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Última atualização: 08/01/2019


Essa história está registrada na Biblioteca Nacional segundo consta a Lei Nº 9.610, Art. 1º Esta Lei regula os direitos autorais, entendendo-se sob esta denominação os direitos de autor e os que lhes são conexos, caso seja sujeita a plágio pode determinar detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa.

Capítulo 26


Domingo, 03 de dezembro de 2017. 00h00min.


apertou seu casaco contra o corpo visualizando a famosa fumaça branca sair pela boca, em Toronto os graus variavam 8°C. Mas mesmo com isso continuava vagando pelas ruas escuras, estava atrás do homem que ouviu gritando alguns minutos atrás.
Continuou seu caminho chegando a uma área escura onde um beco escuro se iniciava, os prédios grandes faziam tudo ficar mais escuros, e um calafrio subiu por sua espinha conforme o vento gelado batia contra sua nuca. Cruzou os braços soltando o ar pela boca, começou sua caminhada para dentro do beco onde mais a frente um senhor com mais de meia idade estava sentado no chão, com um sangramento na testa e uma maleta em mãos.
engoliu em seco olhando a sua volta, precisava de ajuda. Correu até ele abaixando-se ao seu lado, pegou a maleta na tentativa de ajudá-lo, mas ele puxou-a para perto, estranhou sua atitude, mas não desistiu.

– Eu te ajudo. – pronunciou tocando seu ombro.
– Afaste-se de mim! – empurrou o corpo dela.

o encarou, ele estava a confundido com uma ladra.
Mesmo com o engano, ajudou-o a levantar, ele recuou o máximo que conseguia para trás, não queria o toque dela em si, mesmo com isso continuou insistindo, deu o primeiro passo na direção dele, mas algo a surpreendeu.

– Se der mais um passo serei obrigado a atirar! – ameaçou.
– Calma... Eu só quero te ajudar. – disse calma muito próximo dele.
– Ajudar... Saía de perto de mim! – ele empurrou seu corpo para trás, apenas sentiu suas costas baterem contra algo quente e duro.

A respiração forte e ofegante bateu contra sua nuca lhe arrepiando, as mãos fortes dele tocavam sua cintura como apenas o único jeito dela não cair no chão molhado pela água suja dos moradores. tirou as mãos, levantando o olhar encontrando aquele que temia...
era o seu nome, ele mantinha uma expressão dura e fria, sua cicatriz estava mais visível, seus olhos representavam fúria e raiva ao mesmo tempo, suas sobrancelhas estavam abaixadas e a direita continha um corte no meio e seus cabelos tinham um corte sexy, estava usando a moda espetada. Simplesmente maravilhoso!

? – questionou em total surpresa.
– Cale a boca. – seu tom era rígido.

travou sua mandíbula de imediato, não era o mesmo de Washington, aquele atrás de si tinha algo diferente, além da aparência seu jeito demonstrava outro ser.
Ele empurrou o corpo dela para o lado com agressividade quase a derrubando, a mesma observou ele andando até o senhor que se encolhia contra a parede, queria poder impedir, mas sua boca não obedecia.

o que pensa que vai fazer? – havia escapado.
– Eu? – sorriu malicioso. – Vou quebrar a sua mandíbula caso não calar a boca. – ele nunca havia falado daquele jeito com ela.
– O que deu em você? – continuou, não aceitaria suas más criações.
– Ah... Olha... Que tal você ir embora daqui e me esquecer?– virou-se para ela, recebendo uma luz branca contra seu corpo, quase o cegando.
– TARDE! – o senhor sorriu vitorioso, era a polícia.
– Fudeu! – emitiu correndo na direção de . – Vem comigo. – agarrou seu pulso puxando-a com força.
– É apenas a polícia, sou um deles vim aqui para...
– Ninguém quer saber o que você faz aqui, eles querem apenas acertar o sonífero em nós! – interrompeu sua explicação de um jeito rude.
– Nós? – perguntou. – Não tem essa de "nós", o criminoso aqui é você! – parou bruscamente o levando junto.
– Quer ficar aí? – levantou as mãos em rendição havia desistido. – Fique, não sou sua babá. – continuou a correr sem olhar para trás.

permaneceu parada naquele beco com os braços cruzados, não acreditava na hipótese de que estava ali para ajudar, mas não era reconhecida.
O tiro fora disparado em sua direção, eram dos tenentes, apenas olhou para trás conseguindo visualizar apenas os cachorros. Foi quando um peso caiu sobre o si, ela foi ao chão sentindo uma mão segurar sua cabeça, se remexeu em desespero queria ele longe.

– Fica abaixada. – pediu já que haviam caído atrás de uma lata de lixo grande.
– Sai de atrás de mim! – deu uma cotovelada nele com força, atingindo a região de suas costelas.
– Vadia. – emitiu segurando a região.
– Fale mal novamente... – o agarrou pelo pescoço sem medo. – E eu mato você! –lançou-lhe um olhar assassino, não estava brincando.
– Fique ciente que também tenho uma arma. – segurou o pescoço dela. – E não tenho medo de usá-la em você! – disse entre os dentes.
– Shh... – tapou a boca dele devido os polícias que passavam do lado da lata.

tocou sua mão abaixando a mesma lhe lançando um olhar nublado e rígido, queria acabar com a mulher a sua frente, ela não tinha o direito de agir daquela maneira com ele.
recuou um pouco o corpo para trás, queria despistar o cachorro que cheirava a lata de lixo, respirou fundo assim que suas costas baterem contra o corpo de . Virou seu olhar rapidamente, engolindo em seco, foi um simples acidente.

– Desculpa. – recebeu a mão dele em seu pescoço para afastar o cabelo que caia no rosto dela. – Não se aproxime de mim! – exigiu separando seus corpos e tirando a mão dele dali.

suspirou mexendo nos cabelos, abaixou o olhar para o asfalto fixando o nada, sorriu com os dentes, não entendia o motivo do sorriso, mas também não queria saber.

– Qual é a graça? – questionou, fazendo-o umedecer os lábios.
– Você... – disse ainda rindo. – O jeito de você dizer que não quer meu corpo perto do seu...
– E não quero mesmo! – o interrompeu.
– Tem certeza? – aproximou-se dela grudando seus corpos por trás.
! – chamou sua atenção, mordendo os lábios após sentir a ereção dele contra suas nádegas.
– Ah... Eu sei que você quer... – invadiu a camiseta dela, agarrando um de seus seios.
... – deixou seu corpo relaxar para trás com o estímulo.
– Calma... Calma... – pronunciou fazendo-a suspirar.
– Não... – se deu conta do que estava deixando acontecer ali.

afastou-se dele batendo contra sua face, riu cínico, ela havia atraído toda atenção para ambos. Cachorros já corriam em sua direção, e logo atrás policiais armados vinham todos com um olhar assassino e vitoriosos.

– Vem comigo... Agora! – levantou-se com rapidez empurrando o corpo dela.
– O que? – o encarou ouvindo tiros sendo disparados.
– Vai ficar parada aí? – ele gritou fazendo-a correr em sua direção.

Tenentes gritavam atrás dos dois, e cachorros corriam mais a frente parecendo desesperados em alcançar a carne de e .
parou no meio do caminho observando dois caminhos, o do lado direito e o do esquerdo, não sabia qual seguir, mas precisava se decidir. esbarrou em suas costas, apoiando as mãos em seus ombros, estava desesperada e ofegante.

– O QUE HOUVE? – gritou.
– Não sei que lado seguir.
– Que ótimo... O fodão de Toronto, aquele que come todas as garotas não sabe que lado seguir?! – provocou.
– Acho que é o direito. – ignorou a provocação dela seguindo o lado direito.

o seguiu, era o único jeito, ele conhecia o que fazia. virou a curva bruscamente saindo no lugar que queria, sua lamborghini estava apenas a alguns metros de distância dos dois, talvez ainda tivesse chance de escapar.
retirou as chaves do bolso, desativando o alarme do carro, seguindo para o mesmo, o seguiu, queria sair viva daquele beco.

– Entra agora. – ele mandou adentrando o lado do motorista.

obedeceu, adentrando o banco do passageiro um pouco desesperada, queria sair daquele lugar o quanto antes. Só que com no volante, seu medo de sair sem a vida, apenas aumentava.

– Aconselho que coloque o cinto. – conectou a chave na ignição, fazendo o motor roncar.
... O que você... NÃO!!! – seus batimentos cardíacos foram a loucura, ele havia pisados no acelerador fazendo o carro cantar os pneus.
– Calma... Você não viu nada ainda. – ele sorriu malicioso, virando na contramão, ouvindo diversos carros acionando em a buzina.
– É CONTRAMÃO SEU IDIOTA! – gritou desesperada, visualizando um caminhão vindo de frente. – ! – gritou novamente agarrando o cinto.

sorriu, engatando outra marcha, lançou um olhar para o retrovisor localizando a polícia atrás deles, emitiu um simples "bosta", virando bruscamente na próxima curva da esquerda. ao seu lado estava quase morrendo de medo, a mesma já estava abraçada aos joelhos.

– O caminhão... !!! – gritou apoiando a mão na coxa dele apertando o local.
– Tenho tudo sob controle. – garantiu ultrapassando três carros ao mesmo tempo, quase se chocando contra uma S10.
– Por favor, encosta o carro! – pediu apertando cada vez mais a coxa dele, conforme seus olhos presenciavam cenas da morte.
– Relaxa . – emitiu calmo.
– RELAXAR? COMO EU VOU RELAXAR COM VOCÊ DIRIGINDO DESSE JEITO... E, ALIÁS, TEM TRÊS VIATURAS ATRÁS DA GENTE! – gritou desesperada, visualizando a lamborghini girar no asfalto ficando de frente para as viaturas.
– Um pouco de adrenalina não vai matar ninguém. – disse entre os dentes engatando outra marcha, pisando fundo no acelerador.
– Por favor... – implorou, mas ele fingia não ouvir, era agora um cabeça dura!
– Veja isso. – pediu com um sorriso.

Acelerou, fazendo o policial jogar bruscamente sua viatura para o lado capotando o veículo, o que foi o suficiente para o trânsito parar e conseguir sair daquela perseguição, mas ainda tinha dois.

– Um já foi... Só faltam dois. – pronunciou com um tom brincalhão.
... Encosta o carro. – apertou a calça jeans dele, assim que o mesmo virou novamente na contramão.
... Se caso não tiver nada melhor para dizer... Eu sugiro que feche a boca. – disse rude.
... – engoliu em seco. – Por favor...
– Quer parar de agir como se fosse minha mãe... É sempre assim... encosta o carro; isso; aquilo. – imitou a voz de , ouvindo um tiro do lado de fora, agora eram cinco viaturas. – Droga! – olhou para trás, virando logo para frente, sabia um caminho que poderia lhes tirar dali.
– Vira para esquerda.
– Tem certeza? – tinha as mãos firmes no volante.
– Tenho. – confirmou, fazendo-o virar bruscamente e cantar os pneus, fazendo a mão dela subir por sua coxa, estava próxima demais.
... – ele fechou os olhos, conseguindo sentir os dedos dela próximo de seu membro. – A-a mão. – gaguejou.
– Ah... – sorriu sem jeito, não tirando sua mão do local. – Não se incomoda, não é? – esperava que a resposta fosse "não".
– Tira ela daí. – rosnou entre os dentes, mantendo a atenção fixa na estrada.
– Não! – respondeu firme, subindo mais a mão, chegando ao volume dele.
! – chamou sua atenção.
– Shh... Concentra-se na estrada. – ela retirou o cinto, curvando seu corpo para o lado.
– Eu estou dirigindo. – tentava impedir, mas ela já abria os botões de sua calça.
– Shh... – desceu o zíper devagar, puxando o máximo que conseguia da calça, expondo a boxer branca dele.

contraiu-se assim que a mão dela invadiu sua boxer, agarrando seu membro, fazendo-o quase bater o veículo. massageou sua ereção lhe tirando suspiros fortes, a concentração na estrada estava difícil.

– Só porque não quero morrer hoje. – afastou-se dele, fazendo-o soltar um alívio.
– Coloca o cinto. – ordenou e ela obedeceu. – Se segura. – acelerou passando entre os carros o mais rápido que conseguia.

encolheu-se contra o banco, assim que o carro quase bateu contra outro veículo de carga pesada. Pousou a cabeça nos joelhos, aquilo não acabava.

– Encosta o carro ! – emitiu. – Eles não vão desistir enquanto você não ceder!
– Calma, já estamos chegando. – respondeu firme, virando na frente de um caminhão, que foi de útil utilidade.

acelerou o veículo, assim que os primeiro sinais da saída da cidade mostraram-se presente, dirigiu sua lamborghini até uma árvore, onde o escuro era presente o quanto mais afastado da luz melhor, afinal seu carro já era preto o que facilitava o esconderijo. Desligou o motor soltando um alívio pelos lábios, jogou a cabeça para trás ouvindo suspirar em alívio ao seu lado. Deixou tudo no jeito que estava só levou suas mãos até a calça, fechando os botões e zíper, naquela hora, havia perdido a noção do perigo.

? – chamou tocando seu ombro, mas ela não emitiu resposta. – ? – pronunciou seu nome quase completo, fazendo-a virar o olhar em sua direção.

Ambos foram pelos de surpresa. Seus olhos se encontraram novamente, em um contato profundo, do qual dizia o que queriam um do outro. Eles representavam desejos e luxúria, queriam o mesmo, mas não podiam era errados.

– O que foi? – ela quis saber.
– Nada... – segurou-a pelo queixo, acariciando sua bochecha.
– Não toca em mim! – bateu contra a mão dele com raiva, tirou o cinto e abriu a porta, iria voltar para seu quarto andando.


Capítulo 27


– Entra no carro. – ordenou com os braços apoiados no teto de seu lamborghini.
– Manda em mim? – emitiu alto.
– Já reparou que estamos quase aos 5°C? – gritou de volta.
– Legal, mas eu não me importo. Prefiro morrer congelada, a morrer com você dirigindo. –lançou-lhe um olhar provocante, continuando andar em direção da floresta.
– Te aconselho não entrar aí. – gritou vestindo sua blusa de moletom azul marinho.
– Ah... O papai, não me trate como se eu ainda fosse uma criança. – provocou novamente, sabia do quanto ele odiava provocações.
– Volta agora, que eu te levo até onde está hospedada. Você segue com a sua vida, e eu sigo com a minha e pronto. Colocamos um ponto final nisso e ninguém mais fala no assunto. – continuou na mesma posição impaciente e nervoso.
– Tá bom . Larga de ser um velho gagá e resmungão. – gritou parando seus movimentos observando a cerca que impedia seu caminho.
para agora! – observou a figura de ela passar por baixo da cerca lhe ignorando. – Ah... Meu deus do céu! – bateu a porta do carro com fúria, acionando o alarme, passou as mãos pelos cabelos começando sua longa caminhada atrás de , a mulher que queria matar no momento.

fechou o zíper de seu casaco, em meio às árvores a temperatura ambiente abaixava. Não fazia ideia de onde estava indo, não conhecia Toronto, apenas alguns pontos eram de seu conhecimento. Seu corpo caiu contra o chão úmido, havia tropeçado em um tronco, tirou seu pé que tinha enroscado, deitando sobre a terra, em seu calcanhar uma forte dor se iniciava. Tinha torcido.

