Finalizada em: 29/11/2020

Capítulo Único

Todas as pessoas passam por mudanças quando crescem, null estava começando a passar por elas. No auge da sua juventude, após fazer 18 anos, como toda jovem, ela queria curtir essa fase. Mas nem tudo é como queremos que seja, principalmente nessa idade.
— Você vai, null! Sem discussões. — Disse sua tia, Margot.
— Eu não vou morar com o meu pai e acabou! — Ela chutou a mala que sua tia havia colocado no seu quarto. O que fez com que sua tia ficasse brava e se abaixasse para pegar a mala.
— Você escutou o que sua mãe disse, sem discussão, arrume as malas que ele está chegando.
Sua mãe havia ido trabalhar na África e ela não pôde ir junto. Agora ela seria a garota rica, intocável e de um bairro rico. Bom, isso deveria ser bom, né? Mas para ela, era um pesadelo ir morar com o pai. Ela não estava nem aí para o dinheiro dele, queria mais era que ele explodisse junto com toda a riqueza dele. Mas ela tinha que ir, ela não podia ficar com Margot, e ela não a culpava.

Algumas horas depois um carro chegou para buscá-la, como era de se esperar, ele não se deu o trabalho de ir até lá. Ela deu um abraço em Margot antes de ir e entrou no carro, emburrada. O motorista não foi de muita conversa, ele já conhecia a fama da relação dela com o pai, então sabia que ela estaria irritada, preferiu deixá-la quieta. Ela observava todo o trajeto, à medida que os bairros iam mudando e como se distinguiam uns dos outros, ela se sentia a típica adolescente que ficava brava por ficar rica, mas ela realmente não se importava com nada daquilo, a única coisa que ela queria era viajar com a sua mãe pelo mundo, fazendo trabalho voluntário. Quando o carro estacionou em frente à enorme mansão, ela foi recebida pelo mordomo, Michael, que era o mesmo de sua infância.
— Senhorita null. — Disse Michael, abrindo a porta para que ela descesse do carro, ela sorriu.
— Michael, é bom revê-lo. — Respondeu. — Talvez seja a única coisa boa por aqui. — Disse, virando os olhos. Michael deu um sorriso amarelo, e ajudou a menina com as malas.
— Seu pai não pôde ir buscá-la porque ele está viajando essa semana. — Justificou Michael, fazendo a garota virar os olhos.
— Ele esteve viajando nos últimos 8 anos? — Ela fez uma cara feia, e Michael suspirou, abrindo a porta da casa para que ela entrasse.
— Ele volta amanhã, e aí vocês podem conversar.
— Eu não tenho nada para conversar com ele. — Ela estava emburrada. — Pode levar minhas malas para o quarto, Michael? Eu vou andar para espairecer a mente. — Michael assentiu, e ela caminhou para o final da rua, onde tinha um parque. Sentou em um dos balanços e ficou observando o pôr do sol, pensando em como sua mãe deveria estar na África, ela soltou um longo suspiro, enquanto se balançava devagar.
— Observando o pôr do sol? — Ela escutou uma voz masculina e apenas assentiu, escutou o barulho das correntes do balanço, e virou-se para ver, o menino estava de pé no balanço ao lado. Tinha os cabelos loiros e correntes de ouro penduradas no pescoço, estava com a camisa aberta, mostrando todas as suas tatuagens. — Você é nova aqui? — Perguntou.
— Sou filha do null, Jensen null. — Respondeu, ele arqueou uma sobrancelha. — Me chamo null.
— É um prazer, null! Me chamo null, null null. Moro naquela casa! — Ele apontou para uma mansão, que tinha uma Ferrari na frente. — Inclusive darei uma festa amanhã, você está convidada. — Ele sorriu, e se sentou. Ela retribuiu o sorriso. — Mas então, por que se mudou para cá? Nunca ouvi falar sobre o Jensen ter uma filha.
— Nós não nos damos bem. — Respondeu.
— Eu imaginei. Por isso a curiosidade de saber o motivo de você ter vindo morar com ele.
— Minha mãe está na África, ela é uma médica que faz trabalhos voluntários, então tive que vir morar aqui. — Respondeu ela, abaixando a cabeça.
— Ah, mas não fique tão triste. — Disse, tentando animá-la. — Você acabou de conhecer o motivo da sua alegria nesse lugar. — Ela se vira para ele e ri.
— Ah, é? — Ela arqueou uma sobrancelha, ainda rindo.
— Lógico, sou o cara mais divertido daqui. — Ele estendeu a mão para ela, que segurou.
null! — Gritou um homem alto e forte do outro lado da rua.
— Olha, gata, eu tenho que ir. — Ele entregou um papel. — Toma meu número, me manda uma mensagem para eu salvar, vamos manter contato. — Ela segurou o papel, confusa, e o observou caminhando para longe e olhando para trás. Ela riu do garoto, e do papel em sua mão.

