Prólogo
Sair de casa naquele dia havia sido algo totalmente fora do planejado, e eu confesso que se tivesse ficado teria me arrependido muito, porque encontrei algo que eu jamais poderia imaginar ou sequer pedir ao destino. E foi andando em meio aquelas pessoas bêbadas em uma festa qualquer de fraternidade que eu esbarrei com aquela mulher que mudou completamente a minha vida em questão de dias, e em meses eu estava perdidamente apaixonado por ela.
Seus olhos encontraram os meus e eu tive certeza de que aquilo só acontecia uma vez na vida, quando estamos tão distraídos diante das coisas maravilhosas dela que ela decide nos surpreender de forma tão natural que nos atinge como as ondas do mar. era tudo isso e muito mais do que eu podia esperar, e cada vez que me dizia algo sobre ela, eu explodia em curiosidade e um tipo de estase que nem mesmo as drogas eram capazes de me proporcionar. E eu podia sentir cada pedaço daquilo correndo por minhas veias.
Perdi tudo quando a vi morder o lábio inferior e jogar uma de suas pernas sobre a minha e me esforcei ao máximo para não demostrar o quanto aquilo tinha me afetado, mas percebi que era tarde demais quando a vi sorrir graciosamente e levar a cerveja até seus lábios onde deu um longo gole.
— , o que você acha que eu deveria saber sobre você? — perguntou me olhando fixamente enquanto eu tomava nota do que ela falava.
A sensação de frio na espinha que ela me causava era algo que eu jamais havia sentindo com ninguém e aquilo me assustava um pouco.
— Que talvez eu vá bagunçar sua vida toda, daqui para frente? — brinquei e levei a bebida até meus lábios, tentando esconder o abismo de verdade que continha em minhas palavras.
Ao contrário do que eu esperava, ela não pareceu se intimidar nem um pouco com o que saiu da minha boca e a vi tombar a cabeça para o lado, enquanto parecia ponderar sobre algo à medida que um sorriso foi se formando em seus lábios.
— Eu estou contando com isso, — rebateu com toda confiança, que fez quase com que eu me engasgasse na minha bebida. — Afinal, o que é a vida sem um pouco de adrenalina?
Ri fracamente e fiquei encarando aquela mulher linda. Que apesar de ser muito corajosa, não tinha ideia alguma de onde estava se metendo.
Seus olhos encontraram os meus e eu tive certeza de que aquilo só acontecia uma vez na vida, quando estamos tão distraídos diante das coisas maravilhosas dela que ela decide nos surpreender de forma tão natural que nos atinge como as ondas do mar. era tudo isso e muito mais do que eu podia esperar, e cada vez que me dizia algo sobre ela, eu explodia em curiosidade e um tipo de estase que nem mesmo as drogas eram capazes de me proporcionar. E eu podia sentir cada pedaço daquilo correndo por minhas veias.
Perdi tudo quando a vi morder o lábio inferior e jogar uma de suas pernas sobre a minha e me esforcei ao máximo para não demostrar o quanto aquilo tinha me afetado, mas percebi que era tarde demais quando a vi sorrir graciosamente e levar a cerveja até seus lábios onde deu um longo gole.
— , o que você acha que eu deveria saber sobre você? — perguntou me olhando fixamente enquanto eu tomava nota do que ela falava.
A sensação de frio na espinha que ela me causava era algo que eu jamais havia sentindo com ninguém e aquilo me assustava um pouco.
— Que talvez eu vá bagunçar sua vida toda, daqui para frente? — brinquei e levei a bebida até meus lábios, tentando esconder o abismo de verdade que continha em minhas palavras.
Ao contrário do que eu esperava, ela não pareceu se intimidar nem um pouco com o que saiu da minha boca e a vi tombar a cabeça para o lado, enquanto parecia ponderar sobre algo à medida que um sorriso foi se formando em seus lábios.
— Eu estou contando com isso, — rebateu com toda confiança, que fez quase com que eu me engasgasse na minha bebida. — Afinal, o que é a vida sem um pouco de adrenalina?
Ri fracamente e fiquei encarando aquela mulher linda. Que apesar de ser muito corajosa, não tinha ideia alguma de onde estava se metendo.
Capítulo 1 - I neglected you again
I wish I was more of a man
I know you don’t understand.
I neglected you again…
— Eu já te disse — falei me esforçando para manter a calma enquanto tentava abrir a merda da porta do apartamento. — Nós estávamos só conversando.
