Capítulo Único
Eu sabia que ele não desistiria dela tão fácil, Aomine era obstinado e lutaria por até que não houvesse meio de ambos ficarem juntos. Todos os receios, aflições e inseguranças que possuía, eram cicatrizes invisíveis deixadas por Aomine. Conquistá-la foi uma das tarefas mais difíceis que tive de enfrentar, já que ao me olhar, ela enxergava a sombra de Aomine.
Eu não gostei dela imediatamente, foi minha curiosidade que me levou a saber mais sobre ela, já que a figura quieta de Kuroko parecia sempre estar à volta dela — para um garoto inexpressivo como Kuroko, demonstrar interesse em algo gerava curiosidade nos demais. Após algumas perguntas do time, ele nos contou sobre e o dom dela, e o desejo dele de trazer ela para o clube de basquete.
negou todos os pedidos, foi nesse período que a provocação e irritação iniciou, já que eu não conseguia compreender tanta negação. Era claro que um idiota como eu não sabia toda a história. Falando idiotices demais, ela se irritou profundamente comigo e com o resto do time, e para que eles a deixassem em paz, propôs que se a derrotassem no mano a mano, ela entraria para o clube, mas se ninguém a vencesse, o time seria obrigado a deixar ela em paz. A condição incluía que Kuroko não poderia participar do desafio, já que ambos eram parte do clube de basquete da Teiko.
Como um idiota, presumi que a batalha estava ganha, afinal, a aparência de não dava indícios de que ela sabia jogar. Conforme um a um dos senpais foram sendo derrotados, o olhar sobre ela foi mudando. Ela não era alta, muito menos ágil, mas, sem qualquer esforço aparente, venceu todas as vezes.
Aquele episódio tornou impossível tirá-la da minha mente, procurá-la e saber mais sobre sua técnica de basquete foi uma má escolha, no entanto, a cada encontro, eu enxergava novas nuances…
Começamos a sair após vencê-la pelo cansaço, tivemos algumas discussões até que eu reconhecesse seus receios, as cicatrizes e medos. Após a derrota contra a Touo, brigamos por algo idiota que escapou da minha boca num péssimo momento e Aomine resolveu interferir justamente nesse momento, piorando ainda mais o clima. Aquela tarde havia sido caótica o suficiente, emoções ambíguas e feridas reabertas foram as consequências depois de tudo.
E agora, ali estávamos: logo após as atividades se encerrarem e a entrada oficial de para o clube de basquete, jogando um mano a mano, enquanto eu tentava entender como ela estava levando a melhor sem realmente treinar.
— Taiga. — Ela interrompeu seu caminho até o garrafão, deixando a bola de lado, foi ali que notei que estava parado no mesmo local após seu drible. — O que está te preocupando?
— Eu realmente adoro quando você me chama pelo nome. — Desconversei, vendo-a rir com minha fala.
— Okay, agora me diga: o que está te deixando aéreo? — Ela pegou a bola do chão e se aproximou de mim.
— Você sabe que não faz muito tempo que começamos a sair... — iniciei a fala, olhando para cima, enquanto passava a mão pelo meu cabelo sem saber o que fazer.
— Sim e... — ela me incentivou a prosseguir.
— Há alguma coisa que ainda a mantenha ligada ao Aomine? — Assim que finalizei minha frase, o semblante de decaiu.
— Taiga... — ela respirou fundo, aproximando-se, sua face possuía uma expressão indecifrável, enquanto em seu olhar havia uma triste não dita. — Aomine foi o meu primeiro amor, eu fui fisgada pela natureza selvagem e imprevisível dele dentro e fora das quadras; mas desde que terminamos nosso tolo romance, não há nenhuma ligação entre nós.
manteve seu olhar sério enquanto falava, ela transmitia confiança, enquanto me assegurava quanto a minha insegurança. Ao finalizar sua frase, ela sorriu tranquilamente, como se aquilo não a afetasse mais. Eu soube ali que não deveria ter a pressionado dessa forma.
— Eu não tenho motivos para desconfiar de você. — Aproximei-me, reduzindo o espaço entre nós. — Aquele cara realmente me tira do sério e eu não quero perdê-la, quando eu penso no futuro, eu te vejo lá -chan. — Coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha dela, acariciando a bochecha dela no processo. — Eu amo cada nuance de sua personalidade ruim, seu olhar afiado e cada uma das expressões que enfeitam essa face teimosa... — apertei a ponta do nariz dela, notando o sorriso despontando nos lábios dela. — Não há nada em você que eu não goste!
— Você é um idiota mesmo. — Ela riu, colocando-se nas pontas dos pés.
Segurei-a pela cintura, elevando-a de modo a que nossas faces estivessem na mesma altura.
— Mas é o meu idiota!
Nossos olhares se conectaram antes de nossos lábios, sentimentos expostos sem qualquer barreira, apenas a alma desnuda exposta na vitrine do olhar. Os dedos de traçaram o contorno da minha boca em silêncio, enquanto palavras silenciosas eram trocadas por nossos olhos. Meu coração estava num ritmo acelerado, não era qualquer situação que me deixava daquela maneira, nunca houve uma garota que houvesse me tirado o fôlego e provocasse um interesse ao ponto de me fazer esquecer o basquete em algumas situações.
era especial, sua força, inteligência e paixão me fascinavam de uma forma que eu não sabia descrever; eu desejava ter com ela algo que sequer passava pela minha mente. Aomine Daiki não era uma ameaça, mas tão pouco era alguém que não deveria manter-me atento! Ele desejava ter a garota que amou novamente em seus braços, eu não o permitiria tirar de mim.
Ela fechou os olhos calmamente, seu rosto corado pelo esforço do treino a deixava encantadora aos meus olhos, mesmo que seu visual estivesse desalinhado. Era como o ditado: o amor era cego!
Ajustei meu aperto de modo a firmar, sem querer houvesse risco de ela cair, antes de fechar os meus olhos e tomar os lábios dela nos meus. Eu só não sabia que havia alguém nos observando treinar naquela tarde, alguém irritante o suficiente para me causar dores de cabeça…
FIM!
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