Finalizada em: 20/04/2021

Parte 01

Era hora de almoço e fumava o usual cigarro do meio-dia para relaxar. Do telhado da escola, o garoto dava suas tragadas profundas e sopradas lentas, como se não estivesse devendo nada à vida. Em momentos assim, era o tempo que deveria acompanhá-lo, não o contrário. Enquanto apreciava o céu, escorado na platibanda que compunha parte da fachada imponente da instituição, ouviu vozes barulhentas vindas da escada que conectava a área com os andares de baixo.
- Eu já falei que não quero companhia, inferno! – a garota exasperava, empurrando a portinhola de metal para chegar ao terraço, sendo seguida por dois garotos – Preciso desenhar para vocês?
Levemente irritado com a interrupção súbita do momento de paz, capturou o cigarro nos lábios entre dois dedos para acompanhar, sobre os ombros, a cena que se desenrolava.
- Garotas como você não deveriam ficar sozinhas, ! – um dos garotos argumentou.
- Garotas como eu? Tipo com dois olhos e uma boca? – a garota, que reconheceu como , a presidente do Conselho Estudantil, caçoou sem ao menos olhar para trás.
- Você entendeu! – o terceiro entrou em defesa do amigo.
- Não. Não entendi! – só faltava espumar de raiva. – Me deixem sozinha! So-zi-nha!
- ... – os rapazes ainda tentavam apelar.
Maldita posição em que ela havia se enfiado, que não a permitia mandar os outros estudantes para o quinto dos infernos enquanto estivesse com o uniforme e sobre solo da escola. Na ponta oposta do telhado, excluído, sentia que era como se eles não o enxergassem ali. E de fato, não enxergavam, pois estavam absortos em uma discussão ridícula que não iria para nenhum lugar.
Mesmo que não estivesse incluso na conversa, os poucos trechos que capturara e a movimentação denunciavam o assunto que ainda parecia ser o mesmo que circulava insistentemente pelos corredores nos últimos dias: estava solteira de novo. achava que o relacionamento dela com o banana do Conselho Estudantil tinha durado até demais. Era transparente como água para ele o fato de que o vice-presidente não tinha colhão para alguém no nível de .
O breve lapso que teve da textura dela contra os próprios lábios fez a boca secar. interpretou isso como um sinal para se fazer ser notado naquele momento. estava com sorte, porque ele faria aquele favor de livrá-la dos babacas.
Claro que aquilo não era nenhuma desculpa para se aproximar dela.
Jamais.
- pediu para ficar sozinha, ou vocês não ouviram?
A fala firme dele levou os demais ao susto. Eles realmente não faziam ideia que ele também estava ali. Além da surpresa, os dois garotos que acompanhavam ainda precisaram transitar pelo estágio do medo. Se por um lado, era popular na escola pelo bom rendimento e pela postura exemplar diante dos alunos, se fazia igualmente conhecido, mas pelos motivos opostos. Notícias de que os amigos e ele haviam se metido em alguma briga de rua não eram raras. Por isso, quem abrigava um mínimo de sensatez deveria temê-lo, ainda que fosse um pouco.
- , vamos conversar em outro lugar. – um dos garotos tomou a frente, sem desgrudar os olhos de . – Não é bom você ficar sozinha aqui com esse cara.
precisou abafar uma risada. “Ah, se eles soubessem...”, o garoto pensou. Aqueles dois outros caras eram uma piada. O desprezo estava escancarado em ambos os lados, mas nem assim tinham coragem de enfrentá-lo diretamente.
- Não sabia que precisava de escolta para assistir às aulas. – comentou, deixando um sorriso provocativo dançar pelos lábios cheios – Vão deixá-la sozinha, ou terei que fazer isso à força?
O cigarro que tinha entre os dedos foi de encontro ao concreto do piso, sendo apagado em seguida por uma pisada firme e violenta. Todos os movimentos foram acompanhados pelos outros três pares de olhos. Ele sabia que tinha atingido o objetivo quando viu os dois gatinhos amedrontados se despedirem quase encolhidos, saindo com os rabos entre as pernas.
Era aquele ditado: quem tinha cu, tinha medo.
No entanto, não recebeu nenhum agradecimento de .
- Olha só o que temos aqui... – ela o analisou de baixo a cima, até que os olhares se encontrassem – O maior delinquente que essa escola já viu. – em seguida, andou até a mureta, onde ele estava um instante atrás, para encostar a lombar e apoiar os cotovelos para trás em uma postura despojada – Não pode fumar aqui. – recordou-se do que ele fez com o cigarro.
- Não é correto censurar alguém que acabou te dar uma mãozinha, .
- De você eu prefiro outro tipo de mãozinha. – a garota se atreveu a exibir um sorriso fino que desapareceu tão rápido quanto surgiu, arrancando um tipo similar do acompanhante – Mas te respondendo, sem querer ser mal educada: não pedi sua ajuda. Em algum momento, eles iriam se mancar e sair. Os dois são uns idiotas, mais ainda depois de hoje, por só ouvirem depois que um homem entrou na briga.
- Bom saber que me considera um homem de verdade, .
deu um riso fraco, balançando a cabeça, enquanto mergulhava a mão no bolso em busca do isqueiro e da carteira de cigarros, afrontoso.
