Prólogo
"O destino brinca com as pessoas e eu sabia disso, mas não acreditei nele. Meus planos não eram mais os mesmos, tudo tinha se transformado em questões de alguns meses. A traição talvez seja o único caminho para conseguir o que eu queria..." – null null.
(...) suas costas bateram contra o chão duro e úmido podendo sentir um corpo pesado e musculoso atrás de si. Era um dos bandidos, tinha certeza, mas não era esse o problema, o problema era não ter nada em mente para fazer contra ele.
Sua arma havia sido jogada a metros de distância de sua mão, seus olhos encaravam o objeto como se ele fosse a qualquer momento voar para seus dedos por telepatia. Sentiu um arrepio que subiu por seu corpo todo assim que a respiração forte do homem bateu contra sua nuca. Ele estava consciente. Apenas fechou os olhos, sentindo-o se levantar, parecendo furioso como um touro.
Os passos passaram próximos de sua cabeça fazendo-a com que tivesse a oportunidade de analisar os pés do indivíduo. Eram tênis pretos, e se arriscava em dizer que tinha o tamanho exato para ser de um homem.
Sendo quem fosse, precisava levantar.
Apoiou as mãos no chão, sentindo uma leve dor no braço. Cuspiu o pouco de terra que havia invadido sua boca, logo esfregando os braços, sentindo algo molhado; sangue. Não deu importância para os arranhões, poderia cuidar disso depois, optou por levantar o olhar encontrando com dois poços null lhe fixando parecendo não acreditar no que via... Acredite, ela também não acreditava.
null se surpreendeu com o homem a sua frente, ele estava diferente. O corpo estava mais musculoso, os cabelos mantinham um corte atual, seus olhos estavam apagados e um detalhe pequeno lhe chamou a atenção, ele continha uma cicatriz no olho esquerdo que cortava dos dois lados, que por sinal parecia ainda sensível.
– null?
– null?
Capítulo 1
Domingo, 05 de março de 2017. Washington, DC. 6h45min
null pulou na cama de null começando a lamber seu rosto adormecido. Já tinha amanhecido e era hora de irem até a praia para brincarem, como sempre faziam desde que ela retornou para Washington. Um ano havia se passado desde que todo o pesadelo que viveu acabou, hoje já nem o nome do homem que lhe engravidou, queria lembrar. Ele só traria más lembranças de quando esteve quase a beira da morte.
null a cutucou com a pata latindo e choramingando em seu ouvido como se tivesse implorando para ela acordar logo. Era esperto o suficiente para acordá-la e não deixaria null se atrasar de novo. Abocanhou o edredom azul, puxou, fazendo a luz solar bater no rosto de null, que chamou seu nome com a voz sonolenta.
– null... – virou seu corpo de costas para a janela. – Ainda não amanheceu... – disse, sentindo-o lamber sua orelha. – Não... null! – virou seu corpo de barriga para cima ainda com ele lhe lambendo, não conseguindo segurar o riso. – Sai... null! – tentou empurrá-lo, mas para ele desistir teve de levantar seu tronco fazendo-o se sentar na cama com a língua de fora. – Eu também te amo null. – o abraçou, fazia aquilo toda amanhã.
Pulou da cama com a felicidade no organismo, era bom estar em casa, em seu dia de folga com seu melhor e fiel amigo ao seu lado. null a acompanhou com os olhos, este estava deitado no meio da cama com a cabeça apoiada em cima das patas esticadas. O modo como ele abanava o rabo deixava null risonha, sentiu falta de vê-lo daquele jeito em New York, lá não existia null para trazer felicidade, existia apenas... Só que ele não trazia felicidade para ninguém.
Rolou os olhos enquanto segurava sua camiseta branca em mãos. null então latiu como se estivesse a mandando parar de enrolar e ir logo para o banheiro. null sorriu adentrando o banheiro, fez sua higiene maternal e escovou os dentes. Em frente ao espelho, ajeitou seus cabelos em um rabo de cavalo alto, sorrindo ao poder finalmente se encarar no espelho novamente... Sentia-se nova!
Empurrou a porta e apanhou o celular partindo diretamente para o corredor com null ao seu alcance. Fizeram uma rápida visita na cozinha onde apenas o padrasto de null preparava o café e logo saíram a caminho da praia. Após caminhar por longos quarteirões, já corriam pela areia da praia. Gostava de correr com null, ele fazia com que se sentisse feliz e forte. Sentiu falta daquele contato mais íntimo com seu cachorro desde que teve de viajar, agora aproveitaria o máximo de tudo do que tinha para não precisar sentir a dor que sentiu um ano atrás em New York.
Seu dever, agora que estava de volta, era aproveitar apenas o agora e deixar o passado para trás bem escondido no meio das cinzas.
– Pega null! – jogou a bolinha vermelha na água ouvindo-o latir enquanto corria atrás do brinquedo.
Sentou-se na areia observando o mar vivo a sua frente, sorriu tudo lhe fazia sorrir, afinal tinha conseguido finalmente sua vida de volta.
null null havia voltado e agora eram amigos, afinal, ele fora o único com quem pôde contar em seus últimos dias em New York. Não brigavam e ele tinha finalmente entendido que nunca mais voltariam. Tudo que viveram como um casal foi esquecido e, aliás, não tinha mais como voltar atrás, ele agora já estava casado com Katy Marty – sim, aquela da máfia.
Depois do incêndio, null e Katy conseguiram encontrar um ao outro. null não acreditava no quanto àquela mulher o faria bem no futuro, eles formavam um casal bonito, e Marty havia mostrado seu lado bom e divertido. Agora null era sua mais nova "cunhada", já que null a considerava como uma irmã.
– null! – gritou seu nome assim que o visualizou pulando contra o corpo de Charlie e Lydia que andavam em sua direção.
Sorriu ao os reencontrarem. Depois dos meses torturantes, eles haviam se tornado os mais novos donos de null, e desde que null voltou o cachorro não tinha os esquecidos. Sinal que tinha ganhando muita mordomia.
– E aí, Charlie? – null perguntou sendo simpática.
– Veio trazer o null pra passear? – sentou-se ao seu lado, acariciando o animal que mordiscava a bolinha.
– Digamos que null me tirou da cama hoje de amanhã, então ele que me trouxe para passear! – explicou rindo relembrando o desespero de null.
Segunda-feira, 06 de março de 2017. 14h00min.
As viaturas frearam bruscamente no meio da avenida e os policiais saíram de seus veículos começando a atirarem contra o banco. O som do encontro das balas com os vidros era de estourar os tímpanos e os bandidos pareciam querer perder a audição porque eles se recusavam sair de dentro do departamento.
Mentes criminosas que pensavam apenas no dinheiro, maldita hora que foram inventar as notas de dólares. A obsessão nua e crua corria agora todos os dias pelas ruas de Washington, o número de assalto aos bancos crescia a cada fração de segundo, e isso acontecia sempre na mesma hora do dia!
– null vai! – null ordenou soltando seu cachorro.
Não só null, como também outros cães, adentrou o banco começando a vasculhar entre os cacos de vidros. null, como sendo um dos melhores, corria entre todos os cachorros buscando pelo bandido chefe da quadrilha.
Charlie convocou seus policiais deixando null e null como vigias. Logo a van da imprensa estacionou atrás das viaturas, a porta de correr foi aberta e uma repórter loira desceu do veículo. Com o microfone começou pronunciar palavras que fizeram null rolar os olhos, se tinha uma coisa que ela odiava era a imprensa se intrometendo onde não era chamada.
– Não vou ficar aqui, vendo isso. – declarou para null antes de adentrar o banco.
Charlie com o cassetete na mão encarava aos bandidos ajoelhados no chão. Eles estavam algemados e tinham as cabeças baixas. Sempre a mesma coisa. Os bandidos que eram pegos pela polícia abaixavam a cabeça como se estivessem com vergonha, só que essa "vergonha" desaparecia misteriosamente quando adentravam uma cela de regime aberto.
null se aproximou de seu chefe observando os cães realizar seus trabalhos. null tinha o focinho atento a todos os detalhes da cena e isso deixava null mais tranquila, nada iria passar despercebido enquanto tivessem aquele cachorro ali.
– Deixou escapar algum? – questionou com os braços cruzados.
– Recebi a informação de que a quadrilha era composta de cinco integrantes. – disse encarando aos bandidos algemados. – Temos quatro, acho que...
Um estrondo tomou conta do local e Charlie logo puxou o corpo de null contra si. Seus corpos caíram juntos naquele chão sujo e dominados de cacos de vidro. null latiu alto, recuando os passos como os outros cães. Logo a equipe começou disparar contra os novos bandidos que invadiram a cena do crime.
A batalha entre as balas predominou por alguns segundos. Os cães latiam e queriam poder ajudar, mas eles sabiam que caso se arriscasse, um deles sairia sem vida. Charlie e null encaravam tudo ainda deitados no chão, queriam pode identificar o bandido que insistia em permanecer firme naquela luta.
O corpo dele parecia ser de ferro, não demonstrava medo pelos policiais. Ele estava perdendo toda a sua quadrilha, porém não se entregava.
– Deixe-o para mim. – null pronunciou e Charlie jogou seu corpo contra ela, mantendo-a presa contra o chão.
– Não! Você não vai! – pronunciou firme tentando mantê-la ali.
– Não vai me impedir. – conseguiu se soltar dos braços de Charlie.
– Não null! – seu chefe gritou, mas ela não parou.
null latiu e logo pulou por cima dos outros cães acompanhando null. Os agentes continuaram atirando, o bandido em si, assim que percebeu estar perdendo toda sua quadrilha, convocou aqueles que sobraram para a fuga.
null observou-os recuando os passos a caminho da saída e por esse motivo continuou firme. Assim que alcançou a calçada, null se juntou a ela e null. Juntos correram atrás da quadrilha. Invadiram uma avenida movimentada de carros, mas quem disse que isso os segurou? null se arriscava pulando no capô dos carros, ele guiava os dois.
Logo null agarrou no braço de null e a puxou para si, a mulher só entendeu o que ele fizera apenas quando um ônibus passou ao lado deles. Ofegante, o puxou para um abraço, se não fosse por ele estaria morta. null continuava atrás da quadrilha, suas quatro patas não estavam dispostas cederem e deixarem o rastro dos bandidos. Não agora que tinha o chefe deles logo a sua frente!
Até que deixou suas patas escorregarem por baixo de um caminhão estacionado, na tentativa de cortar caminho, mas de repente se deparou justamente com o criminoso. Ambos sentiram o choque de seus corpos. null totalmente atingido pelo tapa que foi sentir o peitoral do homem contra sua cabeça, permaneceu com o corpo quieto e abaixado na tentativa de se recuperar.
– Filho da puta! – o homem xingou puxando sua máscara preta.
null apenas encarou o rosto do homem e só bastou isso para guiar suas patas para longe dele. Não estava com medo de enfrentá-lo, pelo contrário, se lembrava de muito bem daquele rosto... Aquela fotografia na mão de Charlie junto com David não enganava seus extintos caninos!
Capítulo 2
15h15min.
null e null retornaram ao banco a tempo o suficiente para poder ver os bandidos sendo colocados dentro das viaturas. Rapidamente Katy correu até o marido e o puxou para um abraço apertado e null os deixou sozinhos, continuando a caminhar até Charlie precisava agradecê-lo por ter salvado sua vida.
– Charlie. – pronunciou com a voz mansa.
– Pegou o “poderoso chefão”? – foi sarcástico em suas palavras.
– Hã... Não... – foi difícil cantar a derrota.
– E não quer ir atrás dele agora? – levantou as sobrancelhas de relance, fechando a porta da viatura com força.
null suspirou. Sabia que tinha cometido um erro ao ter ido contra as ordens de Charlie, mas não poderia fazer nada para impedir seu instinto, ela só queria ver o chefe da quadrilha atrás das grades. Afinal, não era esse o seu trabalho?
Charlie lhe lançou um olhar raivoso e ao mesmo tempo decepcionado, null apenas engoliu tudo. Seu chefe logo seguiu para dentro do banco deixando-a ali, plantada na calçada. Novamente suspirou, odiava ficar brigada com Charlie, também não gostava de descumprir suas ordens, mas naquele momento achou totalmente necessário.
Os latidos de null despertaram-na de todo aquele momento ruim. Virou sua atenção na direção dos latidos e encontrou com seu cachorro correndo entre policiais e os outros cães. Agachou-se, recebendo-o em seus braços. Ouviu null choramingando enquanto ela o envolvia com os braços, o que tinha acontecido?
– Shh... Calma null... Calma... – sentou-se no chão continuando acariciar seu amigo que choramingava como um filhote, não gostava quando aquilo acontecia.
Não demorou muito e todos os policiais se reuniram para ficar ao redor dos dois. Charlie também se juntou a eles não entendendo absolutamente nada sobre o que tinha acontecido. Na verdade só null sabia exatamente o que tinha visto.
– Calma... Calma... – pedia acariciando null que tinha o coração acelerado.
– Onde ele estava null? – Charlie quis saber.
– Ele foi atrás do chefe da quadrilha. – null já mais calmo encarou Charlie.
null seguiu os movimentos da cabeça do cachorro, e passou observar seu chefe que tinha as sobrancelhas juntas.
– O que ele diz?
– null viu alguma coisa que o assustou no chefão. – revelou direcionando seu olhar para null que engoliu em seco.
O que realmente foi visto por null para deixá-lo tão assustado? Seja lá o que fosse, era bastante sério porque era muito raro null sentir medo de alguma coisa.
Terça-feira, 07 de março de 2017. 14h00min.
A porta do hotel recebeu um chute que fez um estrondo alto invadir todo o prédio. A sombra escura que decorou o chão logo estava dentro da portaria onde as pessoas gritavam e corriam na tentativa de se protegerem.
A quadrilha invadiu com armas carregadas nos punhos. O líder, que havia tido o prazer de chutar a porta do hotel, agora circulava em meio aos reféns. E foi ele quem apertou o gatilho atingindo um aquário fazendo o vidro se quebrar em milhões de pedaços. As pessoas gritaram e, entre todas, algumas choravam.
Ele sorriu e com seus olhos atentos analisou todos os detalhes em busca do dono de todo aquele luxo. Mas bastou apenas se virar de costas, para uma mulher tentar se distanciar dos outros reféns. Só que ele não deixou barato, sua audição captava qualquer ruído e nada podia enganá-lo. Apertou o gatilho e disparou mais uma bala na direção da mão da mulher.
Ela gritou recuando o corpo. Então ele sorriu, não havia acertado a mão dela, não era essa sua intenção. Andando em passos lentos, se agachou na frente da garota, e de repente agarrou sua mandíbula fazendo-a liberar uma lágrima.
– Se tentar fugir mais uma vez, garanto que não respondo por mim. – sua voz ameaçadora, deixou-a com medo.
Soltou o rosto da mulher bruscamente. E após se levantar, mais um tiro dentro do hotel foi disparado e dessa vez tinha o destino de acertar o porteiro. Era um assalto afinal e os bandidos não faziam corpo mole, atiravam em tudo que passava vivo por seus olhos, porém eles não queriam cadáveres, apenas queriam o dinheiro.
– É melhor que fique claro, quero todos no chão. – friamente ordenou, apontando uma arma para as pessoas que estavam na portaria. – Um movimento brusco e eu aperto o gatilho. – avisou fazendo todos ficarem ajoelhados com as mãos na cabeça. – Sr. Milty... – começou seu diálogo, esfregando a arma no pescoço do senhor de quase meia idade, que também tinha as mãos na cabeça. – Diga-me a senha do cofre. – exigiu pressionando a arma contra a nuca do velho, enquanto a quadrilha presenciava a cena apenas esperando a senha para abrirem o cofre e pegarem o dinheiro.
– Por favor, eu tenho uma família que precisa de mim...
– Eu não quero saber da sua família. – soltou um riso cínico. – Quero apenas a senha! – agarrou o senhor pelo pescoço jogando-o com brutalidade no chão, fazendo as mulheres gritarem em espanto. – É melhor falar, caso contrário, eu mato a sua família inteira! – ameaçou com o pé nas costas de Milty, enquanto apontava seu revólver para a cabeça dele.
– Chefe! – chamaram sua atenção, estava passando dos limites. – Não é pra tanto. – recebeu o olhar raivoso em si.
– Cale a boca, e deixe tudo por minha conta Chalky! – rosnou, voltando sua atenção para o que fazia. – Então... Vai dizer logo a senha ou não? – obrigou o senhor ficar ajoelhado, ameaçando atirar contra sua testa.
– 58037898, levem tudo o que quiserem. – respondeu tremendo, percebendo que não sentia seu braço.
– Pronto Milty, não foi tão difícil assim. – fingiu um tom amigável, virando sua atenção para os companheiros. – Ouviram o que ele disse? Agarrem tudo o que conseguirem. – voltou sua atenção para os reféns.
"– Atenção toda... Aqui é a polícia! Estão cercados, saíam agora com as mãos atrás do corpo e ninguém sai ferido!", a voz grossa anunciou o recado.
– Ouviram isso? – null debochou rindo. – Alguém aqui dentro assinou o alarme antirroubo! – guardou sua arma no bolso traseiro da calça jeans, começando a andar até a entrada onde viaturas se encontravam, com policiais armados e cães latindo.
– O que vai fazer? – Chalky questionou, já com sacolas cheias de dinheiro em mãos.
– Vou fazer o que eles pediram. – respondeu como se fosse óbvio. – Mas do meu jeito. – deixou claro empurrando a grande porta de vidro já quebrada.
– Mãos trás do corpo! – um dos policiais ordenou imediatamente, apontando sua arma para ele.
null abaixou o olhar fazendo o que lhe foi pedido. Estralou os dedos atrás das costas, se preparando para o que iria fazer em poucos segundos.
– Onde estão os outros? – o mesmo policial questionou com um microfone.
– Só tem a mim aqui. – mentiu levantando os ombros e as mãos como se fosse bem óbvio. – Se quiserem me prender, vou com prazer... Estou ciente do erro que cometi. – fingiu um tom inocente.
– Como vamos saber se fala a verdade? – foi à vez de uma policial perguntar.
– Dou-lhe a minha palavra tenente, pela minha filha. – respondeu sorrindo, porém eles não perceberam por causa da máscara preta, ele nem filha tinha.
Esperou os policiais abaixarem as armas, para colocar seu plano em prática. Deixou suas mãos tocarem os dois revólveres atrás da calça, destravando ambas com facilidade, assim encarou um dos sargentos lhe lançando um olhar que dizia um simples "adeus".
– Acham mesmo que é verdade? – perguntou alto. – ESTÃO ENGANADOS!!! – gritou as palavras finais, sacando suas armas e atingindo os policiais a sua frente pouco se importando se eram homens ou mulheres.
Tiros foram disparados em sua direção, mas foi preciso apenas um ótimo reflexo rápido para se salvar das balas. Pulou sobre o capô de uma das viaturas continuando o tiroteio, foi capaz de observar alguns policiais correrem e outros caírem já sem vida ou sangrando.
– A barra está limpa! – anunciou pulando de cima do capô da viatura correndo em direção de uma BMW preta, onde adentrou o banco do motorista, esperando os outros integrantes adentrarem o mesmo.
Assim que as portas foram fechadas, tiros foram disparados contra o carro de luxo, mas foi preciso apenas uma brusca cantada de pneus de ré, para conseguirem escapar sem sofrerem fraturas. Aquela era a nova vida dos aliados de null Silva, roubavam e matavam por conta própria, sem pensarem nas consequências.
– Fez um ótimo trabalho null, acabou com aqueles policiais! – Chalky retirou sua máscara.
– null foi muito bem treinado para essas especialidades! – retrucaram no banco de trás.
– Tudo bem. Não preciso de fãs na minha cola. – null disse rude, retirando sua máscara, ajeitando seu cabelo bagunçado com ajuda do retrovisor central. – Afinal... Aqueles filhos da puta não têm a menor chance quando o assunto se trata de null null! – se gabou rindo, enquanto mantinha sua atenção na estrada.
– Silva irá gostar de saber que conseguimos uma boa quantia de dinheiro! – Chalky comentou abrindo a bolsa cheia de dólares.
– Metade disso eu quero para mim. – null comentou com as mãos firmes no volante.
– O que vai fazer com quase dezesseis mil dólares? – o homem atrás de seu banco perguntou.
– Talvez investir em algumas prostitutas, bebidas, maconha, cocaína. Tenho vários planos, Caleb.
– Silva não vai lhe dar um só dólar, e sabe disso. – o mesmo comentou.
– Estava apenas brincando, não preciso do dinheiro dele para sobreviver, tenho várias garotas na palma de minhas mãos. – se gabou novamente, fazendo uma curva brusca, quase batendo contra um caminhão.
Capítulo 3
20h20min.
null pisou nos cacos de vidros espalhados pelo chão com a companhia de null preso a guia. Já era noite, e havia acabado de receber uma chamada comunicando que tinha ocorrido um assalto no hotel que pertencia a seu tio. Não esperava aquilo em seu último dia de folga, mas não tinha sorte nem quando queria curtir alguns minutos a sós com sua família. Já tinha perdido dois dias de folga por causa daqueles bandidos.
null agora estava mais calmo, o pequeno surto dele na tarde anterior, acabou fazendo null levá-lo até Stefan – o veterinário da delegacia –, para poder descobrir o que realmente tinha acontecido. E segundo o que ouviu do médico, null tinha presenciado alguma cena que o deixou vulnerável.
Mas a questão era: o que null viu?
Até o momento, Charlie tentava a todo o momento passar maior tempo com o cachorro. null estranhou a atitude de null, o cachorro queria ficar próximo de seu chefe como se ela não fosse sua verdadeira dona. Sentia um pouco de ciúme – mesmo não querendo admitir para si mesma –, mas no fundo ficava tranquila por seu cachorro estar atrás de Charlie e não de um criminoso.
– null vá procurar pistas. – ordenou soltando o cachorro, deixando-o livre.
Deixá-lo solto naquele lugar tão grande, talvez pudesse fazê-lo se sentir melhor e esquecer o acontecimento do dia anterior. null só queria o bem de seu amigo, então para isso estaria disposta tentar de tudo um pouco.
Visualizou-o cheirar o chão parando no balcão, havia algo ali que o atraiu. Seguiu para o local, encontrando pilhas de papéis espalhados em cima do balcão, uma verdadeira desordem. Sentou-se na cadeira giratória revirando os papéis e gavetas. Algo lhe dizia que ali, encontraria uma das primeiras pistas dos suspeitos.
Agarrou uma pasta preta pousando-a na perna, abriu-a como uma boa curiosa que era acabando deixando cair um papel no chão onde algumas palavras em preto estavam escritas.
– Charlie venha até aqui, você tem que vê isso! – gritou alto o suficiente para fazê-lo seguir até o balcão.
– Encontrou alguma coisa? – apoiou os braços sobre o balcão.
– null encontrou isso. – lhe estendeu a folha.
– "Policiais? Eles não são fortes o suficiente para nos prender... E irão precisar de potencial!” – leu em voz alta. – "Assinado, aquele que lhe trará problemas. Xx" – encarou a face de null. – Tem algum palpite?
– Não. – respondeu, levantando-se e colocando null na guia. – Meu tio está com consciência para falar?
– O Sr. Milty está muito assustado com tudo desde ontem. Ele quebrou o braço e parece que passou a noite no hospital em observação. – Charlie explicou, subindo as escadas.
– Quer que eu fale com ele? – sugeriu ao lado de seu chefe.
– Acho melhor deixar as perguntas para depois. – sugeriu. – Ele está assustado, como eu disse, e talvez não tenha consciência o suficiente para responder nossas perguntas.
– Charlie... Ele pode não ser meu tio de sangue, mas sabe que apenas quero ajudar, já que o irmão dele assumiu a minha guarda e caso... – foi interrompida pelo comunicador.
– Delegado Charlie ao seu dispor, qual o problema? – ditou, recebendo uma resposta falhada. – Emily repita, por favor, o seu sinal está falhando. – pediu.
– Charlie... C-comunique... A-a... null e os outros agentes estão ouvindo? Precisamos da sua ajuda, perto ao lago do Okanogan-Wenatchee National Forest, uma perseguição está acontecendo! – repetiu seu recado ainda um pouco falho.
– No Lake Wenatchee? – null questionou com uma sobrancelha erguida.
– Parecem que encontraram os indivíduos responsáveis pelo assalto no hotel.
– Charlie, eu vou na frente. – null anunciou.
– Vou apenas encerrar o caso por aqui, te encontro lá. – voltou para sua comunicação com Emily, visualizando null correr na companhia de null em direção das escadas.
21h10min.
Lobos uivavam, corujas cantavam, animais noturnos corriam e emitiam seus sons assustadores. Cachorros latiam e corriam com seus parceiros entre as árvores escuras. Todos perseguiam os homens, que disparavam tiros contra os cães, conforme alcançam seus calcanhares.
null ao lado de Scott perseguiam o mesmo bandido sem se importarem com o perigo, sendo seguidos por null e null, com suas armas carregadas e destravadas em mãos. Não estavam se importando com o perigo, apenas queriam finalizar seu trabalho com chave de ouro.
Um tiro fora disparando na direção dos cachorros, mas ambos continuarem a correr sem notarem que estavam caminhando para a morte. Até que mais um estrondo invadiu a floresta, fazendo os pássaros voarem e um dos pastores caírem no chão, perdendo sangue, soltando gemidos agonizantes conforme se mexia. O animal tentava se levantar de todas as maneiras possíveis, havia levado o tiro, e caso os dois policiais atrás de si não fossem rápidos o suficiente, poderiam perdê-lo.
– Scott! – null se abaixou ao seu lado, tentando manter o animal calmo. – null... – pronunciou o nome do rapaz, que já estava a sua frente massageando o parceiro.
– Vai atrás do null. – disparou de surpresa.
– O que? Não, não vou deixar vocês aqui. – respondeu acariciando a cabeça de Scott.
– null. – tocou seu ombro. – O null é o único que pode te levar até o suposto assassino do Scott; ele é o melhor cachorro que temos, já salvou mulheres, crianças, idosos, desativou bombas... – disse e null pensou por rápidos segundos.
– Leve o Scott para o canil, vão cuidar bem dele... Vai ficar tudo bem. – beijou o animal, levantando-se.
– Vai! – mandou, fazendo-a assentir.
null lançou um último sorriso para Scott que a encarava e retomou a sua corrida atrás do bandido, que por sinal pagaria um preço muito caro por ter atirado em uma criatura tão inocente como o pequeno Scott. Tirou sua arma do colete, a destravando, pulou um tronco que impedia seu caminho, observando mais a frente um barranco alto, que a levaria em direção do rio. Logo os latidos de null invadiram seus ouvidos, fazendo-a correr rapidamente em direção do barranco. Chegando mais a frente, parou ao lado de seu companheiro e observou a área iluminada pela luz da lua cheia.
Observou a água que estava agitada e sombria. O vento que circulou em seus cabelos era como se estivesse prevendo que algo de ruim iria acontecer naquela noite. null não fazia ideia, mas sua vida mudaria em questão de minutos a partir daquele momento...
– Perdemos! – bateu a mão na coxa com raiva. – null, melhor irmos emb... – não terminou sua fala, sentindo seu corpo se chocar contra a terra do barranco, com algo grudado ao mesmo.
Seu corpo rolou por alguns pedaços de terra, até suas costas bateram contra o chão duro e úmido podendo sentir um corpo pesado e musculoso atrás de si. Era um dos bandidos, tinha certeza, mas não era esse o problema, o problema era não ter nada em mente para fazer contra ele.
Sua arma havia sido jogada a metros de distância de sua mão, seus olhos encaravam o objeto como se ele fosse a qualquer momento voar para seus dedos por telepatia. Sentiu um arrepio que subiu por seu corpo todo assim que a respiração forte do homem bateu contra sua nuca. Ele estava consciente. Apenas fechou os olhos, sentindo-o se levantar, parecendo furioso como um touro.
Os passos passaram próximos de sua cabeça fazendo-a com que tivesse a oportunidade de analisar os pés do indivíduo. Eram tênis pretos e se arriscava em dizer que tinham o tamanho exato para ser de um homem.
Sendo quem fosse, precisava levantar.
Apoiou as mãos no chão, sentindo uma leve dor no braço. Cuspiu o pouco de terra que havia invadido sua boca, logo esfregando os braços, sentindo algo molhado; sangue. Não deu importância para os arranhões, poderia cuidar disso depois, optou por levantar o olhar encontrando com dois poços null lhe fixando parecendo não acreditar no que via... Acredite, ela também não acreditava.
null se surpreendeu com o homem a sua frente, ele estava diferente. O corpo estava mais musculoso, os cabelos mantinham um corte atual, seus olhos estavam apagados e um detalhe pequeno lhe chamou a atenção, ele continha uma cicatriz no olho esquerdo que cortava dos dois lados, que por sinal parecia ainda sensível.
– null?
– null?
Perguntaram ao mesmo tempo, mantendo o silêncio de antes... Observavam e analisavam um ao outro, ambos não acreditavam no que visualizavam. Foram dados como mortos, então... O que faziam frente a frente?
Capítulo 4
21h40min.
– Não... Você... Você está morto... O que faz aqui? Você morreu queimado! – ela não acreditava na figura dele.
– E você também! – ele já não lembrava mais que ela tinha saído com vida do incêndio, o mundo do crime conseguiu apagar tudo de sua memória.
Encararam-se por alguns torturantes segundos com a respiração descompassada. Queriam poder estar em um pesadelo, opa, agora eles estavam em um verdadeiro pesadelo!
null fechou as mãos em punho, sentindo toda a raiva nascer de seu interior, trazendo memórias daquele passado que estava enterrado... Nunca pensou que um dia, iria pegar a pá e desenterrar aquele inferno que chamava de "passado em New York"!
– Por que não volta para o inferno aonde é o seu lugar? – cuspiu com a voz já alterada pela raiva. – Ameaçou o meu tio, não foi? null... Ahhh... Como eu queria que você estivesse morto! – ditou com ódio dando alguns passos para trás, sua arma estava perto.
– Não sabia que era policial null, e acho que agora vamos deixar de ser amiguinhos para virarmos inimiguinhos! – disse entre os dentes se aproximando, enquanto ela recuava.
– Nunca fomos amigos, era tudo uma armação! – pisou em seu revólver e fez o possível para ele não perceber o seu plano. – As noites de sexo, os banhos, aquele prazer, os gemidos. Tudo era um simples plano para acabar com a sua raça e a sua máfia! – cuspiu firme, de que adiantava esconder aquilo? Vamos logo, jogar as cartas na mesa!
– Como pôde fazer isso? – ele avançou como um felino, agarrando no pescoço dela com fúria, deixando seus olhos transmitirem um apagão assustador.
null se manteve firme, não era tão covarde como ele pensava que era. Enquanto null parecia querer lhe queimar com os olhos, apenas lançou um simples olhar para trás da figura dele onde uma sombra de quatro patas surgiu, era null.
O cachorro expressava uma postura raivosa, sabia bem quem era o homem que tinha as mãos ao redor do pescoço de sua parceira. Ele poderia ser um cachorro, mas havia sido treinado especificamente para diferenciar os bandidos dos inocentes. E agora, null faria o que deveria ter feito no dia anterior!
null soltou um riso de lado, observando o cachorro andar em silêncio entre as folhas, com os dentes arregalados se preparando para o ataque, null sabia que ele já estava pronto.
– É melhor que goste de cachorros null... – null pronunciou inocentemente. – null! – chamou fazendo null procurar pela figura do animal assim que este finalmente rosnou e latiu.
null aproveitou a distração, e empurrou o corpo de null para trás, fazendo-o ser logo recebido pelas mordidas de null. null apenas o viu cair no chão, lutando contra os dentes de null que estava por cima de seu abdômen, sentia orgulho da cena a sua frente, finalmente null sentiria o gosto das mordidas de null!
Visualizou o cachorro sair de cima dele, o dando chances de levantar. Deu alguns passos para trás lhe mostrando os dentes em sinal de que não estava para brincadeiras. null então se afastou e passou visualizar null pular contra o peitoral de null, fazendo os dois caírem dentro do rio e o som da água foi alto o suficiente, para fazê-la se desesperar!
– null! – null escalou o barranco, para ter uma boa visão do rio.
Com o coração acelerado passou procurar, desesperadamente, por algum sinal do cachorro e ficou mais aliviada assim que o encontrou tentando escalar um pedaço de terra do barranco, que sempre cedia por causa do peso excessivo.
– Calma eu pego você. – mordeu os lábios, procurando por algum ponto firme que ele pudesse ir, encontrando uma margem um pouco afastada de onde estavam. – null, para a margem! – correu para a margem em desespero, precisavam sair antes de null os encontrar.
Tinha certeza que null conseguiria nadar contra a correnteza, porém caso ele não conseguisse chegar à terra firme, ela estaria ali para ajudá-lo. Não deixaria seu parceiro na mão.