— Quem era a garota? — Perguntou Charlie.
— Filha do Dr. null. — Respondeu null, ainda olhando para ela.
— Ow, bro, não se meta em encrenca, certo? Se afasta.
— Impossível, me perdi naqueles olhos. — Ele estava com um sorriso bobo no rosto, o que fez Charlie virar os olhos.
— E a Gaby?
— Eu sou solteiro, o que rolou com a Gaby foi um lance de uma noite. Eu convidei a null para a festa amanhã. — Respondeu ele, entrando no carro.
Charlie suspirou, e mandou uma mensagem para Drake.
"O chefe vai se meter em encrenca, filha do Dr. null."
Drake logo respondeu.
";("
"Ok, eu cuido disso."
Charlie se sentia mal por isso, mas eles não podiam arriscar.

null, por outro lado, já havia mandado uma mensagem para ele no WhatsApp e stalkeava seu instagram, que ela descobriu facilmente pelo nome, o nome de usuário era @bigboss.sd, o que a fez rir. Ela seguiu e olhou as fotos, ele era muito bonito e rico. Talvez fosse bom se divertir na festa amanhã, ela cogitaria a ideia de ir.

null pega o celular e vê uma notificação "@swan_.n acabou de seguir você". Ele abriu o instagram e lá estava ela, a garota que ele tinha acabado de encontrar. Ele abriu e curtiu todas as fotos, ela era extremamente gata. No WhatsApp tinha uma mensagem "Hey, null aqui." que o fez sorrir, então ela tinha se interessado. Se não tivesse, não teria procurado o Instagram e ignoraria o número.
"Hey, te vejo na festa?" — Pergunta ele.
Digitando...
"Talvez :)" — Respondeu ela, fazendo-o sorrir.
"Não desapareça, estou ocupado no momento, mas em alguns minutos te mando uma mensagem" — Disse ele.
"Ok" — Respondeu.

No outro lado da cidade, Jensen estava em um avião voltando para casa, após receber a notícia que sua filha estava conversando com null null no parque da sua rua. Ele entrou em contato com null, o estagiário, pedindo um favor. Ele seria promovido se ele se aproximasse de sua filha e evitasse que ela se envolvesse com null null, ele não poderia proibi-la, porque ela não escutaria.