– Que droga! – pronunciou segurando seu pé direito.
– Ainda acha que o melhor é voltar andando? – virou seu olhar para o lado, encontrando com a imagem de com os braços cruzados, encostado a uma árvore, lhe observando com um olhar nublado e sombrio.
– Ah... O que ainda faz aqui? – quis saber, sentando-se com dificuldade em uma rocha.
– Eu? Nada é claro, sabia que seria útil. – respondeu cínico. – O que houve? – apontou para o pé dela com a cabeça.
– Acho que torci. – respondeu com o tom normal.
– Me deixe ver. – aproximou-se dela, se abaixando a sua frente.
– O que você entende sobre isso?
– Só quero ver se está inchado ou se não quebrou. – explicou levantando a perna dela.
– Cuidado... Ah... – gemeu tocando seu joelho enquanto ele retirava seu tênis.

retirou sua meia, deixando os objetos de lado, tocou o pé de com cuidado, sabia que a dor seria grande caso deixasse toda a raiva que sentia se libertar. Mexeu devagar de todos os ângulos, fazendo-a gritar em algumas ocasiões, massageou o calcanhar suavemente sentindo o osso fora do lugar, havia apenas descolado a região.

– Você apenas deslocou. – continuou a massagear, caso fizesse o ato, o osso poderia voltar.
... Ah... – gritou assim que sentindo seu osso retornar ao lugar.
– Doeu? – perguntou malicioso.
– Não... – respondeu ainda sentindo a região latente, enquanto ele colocava seu tênis de volta.
– Tudo bem? – levantou o corpo, não estava preocupado.
– Acho que sim. – apoiou as mãos na pedra levantou-se, sentindo a dor cada vez mais forte.
– Consegue andar? – colocou as mãos no bolso da blusa saindo de perto dela, era necessário apenas levá-la para o carro e pronto.
– Não sou tão frágil assim. – apoiava-se nas árvores conseguindo passar na frente de , o mesmo sorriu, ela era teimosa feito uma mula.
– Mulheres. – emitiu andando atrás dela.

Uma da madrugada bateu no relógio da igreja, as corujas cantavam, lobos uivavam, cachorros latiam, gatos miavam, pessoas dormiam, e ali estavam eles, vagando pela floresta fria e escura. mordia os lábios na tentativa de continuar andando sem sentir tanta dor, enquanto estava mais à frente com as mãos no bolso da blusa, suspirava a todo o momento, estava entediado e queria voltar logo para a máfia e jogar o corpo na cama.

... Eu não aguento mais. – comunicou apoiando-se contra uma árvore velha.
– Ah... – suspirou para o alto, virando para ela. – Pretende passar a noite aqui? – aproximou-se dela ficando ao seu lado. – Óbvio que não. – passou os braços por trás de suas pernas, levantando-a no colo.
– Coloca-me no chão! – bateu contra seu peitoral, não queria a ajuda dele.
– Shh... – pediu ajeitando o corpo dela em seu colo. – Não se preocupe com nada. – abaixou o olhar encontrando-se com o dela.

alimentou o contato visual sem hesitar. Observou dentro daqueles poços algo diferente, uma raiva estava acumulada e o nublado dominava quase toda sua extensão. Aquele não era o mesmo de meses atrás, mas ainda se sentia atraída por ele.
jogou de leve o corpo dela para cima fazendo-a enlaçar os braços em seu pescoço, sem quebrar o contato. levantou o rosto aproximando ambos, continuou com o contato visual até seus narizes se tocarem fazendo os dois fecharem seus olhos por impulso.

... – ela pronunciou baixo engolindo em seco. – Tira-me daqui... – pediu sem jeito, encostando seus lábios nos dele.

Começaram calmos, estava apenas tentando fazer seus lábios se encaixarem como antes em Washington. enlaçou os dedos nos cabelos dele, puxando o mesmo para mais perto de si, queria mais contato que aquele. pediu passagem com a língua e ela cedeu. Suas línguas traçavam uma batalha forte e violenta, não se combinavam mais como antes, agora eram inimigas cruéis.
separou seus lábios assim que o ar lhe faltou, virando o olhar para um ponto qualquer na floresta, foi um erro e sabia disso. tocou sua face, fazendo-o olhar novamente para si, segurou-o pelo maxilar iniciando outro beijo...

(...)

Retirou seus tênis com desespero jogando ambos no banco da frente, suas costas bateram contra a lateral do carro, enquanto ouvia a noite fria e os animais em volta. destravou a porta traseira, após resolver um pequeno problema na frente de seu lamborghini.
o visualizou aproximar-se de si, pousando as mãos grandes e fortes contra sua cintura, retribuiu enlaçando seus braços em seu pescoço envolvendo os lábios dele com os dentes. Mordeu com força conseguindo sentir o gosto metálico, mas ele como todo masoquista gostava da dor.
abriu a porta traseira do carro empurrando o corpo de para dentro do mesmo, deitando seu corpo sobre o dela. Fechou a porta, logo fechando as travas de segurança, ligou o ar quente, na tentativa de espantar o frio do ambiente.

– Chega! – ela o segurou pela gola da blusa atraindo sua atenção. – Eu quero você. – deixou escapar em meros segundos.
– Isso é uma ordem? – provocou com um sorriso maligno.
– Quer mesmo saber? – aproximou seus rostos.

Ele não respondeu, apenas riu. abriu o zíper de seu casaco devagar e de um jeito provocante, queria enlouquecer a cabeça dele, mordeu os lábios assim que a visualizou apenas de sutiã a sua frente, jogou seu casaco em qualquer lugar no carro, não se importava em saber, tinha um para lidar.
Agarrou a barra da blusa de moletom dele puxando-a para cima, ele levantou as duas peças de uma vez deixando com mais rapidez seu abdômen que tanto sentia falta a mostra. Ela lambeu seu peitoral e barriga com vontade, fazia noites que queria fazer aquilo, todos os sonhos só serviram para aquele desejo aumentar a cada minuto que pensava nele.

– Meu... Totalmente meu. – mordeu o bíceps esquerdo dele com vontade, fazendo-o quase soltar o peso sobre si.
– Vai com calma. – brincou beijando o pescoço dela, enquanto sentia os dentes mordiscando seus músculos e puxando.
– Você é gostoso demais. – emitiu sem vergonha, soltando um risinho.
– Devo levar isso na brincadeira ou na verdade? – quis saber.
– Os dois. – respondeu arranhando as costas nuas dele.
– Não é à toa que eu goste de ficar assim com você. – provocou mordiscando a orelha dela enquanto sentia as unhas da mesma arranhando suas costas como uma gata selvagem.
– Eu também. – havia jogando as cartas na mesa. – Senti falta desse contato. – sussurrou em seu ouvido.

estremeceu, estava perplexo com o que acabara de ouvir. Ela havia sentindo sua falta durante oito meses, e ele ali, não lembrava mais nem de sua existência, mentira que se pegou várias vezes pensando nela.

– Por que não disse isso antes? Eu poderia ter voltado e acabado com o seu sofrimento. – provocou distribuindo beijos molhados desde o lóbulo da orelha, descendo para o pescoço.
– Somos irmãos esqueceu? – tinham de estar ciente daquilo.
– Eu não me importaria. – respondeu. – O que é proibido é sempre o mais gostoso! – completou levando seus dedos ágeis até os botões da calça jeans dela.
– Isso é incesto. – levantou o corpo rapidamente, segundo o maxilar dele, havia se dado conta do que estava fazendo.
– Pode ser, mas vamos fingir que eu sou apenas aquele que você sentiu falta. – empurrou o corpo dela.

abaixou a calça jeans dele com dificuldade conforme se encontrava deitada, riu retirando ele mesmo sua roupa levando a boxer junto. agarrou seus ombros, escondendo seu rosto no pescoço dele inspirado seu perfume, o melhor estava por vir.

– Preciso usar o preservativo? – era para ter sido uma brincadeira, mas acabou fincando sério.
– Não... E-eu não posso mais engravidar. – enlaçou seus dedos nos cabelos dele.
– Como é? – quis saber.
– Ah, lembra-se do nosso filho? – afastou seus corpos. – Então, saiu o diagnóstico alguns dias depois de você ir embora... – respirou fundo segurando as lágrimas. – Eu não o pedir por conta da fumaça, e sim porque tenho um problema que só pode ser curado com um tratamento.
– Você está seguindo o tratamento?
– Não, os médicos disseram que não vale a pena. – deixou as lágrimas saírem. – Eles citaram que eu não posso mais ter filhos, meu problema não permitiria...
– Shh... – ele pediu limpando a lágrima que escorreu por sua bochecha. – Pensa no agora... – acariciou a bochecha dela em um carinho que acalmaria seu ser. – Olha em volta... Eu e você aqui dentro desse lamborghini, isolados do mundo, preste a cometer um erro... – grudou suas testas com os olhos fechados. – Não ligo para o seu problema, você é perfeita do jeito que você é... – beijou sua testa, estava tentando ser mais frágil, mas palavras carinhosas não combinavam com o novo .
– Para com isso. – pediu dobrando as pernas em um estímulo para ele prosseguir.
– Pronta para gritar até não poder mais? – o novo havia voltado.
– Sempre estarei pronta para você... – cravou suas unhas nos ombros largos a sua frente, mordendo a região conforme ele lhe penetrava.

***

3h00min.


Sugava o ombro a sua frente, estava ainda com um pouco de raiva no corpo, ela não se importava, estava mais interessada em ficar com o corpo dele atrás de si. passou os dentes pela região sem delicadeza deixando marcas vermelhas, ela apenas apertou a mão dele lhe emitindo um simples aviso de que ele não precisa se importar com a dor.
mordeu de leve a pele dela, puxando de leve. virou seu corpo após perceber que ele havia cansado, apoiando a cabeça contra seu peitoral duro e quente, apoiou a mão no local massageando a região ainda com os olhos abertos, estava com um pouco de sono.

– Estou com frio. – disse baixo, ele havia desligado o ar quente, conforme resolveram descansar.
– Pega isso. – levantou um pouco o corpo, agarrando sua blusa de moletom. – Já vai esquentar. – cobriu a parte de cima de seu corpo, sentindo-a cada vez mais próxima de si.
– Você é quente... – murmurou suspirando, fechando os olhos.
– Nossa, você está congelando. – impressionou-se com a temperatura dela conforme se agarrou em si.
– Posso dormir assim...? – perguntou sem jeito, corando o rosto.
– Próximo? – questionou puxando-a para mais perto. – Já recebeu sua resposta. – citou ajeitando a blusa sobre o corpo dela e o seu, beijando sua testa.
– Para que você não combina sendo carinhoso. – disse abrindo os olhos, acariciando o rosto dele.
– Sei o quanto gosta de carinho. Não vou deixá-la sem este nessa noite fria. – explicou.
– Boa noite meu . – desejou lhe dando um selinho rápido, logo se aconchegando em seus braços novamente.
– Boa noite minha pequena . – tentou ser carinhoso novamente com as palavras, lhe beijando na testa pela quinta vez naquela noite, começando um simples cafuné.


Capítulo 28


4h00min.


Enlaçou os dedos apertando a mão dele que estava sobre sua cintura, respirou fundo soltando devagar, mexeu seu corpo para trás sentindo algo grande contra suas nádegas, sorriu ao pensar no que poderia ser. Puxou a mão dele, sentindo seu braço que uma pulseira preta estava amarrada, envolver sua cintura, puxando-a para perto, o vento frio já era presente no carro, e do lado de fora neve caía do céu.
sentiu a mão de ele pousar em sua barriga, massageando em círculos. apoiou o queixo no ombro dela, beijando a pele que se encontrava descoberta por sua blusa.

– Bom dia... – ele sussurrou em seu ouvido, beijando sua orelha.
– Bom dia. – respondeu sentindo a respiração de ele lhe fazer cócegas.
– Dormiu bem?
– Como não? Quem não dorme bem com um corpo desses te esquentando? – virou-se de frente para ele, se aconchegando em seus braços.
– Que horas são...? – ele bocejou com a cabeça baixa, recebendo beijos e carícias de .
– Quatro da manhã. – respondeu após visualizar no celular.
– QUATRO DA MANHÃ?! – ele levantou o corpo rápido, batendo sua cabeça no teto. – Aí... Ah... – gemeu com a mão massageando a cabeça, com os olhos fechados.
– O que está fazendo? – riu antes de dizer, levantou o corpo, aproximando-se dele, beijando seu pescoço.
– E-eu preciso ir. – respondeu empurrando o corpo dela para trás com brutalidade, vestindo sua boxer seguido da calça jeans.
– Não... – reclamou apoiando as mãos nos ombros dele, impedido qualquer movimento.
– Eu preciso ir, caso contrário o vai me matar. – explicou sem detalhe.
– Ah... Nosso pai. – revirou os olhos apenas de lembrar que tinha o sangue de Silva.
– Desculpa tá? – selou seus lábios rapidamente abrindo a porta.
! – gritou seu nome, cobrindo seu corpo com a blusa dele.
– Se vista logo. – pediu saindo do carro.

pegou primeiro suas peças íntimas e as vestiu, seguindo da calça e depois casaco. Agarrou seus tênis e meias os colando, abriu a porta esquerda deparando-se com a figura de com os braços cruzados apoiando atrás do carro com o celular em mãos, digitava uma mensagem de texto.

– Pronta? – ela assentiu e ele guardou o aparelho no bolso, seguindo para o banco do motorista sem lhe dirigir mais a palavras.

***

4h40min.


Adentrou o quarto recebendo contra seu corpo, ele pulou, estava desesperado e não tinha medo de demonstrar isso. Lambeu o rosto de e chorava, por um momento tinha pensado que havia perdido aquela do qual faz da sua vida a melhor, mas não se deixou enganar, resolveu esperar e ali estava ela de volta para si com um novo cheiro no corpo.

– Calma . – sentou-se no chão acariciando ele.

aproximou-se dela cheirando de imediato o tecido de seu casaco, o cheiro dele. O cachorro conhecia o cheiro, arranhou um dos bolsos do casaco tirando dele um pequeno papel dobrado, pegou-o com a boca correndo para a cama, suspirou, mas o seguiu.

