde o almoço. - respondeu e assentiu, rindo ao lembrar que depois do almoço com Francisco, ele praticamente saiu correndo do restaurante com a justificativa de ajeitar tudo para mais tarde. Alarcón queria tudo perfeito para , aquela noite deveria ser inesquecível. - A Barbie o pegou de jeito.
E não tinha ideia de como o jogador também tinha conquistado .

*


O Teatro Real de Madrid estava magnífico de longe e só conseguia imaginar como estaria quando eles descessem do carro e vissem tudo mais de perto.
estacionou na área exclusiva e saiu de mãos dadas com a menina, aproveitando para tirar uma foto enquanto ela andava em sua frente. O jogador a estava achando mais linda do que o normal naquele vestido rosa.
Antes de chegarem ao tapete vermelho na entrada, reconheceram o homem sentado em um banco no jardim do teatro, com um buquê de rosas vermelhas nas mãos. Era Francisco.
nunca pensou que veria o jogador em um traje social tão cedo, mas ali estava ele. Se o visse, diria que Isco era uma cópia perfeita de algum príncipe da Disney.
- Finalmente vocês chegaram. Eu esqueci meu ingresso com e não tenho como entrar. - soou quase desesperado. - Cadê seu celular, hein?
- Desculpa, eu desliguei assim que vi a mensagem de . - respondeu e Isco lhe deu um tapinha na testa.
- Você está linda hoje, . E uau, Donzela, quando você ficou tão bonito?
- Eu tenho que impressionar essa mulher, não é, Margarida? Ela não está nem aí para meu carro novo extremamente bonito.
- Vai começar. - Francisco murmurou e rolou os olhos, fazendo a morena rir. - Cadê o galês? Ele ficou de chegar às 19:20.
- Gareth ainda está no horário. Temos que esperar ele, ‘tô com todos os ingressos. Inclusive o extra que ele queria, aliás, para quem foi que ele pediu?
mal acabou de falar e sorriu ao receber um cutucão de Isco. os encarou sem entender e Francisco, se é que aquilo era possível, apontou discretamente para trás. Assim que virou, entendeu o motivo de Bale ser o último a chegar.
O galês estava acompanhado de uma mulher que nenhum dos três jamais tinham visto antes. Era a famosa Alba.
- Uau. - deixou escapar. A morena tinha achado Alba uma das mulheres mais bonitas que já tinha visto. Ela era diferente de todas as namoradas do jogador e não se enquadrava em nenhum estereótipo do que as revistas diziam ser uma WAG.
Alba não era magra, não tinha cabelo grande e muito menos liso. A mulher usava um vestido vermelho com detalhes em dourado e nele tinha um decote que deixava evidente seus seios. Seios esses que desejou ter. E o vestido ajudava as suas pernas ficarem ainda mais bonitas.
Alba Saavedra era linda e todos eles concordaram com o fato de que Gareth Bale tinha tirado a sorte grande.
- Boa noite, pessoal. - o galês cumprimentou assim que chegou ao trio.
- Ah, meu Deus, você é linda. - deixou escapar, fazendo a mulher rir. Alba saiu do lado de Bale e abraçou a morena.
- Você é linda também. Bale fala muito de vocês.
- O que esse cara fala da gente? Se for mal, é tudo mentira. - se meteu. Alba o encarou e sorriu, como se estivesse próximo de fazer um comentário maldoso.
- Ah, ótimo que é mentira. Ele disse que vocês todos são madristas. Existe mal pior? - perguntou e estava com seus grandes olhos verdes arregalados e a boca entreaberta.
- Eu já não gostei de você. - disse e ela deu uma piscadela. - Você é o que, hein? Bem da Catalunha.
- Quer me foder, me beija, querido. Barcelona jamais, não me ofenda desse jeito.
- Ela torce para o Atlético. - Bale respondeu e soltou uma gargalhada que fez balançar a cabeça negativamente e ir para o lado de Francisco, que assistia toda a cena com um sorriso nos lábios. Para o espanhol, aqueles dois iam se dar muito bem.
- Se prepare, querida. Vocês vão perder de novo esse ano.
- Do jeito que o time de vocês tá? Duvido muito.
- Gareth Frank Bale, mantenha essa sua namorada longe de mim.
- Quédate tranquilo, Golden Boy. Vocês conseguem chegar ao menos nas quartas.
a encarou, preparado para rebater, só que o puxou pela mão, ordenando que se eles não entrassem logo, iriam perder o começo da apresentação. Eles caminharam pelo tapete principal como se fossem convidados normais e tiveram todos os holofotes virados para eles.
O que os jogadores do Real Madrid e a estrela em ascensão estavam fazendo ali? Por que Isco estava com um enorme buquê de rosas nas mãos? Por que estava de mãos dadas com o príncipe problema da Inglaterra? Quem era aquela mulher nunca vista antes com Gareth Bale? Era o que todos se perguntavam. Entretanto, o grupo apenas sorriu para as fotos e, sem responder às perguntas dos fotógrafos, entraram no teatro.

*


respirou fundo, contou de dez a zero, ajeitou seu batom e foi para trás da cortina vermelha. Ela não tinha contado para ninguém, mas era a estrela principal do show.
Seus amigos descobriram assim que receberam o flyer do espetáculo e viram o nome dela em destaque junto com o de outro rapaz. Francisco sorriu, orgulhoso, e estava atento ao palco quando cinco bailarinas entraram e nada de sua Barbie entrar. Ele a tinha apelidado carinhosamente de Barbie quando foi na casa dela e na estante do quarto tinha a boneca, perfeitamente arrumada, vestida de bailarina. A semelhança entre as duas era bastante visível.
- Que horas ela vai entrar? - perguntou para , que estava do seu lado direito.
- Silêncio. - Bale, que estava do seu lado esquerdo, sussurrou, apenas para provocar. O galês achava engraçado o modo que o espanhol se encontrava.
- Acho que agora. - respondeu quando a música mudou e tudo ficou escuro.
Quando deu por si, estava chorando. Sua melhor amiga estava no centro do palco com o holofote diretamente nela e começou a dançar magnificamente. estava vidrada em cada movimento que nem percebeu que Isco apertava sua mão, feliz e ansioso com cada passo da loira no palco. Os dois estavam emocionados com a presença de palco de , ela conseguia prender a atenção de todos e emocionar.
O espetáculo continuou e agora dançava junto das outras bailarinas, mas ela se destacava de uma forma incrível. Francisco não conseguia tirar os olhos dela e, quando ela saiu do palco, continuou buscando pelas dançarinas restantes. Até que ela voltou, dançou mais uma vez com o bailarino, as outras bailarinas entraram e quando o grupo deu por si, a cortina estava fechada e os dançarinos já estavam na frente dessa, agradecendo.
- Você é uma chorona. - Bale disse para assim que as luzes do teatro acenderam.
- Você está cada vez mais ridículo. - a mestiça retrucou e o galês recebeu uma cotovelada de sua acompanhante, Alba.
- Por que você zoa dela, mas não faz o mesmo com ? Ele estava com cara de idiota o tempo inteiro.
- Gareth Bale, você precisa de uma namorada nova.
- Nós não somos namorados, loirinho.
- Graças a Deus, você não sabe escolher time de futebol. Já basta .
- Você é Atleti também? - a dentista perguntou com certo brilho nos olhos, mas seu rosto murchou quando a atriz riu e negou.
- Jamais. É porque eu torço para o Chelsea e ele torce para o Manchester United.
- Chelsea do Azpilicueta? Que homem.
- Exatamente. - respondeu e as duas fizeram um high-five enquanto os três reviraram os olhos.

*


quis chorar quando viu Isco Alarcón entrando em seu camarim com um gigantesco buquê de rosas vermelhas. Ela levantou rapidamente da cadeira e pulou nos braços do espanhol, quase o derrubando pelo susto e deixando o buquê cair.
- Você veio!
- Mas é claro que sim! Você achou que eu fosse perder esse dia histórico? - perguntou e o rosto da loira pareceu iluminar. - São para você.
- Elas são lindas. - sussurrou ao pegar as flores, as deixou em cima da bancada, voltou-se para o jogador e o beijou. - Obrigada!
- Eu acho que você já pode largar seu namorado e vir falar com sua melhor amiga. - disse e soltou uma risada. largou Isco e puxou a mestiça para um abraço. - Você estava tão linda!
- Você realmente veio! Todos vocês vieram, céus, eu estou tão feliz! Eu consegui um emprego hoje, vou poder ser oficialmente professora de dança da Factory Ballet Madrid. Vocês estão entendendo o que é isso? – perguntou, animada, e dentro daquele camarim, só puderam ser escutados gritos e palmas.
- Isso merece uma comemoração! - gritou e recebeu assobios e palmas como resposta.
E realmente merecia, o sonho da espanhola de ensinar ballet estava sendo realizado.
O grupo saiu do Teatro Real de Madrid sob flashes de fotógrafos, mas ninguém se importou. Nem mesmo Alba, a dentista e única atleticana do grupo. Saavedra achava estranho demais toda aquela atenção e movimento em cima deles, mesmo sabendo que ali estavam jogadores do Real Madrid, uma estrela do cinema em ascensão e uma bailarina, para Alba eles ainda eram pessoas normais que mereciam um certo sossego.

E sossego foi o que eles tiveram quando chegaram no Taberna El Sur, o restaurante preferido de e . Francisco conseguiu que o restaurante fosse fechado naquela noite e, ali, os aguardando, estavam Rosalie Martinez e Sergio Ramos acompanhados de uma presença minúscula: Sergio Junior.
- A princesa chegou! - a criança de três anos disse e correu em direção da loira, lhe dando um abraço.
- Princesa? – perguntou, animada, segurando o menino no colo.
- Ele viu seus vídeos dançando que postou no Instagram. Ele está apaixonado e disse que você era uma princesa. - Rosie explicou.
- Eu ganhei um concorrente, então? - Isco perguntou, bagunçando o cabelo negro do pequeno.
- Junior, diga ao tio Isco o que você disse para o papai.
- A princesa vai me esperar crescer. – disse, arrancando risadas do grupo.
E rir foi uma das coisas que o grupo mais fez, além de comer e tomar suco ou água. Ninguém podia beber por conta do treino no dia seguinte e porque uma criança estava com eles. Uma criança falante e que achava uma princesa.
A loira tinha ganhado o seu dia.

*


- Você estava linda hoje. - sussurrou assim que entrou em seu quarto. - E você continua linda agora.
- Você não cansa de falar o quanto eu sou linda? - a mestiça perguntou ao esfregar o olho direito com o lenço demaquilante. - Eu devo estar parecendo um panda com esse rímel espalhado pela cara.
- Você precisa lembrar todos os dias que é linda. E sortuda também.
- Sortuda por quê?
- Você ainda pergunta, Formiga? - o inglês perguntou e apontou para si mesmo. - Você me tem.
- Grande coisa. - resmungou e jogou o lenço usado nele, logo pegando um novo e limpando o que tinha sobrado da maquiagem. - Eu preciso de um banho.
- Eu também preciso. - o inglês disse e sorriu do jeito que adorava. - Eu acho que podemos economizar água.
- Eu acho que a banheira é uma boa opção. - a mestiça respondeu e o loiro concordou, levantando da cama e ficando atrás dela.
beijou sua nuca e abriu seu vestido, fazendo com que a morena ficasse apenas de calcinha. Ele a virou e colocou seus lábios sobre os dela.
- É hora do banho, Formiga. - sussurrou e conduziu a mestiça para o banheiro do quarto.

Capítulo 18

18 de março de 2016

🎬🎬


Tudo estava bem.
iria viajar dali a uma semana para a premiere de seu filme em Nova York. O filme que ela iria estrelar como principal ao lado de seu grande amigo, Dave Franco. se divertia com a ideia de ficar ao lado do ator novamente, ele era um cara incrível.
Sua melhor amiga iria para Nova York com ela, assim como Rosalie Martínez e Alba Saavedra. As duas mulheres que tinha adorado conhecer, graças a , seu namorado que não era namorado. Mas ela gostava de como as coisas estavam indo.
As coisas para o jogador também estavam indo melhores que nunca. Sua casa estava, enfim, toda mobiliada. Parecia uma casa digna de La Finca e tinha dedo em cada parte. A decoração era em sua maioria preta e estava adorando o contraste de cada cômodo. Ele estava louco para mostrar para sua mãe e Kalani como tinha conseguido ajeitar tudo.
Para completar, o seu time tinha tido uma melhora quase que milagrosa depois da chegada de Zinedine Zidane. Ele estava conquistando cada vez mais o lugar que antes era de Karim Benzema e Danilo não ousava dizer uma palavra contra ele. estava provando todos os dias que o apelido de príncipe problema já não lhe servia mais. E não iria servir tão cedo.
Para , tudo ainda parecia um sonho. Ela tinha pedido o jogador espanhol em namoro e Isco tinha dito sim. Eles eram, finalmente, namorados oficiais. A espanhola também estava trabalhando em algo que amava mais do que escutar os álbuns antigos do Justin Bieber, ela era professora de Ballet na Factory Ballet Madrid e dava aulas para crianças. E ainda continuava sendo a estrela principal de alguns shows. Seu nome já era bastante conhecido na Espanha e fora do país. A loira estava muito orgulhosa do seu próprio trabalho, assim como seus pais e seu namorado.
Francisco Alarcón era a personificação da palavra bobo apaixonado. Todos os dias ele fazia questão de lembrar sua namorada de como ela era uma pessoa incrível e que merecia o mundo. Ele realmente amava a loira e, no fundo, mesmo tendo um pouco de medo, sabia que ela não iria quebrar o seu coração como Jane tinha feito. Isco sabia que era diferente. Era por isso que eles estavam juntos, eles tinham de se encontrar.
Alarcón também estava se realizando como profissional. Ele era titular em mais de 85% das partidas do Real Madrid, fazia pelo menos um gol a cada três jogos e sabia que quando a Data FIFA chegasse, ele iria representar a Espanha. Nada o deixava mais orgulhoso, nem mesmo derrotar Bale em todas as partidas de qualquer jogo em que eles disputassem no Playstation.
Gareth Bale tinha muito, muito azar mesmo em jogos de videogame, mas tinha sorte quando se falava em amor. O galês não sabia se o que ele sentia por Alba Saavedra
poderia ser considerado amor, mas de uma coisa tinha certeza: ele gostava demais de estar perto dela. E gostava ainda mais quando os lábios e corpos dos dois estavam grudados. Bale achava Alba a mulher mais linda que já tinha visto e não acreditava na sorte de tê-la ao seu lado, mesmo ela torcendo para um time ruim.
Já a dentista não sabia onde estava com a cabeça quando decidiu se relacionar com um jogador de futebol.
A vida da dentista pediatra tinha dado uma volta de 360 graus. O seu consultório era bem-sucedido, só que agora, inúmeras crianças filhas de jogadores de futebol frequentavam sua clínica e seu trabalho estava sendo dobrado. Não que ela reclamasse daquilo, Saavedra estava recebendo o dobro. Só que, fora isso, seu Instagram estava sendo bombardeado de seguidores e isso vinha com as coisas ruins, pessoas maldosas a atacavam gratuitamente.
Revistas de fofocas sobre jogadores tinham a colocado em algumas páginas e na maioria delas todas falavam mal sobre seu peso. Alba não via problema algum em seu peso e não entendia o porquê das pessoas estarem tão preocupadas com aquilo. A vida era dela, o corpo era dela, ninguém tinha nada a ver com aquilo. A dentista espanhola não tinha surtado com aquela movimentação toda por causa de sua irmã mais nova, a estudante de fotografia que mais cuidava de Alba do que o contrário. E também por conta de Bale.
Gareth Bale era um anjo em forma de galês que tinha entrado na vida da dentista. Ela não sabia o porquê de ter se relacionado com um jogador de futebol, mas agradecia por ter feito aquilo. Ele não era só um jogador de futebol. Frank era o seu Monkey. E Alba sentia que tinha feito a escolha certa toda vez que acordava e a primeira mensagem que estava no seu celular era um "Bom dia, linda" dele. Bale a lembrava todos os dias que ela era linda. E Alba achava aquilo uma demonstração de afeto maravilhosa, bem melhor do que "eu te amo".
Tudo estava indo bem para o grupo de amigos da Espanha. As coisas estavam se ajeitando.
Tudo estava bem.
Até aquela manhã.

*


- Merda! - reclamou enquanto olhava o feed do Instagram. - Eu quero saber quem é essa garota.
- Que garota? - perguntou, tentando olhar o celular da amiga. - Isso é o Instagram do ?
- É. Esse user aqui, @starkecami. Tá bloqueado e eu me recuso a segui-la só para stalkear. Isso é coisa de adolescente, . E eu sou uma mulher bem resolvida.
- Você tá com ciúmes de um user no Instagram? Você já foi melhor, querida. - a loira disse e recebeu um chute da melhor amiga. - Qual é o user mesmo? – perguntou, mas não esperou a mestiça responder, pegou o celular dela e digitou o user do tal comentário no próprio Instagram. - Vou segui-la.
- , eu proíbo você.
- Ah tá. - respondeu assim que apertou o seguir e apareceu pendente. - Agora é só esperar.
- Eu ainda mato você.
- Você me ama. - respondeu e deu de ombros. - Agora eu vou ter que ir trabalhar, minha aula começa às dez.
- Boa sorte com as crianças.
- Elas são boas e, , fique tranquila. nunca trairia você.
- Eu sei que não. - respondeu e a loira saiu de sua casa. respirou fundo e releu novamente o comentário daquele maldito user.
não a trairia. Ele a amava. Ele estava com ela durante os piores dias de sua vida. não faria aquilo. Não mesmo.

⚽️


A parte que menos gostava nos treinos eram as corridas. Ele detestava aquela parte do dia porque era quando Bale queria competir com todo mundo e ele sempre ganhava. E naquele dia não foi diferente.
- Pau no cu, esse galês é pau no cu. - Isco reclamou, tirando a blusa do treino e jogando no banco ao lado.
- Você que é lento. - Gareth disse e tirou a roupa, enrolando a toalha na cintura. - Você me deve um jantar.
- Desgraçado. - o espanhol grunhiu e recebeu risadas como resposta.
- A próxima a gente ganha. - falou, mesmo sabendo que não iriam, ao sentar ao lado dele.
- Esse caralho parece uma máquina. Ele é o Usain Bolt dos gramados. - Realmente. - soltou uma risada. - Você vai buscar hoje?
- Não, ela vai sair com Alba. Disse que você ia encontrar com hoje. - A gente estava querendo jantar japonês, você quer ir?
- Você vai pagar?
- Quem te ouve falando assim até pensa que é pobre. Eu pago, cara.
- Ótimo, vou avisar a então. - disse e pegou o celular da pequena bolsa que estava em cima do banco. - Caralho. - sussurrou e ficou encarando o celular por minutos.
- Isco? O que aconteceu? Você está bem? - perguntou, preocupado porque o amigo estava encarando o aparelho por tempo demais, completamente paralisado.
- Eu... Essa mulher só pode estar brincando.
- Do que você está falando? - perguntou e Isco apenas jogou o telefone em sua direção.
- Puta que pariu. - foi a única coisa que o inglês conseguiu dizer para o amigo. - É brincadeira, não é?
- Já faz dois anos. Só pode ser uma brincadeira de mal gosto dessa mulher. - Vai tomar um banho, cara, a gente resolve isso quando chegarmos na casa de .
- Você está doido? vai surtar e vai ligar para surtando. Elas são melhores amigas, .
- Só vai tomar banho. - o camisa 16 disse, tentando parecer calmo, mas ele estava a um passo de surtar com aquela notícia.
pegou o seu celular e enquanto procurava o número da mestiça, um telefone conhecido começou a brilhar na tela.
- Ow, Boo. Que bom que você ligou. - disse e respirou aliviado.
- Você parece nervoso, querido. O que tem acontecido?
- Tanta coisa, acabei de receber uma notícia um tanto quanto perturbadora. Mas como você está? A pequena tá como?
- As coisas estão bem por aqui, estamos nos virando. Quando você vem? - Na minha próxima folga, eu prometo. Estou com saudade.
- Nós estamos também. Então até sua próxima folga, Boo?
- Até. Amo você.
- Eu também. - sorriu e encerrou a ligação. Ele voltou a procurar pelo número de e, em segundos, já estava chamando.
- Graveto! - a atriz atendeu no terceiro toque. - Você já está vindo?
- Mudança de planos. Aconteceu uns probleminhas aqui e, bom, não vamos poder nos ver hoje. Amanhã eu passo cedo para tomarmos café, pode ser?
- Você está bem? - perguntou e respirou fundo antes de responder. - As coisas vão se resolver. Amanhã eu apareço cedo por aí, certo?
- Tudo bem, graveto. Fique bem, certo? Eu estarei sempre aqui.
- Obrigado, Formiga. Você sabe que eu também. - e encerrou a ligação.
foi para o box vazio e deixou a água gelada cair pelo seu corpo, ele iria precisar pensar para ajudar o amigo. As coisas em Madrid estavam indo bem demais para começarem a desandar daquele jeito. Ainda mais daquela forma.
saiu do banheiro com a toalha enrolada na cintura. Enquanto se vestia, sorriu com as piadas que os jogadores soltavam no vestiário, mas sua atenção estava totalmente voltada para Isco. A vida do espanhol iria virar de cabeça para baixo.
- Bale. - Francisco o chamou. - Você vai conseguir guardar um segredo de Alba?
- Mas o quê? - o galês quase gritou. - Você está pensando que eu sou uma velha fofoqueira?
- Sim. - Isco e responderam juntos. - Vamos para a casa de Francisco agora. - o inglês avisou e os três saíram do vestiário sem chamar muita atenção.
O caminho até La Finca foi silencioso. dirigia enquanto Isco tamborilava os dedos na própria coxa, visivelmente nervoso, ao mesmo tempo em que olhava o celular para ver se chegava alguma notificação nova. Bale encarava os amigos, preocupado com o que poderia estar acontecendo, mil e uma coisas passavam pela cabeça do galês. Será que Isco tinha traído ? Ou teria engravidado uma mulher? Não. Nenhum dos dois iriam trair aquelas mulheres, eles não eram burros o suficiente para aquilo; pensou o atacante.
Os três chegaram na casa de Francisco e, assim que entraram, o espanhol mostrou o celular para Bale.
- Eu estou fodido.
- Caralho. - Bale sussurrou enquanto encarava o celular, mais branco que o normal. - Como isso aconteceu? Ele é a sua cara.
- É porque ele é meu filho. - Isco falou e Gareth o encarou como se estivesse vendo um fantasma. - Jane estava grávida quando me deixou. Jane escondeu meu filho por três anos. Eu vou matar essa mulher.
- Ouou. - gritou. - Você não vai matar ninguém, Donzela. Você não vai gritar quando ela chegar, não vai fazer absolutamente nada. Você vai segurar seu filho no colo e escutar o que ela tem para falar, certo? Francisco, nada de perder a sua razão.
- Você não a conhece, . Essa mulher...
- Ela deixou Isco mal por muito tempo, . - Bale disse e voltou sua atenção para ele. - Eles estavam juntos há um ano e Alarcón era apaixonado por ela. Mas Jane o enganou e foi horrível. Ela é interesseira e mentirosa.
- Ela me trocou por algum milionário da Inglaterra e levou meu filho. O meu filho, . Eu não o vi nascer, não vi falar, andar, eu vou ser um estranho na vida do meu próprio filho.
- Ela foi escrota demais, mas você tem a chance de mudar isso. Você vai ter seu filho e vai cuidar dele, vai deixar ele longe dela. Lute pela guarda do menino.
- . - Bale sussurrou. - está te ligando.
- Atenda.
- Alô? - perguntou assim que Bale lhe devolveu o celular.
- Você está bem? Sua voz está diferente.
- Eu estou, hm, a gente precisa conversar amanhã. Tem como você vir na minha casa antes de ir para o trabalho?
- Eu posso ir agora, se você...
- Não! - Isco praticamente gritou. - Eu estou com os meninos aqui em casa, temos que resolver um problema, hm, de . Amanhã a gente conversa, certo?
- Às oito estarei aí. - respondeu. - Isco, está tudo bem com ?
- Vai ficar, baby. Vai ficar. - Isco disse mais para si mesmo do que para a loira. O espanhol encerrou a ligação e voltou sua atenção para as mensagens que brilhavam na tela principal, duas eram de e outras três eram de Jane. - O que você fez para a ?
- Eu não fiz nada, por quê?
- Nada. - Francisco respondeu e voltou a mexer no celular. - Alô? Pode permitir a entrada. - Entrada de quem?
- De Jane. Ela chegou.
respirou fundo e bateu nos ombros do amigo. Seja o que Deus quiser, pensou, nada mais poderia piorar.
Ledo engano do inglês. Ledo engano.
🎬🎬


sabia que era diferente. Sabia que era totalmente diferente de Enrique Ávilla. A única coisa que não sabia era o porquê de estar tão encucada com toda aquela situação.
Eram só comentários.
Comentários bem íntimos, para falar a verdade. Mas ainda assim, só comentários.
Quem era Cami Starke? Por que ela estava presente nos comentários de todas as fotos de ? Por que seguia ela no Instagram?
Ela não era só mais uma fã tentando ser notada pelo jogador favorito. só seguia um fã clube e tinha contato direto apenas com Nárriman. Somente. Cami Starke era alguém mais íntima, alguém que tinha algum tipo de relação com . Ela era alguém que nunca tinha sido citada em uma conversa dos dois. E era por isso que aquilo tudo só tornava as coisas mais estranhas.
- Cami deixou você seguir ela no Instagram? - perguntou para a melhor amiga, que mexia no celular jogada no sofá de seu apartamento.
- Não. Essa garota recusou o meu follow. - disse, quase indignada, e mostrou o celular para a mestiça. - Por que ela recusou o meu follow?
- Porque ela tem algo a esconder. É porque ela sabe que você tem relação comigo.
- Algo a esconder? Do que você tá falando... Realmente acha que ...
- está tendo alguma coisa com essa garota, . E eu não vou ser feita de palhaça. devolveu o celular para a amiga e respirou fundo. Ela não iria matá-lo. Ela só precisava de um tempo.
- Ele está ligando para você.
- Desligue. O bloqueie no Whatsapp também.
- Você não acha que isso é demais?
- Eu acho que estou servindo de palhaça. Eu preciso pensar, . Eu preciso pensar.
queria gritar. Ela estava perdida, assustada com a ideia de novamente ter se entregado para alguém que não a merecia. Ela sentiu medo. Sentiu medo de ser uma farsa.
E foi naquele misto de sentimentos que chorou no colo da melhor amiga. Nada estava bem.
Nada.

Capítulo 19

⚽️


acordou mais cedo que o normal. Ele quase nem havia pregado os olhos, para falar a verdade. tinha dado um chá de sumiço e nem ou Alba o atendiam. Parecia que elas todas estavam o evitando e aquilo só cheirava a problema. Um grande problema.
O inglês rolou pela cama e pegou o celular para ver se tinha alguma ligação de sua mãe ou Valentina, elas sempre ligavam. Mas não tinha. O que tinha era uma porção de comentários em uma publicação no Instagram que o haviam marcado, muitas mensagens de Isco e de Nárriman no direct do Instagram.
Que merda tinha acontecido? Ele se perguntou ao abrir o aplicativo e dar de cara com sua foto em vários perfis de fofocas.
passou as mãos pelo rosto e soltou um grito de raiva, como aquelas pessoas tinham descoberto aquilo? Era o seu segredo. Ele tinha conseguido esconder já tinha três anos, não era justo aquela história vir à tona e fazer com que pessoas pagassem por aquilo. Como ele pôde ser tão estúpido ao ponto de deixar evidências e aquilo vazar?
Burro, se xingou e levantou da cama.
O camisa 16 tomou seu banho e dirigiu direto para a Ciudad del Real Madrid, ele precisava arrumar as coisas na sua cabeça antes de cogitar encontrar com . Iria ser muita coisa para ela absorver, muita coisa mesmo.
- Você está bem? - Bale perguntou assim que o inglês sentou no banco para calçar as chuteiras.
- Tá tudo dando errado. - respondeu e o galês sentou ao seu lado.
- Você a traiu?
- Lógico que não, Bale! - alterou um pouco a voz e se arrependeu quando o amigo o olhou, assustado, assim como outros jogadores. - Merda, desculpa, cara. Mas não, eu nunca a traí.
- Alba ficou furiosa quando leu, ela disse que você não seria capaz daquilo. Metade das mulheres do mundo estão te crucificando.
- Isso é horrível, merda. Eu vou ter que expor algumas pessoas e isso vai ser ruim. - Essa tal de Cami?
- É e ela não merece esse ódio todo.
Desculpe Cami, desculpe, Boo, mia culpa; pensou e saiu do vestiário acompanhado do galês. Pelo menos o treino teria que compensar toda a merda que estava acontecendo.
não poderia falhar na única coisa que realmente sabia fazer direito. Jogar futebol.

🎬


Dali a cinco dias, finalmente iria ver seu filme estrear mundialmente. Dali a cinco dias, ela estaria em New York com suas amigas. Dali a cinco dias, ela iria reencontrar Dave Franco e contar detalhadamente tudo o que aconteceu nos últimos meses. Dali a cinco dias, ela estaria no tapete vermelho tendo câmeras viradas para ela. Dali a cinco dias, o seu sonho iria se realizar.
Mas ela não estava feliz.
Tudo tinha sido uma montanha russa e agora ela estava caindo. Caindo muito alto.
Já eram cinco da tarde e já estava ali, dando-lhe suporte novamente. Assim como Alba. Alba Saavedra, a dentista que tinha lhe encantado à primeira vista.
Saavedra tinha se aproximado muito de e ninguém conseguia colocar em sua cabeça que o Golden boy era aquele filho da puta traidor. Mesmo que todas as redes sociais de fofocas apostassem naquilo. não era seu passado. não merecia aquilo.
- Ele já ligou para você? - a dentista perguntou e negou.
- Eu o bloqueei em tudo.
- ... - foi interrompida pelo barulho da campainha. - Eu acho que é ele.
- Eu estou no quarto. - disse e puxou a melhor amiga para acompanhá-la. - Não o deixe entrar. - a campainha tocou novamente.
Alba balançou a cabeça negativamente e abriu a porta, dando de cara com um acabado e com um buquê de rosas vermelhas nas mãos.
- Cadê ela?
- Eu não vou lá, . - o grito de foi escutado por ele.
- Ela está na cozinha?
- Ela não quer vê-lo, . - Alba sussurrou, e colocou a mão em seu ombro como se o tentasse tirar dali.
- Eu preciso explicar as coisas, não preciso? Tá tudo errado, Alba. Tudo. Ninguém acredita em mim, porra.
- Eu acredito, Golden boy. Eu acredito.
- E ela não?
- O que eu fiz de errado? Eu não fiz nada de errado! Isso tudo que ele está fazendo comigo é por quê?
- Vamos lá para baixo, certo? A gente pode tomar um café...
- Fala baixo, ele está na sala. - repreendeu e Alba se calou. – Ele não está na sala, Alba já deve ter o dispensado. Eu disse que não queria vê-lo. - Você não quer vê-lo por quê?
- Porque ele me traiu, ! Ele me traiu por que, para me dar o troco, foi isso?
- , volta aqui. - Alba sussurrou, mas o jogador já estava dentro do apartamento. Ele era infinitas vezes mais ágil que ela.
- Te dar o troco por causa de que, pelo amor de Deus? Eu acho que você deveria ligar...
- Por causa de Zayn. Por causa do beijo.
A cozinha ficou em silêncio assim que percebeu que estava ali. Alba segurava o braço do jogador e balançava a cabeça negativamente enquanto batia na própria testa.
- O que você está fazendo aqui? - a inglesa perguntou e o loiro deixou as flores em cima da bancada.
- Eu vim pedir desculpas para você e, merda, por que eu tive que pedir desculpas sendo que não fiz nada? Eu não traí você. Eu realmente não sei se você está de TPM, se seu emocional está abalado por conta disso, ou é o fato de estar ansiosa por causa da estreia do seu filme que é daqui a seis dias. Eu estava disposto a ficar com você nesse tempo, mas você preferiu se afastar e criar teorias na sua cabeça. E preferiu acreditar em suposições de gente fofoqueira como aquele Daily sei lá o que e TMZ. Você acreditou neles e eu estou sendo crucificado por conta de algo que não fiz.
- ... - a dentista o chamou, ainda segurando seu braço.
- Não, Alba, eu preciso falar porque isso não é justo. Você sabe que eu a amo mais do que qualquer coisa na minha vida e eu sempre, sempre estive disposto para você. Merda, eu deixei você escolher cada canto da minha casa, a cor do meu quarto e minhas gravatas. Eu toquei piano para você na França. Eu fui atrás de você na França porque eu pensava que era recíproco. E quer saber? Não era recíproco. Você precisou estar com outro cara para se dar conta que era de mim que gostava. Quem deve desculpas ou explicações aqui não sou eu.
- , não foi bem...
- Desculpe te cortar, mas eu não quero mais saber. Isso aqui é para você. - arredou as flores para mais perto da mestiça. - E eu nunca traí você. Cami é história do meu passado, o mesmo passado que eu prometi te contar quando estivesse pronto. Eu só precisava de tempo para organizar as coisas. E, bom, Cami tem uma filha, Winter. A pequena tem dois anos e meio e é uma das coisas mais preciosas que eu tenho. Ela é minha filha, . E eu acho que você não precisa saber mais de nada. Desculpe por ter feito você pensar que estava sendo traída, mas eu nunca dei motivos para isso. Só quero que saiba que eu nunca, nunca precisei estar com outra pessoa para saber que era de você que gostava, Formiga.
saiu da cozinha, puxando seu braço das mãos da dentista. sentou na cadeira e se permitiu desabar.
Ela tinha estragado tudo.
Alba saiu do apartamento e correu atrás do jogador, esse que, por sorte, ainda apertava desesperadamente o botão do elevador.
- ? - o chamou e o inglês não levantou o rosto para encará-la. - ?
- Acabou? - perguntou e encarou a dentista. O coração da mulher partiu em pedaços. estava vermelho e chorava. - Acabou desse jeito? - Alba balançou a cabeça negativamente e o abraçou, entrando no elevador com ele em seguida.
Seu corpo se encolheu automaticamente no canto do pequeno elevador. sentia que desmoronava a cada segundo que passava, como se a qualquer momento nem mesmo suas pernas aguentariam mantê-lo em pé. havia sentido diversas dores em sua vida, mas nenhuma se resumia em perder novamente a mulher que ele amava. Nenhuma se resumia em expor duas pessoas importantes para ele, principalmente a sua pequena Winter. As pessoas poderiam ser muito más, e ela era tão pequena. Tão preciosa. Elas já tinham sofrido tanto.
Alba se calou no outro canto, apenas ouvindo o choro fraco do inglês. Seu coração parecia aguentar a dor do homem, estaria ali quando ele precisasse, mas sabia que no momento apenas precisava desabar em seu próprio choro.
- Eu sempre estive ao lado dela. - sussurrou, sua voz quase não foi ouvida, Alba precisou ceder um passo para frente para consegui-lo escutar com clareza. - Em tudo que precisou, eu estive. Segurei em sua mão nos momentos mais difíceis, limpei suas lágrimas sempre que via elas caírem e compartilhei as melhores risadas com ela. Para que tudo isso, Alba? - virou-se para a mulher, desta vez sem chorar, apenas o rosto marcado por um vermelho. - Para ela não acreditar em mim? Nem sequer me dar um voto de confiança.
Sentiu uma fração do seu sangue ferver. Parecia tolice perdê-la daquele jeito. Era tolice demais acreditar que um dia passou pela cabeça de que ele seria capaz de traí-la. abaixou a cabeça, deixando uma lágrima voltar a escorrer, e quando Alba abriu seus lábios para falar algo, o elevador se abriu, anunciando que haviam chegado na garagem do condomínio.
- Vamos! - a dentista tentou sorrir carinhosamente enquanto tocava no rosto de . - Você pode qualquer coisa, , e não será uma fofoca de internet que vai separar vocês. - ergueu suas írises azuis para ela. Naquele momento, não acreditava nas palavras da mulher, mesmo que elas viessem do coração. - Deixa que eu dirijo. - disse por fim, guiando-o para perto do carro.

