Fanfic Finalizada

Capítulo Único

Amar é um ato de paciência. Às vezes levamos muito tempo para encontrar o amor, outras levamos muito tempo para perceber que o amor sempre esteve ao nosso lado. No meu caso, foi a segunda opção.
Eu nasci e cresci em Framlingham, Suffolk, uma cidadezinha a cerca de 02h30 de Londres. Tenho uma família amorosa e minha infância foi muito feliz, principalmente por causa dos meus melhores amigos e do meu irmão caçula. Eu e o Harry somos aquele tipo de irmãos inseparáveis, temos uma sintonia única desde crianças. A é minha melhor amiga, aquela irmã de coração que a gente encontra pela vida e não larga nunca mais. E o irmão dela, o Ed, é aquele tipo de pessoa de alma gentil, sorriso encantador no rosto, o tipo de pessoa que todo mundo quer ter por perto. Juntos, nós quatro passamos a infância e a adolescência aprontando todas e curtindo muito cada segundo. Mas a vida não pode ser uma festa pra sempre, a gente cresceu e precisou encarar a vida adulta. Quando chegou a hora de ir pra faculdade, eu e a fomos para Londres morar e estudar por lá. E, quando foi a vez dos meninos irem para a faculdade, o Harry veio atrás de nós em Londres, primeiro porque meu irmão me ama, e segundo porque ele e a começaram a namorar no colegial, então esse era o plano para que eles continuassem juntos. Já o Ed optou por se mudar para a Irlanda e estudar música por lá. Eu achei que ele voltaria quando estivesse formado, mas não voltou. Eu e a fomos morar juntas depois da faculdade e o pentelho do meu irmão requisitou seu lugar na nossa casa quando se formou. Eu, aliás, me formei em Eventos, e hoje os melhores eventos de Londres têm a marca de Styles. O Harry se formou em gastronomia e hoje ele é chef de cozinha de um restaurante famoso em Londres chamado Barrafina, e é claro que ele também é sempre o responsável pelo serviço de buffet nos meus eventos. E a se formou em design de joias, hoje as joalherias mais famosas de Londres exibem peças com a marca Sheeran. Isso me lembra que a primeira peça que ela desenhou foi um colar da amizade, ela mandou fazer quatro deles e nos deu de presente para nunca nos esquecermos uns dos outros. Como se fosse possível esquecer as pessoas mais importantes da minha vida.
— Acorda que o sol já nasceu na fazendinha! — disse abrindo a cortina do meu quarto.
, você odeia que te acordem, por que tá fazendo a mesma coisa comigo? É para eu te odiar?
— Você, me odiar? Impossível.
— Eu trabalhei ontem até tarde em um evento, me deixa dormir, cacete.
— Deixo sim, mas primeiro quero compartilhar uma notícia com você.
— O Harry tá grávido?
— Não, idiota! — riu e tacou um travesseiro na minha cara. — É sobre o meu irmão.
— O Ed?
— E eu tenho outro irmão, por acaso?
— O que aconteceu com ele?
— Ele está voltando para Londres.
— É O QUÊ?! — Exclamei, me mexendo rápido demais e caindo da cama.
— Tá tudo bem aí? — perguntou enquanto eu recolhia minha dignidade e me levantava do chão.
— Como assim o Ed está voltando? — Falei, me sentando na cama.
— Ele me ligou e disse que está com saudades de casa, por isso decidiu finalmente voltar.
— E quando ele chega?
— Amanhã.
— Puta que pariu. Digo, que bom que ele está voltando. Ele vai pra casa dos seus pais?
— Não, ele vem para cá.
— Mas por quê, gente?
— Porque ele quer, ué. , qual é, vai ser legal, nós quatro juntos de novo.
— Eu sei, é só que às vezes eu acho que ele foi embora meio chateado comigo.
— Chateado não é bem a palavra, mas que você deu uma leve partida no coração dele, não se pode negar.
— Não sei por quê.
, eu sempre achei que você e o Ed acabariam namorando assim como eu e o Harry. Você até deu seu primeiro beijo com ele.
— Ah , eu tinha uns 12 anos quando isso aconteceu! Foi meio que nem naquele filme sabe, meu primeiro amor? Eu queria saber como era e não podia pedir isso para qualquer pessoa.
— Aí você usou meu inocente irmão.
— Sem drama, ok?! Foi coisa de criança. Mas por um tempo eu cheguei a pensar que o Ed sentia algo por mim, só que ele nunca disse nada!
— Ele ia te convidar para o baile de formatura.
— Mas ele não convidou!
— Também, o Peter foi mais rápido. E o Peter era gato, capitão do time de futebol, não condeno você por ter aceitado. Eu só não imaginava que depois do baile o Peter se tornaria seu namorado.
— A gente ficou, ele me pediu em namoro, eu aceitei, fim da história. Só fui descobrir que ele era um babaca anos depois.
— Pois é, mas acho que tudo isso acabou com a pouca coragem que o Ed tinha.