– O que é isso? – retirou a folha da boca de , desdobrando e quase caindo dura. – "Jefferson Jackson, vinte e quatro anos, pai de dois filhos, casado com Emily Jones..." – umedeceu os lábios, prosseguindo: – "Fez parte da máfia Silva no ano de 1998, quando tinha dezessete anos, cometeu o pior erro de sua vida quando em 2003 atirou em mim com intenção de matar. Passei cinco meses da minha vida em coma devido o tiro em meu crânio, e o seu dever aqui pequeno , é eliminar aquele que quase matou o seu pai." – era uma ordem. – "Quero ele eliminado até o dia vinte, caso contrário você morre. Estamos entendidos? Ótimo, vá até a casa na rua: 'Sergipe Preto' e adentre,mate Jefferson e depois aproveite sua noite com quantas prostitutas quiser.". – a assinatura da máfia estava lacrada logo abaixo da mensagem, mas o que fazia com um documento que pertencia a ?

Foi quando notou em sua roupa. Não era seu casaco, era o moletom azul marinho dele, havia pegado por engano. Lançou um olhar para o calendário na parede onde seus olhos se arregalaram.

– Vinte de março. – disse em alto tom.

***

5h00min.


desceu do carro observando através dos óculos escuros a enorme casa a sua frente, iria matar em plena manhã às cinco horas em ponto, sua vítima: Jefferson Jackson.
Colocou o revólver na parte da frente de sua cintura, ajeitando a gola da camiseta, jogou a toca de sua blusa preta na cabeça, disfarçado qualquer detalhe suspeito. Fechou a porta do carro dirigindo-se para os fundos da casa, Jefferson estaria sozinho naquela manhã, já que um de seus filhos estava no hospital junto à mãe.
Retirou o primeiro revólver do bolso de trás da calça o destravando, estava pronto para qualquer situação... Ou talvez não...
Tocou com a mão a parede atrás de si, e com as costas prensadas contra a mesma invadiu o território dos fundos dos Jacksons. O quintal arrumado logo entrou em seu campo de visão, nele alguns brinquedos infantis estavam em perfeito estado de uso, uma piscina estava mais ao fundo e flores se localizavam mais ao canto perto do muro com cerca elétrica, um verdadeiro quintal de rico.
invadiu a varanda encontrando a porta entreaberta, alguém estava no local. Tocou a maçaneta ouvindo logo de início um barulho vindo da cozinha, segurou o revólver carregado apontando para cima com os braços dobrados, seus passos lentos e silenciosos seguiram para o cômodo suspeito na tentativa de encontrar um Jefferson pronto para morrer, mas ao contrário disso acabou se surpreendendo.

– Mãos para o alto! – gritou apontando o revólver na direção da figura a sua frente sem tirar o olhar assassino dos olhos, não iria se rebaixar pela mudança de sexo.
– Vai com Calma aí . – ela mantinha seu revólver firme na direção dele.
– Calma? Como posso ter calma com uma vadia na minha frente? – rosnou com ódio puro na voz.
– A vadia em questão é aquela que você gritou o nome ontem. – destravou a arma se mantendo firme.
– Não importa, foi apenas uma diversão. – ditou colocado o dedo próximo do gatilho.
– Para mim também. – ela foi mais rápida lhe acertando um tiro de raspão no braço.

segurou a região onde o sangue já era presente, lançando um olhar nublado e feio para , ela pagaria caro, e como pagaria. Em um movimento rápido, sacou sua outra arma disparando na direção dela, por sorte desviou o corpo fazendo a bala penetrar a parede atrás de si, quebrando apenas antes um simples vaso de flor, sem o deixar cair no chão.

– Errou seu desgraçado. – ele pegou-a pelo pescoço apertando o local sem se deixar intimidar, a fúria já era presente em seu interior.
– Repita o que disse agora... . – pediu rude, prensando o corpo dela na parede.
– Errou seu desgraçado. – repetiu sem medo do pior.

A dor contra sua face logo chegou, ele havia lhe acertando um tapa, não se importou com a dor, afinal masoquistas gostavam dela.

– É o mínimo que pode fazer? – livrou-se dos pulsos dele, lhe acertando um soco no lado esquerdo de seu rosto. – Vamos , não vou considerá-lo um covarde.

Após o golpe, avançou contra seu corpo pegando-o pelo pescoço, mas ele foi mais rápido. Segurou os pulsos dela, lhe virando de costas para si, prendeu seus braços com força torcendo ambos com dava na telha. gritou de dor, mas não desistiria fácil.
Jogou a cabeça para trás acertando em cheio a testa dele que largou de imediato seu corpo, massageando a região atingida, ela aproveitou a distração para lhe acertar um chute atrás das pernas, o que lhe fez cair de costas no chão. Sua expressão de dor se libertou, o impacto foi grande.

– Últimas palavras . – apontou a arma na direção da testa dele.
– Será essa! – puxou a perna direta dela, fazendo-a cair no chão.

Tentou ficar o mais longe possível dele, não teria chance contra ele, era dez vezes mais forte e pesado. Foi quando em meros segundo o que achava que não poderia acontecer, aconteceu. As mãos fortes dele seguraram seus pulsos a cima da cabeça e o mesmo se pós em cima de si, impedindo-a completamente de se levantar, ele era o dominante agora.

– Últimas palavras . – pediu com um tom obscuro.
– Vai para o inferno, seu filho da puta! – rosnou sem medo.
– Vamos nos encontrar lá, mas você vai primeiro. – segurou seus pulsos com apenas uma mão, pegando o revólver com a outra, colocando contra a lateral da testa dela. – Adeus . – seu tom malicioso foi o suficiente para ela impedir que sua morte chegasse...

levantou o corpo com toda a força que continha, pegando-o pela nuca com agressividade, selando seus lábios em um beijo sem sentindo. Era o único jeito de fazê-lo mudar de personalidade, o beijo o levaria para outro caminho, pelo menos era isso que acreditava acontecer.
largou a arma em questão, levando sua mão para as costas dela, onde apertou com força, já que seria daquele jeito, iria descontar sua raiva ela querendo ou não. segurou forte em seus ombros dando total passagem sem mesmo ele pedir, queria fazê-lo se entregar de imediato, assim seria mais fácil e estaria longe do inferno por um tempo.
Sentiu as mãos fortes de ele pousar atrás de suas coxas, mãos que serviram para ela não cair, ele havia se levantado sem dificuldade com ela em seu colo. Enlaçou os dedos em seus cabelos e suados, podendo sentir a fúria dele contra seus lábios, os dentes mordiam tudo o que encontravam. Sentiu suas costas pousarem contra uma superfície macia que deduzia em ser o sofá, mas após observar melhor, era um quarto, o quarto de Jefferson e Emily.

– Ah... ... – gemeu alto do melhor jeito provocante, o sentindo distribuir beijos e mordidas por toda extensão de seu pescoço.
– Shh... – mordeu com força o lóbulo de sua orelha, fazendo-a urrar seu nome em alto tom.

Levou suas mãos para a barra da blusa preta dele, levantando o material com desespero. Expôs o abdômen dele para si, levou as mãos até a região, arranhando toda extensão fazendo-o apoiar-se com força contra seus braços para não cair o corpo sobre o dela.
agarrou a barra da camiseta dela levando-a para cima, beijando durante o trajeto toda pele que era exposta. Abriu o fecho do sutiã, massageando os seios fatos a sua frente sem a menor vergonha, curvou o corpo abocanhando o direito fazendo movimentos circulares com a língua, enquanto que com a mão massageava o outro arrancando suspiros de . dobrou as pernas o colocando no meio de ambas, levou as mãos até os cabelos dele, gemendo contra seu ouvido, o ato serviu como um estímulo para ele não largar seu seio e continuar com o agrado.
De repente a maçaneta da porta girou, na tentativa de abrir a porta. levantou o tronco ficando, ambos se encaravam com desespero e prazer no olhar, o que poderiam fazer? Haviam invadido a propriedade com objetivos diferentes e tinham parado na cama juntos, agora estavam preste a serem descobertos...


Capítulo 29


selou seus lábios com os de pouco se importando com quem era o ser atrás da porta, estavam em um lugar onde seria considerado arriscado para a situação em que seus corpos se encontravam, mas quem olharia embaixo da cama?
A porta se abriu e o rangido da mesma não incomodou os dois, de repente sentiu sua cabeça bater contra a grade da cama, colocou a mão contra a boca dela lhe impedindo de gritar na demonstração da dor, precisavam ficar em silêncio caso contrário, não iriam gostar do resultado.

– Droga! – Jefferson atendeu o celular parecendo preocupado. – Já estou a caminho, vou apenas colocar o bebê para dormir e já vou sair... Não se preocupa ele vai escapar dessa... Eu te amo. – era a esposa na outra linha, havia acontecido algo grave no hospital.

Retirou suas roupas o mais rápido que conseguiu, vestindo uma social. Calçou os tênis e meias rapidamente antes de correr para o lado de fora do quarto, nem se dando conta dos dois embaixo da cama.

– Acho melhor terminamos isso hoje de noite. – sussurrou no ouvido de afastando seu cabelo, beijando seu pescoço.
– Será que consigo esperar? – questionou maliciosa.
– Guarde o seu fogo para quando estivermos no lugar aonde vou te levar. – murmurou provocante, arrastando o corpo para o lado.
– E onde seria? – o seguiu, levantando-se, logo enlaçando os braços no pescoço dele.
– Não seja curiosa . – apertou as nádegas através da calça jeans. – Garotas malvadas que querem matar o seu parceiro merecem esperar.
– Ainda vou te matar, guarde essas palavras. – puxou os cabelos da nuca dele para trás enquanto mordia os lábios.

***

7h15min.


Risos foram no corredor na casa. Sim eles ainda estavam na casa dos Jacksons.
jogou a cabeça para trás pousando-a sob o ombro de , ele tinha os braços enlaçados em sua cintura, enquanto ela segurava suas mãos conforme o trajeto pela casa tinha apenas uma missão para cumpri antes de deixarem rolar aquele prazer que sentiam. Teriam de matar Jefferson Jackson, e seria assim que ele retornar.

– Para. – pedia conforme o sentia tentar invadir sua calcinha. – ! – gritou alto virando de frente para ele segurando sua mandíbula. – Para! – disse entre os dentes, sentindo suas costas se chocarem contra a parede.
– Confessa que você gosta. – pegou a mão em sua mandíbula começando um carinho com o polegar.
– Eu gosto de tudo que vem de você, mas agora não.
– Vocês mulheres, não consigo entender. – murmurou antes de selar seus lábios com os dela.

enlaçou os braços no pescoço de , respondendo a seus lábios com determinação, ele estava certo, ninguém consegue entender as mulheres, nem elas mesmas. Mesmo algo querendo muito que os dois burlassem o respeito e caíssem na cama, ela tinha que ter a cabeça no lugar, sua vida não era só na cama, apesar de parecer.
Ele segurou firme em sua cintura prensando cada vez mais o corpo dela contra a parede, era outro que precisava dela em seus braços entregue a tudo, esse daí parecia o amante do sexo. Mas precisava ser forte contra aquele prazer, afinal usar a cama de pessoas desconhecidas não era legal, ele não gostaria que a mãe dele e o pai fizessem na cama dele.
Um som mais ao final do corredor fez separar seus lábios virando sua atenção na direção do som, era um barulho piedoso e choroso. atacou seu pescoço com mordidas pouco se importando para o choro do bebê naquela casa, afinal não era dele, então pra quê se preocupar?
tentou retribuir as carícias, mas era impossível com aquele choro.

... – bateu de leve contra as costas dele tentando atrair sua atenção. – O bebê... – percebeu que ele não estava nem aí para nada.
– Pouco me importo para o bebê, não é meu mesmo. – respondeu sendo empurrado contra a parede, onde arrumou tamanha força, não sabia.
– Precisamos sair daqui. – o choro recomeçou o que foi o suficiente para fazê-la correr em direção do quarto, deixando um completamente impaciente para trás, e só restava segui-la como um bom curioso.

empurrou a porta que estava encostada, se deparando com a figura de em frente ao berço, sussurrando palavras calmas e doces que chegavam ao ponto de lhe dar enjoo. Não suportava ouvir aquelas palavras, elas traziam lembranças de sua mãe, lembranças que queria esquecer.

– Quer parar?! – anunciou sua chegada ao quarto.
– Ele é muito fofo. – virou-se de frente para o homem, com a criança nos braços.
– Fofo? Olha isso. – falava alto como se estivesse se referindo a uma aberração, fazendo a criança chorar novamente. – Só chora, como vocês aguentam? – reclamou e fez um tipo de “shh” para o bebê.
– Shh... – balançou os braços na tentativa de acalmá-lo. – Talvez se parasse de gritar, ele pare. – disse lançando um olhar normal para que mantinha os braços cruzados com uma expressão que representava... Ciúmes?

Definitivamente teve vontade de rir, como poderia um homem ter ciúmes de um bebê? Agora estava explicada sua raiva e impaciência no corredor, queria todo o carinho de somente para si.
aproximou-se dele, fazendo-o recuar. odiava crianças pequenas e palavras doces, talvez seja o resultado que os anos lhe causaram, tanto tempo sem uma mãe apenas serviu para se transformar em uma pessoa fria, sem sentimentos. E se continuasse com esse peso sobre as costas, nunca serviria para ser pai.

– Com ciúmes ? – provocou com um sorriso nos lábios.
– Eu? Ciúmes? De onde tirou isso?
– Sua expressão. – respondeu fazendo-o revirar os olhos em raiva.
– Te espero do lado de fora do quarto. – saiu imediatamente do local sem olhar para trás, girando sua arma no dedo, demonstrando que dentro de alguns minutos aquela criança seria órfã de parte de pai.

abaixou o olhar para o bebê, sorrindo ao observá-lo dormindo como um anjo, uma sensação forte subiu por seu interior, aquela criança não tinha culpa pelos erros do pai, e não merecia crescer sem um. Precisava impedir a mente dura de de cometer tal ato com aquele pequeno ser, ele não poderia crescer sem as orientações do pai, as chances de ficar frio igual a eram grandes.
Pousou o pequeno corpo dentro do berço, saindo em silêncio do quarto, era hora de colocar algo em prática. A figura de a esperava apoiado sobre o corrimão da escada, alisando seu revólver, ele parecia um atirador de elite sempre pronto para matar. suspirou forte o abraçando por trás, ele não emitiu protesto, apenas endireitou o corpo, mantendo sua expressão rude e ignorante.