Apertei com mais força a chave contra a porta e bufei irritado.
— , só me diz a verdade — pediu e me empurrou dando a entender que era a vez dela de tentar. — Quantas vezes eu falei que precisávamos trocar essa merda? — perguntou e fez um simples gesto que a abriu.
Revirei os olhos, porque aquilo sempre funcionava com ela.
— Eu sei — dei de ombros e a acompanhei para dentro do apartamento. — Você sempre sabe das coisas né, baby? — perguntei com um sorriso nos lábios e a vi me encarar com a mesma expressão brava de antes.
Eu sabia que tentar desviar o assunto não ia fazer esquecê-la do que havia visto mais cedo, porém não custava nada tentar.
— Não muda de assunto, — pediu, agora ela se encontrava próxima do sofá e com as mãos dentro dos bolsos de sua jaqueta. E o fato de ela ainda estar vestindo-a, considerando o calor que estava dentro de casa, me fez deduzir o quanto o acontecimento de algumas horas atrás a tinha irritado. — Eu só quero que me diga a verdade — ela me encarava, e era possível ver que estava segurando para não chorar.
Eu odiava fazê-la sentir-se daquela forma, porém nós tínhamos entrado em um acordo e não achava justo que estivesse me cobrando algo — que nem sequer havia acontecido — sendo que foi ela quem colocou os termos. Porém, com era sempre assim, tomava decisões precipitadas e depois não queria arcar com as consequências delas.
Não que eu fosse diferente, mas aquilo já estava começando a me irritar.
— Você pediu para ficarmos longe, lembra? — recobrei sua memória e tirei meu casaco, jogando-o no sofá e me sentei nele. — E disse que estávamos livres para fazer qualquer coisa, inclusive talvez esbarrarmos com alguém e percebermos que não queremos mais voltar.
Tudo aquilo que eu estava falando era ridículo, porque nem sequer encaixava na situação. Quando ela me viu com a garota mais cedo, com as pernas jogadas no meu colo e rindo sobre qualquer bobagem que estávamos conversando, não tinha nada ali, éramos apenas dois amigos rindo e falando sobre algumas coisas da adolescência já que não nos víamos há algum tempo.
— Eu vi como você ria com ela — sua expressão de tristeza ao dizer aquilo quase quebrou meu coração ao meio, porque não era verdade. Eu jamais iria rir com alguém, como ria com ela. — De um jeito que já não ri comigo há muito tempo.
Levei minhas mãos até o rosto e as passei ali demonstrando o quanto tudo aquilo estava me deixando nervoso e não tinha sentido algum.
— , você estava dançando com outro cara a festa toda, e eu não estou aqui te cobrando nada — falei de forma calma, mesmo que aquilo tivesse me afetado para caralho. — Porque você estava feliz. E isso é tudo que importava, que importa, na realidade.
Ela me encarou por alguns instantes, tomando nota do que eu havia dito e se aproximou ficando bem na minha frente.
— Eu achei que estava pronta — fiz cara de confusão diante de suas palravas enquanto a encarava nos olhos. — Para abrir mão de você...
A encarei por alguns instantes e me recostei no sofá fechando meus olhos para assimilar o que havia dito, e ao mesmo tempo que meu coração se aliviava em saber daquilo, ele também se doía por ela. Eu não era a pessoa certa para , mas era difícil simplesmente dizer isso e seguir minha vida sem que ela estivesse nela depois de longos três anos de relacionamento. O mais conturbado da minha vida, mas também o único que eu tinha realmente amado alguém da forma que eu a amava.
— ... — a escutei chamar meu nome e senti um peso no sofá, o que fez com que eu abrisse meus olhos me dando conta de que havia me perdido em meus pensamentos por um longo tempo.
encontrava-se bem em cima de mim, com os joelhos apoiados no sofá já que não estava sentada em meu colo ainda. Só sua proximidade foi o suficiente para que meu coração se acelerasse e eu não respondesse aos meus atos de forma consciente, levando minhas duas mãos até suas coxas e aproximando meu corpo ao dela deixando nossos lábios praticamente colados. Eu sabia que as coisas não deveriam estar acontecendo daquela forma, mas naquele momento eu não tinha condições alguma de levar aquilo em consideração. Era a primeira vez que eu a tinha tão perto de mim depois de quase um mês, e por mais que eu quisesse, não seria louco de deixá-la sair dali.
— A gente não deveria... — tentei falar o que se passava na minha cabeça, mas sua presença era tão inebriante que foi quase impossível raciocinar.