Mas teve que parar seus movimentos bruscamente, tendo que se esconder rapidamente atrás de um tronco de árvore. Cuidadosamente, visualizou a figura de null sem a camiseta, perto da margem onde ordenara que null fosse. Ele enrolava o tecido em seu bíceps direito onde percebeu que uma alta quantidade de sangue escorria, null havia conseguido machucá-lo.
null subiu de volta para o barranco, em silêncio, ficando abaixada entre alguns galhos verdes continuando a observar null de longe, limpando os ferimentos que seu parceiro havia feito. Não demorou muito e mais a frente, null saiu da água se chacoalhando.
Após se livrar do excesso de água nos pelos, saiu correndo floresta adentro, seguindo o cheiro que o levou até null. Ele lambeu sua face recebendo um carinho na cabeça como recompensa, logo se deitando ao seu lado. Ficaram ali deitados apenas observando, assim seria por alguns minutos...
– Vamos esperar ele sair, null. – acariciou o pelo do animal, enquanto seu olhar se fixava no corpo definido e molhado de null.
null estava frio, era um assassino completo agora. Sua personalidade não era mais a mesma, estava agressivo e seu jeito de agir com as pessoas era bruto. Não se importava mais com ele. E algo lhe dizia que null havia o reconhecido muito fácil, era como ele soubesse quem fora o homem que lhe afastou de null, ou talvez esse tivesse sido o motivo do pânico no dia anterior...
null lançou um breve olhar de null para null, agora tudo fazia sentido. O cachorro sabia que Charlie era o único capaz de protegê-la, por isso ficava atrás dele. Tudo não passava de uma tentativa de proteção. null não queria que null fosse embora de novo, não queria perdê-la para null.
– Perto do lago, venham pra cá agora; null null está na floresta tenham cuidado. – a voz de null ditava. – Tudo bem, estou indo. – guardou o celular no bolso, seguindo caminho floresta adentro, observando antes o lugar, estava à procura de null.
null piscou os olhos, encarando os poços null e apagados, aquele não era mais o homem que conheceu um ano atrás. Engoliu em seco, assim que null rosnou para ele, null rapidamente segurou sua boca em busca do silêncio, não poderiam mais brincar com null, ele agora era forte o suficiente para fazer ela e null em pedacinhos.
null encarou duas sombras mais a frente, eram homens, os outros integrantes da quadrilha. Lançou apenas mais um olhar para o lago e seu olhar representou ódio, sua cicatriz destacava seu olho o deixando com um ar sombrio.
– null, vamos! – um dos homens quebrou o silêncio, fazendo o mesmo desaparecer na escuridão.
null soltou o ar pela boca em alívio, levantando-se do chão. Guardou sua arma no colete começando sua longa caminhada de volta para a delegacia junto com null.
Quarta-feira, 08 de março de 2017. 00h30min.
Escovou o pelo de null, retirando os pelos velhos e os carrapichos. Os dois estavam na grande cama de casal no quarto de null, exaustos e necessitavam de uma perfeita noite de sono, só assim iriam conseguir trabalhar dobrado no dia que ainda estava para nascer.
null tentava, mas não conseguia parar de refletir sobre o reencontro com null. Ele ficou morto em sua mente por meses, por que o destino foi traiçoeiro e os uniu novamente?
Vê-lo vivo era a mesma sensação de se sentir sufocada. O filho que esperava um ano atrás, com total certeza era dele, e doía saber que aquele ser inocente que cresceu em sua barriga, foi impedido de nascer. Não se culpava. Na verdade não tinha o que se culpar, o aborto natural que sofreu foi por causa de seu problema para segurar uma gravidez. No fundo nunca pensou em abortar, sempre se imaginou com a criança nos braços e nos seus últimos dias em New York, chegou até pensar que null construiria uma família consigo.
Só que agradeceu pelo destino ter colocado aquele incêndio entre eles. É cruel da sua parte ficar grata por uma tragédia que custo a vida de seu bebê, mas pelo menos, não precisou conviver com aquele ser desprezível ao seu lado. Ser esse que tinha nome e sobrenome: null null.
Fechou os olhos com força e trincou os dentes na tentativa de aliviar seus pensamentos daquele homem. Não aguentava mais tê-lo em sua mente, parecia um vício que se recusava em ir embora. Na hora do jantar, não conseguiu se concentrar na conversa de sua família, pois ele estava ali, ocupando seus pensamentos. Quando lavou a louça, sozinha, enquanto sua família foi para a casa do tio Milty, ele continuava ali.
Mas a pior hora foi no banho... Com seu corpo molhado e nu, foi capaz de sentir, como se as mãos grandes de null estivessem desenhando suas curvas. Retirar o excesso de espuma do corpo tinha sido difícil, já que sempre que tentava, sua mão escorregava para o meio de suas pernas.
Negou com a cabeça, tentando espantar todos aqueles flashbacks, eram muitos problemas para uma pessoa só. Acariciou a cabeça de null, talvez se distrair com seu cachorro fosse melhor, que se distrair pensando em null.
– Fez um ótimo trabalho hoje, estou orgulhosa. – desligou a televisão, puxando seu edredom e podendo finalmente pousar sua cabeça no travesseiro, sentindo null se deitar ao lado de seu corpo. – Um ótimo trabalho... – pronunciou fechando os olhos, caindo no sono em rápidos segundos...
null correu pela floresta pouco se importando com null atrás de si, apenas queria enlaçar null. Esta era sua missão, acabar com a raça daquele desgraçado, null sentia raiva daquele homem, pois sabia exatamente que fora ele o culpado pela ausência de null um ano atrás.
– null pra casa! – gritou, pressentindo que algo de ruim poderia acontecer com ele.
Pulou os obstáculos, deixando o pior acontecer... Braços fortes lhe agarraram jogando seu corpo no chão com agressividade. Levantou-se com rapidez pulando contra o corpo do homem. Acertou-lhe com socos e mordidas.
A graça era eles terem o mesmo objetivo de se matarem!
– null... null! – ele segurou seus pulsos parando seus movimentos.
null encarou-o nos olhos o reconhecendo pela cicatriz. Engoliu em seco, agindo por impulso... Socou sua face com vontade, ouvindo-o gemer em resposta.
– Filho da puta. – cuspiu. – Você estava morto!
– Estou vivo bem na sua frente. – disse se desviando de outro soco.
– Eu sinto nojo de você! – queria lhe acertar de todas as maneiras possíveis. – Você matou o meu cachorro!!! – rosnou assim que visualizou o corpo de null perto a margem do rio, sem vida.
– Escuta... Eu não matei ninguém. – segurou seus pulsos com força.
– Me solta! – tentava se soltar, tentando lhe acertar com chutes.
– Vamos resolver isso de uma vez por todas, ok? – seu tom de malícia lhe assustou. – E vai ser desse jeito. – derrubou-a no chão, fazendo-a soltar um grito agudo, mas isso não o impediu de atacar seus lábios com fúria.
null sentiu a língua dele pedir passagem e a deu caminho, parecendo não querer lutar contra ele. Suas línguas se massagearam com raivas uma da outra, ambas não se entendiam mais.
– null... – separou seus lábios encarando o olhar apagado dele, foi quando o puxou para mais perto sussurrando em seu ouvido: – Me possua. – deixou um gemido escapar de sua garganta na tentativa de estimulá-lo.
– É isso mesmo que você quer? – queria torturá-la.
– Eu quero te sentir. – respondeu levantando a camiseta dele, deixando aquele abdômen mais definido à mostra.
– Eu também quero te sentir... – sussurrou retirando o uniforme dela parecendo um desesperado.
null levantou o tronco deixando-o a despir e enquanto a mesma tirava sua calça ficando apenas com sua calcinha preta, null retirou suas peças de roupas, se posicionando entre as pernas dela. Agarrou a barra da calcinha a rasgando em dois pedaços, logo atacando o pescoço dela, enquanto sentia as pequenas mãos explorando suas costas nuas e suadas.
– Eu quero você só para mim... – se esfregou contra a ereção dele em sinal que estava pronta para um contato a mais.
– Eu sei que quer... Seu corpo deduz tudo em apenas um contato. – respondeu penetrando-a com força e sem aviso, ouvindo-a soltar gritos altos assim que as entocadas ganharam velocidade.
– Ah... null... Eu quero você na minha cama; eu quero o seu corpo; a sua alma... Eu quero você... O pacote completo... – falava com dificuldade, devido às investidas profundas e brutas.
– É só querer... Diga a si mesmo que me deseja... Convença a sua alma, a sua mente... Seu corpo já está entregue, mas a sua alma ainda luta contra esse desejo. – pronunciou, atingindo o ponto máximo, gemendo o nome de null.
– Oh... Eu te quero... Eu quero você dentro de mim todas as noites, igual antigamente... Ninguém precisa saber nada... Apenas podemos fazer acontecer, enganando todos a nossa volta... – deixou claro que o desejava com a voz falha por causa do orgasmo.
– Colocaria um assassino dentro da sua casa?
– Eu faço de tudo para te ter... – empurrou-o para o lado, ficando deitada contra seu abdômen. – Ninguém precisa saber... – apoiou os braços um de cada lado da cabeça dele, selando seus lábios, sentindo ambos o prazer que corria em seus corpos...
Foi que abriu os olhos analisando o quarto em busca de algum sinal de null, mas fora tudo um sonho. Sentou-se na cama, abraçando aos joelhos, não acreditava que havia sonhado uma cena de sexo na floresta com um assassino. Aquilo era passado. Não o desejava como antes, o vício não existia mais... Ou existia?
Capítulo 5
7h15min.
Despejou o suco de laranja no copo de vidro, ouvindo a risada gostosa de sua mãe. Teve vontade de sorrir junto dela, porém não conseguia, pois só pelo fato de saber que null estava solto do lado de fora, chegava acabar com todos os seus momentos felizes.
Sua mãe nunca soube o que ela realmente foi fazer em New York. Na verdade, depois do transplante de coração, null lhe contou que teve de viajar para ajudar prender um mafioso, só que em momento algum citou a gravidez indesejada como sendo o próprio mafioso, o pai.
O relato que transcreveu, foi que tinha sido estuprada por um dos integrantes da máfia e tinha ficado grávida. O que não era em tudo mentira, afinal tinha sido mesmo estuprada, o homem só não fazia parte da máfia null, e também não era o pai biológico da criança.
Mas esses detalhes não precisavam ser jogados na mesa. Sua mãe, seu padrasto e null, não mereciam ouvir isso, não agora que ela estava novamente em Washington. null se recusava contar sobre a gravidez, afinal, que diferença faria se contasse ou não?
– null...? – rapidamente direcionou o olhar para sua mãe. – Está calada, meu amor, está acontecendo alguma coisa? – sua voz mostrava preocupação.
– Não. Só estou pensando... Em quem teria tamanha coragem de deixar o tio Milty naquelas condições. – mentiu.
– A notícia do assalto saiu no jornal. – seu padrasto contou.
– E a imprensa, tem algum palpite de quem pode ser o chefe da quadrilha que invadiu o hotel? – questionou como se estivesse mesmo interessada.
– Até o momento não. – respondeu e null levantou as sobrancelhas de relance.
Bebericou seu suco, tentando ao máximo não pensar que tinha se encontrado com o líder da quadrilha que comandou todo aquele desastre no hotel de seu tio. null null era o nome dele. Apertou os olhos, não suportava saber que esse nome perturbou sua noite, seu passado... E que agora perturbaria sua vida!
Bastou apenas null contar a novidade, para null se ver livre dos pensamentos sobre null.
– Estou namorando! – anunciou com a voz empolgada.
– E quem é ele? – seu pai quis saber.
– É uma pessoa que eu conheci quando fui ao mercado. Ele é muito fofo e se mostrou gostar de mim, de verdade. Até disse que me protegeria dos bandidos que circulam Washington. – null falava empolgada.
– Ele parece ser um bom moço. – foi a vez da mãe.
– E é... Ah, ele disse que vai jantar conosco hoje. – anunciou e null rolou os olhos. – Claro, se vocês concordarem. – null continuou apenas prestando atenção na conversa, não fazendo questão de se intrometer.
– Seria ótimo! Gostaria de conhecê-lo. – sua mãe pronunciou.
– Também gostaria de conhecê-lo, afinal, minha garotinha precisa estar em boas mãos! – null observou seu padrasto bagunçando os cabelos de null que ria.
Sentiu um aperto no peito, null Silva nunca fizera aquilo com ela... Ele nunca foi um bom pai, sempre esteve longe, ocupado demais infiltrado na máfia com seu filho. Não que null o quisesse por perto, pelo contrário, null poderia apodrecer atrás das grades.
Teve sorte que Karev Qheter substituiu o lugar de null. Esse sim era o pai que todos mereciam, mesmo sabendo que null não era sua filha de sangue, ele a considerava como uma. Karev tinha conhecimento sobre null, porém não recuou quando soube que se casaria com Meredith.
Mas null, às vezes, pensava em como seria se null Silva assumisse o verdadeiro lugar de pai. Imaginava se ele seria igual Karev...
– Vou fazer um jantar especial, null... – Meredith tocou a mão da filha, atraindo sua atenção. – Por favor, jante conosco. – pediu.
– Tenho que ver com o Charlie, se tiver muito trabalho acumulado é bem provável que eu vire a noite na delegacia. – explicou.
– Ele vai adorar conhecer a null, afinal eles são quase da mesma idade. – null comentou feliz.
Logo null recebeu um telefonema de Charlie e teve que sair correndo com null, a caminho da delegacia. Deixou sua família como sempre fazia... Tudo começaria cedo, dessa vez os bandidos não seguiram a regra do horário.
7h50min.
Desceram da viatura começando seguir o trio de assaltantes. Mais uma vez estavam perseguindo ladrões de bancos. Estava até mesmo virando tradição, os policiais já estavam cansados de sempre terem que lidar com assaltantes de banco. E não conseguiam entender, para onde ia tanto dinheiro?
null seguiu na frente, enquanto que null estava atrás na companhia de Charlie e outros policiais. O cachorro era o único que trabalhava naquele momento, os outros, por motivo de rapidez dos agentes, ficaram presos no canil da delegacia.
Os policiais saíram às pressas da delegacia, o telefonema que receberam da outra base denunciou o roubo no banco central. Charlie não hesitou em convocar sua equipe para o local, mesmo já estando cansado de assaltos ao banco, teve que encarar mais um de cabeça erguida.
null com a arma em punho tentou mirar contra o assaltante que perseguia. Mas foi impedida assim que ele invadiu uma feira livre deixando totalmente inútil a tentativa dela de atirar. Havia muitas pessoas que podiam ser atingidas.
Laranjas rolaram no chão, e null sentiu o peso da banca do comerciante contra suas costas. O dono da venda xingou e chegou chutar algumas caixas de sua própria mercadoria, mas null não deu ouvidos e assim que null pulou por cima de todo aquele desastre, passou segui-lo.
Virou a esquina da feira deixando todo o tumulto para trás. O bandido corria bem mais a frente e deixou sua mochila para trás. null passou reto pela mochila, continuando a seguir o indivíduo, null fez o mesmo, eles não estavam atrás do dinheiro, e sim, do assaltante!
Até que o homem virou em outra esquina, passando correr em um beco, rodeado de latas de lixo. null fez o mesmo trajeto, mas deixou-se escorregar na água de chorume que cruzava a rua. O som alto das latas de lixo invadiu o local, fazendo gatos assustados correrem e ratos voarem para outros lixos.
– Merda! – pronunciou após perceber a bagunça que fizera.
Seu corpo todo reclamou e o cheiro de azedo invadia suas narinas, deixando-a com dor de cabeça. Soltou o ar pela boca, começando empurrar o lixo que cobria seu corpo. Retirou a casca de banana de sua cabeça, passando limpar seu colete e calça.
Socou alguns sacos de lixos que permaneceram fechados, estava irritada por ter caído em meio ao lixo e ter deixado aquele bandido fugir. Não havia sinal de null, mas com certeza ele não seria capaz de levar aquele ladrão para trás das grades sozinho.
– Que tal, tomar mais cuidado da próxima vez? – levantou o olhar, encontrando com a imagem mais desprezível de toda Washington.
– E que tal, você sair do meu caminho? – levantou-se, se colocando na frente dele.
– Eu não poderia ficar parado, enquanto você brincava de lixeiro... Achei que fosse policial. – debochou, segurando a alça da mochila.
– Com certeza, eu não estava brincando com o lixo, pois não estava brincando com você! – cuspiu com os olhos transbordando de raiva.
– Não, não estava, mas você bem que queria brincar comigo. – provocou, recebendo um tapa ardido como resposta.
– Coloque-se no seu lugar, null! – gritou, empurrando o corpo dele contra a parede. – Eu nunca quis brincar com você! – emitiu entre os dentes.
– Que seja. – deu de ombros, empurrando-a com força.
null caiu para trás, voltando para o meio do lixo, mas não deixou barato, o agarrou pela camiseta, levando-o junto.
– Por que não disse antes que queria brincar de gari comigo? – pronunciou assim que percebeu ter caído em cima dela.
– A única coisa que eu quero dizer é: vai para o inferno! – cuspiu, sentindo-o largar o peso sobre si.
– Eu vou, mas só se você for junto comigo... – sussurrou contra o ouvido de null causando um calafrio.
– Se afasta de mim! – exigiu com os dentes trincando em raiva.
– Não! – disse próximo da boca dela.
null mordeu os lábios, começando socar o peitoral dele. Sentia nojo, daria de tudo para ficar longe dele. Com certeza, entre ficar com null ou o lixo, o melhor sempre seria ficar com o lixo.
– Sai de perto de mim! – gritou tentando o empurrar, mas ele era mais pesado.
– Ah, vai dizer que não gosta de me ter assim... – levou seus lábios até o ouvido dela novamente. – Tão pertinho... – murmurou fazendo-a ter um calafrio e ficar com mais raiva.
– Seu nojento! – cuspiu, acertando uma joelhada contra o meio das pernas de null.
– Filha da puta! – xingou, jogando seu corpo para o lado.
– Fica longe de mim, entendeu? – bradou, se levantando e visualizando-o agonizar de dor. – Ah, acho isto é meu! Obrigada! – apanhou a mochila que ele antes tinha nas costas.
null agonizava entre os sacos de lixo, enquanto que null sorria ao vê-lo daquele jeito. Foi merecido, afinal, ele merecia até mesmo um tiro no meio da testa, merecia estar atrás das grades!
– Adeus null null, divirta-se! – acenou, com um sorriso cínico nos lábios, e ele apenas lhe lançou um olhar misturado de dor e raiva.
Capítulo 6
10h30min.
Retirou seu colete sentindo o cheiro desagradável do lixo novamente invadir suas narinas. Desde que entregou a mochila para Charlie, se dirigiu imediatamente para o prédio em busca de um banho e a máquina de lavar roupas. Sem contar que em meio ao cheiro azedo, estava o perfume de null.
Sentia-se enojada, apenas de se lembrar de que caiu no lixo com ele. Sentir novamente o corpo dele contra o seu, não foi nenhuma experiência agradável. A respiração e o hálito batendo em sua pele foram de causar calafrios, e o modo convencido com o qual ele expressava as palavras, só lhe deixava com cada vez mais nojo.
Qual era a dele? Será que não temia o perigo?
Se expor daquela maneira seria considerado uma atitude arriscada. null estava vestida com o uniforme da polícia, e ele tinha a bolsa de dinheiro em mãos. Será que em momento algum passou pela cabeça dele que poderia ser preso, por se pego em flagrante?
Tudo bem, que null null ainda não tinha o dado de bandeja para Charlie, mas nada a impedia de fazê-lo. Para revelar quem foi o culpado pelo desastre no hotel de seu tio, era preciso apenas estralar os dedos.
Só que null planejava outra coisa... Ela guardaria esse segredo e usaria contra null em uma hora necessária. Quando? Ela não sabia.
– null, junte suas roupas e vamos para a lavanderia. – Emily abriu a porta da sala.
– Eu não aguento mais esse cheiro de lixo. – comentou se dirigindo até a porta.
– Você foi bem desastrada. – comentou quando ela chegou ao corredor. – Ao invés de prender um bandido, preferiu se jogar no lixo?! – sorriu brincalhona.
– Porque você não sabe o que eu encontrei no lixo. – pronunciou baixo.
– O que encontrou? – Emily disparou de surpresa.
– Ah, nada. – respondeu rápido, sorrindo falso. – A propósito Emily, coloque meu colete na máquina para lavar... Eu preciso pegar a null na escola. – anunciou após encarar o relógio.
– Fica tranquila null! – sorriu indicando a cesta de roupas que tinha em mãos, onde null deixou seu colete.
null deixou null sobre vigia de Charlie, pois ele ficaria responsável por levar o cão até o canil para tomar um banho e receber os medicamentos necessários para mantê-lo saudável. null tinha umas vacinas atrasadas na carteira e enquanto null se ocupava indo buscar sua irmã nada melhor que deixar seu amigo aos cuidados do Dr. Stefan, o melhor veterinário de Washington.
Logo após sair do prédio, foi imediatamente para a instituição. null jogou a cabeça para trás, não aguentando mais ficar esperando pela figura da irmã. Mas aguentaria, porque tinha o dever de levá-la para casa em segurança já que só tinha dezessete anos, só que odiava ficar esperando em frente à escola sem nada para fazer. Ligava o rádio para se distrair, mas isso era algo que não lhe chamava tanta atenção, retirou o celular do bolso apenas para checar as horas, e nenhum sinal de null.
Deitou a cabeça no volante, ainda faltavam cinco minutos para ela sair da sala, esperaria mais o tempo que fosse necessário. Soltou um alívio assim que escutou o sino bater, anunciando o final das aulas. Só que logo que levantou a cabeça se preparando para dar a partida, uma cena mais a frente lhe chamou muito mais atenção que o necessário...
null acariciava a face de null com um sorriso nos lábios, não acreditava na cena a sua frente. O que ele fazia ali?!
Indignada, desceu do carro, observando null beijar o rosto de null. Foi aí que se aproximou, empurrando o corpo de null para longe de sua irmã, que não fazia ideia de onde estava se metendo.
– null, o que você... – null tentou protestar.
– Vai para o carro! – ordenou com a voz firme ficando na frente dela.
– Você não...
– VAI PARA O CARRO, AGORA!!! – seu tom era mais alto e forte.
Observou a figura de null andar até seu carro sentando-se no banco do passageiro cruzando os braços. null com as sobrancelhas juntas virou seu olhar, se encontrando com o de null. Estava com a raiva do tamanho do mundo e queria poder quebrá-lo em pedacinhos!
– Já não bastou o que fez hoje cedo? – disparou. – Agora, o que você quer com a minha irmã? – segurou-se para não estapeá-lo.
– Eu... Nada é claro. – respondeu como se fosse óbvio.
– Você quer alguma coisa, e eu quero saber o que é. – exigiu lhe lançando um olhar assassino.
– Estamos apenas juntos. – disse de imediato.
– Você... Não sente nada por ela. – estava escrito nos olhos dele.
– Não preciso sentir para ter o que quero dela. – rebateu entre os dentes, tomando distância.
– Sei muito bem o que você quer e vou avisar apenas uma vez null... – o segurou pelo braço. – Não vou deixar você enganá-la desse jeito! – rosnou.
– Se prepare para essa noite null, sugiro que durma com os ouvidos tapados. – disse, assim que ela deu as costas.
– Você não vai fazer nada com a minha irmã, está ouvindo? E caso fizer... Eu te mato antes que encoste um dedo nela! – revidou, dando as costas definitivamente.
E antes de entrar no veículo, lhe lançou apenas um último olhar... Não o queria mais em sua vida, mas pelo jeito teria de aturá-lo por um longo e longo período.
19h15min.
null soltou o ar pela boca, terminando de colocar os pratos na mesa. Quatros pratos foram fáceis de posicionar em cima da toalha, agora o quinto, sentiu como se a pessoa que iria utilizar tivesse alguma espécie de segredo obscuro. Suas mãos ficaram trêmulas após colocar o quinto em tudo; quinto garfo, faca, guardanapo. O que aquela quinta pessoa tinha?
Meredith logo levou a panela de arroz para a mesa e todos se sentaram. A conversa se iniciou fraca, e conforme ganhava vida, null se sentia incomodada. Aquele encontro duplo com null não era normal, será que ele estaria lhe vigiando? Foi que a dúvida surgiu: null beijara null na bochecha, o que ele pretendia com isso? Jogá-la contra null? null tinha que admitir, era esse mesmo o seu medo. Juntos? Ele mencionara que eles estavam ficando? Não! null não poderia estar se envolvendo com um criminoso! null não poderia deixar isso acontecer!
– (...) Acho que passei na prova, afinal foi fácil... – null falou e null de repente se levantou.
Não acreditava na hipótese de null estar com sua irmã, agora mesmo que queria estrangulá-lo e com certeza o faria, no próximo encontro que tivesse com ele!
– O que foi? – questionou assim que sentiu todos os olhares em si.
– Está nervosa null? – sua mãe questionou.
– Não... Eu só... Quero dormir. – respondeu parecendo com ressaca.
null então passou preparar a ração de null, logo ouvindo o celular de null vibrar.
– Ele chegou! – anunciou e correu para a porta.
null não deu importância, apenas continuou a preparar a ração de seu amigo. Ela não iria conhecer o namorado de sua irmã, não tinha motivos para conhecê-lo e se ele fosse tudo isso que null dizia, não precisava ser aprovado por null, que logo estaria envolvida com seu edredom.
– Esse é null Silva, meu namorado. – null anunciou e null se virou devagar se encontrando com os olhos null de null.
Deixou a tigela de ração cair no chão, assustando a todos. Logo, todos os olhares estavam voltados para si, que não conseguiu se manter firme apenas olhando null e null juntos... Tudo só poderia ser um pesadelo!
– Mãe, o-onde está o pano de limpeza? – disparou na intenção de se distrair.
– No armário querida, do lado de fora. – sem esperar, correu para a porta que lhe levaria para o quintal da casa.
Levou as mãos para os cabelos, os puxando com força. Tudo era um pesadelo, e iria passar, tudo iria passar assim que contasse até três... null contou, mas quando virou seu olhar para a porta de vidro, ainda conseguiu ver null em carne e osso dentro da cozinha.
NÃO!
Rapidamente voltou encarar o quintal escuro. Era verdade, como ele pôde fazer aquilo? Agora a família null tinha um assassino dentro da própria casa! Claro que null poderia entrar e acabar com a festa do desgraçado, mas não tinha forças para fazê-lo, era como se tivesse algo dentro de si lhe impedindo, talvez fosse falta de coragem...
– null? – Meredith abriu a porta. – Encontrou o pano, querida? – quis saber.
– N-não mãe. – respondeu mostrando seu nervosismo.
– Deixe isso para depois querida, recolha apenas a ração, depois você passa um pano úmido. – sua mãe foi doce como sempre. – Venha conhecer o namorado da null. – sorriu antes de entrar.
– Eu não preciso conhecê-lo! – rosnou para si mesmo antes de também entrar.
Fechou a porta de vidro lentamente e antes de encarar a mesa, apenas se dirigiu para o chão onde tinha deixado cair a ração de null. Recolheu os grãos, porém o azulejo continuou molhado pelo molho da ração especial para cães.
null estava sentado a sua frente, com a língua para fora, lhe encarando. null apenas sorriu para ele, sabia que seu amigo estava com fome. Só que null não sabia que no fundo, null queria mandá-lo atacar null e tirá-lo daquela casa.
– (...) E seus pais, null? – Meredith perguntou.
– Ah, eu não tenho pais. Na verdade, minha mãe morreu quando eu ainda era criança, já meu pai... Bem meu pai é um viciado, nem sei se está vivo ainda. – explicou e deixou seus olhos caírem na bunda de null assim que ela se levantou.
– Ter um pai viciado deve ter sido difícil. – Karev comentou atraindo os olhos de null para si.
– Não, ele começou se drogar quando eu já tinha minha vida própria. – comentou sorrindo pequeno.
– E o que você faz da vida? – como todo bom pai sempre pergunta, Karev não era uma exceção.
– Eu sou segurança de banco. – null se curvou, colocando a tigela de null no chão. – Ultimamente estava de folga, mas vou ter que voltar, já que o número de assaltos anda crescendo. – acrescentou e seus olhos novamente caíram sobre a bunda de null.
– É... O número de assaltos... – Karev começou, mas foi interrompido.
– O número de assaltos anda crescendo muito rápido, até sinto como se um dos criminosos estivesse entre nós. – null se intrometeu na conversa, lançando um olhar semicerrado para o homem. – Me diga você, null, não tem medo? – disparou puxando uma cadeira vaga. – Afinal, os assaltantes andam matando os policiais, não tem medo de ser atingido? Ou você tem algum laço amigável com eles? – levantou as sobrancelhas esperando por uma resposta.
– Eu não tenho medo de criminosos, eles são todos seres humanos, apenas um tiro e caem duros no chão. – respondeu deixando um sorriso sem os dentes se formar em seus lábios.
– Ultimamente os policias estão sendo jogados no lixo pelos criminosos, já soube disso? – citou o acontecimento de mais cedo.
– Presenciei uma cena assim hoje de manhã. – segurou o riso para não dar muito na cara que tudo que falavam era pura provocação e realidade.
– Eu gostaria de ter assistido essa cena. – apertou os olhos.
– Acredite, você não iria querer... O criminoso acabou saindo com uma dor horrenda por causa da policial.
– Pelo jeito esse criminoso deve ter merecido. – null respondeu com o tom de voz provocador.
Karev então limpou a garganta fazendo os dois se calarem e passarem prestar atenção nele. Meredith já havia se levantado e se dirigia em direção da escada porque já tinha chegado a hora de se arrumarem para visitar o tio Milty.
– Desculpe null, mas hoje estamos de saída. Meu irmão, o dono do hotel que foi assaltado, precisa de minha ajuda e teremos que passar a noite na casa dele. – Karev se explicou, como se null estivesse interessado em saber afinal foi ele quem quase acabou com a raça de Milty.
– Entendo Sr. null. – foi educado.
– Vou tirar a mesa, afinal, não vou poder ir com vocês hoje. – null se levantou levando os pratos para a pia. – Tenho que acordar cedo amanhã. – disse guardando as panelas de comida na geladeira. – Vou apenas lavar a louça e irei me deitar. – sorriu para seu padrasto.
– Ah, caso não se importe Sr. null... – null se levantou.
– Por favor, me chame de Karev.
– Tudo bem, Karev... Se não se importa, gostaria de ficar e lavar a louça, afinal, também utilizei dos utensílios. – null imediatamente se virou encarando os dois frente a frente.
– Não é necessário null, você é...
– Eu insisto. – interrompeu, e ela torcia para Karev não assentir, porém ele o fez.
null indignada sentiu vontade de gritar até fazer seu padrasto desfazer a aprovação que fizera. null não podia ficar dentro daquela casa, ele tinha que ir embora. Todo namorado que vem jantar pela primeira vez na casa da namorada, tem apenas o direito de conhecer os pais da garota, jantar e depois ir embora. Por que null não poderia seguir a tradição?!
– null posso levar o null? – null quis saber, assim que Karev subiu as escadas. – O tio Milty gosta bastante da companhia dele. – complementou fazendo a irmã engolir em seco.
– Eu acho melhor não. – respondeu com medo de ficar, sozinha, com aquele ser, null pelo menos poderia protegê-la.
– Veja pelo lado bom null, null pode ajudar na recuperação de Milty, não é isso que você quer? – null se intrometeu.
null suspirou, null estava certo, e odiava ter que concordar com ele.
– Tudo bem null, pegue a guia dele dentro do carro. – deu permissão.
Logo null deu um selinho em null e foi para frente da casa e null foi junto, deixando null e null sozinhos na cozinha... O que era um grave erro!
null se virou, seguindo imediatamente para a pia. Ligou a torneira e começou molhar os pratos e panelas, com a esponja, produziu espuma e passou esfregá-la contra os pratos. Sua respiração estava calma, e isso lhe deixava confiante, mas tudo mudou...
– Só mais alguns minutos... – null sussurrou contra o ouvido dela, causando imensos calafrios.
– Fica longe de mim! – exigiu querendo distância, porém ele foi mais rápido, se colando contra ela por trás.
– Tão pertinho... – sussurrou novamente contra o ouvido dela, deixando sua mão escorregar para a barriga dela, causando novos calafrios. – Está sentindo isso? – deixou seu hálito bater contra a nuca dela, enquanto descia sua mão. – Ela entra, – invadiu o short largo e logo a calcinha. – depois estuda, está bem molhada null, tudo isso é por que estou aqui? – sorriu descendo mais sua mão, chegando onde queria. – E então brinca. – penetrou sem aviso prévio com dois dedos.
null sentiu a pressão e deixou um gemido escapar pela sua garganta. null sorriu, passando penetrar seus dedos cada vez mais fundos, começando investir com força. null então desesperadamente agarrou na mão que estava dentro de sua calcinha, e a puxou com toda a força que tinha.
null lutou e passou prendê-la mais contra a pia, não iria deixá-la escapar daquela maneira. null gemeu novamente quando ele voltou introduzir seus dedos, mas isso não a impediu de tentar puxar a mão dele. Estava gostando, mas não queria dar esse gostinho para ele. Sentir os dedos de null se movimentando naquele ritmo agressivo, logo lhe levariam ao ápice, mas acontece que ela não queria chegar ao ápice.
