Capítulo Único
Starbucks. Talvez a cafeteria mais clichê já feita pelo homem e onde me encontrava no momento, sentada em uma mesa dos fundos às 14 horas de uma tarde de segunda. A galeria de Londres estava gelada e vazia e o dia, até agora, havia sido tranquilo entre as paredes da livraria onde trabalhava, do outro lado do corredor - e era apenas por esse motivo que a Starbucks continuava a ser uma escolha quase diária para meus pseudo-almoços.
Ou assim me deixava enganar.
O livro em minhas mãos me distraia enquanto esperava meu nome ser chamado, mas o universo tinha planos menos sutis dessa vez. Ele se sentou à minha frente sem pedir e nem ser convidado e tudo o que fiz foi levantar os olhos para ver os dele me olhando com a mesma malícia divertida de sempre.
Arrumei a postura, fechei o livro sobre a mesa e suspirei, reprimindo o riso.
- Como posso ajudá-lo?
- Eu estou bem, obrigado por perguntar - disse numa seriedade teatral, me fazendo comprimir ainda mais os lábios. - Hoje resolvi ser um cavalheiro e trazer seu café até a mesa junto com o brownie de chocolate e a coxinha - continuou no mesmo tom, apontando para cada um. - Tudo mais ou menos gostoso e ridiculamente caro, mas ótimo pra mostrar status no Instagram.
Não consegui conter o riso dessa vez.
- Já imaginou se sua chefe te ouve dizer essas coisas?
Ele arqueou as sobrancelhas, colocando o sorriso anterior nos lábios.
- Tem vaga na livraria?
Rolei os olhos, bufando.
- Você não desiste?
- Não, eu tenho um objetivo muito claro de um dia te pegar.
Suspirei, o ar de repente ficando um pouco menos frio.
- Sua sinceridade é espantosa.
- Você já sabe disso há tempos e continua vindo aqui - disparou, e minhas narinas inflaram. - Quando vai, finalmente, ceder ao meu charme, ?
- Eu venho aqui por causa do café, .
Ele rolou os olhos, jogando o corpo no encosto da cadeira.
- Ah, qual é, se você realmente fosse amante de café, não tomaria essa porcaria.
- Se você realmente fosse amante de café, não trabalharia nessa porcaria - devolvi, ele ergueu as sobrancelhas.
- Touché - eu ri. - Tá legal, tenho uma pergunta pra te fazer, mas quero que seja sincera.
- Prometo.
- Eu sou tão feio assim?
Inflei as bochechas com o líquido, deixando-o rodar entre elas por um instante. Ele me olhava com um misto de receio e esperança e meu rosto ardeu de leve.
- Pelo contrário - confessei, deixando a ele e a mim surpresos.
- É a primeira vez que você me responde diretamente - destacou e assenti, ignorando a sensação no estômago. - Por que é tão difícil só me dar um beijo, então?
Desviei o olhar das írises e brilhantes dele, passando a língua entre os lábios. A verdade era que eu não sabia.
- Não tenho uma resposta.
Nós nos encaramos, e aí ele fez sua jogada.
- Tem um bule nos fundos da loja. Eu proponho fazer um café pra você e, se você achá-lo melhor do que essa gororoba que tá tomando, eu ganho um beijo.
Achei aquilo ousado e divertido ao mesmo tempo.
- E se eu não gostar?
- Bom - ele hesitou, relaxando o corpo durante um suspiro longo em sinal de rendição. - Aí eu juro que nunca mais tento absolutamente nada com você.
Uma batida mais forte do meu coração e a certeza de que ele dizia a verdade, primeiro pela expressão derrotada em seu rosto, segundo pelo tempo cosiderável que vinha lutando pelo prêmio.
- Tudo bem, eu aceito.
Uma surpresa, um gesto de cabeça e um sorriso. me ajudou a levar os pedidos e passamos por , que sorriu maroto, antes de entrarmos nos fundos da loja. O lugar era pequeno, mas bem arrumado, e tinha uma pia e uma mesa de três lugares. Vi-o tirar uma garrafa térmica de um dos ármarios e colocar a água para esquentar.
Agora parado com o quadril encostado à pia e uma perna sobre a outra, as mãos nos bolsos, me observava degustar um pedaço da coxinha.
- Vou ter que arrumar um chiclete pra você.