*


sempre acreditou que os sentimentos dos personagens em filmes criavam sincronia com o cenário de fundo. Quando estavam tristes, as chuvas pareciam tomar conta das cidades, e quando a felicidade pairava, tudo voltava a ser iluminado por um belo sol.
Entretanto, sentiu o sol atravessar a janela de vidro do seu apartamento e marcar o piso. Mesmo que seus sentimentos estivessem uma bagunça e seu coração quebrado em milhares de pedaços. Aquele sol não era para estar ali. A menina sentia que a cidade deveria entrar em conjunto com eles e, de quebra, ter uma trilha sonora ao fundo.
Seu corpo inteiro doía. Sua cabeça latejava e suas mãos tremiam como se tivesse acabado de presenciar a morte de alguém.
- Meu Deus! O que eu fiz, ? - chorou baixo, apoiando sua cabeça em sua mão.
fechou os olhos por alguns segundos, se permitiu por algum momento tomar conta da dor da amiga. E então caminhou até o sofá, ajoelhando-se na frente dela.
- , a culpa não é sua. - sussurrou, pousando as mãos no joelho dela. - Vocês se amam. Não acho que conseguirão passar mais de uma semana afastados.
queria sorrir com aquele comentário. Realmente se amavam, mas não sabia se conseguiria perdoá-la depois daquilo. Deveria ter ignorado tudo, desde os comentários, até as mensagens de mulheres dizendo que estavam juntas com ela nessa. deveria simplesmente ter respirado fundo e ouvido cada palavra que ele tinha para dizer, era o mínimo que poderia ter feito depois de tudo. Ela deveria tê-lo escutado, como ele teria feito naquela situação. era um bom homem no final das contas.
Entretanto, ela confiava em e sentiu que aquilo não era mútuo depois da briga na cozinha. Esconder dela que era pai foi sem dúvidas algo que fez sentir uma fração de raiva tomar conta de todo seu corpo.
- Eu não o odeio. - disse, encarando os olhos da outra que pareciam tão perdidos como os dela. - Eu apenas sinto raiva. Ele deveria ter confiado em mim para contar algo assim...
-... Assim como você deveria ter confiado nele. - interrompeu, e quando sentiu o olhar da amiga puxar uma dor novamente, encolheu os ombros. Talvez aquele momento não fosse ideal para dizer algo assim, mas ela não se arrependia.
- Eu sinto raiva e me sinto culpada! - gritou, voltando a sentir tudo se tremer. Suas pernas pareciam doer agora. - Eu sinto muita raiva! - tentou se levantar, talvez para pegar o celular e ligar para ele, ou até mesmo para jogar algo, e foi exatamente isso que a mestiça fez.
Levou sua mão até a almofada do sofá e jogou contra um vaso próximo da televisão, ouvindo esse se quebrar em pedaços. Do jeito que o seu coração estava.
se levantou rapidamente, por alguns segundos pensou que deveria abraçá-la, mas não foi preciso. deu dois passos para frente, deixando as lágrimas mancharem toda sua camisa, e a apertou em um abraço.
- Está tudo bem, Cariño. Está tudo bem. - sussurrou, sentando-se no chão e deixando que apoiasse sua cabeça em seu colo.
Seus cabelos escuros eram espalhados pelas pernas de , e eles recebiam um cafuné carinhoso dos dedos da amiga. Permitiu-se chorar naquele momento. Nos mesmos instantes que sua mente imaginava escondendo algo dela, imaginava o fato de não ter dado uma confiança para o homem, e voltava a chorar ainda mais forte.
Ela não merecia . Não naquele momento.

*


acordou sentindo uma forte dor na lateral de sua cabeça e conhecia aquela sensação como uma velha amiga. sabia que aquela dor era de tanto chorar, sempre a pegava de jeito quando dormia chorando.
Levantou-se lentamente, retirando o cobertor que antes a cobria no chão frio. Sem dúvidas havia colocado ele sobre seu corpo durante a noite, entretanto, não a encontrou ao seu redor. Seus olhos procuraram a amiga por cada canto, mas a casa estava sem nenhum sinal da loira.
- ! - gritou, até que encontrou um pedaço de papel deixado sobre a mesa da cozinha.
''Saí para comprar comida. Infelizmente, o restaurante vegetariano é um pouco longe. Volto em pouco tempo.

Te amo,
.

PS: Devo comprar sorvetes? Eu irei trazê-los do mesmo jeito".


sorriu fraco. Ainda sentia uma dor cuidar de todo seu corpo, mas sabia como fazê-la se sentir bem. sempre sabia das coisas e não sabia expressar o quão grata era por ter a espanhola ao seu lado.
A mestiça ouviu seu celular tocar ao lado da televisão e torceu mentalmente para a almofada que havia jogado horas antes não ter acertado o objeto. Sorriu fraco ao perceber que ele estava intacto. A tela iluminava indicando que alguém ligava desesperadamente para ela. Rezou para que não fosse , ela não saberia reagir a um término oficial por telefone.
respirou fundo e agradeceu quando o nome de Livia Kröhls apareceu na sua tela.
Lívia tinha 19 anos e a conheceu quando gravou algumas cenas de seu filme em Dortmund, cidade onde Liv morava. Kröhls foi figurante em uma das cenas e nenhuma das duas imaginava que por trás das telas, Livia seria bem mais que figurante na vida de . Elas se tornaram amigas e agradecia muito por ela ter aparecido em sua vida.
- Liv?
- Eu pensava que você não ia me atender! - disse e soltou uma risada. - Você está em Madrid, não está?
- Sim, eu moro aqui! - disse e a loira bateu na própria testa do outro lado da linha. - Aconteceu algo?
- Eu chego em Madrid daqui a quatro horas, você pode me buscar no aeroporto?
- O quê?! - soou animada. Ela iria finalmente reencontrar a alemã. - Você está fazendo um jogo comigo, garota?
- É sério, eu estou no aeroporto! - respondeu e pôde escutar o voo da amiga ser chamado. - Tenho que entrar na sala de embarque. Você vai me buscar?
- Eu estarei lá, boa viagem!
- Obrigada! Até daqui a pouco, eu amo você.
- Eu amo você, e você não sabe o quanto vai me fazer bem. - disse e desligou.
respirou fundo e correu para o banheiro. Ela não iria ficar naquele sofá pelo restante do dia, se sentindo mal por causa de uma briga. Sua amiga de Dortmund estava a caminho e ela precisava ser uma boa anfitriã.
Ela iria conseguir. Nem que tivesse que encenar.

Capítulo 20

🎬


já deveria saber que nada de bom acontece depois das duas da manhã. Ela mesma sabia daquilo ao ver as burradas que Ted Mosby fazia na madrugada.
Agora ela estava bancando uma de Ted Mosby, um coração partido, fazendo burradas na madrugada, alcoolizada e acompanhada por um cara. Pobre .

~*~


Aquela seria a primeira noite de Liv Kröhls em Madrid e estava disposta a mostrar a melhor boate da cidade para a loira.
Desde que a amiga desembarcou na capital espanhola, a mestiça não quis falar sobre como tinha sido burra em ter errado com ou em como estava chateada por ele ter escondido que era pai e outras várias coisas que o loiro não disse. queria esquecer um pouco daquele mundo. Aquilo não iria atrapalhar aquela noite.
- Você tem certeza de que quer ir? Eu posso esperar para sairmos. – Liv disse e negou, tirando a almofada de cima de sua coxa.
- Você ainda está cansada da viagem? – perguntou e a alemã negou. – Então hoje eu vou te mostrar a melhor boate dessa cidade, se você quiser é claro.
- Nós voltamos cedo? Amanhã eu trabalho. – Liv relembrou e a morena estendeu o dedo mindinho.
- Pinky promise. – falaram juntas e cruzaram os dedos.
- vai conosco?
- precisa de um tempo para acertar as coisas com o namorado. – respondeu e Livia fez que sim com a cabeça. A alemã ainda estava tentando imaginar como seria namorar um cara que descobriu que era pai de uma criança de dois anos. Devia ser complicado demais. – Eles vão conseguir. – Liv sorriu e concordou novamente, ela realmente achava que Isco e formavam um casal incrível. Assim como e , mas preferiu guardar para si. – Eita.
- O que foi? – perguntou e a morena apontou para o celular que tocava na bancada. – É ?
- Ele não tocou o dia todo, eu espero que não seja ele. – disse e virou o celular, dando um sorriso ao ler o nome que brilhava na tela. – Luke Sullivan? A que devo a honra de sua ligação?
- Então a princesa ainda tem o meu número salvo? – perguntou e soltou uma risada. - Quatro anos e ainda usa o mesmo número pessoal, que sorte, não é?
- Você sabe o quanto sou ruim com números.
- Da última vez, você confundiu 5 shots com 15. – riu e foi acompanhado pela menor. – Você sumiu, .
- Mas agora estou aqui, uh? A que devo a honra?
- Me diga que você ainda está morando em Madrid.
- Não me diga que você está aqui, Luke.
- O próprio. Vim a trabalho com Ethan.
- Ethan, aquele seu amigo, o DJ?
- Exatamente. Você quer me encontrar hoje à noite? Ele vai fazer um show numa boate e eu vim acompanhando.
- Eu tenho um compromisso essa noite... – parou de falar ao receber um tapa da amiga. – Mas, se você me arrumar duas entradas, quem sabe a gente não se encontra por lá?
- O que você não me pede que eu não faço, princesa? Te mando o endereço por mensagem, até mais tarde.
- Até mais tarde, Luke. – disse e encerrou a ligação.
- Luke? Quem é Luke? – Liv perguntou, curiosa, e riu.
- É um velho amigo e ele está em Madrid hoje à noite.
- Mudanças de planos então?
- Com certeza não. – respondeu ao ler a mensagem que tinha chegado em seu celular. – Nosso destino vai ser o mesmo, Liv. Hoje você irá conhecer o cara que me apresentou o mundo das festas mais loucas da Califórnia.
- Pera aí, vocês já tiveram algo?
- Há muito tempo, quase quatro anos mais ou menos. Antes de eu conhecer o babaca do Enrique, se eu soubesse, teria ficado na Califórnia.
- Ei, esqueça isso. Hoje à noite vai ser uma criança.
- Eu gosto do seu modo de pensar. Gosto muito. - sorriu e foi acompanhada pela jovem modelo.

⚽️


nem terminou de comer, brincava com a comida em seu prato enquanto Alba o encarava com uma expressão triste. O coração da dentista doía de ver o inglês daquele jeito.
- O que você quer fazer?
- Eu quero beber. - disse e Alba arqueou a sobrancelha quando ele bebeu a água que estava em sua taça.
- ...
- Eu não tenho treino amanhã. Eu posso muito bem encher a minha cara e esquecer por uma noite que tenho que resolver essa merda toda. Alba, Winter é tão pequenina.
- Dois anos, não é?
- Em 2017 faz três. Ela é um anjo, Alba.
- Você vai dar conta disso tudo, . - a dentista disparou e o inglês soltou uma risada, como se não acreditasse no que a espanhola estava dizendo. - Você não deveria ter entrado na casa da daquele jeito...
- E não ter escutado que fui um corno?
- Corno? - Alba perguntou com uma expressão de pura confusão. - O que você entendeu, afinal?
- Que ela beijou Zayn quando ainda estava comigo. Ela disse isso.
- , ... - foi interrompida pelo toque do celular de , Somebody Told Me fez a dentista se assustar e quase cair da cadeira. - Ethan?
- . Qual a probabilidade de você estar daqui a meia hora no meu hotel?
- Caralho, você está em Madrid? - perguntou e escutou a risada forte do outro lado. - Porra, todas as possibilidades do mundo.
- Te mandei a localização pelo Whatsapp. Hoje a sua noite é comigo, cara.
- Você não sabe o quanto eu queria escutar isso. Até mais. - respondeu e encerrou a ligação. - Você quer sair para uma noite muito, muito louca?
- Como assim, ? - a atleticana perguntou, receosa, e o inglês riu. - O que você vai fazer?
- Um velho amigo chegou em Madrid e o cara é simplesmente um dos Dj's mais fodas da atualidade. Vai fazer um show aqui daqui a pouco, se você vier comigo, vai ter passe vip.
- Eu vou dispensar, preciso encontrar com Bale daqui a pouco. Vamos assistir a um filme e...
- Vão se foder. - falou em tom de deboche. - No que vocês se tornaram? Eu estou perdendo os meus dois companheiros? Logo agora que fiquei solteiro?
- Você não sabe do que tá falando e muito menos é solteiro. - disse em tom mais sério e o jogador deu de ombros.
- Eu encontro você amanhã, se eu não parar no hospital com uma agulha no meu braço tomando glicose. - respondeu ao tirar da carteira duas notas de 100 euros e deixar sob a mesa. - Hoje eu pago sua conta, querida.
- Cuidado, . Cuidado.
- Sempre. - o inglês respondeu, levantou da mesa e deu um beijo na testa da espanhola antes de sumir de sua vista.
A noite só estava começando para . E Alba Saavedra tinha muito medo por causa daquilo.

*


A Kapital estava lotada como já era de costume. Mas nem ou pegaram fila.
chegou acompanhado do amigo e DJ da noite de um dos sete ambientes que a casa tinha. estava acompanhada de Lívia Khlors e, à espera das duas, Luke Sullivan se encontrava na frente do antigo teatro.
A noite só estava começando.
Kapital ficava em um antigo teatro, localizado no bairro de Chamberí. O lugar mais parecia um labirinto, continha sete andares e, em cada um deles, uma festa diferente acontecia. Todas com música e decoração totalmente opostas, a única coisa igual nos sete andares era: música alta e álcool. Muito álcool.
E aquilo era o que os dois queriam.

gostava de como o destino costumava brincar de causar encontros em sua vida. Para ele não era coincidência ter reencontrado seu antigo amor, aquilo estava traçado para acontecer. Mesmo que ele não pensasse muito sobre o assunto, coincidência era uma palavra vaga demais para tudo que acontecia em sua vida.
Entretanto, o homem não gostaria de pensar no que o destino agora estava lhe aprontando. Não conseguia nem sequer cogitar em encontrar com a mulher naquele momento, e, se caso acontecesse, tinha medo de agir como um infantil. Coisa que provavelmente tinha feito ao sair feito um louco e chorado igual uma criança para a namorada do amigo, que tinha se tornado sua melhor amiga.
Seu coração doía cada vez que a bebida aquecia sua garganta, rasgando-a sem pedir permissão. Estar naquela balada com Ethan era tudo que ele precisava e queria, mas não era só por causa de . não conseguia afastar os pensamentos da garotinha que se via no meio de tantos holofotes, Winter era jovem demais para tantos comentários maldosos e estar no meio de tanta imprensa. E pensar nessas duas mulheres era solicitar que mais atitudes idiotas acontecessem.
virou o último gole de uísque à sua frente e, quando se deu conta que havia terminado a garrafa, levantou o dedo pedindo outra para o barman. Ficar de copo vazio naquela noite era implorar para que seus pensamentos fossem tomados por assuntos que desejava afastar. Durante todos seus anos de aventuras e atitudes infantis, conseguiu ter uma enorme tolerância ao álcool, um afastamento de meses de todo aquele mundo de festas, tabloides e futebol. sabia que todas as bebidas presentes naquele bar, ele já havia provado e enjoado. Mas uma se via sempre presente. O velho e bom uísque nunca teve motivos para abandoná-lo.
O garçom se aproximou às pressas. O local estava cheio e atender tantas pessoas no bar era desesperador. E então ele sorriu, reconhecendo o jogador que tomava conta de todos os sites de fofocas e jornais. Deixou a garrafa ao lado do copo dele, servindo uma dose ainda maior que antes. Mas antes que conseguisse retribuir qualquer simpatia para ele, notou um flash voltado para seu corpo. Virou-se para o lado e observou a jovem esconder o celular rapidamente, exibindo um sorriso tão tímido que o fez rir do ato. Mas ao contrário da ruiva que tomava um gole da sua água tentando esconder a timidez que pintava em suas bochechas, sua amiga não fez o mesmo.
Seus olhos verdes eram fixos no jogador, analisando cada jogada que ele concedia no canto do bar. Os movimentos da mulher eram poucos. Seu corpo quase não se mexia em seu vestido extremamente justo, como se ele fosse rasgar por conta dos seus fartos seios e bunda. E quando ela notou a presença dos olhos do jogador em si, sorriu. Exibindo um sorriso ainda mais bonito que o da amiga.
- Ei, parceiro! - Ethan chamou sua atenção, gritando para ser ouvido. - Está se divertindo?
- Ainda não! - respondeu, virando o copo de uísque e chamando novamente o barman. Desta vez, ele não havia demorado. O homem tinha chegado ainda mais disposto que antes e exibindo um sorriso sincero. - Quero uma bebida daquela que aquela mulher está tomando. - Apontou com a cabeça para a mulher que ainda o encarava e o outro concordou, puxando diversas garrafas para si. - Agora eu vou. - Disse para o amigo, que franzia a testa.
- Voltar aos velhos hábitos? Acha uma boa ideia?
Ethan jurou que não havia sido ouvido. Especialmente porque a música estava alta demais e o fato do jogador ter carregado a bebida já pronta para perto. Mas preferiu ignorar aqueles segundos, ele não precisava lembrar sobre tudo o que aconteceu antes da sua volta à Lavenham. Antes de ter ido para Madrid. Aquilo só iria piorar toda a situação.
- Estamos aqui para curtir, não é? – perguntou, gritando, sua voz quase desaparecendo no meio daquele som alto. - Estou solteiro agora!
desceu de sua cadeira e, antes que o amigo tivesse tempo de impedi-lo, caminhou para longe.
Ethan entreabriu os lábios, sentia que naquele momento haveria uma merda bem grande para o homem se livrar quando a bebida fosse embora. Mas ele não podia fazer muita coisa, seu set iria começar dali a cinco minutos e ele precisava ir para a cabine. Respirou fundo e só desejou que nada de ruim acontecesse com o amigo.
desviou de alguns corpos que encostavam nele propositalmente, piscou para alguns flashes e mordeu o lábio inferior para uma garota que rebolou na pista olhando para ele. sentia-se como nos velhos tempos e, mesmo que fosse estranho, ele estava disposto a passar por isso para esquecer tudo que acontecia em sua vida.
- Olá! - não precisou gritar. Especialmente porque a mulher estava sentada e virada para ele, esperando que lhe trouxesse a bebida. - Trouxe...
- Eu sei o que você trouxe. - interrompeu, exibindo um sorriso de diversão. Por um momento, ele pensou que eles fossem ainda mais bonitos de perto. E ele não estava errado. Os cabelos pretos dela criavam ondas e se misturavam entre algumas mechas roxas. - Você é o ...
- E você é? - sorriu quando notou que a mulher sabia que ele havia a interrompido porque ela tinha feito. E quando sentiu o copo escapar de suas mãos, notou que ela tinha o virado por completo.
- Hope! - remexeu-se na cadeira, deixando que seu pé tocasse a perna do homem e que seus corpos ficassem cada vez mais próximos. - Achei que você namorava. Pelo menos suas redes sociais mostram isso.
- Redes sociais mostram muitas mentiras, não acha? - desmanchou o sorriso. Desejava esquecer de qualquer história, mas nem mesmo a mulher em sua frente ajudava. - Seu nome é bonito. - voltou a sorrir, desta vez levando o assunto para outro lugar.
- Talvez eu seja a esperança de você se dar bem essa noite. - Hope desceu da cadeira, deixando que seus seios tocassem o tórax do homem com o ato. segurou na cintura da mulher, ajudando-a a descer com cuidado. E por um momento sentiu o vestido dela se levantar quando seus corpos se apertaram.
- Talvez eu seja a esperança de você acabar gemendo a noite toda. - Hope então riu. Uma risada tão calma e sincera. Mas antes que ele retribuísse, sentiu seus lábios se juntarem.

*


nunca deixou de acreditar em coincidências. Mas não achava que sua vida estivesse envolvida com muitas delas. Para a morena, seu relacionamento com estava traçado, assim como sua amizade com .
Entretanto, sentada no canto da boate, ela pensava em todas as poucas coincidências que aconteceram em sua vida e todas as coisas que foram traçadas. Para ela, seu ex era uma parte do vasto traço das coisas ruins em sua vida e que tinha ficado mais forte por enfrentar tudo de uma forma que nunca pensou que poderia, mas a mulher não gostava de como passou a desconfiar das coisas.
Havia sido magoada de uma das maneiras mais cruéis que um homem poderia pensar em fazer e precisava que entendesse como ela se sentia, mas ao invés de lhe dar o que precisava, naquele ponto, ele não lhe deu nada além de um buquê. Nem sequer conseguiu explicar como se sentia e tudo que passava por sua cabeça, como desligou o celular para dar um tempo para respirar e esfriar sua cabeça. Como odiou acordar e receber tantas mensagens em suas redes sociais e como aquilo era dolorido. Desligou tudo por alguns momentos pensando em si uma única vez.
Afinal, não era somente o jogador que merecia. havia sido torturada com tantas mensagens e fofocas. A negra merecia mais.
fechou seus olhos por alguns instantes, sentindo a música invadir sua mente e a dose de tequila aquecer seu corpo. A batida era alta, parecia deixar uma onda de turbulência em seu cérebro. Sendo o calmante a dose das bebidas sobre a mesa deles.
Liv balançou a mão na frente do rosto da outra, despertando-a do mundo paralelo que parecia se encontrar.
- Quer ir embora? - perguntou, próximo ao ouvido dela para não precisar gritar e evitar que o Luke ouvisse.
- Não! - respondeu sem pensar duas vezes. - Está tudo ótimo! - sorriu na mesma hora em que o moreno virou em sua direção. - Ei, Luke, acho que minha amiga Liv quer uma bebida.
- Eu também acho. - ele respondeu e estendeu seu copo para a loira, essa que riu e bebeu de uma vez.
- Só me avise quando for duas horas. - avisou para a mestiça, que concordou, levantando o dedinho para que a amiga lembrasse da pinky promise.
A noite pareceu passar rápido demais. Luke tinha levado as meninas para a parte da boate em que o dj tocava muita música latina, já que Liv deveria conhecer um pouco mais da cidade. Sullivan também adorava como dançava aquele estilo musical.
Até que o relógio bateu às duas da manhã e Liv recebeu o aviso de Luke.
- Cuidado, . Você promete?
- Prometo. - respondeu e deu um beijo no rosto da amiga. - Não esqueça de falar o meu endereço certinho. - escutou as risadas da loira mesmo com o som alto.
- E agora somos eu e você. - Luke sussurrou e concordou, bebendo o restante do seu copo.
- Vamos dançar, eu amo essa música. - disse assim que Mi Gente começou a sair pelos alto-falantes do lugar.

Si el ritmo te lleva a mover la cabeza
Ya empezamos como es
Mi música no discrimina a nadie
Así que vamos a romper


começou a dançar como só ela sabia fazer. A morena podia tropeçar em seus próprios pés algumas vezes, mas dançar reggaeton era algo que ela sabia fazer como ninguém. E Luke Sullivans sabia daquilo muito bem, por isso acompanhava cada passo da morena enquanto a música rolava. E eles ficaram naquela dança por mais cinco músicas.
- Vamos beber? - perguntou e Luke sorriu, concordando. A morena o pegou pela mão e eles saíram em direção ao bar, passando por entre os corpos desconhecidos na boate.
- Como nos velhos tempos? - perguntou ao escutar a morena pedir dois shots de tequila.
- Sim! - disse mais animada que o normal, o garçom os serviu e a primeira rodada foi num tapa. Assim como a segunda e a terceira.
- Você continua boa nisso.
- Eu continuo boa em muitas coisas. - respondeu e tentou levantar do banco, mas não percebeu que sua blusa branca fina tinha prendido no balcão. Assim que colocou os pés no chão, a blusa rasgou, deixando todo seu busto à mostra. - Merda.
- Meu hotel fica a uma quadra daqui. - Luke avisou, olhando para baixo mais tempo que o necessário.
- Vamos. - ela respondeu e, daquela vez, ele saiu na frente, trazendo a menina consigo como se quisesse escondê-la.

*


Quando a mulher puxou o lábio inferior de , ele colocou suas duas mãos nos ombros da mesma e a afastou.
Que merda era aquela?; perguntou para si mesmo e piscou várias vezes, tentando manter a consciência. Coisa que estava muito difícil.
Ele reconheceu a voz de Ethan no microfone e simplesmente deu as costas para a mulher que estava na pista de dança. passou novamente no bar, pediu mais um copo de bebida e deixou mais dinheiro que deveria para o garçom. Caminhou com dificuldade por entre as pessoas até a área da cabine, que era permitida apenas para poucas pessoas. Assim que o viu, Ethan tirou um lado dos fones.
- O que aconteceu?
- Eu já estou indo, cara. Amanhã passo no hotel.
- Cuidado, . - pediu e respondeu com o seu famoso sinal da hang loose.
O jogador andou até a saída com dificuldade. E sua cabeça pareceu girar quando viu um casal saindo praticamente abraçado do lugar.
- . - ele sussurrou ao ver o casal atravessar a rua.
Era a sua Formiga com outro cara. Mas a mente de estava bagunçada o suficiente para saber se realmente era ela ou não. Então ele fez o que não deveria, pegou seu carro e acelerou em direção ao apartamento da atriz. Durante o trajeto, avançou três sinais e, por pouco, não bateu o carro quando fez uma curva. O jogador estacionou praticamente em cima da calçada do prédio da atriz e, por ser conhecido do porteiro, entrou sem dificuldade.
Apertou uns dois botões do elevador antes de apertar para o andar certo e depois de quase bater no espelho para que ele parasse de refletir o seu reflexo completamente acabado, o elevador parou e abriu, revelando a conhecida porta de madeira branca da atriz.
Desesperadamente, apertou a campainha enquanto esmurrava a porta. O jogador só parou quando viu uma mulher esguia e loira, com cara de poucos amigos e cabelo bagunçado. Piscou várias vezes e por um momento pensou que tivesse batido na casa errada.
- Eu bati no errado, apartamento?
- Não. A não está, . E eu estava dormindo.
- Quem você é?
- Livia Kröhls, eu sou amiga da . E você tá bêbado.
- Não estou! - gritou e afastou um pouco a mulher, entrando na casa. - ! - gritou.
- Ela não está! - Livia gritou de volta o inglês a olhou, assustado.
- Braba você está? - perguntou e soltou uma risada, parando ao receber a encarada da mulher.
- Eu estou com sono, você me acordou! Senta aí que vou fazer um chá para você.
- Chá? - perguntou e sua expressão era de pura confusão.
- Chá. Ingleses gostam de chá. Você tá com o seu celular aí?
- Por que quer você meu celular? – perguntou, desconfiado, mas tirou o aparelho do bolso.
- Porque o meu tá com defeito. - mentiu e o inglês fez um "ahh" e passou o aparelho para a loira. - Sua digital, faz favor.
- Pronto, madame.
Livia sorriu e foi para a cozinha. Nos primeiros segundos que passou com o celular do inglês, leu milhares de mensagens dele para sua amiga. A loira balançou a cabeça negativamente ao perceber que ele realmente amava a menina, mas estava fazendo tudo errado. Tudo.
Kröhls achou o número do amigo de e, sem nem se importar com o horário, ligou. Isco atendeu no quarto toque.
- O que foi, Margarida?
- Oi! Aqui é Livia, sou amiga da . Você pode me ajudar?
- está bem? O que aconteceu? - perguntou quase desesperado. - não me ligou, ela...
- É .
- Puta que pariu. - Isco grunhiu do outro lado. - Ele está no apartamento da ?
- Sim! Você pode vir buscá-lo? Ela ainda não chegou, estou preocupada dela chegar e acontecer uma briga de dois bêbados.
- Eu chego aí em dez minutos. - o espanhol disse e encerrou a ligação, fazendo Livia respirar aliviada.

*


não sabia mais do que estava rindo. Se era por causa da blusa rasgada, de estar se escondendo atrás de Luke ou por estar grudada nas costas dele enquanto andavam pelo hotel como se fosse o Yoda.
- Até seu nome combina! - disse entre risadas. - Você é Luke e eu sou o Yoda!
- Você está falando de Star Wars enquanto está bêbada?
- Império contra-ataca! - gritou e Luke riu, correndo ainda mais rápido com a menina em suas costas. Os dois pararam somente quando chegaram na porta do quarto onde o engenheiro de som estava hospedado.
- Vou te dar uma blusa.
- Vou tomar um banho. - disse e jogou no chão o resto do pano que tinha sobrado da blusa, deixando pelo caminho sua saia. Entrou no banheiro e fechou a porta, fazendo Luke respirar fundo.
saiu do banheiro, vinte minutos depois, com o cheiro que só ela tinha, mesmo misturado com o do sabonete do hotel. Luke sorriu e lhe entregou a camisa que tinha separado, vestiu por cima da toalha e, quando tirou, a camisa azul clara tinha caído como um vestido.
- Essa cor combina com você.
- Eu sei. - disse e se aproximou do engenheiro, sem deixar de encarar um momento sequer.
Luke sorriu e ao perceber que a morena não se afastou ou baixou o olhar, passou a mão por sua nuca e pousou seus lábios nos dela. correspondeu na mesma intensidade e, quando deu por si, suas pernas já estavam enroscadas na cintura do engenheiro, seus lábios estavam deixando marcas em seu pescoço, e o cheiro de álcool que ele exalava ainda lhe dava mais vontade de estar ali. Luke sentou na cama com ainda em seu colo e suspendeu a blusa até sua cintura, mostrando a menina sem roupa alguma. Sullivans passou a língua pelos lábios e levou as mãos até os seios da morena, fazendo ela jogar a cabeça para trás e voltar beijando seus lábios.
Mas no momento em que Luke desceu sua mão direita até sua intimidade, teve um pequeno surto. Ela tirou as mãos do engenheiro do seu corpo, sentou na cama de cabeça baixa e começou a chorar.
- Eu tentei, desculpe.
- Não se desculpe. - Luke sussurrou e a envolveu em seus braços enquanto ela soluçava. - Vai ficar tudo bem, .
- Não vai não. - sussurrou. - Eu não consigo respirar, dói.
- Você está tendo uma crise de ansiedade. Vai passar.
- Eu não sou louca.
- Eu sei que não. Você só está suportando coisas demais. - respondeu e a abraçou mais forte, fazendo carinho em seus cabelos.
Nem Luke sabia que tinha esse lado. Mas ele conhecia há muito tempo e ela merecia ter uma pessoa boa ao lado dela naquele momento. E por ela, valia a tentativa. era sua amiga antes de tudo.
chorou por mais dez minutos, até que Luke conseguiu fazer com que a respiração dela voltasse ao normal.
- Ainda dói respirar?
- Não, não dói. - sussurrou e Luke fez sinal de positivo com a cabeça, saiu da cama e, quando voltou, lhe entregou um copo d'água.
- Vou te levar para casa, Liv está lá, não é?
- Sim. - respondeu e Luke lhe deu uma cueca nova para vestir. - Eu nunca tive isso, Luke.
- Talvez sim, talvez não. Você pode ter tido e nem se tocado, sabe? Mas você precisa ver essa parada aí. Não pode ter isso quando estiver sozinha.
- É que minha cabeça tá tão cheia, Luke. Agora o ...
- O jogador deve amar você. , princesa, você só deve esperar a poeira baixar. Se dê um tempo, ele vai saber onde te encontrar.
- Você está certo. - respondeu e estendeu a mão para o engenheiro, saindo do quarto com ele.
Luke dirigiu cuidadosamente, até que chegou no prédio da atriz. Teve que estacionar um pouco mais para frente por conta de um carro totalmente mal colocado ali.
Era .
Eles subiram juntos e, em menos de cinco minutos, Luke abriu a porta do apartamento e os olhos de foram certeiros nele.
- Eu vou matar você. - grunhiu e levantou, indo em direção ao homem. Luke o olhou, espantado, e afastou para o lado, já preparado para se defender do jogador que estava completamente embriagado.
- Graveto. - chamou e, como se tivesse sido atingido por um feitiço, parou e a encarou. - Luke é meu amigo.
- Eu bêbado estou, não cego.
- Você está falando igual ao Yoda. - sussurrou e encarou Luke, que sorriu. - Ok, Graveto. Hoje não, você vai saber onde me encontrar.
- o que você está aprontando? ! Ótimo que você chegou. - Liv chegou na sala e foi para o lado de Luke. - Isco está chegando. - sussurrou para os dois.
- . Eu amo você.
- Você está bêbado.
- Por que você não acredita em mim? Por que você está com outro cara? Formiga. Por quê?
- A gente vai conversar e não é hoje.
- Por que você não me ama? - perguntou com os olhos cheios d'água e sentiu seu coração doer.
- , vamos para casa. - a voz de Isco se fez presente.
- Não! Ir posso sozinho! - protestou o inglês. O espanhol revirou os olhos e o segurou pelo braço direito.
- Agora. Eu deixei uma criança de dois anos dormindo sozinha em casa e eu acho melhor você colaborar antes que eu bata em você.
- Desculpe. - ele respondeu, baixou a cabeça e, sem dar mais uma palavra, saiu, virando apenas para encarar uma última vez.
Aquilo doeu para os dois.
- Desculpe por isso, Luke. - pediu e o engenheiro a abraçou forte.
- Não precisa, você sabe. Vou ter que ir agora, ok? Você promete que vai cuidar daquilo?
- Eu prometo. - respondeu e Sullivan saiu, antes depositando um beijo em sua bochecha e se despedindo de Liv com um abraço. Assim que o engenheiro fechou a porta, se permitiu deitar no colo de Liv.
- O que aconteceu?
- Nós ficamos. E Luke acha que eu tive uma crise de ansiedade.
- Uma crise de ansiedade? - Liv perguntou e concordou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Eu tenho sentido coisas estranhas desde a prisão de Enrique, mas eu tinha , e Isco. Conheci Rosie e Alba, tinha Bale e Sergio também. Meu irmão voltou, meu pai me ligava. Mas ainda era estranho acordar de madrugada sozinha. Era estranho chorar e tentar enfiar minhas unhas nas minhas pernas. Era estranho doer ao respirar. E hoje foi pior, por sorte Luke estava lá. E ele disse que achava que era uma crise.
- Ah, minha pequena. - sussurrou e fez carinho nos cabelos dela. - É só uma fase, você vai passar por isso. E eu vou estar aqui, assim como todos eles, até mesmo .
sorriu e Liv ficou ali por incontáveis minutos. Até que se levantou e voltou com uma xícara de chá.
- É chá. Ingleses gostam de chá. - disse e sorriu, sentou e pegou a xícara, bebendo um gole.
- Obrigada por estar aqui.
- Sempre. - respondeu e bebeu mais um gole do chá.
Ela não estava sozinha.
Nem tudo estava perdido.