- Não pode fumar aqui. – ela o repreendeu outra vez, com os olhos faiscando na caixinha que ele abria, vendo-o se aproximar mais, ignorando a constatação que soara mais como uma provocação para que fizesse o contrário.
e eram assim, gostavam de manter vários focos em uma mesma conversa, então um responderia apenas aquilo que lhe fosse de vontade ou pertinente.
- E o que ganho em troca se te obedecer, ?
- Um pulmão melhor?
Novamente, ele riu. sempre falava muito. Não era à toa que ela havia escolhido assumir o Conselho Estudantil para lutar pelas causas de um bando de cabeças ocas que não poderiam estar mais indiferentes com os direitos dentro da escola. Normalmente, preferia a calmaria e por isso, ela não poderia ser do “estilo” dele. Contudo, contra a própria lógica, havia desenvolvido um vínculo esquisito de apego com a garota.
Ao fim, ele podia ver que formavam um bom par.
- Não é engraçado. Está destruindo a sua vida! – rolou os olhos com a exaltação da colega, enfiando um cigarro na boca e o acendendo em seguida – Por que você é assim?
Talvez eles não fossem uma combinação tão boa assim.
- Assim como? – balbuciou retirando o cilindro dos lábios – A nicotina me ajuda a relaxar. Nem todos que ficam estressados podem pagar uma fortuna para fazer limpezas de pele e massagem como você, .
Ela se sentiu atacada pessoalmente a ponto de precisar respirar e inspirar forte e lentamente algumas vezes antes de respondê-lo. sabia que estava sendo um otário, entretanto era aquela versão de si que pessoas com a postura de teriam. Fumar era uma necessidade e ele não precisava de avisos superficiais para entender as consequências do tabaco, as caixinhas dos cigarros eram bem esclarecedoras por si só.
- É um imbecil! – disse entredentes, piscando furiosamente.
Não havia nada errado em fazer uma sessão de autocuidado ou receber uma massagem. O problema estava no que quis insinuar com aquelas palavras, que ela era uma vaca fútil que tinha problemas mais fáceis.
- Eu só queria um momento para mim, está difícil de entender? – começou a perder a paciência – Se eu subi na porra de um telhado, sozinho, não foi para ficar tomando esporro moral da queridinha do Conselho Estudantil.
- Minhas preocupações são reais! Elas não partem da personagem presidente do Conselho Estudantil, mas sim da , como ser humano! Você está sempre aparecendo por aí, arrebentado e ferrado!
- Já acabou? Valeu pela preocupação, mas eu dispenso.
grunhiu pela dificuldade de enfiar um pouco de luz na cabeça dele, mesmo na base do ódio.
- Já! E não se preocupe, já estou me retirando para que você tenha o seu... – desenhou aspas no ar – Momento de paz. – recuou dois passos, pronta para dar as costas, quando ele a chamou.
- Não, . Como você disse, vim em busca de paz, mas como ela já foi perturbada, pode ficar. Não vou conseguir mais nada aqui mesmo. Quem se retira sou eu.
Estacada no mesmo lugar, com uma pontada de surpresa, a presidente do CE assistiu o garoto desperdiçar outro cigarro quase inteiro e se afastar sem dizer mais nada.



Parte 02

Naquela tarde, esteve tão absorta e entretida lendo coisas aleatórias na internet, que só percebeu que havia escurecido quando os olhos recaíram sobre os pequenos números no canto direito inferior da tela do notebook. O dia poderia ser resumido nela trancafiada na biblioteca produzindo nada. Pela primeira vez em tempos, os trabalhos estavam todos em dia. Ainda que não tivesse tocado em nada do meio acadêmico, não poderia dizer que foi um dia perdido. Em um quiz nada confiável e pouco fundamentado, ela descobriu que das Meninas Superpoderosas, ela seria a Docinho, mesmo realizando o teste duas vezes para forçar respostas que recaíssem na Florzinha.
Como ela mesma havia concluído anteriormente: um quiz nada confiável.
O celular que ficou praticamente a tarde toda esquecido em um dos cantos começou a vibrar freneticamente contra o tampo, arrancando olhares de repreensão dos estudantes que compartilhavam a mesa com ela.
- Desculpa. – sibilou, envergonhada, abafando o aparelho entre as palmas das mãos. Bastou ela destravá-lo para encontrar dezenas de mensagens desaforadas da amiga.
Lydia: , onde você está?
Lydia: ME LIGA, POR FAVOR
Lydia: PODE ME LIGAR, POR FAVOR?
Eram todas mensagens do tipo. A garota na biblioteca se desesperou. Sem ligar para os pertences espalhados e largados para trás, buscou pelo número da amiga, já no corredor da instituição. Dois toques foram necessários para que o outro lado da linha se fizesse presente.
- Puts, , demorou, viu?
- Baixa o tom. – solicitou, contida, de cenho franzido, afastando o celular do ouvido.
- Onde está, ? – Lydia disparava ofegante do outro lado – Seja lá o que está fazendo, pare. Eu preciso de ajuda.
- O quê?
- Eu não consigo voltar para o internato sem ajuda. Estou naquela pracinha próxima da farmácia que nunca fecha. Venha agora.