- Sua vitória não está garantida, .
- Eu acho tão sexy quando você me chama pelo sobrenome - parei de mastigar por um instante, vendo aquele bendito arco me provocar.
- Por que você só não me chama pra sair, ?
Ele fechou os olhos num gesto de prazer teatral e apoiou as mãos na pia, me olhando com curiosidade.
- Você não me deixa te beijar, vai querer sair comigo?
Ri com a lógica, limpando os dentes com a língua.
- Sabe que existe uma ordem, né?
- Você toma café aqui quase todos os dias - ele olhou pra cima, pensativo. - A gente já tá saindo há uns bons meses - abri a boca pra argumentar, mas não tinha nada. Estava louca ou aquilo fazia algum sentido?
A água ferveu e ele se virou para terminar a bebida. tinha o corpo simétrico e, aparentemente, bonito, e estaria mentindo horrores se dissesse que meus olhos não desceram para o jeans um pouco largo na cintura e que deixava um pedacinho da cueca preta aparecer quando ele erguia os braços. Todo mundo tem suas esquisitices e a minha era gostar de bundinhas masculinas dentro de um bom jeans surrado. Suspirei.
despejou sua esperança em uma xícara redonda vermelha e sentou a minha frente, colocando-a no centro da mesa. Eu a peguei, senti o cheiro que fazia minha alma pulsar, soprei o líquido e tomei um bom gole sob o olhar atento do garoto que sabia, melhor do que ninguém, como fazer um café.
Nem forte, nem fraco, nada doce, nem muito amargo. Dizem que nada melhor do que fazer o simples bem feito e era isso o que eu tinha rodando na minha língua - passado em um coador de pano, sem adicionais e sem frescura. Eu estava tão ferrada.
Engoli, e os olhos dele não saiam de mim por nada. Nos encaramos por um tempo longo, o ponteiro do relógio preenchendo o ar, e me peguei sorrindo, perdida no rosto dele. umedeceu os lábios e, quando falou, a voz saiu baixinha.
- Eu vou poder terminar de afrouxar esse coque?
As palavras esquentaram o lugar e algumas partes do meu corpo. Eu não pensei muito antes de levantar e caminhar, sem pressa, até ele, que fez o mesmo, me guiando pela cintura até que meu quadril encostasse na pia. A distância entre nossos corpos era mínima e senti a respiração quente dele contra meus lábios por um instante, calafrios subindo e descendo pela minha espinha, até ele me beijar. Minhas mãos subiram para sua nuca, onde meus dedos acariciaram a ponta dos seus cabelos, e então colou o corpo no meu, me prensando com certa força contra a pia, onde meu quadril queimou em emoção.
sabia o que fazia. Na minha boca, sua língua explorava com vontade, mas também com delicadeza, enquanto um braço abraçava minha cintura e o outro subia nas minhas costas para entrelaçar os dedos nos meus cabelos e cumprir a promessa. Não consegui não sorrir, e o tempo que passamos realizando um desejo explícito e outro velado foi preenchido por suspiros pesados e a dança estimulante das mãos.
As minhas subindo pelos braços dele, unhas escorregando para serem sentidas sem machucar. As dele agarradas ao meu quadril cada vez mais apertado contra o seu, subindo às vezes por dentro do meu uniforme. Dedões na pele nua até a altura do meu umbigo, suspiros mais altos, desejos mais quentes e calafrios. Meus dedos puxando de leve os cabelos enquanto sua língua experimentava o gosto da minha nuca. Às vezes minha coxa deslizava entre as dele, involuntariamente, e nesses momentos ele se policiava para que a mão não ultrapassasse o limite do arco do meu sutiã.
O beijo durou até que nenhum de nós conseguisse mais respirar direito. Um, dois, dez, vinte, quarenta segundos. Os olhos dele perdidos nos meus enquanto eu acariciava o topo de sua cabeça e ele, minha barriga por dentro da blusa. Quando saímos do transe, sorriu de olhos fechados.
- Meu Deus... - sussurrou. - Eu tô tão ferrado.
Ri baixinho.
- Você é bom não só no café...
abriu os olhos e pude ver, agora de perto, a malicia não só no sorriso, e ele admirou meus lábios entreabertos antes de voltar a me olhar.
- Você nem faz ideia.
Aproximei o rosto para sentir minha boca na dele novamente, gostando do gemido em aprovação que ele soltou.
