Postada em: 11/10/2020

Capítulo Único

Demorei um pouco mais de uma hora no banho, deixando que a água quente do chuveiro lavasse toda a tensão do meu corpo. A corrida tinha feito um milagre, e eu estava me sentindo novamente renovada depois de perder algumas gramas. A preocupação era um sentimento distante que eu nem me importava mais. Papai acreditou no meu enorme sofrimento para pagar as contas e disse que ajudaria com uma renda fixa maior por mês. Renda fixa, essa palavra ainda estava ecoando por minha cabeça. Dinheiro fixo para gastar todo mês com roupas, sapatos e muito álcool. Depois dessa novidade, até tinha cogitado a possibilidade de ir passar algumas férias em Brighton durante o ano. Quem sabe mamãe não fosse comigo fazer algumas coisas? Logo, usaríamos o cartão do papai, e ela me daria um presente em forma de agradecimento. Sem contar que eu não teria que pagar por todos esses banhos demorados. Aqui era o céu para uma pessoa consumista.
Desliguei o chuveiro, mentalmente agradecendo aos deuses que inventaram a água quente. Aquilo era revigorante a qualquer momento. Busquei imediatamente a toalha, enrolando em volta do corpo para que aquela sensação não fosse embora tão cedo. Antes de sair do banheiro, eu precisei verificar certas partes do meu corpo. Pelos era algo que eu odiava. Então, busquei meu creme depilador e fui aplicando sob a pele. Alguns minutos depois e tudo estava em ordem. Agora minha pele estava extremamente lisa e cheirosa. Cabelo muito bem lavado e minha aparência totalmente lívida. Perfeito! Estava pronta para dormir.
Ignorei os gritos de mamãe vindo do andar de baixo para que eu fosse jantar. Prendi a toalha, de forma que não fosse possível me deixar completamente nua, e arrastei com certa dificuldade minha mala para a cama. Pelo menos algo naquele quarto era bom, a cama. Papai manteve as cores do quarto e toda aquela decoração horrorosa, mas foi capaz de trocar a cama para uma maior. Acho até que ele estava se acostumando com a ideia de que eu não era mais sua filhinha, e sim uma mulher quase formada. Ainda bem que todas as informações extras sobre a minha vida sexual ele não tinha conhecimento. Ficava imaginando a cara dele ao saber que a sua querida filha não tinha um compromisso sério desde que tinha 15 anos de idade. E que, daquele dia em diante, ela tentou curtir todo o prazer da vida de adolescente. Álcool, drogas, sexo e, principalmente, muito sexo. Claro que eu não seria uma tola de contar para ele todos esses detalhes, o que ele sabe ao meu respeito era o suficiente para continuar me amando. O resto? Não tinha importância! O respeito dele por mim era o mesmo desde que eu morava com eles até os meus 18 anos. Minha mãe ainda me tratava como princesa, e eu os culpava por certos comportamentos que tinha. Como, por exemplo, essa necessidade compulsiva em comprar sapatos. O exemplo que eu tinha era o guarda-roupa de mamãe, lotado de maravilhosos pares de todo o formato e cores que o mundo possa imaginar. Minha mãe era culpada por criar esse monstro. Agora, ela e papai que sofressem com as consequências disso.
— Às vezes, sou um pouco malvada. — Concluí o pensamento soltando uma risada pelo canto da boca. Procurei, no meio daquela bagunça toda, minha camisola de seda vermelha. Apesar de ser extremamente sexy e provocativa, eu gostava de sentir o leve tecido contra minha pele. Era macio e leve, da forma exata para deixar meu corpo relaxado. Precisava de uma noite de descanso para recuperar a energia, todo o trabalho, faculdade, . Tudo estava começando a sugar minha energia, e, hoje, eu estava me sentindo esgotada. Longe de tudo aquilo, tinha um momento onde pudesse somente pensar em nada. Atrapalhando o nada que surgia repentino em minha mente, escutei meu celular tocar em alguma parte daquele quarto. Não era possível que alguém estivesse ligando naquela hora.
— Pode ser a . — Torci os lábios, esperançosa. Segurando ainda a toalha, comecei a tatear minha cama na esperança que encontrasse o aparelho. O toque começou a ficar mais alto, e, por fim, o achei enrolado numa toalha no sofá do outro lado da cama. — Alô? ? — Atendi, torcendo para que a pessoa não tivesse desligado. Nem notei o número que estava no visor, eu estava confiante de que era ela. Tinha que ser ela, de qualquer maneira. O celular ficou em silêncio por alguns minutos e me sentei na cama, um pouco decepcionada com aquilo.
— Tente outra pessoa. — Disse uma voz masculina do outro lado. Aquela voz… Eu parei por um segundo, analisando de quem poderia ser. Não que eu tivesse uma ótima memória para me lembrar de todos os homens que me ligavam às vezes para dizer que estavam com saudades. Na maioria, quando eu via, um número desconhecido, nem me dava ao trabalho de atender.
— Me deixa adivinhar. — Usei um charme na voz. Não podia logo dispensar o cara, não sabia quem era. E se fosse alguém especial para meus momentos de extrema necessidade?
— Tantos assim que você nem deve ser capaz de lembrar-se de mim. — Escutei aquela risada ao longe, e ela pareceu acertar a boca do meu estômago naquele momento. Essa risada era familiar. Pense, . Quem era o dono dela?
— Desisto. — Rendi a curiosidade. Aquele jogo era difícil, e eu não estava disposta a ficar a noite toda tentando descobrir quem era ele. — Fale quem é você. — Ordenei imediatamente, aumentando o tom da minha voz. Cruzei as pernas, apoiando meu corpo contra a mala, prestando o máximo de atenção.
— Preciso ver você. — Ele disse, suave, e senti outra pontada aparecer no meu corpo. — Onde você está? Fui à sua casa e não te encontrei.
— Você, me procurando? — Levantei uma sobrancelha, agora girando com uma das mãos a camisola que eu estava tentando vestir quando o celular tocou. — Posso te ajudar em algo? Pra que essa necessidade de me ver? — questionei.
— Temos algumas dívidas, e eu estou disposto a cobrá-las.
? — Reconheci imediatamente aquela voz só pela maneira de pronunciar algumas palavras, e também as dívidas. — Ora, ora! me ligando a essa hora. Por que precisa me ver? — Não contive a risada que surgiu naquele instante. E não era que ele ainda não tinha me esquecido?
— Onde você está? — Ele pareceu ignorar a risada, perguntando novamente onde eu estava. Pensei durante alguns minutos sobre a situação. Estava longe, procurando por um pouco de sossego, mas não seria de todo o mal se esse sossego tivesse um pouco de envolvido. Talvez eu pudesse usá-lo como moeda de troca em algum lugar de Brighton. Cara famoso, rico e tinha um grupo. Que mal isso faria?
? — voltou a me chamar, percebendo meu silêncio momentâneo.
— Estou em Brighton, na casa dos meus pais. — Respondi imediatamente.
— O que você está fazendo em Brighton? — Ele perguntou, curioso.
— Nesse momento? — Outra risada cortou o clima, e eu senti a vontade de provocá-lo. — Estou deitada na cama de toalha, falando com você. — Ao terminar a frase, escutei o barulho da respiração dele pesada contra o celular. Isso, ! Fique louco desse jeito. — Você atrapalhou bastante coisa.
— É. Consigo imaginar o que eu atrapalhei. — Sua voz ficou fraca, lutando contra o impulso de dizer outras coisas. — Preciso ver você, ainda mais depois dessa informação importante. — Ele sorriu.
— Qual informação? – Fiz de desentendida.
— Você de toalha na cama. — Ele respondeu imediatamente. — Informações demais para minha cabeça. Passe o endereço. — , agora, não estava pedindo, e sim ordenando. Ele estava subindo um pouco no meu conceito, falando daquela maneira e fazendo aquelas exigências.
— São quase dez horas da noite. Você não acha um pouco tarde para uma visita? — Tentei prolongar o assunto apenas para escutar um pouco mais o que ele estava disposto a fazer. Por mais que meu orgulho estivesse em alta, eu sabia que precisava conversar com outra pessoa a respeito do que eu estava enfrentando com .
— Chego em menos de uma hora. — estava calmo e disposto realmente a pegar o carro e dirigir 82 km apenas para me ver. Ele estava louco por sexo, fato!
— Tudo bem. — Resolvi ceder. — Anota o endereço.
Passei o endereço da casa dos meus pais para ele e não pude deixar de ficar impressionada com aquela ligação. Hoje era sexta-feira, e eu estava em Brighton para passar o fim de semana sozinha. Saber que estava vindo para cá me deixou um pouco mais animada. Quando desliguei o celular e olhei para a hora, notei que a noite estava apenas começando, e eu aproveitaria cada minuto dela, incluindo usar minha melhor lingerie.

