Prólogo
Todos os dias são iguais. E perfeitamente iguais.
Você acorda, olha para o teto limpo do seu quarto e se prepara para um novo dia. Joga as cobertas para o lado, corre para o banheiro com vontade de cantar o dia inteiro a melhor música e finge que o pote de xampu ou a escova de cabelo são o microfone.
Em seguida, você escolhe a melhor roupa que você tem em seu armário e continua dançando ao som de um CD de um cantor famoso dos anos 80, o som quase estourando as caixas de som. Arruma o cabelo, passa perfume, arruma o seu material na mochila e está pronto para mais um dia simplesmente magnífico na escola, com seus melhores amigos populares, um almoço na melhor mesa do pátio, professores sem problemas nasais e um namorado ou namorada perfeito.
Então, o despertador toca. E você percebe que tudo é só a sua parte mais escandalosa gritando por uma vida social perfeita e que você provavelmente nunca terá... Não por ela ser inalcançável, mas por ela ser exatamente o que todo adolescente quer, e exatamente o que você não quer (mas no fundo, no fundo, você quer isso mais do que tudo).
Enquanto você olha para o teto cheio de adesivos e pôsteres, pensa como seria a sua vida se você fosse o popular que se senta no centro da sala, usa roupas maneiras e fica com todas as garotas ou garotos que ele ou ela quiser. Todos querem ter o cabelo dele, todos querem andar com ele, todos querem ser ele. Ou ela.
E por um minuto você se vê desejando ser essa pessoa tão desejável, e descobre que as chances de você virar alguém como ela é de uma em duas mil e quinhentos e três, no mínimo. E percebe que na grande maioria das vezes, esses populares têm seus egos em excessos e não há um pingo de inteligência neles – comparada a sua. E se sente grato por ser só mais uma pessoa nada chamativa na sociedade, com mais uma vida, e a segue como se nunca tivesse pensado em uma possível vida que você poderia ter tido.
E se lembra que você só se lembrou de tudo isso, porque tem aula daqui a poucos minutos. E você só se toca que sua aula começa daqui a poucos minutos, quando você vira a sua cabeça no travesseiro, e enxerga meio borrado o seu relógio avisando que você se ferrou – está atrasado.
e Harry estavam nessa situação nesse exato instante. Os dois se levantaram correndo, escovaram os dentes enquanto pegavam a primeira roupa que viram no seu guarda-roupa e desceram as escadas, com a escova de dente na boca, tentando colocar os sapatos, e com os cabelos amassados. Cuspiram, cada um, na primeira pia que acharam e Harry e , respectivamente, pegaram uma banana e uma torrada.
Cumprimentaram seus familiares (Harry cumprimentou seu pai, sua mãe e seus dois irmãos, Gemma e Mason, enquanto apenas viu seu irmão ainda de cueca, com os cabelos bagunçados, colocando seu cereal na tigela e com os olhos cheios de remelas e completamente fechados) e seguiram para pegar suas mochilas e bolsas que estavam na área de serviço. Os dois buscaram por um pente em qualquer lugar e pentearam o cabelo.
ouviu uma buzina de carro, e largou a escova em cima de uma mesa da área de serviço. Saiu correndo, tentando colocar a bolsa no ombro, e procurou pelas chaves no móvel que ficava no hall. Não conseguiu achar e ficou mais estressada ainda quando seu irmão assoviou e ela olhou para ele. Danny estava com as chaves na mão e as jogou na direção de , que quase as perdeu de novo, e que procurou doidamente atrás da chave certa.
— Boa aula! – Danny disse e deu um gole em seu café. conseguiu achar a chave, abriu a porta e tirou o cabelo da frente do rosto.
— Valeu!
Enquanto isso, Harry estava buscando por um CD na estante da sala, e quando achou aquele que procurava, o enfiou na mochila e a fechou. Jogou os cabelos para frente, os descabelou com as mãos, e depois os penteou – a parte da franja que era estranhamente lisa – para o lado. Sua mãe entregou os óculos a ele quando estava ao lado da porta, e quando estava prestes a ir embora, se lembrou de que tinha de pegar o celular, e o azar era que ele não sabia onde estava. Então Harry parou de correr e se virou, desesperado, para trás, procurando uma salvação: e lá estava ela, Gemma com o aparelho na mão e com um sorrisinho enquanto mexia nos arquivos dele. Harry correu até sua irmã e tirou de suas mãos seu próprio celular, ouvindo um “Ei!” como resposta.
— Meu celular, minhas regras! – ele gritou de volta e abriu a porta de casa. – Tchau mãe, tchau pai!
— Tchau filho! – responderam os dois juntos.
caminhou na direção do carro e entrou na porta do carona, com Zayn no motorista e Niall no banco de trás. Colocou o cinto, e Zayn olhou para ela antes de ligar o carro e saírem dali. Mas, ao contrário de , Harry não tinha tanta sorte em ter uma carona rápida até a escola. Ele pegou sua velha bicicleta verde-musgo e saiu pedalando como se estivesse em uma maratona.
E foi nesse momento que os dois perceberam que nunca seriam iguais aos populares.
Ah, e também: estavam muito atrasados.
Um: Algumas Horas Antes
— Eu disse que não daria certo.
Gordon disse para Stu, enquanto caminhavam na direção de Harry. Harry Edward estava pegando seus livros no seu armário, pensando em quantos dias ainda faltavam para acabar o ano, mas ainda estavam no começo do segundo semestre. Os dois pararam ao lado de Harry, esperando que ele perguntasse o que não daria certo, mas ele ficou distraído com seus livros e com os seus pensamentos, o que deixou Stu um pouco triste.
— Eu sei que você disse que não daria certo. – Stu disse e Harry continuou a não ligar, até que ele chamasse atenção de seu pseudo-amigo, repetindo uma outra vez. Harry olhou para os dois ao lado dele por um tempo e voltou a arrumar seu material no armário.
— O que não daria certo, Gordon? – ele perguntou, antes mesmo que Stu tentasse uma terceira vez.
— Eu estava planejando transferir a Grande Festa de Clay Mikaelson para a minha casa. – Stu disse como se aquilo fosse a ideia mais brilhante que ele já teve na vida inteira.
— E como você estava pensando em fazer isso? Cara, nem fomos convidados. – Harry deixou claro, se virando para ele. Existia uma espécie de hereditariedade no Mclaggen High School: todos os anos, no primeiro dia de aula, o aluno eleito mais popular do ano pelo aluno eleito mais popular do ano passado dava uma festa de despedida das férias no primeiro dia do segundo semestre. O aluno desse ano seria o Clay Mickaelson, e, por isso, ele daria uma festa nesse mesmo dia. Mas os convidados da festa eram escolhidos pelo anfitrião, que, no caso, era o Mickaelson. Clay Mickaelson não fazia ideia de quem eram Harry Edward Styles, ou Stuart Jackson, muito menos Bread Gordon. Então eles não fariam parte da Grande Festa... Mais uma vez.
— Na verdade, eu não fazia e nem faço ideia de como fazer isso. Por isso eu tenho uma ideia melhor. – Stu sorriu. – Que tal entrarmos de penetra?
— Penetra?
— É, ué. Todo mundo faz isso o tempo inteiro.
— Legal, e se te pegarem? O que você vai fazer? – Gordon questionou.
— Eu não faria nada, porque ninguém nunca pega nada disso. Ah, vamos, pessoal! Vocês iriam gostar de ir em uma festa dessas!
Harry fechou a porta do armário, e o trancou.
— Eu não sei não...
— Qual é, Gordon. Dê uma chance para a diversão uma vez na sua vida!
— Tá legal. – Gordon deu de ombros e Stu sorriu.
— Legal. E você, Harry?
— É, pode ser. – ele disse com uma expressão de quem estava nem aí.
— Ah, qual é, Harry? Cadê a animação? – ele tocou o ombro de Harry, que olhou para a mão no seu ombro. Ele forçou um sorriu para Stu, que saiu mais verdadeiro do que ele poderia querer, e se virou para os dois.
O time de futebol passou correndo com uma calça e uma camisa. Logo depois, um garoto, com os cabelos mais encaracolados do que os do Harry, que usava óculos, passou correndo apenas de cueca, tentando cobrir suas partes íntimas, e foi atrás do time de futebol. Algumas pessoas riram no corredor, outras assoviaram enquanto o garoto magricela apertava o passo. Stu riu e Gordon apenas espirrou. Harry pensou em qual era a necessidade de fazer isso e simplesmente não achou a resposta. Ele arrumou a mochila em seu ombro e o sinal tocou.
, por sua vez, estava já na sala de aula, sentada na terceira carteira da fileira – uma carteira com uma mesa inteiramente torta e rabiscada com uma caneta permanente preta –, esperando o professor chegar à sala de aula. Os alunos não estavam em seus lugares, como sempre. Estavam conversando de pé ou sentados em mesas – à propósito, é isso que faz com que a mesa entorte e vire essa droga –, jogando papo fora e falando das férias animadas que tiveram. E ela ficou ali, sentada na cadeira, olhando fixamente para o calendário ao lado do mural e pensando quanto tempo ela teria que aturar tudo aquilo. Era isso o que ela pensava não só nesse momento, mas como também no final do último semestre, já louca para seguir para a faculdade e se livrar das pessoas imaturas que ela convivia com – pelo menos ela imaginava que se livraria.
— Como vai, ? – Niall se sentou na cadeira em frente de Jones.
— Bem, obrigada, James. – ela respondeu, dando um sorriso. Niall sorriu de volta.
— Gostando da vida de veterana?
— Para falar a verdade, isso não mudou nada.
— É, mas para alguns... – sabia que ele estava se referindo a Zayn. Quando tinham chegado hoje de manhã na escola, um grupo de garotos e de garotas – considerados bem populares – o chamou para conversar. Ele simplesmente virou-se para seus amigos e disse “Nos vemos depois”, e se foi, os deixando sozinhos no primeiro dia de aula. Niall e ela não entenderam muito bem o motivo disso, foi um acontecimento inédito dentre todos os anos de escola em que eles três estudaram juntos. Tinha uma espécie de rotina: os três chegavam à escola, pegavam seus livros dos primeiros períodos e se encontravam no segundo andar, em frente à sala do Professor Springeers, o professor de ciências desde a terceira série. Mas hoje havia sido diferente, Zayn os abandonou e deixou como uma promessa esse “Nos vemos depois”.