null foi dormir tarde e não havia recebido mais nenhuma mensagem de null. No dia seguinte também não havia nada, ela se sentia uma adolescente idiota por ficar esperando mensagens de um cara que tinha acabado de conhecer, desceu para tomar café da manhã, e teve uma surpresa, seu pai estava na mesa tomando café.
— Bom dia, null. — Disse ele. — Isso são horas de acordar?
— Péssimo dia em ver sua cara, e eu acordo a hora que eu quiser. — Ela pegou uma maçã e saiu de lá.
— Não vire as costas para mim, mocinha. — Ele aumentou o tom de voz.
— Dá um tempo, Jensen. — Ela pegou seu celular e saiu da casa, assim que abriu a porta teve outra surpresa.
null? — Ela reconheceu a voz de null.
— Hey, null! — Exclamou ela, assim que viu o rapaz, com um buquê de rosas.
— Eu não quis trazer vermelhas, achei que esse rosa claro combinava mais com você, com seus olhos. — Disse ele, entregando o buquê para a garota.
— Muito obrigada. — Ela sorriu.
— E então, o que você vai fazer hoje antes da festa? — Perguntou null, enquanto caminhava ao lado dela.
— Bom, o Jensen chegou... — Ela abaixou a cabeça. — Eu estou o evitando por enquanto, mas Michael me disse ontem antes de ir dormir, que ele contratou alguém para me ensinar a tocar piano.
— Piano? Você tem interesse em música clássica?
— Na verdade, não, mas eu sempre quis aprender. — Ela virou os olhos. — Talvez seja um jeito de me manter em casa, mas não custa nada experimentar.
— Com certeza, é sempre bom aprender novas coisas. — Ele sorriu. — Inclusive, conhecer novas línguas. — Ele se virou de frente para ela, com a mão na cintura da garota, que caiu na gargalhada.
— Isso foi horrível. — Ele assentiu e riu, com a língua entre os dentes.
— Mas isso vai ser bom. — Ele tirou o cabelo dela que caía no rosto, e beijou-lhe de leve, e foi intensificando o beijo, até que foram interrompidos.
— Com licença, aqui é a casa do Senhor null? — Perguntou um jovem de cabelo preto e sorriso largo que aparentemente tinha a mesma idade de null, era um pouco mais velho que ela, eles se encararam como se conhecessem, mas não se gostavam.
— Sim, e você é o null? — Sugeriu null, esticando a mão para o rapaz, que apertou a mão dela.
— Isso! Vim te ajudar com o piano.
— Gata, eu vou indo, para não atrapalhar sua aula e terminar de resolver umas coisas para a festa. — Ela assentiu, ele deu um beijo em sua bochecha. — Até mais tarde. — Ele deu um selinho na garota, e saiu.
— Ele é seu namorado? — Perguntou null.
— Não, eu o conheci ontem. — Ela riu, e apontou para a casa, que eles foram caminhando em direção.
— Então eu ainda tenho uma chance. — Brincou ele, e ela corou. Por que diabos todos os homens que ela estava conhecendo, se interessavam por ela? Que esquisito. Ela guiou null até o piano na sala, ele era muito gentil e fofo, a ensinou bastante. Eles passaram o dia inteiro juntos, até almoçaram juntos, ela esqueceu totalmente do celular. Quando estava escurecendo, ela se lembrou da festa.
— O que foi, null? — Perguntou ele.
— Tem a festa do null, eu tenho que me arrumar para ir.
— Ah... A festa. — null ficou cabisbaixo.
— Eu até te chamaria para ir comigo, mas não sei se ele ficaria muito contente. — Ela torceu o lábio. — Eu vou me arrumar, você espera aqui, eu vou conversar com ele se você pode ir comigo. — null assentiu, e null subiu as escadas e foi para o quarto. Pegou o celular e tinham várias mensagens de null, logo que ela abriu as mensagens, ele a ligou.
— Ei, gata! — Disse ele.
— Oi, lindo! — Respondeu ela.
— Você vai vir, né? Já está todo mundo aqui.
— Vou sim, estou terminando de me arrumar agora. — Respondeu ela enquanto penteava o cabelo.
— Que bom.
— Eu queria perguntar se o null pode ir.
null? Aquele cara de hoje cedo? Ele ainda está aí?
— Uhum. Fico sem jeito de sair e deixar ele aqui. — Respondeu ela.
— Tudo bem, pode dizer pra ele vir, mas você vai vir à festa comigo, não com ele. — Ela riu.
— Ok. Chego aí em 5 minutos.
— Estarei contando os segundos. — Respondeu null, antes de desligar. null terminou de se arrumar e desceu as escadas.
— Uau, linda demais! — Exclamou null.
— Obrigada. — Ela sorriu, envergonhada. — O null disse que tudo bem você ir. — Disse ela, enquanto abria a porta.
— Ah, que bom.

Quando chegou à festa, null a esperava na porta, assim que a viu ele abriu um sorriso.
— Uau, você conseguiu ficar ainda mais gata! — Exclamou ele, e ela sorriu. Ele passou o braço pelo pescoço dela, que sorria, e depositou um beijo em sua bochecha.
— Vem, null! — Disse ela, chamando o amigo.
— Vou apresentar a minha gata pra todo mundo. — Disse null.
— Sua gata?
— Você ainda não disse sim, mas vai dizer. — Brincou ele, e ela riu. — Drake, essa é a null.
null null? — Perguntou o ruivo, que a encarou feio.
— Sim, eu mesma. — Respondeu ela.
— Legal, tem alguém aqui que quer te conhecer. — Ele riu, e uma garota de cabelo preto apareceu na sua frente.
— Gaby? — Perguntou null.
— Hey, null! — Ela sorriu para o garoto e encarou null. — Essa é o seu novo brinquedinho? — null fez uma cara feia.
— Gaby, cala a boca! — Retrucou null.
— Ela sabe que você é chefe do tráfico de drogas da cidade? — null arregalou os olhos e se soltou do abraço de null.
— Que??? — null a puxou para perto.
null, eu posso explicar! — Disse null. — Eu era, mas estou passando para outra pessoa... — Ela o interrompeu.
null??? Você tem noção do que é isso??? — Ela estava assustada, ele segurou sua mão e null o empurrou.
— Não toque nela! — Disse null.
— Quem você pensa que é para me dizer o que fazer, null??? — null aumentou o tom de voz e Drake se preocupou.
— Deixe-a em paz, null! Ela não merece passar por isso, não merece ser enganada por você. — null sacou uma arma e apontou para o rapaz, fazendo com que Drake e os outros se levantassem. null parou na frente da arma.
— Se você for atirar nele por me proteger, vai ter que atirar em mim primeiro.
null... Eu não seria capaz... — Ele abaixou a arma e sentiu seus olhos encherem de água.
— Vamos embora, null. — Ela virou de costas, e saiu pela porta, seguida por null. null esfregou os olhos.
— A festa acabou. Todos para fora! — Disse ele, e todos ignoraram, ele deu dois tiros para o alto. — EU DISSE QUE A FESTA ACABOU! — Todos abaixaram a cabeça e foram embora. null subiu para o quarto.