A ligação foi encerrada antes que conseguisse fazer qualquer questionamento. A falta de respostas assustou e a mente traiçoeira a levou a pensar nas piores possibilidades. Era difícil não conseguir chegar à escola, todos os alunos tinham entrada e saída liberada fora do horário de aulas.
voltou outra vez para a biblioteca, dessa vez apenas para recolher os pertences e disparar para o dormitório. Dentro do próprio quarto, colocou um casaco pelas temperaturas que caíam com o entardecer e aproveitou para socar poucas notas de dinheiro no bolso para qualquer emergência, mesmo com o cartão de crédito já escondido entre o celular e a capinha dele.
A cada passo apressado, o coração de apertava mais. A ideia da amiga em uma praça, sozinha, de noite e com dificuldades fazia as batidas falharem. Aproximando-se do local combinado, pôde avistar Lydia em pé, de frente para alguém sentado no banco de madeira. Quando faltavam poucos metros, iniciou uma corrida desajeitada, apertando as mãos contra os bolsos do casaco para que nada voasse no caminho.
- Lys! – chamou para ganhar atenção da outra, mas o par de olhos logo recaiu na pessoa do banco.
Preocupação. Choque. Irritação. Decepção. sentiu tudo, mas não necessariamente nessa ordem. Aquela visão pavorosa havia mexido com todos os sentidos dela. Quanto mais reparava em cada pedaço dele, mais as próprias entranhas retraíam.
- Acho que você pode deduzir o que aconteceu. – Lydia iniciou, apreensiva, porém não recebeu o olhar de em nenhum instante, essa estava fixa no garoto no banco – Preciso da sua ajuda para levá-lo de volta ao colégio.
- Por quê? Ele não consegue andar com as próprias pernas? – foi ácida. Talvez não fosse o momento ideal para surtos, no entanto ela não conseguia mascarar a irritação.
Lydia levou uma das mãos para as costas da colega para conduzi-la poucos metros para o lado, o suficiente para que tivessem mais privacidade na discussão sem perder a terceira figura de vista.
- e os amigos dele foram enganados e acabaram caindo em uma emboscada. Como pode ver, apanhou um pouquinho a mais.
- Um pouco? – a fala saiu incrédula pela passada de pano que a amiga estava disposta a dar – Ele está sangrando por inteiro! Por que ainda não estão no hospital? Eu disse para vocês que em algum momento essas coisas iam sair do controle. Não sei quem é mais idiota... Esse lixo aí no banco, ou você que está fazendo parte dessas coisas e negligenciando atendimento médico.
- Vai se ferrar, ! – Lydia sentiu a cabeça doer de ferver pelo ataque gratuito que estava levando – Não te chamei aqui para ouvir lição de moral. – arqueou as sobrancelhas, ela estava mesmo ouvindo bastante aquilo nos últimos dias, o próprio despejou em cima de si – Para você saber, nem tinha ideia de que os garotos iriam brigar hoje. Estávamos no shopping, comendo, quando uma mensagem chegou para , convocando todos para a rua sem saída de sempre. Sempre foram brigas equilibradas de um contra um. Dessa vez, outras duas escolas se reuniram. Quando chegamos, fomos rendidos. Inclusive, um deles estava armado.
- O quê? – arregalou os olhos, colocando as mãos sobre os ombros de Lydia – Você está bem? Fizeram algo contra você? – disparou, inquieta, espiando todas as faces da outra, buscando por um arranhão ou fio de cabelo fora do lugar.
- Estou! – garantiu – Não era nada comigo, então agiram como se fosse invisível. Só não posso falar o mesmo de . – ambas se viraram para observar estirado no banco, gemendo baixinho de dor – A polícia acabou baixando no beco por alguma denúncia de barulho. Foi aí que todos nos separamos. Não sei onde e nem como estão os outros, mas acredito que vão dar as caras quando a poeira baixar. Ficou para mim a tarefa de cuidar de e aqui estamos. Por conta da arma que um dos rivais tinha, renderam nossos meninos, . – Lydia não escondeu a preocupação – Pisaram com bastante violência em uma das pernas de .
Aparentemente, os garotos da cidade tinham tendências suicidas. cansou de repetir como abominava tudo aquilo. Um bando de marmanjos privilegiados brincando de donos da rua: não tinha como resultar em boa coisa. Um olho roxo ainda era um preço muito alto para ser chamado de dono do território. Para e companhia, esse pensamento não se aplicava pelo visto.
- Ótimo! Mais um motivo para irmos ao hospital.
tomou a frente, pronta para puxar o colega, quando Lydia interferiu.
- Não! O que falaríamos para os médicos?
- A verdade? Lys, ele está ferrado e quase apagando!
murmurou algo incompreensível.
- Ah, sim! Emergência, dê prioridade ao meu amigo, é urgente. Ele estava se quebrando com os amigos na rua de brincadeira. – zombou – Sobraria para nós duas! – exasperou.
- Para você ver como as coisas que eles fazem é idiotice. Mas e se tiver com algum osso fora do lugar ou até quebrado?
- Ele garantiu que não está.
precisou rir.
- Não é como se ele estivesse em condição de garantir alguma coisa, não é?
- Por favor, ! – apelou para o sobrenome – Só precisamos voltar para o internato sem chamar muita atenção.
- Sem chances...
- Você é a presidente do Conselho Estudantil! Sabe o mapa do lugar de cor e os caminhos menos movimentados nos corredores. Sei que está com o chaveiro que abre as portas de fundo da escola.