***


Olhei meu reflexo no espelho pela última vez, certificando-me da combinação que eu estava fazendo. Saia preta com um tomara que caia todo prateado com alguns detalhes em preto e branco. Brincos, pulseiras e um colar para realçar um pouco meu pescoço. Aquela combinação estava básica para uma noite. Na realidade, o básico era para impressionar papai, que, àquela hora, estava na sala assistindo a outro jogo. Por isso, resolvi que levaria o casaco para esconder a blusa. Claro que ele não iria notar o salto agulha que eu estava usando e muito menos a maquiagem, oras. Ele devia entender que eu estava crescendo e experimentando novas coisas nesse crescimento. Por exemplo, a sair com um homem. Lembrando que papai ainda acreditava que era uma pessoa inocente e tinha medo que algum cara brincasse com meus sentimentos. Tolo. Soltei uma risada, vestindo meu casaco e pegando minha bolsa. Joguei o cabelo para trás, verificando dentro da bolsa se não tinha esquecido algo importante e fundamental naquelas horas.
— Camisinhas. — Balancei no ar o pacote que havia comprado recentemente. Pessoa prevenida sempre anda com uma na bolsa. Como eu sempre dizia: nunca se sabe quem você vai encontrar na rua. Por isso, sempre levava várias na bolsa. Porque, ultimamente, eu andava encontrando não somente uma pessoa, e sim algumas. Comecei a rir daquele comentário e notei que algo estava diferente. Hoje, eu estava rindo por qualquer coisa, e isso estava ficando estranho a cada minuto. Desde quando eu ria daquela maneira por tudo? Forcei meu olhar para o espelho, analisando meu rosto. Depois de alguns minutos, decidi que estava tão delicada e que meus olhos estavam brilhando mais do que o normal. Brighton talvez fosse a culpada por isso, o clima ou então aquele banho demorado tinha renovado minhas expectativas para algo desconhecido. Ou, então, tudo isso era papo furado, e eu precisava de um pouco de álcool para voltar ao normal e parar de pensar demais nessas coisas. “Voto em você pegar o de jeito!” Apontei para o espelho e escutei o barulho da buzina tocando lá fora.
— Menos de uma hora. — Sorri, olhando para o relógio. Peguei meu celular em cima da cama e desci sem pressa alguma. Era difícil manter a pose diante de papai, e, por isso, eu precisava do meu melhor teatro.
— Filha, vai sair? — Ele perguntou, levantando-se do sofá. Que mentira podia usar hoje?
— Vou sim. — O abracei, me despedindo. – Não se preocupe que eu volto cedo, ok?
— Tudo bem, lindinha. — Papai beijou meu rosto, e meu papel de boa filha já estava completo. O estranho naquilo tudo? Ele nem me perguntou com quem eu iria sair.
Quando fechei a porta e olhei para a rua, encontrei parado, encostado no carro, parecendo um ator daqueles filmes babacas de romance. O príncipe esperando a garota dos seus sonhos naquela posição. A garota boba era eu, e ele, o príncipe encantado da minha vida. Tudo bem, essa história mudaria hoje. Caminhei lentamente, mantendo o olhar dele. Fiz isso para que ele notasse o cumprimento da saia e a maneira que ela levantava conforme estava andando. Ele sorriu sereno, cruzando os braços novamente, igual aos filmes. Parei alguns centímetros do seu rosto, sendo capaz de encostar uma mão em seu peito. Deixei que ele sentisse o cheiro do perfume em meu pescoço e fui em direção do seu rosto.
— Pare de bancar o príncipe encantado e entre logo dentro do carro. — Sussurrei em seu ouvido, dando uma leve mordida em seguida na orelha dele. levantou os ombros no mesmo momento em que fiz aquilo. Ele sentiu o corpo arrepiar, sabia disso.
— Não fale o que eu tenho que fazer. — Ele respondeu na mesma altura, passando a língua pelo lóbulo da minha orelha. Ele era bom nisso. — Entre no carro. — abriu a porta do Porsche, e eu fiquei tentada a falar alguma coisa do carro. Não era especialista em automóveis, mas eu sabia reconhecer que era um lindo carro. Então, tinha um Porsche 911 Carrera preto e estava, naquele exato momento, abrindo a porta para que eu entrasse?
— Quanto tempo você ficou sem comer só pra comprar esse carro? — Comentei com o melhor humor ácido, e ele me ignorou, não querendo soltar algum comentário também maldoso. Que pena! Ele estava ganhando um pouco de respeito.
— Esse carro foi um presente do Mark. — Ele comentou, fechando a porta e me olhando ajeitar a saia dentro do carro. — Uso-o para ocasiões especiais. — Ocasiões especiais? Tentei não rir para que ele não notasse a minha surpresa. deu a volta e rapidamente estava no banco do motorista, dando partida no carro. Apenas lancei um olhar para ele, movendo minhas pernas no ângulo exato para que ele pudesse apreciar. Ia mostrar para ele o que realmente era uma ocasião especial.