— Eu não consigo acreditar nisso!!! — null soluçava, enquanto caminhava para casa, ela entrou tão depressa e bateu a porta com tanta força, que despertou a atenção de Jensen que estava na sala.
null, espera!!! — Disse null, ela subiu as escadas depressa, foi para o quarto e começou a socar o travesseiro. Por que ela teve que agir como uma adolescente idiota e beijar um cara que tinha acabado de conhecer? Por que ela tinha que se encantar por aqueles olhos? Por que ela fez isso? Ela suspirou, respirou fundo e lembrou-se de null, que estava lá embaixo. O garoto estava nitidamente preocupado e se importava com ela, ela não achava que deveria deixá-lo lá plantado enquanto surtava por um cara que tinha acabado de conhecer, talvez ela só tenha dado a chance para o cara errado. Ela saiu do quarto, para ir até ele, enquanto descia as escadas, escutou ele e Jensen conversando.
— Você deve ir embora. Seria pago para afastá-la de null, mas como os amiguinhos dele já fizeram isso...
— Mas, senhor...
— Não se preocupe, você será promovido do mesmo jeito. — Ela desceu as escadas depressa.
— Então era com isso que estava preocupado??? Uma promoção??? Meu Deus, por que eu sou tão idiota? — Ela saiu correndo pela porta dos fundos, para o parque que tinha no final da rua, sentou-se na grama e começou a chorar.

null e null corriam até ela, ambos queriam se desculpar, os dois estavam errados demais.
null...
null... — Os dois disseram ao mesmo tempo. — Eu não estava preocupado com a promoção, eu me preocupei com você, meu interesse em você era real, null!!!
null! — null se abaixou na frente dela. — Eu sinto muito por ter escondido isso de você, no dia que nos conhecemos, eu tive que sair, você se lembra? — Ela assentiu. — Eu estava resolvendo isso, não é como se eu quisesse, meu pai morreu e deixou tudo isso para mim. Eu tive que assumir, mas estou passando o cargo para meu tio Jeremy, eu não quero me envolver nisso mais. Desde que meus olhos se cruzaram com os seus, eu tive mais certeza ainda, e por mais que eu esteja parecendo um adolescente idiota, eu peço, por favor, me escolha.
null, eu jamais esconderia algo assim de você, eu não aceitei "te conquistar em troca de uma promoção". — Ele fez aspas com a mão. — Eu aceitei apenas te afastar do null, eu sempre fui afim de você, desde a adolescência, você não se lembra, mas estudávamos música juntos... E te ver depois de todos esses anos, despertou tudo, eu aceitei apenas porque queria te ver bem e eu sabia quem o null era. — Ela fechou os olhos e abriu, olhou para a esquerda e para direita. Ela estava confusa, estava indecisa, não conseguia decidir nada e muito menos escolher entre os dois.
null... — null se aproximou dela. — Olhe nos meus olhos, é tão errado procurar, eu sou o Sr. Ideal para você. Eu não posso fazer a sua cabeça, mas eu gostaria que nossos corações se unissem em um só. Me deixe te mostrar o que você está perdendo, você não tem que rolar os dados — disse ele. Ela fechou os olhos, por um segundo pensou em fazer uni-duni-tê, mas ela já havia se decidido.
— Me desculpe, null... — Ela se levantou. — Tudo isso é muita confusão pra minha cabeça, e sem sombra de dúvidas eu e null temos muito que resolver, mas quando eu olho nos olhos dele, eu sinto algo diferente. E a gente se conheceu ontem, mas parece que temos uma conexão, que estamos ligados. — Ela sorriu. — Me machuca muito mais ser usada para uma promoção, do que o fato dele ter escondido algo tão sério de mim, é um absurdo e eu jamais teria algo sério com um bandido. — Ela se virou para null. — Se você não sair disso, pode esquecer a minha existência, mas eu escolho você, null null.
— Entre essa vida errada e uma vida ao seu lado, eu escolho a vida ao seu lado, null null. — Ele a puxou para perto, e a beijou.


FIM!



Nota da autora: Oi gente, espero que vocês tenham gostado, queria dizer que os dois @ mencionados na história vocês podem encontrar no instagram, amei dar vida a esses pps <3 me sigam no insta de autora para conferir minhas outras e essa fic.





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