– Não mata o Jefferson. – sussurrou com calma.
– Quem vai me impedir? – rebateu com ódio na voz.
– Eu faço qualquer coisa, por favor, não mata o pai daquela criança. – implorava e ele sorriu, tinha algo ótimo em mente.
– Faremos um trato então... – virou de frente para ela. – Entre para a máfia Silva. – disse como se fosse a coisa mais simples e fácil do mundo.
– Você sabe muito bem que eu nunca faria isso. – separou seus corpos o encarando com se ele fosse uma aberração.

sorriu de lado.

iria adorar ter sua garotinha do lado dele, e afinal fiquei sabendo que sua equipe está correndo perigo, tenho todos comendo na minha mão, e claro com apenas um balançar de cabeça posso fazer todos morrerem. – rosnou parecendo orgulhoso.
– Você...
– A escolha é sua , ou entra para a máfia de Silva ou o pai daquele bebê morre na frente dele e a sua equipe inteira vai para o ralo. – ameaçou com um olhar nublado e sombrio.
– Como pode fazer isso? – quis saber tentando entender aquela mente fria.
– Métodos básicos de um assassino. – respondeu saindo de perto dela, estava decidido a não matar, mas ameaçar.


Capítulo 30


7h59min.


sorriu ao entrar no banco do motorista, agora não tinha como fugir, ela seria dele durante 24h por dia. Finalmente a teria para sempre ao seu lado, poderia ser doente e egoísta por querer tê-la somente para si, mas acontece que não estava mais conseguindo ficar sem ela, parecia que a cada minuto que passavam juntos, a necessidade de estar perto dela crescia cada vez mais.
Ultrapassou os limites quando mandou sequestrar a equipe dela? Sim, ultrapassou, mas de que outra maneira poderia agir para conseguir o que queria? Eles não poderiam ficar nessa guerra de policial e mafioso o tempo todo, mesmo que seja apenas uma questão sexual, era necessário um dos lados ceder, e pelo ponto de vista, uma máfia aceitar um policial era mais fácil que uma delegacia aceitar um mafioso.
Digitou uma mensagem para que os seus empregados deixassem bem claro para a equipe que o único caminho era trocar de lado, caso contrário um bebê ficaria órfã e eles morreriam. Assim que enviou, a porta do motorista se abriu e a mulher que estrou por ela parecia completamente derrotada, acho que ela nunca esteve com tanto peso nas mãos.

– Então se decidiu? – perguntou parecendo inocente.
– Seu filho da puta! – revidou entre os dentes começando estapear tudo o que alcançava nele.
– Ei, ei, vai com calma, não quer ficar presa hoje a noite, não é? – segurou seus pulsos para fazê-la parar.
– Não vou a lugar algum com você! – tentou se soltar. – Você está ameaçando a minha equipe, o que caralho você tem na cabeça? Eles não fizeram nada para você, e nem estão aqui atrás de você! – gritou.
– Tenta ficar calma, ok princesa? – ele estava calmo, muito calmo.
– Eu não quero me acalmar e não me chama de princesa! – puxou seus pulsos, mas ele sendo mais forte conseguiu segurá-la. – Mesmo que eu tenha absoluta certeza que você é o causar de tudo que estamos investigando, eu nunca disse que você é o mandante, por que está fazendo isso comigo? – a voz dela era bastante firme. – Eles nem sabem que você está vivo, porra o que eu preciso fazer para você deixar de ser assim tão egoísta? – faria qualquer coisa para ver a sua equipe livre e viva.
– Fica comigo. – disse sentindo o coração não emitir nenhuma aceleração cardíaca.
– Ainda não percebeu que eu estou aqui com você? Você sabia que eu nem estou fazendo parte das investigações porque estou nesses momentos com você? Mesmo que você só queira sexo, eu estou com você e não onde eu deveria estar. – confessou sentindo-o diminuir o aperto em volta de seus pulsos.
– Eu não quero só um momento, quero você do meu lado a todo o momento, eu não sei o que está acontecendo, mas sinto que necessito de você e não só como parceira de cama. – a soltou. – Você parece me entender, sabe e me aceita como eu sou. Posso ser um monstro, mas você não está nem aí para isso. – sorriu de lado.
– Eu nunca te aceitei . – rosnou. – Quer que eu entre para a máfia do meu pai? Ok, eu entro, mas solte e deixe a minha equipe em paz! – exigiu entre os dentes.

teria sorrido se a revelação dela não tivesse doído tanto como doeu. Pegou o celular e discou o número do homem que deixou cuidando da equipe de . Assim que a ligação foi atendida, encarou profundamente antes de passar as ordens.

– Libere a equipe. – o fuzilava. – Sim, todos. – e desligou.

Assim que ele desligou, saiu do carro e bateu a porta, levaria bastante tempo para engolir que tinha entrado para máfia de seu pai, mas o que mais poderia fazer? Ou ela aceitava ou carregava o sangue da própria equipe nas mãos.

***

Segunda-feira, 04 de dezembro de 2017. 15h00min.


Silva o chefe daquela máfia gigantesca, convocou todos para a sala de treinamento, onde receberia a mais nova integrante do grupo Silva, mais conhecida como sua filha.
Por dentro queria mesmo era agarrar um revólver e atirar naquela mulher, mas tinha uma garantia em meio a tudo aquilo. havia prometido que a transformaria em uma verdadeira criminosa, agora só restava esperar o resultado. Os dois eram almas gêmeas, queriam apenas aproveitar o que a vida dava de bandeja, era um exemplo disso, apenas a queria na cama, nada de compromisso, alianças ou chocolates, ou talvez não.

– Espero que não me decepcione. – parou ao lado do filho, observado a figura de mais a frente.
– Não se preocupa. – tocou o ombro do pai, sussurrando em seu ouvido. – Ela é nossa agora, libertei a equipe dela e ela garantiu que eles não vão mandar um batalhão atrás de nós.
– Tem certeza disso? – tinha suas dúvidas, policiais eram uma raça esperta.
– Não confio muitos naqueles homens da lei, mas acho que vão cumprir com a palavra, aliás, garantiu que eles são homens de palavra. – cruzou os braços na frente do peito com um sorriso vitorioso.
– Sabe muito bem que não vou me responsabilizar por ela não sabe? – deixou claro. – Eu nem queria que ela estivesse aqui.
– Já entendi que vou ser a babá dela. – rebateu saindo de perto do pai.
– E faça os dois testes que preparei, quero ver se essa garota é tão fria quanto você. – emitiu alto enquanto caminhava na direção de .

obedeceu às ordens de Silva, passaria um desafio para , ela teria de acertar no máximo um boneco de palha que estariam presos no teto, aquilo demonstraria sua habilidade com a arma em mãos, mas era apenas uma adaptação, depois que o desafio final seria lançado, o desafio que talvez ela não tenha coragem de fazer.

– Pega. – estendeu o calibre.
– O que você quer que eu faça com isso? – quis saber pegando a arma.
– Acerte um dos bonecos. – apontou para os bonecos pendurados no teto.
– Fácil. – imediatamente destravou já mirando sem dificuldade e atirando, derrubando o boneco de número dois no chão. – E agora boss? – usou o termo “chefe” de um jeito provocante.

sorriu orgulhoso, um sorriso diferente de todos os sorrisos que já sorriu.

– Pai. – chamou fazendo-o andar até eles. – Explique a ela o segundo teste.

estremeceu, nunca tinha ficado frente a frente com seu pai depois da separação, ele continuava o mesmo. Os olhos castanhos, cabelos negros, músculos rígidos e um olhar nublado.

– Como vai ? – pronunciou seu nome com nojo e ódio.
– Não muito bem em te reencontrar pai. – disse a última palavra com ódio igual ele.
– Então estamos iguais. – deu de ombros. – Bem, quero que faça o seguinte, atire naquele homem. – virou o corpo dela para trás fazendo um grande palco se iluminar, mostrando a figura de um homem qualquer amarrada a uma placa de madeira com sangue escorrendo pelo corpo, um inocente era o que arriscava em dizer.
– E... O que ele fez para merecer a morte? – questionou com as sobrancelhas arcadas.
– Não é da sua conta, é ? – deu as costas, visualizando a figura do filho com os braços cruzados. – Atira Silva! – ordenou, observando umedecer os lábios, sabia que ela não ia conseguir.
– E-eu não consigo. – gaguejou com as mãos tremendo.

Antes que ordenasse alguma coisa de ruim para cima dela, caminhou e ficou atrás dela, não deixaria que a machucasse. Disfarçadamente levou as mãos até o revólver nas mãos dela.

– Finge que está segurando a arma. – sussurrou contra o ouvido dela.
– Isso é trapaça . – comentou.
– Eu não vou atirar para ela, só vou ajudá-la segurar a arma, não viu o quanto as mãos dela estão tremendo? – emitiu em alto e claro tom. – Não se preocupa que esse homem escapou da penitenciária onde foi condenado a morte, ele estuprou duas meninas de cinco anos porque é um doente. – sentiu a raiva percorrer todo o seu corpo, pessoas como aquele homem mereciam morrer.
– Está mentindo. – pronunciou somente para ele ouvir.
– Eu nunca vou mentir para você, não mais. – a voz dele fez sentir que era verdade, que poderia confiar nele.

De repente puxou o gatilho e a arma disparou certeiramente contra o estuprador. o encarou quando ele se afastou, por quê? Por que ele fez aquilo? Por que atirou para ela?

– Essa não valeu, como vou saber se você ajudou ou não? – tinha os braços cruzados. – Não importa, ela vai ter que matar mesmo. – chamou para perto e ele teve que ir.

ficou encarando os dois, eles tinham algumas características em comum, mas nada muito parecido para serem pai e filho.

– Quero que a machuque, não importa o quanto vai doer, quero que você a faça sangrar. – foi frio com as palavras.
– Tudo bem. – concordou rápido demais. – vou te mostrar aonde vai dormir. – anunciou.

sorriu largo quando viu os dois caminharem até a saída, odiava tanto que seria capaz de matá-la com as próprias mãos, mas não o faria, mesmo querendo muito, porque ela só estava ali por causa de , e sabia que se alguma coisa acontecesse com ela, a guerra estaria declarada, por isso que ela seria machucada através do seu fantoche.

– Prepare-se , pois é aqui que a sua vida de princesa acaba! – riu alto e sozinho na grande sala.

Assim que abriu a porta do quarto e deixou entrar, pensou nas palavras que usou. Machucá-la? Não! Ele nunca a machucaria, nunca. já foi estuprada uma vez, não merecia ser de novo ainda mais por ele. Não queria que ela se distanciasse, queria ela por perto. Mesmo que não sentisse nada por ela, estava ali para protegê-la de e não levá-la direto para a boca do leão, por isso o enganaria.

preciso falar com você. – quebrou o silêncio.
– Pelo visto eu não tenho escolha, então fale. – deu de ombros.
– O pediu para eu machucá-la. – revelou na lata e recuou alguns passos. – Não, eu não vou fazer isso, não precisa ficar com medo. Eu nunca faria isso. – mesmo assim ela recuou.
– Você é um monstro , como eu posso confiar em você? Você cresceu do lado dele! – gritou.
– Posso ter crescido, mas não sou igual a ele. – suspirou com medo dela não aceitar o que tinha em mente. – Eu não vou fazer nada que você não queira, então quero saber se me ajuda enganá-lo. não vai parar até vê-la sangrando.
– Está sugerindo que eu deixe você me estuprar? – riu de lado.
– Não, eu não sou nenhum animal, ok? – aproximou-se da cama notando que os lençóis eram brancos. – Vamos fazer o seguinte, eu pego alguma substância vermelha, ketchup sei lá, e passo no lençol. Eu sei que ele vai vim aqui checar se eu fiz o trabalho, então quando isso acontecer você finge que está dormindo. O é esperto, mas tenho certeza que uma mancha de sangue falsa é o suficiente para ele acreditar. – explicou e pensava. – O que me diz? – estendeu a mão como se esperasse que ela a pegasse.


Capítulo 31


19h00min.


– As manchas ainda estão frescas. – tocou as manchas de “sangue” próximas a perna de . – Foi difícil? – quis saber encarando as correntes grossas amarradas na cabeceira da cama.
– Não, ela estava com medo e isso facilitou. – suspirou antes de dizer.
– E por que a vestiu? – se referia ao corpo dela que estava embaixo de um edredom azul, engoliu em seco.
– Não achei que seria agradável ela acordar e descobrir que o próprio pai a viu nua. – explicou sem ter vergonha de pronunciar, na verdade nem tinha se lembrado de dizer para ficar, pelo menos, sem a camiseta.
– Amanhã pelo visto ela passara o dia aqui... Faz quanto tempo que ela apagou? – quis saber checando os batimentos cardíacos na região do pescoço.
– Uns vinte e seis minutos. – mentiu visualizando o mais velho checar a temperatura.
– Começo de febre. – analisava a temperatura da testa e pescoço de .
– Novidade, me conte um problema que mulheres não têm. – cruzou os braços, eles haviam combinado dela colocar um pano quente no pescoço e testa para fingir complicações.
o que você fez? – virou um olhar duvidoso para o mais novo.
– Eu? Nada. – sinceramente não tinha feito nada mesmo. – Apenas a machuquei como você pediu. – usou seu melhor tom de voz firme para não levantar suspeitas.
– E esse começo de febre é o que? Dengue? – não acreditava nas palavras dele.
– Já viu o frio do lado de fora? Estamos com -5°C. – apontou a janela. – E, aliás, lembre-se como mulheres são fracas com o frio, é preciso apenas um friozinho de nada que elas já ficam assim... E toca o que? Os bestas do sexo masculino esquentar as princesinhas. – disse com deboche, foi a desculpa mais esfarrapada que já tivera.

deu de ombros, pegou sua blusa de moletom e foi em direção da porta, ok, caiu direitinho, agora era só tirá-lo dali.

– Opa, opa, opa, onde você pensa que vai? – empurrou seu corpo para dentro do quarto novamente, por essa ele não esperava.
– Hã... Sair?! – arriscou em dizer com as sobrancelhas erguidas.
– Ah sair? – fechou a porta com fúria. – Trate de permanecer aqui e cuidar da . – disparou fazendo arregalar os olhos, desde quando se importava com a filha?
– Cuidar? Tem alguma placa no meu pescoço escrito "babá"? – perguntou fingindo raiva.
– Trazer ela para a máfia foi ideia sua, agora arque com as consequências! – rebateu entredentes.
– Ela morrendo ou não... – tentou proclamar, tinha que manter o disfarce.
– Não importa você vai permanecer onde está. Caso contrário eu mato a antes dela acordar. – ameaçou. – Estamos entendidos? – perguntou recebendo apenas um olhar furioso em resposta. – Estamos entendidos. – finalizou saindo do quarto, fechando a porta.
– Ah... O que eu fui fazer da minha vida? – bateu em sua testa com raiva.
– Você sabia que seria assim. – escutou .

suspirou e acompanhou enquanto ela se sentava na cama com as pernas cruzadas igual índio. Ah como ela era linda!