A mulher diante de mim abriu um sorriso sacana e levou seus lábios aos meus, fazendo com que eu levasse minhas mãos até suas costas a puxando contra meu corpo, o que a fez sentar em meu colo. Dali para frente nenhum de nós tinha controle algum sobre o que viria a seguir. A apertei ainda mais forte contra mim e aumentei o ritmo do beijo entre nós, ao mesmo tempo que sentia rebolar no meu colo aumentando a fricção do meu quadril contra o dela, que foi o suficiente para que eu soltasse um gemido sôfrego contra seus lábios.
Levei minhas mãos até a barra de seu vestido e puxei para cima, afastando nossos lábios para que ela levantasse os braços, pois queria me livrar daquela peça e a joguei em qualquer canto da sala. Eu não estava com paciência alguma para prolongar o inevitável, precisava senti-la o mais rápido possível. se projetou para voltar a me beijar, porém levei minha mão até seu rosto e a acariciei, pois queria aproveitar para olhá-la por algum tempo. Afinal, tinha certeza de que seria a última vez que a veria daquela forma.
Em um gesto rápido, a virei no sofá fazendo com que ela caísse deitada sobre ele e me apressei em tirar toda minha roupa e me debrucei sobre ela. Umedeci meus lábios passando a língua lentamente sobre eles ao encarar aquela mulher maravilhosa diante de mim e os levei até seu pescoço, onde comecei dando leves chupadas e fui aumentando a intensidade conforme descia por toda a extensão dele até chegar no colo de seus seios. Nem foi preciso que eu falasse nada, ela se inclinou levando as mãos até suas costas e se livrou do sutiã, me dando a visão daqueles belos peitos que eu abocanhei sem hesitar.
Deixei escapar um sorriso sacana quando a escutei gemer baixinho conforme em movimentava minha língua contra o mamilo já duro de seus seios e desci uma das minhas mãos pela lateral do seu corpo. Aumentei a intensidade das chupadas ao passo que apertei suas coxas sem pudor nenhum e projetei meu copo um pouco para o lado para que conseguisse levar minha mão até sua boceta, onde afastei sua calcinha e levei meus dedos lentamente até ela. já estava molhada e pronta para mim, o que me afetou mais do que eu gostaria de admitir, me fazendo quase revirar os olhos de tesão e a penetrei com um dedo de uma só vez.
Não demorou muito para que ela começasse a rebolar contra minha mão e grunhidos escapassem de seus lábios enquanto eu aumentava o ritmo dos meus dedos e as chupadas em seu peito, então tirei minha mão de dentro dela e voltei a penetrá-la com dois dedos e isso foi o suficiente para que ela levasse as mãos contra meus cabelos e os puxasse com força.
— Por favor.... — a escutei pedir, mas eu ainda precisava brincar mais um pouco.
Parei de chupar seus seios e tirei meus dedos de dentro dela, para então levar minhas mãos até sua calcinha e me livrar dela com rapidez. A encarei com um sorriso sacana no rosto e pude vê-la me encarar com a mesma expressão, eu já estava duro feito pedra e pronta para entrar nela, mas ainda queria sentir seu gosto na minha boca, então levei meus lábios até sua barriga ao mesmo tempo que ela segurou meus cabelos já demonstrando que sabia o que estava por vir. Passei meus lábios levemente sobre sua boceta e a penetrei com meu dedo novamente, arrancando dela um grunhido e pude senti-la puxar meus cabelos.
Comecei passando a ponta da minha língua em seu clitóris ao mesmo tempo que a penetrava e era impossível negar o tesão que percorria meu corpo conforme ela gemia e soltava palavras desconexas ao mesmo tempo que rebolava contra a minha mão e boca. Saí de dentro dela e levei minha boca mais para baixo, conforme agarrei suas pernas e comecei a chupá-la lentamente e aumentei o ritmo gradativamente conforme ela rebolava.