— Você acha que alguma coisa vai mudar de agora em diante? – ela perguntou.
— Se você está dizendo em relação àquela meleca saindo eternamente do nariz de George, então não.
— Não, eu digo sobre sermos veteranos. Você acha que teremos a chance de nos sentarmos nos melhores lugares do pátio?
— Huuuuum, eu duvido disso.
— Droga. Concordo com você – ela disse e o sinal tocou. O professor chegou à sala de aula e Niall sorriu para Jones antes de se virar para frente. Os alunos se sentaram e se prepararam para a aula.
Harry estava ligeiramente atrasado para o que tinha de fazer. Tinha dito para Stu e Gordon que ia os encontrar no segundo período, e se separou deles, indo para a direção do ginásio. Ele caminhou pela quadra vazia e foi até o outro lado do salão, encontrando um saco de pano cheio de bolas murchas. Harry garantiu que ninguém estava olhando e se sentou em cima do saco. Aquele era o seu lugar favorito nos horários livres – claro, quando ele estava vazio. Ele ficou muito contente em receber seu horário na última semana de férias – pois a escola enviava sempre antes de começar as aulas – e descobrir que logo na segunda-feira teria horário livre na primeira aula. Aquelas bolas estavam murchas por um motivo.
Ele procurou seu discman e o encontrou em um dos bolsos de sua mochila. Harry procurou então o CD que pegara hoje de manhã e o achou. Ele abriu o discman e abriu a caixinha do CD. Colocou o disco no aparelho e buscou pelos seus fones de ouvido. Depois de tudo pronto, deu play e as vozes dos Beatles preencheram seus tímpanos. “Help!", com toda a certeza, era um dos seus CDs favoritos. Gostava da melodia da guitarra desse álbum, adorava ouvir a voz do John cantando “Hey! You’ve got to hide your love away” e, além do mais, amava o filme. Harry praticamente amava tudo nos Beatles. E ouvir as músicas deles era seu hobby favorito.
Deitou sua cabeça em uma das bolas murchas e olhou para o teto do ginásio um pouco sujo. Começou a imaginar o céu ali e viu nuvens em um céu azul claro e iluminado pelo sol. E pensou nele à noite. E viu raras estrelas e uma lasquinha da lua. Então se lembrou do filme que assistiu na noite passada, sobre um garotinho que tinha herdado do avô um time de beisebol. Ele só não conseguia se lembrar do nome, o que era uma pena. O filme era realmente legal.
Harry olhou para a sua esquerda e viu uma folha amarela no chão, cheia de escritos negros. Ele forçou os olhos para enxergar melhor e pôde ver do que se tratava: a Grande Festa. Não sabia se ia mesmo de penetra, este era o menor de seus problemas no momento. A verdade era que ele só queria olhar para aquele teto e ouvir os Beatles até o sinal tocar novamente ou alguém chegar e estragar tudo.
E aquilo não demorou muito, pois logo ele ouviu de longe o barulho da porta se abrindo. Harry nem se mexeu, estava até que bem escondido. Ele ficou parado, quieto, esperando essa pessoa chegar, mas isso não aconteceu. Levantou a cabeça e viu um garoto caminhar na direção do Canto dos Fumados. Chamavam aquele canto assim, pois quando todos queriam fumar, se encontravam ali e faziam o que queriam fazer.
O garoto se sentou no canto do ginásio e pegou o isqueiro. Acendeu seu cigarro e começou a fumar. Harry Edward reconheceu esse garoto como Dougie Lee Poynter, uma das pessoas que não fazia ideia de quem ele era. E ficou pensando no porquê de ele estar naquele horário ali, já que não era um horário comum dos Fumados fumarem. Perguntou-se se algo tinha acontecido, algo que não o agradou, que o deixou tenso. E olhou para a expressão do rosto dele, observou atentamente cada movimento que os músculos faciais faziam. E descobriu o que era: Dougie provavelmente estava com EPF, Estresse Pós-Férias. Ele parecia nervoso com alguma coisa, falando a verdade. Mas Harry deixou de olhar para ele e voltou a olhar o teto. Imagine só o que ele faria se pegasse Harry olhando para ele com atenção.
💿
O dia tinha finalmente acabado. As aulas se foram, os alunos estavam indo e lá estavam e Niall, conversando enquanto caminhavam na direção da saída. E, como era de se esperar, Zayn não os viu depois.
— Foi muito esquisito aquilo que Jason fez com a língua! – Niall disse, ainda impressionado.
— É, eu acho que vou ter pesadelos.
— Como ele consegue esticar tanto ela?
— Não faço ideia.
— Sabe, acho que deve ter feito alguma operação nela, para fazer com que ela saia mais da boca do que o normal.
— É, do tipo, tirar o freiozinho que a gente tem na língua.
— Aham! – Niall apontou para como se ela tivesse matado a charada. Ela sorriu e percebeu ao longe um carro chegando.
— Espera. É o carro do Danny.
— Onde?
— Ali. – ela apontou para o Ford ZD Fairlane sedan dos anos 70. viu seu irmão no banco do motorista e sorriu. Começou a acenar para ele, que buzinou de volta. – Anda, vem!
Ela puxou a mão de Niall, o trazendo na direção do carro que estava parando. Danny abaixou o vidro e sorriu para a irmã.
— Sentiu minha falta?
— O que você veio fazer aqui? Você não tem aula da faculdade agora? – ela sorriu e Thomas estava sentado no banco do carona. Ele se inclinou um pouco e deu um aceno para ela, junto de um sorriso de lado. – Tom!
— E aí, . Niall!
— Tom! – ele acenou para Tom com um sorriso.
— Viemos buscar vocês.
— Estávamos à toa e resolvemos fazer isso.
— O quê? É claro que vocês não estavam à toa, eu conheço minimamente o horário do meu irmão!
— Ei, calma aí, irmãzinha! Eu moro na faculdade, mas isso não significa que eu só possa ficar lá. – Danny respondeu. Ele tinha ido hoje de manhã para a Universidade de Outbrooks para reiniciar o semestre. – Além do mais, podemos buscar o Dougie também.
— Verdade. E, para falar a verdade, eu já tô com saudade daquele baixinho. – Tom revelou.
— Realmente, aquele cheiro de cigarro maravilhoso dele é de sentir saudades – disse, irônica. Niall riu.
— O.k., tudo bem, entrem no carro, pessoal, já estamos atrasados!
abriu a porta do banco de trás e entrou, logo depois foi a vez de Niall.
Dougie estava preocupado em relação a Grande Festa. Não que ele estivesse com vontade de ir, mas ela simplesmente foi cancelada, pois Clay Mickaelson estava doente e até tinha faltado na escola. Então, a Grande Festa tinha que ser adiada, mas ninguém queria adiá-la, pois é tradição acontecer no primeiro dia de aula. Quem poderia organizar uma festa de última hora, numa hora dessas?, perguntou a si mesmo.
— Foi muito legal, Stu! Você devia ter visto!
Dougie olhou, escondido atrás da porta do seu próprio armário, um garoto que tinha muito jeito de nerd, ao lado de um que ele sabia quem era: Stuart Jackson. Dougie, particularmente, achava o cara um babaca. Sempre se achava mais do que deveria e isso causava irritação às pessoas ao seu redor. Menos, pelo visto, naquele garoto. E como num passe de mágica, teve a ideia mais brilhante de sua vida.
Dougie fechou a porta do armário e trancou. Segurou os livros ao lado do corpo, jogados em uma das mãos, e caminhou até aqueles dois garotos a três metros dele.
— Eu não sei se um dia eu vou conseguir ir ao estúdio do Harry Potter, mas aquilo era fantástico, cara! – ele disse, animado, o que, por algum motivo estranho, fez Dougie sorrir.
— E aí, caras. – ele os cumprimentou. Stu sorriu de lado.
— E aí. – disse. O outro garoto ficou apenas observando a possível reação de Dougie.
— Você deve ser o... – Dougie deu uma olhada rápida em um dos livros do menino. – Bread Gordon, certo?
— Hã, certo.
— Você sabe sobre a Grande Festa e toda a sua tradição, não sabe, Bread?
— Chame-o de Gordon. É como é conhecido. – Stu disse, ainda sorrindo.
— Sei... – Gordon ignorou o que Stu disse e apenas respondeu ao outro garoto.
— Bom, não sei se você ficou sabendo, mas o antigo anfitrião, Clay Mickaelson, não vai poder mais dar a festa, o que significa que temos que achar outro cara para isso.
— E-Entendo.
— Então, Gordon. O que acha de ser esse cara?
Era como se os olhos de Stu se iluminassem de repente.
— Mas é claro que ele adoraria!
— Eu adoraria? – perguntou para Stu, hesitante. Stu assentiu, sorrindo ainda mais.
— Mas é claro que sim!
— É mesmo?
Gordon olhou para Stu, que assentiu novamente e voltou o olhar para Dougie.
— Pelo visto, sim.
— Que ótimo! A Festa começa às oito. Preciso que você me passe o seu endereço, para eu informar a todos sobre a mudança. Ah, e como os outros já estavam convidados, seria falta de educação desconvidá-los. Então chame mais gente que quiser, afinal, você é o dono da festa!
Dougie pegou o caderno da mão de Gordon e entregou a ele uma caneta que tinha tirado do bolso da sua calça. Gordon anotou meio apressado o endereço e Dougie arrancou a folha.
— Obrigado, Gordon, veremos a todos à noite, até lá! – e saiu de perto dos dois, aliviado por ter já se livrado deste problema.
Dougie saiu da escola e caminhou em direção à saída. Tinha pegado já um cigarro e estava prestes a acendê-lo com seu isqueiro de estampa abstrata, quando um carro buzinou. Ele olhou para o carro, ainda com o cigarro na boca, e a única coisa que viu foram alguns cabelos voando para fora da janela. Ele olhou para a garota que estava sentada no banco de trás do carro e sorriu. Tirou o cigarro da boca e o colocou de volta na caixa. Dougie seguiu na direção do Ford ZD Fairlane e sorriu para todos os passageiros que estavam dentro do carro.
— Boa tarde, jovem Lee. Como andam seus pulmões? – , a irmã de seu melhor amigo, sorria lindamente para ele.
