Capítulo Único
— Como assim você esqueceu o protetor solar? — exclamou, remexendo pela terceira vez em sua bolsa colorida, enquanto caminhávamos em direção à portaria do clube. — Eu te lembrei desde ontem que era para trazer a porcaria do protetor, agora sairei daqui frita como um camarão!
— É só você não tomar muito sol, simples, não? — comentei, mas nem minha ideia foi capaz de evitar que aqueles pares de olhos virassem em minha direção com um significado matador. — Calma, só dei uma opinião.
— Depois de meses sem tirar férias, aguentando o blá, blá, blá da minha chefe, sem ver a luz do sol, finalmente consigo tirar alguns dias de folga e é claro, para uma boa pele que se prese, eu tinha que vir ao clube, pegar um sol, Mona! Mas não sem o protetor, okay?
— Podemos comprar lá dentro. — Clarie respondeu, caminhando um passo a frente de nós.
— Como se eu fosse rica para pagar aqueles absurdos. — indignada com a situação, retirou seu óculos de sol de cima da cabeça, os colocou em seus olhos, e saiu rebolando, passando grosseiramente por Clarie.
Era sempre assim, sair com era motivo para ter o dobro de paciência, principalmente quando ela que armava as saídas e desejava que tudo fosse perfeito.
Eu estava desejando que meu dia fosse assim.
Era sábado, dia ensolarado, eu e as meninas aproveitamos para ir ao clube, nos distrair um pouco e colocar os papos em dia. Ser estagiaria em uma empresa de publicidade cansava muito. Por ser novata, as pessoas trocavam o termo “estagiaria” por “empregada” e praticamente eu tinha que fazer tudo por lá. Desde pegar café para tal pessoa, a ficar por duas horas atendendo telefonemas.
Era um saco.
Porém o melhor do dia era quando chegava em casa, tomava um bom banho frio, deitava na cama e abria meu blog que havia feito com a mais ou menos dois anos atrás, onde falávamos sobre o mundo dos famosos.
— Esqueci de te avisar, o vídeo da entrevista da semana passada ficou pronto. — me avisou, aproximando-se de mim.
— Poderíamos colocá-lo no canal assim que chegarmos em casa.
— Pode ser, se minha cama não me chamar primeiro. — ela riu.
Seguindo , paramos em uma mesa quase perto da piscina. Ao contrário do que pensei, o clube estava vazio para um sábado tão quente como aquele. Ou as pessoas estavam fugindo do sol, ou algo havia ocorrido.
— Nossa, isso aqui está mais lotado do que o Natal da família de minha mãe quando chegam aqueles tios desconhecidos do além. — deu a voz, ajeitando-se na espreguiçadeira.
— Sábado, dia de sol, calor, qual o melhor local para passar o dia? — perguntei. — Praia? Se eles não sabem, a praia é aqui em frente. — ela retrucou. — Sério, nunca vi esse lugar tão lotado como hoje.
— Deve estar tendo alguma festa em um lugar próximo daqui ou até mesmo na área Vip. — Clair disse, pegando o cardápio da mesa e dando uma olhada. — Vão querer algo para beber? — neguei com a cabeça, mas logo falei:
— Se tem festa, cadê o convite para as blogueira?
— E para a amiga das blogueiras!
— Vai ver que era algo mais fechado, particular… Sei lá, nem somos tão conhecidas assim na internet. — Clair rebateu, e novamente a discussão iria começar. se levantaria e falaria que cinco milhões de seguidores era muita coisa e que deveríamos nos impor mais, andar com pessoas mais de alta classe. Já viria com seus argumentos políticos e sociais dizendo que números não significam nada e que ninguém é igual a ninguém, e que fazemos isso por amor e não por dinheiro. Era a mesma coisa de sempre. Já havia gravado os argumentos de cada uma.
— Antes que vocês resolvam se matar discutindo, lembrem-se que viemos aqui em paz e devemos continuar assim, por favor. Então, vamos relaxar, esquecer isso e curtir o momento, tudo bem? — ter visto as duas assentindo era o meu maior alivio. Não teria estresse, nem nada.
poderia estar certa. Havia inaugurado recentemente uma área Vip aqui, mas no momento, somente pessoas importantes, vulgo dono e familiares estavam tendo acesso. Injusto, mas fazer o quê?
Pessoas passavam de um lado para o outro, quase esbarrando em nossa mesa. Não que eu fosse antissocial, mas multidão não era minha praia. Me sentia presa demais, por mais que fosse em um ambiente totalmente aberto.
Eu estava me sentindo assim.
O livro em minhas mãos estava interessante, mas não conseguia tirar minha atenção do que acontecia ao redor.
— Meninas, vamos andar um pouco? Tem muita gente nessa área. — falei, chamando a atenção delas, que tomavam sol tranquilamente.
— Pronto, começou com a mania de aglomeração. — disse, e eu mostrei a língua. — Mas vamos, quero ir à lojinha daqui, ver se acho uma saída de praia nova.
Recolhemos nossos pertences e seguimos para área comercial.
O mais legal dali, era que aquele clube também era um resort. As pessoas pagavam para se hospedar ou curtir um dia inteiro lá, podendo escolher o pacote de All Inclusive, onde todas as comidas estavam inclusas, ou simplesmente pegar o pacote simples, onde você teria que arcar com sua alimentação.
A melhor coisa era que o pai de tinha ligação com uma agencia de viagens, havia saído já fazia vinte minutos após receber uma ligação, na qual sempre conseguiam boas promoções para nós.
Caminhando em meio ao verde do jardim que ligava a ala da piscina para a ala do comércio, deu um pulo ao sentir seu celular vibrar. A cara de espanto ao ver o número só deixou e eu mais curiosas do que o normal, e como sempre, veio com a desculpa de que não era nada demais, e que logo nos encontraria, seguindo um caminho contrário ao nosso.
— Odeio quando ela faz isso. — falou, caminhando.
— Somos duas. Mas na maioria das vezes, é coisa boa. Sabe como ela ama fazer surpresas para nós.
— E você sabe como eu amo surpresas. — rimos. — Ei, aquele não é o ? — ela apontou para um lado oposto, vendo um homem alto, não muito robusto, com algumas tatuagens aparentes. Usava óculos escuros, na companhia de outro rapaz, porém um pouco mais baixo e mais robusto que ele. — E aquele não é o ?
— Parece que sim. — minha mente pedia para que não fosse, mas meus lábios infelizmente quase soltaram uma afirmação. De tanto olhar para ambos, seus olhares pararam em nós, e um simples antigo aceno foi a chave para saber que eram eles sim. Ótimo, se eles estavam aqui, ele também estaria, assim como o resto da sua personalidade. Suspirei, insatisfeita.
— Vamos falar com eles! — disse, vulgo gritou, e arregalei os olhos.
— Está louca? Claro que não!
— Ah, , por quê? Você tem que…
— Eles devem estar com a galera deles, não fazemos parte desse mundo. — saí puxando ela em direção ao nosso destino inicial.
Uns pensam que eu não segui em frente, que vivia ainda presa ao passado e que precisava me libertar. O fato era que eu já havia me libertado, e há muito tempo, o que eu evitava era o contato pessoal. e não andavam sozinhos, não andavam longe de seu bando, principalmente por serem cantores de uma banda. E se eles estavam ali, os outros dois também estariam ali.
Famosos sempre gostam de uma turma.
