Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Eu definitivamente não estava com sorte, como percebi tarde demais.
Me virei para olhar onde acabei me enfiando para me desviar do meu ex-namorado que, convenientemente, tinha resolvido vir para academia no mesmo horário que eu. Não queria encontrá-lo aqui, muito menos depois de fazer uma aula de spinning que me deixou suada, vermelha, descabelada e ofegante como se tivesse fugido da morte.
Então, quando ele apareceu no corredor com o sorriso brilhante e com o perfume exalando mesmo a cinco metros, entrei na primeira porta que encontrei. O problema é que era exatamente a porta do banheiro masculino. E para piorar, era nesta direção que Mark estava vindo.

– Que merda! – choraminguei, ignorando o olhar confuso de um cara de toalha que passou por mim.

Avistei a cabine livre mais próxima e me enfiei lá dentro, esperando me esconder o suficiente para que Mark entrasse e saísse sem que ele me visse. Provavelmente ele estava vindo só guardar a mochila no armário e sairia logo.

– Então, vai para a festa da fraternidade hoje? – ouvi uma voz familiar perguntar.
– É claro! – outra voz familiar, mais conhecida como Mark, respondeu. – Eu estou solteiro pela primeira vez desde que entrei na faculdade, Landon. Eu não vou perder mais nada a partir de agora.

Meu coração apertou um pouco com a resposta, mais por mágoa do que por realmente estar triste. Ele nunca quis ir para festas comigo, sempre me fazia recusar quando meu irmão nos convidava para ver a banda tocar ou quando tinha algum evento da fraternidade, mas agora estava disposto a sair?

– Finalmente! – Landon riu. – Sinceramente, cara? A só te atrasava.

Abri a boca, indignada. Landon era um dos amigos de Mark que eu mais gostava e geralmente também parecia gostar muito de mim. Mas o pior não foi o comentário de Landon, mas a risada de Mark.

– Nossa, ela era – Mark suspirou. – Fiquei aliviado quando ela viu as conversas com a Louise no meu celular. Me poupou o trabalho de terminar com ela.

Meu estômago revirou, um misto de raiva e angústia me consumindo. Descobrir que meu namorado estava transando com a minha colega de quarto não tinha sido fácil, mas ouvir ele fazendo piada sobre isso era pior ainda. Mark sempre pareceu o cara perfeito, mas ouvir ele falando sobre mim assim, me fazia repensar tudo que vivemos.

– Ela perdeu a graça depois de um tempo, sabe? – Mark comentou. – Ficou chata, mandona, implicava com tudo e...

Ouvi a porta do banheiro bater, e os dois homens ficaram em silêncio antes que Mark pudesse falar mais alguma coisa que ferrasse totalmente a minha autoestima. Mordi a língua, engolindo as lágrimas que embaçaram a minha visão. Que droga! Ele não merecia que eu chorasse por ele.

– ouvi Mark cumprimentar. – E aí, cara?
– Oi, Marvin – a voz familiar de um dos amigos do meu irmão, soou no banheiro.
– É Mark – Mark o corrigiu.

Um silêncio constrangedor tomou conta do banheiro quando não falou nada.

– Já vamos indo – Landon pigarreou.

Ouvi portas de armários batendo, depois a porta do banheiro fechando, mas ninguém falou mais nada. Mesmo que o banheiro masculino de uma academia não fosse o melhor lugar para isso, eu quis chorar.
No fundo, eu sabia que Mark estava certo. Eu tinha, sim, perdido meu brilho, mas a culpa era toda dele. Eu tinha evitado pensar nisso enquanto estávamos juntos, mas aos poucos eu vinha percebendo que ele simplesmente me apagou. Não saíamos mais para festas, ele odiava quando eu saía só com minhas amigas e sempre arrumava briga quando eu insistia.
Com o tempo, parei de sair e passei a chamá-las para programas em casa. Ele não gostava dos meus pais, então nunca íamos visitar e todas as datas comemorativas eram na casa dele. Até os ensaios da banda do meu irmão, que eu amava ir, eram motivos de briga para ele.
Eu deixei ele me apagar.

?

Arregalei os olhos, completamente surpresa ao ouvir meu nome. Hesitei um pouco antes de responder, mas aparentemente sabia que eu estava aqui.

– Eu? – respondi.
– Te vi entrando aqui – explicou. – Deduzi que você estivesse sem as lentes quando entrou na porta errada, mas depois vi que Landon e Marvin estavam bem atrás. Você estava se escondendo ou errou o caminho?
– Qual das duas opções soa menos constrangedora? – perguntei. – As duas me deixam com cara de trouxa.

riu e o som soou mais próximo. Olhei para baixo, vendo a sombra dos pés dele pela brecha da cabine.

– Acho que fugir é menos constrangedor. Também fujo de ex-namoradas de vez em quando – ele disse – Pode sair daí se quiser.

