Fanfic finalizada: 03/12/2018

Capítulo único

Correndo pela grama de braços abertos, aproveitava cada raio de sol do fim do dia – como sempre fazia. Agora que já era mais velho, seus pais não vinham buscá-lo e ele podia observar as estrelas o quanto quisesse, observando-as por horas durante a noite.
Parando no meio da planície e fechando os olhos, ainda de braços abertos, olhou rapidamente para o céu e, ainda com a cabeça erguida, fechou os olhos. Como raio de sol, ele sentia o calor do Sol atingindo a própria pele e enchendo o coração com um calor inexplicável – da mesma maneira que ele brilhava em um leve tom dourado quando fazia aquilo ou estava em um extremo bom humor, o que não era raro.
Por diversas vezes, ele ouvira outras pessoas comentando como brilhava assim como o pai. Não era raro que a mãe dele parasse para observá-los durante alguma tarde quando ele era criança, ambos brincando no jardim e brilhando como os raios de sol que eram.
O pai dele decidira cair para conhecer a Terra e se apaixonara, decidindo permanecer por lá e não mais brilhar no céu. Portanto, era um pequeno raio de sol – agora já moço, porém ainda com o mesmo belo sorriso de quando se divertia quando criança.
Respirando fundo, mal a viu se aproximando. Estava aproveitando o fim do dia para então encontrar suas amigas estrelas, quando ouviu algo muito estranho.
- CUIDADO!
Ele teve a oportunidade de abrir os olhos rapidamente para ver um raio prateado voando na própria direção e o que parecia ser uma moça no meio deste. Ela que gritara para que ele se distanciasse – entretanto, podia não entender o que estava acontecendo, mas aquela moça estava caindo e precisaria de amparo.
Sendo assim, ela o atingiu de supetão. Sem pensar muito, a segurou com força, para que ela não se machucasse muito. Os braços dela se fecharam em torno dele enquanto faíscas prateadas voavam para todos os cantos como fogos de artifício. O tom alaranjado da tarde finalmente sumira, o azul escuro da noite começando a tomar o céu.
E nisso, ambos deslizaram pela planície uns bons metros até finalmente pararem.
Ainda demorou alguns segundos para que a irradiação prateada acabasse. Abrindo os olhos, completamente desnorteado, ficou em choque ao encontrar aquela bela moça em seus braços, desacordada.
Tinha a impressão que ela brilhava em um leve tom igualmente prateado. Conforme o brilho diminuía e a respiração dela se acalmava, conseguia ver mais do rosto daquela criatura misteriosa que caíra diretamente nos braços dele.
- Oi...? – Ele perguntou cuidadosamente, passando os dedos de leve pelo rosto da moça.
O que quer que tivesse acabado de acontecer, ela deveria estar machucada.
As sobrancelhas dela se franziram levemente e os olhos se abriram em seguida. Com algumas piscadelas, ela finalmente conseguiu focar o rosto de – que abriu um de seus enormes e radiantes sorrisos para ela.
- Tudo bem por aí?
- Você! – E o rosto dela se iluminou em alegria, deixando-o confuso. Ele a conhecia de algum lugar? – Você é o garoto que toda tarde corre na planície...!
A moça tentou se distanciar dele e apoiar nos próprios braços para observá-lo melhor, porém não tinha forças.
- Calma, calma... Uma coisa de cada vez. – Rindo, ajudou-a a sentar. – Pronto. Agora me diga uma coisa, nós nos conhecemos?
- Bom, eu te conheço. – Ela riu brevemente, colocando uma das mexas dos cabeços atrás da orelha. Somente quando a manga do vestido dela escorregou até o cotovelo é que notou que aquela moça usava roupas muito estranhas para o mundo dele. E olha que ele já tinha visto sua parte de esquisitices. – Estou acostumada a te observar todo fim de tarde, desde que você era criança, quando você vem correr aqui e aproveitar os últimos raios de sol.
- O quê? E como eu nunca te vi antes? – estava chocado, mas achava aquela conversa cada vez mais interessante. – De onde você me observa?
A moça apontou para o céu, com um pequeno sorriso nos lábios.
Olhando para cima, ainda tentando entender, viu como se fosse um aglomerado de estrelas em um ponto específico. Em seguida, olhou de volta para a moça, completamente em choque.
- Você é uma estrela?!
- Tecnicamente, agora sou uma Cadente. – E ela esticou a mão para ele. – . Prazer em finalmente conhecê-lo.
- . – Ele apertou a mão dela sentindo que o coração ia explodir. – Posso perguntar o que uma estrela como você veio fazer aqui?
- Procurar meus pais. Fiquei sabendo que eles também são Cadentes e nunca os conheci... – Dizendo isso, suspirou e se forçou a levantar, finalmente sentindo a Terra embaixo dos pés pela primeira vez.
Era um sentimento diferente, que a fez bambear. imediatamente se levantou e a segurou, impedindo-a de cair novamente. Apesar de estar preocupado, a única coisa que fez foi rir.
- E você sabe onde eles estão?
- Não tenho ideia... – Ela colocou as mãos na cintura, no ápice da animação. Parecia que nada podia desanimá-la e aquilo o fez dar uma breve risada. – Não gosto muito de admitir... Mas acho que vou precisar de uma ajuda.
- Eu posso te ajudar. – jamais negaria ajuda a uma estrela. Observara o céu durante toda a vida na esperança de ir até lá ou pelo menos de conhecer uma delas: naquele dia, seu desejo se realizara na forma de . – Quer dizer, se você quiser, claro.
ficou um tanto desconcertado, achando que ela não aceitaria. Porém, quando viu o belo sorriso de em resposta, não pôde deixar de sorrir também.
Tinha o sentimento de que algo importante havia acabado de se iniciar.