Parei de chupá-la de forma abrupta fazendo com que soltasse um resmungo e arrancasse uma risadinha dos meus lábios. Levantei-me e de forma rápida fui até o quarto onde peguei um preservativo e o coloquei rapidamente conforme voltava para sala, pois não queria perder tempo e encontrei em pé de frente para o sofá. Nem precisei que ela me falasse nada, sem hesitar caminhei até lá e me sentei sem tirar os olhos da mulher diante de mim — porque não era nem louco de fazer isso — e esperei por ela.
umedeceu os lábios e passou os olhos por todo meu corpo antes. Lentamente ela se aproximou jogando uma perna de cada lado e apoiou suas mãos em meus ombros, fazendo com que eu soltasse um suspiro de nervoso pela forma que estava me fazendo esperar para tê-la em cima do meu pau. Mordi meus lábios e levei minhas mãos até sua coxa apertando-a com força e puxando-a e em resposta ela levou a mão até meus cabelos se aproximando mais e puxou minha cabeça para trás.
Continuei encarando-a e não pude conter o gemido que saiu dos meus lábios quando ela se encaixou perfeitamente no meu pau e o senti entrar lentamente em sua boceta, preenchendo-a. Assim que senti estar por completo dentro dela, espalmei minha mão em sua bunda e levei meus lábios aos dela, conforme empurrei seu quadril para que ela rebolasse no meu pau e atendeu meu pedido sem hesitar. A cada vez que ela se movia, eu sentia como se fosse explodir em uma mistura de prazer inexplicável que corria por todo meu corpo naquele momento, me causando uma sensação quase tão boa quanto as drogas eram capazes de me proporcionar.
Mordi o lábio dela com força e a puxei um pouco para cima para que eu pudesse meter contra sua boceta com força. A primeira estocada foi tão funda que me gerou uma revirada de olhos acompanhada com um gemido contra sua boca e um puxão dela contra meus cabelos como resposta, e diminui um pouco o ritmo só para ouvi-la gemer pedindo por mais.
— Olha para mim, linda — pedi em um sussurro e pude ver a dificuldade com que ela manteve olhos abertos, e tirei meu pau de dentro dela só para meter novamente vendo-a abrir a boca e soltar um gemido que preencheu todo o ambiente junto com o barulho dos nossos corpos. — Quero te ver gozar para mim — falei e ataquei seus lábios mais uma vez.
Normalmente eu prolongaria mais a nossa foda, mas o tesão que corria por todo meu corpo naquele momento era alto demais. Então afastei meus lábios dos dela, e tirei minha mão de sua bunda para deixar que ela tomasse controle da situação e corri minhas mãos por suas costas enroscando uma delas em seu cabelo e puxando-os para trás me dando a visão de seu pescoço. Colei meus lábios a ele e comecei distribuindo beijos conforme ela rebolava com cada vez mais afinco contra meu pau e gemidos escapavam de seus lábios.
Senti seu corpo estremecer um pouco e eu soube que ela estava quase lá, e foi quando puxei ainda mais seu cabelo e movimentei lentamente meu quadril. Como resposta um gemido alto invadiu meus ouvidos e pude sentir sua boceta se contorcer contra meu pau, fazendo com que eu começasse a gozar descontroladamente e espasmos espalhassem pelo meu corpo enquanto palavras sem sentido saiam por entre meus lábios.
caiu sobre mim e pude ouvir sua respiração acelerada próxima do meu ouvido e o cheiro inebriante de seu perfume invadir minhas narinas. Porra, eu definitivamente não tinha controle nenhum quando estava diante daquela mulher, e por isso era totalmente fora de contexto pensar que por algum momento ela cogitou que eu poderia me interessar por alguém que não fosse ela.
Só se eu estivesse muito louco. E pela última vez que eu havia checado, as drogas ainda não tinham levado minha sanidade.
— ... — A escutei chamar meu nome e envolvi meu braço em seu corpo. — O que estamos fazendo?
Um sorriso de pesar se formou em meus lábios e depositei um beijo leve em seu ombro.
— Eu não sei, — respondi com toda sinceridade que existia em mim. — E não quero pensar nisso agora.
Ela soltou um suspirou e saiu do meu colo. E foi a primeira vez que senti uma leve insegurança naquela noite ao lado dela conforme a vi pegar suas roupas nas mãos e aproveitei para tirar a camisinha e ir até o banheiro jogar no lixeiro, para então voltar a sala onde não a vi e senti meu coração disparar com a possibilidade de que ela poderia ter ido embora, mesmo sabendo que não teria tempo suficiente para trocar de roupa até que eu voltasse.
— Coloquei o chuveiro do outro banheiro para esquentar. Você vem? — ela apareceu abruptamente diante de mim.
Sua expressão era calma, nem parecia a de mais cedo que só faltou arrancar meus olhos ao me ver com outra garota.
— Claro — respondi simplesmente e a acompanhei.