Foi que virou sua cabeça para o lado e abocanhou o braço dele, sem dó. Aplicou toda sua força na mordida, que com certeza deixaria marca, mas isso só o ajudou investir mais e mais.
– Me morda isso mesmo... Morda! – pronunciou com luxúria, e ela desistiu.
null pousou as mãos na pia, para se manter ainda em pé, pois suas pernas já estavam trêmulas, aquele homem tinha o dom de deixar suas pernas moles... Só que ele não intensificou o momento e retirou seus dedos sem avisá-la. Antes que pudesse tentar algo a mais, virou o corpo de null de frente para si e lhe fez observá-lo lambendo os próprios dedos, e os sugando enquanto direcionava o olhar para ela.
– Seu nojento! – cuspiu. – Fica longe de mim! – exigiu entre os dentes, empurrando o corpo dele com todas as forças que possuía.
null sorriu, lambendo pela última vez seus dedos. null lhe lançou um olhar assassino e quando estava preste a fazer o que tinha em mente, as figuras de Meredith e Karev invadiram a escada, fazendo-a se virar para a pia rapidamente. null riu, guiando seus passos até ficar próximo o suficiente da orelha de null.
– Não se preocupe... Somente eu te ouvi gemendo. – pronunciou rindo, deixando-a irritada.
– Cala a porra da boca! – cuspiu entre os dentes.
– null, null... – Meredith pronunciou, fazendo os dois se virarem e seguirem até o balcão da cozinha. – Estamos saindo, por favor, tranquem tudo. Espero que consigam ter uma boa noite. – avisou antes de sair.
null desmanchou seu sorriso falso e rapidamente correu para a pia, de onde retirou uma faca de cortar carne. Com o olhar assassino, empurrou null pelo peito, fazendo-o ficar com as costas coladas no balcão, não estava mais para brincadeiras!
– Não pense que eu gostei do que acabou de fazer! – emitiu segurando a faca próximo do peito dele. – Você se acha o macho alpha, mas fique sabendo que você nem deveria estar aqui! – seus olhos transmitiam cada palavra. – Está na minha casa, debaixo do meu cadáver e deve me respeitar, está ouvindo? – gritou. – Se tocar em mim de novo, com certeza essa faca... – levou o objeto até o pescoço dele. – Vai fazer um lindo estrago. – deixou claro.
null riu isso mesmo, ele riu.
– Acha que tenho medo de você? Ou de uma faca? – gargalhou. – Eu não estou aqui por você, null null, meu interesse é na null e não em você. – pronunciou ainda rindo.
– Mentiroso. – disse sabendo a verdade que invadia os olhos null do homem. – Quer que eu conte a ela onde os seus dedos entraram? – ameaçou trincando os dentes.
– Conte, mas antes eles vão entrar lá de novo... Muito mais que dois dedos, vão entrar... – pronunciou sorrindo pervertido.
– Tente e vamos ver o quanto é o potencial dessa faca! – o encarou firme antes de tomar distância.
Voltou para a pia, onde começou enxaguar os primeiros utensílios, podendo sentir a raiva nas estranhas, estava completamente irritada e com certeza, se um passarinho, por mais fofo que ele seja, pousasse em seu ombro, lhe acertaria com a faca de cortar carne.
null agora era uma fera selvagem, e era bom null não brincar com ela!
Assim que terminou de tirar a espuma dos pratos, os colocou no escorredor, onde logo passaram desaparecer. null virou seu olhar para o lado, encontrando com a figura de null enxugando os pratos com ajuda de uma toalha.
– Aonde coloco os pratos? – perguntou com a voz um pouco rude.
– Deixa que eu guardo, não confio em você. – respondeu, pegando os pratos que ele acabara de secar.
null aproveitou que null se virou e encarou a faca em cima da pia. Apenas lançou um olhar rápido para null, encontrando-a guardando os pratos no armário, o que foi o suficiente para ele agarrar a faca e colocar na primeira gaveta mais despercebida. Não estava com intenção de sair de mãos vazias daquela casa.
– Está faltando um prato, acho que... Ah! – falava com a voz normal, até escorregar no molho da ração de null.
Suas nádegas sofreram o maior impacto, assim como suas costas. Fechou os olhos imediatamente quando sua cabeça bateu contra o azulejo, causando uma imensa dor entre seus cabelos. Gemeu, abrindo lentamente os olhos, sua visão estava turva, e foi se clareando conforme os segundos.
Lentamente, levantou o tronco, passando ficar apoiada nos joelhos e em uma mão, enquanto que com a outra, massageava a nuca. Seus olhos estavam fechados, e tudo que mais queria era sentir o alívio, porém o destino lhe deu outra coisa...
– Que belíssima visão, você de quatro. – null deu alguns passos e se abaixou na frente dela. – Vê-la nessa posição, me deixa tão... Excitado. – provocou. – Eu juro, – se aproximou colocando sua boca no ouvido de null. – que se você deixar... Posso te levar ao paraíso nesse chão. – sussurrou galanteador, sorrindo pervertido.
– Cala a boca, seu idiota! – foi tudo que ela pronunciou antes de se levantar.
– Confessa que também quer isso, null. – também se levantou. – Você me quer mais, do que eu te quero. – complementou se aproximando por trás dela. – É tão fácil, você apenas precisa dizer as palavras certas. – murmurou contra o ouvido dela. – Diga que me quer, diga que quer me mostrar o que você esconde embaixo dessas roupas... – afastou os cabelos de null, que até o momento ouvia tudo calada. – Eu posso tirar a gente desse sufoco... – null mordeu os lábios e abaixou a cabeça. – É preciso apenas você pedir. – completou esperado por sua resposta, mas apenas recebeu o silêncio.
null queria poder dizer o mesmo que ele, mas não seria tão imbecil ao ponto de se entregar a um assassino, não de novo. O passado já fora o suficiente para fazê-la entender, o quanto era perigoso mexer com um criminoso. Mas tinha que admitir, queria ter o corpo dele contra a seu; sentir todo o fogo que apenas ele tinha capacidade de produzir. Seus olhos queriam ver as gotas de suor, pingando conforme se exploravam. O desejava era tanto, que chegava ser doentio.
null deixava explícitas suas vontades, mas null não seria besta ao ponto de deixá-lo tirar suas roupas e possuí-la naquela cozinha. Podia ter batido a cabeça, mas ainda tinha consciência de seus atos.
– null...? – ouviu seu nome naquela voz, e teve que se segurar para não gemer. – Não me torture desse jeito, por favor, eu preciso estar em você... – revelou, e null se virou de frente para ele, lhe dando esperanças.
– Me deixa em paz, null! – cuspiu lhe empurrando com todas as forças. – Vá embora, já acabamos a louça. – ordenou.
– null, não, por favor...
– Você não escutou? Vai embora! – gritou deixando sua respiração ofegante.
null apenas obedeceu, não seria naquela noite que teria null null em seus braços. Mas ele não iria desistir, ainda havia muitos jantares que ele teria de comparecer e havia ainda muitas visitas na casa de Milty.
null retornou a pia assim que ouviu a porta se bater anunciando que ele finalmente tinha ido embora. Ligou a torneira e terminou os restos de louça que ainda tinha sobrado, era apenas uma panela e duas tampas. O silêncio que prevalecia na cozinha, nunca foi tão reconfortante, null finalmente poderia ficar a vontade sem ter com o que temer.
Com null longe, poderia fazer qualquer coisa, e a primeira coisa que fez foi puxar sua camiseta, ficando apenas com o sutiã. A casa era sua e como estava sozinha, poderia andar até nua se quisesse. Washington naquela noite estava muito calor e null buscava um modo de se refrescar e o único jeito que encontrou foi retirando suas roupas.
Voltou sua atenção para a pia e finalizou o trabalho. Deixou a louça no escorredor, deixaria que ela secasse naturalmente e na manhã seguinte a guardaria nos armários. Soltou o ar pela boca, se dirigindo em direção da porta dos fundos, passou o trinco, logo começando trancar as janelas. A última janela foi a da sala e de repente deixou seu corpo cair no sofá totalmente exausta. Pousou o braço em cima dos olhos e suspirou profundamente. Sua cabeça finalmente poderia relaxar e colocar os pensamentos no lugar...
O problema maior: null null.
Como protegeria sua família agora? Ele tinha livre arbítrio para entrar e sair quando tivesse vontade. null não teria mais paz, e sentia que não teria paz, até ceder a ele. O desejo, ainda continuava presente nas entranhas de null, e isso deixava null com medo. E se ele planejasse alguma gracinha para fazê-la ceder? Como sairia da armadilha?
Foi que algo úmido encostou contra seu pescoço, fazendo nascer um sorriso inesperadamente em seus lábios. Ainda de olhos fechados, retirou o braço de seu rosto e passou arcar as costas, segurando um gemido que estava enroscado em sua garganta. Com as mãos, apertou os ombros largos, onde cravou suas unhas, ouvindo-o gemer de um jeito alto o suficiente para fazê-la ouvir claramente.
Não demorou muito, null levantou um pouco seu tronco, encostando as costas no braço do sofá. Abriu então seus olhos e conseguiu enxergar o olhar carregado de luxúria... Os glóbulos brilhavam de tanto desejo!
– Como entrou? – questionou.
– Isso não importa, agora... – respondeu, deixando seus lábios irem de encontro com o pescoço de null.
– Não! – o impediu, lembrando o quanto aquilo era errado.
– Qual o problema? – quis saber quando afastou o rosto da pele de null.
– Não podemos fazer isso. É errado. – respondeu se ajeitando no sofá. – Estaremos traindo a confiança de minha família.
– Você não se importa com a sua família. – rebateu. – Você só se importa consigo mesma. Só quer agradar você mesma, não pensa nos outros. – null assustou-se, claro que se importava com sua família!
– Não ouse dizer, o que você não sabe null! – o empurrou para trás, saindo do sofá. – Saia da minha casa agora, ou, eu chamo a polícia! – null gargalhou encarando imediatamente os mamilos presos naquela merda de sutiã.
– E você não é a própria, polícia? – deu ênfase na última palavra.
– Eu quero você fora daqui! – gritou.
– Não... Você me quer dentro! – rebateu, seguindo até ela.
– Se afasta de mim! – exigiu, porém null agarrou nos pulsos dela, quando tentou afastá-lo.
Assim usou sua força maior e a empurrou contra a parede. Imediatamente, quando sentiu null tentando se soltar, colou suas bocas... E o destino foi outro... Com força bruta, segurou null, ela não iria ceder facilmente, porém ele estava disposto tentar de tudo para tê-la!
Pediu passagem com sua língua, algo que ela não concebeu de primeira. Até null lhe prensar mais contra a parede deixando seus corpos colados, parecendo se encaixarem em um só. null só após senti-lo tão próximo, deixando explícito que era seu, somente seu, permitiu passagem, podendo sentir suas línguas lutando para decidir qual delas sairia viva.
null assim que rompeu o beijo, deixou o ar sair pela boca de modo ofegante, e null não se encontrava diferente. Logo, ele soltou os pulsos da mulher, percebendo que dali para frente, tudo que precisavam era fazer acontecer...
– Delinquente! – null emitiu entre os dentes.
Não demorou muito, envolveu o pescoço do homem com as mãos como se quisesse enforcá-lo e começou massagear a região, fazendo-o fechar os olhos como um verdadeiro doente.
Então o desejo falou mais alto... Agarrou o colarinho da camiseta que ele usava, e o puxou para outro beijo, sendo esse mais agressivo e decidido. null não hesitou em corresponder, já pairando as mãos na cintura de null, puxando-a mais para si.
Enquanto movimentavam suas bocas, deixavam suas mãos livres para explorarem um ao outro. null foi rápido, guiando suas pernas em direção do sofá, onde, assim que rompeu o beijo urgente, arremessou o corpo de null.
Ela riu, ficando sentada com os braços sustentando seu peso. Permaneceu assim, enquanto assistia null trancar a porta da sala, com certeza, tanto ele quanto ela, não queriam ser pegos em pleno ato por ninguém da família null.
null se levantou do sofá, assim que ele se aproximou, começando a emitir de um jeito sexy:
– Se quiser vai ter de ser no meu quarto... – sorriu safado, sendo pega de surpresa no colo.
– Como quiser. – null respondeu subindo as escadas, recebendo mordidas no pescoço.
null foi colocada no chão, antes de abrir a porta de seu quarto, porque precisava apagar as luzes da casa. Quando finalizou, enlaçou os braços no pescoço de null, selando seus lábios com fúria, sentindo suas costas se chocarem com a porta, o segurou pelos ombros recebendo as mãos dele atrás de suas coxas, ele a jogou pra cima, deixando-a enlaçar as pernas em sua cintura.
null arranhou sua nuca com vontade enquanto ele mordia seus lábios com força, null então girou a maçaneta adentrando o local devagar, descendo-a de seu colo.
– Toda proteção é pouca. – null pronunciou com um sorriso, enquanto trancava a porta de seu espaço.
– Que bom que pensou nisso... Afinal ninguém pode saber o que está acontecendo aqui dentro. – brincou sendo empurrado para trás, caindo deitado na cama.
– Ninguém vai saber... E muito menos ouvir, ou como você disse... É melhor dormir com os ouvidos tapados. – repetiu sua fala, sentando-se sobre o corpo dele.
– É bom que eles não cheguem tão cedo... Porque hoje... Eu vou te destruir. – disse com malícia.
– Eles só voltam amanhã. Temos dez horas para aproveitar sem ninguém batendo naquela porta... – ele levantou seu tronco, encarando-a nos olhos.
– Está com raiva? – disparou sem motivo.
– E por que estaria? – agarrou a barra da camiseta dele, despindo-o com facilidade.
– A sua irmã será a corna da história. – disse, sendo empurrado com ela deitada sobre si.
– Ninguém a mandou se intrometer onde não é chamada. – respondeu como se null fosse sua inimiga.
– É impressão minha ou está com ciúmes de sua própria irmã? – jogou o corpo dela de lado posicionando-se por cima.
– Ela não é minha irmã... Apenas por parte de mãe. – respondeu distribuindo beijos molhados pelo pescoço dele.
– Acho bom que saiba... Não quero nada dela... – sussurrava enquanto sentia null arranhando suas costas e distribuindo beijos em si. – Eu só quero você... Só você... – puxou o cós do short dela.
– E eu a você... – retribuiu a fala, sentindo seu short abandonar seu corpo.
– Acha mesmo que eu não sabia? – estava ajoelhado no chão.
– Lê pensamentos agora... null Silva? – sentou-se, se referindo a ele com seu sobrenome falso.
– Não... Seu corpo deduz tudo. – retirou a calcinha de renda, afastando suas pernas.
– Acha mesmo... – sua língua quente entrou em contato com sua intimidade, lhe fazendo enlaçar os dedos nos cabelos null, perdendo totalmente as palavras.
null lhe penetrou com a língua, estimulando ao mesmo tempo o clitóris com o polegar, sentindo o líquido que produzia cada vez mais presente em sua boca... Ouvia seu sobrenome verdadeiro sair da boca de null com desejo, assim que o ouvia, se sentia poderoso e dono daquele corpo.
Afinal seu vício havia voltado desde a primeira troca de olhares!
– Você é incrível... – murmurou, fazendo-o morder de leve seu clitóris.
– Eu sei que sou. – se gabou, abrindo os botões de sua calça jeans, ficando apenas com sua boxer preta.
– Devo ainda te considerar um cachorro?
– Desde que eu não tenha de usar uma coleira ou uma guia... – null o puxou pela barra da boxer, massageando seu volume.
– Quero você de gravata... Assim posso ter o seu controle. – disse com malícia.
– Não... Sem puxões. – respondeu abrindo o fecho do sutiã dela, que até o momento não havia notado que apenas lhe faltava àquela peça.
– Você gosta de ser domado. – o puxou para perto, fazendo-o cair sobre seu corpo.
– Porque você ainda não me viu indomável. – sussurrou em seu ouvido.
– Ainda quero conhecer esse seu lado. – disse, retirando a única peça que ele usava. – Mas não hoje... – o visualizou se levantar, retirando algo da carteira jogando em sua direção.
– Não quero te engravidar... Então é melhor se prevenir. – retornou para a cama, visualizando-a com o pacotinho entre os dentes lhe lançando um olhar sexy.
– Tem certeza que não gostaria de ser... Papai? – pronunciou a última palavra sorrindo safado.
– Não. Sou muito novo pra isso. – respondeu.
– Acho mesmo? – provocou abrindo o pacotinho com os dentes, sem tirar os olhos do dele.
Ele não respondeu apenas a deixou fazer o que deveria. null lhe colocou a camisinha de um jeito que achava sexy, subindo lambendo o abdômen de null até ir de encontrou com seu queixo, onde mordeu de leve.
– De quatro. – ele mandou em seu ouvido.
null lhe deu um último chupão no pescoço antes de se apoiar nos joelhos e mãos, apenas esperando o melhor de toda aquela ação. Claro que ele não perderia a chance de tê-la de quatro, foi tentador vê-la daquele jeito na cozinha. null se posicionou atrás dela penetrando devagar, começando movimentos lentos. Massageava as costas de null e beijava a região, ouvindo protestos. Agarrou um dos seios o apertando com força, aumentando sem aviso a força das entocadas, fazendo-a gemer do jeito que ele gostava.
null mordia sem dó o pescoço dela, gostando dos resultados que obtida. Seu sobrenome era gritado em alto tom e seu nome tomava conta do quarto. Gostava de vê-la daquele jeito... Toda sua e entregue, poderia fazer o que queria que ela não iria reclamar.
Massageava o seio esquerdo enquanto ao mesmo tempo lambia e mordiscava o ombro e pescoço. Investia com força e tinha certeza que depois daquela noite, null não teria mais a voz para poder falar. De seus olhos lágrimas já escorriam, mas não o mandava parar, queria mais...
– Estou te machucando? – perguntou em seu ouvindo mordendo o lóbulo de sua orelha, investindo fundo, fazendo-a liberar mais lágrimas.
– null... – sua garganta estava seca e sua respiração ofegante. – Por favor... Dê-me mais do que isso... – implorou, não iria aguentar por muito tempo.
– Implore. – parou seus movimentos.
– Por favor... Por favor, null... Por favor... Eu preciso disso... – repetia as mesmas palavras, sendo pega de surpresa, pela investida funda dele.
– Acho que fui fundo demais... – continuava investir com força, já sabia que ela havia atingido o ponto máximo.
null gemeu o nome de null em alto e perfeito tom, assim que ele a fez gozar do jeito que nunca havia experimentado. O sentiu sair de si, fazendo seu corpo se afastar, resolvia o problema da camisinha, suas pernas e braços cederem, ficando deitada com ele em poucos segundos por cima lambendo os bicos de seus seios.
– null... – sua voz era falha.
– Diga. – mordia seu seio direito.
– Quero passar essa noite com você...
– Já está passando. – chupava sem se importar.
– Não... Quero também as outras nove horas e meia... – massageou os cabelos agora suados dele, cravando as unhas em seus ombros querendo a resposta.
– Vou ficar... – respondeu entre gemidos. – Como você quiser, fico até o amanhecer. – prometeu, apoiando seus braços musculosos um de cada lado da cabeça dela, fazendo-a encarar seus olhos e sua cicatriz ao mesmo tempo.
null sorriu maroto, levado o dedo até a cicatriz dele, fazendo-o afastar o rosto. Estava sensível, sabia disso, mas queria tocá-la, mesmo não sabendo o motivo.
– Calma... – pediu baixo, fazendo carinho em sua face. – O que aconteceu? – tocou a cicatriz, visualizando-o morder os lábios, tentando não demonstrar a dor que seu toque emitia.
– Nada... – recuou seu rosto novamente.
– O que houve null? – sabia que ele não queria falar sobre o assunto, mas queria saber o motivo da cicatriz.
– A história é longa, você não iria entender... – fixou a cômoda.
– Talvez se você me contasse... – o visualizou suspirar, deitando-se do lado dela.
– Não quero falar sobre isso. – respondeu, sentindo ela se aproximar de seu corpo.
– Por favor...
– Não quero falar, é complicado. – mexia nos cabelos parecendo nervoso.
– Eu quero saber. – implorou começando um simples cafuné.
– Hoje não. Talvez outro dia eu te conte. – se aconchegou de costas para ela, ainda recebendo o cafuné como precisava.
– Não tenha medo de contar, apenas quero saber a verdade. – null disse apoiando a cabeça no ombro dele, massageando os cabelos null, enquanto observava a face do homem com um olhar perdido parecendo refletir alguma coisa, mas null não iria se intrometer, conhecia bem o tipo de homem a sua frente.
Capítulo 7
Quinta-feira, 09 de março de 2017. 5h20min.
O ar quente bateu contra seu pescoço fazendo-a agarrar seus braços em busca de algum ponto para se esquentar. O sol não havia nascido, o vento frio daquela manhã atingiu seu corpo e ela se virou, abraçando-se ao corpo de null que apoiou o queixo em sua testa, ambos estavam cansados e não tinham a coragem de se levantarem.
Foi então que null se lembrou de sua família, que foi o suficiente para abrir os olhos imediatamente se deparando com os músculos marcados de null.
– null! – gritou em desespero sentando na cama. – Você tem que sair daqui, minha família vai chegar e ninguém pode nos pegar aqui! – o jogou a boxer preta que se encontrava perto da cama, observando-o sossegado na cama, como se não se importasse caso os null entrassem pela porta e os pegassem na cama. – null! – gritou seu nome, indignada com a calma dele.
– Calma null... Ninguém vai nos encontrar aqui... Eu te garanto. – virou-se de costas, cobrindo a cabeça com o travesseiro.
– Larga de manha, e levanta daí... – o chacoalhou. – Por favor, null... – implorou para ele se levantar e sair daquela casa enquanto tinham tempo.
– null... A null me mandou uma mensagem, dizendo que não vão voltar hoje... – bocejava e falava ao mesmo tempo.
– Isso não é motivo para você ficar deitado na minha cama! –levantou-se começando a vestir suas roupas íntimas.
– Veja pelo lado bom null, você vai me ter por perto por mais algumas horas. – brincou agora podendo visualizá-la ainda nua.
– Aham, pode tirar o cavalinho da chuva, você vai embora daqui... E agora! – jogou as roupas no rosto dele sem delicadeza.
– Oh! Fica assim toda manhã ou está de TPM? – perguntou ainda deitado e relaxado.
– Se eu estivesse de TPM, acha mesmo que você teria entrado nesse quarto ontem? – seu tom de raiva se alterava cada vez mais. – Sai agora daqui! – não se importava com o estado que o corpo dele se encontrava.
– Obrigue-me! – rebateu com os braços cruzados atrás da cabeça.
– null eu não estou brincando. – engatinhou na cama subindo em cima dele. – O que aconteceu aqui nunca... Está ouvindo? NUNCA vai se repetir! – seu olhar apagado confirmava suas palavras.
– Tem certeza? – não olhava em seus olhos, mas sim para seus seios, sem a menor vergonha.
– Filho da puta! – bateu em sua face, cobrindo seus seios com a camiseta dele.
– Não adianta esconder null. – aproximou-se de seu rosto. – Ainda vou tocar seus peitos novamente, assim como sua tudo em você... – puxou sua camiseta com agressividade, vestindo-a.
null lhe deu as costas começando vestir suas roupas o mais rápido que conseguia. Estava com raiva do que havia deixado acontecer, tinha colocado null dentro de seu próprio quarto, lhe dando total liberdade para tocar em seu corpo. Agora ele iria querer mais e mais a cada olhar que trocarem. O problema era que null gostava de tê-lo contra sua pele, era uma doença e precisava encontrar a cura antes que algo de ruim pudesse ainda acontecer.
Fechou os botões de sua camiseta, já estava preparada para ir até ao trabalho em busca de pistas no hotel de seu tio. Claro, estava com o bandido mais importante atrás de si, mas não tinha coragem de entregá-lo para a polícia e Charlie não acreditaria por ele ter sido dado como morto.
Chocalhou a cabeça para se aliviar dos pensamentos sobre null e Charlie começando ajeitar seus cabelos no espelho de seu guarda-roupa, sentindo no instante seguinte braços fortes envolverem sua cintura apertando a região com força. null apenas virou seu corpo com rapidez empurrando null para trás, querendo distância dele.
– Não ponha a mão em mim! – rosnou entre os dentes.
– Engraçado, ontem você queria que eu colocasse muito mais que minhas mãos e você. – ela lhe estapeou com força, fazendo-o virar o rosto, deixando visíveis as marcas dos dedos.
– Nunca mais me procure. Eu quero você morto, então antes saía da minha vida para isso não acontecer. Deixe a null em paz e suma de Washington! – cuspiu com ódio.
– null, você não vai conseguir...
– Não vou conseguir ficar sem o seu toque? – disparou. – Tem tantos homens em Washington que fariam melhor do que você na cama e tenho certeza que eles me dariam mais prazer. – visualizou-o fechar as mãos em punho, estava nervoso.
– Vai se arrepender por ter dito isso null! – pegou-a pelo pescoço lhe prensando contra a parede. – Não vou voltar mais para sua vida, mas não me procure! – deixou claro.
– Eu te dou a minha palavra que não quero mais te ver na minha vida! – null fechou os olhos com força, lhe lançando em poucos segundos um olhar frio e apagado.
– A vida é sua. – finalizou, saindo do quarto antes jogando o corpo dela na cama com brutalidade, a raiva corria fervente em suas veias e precisava se afastar dela caso quisesse evitar uma loucura.
Chegou à calçada lançando um olhar para o quarto dela, seus olhos null ainda tinham um tom frio e apagado. Não acreditava que havia novamente perdido aquele corpo, null estava entregue a seus braços na noite anterior, mas não compreendia aquela mulher. Ela era a mais difícil que já conheceu... Cedia fácil quando o assunto era sexo, mas depois de tudo, fingia que nada havia acontecido?!
– Você vai ver null... Vou fazer você se viciar ao meu corpo, e não vai conseguir ficar longe por um minuto. – rosnava. – E não vai poder negar. – lançou um último olhar para a janela dela saindo de perto da casa o mais rápido que conseguia.
15h15min.
null socou o saco de boxe a sua frente com fúria. Descontava toda sua raiva naquele objeto todos os dias que saía da delegacia, deixava null em sua casa e se dirigia para a academia porque era um horário vazio. Somente havia alguns lutadores que mantinham a forma para os campeonatos de luta livre, mas não se incomodava em ser a única mulher dali.
Socou novamente com mais força, sentindo o suor se formar em sua testa, limpou as gotas salgadas com sua toalha retornando a socar o saco com mais vontade, pronunciando algumas palavras que a influenciavam.
– Soco... Chute... Soco... Chute... – obedecia a seus comandos. – Vai vê null... Se retornar a minha casa, você vai... – socou, se assustando com uma mão que pousou em seu ombro.
– null... Calma. – não conhecia aquela voz, apenas se virou, se encontrando com olhos null lhe encarando.
– Q-quem é você? – engoliu em seco.
– Sou seu personal trainer. – respondeu colocando uma mecha de cabelo de null atrás da orelha.
– Não preciso de um personal. – retirou as luvas, sentindo-o a impedir.
– Vamos vê o quanto é seu potencial. – seu tom era desafiador. – Vamos lutar um pouco. – revelou colocando suas luvas.
– Não. Eu vou perder. – ele lhe encarou assentindo, mostrando que estava falando sério.
– Vou apenas te treinar. – avisou dando o primeiro golpe.
null revidou repetindo o mesmo movimento. Socava e chutava sem ter dó do homem a sua frente, tentou o derrubar acertando com a perna na região de trás de seus joelhos, mas ele permaneceu intacto, o que tinha a deixado sem entender o que havia dado de errado.
– Como você... – suas costas bateram contra o colchão, com ele por cima com um sorriso nos lábios.
– Desculpa. – pediu se referindo ao contato de seus corpos.
– Não, tudo bem, é apenas uma luta. – sorriu, visualizando-o se levantar e lhe estender a mão direita onde havia uma pulseira preta.
– Obrigada. – foi puxada para cima, grudando seus corpos novamente. – Desculpa. – pediu sorrindo sem jeito.
– Acho que não nos conhecemos.
– Você sabe meu nome. – respondeu amarrando o cabelo com um elástico.
– Prazer, null null. – estendeu a mão.
– null null, como já deve saber. – sorriu simpática, fazendo seus olhares se encontrarem.
Ele era seu personal trainer e não sabia desde que havia se matriculado naquela academia. Tinha que ser sincera... Seus cabelos null tinham um corte diferente dos outros homens, seus olhos null estavam iluminados com um brilho que nunca vira antes, seus músculos eram duros e seu corpo definido daria inveja caso fosse homem. O sorriso era o mesmo que de null, mas o de null continha algo diferente...
– Vai fazer alguma coisa hoje? – perguntou.
– Agora? Não. – disse sorrindo.
– Quer ir até uma lanchonete comer um lanche e depois na sorveteria? – estava a convidando para sair, mesmo não a conhecendo direito, mas um convite seria o suficiente para isso.
– Claro. – respondeu saindo com ele ao seu lado, trocando algumas palavras.
Capítulo 8
20h00min.
null roubou uma batata do prato de null fazendo de tudo para ele não a pegar de volta. Só que ele em resposta lhe fez cócegas, fazendo-a curvar o corpo, tudo por causa de uma simples batata frita.
– Chega! – pediu ainda rindo ajeitando seus cabelos bagunçados.
– Isso... – começou encostando uma batata no nariz dela. – É para você aprender não roubar a comida dos outros. – fingiu um tom bravo, comendo a batata com ketchup.
– Você roubou meu ketchup, não pode dizer nada. – tomou um gole de seu refrigerante encarando a televisão, onde uma novela se iniciava.
– Não se pode desperdiçar comida. – retrucou ao seu lado, levando outra batata até a boca.
null deu um leve tapa em seu bíceps direito, apertando a região com vontade. Era costume fazer aquilo com todos os homens que tinha amizade, apenas null não dava aquele direito.
null lhe ofereceu uma de suas batatas, levando até a boca dela, que aceitou a oferenda sem reclamar. Eles estavam em um restaurante que ficava próximo ao centro de Washington, que estava lotado, mas mesmo assim null e null faziam suas graças parecendo dois amigos de infância que acabaram de se reencontrar.
Quando saíram, as ruas escuras estavam, vazias, nenhum veículo estava em movimento, um deserto e a noite fria apenas ajudava os dois ficarem cada vez mais próximos.
– Nossa... – null soltou, observando a famosa fumaça branca sair de sua boca. – A noite está fria. – sorriu sem jeito, mantendo os braços cruzados na tentativa de se esquentar.
– Eu te esquento. – respondeu retirando sua jaqueta de couro, deixando seus músculos à mostra.
– Obrigada. – agradeceu sem jeito, vestindo a jaqueta dele.
– Quer ir para sua casa? – perguntou com as mãos no bolso da calça.
– Não, não tem ninguém na minha casa. E... Não quero ficar sozinha. – explicou.
– Então... Vem comigo, quero lhe mostrar uma coisa. – segurou na mão dela arrastando-a para a saída da cidade, deixando visível que a levaria para a floresta, mas pra quê?
22h55min.
null adentrou a floresta apertando o casaco contra seu corpo soltando o ar em forma de fumaça branca pela boca, não sabia para qual lado seguiria, mas tinha certeza de uma coisa... Precisava tirar tudo o que guardava em mente.
Já havia fumado, bebido, mas nada tirava o corpo e os gemidos de null null de sua cabeça. Não negava. Queria o corpo dela contra o seu novamente, precisava de seu calor para esquentar sua noite fria, seus lábios macios em seu pescoço, suas mãos explorando seu abdômen, suas unhas arranhando suas costas, seu cheiro, seu suor, seus gritos... Queria tudo naquele exato momento.
Chutou as pedras a sua frente, as visualizando atingir o lago, não tinha olhos para nada em Washington apenas null o tirava daquela cidade onde sofreu em seu passado. Ali fora onde conheceu seu melhor amigo que estudou com ele até o último ano e assim que sua mãe morreu, foi esse o amigo que o ajudou a superar a perda. Aprendeu com ele que se deve deixar o passado para trás e, até aquele dia, null ainda estava salvo das máfias, mas null o enlaçou lhe jogando contra a parede fazendo-o abandonar tudo.
– Tudo por água abaixo... – murmurou jogando uma pedra no lago, fazendo-a quicar por poucos segundos sobre a água. – Você estragou a minha vida null Silva e, às vezes, eu não acredito que... – não tinha forças para considerar o que era daquele homem. – Vou acertar as minhas contas com você... E vou pagar na mesma moeda. – lançou outra pedra, observando a lua cheia no céu.
O ar frio bateu contra seu corpo fazendo-o colocar as mãos no bolso, retomando sua caminhada a caminho do nada. Apoiou a mão sobre uma pedra grande, se sentado na mesma encarando o céu, não adiantaria olhar as estrelas, pois elas não trariam sua vida de volta.