***


’s version

Forcei ambas as mãos contra o volante do carro, mantendo o controle da minha respiração, que começou a ficar pesada com o movimento suave que ela fazia com as pernas. Droga! Obriguei-me a olhar para frente, prestando atenção na avenida. De que lugar do inferno essa garota tinha saído? Não era possível um ser humano ser terrivelmente atraente desse jeito e, ainda por cima, ser tão provocante. Droga, ! Mordi o lábio quando ela roçou uma perna na outra, e aquele movimento me proporcionou uma visão tão privilegiada que eu senti o suor escorrer pelo rosto. Como eu não havia reparado naquela enorme tatuagem que ela tinha na perna esquerda? Três borboletas maravilhosas e algumas flores subindo da coxa em direção à cintura.
Ah! Com certeza eu queria explorar com a língua cada centímetro daquela obra de arte atraente e colorida.
— Tudo bem, ? — Ela perguntou, sabendo que aquilo me deixava louco. Tudo bem? Era isso? Ela me perguntou se eu estava bem?
— Tudo. — Respondi, cortês, sentindo vontade de mandar logo um tudo vai ficar bem quando eu cravar meus dentes contra a sua pele e roçar meus lábios por todo seu corpo. AH! Senti meu corpo arder com aquela provocação espontânea.
— Que bom. — Ela sorriu, entortando um pouco a cabeça.
— Tudo bem com você? — Devolvi a pergunta no mesmo tom e senti que ela ficou em silêncio, olhando para o vidro do carro.
— Tudo ótimo. — ajeitou o cabelo, escondendo a expressão da resposta. Ótimo mesmo? Algo estava errado, e eu conseguia sentir isso.
— Por que veio para Brighton? — Tinha que aproveitar minhas chances e explorar o terreno.
— Meus pais. — Ela respondeu, não me olhando. Estava me evitando? Por que tão monossilábica daquela maneira?
— Algo mais? — Forcei a conversa.
. — Ela girou a cabeça, olhando dentro dos meus olhos. Lentamente estacionei o carro na entrada de um pub e, antes de tirar o cinto, encarei o rosto dela. forçou o olhar por alguns segundos antes de abrir a boca novamente. — Não tenta criar uma relação entre a gente. — Ela fez gestos com as mãos, agora sorrindo. — Caso role algum sexo hoje, não preciso que você me convide. Tudo bem? Eu vou saber no momento certo.
OUTCH! Que tapa na cara tinha levado agora quando ela disse aquilo.
— Quem disse em sexo? — Fiz minha melhor cara de tapado, tentando inutilmente convencê-la. Ela soltou uma gargalhada gostosa, e eu fechei minha expressão. — É sério.
Tudo bem que era mentira. Quem disse que eu iria para Brighton à toa? Óbvio que eu queria sexo, sexo e sexo.
— Você pode não estar pensando em sexo... — ela parou quando o host aproximou-se, abrindo a porta do lado dela. — Mas eu estou, e muito.
Antes de sair, ela deslizou levemente suas mãos para meu peito, esbarrando propositalmente contra minha calça. OK! Eu precisava de ar antes que fosse capaz de jogá-la contra a parede daquele pub e fazer tudo o que eu queria ali mesmo. Fiquei alguns minutos em silêncio, encarando o volante do carro. Era impressionante a maneira com que ela conseguia lidar com aquilo tudo. Para tudo, tinha uma resposta, e cada resposta que eu nem tinha chances de ir contra.
Por onde eu devia começar? Conversar era algo que estava fora de questão. Impressionar também. Eu estava sendo razoável, tentando uma conversa, um contato, e ela logo havia me cortado.
— Não é uma má ideia, . — Balancei a cabeça, andando um pouco atrás dela e vendo a maneira que caminhava para a porta do pub. Não era o único do local que estava impressionado com a sua beleza. Ao passar por um grupo de rapazes, notei a animação deles ao medir cada parte do corpo de . Fui obrigado a rir. Ignorei completamente todas as cantadas que eles começaram a soltar quando paramos para pegar as pulseiras para o VIP. Ao julgar pela expressão em seu rosto, também estava ignorando ou não demonstrava em nenhum momento interesse por aquele grupo, que ainda insistia nas mesmas cantadas idiotas de sempre. Ela realmente era um ponto de interrogação na minha cabeça.
— Preciso beber algo. — Ela comentou, lançando um olhar para o bar assim que entramos. O lugar estava lotado e a música, extremamente alta. Quase não era possível escutar nada. Outro grupo de rapazes que ia nesses lugares achando que iam conseguir qualquer mulher que surgisse no local olhou diretamente para ela, e aquilo não me incomodou em nenhum momento. Sentia pena de algum deles, caso tentassem algo. Eles não sabiam como ela conseguia ser sedutora daquela maneira e acabar com o seu coração em fração de segundos depois. Cruel. Muito cruel.
— Vou pegar algo para você beber. — Falei bem próximo da orelha dela, fazendo questão de tocar meus lábios levemente em seu pescoço quando estava me distanciando.

Duas e trinta e cinco da manhã.

— Você não acha que bebeu demais? — Ela já estava bêbada logo nos primeiros minutos que tínhamos chegado ao pub e não tinha parado ainda de beber. Eu tinha parado logo depois de notar que as imagens estavam ficando turvas.
— Não banque o imaturo, ! — Recebi outro tapa na cara com aquela resposta. Tinha que aprender a falar algo certo antes que eu entrasse numa situação delicada.
— Não estou bancando o imaturo. Só acho que você bebeu demais e podemos parar por hoje. — Tomei o copo da mão dela, chamando o garçom para recolher a garrafa e todas as outras bebidas que estavam em cima da mesa.

***


Olhei para o relógio do pub, notando que o tempo tinha passado muito rápido, e eu nem havia notado. O lugar estava ficando vazio com o passar das horas, e eu estava investindo naquela madrugada a cada minuto. estava no meio da pista, dançando de uma forma sensual. Ela descia a mão pelo corpo, subindo novamente, moldando o formato de suas curvas. Fiquei sentado na mesa, olhando e tentando não perder nem um lance daqueles movimentos.

Ela queria me provocar e o fazia tão bem que era como se tivesse nascido para aquilo. Percebeu que eu a estava encarando sem piedade, então riu.
A música mudou, e eu recebi aquela mudança com uma mordida no lábio. Undisclosed Desires, do Muse, começava a tocar, e, assim que reconheceu as notas, rolou os olhos, como num movimento de prazer. Depois, girou a cabeça na minha direção e me olhou de forma tão sensual que foi suficiente para que eu ficasse excitado.