Deixaria para pensar no que fazer quando acordasse pela manhã.
Abri meus olhos com dificuldade e senti o cheiro que eu tanto gostava invadir minhas narinas ao mesmo tempo que eu assimilava o peso sobre meu braço direito. Uma parte de mim não queria sequer se mover para não acordar o que — ou melhor, quem — aquecia meu corpo naquele momento, mas eu sabia que era necessário encarar a realidade e aceitar que as coisas seriam assim daqui para frente. Então delicadamente a empurrei para longe e tirei meu braço debaixo de sua cabeça, já me levantando em seguida à procura das minhas roupas, para que pudesse vesti-las.
Desisti de ficar igual idiota procurando e meus olhos caíram sobre a ruiva deitada na minha cama dormindo tranquilamente, o que me fez abrir um sorriso largo ao me dar conta de que ela estava vestindo a camisa que eu procurava. Ali eu já tinha perdido tudo e toda a minha consciência de que deveria me vestir e ter o mínimo contato com ela possível, dissipou-se da minha mente. E acabei colocando apenas uma cueca.
Bufei de forma frustrada e saí do quarto indo em direção a cozinha do apartamento e bebi tanta água que parecia estar sem tomar há dias. A noite anterior havia sido intensa, tinha perdido completamente a cabeça e eu nem podia culpá-la pela forma que tinha reagido, porque minha conta com ela já estava no vermelho há muito tempo devido ao número de erros que eu vinha acumulando em sua vida.
O pior é que dessa vez eu realmente não tinha feito nada. Tudo o que aconteceu na noite anterior foi tão sem sentido que eu não conseguia nem sentir raiva de mim, ou das coisas horríveis que ela me disse antes que nós dois acabássemos naquele sofá tendo mais uma das melhores fodas que ela poderia me dar — como sempre acontecia — durante nossos três anos de relacionamento.
Eu sentia como se ela fosse a seringa e eu a heroína, como se soubéssemos que deveríamos manter uma distância grande o possível para que danos não fossem causados, mas simplesmente fossemos atraídos pela força do universo nos tornando completamente incapazes de fazer isso. O problema é que o barco estava afundando, e as coisas pareciam fugir cada vez mais do controle de uma forma que eu não queria, porque arruinado eu sempre fui, mas fazer isso com era sem dúvida inaceitável para mim.
— ? — escutei a voz suave de me chamar, fazendo com que eu apertasse meus olhos antes me virar para olhá-la.
Caralho.
Eu poderia ir até lá e levá-la de volta para cama só para fodermos exatamente como tínhamos feito na noite anterior, mas eu sabia que não deveria, por isso permaneci exatamente onde estava tentando controlar todas as coisas que olhar para ela sempre me causava.
— Sim — respondi ao me dar conta de que ainda não tinha feito isso.
Eu sabia que nenhum dos dois tinha coragem de continuar a discussão de ontem, mas eu também tinha consciência de que era preciso, então fui o primeiro a falar.
— Você já decidiu como vai levar suas coisas? — perguntei, por mais que aquilo me quebrasse ao meio por dentro.
No meio da nossa briga na noite anterior, pouco antes de chegar ao apartamento, ela havia dito que pegaria todas suas coisas e iria embora, pois estávamos fadados ao fracasso e eu concordei dizendo que já deveria ter feito isso há muito tempo. E o olhar na minha direção provou que ela estava arrependida e que não falava sério, mas infelizmente — por mais que me doesse e não quisesse — eu tinha concordado levando aquilo como sério, e não queria voltar atrás na minha decisão.
Ao menos, eu me esforçaria ao máximo para que isso não acontecesse.
— ... — disse calmamente e se aproximou, mas fiz sinal para que ficasse onde estava. — Não faz isso, por favor — praticamente implorou.
— Vai ser melhor assim — admiti, mesmo sabendo que para mim seria o fim da linha.
pendeu a cabeça para o lado ao passo que mordeu seu lábio na tentativa de segurar o choro, mas eu conseguia ver as lágrimas se formando em seus olhos.
— Eu não estava falando sério — disse com a voz trêmula.
— Mas deveria — rebati. Eu sabia que estava sendo duro com ela, mas era preciso.
Ela caminhou na minha direção mesmo eu dando os sinais de que a queria longe — por mais que meu corpo tentasse me convencer do contrário — e ficou bem próxima de mim, esperando que eu falasse algo ou simplesmente a tocasse. Levei minha mão até sua bochecha e acariciei levemente onde já escorria uma lágrima, para então me afastar mais uma vez ao passar por ela já me afastando.