São como animais em caça. Vivem juntos, caçam juntos. Mas nem sempre todos são iguais, o que realmente me deixa feliz. Um deles pode acabar virando seu melhor amigo ou uma pessoa mais chegada a você, onde lhe dê a liberdade de se expressar, só que o problema era que certas pessoas poderiam acabar interpretando essa liberdade de outra maneira.
Eu havia descoberto isso da pior maneira possível, ou não.
— Esse vestido cai bem em mim? — perguntou, colocando a peça de roupa próxima ao seu corpo.
— Essa estampa lembra algumas que minha tia tem. — falei, fazendo com que minha amiga fizesse uma cara de nojo e pondo a roupa de volta ao local.
Nada ali tinha me conquistado, tudo era a mesma coisa, só mudavam as estampas, mas para , parecia o paraíso. Enquanto esperava ela decidir o que iria levar ou não, mandei uma mensagem a Clair, perguntando onde ela havia se metido, mas durante todo tempo ali, não obtive respostas. Quando finalmente terminou suas compras, decidimos ir ao bar, e quem sabe, tentar encontrar no meio do caminho.
— Você não deveria ficar com essa neurose toda, tá na cara que ainda se gostam… E como se gostam! — ela disse, e realmente tive que parar no meio do caminho para encará-la e tentar entender o porquê que ela estava falando aquilo.
— Do que você está falando?
— Oras, como se você não soubesse. Você e o . — ela parou, ficando de frente para mim. — Tudo bem que não foi nada sério e que ainda teve aquela coisa com o . Ele foi idiota por ter feito aquilo? Foi. Mas o que custa conversar?
— Sério? Conversar com uma pessoa que brincou comigo?
— Mas…
— Mas nada! — exclamei. — Todo mundo acha que eu devo ir até ele, me explicar, pedir desculpas e a merda que seja. Mas sabe, ele deixou bem claro que não tínhamos nada. Estávamos só tendo um “caso casual”, mas nenhum compromisso. Você sabe das merdas que ele fez, o quanto me estressou. foi àquele cara que realmente se mostrou preocupado comigo, e acabamos nos aproximando com o tempo, sem segundas intenções. foi se afastando não sei o porquê, e quando o me beijou, eu nem mais sabia onde estava. Porém, como vivo dizendo, só foi um beijo e eu estava livre, se eu tivesse em um relacionamento, ai sim!
— Ele sentiu ciúmes!
— Ciúmes? Tá de brincadeira, né?
— Ué.
— Ele não teve vergonha na cara, isso sim! — voltei a caminhar, só que em largos passos. Odiava quando tocavam no assunto, simplesmente, odiava.
— Vai dizer que ainda não gosta dele? — gritou. Fechei os olhos, respirando fundo para não perder meu controle. Primeiro, pra que gritar? Segundo, pra que voltar nesse assunto?
Maldito seja o dia que havia aceitado a entrevista. Meu blog com estava no inicio, graças a e ao seu pai, havíamos conseguido uma entrevista com essa banda, que na época nem sabia quem eram. Eu havia ficado extremamente feliz, afinal, era assim que um blog crescia, certo? Foi tudo ótimo, tudo perfeito, até aparecer e puf, começar a puxar papo comigo antes da entrevista. Trocamos mensagens, números, marcamos saídas… Eu nem sabia no que estava me metendo.
— Vamos mudar de assunto, por favor? Hoje quero relaxar, tudo bem? — pedi encarecidamente a , que aceitou e começou a falar de um assunto totalmente aleatório.
Estávamos próximas ao bar, quando uma voz totalmente alta chamou por nossos nomes, levando a mim e a minha amiga a quase um infarto fulminante.
— For Gosh, qual a necessidade disso, mulher? — disse com uma de suas mãos no peito e tentando controlar a respiração.
— , calma, sou nova para morrer e principalmente por sustos! — falei. — Mas, qual o motivo dessa animação toda?
— Nem pense em morrer agora, não antes de fazer essa entrevista. — ram, se eu estava com medo? Sim, principalmente depois que ela torceu os lábios demonstrando que escondia algo.
— Continue… — pedi.
— Continuar o quê? — ela questionou se fazendo de desentendida. Rolei os olhos, bufando em seguida.
— Você não sabe esconder as coisas, definitivamente. Conte.
— Bem… Lembra que tivemos aquela matéria com os meninos?
Mês passado uma revista nos convidou para entrevistarmos eles. Claro que de primeira eu disse “não”, mas ai veio com todo aquele papo de que deveríamos ser profissionais em nosso ramo e blá, blá, blá. Acabei aceitando, mas acho que uma certa pessoa não sabia o que era ser profissional, e acabou não indo.
— Como não esquecer?
— Enfim, eles falaram que teríamos que fazer a matéria com ele, querendo ou não, e que iriam nos falar o dia. Bem, esse dia chegou! — arqueei a sobrancelha, assim como . — Ele está aqui, assim como o resto dos meninos. Está ocorrendo uma Pool Party na área Vip. Aniversário da filha do dono, e ela é super fã deles, então, os convidaram. Ele chegou a poucos minutos, ou seja, ainda está sóbrio e nos esperando na sala onde arrumaram para a entrevista. Então… Eu confirmei presença. — disse, meio sem jeito, e demonstrando medo. Medo de me ver surtar, medo de me ver uma fera por ela ter aceitado algo e não ter me contado. A única coisa que fiz foi franzir o cenho e encará-la. Mas eu teria que fazer aquilo um dia, olhar novamente em seus olhos, ouvir novamente a sua voz, vê-lo pessoalmente. Desfiz toda a minha expressão, suspirando pesadamente em seguida. Fazer o quê.
— Okay, vamos. Mas não tenho uma roupa adequada para isso.
— Não se preocupe, o pessoal já providenciou tudinho.
(...)
— Aqui estão às perguntas que fizemos aos meninos, e essas duas aqui são perguntas de fãs, porém diretamente para ele. — me explicava atentamente, em um tom de voz baixo. Estávamos paradas em frente à porta que seria a entrevista, e devidamente vestidas de acordo com a ocasião. — Pronta? Não falei nada, simplesmente abri a porta e me deparando com ele, sentando de qualquer jeito na cadeira, enquanto mexia no celular. Claro que, por conta da força que fiz para abrir aquela porta enorme de auditório, o barulho que ela fez o chamou atenção e logo seu olhar estava sobre mim, assim como o meu estava nele.
Em um único movimento, ele se levantou, caminhando até nós, com um sorriso nos lábios. Como se realmente ele estivesse satisfeito por estar ali.
— , quanto tempo. — ele a abraçou, e ela retribuiu. Quando se afastaram, ele direcionou o olhar a mim, nisso, acabei esticando a mão. Estava sendo profissional.
— … — ele disse, surpreso com meu ato, e apertou minha mão, em um cumprimento.
— … — falei, sem muita expressão. — Bem, sente-se, por favor. — apontei para cadeira. e eu estávamos sentadas do outro lado da mesa. Durante toda a entrevista ele foi amigável, gentil e nem parecia que estava ali contra vontade. E isso era uma das coisas que mais me incomodavam nele. Sua dupla face. A entrevista não estava sendo gravada em vídeo, Clair e eu a todo instante estávamos fazendo anotações e gravando em nossos celulares para não esquecer de nada, porém ele, agia como se nada tivesse ocorrido entre nós. Poderia ser profissionalismo? Sim.