Enxuguei a umidade nas minhas bochechas antes de sair, mas as lágrimas podiam facilmente passar despercebidas com o suor. Abrindo a porta da cabine, me deparei com com o ombro encostado na porta da cabine ao lado e os braços musculosos cruzados na frente do peito.

– Oi – ele cumprimentou.
– Oi – sorri, tentando não demonstrar que eu tinha acabado de chorar.
– Você tá bem? – perguntou.
– Estaria mentindo se dissesse que estou – admiti. – Mark é um babaca, não é?

crispou os lábios, mas assentiu.

– Nenhum de nós quis falar nada já que aparentemente você gostava muito dele, mas agora que vocês terminaram, eu posso dizer que ele é um belo filho da puta – ele bufou.

é vocalista da banda do meu irmão, então o conhecia desde o ensino médio. Nunca fomos tão próximos, mas ele sempre me tratou como uma amiga, assim como os outros meninos da banda. Eu gostava quando eles eram sinceros.

– Vocês podiam ter me avisado – reclamei.
– Você não enxergaria – retrucou. – E sabe disso.

Sim, infelizmente eu sabia. Eu procuraria desculpas que justificassem o comportamento de Mark, como fiz por muito tempo. , meu irmão, me dizia constantemente o quanto Mark era ridículo, mas eu não via. sempre foi ciumento, e na minha cabeça ele só estava implicando por ser meu irmão mais velho.

– Estou enxergando agora – murmurei, fechando os olhos. – Acho que me perdi um pouco, .
– Então aproveita para se encontrar.

Virei o rosto para encará-lo, flagrando o sorrisinho nos lábios dele.

– Não é simples – rebati.
– Não, não é – ele concordou. – Mas eu confio no seu potencial.

Acabei sorrindo com isso.

– Eu também confio.
– E o que você está esperando então? – arqueou uma sobrancelha.

Suspirei, não conseguindo encontrar uma resposta. Terminamos há quase dois meses, mas eu ainda estava em pedaços e nem conseguia explicar o porquê. A antiga eu não teria se submetido a viver como uma tragédia ambulante, ainda mais por um cara com tendência a calvície.

– Acho que eu estava esperando chegar ao fundo do poço de chorar na cabine do banheiro masculino da academia e ser consolada por um dos amigos do meu irmão – brinquei, recebendo um riso caloroso de .
– Eu não consideraria que receber conselhos meus é algo de quem está no fundo do poço! – pareceu ofendido. – Sou um ótimo conselheiro.
– Ah, é? – o desafiei. – Que eu lembre, foi você que me aconselhou a beber 21 shots de tequila no meu aniversário de 21 anos. Quase entrei em coma alcoólico no 11º shot.
– Nem sempre tenho os conselhos mais sensatos – se defendeu, abrindo um sorriso arteiro. – Mas ainda lembro de você dançando no balcão do bar naquela noite. Você se divertiu muito antes de cair.

Gemi, fechando os olhos ao lembrar da cena vergonhosa. Eu tinha levado uma bela queda, que só não me rendeu ossos quebrados porque meu irmão conseguiu me segurar a tempo. O vídeo rodou por meses e resultou em Mark furioso, me ignorando por duas semanas por meu comportamento.

– Me diverti – concordei, ignorando a lembrança relacionada a Mark. – Quer me dar algum outro conselho que seja mais sábio que aquele?

Ele me encarou com uma intensidade que me deixou um pouco intimidade, mas tinha olhos cinzentos que eram capazes de intimidar alguém com um mísero olhar de relance.

– Se encontre e não deixe outro babaca fazer você se perder – umedeceu os lábios. – Você tem um brilho próprio, . Não deixa ninguém te fazer esquecer disso de novo.

Meu coração apertou e eu senti uma imensa vontade de me jogar em cima de em um abraço apertado.

– Não vou esquecer – prometi, sentindo meus lábios se curvarem em um sorriso caloroso.


me puxou contra ela, gargalhando, enquanto tentávamos manter o equilíbrio após quase tropeçar nas escadas da casa da nossa irmandade. Hoje era de show no bar do campus e a banda do meu irmão estava indo tocar.
É claro que fizemos um esquenta em casa, o que resultou em metade das garotas mais animadas do que o normal. Camille se aproximou com a garrafa de tequila em mãos, mas já nas últimas doses.

– Nossa missão é acabar com essa garrafa antes que nossa carona chegue – Camille falou, aproximando a garrafa de mim. – Abre a boquinha, .
– Deus do céu – ri, mas abri a boca para ela despejar a bebida.