Capítulo 21

⚽️


A mais recente vitória do Real Madrid não deixou o time cair em cima de por conta de sua última noite de festa na capital madrista.
O inglês tinha feito dois gols e a vitória em cima do Real Bétis tinha sido fácil, fácil.
Isco Alarcón queria saber qual era o segredo do loiro. não deixava que sua vida pessoal atrapalhasse seu rendimento em campo, muito pelo contrário, ele trabalhava ainda mais duro. Talvez o inglês tivesse aprendido aquilo da pior maneira possível, pensou o espanhol enquanto assistia a um jornal esportivo que falava sobre o jogo. já não era mais o mesmo e todo mundo percebia aquilo, principalmente seus companheiros de time.
A rotina do inglês era treinar a maior parte do tempo possível e voltar para sua casa. O loiro estava desleixado com a aparência e mais irritado que o normal. Não era uma boa companhia para conversas e fazia questão de se isolar nos finais dos treinos e dos jogos. E quando era substituído e colocado no banco, a situação só piorava.
Seu futebol estava melhor do que nunca, mas em compensação estava tudo desmoronando. E ele parecia não dar a mínima.
- é retardado por algum acaso? - Bale perguntou ao entrar na casa de Isco. - Temos que estar no aeroporto daqui a duas horas e ele ainda não deu notícias. É a premiere de . .
- Eu sei, Bale, e ele também sabe!
- Até o Sergio vai! Sergio e o filho dele! Meu Deus o que tá fazendo da vida dele? Foi só uma briga.
- Bale, você deveria...
- Não! E não entendo como você pode estar tão calmo perante essa situação. Ok. Você tem um filho novo. Mas ainda assim é.... Quer saber? vai me escutar agora.
- Ele vai dar um soco em você.
- Eu sou maior que ele, Francisco. Ele me dá um e eu dou dois.
Alarcón balançou a cabeça negativamente. Ele sabia que tinha se tornado um poço de irritação e mal humor, mas ele estava tão preocupado com seus problemas pessoais que não tinha tirado um tempo para conversar com o amigo. Erro dele, o espanhol sabia, mas ter um filho que parecia odiar a sua namorada tomava conta de sua cabeça.
- Você vai mesmo? - perguntou e Bale levantou os braços como se fosse óbvio.
- Alguém tem que fazer alguma coisa, Francisco.
- Vou com você. - o espanhol disse na hora em que seu filho apareceu na sala, carregando seu urso, companheiro fiel e visivelmente muito velho. - Junior! Papai vai precisar resolver um problema muito grande e você vai ter que ficar com vovó, certo?
- É ela?
- Não! Tia viajou, lembra? É tio . Ele está encrencado, papai e tio Bale precisam ajudar ele.
- Eu também quero ajudar! Tio nunca mais apareceu. Ele é legal e faz um negócio legal com as mãos.
- Sinal da hang loose. - Bale sussurrou e riu sozinho. - Não se preocupe, garotão! Seu pai e eu damos conta, e prometemos que o tio vai vir jogar bola com a gente da próxima vez! - Junior sorriu e correu por entre os corredores. Isco respirou fundo e os dois saíram em direção à casa de .
O caminho dos dois até o outro quarteirão foi silencioso. E não foi surpresa alguma quando abriram a porta e ela estava destrancada, muito menos a sala completamente desarrumada. Nem jogado no sofá enquanto fazia uma partida horrível no FIFA era surpresa.
- O que vocês...
- Levanta. Agora. - Bale disse e o inglês o olhou com as sobrancelhas arqueadas e riu. - Você acha que isso aqui é uma palhaçada?
- Eu acho que vocês invadiram minha casa e...
- Você sabe que dia é hoje? Você já se olhou no espelho? Você lembra o que fez?
- Trouxe a vitória para o nosso time? – perguntou, debochado, Isco revirou os olhos e Bale grunhiu.
- Você está sendo um merda! Um merda, ! Que diabos, hoje é o dia mais importante da vida de e você está sendo um merda!
- Não fale de para mim, você não tem esse direito, Gareth.
- Tenho. Tenho sim, porque ela é minha amiga e eu não aceito vê-la mal por causa de um merda. Ela já teve homens merdas demais na vida dela.
- Do que você está falando? Tá me comparando com aquele filho da puta do Enrique?
- Você que está dizendo. O que eu estou tentando colocar nessa sua cabeça é que para é importante você estar lá. Você é importante. Mas está ocupado demais jogando FIFA para se importar com isso. - Bale disse e saiu batendo à porta. , ao ver o amigo saindo de sua casa, jogou o controle do videogame, que ainda estava em sua mão, no chão.
- Eu estou fazendo tudo errado, não é?
- Se você sabe, por que pergunta?
- Porque você é meu amigo e deveria me dar uma luz?
- Mais uma? Buscar você bêbado na casa da sua namorada quando você está prestes a quebrar a cara do amigo do seu amigo famoso não é uma luz?
- Mea culpa. - sussurrou e passou as mãos pelos cabelos loiros que estavam enormes. - Você acha que ela ficaria feliz em me ver?
- Eu acho que ela ama você, mesmo com tudo. Vocês dois se machucaram. Vocês dois devem sentar e conversar.
- não vai me matar?
- Provavelmente vai querer quebrar você em pedacinhos, mas estou trabalhando com ela a ideia que usar violência com você não é a melhor saída. - Isco disse e soltou uma risada fraca. - A gente vai sair lá de casa daqui a uma hora e meia. Você sabe que pode ir conosco já que o avião é particular.
não respondeu e Isco saiu dali sem realmente ter a certeza que o inglês apareceria.

*


- Ele vem? - Sergio Ramos perguntou ao colocar o filho no chão.
- O que você acha? - Bale perguntou e fechou a mala que estava em cima do sofá. - Vamos logo, ok? Não quero atrasar e Alba ficar brava comigo o restante da noite.
Sergio respirou fundo e antes que o galês pudesse carregar a mala, a porta abriu, revelando com uma mala pequena e uma mochila em suas costas.
- Acho que cheguei a tempo. - disse e Bale respirou aliviado.
- Você é um babaca. - sorriu para o galês que já estava com a mala em mãos. - Um babaca que chegou no horário.

🎬


Quando era pequena, nunca se importou de machucar seus joelhos jogando bola, muito menos com o remédio ardido que seu pai despejava sobre os machucados.
Mesmo que soubesse que era péssima e ouvisse as inúmeras piadas debochadas que soltava junto com suas risadas, ela não desistia. Colocava a bola de futebol embaixo dos braços e sorria como uma vitória. Principalmente quando o menor se distraia e ela conseguia marcar um gol.
Ela era uma mulher forte e determinada.
sabia que era mais forte e determinada do que esperava ser um dia. E a vida tinha a tornado assim, junto com a bela criação que tinha recebido de seu pai e, por alguns anos, de Sue. Sue , sua única presença materna na vida.
Entretanto, tudo aquilo parecia se desmanchar junto ao batimento cardíaco acelerado que ela tinha no momento em que atravessava os seguranças do aeroporto praticamente correndo, segurando desleixadamente sua bolsa.
- Desculpe! - gritou, sem tirar a concentração da Prada que carregava, como se algo ali dentro fosse mais importante que encarar as mulheres. - O táxi atrasou e infelizmente Isco não tinha como me trazer porque o pequeno tinha médico.
E então ela sorriu, puxando seu celular para si e fazendo a testa de se franzir junto a risada calma de Rosalie.
- Está tudo bem? - Rosalie perguntou, encarando sobre o ombro , que agora sorria, vendo um desenho, que mais pareciam rabiscos feitos propositalmente, de caneta na capa do celular da loira.
- Está! - encarou a capa, sorrindo e em seguida levando o celular até o ouvido, distanciando das outras, quase como se caminhasse na frente e as guiasse até o avião.
Alba sentia suas pernas queimarem de dor quando se aproximou das outras. A fila do banheiro parecia dar uma volta inteira no aeroporto e ela se amaldiçoou por ter sido a primeira a chegar no lugar e ter escutado Gareth Bale. O galês tinha falado com tanta convicção que Rosalie e odiavam esperar, que a dentista preferiu não arriscar.
- Podemos ir agora? - perguntou, sentindo que estava no ápice de implorar.
O coração de deu um pequeno pulo. A atriz engoliu em seco e, quando a advogada juntou o braço com a dentista, guiando-a para perto de , que ainda caminhava na frente, sentiu que ia desmaiar.
O nervosismo estava fazendo-a sentir até mesmo suas pernas bambearem.
queria saber logo o que todos pensariam do filme, quais seriam as críticas e como ela estava prestes a decolar na carreira, pelo menos esperava isso. Mas acima de tudo, ela desejava saber o que todas as pessoas próximas dela pensariam do filme, e quando observou as três sorrindo com um comentário feito para Alba, sentiu seu coração dar uma leve relaxada.
Seria um longo caminho até New York e ela queria ao máximo sentir-se tranquila, ou demonstrar que estava.

*


- Eu não sei se vou conseguir fazer isso. - sussurrou para a melhor amiga. sorriu calmamente e mostrou a capinha do celular para ela.
- Tá vendo isso? Junior fez isso. De propósito. Se eu consigo lidar com uma criança que não gosta de mim, você consegue lidar com uma porção de fotógrafos e sorrisos.
- Ele não está aqui, .
- Nós estamos. Eu, Rosie, Alba, Liv veio de Dortmund! Aimee veio de Barcelona. Suas amigas estão aqui e vão estar aqui por você.
- Até o final?
- Até o final. - respondeu e abraçou a amiga. - Agora, existe uma cabelereira lá fora à sua espera. É o seu dia, corazón. Aproveite.
sorriu e saiu de mãos dadas com a loira. Assim que chegou na sala do gigantesco apartamento do hotel, sorriu ainda mais ao ver suas meninas rindo e contando histórias. Elas estavam felizes. E se sentiu grata por tê-las ali.

*


O resto da tarde passou mais rápido do que o esperado.
Quando se olhou no grande espelho da sala, sorriu. Aquele vestido vermelho estava mais bonito do que imaginava, seu cabelo estava preso em um penteado bonito e sua maquiagem estava leve, como sempre imaginou que estaria naquele dia.
passou a mão pela saia do vestido e sorriu quando Liv, usando um lindo vestido azul marinho, parou ao seu lado e lhe estendeu a mão.
- Você está linda, !
- Olha quem fala! Estou feliz por você estar aqui comigo, de verdade.
- Eu disse que estaria. - sussurrou e a abraçou.
- Como eu estou? - Alba perguntou, fazendo as duas virarem em sua direção. A dentista usava um lindo vestido preto, com abertura em ambas as laterais. Seu cabelo estava solto e caía perfeitamente sobre seus ombros, na boca usava um batom vermelho que fazia contraste com a maquiagem leve que carregava seus olhos. sempre achou Alba bonita, mas naquele momento, achava Alba Saavedra uma das mulheres mais bonitas do mundo. Gareth Bale era um cara de muita sorte.
- Incrível! Você está incrível! - disse e a dentista jogou os cabelos para o lado, arrancando risadas das meninas.
Depois de Alba, foi a vez de Rosalie se apresentar para as meninas. A advogada estava mais bonita do que nunca. Um vestido prateado com detalhes pretos, junto de um decote que valorizavam ainda mais seus seios, fazia par com sua maquiagem carregada nos olhos e um batom nude, que lhe davam um ar de maturidade e ao mesmo tempo, a deixava sexy. Rosalie Martínez, para , era uma das mulheres mais sortudas que podiam existir na face da terra. Ela era naturalmente linda, tinha uma família incrível e era a melhor na sua profissão. Rosie era um exemplo.
- Eu estou tão feliz por vocês estarem aqui!
- Você merece, ! Você é uma daquelas pessoas que merecem o mundo. - Martinez disse e a inglesa sorriu, a abraçando forte.
se sentiu forte como nunca, mas seu estômago ainda revirava como se tivesse dez anos e aquela fosse sua primeira apresentação na escola.

~*~ ~*~


Lavenham

escolheu a roupa mais bonita que achou no guarda-roupa, calçou seu tênis preferido e pediu para a mãe pentear perfeitamente seus cabelos. Dali a uma hora, iria apresentar uma peça no colégio e ele não queria perder nenhum segundo daquele dia.
Nenhum mesmo.
- Vamos chegar cedo demais, !
- Não vamos não! vai gostar de me ver ali, a senhora pode ficar conversando com tio Kai, não pode?
- E você vai ficar conversando com quem?
- Mandando pensamentos positivos para . Ela disse que pode dar certo.
- Você esqueceu do perfume. - Sue avisou e o menor bateu na sua própria testa, correndo pela escada. voltou minutos depois, fazendo a sala ficar dominada pelo seu perfume masculino.
- Podemos ir? – perguntou, apressado, e a mãe respondeu que sim calmamente. Sue achava a maior graça o seu único filho ser apaixonado pela filha do seu vizinho. O seu vizinho que tinha sido abandonado pela mulher. O seu vizinho por quem tinha sentimentos além de relações de boa convivência. Kalani .
- Mãe! - gritou no carro, fazendo Sue voltar sua atenção para ele. - Flores. disse que nunca ganhou flores. Onde posso comprar flores?
- Em uma esquina antes do colégio tem uma floricultura, podemos passar lá e você escolhe umas rosas bem bonitas para , ok?
- Ok. Ela gosta de azul. - disse mais para si próprio do que para a mãe.
E assim que parou em frente à floricultura, saiu do carro sem nem esperar a mãe. passeou pelas flores até que seus olhos foram certo nas rosas azuis. Sue pediu para o vendedor e no momento que entregou para , o loiro começou a cuidar do pequeno buquê como se fosse a coisa mais valiosa daquele dia.
Os chegaram no teatro da escola e poucas pessoas estavam ali, talvez pelo fato de ser cedo demais para o espetáculo começar. sentou-se na primeira fila e ao seu lado estava Kalani e Ives.
- São para a minha filha?
- Ela gosta de azul. - respondeu simplesmente e Kai deu um sorriso. Aquele pequeno de 11 anos tinha mais atitude que ele mesmo. Talvez ele deveria comprar rosas azuis para Sue.
Assim que as luzes caíram e o espetáculo começou, não desgrudou um minuto do palco. , que antes estava nervosa, com seu estômago dando cambalhotas, assim que viu o loiro na primeira fileira, sorrindo em sua direção, respirou fundo e disse para si mesma que tudo iria dar certo.
Ele tinha ido até ali para vê-la. E ela era muito boa naquilo que iria fazer.
A peça teve início e ao final dela só ficou comprovado o que já sabiam. tinha nascido para encenar. Ela tinha um talento invejável. Ao som das palmas, a cortina fechou e correu para onde ficavam os camarins.
- Você veio! - disse e sorriu, esticando as flores em sua direção.
- Para você. Você gosta de azul, não é? - perguntou e pegou as rosas com lágrimas nos olhos.
- Azul é minha cor favorita, Graveto. Obrigada.
- Por nada, Formiga. Sempre estarei aqui.
sorriu e o abraçou. Naquele momento, ela sabia que estava apaixonada.
E também.

~*~ ~*~


não estava pronta para o que viria a seguir. Sabia que em nenhum momento estaria, afinal, era seu sonho sendo realizado da melhor maneira possível.
Sentia-se bem, mesmo que a insegurança caminhasse ao seu lado no momento, a mestiça ignorou. Teria tudo necessário para ter uma ótima noite e, sem dúvidas, as mulheres que lhe acompanhavam provaram durante o dia todo que não deixariam nada de ruim atrapalhar aquele dia.
deixou que seus olhos admirassem a entrada, por alguns minutos, antes de oficialmente sentir os flashes batendo contra seu rosto e corpo. Exibiu um sorriso no momento em que passou as mãos sobre o vestido vermelho que usava e caminhou até uma enorme plataforma que carregava em pequenas palavras o nome do filme.
Naquele momento, lembrou de quando via as premieres dos seus filmes preferidos, de cada foto dos famosos, movimento, admirando as poses e a maneira como pareciam leves.
Leve.
Não era assim que se sentia.
sentia que poderia cair do salto, uma pose forçada e essa seria as manchetes no dia seguinte, não falariam de sua atuação e sim como caiu do salto no meio de tantos flashes.
Odiava o mundo ainda carregar esse machismo e sempre estar focado somente no que as atrizes usavam ou faziam. Para ganhar créditos por sua atuação, devia ser extremamente impecável, sem nenhum erro. Era uma pressão maior ainda.
“Eu posso fazer isso o dia todo”, pensou, ainda sorrindo para as câmeras, sem saber para qual olhar ou o que fazer. E então sentiu uma mão apertar sua cintura e despejar um beijo em sua bochecha.
- Sempre tão linda. - Dave Franco sorriu.
apertou o corpo dele contra o seu no mesmo instante que sentiu os fotógrafos ainda mais desesperados para bater as fotos.
- Sempre tão elegante. - Passou a mão no terno dele, retribuindo o sorriso e vendo-o aumentar ainda mais o sorriso.
- Assuma o seu amor logo, . - sussurrou e ela soltou uma risada.
- Vai sonhando. Agora comporte-se. - disse quando se deu conta que os jornalistas iriam começar a fazer perguntas.

⚽️


estava nervoso, chegava a parecer que era dia da final de algum campeonato importante.
O inglês respirou fundo e terminou de ajeitar o seu cabelo que Sergio Ramos tinha acabado de cortar, por incrível que pareça, tinha ficado muito melhor que antes. O loiro também fez a barba e enquanto ajeitava o terno em seu corpo, perguntava para sua imagem refletida no espelho se realmente aquilo iria dar certo. Ele não tinha dúvida alguma que era a mulher da sua vida, mas tinha suas incertezas sobre ela querer lhe ver naquele dia. Naquele dia que ela tinha esperado tanto para acontecer.
respirou fundo e saiu do quarto, os jogadores entraram no carro que já estava esperando por eles na frente do hotel.
- Preciso parar em uma floricultura. Urgente.
- Você vai chegar lá com um buquê de flores? Tá doido?
- Eu só preciso parar em uma floricultura. - repetiu e seu desejo foi atendido. sorriu ao encontrar rosas azuis naquele lugar, eram as preferidas de . Ele comprou o buquê inteiro, mas colocou apenas uma rosa dentro do bolso do paletó, deixando o restante no carro.
Assim que chegaram e seus olhos conseguiram acompanhar os inúmeros passos que as pessoas davam sobre o tapete vermelho, confirmou algo que sua mente nem sequer tinha processado. Ele estava completamente desesperado. Não era como se fosse a primeira vez que encontraria e desejava que não fosse a última. Mas sem dúvidas seria a primeira que ele poderia vê-la tão poderosa e, aparentemente, equilibrada consigo mesma. Era a primeira vez que conseguia visualizar a mulher que amava se manter tão bela em um vestido longo e vermelho, e apenas desejava não vomitar de nervosismo com o que faria.
Sorriu, admirando-a, ignorando os inúmeros gritos ecoados de alguns jovens atrás de si e ignorando ainda mais a voz de Isco tentando chamar a atenção do homem, para que assim ele assinasse algo que uma garota pedia. E ele assinou, tocou a caneta rapidamente, rabiscando um cartaz que ele tinha certeza ser do filme de e em seguida sorriu ainda mais, observando os lábios abertos da amada em uma repentina surpresa.
continuava nervoso. O inglês jurava que seus olhos se preenchiam com lágrimas de emoção por ver a mulher tão linda e do jeito que ele amava vê-la, com um sorriso brilhando seu rosto. Mas continuou caminhando, ignorando se qualquer lágrima descesse durante o pequeno trajeto, não dava a mínima, a única coisa que conseguia pensar era que o caminho até nunca foi tão longo como parecia no momento.
Quando se viu em um curto espaço dos seus corpos, ajeitou o terno, sorrindo ao encarar o enorme sorriso da morena. virou para trás e nem sentiu os flashes caírem sobre sua expressão de surpresa. O squad mais bem pago do futebol espanhol, e se duvidar do mundo, estava adentrando o espaço e posando no tapete vermelho. Todos acompanhados de suas respectivas namoradas com exceção de . O único que não parou para falar com nenhum jornalista ou foto.
O único que continuava andando na direção de e Dave.
O único que tinha uma rosa azul no bolso do terno.
- Oi, Formiga. - sussurrou e , sem pensar duas vezes, o abraçou.
- Você veio.
- Eu jamais iria perder esse dia. - respondeu e a largou.
Os dois posaram para alguns fotógrafos, mas logo voltaram a ficar presos no mundo que era só deles dois. Ninguém ousava atrapalhar.
- Eu vou entrar agora. Não esqueça, você é incrível. Brilhe. Como você nasceu para fazer. - sussurrou e lhe deu um beijo na testa e outro em sua bochecha.
Seu perfume era o mesmo, sentia enquanto afundava seu rosto no pescoço dela e desejou que ninguém atrapalhasse aquele momento. Ouviu as câmeras se apertarem desesperadas neles, algumas focando nos jogadores que ainda cediam autógrafos e outras no casal que não fazia questão de se desgrudar de um demorado abraço.
Entretanto, ele a afastou, depois do tempo estimado para o abraço se esgotar. Admirou por alguns momentos seu rosto, analisando a pouca maquiagem que ele carregava e especialmente seus olhos, brilhando com a quantidade de lágrimas que se formava neles.
Ela estava linda naquele dia, assim como todos os outros. E enquanto os lábios dela se abriam para falar algo, apenas notou como desejava passar o resto de sua vida ao seu lado.
- ...
- Brilhe. - sussurrou e seguiu pelo tapete vermelho. respirou fundo e falou com seus amigos, que chamavam toda a atenção para o grupo. Se despediu rapidamente e voltou a ficar sozinha naquele mar repleto de tubarões com Dave.
Mas ela já não se sentia pequena. Ela era dona de si.

*


- Você já viu aquilo ali? - Bale sussurrou para Alba e a dentista o encarou como se ele fosse idiota.
- Aquilo o quê? Presta atenção no filme.
- está olhando com cara de idiota para as duas . - apontou discretamente em direção ao inglês que não sabia para o que olhava, se era para a enorme tela que tinha no salão onde passava o mais novo filme da atriz, ou se encarava a ao vivo e a cores que estava do seu lado, atenta em cada detalhe da produção.
Alba riu baixo e tirou uma foto do inglês. Esperava que desse para clarear, pois iria imprimir a fotografia e dar de presente de aniversário para a amiga. Toda mulher merecia ser olhada daquela forma. E mais ainda.
O filme acabou e só os aplausos puderam ser escutados. Todos os convidados estavam aplaudindo. Mas um grupo em especial estava em pé, com lágrimas nos olhos e aplaudiam como nunca.
Todos daquela mesa sabiam o quão importante aquele dia era para . Sabiam de suas batalhas, do quanto ela tinha lutado para estar ali. A mestiça merecia tudo aquilo. Ela merecia aquele reconhecimento. Ela merecia tudo.
Kalani também estava naquela mesa, assim como Ives e sua amiga, Victoria. A morena estava fazendo muito bem para o inglês e ele queria que a irmã conhecesse sua nova amiga.
- Eu estou tão feliz por vocês estarem aqui! - disse assim que toda a formalidade acabou e ela estava liberada para curtir o pós-premiere.
- Seu pai está tão orgulhoso, pequena! - Kai disse e a abraçou forte. - Olha quem veio!
- Como você cresceu, ! - Sue disse ao sair do lado de e abraçou a morena. - Continua linda.
- Sue! Céus, anos que eu não via a senhora. Meu Deus, obrigada por ter vindo!
- Eu precisava testemunhar esse seu momento! E matar a saudade que eu estava desse garoto. - disse e passou a mão pelo cabelo do filho. - Ele tá tão mudado.
- Você não imagina o quanto. - respondeu e sorriu na direção do inglês, que ainda tinha seus olhos presos na morena.
- E o seu irmão aqui, não vai falar não? - Ives perguntou e revirou os olhos. - Eu sei que você sentiu saudade.
- Nem um pouco. - retrucou e o mais velho riu.
- , essa é a Victoria. Victoria, você já a conhece.
- Ele fala de você o tempo todo. E você realmente é incrível. - disse e corou.
- Obrigada!
- , vamos levar papai e Sue para o hotel e depois vamos para a festa, ok?
- Estarei lá aguardando.
E depois de cumprimentar um por um, restou apenas . O seu Graveto. O jogador não ousou tirar os holofotes de sua amada, nem mesmo cogitou fazer isso. Por isso apenas a aplaudiu quando necessário, enxugou algumas lágrimas quando desceram ao ver sorrir com as cenas e chorar de emoção ao observar as pessoas vendo-a brilhar, como havia nascido para fazer.
Todavia, mesmo depois que as palmas anunciaram o fim e as lágrimas de se fizeram ainda mais presentes, se via ainda mais nervoso. A mulher conversava com todos na mesa, cumprimentando-os com um sorriso deslumbrante, e quando virou-se para ele, acreditou que as palavras haviam fugido de sua boca.
Mas ela ainda falava, a boca de se mexia e a única coisa que ele conseguia pensar era como tinha algo de errado ali. Não era para a mestiça sequer estar falando algo. Deveria mesmo era estar em seus braços.
- Você está mesmo aqui.
- Estou. - respondeu e sorriu, fazendo com que bambeasse.
Então, ele a beijou. a beijou. a beijou como nunca tinha beijado antes. Era um misto de saudade, desejo, paixão, amor. Principalmente saudade.
O fotógrafo que estava colado na mesa deles registrou cada momento. Os abraços dados entres os amigos, as lágrimas de ao abraçar a melhor amiga e fazer uma rápida declaração de como estava orgulhosa por ter conseguido. Os beijos trocados entre os casais do grupo e, principalmente, o de e . Era o mais esperado da noite.
Eles finalmente estavam juntos novamente.
Ele sentia falta de ter em seus braços, da sua gargalhada, de seus cafunés, beijos, das conversas sobre as coisas mais bobas e até das cobranças sobre futebol.
sentia falta da sua Formiga.
- Eu odeio você. - foi a primeira coisa que disse após o beijo. - Eu amo você tanto, . Tanto.
- Eu não sei o que eu fiz para merecer você, mas não quero que você saia da minha vida, .
- Me peça para ficar.
- Eu quero te pedir outra coisa.
- O quê?
- Você quer namorar comigo?
nem percebeu, mas chorava. E nem se importou da sua maquiagem estar borrando ou de ainda ter alguns fotógrafos naquele lugar. Se importou menos pelo fato de chegar atrasada na sua festa. Nada daquilo importava, somente .
- Você quer namorar comigo, Formiga?
- Eu aceito. - respondeu e a puxou pela cintura, colando seus lábios no dela.
- Eu amo você, .

*


- Vamos para a festa! - Bale gritou, chamando um pouco da atenção para o grupo. As risadas foram instantâneas e Alba o acompanhou na pequena dancinha.
Eles saíram do teatro e foram conduzidos ao enorme salão de festas que já estava todo preparado para recebê-los. Ali, foram conduzidos para uma mesa que já estava reservada e antes que pudessem pedir, quatro garçons já se revezavam em servir todo o pessoal.
Não podia deixar faltar nada naquela mesa. Era o único pedido de para toda a produção.
- Você não vai beber? - Bale perguntou para Alba. - Esse drink está bom demais. Falaram que é do Brasil. Caipi... Não sei falar. - deu a taça para a dentista, mas ela recusou.
- Vou só tomar água hoje, Monkey.
- O quê?! Não! Você está brincando comigo? – perguntou, surpreso, e todos os olharam. Realmente era uma surpresa e tanto Alba não ter bebido nada alcoólico durante a festa. Ela nunca dispensava um bom open bar.
- É sério. Eu vou ficar bem com minha água e toda essa comida. - respondeu e Rosalie a encarou de uma forma diferente. A espanhola sorriu com os olhos arregalados e deu três tapas na coxa de Sergio. - Eu vou ao banheiro. - Alba disse antes de colocar o garfo na boca e saiu da mesa rapidamente.
- Repare, Júnior. Se ele sair correndo, eu vou matar você. - Rosie avisou para Sergio e saiu quase correndo ao encontro da dentista.
A advogada entrou no banheiro a tempo de escutar a amiga dizer “aí, meu Deus”, e puxar a descarga. Rosie sorriu e se escorou na parede, de braços cruzados.
- Rosie?
- É sério?
- O quê? - a dentista perguntou com os olhos arregalados e a espanhola sorriu.
- Quantos meses?
- Céus... Eu... Rosalie, por favor. Não me julgue, não me entenda mal eu... Não. Não é um bebê, é só um mal-estar e...
- Eu já estive grávida e provavelmente Sergio e eu vamos querer outra criança. Você está grávida, Alba!
- Fale baixo! Céus, eu não sei o que fazer.
- Bale ainda não sabe?
- Como irei contar a ele? Nós não somos nem namorados, Rosie! Estamos juntos tem quatro meses e, merda, eu ‘tô com um bebê de um fucking jogador de futebol.
- Alba...
- Você sabe que isso significa? Bale vai pensar coisas erradas ao meu respeito e...
- Alba! Não pense nisso, Bale não seria idiota a esse ponto. Ele ama você. É sério, eu conheço esse galês desde que ele começou no Real Madrid e eu nunca o vi tão feliz. Todo mundo o zoava porque ele não conseguia ficar parado com ninguém e só se relacionava com malucas pelo dinheiro dele. Mas você é diferente. Totalmente. A começar que não mentiu que gostava de futebol para agradar, você nem torce para o Real Madrid! Outra, você se deu bem de graça com os amigos dele e, céus, você aguenta o Bale. Ninguém aguenta o Gareth Bale, mulher.
Quando deu por si, Alba estava chorando e o único movimento de Rosalie foi puxá-la para um abraço.
- Você não vai estar sozinha nunca.
- Eu não sei como contar isso para ele. Estou com muito medo, Rosie.
- Você vai saber quando contar. E vamos estar aqui com e para você, Alba. Você é uma de nós agora.
Ali, Alba sorriu verdadeiramente naquela noite. A dentista não sabia o que estava por vir e o que iria acontecer depois que revelasse a notícia, mas de uma coisa ela sabia.
Alba sabia que tinha encontrado as pessoas certas naquela cidade. E era grata por aquilo.