- Não vou me aproveitar da minha função no CE para fazer passar da vistoria dos guardas na portaria sem ser parado.
- Vai, sim. Quebra essa para nós! – Lydia suplicou pelo amigo.
- Não! – estava irredutível.
- Nós sabemos que vai acabar cedendo.
- Não vou. – retrucou.
- Vai. – Lydia insistiu – Vocês têm essa coisa estranha de se protegerem nos momentos mais necessários. Por exemplo, lembra-se de quando armaram pAra cima de você, forjando um roubo no caixa do CE para que não conseguisse concorrer às eleições? assumiu a culpa toda para que não ficasse impedida.



Dois dias após uma acusação infundada sobre ter roubado o caixa do Conselho Estudantil, a diretora convocava para a sala na direção mais uma vez. Dessa vez, a autoridade alegava que tinham fechado o caso e encontrado o real culpado.
No momento que a candidata para presidente do CE botou os pés no cômodo, a raiva subiu. estava ali. facilmente ligou os pontos. Aquele maldito...
- , estávamos te esperando. Sente-se, por favor. – viu a mais velha convidá-la para ocupar a poltrona ao lado daquele que reconheciam como o delinquente da escola – Estamos aqui hoje para reparar um erro.
À medida que se acomodava, a expressão de suspeita ficava mais evidente no rosto da recém-chegada.
- O que houve?
- Vamos lá, senhor , conte para a o que tudo que você contou para mim antes dela chegar.
Sentado despreocupadamente, com os braços largados sobre os apoios do móvel vernizado, se virou para encarar com a expressão mais relaxada possível. Com olho no olho, ele contou:
- não roubou nada do Conselho Estudantil. Fui eu.
Os dois se encaravam sem pestanejar.
- E como as suspeitas pararam em mim? – levantou as sobrancelhas.
- Eu armei tudo. Tivemos um desentendimento um dia, você disse coisas que não gostei de ouvir e me vinguei. Depois, vi que não era justo com a escola privar a candidatura de uma boa aluna para representar os estudantes.
O deboche.
não sentiu nenhuma verdade naquilo. não era flor que se cheirasse e ela estava louca para encontrar os desgraçados que aprontaram para cima de si, mas não naquele preço. O culpado tinha que pagar e não era . Ela poderia desejar que fosse e encerrar o caso o mais rápido possível, mas não era ele.
Ela sentia.
A narrativa, o tom para contar as coisas... tinha quase certeza que não era o autor do roubo ridículo do cofre do CE.
- O que achou disso, diretora? – ainda queria saber da visão da mulher.
Ninguém que tivesse convivência diária com cairia naquele papo. Ele era despreocupado demais para:
1. Ligar para alguma ofensa que ela pudesse ter direcionado a ele;
2. Perder tempo com vinganças bobas;
3. Arrepender-se de alguma besteira que tenha cometido; e por fim:
4. Se importar com os desdobramentos das chapas do Conselho Estudantil.
A única dúvida que ficava era: por que ele estava fazendo aquilo?
- Repudio os atos do senhor . Estou contente que ele tenha voltado atrás e confessado. No entanto, isso não o poupará de uma anotação no histórico e suspensão de uma semana.
não se moveu ou esboçou qualquer sinal de surpresa. Para pessoas como , aquele tipo de punição seria o fim do mundo, mas ele estava acostumado, não era um estudante exemplar.
Quando foram dispensados, a primeira coisa que disse ao fechar a porta da direção foi:
- Não foi você.
que estava poucos passos mais a frente, parou. aproveitou para alcançá-lo com uma corrida de três passos.
- Eu sei que não foi você. – reiterou, séria, colocando-se de frente para o garoto.
- Por que eu assumiria a culpa de uma coisa que não fiz, ? – ele deu um sorriso zombeteiro.
- Pois é... – ela colocou as mãos na cintura – Era isso que eu gostaria de saber. Não foi você.
O casal se encarou por incontáveis segundos, até ele admitir:
- Não foi mesmo.
- Por quê?
- O Conselho de Babaquinhas é importante para você.
- E daí? Onde você entra nessa história exatamente?
- , não faça perguntas demais. – ele fez uma careta, incomodado com o excesso de questionamentos e o rumo que a conversa poderia tomar – Como você sempre diz: sou um delinquente. Uma advertência a mais ou menos, não faz diferença. Não quero nenhum troféu joinha ou reconhecimento dos meus pais.
- Faz, sim! – bateu o pé – Não pode assumir a culpa de ninguém! Pode errar e fazer as coisas mais absurdas do mundo, , mas esse roubo não foi você.
- Pena que já convenci a diretora, não é? – ele riu – Não se preocupe, sua candidatura está garantida. – sorriu, deixando um pouco balançada.
- Eu vou descobrir o verdadeiro culpado. – informou firme, acompanhando se distanciar com as mãos nos bolsos.
- Faça o que quiser. Eu não ligo.



mordeu o lábio inferior com as lembranças. Contrariada, deixou os devaneios para trás para analisar o cenário em que estavam inseridos, depois disparou:
- Droga! Me lembre de não contar mais as coisas para você. Cedo ou tarde, sempre as usa contra mim.
- Isso é um sim? – Lydia finalmente podia enxergar a luz no fim do túnel.