Sua mãe não voltaria, seu pai não o consideraria um filho, sua família estava destruída e nada poderia a juntá-la novamente. Os pedaços se espalharam pelo mundo, não tinha forças para construir uma nova, em meio à máfia tudo iria novamente para os ares. Já era procurado por bandidos há anos, eles eram espertos o suficiente para o atingir no ponto mais fraco. null poderia ser a próxima vítima e não tentaria nada contra isso, se conseguisse sentir o amor novamente, talvez pudesse protegê-la dos perigos, mas era tudo apenas uma atração... Uma atração doentia por seu corpo e toques.
Apoiou o braço no joelho, inspirando devagar o cheiro da liberdade ao seu redor. Sentia-se livre naquele lugar, poderia ser Washington, mas em Okanogan-Wenatchee National Forest, era o melhor lugar para se afastar dos problemas... Isso apenas acontece quando os mesmos não resolvem lhe perseguir...
Levantou-se resolvendo que deveria voltar para a máfia de Silva, assim poderia se deitar em uma cama, mesmo sem a companhia de null, pois precisava dormir. Pisou nas folhas no chão as escutando se romperem. Por sua mente nada mais era real, tudo havia se apagado, fora um apagamento de memória rápido. Bastou apenas ouvir a voz dela...
Virou o olhar para trás, visualizando null e null perto da margem com as mãos enlaçadas rindo do que faziam. A raiva dominou seu ser, e junto com a fúria se tornaram seus amigos naquele momento!
Ela mantinha um sorriso nos lábios, aquele sorriso que null nunca havia recebido, null estava feliz ao lado de outro homem. Teria impedido caso não tivesse presenciado aquele beijo. null acariciava a face de null, enquanto ambos mantinham um contato visual, null não iria se aguentar por muito tempo, tinha que sair de perto deles. null segurou-a pela cintura grudando seus corpos, ela retribuiu enlaçando seu pescoço com os braços, seus narizes se tocaram, trocaram um olhar e deixaram seus lábios se tocarem sentindo o gosto um do outro...
Uma lágrima poderia ter saído de seu olho, mas já estava acostumado com a perda. A dor era grande, mas não tinha o que fazer, havia perdido aquela do qual tinha uma atração física, não amava null, mas apenas queria a companhia dela, o que já era o suficiente.
Saiu daquele lugar seguindo caminho para o lugar onde deixaria tudo a prova. Parou em frente àquela casa, estralando os dedos apenas fechando suas mãos em punho em total raiva. Entraria de algum jeito e nada iria o impedir do contrário!
Sexta-feira, 10 de março de 2017. 2h00min.
null estacionou sua Ferrari em frente à casa de null, já eram duas da manhã, eles haviam perdido a noção do tempo. null retirou o cinto retirando o casaco dele de seu corpo, abriu a porta do carro beijando a bochecha do rapaz, como bem fazia com todos, pois era seu jeito de dizer o “adeus”.
– Boa noite. – ele ditou, segurando seu braço antes que ela pudesse sair. – Te vejo amanhã?
– Na academia às oito da noite. – respondeu sorrindo sem mostrar os dentes, selando seus lábios com os dele.
null acariciou sua bochecha retribuindo aos lábios dela, suas línguas traçavam uma batalha calma, mas agressiva. Tentou puxá-la para mais perto, mas ela separou seus lábios já sabendo o que ele pretendia fazer dentro daquele carro, mas não queria transar com ele dentro de uma Ferrari. Não tão cedo.
– Não... – disse sem jeito. – Ainda não nos conhecemos direito, e eu acho que é melhor...
– Shh... – pousou o dedo sobre seus lábios. – Não precisa se explicar, eu entendo os seus motivos de não querer. – acariciou seu queixo.
– Só não estou pronta. – respondeu rápido saindo de perto dele o mais rápido que conseguiu, entrando correndo em sua casa.
Fechou a porta, encostando as costas na mesma tocando seus lábios com os dedos. Quase não conhecia null null, mas ele já estava mexendo consigo. Ele era divertido e bonito, não negava, nunca tinha conhecido um homem como ele que gostava de brincadeiras. null comparado a ele era muito rígido, não gostava tanto de brincar com coisas sérias, porque só queria sexo e nada a mais.
Deixou um sorriso se alargar, null seria o homem certo para lhe fazer esquecer que null existia, poderiam continuar a sair, assim os flashes de null se apagaria mais rápido, o que já estava tentando colocar em prática antes dele retornar a sua vida.
Capítulo 9
3h00min.
null já dormia com um sorriso nos lábios, pensava na hipótese de se envolver com null null, ele poderia fazer com que null desistisse de si e finalmente saísse de Washington. Com uma mão debaixo do travesseiro e o corpo virado de costas para a porta, sonhava com o beijo que recebeu de null, sorria com as cenas que circulavam sua mente, e estava começando a se convencer de que estava se deixando gostar daquele homem.
(...) null lavou as mãos na pia encarando seu reflexo no espelho, estava dentro do banheiro de null, se preparando para entrar em seu quarto. Havia planejado tudo, null estava com a família na casa de Milty onde naquele momento acontecia uma reunião com policiais, do qual null não precisou comparecer e ele iria aproveitar aquela ausência para fazer null entender a quem ela pertencia.
Abriu a porta encontrando a mulher já deitada na cama, fazia uma hora que ela havia se deitado era tempo o suficiente para conseguir dormir. Fechou a porta devagar se aproximando da cama encarando as costas dela quase nuas, parecia vestir apenas um sutiã e uma calcinha.
Agarrou a barra de sua camiseta por trás, tirando-a de seu corpo, o único jeito de fazê-la se render era ficando com o mínimo de roupa possível, retirou os tênis, abrindo os botões de sua calça jeans, ficando apenas com sua boxer branca. Retirou o edredom de cima do corpo dela mordendo os lábios com força, assim que observou a calcinha vermelha de renda que ela usava, aquela cor lhe excitava antes mesmo de sentir o toque de uma mulher em seu corpo.
Tocou o ombro descoberto dela beijando sua nuca suavemente, fazendo-a se arrepiar dos pés a cabeça. Um som estranho escapou dos lábios dela, parecia estar sonhando, null afastou a alça do sutiã também vermelho distribuindo beijos molhados por toda a extensão de pele que chegava ao alcance de seus lábios.
Levou seus dedos até fecho do sutiã os abrindo devagar fazendo-a se remexer enquanto ele retirava aquela peça de seu corpo, soltando palavras desconexas.
– Diga agora... – sussurrou em seu ouvido, mordendo de leve o lóbulo de sua orelha. – Diga o nome daquele que te beija... – levou a mão até a cintura, apertando a pele com força, puxando quando conseguia. – Diga o nome de quem está lhe tocando, te beijando, te apertando... – parou de se gabar quando ouviu o nome que saiu da boca dela.
– null... null null... – null soltou de um jeito sonolento, estava sonhando com ele.
– null null? – não era um nome estranho.
– null... – gemeu virando o corpo de barriga pra cima, deixando null encarar sua face em dúvida. – Oh... – emitiu tocando as mãos de null, começando subir por seus braços até seus ombros, apertando a região com vontade. – Esse cheiro... – era o perfume.
– Ah não... – null emitiu tentando se livrar de suas mãos, mas ela o segurou lhe fazendo ficar intacto.
– null?! – gritou, havia acordado.
null empurrou o corpo dele para trás com força levantando seu tronco cobrindo seus seios com o edredom, sua face nutria a expressão confusa e raivosa, o que ele fazia ali? Havia o mandado se afastar, mas pelo jeito ele não obedecia a suas ordens, o que já estava mais que claro!
– Sai daqui agora! – ordenou encolhendo seu corpo.
– Depois do que ouvi acho melhor mesmo. – respondeu rude saindo da cama, começando vestir sua camiseta.
null o visualizou pegar a calça jeans do chão vestindo-a sem pronunciar uma palavra. Estava sentindo algo diferente em seu interior, era como se ele pudesse lhe dar o que queria, e poderia sem dúvida alguma...
– null... – o chamou suspirando. – Tire a roupa. – ele havia acabado de abotoar os botões da calça.
– Não sou o null! – rosnou ainda de costas.
– Não precisa ser... Você é melhor sendo o meu null. – pronunciou levantando-se e colando atrás do corpo dele, explorando seu abdômen por debaixo da camiseta.
– Seu? – se afastou. – Agora eu sou seu, não é null? – estava com raiva e a encarava com ódio puro. – Acha que sou uma espécie de cachorro que pode ficar trocando a cada dia? Apesar de que até os cães tem sentimentos, o que é uma coisa que falta em mim... Por isso se aproveita! – ditou.
– Cachorro? null não me desobedece a igual a você! – comparou.
– null nutre o amor, agora olhe para mim e me responda... Existe amor daqui? – indicou seu corpo.
– N-não. – foi difícil responder.
– Viu?
– Mas isso não é questão de amor e sim de desejo. – compreendeu se aproximando dele, agarrando a barra de sua camiseta.
– Não vou ser seu brinquedo sexual, que você usa e depois joga fora. – segurou seus pulsos que agora tentavam levantar sua camisa.
– Obedeça as minhas ordens e nunca será jogado no lixo. – seu tom prazeroso o fazia se rebaixar.
– Não... – null o interrompeu tirando de uma vez sua camiseta, beijando seu peitoral. – Sai null! – ele a empurrou fazendo-a cair sentada na cama.
– Sei o que veio fazer aqui. – levantou-se andando até ele. – E não vai sair até fazer o quer. – segurou seus ombros beijando e chupando o pescoço dele, fazendo-o revirar os olhos.
– null... Deixa-me ir... – pediu, mas ela já estava ajoelhada retirando sua calça jeans.
– Não, você vai ficar aqui, bem quietinho. – empurrou seu corpo para a cama, retirando sua boxer branca.
null se ajoelhou na frente dele lhe lançando um olhar prazeroso. Envolveu o membro com a mão, lambendo de cima para baixo, ouvindo-o soltar palavras desconexas pela boca, lambeu a glande, mordendo-a de leve. Estava disposta a fazer de tudo para fazê-lo ceder, jogaria os piores jogos, null sabia o tipo de homem com qual estava lidando, ele poderia não nutrir sentimentos, mas o queria como era, poderia ser frio ela não se importava.
Abocanhou fazendo movimentos lentos com sua língua chegando a usar os dentes para torturá-lo, e o resultado era exatamente o que esperava. Sugou a ereção com vontade, recebendo a mão dele atrás de sua cabeça a estimulando a continuar.
Apertou suas coxas definidas, cravando suas unhas na mesma. O sugou novamente, fazendo-o atingir o ponto máximo em questão de minutos, mas ela não parou e continuou seu agrado sem se importar com o que invadia sua boca.
– null... – gemeu seu nome, puxando a cabeça dela para trás. – Tudo bem? – perguntou, visualizando o líquido branco do lado da boca dela.
– Como nunca. – respondeu lambendo seus lábios de um jeito provocante.
3h15min.
null recebeu o tapa forte contra o rosto, sabia que foi contra as regras de seu pai, mas não tinha conseguido evitar, não contava com a pessoa de null null. Ela era linda, qualquer homem diria o mesmo, e foi difícil se segurar, não podia fazer nada se ela era encantadora.
– Não acredito que tenho um filho assim! – o homem mais velho estapeou novamente o rosto do filho. – Você me da nojo! – mais um tapa.
– Jack! – a mulher entrou na frente do filho. – Chega, ele não sabia o que estava fazendo. – ditou abraçando o rosto do filho, acariciando seus cabelos.
– Ele beijou null null! – gritou com raiva. – Anna... Seu filho, null null, ou mais conhecido como o futuro herdeiro da máfia null, desobedeceu a minhas ordens! – disse entre os dentes.
– Ele é só um menino. – rebateu continuando acariciar os cabelos do filho.
– Você o mima! – gritou. – Tento ensinar o caminho certo, mas você o tira de seu destino!
– Que destino? Ficar vendendo armas, drogas e fugindo da polícia? – gritou, estava alterada.
– Mãe... É melhor ficar... – o rapaz tentou sentindo seu rosto latejar.
– null! – ela chamou sua atenção. – Você não merece esse destino, merece algo melhor... Jack não acha que seu filho poderia ter uma vida normal?
– Normal como? Um amor, um casamento, filhos? – questionou com raiva.
– Talvez null não tenha nada a ver com o acidente com seu irmão. – já havia mudado de assunto.
– O pai dela matou o meu irmão, e nada mais justo que fazer o mesmo com a filha dele! – bradou.
– Pense como se fosse o seu filho... – Anna tentou.
– Eu nunca deixaria alguém encostar um dedo ao meu null! Não sou tão imbecil de deixarem fazer mal ao meu filho. – pousou a mão na testa, sentando-o no sofá.
– null... – apoiou a mão no ombro do filho. – Me deixa sozinha com o seu pai. – pediu e ele apenas obedeceu a suas ordens sem reclamar. – Jack. – sentou-se ao seu lado. – Você não vai conseguir atingir null com a morte de null, podem ser pai e filha, mas ambos estão separados e ele parece não se importar com ela.
– Ele vai matar o nosso filho se não fazemos nada contra. – escondeu o rosto nas mãos.
– O filho dele vai fazer isso, mas nosso filho não o conhece. Eles são iguais, farinha do mesmo saco... – massageava as costas do marido.
– O filho do Silva é pior que tudo, ele mata sem pensar, sabia? Hoje talvez já esteja morto pela polícia, mas o pai está vivo, e não vou deixá-lo encostar um dedo no meu null! – derramou uma lágrima.
– Calma, os null são fortes, podemos derrubar a máfia dos Silva. – deu apoio, o abraçando forte.
Casas rivais, pais rivais... Todos herdeiros de um mesmo objetivo, por dia milhares de drogas e armas são vendidas pela fronteira fazendo assim dinheiro, aquilo que os possuía. Silva e null, dois sobrenomes fortes que brigam por um lugar e uma morte do passado, e seus filhos podem matar um ao outro, mas tudo depende de seus destinos...
Capítulo 10
20h00min.
null adentrou a academia, jogando sua bolsa no chão, passaria um bom tempo naquele lugar, estava com raiva de seu dia de trabalho. Charlie havia dito que ela teria de trabalhar com Jackson por alguns meses até tudo na delegacia se acertar, e ela odiou. null era cobiçado por seus olhos, ele tinha ciúmes porque o cachorro não o escolheu em seus primeiros dias de vida e o ódio era recíproco.
Tentou de tudo para não deixar aquilo acontecer, mas o que fez não foi o suficiente. Havia discutido com seu capitão sobre a união, mas ele se recursou a separar ambos, null não sabia da novidade e null jurava que quando o visse em sua frente, a reação do cachorro seria de medo, já que tinha sofrido na mão de Jackson no passado sombrio de sua vida.
null sentou-se ao sofá de couro, abrindo sua bolsa, estava em busca de sua garrafa de água e celular, se fosse treinar precisava de música e líquido.
– null! – null corria em sua direção sem a camiseta com uma toalha branca no pescoço.
– Nossa... Já treinou? – limpou seu suor com a toalha.
– Estava apenas correndo na esteira. – ajeitou sua toalha no pescoço.
– Ah... Vou começar agora, acabei de chegar. – explicou.
– É bom que esteja aqui, assim posso te apresentar um amigo que reencontrei ontem de noite. Ele disse que soube sobre o roubo no hotel do seu tio e precisava trocar algumas palavras. – sentou-se no sofá bebendo sua água.
– Vou pra esteira, qualquer coisa me chama. – sorriu simpática seguindo caminho para o equipamento.
null ligou a esteira com seus devidos dados começando sua caminhada sem sair do lugar. Pensava em como seria seus dias dali pra frente com Jackson ao seu alcance, e como esconderia dele que o odiava? Afinal estava se preocupando muito com seus problemas, Jackson não precisava saber sobre seu ódio contínuo, null seria novamente disputado pelos dois só isso.
Colocou a toalha úmida no pescoço, se dirigindo para a área de boxer onde descontaria a raiva que sentia de Charlie no momento, abriu as portas de correr, se deparando com dois pares de ombros largos nus. Um pertencia a null devido seu uniforme onde seu nome e sobrenome estava escritos, o que serviu para facilitar sua identificação. Já o outro, foi aquele que a pegou desprevenida, os arranhões vermelhos pareciam peculiares e foi o que lhe chamou a atenção.
– null! – null deixou de socar o saco, puxando-a para perto.
– Hã... Esse é seu amigo? – apontou para o homem ao seu lado, que até o momento não tinha lhe dirigido o olhar.
– Quero que conheça null null, estudamos juntos o Ensino Médio e o Fundamental. – explicou fazendo-a levantou uma sobrancelha em surpresa recebendo o olhar de null em si.
– null me falou muito de você. – ele conseguia disfarças sem gaguejar.
– Imagino. – respondeu sem jeito, ah não tudo menos aquilo!
– O que é isso no seu pescoço? – disparou o mesmo.
– Meu pescoço? – null tocou a região.
– Tem... – null se pronunciou. – Um chupão no seu pescoço. – apontou para o mesmo.
– Uhh, alguém aqui teve uma noite selvagem! – null zombou rindo com a companhia de null.
– E acho que esse precisa de uma coleira, está muito agressivo! – null adentrou a brincadeira.
– E veja bem... – null tocou o queixo dela deixando a marca mais visível. – As marcas dos dentes também foram deixadas. – null o fuzilou, era ele o dono daquelas marcas, deveria estar envergonhado e não rindo!
– E o que você tem a ver com isso? – bateu em seu braço com força, mordendo os lábios.
– Wow, ela é bravinha! – provocou. – Encontrou uma garota nervosa, acho bom tratá-la direitinho. – lançou um olhar brincalhão para o amigo.
– Você fala com se já tivesse tentado domá-la, tem certeza que essa marca não é sua? – disparou o lançando um olhar duvidoso, null e null engoliram em secos ao mesmo tempo, ambos não esperavam.
– Bem... – null iria se explicar, mas null foi mais rápido batendo em seu ombro rindo alto.
– Eu estou brincando, sei que não teria potencial para dar conta desse corpo. – indicou null da cabeça aos pés.
– Acha mesmo? Se quiser podemos competir e apostar qual dos dois a faz gozar mais rápido. – sugeriu e null ficou indignada.
– Muito obrigado pela oferta dos dois, mas não vamos cometer um ménage. – null interferiu.
– Só digo que você gostaria da sensação de estar algemada em uma cama, enquanto o “papai” aqui te beija, te morde, te chupa, junto com o amiguinho dele aqui é claro. – bateu de leve no ombro de null.
– Vão ficar sonhando com o dia que deixarei os dois fazerem isso! – bradou ficando nervosa com eles.
– Podemos fazer isso agora, tem uma sala de luta livre ali, onde o tatame é macio e os donos já usaram. O que acha de ceder a mim e null? – null provocou fazendo um estrondo invadir a sala.
– Wow! – null exclamou visualizando null segurando o lado atingido.
null havia acertado um tapa em sua face, era o primeiro, nada comparado ao que null já estava acostumado. null tinha procurado pelo tapa, ele realmente não sabia o tipo de mulher com quem estava lidando, e se caso quisesse levá-la para a cama um dia, teria como obrigação conhecer quem era sua parceira em primeiro lugar.
– Nossa... Essa doeu. – gemeu esfregando a região latente.
– E esse é só o primeiro de muitos que virão. – null sabia o que falava, afinal já estava acostumado.
– Aprenda a medir suas palavras antes de pronunciá-las null null! – null ditou entre os dentes.
– Foi apenas uma provocação. – explicou. – Nossa... Acho que depois dessa...
– Oh... Desculpa tá doendo, tá? – ela fingiu pena e null segurou o riso.
– Ainda tem potencial para levantar peso? – null quis saber.
– E deixar você me vencer? – abriu um sorriso. – Nem que a null me acertasse com quinhentos tapas! – brincou empolgado, já em seu estado normal.
– Vamos ver quem levanta mais peso. – null exclamou partindo junto com null entre risos, batendo ambos uns no outro com a toalha.
null os observou, deixando um sorriso se alargar com a criancice dele. Não iria prestar ter os dois como amigos ao seu lado, já estava envolvida em muitos problemas, agora teria de aguentar null e null juntos, o inferno só poderia estar começando e podia jurar que dali alguns meses irá poder dizer que a guerra também estava declarada!
– Amigos?! – pronunciou socando o saco a sua frente.
Capítulo 11
21h15min.
Reunião em família, simplesmente era horrível ficar sentada a mesa ouvindo todas as lamentações dos familiares quando se está com a cabeça cheia de problemas. Em primeiro lugar: era que teria da aturar a figura de Jackson por alguns meses, até que Charlie diga o contrário; segundo lugar: null seria disputado por ambos e isso poderia resultar um grave acidente que seria a separação entre null e ele; terceiro: null continuava jogando em sua cara o quanto já era adulta o suficiente para não precisar de sua ajudar em seus problemas pessoais, como no sexo; e em quarto lugar e o pior de todos: null e null são amigos de longo período e eles estavam apenas com o interesse de tocarem em seu corpo.
Até o momento não acreditava que os dois se davam bem, achava que quando null a ouviu chamando-o de null ele tomaria medidas que poderiam resultar na morte de null, mas havia se enganado e ao invés disso os dois resolveram se tornar “amiguinhos” do passado e agora juntos iriam fazer da vida de null o inferno!
null remexeu novamente o arroz com o garfo, não estava com fome naquela noite, mas precisava se alimentar caso quisesse ter energia para aguentar Jackson, null e null no próximo dia em sua cola.
– O que houve null? Mal tocou na comida. – sua mãe perguntou.
– Não estou com muita fome hoje. – respondeu largando o garfo no prato com a cara de poucos amigos, ah se pudesse compartilhar seus problemas com sua mãe já estava ótimo.
– Isso se chama falta de um namorado. – null retrucou parecendo ser a dona da razão.
– Cale a boca! – gritou sendo grossa para a irmã.
– null, null não precisa de ninguém para fazê-la feliz, já tem todo o que precisa nessa casa. – Karev se intrometeu.
– Tudo bem pai, mas sabemos o quanto ela ficou chateada quando soube que o pai é um mafioso, afinal ninguém gostaria de ter um pai como esse e tals. – null disse para irritar a irmã.
– Acho que vou me deitar mais cedo hoje. – levantou-se da mesa, não gostava quando o assunto era sobre seu pai.
– null fique mais um pouco. – Meredith insistiu.
– Não... Estou muito cansada. – respondeu se virando.
– null. – sua mãe lhe chamou. – Vai querer ir hoje à casa do tio Milty?
– Não, tenho coisas importantes para resolver...
– Importantes como o que? Se trancar no quarto e fazer sexo com um homem qualquer? – null teria rebatido se não tivesse com a cabeça ocupada com seus problemas.
– null! – Meredith repreendeu a caçula.
– Boa noite para vocês. – null desejou, já não aguentando mais.
null pisou o primeiro degrau da escada, finalmente havia conseguido se livrar de sua família, agora só lhe restava dormir em sua cama macia e grande. Mas a campainha escolheu aquele exato momento para tocar, null congelou com a mão no corrimão, era ele... Não queria mais vê-lo naquele dia, mas seu destino era mesmo traiçoeiro.
– null abre a porta. – sua mãe gritou da cozinha.
– Deve ter sido um engano, quem bate às nove horas da noite na porta? – tentou se livrar da tarefa.
– O Silva ficou de comparecer hoje! – foi a vez de null.
– É null. – pronunciou baixo para que sua família não escutasse. – Silva, null Silva, prefiro null. – abriu a porta, se deparando com um null de terno e gravata, do jeito que ela menos queria. – É um jantar, e não um velório. – indagou sendo puxada pela cintura, fazendo ambos ficarem com os corpos grudados.
– Não vim assim pelo jantar, você vai me despir e fiquei com vontade de ser o seu cachorro. – apertou as nádegas dela com vontade.
– null... – gemeu seu nome, sentindo a mão dele já penetrar sua calcinha. – Não vai ter nada hoje. – disse tirando a mão dele de sua intimidade.
– Como não? – questionou com a sobrancelha erguida.
– É difícil explicar e... Vai ser arriscado, minha família está em dúvida entre ficar na casa do meu tio ou não. – explicou sem animo.
– Mas você disse...
– Esquece o que eu disse. – afastou seus corpos a tempo de sua mãe não presenciar nada.
– null! – disse com um sorriso. – Entre, null não lhe... – foi interrompida por null.
Tudo simplesmente ficou em câmera lenta, o corpo de null foi jogado contra o chão e null avançou rosnando com os dentes arregalados, estava dominado pela raiva!
– null faça alguma coisa! – sua mãe gritou desesperada correndo para dentro da casa.
– null larga! – o puxou pela coleira, enquanto null puxava sua roupa, mas o cachorro não queria soltar o tecido. – Solta null! – gritava o puxando com cada vez mais força. – null... – apenas o barulho da roupa cedendo invadiu a varanda.
– Isso... Acabou com o meu terno! – exclamou null tocando o buraco no terno.
– Foi só um arranhão. – null puxou o cão pela coleira, afastando ambos.
– O que houve? – null surgiu se jogando no chão, segurando o rosto de null.
– O null perdeu o controle. – sua irmã respondeu.
– Não o alimenta? – null gritou acariciando e beijando o rosto de null, o que só serviu para null se corroer de ciúmes.
– Vai se fude! – respondeu adentrando a casa. – Vem null! – gritou subindo as escadas.
Abriu a porta do quarto com fúria, null adentrou o mesmo pulando na cama se deitando como de costume, abaixando a cabeça com um olhar arrependido sabia que tinha feito errado. null bateu a porta com força encostando as costas na mesma, suspirou forte com os olhos fechados, estava com ciúmes de null, era estranho admitir, mas agora xingava sua irmã de todos os nomes possíveis no mundo.
– Vadia! – estava com raiva não só pelo fato de null ter beijado null, mas sim por ela ter se referido que null não alimentava null.
Abriu os olhos encarando o cachorro a sua frente com a cabeça baixa e os olhos arrependidos, ele sabia quando fazia coisas erradas, não tinha feito por mal. Para ele null era um inimigo de raça, apenas queria proteger null dele.
– null... – chamou, se aproximando. – Sei que não fez por mal. – acariciou sua cabeça.
Ele permaneceu imóvel, sabia que ela estava com raiva, mas não compreendia que era de null. null deitou na cama, abraçando ao cachorro beijando-o, ele não entendia seus motivos para odiar null, mas também não sabia o que acontecia entre ela e null de noite.
Fechou os olhos deixando uma lágrima cair, era a raiva saindo de seu corpo. null tinha o dom de fazê-la relaxar em apenas um toque, eles eram unidos, amigos e se tratavam como verdadeiros irmãos de sangue.
A porta do quarto foi aberta, ela rangeu fazendo null abrir os olhos se deparando com a figura de seu padrasto lhe lançando um olhar normal, ele iria dizer alguma coisa a respeito da visita na casa de Milty.
– null estamos indo, vai nos acompanhar? – quebrou o silêncio.
– Como está o null? – disparou sem pensar
– Está bem, sua mãe está cuidando dos ferimentos dele. – explicou fazendo-a se aliviar.
– Respondendo a sua pergunta... – respirou fundo. – Hoje não vai dar novamente pai, tenho que acordar cedo de manhã, e Charlie está contando comigo para uma investigação importante. – mentia e falava a verdade ao mesmo tempo.
– Ah... Tudo bem então... – passou as mãos pelo cabelo. – Desça que sua mãe quer lhe dizer uma coisa. – comunicou saindo.
null afundou a cabeça no colchão, não queria descer e ter que encarar os olhos null de null cheios de luxúria e prazer, mas não tinha outra escolha, a não ser aceitar o seu destino. Levantou-se seguindo para o corredor com a companhia de null, não se importava caso ele atacasse null novamente, null poderia o defender já que o "amava" tanto como dizia.
Adentrou antes de chegar às escadas o banheiro, precisava lavar as mãos que haviam ficado um pouco sujas com o sangue de null. Ligou a torneira deixando a água levar aquele líquido vermelho para longe, fechou a mesma, sentindo algo atrás de si que a fez imediatamente morder os lábios sabendo de quem se tratava, ele estava ali, bem mesmo antes dela entrar.
– Prometo que serei rápido. – se esfregou contra ela, começando abaixar o short preto que ela vestia.
– Tem certeza? – questionou, se virando para ele.
– Absoluta, ninguém vai ouvir você gritando meu nome. – sorriu pervertido, invadindo a calcinha dela com seus dedos, do qual ela não pensou em impedir.
– Talvez no quarto seja melhor, não acha? – pousou o dedo indicador nos lábios dele. – Afinal, eles já estão de saída. – comunicou.
– Não, aqui é bem melhor... – levantou o corpo dela, sentando-a na pia.
– null... Não! – penetrou com dois dedos sem ela estar pronta.
null agarrou os ombros largos mordendo com força os lábios, ele havia aplicado força, fazendo movimentos lentos que ganharam velocidade com o resultado que ela emitia pela boca em seu ouvido, estava a ponto de gritar seu nome, apenas não fez por causa da família no andar debaixo.
– null... Eu preciso sair, minha mãe precisa falar comigo. – comunicou fazendo-o investir com força.
– Shh... Calma... – pediu aplicando força, querendo fazê-la gozar.
– Eu preciso ir... É sério. – segurou o pulso dele. – Vai para o meu quarto, o null talvez esteja lá ou não, mas ele já compreendeu o que não deve fazer.
– Se ele me atacar novamente, eu juro que vou fazer você sofrer tanto, que no dia seguinte não poderá andar. – ditou entre os dentes, lambendo seus dedos.
– É uma promessa? – mordeu os lábios.
– Talvez. – respondeu, selando seus lábios com os dela.
Sábado, 11 de março de 2017. 3h28min.
null enlaçou seus dedos nos cabelos suados de null que dormia com a cabeça encostada entre seus seios, ele estava cansado e esgotado. Segundo o mesmo, havia tido um dia difícil, foi obrigado a matar um inocente na frente da família, sem ter motivos, null Silva era o mandante. null não sabia sobre os planos de seu pai e null se recusava a contar, não queria deixá-la como mais problema já bastava à convivência com ele e null.
null estava deitado no sofá do quarto recuperando suas energias, se recusava a ficar longe de null quando o assunto era a sua proteção com null. Ele parecia um anjo protetor, onde ela fosse ele iria estar ao seu lado, até a morte os separar por obrigação própria. null havia o deixado dormir em seu quarto naquela noite, porque a casa estava vazia, caso contrário seu destino seria o sofá da sala até a hora de null dar o fora dali, o que seria apenas no período do amanhecer.
Mexeu seu corpo devagar, se posicionando em uma posição confortável, seu sono havia partido assim como seus problemas. Pensava em null em todos os momentos que tinha um tempo livre como aquele, eles não haviam se falado até o momento, o que é bem justo, depois do tapa que recebeu de null, qual é? Ele provocou e recebeu a recompensa máxima.
Mas não se orgulhava pelo ato, queria poder pedir desculpas de um jeito mais carinhoso a ele, mas não tinha imaginação para planejar nada. Pensava em um beijo na bochecha ou um carinho, não fazia ideia de como era um pedido de desculpas para um tapa que deveria ter evitado. Já havia assistido alguns filmes que transmitiam cenas sobre a situação, mas sempre era a mulher que pedia as "desculpas" e isso facilitou um pouquinho, mas não ajudou assim que descobriu o que elas recebiam em troca de um "aceito suas desculpas"... Elas pediam e os homens respondiam começando com uma simples provocação falando que não aceitaria e depois partem para o ataque, beijam a companheira carinhosamente e as jogam no primeiro objeto macio que encontram as despindo, depois acordam esgotados e satisfeitos após uma noite de sexo selvagem, se relacionando normalmente com o decorrer dos dias.
E esse era o problema, já se sentia desconfortável transando com null em sua casa, agora com null seria pior. Com null era fácil já que ele apenas queria sexo e nada mais em troca – era isso que ela achava –, mas já null iria levar como algo a mais, ele não compreendia os sentidos de null null, e entenderia tudo errado.
Pensava na hipótese de deixar tudo normalmente, mas não queria ficar de braços cruzados de frente para null o tempo todo, pois eles tinham acabado de se conhecerem, tinham se beijado duas vezes, mas não significava nada sério. null nem poderia sonhar com aqueles beijos, temia com a reação dele, já que era um homem com ligamento reto a um revólver, o melhor era ocultar as novidades.
Suspirou forte, continuando seu cafuné do jeito que null gostava, acariciava e puxava de leve. Nunca foi de fazer cafuné em homem, mas naquele caso havia aberto uma exceção já que ele havia passado por um dia pesado e difícil.
Encarou o relógio, se surpreendendo com as horas, três e meia da madrugada estava cedo para sua família voltar, mas quanto antes melhor.
– null... – sussurrou em seu ouvido. – null... – chamou novamente rindo. – Por favor, acorda. – o chacoalhou de leve, fazendo-o se despreguiçar, abrindo os olhos devagar.
– O que quer? Espero que seja importante... – bocejou.
– Você precisa ir, já são três e meia da madrugada e minha família pode chegar a qualquer momento. – explicou calma.
– Você se preocupa demais. – respondeu virando-se de costas para ela retornando a fechar os olhos.
– É sério... – se jogou em cima dele, passando as mãos por toda extensão de pele que encontrava. – Vai embora. – pediu beijando o rosto dele em diversas áreas.