— , por favor — pediu virando-se para me encarar e eu só queria acabar com aquilo de uma vez.
— , não me coloca nessa posição — pedi e ergui os braços passando as mãos pelos cabelos.
— Que posição, ? — perguntou como se não soubesse do que eu estava falando.
— A de que precisa que eu te diga que o certo é ir embora — admiti. — Você não é este tipo de garota, . Nunca foi.
— Acha que é isso que estou tentando fazer? — a dona do meu coração, que agora estava com ele partido por mim, perguntou já deixando as lágrimas escaparem.
— E faz diferença o que estamos tentando fazer? — ri de forma retórica. — A gente sabe onde isso vai dar de qualquer forma.
Ela estreitou os olhos como se estivesse pensando no que eu havia dito, para então continuar:
— Na sua cama?
Consegui ver em seus olhos que se arrependeu do que havia dito quando as palavras saíram de sua boca. E para mim, era ridículo que estivesse me fazendo uma pergunta tão estupida quanto aquela.
Puta que pariu. Não era óbvio o porquê de tudo?
— Você acha que eu seria capaz de pensar algo assim? — perguntei, agora um pouco irritado e ela negou com a cabeça. — Você sabe por que eu estou fazendo isso. Mas não vou dizer, porque se eu disser você vai ficar, e eu não quero que isso aconteça — seus olhos ficaram fixos em mim ao me ouvir dizer aquilo e respirei fundo, para que pudesse continuar. — Eu desejaria ser mais homem, , e eu sei que você não entende. Mas esse é o melhor para nós.
— Isso não é verdade — negou enquanto movimentava a cabeça como se pudesse fazer tudo desaparecer. — A gente está tentando, o que aconteceu ontem....
— Foi reflexo do quanto eu já te negligenciei, — admiti. — Porque toda vez que eu faço algo, você já espera pelo pior, e eu nem posso te culpar por isso.
Ela sabia que não teria nada que pudesse me convencer do contrário, me conhecia o suficiente para saber que quando eu tomava uma decisão, não tinha volta.
— Eu tenho ensaio com a banda — falei, demonstrando que o assunto estava enterrado. — Vou tomar um banho, você pode deixar a chave na mesinha de entrada.
Eu odiava ser frio com ela daquela forma, mas esse era o único jeito para que eu não a machucasse ainda mais. Então me aproximei dela, depositei um beijo demorado em sua testa e me afastei antes que tivéssemos algum contato maior do que aquele e fui em direção o banheiro, desejando que a água quente me ajudasse a colocar as ideias no lugar.
Odiaria ter que recorrer a outra coisa.
Capítulo 2 - Another Mistake
I made mistake with these withe lines
And I’m clouded by all of the smoke
I don’t think I’ll ever get sober…
Três meses longe dela era como uma tortura e eu tinha me afundado muito mais do que um dia achei ser possível. Entre garrafas de bebida e uma quantidade descontrolada de drogas, eu me esforçava ao máximo para não ligar para ela, manter a minha banda no lugar e ainda comparecer as aulas da faculdade que estavam ficando cada vez mais difíceis de tolerar com o passar dos dias.
Eu me sentia cansado demais para nadar contra a correnteza então simplesmente deixei que ela me levasse cada vez mais, sem realmente me importar quais seriam as consequências disso. E cada vez que eu me olhava no espelho era como se eu pudesse ver de novo o meu eu com dezesseis anos, inconsequente e sem preocupação nenhuma onde todas as merdas que eu fazia iriam dar.
Mas, que diferença fazia? Não tinha como ficar pior do que estava. Ao menos, era o que eu achava.
Ri de alguma coisa que Mitchel — um dos meus companheiros de banda — havia dito e levei o cigarro mais uma vez até meus lábios enquanto tentava não me perder nos pensamentos que me assombravam naquela tarde. Visitar as redes sociais de tinha sido a pior ideia que poderia ter arrumado na noite anterior, porque a primeira coisa que apareceu para mim foi uma foto dela em um jantar com um cara e a legenda sugeria que estava em um novo relacionamento.
Três meses...
O tempo que estávamos separados ressoava nos meus pensamentos, me fazendo questionar como ela tinha conseguido se envolver com outra pessoa tão rápido e minha vontade de vomitar só aumentava ainda mais. Ir até lá e pedir satisfações a ela estava completamente fora de cogitação — afinal ela não me devia isso — então minha única opção era recorrer ao álcool e as drogas que sempre tinham sido meus maiores companheiros em momentos como esses.