- Eu preciso voltar...
- E o almoço amanhã vai ser aqui ou vai ser lá?
Ri contra os lábios dele, gemendo baixinho.
- Ah, ...
Ou assim me deixava enganar.
O livro em minhas mãos me distraia enquanto esperava meu nome ser chamado, mas o universo tinha planos menos sutis dessa vez. Ele se sentou à minha frente sem pedir e nem ser convidado e tudo o que fiz foi levantar os olhos para ver os dele me olhando com a mesma malícia divertida de sempre.
Arrumei a postura, fechei o livro sobre a mesa e suspirei, reprimindo o riso.
- Como posso ajudá-lo?
- Eu estou bem, obrigado por perguntar - disse numa seriedade teatral, me fazendo comprimir ainda mais os lábios. - Hoje resolvi ser um cavalheiro e trazer seu café até a mesa junto com o brownie de chocolate e a coxinha - continuou no mesmo tom, apontando para cada um. - Tudo mais ou menos gostoso e ridiculamente caro, mas ótimo pra mostrar status no Instagram.
Não consegui conter o riso dessa vez.
- Já imaginou se sua chefe te ouve dizer essas coisas?
Ele arqueou as sobrancelhas, colocando o sorriso anterior nos lábios.
- Tem vaga na livraria?
Rolei os olhos, bufando.
- Você não desiste?
- Não, eu tenho um objetivo muito claro de um dia te pegar.
Suspirei, o ar de repente ficando um pouco menos frio.
- Sua sinceridade é espantosa.
- Você já sabe disso há tempos e continua vindo aqui - disparou, e minhas narinas inflaram. - Quando vai, finalmente, ceder ao meu charme, ?
- Eu venho aqui por causa do café, .
Ele rolou os olhos, jogando o corpo no encosto da cadeira.
- Ah, qual é, se você realmente fosse amante de café, não tomaria essa porcaria.
- Se você realmente fosse amante de café, não trabalharia nessa porcaria - devolvi, ele ergueu as sobrancelhas.
- Touché - eu ri. - Tá legal, tenho uma pergunta pra te fazer, mas quero que seja sincera.
- Prometo.
- Eu sou tão feio assim?
Inflei as bochechas com o líquido, deixando-o rodar entre elas por um instante. Ele me olhava com um misto de receio e esperança e meu rosto ardeu de leve.
- Pelo contrário - confessei, deixando a ele e a mim surpresos.
- É a primeira vez que você me responde diretamente - destacou e assenti, ignorando a sensação no estômago. - Por que é tão difícil só me dar um beijo, então?
Desviei o olhar das írises e brilhantes dele, passando a língua entre os lábios. A verdade era que eu não sabia.
- Não tenho uma resposta.
Nós nos encaramos, e aí ele fez sua jogada.
- Tem um bule nos fundos da loja. Eu proponho fazer um café pra você e, se você achá-lo melhor do que essa gororoba que tá tomando, eu ganho um beijo.
Achei aquilo ousado e divertido ao mesmo tempo.
- E se eu não gostar?
- Bom - ele hesitou, relaxando o corpo durante um suspiro longo em sinal de rendição. - Aí eu juro que nunca mais tento absolutamente nada com você.
Uma batida mais forte do meu coração e a certeza de que ele dizia a verdade, primeiro pela expressão derrotada em seu rosto, segundo pelo tempo cosiderável que vinha lutando pelo prêmio.
- Tudo bem, eu aceito.
Uma surpresa, um gesto de cabeça e um sorriso. me ajudou a levar os pedidos e passamos por , que sorriu maroto, antes de entrarmos nos fundos da loja. O lugar era pequeno, mas bem arrumado, e tinha uma pia e uma mesa de três lugares. Vi-o tirar uma garrafa térmica de um dos ármarios e colocar a água para esquentar.
Agora parado com o quadril encostado à pia e uma perna sobre a outra, as mãos nos bolsos, me observava degustar um pedaço da coxinha.
- Vou ter que arrumar um chiclete pra você.
- Sua vitória não está garantida, .
- Eu acho tão sexy quando você me chama pelo sobrenome - parei de mastigar por um instante, vendo aquele bendito arco me provocar.
- Por que você só não me chama pra sair, ?