– Não. – respondeu com um sorriso ainda de olhos fechados.
– null! – reclamou puxando a orelha dele de leve com os dentes. – Eu vou te morder. – avisou, ameaçando com os dentes o lóbulo de sua orelha.
– Morde. – ela obedeceu mordendo com força o lóbulo de sua orelha, fazendo-o apertar os olhos, a dor era grande, mas queria aguentar.
null desceu os lábios, mordendo sua bochecha, seguindo para o pescoço onde abocanhou com força... null jogou seu corpo para cima do dela, lhe encarando com um olhar brincalhão, estava manso.
null mordeu sua corrente de prata a puxando com força, fazendo-o se aproximar conforme queria. Parecia uma coleira, caso não fosse o fato de ele ter de usar por obrigação, apenas para se diferenciar das outras máfias, null o colocaria uma guia e o domaria igual fez meses atrás em New York.
– Meu cachorro. – sussurrou ainda com a corrente na boca.
– Au-au. – emitiu o som.
– null finja que não está ouvindo isso! – null uivou alto, fazendo-a rir. – Uma aberração para os cães. – brincou, ouvindo-o latir e emitir choros caninos. – Oh... Que coisa linda, cães choram. – acariciou seus cabelos como um agrado.
– Não conheceu direito esse cachorro, ele pode fazer mais que isso. – disse com malícia.
– Cães não falam null. – bateu em seu ombro, fazendo-o emitir novamente um choro canino, apoiando a cabeça sobre os seios dela novamente, recebendo um carinho na mesma.
13h15min.
null desceu da viatura sem a companhia de null, era o dia de tomar um banho no canil da delegacia, e sua alegria por isso se tornava enorme, até ao ponto de ele mesmo adentrar o local sem null por perto.
null empurrou a porta, deu um leve aceno de cabeça para as pessoas que ali estavam se dirigindo para os fundos do local. Abriu uma porta do lado direito do corredor, visualizado Emily e sua labradora, elas estavam recebendo um dia de comida de graça, isso pela mascote ter conseguido prender seu primeiro bandido depois de vários treinos pesados.
– E aí Emily? – null adentrou a sala, se jogando no sofá.
– Muito feliz! Sasha conseguiu sua primeira vitória! – disse fazendo carinho na cadela.
– null vem aqui. – chamou batendo no sofá.
– Sasha ainda não é como o null, mas ninguém o supera! – exclamou.
– O pai dele era melhor, segundo Charlie ele entrava em meio aos incêndios e resgatava vidas sem se importar com a sua. – explicou.
– null nunca presenciou um incêndio, para falar a verdade.
– E também acho que ele não entraria, está muito velho. – brincou acariciando a cabeça do cachorro.
– Velho? null ele tem apenas dois anos, e você o chama de velho?
– Ele já passou também por muitas coisas, drogas, perseguições, aeroportos, ônibus e tiros. – ditou se lembrando dos momentos.
– O tiro foi o pior... Você estava longe e ele aqui. – Emily não sabia, mas acabou trazendo aquela lembrança horrível à tona.
– Não quero me lembrar disso. – disse se sentindo péssima.
A sala ficou em silêncio assim que Emily e Sasha foram para as ruas em busca de mais um bandido. null acariciava o pelo de null, que já dormia com a cabeça apoiada sobre sua perna, enquanto que em sua mente várias coisas desconexas se passavam, null null era seu principal pensamento.
Tinha de resolver aquilo de uma vez por todas, mas como? Sabia que caso pedisse apenas "desculpas" ele não aceitaria, homens eram complicados quando o assunto era aceitar desculpas de uma mulher, eles sempre queriam algo a mais, principalmente os próximos. Mas estava decidida pedir desculpa apenas isso, e se caso ele não aceitasse? Aí teria de partir para o seu plano B, aquele do qual preferia não pensar... Ou simplesmente daria um chute no traseiro grande de null e tchau, porque se aquele homem tinha alguma coisa grande, se não mais de uma, era a bunda!
Capítulo 12
Segunda-feira, 13 de março de 2017. 21h00min.
null desceu o barranco escorregadio, perdendo o equilíbrio e caindo na lama. Os latidos de null mais a frente lhe ajudaram a se levantar, continuando sua corrida para capturar aquele bandido que havia matado funcionários e roubando o banco central.
Estava no aeroporto checando as bagagens dos passageiros, até Charlie lhe comunicar, mandando-a ir em direção da floresta. null a seguia por todo o caminho haviam passado por lama, água, árvores, todos os tipos de obstáculos e agora seguiam rota oeste.
– Lado oeste... Sim eu o localizei... Certo não vou perdê-lo de vista. – ditou em seu comunicador. – Câmbio e desligo. – concluiu suas informações.
Estavam em uma perseguição, null estava na frente e ela o seguia, com um revólver carregado em mãos. Havia recebido a denúncia através de Charlie, agora estava ali atrás de um homem que carregava um saco em mãos, que seria supostamente o dinheiro roubado do banco.
– null vem aqui. – chamou, precisava falar algumas palavras antes de continuarem, abaixou-se no matagal. – Tome cuidado... – encostou sua testa na cabeça dele, o segurando pela coleira. – Não importa o que aconteça... Você sempre vai estar aqui. – indicou o coração. – Agora vai, vou estar na sua cola. – empurrou o corpo dele o incentivando, começando correr a caminho de uma casa abandonada.
null observou a casa empoeirada e cheia de matos em volta que representava um ar sombrio, null nunca vira algo parecido antes, mas teve a oportunidade de estar viva para presenciar um momento como aquele. Engoliu em seco, não queria entrar porque estava com medo do que poderia encontrar, a morte poderia estar lhe aguardando na porta, mas seu trabalho dependia daquilo.
– Vai null! – ordenou correu em direção da casa chutando e derrubando a porta velha e quebrada.
21h10min.
null desceu de seu carro com o objetivo de adentrar a máfia de Silva e se jogar na cama, estava morrendo de cansaço. Não aguentava mais seu próprio corpo, havia roubado e fugido da polícia, cachorros morderam suas roupas e pernas, conseguia sentir os dentes deles ainda cravados em sua pele, tinha chutado, xingado e até machucado em apenas um dia.
Empurrou a porta de seu quarto, fechando-a por dentro, queria paz e uma boa noite de sono. null não poderia saber que estava ali, caso contrário faria da sua noite o verdadeiro inferno. Tirou sua camiseta suada e suja do corpo, visualizando os arranhões em frente ao espelho, os galhos da floresta o rasgaram fundo e o sangue ainda escorria, era pouco, mas sujava sua roupa.
– Eu vou matar você... – uma voz pronunciou dentro do quarto, era estranha, mas familiar. – Futuro papai!
– Papai? – perguntou mais para si, virando seu olhar para trás.
Tentou enxergar através da escuridão, mas já era tarde... Algo duro lhe atingiu um pouco a cima da nuca, a dor era imensa, fazendo sua respiração ofegar, seus olhos se fecharam e seu corpo ceder. O barulho dele se chocando contra o chão se expandiu no quarto, gemia, e estava fora de si, estava perdendo a consciência.
– Ajudem-me a carregá-lo! – a mesma voz feminina surgiu.
null mexeu sua mão tentando se levantar para reagir contra, mas a mesma foi esmagada pelo sapato da mulher. Fechou os olhos assim que pareceu ter ouvido os ossos de sua mão se partindo, e isso fora o suficiente para observar a mulher em questão se abaixando ao seu lado com um objeto de prata em mãos, que ele identificou como uma arma. O cano gelado foi posicionado contra sua testa, ele engoliu em seco e fechou os olhos, abaixando a cabeça cedendo a tudo, pois sabia que não sentiria mais nada em poucos segundos...
– Não null... – pronunciou rindo. – Ainda estou em dúvida entre atirar ou não nesse seu rostinho tão bonito. – levantou a cabeça dele com ajuda do cano da arma. – Uma cicatriz, uau, ficou mais sexy assim, sabia? – o encarou nos olhos, mas ele desviou. – Olhe para mim quando eu falo com você! – gritou.
– Por que voltou? Já não bastou ter matado a minha irmã? – questionou entre os dentes.
– Ah, não é uma pergunta do qual posso responder com apenas um "sim" ou "não"... Requer pensamento. – explicou.
– Fabiana não tinha nada a ver com a minha vida... Ele tinha uma família, e estava grávida! – gritou.
– Grávida? Pelo que recebi é null null que está grávida. – levantou-se andando em volta do corpo dele. – Vai ser papai null, se quiser posso ser a madrinha. – pegou o metal com um de seus aliados.
– null null... – null tentou responder, mas foi acertado novamente no mesmo local, o que o fez apagar.
– Isso null, a null null a sua irmã. Engravidou a própria irmã deveria ter vergonha por isso... Fabiana não está morta, está vivinha em Londres, enquanto não faz ideia do que o irmão dela de sangue está aprontado em Washington... Engravidando a própria irmã! – jogou o objeto de metal em um lugar qualquer no quarto. – Vai se arrepender por ter engravidado a minha prima ao invés de mim... Vai pagar caro por isso null, muito caro! – chutou o corpo dele, verificando se estava mesmo apagado. – Podem levar, o coloque no caminhão e vamos atrás do outro. Vou acabar com os dois homens mais próximos que null null tem em sua vida! – presenciou seus aliados carregando o corpo de null do quarto, deixou um sorriso se alargar assim que visualizou o sangue na cabeça do mesmo.
– Holly! Localizaram null null. – um dos homens mantinha um celular em mãos.
– E onde ele está? – saiu do quarto correndo pelos corredores, Silva não poderia desconfiar de nada.
– Na academia "Teens Fighter".
– Vamos pra lá agora! – saíram da máfia se dirigindo para trás do caminhão, onde observou o corpo de null deitado em um colchão branco.
Holly sorriu ao ver ele novamente em sua vida, era o homem do qual sempre sonhou. Tinha um corpo esculpido pelos deuses, os cabelos em um estilo sexy, os olhos null quentes, um abdômen definido e uma fúria que ela gostava. Sonhava em tê-lo em seus braços desde os dezoito anos, quando teve sua primeira relação sexual com ele, não se envergonhava em ter perdido a virgindade com um homem de vinte e dois anos, ele era mais velho e daí? Não se importava, era o homem que desejava e tinha raiva de sua prima por esse motivo, null o tinha em sua cama, era apenas preciso estralar os dedos.
21h25min.
null chutou a próxima porta adentrando o lugar, mirando seu revólver para todos os lados que observava com os olhos com ajuda da lua cheia. Ela precisava encontrar aquele homem antes do amanhecer. Foi quando ouviu os latidos de null surgirem no corredor, correu imediatamente para o local o mais rápido que conseguiu, ele havia encontrado algo.
null subiu as escadas parecendo desesperado, tinha algo no andar de cima. O seguiu visualizando o local a cima surgir, continha móvel e parecia tudo limpo, alguém estava morando ali.
– null! – chamou pelo parceiro, seu tom demonstrava medo puro.
Madeiras caíram do teto, um calafrio percorreu seu ser, estava se sentindo como na última noite em New York. Morcegos surgiram das madeiras em sua direção, gritou e abaixou o corpo, ouvindo passos em sua direção. Levantou-se com rapidez observando todos os objetos que demonstravam desconfiança.
Deixou o grito escapar de sua garganta assim que algo duro se chocou contra suas costas, derrubando-a. Bateram em sua nuca fazendo-a ficar impossível de se levantar ou falar.
– Coloquem fogo na casa! – o homem em questão jogou o objeto de madeira no chão correndo para o corredor.
null deixou uma lágrima escapar de seu olho esquerdo acabaria assim então? Morta queimada em uma mansão abandonado afastada de toda Washington?
Prendeu sua atenção na porta, que daria ligamento ao corredor, assim que a sombra de null pulando em cima de um dos homens apareceu no chão, pelo menos ele ainda estava com ela. Sorriu ouvindo seus rosnados, null estava forte, mas não pode muito tempo, a porta se fechou e foi trancada por fora. Toda esperança que null ainda tinha foi jogada pela janela assim observou null arranhar a madeira na tentativa de abrir, mas era inútil eram dois contra um.
– null... – null esticou o braço, gritando por conta de suas costas que reclamavam.
null andou até ela lambendo seu rosto na tentativa de mantê-la acordada, ela não poderia dormir e se caso o fizesse poderia nunca mais acordar. Ele sabia que precisava tirá-la dali, mas como? Ele era um cachorro e não um humano!
Andou para trás dela, puxando seu colete na tentativa de levantá-la, mas a pancada nas costas que recebeu a impedia de levantar. Chorou em protesto latindo e puxou novamente rosnando para fazê-la acordar, ela havia fechado os olhos, o que só o fez ficar mais apavorado.
Cutucou-a com a pata, latindo em seguida. Nada, ela não respondia. Voltou para sua posição inicial, lambendo o rosto dela e latindo como um desesperado, mas nada parecia adiantar, ela não acordava.
Só lhe restava uma opção... Sentou-se ao lado dela, começando uivar em busca de ajuda, alguém precisava ouvir, faria de tudo para conseguir salvar a vida daquela que lhe deu uma segunda chance na polícia. Não conseguindo nada em resposta, abaixou seu corpo, se colocando embaixo do braço dela, queria ficar próximo, se acomodou e lambeu o queixo dela, encostando a cabeça ao lado da dela, com as orelhas baixas, esperaria até o fim...
– null... – levantou as orelhas, encarando a face dela. – Vai buscar por ajuda... O-o Charlie é o único que pode ajudar... Ou se salva... Vai null... Por favor... Sa-salva a sua vida... – murmurou com um tom fraco, apagando novamente.
O cachorro abaixou novamente a cabeça, havia entendido seu recado, mas o que poderia fazer? A porta estava trancada. Ele então fechou os olhos tentando raciocinar em sua mente canina, tinha que haver alguma opção... Foi aí que um ponto fundo em sua consciência lhe atingiu, só lhe restava aquilo para salvar a vida de null.
Levantou-se lambendo pela última vez o rosto dela, se fosse para fazer o que faria tinha de dar um último beijo em sua parceira. Afastou-se dela chegando perto da varanda, observou a lua brilhando forte no céu, virou seu corpo observando null ainda imóvel no chão. Voltou-se para a varanda novamente, observando a altura, não era muito alto e para sua sorte uma pilha de folhas estava bem abaixo, curvou o corpo pulando sem medo, não teria medo era a vida de sua amiga que estava em jogo.
Correu sem olhar para trás, precisava ser rápido em sua busca atrás de Charlie ou até mesmo null poderia ajudar.
– Ei, o cachorro escapou! – um dos homens apontou o animal correndo em direção da floresta.
– Não importa, a garota está dentro da casa. – o outro respondeu acendendo o fósforo jogando contra a gasolina que espalharam.
– Vai! – correram para o caminhão, o trabalho estava concluído.
null pulou dentro do lago nadando o mais rápido que conseguia, chegou à margem continuando sua corrida contra o tempo, iria primeiro atrás daquele que tinha mais força. null.
21h40min.
null fechou a porta de seu armário, retirou sua camiseta a jogando dentro de sua mala, tinha treinado pesado com o boxe, agora só pensava em voltar para sua casa e dormir. Socou o armário encostando a cabeça no mesmo, queria tirá-la da cabeça, mas não conseguia, null null havia conseguido possui-lo até o último fio de cabelo. Fechou os olhos engolindo sua saliva, tinha raiva de si mesmo por não conseguir obedecer às ordens de seu pai.
– Olha... Acho que achamos o boy número dois! – a voz de Holly invadiu o vestuário da academia.
null abriu os olhos, observando tudo ao seu redor, não conhecia aquela voz, mas algo cheirava a "coisas ruins".
– null null, acertei? – uma luz branca acendeu em sua direção, quase o cegando.
– O próprio. – respondeu com o braço na frente dos olhos. – O que é você? – gritou.
– Hum... Até que a minha prima sabe escolher homens. – null então recebeu um braço em seu pescoço e um pano branco contra o nariz.
Agarrou o braço que parecia ser masculino, tentando retirar o pano de seu rosto, mas era inútil, já havia respirado o suficiente para a substância adentrar seu organismo e cérebro. Suas pálpebras foram ficando pesadas, se fechando em questões de segundos, não tinha mais como se defender. De que adiantava tantos músculos agora?
– Para o caminhão! – ordenou Holly, sendo estas as últimas palavras que ele ouviu.
21h50min.
null invadiu a estrada onde carros circulavam em alta velocidade, já havia estado ali. Parou seus movimentos quase sendo atropelado por uma van escolar, os faróis altos atrapalhavam seus olhos, mas o cheiro em suas narinas eram o que lhe ajudavam.
Correu mais além do que podia, aquele cheiro só podia ser dele... Havia o encontrado, mas como o mandaria atrás de null depois de tudo, talvez fosse fácil, já que null e ele tinham uma convivência bastante próxima. Pulou sobre os lixos chegando a um caminhão onde a porta lateral estava aberta, aspirou mais o cheiro confirmando, era mesmo dele. null null.
Correu em direção da porta, pulando para dentro do caminhão onde encontrou o corpo dele de lado em cima de um colchão. Aproximou-se cheirando suas roupas, o cutucou com a pata e latiu tentando acordá-lo, mas não conseguia. Cheirou o sangue em sua nuca, concluindo por estar ainda fresco. Lambeu o rosto dele, ainda estava vivo, mas adormecido.
A iluminação de uma luz branca invadiu o caminhão, null virou seu campo de visão para a grande porta que descia. Podendo ouvir vozes se aproximando, deu alguns passos para frente, já com os dentes a mostra e com o rosnado a altura certa, sendo nesse exato momento que uma figura familiar apareceu em seu campo de visão, Holly?
– null? – ela se surpreendeu apontando um revólver na direção do cachorro. – Como nos encontrou? E onde está null null?
Ele poderia ser um cachorro, mas sabia quando uma pessoa havia se tornado outra, aquela não era a Holly que conhecia. Permaneceu em sua posição, começando correr na direção dela, pulou contra seu corpo apenas para derrubá-la, tomou sua arma com a boca, pegando caminho para a delegacia, Charlie agora era o único na lista!
Capítulo 13
22h15min.
null corria sem destino pelas estradas, a chuva caía molhando todo o seu ser, não se importava com a água, precisava encontrar ajuda antes que fosse tarde.
– Olhem... O null! – um grupo de adolescentes gritou indicando o cachorro.
Ele lhes lançou um olhar normal, pulando sobre um carro para observar melhor, isso o ajudou a localizar a viatura de Charlie enroscada em um trânsito. O homem mantinha uma expressão impaciente e socava o volante com raiva junto à Emily.
O sinal verde se abriu fazendo os carros andarem, Charlie ligou a sirene saindo em alta velocidade entre os outros carros. null pulou do teto do carro em que estava começando correr atrás da viatura, não chegaria a tempo se continuasse daquele jeito.
Pulou sobre uma pilha de lixeiras correndo o mais rápido que conseguia. Para sua sorte Charlie olhou o retrovisor e o identificou, virou bruscamente para a esquerda fazendo os pneus cantarem. Desceu correndo com Emily ao seu alcance junto a Jackson e Jessye, que estavam em outra viatura.
– null? Cadê a null? – Charlie se abaixou a sua frente.
null girou, choramingando e latindo. Não entendiam seu recado, eram humanos. Mas era espeto o suficiente para saber o que era preciso fazer, olhou para trás recomeçando sua corrida sem olhar para trás, Charlie entenderia.
– O que ele quer dizer? – Jessye perguntou.
– Ele quer que a gente o siga. Acho que a null está em perigo... – respondeu mirando null que parou mais a frente e latia para eles. – Vamos! – levantou-se rapidamente adentrando a viatura, seguiria null até o inferno se fosse preciso.
22h35min.
null adentrou a floresta com os policiais na sua cola. Charlie na frente enquanto Jessye, Emily e Jackson se localizavam mais atrás por proteção. O capitão pisou no barranco molhado acabando escorregando, caiu de joelhos, mas não se machucou. Ainda na lama o sapato de null estava marcado, Charlie a tocou, ainda estava fresca.
– Estamos pertos! – gritou, ouvindo null latir mais a frente.
Guardou seu revólver no colete assim que presenciou a figura da casa ainda em chamas, o fogo já dominava grande parte do local. Chamou reforços através do comunicador, esperando seus aliados que estavam mais atrás.
– É aqui null? – questionou para o cachorro que estava inquieto mais a frente.
– Eu não vou entra aí, não vou ser útil para vocês. – Emily disse, tinha pavor de chamas.
– Jackson, você ajuda? – o capitão quis saber, visualizando-o assentir. – As duas fiquem aqui, se o reforço chegar vocês os orientam para cá. – explicou. – null me leve até a null. – mandou.
null correu em direção da porta da frente adentrando o local sem medo. Desviou-se das chamas, subindo as escadas sem a companhia dos dois, queria se garantir do corpo de null.
– null calma! – Charlie pediu subindo a escada com Jackson a sua cola.
No andar de cima, null abriu os olhos com dificuldade conseguindo escutar os latidos de null que vinham atrás da porta trancada, não demorou muito e o som de chutes invadiram seus tímpanos, a porta foi arrombada, null visualizou a sombra de null caminhar até si, sorriu esticando o braço, ele o lambeu como se quisesse dizer que tudo iria ficar bem. Charlie chegou ao cômodo, visualizou a cena dos dois mais a frente aproximando-se com rapidez, precisava ser rápido o teto iria ceder a qualquer momento, tocou a face dela dando alguns tapas de leve, precisava mantê-la acordada.
– Fique acordada. – pediu, passando os braços por debaixo do corpo dela.
Pegou-a no colo saindo do local o mais rápido que conseguiu. Saíram a tempo, minutos depois de pisaram na terra o teto cedeu levando quase toda a casa para baixo.
Terça-feira, 14 de março de 2017. 8h30min.
Puxou o ar com força, o cheiro de hospital invadiu suas narinas, odiava aquele aroma lembrava-se do dia em que acordou um ano atrás em um quarto como aquele. Moveu seus dedos da mão direita onde agulhas se encontravam implantadas, abriu os olhos devagar sentindo uma leve dor em sua cabeça, tocou a região ouvindo uma voz masculina ao seu lado.
– Fico feliz que já tenha acordado. – null fechou os olhos com a mão apoiada sobre a testa, odiava aquele homem!
– O que faz aqui? – perguntou.
– Charlie me mandou, afinal ele sabe o quanto você me ama. – usou sarcasmo cruzando os braços, ajeitando seu corpo no banco.
– Antônio... Se for pra você ficar aqui, por favor, cale a boca. – pediu abrindo os olhos.
Ele suspirou forte, também odiava null null. Haviam construído aquele ódio desde a infância quando os dois brincavam em uma caixa de areia, até brigarem por um caminhãozinho de terra.
Antônio era um homem agora, tinha vinte e seis anos, eram três anos de diferença. Ele tinha os cabelos negros, os olhos castanhos escuros quase pretos, um corpo definido e bem cuidado, músculos duros, um ego enorme e uma paciência que daria inveja a qualquer pessoa.
null virou seu olhar para o lado observando o ser ao seu lado, não negava, o achava atraente. null era melhor e ambos tinham uma coisa em comum: seus egos a flor da pele.
– Por que me odeia tanto? – ele disparou sem motivo.
– Por que quer saber? – respondeu com outra pergunta.
– É uma pergunta que eu nunca perguntaria a nenhuma outra mulher... Mas você...
– Você me maltratou na infância. – respondeu sem ânimo.
– E-eu... Eu não te maltratei, nunca te tratei mal. – estava um pouco sem controle se levantando do banco.
– Antônio... Entenda uma coisa, só uma coisa, nunca vamos ser amigos, nem essa vida e muito menos na outra. – deixou claro.
– Eu não te entendo sabia? – curvou o corpo em cima do dela, começando um contato visual. – Não é a mesma garota que eu odiava na adolescência.
– Antônio... – apoiou a mão em seu peitoral querendo distância.
– Por favor, me escuta. – pediu. – Sente isso? – pegou na mão dela pousando-a contra seu peito. – Isso... É prova o suficiente para você? Sente agora?
– Antônio... E-eu... – pedia distância levantando o corpo se encontrando sentada na cama.
– Por favor, null... Eu juro que mudo, não vou ser mais aquele homem frio que você conheceu anos atrás. – segurou seu queixo.
– Não... – desviou seu olhar.
– Olha pra mim... – ela obedeceu. – Eu te amo sabia? – selou seus lábios por impulso.
null fechou os olhos, pousando a mão no rosto dele retribuindo ao beijo. Não o amava igual ele havia revelado, mas sentia uma atração forte, gostava dele lá no fundo, mas seu ódio falava mais alto. E esse ódio era o suficiente para não lhe permitir amar, guardava episódios ruins sobre aquele homem, episódios que preferia não se lembrar.
– Não! – separou seus lábios empurrando seu corpo.
Ele engoliu em seco lhe lançando um olhar confuso, não acreditava que depois de anos ela havia permitido que ele selasse seus lábios. Esperou dias e noites por aquele momento, mas pela maneira que ela os separou, não passaria daquilo.
– Sai daqui! – gritou. – Sai daqui agora Antônio, eu não quero nunca mais te ver na minha vida! – agarrou um copo de vidro que estava ao lado da cama lançando em sua direção.
– Calma... O médico disse que você deve... – encostou suas costas na porta pedindo calma com as mãos.
– Sai daqui seu verme! – gritou novamente o interrompendo entre os dentes jogando outro objeto em sua direção.
Antônio saiu do quarto assim que o outro copo de vidro se chocou contra a porta. Ela estava alterada e era culpa sua, se sentia culpado por tudo, caso acontecesse alguma alteração nos exames não saberia como lidar com a situação, a culpa seria totalmente dele.
Capítulo 14
23h20min.
null mexeu suas mãos sentindo as cordas, apertadas, cortando a pele de seus pulsos. Estava preso em uma cadeira, com mãos, pernas e tronco amarrados, dificultando sua movimentação. A cicatriz em seu olho ardia, sua cabeça por enquanto não doía, sua boca estava seca e sua respiração falhava. Estava quase na beira da morte!
– null... null... – chamavam seu nome atrás de si, mas não estava com postura para conversas. – null... null... – era insistente.
Sabendo que ele não iria desistir, apenas inspirou fundo levantando a cabeça, soltando o ar pela boca. Queria paz, mas aquele homem não lhe daria paz.
– O que foi? – perguntou sentindo sua garganta reclamar estava muito seca.
– O-onde estamos? – quis saber ele parecia melhor que si.
– Acha mesmo que se eu não soubesse, não já teria dado o fora daqui? – respondeu rude, sabia que tinha alguém lhes vigiando.
– Diga-me que tem um plano para escapar. – parecia implorar.
– Caso eu tivesse, já teria colocado em prática null. – respondeu fazendo-o se calar.
Estralou seu pescoço em busca de alívio, o jeito era permanecer quieto em busca de alguma ideia que pudesse penetrar sua cabeça. null null estava em sua mente, queria estar ao lado dela recebendo seu carinho. Daria de tudo para receber um cafuné, ela sabia como agradar quando o assunto era carinho, sempre recebia o melhor dela, mas nunca gostara tanto do carinho de uma mulher em seu corpo, mas tinha a chance de perdê-la, afinal eles eram irmãos.
Agora estava ali preso a uma cadeira pela própria prima de null. Tudo por uma crise de ciúmes!
Eles haviam dormido juntos anos atrás, não tinha significado nada, ela era uma prostituta qualquer e ele seu cliente. Tinha apenas tirado sua virgindade, ela implorou por isso, não queria mais ser virgem aos dezoito anos, era cedo, mas ela pediu.
null era diferente de Holly, ela o aceitava em sua cama sem o interesse em seu dinheiro, null o queria de corpo, não se importava por isso, ele também a desejava.
Apertou as mãos puxando as cordas com força tentando rompê-las, mas eram grossas o suficiente para não conseguir, precisava escapar dali o mais rápido possível. Queria ter null em seus braços novamente, queria a morder, beijar, lamber... Sua ânsia em ir para cama com ela só aumentava em todos os minutos que permanecia naquela sala escutando null rezando atrás de si, pedindo piedade a Deus, como se ele fosse ajudar.
– Ah... Eu mereço... – olhou para cima.
– Por favor, senhor... Se me tirar desse lugar prometo nunca mais fazer travessuras. – prometia de olhos fechados. – Pai nosso que estais no céu santificado seja o vosso nome... – começou suas orações.
– Eu mereço... – abaixou sua cabeça com violência, apertando os olhos, queria ficar surdo naquele momento.
Capítulo 15
Quarta-feira, 15 de março de 2017. 17h50min.
null suspirou forte novamente, já havia perdido as contas de quantas horas estava ali preso, não se alimentava, não presenciava a luz solar quanto menos a luar, não bebia, não tinha direito a nada. Pingos de água caiam sobre si, o telhado estava furado e a chuva do lado de fora não dava tréguas.
– null. null... – null o chamava novamente. – Tenho um plano para podermos escapar.
– Jura? E qual seria null? – perguntou grosso estralando o pescoço.
– Primeiro precisamos nos livrar dessas cordas. Depois podemos passar por aquela janela. – apontou com o queixo para a janela.
– Eu não passo ali. – comunicou sentindo algo pontudo em suas mãos. – Calma... Acho que posso tira a gente daqui. – virou o olhar para trás, mordendo os lábios. – null... – chamou após mexer a perna esquerda diversas vezes. – O que tem nas minhas calças? – teria rindo da cara de espanto que ele fez, mas não tinha tempo. – O que tem? – tentava visualizar sobre o ombro, mas não conseguia identificar o objeto em seu bolso.
– Um mini canivete. – respondeu sem jeito.
– Serve. – disse mexendo a perna.
– Tenta não... – iria avisar, mas a cagada já estava feita.
Por descuido a única arma que tinham para escapar havia caído no chão. null suspirou mordendo os lábios, agora tudo estava nas mãos de null null.
– null... – puxou as mãos tentando afrouxar as cordas. – Estica o máximo que conseguir da sua perna, e joga o canivete para mim. – ditou.
– E como eu vou fazer isso? – questionou, não fazia ideia do que teria de fazer.
– Siga as minhas ordens. – respondeu. – Estica a perna e arrasta o canivete o mais próximo de você, agora se vira.
null fez o que ele pediu. Com o tênis puxou a lâmina mais próximo e permaneceu com ela embaixo do sapato, temia em saber como null a pegaria, mas não tinha outra escolha.
– Joga na minha boca. – era o que não esperava.
– Vai se machucar com isso.
– Joga na minha boca logo, não seja frouxo null! – ignorou o comentário dele entre os dentes.
null engoliu em seco. null não estava com paciência e parecia até um desesperado. E o problema é que estava, estava desesperado para estar dentro de null.
null jogou o objeto na ponta de seu tênis o equilibrando, lançou um olhar para null pedindo sua confirmação e ele assentiu. Mordeu os lábios, pegando a mira certa, lançou sem medo, se null havia mandado o jeito seria obedecer.
null acompanhou o arremesso com os olhos, se remexeu na cadeira jogando a cabeça para o lado com a boca aberta, fechou os olhos com força, não se arriscaria em ficar cego. O gosto metálico logo atingiu seu paladar, a lâmina havia cortado sua língua e lábios, mas não importava, iria estar livre em poucos minutos.
Virou sua cabeça para trás, segurando o objeto com seus dentes brancos agora sujos de sangue e mirou o canivete o agarrando com os dedos, cuspiu o sangue que já invadia sua garganta sobre a madeira mofada, odiava sangue.
– Um pouco para esquerda. – recebia orientações sem necessidade de null, e por incrível que parecia as seguia. – Não à sua esquerda. – mudou a posição da lâmina a colocando finalmente contra as cordas grossas, mordendo a língua, estava quase lá...
– Não vou fazer nada com ele. – a voz de Holly invadiu a sala escura. – Vamos fazer o seguinte... Quero cinquenta mil dólares em troca do seu filho. – null aproveitou a oportunidade para guardar o único objeto que poderia lhes tirar daquele lugar. – Escuta null Silva, o seu filho null null está em minhas mãos e se caso quiser vê-lo novamente eu sugiro que diga a hora e o local do nosso encontro para trocar a mercadoria.
null null não valia tanto dinheiro como ela insinuava, seu preço máximo era de dois mil dólares e null não pagaria aquela quantia para ver seu filho de volta. Poderia ser seu pai, mas não o amava com um, eram divididos, o único motivo para ainda estarem juntos era a máfia que o sobrenome Silva tomava todo o território.
Um estrondo se expandiu pela sala, fora um tapa. null fechou os olhos respirando fundo, ele fora a vítima de Holly. A dor em seu rosto era forte o que lhe fez se lembrar de null, nunca a queria tanto ao seu lado, se sentia um inútil, um imbecil por não conseguir se defender.
– Isso que acabou de ouvir null foi o som daquilo que seu filho vai receber a cada cinco minutos da vida dele. – deixou o telefone no viva voz.
– E o que pretende? Matá-lo com tapas? – a voz de null era calma.
– Ele não vai te atender! – null cuspiu entre os dentes.
– Cale a boca! – Holly ordenou lhe dando outro tapa.