— Você nem sabe se ela realmente está em um relacionamento — , minha melhor amiga, falou próximo de mim e me amaldiçoei por ter contado a ela mais cedo o que tanto me incomodava quando a busquei em casa. — É só uma foto, .
Revirei os olhos e me esforcei a ignorar o que ela havia dito.
— Pode fingir o quanto quiser — disse e puxou minhas pernas para cima, para então sentar-se no sofá colocando-as em seu colo. — Mas eu sei que está pensando na e naquela foto.
Bufei de forma frustrada. Eu odiava o quanto ela me conhecia e sempre estava certa sobre mim.
— Eu estou tentando esquecer isso, mas você não está ajudando — falei abrindo os olhos para olhá-la.
tinha um sorriso casto nos lábios, que me fez rir involuntariamente. E lá estava outra coisa que eu também odiava sobre ela, aquele jeito parceiro e fofo de sempre me desarmar, algo que só a também era capaz de fazer.
— Talvez se você parasse de usar essas merdas aí, ainda tivesse chance para vocês — afirmou apontando para o cigarro entre meus dados.
Dei de ombros, pois não queria falar sobre aquilo.
— , você deveria lutar contra isso por você também, sabe disso, né? — perguntou e fez uma expressão triste.
Porra. Por que as pessoas não podiam simplesmente deixar que eu me afundasse? Que merda!
— , eu não quero ser grosso com você — falei me levantando, já pronto para sair dali. — Então, podemos não falar sobre isso? — eu não estava olhando para ela, mas tinha certeza de que tinha acabado de revirar os olhos com o que eu havia dito e isso me arrancou uma risada. — Te vejo na festa, beleza?
Saí de lá antes que ela falasse mais alguma coisa, e joguei o cigarro no chão. Tinha perdido completamente a vontade de fumar só com a menção da , e eu sabia que mais tarde — na festa — precisaria procurar por algo muito mais forte para que me sentisse melhor.
O barulho da música alta atravessou meus ouvidos assim que passei pela porta de entrada. O lugar já estava lotado de pessoas bêbadas, drogadas e que não estavam nem um pouco preocupadas em como acordariam na manhã seguinte sem nem ao menos lembrar do que havia acontecido na noite anterior. Passei por todas elas e segui direto para a cozinha onde eu sabia que conseguiria encontrar uma boa bebida e o que vi no caminho me desestabilizou completamente. Eu sabia que existia a possibilidade de encontrá-la ali, mas nunca pensei que seria daquele jeito e achei que fosse vomitar ali mesmo onde estava.
encontrava-se nos braços do cara que eu havia visto em sua foto do Instagram e gargalhava como se estivesse se divertindo como nunca. Por mais que meus pés me dissessem que eu deveria sair dali, simplesmente não conseguia, era como se existisse algum tipo de imã naquela mulher que me levava a encará-la daquela forma. Respirei fundo ao ver ela levar as mãos aos cabelos dele — como costumava fazer comigo — e tive que segurar muito o embrulho que aquilo me causou ao saber o que estava por vir.
A deixa para mim, foi quando ela aproximou os lábios ao dele e seus olhos me encontraram. Meus pés se moveram com tanta rapidez que só me dei conta de onde estava quando senti uma bebida amarga tocar meus lábios e virei todo o conteúdo rapidamente, pois aquela altura eu já não tinha mais condição alguma de permanecer naquela festa sem o máximo de álcool possível.
Deixei o ambiente com uma garrafa de vodca nas mãos e levei uma das minhas mãos ao bolso em busca do que eu sabia que realmente ia me ajudar naquele momento. Coloquei três de uma vez na minha boca e usei a bebida para que me ajudasse a engolir de forma mais rápida, conforme eu passava por aquela multidão de pessoas presente na casa na intenção de encontrar meu grupo de amigos.
Minha cabeça estava explodindo, a porra do meu coração acelerado e o enjoo presente era quase inevitável. Cada vez que eu fechava meus olhos me vinha a imagem de com aquele cara e isso me forçava a beber cada vez mais, na intenção de tornar aquela lembrança um completo borrão nos meus pensamentos. Porém, parecia que quanto mais eu tentava esquecer, ainda mais eu lembrava.
— ... — escutei uma voz me chamar e apertei os olhos, desejando que não fosse quem eu pensava ser. — Você está bem?