Mas ele fazia brincadeiras, ria… E se fosse, estava sendo muito profissional. Finalizamos a entrevista e puxou um papo que nada me interessava com ele, enquanto isso, comecei a ajeitar algumas coisas no Tablet que tinham no passado, para facilitar quando chegasse em casa. No meio disso tudo, ouvimos duas batidas. Estava tão focada no que estava fazendo, que nem percebi quando duas mãos pousaram sobre meus olhos, tapando totalmente minha visão.
A velha brincadeira. Retirei as mãos do meu rosto e me virei, vendo com um sorriso extremamente aberto para mim.
Levantei e o abracei.
— Que saudade de você. — falei em um tom baixo.
— Também. — ele disse, no mesmo tom. — Ele não está gostando dessa cena. — afastei-me um pouco, o encarando. Arqueei a sobrancelha e logo seus olhos rapidamente foram para um lado e voltaram para mim. Ah, sim. Já imaginava quem seria.
Quando terminou de cumprimentar os outros, foi a minha vez de ir falar com eles. não mexeu um músculo se quer, e de onde estava, acenou para todos, voltando sua concentração em seu celular. Revirei os olhos e logo iniciei uma conversa com os três que estavam em pé.
— Por que não vão para a festa conosco? — nos convidou. Uma festa cairia super bem para dar um up no dia.
— Tem problema se for conosco? Ela está no camarim. — falei e ele assentiu. Mal percebi quando saiu da sala. A partir daquele momento, não o vi por um longo tempo.
e eu voltamos para o camarim, contando a novidade para que logo se animou. Festa era com ela mesmo, e ainda mais na área Vip. Trocamos de roupa e seguimos os meninos.
e eu íamos atrás, em um total silêncio, mas ele foi totalmente quebrado quando o mesmo iniciou um assunto que eu desejava fugir. — Pelo visto, as coisas ainda continuam do mesmo jeito. — ele disse, olhando para frente.
— Como assim?
— Ele gostando de você, mas sendo totalmente orgulhoso e usando fatos do passado para alimentar isso.
— Vocês estão bem?
— Sim, tudo está normal, nada mudou. Mas não entendo porque ele mudou com você, afinal, eu tive culpa, certo?
— Não! Não ache que o que aconteceu foi sua culpa, já disse, eu e ele não estávamos juntos já tinha um tempo. É complicado estar ao lado de uma pessoa onde os olhares já contavam todas as mentiras, ele não queria nada sério, mas eu acreditava quando ele falava, olhando em meus olhos, que meus pensamentos estavam errados e que era coisa da minha cabeça. Começamos a brigar, nos desentender, a nos afastar… Surgiram os rumores e nada daquilo estava me fazendo bem. Desde o início eu disse que não queria usar vocês para crescer meu blog, mas as pessoas começaram a acreditar nisso e enfim, deu no que deu e a vida segue.
— Mas você ainda gosta dele, certo? — por mais que seu tom de voz estivesse baixo, muito chegado a um sussurro, foi totalmente audível por , que aproveitou a conversa que estava tendo com os outros meninos, e se aproximou de nós.
— Foi a mesma coisa que perguntei a ela mais cedo. — ela disse, sorrindo.
— Meu Deus, que complô comigo!
— , qual é. Admitir não mata ninguém. — ele disse, e eu suspirei.
— É complicado, mas sentimentos não somem da noite pro dia, tudo bem?
Para minha sorte, já havíamos chegado ao local. Pessoas dançavam animadamente em um canto, enquanto outras se deliciavam em uma piscina cheia de espuma. O local estava cheio de jovens, garçons andavam de um lado para o outro sem parar, com bandejas de comidas e bebidas. foi a primeira a se soltar e correu para a piscina. Os meninos, juntamente com , se espalharam, sobrando apenas eu e . Ótimo, pelo menos eu tinha uma companhia.
— Ei, esquecemos de tirar uma foto com ele! — ela avisou. O quê? Foto? Quando eu ia argumentar contra, ela me interrompeu. — Sem reclamações! Vou pegar a câmera na minha bolsa, não sai daí.
— Você trouxe a câmera?
— Claro, é necessário! — ela disse, se afastando.
Legal, estava sozinha, no meio de pessoas que nunca tinha visto na vida e com um padrão de vida totalmente diferente do meu. Com um drink em mãos, fui explorando o loca. Havia alguns jogos como guerra de balão de água, futebol de sabão, e um escorregador enorme que ia do topo da montanha até uma das piscinas normais. Do lado oposto, onde ficavam os chuveiros, tinha alguns jatos d’água saiam do chão.
Que área vip! Me aproximei, tentando entender como aquilo funcionava. Havia uns botões onde você controla a intensidade e a temperatura, mas sinceramente, não estava entendendo nada.
— Quer ajuda? — uma voz calma e baixa ecoou atrás de mim, o que me fez virar rapidamente e dar de cara com , sorrindo e com um copo em mãos. Ele estava se oferecendo para me ajudar? E ainda com um sorriso no rosto? Se bem que desde a entrevista, ele tem agido com gentileza, tirando a parte que saiu sem falar com ninguém da sala.
— Não, obrigada. Só estava olhando mesmo. — falei, dando um gole na bebida.
— Interessante, não é?
— O quê?
— O chuveiro. — sério que iriamos falar sobre chuveiros? Quando abri a boca para falar sobre, ouvimos uma voz feminina o chamar, e sem mais nem menos, ele saiu, indo de encontro com a garota, e me deixando lá, no vácuo. Por que ainda me surpreendo com isso?
— O que houve? — novamente, outra voz surge, mas dessa vez, em minha frente. Era .
— Seu amigo ai, que puxa assunto e mesmo assim, não espera as pessoas falarem e as deixam no vácuo. Depois vocês querem que a gente volte a ser amiguinhos. — dei mais outro gole na bebida.
— Eu não disse isso!
— Deu a entender, enfim, não me force a fazer mais nada. — após deixar bem claro o que eu desejava. Saí de perto, mas as mãos dele foram mais rápidas, e seguraram fortemente meu braço direito.
— Sabe o quanto é chato não ter mais saídas por causa de vocês dois?
— A culpa não é minha! Você mesmo viu o que ele fez.
— Ele sente sua falta.
— Ele está rodeado de garotas, quem sou eu na fila do pão? Ah, sim, ninguém. — soltei-me dos seus braços, e comecei a caminhar.
— Mas se ele quisesse te beijar, aqui e agora, você aceitaria. — mas o quê? Sério mesmo que tiraram o dia para me encher a paciência?
— Não se iluda. — gritei de volta.
E aquilo não saia da minha cabeça, beijar ele… Não. Mas não poderia mentir, eu sentia falta dele, na verdade, sentia falta do antigo ele. Da pessoa que conheci e que me fazia bem. A fama sobe à cabeça, mas ele nunca pareceu ser um rapaz desse nível, mas as coisas mudam. E como mudam.
Eu precisava sentar, minhas pernas doíam e o cansaço de estar em pé já começava a fazer efeito. Resolvi caminhar até o interior de um os quiosques, que mais parecia uma casa. Suas laterais eram de vidros e dentro, era possível ver alguns sofás espalhados pela sala.
Local perfeito e estava vazia.
Peguei meu celular para mandar uma mensagem a , perguntando onde ela havia se metido novamente, enquanto isso, comecei a caminhar em direção ao local, sem perceber por onde andava, até que senti algo me puxar para baixo e me fazer sentar em algum lugar.