I know you suffered
But I don’t want you to hide
It’s cold and loveless
I won’t let you be denied


Enquanto os primeiros versos da música eram cantados, desfilava em minha direção, recitando as palavras sem deixar escapar nenhum som. Uma canção muda, me obrigando a fazer uma leitura labial deliciosa.

Soothe me
I’ll make you feel pure
Truste me
You can be sure


Chegou até mim com um sorriso safado brincando no canto dos lábios. Esticou a mão na direção do meu pescoço, e eu fiquei sem ação por um momento, completamente aturdido com as trajetórias que seu corpo seguia, vindo ao encontro do meu. Tocou minha nuca com as pontas das unhas afiadas, fazendo um arrepio percorrer minha espinha. inclinou-se na direção do meu ouvido e sussurrou junto com a música:
I want to reconcile the violence in your heart.
Não aguentando ficar parado com tanta provocação, segurei a garota pelo quadril e a girei, obrigando-a a ficar de costas para mim. Abracei seu corpo por trás em um movimento rápido, colei minha boca em sua orelha e respondi:
I want to recognize your beauty is not just a mask, I want to exorcize the demons from your past…
E, juntos, murmuramos:
I want to satisfy the undisclosed desires in your heart.

You trick your lovers that you’re wicked and divine
You may be a sinner
But your innocence is mine


agarrou minhas mãos e as guiou por seu corpo, descendo-as pela lateral de sua barriga e subindo-as pela parte frontal das suas coxas. Tomei liberdade de controlar minhas próprias mãos, então, com uma delas, afastei seu cabelo do pescoço para dar mordidas leves na pele fina e macia. Com a outra mão, deslizei pela parte interna de sua coxa, coincidindo um forte apertão com um chupão em seu pescoço. Fiz a garota gemer.

Please me
Show me how it’s done
Tease me
You’re the one


Recebi um tapa na mão que repousava pela coxa de . Sem que eu percebesse, ela já estava no comando novamente. Virou para mim e começou a beijar minha boca, meu pescoço, o lóbulo da minha orelha. Mordeu meu lábio inferior e o chupou em seguida, enquanto eu a incentivava com apertões em seus glúteos. Quando dei por mim, ela já estava com as mãos dentro das minhas calças.
Sorri com os toques. Seus dedos finos percorriam toda a extensão da minha ereção, numa frequência rápida e com uma firmeza admirável.
Quando ela aumentou a velocidade, gemi em seu ouvido:
— Me satisfaça… Mostre-me como se faz.
E ela obedeceu, não só naquele momento, mas pelo resto da noite.