- Depois dessa, e eu ficamos quites. Interprete como um favor que faço por você principalmente.
- Sim, senhora!



Parte 03

Por fora, demonstrava calma, contudo as sobrancelhas semicerradas denunciavam o estado de espírito furioso que abrigava. Como é que ela havia se deixado levar pela chantagem emocional de Lydia? Elas estavam sendo irresponsáveis e o estado de poderia ficar pior.
Antes de retornarem ao internato, parou na farmácia para comprar um pouco de algodão e alguns esparadrapos. Seria complicado explicar para as moças da enfermaria a necessidade dela de retirar tanto material hospitalar sem mostrar nenhum machucado no corpo. No fim, era mais fácil, menos burocrático e escandaloso, ela comprar os itens.
- Por que não podemos largá-lo no dormitório dele mesmo?- perguntou, estressada, com um dos braços do garoto sobre os ombros.
- Vai ser só hoje, amiga. Precisamos supervisionar até ele estar um pouco melhor. Dormiria em paz sabendo que poderia estar morrendo de dor em algum quarto da ala masculina e precisando de auxílio?
- Sim. – mentiu, xingando a outra mentalmente.
Lydia rolou os olhos.
No quarto delas, como a incrível amiga e boa alma que estava demonstrando ser naquela noite, Lys abriu mão da cama para acomodar . Tocada pelos esforços da colega de quarto e pelo cansaço que exibia, se candidatou para limpar as feridas do brigão enquanto a outra ia comer. Lydia aceitou a proposta com receios. Não era a decisão mais segura deixar e sozinhos, em um mesmo quarto. Pelo andar da carruagem, era capaz de descobrir que havia sido arremessado da janela, quando retornasse do refeitório. Sentindo um olhar de descrença crescer sobre si, rapidamente reforçou:
- Prometo não fazer nada com ele... Ou melhor: contra ele. – se Lydia ao menos imaginasse o que os dois já foram capazes de fazer entre quatro paredes, ela veria como eles não tem todo aquele poder destrutivo que as pessoas insistem em associar a eles.
Quando ficaram a sós, encarou dormindo sobre a cama da amiga, como se fosse uma criatura esquisita.
- Por que tinha que ser tão estúpido, ? – lamentou com um sorriso triste, vendo todo o sangue seco e os hematomas espalhados pela pele dele.
Vendo que não poderia enrolar a noite toda, buscou a sacolinha de compras da farmácia que havia largado em um canto do chão quando chegaram para acomodar o colega. Umedeceu pedaços de algodão com água e começou a limpar as feridas, começando pelo rosto. Involuntariamente, fazia caretas à medida que os dedos iam passando pelos machucados. Era como se ela pudesse sentir a dor dele a cada encostada de dedos. Cautelosa, esfregava o algodão sobre as feridas fechadas pelo sangue seco. Sem perceber, tinha prendido a respiração em apreensão.
deu um passo para trás para analisar o rosto agora sereno.
Estava bem melhor.
limpou alguns fios de cabelos grudados na testa de e cobriu a região com a mão para conferir a temperatura. Morna. Com somente um simples contato, um mero encostar de peles, ela foi capaz de sentir o calor que emanava daquele corpo, titubeando por um breve instante e se amaldiçoando por ser tão afetada.
As coisas não deveriam ser assim.
Moveu a palma para o peito que descia e subia com a respiração calma de quem agora estava tranquilo. Depois, depositou dois dedos sobre o pulso para conferir os batimentos. Ela não era da área de biológicas, não sabia medir a pressão e calcular a pressão. Por ora, se estivesse tudo batendo, era o suficiente.
A briga havia sido feia.
Não existia muito mais coisa que ela poderia fazer.
arrastou a cadeira da bancada de estudos para se sentar ao lado da cama, enquanto Lydia não retornava. se remexeu e tentou se levantar. Ela prontamente se ergueu para freá-lo.
- Você ainda não está bem. – a voz saiu mais terna do que calculou – Deita, , ou te deito na força do ódio. – as mãos pressionando os ombros dele contra o colchão.
Ainda de olhos fechados, as mãos de buscaram as dela para um aperto quente e um pouco de carinho.
- O que você está fazendo? – ela questionou baixinho, dando um pequeno suspiro enquanto voltava a se sentar, sem quebrar o contato estabelecido – Deveria se cuidar melhor.



Parte 04

Enquanto atravessava os corredores, percebia os olhares inquisidores dos colegas. Os resultados do último episódio de briga não tardaram a cair na boca do povo. Fofoca vai, fofoca vem, o grupo dele acabou ficando marcado por não trazer nenhuma glória ao internato dessa vez. Geralmente era assim: as primeiras pessoas a julgarem também eram as mesmas que nunca ousariam se doar para nada. Por isso que, para ele, aqueles olhares feios não significavam nada.
A porta do Conselho Estudantil que estava aberta o fez pensar que não precisaria de anúncios para entrar. No entanto, só com o primeiro passo dentro da sala que ele viu que ela estava ocupada no momento.
- Foi por conveniência, Wayne. – a presidente do CE relembrou – Engatamos no relacionamento, porque seria bom para os dois.
A conversa parecia tão séria e particular que mais uma vez não foi notado. se obrigou a voltar alguns passos para aguardar do lado de fora, ao lado do batente.