🎬


A primeira coisa que fez quando entrou no quarto, foi retirar o terno que parecia apertar cada vez mais seu corpo. Enquanto jogava seus sapatos longe, no canto do quarto. E ele se jogou na cama, sentindo o lençol extremamente macio que o hotel cinco ou seis estrelas cedia para seus clientes.
- O que será que eles fazem para ter lençóis tão macios? - perguntou, passando a mão sobre eles e ouviu no fundo a risada suave da morena.
- Tenho certeza que é algo que não fazemos no nosso. - acompanhou o jogador, jogando-se ao seu lado, sorrindo, enquanto, delicadamente levava sua mão para a dele, apertando-as.
- Eu já disse que você foi incrível? - sorriu de canto, encarando o teto branco do quarto.
sorriu, mordendo seu lábio inferior com delicadeza, tentando conter o enorme sorriso que continuava a formar em seu rosto. Queria apenas agradecer por ter ele ao seu lado, mas sentia mais. Ele queria tê-la para si naquela noite, queria ter apenas sua Formiga.
- Já disse! - sussurrou, virando seu rosto levemente para encará-lo e quando sentiu os olhos dela lhe encarando, fez o mesmo, admirando-a.
- Eu sempre sonhei em um dia que lhe provaria como eu mudei, . Como eu precisava de você na minha vida e de como eu sentia vergonha por tudo que eu já fiz, sabe? A minha vida em Manchester, as coisas feitas nas últimas semanas. - sentiu lágrimas formando em seu rosto e se não fosse pelo sorriso nos lábios de , ele diria que era estúpido. - Nós mudamos. - disse, levando sua mão para o rosto da mulher, tocando-o levemente enquanto acariciava sua bochecha. - Eu nunca te vi tão forte, . E eu nunca estive tão pronto para ser totalmente seu.
- Estamos prontos. - Ela disse, ainda com um sorriso leve em seu rosto. - Estamos prontos um para o outro, Graveto.
concordou e antes de formular mais alguma coisa, sentiu os lábios dela tocarem os seus rapidamente, porém, com uma leveza que somente ela tinha.
Puxou-a para si, apertando na cintura dela quando tentou se ajeitar em seu colo, enquanto o vestido longo a atrapalhava. Ouviu a risada de ecoar entre os beijos e ela praticamente arrancar a peça do seu corpo, jogando-a perto dos sapatos. Voltou para o colo dele, apoiando suas mãos no tórax dele e permanecendo sentada sobre o homem.
Parecia mais magra sem roupa, ele notou. Seu corpo ainda tinha belas curvas, mas ele pensou por um momento que, talvez pelo nervosismo, ela passou algum tempo sem comer. Todavia, seu corpo ainda parecia totalmente feito para a lingerie.
- Não fica agradável quando somente eu tiro. - disse depois que ele se calou, passando tempo demais daquele jeito.
sentiu a atriz se encolher sobre ele e negou levemente com a cabeça, afastando qualquer pensamento sobre a demora que tinha. Em segundos, tirou sua camisa social enquanto a outra ajudava-o com suas calças.
- Desconfortável? - perguntou, querendo apenas saber se a mulher que ele amava estava confiante consigo mesma ou sequer queria terminar o que haviam começado.
- Com você? - franziu a testa, beijando levemente os lábios úmidos dele. - Jamais.
Girou seu corpo para cima do dela, sentindo-a gemer fraco ao distribuir beijos por seu pescoço até seus seios.
- Eu te amo! - sussurrou e quando ela mordeu seu lábio inferior, ele levou sua mão para trás do cabelo dela, apertando gentilmente aquela região enquanto mordia o lóbulo de sua orelha.
- Eu também te amo! - ouviu a voz calma e doce dela sussurrar em sua orelha e por um momento sentiu que havia atingido o ápice de sua vida. Se acabasse por não acordar no outro dia, teria morrido como o homem mais feliz daquele mundo.
Seus lábios buscando demonstrar o amor incontrolável que sentia por ela e sabia, pelo sorriso que ambos deram após o final do beijo, que seria a melhor noite que tiveram juntos desde muitas bombas jogadas.
Os dois tinham passado por muita coisa em pouco tempo, e aquilo, naquela noite, se fez apenas cada vez mais distante enquanto seus corpos se aproximavam cada vez mais.
- Sempre foi você. - sussurrou e a beijou novamente enquanto tirava, sem dificuldade, a lingerie da morena. - E sempre vai ser.

Capítulo 22

At least the moon is the same for both of us.

⚽️


O sol passava por entre as frestas da cortina do quarto e batia na pele nua de , fazendo com que achasse a cena digna de um filme. Na realidade, achava aquele momento uma obra de arte.
passou os dedos levemente pela tatuagem de , bem no meio de suas costas. O jogador amava aquela tatuagem e todo o significado que ela possuía.

Victory is in my veins

Para , era uma guerreira. Uma vitoriosa. Era a mulher que tinha um passado turbulento e triste, que ainda estava lidando com as marcas deixadas por ele, mas em nenhum momento tinha parado de lutar. não era do tipo de pessoa que deixava de lutar quando a batalha parecia perdida. Ela era do tipo de mulher que daria tudo de si e morreria lutando se fosse necessário. E era por aquele motivo - e um bilhão de outros - que a amava.
- Você parece um stalker.
- Eu pareço o quê? - perguntou e a menina virou, sorrindo.
- Um stalker. Fica aí com essa cara de besta, me vendo dormir.
- Você é uma idiota. - sussurrou e riu, dando um rápido selinho no namorado. - Eu pedi comida.
- Você até que está acertando nesse seu papel de namorado, sabia?
- O que posso fazer se eu sou incrível? - deu de ombros e jogou um travesseiro em seu rosto.
- Vá atender à porta! - disse assim que escutou a campainha soar pelo quarto.
- Cadê sua camisa?
- Você jogou ela para o outro lado do quarto.
- Você é cínico. - riu e jogou outro travesseiro no jogador. - A porta.
riu e foi atender a porta ao mesmo tempo em que levantou da cama à procura da camisa do namorado. A atriz achava muito mais confortável do que qualquer outra roupa sua. Talvez fosse pelo tecido. Mas era muito mais provável que o único motivo fosse ela pertencer à . A camisa tinha o cheiro de e adorava sentir aquilo.
Era um cheiro único.
- Habemus comida! - o jogador disse, animado, ao deixar um carrinho repleto de comida ao lado da cama.
- Comida na cama? Você está me mimando demais. - disse e voltou para a cama enquanto colocava as comidas na bandeja.
- Tem croissants! Isso me lembra a França.
- Eu gosto de lembrar da França. - disse e mordeu um dos croissants que tinha colocado ali. - Eu gostei de viajar com você.
- Você quer viajar de novo comigo? - perguntou e o encarou, levantando a sobrancelha.
- Quando?
- Hoje.
- Hoje? - gargalhou. - Você tem treino. E eu começo a viajar por aí daqui duas semanas para divulgar o filme!
- Eu falo sério! São só dois dias. Eu realmente quero que você vá comigo para Manchester.
- Manchester? Quer viajar comigo para a cidade que você deixou para trás? - perguntou e o silêncio reinou no quarto.
- Você quer conhecer o meu passado, Elis ? Eu estou totalmente pronto para mostrar ele para você. - disse e sorriu.
- Nada nesse mundo vai ser capaz de fazer eu amar menos você, . E eu não me importo com o seu passado, eu me importo com o agora. Com o que você é nesse exato momento.
- Isso é um sim ou um não? - perguntou e riu.
- Eu quero ir para Manchester com você, mas não se sinta na obrigação de me contar algo sobre o seu passado.
- Eu quero ser seu por inteiro, certo? Quero que você me conheça por completo. Saiba porque hoje eu sou quem sou.
- , eu aceito ir para Manchester com você. - disse e o jogador sorriu da maneira mais bonita que já tinha visto.
Talvez ela nem soubesse o quanto aquilo estava sendo importante para . finalmente estava pronto e sem medo algum de mostrar o que ele já tinha sido. E ele estava orgulhoso do que era hoje e queria mostrar o que tinha deixado para trás.

*


não sabia o que esperar da viagem não programada para Manchester. A única coisa que a atriz sabia era que, para , levá-la ali era importante.
estava nervoso. Ele sabia que tinha errado em omitir uma parte da sua vida para , principalmente ao esconder sobre Winter e Cami.
Levar para Manchester era importante e, pela primeira vez depois que saiu da cidade, estava feliz em voltar. Ele não era mais o mesmo , o príncipe problema que sumiu por dois meses e quando voltou estava em outro país e time. Ele era August , o homem que tinha batalhado para ser. E ainda estava batalhando para ser ainda melhor.
- Onde você morava aqui? – perguntou e soltou uma risada, dando três batidinhas na perna da namorada. – Por que você está rindo?
- Cheshire. Cheshire é o lugar onde eu morava quando jogava no United. – respondeu e balançou a cabeça quando abriu a boca em um "O" perfeito. – Não reaja assim!
- Ibrahimovic está morando em Cheshire! Cristiano Ronaldo morava em Cheshire, santo Cristo, você é um puta gastador de dinheiro!
- Ou, ou, primeira coisa. Cheshire é um pouco afastado, então era perfeito para mim que queria ficar longe de tumulto. Eu podia aprontar em paz. Segunda coisa, eu era o fazedor de festas oficial do time, minha casa gigante sempre estava rolando alguma coisa e isso nos leva à terceira coisa, esse era um dos motivos que eu chegava atrasado nos treinos. Cheshire fica longe do centro de treinamento dos Red Devils, o CT ficava em Carrington.
- Quão longe? – perguntou com a sobrancelha arqueada e riu novamente.
- Ok, não tão longe. Só um pouquinho. 40 minutos de trânsito normal, mas como vive engarrafado...
- Manchester is the new London. – a morena ironizou e deu um tapinha na sua testa.
- Você é uma idiota. Aliás, temos que ir. Boo não gosta que eu me atrase.
- Boo é a Winter ou Cami?
- Você irá conhecer. – respondeu e estendeu a mão para a namorada, tirando-a do sofá em que estavam sentados.
passou a mão pelo vestido florido que usava antes de segurar a mão de para que saíssem do quarto. Seu estômago fez um barulho esquisito e aquilo significava duas coisas: estava com fome e estava muito nervosa. A segunda coisa incomodava bem mais que a primeira.
O inglês soltou a mão da namorada e passou seu braço pelos ombros dela, deixando mais perto do seu corpo. Aquele ato tranquilizou a negra. Ela estava ao lado de . O seu . Tudo iria ficar bem no final das contas.

*


Winter usava seu cabelo preso em um rabo de cavalo, mas que deixava sua franjinha cair em sua testa.
A menina estava sentada quieta ao lado da mãe no Platt Fields Park, um parque que ficava apenas a 15 minutos do Old Trafford, estádio do Manchester United.
- Quem é que vamos encontrar aqui, mamãe?
- Se eu falar, estraga a surpresa.
- Mas, mummy... Aquele ali é o BOO?! – a menina gritou o apelido do inglês assim que o viu caminhar em sua direção com duas caixas de pizza enquanto segurava a mão de uma mulher, que Winter achou muito bonita.
soltou a mão de , lhe entregou as pizzas que carregava, imediatamente se abaixou e abriu os braços. Winter correu em sua direção e pulou nos seus braços, agarrando o inglês pelo pescoço.
- Você está enorme, Boo!
- Cadê o cabelo? – perguntou ao pegar no cabelo de . Da última vez que o inglês tinha falado com a menina, ainda usava um coque para prender a cabeleira. E toda vez que falava com ela por facetime, sempre estava usando uma touca.
- Tive que cortar, Boo.
- Eu gostei. – disse e sorriu, dando um beijo na testa da pequena. – Quem é ela? – perguntou quase num sussurro e virou para .
- Essa é a minha namorada.
- Namorada? – perguntou e sorriu.
- Oi, Winter! me falou muito de você.
- Ele me ama.
- Engraçadinha. - tocou no nariz da menor. - Vamos falar com sua mãe.
Cami olhava toda a cena com um sorriso no rosto. Ela adorava quando voltava para Manchester e adorava ainda mais ao ver o quanto sua filha ficava feliz pela presença do jogador. era o verdadeiro pai de Winter, mesmo que exames de sangue não comprovassem aquilo.
- Boo! - Cami disse e a abraçou, ainda com Winter nos braços.
- Abraço de três! - a pequena falou, animada, mas logo a desceu do colo.
- Trouxe pizza! E, ei, Cami, também trouxe a minha namorada. - sorriu e Cami a cumprimentou.
- A famosa . Você roubou mesmo o coração desse cara, não foi? - perguntou e sorriu. - Ele só sabe falar de você.
- Então você fala de mim por aí, é? - perguntou e balançou a cabeça negativamente.
- Um pouquinho. - respondeu baixinho e deu um beijo na bochecha da morena. - Vamos comer? - perguntou e as palminhas animadas de Winter os fizeram rir.
não tinha a mínima ideia de como Winter iria reagir a , mas não poderia ter sido melhor. A pequena não desgrudava da atriz e parecia não querer que ela saísse de perto. Aquilo tudo era incrível para o jogador, muito melhor do que ele esperava.
- Ei, Boo. Preciso conversar com sua mamãe, ok? Você quer sorvete?
- Tia ? - perguntou e olhou, fazendo beicinho para a morena.
- Vamos! - disse e Winter sorriu, levantando e estendendo a sua mãozinha para .
- Elas se deram bem.
- Ao menos essa confusão serviu para isso. - falou e Cami concordou.
levou Winter até o carrinho de sorvete mais próximo e gargalhou ao ver a indecisão da mais nova para escolher os dois sabores de sorvete que iria querer. Até que ela escolheu os mesmos. Duas bolas gigantescas de sorvete de baunilha.
- Esse é meu preferido. - disse enquanto caminhava com Winter até um balanço próximo.
- É o meu novo também. - a pequena sorriu e sentou na frente de enquanto a atriz sentou no pequeno balanço. - Quando eu acabar, a gente troca.
- Você é quem manda! - Winter sorriu, agradecida, e voltou toda a sua atenção para o sorvete.
- Boo vai morar aqui? - Winter perguntou e fez sinal para ela sentar em seu colo. A criança sorriu por estar dividindo um balanço com alguém.
- Não, Winter. não vem morar aqui. - não podia ver, mas sabia que a menina tinha feito uma expressão triste. – Mas eu tenho certeza que ele virá aqui mais vezes.
- Você vem com ele?
- Você quer que eu venha junto?
- Sim. Vamos comer pizza e sorvete.
- Então eu venho. - disse e a pequena Winter virou para , a abraçando. não se importou com a pequena mancha de sorvete que ficaria em seu vestido. Estava tudo bem.
- Desculpe.
- Não se preocupe, Winter!
- Gosto de você. - a pequena disse e lambeu o sorvete que já estava quase no final. - Também gosto do Boo. Vocês vão casar?
- Algum dia, talvez.
- Eu quero ir.
- Você irá. Eu prometo. - disse e Winter sorriu.
Ao ver aquela cena, de longe, soube que tudo iria ficar bem. Suas garotas estavam bem.

*

(Colocar para tocar You, the ocean and me - Thalles)

I've waited for someone like you for so long


sorriu para assim que o inglês entrou no carro. Os dois tinham acabado de deixar Winter e Cami no apartamento onde elas moravam ao norte de Manchester.
- Você está sorrindo. - disse ao observar a namorada. Ele poderia considerar o sorriso de a oitava maravilha do mundo.
- Estou, Sherlock. - riu e colocou a mão na coxa da namorada.
- É pelo carro novo, por mim ou...?
- Você é um idiota. - gargalhou e o acompanhou, lhe dando um tapa no ombro.
- Ela é incrível, né? É toda pequenina, mas é tão inteligente. Winter gosta de falar, conversar com as pessoas. Acho que ela vai ser advogada. Mas ela também gosta de desenhar, então pode ser arquiteta.
- Ela vai ser incrível em qualquer coisa que faça, . É sua filha. E a Cami parece ser uma boa pessoa também.
- Ela não é minha filha de sangue. - revelou e o encarou. - Cami é uma prima distante que foi abandonada pela família quando eles descobriram da sua gravidez. Ela não tinha nada, , nada. E por um milagre do destino, ela me achou e descobriu que éramos parentes de sei lá qual grau e eu a ajudei. Quando Winter nasceu, prometi para Cami e para a bebê que iria cuidar delas. Então registrei Winter e sou legalmente pai dela. E eu me considero, de certa forma, sabe? Eu amo a Winter e só quero proteger ela de todas as maldades do mundo.
- Eu tenho certeza absoluta que ela ama você também. - sorriu e lhe deu um selinho demorado. - Você tem um coração bom, . E é por isso que eu amo você.
- Eu não tenho um coração bom, . Mas eu espero, um dia, ter.
- Você tem, . Mesmo que não queira acreditar nisso.
beijou e, novamente, teve a certeza que ela era a mulher da sua vida. Eles estavam destinados a se encontrar novamente. Ele sabia e ela também. Nada mudaria aquele fato.
, então, dirigiu em direção ao seu antigo centro de treinamento; ao ver a entrada do CT do Manchester United, sentiu os pelos do seu braço se arrepiarem. estacionou o carro, que tinha comprado especialmente para os dois dias que iria passar em Manchester, em um ponto estratégico, que dava para ver perfeitamente a entrada do lugar.
- Aqui era o lugar onde as coisas aconteciam. Nos primeiros anos eu era da base e a gente treinava em outro bloco, até que eu subi para o time principal e tudo mudou. Fui tolo. A fama subiu à cabeça, eu demiti Valentina, contratei um empresário novo que só estava afim do meu dinheiro, parei de ligar para minha mãe e só depositava dinheiro para ela todo mês. Parei de visitá-la, , deixei minha mãe sozinha. E então, me meti com pessoas que só estavam interessadas em me usar. Eu pagava tudo, festas, bebidas, viagens. Cheguei a treinar várias vezes completamente ressacado e, algumas, bêbado; outras vezes, faltava treino. Eu era um completo imbecil com as pessoas com quem trabalhei, achava que por ser um cara fundamental no time, todos estavam abaixo de mim. Eu era uma pessoa horrível com os outros. E então, eles cansaram de mim e me deram uma suspensão de dois meses.
- Foi quando você foi vendido?
- Exato. Eles não queriam me vender porque eu era muito bom, mas em compensação, era uma dor de cabeça que eles estavam cansados de ter. Mas o Real Madrid me queria e eles ofereceram um bom preço. A equipe deles não sabia de um terço do que eu era, acho que por isso ofereceram tanto e o Manchester aceitou.
- Eles sabiam que você era excelente, .
- Em campo. Porque fora, eu não valia nada. - disse, sincero, e passou a mão em seu rosto, fazendo carinho em seus cabelos. beijou a mão da namorada e acelerou com o carro para longe dali.
As ruas de Manchester eram desconhecidas para a atriz, mas o jogador conhecia cada canto delas. Ele tinha vivido uma história naquela cidade. Uma história que ele estava pronto para colocar um ponto final. acelerou assim que o sinal abriu e depois de três quarteirões, estacionou em frente à uma boate que tinha uma fachada gigantesca.
- Foi aqui o meu último dia em Manchester. Eu tinha saído do treino e iria ter outro no dia seguinte, mas resolvi ir para uma festa sozinho. Então fui e comecei a beber como de costume. Mas aquilo tudo estava me cansando de uma forma que nunca tinha me cansado antes, então resolvi ir embora, só que no caminho até a saída desse lugar, alguém esbarrou em mim e eu reclamei, empurrei o cara e voltei a andar. Só que o cara xingou minha mãe, . E eu só lembro que em dois segundos ele estava no chão e eu em cima dele, socando sua face com toda a minha força. E então eu reconheci a voz de Kalani e paralisei. Ele me tirou dali sem nem se importar em ser filmado ou xingado pelas outras pessoas, ele me arrastou desse lugar, mandou eu calar a boca e me levou para casa. Enquanto seu pai dirigia, eu senti vergonha. Quando a gente chegou na minha casa, inventei de perguntar pela minha mãe e até hoje eu lembro das palavras de Kalani. Seu pai disse, - o inglês respirou fundo, mas continuou - "Você só se importa consigo mesmo. Só pensa em seus prazeres, em qual novo carro vai comprar, em qual boate ir. Quando foi que você virou egoísta? Quando foi que aquele menino que eu vi crescer, ensinei a jogar bola, aquele menino que era tremendamente apaixonado por minha filha, quando aquele menino morreu, ? Eu não reconheço mais você. Nem sua mãe. E sabe quem não vai te reconhecer?"
parou de falar e encarou , que lhe olhava com lágrimas nos olhos. A atriz conhecia seu pai como ninguém e sabia que ele não tinha gritado, nem feito um escândalo. Sabia que Kalani deveria ter dito as coisas em um tom firme que mostrasse o quanto ele estava decepcionado com toda situação. E sabia que aquilo doía muito mais que um tapa.
- Então seu pai me disse seu nome pela primeira vez em algum tempo. Kalani disse ". Minha filha vai sentir nojo do cara que você se transformou. não vai querer olhar mais para você assim que eu contar toda essa merda para ela". E naquele momento, eu chorei igual uma criança que se perde da mãe em um supermercado e tem medo do que vai acontecer.
desligou o carro e abraçou , colocando o loiro em seu colo enquanto fazia carinho em seus cabelos. se permitiu chorar e os dois choraram juntos, abraçados.
- Eu disse a ele que tinha medo, que estava envergonhado de tudo o que tinha feito e que não queria que minha mãe tivesse vergonha de mim. E dias depois implorei para ele não falar nada para você. Eu não queria que você tivesse nojo de mim, . Era por isso que eu não tinha te contado nada. Eu tinha medo. Eu tenho muito medo de perder você.
- Oh, meu amor. - sussurrou e suspendeu levemente a cabeça do menino, que ainda lhe encarava. - Nunca, nem por um momento, pense que você irá me perder, . Eu amo você. Amo cada pequena parte do seu ser. Amo o homem que você se tornou e nem por um segundo pense que eu tenho nojo de você. Eu tenho orgulho, muito. Por você ter mudado, por ter se tornado uma pessoa melhor, de um coração bom, mesmo com tantas feridas nele. Você é o meu amor, . Você me encontrou de novo. Você me prova todo dia que é um cara incrível e que eu mereço ser amada. Você me encontrou, Graveto. E eu não vou me perder novamente de você.
Todas as palavras que estavam passando na cabeça de sumiram. O inglês sorriu, passou a mão direita pela nuca da namorada e a beijou. Era um beijo feroz, como se ambos precisassem um do outro para sobreviver. Como se eles estivessem separados por um oceano por anos e, naquele momento, estivessem, finalmente, se reencontrando. Para , estar perto não era uma coisa física, mas naquele momento, era. Ela precisava de , e a atriz sabia que o jogador precisava dela na mesma intensidade.
colocou a mão no peito do inglês e os afastou, não deixando de o encarar por um segundo. Ela conseguia enxergar pelas írises azuis esverdeadas do jogador que ele precisava dela, ali, assim como estava explícito nos olhos dela.
- Vamos voltar para o hotel. – sussurrou. fechou os olhos, respirou fundo e, quando abriu, ligou e acelerou o carro.
Rumo ao hotel.

Capítulo 23

So tonight I'm gonna cut it out and then restart
'Cause I like to keep my issues drawn
It's always darkest before the dawn
(...)
It's hard to dance with a devil on your back
So shake him off.



🎬


- Oi, . Meu amor, eu voltei, estou aqui. E você vai pagar.
E então, o homem invadiu o quarto, e antes que a menina pudesse reagir, suas enormes mãos brancas estavam ao redor do pescoço dela, e seus lábios forçavam-lhe um beijo. sentia o ar sair de seu corpo, e com o medo em todo seu ser, gritou.
Mas ninguém podia ouvi-la. Ela estava sozinha.


~*~


chorou sentada na cama, com as pernas encostadas no corpo. A atriz não entendia o porquê daquele pesadelo ter voltado, justamente depois dos dias maravilhosos que estava vivendo.
Tudo estava indo bem em sua vida, tinha chegado de sua viagem de divulgação pela América e estava feliz como nunca. Mas ele tinha voltado, pensou ao soluçar alto e colocar as mãos no pescoço, como se estivesse certificando-se que tudo estava bem.
acordou num pulo. O primeiro instinto do jogador foi abraçar forte a namorada, que estava sentada na cama, com os olhos arregalados e as mãos no pescoço. Assim que a apertou ainda mais contra seu corpo, sentiu as lágrimas da menina tocarem seus braços.
- Ele voltou. - sussurrou quase inaudível.
- Você está segura, eu estou aqui, Formiga. Foi só um pesadelo. - o abraçou forte e afundou sua mão direita por entre os cabelos da morena. - Só um pesadelo.
- Isso nunca mais tinha acontecido, . Por que agora?
- Hoje é o dia, Formiga. Hoje tem El Classico. - respirou fundo e, com cuidado, a deitou novamente na cama, passando seu braço pelo corpo dela e mexendo em seus cabelos. - Você tem certeza de que quer ir?
- Eu preciso enfrentar isso de vez, Graveto.
- Vai ficar tudo bem. - sussurrou novamente, como se fosse um mantra.
- Antes d'eu ir para Valdebebas, vou te deixar na sua psicóloga, certo?
- Acho que uma conversa com ela vai me ajudar a enfrentar melhor o dia de hoje.
- Eu também acho.
- Obrigada por estar aqui. - sussurrou, o jogador beijou seus cabelos e cantou baixinho a música preferida da atriz.
sabia que iria ser um longo dia. E ele teria muita sorte se nada desse errado.

⚽️


deixou no consultório e rezou internamente para que a menina saísse de lá bem melhor do que quando tinha chegado. não tinha tido sua melhor noite de sono e muito menos a do jogador, que vez ou outra acordava para ver se estava bem.
passou a mão pelo rosto e dirigiu rumo ao centro de treinamento. Abriu o teto solar de seu carro e sentiu o vento no seu rosto e corpo. O inglês sorriu, aumentou o volume do som e, enquanto cantava junto de Post Malone, acelerou ainda mais.
O inglês passou pelos enormes portões do centro de treinamento e, assim que estacionou em sua vaga reservada, Isco Alarcón desceu do carro e acenou para o loiro.
- Como estamos para hoje?
- Eu quero acabar com a raça desses fodidos. Já saiu a escalação?
- Algum nome especial que queira saber? - Isco perguntou, mesmo sabendo da resposta do amigo. Ele próprio tinha passado o dia ligado nas notícias do time alheio só para saber se Enrique Ávilla iria jogar. - O desgraçado está relacionado, mas não é titular.
- Se entrar em campo, ele está fodido. - disse e deu um soco na própria mão. - teve um pesadelo hoje, deixei ela na consulta antes de vir para cá.
- Ela sonhou com Enrique?
- Disse que ele estava enforcando-a, dizendo que tinha voltado. Eu acho que ela sonhou com uma situação que já passou, sabe? E eu tenho vontade de matar aquele desgraçado cada vez que penso nisso. - Isco respirou fundo e bateu nas costas do amigo, concordando em silêncio.
Francisco sentia a mesma coisa que , principalmente quando lembrava do jeito que tinha achado a menina no banheiro no dia que tudo aconteceu. A imagem ainda era perturbadora.
- Era você ligando para hoje cedo?
- Sim, elas vão juntas para Barcelona.
- Júnior está animado, é o primeiro El Classico que ele vai assistir. - riu e os dois seguiram para a área do restaurante, encontrando os outros jogadores.
- Preparados? - Bale perguntou assim que os dois chegaram na mesa. - O Casemiro disse hoje que vai colocar o Iniesta no bolso. - os meninos riram e sentaram ao lado do galês.
- E eu o Piqué.
- Como se isso fosse coisa difícil. - Ramos debochou, fazendo todos rirem.
Aquele dia ia ser extremamente longo. E mal via a hora de entrar em campo.

🎬


"Está tudo bem, Graveto. acabou de vir me buscar. Até mais tarde. ♥️"

guardou o celular no bolso da calça e sorriu quando o pequeno que estava no banco de trás a cutucou no braço.
- Tia, tem jogo? - soltou uma risada e puxou o celular novamente.
- Qual você quer?
- Aquele do jacaré com o balão.
não tinha a mínima ideia de qual jogo era aquele, mas digitou as mesmas palavras que Junior tinha dito no Google e instantaneamente Where's My Water apareceu na página. Era um jogo desenvolvido pela Disney e que custava uns seis euros. baixou o jogo rapidamente e, assim que terminou de instalar, deu o celular para o menino, que se ajeitou na sua cadeirinha, animado.
- Obrigado, tia.
- Ele gosta de você. - disse e sorriu.
- Ele também aprendeu a gostar de você.
concordou e sorriu ao lembrar da sua nítida evolução com a criança. Júnior vinha se mostrando um menino cada vez mais incrível e companheiro. Até ir para os ensaios com ele gostava de ir, só para que ela o levasse para tomar um sorvete na esquina da rua. Aquela era a melhor surpresa que tinha tido em muito tempo.
A bailarina estacionou o carro na garagem privada que ficava no centro de Madrid e caminharam com suas pequenas mochilas até a Estação de Atocha, que ficava a apenas duas ruas dali. O menino estava encantado, ele nunca tinha entrado em uma estação de trem, muito menos de um trem-bala. Isco Júnior olhava para tudo muito atento, como se quisesse guardar cada canto daquele lugar em sua mente.
- Está na hora! - disse assim que chamaram as pessoas da classe Preferente para embarcar. Assim que entraram no trem, Júnior escolheu sua poltrona ao lado da janela, deixando as duas outras poltronas do outro lado do corredor livres para as duas.
- Júnior, você não quer sentar com ?
- Não. Meu pai disse que vocês têm coisas para falar. - respondeu e voltou sua atenção para o celular da atriz. O menino ainda estava vidrado no novo jogo.
- Isco sendo Isco. - sussurrou e concordou.
- Mas ele tem razão. Fiquei preocupada quando me ligou, perguntando se ia com você para Barcelona. Você tem certeza de que quer mesmo ir?
- Eu preciso ir, Corazón. Não tem como eu não ir, entende? Eu não posso fugir de Enrique, não mais.
- Você sonhou com ele, não foi? - perguntou, mesmo já sabendo da resposta. A atriz respirou fundo e fez que sim com a cabeça, passando as mãos pelo rosto logo depois.
- Era como se eu estivesse na mesma cena de meses atrás. Era tudo igual, tudo. Parecia real, . Muito real.
- Mas não é. - a melhor amiga respondeu rapidamente. - Foi só um sonho ruim, e depois de hoje, eles vão desaparecer, ok? - sorriu e estendeu a mão para . - Você tem várias pessoas que se importam e lutariam por você, Cariño. Você tem uma família.
- Uma família bem doida, por sinal. - constatou e riu junto da bailarina. apertou a mão da melhor amiga e soube que estaria em segurança.
Ela tinha uma família ao seu lado. E família significava nunca abandonar.

*


Depois de duas horas e meia, os três chegaram a Barcelona. Francisco Júnior olhava cada parte da Estação Barcelona Sants como quisesse guardar tudo dentro de sua mente para sempre. Os diversos outdoors espalhados sobre o El Classico pela estação era algo nunca visto antes pelo menino. E infelizmente todos estavam louvando o Barcelona.
- Tia , por que não tem o time do papai aqui? - perguntou, e a loira o olhou como se também quisesse saber o porquê.
- Porque eles são clubistas ridículos. O time do seu pai é sem dúvidas muito melhor do que isso que eles chamam de Barcelona. - falou e o menino sorriu, mesmo que algumas pessoas que passavam ao seu lado, a olhassem com cara fechada.
- O que é clubista?
- Quem defende o seu time favorito contra qualquer coisa.
- Você é clubista então?
- Com bom senso. Porque o Real Madrid, time do seu pai e do tio , é obviamente o melhor do mundo. Eu tenho razão para ser clubista, entende? Esse pessoal não tem.
- Tia . - Isco Jr. a chamou pelo apelido e a morena o encarou. - Eu também quero ser clubista.
- Tá vendo o que você fez? O menino vai ficar maluco igual a todos vocês. - disse com uma falsa irritação, fazendo os dois rirem da sua reação. A melhor amiga apertou sua mão e a criança segurou na outra que estava livre.
Ali, soube que iria ficar tudo bem.

⚽️


Jogar futebol, para , era a melhor coisa que podia fazer. O jogador sempre acreditou que se você trabalhasse com aquilo que gostava, nada lhe faria infeliz. Mesmo com as coisas ruins que tinham acontecido em sua vida, tinha aprendido a ver tudo como um ensinamento para coisas futuras.
O camisa 16 amava jogar futebol e não podia se ver fazendo outra coisa.

~*~


Sue acordou cedo, mas se espantou quando escutou o barulho do chuveiro no banheiro do corredor. Colocou a mão na cabeça e lembrou que era o dia que o filho tinha passado a semana toda comentando. Naquele dia iria acontecer a primeira seletiva para o time de futebol das classes, e como amante do esporte, já tinha se inscrito.
Sue desceu as escadas depressa e preparou o melhor café da manhã que podia para o filho de apenas nove anos, que já agia como se fosse um adolescente. Ele está crescendo tão rápido, pensou, ao colocar a xícara preferida do menino na mesa. Ela era toda personalidades do Real Madrid, seu time do coração.
- Bom dia, mãe. - sentou em seu lugar de sempre e Sue depositou um beijo no topo da sua cabeça. - Uau, você fez suco de maçã! Vou é tomar na xícara que cabe mais.
- Você gosta, não é?
- É meu preferido. - respondeu e tomou um gole gigantesco, deixando o suco quase na metade.
- Preparado?
- Eu nasci para fazer isso, mamãe. - Sue sorriu e sentou de frente para o filho, tomando o leite quente que provavelmente ia ser esquecido pelo menor. - Sabe quem vai me ver hoje?
- Quem?
- . - o menino disse e sorriu tímido ao passar a geleia na torrada. - Será que eu consigo fazer um gol para ela?
- Eu acho que sim. Não foi você que nasceu para isso? - Sue perguntou e o menino riu, voltando sua concentração para sua comida. A senhora sorriu sozinha ao perceber que o seu pequeno era incrivelmente apegado com a melhor amiga e vizinha. Chegava a parecer que era seu primeiro amor.
Sue estava pronta para comer mais da torrada quando levantou da mesa quase correndo. O menino subiu as escadas e não demorou nem cinco minutos, desceu com uma pequena mochila nas costas e saiu puxando a mãe porta afora. E então, Sue acelerou em direção a escola antes que o filho implorasse para ela ir mais rápido.
Sue fazia de tudo por aquele pedacinho de gente. E não se arrependia de nada.


*


A quadra da escola estava cheia de pais acompanhando seus filhos e, , pela primeira vez no dia, se entristeceu. Olhou um pai dizer palavras de incentivo para o filho e perguntou para si mesmo o porquê do pai nunca estar na sua vida. A criança sentiu os olhos encherem de lágrimas, mas limpou rapidamente antes que alguém notasse.
Eu vou dar o meu melhor e ele vai voltar, pensou e sorriu.
O pequeno olhou para a arquibancada e viu sua vizinha e melhor amiga, , que estava sentada entre o pai e Sue. acenou para a pequena de cabelos enrolados e a menina devolveu o aceno, olhou para o lado e Kai fazia sinal de positivo com as mãos e sua mãe sorria orgulhosa. Ao ver os três ali, a criança sabia que mesmo sem o pai, ele era amado. sorriu e disse para si mesmo que ia fazer um gol para cada um.
E com os gritos da sua pequena grande torcida, fez. tinha sido o melhor em campo e só não fez mais gols porque teve pena dos outros meninos do seu time e resolveu passar a bola para cada um. Mas os três gols que tinha prometido para as três pessoas da sua vida, tinha feito. E aquilo o deixava feliz.
- Você conseguiu! - a mais nova dos disse, animada, e abraçou o menino sem se importar se ele estava suado e sujo de grama.
- E você veio!
- Eu não falei que viria, Graveto? - perguntou com as mãos na cintura e o menino lhe deu um beijo na bochecha.
estava feliz.