— Você viu o meu cigarro, não foi?
— É.
— Entra logo, Doug. – Danny disse e abriu a porta para ele. Dougie entrou no carro e se sentou ao lado da garota que cheirava a flores em dias de chuvas.
— Você parece mais pálido, Dougie.
— É o cigarro que faz isso com ele, Niall. – respondeu e Danny seguiu com o carro.
Dougie nem se atreveu a retrucar.
Harry estava a alguns passos de chegar finalmente em sua casa. Sua bunda já estava dormente de tanto de ele ficar sentado naquele banco duro da sua bicicleta velha. Não via a hora de pegar um pratão de almoço e comer enquanto assistia qualquer coisa na televisão.
Estacionou sua bicicleta ao lado da garagem e desmontou dela, segurando sua mochila nas costas. Harry foi até a porta de sua casa, e entrou. Deixou as chaves em um mini armário que havia atrás da porta e subiu as escadas correndo.
— Mãe, pai, cheguei! – avisou e entrou em seu quarto. Jogou sua mochila na cama e desceu para almoçar.
Aparentemente, não tinha ninguém em casa. E se certificou disso, quando viu um bilhete preso na porta da geladeira: “Saí com seu pai. Gemma e Mason foram trabalhar, seu almoço está na geladeira. Com amor, mãe”. Harry abriu a porta da geladeira e a primeira coisa que viu foi uma lasanha congelada.
— Tá bom para mim – e pegou seu almoço. Levou até o micro-ondas e colocou ali dentro. Enquanto seu almoço era esquentado, ficou observando os imãs na geladeira. Tinha de todos os tipos: comidas, móveis, pessoas, animais. Tudo. – Diga, Stuart.
Ele atendeu o celular, ainda olhando distraído para as minis panelas.
— Cara, você não vai acreditar!
— O que foi? – ele perguntou, sem emoção alguma.
— A Grande Festa vai ser na casa do Gordon! – e ele explicou toda a história com o Fumado, Dougie Poynter. – Isso não é demais?! Claro, eu achava que ele ia me convidar, mas deixar o Gordon como anfitrião também serve!
— Bom para vocês, Stu.
— Você vem, não vem? É na casa do Gordon, mesmo.
— Tudo bem, vou ver o que posso fazer.
— Legal! Ah, e traz algum salgadinho também. Não sabemos quantas pessoas virão para a festa, então...
Harry suspirou.
— Vou ver o que posso fazer. Até mais, Stu.
— Tchau, Harry!
Ele desligou o celular bem a tempo de sua lasanha ficar pronta. Por que, raios, Dougie pediu para que a festa seja na casa de Gordon? Isso não fazia o menor sentido, mas Harry não conseguiria pensar nisso agora. Ele não pensava com fome, mas seu estômago sim, e estava pensando em como aquela lasanha ficaria legal ali, dentro dele.
estava fazendo a lição de casa já do primeiro dia. Não entendia o porquê de os professores acharem que, só porque acabaram as férias, eles poderiam dar lição como se nunca tivesse havido férias.
A ponta de seu lápis estava quase quebrando, mas ela ainda estava conseguindo escrever com ele assim. O barulho das teclas do celular de Dougie sendo apertadas estava a irritando, e isso a fazia usar mais força com o lápis. Ele não parava um minuto e estava a alguns metros dela, ambos na cozinha. Ela estava fazendo a voltinha do número nove quando um barulho no celular a assustou e a fez quebrar de vez a ponta do lápis. fechou os olhos e contou até dez, para controlar a sua irritação. Então os abriu novamente.
— O que você faz tanto aí? – ela perguntou enquanto procurava um apontador no seu estojo.
— Arrumando o horário e o local da Grande Festa.
— Ah, aquela festa ridícula em que se faz na sua escola? – sorriu e não estava conseguindo achar o bendito apontador.
— É, essa mesma. Quer ir?
— Tá de brincadeira?
— E você, Niall?
— Por mim, tudo bem. – ele respondeu. Niall estava na sala, assistindo TV. Dougie sorriu e olhou para , que se irritou de vez por não achar o apontador.
— Até o Niall quer ir nesta festa ridícula.
— Bom para o Niall. – ela se levantou e caminhou até uma das gavetas.
— Ah, qual é, . Você nunca vai nessas festas. Seria legal se você fosse pelo menos uma vez.
— E seria legal se você parasse de me irritar. – ela olhou para ele enquanto pegava a fita adesiva na gaveta. voltou para o seu lugar e se sentou. Ela procurou a ponta do lápis e a colocou no lugar. Depois, arrancou um pedaço de fita com o dente e colou a ponta de volta no lápis.
— Desculpe. – ele disse e se sentou ao lado dela.
Dougie permaneceu em silêncio, o que também irritou .
— Tudo bem.
— Jones.
— O que foi, Dougie Lee Poynter?
— Aceita ir comigo nesta Grande Festa ridícula?
riu.
— Por favor? – Dougie insistiu.
— Tá, tá. Eu vou nessa droga.
— Obrigada por se esforçar em se divertir. – Dougie sorriu.
— Eu aprovo! – Niall gritou da sala e levantou sua mão, com um joinha nela. começou a rir de novo e, de repente, sua irritação tinha ido embora.
Gordon disse para Stu, enquanto caminhavam na direção de Harry. Harry Edward estava pegando seus livros no seu armário, pensando em quantos dias ainda faltavam para acabar o ano, mas ainda estavam no começo do segundo semestre. Os dois pararam ao lado de Harry, esperando que ele perguntasse o que não daria certo, mas ele ficou distraído com seus livros e com os seus pensamentos, o que deixou Stu um pouco triste.
— Eu sei que você disse que não daria certo. – Stu disse e Harry continuou a não ligar, até que ele chamasse atenção de seu pseudo-amigo, repetindo uma outra vez. Harry olhou para os dois ao lado dele por um tempo e voltou a arrumar seu material no armário.
— O que não daria certo, Gordon? – ele perguntou, antes mesmo que Stu tentasse uma terceira vez.
— Eu estava planejando transferir a Grande Festa de Clay Mikaelson para a minha casa. – Stu disse como se aquilo fosse a ideia mais brilhante que ele já teve na vida inteira.
— E como você estava pensando em fazer isso? Cara, nem fomos convidados. – Harry deixou claro, se virando para ele. Existia uma espécie de hereditariedade no Mclaggen High School: todos os anos, no primeiro dia de aula, o aluno eleito mais popular do ano pelo aluno eleito mais popular do ano passado dava uma festa de despedida das férias no primeiro dia do segundo semestre. O aluno desse ano seria o Clay Mickaelson, e, por isso, ele daria uma festa nesse mesmo dia. Mas os convidados da festa eram escolhidos pelo anfitrião, que, no caso, era o Mickaelson. Clay Mickaelson não fazia ideia de quem eram Harry Edward Styles, ou Stuart Jackson, muito menos Bread Gordon. Então eles não fariam parte da Grande Festa... Mais uma vez.
— Na verdade, eu não fazia e nem faço ideia de como fazer isso. Por isso eu tenho uma ideia melhor. – Stu sorriu. – Que tal entrarmos de penetra?
— Penetra?
— É, ué. Todo mundo faz isso o tempo inteiro.
— Legal, e se te pegarem? O que você vai fazer? – Gordon questionou.
— Eu não faria nada, porque ninguém nunca pega nada disso. Ah, vamos, pessoal! Vocês iriam gostar de ir em uma festa dessas!
Harry fechou a porta do armário, e o trancou.
— Eu não sei não...
— Qual é, Gordon. Dê uma chance para a diversão uma vez na sua vida!
— Tá legal. – Gordon deu de ombros e Stu sorriu.
— Legal. E você, Harry?
— É, pode ser. – ele disse com uma expressão de quem estava nem aí.
— Ah, qual é, Harry? Cadê a animação? – ele tocou o ombro de Harry, que olhou para a mão no seu ombro. Ele forçou um sorriu para Stu, que saiu mais verdadeiro do que ele poderia querer, e se virou para os dois.
O time de futebol passou correndo com uma calça e uma camisa. Logo depois, um garoto, com os cabelos mais encaracolados do que os do Harry, que usava óculos, passou correndo apenas de cueca, tentando cobrir suas partes íntimas, e foi atrás do time de futebol. Algumas pessoas riram no corredor, outras assoviaram enquanto o garoto magricela apertava o passo. Stu riu e Gordon apenas espirrou. Harry pensou em qual era a necessidade de fazer isso e simplesmente não achou a resposta. Ele arrumou a mochila em seu ombro e o sinal tocou.
, por sua vez, estava já na sala de aula, sentada na terceira carteira da fileira – uma carteira com uma mesa inteiramente torta e rabiscada com uma caneta permanente preta –, esperando o professor chegar à sala de aula. Os alunos não estavam em seus lugares, como sempre. Estavam conversando de pé ou sentados em mesas – à propósito, é isso que faz com que a mesa entorte e vire essa droga –, jogando papo fora e falando das férias animadas que tiveram. E ela ficou ali, sentada na cadeira, olhando fixamente para o calendário ao lado do mural e pensando quanto tempo ela teria que aturar tudo aquilo. Era isso o que ela pensava não só nesse momento, mas como também no final do último semestre, já louca para seguir para a faculdade e se livrar das pessoas imaturas que ela convivia com – pelo menos ela imaginava que se livraria.
— Como vai, ? – Niall se sentou na cadeira em frente de Jones.
— Bem, obrigada, James. – ela respondeu, dando um sorriso. Niall sorriu de volta.
— Gostando da vida de veterana?
— Para falar a verdade, isso não mudou nada.
— É, mas para alguns... – sabia que ele estava se referindo a Zayn. Quando tinham chegado hoje de manhã na escola, um grupo de garotos e de garotas – considerados bem populares – o chamou para conversar. Ele simplesmente virou-se para seus amigos e disse “Nos vemos depois”, e se foi, os deixando sozinhos no primeiro dia de aula. Niall e ela não entenderam muito bem o motivo disso, foi um acontecimento inédito dentre todos os anos de escola em que eles três estudaram juntos. Tinha uma espécie de rotina: os três chegavam à escola, pegavam seus livros dos primeiros períodos e se encontravam no segundo andar, em frente à sala do Professor Springeers, o professor de ciências desde a terceira série. Mas hoje havia sido diferente, Zayn os abandonou e deixou como uma promessa esse “Nos vemos depois”.