Ele fechou os olhos num gesto de prazer teatral e apoiou as mãos na pia, me olhando com curiosidade.
- Você não me deixa te beijar, vai querer sair comigo?
Ri com a lógica, limpando os dentes com a língua.
- Sabe que existe uma ordem, né?
- Você toma café aqui quase todos os dias - ele olhou pra cima, pensativo. - A gente já tá saindo há uns bons meses - abri a boca pra argumentar, mas não tinha nada. Estava louca ou aquilo fazia algum sentido?
A água ferveu e ele se virou para terminar a bebida. tinha o corpo simétrico e, aparentemente, bonito, e estaria mentindo horrores se dissesse que meus olhos não desceram para o jeans um pouco largo na cintura e que deixava um pedacinho da cueca preta aparecer quando ele erguia os braços. Todo mundo tem suas esquisitices e a minha era gostar de bundinhas masculinas dentro de um bom jeans surrado. Suspirei.
despejou sua esperança em uma xícara redonda vermelha e sentou a minha frente, colocando-a no centro da mesa. Eu a peguei, senti o cheiro que fazia minha alma pulsar, soprei o líquido e tomei um bom gole sob o olhar atento do garoto que sabia, melhor do que ninguém, como fazer um café.
Nem forte, nem fraco, nada doce, nem muito amargo. Dizem que nada melhor do que fazer o simples bem feito e era isso o que eu tinha rodando na minha língua - passado em um coador de pano, sem adicionais e sem frescura. Eu estava tão ferrada.
Engoli, e os olhos dele não saiam de mim por nada. Nos encaramos por um tempo longo, o ponteiro do relógio preenchendo o ar, e me peguei sorrindo, perdida no rosto dele. umedeceu os lábios e, quando falou, a voz saiu baixinha.
- Eu vou poder terminar de afrouxar esse coque?
As palavras esquentaram o lugar e algumas partes do meu corpo. Eu não pensei muito antes de levantar e caminhar, sem pressa, até ele, que fez o mesmo, me guiando pela cintura até que meu quadril encostasse na pia. A distância entre nossos corpos era mínima e senti a respiração quente dele contra meus lábios por um instante, calafrios subindo e descendo pela minha espinha, até ele me beijar. Minhas mãos subiram para sua nuca, onde meus dedos acariciaram a ponta dos seus cabelos, e então colou o corpo no meu, me prensando com certa força contra a pia, onde meu quadril queimou em emoção.
sabia o que fazia. Na minha boca, sua língua explorava com vontade, mas também com delicadeza, enquanto um braço abraçava minha cintura e o outro subia nas minhas costas para entrelaçar os dedos nos meus cabelos e cumprir a promessa. Não consegui não sorrir, e o tempo que passamos realizando um desejo explícito e outro velado foi preenchido por suspiros pesados e a dança estimulante das mãos.
As minhas subindo pelos braços dele, unhas escorregando para serem sentidas sem machucar. As dele agarradas ao meu quadril cada vez mais apertado contra o seu, subindo às vezes por dentro do meu uniforme. Dedões na pele nua até a altura do meu umbigo, suspiros mais altos, desejos mais quentes e calafrios. Meus dedos puxando de leve os cabelos enquanto sua língua experimentava o gosto da minha nuca. Às vezes minha coxa deslizava entre as dele, involuntariamente, e nesses momentos ele se policiava para que a mão não ultrapassasse o limite do arco do meu sutiã.
O beijo durou até que nenhum de nós conseguisse mais respirar direito. Um, dois, dez, vinte, quarenta segundos. Os olhos dele perdidos nos meus enquanto eu acariciava o topo de sua cabeça e ele, minha barriga por dentro da blusa. Quando saímos do transe, sorriu de olhos fechados.
- Meu Deus... - sussurrou. - Eu tô tão ferrado.
Ri baixinho.
- Você é bom não só no café...
abriu os olhos e pude ver, agora de perto, a malicia não só no sorriso, e ele admirou meus lábios entreabertos antes de voltar a me olhar.
- Você nem faz ideia.
Aproximei o rosto para sentir minha boca na dele novamente, gostando do gemido em aprovação que ele soltou.
- Eu preciso voltar...
- E o almoço amanhã vai ser aqui ou vai ser lá?
Ri contra os lábios dele, gemendo baixinho.
- Ah, ...
Fim
Nota da autora: Sem nota.
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