~*~


respirou fundo e deixou as boas lembranças invadirem sua mente. Jogar futebol era a melhor coisa que tinha acontecido na sua vida, mas naquele dia, uma carga de energia negativa parecia invadir aquele estádio.
Não parecia certo estar ali.
- Preparado?
- Sempre. - respondeu para o amigo espanhol e sentiu seu corpo arrepiar quando o locutor do Camp Nou anunciou para os torcedores que os jogadores iriam entrar em campo.
sentiu seu sangue ferver quando o time reserva passou primeiro e seu olhar cruzou com o de Enrique Ávilla. não sabia descrever o que estava sentindo, mas boa coisa não era.
- Eu vou matar esse filha da puta. - escutou Bale falar um pouco mais a sua frente e concordou, estalando seu pescoço e suas mãos.
- Foco. Vai ser foda hoje, mas foco. - Sergio disse ao virar para trás. era o terceiro jogador da fila, Isco estava atrás do inglês e Bale em sua frente. - , lembra que não iria querer que você fizesse nenhuma besteira. Foco. - sussurrou para o loiro e fechou os olhos, respirando fundo. Abriu apenas quando sentiu a pequena garotinha apertar sua mão. sorriu para ela e escutou seu nome ecoar pelo estádio.
Pisou no gramado e rezou internamente para que todos os deuses possíveis que tivessem o escutando, o livrassem de qualquer mal dentro daquele jogo.
As crianças correram para fora do gramado, os jogadores titulares foram para o lado escolhido e assim que Sergio voltou do meio do campo, se benzeu e escutou o juiz apitar.
O El Clássico iria começar.

🎬


mordeu os lábios assim que o juiz apitou, juntou as mãos e sentou ao lado de e Isco Jr.
Parecia que nada mais importava para a atriz, além do que estava acontecendo em campo. bateu as mãos uma na outra quando Casemiro fez a primeira falta no jogo em cima de Rakitic, era a primeira chance de gol e o Barcelona sabia aproveitar como ninguém. Por sorte, mesmo com a jogada ensaiada do time catalão, o Real Madrid conseguiu afastar o perigo de gol. respirou fundo e o jogo seguiu.
Até que em uma roubada de bola mais pesada, Sergio Ramos levou o primeiro cartão amarelo da partida. Não demorou muito para que o jogo ficasse ainda mais tenso.
- Por que eles estão assim? - perguntou e só balançou a cabeça negativamente.
- Eu só espero que fique bem. - respondeu e passou a mão pelo cabelo, nervosa, quando um jogador do Barcelona tentou roubar a bola do seu namorado. Mas conseguiu se desvencilhar e chutou. Era a primeira tentativa clara do Real Madrid ao gol.
O jogo começou a pegar fogo e foi quando a primeira confusão começou. Carvajal cometeu uma falta dura em cima de Iniesta e alguns dos jogadores do Barcelona o cercaram. Rapidamente os jogadores do Real foram para cima, inclusive .
- Papai tá brigando?
- Não! - respondeu rápido, mesmo sabendo que era mentira. O juiz apartou o que seria o início de uma briga, com ameaças a cartões e o time da casa cobrou a falta. Por pouco o Barcelona não fez o primeiro gol da partida.
Para o alívio das duas, depois de muita pressão do time catalão, o juiz apitou o final do primeiro tempo. Mas, sabia que o segundo tempo iria ser pior que o primeiro. Nada era fácil quando se tratava de Barcelona x Real Madrid. Nada.
O início do segundo tempo já começou difícil. Foi a vez de Isco cometer uma falta que não foi marcada pelo juiz. respirou fundo, mas logo pareceu congelar. Assim como . E foi que percebeu o olhar fulminante que deu para a beira do campo.
Substituição. Número 10 do Barcelona iria entrar. Enrique Ávilla.
- É muita cara de pau desse time colocar esse merda em campo. Depois de tudo o que ele fez. - gritou ao mesmo tempo que vaias foram audíveis pelo estádio.
sentiu seus olhos encherem d'água. Ela sabia o motivo das vaias, todos sabiam. Ali, ela teve ainda mais a certeza de que nunca estaria sozinha.
O jogo continuou e cada vez que Enrique tocava na bola, as vaias continuavam. E rezava para que nenhum de seus amigos resolvessem vingá-la em campo.
Até que em um escanteio do Barcelona, Enrique subiu junto de Pepe, que tentou lhe empurrar e marcou o primeiro gol do jogo. O universo só poderia estar de brincadeira.
Enquanto a torcida catalã comemorava, vaias foram audíveis. chorou e a melhor amiga a abraçou. Nenhuma das duas tinha prestado atenção, mas fechou as mãos e praguejou. Procurou a namorada pela torcida, e quando a viu, ela estava chorando. Ali, jurou que aquilo não ficaria assim.
O jogo recomeçou e o Real Madrid estava com a marcação cada vez mais pesada. Mas, o que prevaleceu foi a jogada coletiva. A bola atingiu os pés do Kross e com um passe brilhante, o alemão cruzou para o inglês. Com uma meia bicicleta, marcava pelo Real Madrid, fazendo o Camp Nou ficar em silêncio.
Os madridistas presentes gritavam, assim como , e o pequeno Junior, que gritavam, emocionados. correu e em sua comemoração, apontou para onde estava, beijando o dedo mindinho.
O mesmo dedo que os dois tinham juntado quando eram crianças, onde tinham feito a pinky promise que nunca iam se abandonar. sorriu, ainda derramando lágrimas, e acenou alegremente para o campo.
- Tio é demais! Tio , tio ! - Júnior gritava enquanto pulava. Aquele era o dia mais feliz daquela criança.
O jogo recomeçou e, graças ao empate, parecia que o Real Madrid estava ainda mais confiante. Até que levantou da cadeira onde estava sentada e congelou. correu para a disputa de bola com Enrique e o que mais ela temia aconteceu.

⚽️


Mesmo depois do seu belíssimo gol, sabia que não tinha sido suficiente. A raiva que tomou conta do seu corpo quando viu aquele homem maldito entrar em campo, a namorada chorar, não foi descontada naquele lance que resultou em gol.
ainda sentia uma coisa ruim em seu corpo. Algo que não gostava nem um pouco de sentir.
- Foco. - escutou Isco gritar, mas não prestou muita atenção quando viu a bola parar nos pés de Enrique. O catalão correu, mas o inglês foi mais rápido.
correu como nunca correu em toda sua vida.
- Vem para cima, quero só ver. - Henrique provocou. - Tá com ela agora, né? Mas eu fui o primeiro. Ela sempre vai ser a minha vadia.
E então, tudo aconteceu rápido demais.
deu um carrinho violento em Enrique Ávilla. O estádio todo ficou em silêncio, levou a mão na boca e o inglês se abaixou, como se fosse ajudar o catalão a levantar.
- Levanta, porra! - gritou - Tá doendo, caralho? - o catalão agarrou a canela e rolou no chão, encenando mais que o necessário. - Levanta seu merda. - e agarrou o catalão pela camisa, apenas para o jogar no chão mais uma vez.
O apito do juiz se fez presente e o cartão vermelho foi levantado. estava expulso do jogo por agressão a Enrique Ávilla.
- Eu vou matar você! – gritou, e antes que pudesse chegar perto do catalão, Sergio Ramos o segurou e tentou afastar. - Me solta, caralho! Eu vou matar esse fodido. Ele é sujo, tá fingindo! - gritava enquanto o capitão do time tentava arrastá-lo dali.
Mas a confusão generalizada já tinha começado. Suarez foi para cima de , que já estava sendo segurado por Ramos, e Bale chegou o empurrando. O jogador tentou ir para cima, mas o galês era muito maior e o empurrou novamente.
- Levanta daí, seu merda! - o galês gritou para Enrique, que ainda estava no chão. Bale puxou Enrique pelos braços e o forçou a ficar de pé, mas segundos depois, o catalão caiu.
Isco afastou Bale, mas Casemiro, Pepe e Kross já estavam envolvidos em outra briga por conta da tentativa dos jogadores do Barcelona tentarem chegar perto de .
- Tira o daqui. Tira logo! - Isco gritou, e Sergio conseguiu momentaneamente afastar da confusão que tinha começado.
Mas o inglês estava incandescido. A raiva do inglês era evidente. A torcida gritava madrista gritava seu nome, enquanto , em pé, rezava para que ele saísse logo daquela confusão. Sergio arrastou para trás das placas dos patrocinadores, onde estavam diversos fotógrafos e o deixou ali.
Mas pulou e correu.
Enrique estava próximo a linha do campo, já em pé, como se soubesse que iria voltar. E era aquilo que ele queria. Enrique queria fazer parecer o vilão de toda aquela confusão, mas todo mundo sabia que não era.
empurrou Enrique que estava de costas e assim que o catalão virou para encará-lo, o socou embaixo do queixo. Ávilla caiu desmaiado no gramado e saiu cercado de seguranças do campo.
Ele sabia que ia levar multa, suspensão e sua fama de príncipe problema iria voltar, mas ele não dava a mínima. Ninguém falava de daquele jeito.
Não na sua frente.

*


A água do vestiário batia contra o corpo do inglês e não se importava do gelado doer em seu corpo. Era como se o camisa 16 estivesse anestesiado. Ele saiu de campo faltando ainda vinte e cinco minutos para o final do jogo e, com toda a certeza, o árbitro daria mais dez ou quinze minutos de acréscimo. A confusão tinha sido gigantesca.
deu um murro na porta do banheiro e gritou de raiva, já que sabia que estava sozinho. Ninguém iria brigar com ele depois de tudo. Todo mundo sabia que ele tinha sido provocado da maneira mais baixa e que o inglês tinha agido sem pensar. Ninguém iria perturbá-lo depois de tudo.
- ? - escutou a voz que ainda lhe causava arrepios e, segundos depois, a porta do box foi aberta.
- . - o nome da mulher saiu quase como se fosse um pedido de desculpas. odiava o fato de ter visto tudo aquilo.
abaixou a cabeça, tirou os sapatos e entrou no box, o abraçando e colocando a cabeça do namorado em cima de seu peito. Seu coração batia mais descompassado que o normal.
- Vai ficar tudo bem. - sussurrou e o puxou para debaixo do chuveiro.
- Desculpa, Formiga. Desculpa.
- Shh. - levantou a cabeça do namorado e o beijou. Ela não estava chateada, nem triste. estava grata por estar bem. - Eu amo você, Graveto.
sorriu verdadeiramente pela primeira vez naquele dia e segurou a namorada, fazendo com que ela enroscasse as pernas por sua cintura.
- Meu gol foi para você.
- Eu sei.
E sorriu, beijando em seguida.

Capítulo 24

⚖️


No momento em que a câmera focou em Sergio Ramos agarrando pelas costas, o puxando para fora de campo, Rosalie Martínez agradeceu pela primeira vez em sua vida por não ter ido a um El Clássico.
- Júnior, para o quarto.
- Mas mamá, papá e...
- Quarto, Sérgio Martinez Ramos Garcia Júnior. - a criança desceu do sofá rapidamente antes que a mãe voltasse a repetir seu nome completo.
Rosalie aumentou um pouco mais o volume da tv a tempo de escutar os inúmeros palavrões que saiam da boca dos jogadores que ainda trocavam empurrões e gritos dentro de campo.
Revirou os olhos quando viu Piqué bater no peito de Casemiro e sorriu de canto quando viu o brasileiro afrontar o espanhol. Alguns dos jogadores do Barcelona não iriam sossegar enquanto não pagasse pelo carrinho proposital no camisa dez deles.
- Não, , não. - grunhiu quando o comentarista desesperado anunciava que o inglês tinha pulado as placas de anúncio e tinha voltado para o campo. Martinez levou as mãos na boca no momento em que acertou um murro no queixo do catalão, fazendo Enrique Ávilla cair no chão aparentemente desacordado. - Caralho. - xingou ao ver o inglês sair do campo acompanhado pelos seguranças, para que os outros jogadores não o seguissem.
Martinez desligou a televisão e, em segundos, o número de já estava sendo chamado. Quatro ligações e nada da negra atender. Rosalie só esperava que ela já tivesse dado um jeito de tirar dali.
Rolou sua lista de contatos até que o nome de Francisco Alarcón apareceu e imediatamente lembrou de , o contato da bailarina estava no topo da sua agenda. Rosie ligou e enquanto escutava o barulho irritante, rezou para que a loira atendesse. No sexto toque, atendeu.
- Rosie? - perguntou com a voz nervosa. - , Rosie.
- Fique calma, ok? Eu sei que é difícil, mas essas coisas acontecem.
- Bateram em Isco! Não sei o nome dele, empurrou o Isco! Rosie, não tá mais aqui.
- Ela foi atrás de ?
- Foi! Eu não sei se ela vai conseguir chegar perto dele, tá tudo uma confusão. Já teve outras duas expulsões para o Barcelona e Enrique saiu. O juiz pediu tempo. A briga parou.
- Respire, tudo aconteceu rápido demais. Eu preciso de um favor, certo? Diga a para levar direto para a casa dela, La Finca deve estar insuportável de repórteres na porta. Amanhã é para eles virem imediatamente para o meu escritório. Você pode fazer isso?
- Posso sim.
- Obrigada, . Diga para não deixar falar com repórter algum. Ninguém.
- Eu digo...
- Obrigada. - agradeceu mais uma vez e encerrou a ligação.
A noite iria ser longa para a advogada.

*


O salto alto batia contra o piso de granito do enorme escritório de advocacia que levava o sobrenome da família paterna da advogada. A Martinez Law Firm estava a todo vapor, já às oito e meia da manhã, como se todos estivessem apenas esperando por ela.
E estavam.
- As papeladas já estão em sua sala, Doutora. - a nova estagiária do escritório avisou assim que escutou o salto de Rosalie se aproximar. - O juiz já liberou a sentença.
- já chegou?
- Ainda não, Doutora.
- Assim que o jogador chegar, é imediatamente para a minha sala. - bebeu um gole do café que trazia na mão. - Bom dia, Isabella.
- Bom dia, Doutora Martinez.
Rosalie voltou a andar e rapidamente se viu sozinha em sua sala. Ela adorava aquela sala, não só porque era a antiga sala de seu avô, mas porque ali tinha uma parte dela. Não era uma simples sala de escritório. Sua vida estava em pequenas partes espalhadas por aquele lugar.
Martinez respirou fundo e ligou o MacBook, a sentença do juiz já tinha chegado. Rosalie bateu na mesa enraivecida.
O dia já tinha começado a dar errado.
- Desgraçado. - xingou e bebeu mais um gole do café. Agradeceu mentalmente pelo noivo ter lembrado de parar e comprar comida para ela, além da sua cafeína diária. Sergio Ramos sabia que aqueles dias não seriam nada fáceis para a mulher.
A advogada abriu a aba de anotações e antes que pudesse digitar o pedido de revisão da sentença, o telefone que ficava em sua sala tocou.
- Doutora Martinez? e acabaram de chegar.
- Eu disse que era imediatamente para a minha sala. Não precisava avisar. - e desligou o telefone, bufando. Rosie respirou fundo e escutou três batidas na porta. Levantou a cabeça e entrou com de mãos dadas em sua sala.
- Isso aqui é gigante. - o inglês falou assim que fechou a porta. - Oi, Rosie.
- Oi, . Oi, . Bom dia.
- Como as coisas estão? - foi quem perguntou primeiro. sorriu triste e sentou na cadeira que tinha de frente para a advogada.
- As notícias não são boas. O juiz decretou exatamente doze jogos de suspensão, a pena máxima para agressão dentro de campo.
- Doze jogos? - gritou, levando as mãos à cabeça. - Doze jogos? Eu vou perder o restante da temporada, Rosie! Tudo isso por um soco? Se eu soubesse, tinha matado ele ali mesmo.
- Não fala besteira! - foi a vez de gritar e o inglês bufou, jogando as mãos para o alto. - Doze jogos é muita coisa, Rosie.
- Eu sei! Vou entrar com o pedido de revisão de pena e ir ao tribunal. Só fique na sua por enquanto, certo? Finja que nada aconteceu. Eu vou organizar as coisas por aqui e você vai dar uma entrevista ao Líbero. Conte tudo o que aconteceu, seja sincero. Mas lembre sempre de dizer que vai arcar com as consequências de seus atos, isso é fundamental.
- Tudo bem, Rosie, eu faço o que for preciso. Mas você tem certeza que vai conseguir me livrar dessa pena? Rosie, são doze jogos.
- , você está em minhas mãos. Eu estou cuidando do seu caso.
- It's better call Martinez. - soltou, fazendo referência a uma antiga série que Rosie era apaixonada e as duas riram, deixando com cara de bobo tentando entender o que se passava. - Ela vai cuidar de você como eu cuidaria.
E então esboçou um sorriso. Ali ele soube que Rosalie Martinez iria dar o melhor de si para livrá-lo de toda aquela confusão.

*


Rosalie saiu do escritório apenas para almoçar. Agradeceu com um beijo no noivo quando viu o carro dele estacionado bem na porta do prédio onde a empresa estava sediada.
- Obrigada por ter vindo. Júnior ficou com a babá?
- Sim. Mamãe está lá também, fique despreocupada quanto a isso, certo? - Rosalie riu e Sergio acelerou com o carro. - As coisas estão muito ruins?
- Doze jogos. Depois do almoço vou ao tribunal.
- precisa ir também?
- Só o representante judicial, no caso, eu. O caso dos outros jogadores eu deixei para os outros, são mais fáceis de resolver. Tem uma coisa nisso tudo que me deixou feliz, sabe?
- Qual foi?
- Que você não está metido em confusão pela primeira vez na sua vida! - Rosalie brincou e o noivo balançou a cabeça negativamente, rindo.
- Pensei que você ia ter trabalho demais quando vi três jogadores do Barcelona em cima de e ele igual a um louco querendo brigar. Foi incrível, Corazón. Eu nunca vi ninguém ter a raça daquele menino. Ele não se importou com ninguém ofendendo ele o tempo inteiro do jogo, o provocavam e ele ficava quieto, fazia tudo certo. Até que mexeram com . Foi por isso que ele ficou daquele jeito.
- Como é? - Rosie perguntou com a sobrancelha arqueada, já com o celular na mão.
- Foi. só cometeu a falta em Enrique porque ele ofendeu .
- Artigo 106. - Rosie sussurrou e Sergio parou no sinal vermelho. - Liga para . - pediu e segundos depois a voz do inglês foi escutada dentro do carro.
- Aconteceu algo?
- Aconteceu! Como você não me diz que ofenderam ?
- Você não perguntou.
- ! - Rosie ralhou, como se estivesse falando com seu filho. - Foi antes do carrinho, não foi?
- Foi. Enrique falou de e fez menção ao tempo que esteve junto com ela, quando a agredia. A chamou de vadia, inclusive.
- Filho da puta. - Rosalie mexia rapidamente no celular, como se estivesse no meio de uma linha de raciocínio.
- Rosie?
- , eu acabo de resolver seu problema. Peça para ir ao meu escritório.
A ligação foi encerrada e Rosie olhava para o marido com um brilho no olhar, que Sergio sabia que tinha um só significado. Ela tinha conseguido achar meios para vencer o caso.
- Eu vou deixar uma marmita para você no escritório. - Sergio disse assim que deu seta para dobrar no retorno indicado. Ele iria levar a noiva novamente para o escritório.
- Eu já disse que amo você hoje?
- Ainda não.
- Eu amo você. - e beijou o rosto do zagueiro, logo voltando a sua atenção para o celular.

*


Rosalie entrou no escritório como se fosse um furacão, e todos que trabalhavam no seu andar sabiam que quando aquele fenômeno acontecia o melhor era deixá-la trabalhar como quisesse e só entrasse na sala quando fosse pedido.
A herdeira dos Martinez caminhava pela sala enquanto falava alto e claro tudo o que estava pensando, assim o comando de voz do MacBook escrevia automaticamente sem que a advogada precisasse sentar e desgastar sua coluna mais que o necessário. Rosie passou a mão pela barriga e resolveu ligar para a sua estagiária.
- Você conseguiu, Isabella?
- Os vídeos do jogo estão todos em seu e-mail, Doutora, acabei de enviar. O pessoal responsável do Real Madrid fez a busca e mandou exatamente os dois minutos que antecedem o carrinho até o final da briga.
- Ótimo trabalho, Isabella. Ótimo trabalho. - desligou e sentou-se na cadeira que antes pertencia ao seu avô.
Rosalie abriu o e-mail e, assim que baixou o vídeo, agradeceu pela equipe de som e imagem da La Liga. Os áudios dos jogadores estavam perfeitos.
Martinez sorriu e pacientemente escreveu o pedido de revisão de pena, pedindo palavra no tribunal. Ela iria provar que não era o vilão daquela história.
- Doutora Martinez? - Isabella perguntou ao abrir a porta do escritório. - chegou.
- Mande-a entrar. - Rosie disse e sorriu.

*


Assim que Rosie chegou em casa, a primeira coisa que fez foi tirar os sapatos altos e deixá-los na sala.
Júnior foi o primeiro a ouvir que a mãe tinha chegado, ele correu e abraçou a mulher pelas pernas.
- Senti muita saudade, mamãe! - disse e a espanhola o carregou no colo, fazendo carinho em seus cabelos negros. - Tio tava aqui.
- Veio com seu papá? - perguntou e o pequeno fez que sim com a cabeça.
- Ele tá dodói? Disse que não vai mais jogar futebol nunca mais.
- Ele vai ficar bem, pequeno. Mamá vai resolver tudo, ok? - o menino sorriu e deu um beijo molhado no rosto da mãe.
- Oba! Eu gosto de ver Tio jogar.
Rosalie não respondeu, mas ela também gostava. O inglês tinha conquistado a admiração e a amizade da espanhola muito rápido.
Para Rosalie, era um menino que tinha responsabilidades de um homem e sabia arcar muito bem com todas as consequências de seus atos. Os amigos mais próximos chegavam a brincar que era o filho mais velho de Rosie e Sergio, e aquilo era uma verdade. Ramos cuidava de dentro do clube, dava conselhos, o guiava, conversava, faziam jogadas juntos, era como se ele fosse seu conselheiro. E Rosalie cuidava das coisas judiciais, mas também dava sempre um lugar à sua mesa para . Era comum o inglês até mesmo passar seus dias livres com o pequeno Júnior, brincando dentro de casa ou o levando para passear, como se fosse seu irmão mais velho.
Era por aquele motivo que Rosie daria tudo de si para resolver aquele problema. Ela não iria aceitar doze jogos de punição para o seu menino tão fácil.
- Corazón? - Sergio perguntou assim que entrou no quarto, com a toalha enrolada na cintura, vendo a mulher brincar com o filho em cima da cama.
- Oi! - se esticou e lhe deu um selinho.
- Como estão as coisas para amanhã?
- Eu espero que dê certo. Não era necessária uma audiência, mas é importante que se mostre interessado em seus direitos. Você escutou alguma coisa na hora da confusão?
- Ficava provocando toda hora . Chamando-o de homossexual como se fosse um xingamento, mandava ele voltar para a "terra de merda" dele - fez aspas com os dedos - mas só perdeu a cabeça quando ele falou de . - Sergio sentou na cama - Como esse cara consegue ser tão podre?
- Ele é nojento. - Rosalie grunhiu e fez carinho no filho. - Eu só espero que o juiz tenha visto com cuidado os vídeos do jogo que mandei.
- Chance de diminuir a pena de ?
- Eu espero que sim. - Rosalie sorriu, esperançosa, e voltou sua atenção para seu pequeno.
Júnior estava crescendo cada vez mais rápido e o menino mostrava todo dia seu interesse por futebol. Rosalie só esperava que se ele seguisse a carreira futebolística, fosse um profissional sério e justo. Ele tinha muitos exemplos bons para seguir.
- Será que ele vai ser jogador?
- Vou. - Júnior nem esperou Sergio responder. O pequeno sabia que estavam falando dele. - Igual ao papá.
Sergio e Rosie sorriram, sabendo que estavam no caminho certo.

*


A porta do Supremo Tribunal da Espanha já estava lotada de repórteres. Rosalie sorriu assim que viu Luísa Clement no meio de todos aqueles sugadores de informações. Luísa era uma jornalista diferente de todos aqueles, fazia um trabalho sério e respeitoso, por aquele motivo Rosalie gostava da menina e estava decidida a fazer com que quando saísse do tribunal, respondesse somente às perguntas da loira.
Rosalie entrou na sala, que já conhecia como a palma de sua mão, e se surpreendeu ao ver ali. O inglês não tinha se atrasado para um compromisso. Rosie sorriu e o jogador a cumprimentou.
- ‘Tô bem vestido? – perguntou, mesmo já sabendo da resposta. usava uma camisa social branca sem nenhum amassado, a calça, também social, era de um tecido xadrez fino que parecia ter custado uma fortuna. No pulso trazia um relógio que Rosalie percebeu que combinava perfeitamente com o mesmo que a namorada usava.
- está melhor. - provocou, fazendo a atriz soltar uma risada baixa.
Os três conversavam baixinho e pareceram ignorar completamente os três advogados que estavam representando Enrique Ávilla ali. Mas Rosalie estava atenta a tudo. Enrique era tão baixo que nem se dispôs a ir à audiência, pensou enquanto tamborilava os dedos na mesa.

*


O juiz leu novamente a pena inicial de e o inglês sentiu seu coração doer. Jogar futebol era a única coisa que ele se via fazendo, e sabia que se aquela pena fosse deferida, tudo estaria acabado.
- Como a doutora pediu revisão de pena, com direito a audiência, aqui estamos. Recebi todo o material encaminhado, mas a palavra é sua, doutora. - disse e Rosalie levantou. Quando a advogada ajeitou o terno branco em seu corpo, sentiu que se dependesse dela, ele nunca iria parar de jogar.
- Não tenho muito o que falar, meritíssimo. As provas já foram encaminhadas, detalhando minuciosamente cada minuto do jogo em que meu cliente foi provocado, até o momento em que foi posto ao seu limite e explodiu. Não que isso justifique a agressão ao senhor Enrique, mas, perante o artigo 111, do Código Disciplinar da Real Federación Española de Fútbol, inciso um, alínea D, o senhor Enrique Ávilla comete desconcentração proposital ao meu cliente. Também se enquadra no artigo 116 onde diz que o ato de ofender, insultar, ameaçar e provocar o outro, terá sanção.
não entendia nada do que Rosalie estava falando, nem sabia que tinha tanto artigo assim no código disciplinar da federação espanhola, mas sabia que a advogada sabia com propriedade do que estava falando.
- Ademais, meritíssimo, se vossa excelência observar nas provas, o senhor Enrique Ávilla também se enquadra no artigo 106 e 107, quando o jogador apresenta claro comportamento intolerante, xenófobo e misógino. Além do mais, no dia do jogo pela La Liga, o jogador Enrique não poderia jogar, foi escalado irregularmente. Ávilla vinha de cinco cartões amarelos na mesma temporada da competição. Destarte, com a análise das provas e dos argumentos aqui expostos, peço a revisão de pena do meu cliente, .
Rosalie voltou para seu lugar e deu três tapinhas na coxa direita do inglês. Ela só tinha soltado a bomba e estava aguardando plenamente que ela explodisse bem em cima dos advogados de Enrique e do clube.
- Irregular?
- Não era para Enrique nem estar perto de campo. E tem mais, , ele não cumpriu a ordem de restrição de . Ele estava a menos de 200 metros de distância dela na hora da confusão, estava sentada na beira de campo praticamente. - Rosalie sorriu. - Ele caiu.
A história tinha tomado um rumo completamente diferente, que jamais se atreveu a imaginar que seria possível. Ele que tinha sido pintado de vilão pelas grandes mídias da Catalunha e até algumas da Espanha, não era o malvado da história. O inglês tinha errado sim, mas o título de príncipe problema não era dele. Não mais.
E quando o tribunal ficou em silêncio, Rosalie sabia que tinha chegado a hora que mais gostava naqueles dias. A hora da sentença do juiz. Rosie sabia que sentenciar não era apenas um ato racional, pelo motivo de que envolvia antes de qualquer coisa, a atitude de um ser humano perante o arsenal de provas e a exposição dos argumentos. E como uma excelente advogada, Martinez sabia perfeitamente da importância dos elementos emocionais na sua fala. Por isso, ter presente era importante, o fato de uma outra vítima de Enrique estar ali presenciando o julgamento também.
Era como se fosse um enorme quebra cabeça que Rosalie amava montar.
- Em suma, August cumprirá 3 jogos de suspensão apenas pela Liga. O réu está liberado para jogar outros campeonatos que seu clube dispute.
não escutou mais nada depois que o juiz deu sua sentença final. Rosalie levantou e sorriu vitoriosa para o outro lado, apertou a mão de e lhe deu um abraço apertado. Pela primeira vez viu o inglês chorar.
O jogador estava com seu rosto molhado pelas lágrimas e foi quem secou, usando seus dedos, depositando em seguida um selinho demorado nos lábios do namorado. a abraçou forte e Rosie só conseguiu escutar a risada fraca da menina.
- It's better call Martinez. - a advogada sorriu para e o abraçou novamente. - Eu nem sei como te agradecer, Rosalie! Isso foi incrível!
- Não se meter mais em confusões até a próxima temporada é uma ótima forma de agradecimento. - brincou e o inglês riu.
- Fico feliz, . - o sotaque espanhol carregado que Rosie conhecia melhor do que ninguém se fez presente. A advogada virou rapidamente e deu de cara com o noivo usando roupa social e um óculos escuro em cima da cabeça. - E eu estou orgulhoso de você.
- Você veio!
- Eu adoro brigas de cachorro grande. E você venceu mais essa. - Sergio riu e deu um beijo na testa da noiva. - Júnior também vai ficar orgulhoso quando entender o que você fez hoje.
- Eu sei que sim. - respondeu e abraçou o seu camisa 4.
- Trouxe para você, vai precisar quando nós sairmos. - e Sergio tirou um óculos de sol da Armani do bolso. sorriu, agradecido, e os colocou.
- Não vou mais devolver. - disse enquanto ajeitava a armação em seu rosto, fazendo os outros rirem.
- Vamos comemorar em algum restaurante? - Rosie perguntou e repousou a mão na barriga. encarou o movimento repentino, mas que já estava se tornando costumeiro, com a sobrancelha arqueada, e a espanhola sorriu.
tinha entendido o que Rosalie Martinez ainda não havia dito para ninguém.

Capítulo 25

🎬


03 de abril de 2016

rolou pela cama e fez careta ao perceber que seu namorado não estava mais ali, até que escutou risadas. Abriu os olhos e rapidamente jogou um travesseiro em direção ao rosto do inglês.
- Sentiu saudades, foi?
- Vá se ferrar. - grunhiu e o namorado se jogou por cima dela, beijando todo seu rosto. - Eu acabei de acordar.
- Deveria escovar os dentes. - provocou e a menor começou a socar seu corpo, empurrando-o para fora da cama.
- Você estava cada vez mais ridículo. - não aguentou fingir irritação com o mais velho e começou a rir. depositou um selinho no namorado e deitou na cama com a cabeça em seu colo. - Então, como as coisas estão?
- Três jogos da La Liga, você sabe. Mas o que você não sabe é que eu ‘tô fora de um derbi. Meu primeiro derbi. - disse com ar triste, mas sorriu. - Pelo menos não vou perder nenhum jogo da Champions!
- Amém, Rosalie! - soou animada e começou a fazer cafuné no loiro. - Ei, você sabe que dia é hoje?
- Três de abril, por quê?
- É a semana do seu aniversário! – gritou, animada, e empurrou o namorado para cima. - Eu amo aniversários e já comecei a preparar o seu! Pensei em uma coisa pequena, certo? Mas ao mesmo tempo vai ser incrível e eu tenho certeza que você... - parou de falar ao perceber a expressão triste do jogador. Ele não parecia nada animado com aquela situação. - O que aconteceu?
- Nada. - respondeu rápido, fingindo que não estava incomodado com a situação.
- August , não minta para mim. O que aconteceu?
- Eu só não comemoro meu aniversário. Não gosto desse dia.
- Não gosta? Eu consegui lembrar de quando éramos crianças e eu organizava todos os seus aniversários com sua mãe... - olhou para ela com uma expressão de "Tá vendo?" e parou de falar novamente.
Era ela com Sue quem organizava. só chegava, cantava os parabéns, recebia os presentes e depois os dois iam brincar no quintal da casa de Sue . só comemorava seus aniversários porque ela estava lá. E sumiu depois que completou doze anos.
- Tudo bem, . Irei cancelar tudo.
- Você realmente já tinha organizado as coisas? - perguntou, com ar de culpa.
- Não importa. - a menina respondeu, desanimada, e levantou da cama. - Vou tomar banho.
E então deixou sozinho no quarto que tinha dormido com ele, na enorme casa em La Finca, sendo que tinha um banheiro no quarto do jogador.
- Estúpido. - grunhiu para si mesmo enquanto batia na própria testa.
digitou algo rapidamente no celular e assim que escutou o barulho d'água contra o chão, mandou uma mensagem para a namorada e saiu de casa.