— Você acha que alguma coisa vai mudar de agora em diante? – ela perguntou.
— Se você está dizendo em relação àquela meleca saindo eternamente do nariz de George, então não.
— Não, eu digo sobre sermos veteranos. Você acha que teremos a chance de nos sentarmos nos melhores lugares do pátio?
— Huuuuum, eu duvido disso.
— Droga. Concordo com você – ela disse e o sinal tocou. O professor chegou à sala de aula e Niall sorriu para Jones antes de se virar para frente. Os alunos se sentaram e se prepararam para a aula.
Harry estava ligeiramente atrasado para o que tinha de fazer. Tinha dito para Stu e Gordon que ia os encontrar no segundo período, e se separou deles, indo para a direção do ginásio. Ele caminhou pela quadra vazia e foi até o outro lado do salão, encontrando um saco de pano cheio de bolas murchas. Harry garantiu que ninguém estava olhando e se sentou em cima do saco. Aquele era o seu lugar favorito nos horários livres – claro, quando ele estava vazio. Ele ficou muito contente em receber seu horário na última semana de férias – pois a escola enviava sempre antes de começar as aulas – e descobrir que logo na segunda-feira teria horário livre na primeira aula. Aquelas bolas estavam murchas por um motivo.
Ele procurou seu discman e o encontrou em um dos bolsos de sua mochila. Harry procurou então o CD que pegara hoje de manhã e o achou. Ele abriu o discman e abriu a caixinha do CD. Colocou o disco no aparelho e buscou pelos seus fones de ouvido. Depois de tudo pronto, deu play e as vozes dos Beatles preencheram seus tímpanos. “Help!", com toda a certeza, era um dos seus CDs favoritos. Gostava da melodia da guitarra desse álbum, adorava ouvir a voz do John cantando “Hey! You’ve got to hide your love away” e, além do mais, amava o filme. Harry praticamente amava tudo nos Beatles. E ouvir as músicas deles era seu hobby favorito.
Deitou sua cabeça em uma das bolas murchas e olhou para o teto do ginásio um pouco sujo. Começou a imaginar o céu ali e viu nuvens em um céu azul claro e iluminado pelo sol. E pensou nele à noite. E viu raras estrelas e uma lasquinha da lua. Então se lembrou do filme que assistiu na noite passada, sobre um garotinho que tinha herdado do avô um time de beisebol. Ele só não conseguia se lembrar do nome, o que era uma pena. O filme era realmente legal.
Harry olhou para a sua esquerda e viu uma folha amarela no chão, cheia de escritos negros. Ele forçou os olhos para enxergar melhor e pôde ver do que se tratava: a Grande Festa. Não sabia se ia mesmo de penetra, este era o menor de seus problemas no momento. A verdade era que ele só queria olhar para aquele teto e ouvir os Beatles até o sinal tocar novamente ou alguém chegar e estragar tudo.
E aquilo não demorou muito, pois logo ele ouviu de longe o barulho da porta se abrindo. Harry nem se mexeu, estava até que bem escondido. Ele ficou parado, quieto, esperando essa pessoa chegar, mas isso não aconteceu. Levantou a cabeça e viu um garoto caminhar na direção do Canto dos Fumados. Chamavam aquele canto assim, pois quando todos queriam fumar, se encontravam ali e faziam o que queriam fazer.
O garoto se sentou no canto do ginásio e pegou o isqueiro. Acendeu seu cigarro e começou a fumar. Harry Edward reconheceu esse garoto como Dougie Lee Poynter, uma das pessoas que não fazia ideia de quem ele era. E ficou pensando no porquê de ele estar naquele horário ali, já que não era um horário comum dos Fumados fumarem. Perguntou-se se algo tinha acontecido, algo que não o agradou, que o deixou tenso. E olhou para a expressão do rosto dele, observou atentamente cada movimento que os músculos faciais faziam. E descobriu o que era: Dougie provavelmente estava com EPF, Estresse Pós-Férias. Ele parecia nervoso com alguma coisa, falando a verdade. Mas Harry deixou de olhar para ele e voltou a olhar o teto. Imagine só o que ele faria se pegasse Harry olhando para ele com atenção.
O dia tinha finalmente acabado. As aulas se foram, os alunos estavam indo e lá estavam e Niall, conversando enquanto caminhavam na direção da saída. E, como era de se esperar, Zayn não os viu depois.
— Foi muito esquisito aquilo que Jason fez com a língua! – Niall disse, ainda impressionado.
— É, eu acho que vou ter pesadelos.
— Como ele consegue esticar tanto ela?
— Não faço ideia.
— Sabe, acho que deve ter feito alguma operação nela, para fazer com que ela saia mais da boca do que o normal.
— É, do tipo, tirar o freiozinho que a gente tem na língua.
— Aham! – Niall apontou para como se ela tivesse matado a charada. Ela sorriu e percebeu ao longe um carro chegando.
— Espera. É o carro do Danny.
— Onde?
— Ali. – ela apontou para o Ford ZD Fairlane sedan dos anos 70. viu seu irmão no banco do motorista e sorriu. Começou a acenar para ele, que buzinou de volta. – Anda, vem!
Ela puxou a mão de Niall, o trazendo na direção do carro que estava parando. Danny abaixou o vidro e sorriu para a irmã.
— Sentiu minha falta?
— O que você veio fazer aqui? Você não tem aula da faculdade agora? – ela sorriu e Thomas estava sentado no banco do carona. Ele se inclinou um pouco e deu um aceno para ela, junto de um sorriso de lado. – Tom!
— E aí, . Niall!
— Tom! – ele acenou para Tom com um sorriso.
— Viemos buscar vocês.
— Estávamos à toa e resolvemos fazer isso.
— O quê? É claro que vocês não estavam à toa, eu conheço minimamente o horário do meu irmão!
— Ei, calma aí, irmãzinha! Eu moro na faculdade, mas isso não significa que eu só possa ficar lá. – Danny respondeu. Ele tinha ido hoje de manhã para a Universidade de Outbrooks para reiniciar o semestre. – Além do mais, podemos buscar o Dougie também.
— Verdade. E, para falar a verdade, eu já tô com saudade daquele baixinho. – Tom revelou.
— Realmente, aquele cheiro de cigarro maravilhoso dele é de sentir saudades – disse, irônica. Niall riu.
— O.k., tudo bem, entrem no carro, pessoal, já estamos atrasados!
abriu a porta do banco de trás e entrou, logo depois foi a vez de Niall.
Dougie estava preocupado em relação a Grande Festa. Não que ele estivesse com vontade de ir, mas ela simplesmente foi cancelada, pois Clay Mickaelson estava doente e até tinha faltado na escola. Então, a Grande Festa tinha que ser adiada, mas ninguém queria adiá-la, pois é tradição acontecer no primeiro dia de aula. Quem poderia organizar uma festa de última hora, numa hora dessas?, perguntou a si mesmo.
— Foi muito legal, Stu! Você devia ter visto!
Dougie olhou, escondido atrás da porta do seu próprio armário, um garoto que tinha muito jeito de nerd, ao lado de um que ele sabia quem era: Stuart Jackson. Dougie, particularmente, achava o cara um babaca. Sempre se achava mais do que deveria e isso causava irritação às pessoas ao seu redor. Menos, pelo visto, naquele garoto. E como num passe de mágica, teve a ideia mais brilhante de sua vida.
Dougie fechou a porta do armário e trancou. Segurou os livros ao lado do corpo, jogados em uma das mãos, e caminhou até aqueles dois garotos a três metros dele.
— Eu não sei se um dia eu vou conseguir ir ao estúdio do Harry Potter, mas aquilo era fantástico, cara! – ele disse, animado, o que, por algum motivo estranho, fez Dougie sorrir.
— E aí, caras. – ele os cumprimentou. Stu sorriu de lado.
— E aí. – disse. O outro garoto ficou apenas observando a possível reação de Dougie.
— Você deve ser o... – Dougie deu uma olhada rápida em um dos livros do menino. – Bread Gordon, certo?
— Hã, certo.
— Você sabe sobre a Grande Festa e toda a sua tradição, não sabe, Bread?
— Chame-o de Gordon. É como é conhecido. – Stu disse, ainda sorrindo.
— Sei... – Gordon ignorou o que Stu disse e apenas respondeu ao outro garoto.
— Bom, não sei se você ficou sabendo, mas o antigo anfitrião, Clay Mickaelson, não vai poder mais dar a festa, o que significa que temos que achar outro cara para isso.
— E-Entendo.
— Então, Gordon. O que acha de ser esse cara?
Era como se os olhos de Stu se iluminassem de repente.
— Mas é claro que ele adoraria!
— Eu adoraria? – perguntou para Stu, hesitante. Stu assentiu, sorrindo ainda mais.
— Mas é claro que sim!
— É mesmo?
Gordon olhou para Stu, que assentiu novamente e voltou o olhar para Dougie.
— Pelo visto, sim.
— Que ótimo! A Festa começa às oito. Preciso que você me passe o seu endereço, para eu informar a todos sobre a mudança. Ah, e como os outros já estavam convidados, seria falta de educação desconvidá-los. Então chame mais gente que quiser, afinal, você é o dono da festa!
Dougie pegou o caderno da mão de Gordon e entregou a ele uma caneta que tinha tirado do bolso da sua calça. Gordon anotou meio apressado o endereço e Dougie arrancou a folha.
— Obrigado, Gordon, veremos a todos à noite, até lá! – e saiu de perto dos dois, aliviado por ter já se livrado deste problema.
Dougie saiu da escola e caminhou em direção à saída. Tinha pegado já um cigarro e estava prestes a acendê-lo com seu isqueiro de estampa abstrata, quando um carro buzinou. Ele olhou para o carro, ainda com o cigarro na boca, e a única coisa que viu foram alguns cabelos voando para fora da janela. Ele olhou para a garota que estava sentada no banco de trás do carro e sorriu. Tirou o cigarro da boca e o colocou de volta na caixa. Dougie seguiu na direção do Ford ZD Fairlane e sorriu para todos os passageiros que estavam dentro do carro.
— Boa tarde, jovem Lee. Como andam seus pulmões? – , a irmã de seu melhor amigo, sorria lindamente para ele.