Respirei aliviado ao me dar conta de que era . Mas ao mesmo tempo preocupado, por não reconhecer a voz dela de primeira.
— Sim — respondi me virando para encará-la.
Sua imagem era uma mistura de borrão, mas eu pude ver como estava bonita em seu vestido solto que iam até suas coxas e os cabelos soltos. era bonita, mas nem mesmo me esforçando muito eu conseguiria vê-la mais do que como amiga e aquilo tinha me deixado ainda mais puto.
— Você tem certeza? — perguntou aproximando-se de mim e senti sua mão em meu braço.
Meus olhos correram até sua mão que estava apoiada em mim e em uma forma de instinto uma das minhas mãos correu até sua cintura. A vi me olhar com uma expressão confusa, porém ela não pareceu se incomodar com aquilo — já que eu quase sempre tinha esse tipo de contato com ela — e me aproximei um pouco mais dela, tentando de alguma forma tornar sua imagem mais nítida.
— Não — respondi finalmente e me afastei dela.
Não importava o que havia passado naquele momento na minha cabeça, com certeza não era algo que eu deveria estar fazendo e graças a deus tomei consciência disso.
— Você ia me beijar, ? — perguntou em um tom brincalhão e não pude evitar uma gargalhada.
— Acho que eu ia — admiti rindo.
Sabia que poderia ser totalmente honesto com ela.
Tudo que aconteceu no momento seguinte foi algo fora do meu controle. Uma dor desesperadora tomou contado do meu estomago e eu senti com se fosse colocar tudo que havia ali dentro para fora, mas isso não aconteceu. Escutei de forma completamente desconexa me perguntar o que estava acontecendo e me afastei dela já caminhando rapidamente em busca da saída, porque comecei a sentir como se não pudesse respirar mais.
Eu só consegui dar dois passos após atravessar a porta para chegar ao lado de fora e caí com força na grama. Meu corpo estava com uma espécie de tremor e a dor de cabeça que eu sentia parecia que ia rachá-la ao meio a qualquer momento, eu tinha perdido todo o controle — que eu sequer tinha — sobre meu corpo, e quanto mais eu tentava procurar uma forma de parar aquilo, pior ficava.
Aos poucos eu fui percebendo que pessoas se aglomeravam a minha volta e a imagem de logo apareceu no meu campo de visão. Pelo pouco que consegui ver, seus olhos estavam arregalados e ela parecia dizer algo para toda aquela gente que aparentava estar ali só para saber o que acontecia comigo. Eu sabia que estava perdendo as forças e senti meus olhos ficarem pesados, apesar de a dor de cabeça, o tremor e a sensação no estômago ainda se encontrarem ali.
— Ele está tendo uma overdose — a voz que disse aquilo fez meu coração disparar ainda mais e senti como se já não pudesse mais aguentar aquilo.
estava bem ao meu lado, e apesar de não conseguir enxergar direito eu tinha certeza de que seu rosto se encontrava vermelho pelas lágrimas que eu sabia já estarem ali.
— Eu estou ligando para o 911 — escutei dizer como se estivesse muito longe e deixei que meus olhos se fechassem.
Naquele momento um mar de coisas se passou diante dos meus olhos. Era como se eu tivesse voltado no tempo em questão de segundos, eu ainda era um cara cheio de bagagens ruins, e apenas uma garota em busca de uma aventura e que não tinha ideia nenhuma de onde estava se metendo. Se não fosse pelo horror que eu estava passando, até poderia sorrir.
— Fica comigo — escutei a voz de e me esforcei para abrir os olhos e vê-la uma última vez.
Depois disso, tudo ficou escuro.
Fim.
Nota da autora: Ficou bem curtinha, mas eu gostei muito desse casal e espero que gostem também. Quem sabe eu continuo, né?
Com amor, Vane.
Outras Fanfics:
Contrato de sangue
Euphoria
Kára
Mindhunters
Oblivium
Perfectly Wrong
Road so far
Spring Girls
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
CAIXINHA DE COMENTÁRIOS
Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.
Com amor, Vane.
Outras Fanfics:
Contrato de sangue
Euphoria
Kára
Mindhunters
Oblivium
Perfectly Wrong
Road so far
Spring Girls
Oi! O Disqus está um pouco instável ultimamente e, às vezes, a caixinha de comentários pode não aparecer. Então, caso você queira deixar a autora feliz com um comentário, é só clicar AQUI.