– Pelo visto meu pai é mais burro que eu pensava. – ela riu. – Cara nele nem desconfiou do ketchup! – gargalhou realmente feliz.
– Não desconfiou do ketchup, porra isso cheira forte não sei como, e nem percebeu que a febre era falsa. – não se mostrou muito risonho.
– Ele é um idiota. – comentou.
– É... Mas não pense que vai sair pelos corredores como se nada tivesse acontecido. – cruzou os braços. – Relembrando, você foi estuprada e não consegue nem levantar porque a foda foi... Foda. – rolou os olhos.
– Não diga que estupro é uma foda, porque estupro é uma coisa séria! – sorriu de lado.
– Para de estregar as minhas brincadeiras. – pegou o mesmo moletom de antes e o vestiu.
– Isso não é brincadeira . – repreendeu, mas ele já estava na porta.
– Não para ser mesmo.

tirou a chave da porta e balançou para que ela visse, ele sorriu sacana.

– Eu sei que você vai sair, então vou evitar que estrague a minha mentira. – e então saiu trancando a porta por fora.
– VOCÊ ME PAGA!!! – gritou.

grunhiu de raiva antes de deixar o corpo cair na cama. Riu de repente, sabia que fazia aquilo para o seu bem, não sabia como descrever, mas sentia que ele nunca ia lhe fazer mal, ao contrário de , ah esse daí faria o possível e o impossível para vê-la dentro do caixão, ainda mais agora que a tinha exatamente no seu território.
(...) se debruçou sobre a varanda da máfia, estava esperando sair para conseguir ir atrás de comida e roupas para , sabia que Silva não daria nada para ela, então ele teria que tomar as possíveis providências. Sorriu encarando o céu escuro, não conseguia dizer o que sentia por e nem descrever exatamente o que sente quando está com ela, era como se voltasse na adolescência e tivesse beijado a garota mais linda do colégio, e sim ele beijou.
Nesse momento o vento frio bateu contra seu rosto, olhou para o lado e pensou estar vendo coisas, mas aquelas visões já estavam o assombrando há muito tempo. Talvez estivesse ficando louco, mas estava vendo sua mãe.

– Mãe...?! – pronunciou, observando a figura se aproximar de si.
... – ele deu dois passos para trás, querendo distância.
– Não... Você... Você está morta! – estava ficando louco só pode.
– Sei o que você é agora... Tornou-se um mostro... – sua voz era a mesma de anos atrás. – Mas fiquei feliz em saber que não fez mal a ela. – referiu-se à .
– Veio infernizar a minha vida? – ignorou as palavras e encarou o espírito, agora sim estava louco, quem conversava com os mortos? Ah tinha que parar de beber tanto.
– Quero apenas te ajudar. – tentou tocar o rosto do filho, mas ele revidou.
– Não toca em mim, você não é real. – rosnou mantendo distância.
, eu deveria ter vivido mais alguns anos nesse mundo, assim teria colocado alguma intenção boa nessa sua cabecinha de jiló. – sabia de tudo o que tinha feito e não sentia orgulho disso.
– Por que me deixou tão cedo? – eram as palavras que incomodavam sua mente e eram elas que gritava para o céu com dez anos.
– Eu não tive escolha. Seu pai me matou e te trouxe para o caminho errado. – percebeu que ela não teve tanta firmeza ao dizer que era seu pai tem algo aí.
– Fez falta no começo... – a dor em seu peito era grande, estava lembrando-se do passado.
... – finalmente tocou o rosto do filho.

sentiu seu toque como se ela estivesse viva na sua frente, segurou suas mãos sentindo ambas iguais. O carinho em sua face lhe fez fechar os olhos, há anos não sentia o toque da mãe, passou por obstáculos grandes, mas quando o assunto era o carinho, seu ser era o mais atingido, ele gostava, afinal que homem não gosta de carinho, sendo de mãe ou garota?

– Ainda continua sendo o meu garotinho, e sabe disso. – puxou-o para perto encostando a cabeça dele abaixo da sua devido à altura, ele precisou curvar um pouco o corpo. – Não quero que machuque ninguém. A não merece e você sabe que ela está sofrendo. – começou um pequeno e frágil cafuné. – Cuide dela agora, é o único em quem ela confia aqui dentro. E peço que saia dessa máfia!
– Não! – ele separou seus corpos. – O que pensa que está fazendo? – ajeitou seus cabelos bagunçados. – Saí da minha vida, você morreu, não é mais do que pó no cemitério de Washington! – rosnou, e aquilo atingiu Mallory fortemente.
eu quero te ajudar, sab...
– Não preciso da ajuda de ninguém! – cortou a fala dela. – Peço que vá embora. – aproximou dela. – E não volte nunca mais! – ela encarou os olhos a sua frente que representavam o lado frio, sombrio e obscuro de .
– O que o fez com você?
– Nada. – cuspiu.
– Te transformou em um mostro. E essa cicatriz? – tentou tocar a marca.
– Não toca em mim! Cacete você não é real! – segurou o pulso dela com força, ela não sentia dor, mas era capaz de sentir a força.
– Eu presenciei o dia que ela foi feita, e acredite aquela foi à gota d'água. Como pôde deixar o fazer uma coisa daquelas? Ele mandou te imobilizar no meio da sala, fez você ficar de joelhos, sendo segurado por dois homens, e depois... – ela derramou uma lágrima. – Quando o vi encostando a faca em sua pele tentei fazer alguma coisa, mas não consegui. A sua dor naquele dia se tornou a minha dor, o sangue que perdeu se tornou meu, tudo... E quando apagou, pensei que estava morto... – ele ouvia tudo em silêncio mantendo a mesma expressão fria. – Passei aquela noite com você, após te levarem para o quarto já totalmente inconsciente, eu entrei nele e fiquei do seu lado, cuidei do seu ferimento. Lembra-se do vento frio quando acordou? Era eu ao seu lado, você não me viu, mas eu estava lá, quando você mais precisou eu estava lá para cuidar de você! – limpou suas lágrimas, um fantasma, depois de anos praticando do outro lado conseguiria mover e tocar coisas no mundo real.
– Vai embora! – rosnou rude, queria se livrar daquelas alucinações, porra nem usava drogas e estava louco!
, por favor... – tentou se aproximar.
– Sai da minha frente e não volte aparecer para mim! – cuspiu com ódio na voz.
– Espero que se cuide daqui pra frente. – foi desaparecendo aos poucos. – Eu ainda te amo... – ele ouviu e fechou os olhos antes de entrar no quarto.

No corredor seguiu até o quarto em que estava, destrancou a porta e entrou. estava deitada e parecia adormecida, cautelosamente fechou a porta e se aproximou da cama, subiu no colchão e começou acariciar o rosto da mulher, parecia até acariciar um anjo. é o anjo e ele o diabo.
sentiu os dedos dele acariciarem sua bochecha. não percebeu, somente caiu na real quando ela se virou em sua direção e passou observá-lo. sorriu e puxou o edredom se enfiando embaixo dele, imediatamente se aconchegou contra o peito dele recebendo cafuné. É sabia ser carinhoso quando queria.
Ele era o único em quem poderia confiar, não havia mais ninguém naquela máfia que quisesse seu bem, apenas . Sabia que poderia contar com ele caso tentasse alguma gracinha, pedir para machucá-la foi uma jogada de mestre, o filho da puta sabia que só tinha a .
encostou os lábios contra a testa dela não se importando com as consequências, completou seu beijo, seguindo de outro. sorriu contra o peito dele, tinha conseguido o carinho que precisava, apenas para retribuir o agrado levantou a cabeça o fazendo abaixar a sua, seus olhares se encontraram. Os brilhos nos olhos de estavam apagados, ela levantou um pouco o rosto ficando na altura do dele, seus narizes se chocaram, seus olhos fecharam e suas bocas se encontraram, era um beijo carinhoso, não possuía significado, era um beijo comum igual a todos que tiveram. Sem sentimentos era simplesmente um beijo carinhoso.
Mallory sorriu ao ver a figura de beijando novamente a testa de , estava na varanda do quarto, ele não poderia vê-la, apenas se ela quisesse, era melhor assim. Seu sorriso se alargou quando seus olhos visualizaram ambos com os corpos colados na cama, ele estava se segurando para não sair, no fundo sentia que seu filho não gostava de mostrar seu outro lado.

– Cuide dela ... – pronunciou soltando o vento na direção do quarto, ele saberia o significado.

Continuou observar até os dois se ajeitarem na cama e adentrou o quarto de modo que não poderia vê-la. Aproximou-se da cama observando com um sorriso nos lábios já com os olhos fechados com a cabeça apoiada no peito de seu filho, enquanto ele tinha a mão acariciando os cabelos dela e o olhar perdido.
De que adiantava ser carinhoso naquela hora se no amanhã seu outro eu voltaria?

– Não deixe o fazer mal a ela, cuide de sua “irmã”. – disse, os deixaria sozinhos, mas continuaria os observando. – Eu te amo. – foi então que desapareceu por completo.


Capítulo 32


Segunda-feira, 11 de dezembro de 2017. 8h20min.


deixou a água quente molhar todo seu corpo, tirou o excesso de água do rosto agarrando a esponja junto ao sabonete. Abraçou o próprio corpo, fechando os olhos, abaixou a cabeça sentindo a água levar suas lágrimas para o ralo, eram as últimas de sua vida.
Abriu os olhos e levantou a cabeça. Uma semana naquela máfia foi o suficiente para lhe ensinar pegar na arma e encurralar as vítimas. Os dois andavam pelas noites juntos armados com a tarefa de matar. Há dias não dormiam juntos, ficou estranho depois daquela noite do "falso" estupro, ele passou apenas defendê-la de .
Desligou o chuveiro enxugando seu corpo, vestiu uma calça jeans, uma camiseta preta que destacava suas curvas e um tênis qualquer. Olhou seu reflexo no espelho, ajeitando seu cabelo, seu rosto era outro, sua expressão boa tinha sido substituída por uma fria, eram os requisitos para viver naquele lugar. Para viver ali a pessoa precisava ser fria.
Saiu do banheiro fechando a porta, após se virar o susto que tomou poderia ter lhe causado um desmaio caso estivesse em sua personalidade antiga. Ignorou a presença pegando sua arma sobre a cômoda colocando-a na cintura.

– Pensei que tinha deixado bem claro da última que nunca mais iria pisar dentro desse quarto. – cruzou os braços virando-se pra ele.
– Tenho o direito do espaço, aliás, ele é meu, lembra? – respondeu tirando sua camiseta seguido da calça.
– Vai ficar pelado na minha frente?
– Não... Uma por que... Você já vai sair e agora. – pegou no braço dela empurrando seu corpo para fora.

tentou protestar contra, mas ele não deu espaço, bateu a porta em sua cara. Um verdadeiro idiota, havia se transformado no pior homem do mundo, um babaca, não tinha nem mais educação.

– Vai pagar por isso ! – bateu contra a porta com força.
– Qual o problema ? – Luka surgiu no corredor com uma toalha úmida no pescoço.
– Esse desgraçado me jogou para fora! – socou a porta de novo.
? – Luka arriscou em perguntar segurando o riso.
– Tem outro desgraçado aqui? – deu um último soco na porta com força antes de sair pisando fundo pelo corredor.

***

13h15min.


Socou o saco de areia com força seguido de um chute, precisava descontar sua raiva em alguma coisa, e escolheu o saco de boxer.
Chutou o objeto fazendo o mesmo se rasgar no meio espalhando areia pelo tatame, sacos velhos e mal feitos dão nisso. Sorriu ao visualizar a cena no chão. Pegou sua toalha branca, limpou o suor ajeitando seu cabelo em um rabo de cavalo alto, bebeu sua água com tranquilidade observando um vulto preto pela sala, seu único movimento foi virar o corpo bruscamente para trás, agarrando o cabo da faca, encarou a lâmina com um pouco de raiva.

– Oh! Até que seus reflexos estão bons. – elogiou girando uma faca entre os dedos.
– O que pretendia com isso? Me matar? – pressionou a ponta da faca contra seu dedo girando a mesma.
– Matar eu não digo, mas rasgar a sua roupa. – se aproximou e com a faca rasgou uma parte da camiseta de deixando o sutiã quase todo exposto. – Muito melhor. – levou a mão até a alça do sutiã sendo bem atrevido.
– Tira a mão! – rosnou segurando o pulso dele com força.
– Tem razão. – virou-a para trás, colando seu corpo no dela. – Posso tocar algo mais profundo... – invadiu a camiseta dela esfregando sua barriga ameaçando descer a mão.
– Vai precisar fazer melhor que isso. – seu tom sarcástico ajudou em seu golpe.

atingiu a barriga dele com o cotovelo fazendo-o se curvar. Pegou distância dele com um sorriso nos lábios, visualizou a figura dele massagear o local atingido havia aplicado força para ele sentir a dor mesmo, tinha que aprender que nem sempre conseguia o que queria. Não funcionava assim, eles se tratavam como “colegas” e depois tudo vira um conto de fadas.

– É assim? – lhe lançou um olhar nublado.
– Não é, vai ser assim. – os dois se agarraram entre socos e tapas.

socou a face dele com força fazendo-o cambalear, mordeu os lábios lhe atingindo com o mesmo golpe. pegou-a pelo pescoço passando a impressão de que a enforcaria, mas no fundo não conseguiria fazê-lo.

– Só isso que sabe fazer? – com facilidade se soltou e depois chutou o rosto dele.

segurou sua mandíbula sentindo o gosto do sangue na boca, o que fez com ? Cadê aquela policial que não tinha coragem de tirar nele? Ela tinha o feito sangrar em apenas um chute, não esperaria isso dela, mas de sua nova personalidade tudo era possível.
O sangue pingou no tatame, era pouco, mas a dor no local era grande, talvez tivesse quebrado a mandíbula. Limpou o sangue que insistia em escorrer por seus lábios, encarando não parecendo nada indignada com o que causou, pelo contrário, ela sorria.

– Satisfeita? – perguntou.
– Não, afinal isso é por você ter me enxotado do quarto mais cedo. – respondeu entredentes passando por ele. – Não se esqueça de se limpar antes de sair. – levantou a sobrancelha saindo da sala.
– Ah... O que eu fiz de você? – reclamou seguindo para o banheiro.
e tinham seus momentos de brigas e de recaídas, ninguém era capaz de entendê-los, nem eles mesmos, e estava começando se arrepender amargamente de ter trazido para a máfia, ela não parecia mais ser a mesma mulher de antes.