— Você viu o meu cigarro, não foi?
— É.
— Entra logo, Doug. – Danny disse e abriu a porta para ele. Dougie entrou no carro e se sentou ao lado da garota que cheirava a flores em dias de chuvas.
— Você parece mais pálido, Dougie.
— É o cigarro que faz isso com ele, Niall. – respondeu e Danny seguiu com o carro.
Dougie nem se atreveu a retrucar.
Harry estava a alguns passos de chegar finalmente em sua casa. Sua bunda já estava dormente de tanto de ele ficar sentado naquele banco duro da sua bicicleta velha. Não via a hora de pegar um pratão de almoço e comer enquanto assistia qualquer coisa na televisão.
Estacionou sua bicicleta ao lado da garagem e desmontou dela, segurando sua mochila nas costas. Harry foi até a porta de sua casa, e entrou. Deixou as chaves em um mini armário que havia atrás da porta e subiu as escadas correndo.
— Mãe, pai, cheguei! – avisou e entrou em seu quarto. Jogou sua mochila na cama e desceu para almoçar.
Aparentemente, não tinha ninguém em casa. E se certificou disso, quando viu um bilhete preso na porta da geladeira: “Saí com seu pai. Gemma e Mason foram trabalhar, seu almoço está na geladeira. Com amor, mãe”. Harry abriu a porta da geladeira e a primeira coisa que viu foi uma lasanha congelada.
— Tá bom para mim – e pegou seu almoço. Levou até o micro-ondas e colocou ali dentro. Enquanto seu almoço era esquentado, ficou observando os imãs na geladeira. Tinha de todos os tipos: comidas, móveis, pessoas, animais. Tudo. – Diga, Stuart.
Ele atendeu o celular, ainda olhando distraído para as minis panelas.
— Cara, você não vai acreditar!
— O que foi? – ele perguntou, sem emoção alguma.
— A Grande Festa vai ser na casa do Gordon! – e ele explicou toda a história com o Fumado, Dougie Poynter. – Isso não é demais?! Claro, eu achava que ele ia me convidar, mas deixar o Gordon como anfitrião também serve!
— Bom para vocês, Stu.
— Você vem, não vem? É na casa do Gordon, mesmo.
— Tudo bem, vou ver o que posso fazer.
— Legal! Ah, e traz algum salgadinho também. Não sabemos quantas pessoas virão para a festa, então...
Harry suspirou.
— Vou ver o que posso fazer. Até mais, Stu.
— Tchau, Harry!
Ele desligou o celular bem a tempo de sua lasanha ficar pronta. Por que, raios, Dougie pediu para que a festa seja na casa de Gordon? Isso não fazia o menor sentido, mas Harry não conseguiria pensar nisso agora. Ele não pensava com fome, mas seu estômago sim, e estava pensando em como aquela lasanha ficaria legal ali, dentro dele.
estava fazendo a lição de casa já do primeiro dia. Não entendia o porquê de os professores acharem que, só porque acabaram as férias, eles poderiam dar lição como se nunca tivesse havido férias.
A ponta de seu lápis estava quase quebrando, mas ela ainda estava conseguindo escrever com ele assim. O barulho das teclas do celular de Dougie sendo apertadas estava a irritando, e isso a fazia usar mais força com o lápis. Ele não parava um minuto e estava a alguns metros dela, ambos na cozinha. Ela estava fazendo a voltinha do número nove quando um barulho no celular a assustou e a fez quebrar de vez a ponta do lápis. fechou os olhos e contou até dez, para controlar a sua irritação. Então os abriu novamente.
— O que você faz tanto aí? – ela perguntou enquanto procurava um apontador no seu estojo.
— Arrumando o horário e o local da Grande Festa.
— Ah, aquela festa ridícula em que se faz na sua escola? – sorriu e não estava conseguindo achar o bendito apontador.
— É, essa mesma. Quer ir?
— Tá de brincadeira?
— E você, Niall?
— Por mim, tudo bem. – ele respondeu. Niall estava na sala, assistindo TV. Dougie sorriu e olhou para , que se irritou de vez por não achar o apontador.
— Até o Niall quer ir nesta festa ridícula.
— Bom para o Niall. – ela se levantou e caminhou até uma das gavetas.
— Ah, qual é, . Você nunca vai nessas festas. Seria legal se você fosse pelo menos uma vez.
— E seria legal se você parasse de me irritar. – ela olhou para ele enquanto pegava a fita adesiva na gaveta. voltou para o seu lugar e se sentou. Ela procurou a ponta do lápis e a colocou no lugar. Depois, arrancou um pedaço de fita com o dente e colou a ponta de volta no lápis.
— Desculpe. – ele disse e se sentou ao lado dela.
Dougie permaneceu em silêncio, o que também irritou .
— Tudo bem.
— Jones.
— O que foi, Dougie Lee Poynter?
— Aceita ir comigo nesta Grande Festa ridícula?
riu.
— Por favor? – Dougie insistiu.
— Tá, tá. Eu vou nessa droga.
— Obrigada por se esforçar em se divertir. – Dougie sorriu.
— Eu aprovo! – Niall gritou da sala e levantou sua mão, com um joinha nela. começou a rir de novo e, de repente, sua irritação tinha ido embora.
Dois: Uma Hora Antes
Niall, e Dougie estavam caminhando pela calçada, contando piadas uns para os outros. Aquela noite estava começando de uma maneira agradável. Era quase como se ela tivesse se esquecido de que seu outro melhor amigo, Zayn Javadd Malik, tinha se esquecido deles. Mas ela não queria ficar pensando nisso. Ela pensou isso no fim da tarde, enquanto se arrumava para essa tal de Grande Festa e se questionou o por que ele faria isso. E pensou se aquilo tudo era para criar um status para ele mesmo e se ele já não estava satisfeito com a amizade dela e de Niall, mas pareciam perguntas inúteis naquele instante, pois de um lado ela estava com o pateta do Dougie Lee e do outro, com o bobo do Niall James. E se sentiu bem.
Já Harry estava caminhando em direção à casa de Gordon com um grande (na verdade, enorme) saco de Doritos. Ele escolheu esse salgadinho, porque... Simplesmente não conhecia alguém que não gostasse de Doritos.
Ele se virou e entrou no gramado da case de Gordon, quase sendo amassado pela quantidade de gente que estava naquele lugar. Tentou proteger seu saco de salgadinho tamanho GGG, e conseguiu passar até entrar na casa. No pé da escada, estava Stu conversando com alguns daqueles garotos de manhã cedo, que tinham roubado as roupas de um garoto. Ele caminhou até Stu e o tocou em seu ombro. Stu o levou até a cozinha e pegou o saco.
— Obrigado, cara. Isso aqui vai ajudar. – ele pegou uma tigela em um dos armários e a colocou em cima da bancada. Harry olhou através da porta o tanto de gente que tinha naquela casa. – É demais, não? Olha só quantas pessoas vieram.
— Onde está Gordon?
— Provavelmente ficando chapado. – Stu riu. Harry não sabia se ficava irritado ou preocupado. Gordon nunca iria querer ficar chapado. – Ei, vai se divertir. Hoje é a noite de se despedir das férias!
Harry olhou para Stu, que agora estava com uma tigela cheia de Doritos na mão e com um sorriso no rosto.
— Você tem razão. Hoje é a noite de se despedir das férias. – Harry sorriu.
— Isso é ridículo.
— Anda logo, . Eu sei que você quer.
— Dougie, você é um otário. – ela disse e ele riu. Os dois estavam olhando para uma cama elástica no meio do jardim dos fundos. Ela não sabia se aquilo era propriedade da pessoa dona daquela casa, ou se tinham alugado para a festa.
— Anda logo. – ele puxou a mão dela e saiu correndo na direção da cama elástica. Ele a ajudou a se levantar e os dois caminharam até o meio da cama.
— Eu não acredito que eu estou mesmo aqui...
—... Se divertindo?
— Não, aqui...
— ... Em uma casa de um desconhecido?
— Dougie, não. Eu quero dizer que estou finalmente...
— ... Flertando comigo? – olhou para Poynter e subitamente ficou com as maçãs do rosto completamente pegando fogo. E deu um soco no braço dele. – Qual é, você sabe que é verdade, não precisa me usar como um saco de pancadas.
— Dougie, eu finalmente estou em uma cama elástica! – ela conseguiu completar a frase e começou a pular. – E isso é melhor do que pular no sofá!
Dougie riu e começou a pular com ela, até alcançar o seu ritmo.
— O que pretende fazer esta noite, jovem mulher?
— Eu pretendo pular... – ela deu um pulo. – Comer de graça... – mais um. – E roubar um desses chapéus de festa!
— Sua noite será agitada então, mademoiselle Jones.
— Sim. – ela já estava transpirando. – Será.
E se sentou na cama elástica. Dougie parou de pular também, e, com um pulo final, caiu de bunda ao lado dela, se sentando em perna de índio.
— Por que parou? – ele perguntou e ela estava respirando com a boca.
— Falta de ar. – respondeu e se deitou na cama. Dougie fez a mesma coisa.
— Sabe, eu acho que você deveria praticar mais esporte. Que tal se candidatar para o time de líderes de torcida este ano?
— Qual é, você só quer me ver de minissaia.
— É um sonho que nunca será realizado. – ele disse, triste, e riu.
— Vamos voltar a pular. – e ela se levantou em um pulo. continuou a pular e Dougie demorou a voltar, mas voltou. – Você deveria sonhar com algo mais alcançável, Dougie.
Ele sorriu para ela. Tinha ideia disto.
Harry estava sentado em um dos sofás, observando a todos se divertirem do seu jeito. Era tão esquisito ser uma pessoa sóbria no meio de tanta gente bêbada. Ele não tinha encontrado Gordon, para a piora dele. Digo, para o Gordon. Deus sabe o que devem estar fazendo com ele nesse momento.
Ele viu muitas pessoas virem de vários lugares, enquanto os observava naquele sofá. Pessoas dançando com as outras, apenas conversando e algumas que, estranhamente, estavam no meio de um... Romance. Ele conseguia saber que muitos deles estavam precisando de ajuda de um psicólogo e outros, dos pais em casa. Deve ser difícil não ter o pai ou a mãe por perto. Deve ser difícil não ter uma família por perto.