- Estou arrependido de termos terminado assim, . Tão de repente! – o vice tentava argumentar para voltarem atrás – Precipitado. Essa é a palavra.
- Não foi. – encarou o ex-namorado nos olhos – O nosso tempo já deu. Como disse: era conveniente. A presidente e o vice juntos... Um casal admirável para alavancar a chapa. Sabe que eu te respeito muito, Wayne, e é por isso que estou sendo sincera.
- , você é uma mulher muito boa. – Wayne desviou o olhar, cabisbaixo – Queria que tivéssemos aproveitado mais do que só pensar no Conselho.
- Por favor, não distorça as coisas. Formamos uma dupla incrível. Implantamos coisas incríveis por esse internato... Mas foi sempre só isso. – pisava em ovos, receosa de ser bruta – Em todo o tempo de namoro, nunca trocamos nada além de selinhos na frente dos outros para convencer a farsa. Não precisamos estar envolvidos romanticamente para provarmos que somos bons juntos. Sinto muito em ter te arrastado para essa ideia maluca.
Wayne segurou a vontade de suspirar. Ele estava arrependido de não ter usado melhor o tempo que tiveram de verdade. era uma garota que se destacava das outras e ele teve a chance de ser pedido em namoro, ainda que de mentira, por ela. No começo, o status e o reconhecimento dos outros era o suficiente. O vice podia perceber a mudança nos olhos dos colegas. Ele começou a ser admirado. Os alunos o enxergavam e isso alimentou o ego. Aquele era o poder de : ela abria portas. Uma vez separados, ele retornou à posição inicial de um quase ninguém. Para piorar, aqueles que se diziam amigos dispararam em correr atrás da garota por um pouco de atenção.
Traíras.
Do lado de fora, continuava aguardando pela sua vez para ser atendido por . Longe de ser um fofoqueiro, acabou capturando a discussão que se desenvolvia por não poder desligar a audição. Aquilo era entretenimento. Com as descobertas, acabou tendo a visão que alimentava do banana do Wayne confirmada. era muito para o caminhão dele, mas ela sabia ser uma piada também às vezes. Riu sozinho no corredor, atraindo outros olhares inquisidores.
Um namoro de mentira.
não conseguia acreditar. Se ela tinha a proeza de arquitetar aquilo, deveria ter escolhido alguém melhor para a posição. Distraído com os próprios devaneios, só se deu conta de que estava livre para entrar quando Wayne saiu pela sala, esbarrando em si.
- Desculpa. – o membro do Conselho Estudantil pediu, sem estar em seu melhor humor.
- Desculpas você deveria pedir para a vida, cara!
acabou externalizando os pensamentos pelo outro nunca ter conseguido nada além de pura friendzone com .
- Como é que é? –Wayne não entendeu.
- Deixa para lá.
Por estar de bom humor, diferente do colega, deixou a conversa morrer ali, mesmo jurando tê-lo ouvido o chamar de “nóia delinquente”. Chamá-lo daquele termo deveria ser um requisito para fazer parte daquele Conselho de Estrupícios. Repetindo os atos da primeira vez, invadiu a sala dos representantes, dessa vez fechando e trancando a porta. Apesar de todo o prestígio que os membros do CE insistiam em forçar, aquele cômodo inutilizado do colégio que usaram para ser a sede provava que não era tudo aquilo. Todos os móveis eram reaproveitados do porão. O sofá rasgado, as carteiras quebradas encostadas entre as outras para forjar uma mesa maior. Era impossível que curtisse se enfiar naquele lugar podre por vontade própria, na cabeça dele.
- Olha só quem apareceu. Bem que me avisaram que vaso ruim não quebra. – disparou assim que reconheceu quem havia entrado. Essa estava sendo a primeira vez em que eles se viam depois de e Lydia terem tratado e o largando no próprio dormitório.
- Vim agradecer por ter me ajudado.
arqueou as sobrancelhas, sentando-se sobre a mesa improvisada.
- Dos mesmos criadores de os brutos também amam, temos aqui os brutos também são educados. – zombou, espalmando as mãos para trás como apoio ao tronco.
- É fascinante essa visão que vocês têm de mim. – retrucou, aproximando até ficar de frente para ela.
- São fatos. Seu olho roxo confirma. – constatou, arrancando uma bufada do garoto.
- Dá para ver mesmo? – com o dedo em riste, apontou para si – As garotas garantiram que não dava para notar.
- Quem? O seu fã clube das doidas por badboys? – deu uma risadinha – Não esquenta, só dá para reparar se estiver muito perto.
mostrou um sorriso ladino antes de mergulhar o tronco para frente, obrigando-a a inclinar para trás, se não quisesse que as cabeças se chocassem.
- Tipo assim? – perguntou perigosamente próximo, sentindo um leve aroma do perfume dela invadir as narinas.
Com os rostos quase colados, assentiu. Os olhos atentos deslizaram por todos os traços bem definidos, para guardar todos os detalhes dele, embora jurasse conhecer todas as curvas de olhos fechados. Diferente das admiradoras que conquistava em todos os cantos, ela não era apaixonada nele, era apaixonada pelas sensações que ele sabia causar.