– Ei que tal você ter mais respeito com ele?! – null gritou em defesa de null.
– E que tal o playboyzinho ficar de biquinho calado? – ela foi até o rapaz e o segurou pelas laterais do rosto com uma única mão.
null conseguiu se esquivar do aperto, ele não deixaria barato.
– null é melhor você... – null disse sem olhar para os dois.
– Não null! Eu não vou deixar uma mulher tratar a mim e a você desse jeito, ainda mais quando eu não fiz nada para ela. EU NEM TE CONHEÇO GAROTA! – gritou sem medo das consequências.
– null! – null deu uma de pai, realmente null não tinha nada a ver com Holly, se ela tinha algo para acertar com alguém, esse alguém é nada mais nada menos que o próprio null. – Holly deixe-o em paz! – ordenou e a mulher riu.
– Deixar ele em paz? null, null, não estou mais te conhecendo, o que houve? Resolveu bancar o bonzinho agora? – ela guardou o celular no bolso, sinal que null havia desligado, null rolou os olhos, claro que ele não estava nem aí pra ele.
– null não tem nada a ver com tudo isso, ele sequer conhece você, se há uma pessoa que você tem de acertar as contas, essa pessoa sou eu! – null o encarou em espanto e Holly sorriu maléfico.
– Não, não... – ela começou e voltou encarar null, de repente o pegou pelo maxilar fazendo questão de forçar suas unhas na pele dele. – É null, certo? Então null, e null, eu posso não conhecer esse marombadinho aqui, mas acho que eu e vocês conhecemos null null e se tem algo que eu quero é acabar com ela, porque ela acabou com a minha vida. – null se soltou do aperto novamente, começando encarar Holly com seu pior olhar, um olhar de assassino.
null soltou um risinho em deboche.
– A null não tem nada a ver com isso, e sabe por quê? – Holly direcionou o olhar para ele. – Porque quem te deixou para trás foi eu, fui eu que te deu um pé na bunda. – cuspiu sem medo.
A sala se fez em um pequeno silêncio, até null rompê-lo totalmente confuso.
– E onde eu entro nisso tudo? Se um de vocês quiser me explicar, eu juro que agradeço muito porque estou mais perdido que abelha em flor de plástico. – null e Holly continuaram se encarando profundamente, null no caso queria cortar aquelas cordas e colocar Holly amarrada na cadeira enquanto ele voltava para os braços de null, a sua null.
– Onde você entra nisso tudo? Ok... Você, null, é um dos homens que null tem nas palmas das mãos assim como esse ser que está completamente inofensivo, – apontou null. – Por isso você está aqui, porque eu vou acabar com os dois homens mais próximos que minha prima tem assim como ela o tomou de mim! – apontou novamente null que rolou os olhos.
– Cara eu não tenho culpa que o null te deu um pé na bunda. – Holly fez ele se calar em segundos quando o acertou um tapa ardido.
– Você não vai conseguir nada com isso, e sabe por quê? Porque mesmo você me matando a única mulher que eu penso é a null, você morreu para mim faz muito, muito tempo! – null cuspiu não sabendo se o que disse era verdade ou só falou para provocá-la.
– Isso é o que vamos ver. – então ela deixou a sala fazendo questão de acariciar a cabeça de null.
null abaixou a cabeça absorvendo todo aquele momento, mordia os lábios em raiva, queria poder levantar-se e descontar tudo em Holly pouco se importando se ela era mulher ou não.
– Essa mulher é maluca, sério null eu nunca entendi seu gosto para mulheres. – null disse.
– É... Eu também não.
23h00min.
null acariciou o corpo de null ao seu lado, estava finalmente em sua casa, ficaria afastada da polícia por tempo indeterminado por ordens médicas até as pouquíssimas queimaduras estarem completamente curadas. Sem armas, sem investigações, sem bandidos, sem nada, até null havia ganhando um desconto, por ter salvado sua vida.
Ajeitou seu corpo na cama, teria de dormir um pouco, e a noite quase já caia.
– Vem null. – chamou fazendo-o encostar o corpo ao seu.
Encostou a cabeça no travesseiro, suspirando fundo, logo fechando os olhos, suas pálpebras estavam pesadas...
Por isso correu, estava cercada pelo trio que mais temia na vida. Os três matavam, julgavam, massacravam, lutavam, alimentavam um lado obscuro e tinham um ponto em comum: desejavam a mesma mulher.
Corria deles, não os queria em sua vida, mas não conseguia evitá-los. null era o seu preferido, ele dava tudo do bom e do melhor. null era apenas seu amigo, mas se ela pedisse ele poderia dar mais que isso. Já Rigaty daria o mundo se pedisse, se o seu amor fosse verdadeiro.
O local em que estava era escuro, enormes prédios cercava ao seu redor, água da chuva descia pelo asfalto em que corria e o cheiro forte lhe dava enjoo. Virou sua visão para trás observado duas sombras correndo em sua direção, arriscava em deduzir ambos como null e Rigaty, mas e o terceiro?
Virou sua visão para frente e parou seus movimentos com rapidez, recuando com alguns passos. null na frente, Rigaty do lado esquerdo e null do direito, contudo os três mantinham um olhar sedutor e malicioso.
– null null. – os três sussurram juntos.
Não lhe deram tempo... No instante seguinte já estava deitada contra uma cama grande. null no meio, o mesmo sugava seu seio esquerdo, null sua barriga e Rigaty sua coxa. Lambidas eram distribuídas junto a mordidas.
null agarrou os ombros de Rigaty assim que sentiu a língua quente de null contra sua intimidade, seus gemidos foram ouvidos pelo quarto. Definiria sua situação sendo uma simples presa com dois betas e um alfa acima de si: Rigaty e null eram os betas tinham acesso apenas de sua cintura pra cima e pernas, enquanto null, o alfa, poderia fazer o que bem entendesse, tinha total liberdade a tudo.
null subiu novamente sobre seu corpo lhe penetrando sem aviso enquanto mordiscava seu pescoço e orelha. Arranhou suas costas com força, enquanto as entocadas ganhavam força. Gritou seu nome com vontade, se agarrando aos ombros dele mordendo o local, fechando os olhos.
– Abra os olhos. – null levantou o corpo sentando ela em seu colo. – Abra. – pediu acariciando sua bochecha.
null segurou sua mão beijando-a, aquele não era ele. Antes de encarar seus olhos null, visualizou a sua volta, só havia os dois no quarto.
– Cadê o null e o Rigaty? – perguntou grudando suas testas.
– Só tem eu e você aqui. – respondeu fazendo-a se deitar em seu colo.
– Senti sua falta... – disse sem jeito recebendo a mão dele em sua cabeça.
– Eu também... E tenho uma coisa pra dizer... – ele fixou seu olhar nela.
null se abaixou ao seu lado beijando sua orelha e pescoço. Não era ele, e null sabia.
– Acho que te amo. – sussurrou contra o ouvido dela.
null se sentou na cama em espanto, passou as mãos pelo rosto em desespero. Havia sonhado com null lhe amando, por isso não era ele. Aquele homem não amava nem a si mesmo.
– Calma null... Foi só um pesadelo. – disse para si mesmo soltando o ar pela boca.
Quinta-feira, 16 e março de 2017. 00h15min.
null observou a sua volta, ninguém estava presente, era a hora certa para colocar seu plano em ação. Virou com dificuldade o campo de visão para trás colocando o canivete contra as cordas grossas. Mexeu uma das mãos com dificuldade cortando com facilidade já que a lâmina estava do jeito que ele queria, bem afiada. Inclinou-se para frente cortando as cordas em suas pernas.
Levantou-se correndo até null se abaixando atrás dele, cortou as cordas com rapidez, seguindo para as outras. Guardou o objeto em seu bolso, correndo junto com null para a porta, nada poderia dar errado agora. Saíram da sala em silêncio começando correrem pelo corredor estreito da casa, precisavam localizar a saída. Ambos pensavam iguais, queriam apenas sair daquele lugar com vida, mas sempre tinha de ter algo para estragar tudo.
Aliados armados saíram de apenas uma sala correndo atrás dos dois, não os deixariam escapar, aquilo não estava nos planos.
Um dos homens atrás de si preparou sua arma mirando nos dois. Destravou a mesma atirando sem pensar. A bala atingiu um dos dois em cheio, pegou logo na veia implantando o sonífero. O homem cedeu contra o chão retirando a agulha de seu pescoço jogando-a no chão, logo apagando.
– Pensou que poderia escapar? – Holly surgiu no corredor. – O levem para a sala novamente e o amarrem mais forte. – ordenou rindo enquanto visualizava seus homens levando o corpo do outro homem.
Capítulo 16
Sexta-feira, 17 de março de 2017. 6h20min.
null desceu as escadas devagar por causa de sua perna, mas teria de fazer aquele esforço, afinal sua família teve de fazer uma viagem urgente para Los Angeles por causa de sua avó que foi internada com urgência devida sua saúde que se encontrava estável, e também porque precisava fazer algo para comer.
– null pega o café. – pediu fazendo-o abrir a porta do armário.
Tinha sorte de ter um cachorro com aquela inteligência, null era bastante útil em momentos como aquele. Tudo o que pedia ele compreendia graças às brincadeiras que tiveram quando ele era apenas um filhote.
Abaixou-se sentindo as dores em sua coxa direita, mordeu os lábios pegando com rapidez o primeiro recipiente de alumínio que servia para esquentar água a sua frente. Faria café do jeito que havia aprendido com seu avô quando tinha dez anos, não usava a máquina eletrônica.
Ligou o fogão colocando a água para ferver no fogo máximo, pegou a garrafa de café a lavando, agarrou uma colher e o pote de açúcar colocando tudo em cima da mesa. null colocou o saco de café sobre a pia, partindo para pegar seu potinho de ração, era esperto o suficiente ao ponto de saber como pedir comida.
O cheiro de café invadiu a cozinha, estava quase pronto para ser servido. null pegou uma xícara branca e as torradas na torradeira junto da manteiga, aquela seria sua primeira refeição do dia.
Sentou-se a mesa vazia com null sentado ao seu lado, ligou a televisão em cima do armário no jornal principal, já que não estava na polícia precisava como básico se manter informada do que ocorria do lado de fora de sua casa. Bebeu um gole de seu café, mordeu sua torrada enquanto matinha sua atenção presa no televisor, null apoiou um pata sobre sua coxa, implorava por um pedaço de torrada com manteiga.
null lhe lançou um sorriso, dividindo a torrada com ele. Por isso amava tanto aquele cachorro ao ponto de nenhum homem chegar a seus pés, ele sabia das coisas, era como uma pessoa só faltava falar o inglês. null poderia ser comparado a qualquer outro cachorro de sua raça, mas nada tirava dele sua grande forma carinhosa de tratar null, eram unidos ao ponto de até poderem morrer juntos.
– Não sente falta da polícia? – acariciou sua cabeça. – É null... Vai ter de ficar afastado pelo menos até amanhã. – brincou levantando-se.
Limpou sua sujeira na pia e mesa, voltaria para o quarto, não tinha nada mais para fazer. Pegou um simples saquinho de cookie partindo para as escadas até ouvir o som da campainha, encarou o relógio eram quase seis e meia da manhã, quem bateria na porta de seus pais àquela hora?
A grande sombra na porta só lhe fez se arrepiar dos pés a cabeça. Era null tinha total certeza, ele não sabia da viagem de seus pais, mas como o carro não estava na cidade tudo faria null sacar os fatos. Girou a maçaneta se surpreendendo com a figura de null, não esperava vê-lo novamente, principalmente ali. Ele trajava uma roupa suja, e sua expressão não era uma das melhores tinha acontecido alguma coisa e grave, null já havia sacado.
– null o que... O que houve? – gaguejou sem jeito o olhando de cima a baixo.
– Pegaram o null. – disparou sem enrolar o que fez null estremecer.
– Como assim "pegaram"? – quis saber, não era possível que Charlie tinha descoberto.
– A sua prima Holly, ela atirou nele e está com o corpo dele dentro de uma casa abandonada. – falava rápido. – E deixou claro que vai matá-lo caso o pai dele não pagar uma quantia alta. – decidiu despejar tudo o que sabia.
– Calma... – pediu. – Sabe onde a casa se localiza?
– No final da cidade perto da floresta é afastado do centro. – explicou.
– Tem algum plano?
– Hoje à noite eu passo aqui para te pegar. – deixou claro dando as costas.
Estava em uma encrenca. Ele não havia dado tempo para explicar que tinha de manter repouso absoluto até o dia seguinte, mas isso não importava... null null não desistiria enquanto não salvasse o amigo de infância!
18h00min.
Holly girou o chicote em mãos com um sorriso sarcástico nos lábios, iria acordar null com palmadas fortes. Alisou o couro passando os mesmos pelos lábios de uma forma sedutora, vestia apenas uma lingerie chamativa enquanto null tinha o corpo sem a camiseta com os braços algemados. Ela faria de tudo para tê-lo em seus braços.
O estrondo no quarto foi o suficiente para fazer null agarrar as algemas com força. Holly repetiu seus movimentos fazendo-o agarrar com mais força, abriu os olhos não conseguindo segurar o gemido alto de dor. Não era um ótimo jeito de ser acordado.
– O que foi meu amorzinho? – com diminutivo, bateu novamente nele.
– O QUE DEU EM VOCÊ? FICOU DOIDA DE VEZ?! – disparou sentindo sua pele latejar.
– Em mim nada querido, senti apenas a sua falta. – apertou a região machucada com força, fazendo-o novamente puxar as algemas.
– Me tira daqui! – exigiu sentindo um líquido ser jogado em suas costas.
– Ainda é cedo. – pronunciou jogando o líquido sobre os machucados.
null fechou os olhos com força mordendo os lábios para não deixar seus gemidos escaparem, era álcool. O seu contato com a carne fazia tudo doer, seus gemidos estavam presos contra a garganta não queria soltá-los iria expressar uma fraqueza.
A porta do quarto se fechou trancando a mesma com a chave, deixando-o sozinho amarrado naquele inferno. Precisava de ajuda, sozinho não iria conseguir sair dali. Virou seu campo de visão para o lado, seu celular sua única salvação...
null sentou-se na cama começando fazer o curativo na perna, null passaria dali alguns minutos em sua casa e não estava pronta.
"null... Preciso da sua ajuda!" leu de leve em seu celular.
Na hora pensou que era apenas um engano, mas o nome null no visor, ligando, foi a gota d'água.
– Alô?
– null, por favor, não desliga... – sua voz era falha ele estava sofrendo.
– Onde você está? – levantou-se seguindo para o mapa da cidade por impulso, talvez pudesse localizá-lo.
– Eu não sei... Só quero você agora... Por favor... – era impressão dela ou ele estava pedindo por ajuda?
– Calma null, eu já estou indo, o null já me informou...
– Vem rápido... – pediu interrompendo. – null... Não me deixa aqui por mais um segundo, por favor... Eu te imploro! – não era ele, não parecia ser ele.
Foi quando o coração de null amoleceu, ele parecia fungar... null null precisava de ajuda, nunca choraria por pouca coisa. Ele implorava por ajuda de null e ela não negava tinha que tirá-lo daquele lugar, nem que aquilo custasse a sua vida.
– Por favor... – a voz dele implorou novamente.
– Aguenta firme, eu já estou indo, só aguenta. – pediu e ouviu a voz de Holly do outro lado da linha, por isso ele desligou, deixando null mexida e confusa.
Capítulo 17
21h59min.
null adentrou o carro já com null no banco do passageiro, encostou as costas no acento suspirando forte, não acreditava no quanto arriscado seria voltar para aquela casa depois de tudo que escutou lá dentro.
– Tem certeza disso? – null questionou.
– Preciso fazer uma ligação... – null puxou o celular, ainda precisava se prevenir de que Holly não estivesse na casa e atrapalhasse tudo.
– Pra quem?
– Antônio Rigaty. – já discava os números do policial.
Rigaty seria a isca certa para distrair Holly, ele era um policial que ela tinha uma pequena queda faz dois anos, e isso talvez tenha permanecido até os tempos atuais, pelo menos era isso que null esperava.
– Antônio! – demonstrou um tom animado. – É o seguinte... Quero que ligue para a minha prima e a chame para sair. Por que faria isso? Porque eu necessito de alguém para distraí-la enquanto quero apenas ter um tempo a sós com uma amiga que está passando por uma situação difícil... Por quanto tempo? – disse em voz alta lançando um olhar para null.
– Duas horas e meia, é o suficiente. – ele respondeu com o tom baixo apenas para ela ouvir.
– Duas horas. – null emitiu. – Tudo bem Antônio, vou tentar ser rápida, só me ajude. – finalizou lançando um olhar final para null. – Tudo certo... É agora. – respirou fundo.
null sorriu pequeno girando a chave na ignição, era hora da adrenalina mortal. Antes esticou a mão para o porta-luvas retirando dele um revólver. 357, colocando nas mãos frias de null, ela pegou o objeto, verificando sua carga, encarando a ele dirigindo tenso parecendo estar com medo.
– É do meu pai. Ele me disse que é para usar quando for o momento certo, e acho que esse momento chegou. – explicou encarando a ela.
– Vai dar tudo certo, o Antônio não vai falhar, ele sabe o quanto a Holly é cabeça quente. – ele sorriu maroto enlaçando sua mão com a dela, ambas estavam frias e se apertavam. – Estamos juntos nessa e nada vai impedir o que estamos prestes a fazer. – disse pousando suas mãos sobre sua coxa esquerda.
22h15min.
null travou o revólver assim que as balas foram acrescentadas, estava pronta. Encostou as costas no carro observando a área com atenção através de seus óculos escuros, null estava mais além, ele só serviria para lhe dar cobertura, faria quase todo o trabalho sozinho. Localizaria null com o sinal do celular dele em seu GPS, era fácil já que Holly e seus aliados estavam por conta de Antônio.
– Vou adentrar. – disse em seu celular assim que se abaixou atrás da moita que dava total visão da casa. – Fica por perto, não sabemos quando vamos precisar um do outro. – deixou claro desligando seu aparelho.
Retirou os óculos tendo uma visão melhor das câmeras do local e dos, poucos, seguranças que rondavam a casa. Abriu um sorriso, iria se divertir naquela noite, voltaria aos tempos que tivera de trabalhar na FBI, passou alguns meses observando e aprendendo tapear guardas, destravar alarmes e se esconder de câmeras; precisava apenas colocar tudo em prática.
Levantou-se colocando os óculos, saiu de seu esconderijo partindo para o lado contrário da primeira câmera. Parou abaixo dela encarando o objeto, apenas analisou o que tinha em volta antes de subir em uma mera lata de lixo escalando até a vigilância, retirou seu pequeno alicate do colete começando cortar todos os fios que encontrava, era necessário apenas o azul, mas para garantir, todos não fariam diferença. Pulou para trás conseguindo atrair um dos guardas do local. Apenas se escondeu atrás da lata de lixo, era preciso apenas esperar o momento certo.
O homem com idade aproximadamente de vinte anos se aproximou do local escuro, segurava uma espingarda em mãos, estava tão concentrado em seu trabalho que nem percebeu a movimentação de null. Foi necessário apenas um tapa no pescoço do homem para ele apagar, havia atingido o local em cheio, não sabia quando aquilo seria útil em sua vida, mas esperar valeu a pena.
Tomou a arma de suas mãos se dirigindo correndo para frente. Enquanto corria cada câmera que encontrava era um tiro definido, o som era alto o suficiente para atrair os guardas para o local dando total liberdade para adentrar a casa em busca do quarto onde null estava preso ou talvez morto.
Chutou a porta da frente, adentrando a casa partindo direto para o corredor. Parou seus movimentos assim que visualizou inúmeras portas mais a frente, e agora em qual entraria? Deu passos lentos para frente observando as placas presas nas portas, algumas informavam nomes e outras avisos. null jogou-se contra a primeira porta, tentaria uma a uma, tinha tempo o suficiente. Tocou a maçaneta tentando girá-la diversas vezes, não obtendo sucesso se dirigiu para a próxima, mas antes de tentar abrir, algo na porta ao lado lhe atraiu: "Não entre! Apenas Holly null.".
null sem pensar jogou-se contra aquela porta, não sabia a causa ou a razão, mas sentia que era ali onde null estava.
– Droga! – tentou empurrar, mas era inútil, estava trancada.
Pousou a testa contra a madeira suspirando, não era possível que tinha chegado até ali para falhar. Fechou os olhos, respirando com calma, tinha de ter um jeito. Virou-se de costas, passando as mãos pelos cabelos presos em um coque alto, foi quando seus dedos pressentiram algo pontudo, sorriu aquela era sua única chance...
Puxou o grampo de seu cabelo e o segurou-o com a boca enquanto ajeitava os fios em um rabo de cavalo. Após finalizar abaixou o corpo começando tentar abrir a fechadura, não era muito boa naquilo, pois bem a FBI não lhe ensinou tal ensinamento.
Levantou-se em orgulho assim que a porta rangeu em sinal que tinha conseguido abrir. Empurrou a porta visualizando como imagem principal e chamativa um enorme lençol branco cobrindo alguma coisa, o cheiro forte do álcool contra a carne penetrou suas narinas, tossiu por alguns segundos se aproximando da cama.
Os cabelos foram a arma de identificação, eles estavam molhados e espetados. Puxou o pano branco visualizando o mesmo sujo de sangue, os ombros de null foram descobertos seguidos das costas nuas, os olhos de null se arregalaram em espanto, levou a mão até a boca assustada, a cena era forte. Suas costas estavam na carne, o sangue era presente e o álcool apenas piorava a situação.
null subiu na cama de frente para ele, encarando sua face adormecida, ele parecia mais morto que adormecido.
– null... – tocou sua face, fazendo um leve carinho contra sua bochecha. – Acorda. – chacoalhou-o pelos ombros. – Acorda... Acorda... – continuou insistindo. – Não... – sua voz era falha, lágrimas começaram escorrer involuntariamente. – null... Não... – abaixou sua cabeça massageando os cabelos dele. – Acorda, por favor... Eu estou aqui... – beijou sua bochecha deixando as lágrimas rolarem sem medo. – Ela conseguiu, a Holly conseguiu te matar... – fungou.
Algo forte lhe atingiu bem em seu interior, não acreditava na cena que presenciava. Sua prima, sua própria prima de sangue havia matando o homem que dormia. null não conhecia a verdade sobre Holly e null, mas queria null vivo, mesmo o odiando algumas vezes...
Fungou alto, levantando o braço dele se deitando perto de seu corpo, encostou a cabeça no peitoral dele continuando a chorar baixinho. O abraçou forte, distribuindo um último beijo no queixo dele antes de fechar os olhos ainda fungando, ficaria com ele, não se importava mais com nada, apenas o queria de volta...
22h50min.
null visualizou o prédio de onde estava de seu ângulo de vista, Holly demoraria a chegar naquele lugar. null tinha tempo, mas não queria arriscar a vida dela naquilo.
– Vai null... Vai... – implorava passando a mão pelo rosto.
O barulho de carro se aproximou do seu, estremeceu não perdendo a postura de durão, iria encarar tudo do lado e do jeito certo.
– Filho. – a voz de seu pai invadiu seus ouvidos, ele havia acabado de fechar a porta do carro.
– Não mandei se afastar de mim? – virou bruscamente socando o capô de sua Ferrari.
– null... Escuta o que seu pai tem a dizer. – sua mãe entrou em cena.
– E o que ele tem a me dizer? Achei que já tinha dito tudo alguns dias atrás quando me expulsou de minha própria família! – cuspiu com ódio.
– null null, e-eu...
– null? – interrompeu seu pai sarcástico. – Agora tenho o seu sobrenome?
– null, por favor... – sua mãe tentou.
– Acha mesmo que com isso vai me atrair novamente pra si? – mordeu os lábios sorrindo sarcástico. – Não... Você não vai... – virou-se de costas, sendo pego de surpresa.
– null a gente vai sair de Washington. – seu pai disparou fazendo-o se virar com cara de indignado.
– Como é? – virou-se, não acreditava naquelas palavras, teria então de ficar longe de null null, a mulher que se apaixonou?
22h53min.
null tocou novamente o peitoral de null com os olhos vermelhos, havia conseguido romper as lágrimas por alguns minutos, mas na verdade estava frágil. Fechou os olhos deixando uma última lágrima escorrer molhando a pele dele, queria ficar o mais próxima possível.
O milagre poderia ter escolhido aquele exato momento para mostrar que existia, mas não fora um mero milagre que faria null sorrir novamente...
null inspirou devagar o ar, um pouco falho, mexeu um de seus dedos na mão direita que estava sobre o corpo de null, abrindo os olhos com dificuldade. Ouviu um fungado abaixo de seu queixo, era ela, a mesma não tinha lhe abandonado!
– null...? – chamou baixo e fraco.
A mulher se remexeu levantando o corpo devagar visualizando com surpresa a face dele. Um mero sorriso se formou logo desaparecendo, não acreditava no que visualizava. Tocou a face dele, acariciando sua bochecha devagar, com dificuldade null segurou sua mão começando um contato visual intenso.
– null... – uma lágrima escapou de seu olho esquerdo. – V-você... Ah... Esquece... – selou seus lábios com desespero.
Suas línguas se massagearam traçando uma luta para sobreviver, ambas queriam devorar um ao outro. null sentiu a mão dele em sua cintura de um jeito estranho, ele não aplicou força, o que a fez estranhar. null separou seus lábios grudando suas testas, abriu os olhos encarando os olhos null intensos dele, aquela era a melhor sensação para se sentir depois de um susto!
– Precisamos sair daqui. – anunciou e ele concordou.
null saiu da cama lhe jogando sua camiseta, ele a vestiu com dificuldade devido sua carne sensível e exposta, teria trabalho para sair dali, mas não podia negar precisava de ajuda. null se sentou ao seu lado ajudando-o a levantar, passou o braço dele por seus ombros, sentindo quase todo o peso dele em si, mas seria rápido já que a saída era próxima.
– null me ajuda aqui! – gritou já do lado de fora da casa perto do carro do mesmo.
null pulou sobre a pequena moita de um jeito brincalhão com um sorriso nos lábios, nem parecia que estava tendo uma conversa séria com seu pai. null o deixou sozinho com null, já que tinham quase o mesmo peso, não teriam problemas. Agora a missão era apenas cuidar daqueles ferimentos antes do pior.
Sábado, 18 de março de 2017. 1h30min.
– Calma... – pediu limpando o sangue fresco com um pano úmido.
– Nossa... Nunca achei que isso fosse tão... Ah... – gemeu devido seu movimento involuntário.
– Fica quieto! – null pediu fazendo um curativo.
– Pensei que você... – fechou os olhos com força devido à pinça de null em suas costas, que retirava alguns pequenos problemas.
– Melhor não falar nada null. – deixou a pinça de lado, agarrando a agulha, teria de dar três pontos em apenas uma região. – Tudo bem? – perguntou segurando um de seus ombros estava apenas pedindo permissão.
null suspirou alto, fechando os olhos tentando se manter calmo. null massageou seus ombros, queria o deixar calmo, esperaria o tempo que fosse necessário para poder começar sua "costura", ele estava inquieto talvez não aguentasse mais dor naquele dia, mas com base nos estudos de medicina de null, teria de aguentar uma agulha penetrando sua pele.
– Posso? – quis saber acariciando sua bochecha.
Ele suspirou novamente, assentindo, acabaria logo com aquilo. A sensação da ponta da agulha lhe furando fora o suficiente para arrepiar-se por inteiro, segurou com força a madeira da cama recebendo um leve carinho de null em suas costas, ela tinha total consciência do quão aquilo doía.
– Tá tudo bem... – ele emitiu de olhos fechados.
null continuou seu trabalho, o ouvia gemer alguns segundos, mas foram rápidos. Quando percebeu já tinha feito os três pontos, finalizou aquela ação colocando sobre os pontos um pequeno gás com algodão. Limpou suas costas por inteiro retirando os restos de sangue que ficaram, após finalizar seu trabalho como enfermeira guardou os objetos na maleta, abraçando o corpo de null pelos ombros, fazendo o possível para não tocar a região sensível, distribuiu um beijo em sua nuca, sendo apenas um carinho.
– Tenta dormir agora. – sussurrou em seu ouvido. – Só vou guardar a maleta no banheiro e já vou me deitar. – explicou dando um simples selinho nele. – Boa noite. – desejou saindo do quarto com os objetos em mãos.
Lavou suas mãos na pia, guardando a maleta no armário abaixo da mesma, se olhou no espelho retirando sua blusa vermelha seguindo da calça. Fez um novo curativo em sua perna, quase não sentia mais a região, estava se curando. Vestiu uma simples camiseta larga com a figura de um ursinho na frente seguido de um short largo preto, dormiria daquele jeito mesmo.
Saiu do banheiro seguindo novamente para seu quarto, passaria a noite com ele, ficaria o observando, qualquer reação involuntária poderia resultar algo pior. Fechou a porta, já observando o corpo dele de costas para si coberto pelo edredom azul, apagou a luz do abajur deixando apenas a luz do luar iluminar o quarto, aproximou-se da cama subindo na mesma começando um simples cafuné nos cabelos null dele.
null virou-se devagar para si encostando seus corpos, queriam ficar próximos um do outro. null ajeitou seu corpo no colchão, apoiado a cabeça dele sobre seus seios, massageando seus cabelos.
– Agora eu cuido de você. – disse beijando a testa dele.
– Inverteu os papéis? – brincou, suspirando forte.
– Eu cuido do que é meu... – beijou sua bochecha. – Meu null. – sussurrou em seu ouvido baixo apenas para ele ouvir.
Capítulo 18
7h00min.
null sentiu a luz solar incomodar seus olhos, já havia amanhecido, tinha sorte que Charlie vai adiado seus dias de repouso para dali uma semana, sua família ficaria fora dentro daquele prazo mesmo, e não poderia deixar a casa sozinha. Abriu os olhos soltando logo um bocejo, analisou a iluminação em seu quarto, virando sua visão para o lado encontrando um null lhe observando, ele sorriu ao ver sua expressão ainda atingida pelo sono.
– O que está olhando? – coçou os olhos virando seu corpo de barriga para baixo.
– O quanto você é um anjo dormindo. – respondeu calmo.
– Não posso dizer o mesmo, afinal até dormindo você continua sendo o meu null raivoso. – levou sua mão até os cabelos dele bagunçando o que já estava bagunçado.
– Vou levar isso como um elogio. – colocou uma mão debaixo do travesseiro e a outra apoiou sua cabeça, começando analisar ela novamente.
– Vai continuar me observando? – apoiou a cabeça na mão.
– Não posso? – perguntou sorrindo.
– Poder pode. – aproximou seus rostos fazendo seus narizes se tocarem. – Primeiro quero fazer uma coisa... – avisou encostando seus lábios.
Ambos fecharam os olhos deixando o beijo ganhar vida, sozinho. Suas línguas tomavam o mesmo ritmo e suas mãos exploravam o corpo um do outro. null o sentiu levantar sua camiseta em um ritmo lento, apoiou a mão no peitoral dele afastando impedindo o contato, ele não estava totalmente em condições para transarem.
– Desculpa. – pediu abaixando o olhar em vergonha.
– Ei... – levantou seu queixo. – Não, eu sei que não estou em condições, mas não precisa ter vergonha, e-eu aguento... – beijou seu pescoço devagar, fazendo-a enlaçar os dedos em seus cabelos. – Tire a roupa. – ordenou.
null se levantou ficando em pé na cama, agarrou a barra de sua camiseta levantando-a, jogando na cara dele. Desabotoou o short tirando-o devagar, fazendo-o ficar sem graça conforme ela lhe lançava um olhar prazeroso e provocante.
– Wow! – emitiu assim que null retirou o sutiã expondo seus seios sem ter vergonha dele.
– A calcinha também? – provocou ficando em pé sobre o corpo dele.
– Deixa que essa eu do um jeito... – respondeu se ajoelhando, lambeu as coxas expostas, prendendo a barra da calcinha rosa dela com os dentes.
null puxou a peça íntima sem muita delicadeza, chegando até os pés, retirou a peça por inteiro jogando sua carta final... Mesmo com a dor em suas costas, agarrou as pernas dela fazendo-a cair de costas na cama, com a cabeça dele perto demais de sua intimidade.
– Você não presta. – null emitiu sentindo-o afastar suas pernas.
– Tem certeza? – explorou sua intimidade, estimulando ao mesmo tempo o clitóris com a língua.
– null... Oh... – sentiu a língua dele fazendo aquilo que sabia fazer de melhor.
– Shh... Não quero ouvir a sua voz... – disse rindo, penetrando-lhe com dois dedos sem aviso.
– Indelicado. – sentou-se na cama, fazendo-o tirar os dedos levando-os até a boca sugando-os com vontade.
null observou a cena, segurando logo seu pulso, retirou os dedos da boca dele levando até a sua sugando-os igual ele fazia. Mordiscava e sugava não evitando o contato entre ambos, havia sentindo um pouco o seu gosto, mas não se importava queria apenas aproveitar o momento.
– Vai ter café hoje? – disparou sem motivo.