Harry estava começando a sentir um peso no coração por não estar procurando por Gordon nesse momento, por isso levantou-se e começou a caminhar no meio de toda aquela gente.
Ele procurou no andar de cima, mas não encontrou nada mais do que quartos vazios (e alguns casais procurando privacidade. Detalhe: essa parte foi nojenta e traumatizante). Então desceu as escadas e procurou por todos os cômodos do primeiro andar. Procurou no porão e não o encontrou ali. Harry já estava com medo do que tinha acontecido e foi procurar Stuart, mas ele estava ocupado demais, tentando virar popular.
Harry Edward Styles nunca sentiu tão angustiado em sua vida. Apoiou-se na porta de vidro que dava no jardim e ouviu uma voz. Ele se inclinou para frente e viu uma pessoa sentada no chão, com um DS na mão. De repente, Harry se sentiu bem melhor.
Ele caminhou e se sentou ao lado de Gordon. Seu coração estava a mil, não tinha nem o conhecimento de seu próprio alívio. Era estranho como ele acabava se importando tanto com esse tipo de coisa.
— Se divertindo, Harry? – Gordon perguntou enquanto jogava Pokemon. Harry apoiou a cabeça na parede.
— Bom te encontrar, Gordon. – disse isso e observou uma garota de costas com outro garoto, que ele deduzia ser Dougie Poynter.
já estava entediada de pular na cama elástica e queria comer. Achou Niall no caminho e foi com ele para a mesa de salgadinhos.
— Onde está Dougie? – ele perguntou enquanto enfiava uma bolinha de queijo na boca.
— Provavelmente se esfregando com alguma garota.
— E essa garota seria Rebecca Destiny Johnson?
— Hã? – se virou e Niall começou a rir.
— Te peguei.
— Não faça isso comigo, Niall! – e jogou um Doritos na cara dele. Aquilo, na verdade, não era um desperdício para ela, já que odiava aquele salgadinho.
— Não, mas é sério. Ela está aqui. Andei conversando com ela. – Niall disse e comeu o Doritos.
— Ah, é?
— Sim.
Os dois pegaram mais alguns aperitivos. estava pensando se abria esse assuntou ou não com Niall, mas talvez aquela fosse a hora certa para falar sobre isso.
— O Zayn anda meio idiota, não acha? Isso já está acontecendo desde o começo do ano letivo.
— Nah, deve ser só uma fase. – Niall respondeu. olhou para a tigela de limonada, pensativa.
— E se não for uma fase? E se ele ficar assim até o ano que vem? Ou para sempre?
Niall parou de comer e olhou para . Ela olhava séria agora para ele, e ele fazia o mesmo. Seria esquisito perder um amigo de infância, assim como eles estavam perdendo Zayn. A verdade é que eles estavam o perdendo, e, se não fizessem algo para impedir, poderia ser tarde demais.
— Não vão adivinhar quem eu encontrei no caminho. – Dougie apareceu com um pequeno sorriso no rosto. e Niall olharam para ele, virando o rosto lentamente. Dougie achou esquisito, mas resolveu nem perguntar. – Rebecca Johnson!
— Poxa... – fingiu sorrir.
— É, ela está ainda mais bonita.
— Hum. – Niall disse.
Dougie olhou para os dois.
— O que foi? Ah, já sei. Vocês devem estar preocupados se eu fiquei com ela, certo? Não, eu não fiz isso. Mas eu descobri que ela quer ser uma advogada quando sair da escola, igual a nós! Não é demais?!
olhou com o olhar de pânico dela para Niall, que assentiu.
— É sim. – e deu uma mísera risada.
— É sim, é verdade.
parou para ouvir melhor.
— Vocês ouviram isso? – perguntou. Os dois fizeram que não. Ela se virou na direção que tinha achado que vinha a voz e começou a procurá-la. Dougie e Niall foram atrás.
caminhou até encontrar duas garotas, Zayn e Josh, um garoto que estava sempre chapado da escola. Quando viu o que tinha na mão de Zayn, ficou completamente irritada.
— Zayn? – ela o chamou e ele se virou para ela. Por um momento, ele ficou a observando e seu sorriso pareceu aumentar. Então pigarreou.
— E aí, , Niall, Dougie. Como vão? Conhecem o Josh, não é? Esse cara é demais.
— Zayn, o que é isso na sua mão?
— Ah, isso? – ele olhou para o papel enrolado na mão dele, e depois para o chão, antes de voltar a olhar para . - Não é o que você está pensando.
— Você está fumando agora? – ela parecia indignada.
— Não, ...
— Já basta essa anta aqui fumar, agora você faz isso?
— Espera aí, eu não fumo para ser popular, . – Dougie disse, e, de repente, tinha percebido tarde demais o que ele tinha dito. Zayn olhou para Dougie, assim como .
— Não estou fumando isso, e não fumaria para ser popular, Poynter.
— Você não precisa mentir, Zayn.
— Eu não estou mentindo, , eu...
— Dane-se, eu já sei que você não se importa mais. – ela olhou para as outras duas garotas. Uma delas usava um chapéu de caubói, a outra, um chapeuzinho oco. – Sabe, eu nem sei o que falar para você.
— Qual é, , eu não tô fumando! – ele se aproximou dela e, de repente, uma parte da festa começou a prestar atenção naquela cena.
— Cara, se afasta dela. – Niall disse.
— Ah, qual é, Niall, eu... Eu nem cheguei a fumar! Quer dizer, eu até ia, mas...
— Não é por isso, Zayn. – ele disse. Zayn olhou para Niall com um olhar confuso. – Você faz mal a ela, cara. Assim como os outros fizeram. – ele sussurrou. Zayn olhou para que não fazia ideia do que Niall tinha sussurrado.
— , você...?
— Eu...?
Zayn ergueu uma das sobrancelhas.
— Você gosta de mim.
olhou esquisito para ele. Zayn sorriu.
— É, você gosta de mim!
— Zayn...
— Desculpa, . Eu não quero ser estraga-prazer, mas...
—... Zayn...
—... Não gosto de você.
olhou para ele, espantada.
Harry estava observando uma pequena discussão em um dos cantos da sala, mas não conseguia ver quem estava no meio da briga. Ele olhou para Gordon ao seu lado e suspirou.
— Anda, Gordon. Vamos para a minha casa.
Ele se levantou e ajudou Gordon a se levantar. Harry saiu dali, com ele ao seu encalço, e foram para a casa dele a pé. Não estava muito frio, então não foi tão ruim assim. Gordon dormiu assim que se deitou na cama do Harry, e Harry tirou seus sapatos e lavou as mãos.
Estava exausto, mas não estava com sono. Por isso, pegou seu discman na mochila e escolheu um CD na sua prateleira.
— Você não gosta de mim?
— É. Quer dizer, eu não gosto de você como você gosta de mim. – ele disse e as duas garotas riram. olhou para elas.
— Eu não gosto de você da maneira que você acha que eu gosto, Zayn.
— Você gosta. Eu vejo nos seus olhos, você não quer admitir porque não quer passar vergonha. Mas tudo bem. Eu sabia que esse dia ia chegar. Eu sou um homem livre, e você, uma mulher livre. Eu não posso mais me prender a você. Eu tenho outros amigos agora, e eles são quem eu preciso no momento. Sinto muito, você se apaixonou pelo cara que não se apaixonou por você... E a história se repete. – ele sorriu, maldoso. As garotas riram, e Josh olhava tudo um pouco espantado, mas riu também. – Tenha uma boa vida, .
Ele estava prestes a caminhar, mas ela o impediu.
— Você tem noção de que eu vou te odiar pelo resto da vida, não tem? – ela olhou nos olhos dele. Zayn riu.
— O amor e o ódio caminham juntos. Vamos, Niall.
Niall ficou parado ali, sem responder a Zayn.
— Vamos, Niall. – disse mais irritada o possível. E Niall não se mexeu. Ela se virou para ele, assim como Zayn. Niall olhou para os dois e suspirou.
— Desculpe. – ele disse para . Mas no fundo, ela entendia o que aquilo queria dizer. Zayn sorriu.
— Bom garoto.
Niall James se foi com Zayn, e se virou e saiu daquela casa o mais rápido o possível.
💿
(Coloque para tocar, por favor: Ray LaMontagne - Such A Simple Thing)
Jones estava deitada na sua cama, olhando para o teto, assim como tinha começado este dia. Harry estava deitado no sofá do seu quarto, ao menos isso era diferente. Os dois estavam se lembrando do breve pensamento que tiveram hoje de manhã, sobre ter uma vida perfeita, ser um popular. Harry tinha dado play, e uma música qualquer dos Beatles começou a tocar. Ele não estava prestando atenção, mas sabia que era deles pelas vozes de fundo.
— Toc-toc. – Dougie disse e olhou para ele. Ele trazia um chapéu de festa nas mãos. Ela voltou a olhar para o teto.
— Por que os homens são sempre iguais, Dougie?
— Isso não é verdade. – ele respondeu. Dougie começou a caminhar na direção de e se sentou ao lado dela na cama.
Harry estava olhando Gordon dormir. Ele não entendia essa vontade enorme de Stu de virar um popular. Quer dizer, ele pode até ter pensado nessa ideia, mas nunca tentou realmente. E começou a pensar no que os populares pensavam e no que Stu pensava e no que Gordon pensava. Parecia que eles achavam que não tinham solução para seus problemas, além de agir da maneira que agiam.
— É claro que é verdade. – ela respondeu. Dougie colocou o chapéu na cômoda ao lado da cama. – Isso aconteceu com a minha avó, com a minha mãe. Comigo.
Dougie ergueu a sobrancelha.
— Com você?
Ela olhou para ele.
Harry percebeu que eles, tirando Gordon, achavam que a melhor coisa era virar alguém importante, mas eles não entendiam o verdadeiro significado de ser importante.
— Ele... Ele não estava errado. – disse.
Eles agiam de acordo com o que era melhor para eles no momento, e era isso o que os populares faziam. Uma pessoa popular deveria ser considerada aquela que é legal, divertida, que conhece a todos. Mas as pessoas mudam com o tempo, e aquela que era divertida e legal, se torna uma pessoa arrogante e chata.
Dougie olhou para ela.
— Eu... Eu gosto do Zayn. Ou pelo menos gostava. Até hoje. E ele é um idiota como todos os outros, Dougie. Como todos os outros. Ele não era assim, sabe. Ano passado, por exemplo, ele ainda era legal.