Cutuquei Camille quando ela encheu minha boca e a tequila desceu ardendo, fazendo meus olhos encherem de lágrimas, mas o calor foi muito bem-vindo. Eu estava animada para hoje e nada melhor do que tequila para me deixar ainda mais animada.
Era a primeira vez que eu iria para um show do meu irmão em muito tempo, então estava ansiosa para hoje. Seguindo o conselho de , eu estava tentando me encontrar de novo. Voltei a fazer as coisas que amava, sair com minhas amigas e ser quem eu costumava ser.
Era libertador conseguir fazer tudo isso de novo sem me preocupar se meu namorado ficaria puto ou se eu estava arriscando um relacionamento de anos por momentos de diversão.

– E com quem vamos para o bar? – perguntou, limpando o canto da boca depois que Camille a fez beber também.

Camille hesitou, tomando alguns goles da tequila e finalizando a garrafa.

– Meu namorado – ela disse, mas me olhou com receio. – E o Mark.

Eu não o via há alguns meses, desde o episódio no banheiro da academia, e todo mundo evitava falar sobre ele perto de mim. Então, pensei que saber que iria de carona com ele fosse abrir uma ferida antiga, mas não provocou absolutamente nada. Meu coração não apertou, nem me senti angustiada pela ideia de vê-lo.

– Tudo bem por mim – dei de ombros, indiferente. – Só preciso chegar lá antes do show começar porque estou com os colares dos meninos.
– Eles já estão chegando – Camille sorriu, visivelmente aliviada. – As outras meninas foram no carro da Jess.

Quando o SUV de Taylor estacionou na frente da nossa casa, Mark saltou do carro para ir para o banco de trás enquanto Camille assumiu o banco ao lado de Taylor. O olhar dele encontrou o meu, se demorando muito na roupa que eu estava usando. O vestido branco era de cetim branco, terminando na metade das minhas coxas e com um decote generoso. Era exatamente o tipo de vestido que ele faria cena por me ver usando quando namorávamos.

– Eu sinto o cheiro de tequila de longe – Taylor arqueou as sobrancelhas.
– Sua namorada nos embebedou, Tay – riu, entrando no banco de trás, ficando entre Mark e eu.
– Pelo menos vão economizar com bebida – ele riu, nos olhando pelo retrovisor.
– Não sei sobre a , mas eu não pretendo pagar por nenhuma das minhas bebidas esta noite – sorri, piscando para ele. – Não escolhi esse vestido à toa.

Todos riram, menos Mark, e eu senti uma enorme satisfação com isso. O caminho até o bar foi preenchido por conversas animadas e risadas, mas meu ex-namorado não fez questão de participar do assunto. Provavelmente porque toda vez que ele abria a boca, , com todo ódio e ressentimento por ele ter partido meu coração, fazia questão de falar por cima e o ignorar.

– O lugar está lotado – comentei, olhando pela janela assim que chegamos na frente do bar.

Carros estavam espalhados por todo lugar e eu tinha certeza que já dentro estaria abarrotado de pessoas. Eu estava animada pelos meninos, ainda mais por eles estarem tocando novamente depois de alguns meses em pausa porque Cam, o baterista, tinha quebrado o pulso.

– Vai ser incrível! – soltou um gritinho animado.
– Você vai encontrar os caras? – Taylor perguntou para Mark.
– Sim. Eles vieram mais cedo – Mark confirmou.

Lutamos para encontrar uma vaga no estacionamento, mas Taylor fez milagre e conseguiu estacionar em um lugar quase impossível entre dois carros. Passamos por meio da multidão na calçada até entrar no bar. As luzes azuis do bar fizeram meu vestido brilhar em neon, o que me fez sorrir. Eu não podia ver, mas sabia que as pedrinhas de strass que eu tinha colocado nos olhos como parte da maquiagem, também estavam.

! – uma mão envolveu meu cotovelo assim que , Taylor e passou na minha frente, indo em direção a mesa que meu irmão tinha pegado para gente.

Olhei para trás, encontrando Mark. Pensei que ele tinha seguido na outra direção quando os meninos acenaram, mas ele estava bem na minha frente, me fitando com aqueles olhos absurdamente escuros e lindos. Por um leve segundo, senti falta dele. Mas a sensação passou tão rápido quanto apareceu.

– Eu te mandei mensagens – ele disse.

Arqueei uma sobrancelha, divertida.

– Eu recebi – respondi, satisfeita ao ver o sorriso dele murchar.
– Mas você não respondeu – franziu a testa. – Estive pensando muito em nós ultimamente.

Suspirei, sabendo onde isso iria chegar. As últimas mensagens que ele me enviou diziam exatamente isso. “Vamos falar sobre nós?” ou “pensei muito em você. Podemos conversar?”. Nenhuma delas me convenceu, então ignorei.

– Eu também estive, Mark – admiti.

O olhar dele brilhou com esperança, mas antes que pudesse se animar, eu continuei.