⚽️


- Onde fica isso? - perguntou enquanto tirava o carro da garagem.
- Benzema que sabe, vai te mandar a localização. Tá dirigindo e falando no celular?
- Tá no viva-voz, donzela. - respondeu para o amigo espanhol e agradeceu pela informação antes de desligar.
Segundos depois, recebeu a mensagem do francês, seu companheiro de equipe, e jogou na tela do carro o endereço que ele tinha repassado.
dirigia pelas ruas de Madrid como se morasse ali fazia anos. O jogador amava dirigir e fazia aquilo como se fosse natural. se sentia muito bem quando estava atrás do volante, a sensação só não era melhor do que a tinha quando entrava em campo para defender o Real Madrid.
A mulher do GPS mandou ele dobrar na esquerda e parar depois de seis metros, e foi assim que o jogador fez. estacionou perfeitamente em frente a uma loja que aparentava ser pequena, completamente vidrada, com sua logo em dourado e todos os detalhes em branco.
Venus Et Fleur.
O jogador desceu do carro ainda boquiaberto com a fachada da loja. Podia perceber que mesmo aparentando ser pequena, disso não tinha nada.
Karim Benzema realmente tinha acertado na sua indicação.
- Meu Deus, você está aqui! - Tália soou extremamente animada e surpresa, fazendo a olhar com uma expressão confusa. Mas logo o jogador lançou um sorriso para a morena que o tinha atendido. - Desculpe, oi! Seja bem-vindo. - pareceu se recompor quando a mulher que estava no balcão lhe lançou um olhar intimidador.
quis rir. A moça que o tinha recebido parecia ter um certo receio de fazer besteiras quando a outra estava presente. Chegava a parecer que eram irmãs. Sem contar o fato delas serem quase idênticas. As duas usavam roupas inteiramente brancas e as pessoas só as diferenciavam pela cor dos cabelos. Até os olhos eram iguais.
- Tudo bem! Hm, você poderia me ajudar?
- Eu ajudo. - a mulher, que antes estava no balcão observando a pequena cena, aproximou-se e tocou nos ombros da outra. - Deixe comigo, Sis. - então ela saiu e a recém-chegada lançou um sorriso amistoso para o jogador. - Eu sou a Fleur, peço perdão pela minha irmã, Tália deve tê-lo confundido com algum desses modelos ou jogadores que ela gosta tanto.
- Modelo? - perguntou e soltou uma risada baixa. - Obrigado pelo elogio. Sério. Mas eu sou jogador de futebol, jogo no Real Madrid, sabe? - perguntou como se fosse a coisa mais natural do mundo, enquanto a loira dava um leve tapa em sua testa.
- Karim Benzema. - sussurrou o nome do francês e lhe olhou com a mesma expressão que fazia quando seus amigos lhe contavam uma fofoca relacionada com mulheres.
- Você o conhece? - perguntou só para ter certeza, mas a mulher não respondeu, apenas balançou a cabeça afirmativamente, como se quisesse fugir do assunto. - Deixe para lá. - riu novamente. - Então, Fleur, eu quero comprar flores para a minha namorada.
- Alguma ocasião especial? - perguntou com certo brilho no olhar. Fleur achava a coisa mais linda quando um homem resolvia presentear sua amada com flores.
- Não. Quer dizer, eu acho que fiz besteira, sabe? Ela queria fazer algo legal por mim e eu fui meio ranzinza.
- Por que vocês são sempre assim? - perguntou e pareceu se arrepender quando arregalou os olhos e sussurrou um pedido de desculpas.
- Gostei de você. - foi sincero e a loira riu. - Mas e aí, o que você acha?
- Como é a sua namorada? – perguntou, inocente, e travou.
perdeu a fala e não percebeu que estava com um sorriso besta nos lábios e um brilho no olhar que Fleur achava raro. A mulher achou aquilo a resposta mais bonita para a sua pergunta. O jogador estava completamente apaixonado.
- é incrível. - conseguiu dizer. - Ela é simples, sabe? Mas ao mesmo tempo é elegante e chique. Ela consegue fazer todo mundo gostar dela e isso é demais! Não é algo que é forçado, já nasceu com ela, entende? é uma mulher forte e delicada. Ela já passou por tantas coisas na vida que, sinceramente, me pergunto todos os dias por que uma mulher como ela está comigo. O mais incrível nela é que ela faz com que eu me apaixone ainda mais, todo santo dia. - Fleur o olhava, encantada. O que sentia pela sua namorada era lindo, e ela só queria que algum dia alguém a olhasse daquele jeitinho também. - Pareci bobo, desculpe.
- Relaxa! Você parece amar essa mulher com um nome diferente. - brincou e os dois riram. - . Aproveite isso, sabe? É tão difícil nos dias de hoje a gente encontrar alguém que goste da gente desse jeito. - falou e começou a caminhar pela loja, indicando para fazer o mesmo. - Achei o presente perfeito para você levar para .
sorriu assim que a loira ficou de frente para uma sessão de flores que ele jurava nunca ter visto na vida.
tinha gostado de Fleur. E sabia que seu companheiro de equipe também.

🎬


estava chateada e não conseguia esconder isso. Mas a atriz sabia que tinha sido culpa dela planejar tudo sozinha e nem ao menos se quer perguntar para se ele queria algo no seu aniversário.
Mas aniversários eram tão incríveis, pensou ao tirar a pipoca do microondas. Abriu o saco e jogou tudo dentro da vasilha que tinha achado, encheu um copo de refrigerante e foi para sala, dando o play em um dos seus filmes preferidos.
Talvez Troy Bolton gostasse de aniversários, pensou ao ver o personagem sendo escolhido para cantar no karaokê da festa de ano novo. Era o ensino médio que ela nunca tinha tido, assim como quase todas as outras garotas do mundo.
riu sozinha ao ver Gabriella subir extremamente tímida no palco e pensou no quanto gostava de assistir filmes daquele gênero. Ela zoava por escutar Justin Bieber, mas era igualzinha com filmes adolescentes. Inclusive, ela fazia filmes adolescentes.
No momento em que Troy se deu conta que a voz de Gabriella era incrível e virou para encará-la, a campainha tocou, fazendo resmungar.
- Só pode ser Isco ou Bale querendo fofocar com . - reclamou enquanto caminhava para a porta. Assim que abriu, deu três passos para trás e ainda permanecia boquiaberta.
estava na porta da casa dele com um lindo buquê de flores rosas, junto de outra caixa arredondada da floricultura Venus Et Fleur. só tinha visto imagens dela pela internet, nunca tinha ganhado nenhuma.
- Você é um idiota. - murmurou e beijou o namorado.
- Eu esperava um "você é incrível, amor!" - brincou e entregou o buquê para a atriz, sorriu igual uma criança e logo pegou a caixa também.
- Você não pode comprar flores lindas todas as vezes que nós nos desentendemos. – disse, fazendo referência à última vez que levou para ela e eles brigaram ainda mais. sentou no sofá e abriu a caixa que a tinha entregado. - Retiro o que eu disse, você pode sim. Aliás, você deve.
riu, e sentou ao lado da namorada. deixou as flores em cima da pequena mesa e assim que se ajeitou no sofá, a deitou, beijando-a em seguida.
- Eu amo você. - sussurrou e passou a mão pelo rosto do jogador. - Você é uma pessoa incrível. - sorriu e a beijou novamente.
- Você já cancelou as coisas?
- Ainda não, por quê? - perguntou e o loiro se levantou, sentando no sofá e colocando suas pernas enormes por cima de .
- Não precisa cancelar. Pode fazer a festa.
- Você está falando sério? - perguntou quase em um grito.
- Estou. - respondeu e pegou o balde de pipoca, tirando a televisão do pause. - High School Musical, sério?
- Cale a boca.
- Eu juro que não sei quem é pior. Isco e ou você.
riu e o socou, pegando a pipoca para si. Voltou sua concentração para o filme, mas a tempo de perceber cantarolando junto com Troy, Gabriella e ela. nunca desejou tanto estar com seu celular em mãos.

"I never knew that it could happen till it happened to me, I didn't know it before but now it's easy to see! It's the start of something new, it feels so right to be here with you."

Capítulo 26

"Um fio invisível conecta os que estão destinados a conhecer-se...
Independentemente do tempo, lugar ou circunstância...
O fio pode esticar ou emaranhar-se,
mas nunca irá partir."
— Antiga crença chinesa


13 de abril de 2016



acordou com uma sensação esquisita. Sua cabeça doía como se tivesse ficado a noite inteira acordado em um local barulhento, mas o único barulho que tinha era o dos seus pensamentos que pareciam estar cada vez mais acelerados. não sabia o motivo de estar daquele jeito. Talvez porque fosse o dia do seu aniversário e ele não gostasse muito daquela data. Por vários motivos.

~*~


- Mamãe, mamãe! - , com seus recém quatro anos completos, chamava pela mãe animado enquanto descia as escadas de casa. - Sabe que dia é hoje?
- Eu esqueci. - Sue mentiu somente para ver o bico da criança se formar quase imediatamente.
- É meu aniversário! Um dia só para mim! vem, não é?
- Vem, filho! Kalani e Ives também.
- Sabe por que hoje é legal, mamãe? - perguntou, ignorando completamente a resposta da mamãe. - Você disse que meu pai voltaria no meu aniversário trazendo um carrinho de controle remoto! Ele vai voltar mamãe. - disse, animado, e correu de volta para o quarto.
O menino era criança demais para perceber o quão machucada a mãe estava. A mãe que não via o homem que infelizmente era pai do seu filho há quatro anos e alguns meses. A mãe que se culpava todos os dias quando o filho perguntava pelo pai. A mãe que tinha que suportar o abandono do homem que a tinha largado em seu quarto mês de gestação. não tinha noção da mãe gigante e forte que tinha.
Sue se sentou e aproveitou que estava sozinha, então chorou. A mulher não percebeu que a criança assistia toda a cena em silêncio. Só percebeu quando sentiu as mãozinhas do filho a tocarem.
- Ele não vai voltar, não é? - a criança perguntou e a mãe ficou em silêncio. - Mamãe...
- Não, Sunshine. Ele não vai voltar. - o coração de Sue estava mais quebrado do que nunca. E pareceu que alguém o esmigalhou quando seu menino chorou sentado aos seus pés. Sue levantou rapidamente e carregou , subiu as escadas com dificuldade e deitou em sua cama com ele.
- Por que meu pai não gosta de mim? - Sue ficou em silêncio e apertou o filho ainda mais contra o seu corpo.
- Eu estou aqui, Sunshine. E eu amo você, lembre disso. Eu amo você, . Eu nunca vou te abandonar.

~*~


sorriu ao ver o nome da mãe em suas notificações e lagrimou quando viu a pequena mensagem que Sue tinha escrito. era capaz de fazer tudo pela mãe, porque só ele sabia o quanto ela tinha sido forte e quanto ela ainda era incrível.
O jogador limpou os olhos e respirou fundo para que as lembranças ruins de sua infância não aparecessem naquela hora. Respondeu a mãe e alguns amigos no Instagram e foi em direção ao banheiro, ele precisava de alguns minutos embaixo d'água para pensar e recarregar as energias para o dia que só tinha acabado de começar.

*


não tinha aparecido o dia todo. riu quando viu uma pequena mensagem dela no Whatsapp, desejando parabéns e que o presente dele sempre seria ela. E ela não estava errada.
A campainha da casa tocou e, antes que pudesse abrir a porta, Isco entrou acompanhado de Bale, fazendo barulho.
- Está ficando velho! - Bale gritou e Isco o empurrou, para que ele parasse de gritar.
- Ainda não entendo o porquê de vocês ainda tocarem a campainha.
- Questão de educação, . Sua mãe não ensinou isso? - Isco perguntou, debochado, e jogou uma almofada em direção à sua cabeça.
- Cadê Júnior? Eu já não disse que agora você só entra aqui se tiver ele? - Francisco o olhou, fingindo estar ofendido.
- . O menino gosta mais da namorada do pai do que do pai.
- Pau no cu. - Isco xingou o galês, rindo, mas concordando em seguida. - Ele disse que ia ajudar a arrumar as coisas para o dia do Tio .
- Ele me ama mais do que você.
- Forçou agora. - Isco disse e revirou os olhos. - Vai se arrumar.
- Pra quê? - perguntou e se arrependeu, com Bale que bateu com as mãos na cabeça. - Cinco minutos.
- Quatro e meio. - Gareth avisou e o inglês saiu da sala às pressas.
Eles estavam ali para buscá-lo. tinha pensado em tudo, sussurrou e deixou um sorriso escapar de seus lábios. Talvez, finalmente, ele teria um aniversário muito bom. se vestiu e rapidamente já estava no carro de Bale.
Ele mal podia esperar para ver o que a namorada tinha aprontado.

*


O lugar escolhido ficava um pouco distante de La Finca e mais ainda do centro. se surpreendeu em como o lugar inteiro parecia aconchegante e acolhedor.
- Vamos entrar. - Isco disse e Bale empurrou o inglês pelas escadas, que levavam ao bar chamado La Canela.
- Por que está tudo escuro? - perguntou, segurando no ombro do espanhol enquanto o galês segurava na barra da sua camisa. - Tem certeza que esse é o lugar certo, caralho?
E então, fechou os olhos quando diversas luzes que pareciam ser de neon acenderam ao mesmo tempo.
E elas eram. Assim que abriu os olhos, percebeu que o bar era todo decorado por luzes em neon, até mesmo o palco que tinha uma iluminação diferenciada, tinha até uma placa avisando "Karaokê" em cima dele. Era um barokê.
riu e bateu palmas quando viu todo mundo que nutria um carinho gigantesco ali.
Benjamin Schnetzer, o grande amigo que tinha ganhado graças a sua vida de jogador; Libanesca, a menina dos cabelos de fogo e expressão desafiadora que lhe colava medo mas ao mesmo tempo, lhe passava um ar de cumplicidade; Aimee, amiga de e namorada de seu amigo Rafinha que também já tinha se tornado sua amiga; Lívia Khröls que de início só era amiga de sua namorada, mas depois se tornou muito especial para ele, era graças a loira que tinha saído bem e vivo do seu último porre desastroso; Dave Bettinelli, o goleiro que era seu companheiro no time de base da seleção inglesa; estavam também seus companheiros mais próximos de time e sua família adotiva, como costumavam brincar, Rosalie Martínez, Sergio Ramos e o pequeno Ramos Júnior, além de e Alba Saavedra, as duas mulheres que tinham conquistado sua amizade e lealdade.
- Ah, cara. - foi a única coisa que se permitiu falar, antes de cair em lágrimas quando escutou uma voz conhecida invadindo todo o espaço. Era a mulher de sua vida.
- Parabéns para você... - Sue começou a cantar e caminhou até onde estava, carregando um bolo, sendo seguida por Kalani, e Ives. - Muitas felicidades...
- Muitos anos de vida! - todos cantaram e não conseguia esconder o quão emocionado estava. Ele nunca tinha tido um aniversário com tantas pessoas que o amavam. O jogador nem sabia que era tão amado assim.
tinha uma família gigantesca que fez ao longo de seu caminho, e ele era grato por aquilo.
- Faça um pedido. - pediu e o jogador puxou a menor, abraçando-lhe forte.
- Eu tenho tudo o que eu quero bem aqui. - sussurrou e a atriz sorriu, dando-lhe um selinho. apagou as velas que representavam os seus 23 anos e levantou as mãos para o alto quando escutou os gritos dos convidados.
Sue deixou o bolo em cima da mesa e puxou a mãe para um longo abraço. Ele sentia falta da mulher da sua vida.
- Meu Deus, mãe! Você nem me disse que vinha.
- não deixou ninguém dizer.
deu de ombros e foi abraçada pelo pai, mas logo Kalani puxou para um abraço. O homem bagunçou os cabelos do menino e depositou um beijo no topo da sua cabeça.
- Eu estou orgulhoso de você, . Parabéns e obrigado.
- Obrigado? Eu que sou grato por você...
- Não, . Obrigado mesmo. Obrigado por estar cuidando da coisa mais importante que eu tenho nessa vida. - Kalani disse e lançou um olhar para , que ria enquanto conversava com suas amigas. - Eu disse para ela uma vez que coisas boas estavam por vir e que ela só tinha que ser paciente. Eu tinha a certeza que vocês iam acabar se esbarrando por Madrid, mas eu nunca pensei que vocês iam voltar a ficar juntos. Isso é destino, . - Kalani bateu no ombro do inglês. - Akai Ito. É uma lenda chinesa que diz que no momento do nascimento, os deuses amarram uma corda vermelha invisível nos tornozelos dos que estão predestinados a ser "alma gêmea". Conta que, aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar as duas pessoas que estiverem interligadas, irão se encontrar. - encarou Kalani, que estava com lágrimas nos olhos. - Obrigado por encontrar minha filha, .
não precisou responder e nem precisava. O senhor o envolveu em um abraço apertado e demorado, mandando-o se recompor em seguida e ir cumprimentar seus amigos. Antes que pudesse ir, puxou para um canto e a beijou.
- Obrigado. - sussurrou.
- Você gostou? – perguntou, animada, e o loiro riu.
- Eu amei, . Eu nunca tive um aniversário assim, com tanta gente que gosta e se importa comigo. Obrigado por me mostrar isso. - sorriu, passou as mãos pelo rosto do namorado e o beijou calmamente.
- Aí, tá bom já, vocês dois! Assim eu não fico um tempo com a minha irmã. - Ives interrompeu os dois. - , teus amigos estão chamando e , Victoria e eu temos que te falar algo.
revirou os olhos e foi com o irmão. Ives só queria avisar o que todo mundo já sabia, porque era claro. Ele estava namorando com a menina Victoria, que também era uma cantora, mas estava em início de carreira.
foi falar com seus amigos e recebeu muitas congratulações pelo seu dia, tirou fotos e sorriu verdadeiramente em todas elas. Tomou doses de tequila com Dave, disputou quem conseguia beber mais rápido com Benjamin, Libanesca e Bale, e ganhou um dos melhores presentes possíveis de Aimee. A francesa tinha lhe dado um passaporte exclusivo para o parque da Ferrari em Dubai. já sabia para onde ia quando tirasse suas férias.
- Eu não acredito nisso. - Alba, a dentista que tinha virado sua melhor amiga, disse e apontou para o palco.
- Por que você está com uma garrafa d'água quando tem um puta open bar que organizou? – perguntou, ignorando a mulher.
- Depois conversamos. - disse rapidamente e duas vozes conhecidas preencheram o local.
- Puta que pariu. - gritou entre risos, ao ver e Isco, já alcoolizados, inaugurando o palco do karaokê. - Justin Bieber não!
- Cala a boca que vai ser sim! - gritou quando Isco já estava cantando.
não podia acreditar, que estava se divertindo como nunca ao ver todos os seus amigos, alcoolizados, se divertindo e cantando Justin Bieber junto de Isco e .
- Quem diria que um dia esse pessoal ficaria bêbado ao som de Justin Bieber!
- Vai, Sergio! - Marcelo gritou quando o espanhol subiu no palco e começou a cantar outra música do canadense junto dos dois.
- Vou pegar meu filho e ir embora. - Rosie gritou, entre risadas. Mas o filho estava correndo pelo local acompanhado de Francisco e Cristiano Jr., as três crianças pareciam ser melhores amigos de anos.
- Ei, eu quero! - Bale gritou quando outra música do cantor começou e puxou junto com ele. Alba balançou a cabeça negativamente e , assim que viu o namorado com os amigos no palco, pegou o celular e filmou tudo. Ela não o deixaria esquecer aquele dia jamais.

"Cause all I need is a beauty and a beat. Who can make my life complete."

- Eu faço a parte do rap! - Bale gritou e todos começaram a gritar enquanto ele fazia sua performance da parte de Nicki Minaj.
Os cinco cantavam, dançavam e bebiam, enquanto os outros convidados se divertiam com o pequeno show desafinado que estavam recebendo. Até que eles cansaram e subiu no palco.
- Teve um dia que peguei cantarolando todas as músicas de High School Musical enquanto eu assistia! - revelou e todos começaram a gritar, entre risadas. - Meu namorado estava se achando o Troy Bolton!
- Rosie me defende!
- Vai Wildcats! - Benj gritou quando o loiro subiu ao palco.
- Só aceito cantar aquela do final.
riu e o playback de Breaking Free começou. Dali do palco, os dois tinham uma visão perfeita de todos os seus convidados. A mais nova dos estava feliz demais por ver todas aquelas pessoas ali, principalmente seu pai, irmão e Sue.
A grande família estava reunida de novo.
Mas parou de cantar quando viu um homem entrar no local e a mãe querer ir para cima dele. A música parou no instante em que Kalani puxou Sue, que tinha raiva em seu olhar, pela cintura.
- Sue, calma. - o homem, loiro e alto, que nunca tinha visto na vida pediu. - Eu estou aqui.
- Era para você estar no inferno! - a mulher gritou e correu para o lado da mãe.
- Quem é você? - perguntou ríspido para o homem.
- Cale a boca! - Sue gritou, se debatendo de todas formas nos braços de Kalani. - Cale a merda da sua boca.
- Eu sou seu pai, .
O mundo de tinha caído. Tudo começou a ficar embaçado demais, parecia que as coisas estavam girando. empurrou o homem e saiu do bar, sendo seguido por .
Não era possível.
- Quem é aquele homem? - perguntou, já fora do bar.
E quando o abraçou, deitou sua cabeça em seu peito e chorou, soube que aquele era o homem que o tinha abandonado bem antes de nascer.

Capítulo 27

All I wanted was a kick-a-bout in the park
for you to race me home when it was nearly getting dark
how I could've been yours, and you be mine
it could've been me and you until the end of time.
I wont be the lonley one
sitting on my own and sad
a fifty year old
reminiscing what I had
I wont be the lonley one
sitting on my own and sad
forget your dad, he's gone.

Daddy's Gone - Glasvegas



🎬


13 de abril de 2016

A cabeça de Sue ainda tentava processar os últimos minutos.
Em um instante, seu único filho estava cantando uma música com sua namorada animadamente em cima do palco, e em outro, aquele verme aparecia na sua frente, depois de 23 anos, como se nada tivesse acontecido. Como se ele não tivesse lhe abandonado, grávida de cinco meses; como se ele não tivesse ignorado todas as cartas que havia lhe escrito durante todo o primeiro ano de vida de . Como se ele não tivesse feito o seu menino sofrer quando criança por saber que tinha um pai e ele não o queria.
Hodge Shaw tinha aparecido como se fosse uma boa pessoa.
E então, antes que pudesse bater no rosto daquele homem, Kalani a puxou pela cintura ao mesmo tempo em que ela se debatia feito louca. Alguém precisava tirar aquele homem dali antes que o visse. Antes que soubesse que aquele homem tinha seu DNA. não merecia aquele pai, não mesmo.
- Era para você estar no inferno! – Sue gritou e percebeu que o filho já estava ao seu lado, olhando com raiva e desconfiado para o homem.
- Quem é você? – o inglês perguntou, ríspido, para o homem.
- Cale a boca! - Sue gritou, ainda se debatendo de todas as formas nos braços de Kalani. Ela precisava tirar aquele homem dali. - Cale a merda da sua boca.
- Eu sou seu pai, .
E antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, empurrou o homem e saiu dali com em seu encalço.
Aquilo não era justo, nada daquilo era justo. Não no dia do aniversário de , com , depois de tudo o que ele já tinha passado. Logo agora que sua vida estava nos eixos e tudo estava dando certo. Hodge Shaw tinha aparecido só para fazer a vida da família virar um inferno.
- O que você quer aqui? – foi Kalani quem perguntou ao soltar Sue, que se segurava para não chorar na frente do homem. – Você não é bem-vindo e nunca será, vá embora.
- Eu vim conhecer o meu filho, tenho esse direito.
- Agora você quer conhecer o meu filho? Depois de todos esses anos, depois de nos ter abandonado? Depois de já estar criado e finalmente feliz? Você não passa de uma farsa, Hodge. Saia daqui e não volte nunca mais, não merece isso. – foi a última coisa que Sue disse antes de dar as costas para o homem.
- Senhora , aqui. – chamou a mulher, que tremia bastante, a guiou até os sofás vazios e Alba lhe estendeu um copo cheio d'água.
- Tem açúcar, vai ajudar.
- Cadê meu filho? – perguntou ao pegar o copo da mão da dentista. – Cadê meu ?
- Ele está lá fora com . Ele vai ficar bem. – foi Rosie quem falou, sentando ao lado da mulher.
- Não, ele não vai. – Sue respondeu ao repousar sua mão na coxa da advogada. – demorou um certo tempo para começar a fingir que não ligava para o fato do pai ter desaparecido. Ele sempre escondeu isso de todo mundo, sempre fingiu que não era importante. odeia comemorar seu aniversário por causa do pai. Hoje foi a primeira vez depois de anos que vi feliz, comemorando com os amigos, realmente feliz. Ele não vai ficar bem, querida. – Rosie abaixou a cabeça, colocou sua mão por cima da de Sue e chorou junto da mulher.
A advogada tinha um carinho gigantesco por e, no fundo, sabia que a maneira de lidar com seus problemas não era a mais saudável de todas.

*


abraçou e sentiu seu coração pesar quando as lágrimas do namorado molharam todo seu colo. Ela nunca havia visto daquele jeito, tão desprotegido. Era como se ele tivesse novamente seis anos de idade e tivesse percebido que o pai não voltaria para casa nunca mais. Mas seu pai estava ali depois de 23 anos. E agora ele era a última pessoa que queria ver.
- Esse homem não é meu pai, . Ele não pode ser meu pai. Meu pai está morto. Ele está morto para mim. – e cada palavra cortava o coração de de uma maneira que nem ela sabia que poderia sentir. Mas ela sabia que estava sentindo tudo em dobro, a cabeça dele estava uma verdadeira bagunça.
- ? – uma voz masculina chamou pelo nome do jogador e ele soltou a namorada, cerrando os punhos em seguida. – Você se parece comigo.
- Eu não pareço com você. – gritou, cheio de ódio. – Eu não tenho nada a ver com você. Você não é meu pai.
- Filho...
- Não me chama de filho, porra. – bateu no capô de seu carro e encarou o homem. Seu olhar continha mais decepção que raiva ou ódio. estava decepcionado. – Você e nada para mim é a mesma coisa.
E então, o inglês entrou em seu carro e acelerou para longe dali. não conseguiu dizer uma só palavra, tudo estava acontecendo rápido demais. A atriz apenas correu para dentro do bar e começou a gritar desesperada por Isco e Ramos.
- ? , olhe para mim. – Isco disse, tentando passar calma para a mulher, mas ela soluçava e colocava as duas mãos sobre o rosto. O espanhol a pegou pelos ombros e o encarou. – , o que aconteceu?
- Cadê ?
- , olhe para mim. Por favor, só me escute. O que aconteceu?
- foi embora. – sussurrou e sentiu sua cabeça girar. Ela sabia que não estava bem. Ela sabia que ele iria fazer alguma besteira. Ela sabia de tudo isso porque ela iria fazer a mesma coisa. também tinha sido abandonada, só que pela mãe, e ela sabia que nada de bom iria resultar aquele encontro. – Ele acelerou com o carro e foi embora. – Isco a envolveu em um abraço e sentiu seu corpo fraquejar.
- Eu sei para onde ele deve ter ido. Isco, vem comigo. – Sergio avisou e prontamente o espanhol já estava ao seu lado.
- Eu vou com vocês. – decretou. – E nem ousem dizer não.
- Não. – a voz de Kalani se fez presente e todos encararam o homem.
Ninguém ousaria contrariá-lo, para falar a verdade. era um homem alto, que chegava quase aos 1,90 de altura, sua pele era negra, tinha uma barba por fazer que o grisalho se confundia com o preto, lhe dando um ar ainda mais de seriedade, e seu cabelo perfeitamente cortado já era praticamente inexistente. Ainda assim, com todo o seu 1,56 de altura, cruzou os braços na altura do peito e encarou o pai com um bico formado em seus lábios.
– Não adianta fazer bico, mocinha. – bufou e seu bico pareceu aumentar. – Você irá ficar com seus amigos e irmão.
- Kalani. – foi Sue quem o chamou e imediatamente o homem foi em sua direção, ignorando a birra da filha que era levada para perto do bar pelos amigos que vieram diretamente da Alemanha.
- Eu irei trazê-lo igual da última vez. – sussurrou e envolveu a mulher em um abraço, lhe dando um beijo na testa. Sem falar mais nada, Sue sabia que Kalani iria cumprir o que tinha dito.

⚽️


Sergio Ramos ligou o carro e respirou fundo, rezando internamente para que realmente estivesse onde ele cogitou que o inglês estaria. O fato do relógio marcar mais de duas horas da manhã também não ajudava o espanhol a pensar coisas positivas, tinha uma mania de dizer que nada de bom acontecia depois das duas horas. Sergio só esperava que fosse mania de ser negativa, a última coisa que queria era que não estivesse bem.
- Você acha mesmo que ele está lá? – Kalani perguntou, preocupado. Sérgio apenas balançou a cabeça positivamente, esperando não estar errado.
- É um local afastado. Eu tenho uma espécie de fazenda em Sevilha, tem um tempinho que levei e meu filho lá pela primeira vez, e ele simplesmente ficou apaixonado. Passamos o dia todo vendo os cavalos, o lugar, até aprendeu a montar e acabou ensinando Junior. Depois entramos em casa, bebemos duas cervejas e foi quando me contou toda a história do pai enquanto Junior brincava com o LEGO que tinha ganhado. E foi quando ele disse que o seu sonho era ser pai e criar o filho do jeito que nunca tinha sido criado, sabe? E do nada ele decidiu que queria criar o filho afastado da capital, em um lugar parecido com aquele. Eu tenho um contato de um amigo próximo que me ajudou na construção da Yeguada e acabei ligando, Vicenzo nos repassou o número de um local que estava à venda, em Andaluzia, e na mesma hora marcamos um encontro com ele ali. ficou apaixonado pelo espaço e comprou. Nem pensou, sabe? E custava caro.
- nunca se preocupou muito com o preço das coisas. – Kalani observou e sorriu ao lembrar quando o jogador comprava carros e carros.
- E eu acho que ele está lá agora. Não tem quase nada ainda, Vicenzo fez o projeto e as obras começaram, mas estão longe de acabar. disse que queria fazer uma surpresa para .
- Ele a ama. E eu sei disso desde que ele fez seu primeiro gol na vida para ela.
Sergio Ramos acelerou e, em silêncio, sorriu. Francisco Alárcon, no banco de trás, sorriu triste e respondeu a mensagem da namorada, dizendo que todos estavam bem e que dali algumas horas estariam com . O espanhol estava destruído com toda aquela história porque sabia muito bem como era ter um pai ausente e como ter um filho era importante. Isco passou o dedo pelo seu protetor de tela, encostou a cabeça na janela do carro e desejou que Francisco Junior estivesse bem. Ele amava aquela criança mais do que qualquer coisa em sua vida.

*


Os 533 quilômetros até Sevillha foram feitos em quase três horas e meia. O fato de ser madrugada e as vias da cidade estarem praticamente vazias, colaborou muito para que Ramos dirigisse ainda mais rápido. Assim que o espanhol adentrou o bairro de Andaluzia, foi fácil chegar até onde provavelmente estaria.
E ele estava.
Seu carro estava estacionado a poucos metros de uma construção. A futura casa de , que já tinha paredes levantadas.
- Obrigado, Sérgio. Eu assumo daqui. – Kalani agradeceu e saiu do carro no momento em que o espanhol acendeu o farol no máximo. Kai adentrou a construção, até que achou seu menino sentado, com os joelhos junto do peito e cabeça abaixada. parecia uma criança perdida. – Ei.
- Kalani? – sussurrou e levantou a cabeça, seu rosto estava vermelho e as lágrimas ainda eram visíveis. – Como você me achou? não está aqui, não é?
- Sérgio me trouxe. ficou, os amigos estão com ela. Quer conversar?
- Eu quero que aquele desgraçado desapareça. Ele não é meu pai. Meu pai está morto. Você é mais meu pai que aquele homem. – a raiva na voz de era perceptível, assim como a dor.
- Você não precisa conviver com ele, sabe disso.
- Por que ele apareceu? Ele quer dinheiro? Kai, ele abandonou minha mãe grávida, ele nunca nem quis saber de mim. Eu fui criado sem ele, aprendi a dirigir sem ele, a fazer a barba sem ele, minha primeira briga no colégio era minha mãe quem estava lá na diretoria para me buscar, concluí a escola sem ele e meu primeiro contrato com um time foi sem ele. Kai, eu tenho vinte e três... Vinte e três anos sem ele, vinte e três aniversários sem ele e ele jamais teve a preocupação de me mandar a merda de um cartão. – chorava ao mesmo tempo em que cuspia as palavras com toda a dor e raiva que sentia. – Que ele vá para o inferno.
- ...
- E sabe, Kai. Eu vou ser o melhor jogador do mundo sem ele. Eu vou casar com a mulher que eu amo, ter três filhos com ela, e eu vou ser um pai muito, muito melhor do que esse merda foi. Porque esse homem que foi atrás de mim não teve porcaria nenhuma para me ensinar sobre como se cria e ama um filho.
Kalani puxou e os dois choraram juntos.
- Você é um homem bom, . – Kalani falou depois dos incontáveis minutos em que passaram naquele abraço.
- Obrigado por sempre me salvar, Kai. – sussurrou, sincero, e o homem deu três tapinhas na costa do loiro.
- E esse lugar, hein? – perguntou ao levantar, estendendo a mão para levantar em seguida.
- Aqui vai ser o quarto do meu filho. Ou filha. E ali... – parou de falar rapidamente. – Sergio e Isco vieram com você?
- Estão no carro.
E saiu correndo, em direção ao carro de Sérgio. Assim que abriu a porta do passageiro, Ramos e Isco tomaram um susto, mas sorriram imediatamente quando viram que era o inglês. São e salvo.
- Tenho algumas cervejas no meu carro que nem abri e uma casa para mostrar.
Os dois espanhóis saíram do carro e acompanharam o amigo. distribuiu as cervejas entre os dois e levou para Kalani e então começou a andar pelo seu projeto de casa explicando tudo nos mínimos detalhes para os três, com o brilho nos olhos que não existia há minutos atrás. acompanhava os meninos, que riam e davam pitacos sobre a casa com um sorriso no rosto.
Kalani sabia que iria ficar bem. Sabia que ele estava seguro, rodeado de pessoas que realmente o amavam por ser quem ele era e não só mais um jogador milionário e famoso. Kalani sabia que sua filha iria ficar bem porque ela tinha . E tinha . Ali, teve a plena certeza que o antigo estava completamente morto, Kalani sabia que poderia ficar em paz.
Tudo iria ficar bem, no final das contas.