Era ele, novamente, e eu estava sentava em seu colo.
— Mas o quê?
— O que foi? — ele perguntou, na maior cara de pau.
— O que você quer, garoto? — fiz menção de levantar, mas o mesmo me puxou novamente, me impedindo. — Me deixa levantar!
— Por quê?
— Porque sim! O que as pessoas vão pensar?
— Elas não devem pensar em nada. — a cada respostava que ele dava, seu rosto mais se aproximava. Aquela respiração lenta, aquele olhar em mim… Argh, não podia ter recaída.
— Claro que devem! E me solta. — em um impulso, me levantei. — Olha, eu não sei o que você realmente quer comigo, mas novamente, não irei cair nos seus joguinhos. Ok? Me deixa. — saí do local e dessa vez, eu o deixei antes mesmo dele falar.
Eu não tinha paz. Será que nunca teria?
Abri a porta do estabelecimento, mas um braço passou rapidamente pelo meu lado, fechando-a brutalmente.
Ok, , aceite o fato de que você não teria paz.
Esse mesmo braço começou a me puxar até um local mais afastado da festa.
— Será que eu não posso ter um pingo de paz? — questionei, quando paramos.
— Temos que conversar. — ele disse, sério.
— Conversar, conversar, ou conversar e ouvir suas irônias? — ele revirou os olhos e voltou a me encarar. — Ok, tudo bem, sobre o quê?
— Nós?! — arqueei a sobrancelha. Como assim, nós? — Eu não sei como falar isso, então vou direto ao assunto, eu sinto sua falta e eu sei que sente a minha.
— Como sabe que eu sinto sua falta?
— Está na cara, . Só que, eu não sei o que houve e depois soube que havia beijado o .
— Primeiro que “nós” nunca existiu. Segundo que quando o me beijou, eu e você já tínhamos um tempo afastados, e sinceramente, suas saídas para jogar Golf não me escondem nada. Depois disso, você se afastou de vez. Era você que vivia falando que não tínhamos nada sério, era você que mentia para mim e eu não estava suportando mais! O quanto é gostar de alguém, mas depois ver essa pessoa perdendo interesse por ti, mas mesmo assim, ela insiste em falar que não? Eu fiquei dias pensando no que fazer, foi um terrível dilema, não sabia se ia falar com você ou ficava na minha. Não sabia se abria o jogo com você ou esperava você fazer algo.
— Você fala como se eu não me importasse com você ou o que tínhamos.
— Você demonstrava isso.
— Mas não! — exclamou um pouco alto. — Eu gostava de você, e ainda gosto! Saber que você beijou meu amigo foi como um tiro. Eu fiquei puto da vida, mas o conversou comigo e me fez entender, só que nisso, o tempo já havia passado. Eu estava feliz com o que tínhamos, mas não sendo algo sério, você sabe que tenho receio disso por conta…
— Mas eu não sou ela, e vivia te falando isso. — ele suspirou e o encarei. — O tempo passou, as coisas mudaram, infelizmente.
— Mas se eu te pedisse um beijo, você recusaria? — senti um frio da barriga quando ele disse a palavra “beijo”.
Beijo.
Aquela sensação de ter suas mãos em volta de minha cintura, do calor do seu corpo em mim, de sua respiração tão próxima a minha, dos seus lábios tocando os meus.
— Eu…
— Sim ou não?
Não respondi. A cada segundo que passava ele se aproximava mais, o calor de suas mãos logo entraram em contato com meu rosto e seu olhar intercalava meus olhos e minha boca.
Não sei como, mas a vontade de beijá-lo havia surgido fortemente, e estava me controlado para não demonstrar isso. Porém, nossos pensamentos acabaram sendo os mesmos e a sensação de ter seus lábios encostando nos meus foi quase saciada, se minha razão não tivesse falado mais alto e por um impulso, eu tivesse colocado minhas mãos em seu peitoral, o afastando e virando meu rosto.
— Não me faça perguntas na quais eu tenha que decidir. Passei muito tempo pensando muito, pensando muito em nós e em tudo que tivemos. Eu tive dúvidas e arrependimentos. Eu não quero ter mais um em minha coleção. — falei, o encarando e me afastando. — É tudo muito recente, mas se quisermos ter algo, tem que ser aos poucos, porém, dependerá de você.
(...)
Eu estava atrasada, como sempre, mas a culpa toda foi da minha chefe, que ficou horas e horas me contando dos preparativos do casamento da filha. Era um saco, mas eu tinha que agradá-la de alguma maneira, e nada como sendo uma boa ouvinte. Adentrei a cafeteria, arrumando a bolsa que caia sobre meus ombros. Em suas mãos havia um pequeno livro de bolso, e uma água ao seu lado era a única coisa que havia sobre a mesa. Cautelosamente me aproximei, atraindo seu olhar e sendo recebida com um largo sorriso.
— Desculpa o atraso, minha chefe me prendeu. — falei sem jeito, me sentando na cadeira a sua frente.
— Sem problemas, estava finalizando esse livro. Até que é interessante. — ele disse, me mostrando a capa do livro do gênero de suspense.
— Você lendo livros é algo que realmente me surpreende.
— Mais do que eu fiz nesses meses todos? — senti suas mãos se aproximar sobre as minhas na mesa, envolvendo-as em um carinho.
— Tenho que analisar… — falei, com uma feição pensativa, o que fez ele rir.
— Já fiz o pedido, tudo bem? — falou, sem tirar o sorriso do rosto. Assenti, o envolvendo em um assunto que levaria a tarde toda.
Desde o último acontecimento, ou melhor, desde o nosso último reencontro, muitas coisas mudaram, o que realmente me surpreendeu. Eu tinha perdido todas as esperanças com ele, a vontade que estava tendo de tê-lo ao meu lado foi ficando guardada em um canto dos meus pensamentos. Eu tinha o dito que as coisas teriam que ser aos poucos, mas a esperança dentro de mim estava quase se apagando, porém, ele me surpreendeu e mudou. Como mudou. Eu também mudei. Aos poucos fomos nos aproximando e curtindo cada fase desse reencontro.
Ele foi uma grande dúvida em minha vida, não sabia se deveria dar a chance novamente a ele, mas nunca era tarde para surpreender. Não digo que somos namorados, porém estamos perto disso, mas uma coisa em minha vida ele sempre será, o meu dilema.
— É só você não tomar muito sol, simples, não? — comentei, mas nem minha ideia foi capaz de evitar que aqueles pares de olhos virassem em minha direção com um significado matador. — Calma, só dei uma opinião.
— Depois de meses sem tirar férias, aguentando o blá, blá, blá da minha chefe, sem ver a luz do sol, finalmente consigo tirar alguns dias de folga e é claro, para uma boa pele que se prese, eu tinha que vir ao clube, pegar um sol, Mona! Mas não sem o protetor, okay?
— Podemos comprar lá dentro. — Clarie respondeu, caminhando um passo a frente de nós.
— Como se eu fosse rica para pagar aqueles absurdos. — indignada com a situação, retirou seu óculos de sol de cima da cabeça, os colocou em seus olhos, e saiu rebolando, passando grosseiramente por Clarie.
Era sempre assim, sair com era motivo para ter o dobro de paciência, principalmente quando ela que armava as saídas e desejava que tudo fosse perfeito.