***

20h00min.


– Shh... – pediu pousando a mão contra a boca dele que emitia palavras desconexas. – Não. Todos então no prédio. – lembrou e tentou se soltar dele.
– Vou ser rápido, prometo. – disse levantando o corpo dela sentando-a sobre a bancada. – Como nos velhos tempos , e você sabe que quer isso mais do que eu. Nós dois queremos.
– Alguém pode chegar... – ele se colocou no meio das pernas dela começando beijar seu pescoço.
– Prometo que serei rápido. – o segurou pela mandíbula fazendo-o sentir dor.
– Rápido. – ela respondeu descendo da bancada.

puxou a camiseta dele para cima fazendo-o tirar a sua. a puxou para perto selando seus lábios com rapidez, precisava fazer tudo rápido e caso alguém os pegasse estariam encrencados.
abriu os botões da calça dele abaixando a mesma, fez o mesmo com a sua logo distribuindo beijos molhados pelo pescoço dele. segurou-a pela calcinha virando o corpo dela de costas, fez questão de abaixar sua calcinha com as mãos na bancada esperando por ele para terminar o trabalho.
Ela após o sentir por inteiro dentro de si deitou o tronco na bancada facilitando a penetração. As investidas começaram, sentiu uma das mãos dele segurar seu pescoço na tentativa de fazer seu corpo permanecer naquela posição. Começaram movimentos mais rápidos fazendo-a morder os lábios para não gritar, ele investiu fundo, estava longe do ponto máximo...

... – gemeu baixo, queria gritar o que estava enroscado em sua garganta. – Acaba logo com isso... Oh... – queria que ele finalizasse.

A luz da cozinha se acendeu fazendo os dois se desesperarem. Separaram seus corpos agarrando suas roupas com rapidez, os passos se aproximavam, tinham pouco tempo...

– Droga! – emitiu abotoando seu jeans.

vestiu sua calça em desespero, procurando sua camiseta no meio dos objetos de cozinha, precisava se vestir caso contrário a pessoa em questão desconfiaria de tudo.

– O que está havendo aqui? – Melissa gritou com escândalo após visualizar e próximo sem a parte de cima.
– Melissa... – encarou a figura de adentrar a cozinha sacando totalmente o que estava acontecendo.
– Vocês... – ele nem precisava terminar de falar.
– Pai... Não é nada disso que você está pensando. – estendeu os braços segurando sua camiseta como se pedisse calma.
– Vocês transaram na cozinha? – Melissa estava inconformada. – Ai vocês são nojentos! – ela saiu do local com nojo.
– Olha, eu posso explicar. – tomou a frente com sua camiseta já em mãos.
– Não quero sua explicação. . – o rapaz encarou o mais velho. – Quero falar com você. – encarou antes de sair com do local.
vestiu a camiseta encostando o corpo na bancada, passou a mão pelo rosto, parando-a sobre os lábios, mordeu o dedo. Havia deixado escapar, não era para ter cedido aos braços de .
As palavras altas e fortes eram trocadas no andar de cima e a culpa era sua. Caso não tivesse cedido sua fama de garota difícil ainda permaneceria na máfia, agora os homens já tinha a resposta sobre quem era o favorito de , por um lado era bom, assim eles parariam de disputá-la, mas também tinha o lado ruim, a desejaria de novo e tudo voltaria a ser como antes, uma coisa que ela não queria.


Capítulo 33


20h15min.


bateu na mesa com fúria, não aguentava mais ouvir reclamações sobre e , já era a sétima vez naquela semana que recebia problemas relacionados aos dois. Todos diziam que eles estavam passando dos limites.
Dentre os denunciantes se encontravam homens e mulheres, a maioria eram mulheres dizendo que ambos se agarravam pelos cantos e quando não era isso recebia problemas piores. Reclamações de brigas entre os homens incluindo por causa de , já havia chegado ao ponto de separar uma briga com as próprias mãos.
Tinha que dar um jeito, principalmente aplicar um corretivo em , porque foi ideia dele trazer para a máfia, mas isso não quer dizer que tinha o direito de sair por aí arrumando encrencas por causa da merda dele.

– O que estava pensando?
– Escapou tá bom . – respondeu rude.
– Ah escapou? Não conhecem quartos, tinha de ser na minha cozinha? – bateu na mesa novamente.
– Não foi culpa de ninguém... Os dois...
– Mesmo depois de saberem que são irmãos vocês continuam, não é? – disse sarcástico levando a mão até a boca. – Olha, eu não sei mais o que fazer. – revelou. – Quando não reclamam de vocês se engraçando por aí, são das brigas pela , e... Eu não sei mais! – bateu as mãos na perna indignado, nunca em sua vida se encontrou em uma situação com aquela.
– Hã... Já acabou? – perguntou com os braços cruzados.
– Sabe o que eu deveria fazer? – juntou as sobrancelhas. – Eu deveria matar vocês dois aí sim eu teria paz nessa vida, ou melhor, matar ela. – retirou um objeto de prata do bolso traseiro da calça sem perceber.
– Você não vai encostar um dedo nela! – não deixaria, se preciso lutaria com seu pai, mas deixá-lo fazer mal a nunca.
– Tem... Certeza? – se jogou contra e enfiou o canivete contra o abdômen dele, pegando-o de surpresa.
... – tentou dizer sentindo a lâmina perfurar cada vez mais o seu corpo.
– Você vai se afastar dela, está ouvindo? E isso não é um pedido, é uma ordem. Posso não enxergá-la como filha, mas você está passando dos limites aqui dentro! – girou o canivete fazendo segurar sua mão já bastante ensanguentada. – Sabe por que não perfuro mais fundo? – recebeu o olhar do mais novo em si. – Porque é o meu preferido, se fosse a o corpo dela já estaria sem vida. – cuspiu com ódio e desprezo. – E, aliás, meu garoto não pode morrer, preciso dele aqui. – retirou o canivete, perfurando outro local do abdômen. – Quero vocês longe, sem foda nos quartos. E se caso não cumprir... – aproximou sua boca da orelha do filho. – Eu mato ela na sua frente. – ameaçou investindo o canivete fazendo cair de joelhos segurando o local perfurado. – Espero que o recado tenha sido claro. – puxou os cabelos de para fazê-lo sofrer mais. – Afaste-se dela hoje mesmo. – ordenou em seu ouvido, não estava para brincadeiras.

***

20h30min.


adentrou o quarto com uma expressão dolorosa no olhar, estava tudo escuro. Ligou a luz se deparando com um corpo bronzeado deitado na cama com uma garrafa de vinho em cima da cômoda com um pacotinho cinza entre os dentes, não acreditava no que estava visualizando.

– Sai daqui, por favor. – tocou sua testa em sinal de que não estava bem, sentando-se na cama.
– Me deixa cuidar de você. – a mulher sussurrou contra seu ouvido beijando sua nuca, abraçando-o por trás.
– Melissa sai daqui agora! – gritou levantando o corpo com muito esforço.
– Ah esqueci, é muito melhor do que eu. – provocou pousando as taças na cômoda.

A porta do quarto se abriu revelando uma que mirou Melissa com raiva no olhar.

– Ah... Não!
– Falando no diabo. – Melissa provocou rolando os olhos.
– O que você faz aqui? – disse pegando-a pelo braço com firmeza. – Você vai sair agora daqui sua vadia! – jogou o corpo da mulher contra o chão.

Os gritos das duas se expandiram no quarto, elas se odiavam e continuariam se odiando até a morte. já havia chegado ao ponto de mirar uma arma para Melissa, por conta de um simples motivo com nome e sobrenome: .
Enquanto a briga acontecia, estava sentado na cama com a mão apoiada na testa com os olhos fechados pressionando o local perfurado tentando abafar o sangramento.

solta! – Melissa pediu após seu corpo ser prensado contra a parede.
– Nunca mais entre nesse quarto sem a minha permissão. – rosnou segurando no pescoço de Melissa.
– O quarto também é do... – tentou dizer, mas a interrompeu.
– Não ouviu? Minha permissão. – puxou o cabelo dela levando-a até a saída do quarto. – E não volte aqui! – bateu a porta com força fechando com a chave, virou-se para percebendo que ele não parecia bem. – Qual foi o resultado? – aproximou-se da cama.
– Nenhum. – pareceu um gaguejo.
– O que é isso? – tocou a barra molhada da camiseta dele.
– Nada... – tentou impedi-la de tocar sua camiseta, mas foi inútil.
– É sangue. – arregalou os olhos. – O que ele fez? – puxou a camiseta dele um pouco para cima visualizando o sangue sobre as feridas. – Ai caralho. – emitiu jogando o corpo do lado da cômoda vasculhando as gavetas em busca de algo para limpar os ferimentos.
, não se preocupa comigo foi só um cortizinho de nada. – pediu levantando o corpo, mas ela foi mais rápida o sentando de volta.
– Fica quieto. – ordenou abrindo a caixa de primeiros socorros.

gemeu quando molhou um pano com álcool e limpou os ferimentos.

– Calma. – pediu tentando fazer o seu máximo para limpar os machucados, percebeu que ele segurava os gemidos de dor. Ela suspirou, seus cuidados estavam só no começo.

***

21h15min.


saiu do banheiro já vestida com sua simples roupa de dormir, um tope preto e uma calcinha preta que a deixava confortável, eram roupas essenciais para se adaptarem ao corpo de noite.
O quarto estava escuro em total silêncio. Seus passos eram lentos, não queria fazer barulho, havia finalmente pegado no sono, ele tinha os olhos fechados e uma expressão sofrida no rosto, mantinha a mão sobre o curativo, sua respiração era difícil, talvez ainda estivesse com dor.
Chegou quase ao pé da cama o observando dormir debaixo do edredom, o corpo dele estava tenso e parecia não reagir muito bem ao frio da noite. fechou as portas da varanda ligando o ar no quente, lançou um último olhar para ele, iria dormir no quarto ao lado que era o seu de verdade, não queria incomodá-lo depois de tudo que passou por sua culpa.
O gemido de dor que escapou pelos lábios dele foi o suficiente para parar seus movimentos, ele não estava bem, precisava de si por perto. foi longe demais, e não tinha coragem para deixar naquele estado.
suspirou e entrou debaixo do edredom distribuindo beijos carinhosos pelo corpo de conforme o escalava em direção do rosto. Ele emitiu um grunhido de dor quando abriu os olhos. Seus olhos estavam mais apagados do que nunca, tudo preto, pareciam mortos.
tocou o ombro dele colocando finalmente sua cabeça para fora do edredom, mantinha um sorriso pequeno nos lábios, ele forçou um riso. beijou o queixo dele antes de se aproximar de sua orelha e dizer:

– Me deixa cuidar de você. – seu tom era baixo apenas para ele ouvir. – Prometo que amanhã eu me afasto, só hoje, eu prometo. – sussurrou sentindo que era seu dever ficar ali com ele.
– Só hoje... – ele repetiu em um tom baixo.
– Só hoje... – garantiu beijando o rosto dele.

e se ajeitaram na cama ambos já com seus corpos colados e com os olhos fechados. Era a última noite juntos e não passariam daquilo, ao amanhecer teriam de fingir que nunca se conhecerem, mas será que chegariam até o amanhecer?
(...) abriu a gaveta com fúria e ódio no olhar, como era possível Silva ou Silva, que seja, ter desobedecido a suas ordens?
Tinha deixado bem claro que os queria separados naquela mesma noite, e agora ele mesmo iria dar um jeito neles, descumprir uma promessa é uma coisa, agora descumprir e deixar explícito eram coisas completamente diferentes. As câmeras instaladas no quarto ajudaram em suas conclusões, agora só precisava ter uma boa mira!


Capítulo 34


21h30min.


As munições foram jogadas em cima da cama, eram balas de todos os tipos de armas. Precisava achar sua única peça para o plano, em mãos tinha um calibre 12 e sua ânsia para pegar os dois na cama fazendo movimentos proibidos crescia a cada segundo que permanecia naquele quarto. Seu plano era primeiro atirar em e depois pensaria se merecia ou não uma segunda chance.
Carregou seu revólver mirando o mesmo na parede onde um alvo se localizava, destravou o objeto apertando o gatilho acertando em cheio no ponto vermelho. Estava com a mira boa para matar, agora era só colocar tudo em prática e nada lhe impediria de matar , a garota que não aceitava que tinha seu sangue.

***

21h40min.


puxou mais o edredom para si, virando as costas para , o mesmo levantou a cabeça e bocejou, apoiando o queixo sobre o ombro dela, enlaçou a cintura dela tentando retornar ao seu sono gostoso, mas não retornaria tão cedo.
A luz no corredor foi acessa, ela passou pelo pequeno vão embaixo da porta refletindo diretamente no rosto de , seus olhos reclamaram e se abriram. Encarou a pequena iluminação a tempo de presenciar a sombra alta e negra dos pés masculinos parados em frente à porta, um calafrio percorreu sua espinha, era ele.

– Não! – pronunciou levantando o corpo mesmo com a dor lhe incomodando, acordando no momento certo.
– O que houve? – perguntou sonolenta.
– Shh... – ele pousou a mão contra sua boca apontando a porta com a cabeça. – Fica atrás de mim, entendeu? – ela assentiu, fazendo o que ele mandou.
– Como ele soube?
– Não sei. – respondeu sentindo os dedos dela descerem por seu braço enlaçando suas mãos.

apertou a mão dela tentando sorrir, sentiu a temperatura quente contra a sua, pelo que percebeu estava firme, o medo não a incomodava. O primeiro tiro foi disparado contra a maçaneta da porta, fazendo eles se abraçar, alguns pedaços de madeira voaram com força pelo ar, estava completamente louco!

– Ora, ora, ora, se não é o casal incesto. – já havia adentrado o quarto fazendo os dois tomarem posturas firmes e rígidas.
– Veio acabar com a gente? – tomou a frente ainda com a mão enlaçada com a de .
– E por que acabaria com você? – rosnou levantando a arma. – Saí da frente! – pediu com a arma.
– Não vou deixar que a mate! – puxou-a para si, fazendo seus corpos ficarem colados. – Terá de me matar primeiro. – sorriu cínico.
– Que fofo, querendo bancar o herói da história. – debochou. – Obedeça! – emitiu com raiva e sem paciência.
– Não! – respondeu firme, também estava com raiva, por que não poderia aceitá-los juntos de uma vez por todas?
– Não me obrigue a fazer isso. – caminhou até os dois e posicionou a arma na testa do filho.
– Não! – entrou na frente empurrando para trás de si. – É a mim que você quer, então vamos... Atira ! – não tinha medo do que poderia acontecer com sua vida em segundos.
– Como quiser. – alargou um sorriso demoníaco, pressionando o cano da arma na testa dela.

fechou os olhos não movendo mais seus músculos, queria sentir logo a bala perfurar seu crânio e fazer com que seu corpo caísse no chão sem vida, as portas do inferno lhe aguardavam.
tremeu o braço e pressionou os lábios, estava perto demais de , isso o fazia vacilar. Estava acostumado matar a distância e queria muito atirar, aquele momento era único, ela havia finalmente cedido.