***


’s version

Não fui capaz de descer do carro imediatamente, não depois de ter provado o quanto ele era bom na maravilha que era brincar com os dedos no corpo de outra pessoa. Fiquei excitada com o pouco movimento das mãos dele contra minha calcinha, me perguntando o que ele seria capaz de fazer quando eu estivesse sem ela. Dedos...
Aquilo tomou conta dos meus pensamentos enquanto ele estacionava em frente à casa dos meus pais. A fisionomia dele era tensa, e eu não conseguia decifrar se tudo aquilo era jeito para me provocar ou ele simplesmente estava guardando algo especial quando chegássemos ao meu quarto. Eu estava querendo muito a última opção e não precisaria nem ser algo especial. Ele mantendo aqueles dedos o máximo possível no meu corpo, eu já estaria contente o suficiente.
— Quero muito você, . — Senti o desejo em seu olhar, e isso me deixou ainda mais excitada e com vontade de usar aquele corpo todo contra o meu em vários movimentos intensos.
— Eu sei que você me quer. — Sorri, convencida e provocante.
— Você me deixa doido com esse seu jeito intenso, independente e completamente confiante, sem vacilar um minuto. — O misto, dessa vez, foi de uma sensação que me deixou um pouco confusa. — Dona de si, maravilhosa e mulher sem pudor ou sem amarras! — Ele terminou, e escutar aquilo dele só afirmou e, ao mesmo tempo, me deixou idiota e boba. Por mais que levasse a minha vida de forma idiota, estúpida, imprudente e fosse dona das minhas atitudes, corpo, alma e mente, saber que alguém havia notado essas qualidades me deixava querendo ser ainda mais protagonista da minha própria vida. Única, exclusiva e dona do que eu quisesse conquistar.
— Onde você prefere fazer isso? — Ele foi capaz de me perguntar, segurando forte uma das minhas coxas. estava me deixando à beira de uma excitação incontrolável. Não aperta desse jeito, não com essas mãos tão grossas e macias. Eu estava carente, precisando de algum contato mais íntimo, e ele estava tão próximo que quase não me sobrou outra opção, a não ser levá-lo para cama imediatamente.
— No meu quarto. — Tirei a mão dele com muito sacrifício. Será que eu estava perdendo o poder sobre os homens? Como um simples toque daqueles foi capaz de me deixar eufórica daquela maneira? Foi algo tão simples e tão normal. — Quero que você aproveite demais essa noite. Quem sabe pode ser a única que você vai ter comigo. — Voltei a falar bem baixinho perto do ouvido dele.
— Tenho a intenção de aproveitar ao máximo esta noite. — seus olhos se arrastaram por meu corpo. — Está usando calcinha?
— Adivinhe. — Provoquei. Queria deixá-lo atordoado de prazer da mesma maneira que ele estava me deixando. não me faria entrar em seu jogo de sedução.
— Com prazer. — Ele pôs seus braços ao redor da minha cintura. buscou meus lábios, e eu desviei imediatamente. Segurei uma mão contra a boca dele, empurrando o rosto dele para longe do meu. franziu o cenho, não entendendo o motivo. — O que foi? — Ele levantou os ombros.
— Não tão rápido, . — Sussurrei, tocando a ponta da língua na orelha dele. Olhei para o corredor, esperando que ele estivesse livre. Daquela maneira, ele não seria capaz de aguentar até chegarmos ao quarto, e transar naquele local estava fora de questão. — E deixei minha calcinha como lembrança no seu carro! — sorri e, em seguida, segurei em sua mão, arrastando-o pelo corredor. Meu quarto era o último, e eu vi a luz do quarto dos meus pais apagada. Com toda sorte do mundo, a essa hora, eles estariam dormindo. Quase foi possível escutar minhas preces. Minhas condições eram urgentes, e eu precisava de uma boa noite de sexo. Precisava de naquela noite, e eu o teria de todas as formas possíveis. Não porque eu estava sentindo algo por ele, mas sentia algo que eu não podia negar. Sentia uma excitação surgindo toda vez que ele me olhava daquela maneira. Isso não era tensão alguma, era excitação de verdade, e ele percebia, de alguma maneira, que aquilo me agradava. E isso me deixava ainda mais atordoada. Querendo ser capaz de notar que eu estava ainda em contato com o corpo dele, eu passei levemente uma das mãos pelo seu rosto. sugou um dos meus dedos, brincando com a língua.
— Cansei. — Ele disse, já sem fôlego e sem condições de esperar mais para chegarmos ao quarto. Ele logo fechou a distância entre nossas bocas. Quente e molhada, sua língua violou a barreira dos meus lábios. As línguas seguiram acariciando-se, provando-se, explorando-se. Ele abriu-a amplamente, fazendo-me retroceder a cabeça em agressiva resposta. Ele sugou minha língua a cada movimento e foi minha vez de corresponder. Coloquei ambas as mãos contra o quadril dele e, com toda a força do meu corpo, o empurrei contra a parede, aprofundando o beijo. Ele estava me enlouquecendo de desejo.