🎬


O relógio batia as quatro horas da manhã, o barulho do ponteiro dos segundos batendo incessantemente estavam a ponto de levar à loucura. Já faziam quatro horas desde que havia sumido em seu carro, e que Sergio, Isco e seu pai haviam ido atrás dele. estava totalmente sem notícias do paradeiro dos envolvidos.
Custou bastante para que conseguisse ficar sozinha. Nenhuma de suas amigas queria deixá-la naquele estado, mas ela enfim conseguiu. sabia persuadir e ser insistente como ninguém quando queria.
Seus amigos que tinham vindo da Alemanha estavam devidamente acomodados junto da mãe de em La Finca, onde e Rosalie os tinham levado. Bale estava com Alba, que tinha tido uma leve queda de pressão, e , enfim, estava em companhia de sua solitude em seu apartamento. desbloqueou o celular e sentiu seu coração apertar quando viu a foto dos dois, rindo, sentados em um banco na Praça de Cibelles. Ela bloqueou novamente, colocou as pernas junto do peito e antes que repousasse sua cabeça entre elas, uma fresta de luz iluminou a sala do seu apartamento.
O sorriso foi imediato e antes que pudesse dizer algo, já o envolvia em seus braços. Nada foi dito por nenhum dos dois. O silêncio já dizia muito por eles.
levou até o sofá, o jogador deitou em seu colo e automaticamente encolheu as pernas, como se fosse uma criança assustada por conta de um pesadelo no meio da noite. passou as mãos pelos cabelos loiros do namorado e começou a chorar de uma maneira que a atriz nunca tinha visto.
- Você está com fome? - finalmente perguntou, o jogador se ajeitou no sofá e mecanicamente fez que "sim" com a cabeça. rapidamente esquentou a comida que as amigas tinham deixado no apartamento, pegou duas latas de Fanta-Uva na geladeira, refrigerante favorito de , e levou tudo para a sala.
Mas o jogador não estava mais ali.
suspirou, triste por não saber como ajudar o namorado, o seguiu para a sacada do seu apartamento, onde o namorado estava encostado no parapeito enquanto olhava perdido para a rua. o abraçou por trás e beijou as pequenas mãos que o envolviam.
- Você sabe que não fez nada de errado, né?
- Sei.
- Então pode me dizer isso em voz alta, ?
- Não. - foi sincero. encarou a namorada e respirou fundo. - Eu não sei, na verdade, . Agora tudo ficou uma confusão, entende? Eu não tive pai desde que nasci, Kalani é e sempre foi a minha única presença paterna, ele nunca me deixou faltar esse tipo de amor e eu sou eternamente grato a ele, por tudo. Ele me salvou diversas vezes, , inclusive hoje. E agora esse homem chega, no meu aniversário como eu sempre quis desde criança, como eu sempre sonhei que ele ia chegar com o melhor carrinho da loja, dizendo que estava de volta e que era para ficar, eu ia abraçá-lo e dizer que estava feliz em vê-lo, que ele era bem-vindo e que ele, mamãe e eu íamos ser uma família feliz. Mas agora que ele voltou, eu só sinto raiva, muita raiva. Não quero ele por perto, não quero que esse homem chegue perto da minha mãe, porque tudo o que ele trás é confusão e caos. Você viu como minha mãe ficou quando ela o viu? - perguntou um pouco alterado e apenas concordou com a cabeça. começou a andar pela sacada parecendo que estava procurando palavras para tentar expressar tudo o que estava passando pela sua mente. - Ele só trouxe caos, . E eu me sinto extremamente culpado por lá no fundo, não conseguir odiá-lo por completo. Mas não quero ele por perto. Eu queria conhecer o meu pai, , e eu já conheço. Não é esse homem. Meu pai é Kalani, sempre foi. Só que eu tenho medo, .
- Medo do quê?
- De ser igual esse homem. O DNA dele tá em mim, né? O sangue dele corre aqui nas minhas veias. Meu cabelo é igual ao dele, meus olhos também. Imagina como deve ter sido para minha mãe conviver comigo por todo esse tempo sabendo que eu aparento ser igual ao homem que abandonou ela grávida e sozinha.
- Eu uso maquiagem porque tenho as sardas da mulher que abandonou meu pai e meu irmão. Demorei muito para entender, mas isso não me torna parecida com ela. Assim como você e esse homem. Você é você, . Você é um homem incrível, que tem uma história linda, que passou por milhões de coisas mas conseguiu recuperar e reerguer tudo porque viu que merecia mais, porque pensou nas pessoas que te cercavam, percebeu que poderia fazer mais. Você nunca vai ser esse homem, . Porque você é cheio de amor, de carinho, de companheirismo...
não podia se ver ao falar, mas seus olhos brilhavam a cada palavra dita. , mesmo em seu pior momento, conseguia perceber isso. E ele se sentia cada vez mais amado por aquela mulher. A cada palavra de , tinha cada vez mais a certeza que ela era a mulher da sua vida.
- Você é um ser humano de luz, . Você é o homem que eu quero que esteja comigo nos meus dias bons assim como nos meus dias mais sombrios porque eu sei que você vai permanecer ao meu lado, quero que você esteja comigo quando eu ganhar um Oscar ou quando eu conseguir um Emmy. Eu quero que você seja pai dos meus três filhos, quero me casar com você em uma praia bonita, eu quero viver com você , porque você é um ser humano de luz. Porque você faz tudo valer a pena, inclusive ter crianças pequenas correndo pela casa. - soltou uma risada pela primeira vez naquela noite e nem se incomodou por suas lágrimas estarem molhando seus lábios. O jogador nem se tocou que estava chorando, para falar a verdade. Nem . - Você é o amor de toda a minha vida, . Eu amo você.
Nada saía da boca de .
Novamente, o silêncio falava por ele e entendia perfeitamente o que o jogador queria dizer. Era engraçado a forma que eles se comunicavam, às vezes falavam muito, outras vezes, o não dizer nada bastava mais do que qualquer outra coisa e era suficiente para os dois. O sol já aparecia no horizonte e existia uma certa mágica naquele momento, era o recomeço, energia da vida, como se estivessem prontos para curar qualquer ferida da vida. e estavam finalmente prontos, mesmo com todas as adversidades pelas quais tinham passado, para se refazer. Tal qual o nascer do sol, todos os dias. Era como diziam, nenhuma escuridão impediu o nascer do sol, assim como nenhuma tristeza impedirá de ser feliz. Os dois estavam finalmente prontos.
colou seu corpo delicadamente no de , acariciou o nariz dela com o seu e passou sua mão por trás dos cabelos da atriz, enquanto a outra estava em sua cintura. E então, seus lábios se encontraram não como se fosse a primeira vez, mas como se fossem destinados a ficarem juntos para o resto de suas vidas. Nada mais importava no mundo além dos dois, eles durariam para sempre.
- Preciso te mostrar uma coisa. - disse assim que os dois se separaram.
- Que coisa?
- Você vai ver. Só que fica um pouco longe daqui e eu estou morrendo de fome.
- Vamos comer, dormir e você me leva, o que acha?
- Eu acho perfeito. - sorriu. - Só espero que você goste.
- Não sei porquê tenho uma leve sensação que irei amar. - riu e conduziu a namorada para dentro de casa.
- Vou esquentar a comida de novo e buscar gelo para o refrigerante. Caramba, é o meu preferido! Você é a melhor.
sorriu e sentou no sofá, vendo o namorado sumir pela cozinha. suspirou, ainda mais apaixonada, se aquilo fosse possível. Nada interessava mais, nenhum problema, nenhuma dor do passado, nada. Eles estavam juntos.
Isco Alarcón sempre esteve certo. Quando duas pessoas têm de se encontrar, a cidade torna-se pequenina.

Capítulo 28

"Can you feel the love tonight?"



⚽️


02 de maio de 2016

Quatro semanas desde o aniversário de tinham se passado. Quatro semanas intensas, regadas a lágrimas, mas também, superação, sorrisos, companheirismo e família.
Dias após seu aniversário surpresa, Hodge Shaw, o pai biológico do jogador, o procurou novamente. não sabia e nem queria saber se as palavras de arrependimento do homem eram reais, ele havia tido vinte e três anos para procurá-lo e não o fez. Hodge tinha voltado tarde demais, havia chegado no aniversário errado, o homem conseguiu transformar o maior sonho do menino, no pior pesadelo do homem. O jogador não precisava e nem queria ter a presença daquele homem, tudo o que ele tinha bastava.
A família que havia escolhido para si bastava. Ele tinha ao seu lado uma namorada incrível, amigos que haviam se tornado irmãos, e amigas que sabia que poderia contar para tudo.
Tudo mesmo.
- Anda, ! A gente tem coisa para comprar! - Alba passou a mão pela barriga, impaciente com a lentidão do jogador no corredor do supermercado.
- A gente nem precisa de tanta coisa assim, afinal. É só um jantarzinho...
- Não é só um jantarzinho! - vociferou, fazendo o inglês se assustar. - chega hoje.
sorriu. Sua namorada incrível passou as últimas semanas rodando o continente europeu com a sua equipe na divulgação do seu novo filme, Sem Saída. A galeria do telefone do jogador estava recheada de fotos da atriz em entrevistas, ao lado de pôsteres que ela encontrava na rua e pedia para o amigo Dave Franco fotografar, com pequenos vídeos que a atriz fazia e mandava para os amigos, mesmo distante, conseguia permanecer por perto.
E não podia estar mais feliz. A namorada já tinha passado por tantas coisas, tantas dores, que vê-la seguindo seu sonho e os realizando era a melhor presente que poderia ganhar.
Contudo, não via a hora da sua menina chegar e ter ela em seus braços novamente. Ele queria contar para ela com detalhes todas as vezes que entrou em campo como titular no Real Madrid, dos gols que fez, de como o time conseguiu avançar nas Champions de uma maneira que todos diziam ser milagrosa e em como ele estava feliz de finalmente disputar uma Final de Champions League pelo seu time de coração desde a infância, Real Madrid. A verdade era que mal podia esperar para receber de volta.
- Você vai buscá-la no aeroporto, não é? - Alba Saavedra perguntou e o inglês balançou a cabeça positivamente.
- Ela chega às 18:30.
- E já são quatro da tarde. - praticamente esfregou o telefone no rosto de , fazendo o loiro resmungar. era insuportável quando estava comandando jantares. Mas o inglês a amava mesmo assim.
Os três saíram do supermercado com o porta-malas do carro de atolado de sacolas. Era uma saída rápida e simples para comprar as últimas coisas que faltavam para finalizar o pequeno jantar, mas acabaram comprando ainda mais que o necessário. e Alba Saavedra sabiam exagerar quando era necessário.
O camisa 16 do Real Madrid deixou as meninas na casa de Rosalie, que tinha cedido de bom grado para a realização do jantar, e seguiu para a sua. Precisava arrumar desde a sala até seu quarto para que tudo estivesse na mesma perfeita ordem quando sua namorada chegasse na capital espanhola.

🎬


já estava mais do que acostumada a viajar para divulgação de filmes, mesmo aquela sendo a sua primeira vez como protagonista. Era algo que ela adorava fazer, principalmente por desde criança ser fã de viagens. Mas a atriz não podia estar mais feliz por seu avião estar pousado em Madrid.
Tinha sido uma temporada difícil. Meses atrás, quando pousava em Madrid depois de ter ficado três meses em Nova York, para a gravação de Sem Saída, jamais imaginava a reviravolta que sua vida iria ter. Jamais teria passado pela sua cabeça que tudo o que aconteceu, iria acontecer. Mas ela não se arrependia de nada, como dizia a tatuagem nas suas costas "Victory is in my veins". Ela era uma vitoriosa e desde que reencontrou , parecia ser lembrada daquilo todos os dias. O jogador fazia questão de lembrá-la daquilo.
era um dos motivos de estar tão feliz por estar de volta à capital madrilenha, mas não era o único. tinha construído uma família, cheia de pessoas especiais que queria reencontrar. Tinha sua melhor amiga, , que estava mais feliz do que nunca em seu relacionamento com Isco e, de quebra, tinha conquistado o coração e amor de Isco Junior depois de algum tempo. Também queria escutar as recém novidades de Alba Saavedra, a dentista pediátrica que tinha conquistado o coração do príncipe de Gales. E a atriz mal podia esperar para receber carinho e afeto da família Ramos, onde recebia abraços quentinhos de Sérgio Junior.
estava feliz por estar de volta em casa.

*


empurrava o carrinho com sua bagagem em direção a saída da sala de desembarque e assim que a porta de vidro abriu, ela sorriu. a esperava com um sorriso nos lábios.
O jogador abriu os braços e a morena se jogou neles, colando seus lábios nos dele. Céus, como ela sentia falta daquilo.
- Seu cabelo está maior! - foi a primeira coisa que a atriz disse, fazendo rir. O jogador passou a mão pelos cabelos bagunçados e fez sinal de positivo com a cabeça.
- E você mudou novamente o seu. Gostei. - sorriu e jogou os cabelos para o lado como se estivesse em um clipe. – Você ‘tá loira igual eu.
- Só que mais bonita, claro.
- Não tem nem como refutar. - riu e os dois começaram a caminhar para o estacionamento do aeroporto.
colocou as malas no carro e sem dizer para onde iriam, começou a dirigir. conectou o celular no som do carro e Can You Feel The Love Tonight preencheu o ambiente. sorriu, colocou a mão na coxa da namorada e abaixou o vidro, enquanto a namorada dizia a fala junto de Timão. Eram cenas como aquela que queria poder guardar para sempre.
- Será que um dia a Disney faz remake de Rei Leão?
- Nunca assisti. - o encarou com a boca aberta.

"So many things to tell her
But how to make her see
The truth about my past? Impossible!
She'd turn away from me"


- É inadmissível você ser meu namorado e não ter assistido aos clássicos da Disney. Vamos ter que colocar uns filmes em dia, ok?
- Ok, Formiga. Eu faço esse sacrifício.

"He's holding back, he's hiding
But what I can't decide
Why won't he be the king I know he is?
The king I see inside?"


- Você é ridículo. Mas, sério, eu adoraria fazer um filme da Disney.
- Você já é uma princesa, . Não precisa da Disney para isso.
sorriu e voltou a cantar junto de Simba e Nala. Ela amava .

"Can you feel the love tonight?
The peace the evening brings?
The world, for once, in perfect harmony
With all its living things"


⚽️


tocou a campainha da casa de Sérgio e imediatamente um ser de menos de um metro os recebeu com um sorriso faltando alguns dentes.
- Tia chegou! - Sérgio Junior gritou, abraçando a atriz em seguida. - Você fez falta!
- Morri de saudade de você também, niño. Cuidou do seu tio ?
- Sim! Todo dia ele vem aqui, sabia? A gente joga bola, vai para piscina na casa dele. - e antes que alguém pudesse roubar a atenção da mulher, Sergito começou a contar toda sua rotina naquelas semanas com e seu novo amigo, Francisco Junior.
colocou a criança no chão e logo já estava com outra nos braços, era a vez de Isco Jr contar sua versão daqueles dias. Depois das crianças se satisfazerem por terem tido atenção total de , ela finalmente pode falar com os amigos que assistiam a pequena cena com ar de riso.
- Como senti falta disso! - falou ao sentar ao lado de Rosalie no sofá. - Jantar em família.
- Em comemoração a nós estarmos em mais uma final da Champions League.
- O milagre aconteceu. - Sérgio Ramos disse e todos riram, concordando.
O milagre tinha um nome e um adicional: e a vontade incansável do time de dar a volta por cima após o estrago que o antigo técnico do Real Madrid tinha feito.
- Podemos comer? - Bale perguntou, sendo fuzilado pelo olhar de sua namorada, Alba.
- Meu Deus do céu, eu que ‘tô grávida e você que só pensa em comida! - o galês deu de ombros enquanto a atriz permanecia com uma expressão de confusão e a boca aberta.
- Como assim grávida?
- Grávida, esperta. Do tipo que tem um filho meu aí dentro dela.
- Ou filha! - retrucou e Bale a imitou.
- Como assim você vai ser pai?
- Que Deus me abençoe. Mas já decretei que ela irá torcer para o Atlético!
- Jamais. - Isco, , Sérgio, Bale, Rosalie e falaram juntos.
- Vocês são terríveis. - disse e levantou, levando as crianças para a sala de jantar da casa de Sérgio.
- Amiga, a gente não queria te falar por ligação, tanto que nem postamos nada!
- Ai, meu Deus! Você vai ser mãe! - abraçou a dentista, que começou a lagrimar.
- São os hormônios, não ligue. Depois conversamos, certo?
- Você não vai acreditar nos sustos que ela me deu. - Bale se intrometeu e riu, observando Alba o encarar com a sobrancelha arqueada.
Todos seguiram para a sala de jantar e quando já tinham se servido, ficou em pé.
- ! - chamou e a atriz prestou atenção na melhor amiga. - Esse jantar aqui não é para comemorar os meninos estarem na final da Champions, é um jantar surpresa para você! - a expressão de era de pura confusão enquanto passava a mão pelas suas costas.
- Para mim?
- Você é minha irmã! E eu sei todos os seus sonhos porque você os divide comigo. Seus sonhos acabam sendo meus sonhos também. E no momento em que a gente acabou entrando para essa família gigantesca, seu sonho passou a ser nosso. quis fazer o jantar e todo mundo aqui ajudou.
- Eu...
- Me deixe terminar! – ralhou, fazendo os amigos rirem. - Rosie e Sérgio cederam a casa, Alba me ajudou com as compras, Bale e Isco ficaram com as crianças a maior parte do tempo, e isso tudo desde quando Richard me ligou.
- Richard, meu empresário? O que Richard...
- Você é muito apressada, amor. Deixe a loirinha terminar de falar.
- Obrigada, ! Sim, , Richard. Você sempre deixou claro seu amor pela Disney e todas essas coisas... - e sem perceber, as lágrimas já tomavam conta do rosto da menor. - E eles estão fazendo uma personagem nova e convidaram você.
não podia acreditar. A atriz cobriu o rosto com as mãos em uma falha tentativa de segurar suas lágrimas enquanto era abraçada pelo namorado.
- Você vai ser a mais nova princesa da Disney, Formiga. O nome dela é Moana .
- Moana ? - perguntou - Ela tem o meu sobrenome?
- Surpresa! - Rosie gritou e os amigos aplaudiram enquanto continuava sem acreditar. Seu sonho iria se tornar realidade.
- Eu não sei nem o que dizer! Eu... - enxugou o rosto novamente. - Amo vocês, gente. De verdade.
- Papai, ela vai ser realmente uma princesa da Disney igual a tia . - Isco Junior disse, fazendo com que a menina chorasse ainda mais.
Se pudesse guardar um dia em sua memória para sempre, seria aquele. Ali estava sua família que escolheu, o amor da sua vida e a notícia que seu sonho iria se tornar real.

*


abriu a porta do quarto e sorriu ao ver cobertas novas e o lugar completamente arrumado.
- Você arrumou tudo? - sorriu e a respondeu com um beijo demorado. - Vou tomar um banho.
- Vamos. - disse e os dois entraram juntos no banheiro do quarto.
Enquanto a morena se despia, a observava. Ele adorava assistir a namorada tirar suas roupas, parecia que ele queria gravar cada pequeno pedaço do corpo dela em sua mente. entrou no box e o encarou quando a água começou a molhar seu corpo.
poderia assisti-la para sempre. Aquela era a mulher da sua vida.
- Amo você. - sussurrou quando a morena encostou seu corpo no dele. - Eu realmente amo você.
sorriu e o beijou. Eles não precisavam mais de nada.

"And if he falls in love tonight
It can be assumed"

Capítulo 29

'"Cause all of me
Loves all of you
Love your curves and all your edges
All your perfect imperfections"
ALL OF ME - JOHN LEGEND



⚽️


amava assistir dormir.
Ele sorriu ao ver a namorada respirar suavemente enquanto adormecia. Passou a mão pelos cabelos, agora loiros, da mestiça, e pôde sentir o cheiro de frutas vermelhas que eles exalavam. amava o cheiro dos cabelos de . Para o jogador, estava entre os melhores cheiros que já havia sentido em sua vida. O melhor sem dúvidas, era o cheiro dela. Que só tinha.
Mas ele era totalmente suspeito. Ele era apaixonado por muitas coisas que envolviam Elis .
Ele amava como ela murmurava palavras inaudíveis enquanto dormia, ou quando dava leves sorrisos, amava até mesmo quando a menor guinchava, achava o barulho da respiração uma graça. A verdade era que amava de todos os seus jeitos, até mesmo quando a namorada estava em seu sono.
suspirou como um adolescente apaixonado e levantou da cama sem fazer barulho, mas antes que pudesse sair do quarto, remexeu-se na cama e o lençol revelou seu corpo nu. sorriu ao lembrar da noite anterior. Cobriu a menina por conta do frio que fazia no quarto e saiu para preparar o café da manhã dos dois.
O jogador agradeceu pelos armários de casa estarem cheios graças as compras feitas para o jantar no dia anterior, ele tinha um péssimo costume de não fazer compras e sempre ficava aborrecido quando faltava algo, já que tinha que ir ao supermercado às pressas.
preparou os Waffles do jeito que gostava, salgados; também fez suco de laranja, separou o mel e por último colocou uma de suas frutas preferidas, blueberries. O jogador arrumou tudo em uma bandeja e levou para o quarto, onde já estava sentada na cama, com um robe rosa ouro cheio de detalhes rendados, coçava os olhos e assim que viu o namorado, sorriu.
- Hmm, não acredito! - sorriu, colocando a bandeja em cima da cama. - Você fez Waffles, amor.
- Alguém fez compras, né? - revirou os olhos, rindo em seguida.
- Jurava que íamos comer pizzas geladas. - E foi a vez de revirar os olhos.
- Você me respeite que eu te dou comidas boas.
- E como... - brincou, arrancando risadas do namorado.
estava feliz.
As coisas ruins tinham passado, e agora as boas novas estavam chegando. estava tendo muito trabalho e era grata por aquilo, ela mal tinha chegado da Europa e já ia viajar novamente naquele mesmo dia para uma rápida viagem à Califórnia, onde iria assinar o seu contrato na Walt Disney Company. Seu sonho de criança estava a poucas horas de se tornar real. estava muito feliz. E ela sabia que tinha parte naquela felicidade. E aquilo só fazia as coisas ficarem ainda melhores.
- Você vai ter que ir mesmo essa semana? - perguntou, em um tom triste, quase imperceptível, mas não conseguia esconder nada da namorada. Ela sabia que ele estava assim porque sua primeira vez em uma final de Champions League com o Real Madrid iria ser dali a quatro dias.
- Eu tenho que ir, amor. - e a menor fez um bico triste. - Mas vou estar com você o tempo inteiro.
- Eu sei que sim, Formiga. - sorriu, mesmo que triste. Ele jamais ia pedir para que a namorada faltasse ou adiasse um compromisso de trabalho por conta dele. Ficava triste, é claro, mas sabia que ainda ia assisti-lo em muitas finais de Champions League.
- Amo você, Graveto. - o jogador sorriu e a beijou.
- Eu também amo você.

🎬


queria aproveitar mais Madrid.
Mas sabia que era necessário ir à Califórnia assinar o quanto antes o contrato oficial do novo filme da Disney, Moana, porque eles queriam começar logo a preparação para as gravações das dublagens. Era a primeira vez que iria dublar e também cantar.
Ela estava ansiosa e animada. Era seu sonho. E realizar aquilo em uma princesa nova, que levava seu sobrenome, deixava tudo ainda melhor e significativo.
segurava a pequena bolsa de com uma só mão, enquanto a outra estava segurando a da mestiça. Eles enrolaram um pouco na fila do embarque porque parecia que nem se tivessem todo o tempo do mundo juntos, ia ser suficiente. Ainda mais, menos de 24 horas.
- Odeio aeroportos. - o jogador sussurrou e riu, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Eu odeio ter que dizer até logo para você.
- Você não está me ajudando, garota. - riram juntos e ele a beijou mais uma vez.
Até que o voo de foi chamado pela terceira e última vez.
- Até logo, Formiga.
- Até logo, Graveto.
- Não vai me desejar bom jogo? - perguntou com a sobrancelha arqueada e a menor riu.
- Ainda faltam três dias para o grande jogo. - beijou o jogador, pegou sua bolsa das mãos dele e entrou.
era surpreendente.

*


adorava a Califórnia, o sol e o vento que batia em seu rosto quando passeava pelos píers de algumas praias quando visitava a cidade de Santa Mônica ou Santa Bárbara. Ela amava cidades pequenas e litorâneas, se via facilmente morando em uma quando fosse mais velha, cheia de netos e ao lado de .
sorriu ao pensar no jogador e fechou o vidro do carro em que estava, ela tinha chegado aos Estúdios Disney que ficava localizado na cidade de Burbank estadunidense do Condado de Los Angeles, na Califórnia. Burbank era conhecida como a capital mundial do entretenimento, onde passear pelos bairros era sinônimo de encontrar diversas celebridades, estar ali era facilmente poder jantar em restaurantes famosos, comprar em lojas exclusivas, participar de gravações de TV ao vivo e até mesmo criar seu próprio refúgio de férias; onde adoraria vir com . Burbank era um lugar ideal para desfrutar da magia do cinema, conectar-se e interagir com as mais diversas pessoas ou simplesmente relaxar e aproveitar o sol.
No tempo em que morou em Los Angeles, adorava ir à Burbank. E era maravilhoso estar de volta, ainda mais para realizar um sonho.
O carro atravessou os portões enormes do Walt Disney Studios, estúdio que foi fundado pelo próprio Walt Disney após o sucesso estrondoso de Branca de Neve e os Sete Anões. Era um sonho de criança que estava cada vez mais perto de ser real. O estúdio contava com 7 sets de filmagem, onde filmes como 20 Mil Léguas Submarinas, Mary Poppins, O Diário da Princesa e Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra foram gravados; assim como séries como Eu, A Patroa e as Crianças, que cresceu assistindo e adorando, e agora ela estava ali, no mesmo lugar, para assinar um contrato que a tornava de vez uma princesa da Disney.

- Olá, Sunshine! - Richard cumprimentou a atriz assim que ela desceu do carro. sorriu e lhe deu um abraço apertado. Ela sentia saudade do empresário e amigo.
- Eu nem acredito! - Estava animada. - Sério, Rich, isso é um sonho? Você sabe, sempre quis trabalhar na Disney e agora...
- Você tem uma princesa para chamar de sua, . Os diretores do filme estão aí para te conhecer pessoalmente! O roteirista disse que te conhecia e fez uma personagem com algumas características próprias suas.
- Eu tô sonhando, não estou? - Perguntou de novo e arrancou risadas de Richard.
- Você merece, Sunshine. Você merece.
sorriu e agradeceu aos deuses por tudo de bom que estava acontecendo em sua vida desde que sentou na praça de Cibelles com e tomou a decisão de mudar.

- ! - Ron Clemments, um dos diretores do filme a cumprimentou, animado. - Sua chegada foi muito esperada.
- É verdade! Estávamos animados para finalmente conhecer a nossa protagonista. - John Musker, o outro diretor, completou.
- Eu ainda nem tenho palavras para tal momento.
- Pois eu tenho, - Jared Bush, co-diretor e co-criador de zootopia, único roteirista de Moana, falou ao levantar-se da poltrona. - vamos assinar esse contrato?
Elis não podia se enxergar, mas o fotógrafo que estava quase imperceptível na sala, sim. Seus olhos sorriam assim como seus lábios e quem os vissem, podiam dizer que estavam brilhantes.
Richard colocou o contrato em cima da mesa, suspirou e assinou.
Era real.
Ela estava oficialmente trabalhando no lugar onde os sonhos se tornavam realidade.

*


ainda estava maravilhada com tudo o que estava conhecendo nos Estúdios Disney, amou conhecer o Walt Disney Archives, espaço onde ficava o arquivo da empresa, que ainda guardava as células originais dos filmes de animação, além de músicas, roteiros, objetos de cena e tudo o que se possa imaginar sobre o mundo Disney. Mas seu lugar preferido, com toda a certeza foi a visita ao escritório de Walt Disney. A sala estava completamente restaurada, tudo era mantido exatamente como Walt Disney havia deixado, com os móveis e objetos originais, assim como os prêmios e outros itens da coleção de Walt, que estava em exibição.
- Rich, que incrível. - Falou ao sentar em um restaurante que ficava no estúdio. nem se atentou, mas já era tarde.
- Você merece, Sunshine. - Foi sincero e a menor sorriu gentilmente.
puxou o celular da bolsa e postou uma foto que tinha tirado em seu passeio pelo local. "Where dreams come true".
- Você vai ficar no Four Seasons em Beverly Hills? - concordou com a cabeça.
- Já mandei mensagem para o motorista vir nos buscar. Aliás, vai ficar por quanto tempo aqui?
- Acho que uma semana, ! Pretendo vir aqui no Estúdio mais uma vez e fazer compras. E você?
não respondeu, mas sorriu. Richard nem poderia adivinhar o que estava passando pela cabeça da menina.
Na verdade, ele tinha certeza.

⚽️


estava nervoso desde quando entrou no avião para a Itália. E o fato de não ter ao seu lado enquanto todos os jogadores do time estavam com sua família e filhos naquela viagem o deixava ainda mais nervoso.
- Alô? - atendeu seu telefone e respirou aliviado quando escutou a voz da sua mãe do outro lado da linha.
- Nervoso, Sunshine?
- Você sabe como é, né, mãe? - Soltou uma risada baixa. - Vocês já estão hospedados?
- Sim, querido. A equipe do Real Madrid já hospedou todas as famílias, hoje as últimas pessoas chegaram.
- Não tem mais ninguém para chegar? Todos os quartos fechados? – Perguntou, triste.
O jogador ainda tinha esperanças que sua companheira chegasse no último avião disponibilizado pelo Real Madrid e se hospedasse no Excelsior Hotel Gallia, um luxuoso hotel que ficava localizado no centro de Milão, igual as famílias dos jogadores do time. Mas ela não tinha chegado. não iria estar na sua primeira final de Champions League pelo seu time do coração.
Mas sabia o motivo e, mesmo triste, ele não reclamava. Sua menina estava realizando seus sonhos e tudo aquilo bastava para ele. A felicidade de e vê-la alcançando vôos altos era o suficiente para o camisa 16 ficar tranquilo.
- Você quer saber da ? - Sue perguntou e coçou a cabeça quando escutou uma risada baixa de Kai do outro lado.
- Ela me ligou mais cedo perguntando quando seria o reconhecimento do campo, ela está em Burbank. Acho que vai ficar mais uma semana por lá, conhecendo tudo... - Parou de falar quando escutou batidas em sua porta. - Mãe, vou ter que desligar. A gente se fala amanhã antes do jogo. Te amo.
- Eu também, filho, beijo.
A batida na porta continuou e abriu, dando de cara com seus amigos de time todos arrumados com o uniforme do treino.
- Já tá na hora, Margarida. - Isco avisou e sacudiu a cabeça afirmativamente.
Por sorte o jogador já estava arrumado. Eles saíram do carro e em minutos já estavam caminhando para entrar no ônibus que iria levá-los ao estádio San Siro. O Atlético de Madrid tinha ido reconhecer o campo pela manhã e agora era a vez deles.
Assim que pisou no ônibus, se deu conta que a final seria em menos de 24 horas.

*


28 de maio de 2016

estava nervoso. Era sua primeira vez jogando uma final de Champions League. E ele entraria em campo pelo seu time do coração.
Ele tinha que ganhar. Era uma missão.
levantou da cama e ficou no banho por mais tempo que o normal, deixou a água gelada bater em seu corpo e por aqueles minutos permitiu deixar seu pensamento ir para longe.
Ele tinha batalhado tanto para estar ali.
Lembrou de Lavenham, o vilarejo onde nasceu e cresceu na Inglaterra, onde caminhava por suas ruas estreitas até chegar no único colégio da região onde pela tarde treinava na escolinha de futebol. Lembrou com carinho da mãe, que mesmo atarefada por conta do trabalho preparava seu lanche e almoço e ainda ia buscá-lo todo final de tarde. Sorriu ao lembrar que antes dos treinos, sentava para almoçar com que sempre soltava gargalhadas quando inventava de contar suas histórias. Talvez eles já estivessem traçados para amar um ao outro ali, desde que se conheceram.
Seus pensamentos foram para Londres e esfregou com mais força os cabelos quando lembrou de tudo o que passou depois que saiu da capital e foi para Manchester. Seu ego e prepotência tinham acabado com tudo. Mas tudo acontecia por um motivo e seu passado não o definia, jamais o definiu. Por isso ele estava ali, a poucas horas de entrar em campo e defender o melhor time do mundo. Ele estava a poucas horas de mostrar ao mundo, e principalmente para si mesmo, que o príncipe problema da Inglaterra tinha morrido de vez. Era só ele, August .
se vestiu, olhou o telefone pela última vez, mas não tinha nem sinal de . Sorriu, ainda que triste, ao imaginar que ela deveria estar aproveitando cada espaço dos Estúdios Disney na Califórnia. Sua Formiga estava realizando o sonho da vida dela e ele estava a poucas horas de realizar o seu. guardou o telefone em sua mochila e saiu do quarto, encontrando o restante do time no Lobby do hotel.
O Real Madrid tinha fechado todo o Excelsior só para eles e aquilo facilitava bastante as coisas, sem qualquer incômodo ou perturbação, somente a equipe e as famílias. sorriu ao ver Bale e Alba conversando animadamente, mesmo a dentista sendo Atleticana doente, ela estava ali para dar suporte a Gareth.
- Como você está, hein? - Perguntou e passou a mão pela barriga já aparente da amiga.
- Estou bem e essa criaturinha também, deu para chutar bastante hoje. - Disse e Bale sorriu.
- Está animado com o jogo do papai.
- Convencido. - Alba provocou e o orelhudo deu de ombros, rindo.
- Seu papai já pediu sua mamãe em namoro, hein? - perturbou e levou um empurrão de Bale.
- Tua mãe não te vende, né?
gargalhou, abraçou Alba novamente e foi ao encontro de sua mãe e Kalani. O abraço que recebeu de Kai o confortou. estava ali com eles de qualquer jeito, ele a levava sempre em seu coração.
- Você lembra do seu primeiro jogo na copa das cidades? - Kai perguntou e o olhou, surpreso pelo homem ter lembrado. Fazia tanto tempo.
- Foi meu primeiro jogo oficial.
O copa das cidades era a disputa oficial entre os times juniors da região de Suffolk. tinha 10 anos quando disputou o primeiro, antes de ir para Londres com a mãe.
- Não foi o jogo que chegou correndo porque ela estava na aula de dança?
- Foi! - Kalani riu. - Ela nunca iria perder o seu primeiro jogo oficial.
sorriu com a lembrança. Ele já estava em campo quando escutou o grito da menina chamando seu nome e acenando alegremente na arquibancada. Tudo ficou mais fácil com ela ali, lembrou o jogador.
- E eu quero que você faça a mesma coisa hoje, . - Kai disse, afetuoso, mas com a seriedade devida. - Quero que você se concentre e faça seu jogo. Não caia em provocações, não dê ouvidos à torcida rival, porque quem importa vai estar com você do lado certo, no seu coração e aqui, - Apontou para a cabeça do loiro. - entendeu?
sacudiu a cabeça afirmativamente e abraçou os dois. Respirou fundo e deu de costas para eles, indo em direção ao restante do time que já ia embarcar no ônibus.
- Graveto!
paralisou.
O jogador sorriu e virou rapidamente, a tempo de ver sua menina correndo em sua direção, jogando sua bolsa e mala pelo caminho e pulando em seus braços.
Elis estava ali.
- Você está aqui!
- Eu tinha que te desejar boa sorte. - Respondeu e beijou o loiro, sorrindo em seguida. - Boa sorte, Graveto. Eu amo você.
- Eu também amo você. - sussurrou e deixou a namorada no chão.
se sentia mais confiante que nunca.
Aquela Champions League ia ser do Real Madrid.