Eu estava desejando que meu dia fosse assim.
Era sábado, dia ensolarado, eu e as meninas aproveitamos para ir ao clube, nos distrair um pouco e colocar os papos em dia. Ser estagiaria em uma empresa de publicidade cansava muito. Por ser novata, as pessoas trocavam o termo “estagiaria” por “empregada” e praticamente eu tinha que fazer tudo por lá. Desde pegar café para tal pessoa, a ficar por duas horas atendendo telefonemas.
Era um saco.
Porém o melhor do dia era quando chegava em casa, tomava um bom banho frio, deitava na cama e abria meu blog que havia feito com a mais ou menos dois anos atrás, onde falávamos sobre o mundo dos famosos.
— Esqueci de te avisar, o vídeo da entrevista da semana passada ficou pronto. — me avisou, aproximando-se de mim.
— Poderíamos colocá-lo no canal assim que chegarmos em casa.
— Pode ser, se minha cama não me chamar primeiro. — ela riu.
Seguindo , paramos em uma mesa quase perto da piscina. Ao contrário do que pensei, o clube estava vazio para um sábado tão quente como aquele. Ou as pessoas estavam fugindo do sol, ou algo havia ocorrido.
— Nossa, isso aqui está mais lotado do que o Natal da família de minha mãe quando chegam aqueles tios desconhecidos do além. — deu a voz, ajeitando-se na espreguiçadeira.
— Sábado, dia de sol, calor, qual o melhor local para passar o dia? — perguntei. — Praia? Se eles não sabem, a praia é aqui em frente. — ela retrucou. — Sério, nunca vi esse lugar tão lotado como hoje.
— Deve estar tendo alguma festa em um lugar próximo daqui ou até mesmo na área Vip. — Clair disse, pegando o cardápio da mesa e dando uma olhada. — Vão querer algo para beber? — neguei com a cabeça, mas logo falei:
— Se tem festa, cadê o convite para as blogueira?
— E para a amiga das blogueiras!
— Vai ver que era algo mais fechado, particular… Sei lá, nem somos tão conhecidas assim na internet. — Clair rebateu, e novamente a discussão iria começar. se levantaria e falaria que cinco milhões de seguidores era muita coisa e que deveríamos nos impor mais, andar com pessoas mais de alta classe. Já viria com seus argumentos políticos e sociais dizendo que números não significam nada e que ninguém é igual a ninguém, e que fazemos isso por amor e não por dinheiro. Era a mesma coisa de sempre. Já havia gravado os argumentos de cada uma.
— Antes que vocês resolvam se matar discutindo, lembrem-se que viemos aqui em paz e devemos continuar assim, por favor. Então, vamos relaxar, esquecer isso e curtir o momento, tudo bem? — ter visto as duas assentindo era o meu maior alivio. Não teria estresse, nem nada.
poderia estar certa. Havia inaugurado recentemente uma área Vip aqui, mas no momento, somente pessoas importantes, vulgo dono e familiares estavam tendo acesso. Injusto, mas fazer o quê?
Pessoas passavam de um lado para o outro, quase esbarrando em nossa mesa. Não que eu fosse antissocial, mas multidão não era minha praia. Me sentia presa demais, por mais que fosse em um ambiente totalmente aberto.
Eu estava me sentindo assim.
O livro em minhas mãos estava interessante, mas não conseguia tirar minha atenção do que acontecia ao redor.
— Meninas, vamos andar um pouco? Tem muita gente nessa área. — falei, chamando a atenção delas, que tomavam sol tranquilamente.
— Pronto, começou com a mania de aglomeração. — disse, e eu mostrei a língua. — Mas vamos, quero ir à lojinha daqui, ver se acho uma saída de praia nova.
Recolhemos nossos pertences e seguimos para área comercial.
O mais legal dali, era que aquele clube também era um resort. As pessoas pagavam para se hospedar ou curtir um dia inteiro lá, podendo escolher o pacote de All Inclusive, onde todas as comidas estavam inclusas, ou simplesmente pegar o pacote simples, onde você teria que arcar com sua alimentação.
A melhor coisa era que o pai de tinha ligação com uma agencia de viagens, havia saído já fazia vinte minutos após receber uma ligação, na qual sempre conseguiam boas promoções para nós.
Caminhando em meio ao verde do jardim que ligava a ala da piscina para a ala do comércio, deu um pulo ao sentir seu celular vibrar. A cara de espanto ao ver o número só deixou e eu mais curiosas do que o normal, e como sempre, veio com a desculpa de que não era nada demais, e que logo nos encontraria, seguindo um caminho contrário ao nosso.
— Odeio quando ela faz isso. — falou, caminhando.
— Somos duas. Mas na maioria das vezes, é coisa boa. Sabe como ela ama fazer surpresas para nós.
— E você sabe como eu amo surpresas. — rimos. — Ei, aquele não é o ? — ela apontou para um lado oposto, vendo um homem alto, não muito robusto, com algumas tatuagens aparentes. Usava óculos escuros, na companhia de outro rapaz, porém um pouco mais baixo e mais robusto que ele. — E aquele não é o ?
— Parece que sim. — minha mente pedia para que não fosse, mas meus lábios infelizmente quase soltaram uma afirmação. De tanto olhar para ambos, seus olhares pararam em nós, e um simples antigo aceno foi a chave para saber que eram eles sim. Ótimo, se eles estavam aqui, ele também estaria, assim como o resto da sua personalidade. Suspirei, insatisfeita.
— Vamos falar com eles! — disse, vulgo gritou, e arregalei os olhos.
— Está louca? Claro que não!
— Ah, , por quê? Você tem que…
— Eles devem estar com a galera deles, não fazemos parte desse mundo. — saí puxando ela em direção ao nosso destino inicial.
Uns pensam que eu não segui em frente, que vivia ainda presa ao passado e que precisava me libertar. O fato era que eu já havia me libertado, e há muito tempo, o que eu evitava era o contato pessoal. e não andavam sozinhos, não andavam longe de seu bando, principalmente por serem cantores de uma banda. E se eles estavam ali, os outros dois também estariam ali.
Famosos sempre gostam de uma turma.
São como animais em caça. Vivem juntos, caçam juntos. Mas nem sempre todos são iguais, o que realmente me deixa feliz. Um deles pode acabar virando seu melhor amigo ou uma pessoa mais chegada a você, onde lhe dê a liberdade de se expressar, só que o problema era que certas pessoas poderiam acabar interpretando essa liberdade de outra maneira.
Eu havia descoberto isso da pior maneira possível, ou não.
— Esse vestido cai bem em mim? — perguntou, colocando a peça de roupa próxima ao seu corpo.
— Essa estampa lembra algumas que minha tia tem. — falei, fazendo com que minha amiga fizesse uma cara de nojo e pondo a roupa de volta ao local.
Nada ali tinha me conquistado, tudo era a mesma coisa, só mudavam as estampas, mas para , parecia o paraíso. Enquanto esperava ela decidir o que iria levar ou não, mandei uma mensagem a Clair, perguntando onde ela havia se metido, mas durante todo tempo ali, não obtive respostas. Quando finalmente terminou suas compras, decidimos ir ao bar, e quem sabe, tentar encontrar no meio do caminho.
— Você não deveria ficar com essa neurose toda, tá na cara que ainda se gostam… E como se gostam! — ela disse, e realmente tive que parar no meio do caminho para encará-la e tentar entender o porquê que ela estava falando aquilo.