— Você não quer fazer isso aqui fora, quer? — Ele perguntou, apertando ainda mais a minha cintura enquanto eu pressionava o corpo dele contra a parede do corredor. Qual era o problema de transar no corredor da minha antiga casa? Tinha cansado daquela conversa. Mordi o lábio dele para que ele calasse a boca de uma vez. Rocei meus lábios contra a boca quente dele, dando um jeito de me livrar daquela camisa que estava atrapalhando minhas mãos acariciarem o seu peito. viu a minha dificuldade em tirar aquela blusa complicada e, em questões de segundos, a arremessou para longe de nós. Ele suspirou contente ao escutar os batimentos acelerados do meu coração. O corpo dele estava tão quente que não fui capaz de dizer nada sobre aquilo. Apenas sorri, dedilhando o peito dele com as pontas dos meus dedos. Uma sensação estranha e involuntária cortou pelo meu corpo, e eu tinha a vontade de mordê-lo. Arranhar cada parte do seu corpo, deixando uma marca. Minha marca. Um chupão talvez resolvesse esse problema, mas era tão pouco.
— Faça. — Ele lançou um olhar, observando a maneira com que eu mordia meu lábio enquanto acariciava seu peito. — Qualquer coisa que você esteja pensando em fazer comigo, faça!
— Cala a boca. — Lambi o lábio dele, procurando espaço para que minha língua fosse capaz de saborear a dele. Com ambas as mãos, eu puxei o rosto dele contra o meu, sugando deliberadamente os seus lábios. me segurou apertadamente contra ele e fui capaz de sentir a prova da sua excitação quando o corpo dele roçou-se ao meu. Ele estava tão mais excitado do que eu. O movimento brusco do corpo dele foi o suficiente para que ele me jogasse contra a parede agora. Ele era bom nisso.
ligeiramente mordiscou meu ombro, e eu fui capaz de estremecer com o toque da boca contra minha pele. Controlei a respiração enquanto aproveitava o momento para explorar o seu corpo com minhas mãos.
— Você me excita! — Suas palavras fizeram com que eu ficasse perplexa, o modo sensual como ele me tocava fez meu corpo tremer em necessidade. Ele moveu suas mãos para as minhas coxas, e aquilo me trouxe um arrepio involuntário.
Mudando de posição para lhe confrontar, pressionei os meus lábios contra o dele, saboreando sua língua. Ele entrelaçou sua língua ao redor da minha e a chupou, sendo recompensado com um gemido baixo que soltei.
— Eu excito todos. — Respondi, olhando dentro dos olhos castanhos dele. Um olhar avassalador surgiu, e, nesse momento, ele não controlou a adrenalina que surgiu em seu corpo, mudando novamente nossas posições. Nem o beijo havia começado, e suas mãos já estavam percorrendo meu corpo. Mordendo o meu lábio e rasgando parte da minha blusa, tirou o resto com a força de uma mão. Com a outra, ele segurava meu cabelo com força. — Gosto dessa maneira. — Sussurrei, provocando-o ainda mais. Com uma das mãos, comecei a acariciar sua ereção, que estava muito visível por cima da calça jeans. Ele estava ficando descontrolado, e eu estava gostando a cada minuto.
— Meu quarto. — Disse com certa dificuldade, buscando a maçaneta do meu quarto. Dei um giro para que ela abrisse e, quando a porta abriu, senti uma enorme dificuldade em empurrá-lo para dentro. ainda me beijava, não dando espaço para que eu pudesse respirar. Ele moveu suas mãos para os meus seios, começando a puxar a parte sensível deles. Soltei um pequeno gemido e, nem pensando nas consequências, dei um salto, me atirando contra o corpo dele e, agora, cruzando minhas pernas contra a sua cintura. Não esperando que ele fosse compreender o que eu estava impondo, ele girou o corpo, agora segurando também meu corpo para dentro do quarto. Eu gemi com a ferocidade dos movimentos dele e, em poucos minutos, estava sendo prensada novamente contra a parede. Com movimentos ainda mais rápidos, ele desceu minha saia até onde fosse possível. Ele me desejava e estava incontrolável.
cortou a respiração, levantando a cabeça para me olhar dentro dos olhos. Quando olhei a maneira desigual com que ele estava respirando, notei como seus olhos estavam famintos. Prendi a atenção na maneira que ele contorcia o rosto, procurando o ponto exato para me proporcionar prazer. Ele escorregou seus dedos para dentro da minha intimidade, iniciando um movimento brusco e repentino. Alcancei sua mão e conduzi seus dedos mais profundamente enquanto chegava ao clímax, olhando o sombrio sorriso na cara dele no mesmo instante em que eu gritava de prazer. Ele pensou que não tinha mais para me dar, mas ele estava equivocado. Isso era apenas o começo.