— Ele não te merece, . – ele disse para ela. – Zayn não é bom o suficiente para você.
sorriu e o encarou.
— Queria que existissem mais pessoas como você, Dougie. – ela olhou para o teto. – Como você, como o Tom, como o Harry. Como meu irmão.
E Harry percebeu que foi praticamente um pecado pensar em ser popular. Por isso, começou a pensar em jeitos de se isolar deste tipo de gente. Ele não quer ser contaminado ou virar um Stuart. Ele queria ser ele mesmo. Só teria que achar um jeito de conseguir permanecer intacto durante o resto da vida.
— E você precisa de mais gente como nós? Não bastamos só nós quatro? – Dougie começou a fazer carinho no rosto de . Ela olhou para ele.
Então ele achou o que precisava, assim como ela. Os dois estavam entendendo o que precisavam. não precisava mais do que só eles quatro. E Harry precisava criar uma barreira contra os outros.
— Uma bolha... – ele disse em tom baixo e pensativo.
— Claro, claro que basta só vocês.
— Então?
sorriu, assim como Harry. Tinham encontrado a resposta para tudo.
As pessoas geralmente pensam que os Grandes Momentos vêm de grandes pensamentos, de grandes conquistas. Mas no caso deles dois, vieram de momentos que eles preferiam esquecer. Viver como um jovem nesses dias atuais pode ser realmente uma tarefa difícil, mas a solução seria então achar um caminho para não se sufocar com a juventude e esse mundo tóxico lá fora. Não que ele seja inteiramente tóxico, apenas uma parte dele era assim, porém quando se experiencia essa parte, é necessário tomar medidas drásticas para situações drásticas. Os dois não queriam mais se ferir, cada um de seu próprio jeito. Mas que no fim, eram de maneiras muito parecidas.
Então foi assim.
Aquele foi o começo de tudo.
Já Harry estava caminhando em direção à casa de Gordon com um grande (na verdade, enorme) saco de Doritos. Ele escolheu esse salgadinho, porque... Simplesmente não conhecia alguém que não gostasse de Doritos.
Ele se virou e entrou no gramado da case de Gordon, quase sendo amassado pela quantidade de gente que estava naquele lugar. Tentou proteger seu saco de salgadinho tamanho GGG, e conseguiu passar até entrar na casa. No pé da escada, estava Stu conversando com alguns daqueles garotos de manhã cedo, que tinham roubado as roupas de um garoto. Ele caminhou até Stu e o tocou em seu ombro. Stu o levou até a cozinha e pegou o saco.
— Obrigado, cara. Isso aqui vai ajudar. – ele pegou uma tigela em um dos armários e a colocou em cima da bancada. Harry olhou através da porta o tanto de gente que tinha naquela casa. – É demais, não? Olha só quantas pessoas vieram.
— Onde está Gordon?
— Provavelmente ficando chapado. – Stu riu. Harry não sabia se ficava irritado ou preocupado. Gordon nunca iria querer ficar chapado. – Ei, vai se divertir. Hoje é a noite de se despedir das férias!
Harry olhou para Stu, que agora estava com uma tigela cheia de Doritos na mão e com um sorriso no rosto.
— Você tem razão. Hoje é a noite de se despedir das férias. – Harry sorriu.
— Isso é ridículo.
— Anda logo, . Eu sei que você quer.
— Dougie, você é um otário. – ela disse e ele riu. Os dois estavam olhando para uma cama elástica no meio do jardim dos fundos. Ela não sabia se aquilo era propriedade da pessoa dona daquela casa, ou se tinham alugado para a festa.
— Anda logo. – ele puxou a mão dela e saiu correndo na direção da cama elástica. Ele a ajudou a se levantar e os dois caminharam até o meio da cama.
— Eu não acredito que eu estou mesmo aqui...
—... Se divertindo?
— Não, aqui...
— ... Em uma casa de um desconhecido?
— Dougie, não. Eu quero dizer que estou finalmente...
— ... Flertando comigo? – olhou para Poynter e subitamente ficou com as maçãs do rosto completamente pegando fogo. E deu um soco no braço dele. – Qual é, você sabe que é verdade, não precisa me usar como um saco de pancadas.
— Dougie, eu finalmente estou em uma cama elástica! – ela conseguiu completar a frase e começou a pular. – E isso é melhor do que pular no sofá!
Dougie riu e começou a pular com ela, até alcançar o seu ritmo.
— O que pretende fazer esta noite, jovem mulher?
— Eu pretendo pular... – ela deu um pulo. – Comer de graça... – mais um. – E roubar um desses chapéus de festa!
— Sua noite será agitada então, mademoiselle Jones.
— Sim. – ela já estava transpirando. – Será.
E se sentou na cama elástica. Dougie parou de pular também, e, com um pulo final, caiu de bunda ao lado dela, se sentando em perna de índio.
— Por que parou? – ele perguntou e ela estava respirando com a boca.
— Falta de ar. – respondeu e se deitou na cama. Dougie fez a mesma coisa.
— Sabe, eu acho que você deveria praticar mais esporte. Que tal se candidatar para o time de líderes de torcida este ano?
— Qual é, você só quer me ver de minissaia.
— É um sonho que nunca será realizado. – ele disse, triste, e riu.
— Vamos voltar a pular. – e ela se levantou em um pulo. continuou a pular e Dougie demorou a voltar, mas voltou. – Você deveria sonhar com algo mais alcançável, Dougie.
Ele sorriu para ela. Tinha ideia disto.
Harry estava sentado em um dos sofás, observando a todos se divertirem do seu jeito. Era tão esquisito ser uma pessoa sóbria no meio de tanta gente bêbada. Ele não tinha encontrado Gordon, para a piora dele. Digo, para o Gordon. Deus sabe o que devem estar fazendo com ele nesse momento.
Ele viu muitas pessoas virem de vários lugares, enquanto os observava naquele sofá. Pessoas dançando com as outras, apenas conversando e algumas que, estranhamente, estavam no meio de um... Romance. Ele conseguia saber que muitos deles estavam precisando de ajuda de um psicólogo e outros, dos pais em casa. Deve ser difícil não ter o pai ou a mãe por perto. Deve ser difícil não ter uma família por perto.
Harry estava começando a sentir um peso no coração por não estar procurando por Gordon nesse momento, por isso levantou-se e começou a caminhar no meio de toda aquela gente.
Ele procurou no andar de cima, mas não encontrou nada mais do que quartos vazios (e alguns casais procurando privacidade. Detalhe: essa parte foi nojenta e traumatizante). Então desceu as escadas e procurou por todos os cômodos do primeiro andar. Procurou no porão e não o encontrou ali. Harry já estava com medo do que tinha acontecido e foi procurar Stuart, mas ele estava ocupado demais, tentando virar popular.
Harry Edward Styles nunca sentiu tão angustiado em sua vida. Apoiou-se na porta de vidro que dava no jardim e ouviu uma voz. Ele se inclinou para frente e viu uma pessoa sentada no chão, com um DS na mão. De repente, Harry se sentiu bem melhor.
Ele caminhou e se sentou ao lado de Gordon. Seu coração estava a mil, não tinha nem o conhecimento de seu próprio alívio. Era estranho como ele acabava se importando tanto com esse tipo de coisa.
— Se divertindo, Harry? – Gordon perguntou enquanto jogava Pokemon. Harry apoiou a cabeça na parede.
— Bom te encontrar, Gordon. – disse isso e observou uma garota de costas com outro garoto, que ele deduzia ser Dougie Poynter.
já estava entediada de pular na cama elástica e queria comer. Achou Niall no caminho e foi com ele para a mesa de salgadinhos.
— Onde está Dougie? – ele perguntou enquanto enfiava uma bolinha de queijo na boca.
— Provavelmente se esfregando com alguma garota.
— E essa garota seria Rebecca Destiny Johnson?
— Hã? – se virou e Niall começou a rir.
— Te peguei.
— Não faça isso comigo, Niall! – e jogou um Doritos na cara dele. Aquilo, na verdade, não era um desperdício para ela, já que odiava aquele salgadinho.
— Não, mas é sério. Ela está aqui. Andei conversando com ela. – Niall disse e comeu o Doritos.
— Ah, é?
— Sim.
Os dois pegaram mais alguns aperitivos. estava pensando se abria esse assuntou ou não com Niall, mas talvez aquela fosse a hora certa para falar sobre isso.
— O Zayn anda meio idiota, não acha? Isso já está acontecendo desde o começo do ano letivo.
— Nah, deve ser só uma fase. – Niall respondeu. olhou para a tigela de limonada, pensativa.
— E se não for uma fase? E se ele ficar assim até o ano que vem? Ou para sempre?
Niall parou de comer e olhou para . Ela olhava séria agora para ele, e ele fazia o mesmo. Seria esquisito perder um amigo de infância, assim como eles estavam perdendo Zayn. A verdade é que eles estavam o perdendo, e, se não fizessem algo para impedir, poderia ser tarde demais.
— Não vão adivinhar quem eu encontrei no caminho. – Dougie apareceu com um pequeno sorriso no rosto. e Niall olharam para ele, virando o rosto lentamente. Dougie achou esquisito, mas resolveu nem perguntar. – Rebecca Johnson!
— Poxa... – fingiu sorrir.
— É, ela está ainda mais bonita.
— Hum. – Niall disse.
Dougie olhou para os dois.
— O que foi? Ah, já sei. Vocês devem estar preocupados se eu fiquei com ela, certo? Não, eu não fiz isso. Mas eu descobri que ela quer ser uma advogada quando sair da escola, igual a nós! Não é demais?!
olhou com o olhar de pânico dela para Niall, que assentiu.
— É sim. – e deu uma mísera risada.
— É sim, é verdade.
parou para ouvir melhor.
— Vocês ouviram isso? – perguntou. Os dois fizeram que não. Ela se virou na direção que tinha achado que vinha a voz e começou a procurá-la. Dougie e Niall foram atrás.
caminhou até encontrar duas garotas, Zayn e Josh, um garoto que estava sempre chapado da escola. Quando viu o que tinha na mão de Zayn, ficou completamente irritada.
— Zayn? – ela o chamou e ele se virou para ela. Por um momento, ele ficou a observando e seu sorriso pareceu aumentar. Então pigarreou.