– Estive pensando em como eu fui boa demais para você. Entendi suas inseguranças, deixei de fazer coisas porque te deixavam desconfortável. Me afastei dos meus amigos porque você gostava de fazer programas entre nós... – estalei a língua no céu da boca, soltando um riso sem graça. – Até ignorei você passando por cima da minha paz de espírito. E tudo isso porque eu te amava.

Ele abriu a boca, mas não conseguiu encontrar o que falar.

– Você nunca me colocou em primeiro lugar, como eu te coloquei. Você foi meu mundo, Mark – acrescentei, sentindo meu peito esvaziar com todas as coisas que estavam entaladas no meu peito. – Mas você me apagou. Terminar com você foi a melhor coisa que me aconteceu, então, não, não quero falar sobre nós.
... – ele suspirou, me puxando mais para perto.
– Eu senti sua falta, Mark – apoiei a mão no peito dele, o empurrando para trás. – Mas senti mais falta de brilhar. Divirta-se!

Com um sorriso brilhante, dei as costas e segui em direção ao palco, onde meus amigos estavam e onde os meninos da banda estavam arrumando os equipamentos. Meu coração estava tão acelerado que eu mal conseguia respirar direito, mas uma onda de entusiasmo tomou conta do meu corpo quando pulei em cima do palco onde os meninos estavam.

– Opa! – riu, me segurando pelo cotovelo para me equilibrar quando pousei meio tonta e quase tropecei em um dos cabos.
– Oi, lindo – sorri, afastando uma mecha de cabelo que caiu por cima dos olhos dele.
– Oi, linda – ele pareceu surpreso, mas seu sorriso fincou nos lábios. – Você está maravilhosa.
– Eu estou brilhando! – abri os braços, animada.
– Em todos os sentidos – concordou, apontando para o meu vestido e os meus olhos. – É bom te ver assim.
– É muito bom – suspirei, mais relaxada agora.
! – me puxou pelos ombros, com um sorriso enorme. – Você veio.
– Eu vim! – estalei um beijo na bochecha dele. – Trouxe os colares.

Hunter veio na minha direção, super sério, e me segurou pelos ombros, empurrando para o lado.

– Me diz, por favor, que você não tem um namorado de novo – Hunter praticamente implorou. – Vi vocês conversando na entrada.
– Não, não tenho – neguei rapidamente. – Ele só precisava de um ponto final.
– Ainda bem – Cam suspirou, empurrando Hunter de lado para dar um beijo na minha testa. – Agora passa nossos colares.

Tirei os cordões da bolsa e entreguei para cada um. Os colares eram simples, um cordão com uma palheta preta como pingente. Tinha sido um presente meu quando eles começaram a banda e era uma tradição que eu levasse em todos os shows. A tradição tinha sido quebrada por muito tempo, mas agora estávamos de volta.

– Pode me ajudar aqui? – balançou o colar dele, com um sorriso arteiro no canto da boca.

Semicerrei os olhos, desconfiada, mas fui até ele, parando em sua frente. abaixou a cabeça para que eu passasse o colar por seu pescoço, depois me encarou com tanta intensidade que meu estômago se revirou.

– Sua aura brilha como selenita quando você está feliz – disse, me fazendo rir.
– Quantos baseados você fumou antes de me falar isso, ?
– Só um – admitiu. – Você sabe que eu nunca fumo antes de um show.
– Só depois? – impliquei.
– Depende – retrucou, com um ar de malícia.
– Do que? – fiquei curiosa.
– Do que você vai fazer depois do show – ele colocou a mão por cima do bolso da jaqueta. – Tenho 2, caso queira me acompanhar.

Agora eu estava definitivamente surpresa, mas a euforia só aumentou.

– Eu adoraria te acompanhar – enrolei o dedo no colar dele, o puxando para mais perto.
– Então é um encontro – colocou a mão na minha cintura.
– É um encontro – confirmei, me inclinando para dar um selinho rápido nele.

Pisquei, me afastando e pulando de volta para a área das mesas onde meus amigos estavam. Quando o show começou, dancei até meus pés doerem, cantei até ficar rouca e ri até me faltar o ar.
E, pela primeira vez em muito tempo, senti que era eu novamente.




Fim.





Nota da autora: Amei escrever essa história, então espero que vocês também gostem! Não deixem de falar o que acharam, tá?


Nota da Scripter: HELLO!! Clique AQUI para deixar uma mensagem de amor!

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


Outras Fanfics:
Dynasty (Restritas – original – em andamento) parceria com Sereia Laranja
Sweet Trouble (Restritas – original – em andamento) parceria com Aurora C
Craving For You (Restritas – atores – em andamento)
13. Familiar (Ficstape Liam Payne – restritas – finalizada)
07. Nothing But My Feelings (Ficstape Little Mix – restritas – finalizada)
Ruin the Friendship (Especial Dia do Sexo – restritas – finalizada)


comments powered by Disqus