- Errr... – vendo que ele não se afastaria, olhou para o teto como um escape dos efeitos que a presença dele causava, não se sentindo menos patética por isso – O que você veio fazer aqui mesmo?
deu um sorriso presunçoso para depois molhar os lábios. As mãos que estavam livres se prenderam nos limites da mesa, uma para cada lado, encurralando-a.
- Vim para agradecer, . – sussurrou provocativo, achando graça nela evitá-lo, sendo que estava há centímetros de distância – O que tanto olha para o teto? Perdeu alguma coisa lá?
A presidente sentiu o rosto esquentar e o corpo seguir pelo mesmo caminho.
- Idiota... – finalmente voltou a olhá-lo, torcendo para que o rosto não estivesse tão corado quanto supunha – Você nunca foi muito de seguir as regras básicas de civilização, por que essas formalidades agora? Sabe... Eu viveria bem sem o grande e importante obrigado de . – o tom de deboche arrancou um riso anasalado dele, ela tinha um humor.
- Sou sempre educado com as belas damas. – rolou os olhos – Mas não é todo dia que uma delas aceita me ajudar...
- Para de papo furado! – a garota cortou o galanteador – Garotas dessa instituição morreriam para tirar uma casca sua. Sua conversinha pode funcionar com várias, mas sabe que não é isso que me ganha e eu também sei que não são palavras que você quer tirar de mim.
- Tem razão. – tamborilou os dedos no tampo, perguntando-se se ela conseguia enxergar o brilho que sustentava nos olhos – Valeu pela ajuda.
- Era só isso? – cerrou os olhos, sentindo um pouco de irritação por tanto rodeio para aquilo – Não me agradeça. Lydia quase me implorou de joelhos por ajuda.
- Eu sei. Estava com dor naquele dia, não inconsciente. Ainda assim, nós dois sabemos que o seu coração é mole quando estou por perto.
Foi a vez de de rir, mas de nervoso. Não era bem o coração que ela diria que fica mole... Ante disso vinham as pernas e os braços que pareciam formigar. Quase suspirou. Tudo antes de coração.
- Estava te devendo uma, , e odeio ficar devendo coisas para as pessoas. Só te ajudei por isso. – virou o rosto. Já havia o encarado por tempo demais, precisava de um descanso.
- Tudo bem. – mantinha um sorriso maroto – Não dispensa um agradecimento.
- Normalmente, se fosse com outra pessoa, diria que não é preciso toda essa lenga-lenga, mas como você está fazendo tanta questão... – mordeu o lábio inferior instintivamente, tendo a atenção total dele – Vou esperar para ouvir. Não é todo dia que temos o maior delinquente desse internato assumindo que me deve uma por ter salvado o rabo dele. – sorriu, vitoriosa – Vamos lá, pode começar o discurso. – empinou o nariz.
- Achei que me conhecesse bastante para saber que sou um homem de poucas palavras. – ela o encarou, confusa – Prefiro agir, ... - ela só teve tempo para prender a respiração quando sentiu unir suas bocas. A mão firme dele escorregou com maestria pela bochecha, passando pelo emaranhado de cabelos até chegar à nuca dela para aprofundar mais o beijo.
- Quanta pretensão... – ela arfou ao sentir a língua dele descer pela extensão do pescoço ao mesmo tempo em que sentia a camisa ser desbotoada – Que tipo de agradecimento é esse que rouba um beijo meu? – ofegou, deixando um primeiro gemido esganiçado escapar quando os dentes dele cravaram-se de leve, sugando a carne com vontade – Você planejou isso tudo, não é? – a parte de cima do uniforme deslizou um pouco, expondo o busto e os ombros.
- Você precisava disso. – murmurou contra a pele dela, seguindo uma trilha de beijos pelo colo – De alguém que te tocasse com vontade outra vez, que soubesse onde te tocar... – a pele dela se arrepiou – Aproveite. Esse momento vai ser só seu.
De maneira um pouco bruta, afastou as pernas dela para erguer a saia e apalpar a intimidade coberta pela calcinha. imediatamente prendeu a respiração ao sentir a parte de baixo contrair.
- Estamos no meio da sala do Conselho, . – a garota alertou entredentes.
- Então é melhor você não fazer muito barulho, não é, presidente? – murmurou ao pé do ouvido, dando um riso malicioso ao senti-la ficar rígida sob suas mãos – Você gosta disso? Do perigo... – baixou o olhar para os seios espremidos pela camisa mal tirada, presa nos braços dela, por fim enchendo a mão.
Antes das pálpebras tremerem, ameaçando a fechar os olhos pelo carinho bom, assistia todos os movimentos dele, em silêncio, focada em controlar a respiração. Ela não queria dar nenhum gostinho a mais a ele. Sentindo que a postura começava a reclamar, se ajoelhou, ficando entre as pernas dela. arfou com a visão privilegiada dele molhando os lábios enquanto puxava o sutiã para baixo. A intimidade pulsou. Devagar, colocou a língua para fora e no mesmo ritmo foi aproximando dos peitos expostos. Quando a saliva dele entrou em contato com o bico duro de excitação, precisou jogar a cabeça para trás para converter um possível gemido em suspiro.