— Do que você está falando?
— Oras, como se você não soubesse. Você e o . — ela parou, ficando de frente para mim. — Tudo bem que não foi nada sério e que ainda teve aquela coisa com o . Ele foi idiota por ter feito aquilo? Foi. Mas o que custa conversar?
— Sério? Conversar com uma pessoa que brincou comigo?
— Mas…
— Mas nada! — exclamei. — Todo mundo acha que eu devo ir até ele, me explicar, pedir desculpas e a merda que seja. Mas sabe, ele deixou bem claro que não tínhamos nada. Estávamos só tendo um “caso casual”, mas nenhum compromisso. Você sabe das merdas que ele fez, o quanto me estressou. foi àquele cara que realmente se mostrou preocupado comigo, e acabamos nos aproximando com o tempo, sem segundas intenções. foi se afastando não sei o porquê, e quando o me beijou, eu nem mais sabia onde estava. Porém, como vivo dizendo, só foi um beijo e eu estava livre, se eu tivesse em um relacionamento, ai sim!
— Ele sentiu ciúmes!
— Ciúmes? Tá de brincadeira, né?
— Ué.
— Ele não teve vergonha na cara, isso sim! — voltei a caminhar, só que em largos passos. Odiava quando tocavam no assunto, simplesmente, odiava.
— Vai dizer que ainda não gosta dele? — gritou. Fechei os olhos, respirando fundo para não perder meu controle. Primeiro, pra que gritar? Segundo, pra que voltar nesse assunto?
Maldito seja o dia que havia aceitado a entrevista. Meu blog com estava no inicio, graças a e ao seu pai, havíamos conseguido uma entrevista com essa banda, que na época nem sabia quem eram. Eu havia ficado extremamente feliz, afinal, era assim que um blog crescia, certo? Foi tudo ótimo, tudo perfeito, até aparecer e puf, começar a puxar papo comigo antes da entrevista. Trocamos mensagens, números, marcamos saídas… Eu nem sabia no que estava me metendo.
— Vamos mudar de assunto, por favor? Hoje quero relaxar, tudo bem? — pedi encarecidamente a , que aceitou e começou a falar de um assunto totalmente aleatório.
Estávamos próximas ao bar, quando uma voz totalmente alta chamou por nossos nomes, levando a mim e a minha amiga a quase um infarto fulminante.
— For Gosh, qual a necessidade disso, mulher? — disse com uma de suas mãos no peito e tentando controlar a respiração.
— , calma, sou nova para morrer e principalmente por sustos! — falei. — Mas, qual o motivo dessa animação toda?
— Nem pense em morrer agora, não antes de fazer essa entrevista. — ram, se eu estava com medo? Sim, principalmente depois que ela torceu os lábios demonstrando que escondia algo.
— Continue… — pedi.
— Continuar o quê? — ela questionou se fazendo de desentendida. Rolei os olhos, bufando em seguida.
— Você não sabe esconder as coisas, definitivamente. Conte.
— Bem… Lembra que tivemos aquela matéria com os meninos?
Mês passado uma revista nos convidou para entrevistarmos eles. Claro que de primeira eu disse “não”, mas ai veio com todo aquele papo de que deveríamos ser profissionais em nosso ramo e blá, blá, blá. Acabei aceitando, mas acho que uma certa pessoa não sabia o que era ser profissional, e acabou não indo.
— Como não esquecer?
— Enfim, eles falaram que teríamos que fazer a matéria com ele, querendo ou não, e que iriam nos falar o dia. Bem, esse dia chegou! — arqueei a sobrancelha, assim como . — Ele está aqui, assim como o resto dos meninos. Está ocorrendo uma Pool Party na área Vip. Aniversário da filha do dono, e ela é super fã deles, então, os convidaram. Ele chegou a poucos minutos, ou seja, ainda está sóbrio e nos esperando na sala onde arrumaram para a entrevista. Então… Eu confirmei presença. — disse, meio sem jeito, e demonstrando medo. Medo de me ver surtar, medo de me ver uma fera por ela ter aceitado algo e não ter me contado. A única coisa que fiz foi franzir o cenho e encará-la. Mas eu teria que fazer aquilo um dia, olhar novamente em seus olhos, ouvir novamente a sua voz, vê-lo pessoalmente. Desfiz toda a minha expressão, suspirando pesadamente em seguida. Fazer o quê.
— Okay, vamos. Mas não tenho uma roupa adequada para isso.
— Não se preocupe, o pessoal já providenciou tudinho.
— Aqui estão às perguntas que fizemos aos meninos, e essas duas aqui são perguntas de fãs, porém diretamente para ele. — me explicava atentamente, em um tom de voz baixo. Estávamos paradas em frente à porta que seria a entrevista, e devidamente vestidas de acordo com a ocasião. — Pronta? Não falei nada, simplesmente abri a porta e me deparando com ele, sentando de qualquer jeito na cadeira, enquanto mexia no celular. Claro que, por conta da força que fiz para abrir aquela porta enorme de auditório, o barulho que ela fez o chamou atenção e logo seu olhar estava sobre mim, assim como o meu estava nele.
Em um único movimento, ele se levantou, caminhando até nós, com um sorriso nos lábios. Como se realmente ele estivesse satisfeito por estar ali.
— , quanto tempo. — ele a abraçou, e ela retribuiu. Quando se afastaram, ele direcionou o olhar a mim, nisso, acabei esticando a mão. Estava sendo profissional.
— … — ele disse, surpreso com meu ato, e apertou minha mão, em um cumprimento.
— … — falei, sem muita expressão. — Bem, sente-se, por favor. — apontei para cadeira. e eu estávamos sentadas do outro lado da mesa. Durante toda a entrevista ele foi amigável, gentil e nem parecia que estava ali contra vontade. E isso era uma das coisas que mais me incomodavam nele. Sua dupla face. A entrevista não estava sendo gravada em vídeo, Clair e eu a todo instante estávamos fazendo anotações e gravando em nossos celulares para não esquecer de nada, porém ele, agia como se nada tivesse ocorrido entre nós. Poderia ser profissionalismo? Sim.
Mas ele fazia brincadeiras, ria… E se fosse, estava sendo muito profissional. Finalizamos a entrevista e puxou um papo que nada me interessava com ele, enquanto isso, comecei a ajeitar algumas coisas no Tablet que tinham no passado, para facilitar quando chegasse em casa. No meio disso tudo, ouvimos duas batidas. Estava tão focada no que estava fazendo, que nem percebi quando duas mãos pousaram sobre meus olhos, tapando totalmente minha visão.
A velha brincadeira. Retirei as mãos do meu rosto e me virei, vendo com um sorriso extremamente aberto para mim.
Levantei e o abracei.
— Que saudade de você. — falei em um tom baixo.
— Também. — ele disse, no mesmo tom. — Ele não está gostando dessa cena. — afastei-me um pouco, o encarando. Arqueei a sobrancelha e logo seus olhos rapidamente foram para um lado e voltaram para mim. Ah, sim. Já imaginava quem seria.
Quando terminou de cumprimentar os outros, foi a minha vez de ir falar com eles. não mexeu um músculo se quer, e de onde estava, acenou para todos, voltando sua concentração em seu celular. Revirei os olhos e logo iniciei uma conversa com os três que estavam em pé.