continuou me acariciando ferozmente até que eu não fosse capaz de ficar em pé. Deixei que meu corpo caísse levemente contra o dele. Não me dando tempo para alguma resposta, ele dirigiu a boca contra os meus seios, acariciando lentamente com a língua. Baixei minha mão contra o abdômen, e ele roçou o corpo dele, mostrando a evidência maior de sua ereção. Minhas pernas tremeram, e ele envolveu seu braço em volta da minha cintura, segurando forte o meu corpo para manter a estabilidade do nosso contato.
— Não ouse parar! — Pedi gentilmente com um sorriso nos lábios. Sua respiração quente navegou por minhas bochechas enquanto minha língua lambia seu pescoço.
O quarto estava escuro, e eu não imaginei como ele conseguiu enxergar onde era a posição da cama. Ele me levou até ela, ainda mordendo carinhosamente meus lábios. De olhos fechados, eu senti as mãos dele retirarem todas as peças de roupas que ainda estavam atrapalhando o contato maior dos nossos corpos.
— DEUS! ! — Eu gemi quando ele moveu sua boca entre minhas pernas e chupou toda a região interna. Os movimentos da língua dele eram tão exatos que eu não era capaz de fazer outra coisa a não ser gemer de prazer. Segurei forte contra os lençóis da cama e, quando pensei que já não suportaria mais nada, ele me surpreendeu ainda mais usando o polegar direito. Ele penetrou a língua o máximo que pôde enquanto me estimulava com o dedo ao mesmo tempo.
Fui incapaz de controlar o grito e, logo, gemi, chegando ao limite do orgasmo. Agora, os movimentos dele eram suaves, tomando um pouco de ar pelo esforço que estava fazendo. Suas mãos voltaram a subir por meu corpo, analisando cada curva dos meus seios. As palmas rasparam meus sensíveis mamilos, e não pude suprimir o pequeno gemido que escapou. sentou-se na cama, a meu lado, descansando seu peso em um cotovelo. Ele havia notado o quão cansada eu estava. Confusa e perdida com todo aquele orgasmo que ainda me atingia toda vez que eu mexia com as pernas, ele ficou parado, analisando a maneira com que eu estava me comportando. Mesmo fora de controle, eu conseguia ver que ele estava ainda escondendo parte de algo, e eu queria aquilo de qualquer maneira.
Como resposta de que eu estava pronta, rocei meu dedo por todo meu corpo, esperando que ele fosse acabar de fazer o serviço.
deixou escapar seu fôlego exatamente da maneira que eu estava pensando.
— Volte para a mesma posição. — Ordenei, recuperando um pouco o fôlego. Senti os lábios dele contra os meus novamente. Eu acariciava sua cintura enquanto algo em meu interior palpitava com desejo e ânsia. O beijo fez com que eu vibrasse em lugares que não sabia que pudesse vibrar. Ele estava me dominando de uma maneira possessiva, e eu estava deixando ser guiada por cada toque. puxou meus cabelos para trás, passando os lábios pelo queixo, pela mandíbula, mordiscando e lambendo cada parte do meu pescoço.
Ele também empurrava os quadris contra o meu, pressionando com dureza o volume que escondia a união entre suas coxas.
Escutei-o ofegar quando os lábios dele cobriram novamente os meus. Tentei imediatamente retirar sua boxer, e ele, mais uma vez, demonstrando sua habilidade, se afastou pelo tempo suficiente para tirar a última peça de roupa que estava cobrindo o seu corpo. Apenas um segundo depois retornou a mesma posição, colando os lábios contra a pele descoberta do meu pescoço.
Duro e feroz, ele me golpeou com rápidas e árduas investidas. Empurrou e conduziu a um ponto onde não fui capaz de distinguir o prazer da dor.
Cravei os olhos em , e seus olhos eram ainda mais ferozes que antes, mais brilhantes. O fogo interior dele e a velocidade com que ele se movia contra mim eram os culpados por fazer com que meu corpo respondesse a cada investida. Senti uma dor surgiu por entre minhas coxas e fui capaz de simplesmente ignorar. Ao notar a maneira como eu cruzei as pernas em seu quadril, ele aprofundou ainda mais o ritmo, deixando que sua respiração ficasse ofegante.
Quando ele se moveu de certa forma, joguei a cabeça para trás, cravando minhas unhas em seus ombros, pronta para outro orgasmo. Dessa vez, eu queria que ele chegasse ao orgasmo junto comigo. Eu precisava vê-lo gemendo de prazer.
Ele segurou minha nuca, afundando os dedos em meu cabelo, e inclinou-se, buscando novamente meus lábios. Eu senti o doce contato de sua língua contra a minha. Ele ainda movia o corpo contra o meu, amando a forma com que eu ofegava enquanto ele parcialmente se retirava e, em seguida, investia mais profundamente. Minhas pernas tremeram pela força do orgasmo, e eu gritei, enterrando os dedos em seu cabelo quando a onda de deliciosas sensações me golpeou. investiu uma última vez com toda a força que restava em seu corpo, e um grito agudo saltou da minha garganta. Ele rolou para o lado, exausto demais, e eu fiquei naquela mesma posição, esperando que ele recuperasse as forças para aguentar a próxima etapa da noite.