Enquanto tinha uma boca ocupada com um dos seios e uma das mãos com o outro, a restante desceu para a região entre as pernas, sentindo um calor convidativo emanar. Grunhiu, mordicando o peito ao mesmo tempo em que o mediano pressionou o clitóris sobre o tecido fino, com joelhos dela ameaçando a se fechar em tique pelo contato sensível. Motivado, começou com movimentos circulares no ponto inchado, ora aumentando a velocidade, ora desacelerando, para o pouco de sanidade dela. Sentindo-se quente, levou as mãos aos ombros do garoto, cravando os dedos com força na tentativa de conter as emoções. Tremendo, ela inclinou o tronco para frente, trazendo o rosto para perto do ouvido dele. A respiração desenfreada, quente e totalmente erótica deu impulso para que ele finalmente intensificasse os movimentos. A boca dela se abriu e fechou várias vezes, em deleite.
Controle.
Ela precisava de controle.
, com maestria, empurrou a tira da calcinha para o lado com o dedo anelar e em seguida a penetrou com outros dois dedos. soltou um gemido baixo e sofrido, fazendo o pau dele se apertar contra as calças. Ela estava totalmente entregue, com as paredes internas, delgadas, molhando e se fechando contra os dedos dele, denunciando o primeiro gozo muito próximo. Os braços limitados pela camisa aberta presa envolveram-no pelo pescoço por sustentação e a queimação a dominou.
- Porra... – lançou rouco, com as baforadas quentes dela contra si. O corpo inteiro de se contraiu com os espasmos que se prolongaram por mais alguns segundos. Ela não conseguia e nem queria pensar em nada, além de segurar ao máximo aquele frio gostoso na barriga.
Enquanto ainda recuperava o fôlego, ouviu ordenar, autoritário:
- Deita, .
precisou de alguns instantes para processar o pedido. Bagunçada e entregue, não apresentou resistência. Quando a parte das costas expostas entrou em contato com o tampo gelado das mesas improvisadas, todos os pelos ficaram enriçados. À mercê, levantou a cabeça para assisti-lo remover a infame calcinha e depois colocar cada uma das pernas de um lado da cabeça sobre o ombro. Prendeu a respiração, ansiosa. Com as pernas abertas e a entrada à mostra, a intimidade contraiu sensível outra vez.
começou com movimentos tímidos, acelerando as lambidas gradativamente.
- É... Só isso que... Consegue fazer? – arfava.
- , ... – toda vez que o nome era proferido naquela rouquidão, sob a respiração quente dele que ricocheteava contra a entrada da intimidade, sentia as entranhas sendo fisgadas.
O acréscimo de um dedo na cavidade somada a uma sugada prolongada e surpresa no clitóris a fez estrangular um gemido para dentro com tanto esforço que o ar faltou, deixando-a tonta. Os dedos compridos e nervosos tatearam a superfície da mesa em busca de apoio. Tal ato irritou , que a analisava como um predador sobre a caça. Naquele momento, ele queria bem distante do controle. Aumentou o ritmo dos dedos, sentindo eles cada vez mais molhados, alternando o olhar entre a expressão sofrida e de prazer diante de si e o corpo que se contorcia em espasmos.
A intimidade inchada o fazia salivar, impossibilitando-o de se conter mais para cair de boca outra vez. O pênis comprimido pela cueca boxer latejava, fazendo a calça do uniforme incomodar. A ânsia de se aliviar chegava a doer, mas aquele era um momento para recompensar dos feitos dela e só isso. As estocadas continuaram frenéticas, buscando ir cada vez mais fundo para alcançar todos os pontos sensíveis existentes. De costas arqueadas, moveu as próprias mãos para acariciar e beliscar os seios em busca de um maior prazer.
- , mais... – suplicou falha, mal conseguindo manter os olhos abertos, achando que desfaleceria em qualquer instante – Eu estou tão molhada...
O garoto contraiu o maxilar, soltando o ar pelas narinas com força, rompendo com o contato da boca por um breve instante. Não era como ele não soubesse do estado dela. Ele sentia. foi invadida com a língua mais uma vez, sofrendo com a lentidão das carícias em toda a extensão dos lábios uma, duas, três vezes, com o corpo inteiro balançando em combustão. espalmou a mão contra a barriga dela para que não se mexesse tanto, compenetrado e acertá-la com os dedos. O ápice não tardou a vir, sendo muito mais intenso que o primeiro. Com o resto de força que tinha, se sustentou pelos cotovelos para mirar o garoto:
- Odeio ter que dizer isso, mas você é bom mesmo, . – ofegante, viu levantar o rosto que tinha entre suas pernas. A intimidade ainda melada pulsava sensível e o pobre coração acelerado não parecia que ia ter um descanso tão cedo. A apreensão de ter a língua quente dele a invadindo mais uma vez era o suficiente para fazer com que todas as células vibrassem e estremecessem na mesma proporção.
sabia o que ela queria e no que dependesse dele ela sempre teria.
- Te agradeci direito? – lambeu os resquícios do gozo.



FIM.




Nota da autora: Oieeeee! Mais uma para a conta? Socorro! Alguém me afasta das colegiais, porque tudo que eu tenho imaginado nos últimos tempos são plots nesse universo. Ai, sabe, eu amo um principal imbatível que no fundo precisa de cuidados. ITI! Chega e a manteiga derrete. O que acharam do casal que não é um casal? Se você leu tudo, obrigada por chegar até aqui <3
Beijos,
Ale

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