— E aí, , Niall, Dougie. Como vão? Conhecem o Josh, não é? Esse cara é demais.
— Zayn, o que é isso na sua mão?
— Ah, isso? – ele olhou para o papel enrolado na mão dele, e depois para o chão, antes de voltar a olhar para . - Não é o que você está pensando.
— Você está fumando agora? – ela parecia indignada.
— Não, ...
— Já basta essa anta aqui fumar, agora você faz isso?
— Espera aí, eu não fumo para ser popular, . – Dougie disse, e, de repente, tinha percebido tarde demais o que ele tinha dito. Zayn olhou para Dougie, assim como .
— Não estou fumando isso, e não fumaria para ser popular, Poynter.
— Você não precisa mentir, Zayn.
— Eu não estou mentindo, , eu...
— Dane-se, eu já sei que você não se importa mais. – ela olhou para as outras duas garotas. Uma delas usava um chapéu de caubói, a outra, um chapeuzinho oco. – Sabe, eu nem sei o que falar para você.
— Qual é, , eu não tô fumando! – ele se aproximou dela e, de repente, uma parte da festa começou a prestar atenção naquela cena.
— Cara, se afasta dela. – Niall disse.
— Ah, qual é, Niall, eu... Eu nem cheguei a fumar! Quer dizer, eu até ia, mas...
— Não é por isso, Zayn. – ele disse. Zayn olhou para Niall com um olhar confuso. – Você faz mal a ela, cara. Assim como os outros fizeram. – ele sussurrou. Zayn olhou para que não fazia ideia do que Niall tinha sussurrado.
— , você...?
— Eu...?
Zayn ergueu uma das sobrancelhas.
— Você gosta de mim.
olhou esquisito para ele. Zayn sorriu.
— É, você gosta de mim!
— Zayn...
— Desculpa, . Eu não quero ser estraga-prazer, mas...
—... Zayn...
—... Não gosto de você.
olhou para ele, espantada.
Harry estava observando uma pequena discussão em um dos cantos da sala, mas não conseguia ver quem estava no meio da briga. Ele olhou para Gordon ao seu lado e suspirou.
— Anda, Gordon. Vamos para a minha casa.
Ele se levantou e ajudou Gordon a se levantar. Harry saiu dali, com ele ao seu encalço, e foram para a casa dele a pé. Não estava muito frio, então não foi tão ruim assim. Gordon dormiu assim que se deitou na cama do Harry, e Harry tirou seus sapatos e lavou as mãos.
Estava exausto, mas não estava com sono. Por isso, pegou seu discman na mochila e escolheu um CD na sua prateleira.
— Você não gosta de mim?
— É. Quer dizer, eu não gosto de você como você gosta de mim. – ele disse e as duas garotas riram. olhou para elas.
— Eu não gosto de você da maneira que você acha que eu gosto, Zayn.
— Você gosta. Eu vejo nos seus olhos, você não quer admitir porque não quer passar vergonha. Mas tudo bem. Eu sabia que esse dia ia chegar. Eu sou um homem livre, e você, uma mulher livre. Eu não posso mais me prender a você. Eu tenho outros amigos agora, e eles são quem eu preciso no momento. Sinto muito, você se apaixonou pelo cara que não se apaixonou por você... E a história se repete. – ele sorriu, maldoso. As garotas riram, e Josh olhava tudo um pouco espantado, mas riu também. – Tenha uma boa vida, .
Ele estava prestes a caminhar, mas ela o impediu.
— Você tem noção de que eu vou te odiar pelo resto da vida, não tem? – ela olhou nos olhos dele. Zayn riu.
— O amor e o ódio caminham juntos. Vamos, Niall.
Niall ficou parado ali, sem responder a Zayn.
— Vamos, Niall. – disse mais irritada o possível. E Niall não se mexeu. Ela se virou para ele, assim como Zayn. Niall olhou para os dois e suspirou.
— Desculpe. – ele disse para . Mas no fundo, ela entendia o que aquilo queria dizer. Zayn sorriu.
— Bom garoto.
Niall James se foi com Zayn, e se virou e saiu daquela casa o mais rápido o possível.
Jones estava deitada na sua cama, olhando para o teto, assim como tinha começado este dia. Harry estava deitado no sofá do seu quarto, ao menos isso era diferente. Os dois estavam se lembrando do breve pensamento que tiveram hoje de manhã, sobre ter uma vida perfeita, ser um popular. Harry tinha dado play, e uma música qualquer dos Beatles começou a tocar. Ele não estava prestando atenção, mas sabia que era deles pelas vozes de fundo.
— Toc-toc. – Dougie disse e olhou para ele. Ele trazia um chapéu de festa nas mãos. Ela voltou a olhar para o teto.
— Por que os homens são sempre iguais, Dougie?
— Isso não é verdade. – ele respondeu. Dougie começou a caminhar na direção de e se sentou ao lado dela na cama.
Harry estava olhando Gordon dormir. Ele não entendia essa vontade enorme de Stu de virar um popular. Quer dizer, ele pode até ter pensado nessa ideia, mas nunca tentou realmente. E começou a pensar no que os populares pensavam e no que Stu pensava e no que Gordon pensava. Parecia que eles achavam que não tinham solução para seus problemas, além de agir da maneira que agiam.
— É claro que é verdade. – ela respondeu. Dougie colocou o chapéu na cômoda ao lado da cama. – Isso aconteceu com a minha avó, com a minha mãe. Comigo.
Dougie ergueu a sobrancelha.
— Com você?
Ela olhou para ele.
Harry percebeu que eles, tirando Gordon, achavam que a melhor coisa era virar alguém importante, mas eles não entendiam o verdadeiro significado de ser importante.
— Ele... Ele não estava errado. – disse.
Eles agiam de acordo com o que era melhor para eles no momento, e era isso o que os populares faziam. Uma pessoa popular deveria ser considerada aquela que é legal, divertida, que conhece a todos. Mas as pessoas mudam com o tempo, e aquela que era divertida e legal, se torna uma pessoa arrogante e chata.
Dougie olhou para ela.
— Eu... Eu gosto do Zayn. Ou pelo menos gostava. Até hoje. E ele é um idiota como todos os outros, Dougie. Como todos os outros. Ele não era assim, sabe. Ano passado, por exemplo, ele ainda era legal.
— Ele não te merece, . – ele disse para ela. – Zayn não é bom o suficiente para você.
sorriu e o encarou.
— Queria que existissem mais pessoas como você, Dougie. – ela olhou para o teto. – Como você, como o Tom, como o Harry. Como meu irmão.
E Harry percebeu que foi praticamente um pecado pensar em ser popular. Por isso, começou a pensar em jeitos de se isolar deste tipo de gente. Ele não quer ser contaminado ou virar um Stuart. Ele queria ser ele mesmo. Só teria que achar um jeito de conseguir permanecer intacto durante o resto da vida.
— E você precisa de mais gente como nós? Não bastamos só nós quatro? – Dougie começou a fazer carinho no rosto de . Ela olhou para ele.
Então ele achou o que precisava, assim como ela. Os dois estavam entendendo o que precisavam. não precisava mais do que só eles quatro. E Harry precisava criar uma barreira contra os outros.
— Uma bolha... – ele disse em tom baixo e pensativo.
— Claro, claro que basta só vocês.
— Então?
sorriu, assim como Harry. Tinham encontrado a resposta para tudo.
As pessoas geralmente pensam que os Grandes Momentos vêm de grandes pensamentos, de grandes conquistas. Mas no caso deles dois, vieram de momentos que eles preferiam esquecer. Viver como um jovem nesses dias atuais pode ser realmente uma tarefa difícil, mas a solução seria então achar um caminho para não se sufocar com a juventude e esse mundo tóxico lá fora. Não que ele seja inteiramente tóxico, apenas uma parte dele era assim, porém quando se experiencia essa parte, é necessário tomar medidas drásticas para situações drásticas. Os dois não queriam mais se ferir, cada um de seu próprio jeito. Mas que no fim, eram de maneiras muito parecidas.
Então foi assim.
Aquele foi o começo de tudo.
Fim!
Nota da autora: Oláaaaaaaaaa, meus amores! Meu DEUS, como eu amo essa história e esse spin-off de Como sobreviver na faculdade! Claro que não era necessário ler a longfic para entender essa short, porém, essa história ajuda – e muito – a sacar algumas coisas na história principal, que é CSNF. Aaaaah, espero que vocês tenham gostado e refletido um pouco sobre a vida comigo e com a Hazel e o Harry. E não se esqueçam de se inspirarem com a playlist da fanfic Como sobreviver na faculdade, que tem as músicas que tocam nessa história aqui e também outras que tocam lá! Vou deixar aqui embaixo, caso vocês fiquem curiosas para saber quais músicas tem nessa história!
Só mais uma coisa: se você se interessou por essa história e quer ficar por dentro da história principal “Como sobreviver na faculdade” e outras de minha autoria, fique ligadaaaa, pois temos um grupinho no facebook! Vou deixar linkado aqui, caso você queira entrar e conhecer mais pessoas magníficas e interessantes, que leiam as mesmas coisas que você! Além de que, lá você pode receber trechos das histórias, conhecer histórias de outras autoras, interagir, e se divertir! Acho que é isso, pessoal! Obrigada por ler até aqui! Beijo de luz para todas vocês! :*
Ass: Giulia M.
Caixinha de comentários: A caixinha de comentários pode não estar aparecendo para vocês, pois o Disqus está instável ultimamente. Caso queira deixar um comentário, é só clicar AQUI
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15. You Wish You Knew - Ficstape (Icarus Falls/ZAYN).
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Aprendendo a Falar a Língua da Matemática - Challenge #012 (Shortfic)
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Faz Parte do Esquema - Originais (Em Andamento/Restritas).
Nota da beta: Olha, eu não leio a long, mas confesso que já me deu vontade! hahaha Eu adorei, e eu tô muito PUTA com Zayn e Niall e apaixonada pelo Dougie, confesso, mas é o Dougie, não tem como não se apaixonar, né? Vou dar uma passada nessa long assim que der, preciso saber mais desse povo! Obrigada por participar desse ficstape maravilhosooooo, amei essa fic <3
Qualquer erro nessa atualização ou reclamações somente no e-mail.
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