– O que está esperando? – gritou.
– Você me convencer disso. – ainda com o braço tremendo destravou a arma.
para! – pediu do lado de .
– Fica quieto no seu canto! – lançou um olhar frio e ameaçador para .

não seguiria suas ordens, não naquele momento.
não se conteve jogou-se contra o corpo do pai caindo os dois no chão lutando para quem ficaria com aquela arma, pressionou o dedo contra o gatilho e a bala foi ativada. segurou o braço onde o tiro pegou de raspão, o sangue começou escorrer e ardia. Ignorou a dor e passou analisar a cena a sua frente com espanto, os dois estavam brigando sem se importarem em saber o que eram um do outro.

– Solta a arma ! – gritou segurando os pulsos do pai, ambos já de pé.
– Nem nos seus sonhos ! – o mais velho acertou um soco no rosto do filho.

segurou seu lado do rosto atingido, o golpe havia feito seu corpo ir para trás, mas caso não tivesse sido rápido, tudo estaria acabado. O tiro foi disparado na direção de , levantou o olhar fazendo seu corpo se movimentar com rapidez...
O corpo de caiu de lado no chão, o impacto não lhe incomodou, a dor se formou em seu quadril, mas não se importava havia algo mais grave para se importar naquele quarto...

!!! – gritou desesperada recebendo o olhar dele.

A mão dele pousou contra o peito, engoliu em seco abaixando o olhar para a região, o líquido molhou sua mão, engoliu novamente em seco levantando o olhar para . As pálpebras ficaram pesadas e seu corpo cedeu causando um barulho alto no ambiente, o sangue já escorria e a dor se tornava presente...

– Não... – emitiu se aproximando dele. – Fala comigo, por favor... – tocou o rosto dele batendo de leve.
– Preciso de uma ambulância com urgência no andar superior do prédio, chame o resto, preciso de ajuda para remover o corpo. – tinha a voz alterada, parecia desesperado. – Não quero saber os motivos de vocês e quero todos aqui agora! – desligou o celular saindo do quarto.
... – deixou as lágrimas. – Acorda... – massageou os cabelos dele. – Acorda... – abaixou a cabeça derramando lágrimas encostando sua testa na bochecha dele. – Eu preciso de você... Não pode... – beijou a testa dele ficando com os lábios encostados ali ainda massageando os cabelos .

O quarto ficou um clima tenso, o choro de era o único som que preenchia o ambiente, ela estava desesperada.

– O que houve? – Luka invadiu o quarto correndo.
– Foi um acidente... Eu não queria... – tentou falar levantando o olhar.
– Shh... – ele se abaixou ao seu lado lhe envolvendo em um abraço. – Já foram buscar ajuda.
– Foi minha culpa... Ele levou o tiro no meu lugar... – mais homens adentraram a sala junto a .
... Tudo bem? – Rigaty tinha um tom preocupado.
– Não... – ela o abraçou forte chorando com a cabeça apoiada contra seu peito.
– Antônio. – a voz de alimentou o olhar frio de . – Tire ela daqui.
– Assassino! – rosnou e sem pensar antes de agir agarrou no pescoço do pai. – Eu vou acabar com você! – ditou entredentes socando o rosto dele.
– Você merece a morte ! – disse também entredentes estapeando o rosto dela não se importava em ela ser mulher. – Quero ter uma palavrinha com você assim que tudo for resolvido.
– Ele está morto! – cuspiu recebendo os braços de Antônio e Luka.
– Talvez esteja, mas você teve a culpa, lembre-se disso. – lançou um olhar para a janela onde a sirene já era presente. – Leve ela para o quarto no andar de cima, e a mantenha calma. – ditou aproximando-se do corpo de , não poderia deixá-lo morrer, não o .

abraçou o corpo de Rigaty derramando lágrimas com a mão segurando o tecido da camiseta dele. Sentia culpa por tudo, nunca se perdoaria se morresse por causa de um tiro que era para ser seu.

– Vamos. – Antônio puxou o corpo dela sendo acompanhado por Luka.

lançou um último olhar para o corpo de o encontrando do mesmo jeito, apagado, apenas estava sem sua camiseta, o sangue escorria pelo chão e parecia ter sido um ferimento grave.
Observou os homens da máfia levantando o corpo dele, levando-o para fora, a ambulância já esperava no andar de baixo. Escondeu o rosto no peito de Rigaty sendo enlaçada pelos braços fortes dele, caminharam em direção do quarto onde tentaria se acalmar. não poderia morrer, nunca se perdoaria se isso acontecesse.


Capítulo 35


Terça-feira, 12 de dezembro de 2017. 9h00min.


Mais uma gota, mais um batimento, mais um suspiro, mais um estralo de dedos, mais uma olhada, mais uma batida de pé, mais um silêncio.
Tudo naquele quarto se presumia à pior sensação que uma pessoa poderia ter, a ânsia de rever aqueles olhos abertos era enorme e sua vontade era de fazê-los se abrirem a força. Passou a mão novamente pelo rosto, voltando apoiar a cabeça contra a almofada branca da cama, sua mão estava pousada perto da dele, queria tocá-la, mas ao mesmo tempo sabia que era errado.
Os batimentos cardíacos batiam no cardiograma, o barulho já estava lhe irritando, não havia conseguido pegar o olho naquela mesma noite que passou ao lado da cama. Sua primeira preocupação foi com a cirurgia para a retirada da bala e depois com a respiração dele que ficava alternando entre pesada e leve.
Abaixou a cabeça em cima do braço fechando os olhos, o sono era mais forte, a imagem do tiro e do desastre voltavam com força total em sua mente toda vez que fechava os olhos. A culpa que sentia não existia remédio que servisse para curar. Talvez o sono pudesse fazê-la se sentir melhor, ou talvez não...
Os olhos se abriram e enxergaram tudo embaçado, visualizou um campo branco a sua frente era a parede do hospital. Piscou algumas vezes, mas parecia embaçar mais, levantou o braço tocando o aparelho respiratório em seu rosto, o retirou sentindo suas narinas puxarem o ar com dificuldade. Em sua cabeça uma simples dor começava e em seu peito a faixa branca incomodava, pousou a mão sobre a testa inspirando o ar pela boca e soltando pela mesma, seus pulmões reagiam lentamente.

...? – emitiu o nome com o tom fraco após bater a mão na cabeça dela.
– Oi! – ela levantou a cabeça quase imediatamente. – Como se sente? – coçou os olhos depois fazendo um leve carinho na face dele.
– Inútil. – respondeu baixo. – Não conseguir respirar sem ajuda de uma máquina é a pior sensação do mundo. – o verdadeiro ainda estava isolado daquele quarto.
– Por que fez aquilo? – precisava ouvir dele.
– Proteção. – engoliu em seco antes de responder.
– Mas por quê? – queria saber o motivo.
– É para isso serve os irmãos mais velhos, para cuidar dos mais novos. – explicou com o tom fraco e falho. – Sou seu irmão mais velho , temos seis anos de diferença... Ah... – tentou levantar o corpo, sentindo o local atingido reclamar.
– Fica deitado, melhor não se esforçar. – ela tocou seu peito e ombro coberto pela faixa.

Ele obedeceu encostando as costas no colchão, sorriu pequeno, apoiou suas mãos na cama subindo nela se aconchegando no lado esquerdo com a cabeça apoiada sobre uma parte da faixa com a mão fazendo um leve carinho no abdômen dele. Estava morrendo de sono e precisava relaxar pelo menos uma vez.

– Pensei que tinha te perdido... – revelou já com os olhos fechados.
– Achei que te perderia no momento que o atirou... – encostou seus lábios na testa dela, não completando o ato.
– A gente vai ter de se separar, o não está mais brincando. – levantou a cabeça beijando a bochecha dele deixando os lábios e o nariz encostados no local.
– Seremos apenas irmão assim que eu sair desse lugar... – sussurrou recebendo os lábios dela contra os seus, era o último beijo.

***
(...) Um mês depois...


Sexta-feira, 12 de janeiro de 2018. 20h50min.


A mulher adentrou sua casa com o corpo cansado, seu dia tinha sido exaustivo, ser advogada não era uma tarefa fácil, ficar horas e horas em pé defendendo seus clientes que nem sempre eram inocentes cansavam suas pernas, além disso, chegava em casa e tinha mais problemas, seus filhos brigavam por tudo, mas hoje seriam diferente, os problemas eram outros...

– Mamãe?! – seu filho do meio veio lhe abraçar como de costume, mas sentia que algo estava errado no ambiente.
– Deveria estar na cama, seu pai vai chegar tarde hoje... Vai direto para o quarto. – mandou beijando o rosto do filho.
– Entregue isso ao papai assim que ele chegar? – lhe estendeu uma folha dobrada.
– E o que é isso? – ela pegou a folha curiosa em saber do que se tratava.
– É o jogo de baseball... Fiz pensando no quanto ele deveria voltar a jogar. – explicou. – Boa noite mãe. – abraçou ao corpo dela. – Eu te amo. – correu para as escadas.
– A Mel já dormiu? – gritou para o menino segurando o corrimão da escada.
– Está no quarto. – gritou de volta entrando em seu quarto batendo a porta.

A mulher suspirou talvez aquela noite tudo fosse diferente. Subiu os degraus da escadaria entrando no corredor que daria acesso aos quartos, iria para o espaço onde sua filha de apenas um ano e três meses dormia. Torcia na esperança de encontrá-la tranquila dormindo no berço, mas mal sacou o que lhe aguardava...
Girou a maçaneta empurrando a porta devagar, não queria fazer barulho, após adentrar não ligou a luz, pois o abajur já iluminava a região próxima do berço. Aproximou-se do objeto sorrindo ao observar a figura de Mel dormindo enrolada em uma pequena coberta branca, o escuro ao seu redor apenas piorou sua visão com a voz que surgiu atrás de si.

– Fazê-la dormir foi fácil, o difícil vai ser não acordá-la. – o barulho da arma em sua mão invadiu o quarto assustando a advogada.

A voz feminina demonstrava um ar sombrio e obscuro, pertencia à máfia, mas a pergunta era... Além do dinheiro o que aquela quadrilha queria?

– Ah, Nicole Jackson... – pronunciou o nome da mulher em alto tom. – Vamos fazer o seguinte... – a luz do quarto se acendeu iluminando a mulher sentada na poltrona limpando sua arma com um pequeno pano branco, bem relaxada. – Se passar a senha do cofre; todo o dinheiro que nele contém e mais a promessa que não vai acionar a polícia... Eu não mato o seu marido e os seus filhos. – mirou a arma na criança adormecida, fazendo Jackson engolir em seco.
– Levem tudo o que quiserem! – respondeu em desespero.
– Muito bem Nicole. A família sempre vem em primeiro lugar. – sorriu maliciosa travando sua arma ficando frente a frente à advogada.
– A senha. – pediu perto de seu rosto.
– 9875034. – respondeu com medo.
– Rigaty. – chamou

Ele saiu do escuro atrás da refém pegando-a de surpresa segurando um pano branco contra seu nariz. Nicole tentou se debater, mas bastou apenas uma puxada de ar para seu corpo ceder por completo no chão já apagado.
cutucou a região de suas costelas e suspirou. Saiu do quarto na companhia de Antônio, desceram os degraus da escada seguindo caminhos diferentes.

– Tudo pronto é só pegar o dinheiro. – ela sussurrou no ouvido de seu líder que mantinha os braços cruzados observando a quadrilha ensacando tudo que encontravam.
– Ótimo! – elogiou no ouvido dela. – Me espere no carro.
– Não posso irmãozinho. – pousou o dedo indicador sobre seus lábios. – Lembre-se – o puxou pela nuca. – Isso é incesto. – disse em seu ouvido.
– Regra de Silva: "afaste-se da sua irmã". – citou o que ouviu do pai. – Mas ele não disse que eu não poderia te pegar, ele só falou para eu me afastar.
– Concentre-se na sua missão Silva . – pronunciou o nome verdadeiro dele de um jeito provocante tomando distância.
– Eu vou fazer você ceder ainda. Sei que quer o mesmo que eu. – segurou o braço dela mordendo os lábios, puxou-a colando seus corpos. – Confessa que me quer. – pediu esperançoso.
– Quero que você se concentre na missão. – indagou separando seus corpos. – E mantenha distância de mim daqui pra frente. – exigiu saindo da casa.

Um mês ia se completar desde que foi parar no hospital, após aquele dia os dois não se entendiam mais como apenas parceiros de cama, tinham mudado em tudo. Desejavam tocar um ao outro, mas não podiam, era errado. deixou bem claro da última vez que conversou com , que entre ela e nada poderia acontecer e se caso acontecesse suas vidas, que agora valia milhões de dólares, acabaria na porta do cemitério.


Capítulo 36


23h30min.


As chamas da fogueira queimaram a madeira aquecendo o círculo de pessoas na praia, uma simples diversão para recompensar o que conseguiram como sucesso na semana toda.
engoliu mais um gole de sua cerveja visualizando mais a frente à figura de Rigaty abraçado com Gabriele, os dois estavam juntos já fazia alguns dias, ambos eram fofos daquele ponto de vista e nem mesmo conseguia pensar na hipótese de que alguns meses atrás aquele mesmo homem havia revelado seus sentimentos por ela. Agora Antônio era apenas um amigo distante.