– Está com fome? – null questionou pulando sobre o corpo dele esquecendo totalmente de suas costas machucadas. – Desculpa null. – pediu fazendo-o sofrer apertando o abdômen contra o chão queria que ele sentisse dor. – null null... Todo meu. – colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha selando seus lábios, enlaçando suas mãos e pernas.
Domingo, 19 de março de 2017. 14h15min.
– Chega! – null saiu do colo dele lambendo sua colher que até o momento ele não havia deixando ela o fazer.
– Ah... Só mais um pouquinho. – exigiu com a panela em mãos, sentado no sofá.
– Não null! – respondeu grosseira. – Já comeu brigadeiros demais por hoje. – sentou-se em seu colo novamente, lambendo o chocolate dos lábios dele.
– Ah, é assim? – passou o dedo na panela passando no nariz dela.
– Idiota. – ele lambeu sem se importar.
null retirou os objetos sujos de chocolate do sofá, deitando seu corpo no sofá com ele por cima. null atacou seu pescoço com fúria mordendo de leve e lambendo feito um cachorro, null levantou sua cabeça sentindo-o limpar os restos de chocolate em seu colo e pescoço deixados por ele, agarrou seus ombros largos, gemendo sons desconexos assim que sentia os dentes dele em sua pele.
Enlaçou a cintura dele com as pernas o puxando para baixo se esfregando contra seu volume já visível em sua boxer preta. Sem querer arranhou as costas dele mal se lembrando dos machucados, null gemeu alto, quase soltando todo o seu peso a cima dela, os dedos de null ficaram molhados era sangue.
Levantou-se com rapidez visualizando a gravidade que deixou o machucado, havia apenas arranhando a parte que começava cicatrizar. Correu para a cozinha voltando com um pano úmido, precisava limpar aquilo antes que machucasse o sofá.
– Desculpa... Desculpa... Eu não queria... – reatou o curativo, fazendo-o se virar para si.
– Tudo bem... Só em te ter aqui... – deitou o corpo dela novamente no sofá. – Eu já me sinto melhor. – completou selando seus lábios, voltando de onde pararam.
null desatou o fecho do sutiã, agarrando um dos seios sem delicadeza, fazendo-a gritar por cuidado, mas ele não obedecia. Mordeu o seio esquerdo, lambendo o bico fazendo-a se arrepiar dos pés a cabeça, puxou o mesmo pelo bico emitindo um som de cachorro raivoso. Havia acabado de entrar em seu modo cachorro, como ela gostava.
null enlaçou seus braços no pescoço dele grudando suas testas, sorrindo. null explorou as costas nuas, beijando a bochecha dela como um carinho. Ele estava manso.
– Quer tomar um banho? – ela sugeriu.
– Só se for agora e com você. – concordou e subiram as escadas juntos entre carícias.
23h10min.
Já era a terceira lata de sorvete naquela noite, null mataria null pelas latas, mas não se importava, afinal queria que ela fosse para o inferno.
null levou a colher até a boca de null, dando um beijo gelado no pescoço dela. Ela se arrepiou continuando com a cabeça apoiando em seu peitoral quente, com metade do ambos embaixo do edredom, voltando sua atenção para o filme infantil que passava na televisão.
– Não tinha outro filme para assistir, não? – ele reclamou levando sua colher até a boca.
– Não, afinal Rei Leão fez minha infância. – respondeu observando os personagens Timão e Pumba tentando separar Simba e Nala.
– Pelo amor de deus, é um filme para crianças! – reclamou de novo.
– null! – levantou sua cabeça. – Cale a boca. – recebeu a atenção dele para si.
null lançou um olhar para a televisão onde a imagem de Simba e Nala tocavam carinhos, observou um pouco o televisor voltando sua atenção para null. Ele virou seu campo de visão para ela, parecendo pensar a mesma coisa em sua cabeça.
null aproximou seu rosto do dele tocando seu rosto, recebendo a mão dele em sua nuca. A música no desenho apenas parecia que o amor ali estava no ar... null e null selaram seus lábios novamente naquela noite ao som da música romântica do filme, enlaçaram suas mãos dando continuidade ao beijo calmo e único. Talvez o amor esteja mesmo no ar...
Capítulo 19
Terça-feira, 21 de março de 2017. 7h20min.
null sentiu o braço de null lhe enlaçar com força, a manhã estava fria e queriam se esquentar de uma forma diferente sem precisarem da ajuda do aquecedor. Ambos dormiam de conchinha, não queriam se afastar já haviam ficado tempo o suficiente afastando um do outro e já que estavam sozinhos por uma semana o único modo era aproveitar o momento sagrado que ganharam.
– Ai que sono... – null reclamou atrás de si, bocejando.
– Não dormiu ontem? – ela perguntou com a voz baixa, segurando seu braço esquerdo.
– Não deu. – bocejou. – Fiquei sem sono por algumas horas, enquanto você dormia.
– Dorme então, não temos nada para fazer hoje. – beijou seu queixo como um agrado.
– Preciso de um carinho para isso. – disse manhoso.
– Cafuné serve? – perguntou mudando suas posições.
– O que você quiser. – respondeu manhoso, encostando a cabeça perto da dela recebendo o tão esperando cafuné que morreria caso não o tivesse.
Fechou os olhos parecendo uma criança mimada recebendo carinho da mãe, e o problema era que estava mesmo ficando mimado. null estava o dando muita mordomia onde não havia espaço e isso o fazia se sentir superior, já estava se sentindo dono daquele quarto.
– Até o null não é desse jeito. – revirou os olhos encarando o cachorro dormindo relaxado em seu sofá.
– Ele não sabe o que está perdendo... – disse se aproximando mais, queria mais carinho.
– null! – chamou sua atenção assim que o percebeu quase a derrubando da cama. – Com essa sua manha, estou quase caindo aqui. – reclamou e ele riu.
– Desculpa. – recuou o corpo, voltando para suas posições continuando seus carinhos.
Quarta-feira, 22 de março de 2017. 15h15min.
Jogaram-se novamente contra a mesma cama, agora poderia transar sem se importarem com interrupções, já fazia quatro dias desde que estavam daquele jeito e os machucados de null causados por Holly já havia ganhando uma espécie se "casquinha", o que já ajudava muito, null só não poderia arranhá-lo com força, caso contrário tudo voltaria.
Os beijos molhados foram distribuídos por toda extensão de pele que encontrava no pescoço e colo de null, ele não se cansava parecia um esfomeado. Ela enlaçou seus dedos nos cabelos null dele assim que o sentiu perto de sua entrada, ele ofegou já estava suando e cansado.
A penetração começou lenta, null estava a fim de torturar sua vítima do dia, já que ela havia negado um pedido de carinho no sofá da sala e a faria sofrer por não obedecer a suas ordens.
Movimentos lentos foram iniciados, ela retribuía mordendo o lóbulo de sua orelha com força enquanto começava suas intocadas agressivas. Mordeu seu ombro esquerdo impedido o grito de se expandir pelo quarto, ele estava fundo, o que resultava a dor involuntária que não lhe incomodava até o momento.
O ponto máximo estava longe e queriam prolongar aquela tarde o quanto fosse possível. null queria mais e mais a cada segundo que permanecia dentro dela, o que resultava sempre em um desentendimento com o tempo.
– null... Ah... – gemeu agarrando seus ombros escondendo seu rosto contra o pescoço dele.
– Shh... – massageou as costas nuas dela, sabia que havia causado a dor, ela não precisava falar apenas representar para ele entender que era hora de parar.
Parou seus movimentos, saindo de dentro dela por inteiro. null fechou os olhos, estava aliviada por ele ter entendido o recado, continuou agarrada ao corpo dele esperando seu orgasmo lhe afetar. Seria apenas o segundo daquele dia.
– Tudo bem? – fez questão de perguntar encarando os olhos dela.
– Sim... – pousou as costas no colchão suspirando com força.
– Só eu consigo fazer isso. – se gabou, livrando-se da camisinha e vestindo sua boxer.
– Idiota. – vestia o sutiã e calcinha, tinham de ficar prevenidos caso a família de null chegasse.
– Sou o idiota que foi ama gritar o nome. – ela pulou sobre o corpo dele selando seus lábios, com direitos a carinho.
(...) Enquanto dentro do quarto isso ocorria ambos mal tinham consciência do que estava por vir... A porta do quarto de null foi batida, fazendo ambos pararem o que faziam encarando a mesma, deduziram como sedo null, já que o cachorro tinha ficado na sala dormindo, mas a voz fez os dois estremecerem.
– null abre a porta! – era a mãe de null.
null arregalou os olhos encarando em desespero null, o que fariam agora? Eles haviam voltado antes do tempo previsto, diziam que voltaria na sexta e não na quarta.
– O que vamos fazer agora? – disparou baixo para null que matinha uma expressão confusa.
– E-eu não sei... – respondeu ouvindo a mulher insistir na porta.
– null... Meu amor abre essa porta, preciso te dar um abraço; estou com saudade. – explicava do lado de fora enquanto não fazia ideia da presença de null na casa.
null empurrou o corpo de null começando vestirem seus pertences, estavam completamente fudidos!
– No closet... É fundo, se esconder lá dentro. – correu para o mesmo abrindo a porta. – Vai para o final dele, até suas costas se encontrarem com a parede.
– null... Quem está com você? – agora era null, estava mesmo em uma baita encrenca!
– Vai null, entra logo! – ordenou o visualizando ainda vestindo sua camiseta.
Selaram seus lábios em um selinho rápido, ela o empurrou para dentro do armário fechando a porta com a chave. Era o único jeito de disfarçar os fatos!
Agarrou alguns pertences dele empurrando para baixo da cama, nada poderia lembrá-lo naquele local.
– null abre logo a porta! – sua mãe exigiu já um pouco sem paciência pela demora.
– Já vou mãe! – gritou desarrumando seus cabelos e vestindo um pijama qualquer.
Checou uma última vez o quarto em busca de algum objeto de null, nada. Dirigiu-se para a porta girando maçaneta se deparando com a figura de sua mãe e null com os braços cruzados, ambas estavam desconfiadas.
– Espero que tenha uma boa explicação pela demora, null null Silva! – odiava quando sua mãe falava seu nome completo.
– Eu estava tirando um cochilo, tomei um banho e então acabei dormindo. – explicou rápido demais, fazendo as duas adentrarem o quarto, elas não tinham engolido a história.
– Que cheiro é esse? – null perguntou.
– Que cheiro? – null não sentia nenhum ar diferente no ambiente.
– Esse perfume... É do... null você andou dormindo com o null? – sua irmã gritou com as sobrancelhas juntas.
– O quê? Claro que não! – respondeu tentando disfarçar o nervosismo.
– Então como explica a colônia dele no seu quarto? – questionaria por um longo período.
– Não sei... Trouxe um amigo ontem, talvez seja dele. – mentiu.
– Que amigo? – sua mãe quis saber.
– O null. – disse o primeiro que lhe veio à cabeça. – O personal trainer da academia, ele veio até aqui me explicar alguns golpes de boxer. – mentiu descaradamente.
– E o que ele veio fazer no seu quarto? – null desconfiava.
– Nada de mais... Apenas me... Ah quer saber a gente transou foi isso! – era mais fácil.
– Gozado... O null tem o mesmo perfume e o mesmo colar que o dele. – ergueu a corrente que null havia tirado na noite anterior.
– Err... É uma tradição, o null me explicou que na academia os homens são obrigados a usar esse tipo de corrente, devido às lutas de boxer e tudo mais. – null riu dentro do closet, não aguentado ouvir toda a barbaridade que saía da boca de null.
– Tem certeza que o Silva não passou por aqui? A carteira dele está sobre a sua cômoda. – pegou o objeto... Merda como explicaria não tinha como jogar null de novo, mas talvez Antônio.
– É do Antônio, me devolve ela aqui. – agarrou da mão da irmã. – Pedi pra ele vir tomar café da manhã comigo para não me sentir sozinha, com isso ele deixou a carteira no balcão da cozinha e eu a trouxe aqui para lembrar de levar pra ele segunda-feira assim que eu for para a delegacia. – explicou. – E agora se me permitirem quero voltar para o meu sono da tarde. – indicou a porta para as duas.
– null... Caso souber se o Silva está me traindo, você me avisa? – null pediu de repente.
– E por que ele faria isso? – "Talvez pelo fato dele querer a irmã mais velha ao invés da mais nova?", formou em sua cabeça.
– Não sei... Ele não me telefona mais, se afastou acho que está me atraindo. – ela gostava mesmo dele.
– Pode deixar... Se esse desgraçado aprontar alguma, eu mesma dou um jeito nele! – “Na cama talvez fosse um bom jeito para resolver o problema", sua mente emitia frase como essa, junto de outras.
– Promete que não vai esconder nada de mim?
– Somos irmãs e nenhuma vai esconder segredos da outra. – fingiu um sorriso simpático. – Ah mãe, vocês vão sair ainda? – precisava terminar o que havia começado com null.
– Vamos até a casa do seu tio, ele está passando por uma situação difícil, por quê?
– Ah... Nada não, apenas curiosidade; bom, tenham um bom dia. – fechou a porta a trancando com a chave, assim que elas saíram.
Sem antes pensar, destrancou a porta do closet, selando com desespero os lábios de null, não sabia o que havia acontecido, mas a vontade de tê-lo novamente era grande e precisava dele para aquilo.
– Desgraçado? Você vai ver quem é o desgraçado. – jogou o corpo dela com fúria na cama fazendo-a gritar de brincadeira, enquanto ele retirava sua calcinha com desespero, iriam iniciar tudo de novo.
Capítulo 20
Sexta-feira, 24 de março de 2017. 20h30min.
null estava sentado no sofá era noite, tinha o controle da televisão em mãos junto a uma cerveja. Já sentia falta daquele lugar, afinal a casa dos null tornou-se quase sua moradia nos últimos dias, mal teve tempo para adentrar a máfia de null e muito menos sair pelas ruas cumprindo com suas ordens.
Bebericou sua cerveja, desligando a televisão, encarou o relógio era hora de satisfazer os desejos de null, como havia prometido no dia anterior. Levantou-se retirando sua camiseta do Corinthians jogando-a em qualquer lugar em seu espaço, depois resolveria a bagunça no quarto. Agarrou uma simples camiseta preta, vestindo-a com a companhia de uma gravata, queria presenciar o desespero de null por tê-lo de gravata em sua cama.
Estava preste a sair quando um vulto preto agarrou seu pescoço lhe prensando contra a parede... O indivíduo era forte, ninguém nunca havia conseguido prender null contra uma parede com aquela facilidade, null encarou os olhos idênticos aos seus a sua frente eles representavam fúria, raiva e frieza!
– O que pensa que está fazendo? – null rosnou para si, apertando o corpo dele cada vez mais.
– Saindo da máfia. – o mais velho levantou a sobrancelha dúvida. – O que? Não posso mais passar a minha noite fora? – questionou sarcástico tentando empurrar o corpo de null para trás, mas ele aplicou força contra o filho.
– Noite fora o caralho, vai se encontrar com ela, não é? – rosnou entredentes.
– E o que você tem a ver com isso? – tentou novamente empurrá-lo recebendo o mesmo resultado.
– Afaste-se dela, isso é incesto! – anunciou.
– Nossa... Eu juro que não sabia, você refrescou a minha memória! – debochou o empurrando com força.
– Escuta null! – null gritou prendendo novamente o corpo dele, dessa vez com mais força que antes. – Você vai se afastar dela e vai fazer isso hoje! – null retirou os braços dele de si em fúria.
– Não manda em minha vida Silva! – enfrentou o pai.
– Mando sim. Enquanto estiver sobre o meu comando eu monitoro a sua vida! – cuspiu fazendo ele lhe dar as costas.
– Você não se importava com ela... – deu de ombros parando de caminhar.
– Eu deveria ter... – foi impedido.
– Ela é sua filha! – virou-se pra ele com um olhar raivoso. – Como acha que ela te vê?
– Não me importo com isso, que se dane o modo como ela me vê! - gritou de volta.
– null, eu posso ser o seu herdeiro mais velho, mas saiba o quanto null sentiu a falta de um pai...
– Não pronuncie esse nome aqui dentro! – exigiu.
– Pronuncio o quanto eu quiser, null null pode ser minha irmã, mas eu não me importo! – rosnou a verdade.
– Vai continuar transando com ela até engravidá-la de novo? Igual fez em New York? – deu um sorriso de lado. – E depois? Vai criar um filho que pode nascer com complicações por suas compatibilidades genéticas?! Em null? Você vai? – aquilo atingiu null em cheio, nunca havia pensado que se null tivesse uma criança dele as chances de complicações eram grandes.
– Pelo menos ele teria o amor de um pai, coisa que você nunca deu para a sua filha! – cuspiu a verdade recebendo a mão de null contra sua face.
– Você nunca cresce, não é? – o estapeou novamente, fazendo-o recuar o corpo. – É o mesmo moleque de sempre! – cuspiu se referindo ao seu tempo de quando null era apenas uma criança indefesa nos braços de sua mãe.
– E você o mesmo homem frio e rude! – rebateu sem medo.
– Não levante o seu tom de voz comigo! – exigiu o segurando pela gola da camisa. – Eu tenho vergonha de ter criado um filho assim. – pronunciou com ódio e nojo, soltando a camiseta. – Sabe null... – mudou o tom de sua voz. – Você não vale nada... É um inútil... – socou a face dele descontando sua raiva, fazendo-o cair no chão. – Um inútil igual a sua mãe! – cuspiu colocando uma faca contra o pescoço de null, ficando em cima dele.
– Não coloque a minha mãe nisso! – agarrou o pulso de null que aproximava a faca de sua pele.
– Coloco sim, afinal eu a matei! – revelou entre os dentes como se falasse que seu time de futebol ganhou o campeonato, fazendo null arregalar os olhos. – Não houve nenhuma bala perdida porque eu atirei nela! – null estremeceu, não acreditava no que estava ouvindo.
Flashback – on.
Os gritos altos faziam o garotinho se encolher cada vez mais embaixo do edredom de ursinho, estava na cama e precisava dormi, no dia seguinte teria aula. Seus pais brigavam no andar debaixo, suas lágrimas corriam soltas pelo rosto, não gostava de vê-los daquele jeito.
Tinha apenas cinco anos, havia acabado de tomar seu leite com chocolate que só sua mãe sabia fazer, e queria poder fazer alguma coisa para separar a briga, mas não conseguia pensar em nada com seu desespero!
Não conseguindo mais suportar, saiu da cama correndo para o corredor, caindo em meio ao caminho tropeçando em seus próprios pés. Não querendo fazer barulho engatinhou para os degraus conseguindo observar seu pai e sua mãe discutindo. Com esforço agarrou o corrimão ficando em pé sobre o primeiro degrau, no instante seguinte tudo ficou em câmera lenta, sua mãe chorava e seu pai havia sumido de seu campo de visão...
– null?! – a mulher pronunciou o nome do filho em voz alta. – SAI DAQUI AGORA!!! – gritou desesperada, queria apenas proteger seu bebê.
O barulho que invadiu a casa foi alto, o que foi o suficiente para o pequeno null jogar seu corpo contra o chão, tinha medo de tudo no momento... As lágrimas surgiram e novamente o estrondo se mostrou presente, seu coração batia rápido, estava morrendo de medo o que poderia encontrar. Com a mão pequena segurando a madeira do corrimão começou descer as escadas, poderia ter medo, mas era corajoso.
– Mamãe... – chamou baixo, queria os braços dela em seu corpo, se sentia protegido.
Desceu os últimos degraus se deparando com as costas de sua mãe no chão, com um alívio no peito correu até ela. Chamou, chocalhando-a pelo ombro, chamava com desespero, mas ela não respondia... null não entendia a morte, não sabia que existia e naquele dia não compreendia a hipótese de sua mãe ter partindo.
– null... – null tocou seu ombro, o garoto já estava ajoelhado no chão derramando lágrimas. – Foi uma bala perdida, tentei impedir, mas não deu foi tudo muito rápido. – o garoto abraçou ao pai com força derramando cada vez mais lágrimas. – Vem... Eu vou cuidar de você, meu garoto. – o pegou no colo, o sentido agarrar com suas pequenas mãos o tecido da camiseta do pai, escondendo seu rosto no pescoço do mesmo chorando baixo, a dor em seu peito era enorme.
Silva massageou as costas do filho tentando o acalmar, na verdade não se importava com os sentimentos destruídos da criança, apenas o queria do seu lado. Sorriu vitorioso saindo da casa, levaria seu pequeno para o mundo do crime, e ninguém o impediria do contrário, afinal a mulher que queria apenas o bem de null estava morta!
Flashback – off
– Você... – null tentou pronunciar, havia se lembrado da cena de horror que viveu e ficou gravada em seu cérebro.
– Isso mesmo... O papai aqui que matou a sua mãe e não se arrependeu de nada! – forçou mais a faca contra o pescoço do filho.
– Eu tenho ódio de você! – rosnou sentindo a lâmina atingir sua bochecha esquerda.
– Shh... Fica quietinho e preste atenção no que vou lhe dizer. – disse segurando-o pelo pescoço. – Afaste-se da null ainda hoje, quero você longe da cama dela está ouvindo? – pegou-o com força queria o sufocar. – Ou você se afasta e vem comigo para o Canadá, Toronto para ser mais específico, ou eu mesmo vou separar vocês, e acredite farei o mesmo que fiz com a sua mãe! – seu tom era sério, falava a verdade.
null levantou o corpo deixando o de null no chão, lhe lançou um último olhar pronunciando suas últimas palavras, as mais importantes:
– E não ouse desobedecer a minhas ordens, eu não estou brincando, a sua época de brincadeiras já foi interrompida vinte e seis anos atrás! – saiu do quarto batendo a porta com força.
null permaneceu deitado no chão tentando engolir toda a verdade sobre sua mãe, seu olhar estava perdido e apagado. null havia matado aquela que era a única mulher que foi capaz te amar sua personalidade, ela lhe dava um amor único, que nenhuma outra mulher poderia substituir. O carinho também era único, as mãos dela bagunçando seus cabelos null e sorrindo foram às únicas lembranças que guardou dela, as outras foram apagadas de sua memória por null Silva aquele que poderia ser o seu pai, mas não o considerava um.
Uma lágrima escapou de seu olho, haviam remexido naquela ferida que, desde os cinco anos, não estava cicatrizada, nada iria cicatrizar aquele machucado. Esfregou a mão no rosto com força retirando aquela lágrima teimosa. Não era mais um menino e sim um homem, e homem não choravam por poucas coisas.
Teria de ser forte, aquele era o seu destino, já estava no inferno mesmo.
Levantou-se dirigindo seu corpo para a mesa perto de sua cama, abriu um pequeno caderno de anotações sobre suas vítimas e começou uma mensagem breve e única... Faria o que seu pai pediu, não queria que null pagasse por um erro que ele havia cometido, e ela tinha o direito de saber a verdade sobre tudo. Se null null Silva era irmão de null null Silva, não podiam mais desejar um ao outro era um erro e a única solução era seguir caminhos diferentes em mundos diferentes, ela na polícia e ele no crime.
Sábado, 25 de março de 2017. 2h00min.
Colocou sua toca na cabeça para se proteger da chuva fina que caía, saiu da máfia de Silva para seguir caminho até a casa dos null, deixaria a carta e sairia como se nada tivesse acontecido. null já estaria dormindo o que facilitaria sua entrada e saída, null não o atacaria, afinal já haviam se tornado companheiros dividiam a mesma mulher, mas talvez por pouco tempo.
Abriu a porta da Ferrari adentrando o banco do passageiro, o homem sentado ao volante era o único em quem confiava para pedir o que queria. Colocou o cinto suspirando forte, enquanto observava null null batendo os dedos nos volante parecendo impaciente, null havia interrompido seu treino.
– Eu espero que seja realmente muito importante, porque para você me tirar do meu treino de boxer só pode ser algo grave! – pronunciou com um pingo de raiva já dirigindo.
– Quero que proteja a minha irmã. – disparou logo sem enrolar.
– E quem é a sua irmã?
– null null Silva. – disse o nome completo, soltando um alívio por não precisar passar horas e horas explicando tudo.
– Devo ficar histérico e gritar feito uma menininha? – ele estava chato.
– Que colaborar e... PRESTA ATENÇÃO NA ESTRADA!!! – gritou assim que null quase fez seu carro se chocar contra um Fiat. – Quero continuar vivo até os cinquenta anos, obrigado. – disse passando a mão do rosto.
– Só faltam mais dezenove. – fez uma curva brusca acelerando sem medo da polícia ou da morte.
– null! – chamou sua atenção por causa do farol vermelho e um caminhão.
– Fica frio null... Fica frio... – pediu acelerando passando cantando os pneus na frente do caminhão.
– É hoje que eu vou morrer. – reclamou cobrindo o rosto com a mão. – Quando eu aceitei entrar nesse carro com você? – gritou visualizando null quase em 150 km\h. – null você... – tentou terminar a frase, mas não conseguiu porque suas costas baterem com força contra o banco devido à freada brusca que fez o carro parar em frente da casa de null.
– Pronto... – null levantou os braços, abaixando o banco. – Te espero aqui fora. – disse fechando os olhos, ele iria dormir.
– Eu prefiro voltar andando. – revirou os olhos assim que ouviu o amigo fingir roncar ao seu lado.
Empurrou as portas de vidro da varanda de null adentrando o quarto visualizando logo a figura da mulher deitada na cama enorme coberta pelo mesmo edredom. null levantou a cabeça, abanando o rabo e latiu, null fez um sinal de silêncio na direção do cachorro, aproximando-se da cama, acariciou sua cabeça continuando se aproximar do corpo de null.
Afastou o cabelo da face de null, se ajoelhando ao lado da cama, começou um carinho sensível e cuidadoso. Beijou a lateral de seu rosto, ficando com seus rostos próximos com os olhos fechados.
– O null vai cuidar de você. – continuou o cafuné lento. – E caso ele não cumprir – levantou seu olhar se encontrando com o do cachorro. – você tem o null. – pousou o envelope sobre o travesseiro vago ao lado da cabeça de null. – Acho que é um adeus, e talvez seja para sempre... – pronunciou ajeitando o edredom no corpo dela. – Adeus... Irmãzinha. – brincou, dando um último beijo na testa dela, se afastando contra a sua vontade. – Cuida dela null... Cuida dela... – pediu observando com os olhos apagados, pela última vez naquela noite, o corpo de null. – É null... Agora é com você. – sorriu de lado, estava falando com um cachorro?
Acariciou a cabeça de null partindo para a varanda, olhou para trás e só então saiu... Novamente estavam separados e talvez agora fosse para sempre...
Capítulo 21
6h20min.
Caiu sentada na cama com a mão sobre a boca, relia palavra por palavra e não acreditava nestas. Eram irmãos, estava transando com seu próprio irmão! Estava em estado de choque, null carregava o sobrenome Silva junto ao seu, e ele a engravidou meses atrás, havia ficado grávida de seu próprio irmão!
null,
null mexeu sua perna esquerda ouvindo um barulho de metais no chão, virou seu olhar em busca do objeto e a corrente de null entrou em seu campo de visão junto com a camiseta preta. Fungou alto agarrando os objetos, logo sentindo o aroma de seu perfume, inspirou a camiseta, fechou os olhos deixando as lembranças do dia que retirou aquela peça daquele corpo suado dominarem sua mente...
Flashback – on
Vestiu seu roupão branco, amarrando em um laço as pontas, olhou-se no espelho analisando seu reflexo, suspirou afrouxando o laço, dali seguiria direto para o quarto, estava exausta. Quanto mais tempo passava com null, mais seus dias melhoravam.
Abriu a porta do quarto, encontrando um deus grego deitado na cama com a atenção presa na televisão onde um filme de terror passava, recebeu o olhar dele em si assim que fechou a porta com a chave, faria uma loucura com ele naquela noite.
Devolveu-lhe o olhar, soltando o laço de seu roupão, retirou a peça ficando totalmente nua para ele, seu rosto esquentou assim que o mesmo mostrou uma expressão indignada.
– Vem aqui. – ele chamou com a mão.
null colocou as mechas de cabelo atrás da orelha, seguindo até ele com vergonha. Subiu na cama, sentando sobre o quadril dele conseguido sentir através de suas pélvis a excitação já visível, tocou o abdômen coberto chegando até a gravata, o puxou para perto com violência.
– Vai ficar parado ou vai me possuir como você sempre faz? – questionou com um tom prazeroso rebolando sobre o membro dele.
– Como preferir. – deitou o corpo dela ficando por cima. – Minha policial. – null o puxou com a mesma violência de antes.
– Meu mafioso. – puxou-o selando seus lábios, despindo-o em poucos minutos e o tendo em segundos.
Flashback – off
Pegou a corrente e deitou-se na cama, deixando as lágrimas rolarem descontroladamente. Sentia-se uma vadia por ter ficado com o próprio irmão, não conseguia compreender que desde o início estava lidando com um homem do seu sangue, e ele escondeu aquilo de si por todo o tempo, o que era bem estranho.
Abraçou o travesseiro liberando aquela sensação estranha de seu ser. Se não era amor o que sentia, o que era essa dor? Essa sensação? Essas lágrimas...?
20h00min.
null correu pela areia em busca de sua bolinha verde, null estava na praia sozinha apenas com seu companheiro. Não iria conseguir passar a noite em seu quarto onde o cheiro de null estava impregnado, ele estava naquele espaço o que só fazia ela se sentir cada vez pior.
Chutava a areia em direção do mar, estava escuro e não havia ninguém no local, apenas ela, null, as estrelas, a dor e a solidão. Sentou-se na areia abraçando aos joelhos encarando a água agitada, o vento sopravam para o leste, os pássaros da noite cantavam deixando o ambiente suave e calmo.
– Pega null. – gritou quase sem ânimo visualizando-o correr para a água.
Sorriu com a cena, era o primeiro sorriso depois da partida de null, ah, esse sobrenome... Seu sorriso morreu, ainda sentia uma dor forte e não queria dizer para si mesma que sentia falta dele. Não conseguia, apenas queria compreender a partida de um jeito que não causasse dor a si mesma.
– Por que... – travou sua mandíbula, encarando as estrelas. – O que eu fiz de errado? – continuou encarando aquele brilho intenso que nunca iria se apagar a cima de si.
Os olhos null estavam perdidos, não tinha um ponto que o atraísse naquela praia, havia homens e mulheres no local, mas nada prendia sua atenção nem mesmo as mulheres seminuas a sua frente. O que fazia ali? Não era o seu lugar.
Risos eram ouvidos por ele, mas não achava graça, homens tomavam cerveja, whisky e vodca, junto as mulheres. Algumas tinham os seios expostos e outras o corpo inteiro, mas não se interessava nelas, estava estranho.
– Aí eu disse assim: “ou você me passa a grana ou eu mato a sua garota.". – um dos homens citou com uma garrafa de cerveja na mão, descrevia sua cena de roubo. – Ele se borrou e além do dinheiro na carteira, também me entregou a senha do cofre onde vinte mil dólares esperavam por mim. – gabou-se.
null revirou os olhos, odiavam ouvir historinhas fictícias, as melhores eram as suas onde fazia tudo acontecer com ajuda de seu revólver, já aqueles homens a sua volta, apenas mentiam em busca de mulheres para passarem a noite. Ele era o líder em todos os ataques, comandava tudo, agora era esquecido por todos, null lhe deu o direito de mandar devida sua decisão de segui-lo até o Canadá, mas não se orgulhava disso, ganhava o respeito e mulheres em sua cola, mas não queria sexo, elas apenas queriam seu dinheiro e fama.
– Depois do assalto, eu e null partimos para o carro onde fugimos da polícia. – o mesmo continuava sua história fazendo todos rirem e se divertirem.
– Nossa! Deve ter sido ótima a sensação de fugir da polícia com o chefe do grupo. – uma das loiras retrucou bem erótica.
– Então... null, não? – uma morena sentou-se ao lado do homem, esfregando seus seios descobertos em seu corpo. – Adoraria te ter em minha cama hoje, o que acha?
– Eu acho que... Que você deveria se afastar do meu corpo, querida. – disse calmo sem encará-la.
A mulher um pouco constrangida levantou-se e voltou para seu lugar de início. Ele não cedia a nada, era difícil demais.
– Mas então null null... – outra loira pronunciou seu nome com um tom prazeroso. – O que uma mulher precisa ter para conseguir você?
– Quem sabe que mantenha a boca fechada ou não dizer o meu nome? Agradeceria muito o ato. – respondeu grosso como sempre.
– Tenha mais consideração com nossas garotas null. – um dos homens retrucou acariciando os seios da morena ao seu lado.
– Consideração? Isso é um verdadeiro puteiro. – emitiu com raiva bebendo um gole de cerveja.
– Elas não têm culpa de você ter pedido a sua garota! – rebateram.
– E por isso preciso ir pra cama com uma delas? – rebateu calmo, não queria brigas.
– Visualiza essa carinha... – o homem a sua frente pegou a loira pelo queixo que fazia um beicinho. – Não acha que ela merece uma chance?
null revirou os olhos, deixou sua garrafa de lado e levantou-se seguindo rumo ao mar, precisava ficar sozinho por um tempo.
– O que deu nele? – a morena perguntou.
– Ele perdeu a garota... Por isso é rude desse jeito Emily. – explicou o mais próximo dele.