Capítulo 30

So many times it happens too fast
You trade your passion for glory
Don't lose your grip on the dreams of the past
You must fight just to keep them alive
Eye of the tiger – Survivor



⚽️


O San Siro estava ensurdecedor. Sem contar que a cerimônia de abertura tinha mais parecido com Super Bowl americano, com danças e show da Alicia Keys. Parecia que cada vez mais chegava ainda mais gente e o coração de estava batendo forte.
Cada torcedor que ocupava uma cadeira daquele estádio estava esperando uma final magnífica, digna de uma Champions League entre os dois times madrilenos. Inclusive, . A atriz ocupava uma cadeira especial junto das outras famílias dos jogadores do time em uma área reservada, bem próxima do campo.
estava realizando seu sonho de menino e iria fazer de tudo para valer a pena.
Como de costume, benzeu-se, lembrou das palavras de Zidane e Ramos no vestiário, segurou a mão da pequena menina que estava muito animada ao seu lado e entrou em campo junto de seus companheiros.
Ali ia ser o testemunho da sua ressurreição no futebol. Seu passado ia estar completamente enterrado. E ele iria ser lembrado por tudo o que ainda ia fazer no Real Madrid.
Naquele dia, Milão deixaria de ser a cidade com mais taças da Champions League. O Real Madrid iria levar a 11ª para a cidade de Madrid.

*


O jogo em San Siro já tinha começado quente. A primeira falta tinha sido bem pesada logo no primeiro minuto, Koke deu uma pancada em Casemiro e o árbitro prontamente marcou a falta e chamou o jogador para um aviso.
A torcida que antes era ensurdecedora, aquietou. Um silêncio estranho pairava no estádio enquanto o Atlético pressionava cada vez mais o time blanco, e foi quando Bale sofreu uma falta dura em um lance perigoso e que podia até mesmo tirar o jogador da partida. Imediatamente os jogadores do Real Madrid se aglomeraram e pediram cartão, para alívio de todos, o cartão foi dado e nenhuma confusão maior aconteceu.
E aos 14 minutos do primeiro tempo, Toni Kross cobrou a falta, se mostrou no jogo desviando perfeitamente de cabeça para Sérgio Ramos. O nome que dava calafrios nos Colchoneros marcou o primeiro gol do Real Madrid na partida, fazendo a torcida merengue explodir no estádio. O San Siro estava ensurdecedor e com toda a certeza já estava rouca, Rosalie e as crianças comemoravam como se fosse uma final de copa do mundo e, se fosse parar para pensar, para todos os madristas que estavam ali e ao redor do mundo, era uma copa do mundo. E o Real Madrid era o rei das Champions, nada naquele dia podia dar errado. Nada.
- Esse loirinho está atrevido demais. - pontuou e balançou a cabeça, concordando.
- É o Griezmann, - respondeu Alba - E eu acho que daqui a pouco faz uma confusão.
- Ele ainda é são, não é? - Rosie já estava apreensiva. A advogada já deveria estar acostumada a assistir Ramos jogar pela UCL, mas sempre parecia que era o primeiro jogo.
- Falta um minuto para acabar. - avisou ao olhar para o relógio. - Ah, vá se fuder! - Reclamou quando escutou o árbitro apitar falta para Bale e, após o jogador do Atlético bater, apitar novamente apontando para o centro do gramado, encerrando o primeiro tempo da partida.
- É normal eles baterem tanto? - perguntou e , Alba e Rosie se entreolharam.
As três sabiam que os dois times tinham jogadores pontuais que eram mais agressivos, Sérgio Ramos era conhecido por isso. Mas não era tão normal toda aquela agressividade como estava sendo naquela partida. Os dois times estavam ansiosos e raivosos, o Real Madrid já tinha tirado uma Champions do Atleti graças a Sérgio Ramos e os colchoneros não queriam deixar aquilo acontecer de novo, então a marcação no jogador estava sendo pesada. Assim como a marcação em , a contratação surpresa do time merengue que tinha se revelado uma das melhores contratações do século. Era graças ao inglês que o time tinha superado as adversidades constantes nos campeonatos e chegado à final de mais uma Champions League. Ganhar aquele jogo significava muito para os dois lados.

O segundo tempo começou e, com um minuto, o árbitro marcou erroneamente um pênalti para o time adversário. Burro foi o adjetivo mais limpo que e Rosalie usaram.
A torcida merengue se calou, assim como a colchonera, quando Griezmann colocou a bola embaixo do braço e foi em direção à marcação para cobrar a penalidade. podia jurar que prendeu a respiração assim que o juiz apitou, um gol naquele momento seria decisivo para o restante da partida, mas o jogador atleticano bateu errado e a bola explodiu no travessão. Alívio era o sentimento geral dos merengues.
A torcida vermelha e branca já estava ficando mais animada com o time que tinha começado a se soltar no jogo e isso preocupava o lado madrista, o Atlético animado e confiante era outro time. E sabia daquilo. O loiro recebeu uma bola perfeita do companheiro e estava pronto para chutar, mesmo que de longe, mas recebeu um chute na canela de Fernando Torres. caiu no chão, urrando de dor.
- Filho da puta. - praguejou entredentes e bateu na mão do jogador atleticano que debochadamente tinha estendido para o inglês. - Não fode, caralho.
- Calma, princesa. - Fernando riu e saiu de perto do inglês, recebendo o cartão amarelo pela falta.
- Tudo certo aí? - Sergio perguntou e, com Isco ao seu lado, levantaram .
- Esse filha da puta tá pedindo, terceira vez já e só agora deram cartão. Griezmann é outro.
- Fechar a zaga e ir para cima dos dois quando tiver oportunidade. - Sérgio avisou e o jogo recomeçou.
O jogo continuou violento. estava apanhando bastante, o que deixava cada vez mais preocupada. O inglês iria começar a revidar de maneira mais ofensiva? Ou tantas faltas nele iam ser motivo para ele sair antes do final da partida? Conhecendo como conhecia, nenhuma das duas opções era bem-vinda.
Zidane fechava cada vez mais o time do Real Madrid, com a esperança de fazer mais um gol e matar o jogo com um contra-ataque, mas as chances não estavam aparecendo. E o time estava cada vez mais cansado. Era aparente o desgaste físico, principalmente pelas porradas que estavam tomando. Até que aos 33 minutos, o cenário para o time blanco começou a ficar pior, Carrasco aproveitou um cruzamento de Juanfran e mandou a bola para a rede, sem chances de Navas defender.
O Real Madrid sentiu o baque do empate e o relógio parecia correr mais rápido. Nada estava funcionando para o time madrista e era perceptível que todos estavam aflitos com o que podia acontecer no minuto final da partida. Da última vez, Sérgio Ramos havia salvado os merengues, mas naquele dia, não. O juiz apitou o término do segundo tempo, o que significava que mais uma vez os dois times iriam se enfrentar numa prorrogação. Só que aquele cenário estava bem diferente, os atleticanos estavam mais inteiros e em condições melhores. O desgaste pela temporada sofrida já estava ficando evidente, mas também era claro como cada um que estava em campo ainda tinha sede e garra de vitória. só rezava para que aquilo fosse suficiente.
O lado madrista estava quieto e ansioso. estava jogado no chão, recebendo atendimento médico na coxa direita, que apresentava sobrecarga muscular. só queria abraçá-lo. Era a primeira vez que ela o via assim, e quando olhava para Rosie, e percebia o quão preocupada ela estava com Sérgio, a atriz sabia que poderia assistir a trocentos jogos do namorados, mas não iria se acostumar nunca. odiava estar praticamente no campo e não poder chegar perto de .
sentia sua coxa queimar e se perguntava a todo momento, enquanto o massagista fazia seu trabalho, até que ponto iria aguentar. Seu corpo não podia deixá-lo na mão, não naquele momento.
- Tudo bem, ? - Javier, preparador físico, perguntou, mesmo já sabendo da resposta. Era visível.
- Me bateram muito, mas ainda dá. Já vai pensando em treino para recuperar. - Javier riu e ajudou o loiro a ficar de pé. - Cadê minha mulher, hein? - Perguntou e procurou por entre os rostos conhecidos que estavam no espaço reservado para as famílias.
- Amo você! - gritou assim que ficou no campo de visão do inglês. - Eu amo muito você. Força!
sorriu, beijou o dedo mindinho, que era um sinal deles dois desde crianças, como se fosse uma promessa que ambos estariam sempre juntos, e andou em direção aos companheiros de time, que estavam abraçados, pela última vez antes da partida começar. sabia que estava ali e ela o deixava mais forte. Ele iria até o final.
- A gente batalhou muito para chegarmos aqui! Passamos por muita coisa ruim, fomos desacreditados e massacrados, mas a gente tá aqui, de novo, provando o porquê vestimos essa camisa e o porquê de sermos quem somos. São os últimos minutos do campeonato e é o campeonato das nossas vidas. Aposto minha vida aqui que ninguém quer perder e ainda mais para esse time. Somos os maiores de Madrid. Vamos provar que somos os melhores, porra! - Sérgio gritou e os jogadores responderam com gritos e palmas.
- Nossa família tá aí, entendeu? A gente vai levar isso até o final por cada um deles que tá sentado bem ali. Antes as mães desses fudidos chorando do que as nossas, que aquelas crianças ali gritando e torcendo, que nossas mulheres. A gente deu o sangue o campeonato inteiro e não vamos desistir agora. E agora é a hora. Se essas merdas continuarem batendo, a gente vai revidar, quem tá pendurado nessa merda é só o Sérgio. Defendam ele e deem o sangue para ele não ser expulso, porque esse juiz aí tá mais para lá do que para cá. Vamos vencer, porra! - finalizou e gritos de concordância foram dados.
- É vencer ou vencer, porra! Vamos deixar nossa marca nesse campo, sangue, suor, tudo! É a gente pela gente e por todo mundo que tá assistindo e torcendo. Estamos fudidos, tá com a coxa pedindo socorro, Isco já correu mais do que tudo hoje. Bale, nem se fala. A gente apanhou muito e agora é a vez de revidar. Se formos cair, vamos cair batendo. E eu não gosto de perder. Não somos um time de perdedores. - Cristiano terminou e o árbitro auxiliar avisou que já era para se prepararem para voltar ao campo.
De longe, só podia rezar e torcer para que tudo acabasse bem.
- Bale? - Isco chamou o galês, que o olhou enquanto estava abaixado amarrando a chuteira. - Se a gente vencer...
- Nós vamos...
- Se a gente vencer, eu peço em casamento e você pede Alba em namoro. - Bale sorriu.
- Pode apostar que vamos vencer, Francisco.

O primeiro tempo da prorrogação começou e tanto o Real Madrid quanto o Atlético demonstravam desgaste. Prorrogação não era fácil, mas nenhum iria desistir. E com todas as finalizações mal-sucedidas de ambos os times, os 30 minutos passaram rapidamente para quem estava assistindo e o juiz apitou o final da partida. A Champions League 2015/16 iria ser decidida nos pênaltis.
Lucas Vázquez foi o primeiro a bater para o time madrileno, e com o deslocamento errado de Oblack, goleiro atleticano, o Real Madrid acertou o primeiro. Griezzman, que tinha perdido no tempo normal, acabou acertando o primeiro.
- Vamos, Marcelo! Vamos! - Os jogadores do Real Madrid gritaram para o brasileiro que iria cobrar o segundo.
Inclusive , que estava ajoelhado entre Isco e Bale. também estava ajoelhada na barra de proteção que a separava do gramado. Ela detestava penalidades máximas com toda a sua força. E ter naquele momento, seu time do coração e o amor da sua vida naquela situação deixava tudo ainda mais assustador.
O brasileiro chutou no canto direito e acertou, assim como Gabi, jogador do Atlético. E já era a vez de cobrar.
caminhou com a bola embaixo do braço e a deixou na marcação. Tudo parecia passar devagar demais. fechou os olhos e viu todos os momentos da sua vida passarem rapidamente na sua cabeça como se fosse um filme. Os ruins passaram, mas os bons preenchiam sua cabeça e ele já nem se importava com sua coxa que estava queimando. O inglês escutou o árbitro apitar e deu os três passos para trás. abriu os olhos, encarou o goleiro, correu e chutou.
nem se deu conta que estava pendurada na grade de proteção gritando para o namorado que só faltava rasgar a camisa, enquanto batia no escudo do time, na comemoração. tinha chutado com toda a classe no canto direito do gol e não tinha dado nenhuma chance para o goleiro defender. A encarada que tinha dado na direção de Oblak também fez diferença, já que confundiu o goleiro e o desestabilizou com a sua confiança. estava feliz.
Faltavam só mais dois pênaltis para o time merengue e eles seriam cobrados por Ramos e Ronaldo. Depois que Raúl empatou para o Atlético, Ramos foi bater o penúltimo pênalti para os blancos. Mesmo depois de tantos anos, o medo de Sérgio Ramos errar um pênalti ainda permanecia nos corações dos madristas, eles eram rancorosos. E ainda assim, perdidamente apaixonados. Mas naquele final de tarde, o zagueiro não decepcionou. Com maestria bateu no alto do canto direito e marcou para o time merengue.
O placar marcava 4x3 e o lateral do time colchonero mirou no canto direito e bateu. Navas se jogou na mesma direção e antes que pudesse encostar, a bola bateu no travessão e foi para fora. O lado merengue do San Siro vibrou em comemoração, se o português acertasse a última cobrança o Real Madrid levaria a orelhuda para a capital espanhola. E Cristiano Ronaldo não desperdiçou a chance que tinha, bateu forte no canto esquerdo e saiu para festejar a "La Undécima". O estádio italiano parecia explodir, o português arrancou a blusa e correu para a beira de campo comemorar com a torcida, mas logo foi derrubado pelos companheiros. Naquele momento, no montinho, ninguém conseguia distinguir o que era lágrima e suor, eles eram um só.
nem se deu conta de que quando Cristiano saiu para comemorar, pulou a barra de proteção e entrou no gramado gritando por . Se deu conta que estava ali quando o namorado a agarrou pela cintura e ela prendeu suas pernas ao redor dele, o abraçando e enchendo-o de beijos.
- Meu Deus, você conseguiu!
- Nós conseguimos, Formiga, nós! - beijou a namorada, mas logo foram interrompidos pelos outros companheiros. O gramado estava em festa, tal como as arquibancadas estavam.
O Real Madrid iria levar a Undécima para a capital espanhola.

🎬


Os olhos de estavam brilhando ao ver Sérgio Ramos levantar a orelhuda enquanto todos os jogadores vibraram em emoção, com a medalha de ouro cintilando no peito de cada um, mas aqueles olhos brilhavam de maneira mais especial por conta do inglês que estava igual uma criança quando ganha brinquedo novo olhando para a medalha que estava em seu pescoço. merecia o mundo e sabia daquilo, tão como sabia que aquele só tinha sido seu primeiro grande passo em direção ao topo novamente.
- Finalmente! - gritou abraçando Isco, que chegava com Bale, quando o grupo conseguiu ficar reunido de novo.
Sérgio Ramos e Rosalie estavam sentados no gramado, brincando com as crianças junto de , ria com as palhaçadas que os três faziam juntos enquanto Alba fotografava tudo, animada pensando em como as coisas iriam ser quando o seu bebê nascesse.
- Ei, ei! Meus amigos têm um comunicado a fazer! - gritou quando percebeu que todos estavam ali.
- ...
- Vai afrouxar, Margarida? - perguntou para Isco e o espanhol começou a esfregar as mãos.
- Bom! Meu amigo Bale tem uma coisa para falar primeiro!
- Eu tenho mesmo. - o galês largou a mão da namorada e ficou a sua frente. - Alba Saveedra, você vive dizendo que não quer casar comigo porque a gente não teve nenhum encontro decente e do nada aparecemos grávidos. - Todos riram, inclusive a dentista pediátrica. - Então, você quer namorar comigo e ter o nosso primeiro grande encontro amanhã?
Alba Saavedra nem sabia mais por que estava chorando. Se era por conta do pedido de namoro meio desajustado no meio de um campo de futebol na Itália depois da vitória do time rival do que torcia, pelos hormônios da gravidez, ou pelas amizades maravilhosas que tinha feito desde que conheceu Gareth Bale. Na verdade, Alba Saavedra estava chorando por conta da união de todas aquelas coisas, o choro era por conta da vida incrível que estava tendo desde o dia em que Bale entrou desesperado no seu consultório por causa da queda da sobrinha. Mal Alba sabia que o jogador se sentia da mesma forma. A dentista tinha unido todas as coisas na vida do galês.
- Eu aceito! - respondeu e o ponta esquerda respirou, aliviado, abraçando a namorada nova pela cintura enquanto beijava a barriga aparente dela. Eles mal podiam esperar para aquela criança nascer.
- Meu amigo Isco também quer falar.
- É bem besteira. - falou e sentou ao lado de Isco Jr, no gramado.
Isco estava mais branco que o normal. Ele amava profundamente, a relação que ela tinha construído com o pedacinho de gente que era seu filho era incrível e o fazia amá-la ainda mais, Na cabeça do meia, eles já tinham uma família perfeita, mas casamento? Será que ia aceitar? Será que ele era suficiente para aquela bailarina incrível?
- Eu... - Travou e olhou quase em desespero para , que a melhor amiga o tirasse daquela situação. sorriu afetuosamente para o jogador e, pela troca de olhares, ela já sabia o que Isco queria fazer.
- Peça. - Isco leu os lábios da negra, pois nenhuma palavra saiu da boca dela.
- Isobel , - Francisco ajoelhou-se, ficando de frente para a bailarina e seu filho. - Você quer casar comigo?
Um silêncio pairou sobre a roda de amigos e parecia estar tentando processar o que estava acontecendo. estava com a boca aberta e os olhos arregalados em direção a , jamais tinha passado pela cabeça do jogador que o amigo teria coragem de fazer o pedido naquele momento. Rosie olhava a cena com orgulho enquanto Sérgio se debulhava em lágrimas, seu menino estava crescido. Bale tinha um sorriso no rosto e Alba também chorava. Todos ali sabiam que Isco e eram o casal da Disney. Eles iam ficar juntos mesmo com tudo.
- Você quer casar comigo? De verdade?
- Sim! Você tá surpresa?
- Estou! - Gritou, fazendo Isco Jr. gargalhar em seu colo.
A criança não conseguia entender perfeitamente tudo o que acontecia à sua volta, mas sabia que casamento era importante e significava felicidade para o seu pai. E sabia que aquilo também significava que ia morar de verdade com eles. Ele finalmente ia ganhar uma mãe de volta.
- Eu aceito! - se jogou nos braços de Isco, fazendo o jogador cair no gramado, e ainda gargalhando de felicidade, Isco Jr. pulou em cima dos dois.
- Eu ganhei uma mamãe! - A criança repetia várias vezes, fazendo todos ali se emocionarem.
e Francisco mereciam aquilo.
- Quando duas pessoas têm de se encontrar, a cidade torna-se pequenina. - sussurrou para e recebeu um beijo como resposta.
acreditava naquela frase mais do que qualquer um. Eles tinham se encontrado de novo. e eram destino.

Capítulo 31

I'm so encaptured, got me wrapped up in your touch
Feel so enamored, hold me tight within your clutch
How do you do it, you got me losing every breath
What did you give me, to make my heart beat out my chest
I feel we're close enough
I want to lock in your love
I think we're close enough
Could I lock in your love baby
LATCH - DISCLOSURE FT. SAM SMITH



🎬


Lavenham era um pequeno vilarejo em Suffolk, Inglaterra, ao nordeste da capital londrina, que tinha um charme especial. A maioria de suas casas eram tortas, as cores brilhantes das paredes das residências encantavam os visitantes, mas esse detalhe em particular chamava muito mais atenção.
adorava motivo de as casas serem tortas na sua cidade: elas tinham sido construídas às pressas, pois o lugar estava crescendo rapidamente, porque o boom econômico tinha acontecido graças ao comércio de lã, e a madeira fresca com que as paredes tinham sido levantadas, secou e levou as vigas a se deformarem. Então as casas começaram a se dobrar em ângulos inesperados.
Lavenham era uma cidade única. E adorava estar naquele lugar.
A mais nova da família adorava estar em casa porque tinha memórias aconchegantes de quando era criança e ainda morava ali. A atriz sentia saudade de acordar todos os dias e encontrar seu pai na cozinha fazendo panquecas para o café da manhã e o seu irmão velho escrevendo em seu inseparável caderno, sempre acompanhado de uma enorme xícara de café dos Star Wars.
E quando desceu as escadas para ir em direção à cozinha, encontrou a cena que estava sentindo falta. Do jeitinho que sempre lembrava.
- Bom dia para os amores da minha vida. - cumprimentou Kalani e Ives, sentando-se à mesa.
- nem tá aqui. - Ives brincou, recebendo língua e o dedo do meio como resposta.
- Fiz panquecas com blueberry. - Kai avisou e os olhos da mais nova brilharam.
amava panquecas com blueberry, principalmente as do pai.
- O que você está fazendo aí? – Perguntou, curiosa, ao prestar atenção no irmão, que tamborilava os dedos pela mesa e parecia rabiscar muito rápido no caderno.
- É uma música para gravarmos juntos. - respondeu e o encarou, confusa, sem entender se Ives estava sendo irônico ou falando sério. - Acredito que agora podemos gravar aquela música que convidei você em Paris, uh?
- Então meus filhos finalmente vão gravar uma música juntos?
- Não sei de onde esse menino tirou isso não, pai!
A verdade era que se assustava só com a ideia de gravar alguma coisa com o irmão. Ives era uma superestrela que o comparavam musicalmente com Justin Bieber, Shawn Mendes e Ed Sheeran. admirava muito o mais velho e não gostava nem de pensar em decepcioná-lo.
- Ah, não, Elis . – Kalani fingiu estar bravo com a situação. – Você tem uma voz linda! Ia ser um enorme presente para seu velho aqui ver você e seu irmão em uma apresentação juntos. Pela primeira vez.
- Papai...
- É verdade, ! Se não por mim, pelo papai, olhe a cara dele! – Ives disse, tentando esconder uma risada ao ver o pai fazendo cara de cachorro sem dono.
não sabia dizer não para nenhum dos dois. A menor respirou fundo, fazendo uma pausa dramática ao soltar todo o ar, comeu um pedaço da panqueca e encarou o irmão.
- Deixe eu ver essa letra. - Ives sorriu e rapidamente passou o caderno para a atriz.
releu o esboço duas vezes, na terceira, já tinha entendido um pouco da letra que ainda precisava de alguns ajustes, mas que poderia ficar incrível.
- Only, uh? – Devolveu o caderno para o irmão. – Se você finalizar hoje, a gente grava.
- É um desafio, irmãzinha? – Perguntou, sorrindo de canto.
- Como nos velhos tempos.
Kalani soltou uma risada e bateu palmas, servindo-se das panquecas logo em seguida. O homem não poderia estar mais feliz de ter os filhos unidos, depois de tudo o que já tinha acontecido com eles, era incrível poder vê-los juntos novamente. Kai não admitia para nenhum dos dois, porque sabia que ambos tinham seus trabalhos e uma vida muito corrida, mas sentia bastante falta de tê-los por perto.
Mas ele era grato pela vida de cada um deles, assim como era grato pela vida de e Sue , seu grande e verdadeiro amor.

⚽️


Desde a última vez que tinha estado em Lavenham, aprendeu a acordar bastante cedo.
Na temporada com Kalani, o homem o fazia acordar antes das seis da manhã para que ele fizesse as tarefas do dia, que iam desde capinar o quintal, até ajeitar o jardim da frente da casa da mãe. não ousava reclamar de nada, sabia que Kai só queria o seu bem, e depois de um tempo se acostumou com a rotina.
gostava de aproveitar quando acordava cedo para correr pelas ruas de Lavenham. O jogador adorava prestar atenção nas casas tortas do vilarejo onde havia crescido, gostava de pensar que quando tivesse bem velhinho, ele voltaria e moraria ali, na quietude do lugar, junto de , recebendo visita de seus amigos também idosos e de seus filhos, que, provavelmente, já seriam pais. adorava imaginar passar o resto da sua vida com , porque ele tinha a certeza de que a atriz era a mulher de sua vida e era com ela que queria ficar.
O loiro sentou-se no pequeno café no centro da cidade, cumprimentou amistosamente as pessoas que passavam por ele e pediu um macchiato. Quando o pedido chegou, colocou seus fones, e enquanto bebia tranquilamente, pensou no quanto sua vida tinha mudado em um ano e como era grato por tudo o que tinha acontecido.
tinha feito bons amigos no Real Madrid, na verdade eram irmãos. Ele nunca pensou que em um clube, onde na maioria das vezes era cobra engolindo cobra, iria encontrar irmandade com os seus, o Real tinha proporcionado uma nova família a ele. E era visível o quanto o sentimento era recíproco e verdadeiro, principalmente com Isco Alarcon, seu melhor amigo. Francisco ou Donzela, como o chamava desde os primeiros dias que se conheceram, estava com quase o tempo inteiro. Os dois moravam no mesmo condomínio e, por feliz coincidência da vida, suas respectivas companheiras também eram como irmãs. e Isco eram amor, da mais pura forma. O casal tinha enfrentado bastante coisa para que pudessem estar juntos, até mesmo um filho o jogador descobriu que tinha. Francisco Junior era uma criança doce, falante e tinha se dado bem de primeira com o loiro, para tristeza de , que tinha passado por maus bocados com a criança até que fosse plenamente aceita. Agora até de mãe o pequeno já chamava a bailarina.
Gareth Bale também tinha sido uma excelente surpresa para o jogador. O inglês sempre dizia que o galês era uma criança levada no corpo de um adulto, e era surpreendente testemunhar quanto o ponta direita tinha amadurecido naquele ano. Bale encontrou em Alba Saavedra uma fiel companheira, que também virou melhor amiga de . Gareth e Alba descobriram que iriam ser pais de uma menina e Bale descobriu o quanto gostava da ideia de ser pai e como aquela descoberta tinha acrescentado em sua vida. Até passar horas conversando com Sergio Ramos sobre paternidade em uma manhã de domingo, ele havia passado - e aprendido muito.
A amizade com o capitão do Real Madrid, para , tinha sido a coisa mais surpreendente naquele meio. Ele não imaginava o quão companheiro o espanhol era, Sergio era bastante família e tinha adotado para a sua. Rosalie sempre acolheu , desde o primeiro dia que tinham se conhecido. Nas brincadeiras aos finais de semana com o pequeno Junior, até no julgamento, quando quase ficou suspenso por doze jogos e sua carreira tinha ficado em perigo. Rosalie o ajudou. Rosie estava lá por ele, assim como Sergio. Os Ramos eram a família que tinha escolhido e ele era grato por aquilo e por tudo o que tinha passado com eles.
terminou seu café, pagou, deixando uma generosa gorjeta, e voltou para sua corrida matinal de volta para casa. Assim que chegou, viu a mãe regando as flores do jardim, sorriu com a cena, ele adorava estar perto de Sue novamente.
- Bom dia, Sunshine. - Sue o cumprimentou e beijou o topo da sua cabeça. - Fiz café com ovos mexidos e deixei na mesa.
- Vou tomar um banho e comer. Já gastei todas as calorias do macchiato que tomei nessa volta. - Sue riu, balançando a cabeça negativamente, e entrou.
Sue amava quando estava em casa. Ele era seu raio de sol e felicidade.

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estava feliz e seu brilho no olhar não escondia aquilo de ninguém. Desde criança sempre foi muito apegada ao seu irmão, e até a mudança de Lavenham, Ives era sua única companhia; quando a carreira dele deslanchou e ela foi para Madrid, foi a primeira vez que se sentiu sozinha. O músico nunca mais tinha tido tempo para nada e o que era diário tornou-se raro, chegou até ter uma época que a mais nova não lembrava quando fora a última vez que viu ou falou com o irmão.
Mas naquelas férias, as coisas estavam sendo completamente diferentes. finalmente tinha aceitado gravar uma música com seu irmão e Ives já tinha tudo organizado no pequeno estúdio que havia mandado construir no que era o quarto de hóspedes na casa de seu pai.
- Pronta?
- Eu espero que sim. - respondeu com um sorriso.
Ives posicionou as quatro câmeras ao redor de onde havia posicionado seu teclado e microfones. Além de cantor e compositor, o mais velho adorava o mundo da fotografia e edições, era seu maior hobby, onde investia bastante dinheiro.
Os primeiros acordes começaram e foi a primeira a cantar. Era impossível a atriz não lembrar de e de tudo o que passaram juntos naquele ano enquanto cantava os versos de Only.
jamais teria vergonha daquele amor, porque era único e eles eram um do outro.
- Meu Deus, você arrasou! - Ives elogiou, animado, ele sabia que a irmã era talentosa, mas ver ela gravar junto dele pela primeira vez tinha superado todas suas expectativas. - Vou começar a pensar nas próximas para gravarmos juntos. - riu e abraçou o irmão.
- Eu amo você.
- Eu também amo você, .
Os dois continuaram abraçados como se aquilo fosse um gesto de comprometimento de nunca mais abandonar de ambas as partes. Eles tinham sua própria vida e carreira, mas eram irmãos e companheiros um do outro para sempre. Eram os irmãos independente de qualquer coisa.
- Que cena mais linda! – A voz de Kalani preencheu o estúdio e o pai também entrou no abraço. – Eu realmente senti muita saudade de vocês.
Os três perderam as contas do tempo em que ficaram unidos, abraçados, como a família que eles eram. Kalani não podia estar mais orgulhoso dos filhos que tinha criado, o mundo era deles, e Ives podiam voar para conquistar o universo, mas sempre teriam para onde voltar: o colo do pai.
- Vim avisar que você tem visita, querida!
- ! – sussurrou e seus olhos brilharam, mas logo passou as mãos pelos cabelos. – Ele disse que vinha para jantarmos juntos, esqueci totalmente de fazer!
- Relaxe, querida. Sue e eu vamos preparar tudo, só estejam aqui na hora do jantar. – sorriu e o primeiro pensamento de Kai foi que o sorriso da filha poderia iluminar o mundo inteiro.
A mais nova do trio desceu as escadas, correndo igual uma criança quando é avisada que tem presente esperando por ela embaixo da árvore de natal.
Mas era quase isso, só que era o presente.

⚽️


As melhores memórias que tinha da sua infância envolviam e Lavenham. guardava com carinho as memórias que tinha colecionado com sua melhor amiga - e amor da sua vida. Ele só não lembrava como os dois tinham se conhecido, já que desde que se entendia por gente, sempre esteve na sua vida.
Mas, do restante, ele lembrava de tudo. Dos acampamentos na floresta com Kalani, de como eles gostavam de ver as estrelas antes de dormir. De quando os dois andavam enlouquecidos e dando gargalhadas no carrinho automático de na rua em que moravam. Das primeiras apresentações de teatro de em que ele sempre levava uma rosa azul. Os seus primeiros jogos pelo colégio em que ela sempre estava na torcida. Lembrava do primeiro beijo deles quando tinham 10 anos no enorme quintal de Kalani. No mesmo dia em que tinha caído da árvore e ido para o hospital, onde tinha tido o diagnóstico que sua memória havia sido afetada gravemente.
E logo depois disso, Elis era somente uma coleção de lembranças incríveis na mente e no coração de August , já que ela tinha ido para longe junto de Kalani e seu irmão mais velho.
tinha demorado para entender e aceitar as coisas que lhe tinham acontecido na vida, mas depois que reencontrou sua melhor amiga e amor da sua vida, entendeu que tudo que tinha que acontecer era para ter acontecido. Eles estavam ligados.
Akai Ito.
A lenda japonesa que tinha se tornado real. Era a história deles. E tinha a certeza que era com que queria ficar o restante de sua vida inteira.
- Você lembra desse tijolo? - perguntou enquanto os dois andavam pelo enorme quintal de Kalani.
- Eu lembro. - sorriu. - Foi onde você me beijou pela primeira vez.
- Sim! Você era pequena e eu não te alcançava muito bem.
- E me mandou ficar em cima do tijolo e acabou me roubando um beijo. Meu primeiro beijo!
- Foi meu primeiro beijo também. - revelou e os dois riram, ficando de frente para o muro e o pequeno tijolo. - Fique aí.
- O quê? Em cima dele?
- Sim! Suba aí, , vamos.
- Igual quando tínhamos dez?
- Igual quando tínhamos dez. - sorriu e subiu, mesmo com dificuldade de permanecer equilibrada em cima do tijolo.
E parecia não acreditar no que estava acontecendo.
estava ajoelhado à sua frente, com uma pequena caixa azul estendida, que tinha um pequeno e delicado anel de ouro cheio de detalhes, com diamantes ao seu redor e o principal no meio.
sorria como se tivesse acabado de ganhar na loteria, mas era muito mais do que isso. Muito mais.
- Elis , você quer casar comigo? Quer ter umas três ou quatro crianças correndo pela nossa casa? Você quer passar o resto da sua vida comigo?
- Eu diria sim em todas as línguas do mundo se conseguisse falar todas, .
O jogador não percebeu, mas começou a chorar ao mesmo tempo que sorria. Assim como . O sorriso dos dois poderia iluminar uma cidade inteira.
- Isso é um sim?
- É mais que um sim, . É uma certeza.
colocou o anel no dedo de e, antes que ela pudesse descer do tijolo, a beijou. Era como se tivesse sido a primeira vez, só que era só o começo do para sempre deles.
Isco Alarcón sempre esteve certo.
Quando duas pessoas têm de se encontrar, a cidade torna-se pequenina.
E e eram a prova viva daquilo.



Fim!



Nota da autora: Eu nem acredito que Latch chegou ao fim. Na verdade, não é o fim. Mas é o fim dessa fase de e e eu sou muito grata a cada um que me acompanhou até aqui. Foram longos anos, e colocar um ponto final na história dos dois, foi uma jornada e tanto, não é?
Eu nem sei mais o que dizer, eu não queria dizer adeus à Latch.
E então não vou dizer. É somente um até logo.
Até logo e obrigada por me acompanharem nessa linda jornada. ♥️

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Nota da beta: Eu estou chorando, porque sou uma manteiga derretida. Eu amo Latch, eu amo ter sido a beta dessa história e amo cada pedacinho dela. Você é incrível, Gio, obrigada por essa história maravilhosa e por cada personagem que fez parte dela, que você trouxe para nossas vidas como leitoras 💙

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