– Com ciúmes? – ela revirou os olhos em tédio.
– É claro que não. – respondeu rude tomando mais um gole de sua cerveja. – Por que estaria?
– Não tira os olhos dele. – respondeu aproximando um pouco seus corpos deixando suas coxas bem próximas. – Estava apenas observando... O jeito que você olha para o Antônio, até parece que sente algo por ele. – curvou um pouco as costas.
– É passado, e o passado agora está morto. – tomou distância dele, não o queria próximo.
– Tem certeza que está morto? – ele lhe encarou, se referia a tudo que passaram juntos.
– Não adianta tentar . Aquilo foi um erro e você sabe disso. – ela curvou as costas igual a ele, encarando a fogueira. – Igual a uma diversão. – indagou no ouvido dele, fazendo-o rir.
– Não parecia uma diversão na época. – riu encarando os pés. – O conseguiu mesmo te trazer para o lado dele. Nunca te vi tão... – a palavra não veio.
– Tão ciente do quanto é errado transarmos? – arriscou em dizer e ele endireitou o corpo ela fez o mesmo.
, me diga uma coisa. – ele virou o olhar encarando fundo o dela. – O que eu fiz para você ficar tão grossa assim comigo?
– Você? – fingiu pensar. – Nada é claro, apenas de pensar no nos matando já ajudou muito a fazer minha mente saber o quanto você é o caminho errado para mim.
– Então me responda. – aproximou seus rostos. – O que sentiu por mim em New York foi...
– Amor? – arriscou em completar a frase e ele assentiu. – Não, não foi amor , apenas não queria que o meu filho ficasse sem o pai dele. – explicou bebendo a cerveja como se disfarçasse.
– Pensei isso mesmo. – levantou-se saindo da roda.

o acompanhou até sumir em meio à escuridão, virou seu campo de visão novamente para a fogueira repensando no que havia falado... Amor? Ele falava de amor?
Levou a cerveja até a boca nem mesmo aquilo fazia sua mente esquecer o que ele se atreveu em perguntar. Nunca em sua vida desde que conheceu o imaginou querendo conversar sobre sentimentos verdadeiros, não havia sentido diferença de New York e quando o reencontrou em Washington, sentia a mesma sensação de destruição, mas algo diferente tocava seu ser quando estava perto dele.
Era forte, pensava que poderia ser amor, mas pelos últimos dias que passou longe dele soube definir aquilo como apenas um sentimento de segurança, agora que não temia mais a nada se aproximava dele e a sensação não surgia, mas sabia que ainda estava ali.
se levantou seguindo correndo na mesma direção que ele, eles precisavam conversar a sós e esclarecer certas dúvidas que ainda tinham um do outro. Correu pela areia em busca de algum sinal de , mas apenas as marcas de seus pés estavam na areia, o que restava era segui-los até algum ponto que poderia resultar a ele.
A fumaça branca que saiu por seus lábios apenas era o sinal de que o frio daquela noite era imenso, não deveria ter se afastado da fogueira para ir atrás de , mas sua vontade de perguntar certas coisas para ele eram maiores que seu frio, precisava saber o que ele realmente sentia, se fosse amor não saberia como reagir, mas se não fosse, levantaria as mãos para o céu e agradeceria.
O barulho do mar atrás de si lhe despertou, da água aquele corpo surgiu. Os pingos que a lua iluminava o deixaram mais gostoso, não negava suas palavras, o queria para si, daria de tudo para tocar cada pedacinho de pele molhada daquele ser que deveria ser preso.

– O que faz aqui ? – a voz dele lhe despertou.
– Preciso falar com você. – respondeu com os braços cruzados se aproximando da água.
– Não temos nada para conversar. – ele rebateu tirando o excesso de água do rosto.
– O que você sente por mim? – ignorou seu comentário, disparando logo.
– Como assim? – perguntou rindo. – Não é questão de sentir, é questão de querer. – riu alto.
– Não é brincadeira . – entrou na água sentindo a temperatura fria em seus pés. – O que você realmente sente por mim?
– De verdade? – virou-se pra ela, visualizando-a assentir. – Ódio. Raiva. Atração. – ditava as palavras, o que aliviou . – Não achou que era amor achou?
– Não se pode esperar um sentimento bom vindo de você. – rebateu na lata. – Não sei por que vim atrás de você. – virou-se de costas e de repente foi puxada com força para trás.
– Sabe por que veio... Não consegue ficar longe de mim... – colou seus corpos molhando a camiseta dela. – Quer o mesmo, não é? – grudou suas testas para a virou de frente para si.
... – apoiou as mãos contra seu peito querendo distância. – Não podemos nos desejar.
– Claro que podemos. – ele insistiu continuando com suas testas grudadas. – Confessa que me quer e posso acabar com todo esse sufoco.
– Não... – olhou em volta da praia visualizando tudo deserto. – Quer dizer, acho que aqui não é o lugar essencial para isso. – respondeu sorrindo maliciosa.
– E ali seria? – apontou para a máfia que ficava a poucos metros de onde estavam.
– O lugar ideal. – o puxou pela nuca, grudando suas testas de novo. – No meu quarto, assim o não saberá. – sorriu empurrando o corpo dele com força fazendo-o cair na água de costas.
– Você é má! – gritou antes de se levantar e correr atrás dela.

***

Sábado, 13 de janeiro de 2018. 00h00min.


Adentraram o quarto escuro sem que ninguém os percebesse já enlaçado em um beijo urgente. Haviam conseguido o que queriam, agora apenas colocariam aquele prazer à prova, seus corpos se encaixavam como nunca, pareciam ter sido feitos um para o outro, mas caso não fosse o fato de serem irmãos talvez pudesse criar um laço mais além que aquilo, irmãos não podem namorar, então teria de ficar apenas no esconderijo que era o quarto dela.
Ambos puxaram com desespero suas camisetas, expondo a parte de cima com rapidez. prensou o corpo de contra a parede de costas para si, seus dedos ágeis abriram o fecho do sutiã branco em questões de segundos, jogou a peça no chão pouco se importando para a localidade que fora parar. Afastou os cabelos dela, puxando-os com fúria, enquanto trincava os dentes na região do pescoço, sugava e mordiscava cada extensão de pele que encontrava, os gemidos que eram soltos por cada puxada o deixava cada vez com mais vontade de tê-la entregue em seus braços depois de um mês sem poderem sequer tirar uma casquinha do outro.
Suas mãos massagearam os seios fartos com delicadeza, enquanto sua boca distribuía carícias por toda extensão do pescoço. jogou sua cabeça para trás, puxando sem muita delicadeza os cabelos dele, sentindo os dentes do mesmo ameaçando morder seu pescoço, um verdadeiro cachorro.

– Quem sabe um banho? – ele sugeriu abrindo os botões da calça jeans dela, mostrando onde queria chegar com aquilo.
– Precisa mesmo, afinal depois de um mês as consequências de pulgas deve ter aumentado. – virou-se de frente para ele.
– Que bom que sabe que está lidando com um cachorro cujo recebe o nome de e não . – provocou fazendo-a enlaçar os braços em seu pescoço.
não daria conta de apagar o meu fogo, agora você... O que dizer? – ele a levantou fazendo-a enlaçar as pernas em sua cintura.
– Posso jurar, o que eu te faço sentir nenhum homem faz igual. – apertou a região das nádegas com força seguindo caminho para o banheiro onde uma bela ducha quente os esperava. Apesar de que mesmo se fosse água fria, nada seria o suficiente para apagar o fogo que surge quando estão juntos.


Capítulo 37


1h30min.


fechou os olhos com força com os dedos enlaçados nos cabelos de escondendo o rosto no pescoço dele, suspirou forte e puxou o ar soltando pela boca, tinham atingindo o ponto máximo. sentou seus corpos colocando-a sobre o seu, massageou as costas dela ofegante, sentiu as pélvis de se contraírem contra seu membro, ela permanecia imóvel e respirava forte.
afastou os cabelos de cheirando o aroma de sabonete na região do pescoço, sorriu com o cheiro beijando o local, ela retribuiu mordiscando o lóbulo de sua orelha massageando seus cabelos agora suados.

– Você me deseja? – ela sussurrou no ouvido dele.
– Sempre, todas as noites. – deixou claro.
– Eu também. – segurou-o pela mandíbula selando seus lábios.

Suas línguas se tocaram, ambas traçavam uma batalha violenta, ainda não se encaixavam como seus corpos, precisariam de tempo para isso. deitou o corpo de encostando a cabeça dela no travesseiro, beijava sua bochecha subindo para a orelha, enquanto ao mesmo tempo ganhava as mãos dela apertando seus ombros largos.

– Está com sono? – ele quis saber.
– Um pouco. – respondeu baixo.
– Vem aqui então. – ele deitou antes o corpo de lado, chamando-a para perto.
– Sempre quente. – murmurou tocando o peito dele, aconchegando sua cabeça no local fechando os olhos.
– Boa noite. – a enlaçou com os braços puxando o edredom, dando um beijo carinhoso sobre a testa dela.

***

7h15min.


O frio era presente, a neve caía e os pingos de água antes congelada pingavam dos telhados. Era o pior frio que já havia presenciado, mas teve sorte naquela manhã de acordar com um peito quente a sua altura e mãos fortes em volta de sua cintura.

– Hum... – emitiu levantando um pouco o tronco, encostando seu nariz no rosto dele. – Bom dia... – murmurou encarando aqueles olhos .
– Bom dia. – respondeu lhe dando um selinho rápido.
– Frio, não? – puxou o edredom para mais perto segurando o queixo dele, virando o rosto em sua direção sorrindo. – Acho que gosto de você... – disse baixo e rindo era uma simples brincadeira.
– E de qual sentido? – ele quis saber sorrindo de volta.
– Do sentido de irmão. – acariciou sua bochecha. – E desse também... – envolveu novamente seus lábios.
– Se for assim... – separou seus lábios. – Eu também gosto de você. – ela sorriu de volta.

deu apenas mais um último selinho sentando-se na cama com o edredom cobrindo seus seios, ajeitou seus cabelos de lado expondo seu pescoço marcado. Um calafrio subiu por seu corpo assim que sentiu os lábios dele na região, o mesmo lhe abraçou por trás fazendo-a encostar-se a si recebendo carinho no rosto.
beijou sua bochecha recebendo o mesmo em compensação, pareciam um casal normal e não dois assassinos. sentiu os cabelos dele sobre seu pescoço sacando que o mesmo queria carinho ou o simples e famoso cafuné.

– Manhoso. – virou um pouco o rosto para o lado lhe dando o que tanto procurava. – Nem o é desse jeito. – comparou puxando alguns fios.
. – emitiu seu próprio sobrenome. – Chame-me de . – exigiu beijando o ombro dela.
– Oh... , é? – brincou jogando a cabeça para trás. – Não acredito que gosto desse cachorro.
– Você só gosta, isso é pouco. – passou os lábios pelo pescoço dela lhe tirando alguns gemidos.
– Tenho motivo para amar?
– Não. – arriscou em responder.
– Talvez eu ame esse cachorro, mas não especificamente esse. – empurrou o corpo dele para trás, deitando-se sobre seu tronco. – Nem nos seus sonhos mais cruéis eu vou te amar.
– Eu digo o mesmo. – respondeu no mesmo tom de calmaria, puxando-a para perto. – Guarde as minhas palavras, – pausou contra seu ouvido. – posso não amar ninguém, mas sei quando alguém sente isso por mim e agora eu vejo nos seus olhos que o que disse é mentira.
– Quer ouvir um "eu te amo"? – questionou segurando-o pela mandíbula. – Eu te amo . – deu um selinho rápido. – Eu te amo demais. Desde a primeira troca de olhar, desde o primeiro contato. – revelou tudo em questões de segundos. – E acredite, em New York, quando eu estava grávida, – pausou levantando o tronco. – eu já te amava, sentia que algo forte percorria meu ser quando você estava perto. – olhou em seus olhos profundamente enquanto ele sentava-se. – Você me ensinou o amor, quando eu estava machucada, você surgiu, bastou apenas uma recaída que foi o bebê, e só então percebi que a dor não estava mais presente. – ele tocou o queixo dela levantando sua cabeça.
– Se eu soubesse disso teria feito tudo diferente. – passou o dedo pela bochecha dela. – E corrigindo as suas palavras, você foi quem me ensinou o amor, quando eu estava frio e obscuro, você voltou para a minha vida. – acariciou sua bochecha fazendo-a fechar os olhos. – Posso não ser o homem certo para você, mas a mesma sensação forte acontece comigo. – grudou suas testas.
– Eu te amo Silva .
– Eu também Silva.
Selaram seus lábios em um beijo diferente de todos que já produziram. Esse possuía sentimentos, que eram verdadeiros, o amor estava naquele quarto, mesmo sendo irmãos nada impedia o que sentiam pelo outro.

***

Segunda-feira, 15 de janeiro de 2018. 10h15min.


jogou os papéis sobre a mesa com raiva, não era possível que teria de perder seus dois melhores aliados para a polícia. e estavam valendo milhões de dólares, suas cabeças chegavam a valer cinquenta milhões, uma quantia alta, mas não os entregaria para a polícia, não era besta a esse ponto.

– E o que você quer que eu faça? – cruzou os braços na frente do peito um pouco inconformado com aquilo.
– Sabe o quanto isso é grave? Suas cabeças estão sendo procuradas! – gritou batendo a mão na mesa derrubando uma garrafa de vidro no chão.
– A polícia não nos conhece. – deu de ombros recebendo um jornal no rosto.
– Leia e tire suas dúvidas! – ordenou rude.
"Procurado, cabelos , corpo musculoso, cicatriz no olho, olhos , nome não identificado". – leu em voz alta. – "Olhos castanhos, cabelos longos e negros, corpo definido, sorriso angelical, nome não identificado". – ele arregalou os olhos, como era possível eles terem se descuidado tanto àquele ponto?
– Satisfeito? – levantou os ombros. – Estão sendo procurado pela polícia civil e federal.
– E você quer o que? Saímos todos os dias em busca de grana por Halifax, era bem provável que isso aparecesse cedo ou tarde! – gritou já fora de si, como era fácil irritá-lo.
– Vocês vão ter de sair daqui, pelo menos até a poeira abaixar e seus rastros forem apagados.
– E onde vamos ficar? – questionou, até que ficar a sós com até a barra estar limpa, não era uma má ideia.
– Sei lá, terá de ser um lugar seguro, vocês têm que ficar fora do alcance da polícia. – sentou em sua mesa com a mão no queixo, pensava em um lugar.
– Tem Miami. – arriscou em anunciar. – Fabiana é dona de um condômino perto da praia e é um ótimo lugar, afinal é bem afastado de Halifax. – explicou.
– Tudo bem, não temos outra saída, mas lembre-se quero você e separados, nada de união, estamos entendidos?
– Não vou encostar um só dedo nela. – levantou as mãos em rendição, tentando segurar o riso malicioso.
– É o que eu espero. – estava desconfiado, o sorriso que ameaçava surgir nos lábios de revelava suas verdadeiras intenções.

retirou-se da sala deixando o sorriso largo aparecer em seus lábios, finalmente teriam um momento apenas deles para curtirem o que a vida lhe deu. Miami seria o local perfeito para provar as palavras de , se ela dizia amá-lo, então por que não demonstrar esse amor?



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Outras Fanfics:


Shortfics

01.Confident (Finalizada)
05.Don’t Be a Fool (Finalizada)
10.Never Ending (Finalizada)
16.Sex With Me (Finalizada)

Longfics

Shoot Me (Finalizada/ Restritas)
Juntos em Nova York (Em Andamento/ Restritas)


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