****


acordou, encontrando adormecida em seus braços – exatamente como no dia em que o atingira quando decidira virar Cadente. Sorrindo, ele fechou os olhos enquanto agradecia a decisão que ela tomara.
nunca imaginara que o dia em que o atingira como um ônibus naquele fim de tarde pacato poderia ser um marco tão importante na sua vida. Jamais esperara a série de eventos que viveram em seguida... Muito menos que ele finalmente encontrara uma estrela para chamar de sua.
Ele sabia o que muitos achavam daquilo: um raio de sol e uma estrela, tão absurdamente diferentes, não estavam destinados a ficar juntos.
Mas todas aquelas palavras caíram por terra quando ele a beijara pela primeira vez.
Durante a viagem de ambos, ouvira muitos comentários sobre o que poderia acontecer se eles ficassem juntos – um deles até incluía o apocalipse, algo que ele nunca efetivamente compreendera. Entretanto, seu medo de ficar com e deixar aquele sentimento que crescera aos poucos em seu coração fluir livremente era plenamente compreensível.
Quando seus lábios se juntaram, porém, foi algo mais forte do que a queda da estrela da Ponte das Cadentes – e parecia explodir mais faíscas do que o momento em que os braços dela o encontraram pela primeira vez. sentiu a leve frieza dos lábios dela, enquanto sentiu o beijo dele quente como o próprio Sol. Ele brilhou em dourado ao mesmo tempo em que ela brilhara em prata e nenhuma criatura da Terra jamais vira fulgor tão belo quanto o dia em que e cintilaram juntos.
Ainda de olhos fechados, não viu quando a pele começou a emitir o leve brilho dourado enquanto abraçava sua pequena estrela perto do próprio coração. Sentindo o calor que ele emanava, abriu os olhos gradualmente, constatando que já era hora de levantar.
Por mais que jamais quisesse sair dos braços dele.
Seus olhos encontraram o brilho característico de em seu bom humor matinal. Sorrindo – completamente apaixonada por cada característica de seu pedaço de Sol – o abraçou com um pouco mais de força e ignorou o leve brilho prateado que emanava e si.
Abrindo os olhos, a encontrou abraçando-o, emitindo seu cintilar característico. Era uma pena que o céu tinha perdido sua Estrela da Tarde, porém ele tinha ganhado algo muito mais valioso do que qualquer pessoa poderia ter. Queria que o tempo parasse só para que ela continuasse brilhando daquela maneira por toda a Eternidade.
- Bom dia, minha pequena estrela. – A voz dele era gentil e aconchegante como uma tarde de verão. abriu novamente os olhos, encontrando o sorriso de que tanto amava, tão radiante quanto o astro que despontava no céu ao lado de fora.
- Bom dia, meu raio de sol. – Ela respondeu como a melodia dos sinos prateados da Cidade das Estrelas, local que provavelmente jamais voltaria a visitar.
Os dedos quentes de se entrelaçaram nos dedos levemente gélidos de .
Contra todas as chances e expectativas, lá estavam eles: um raio de sol e uma estrela. E juntos, cintilavam mais do que qualquer um dos seus irmãos ou irmãs.






Fim



Nota da autora: Olá, minhas pequenas estrelas cintilantes e raios de sol! Como vão?
Tive essa idéia pro especial e resolvi desenvolver rapidinho – mas, basicamente, faz parte de um mundo inteiro que eu ainda tô desenvolvendo e provavelmente teremos uma longfic desses dois. Um raio de sol apaixonado por uma estrela cadente procurando pelos pais na Terra, imaginem só o que vai acontecer?
Hahaha espero que tenham gostado dessa história rápida! Lerei todos os comentários com carinho e respondo assim que puder. Obrigada por lerem a fic!
Até a próxima!
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Não gosto de falar essas coisas, mas como já tive problemas antes, acho bom deixar avisado. Nem tudo que tá na internet é do mundo, minha gente. Quer postar em outro site? Fala comigo! Eu não mordo! Hahaha a gente vê de me dar o crédito e linkar para o original aqui no FFObs! Só me mandar um e-mail ou pedir aí nos comentários!

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