— Por que não vão para a festa conosco? — nos convidou. Uma festa cairia super bem para dar um up no dia.
— Tem problema se for conosco? Ela está no camarim. — falei e ele assentiu. Mal percebi quando saiu da sala. A partir daquele momento, não o vi por um longo tempo.
e eu voltamos para o camarim, contando a novidade para que logo se animou. Festa era com ela mesmo, e ainda mais na área Vip. Trocamos de roupa e seguimos os meninos.
e eu íamos atrás, em um total silêncio, mas ele foi totalmente quebrado quando o mesmo iniciou um assunto que eu desejava fugir. — Pelo visto, as coisas ainda continuam do mesmo jeito. — ele disse, olhando para frente.
— Como assim?
— Ele gostando de você, mas sendo totalmente orgulhoso e usando fatos do passado para alimentar isso.
— Vocês estão bem?
— Sim, tudo está normal, nada mudou. Mas não entendo porque ele mudou com você, afinal, eu tive culpa, certo?
— Não! Não ache que o que aconteceu foi sua culpa, já disse, eu e ele não estávamos juntos já tinha um tempo. É complicado estar ao lado de uma pessoa onde os olhares já contavam todas as mentiras, ele não queria nada sério, mas eu acreditava quando ele falava, olhando em meus olhos, que meus pensamentos estavam errados e que era coisa da minha cabeça. Começamos a brigar, nos desentender, a nos afastar… Surgiram os rumores e nada daquilo estava me fazendo bem. Desde o início eu disse que não queria usar vocês para crescer meu blog, mas as pessoas começaram a acreditar nisso e enfim, deu no que deu e a vida segue.
— Mas você ainda gosta dele, certo? — por mais que seu tom de voz estivesse baixo, muito chegado a um sussurro, foi totalmente audível por , que aproveitou a conversa que estava tendo com os outros meninos, e se aproximou de nós.
— Foi a mesma coisa que perguntei a ela mais cedo. — ela disse, sorrindo.
— Meu Deus, que complô comigo!
— , qual é. Admitir não mata ninguém. — ele disse, e eu suspirei.
— É complicado, mas sentimentos não somem da noite pro dia, tudo bem?
Para minha sorte, já havíamos chegado ao local. Pessoas dançavam animadamente em um canto, enquanto outras se deliciavam em uma piscina cheia de espuma. O local estava cheio de jovens, garçons andavam de um lado para o outro sem parar, com bandejas de comidas e bebidas. foi a primeira a se soltar e correu para a piscina. Os meninos, juntamente com , se espalharam, sobrando apenas eu e . Ótimo, pelo menos eu tinha uma companhia.
— Ei, esquecemos de tirar uma foto com ele! — ela avisou. O quê? Foto? Quando eu ia argumentar contra, ela me interrompeu. — Sem reclamações! Vou pegar a câmera na minha bolsa, não sai daí.
— Você trouxe a câmera?
— Claro, é necessário! — ela disse, se afastando.
Legal, estava sozinha, no meio de pessoas que nunca tinha visto na vida e com um padrão de vida totalmente diferente do meu. Com um drink em mãos, fui explorando o loca. Havia alguns jogos como guerra de balão de água, futebol de sabão, e um escorregador enorme que ia do topo da montanha até uma das piscinas normais. Do lado oposto, onde ficavam os chuveiros, tinha alguns jatos d’água saiam do chão.
Que área vip! Me aproximei, tentando entender como aquilo funcionava. Havia uns botões onde você controla a intensidade e a temperatura, mas sinceramente, não estava entendendo nada.
— Quer ajuda? — uma voz calma e baixa ecoou atrás de mim, o que me fez virar rapidamente e dar de cara com , sorrindo e com um copo em mãos. Ele estava se oferecendo para me ajudar? E ainda com um sorriso no rosto? Se bem que desde a entrevista, ele tem agido com gentileza, tirando a parte que saiu sem falar com ninguém da sala.
— Não, obrigada. Só estava olhando mesmo. — falei, dando um gole na bebida.
— Interessante, não é?
— O quê?
— O chuveiro. — sério que iriamos falar sobre chuveiros? Quando abri a boca para falar sobre, ouvimos uma voz feminina o chamar, e sem mais nem menos, ele saiu, indo de encontro com a garota, e me deixando lá, no vácuo. Por que ainda me surpreendo com isso?
— O que houve? — novamente, outra voz surge, mas dessa vez, em minha frente. Era .
— Seu amigo ai, que puxa assunto e mesmo assim, não espera as pessoas falarem e as deixam no vácuo. Depois vocês querem que a gente volte a ser amiguinhos. — dei mais outro gole na bebida.
— Eu não disse isso!
— Deu a entender, enfim, não me force a fazer mais nada. — após deixar bem claro o que eu desejava. Saí de perto, mas as mãos dele foram mais rápidas, e seguraram fortemente meu braço direito.
— Sabe o quanto é chato não ter mais saídas por causa de vocês dois?
— A culpa não é minha! Você mesmo viu o que ele fez.
— Ele sente sua falta.
— Ele está rodeado de garotas, quem sou eu na fila do pão? Ah, sim, ninguém. — soltei-me dos seus braços, e comecei a caminhar.
— Mas se ele quisesse te beijar, aqui e agora, você aceitaria. — mas o quê? Sério mesmo que tiraram o dia para me encher a paciência?
— Não se iluda. — gritei de volta.
E aquilo não saia da minha cabeça, beijar ele… Não. Mas não poderia mentir, eu sentia falta dele, na verdade, sentia falta do antigo ele. Da pessoa que conheci e que me fazia bem. A fama sobe à cabeça, mas ele nunca pareceu ser um rapaz desse nível, mas as coisas mudam. E como mudam.
Eu precisava sentar, minhas pernas doíam e o cansaço de estar em pé já começava a fazer efeito. Resolvi caminhar até o interior de um os quiosques, que mais parecia uma casa. Suas laterais eram de vidros e dentro, era possível ver alguns sofás espalhados pela sala.
Local perfeito e estava vazia.
Peguei meu celular para mandar uma mensagem a , perguntando onde ela havia se metido novamente, enquanto isso, comecei a caminhar em direção ao local, sem perceber por onde andava, até que senti algo me puxar para baixo e me fazer sentar em algum lugar.
Era ele, novamente, e eu estava sentava em seu colo.
— Mas o quê?
— O que foi? — ele perguntou, na maior cara de pau.
— O que você quer, garoto? — fiz menção de levantar, mas o mesmo me puxou novamente, me impedindo. — Me deixa levantar!
— Por quê?
— Porque sim! O que as pessoas vão pensar?
— Elas não devem pensar em nada. — a cada respostava que ele dava, seu rosto mais se aproximava. Aquela respiração lenta, aquele olhar em mim… Argh, não podia ter recaída.
— Claro que devem! E me solta. — em um impulso, me levantei. — Olha, eu não sei o que você realmente quer comigo, mas novamente, não irei cair nos seus joguinhos. Ok? Me deixa. — saí do local e dessa vez, eu o deixei antes mesmo dele falar.
Eu não tinha paz. Será que nunca teria?
Abri a porta do estabelecimento, mas um braço passou rapidamente pelo meu lado, fechando-a brutalmente.
Ok, , aceite o fato de que você não teria paz.
Esse mesmo braço começou a me puxar até um local mais afastado da festa.
— Será que eu não posso ter um pingo de paz? — questionei, quando paramos.