– E a gente tem culpa? – Caroline uma das loiras bebeu sua vodca sem se importar com as consequências.
– Deem um tempo pra ele, null está passando por uma fase difícil. – outro homem levantou-se seguindo o mesmo caminho de null.
null sentou-se na areia afastado de tudo, visualizava o mar agitado, seus olhos estavam apagados e sua mente perdida. Apenas null circulava sua consciência, pensava nela e nos momentos que passaram juntos. Queria saber o que ela estaria fazendo naquele momento em Washington, não sentia dor no peito, mas sentia falta dela.
– Sei como é... – pronunciou uma voz masculina, null não se importou em levantar o olhar, apenas continuou com os olhos fixos na areia visualizando a sombra do homem sentando-se ao seu lado.
– Não... Não sabe. – respondeu baixo.
– Sei sim... Já passei por isso quando minha namorada morreu em um acidente de carro, e... Eu acho que a dor era bem maior que essa que está sentindo. – explicou.
– Eu não sinto dor, apenas a falta dela. – respondeu fixando a água do mar.
– Meu nome é Luka Mackenzie, sei que não nos conhecemos direito, mas se precisar de algum conselho ou um ombro amigo pra chorar...
– Chorar? – null riu levantando-se.
– Ah... Vai dizer que nunca chorou nessa vida? – Luka disse levantando-se, ficando atrás dele.
– Quando minha mãe morreu.
– Viu?
– Eu tinha cinco anos na época. – completou lançando um olhar apagado para o homem atrás de si lhe dando as costas em segundos.
– Olha... Se quiser posso ajudar você a superar isso. – foi atrás dele.
– Não preciso da ajuda de ninguém. – null respondeu continuando sua caminhada. – Só me deixe sozinho. – exigiu fazendo Luka parar seus movimentos.
null caminhou mais além do que deveria, chegou a um bar onde se sentou no banco pedindo apenas uma garrafa de água em silêncio. Com os dedos apoiados sobre os olhos, refletia as palavras e gemidos de null na semana que ficaram juntos, não queria confessar, mas mesmo sendo irmãos ainda continuava a desejar seu corpo loucamente.
Capítulo 22
Sábado, 25 de novembro de 2017. Washington, DC. 19h15min.
null correu pela areia na frente, logo atrás vinha null e null, brincavam de pegar um ao outro a luz do luar, ganharam costume da brincadeira conforme os dias. Estavam com a mente limpa, nada mais os incomodava.
– Te peguei! – null se jogou contra o corpo dela, caindo ambos na areia rindo.
– Não valeu. – protestou o empurrando pelo peito.
– Você é lerda. – disparou fazendo-a se levantar, jogando o máximo de areia possível contra ele.
null pulou contra null impedindo-o de levantar. null riu, o corpo dele se encheu de terra, agora necessitava de um banho de mar. Enquanto a garota ria, ele foi rápido... Livrou-se de null, pegou-a no colo correndo em direção da água, ela gritava em seu ouvido e distribuía socos fortes em suas costas.
Jogou-se na água, pousando seu corpo sobre o dela, acariciando sua face.
– Minha garota. – pronunciou fazendo-a alargar um sorriso.
– Tem certeza disso? – perguntou já com os braços enlaçados em seu pescoço.
– Desde o primeiro olhar. – respondeu.
– Mostre-me. – desafiou selando os lábios calmamente.
Toronto, CA. 20h00min.
– Todo mundo no chão!!! – null ordenou com o revólver carregado em mãos, havia invadido o "Banco Central De Toronto", onde agora milhares de pessoas gritavam por socorro, todas estavam desesperadas. – Agora... Quero todos quietos, um chiado e suas vidas estarão em minhas mãos!
null continuou apontando seu revólver para os reféns que no chão estavam. Não se cansava de roubar, sempre era dos bancos mais famosos da cidade que Silva queria o dinheiro e isso levava a crer que apenas encontraria nos bancos centrais de Toronto.
– Se eu ouvir um alarme sendo acionado, eu mato cada um de vocês! – ameaçou. – Entendido? – questionou batendo o pé perto de uma grávida que gritou de medo.
Deu-lhes as costas se dirigindo para o balcão onde dois de seus aliados se encontravam ensacando o dinheiro. Apoiou os braços no balcão relendo a senha do cofre em mãos, estava tudo pronto, fácil demais era o que deduzia.
– O cofre. – o líder emitiu estendendo o papel com a senha.
– Quanto levar? – um de seus capangas brincou rindo.
– Vinte e sete mil libras. – respondeu sem tom brincalhão, havia se tornado frio até naquele ponto.
– Chefe, a polícia está a caminho pra cá. – Caroline anunciou correndo até seu líder.
– Ah... – null reclamou voltando para sua posição inicial, agarrou os cabelos de uma mulher que não importava o nome, segurando sua arma contra a testa dela, caso não estivesse com máscara no rosto, sua expressão representaria fúria pura. – Qual de vocês ligou para a polícia? – perguntou. – QUAL DE VOCÊS? – gritou estava a ponto de explodir de tanta raiva. – Oh... Ninguém foi... Então... Acho que não vai fazer importância eu apertar o gatilho! – sorriso malicioso destravando sua arma, fazendo o som da mesma invadir a sala.
– Espera! – um homem ao fundo gritou. – Fui eu que acionei a polícia. – confessou.
– Vai pagar com a vida. – jogou a mulher contra o chão com violência, mirando a arma na direção dele apertando o tão esperado amigo "gatilho".
Luka entrou pelas portas ofegantes, bateu as mesmas correndo em direção de seu líder, precisava avisar do tumulto do lado de fora daquele banco.
– Chefe a polícia está aí, estamos cercados. – anunciou fazendo null pensar em alguma ideia para sair dali. – Chafe? – chamou desesperado.
– Calma, deixe-me pensar. – pediu começando andar pelo local.
null apoiou seus braços sobre o balcão, suspirou, odiava estar naquela situação sem saída. Bateu a mão contra o material de madeira, a raiva já tomava conta de seu corpo, nunca seus planos saíam como planejava.
– null? – Caroline o chamou.
O mesmo mirou seu olhar para duas mochilas, mas a sua encostada na parede, só lhe restava aquele caminho.
Caroline o chamou novamente e ele guardou seu revólver na cintura, bateu a mão novamente no balcão virando-se com um sorriso nos lábios.
– Acho que já sei como podemos sair daqui! – anunciou sendo rápido, ordenou todos agarraram os sacos com o dinheiro e deixarem sobre o balcão.
Enquanto mantinha Luka cuidando dos reféns, null abriu o zíper de sua mochila, colocando o máximo de dinheiro que conseguia dentro dela, seus pertences como roupas, canivete, facas, armas, alicates, TNT, chaves de fenda, luvas, seringas, pé-de-cabra, maçaricos e chaves de boca foram empurrados para o fundo da bolsa, ficou apertado, mas não era nada que null não pudesse dar um jeito.
Retirou a máscara expondo seu cabelo suado e bagunçado, assim como seu rosto com a cicatriz mais visível, os outros fizeram o mesmo. Puxou a barra de sua camiseta preta, retirando uma azul com um detalhe em branco da mochila, aguardou a antiga na mesma vestindo a outra em segundos, precisava disfarçar caso quisesse fugir da polícia em segurança.
– Para o fundo! – ordenou. – Vai, vai, vai... – jogou sua mochila nas costas. – Luka vem! – chamou.
Mackenzie seguir seu chefe aguardando o revólver na cintura. null passou por entre seus aliados chegando primeiro na porta de "saída de emergência", chutou a mesma fazendo-a se abrir com brutalidade quebrando as dobradiças, visualizou a área da direita deparando-se com algumas viaturas, começou a correr com o grupo na frente enquanto policiais vinham atrás armados com rifes e revólveres.
Os tiros foram disparados contra eles, null pulou sobre uma pilha de lixo guiando o grupo até um simples beco, jogou o corpo contra uma porta velha derrubando-a no chão levando seu corpo junto, tossiu em meio a poeira levantando-se, o grupo parou em frente a casa esperando uma ordem.
– Encontrem-me mais ao norte, no estacionamento. – ditou para eles.
O grupo obedeceu a suas ordens, iria distrair os policiais. Os passos e gritos foram ouvidos, pararam em frente a porta, mas nada encontraram, apenas conseguiram ouvir a madeira caindo no andar de cima, o que não tinha sido proposital.
– Para o segundo andar! – o xerife ordenou subindo os degraus velhos, correndo com os outros policiais.
null fez uma breve curva na casa saindo em outra escadaria, um pouco mais a cima os policiais apontavam suas armas, agora só havia um jeito... Subiu no corrimão olhando para baixo, se saísse vivo já estava ótimo. Jogou-se daquela altura abrindo os braços, a poeira levantou-se assim que seu corpo chocou contra o chão. A dor em seus músculos foi presente no momento, apoiou as mãos no concreto velho virando seu corpo de barriga para cima e tossiu. Dobrou as pernas, dando um impulso forte, o que fez com que seu corpo por inteiro levantasse, ainda não estava velho.
Olhou para cima visualizando já o nada, pelas escadarias policiais gritavam para seu batalhão, aproveitou a distância que estavam para agarrar sua mochila e sair dali enquanto ainda tinha vida no corpo.
Escondeu-se atrás de uma enorme caixa de lixo quadrada, grudando suas costas na mesma, apenas ouviu os murmúrios de policiais em sua direção. Respirou fundo após os mesmo passarem reto, estavam tão concentrados em sua perseguição que nem se deram ao trabalho de visualizaram os mínimos detalhes.
null jogou a cabeça para trás em alívio, tinha conseguido mais uma vez não ser pego pela polícia.
– Ora, ora, ora... Se não é nosso querido e jovem null. – ouviu aquela voz irritante, fechando os olhos. – Pensei que estava velho demais para isso.
– E o que você tem a ver com isso? – disparou deparando-se com a figura de seu inseparável inimigo, agachada sobre a tampa da lata de lixo.
– Pensei que os quarenta anos já estavam pesando. – desceu da lata de lixo.
– Tenho trinta e um. – respondeu ajeitando a alça de sua mochila.
– Tanto faz, quarenta anos não estão longe. – provocou.
– Ah... Por que não vai procurar outra pessoa para atormentar Antônio? – deu seus primeiros passos em direção do estacionamento.
– Não, atormentar meu null é uma coisa divertida. – bagunçou os cabelos dele.
– Olha! Se quiser permanecer vivo não toque em mim! – ditou entre os dentes, virando bruscamente para Antônio. – Por que não ficou na polícia? Preferia você lá. – deu as costas.
– Bom... Eu traficava drogas para o seu papaizinho, esqueceu? Não tinha lógica eu continuar na polícia quando eu era o ilegal. – explicou e null novamente virou bruscamente para ele, dessa vez parecia um búfalo.
– Não diga que o null é meu pai! – retornou a sua caminhada com Antônio ainda em sua cola.
null suspirava enquanto ouvia Rigaty reclamando em seu ouvido, não aguentava mais aquele homem em sua cola, era idêntico a um carrapato. Quando achava uma presa não desgrudava nem a pau, mas o único problema era que esse animal nos cachorros se matava com veneno, agora Antônio Rigaty não tinha veneno que o fazia calar a boca.
null retirou a chave de sua Lamborghini destravando o alarme, aproximou-se da porta traseira do lado direito jogando sua mochila na mesma. Colocou os óculos escuros na gola de sua camiseta, presenciando a figura de Rigaty ao lado de seu carro, revirou os olhos, e aproximou-se dele empurrando seu corpo para o lado, dentro daquele carro ele não entrava.
– Nem pensar! – ditou dirigindo-se para a porta do motorista.
Abriu a mesma adentrando, colocou seus óculos escuros, abaixou o vidro recebendo a figura de Rigaty sobre sua janela dizendo palavras desconexas. Apertou o botão do vidro fazendo-o subir, não queria ouvir mais a voz dele, tal ato que não serviu para nada já que o mesmo adentrou seu carro, trabalhavam juntos e isso só deixava null cada vez mais irritado.
– Se quiser chegar à máfia ainda com vida, eu sugiro que fecha a boca. – colocou a chave na ignição.
– Ei... O que esse botão faz? – clicou em um botão azul no painel ligando o ar condicionado no modo quente.
– Não toque em nada! – null desligou o ar.
– E isso? – null agarrou seu pulso.
– O que eu disse sobre tocar? – apertou o pulso com força, mas ele pareceu não se importar.
– Onde fica o rádio? – ignorou a bronca.
– Ah, estou vendo que não adianta falar com você. – null ligou o rádio girando a chave, fazendo o motor roncar.
Capítulo 23
Quinta-feira, 30 de novembro de 2017. Washington, DC. 11h15min.
null deixou as lágrimas saírem ao lado de null, teria novamente que ficar longe de sua família. Canadá era o seu destino, Toronto ainda, era muita coincidência. Foi convocada para uma missão quase impossível, teria de viajar para o local apenas para investigar o caso dos roubos aos bancos centrais da região, e tudo cheirava a confusão!
– Eu não vou null... Não vou... – pronunciou recebendo a pata dele em seu joelho queria passar força. – Não vou... Se não tiver jeito, não vou sem você. – sentou-se no chão da sala abraçando ao cachorro.
Apoiou a cabeça sobre as costas de null deixando as lágrimas molharem o pelo dele. Não queria se encontrar com null, havia pegado raiva dele, ele tinha a deixado sem explicar sequer uma palavra com a boca, a carta que deixou não foi o suficiente. null o considerou um covarde por não usar a língua, mas também sabia que caso soubesse através dele pessoalmente em sua frente, iria se ferir mais, pois tudo que teria de ouvir pela boca dele, atingiria mais a fundo, e ia se sentir mais suja do que nunca.
15h00min.
Charlie adentrou sua sala com null na sua cola, ela estava o atazanando desde a hora que chegou ao prédio. Não aguentava mais ouvir aquela voz em sua orelha.
– null você vai e ponto! – ele gritou batendo na mesa.
– Não, eu não vou! – rebateu com um olhar enraivecido.
– Vai... Caso contrário vai obrigada esse é o seu trabalho. – explicou sentando-se em sua cadeira.
– Charlie! – ela bateu a mão em sua mesa. – Lembra-se do que aconteceu quando fui até New York? – tinha que citar. – Eu engravidei do pior homem que me deu na telha: null null. – pronunciou o nome com nojo, odiava seu irmão.
– E fiquei sabendo sobre vocês serem irmãos de sangue. – Charlie citou girando uma caneta entre os dedos.
– Não dirija a palavra "irmãos" para eu e null. – disse entre os dentes curvando mais o corpo na direção dele.
– Por isso não quer ir a Toronto? – perguntou firme. – Tem medo de se envolver de novo com seu próprio irmão?
– Eu não tenho medo de nada. – null respondeu firme igual a ele, começando andar pela sala parando na janela observando o mundo do lado de fora. – Quer saber? Não tenho medo do null. – levantou o olhar até o de Charlie. – Eu vou até Toronto, e seja como for... Vou enfrentar tudo com a cabeça erguida. – era sua decisão.
Sexta-feira, 01 de dezembro de 2017. 17h15min.
null pulou em na cama com uma pequena pasta transparente na boca, ajudava null preparar suas coisas para a viajem que faria naquela noite, ela estava decidida a seguir para Toronto, e nada faria sua mente mudar de ideia.
– Ah, o passaporte. – emitiu pegando a pasta da boca de null.
O cachorro pulou da cama correndo para seu guarda-roupa, o que ele tinha lembrado?
null não deu importância, precisava acabar sua mala, David Bleckyt novamente a esperava no aeroporto, ele foi convocado junto com Mary para acompanhar sua viagem e monitorar sua distância com null, não deixariam tudo acontecer do mesmo jeito de antes. null não poderia se envolver com aquele homem novamente, seu único envolvimento com ele seria com a companhia de um revólver.
null pulou novamente na cama com uma sacola branca em mãos, null abriu o zíper do lado de fora da mala ajeitando suas calcinhas sensuais que seria usado caso tivesse necessidade.
– O que é isso? – pegou a sacola do cachorro abrindo-a, se deparando com os últimos objetos que queria encarar no mundo... O colar e a camiseta preta de null. – O que quer que eu faça com isso? – perguntou calma, null não tinha culpa.
O cachorro colocou seu focinho dentro da sacola pegando algo metálico, deu alguns passos para trás revelando o colar de null, jogou-o no lençol, null não entendia aonde ele queria chegar. Observou ele pular de sua cama correndo em direção de sua gaveta, puxou o puxador com a boca, começando procurar algo. null o visualizou com um papel na boca, era a carta.
– Não null. – foi compreendido. – Eu... – pegou o envelope encarando com um sorriso o olhar de null que continha um brilho intenso e profundo, ele sabia das coisas. – null... Eu não vou devolver isso... – disse começando acariciar a cabeça dele. – Ele... Nem deve mais se lembrar da minha existência. – a porta se abriu revelando um null parecendo desesperado.
null se levantou rapidamente guardando os restos dos objetos em sua mala, fechou o zíper sentindo as mãos de null em sua cintura. Virou-se encarando os olhos null dele, lembrava muito os de null.
– Diga-me que você não vai. – suas mãos tocaram as bochechas dela.
– null... Eu...
– null... Ele... – tentava falar.
– O null não vai se aproximar de mim... E caso o fizer... – suspirou. – Não vou deixá-lo tocar em mim.
– Eu não vou poder ir... Mas se quiser...
– null! – chamou sua atenção, precisava acabar com aquela conversa e rápido. – Melhor eu ir, preciso de um tempo para pensar antes de embarcar... E não quero que se preocupe comigo, eu estarei em segurança, mas não quero que você fique apenas pensado no que poderia estar acontecendo e...
– Está terminando comigo? – interrompeu, ele já havia sacado o ponto que ela queria atingir.
– Acho que é o melhor. – pegou sua mala, colocando a guia em null. – Se cuida. – beijou sua bochecha. – Vamos null. – saiu do quarto sem olhar para trás.
22h00min.
Colocou seus óculos escuros já dentro do aeroporto, ajeitou sua mala segurando com força a guia de null, mas a frente David a esperava com Mary e mais dois homens. Suspirou forte abaixando o olhar, null sentou-se ao seu lado dando o tempo que fosse necessário ela até o embarque. Tudo lembrava o embarque de New York.
– É null... – levantou o olhar encarando todos com o olhar decidido. – É agora! – anunciou continuando seu caminho com ele ao seu lado.
Teve sorte de seus futuros chefes de Toronto terem aceitado que null fosse junto para a missão que tinha o prazo mínimo de um ano para ser concluída, estaria com seu parceiro quando precisasse de um ombro amigo, ele era um cachorro mais que especial.
Sentou-se no banco do avião com null ao seu lado, ele poderia ir junto com ela sem o acompanhamento de uma gaiola, afinal cães polícias tinham o direito. null era especial para Washington, caso morresse comoveria a cidade, já havia salvado vidas, e null morreria junto, afinal não tinha motivo para viver sem aquele cão ao seu lado.
– Com medo null? – acariciou sua cabeça, beijado a mesma, ele emitiu um choro baixo, tinha medo de avião. – Tudo bem, estou do seu lado. – ele subiu em seu colo, encarando a janela, onde a imagem do lado de fora já ganhava movimento. – Calma null... Calma... – o ouvia chorar em desespero, teve sorte de não ter ficado dentro de uma gaiola. – Calma, eu estou aqui. – tentou o acalmar fazendo-o deitar no banco com metade do corpo sobre a perna dela.
null acariciava a cabeça de null, enquanto ao mesmo tempo visualizava o avião pegar voo. No fundo estava com medo de se encontrar com Blackjack, ele poderia matá-la, mas não tinha medo da morte, afinal havia uma coisa não poderia negar: estava com mais medo de acabar indo para a cama com ele do que receber um tiro dele.
Capítulo 24
Sábado, 02 de dezembro de 2017. 1h30min.
Chegou ao corredor pouco se importando com as poucas peças que usava, queria fugir daquele homem. Abriu uma porta qualquer na tentativa de se esconder, quando na verdade do local saiu um null null com um revólver em mãos, ele avançou agarrando seu pescoço, aquele era o monstro que ele havia se transformado.
– Não mandei você sair. – rosnou com fúria.
– Me larga! – segurou os pulsos dele tentando retirar ambas as mãos de seu pescoço.
– Volta pra mim null... – emitia um tom falso de imploração.
– Não posso... Somos irmãos e isso é errado. – explicou sentindo suas costas baterem com força contra uma cama.
null parou em sua frente tirando sua camiseta preta expondo o abdômen tão cobiçado pelas mulheres a prova, seus músculos dos bíceps se encontravam rígidos e se contraíam conforme a respiração forte. Retirou a bermuda vermelha ficando apenas com a boxer preta já com o volume explícito, null observou sua excitação engolindo em seco, como era possível aquele desejo em apenas poucos toques?
null recuou seu corpo conforme ele se aproximava, não queria transar, era errado.
– Para de fugir... Sei o quanto você também quer... – pronunciou puxando-a pelo braço fazendo o corpo dela cair na posição oposta a dele. Parecido com a posição 69.
null o sentiu massagear seu pescoço descendo para os ombros, abriu o fecho de seu sutiã que ficava na frente, deslizando as alças por seus braços, ela não demonstrou protesto, apenas fechou os olhos suspirando, absorvendo todo o prazer da língua e boca dele em seu seio direito. Tocou seus braços fortes subindo a região arranhando e apertando toda extensão de pele... Abriu os olhos, deparando-se com o peitoral dele, levantou a cabeça lambendo a região com vontade, ele estremeceu mordendo sem dó o bico do seio dela, ouvindo-a gemer do jeito que procurava...
null inverteu suas posições, colocando-se por baixo já sem sua única peça íntima, tocou o quadril dela puxando-o para mais perto de sua boca, null não entendeu o real motivo, mas temia em ser o que estava pensando...
– Faça o seu trabalho que eu faço o meu! – rasgou o pequeno pedaço de pano que ela ainda usava, ouvindo a voz dela protestar.
– E-eu... Eu nunca fiz isso... – tinha as mãos apoiadas sobre as coxas definidas dele.
– Tudo tem sua primeira vez. – respondeu malicioso lambendo a intimidade dela.
null abocanhou seu membro começando sugar sua ereção, apertava as coxas dele recebendo o mesmo aperto nas suas. Fechou os olhos sentindo a língua de null lhe levando aos extremos, mordeu sem a intenção seu membro assim que o sentiu morder seu clitóris de leve fazendo-a liberar o líquido que ele procurava.
null estimulou o clitóris com o polegar, lambendo a intimidade de null parecendo um desesperado o que apenas atrapalhava o trabalho dela. null envolveu seu membro com a mão colocando-o na boca novamente começando movimentos de vai e vem, precisava se concentrar, mas ele não deixava.
O gosto pré-gozo foi sentido por ambos. null estapeou uma das nádegas de null mordendo a mesma com vontade fazendo-a largar seu membro para gemer seu nome em alto tom.
Ele jogou o corpo dela com brutalidade contra a cama subindo sobre o mesmo, distribuiu mordidas e beijos molhados pelo pescoço dela, sentindo as unhas dela em suas costas como gostava.
– null... Oh... – ele a penetrou sem aviso, interrompendo a fala dela.
– Shh... – investiu fazendo-a se agarrar a si gritando contra seu ouvido.
– Por favor... – cravou as unhas nos ombros largos dele, subindo para os cabelos.
– Não implore... Apenas grite. – exigiu investindo fundo, fazendo-a gozar como ele queria.
– null... – emitiu o último grito da noite. – Eu te odeio... – brincou com os olhos fechados.
– Sei que odeia... – saiu de dentro dela, começando massagear o pescoço dela.
null o deixou, não tinha medo de ele a enforcar, estava ciente de seus pecados e não tinha medo da morte. Com os olhos fechados, sentiu algo macio e constituído de couro ser colocado contra a pele de seu pescoço, e o barulho de metais invadiu seus ouvidos... Ele não tinha feito aquilo!
null abriu os olhos, levantando o corpo, observou null se deitar na cama já vestindo com a boxer lhe lançando um olhar nublado. O puxão em seu pescoço fez o corpo dela cair sobre o peitoral dele, null lhe lançou um olhar prazeroso enquanto ele mantinha um sorriso malicioso nos lábios.
– Finalmente minha. – disse puxando-o pela coleira olhando fundo em seus olhos null. – Minha, e ninguém vai mais tirá-la de mim. – aproximou seus lábios iniciando um beijo agressivo.
null levantou o corpo com brutalidade, batendo sua cabeça no banco da frente, massageou o local abafando a dor, tudo não passará de um mero pesadelo. Observou o avião escuro, todos já estavam dormindo, inclusive null ao seu lado... Virou sua visão para a imagem ao seu lado visualizado apenas null dormindo com um cobertor, por um segundo tinha visto null ao seu lado dormindo como um anjo negro.
Levantou-se sentindo a cabeça reclamar devida sua batida no banco da frente, iria até o banheiro fazer sua higiene e visualizar o local atingido.
Foi até o final da cabine adentrando a primeira porta da esquerda, o local era bem limpo pelo seu ponto de vista, entrou em uma cabine fazendo sua higiene. Quando saiu abriu a torneira lavando suas mãos e jogando uma água no rosto, pegou a toalha e enxugou sua face, abaixou o tecido devagar encontrando refletido o espelho a figura do homem que nunca queria ter presenciado na vida.
null null tinha um olhar nublado e apagado no rosto, matinha um sorriso malicioso nos lábios, e no corpo vestia uma camiseta azul marinho acompanhado de uma calça jeans preta e tênis. null abriu a boca não acreditando no que visualizava, virou seu olhar para trás com rapidez encontrando apenas duas toalhas penduradas na parede, voltou sua atenção para o espelho encontrando as mesmas. Um vento passou por seus cabelos vinha da janela, foi o suficiente para sair daquele espaço o mais rápido que conseguia voltando para seu assento, onde deitou o corpo tentando pegar no sono. Seria difícil depois da sensação de null atrás de si, definitivamente teria de admitir estava com medo daquele homem.
Capítulo 25
Toronto, Canadá. 23h15min.
null pulou na cama girando sobre a mesma, sentou-se observando com a língua para fora a figura de null adentrar o quarto com sua mala e roupas em mãos, estava apenas esperando ela adentrar e se deitar para receber carinho. null dobrou suas roupas colocando sobre a cômoda, deixou a mala de lado, jogando seu corpo de costas na cama, suspirando, null latiu animado, lambendo seu rosto.
– null. – afastou a cabeça dele. – Eu estou cansada... – reclamou fazendo-o cair de barriga pra cima.
null riu esfregando a mão na barriga quente dele soltava risos altos conforme ouvia o cachorro emitir sons engraçados. Praticamente pulou sobre ele beijando sua cabeça, apertando suas orelhas como já estava acostumada. Fechou os olhos pela lambida dele, empurrando o corpo do mesmo de leve, fazendo-o cair na mesma posição, abriu os olhos encarando uma imagem que arrepiou todo o seu ser.
Um abdômen definido e suado estava em seu campo de visão, engoliu em seco subindo o olhar até se encontrar com aqueles poços null. Eles transmitiam um ar sombrio e prazeroso, null abaixou seu olhar encontrando uma coleira preta em seu pescoço com uma placa de metal escrita "null". Ele aproximou seu rosto do seu lambendo sua bochecha e apertando sua coxa esquerda sem muita delicadeza, null empurrou-o pelo peito em desespero, queria null de volta!
– Não... Sai de perto de mim! – exigiu levantando o corpo e recuando em passos largos, até tropeçar em sua mala caindo de costas no chão.
As dores em suas nádegas não eram das piores, já havia sentido algo mais doloroso na vida. Apoiou-se nas mãos observando a figura de null lhe lançando um olhar em dúvida, ele matinha uma postura normal, se encontrava de pé na cama.
null levantou-se sentindo o corpo reclamar em algumas regiões, aproximou-se da cama sentando no colchão refletindo tudo o que acabara de acontecer ali. Havia novamente presenciado a figura de null, e sempre era de sua imaginação, estava imaginando null em meio a seus capítulos. Primeiro foi no avião dentro do banheiro e agora no seu quarto, ao invés de ver null brincando consigo, acabou vendo null com uma coleira... Quase nu!
Precisava resolver esse problema com urgência.
null mirou seu olhar em null fixando na coleira preta que havia ganhado de Charlie onde seu nome estava lacrado na placa de metal, null usava uma igual minuto atrás, tinha imaginado ele sendo null.
– null... Não sabe o quanto eu queria que você pudesse me ajudar com esse problema. – acariciou a cabeça dele. – Mas... Acho melhor descansarmos a noite que ainda nos resta. – disse deitando seu corpo de lado, recebendo o corpo do cachorro logo contra o seu, ambos pegando no sono quase juntos...
O escuro dominava a região de Toronto, a neve caía deixando tudo gelado e frio, o gelo que derretia escorria pelo vidro do carro, as rodas estavam dominadas pela neve e dentro dele o ar era quente o suficiente para o frio não incomodar.
As costas de null pousaram no volante deixando seus seios mais altos, na altura da boca dele. Sentiu as mãos dele envolvendo seus seios massageando ambos e apertando tirando suspiros da mulher.
– Não tenha medo... – ele pronunciou lambendo o bico esquerdo fazendo-a se arrepiar dos pés a cabeça.
– Não tenho medo... Você cuida de mim... – enlaçou os dedos nos cabelos null sentindo os dentes dele se mostrarem presente.
– Cuido muito bem da minha garota. – levou a mão até a intimidade dela massageando o local causando arrepios.
null gemeu assim que um pequeno objeto foi inserido entre suas pernas, parecia uma carretilha de linha. Agarrou os ombros de null assim que um pequeno choque se encontrou em sua intimidade, fechou os olhos, mordendo os lábios sentindo a mesma contração, ele estava brincando com um vibrador.
– O que p-pensa que está f-fazendo? – gaguejou recebendo outro choque agarrou-se mais a ele, ouvindo-o rir.
– Eu? Nada. – sorriso malicioso apertando outro botão em seu controle, que poderia fazê-la ter um orgasmo.
– Oh... null... Tira... – pedia com um pouco de desespero, sentia-se com vergonha.
– Não. – respondeu rude, passando para o banco de trás, deitando ela no banco, colocando-se por cima com seu controle em mãos.
– Por favor... – implorou novamente, recebendo outro choque agora mais forte. – Tira... – ele repetiu o ato recebendo ela contra si.
– Quer que eu tire com os dentes? – perguntou malicioso descendo por seu corpo.
– Não... Ah... – ele tocou sua intimidade em um ponto sensível. – Hoje não... – completou.
null obedeceu a seus comandos, tirou o objeto deixando-o de lado, havia algo melhor para fazer ali. Segurou as coxas dela com vontade apertando as mesmas, beijamos ambas subindo para a barriga.
null relaxou o corpo conseguindo sentir o membro de ele encostar-se à parte lateral de sua coxa esquerda, suspirou apenas de imaginar seu tamanho. Puxou null pelos ombros selando seus lábios em desespero, sempre se esquecia de colocar aquele pequeno detalhe em prática...
null encarou seus olhos com malícia deixando um sorriso se alargar. Abaixou o olhar revelando suas intenções, mordeu os lábios levantando o corpo empurrando ele para o outro lado, o fez sentar-se para fazer o que queria. null se virou de costas para ele sentando-se em seu colo jogando a cabeça para trás encostando a mesma no ombro dele, levantou o braço alisando os cabelos suados dele. null tocou as coxas de null afastando suas pernas, levantou a cintura dela lhe penetrando devagar, ela gemeu após sentir a primeira intocada forte, puxou o cabelo dele gritando com prazer.
– Eu te amo... – a voz dele já era falha.
– Não... Você não ama ninguém...
– Eu te amo null...
– Não... – não queria acreditar...
– Não... Não! – rolou na cama levantando-se com rapidez.
null observou o escuro a sua volta, acendeu o abajur, visualizando null dormir perto da porta, achara estranho seu comportamento. Engoliu em seco, talvez alguém tenha confundido ele com null.
Passou as mãos pelo rosto em alívio, analisou seu corpo só percebendo o quanto aquilo já estava pensando dos limites... Estava nua.
Suspirou, pegando suas roupas no chão as vestindo, dirigiu-se então para a varanda onde refletiria um pouco sobre tudo que estava acontecendo. Apoiou os braços no concreto sentindo o vento bater contra seus cabelos, estava frio, mas nada lhe incomodava.
– Socorro... Alguém me ajuda! – a voz era de um homem.
null levantou o olhar da direção leste tentando ouvir mais gritos... Alguém precisava de ajuda e urgente.
Os gritos foram ouvidos novamente, o que foram o suficiente para ela sair do quarto em desespero sem a companhia de null, saiu desarmada e despreparada para o que estava por vir em sua direção.
Nota da autora: CONTINUE LENDOOOOO!!!!
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01.Confident (Finalizada)
05.Don’t Be a Fool (Finalizada)
10.Never Ending (Finalizada)
16.Sex With Me (Finalizada)
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Shoot Me (Finalizada/ Restritas)
Juntos em Nova York (Em Andamento/ Restritas)


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