***


’s version

Mas que porra de claridade era aquela?
Abri os olhos com muita dificuldade, porque o clarão parecia ser capaz de me cegar a qualquer momento. Já estava ficando puto com aquilo, quando percebi que aquele, definitivamente, não era meu quarto em Londres. Ótimo, melhor ainda. Que porra de lugar era aquele?
De repente, as lembranças do dia anterior finalmente resolveram aparecer. Alerta, eu já sabia onde estava, por que diabos estava pelado e com quem eu estava.
Sorri, virando de lado na cama e esperando encontrar por ali. Quem sabe não rolava uma rapidinha matinal?
Entretanto, não encontrei nenhum corpo ao meu lado. Levantei a sobrancelha, pensando que sair de fininho de manhã cedo era o tipo de coisa que eu costumava fazer.
Senti algo áspero debaixo do meu corpo enquanto eu rolava na cama. Com preguiça, tateei até encontrar o objeto, que logo identifiquei como um pedaço de papel. Observei a folha, piscando algumas vezes para ler o que estava escrito em uma letra legível, porém não muito bonita e com alguns borrados.

“Bom dia, . Espero que não esteja muito confortável na minha cama, pois já pode ir embora agora. Não se esqueça de dobrar os lençóis, e nem pense em tocar no café da manhã. –

Rolei os olhos. Dobrar os lençóis o caralho.
Qual era o problema daquela garota? Era ninfomaníaca, o quê?
Era sexy. Ah, sim. Muito sexy.
Deixei o quarto exatamente como estava antes – ou seja, uma completa zona – e procurei sair furtivamente da casa, andando sem fazer muito barulho e sem esbarrar em nada. Mas claro que esse plano nunca daria certo, e minha fuga adolescente foi completamente frustrada pela aparição de uma senhora de uns 45, 50 anos. Fiquei vermelho imediatamente, reconhecendo que aquela era a mãe de pelos traços faciais marcantes. A senhora riu do meu embaraço, de um jeito próprio de , bem sexy.
Meu Deus, eu estava achando uma mulher de 50 anos sexy. O que havia com as mulheres da família?
Dei bom dia à mulher e fiquei parado, observando que, agora, quem estava me encarando era o pai dela, parado na porta com os braços cruzados.
É, fodeu.


Fim



Nota da autora: Sem nota.



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SHORTFICS:

I Like You (feat. Ella) [Kpop – Shipp – Shortfics]
Don't Go (feat. Ella) [Kpop - Shipps - Shortfics]
I Loved You (feat. Ella) [Kpop - Shipps - Shortfics]
Letting Go (feat. Ella) [Kpop - Shipps - Shortfics]
Love Me Right (feat. Ella) [Restritas - Kpop - Shipps - Shortfics]

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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