— Temos que conversar. — ele disse, sério.
— Conversar, conversar, ou conversar e ouvir suas irônias? — ele revirou os olhos e voltou a me encarar. — Ok, tudo bem, sobre o quê?
— Nós?! — arqueei a sobrancelha. Como assim, nós? — Eu não sei como falar isso, então vou direto ao assunto, eu sinto sua falta e eu sei que sente a minha.
— Como sabe que eu sinto sua falta?
— Está na cara, . Só que, eu não sei o que houve e depois soube que havia beijado o .
— Primeiro que “nós” nunca existiu. Segundo que quando o me beijou, eu e você já tínhamos um tempo afastados, e sinceramente, suas saídas para jogar Golf não me escondem nada. Depois disso, você se afastou de vez. Era você que vivia falando que não tínhamos nada sério, era você que mentia para mim e eu não estava suportando mais! O quanto é gostar de alguém, mas depois ver essa pessoa perdendo interesse por ti, mas mesmo assim, ela insiste em falar que não? Eu fiquei dias pensando no que fazer, foi um terrível dilema, não sabia se ia falar com você ou ficava na minha. Não sabia se abria o jogo com você ou esperava você fazer algo.
— Você fala como se eu não me importasse com você ou o que tínhamos.
— Você demonstrava isso.
— Mas não! — exclamou um pouco alto. — Eu gostava de você, e ainda gosto! Saber que você beijou meu amigo foi como um tiro. Eu fiquei puto da vida, mas o conversou comigo e me fez entender, só que nisso, o tempo já havia passado. Eu estava feliz com o que tínhamos, mas não sendo algo sério, você sabe que tenho receio disso por conta…
— Mas eu não sou ela, e vivia te falando isso. — ele suspirou e o encarei. — O tempo passou, as coisas mudaram, infelizmente.
— Mas se eu te pedisse um beijo, você recusaria? — senti um frio da barriga quando ele disse a palavra “beijo”.
Beijo.
Aquela sensação de ter suas mãos em volta de minha cintura, do calor do seu corpo em mim, de sua respiração tão próxima a minha, dos seus lábios tocando os meus.
— Eu…
— Sim ou não?
Não respondi. A cada segundo que passava ele se aproximava mais, o calor de suas mãos logo entraram em contato com meu rosto e seu olhar intercalava meus olhos e minha boca.
Não sei como, mas a vontade de beijá-lo havia surgido fortemente, e estava me controlado para não demonstrar isso. Porém, nossos pensamentos acabaram sendo os mesmos e a sensação de ter seus lábios encostando nos meus foi quase saciada, se minha razão não tivesse falado mais alto e por um impulso, eu tivesse colocado minhas mãos em seu peitoral, o afastando e virando meu rosto.
— Não me faça perguntas na quais eu tenha que decidir. Passei muito tempo pensando muito, pensando muito em nós e em tudo que tivemos. Eu tive dúvidas e arrependimentos. Eu não quero ter mais um em minha coleção. — falei, o encarando e me afastando. — É tudo muito recente, mas se quisermos ter algo, tem que ser aos poucos, porém, dependerá de você.
Eu estava atrasada, como sempre, mas a culpa toda foi da minha chefe, que ficou horas e horas me contando dos preparativos do casamento da filha. Era um saco, mas eu tinha que agradá-la de alguma maneira, e nada como sendo uma boa ouvinte. Adentrei a cafeteria, arrumando a bolsa que caia sobre meus ombros. Em suas mãos havia um pequeno livro de bolso, e uma água ao seu lado era a única coisa que havia sobre a mesa. Cautelosamente me aproximei, atraindo seu olhar e sendo recebida com um largo sorriso.
— Desculpa o atraso, minha chefe me prendeu. — falei sem jeito, me sentando na cadeira a sua frente.
— Sem problemas, estava finalizando esse livro. Até que é interessante. — ele disse, me mostrando a capa do livro do gênero de suspense.
— Você lendo livros é algo que realmente me surpreende.
— Mais do que eu fiz nesses meses todos? — senti suas mãos se aproximar sobre as minhas na mesa, envolvendo-as em um carinho.
— Tenho que analisar… — falei, com uma feição pensativa, o que fez ele rir.
— Já fiz o pedido, tudo bem? — falou, sem tirar o sorriso do rosto. Assenti, o envolvendo em um assunto que levaria a tarde toda.
Desde o último acontecimento, ou melhor, desde o nosso último reencontro, muitas coisas mudaram, o que realmente me surpreendeu. Eu tinha perdido todas as esperanças com ele, a vontade que estava tendo de tê-lo ao meu lado foi ficando guardada em um canto dos meus pensamentos. Eu tinha o dito que as coisas teriam que ser aos poucos, mas a esperança dentro de mim estava quase se apagando, porém, ele me surpreendeu e mudou. Como mudou. Eu também mudei. Aos poucos fomos nos aproximando e curtindo cada fase desse reencontro.
Ele foi uma grande dúvida em minha vida, não sabia se deveria dar a chance novamente a ele, mas nunca era tarde para surpreender. Não digo que somos namorados, porém estamos perto disso, mas uma coisa em minha vida ele sempre será, o meu dilema.
Fim?
Nota da autora: Olá pessoas, tudo bem? Espero que sim! Sabe aquele amor que você sente por uma música?
É o que eu sinto por esta música. My Dilemma me conquistou e um jeito que nem sei explicar.
Eu sempre ficava falando para minha amiga “eu tenho que escrever uma história baseada nessa música”,
e quando soube que teria uma ficstape da Selena (meu amorzão), fiquei louca e é claro,
corri para pegar essa música que chamo de perfeição! Agradeço a Selena por ter criado essa música!
Espero que vocês gostem, assim como eu adorei a história. Foi algo bem gostoso de se escrever e
mal posso esperar pelos comentários de vocês!
É isso, beijooocas!
Outras Fanfics:
Game Of Fame — Outros/ Em andamento.
Last Kisses - Outros/Finalizada (Shortfic)
08.Happily, com Berrie - Ficstape Midnight Memories, One Direction/Finalizada
01. Heart Attack - Ficstape DEMI, Demi Lovato/Finalizada.
05. Two Pieces - Ficstape DEMI, Demi Lovato/Finalizada.
10. Give Your Heart a Break - Ficstape Unbroken, Demi Lovato/Finalizada.
15. Ours — Ficstape Speak Now, Taylor Swift/Finalizada.
08. Fifteen — Ficstape Fearless, Taylor Swift/Finalizada.
05. Love Bug — Ficstape A Little Bit Longer, Jonas Brothers/Finalizada.
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Outras Fanfics:
Game Of Fame — Outros/ Em andamento.
Last Kisses - Outros/Finalizada (Shortfic)
08.Happily, com Berrie - Ficstape Midnight Memories, One Direction/Finalizada
01. Heart Attack - Ficstape DEMI, Demi Lovato/Finalizada.
05. Two Pieces - Ficstape DEMI, Demi Lovato/Finalizada.
10. Give Your Heart a Break - Ficstape Unbroken, Demi Lovato/Finalizada.
15. Ours — Ficstape Speak Now, Taylor Swift/Finalizada.
08. Fifteen — Ficstape Fearless, Taylor Swift/Finalizada.
05. Love Bug — Ficstape A Little Bit Longer, Jonas Brothers/Finalizada.
O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.