— E aí ele foi embora e nunca mais voltou.
— Até agora. Ele finalmente decidiu voltar e eu estou muito feliz, sinto falta do meu irmão pentelho.
— Eu também sinto falta dele.
— Então relaxa, tenho certeza que vai ficar tudo bem.
A notícia da volta do Ed deu um nó no meu estômago e eu não consegui voltar a dormir. Então era isso, meu amigo de infância ia voltar para minha vida e eu nem sabia o que esperar dessa história.
Eu mal tive tempo de me preparar para a chegada do Ed, o dia passou voando e, quando vi, já era manhã do dia em que ele estava chegando. Acordei e fiquei um tempo deitada na cama olhando para o nada, procurando coragem para levantar. Por fim, saí da cama e fui tomar um banho antes de descer para tomar café da manhã. Quando estava descendo as escadas, avistei lá do alto a e o Harry conversando animados, e junto com eles estava o Ed. Ele parecia o mesmo de sempre, o mesmo cabelo ruivo bagunçado, o mesmo par de olhos azuis, o mesmo rosto que passava uma doçura quase infantil. O sorriso também continuava o mesmo, tímido e sincero, e ele não usava mais barba, o que deixava o buraco em seu queixo bem visível. Ele parecia um pouco mais magro do que eu me lembrava e ele já não usava mais seu par de óculos de grau preto.
! — Ed disse assim que me viu.
Desci o restante das escadas e fui até ele, o abraçando em seguida.
— Nem acredito que você está de volta! — Falei me afastando para olhá-lo.
— Pois é, o bom filho à casa torna.
— O que aconteceu com seus óculos?
— Não preciso mais deles, fiz operação á laser nos olhos.
— Não usa mais óculos, está mais magro; não tinha comida na Irlanda, não? — disse
— Oi mãe, é você aí? — Respondeu Ed sacudindo pelos ombros.
— Sou sua irmã mais velha, na ausência da mamãe, tenho a obrigação de cuidar de você.
— Não se preocupe, senhora mandona, eu estou ótimo.
— Mas é abusado mesmo, viu, já não basta ter roubado os olhos azuis que eram para serem meus, ainda acha que pode ser engraçadinho.
— Isso não é ótimo, gente? Nós quatro reunidos novamente, fiquei até emocionado, sabe — disse Harry.
— Maninho, contenha-se — falei rindo.
— Vamos tomar café ou não, afinal? — Ed perguntou.
— Ah sim, por favor, vamos logo encher o bucho — disse .
O Harry havia preparado uma mesa de café da manhã digna de hotel, com tudo que tinha direito.
— Esses pãezinhos caseiros estão uma delícia. — Elogiou Ed.
— É uma das especialidades do Harry — falei pegando um para mim também.
— Então quer dizer que quem cozinha nessa casa não são as moças?
— Você acha que tendo um namorado chef de cozinha eu vou me dar ao trabalho de enfiar meu umbigo no fogão?
— Harry, tem certeza que você quer continuar sendo meu cunhado?
— O que eu posso fazer se eu amo a sua irmã?
— Ouviu só, bobão, ele me ama! — disse mostrando a língua para o Ed.
— Mas e você, , não casou? — Ed perguntou de repente e eu quase engasguei com o pão.
Na verdade, não foi quase, eu engasguei de verdade, fiquei vermelha, tossi feito louca e a teve que dar uns tapas nas minhas costas para eu voltar a respirar.
— Você está bem, maninha?
— Estou ótima, Harry, não se preocupe.
— Acho que minha pergunta não foi muito bem-vinda.
— Você só me pegou de surpresa com essa pergunta, Ed. Por que você está me perguntando isso?
— Porque, da última vez que eu soube, você estava noiva do Peter.
— Nossa, então faz realmente muito tempo desde a última vez que você teve notícias minhas. Você não atualizou seu irmão não, ?
— Eu não, ele parou de me perguntar sobre você quando eu disse que você tinha ficado noiva do Sr. Músculos.
Rolou aquele momento de silêncio constrangedor entre nós e já não era apenas eu que estava vermelha.
— Bom para resumir e te atualizar, eu fiquei noiva do Peter, mas o casamento nunca aconteceu. A ideia era nos casarmos quando nos formássemos na faculdade, mas felizmente eu descobri o babaca que ele era antes disso e terminei com ele.
— Imagino que ele não deve ter ficado nada feliz com isso. O Peter não estava acostumado a ouvir não. Fico só imaginando a cara dele quando você terminou tudo e devolveu o anel de noivado.
Eu, a e o Harry nos olhamos e depois explodimos em gargalhadas.
— Eu disse alguma coisa engraçada? — Ed perguntou confuso.
— A nunca devolveu o anel de noivado — explicou .
— Como assim?
— Eu não devolvi, porque eu perdi o anel.
— Você perdeu um anel de diamantes?
— Ele estava meio folgado no meu dedo, eu tinha que mandar ajustar. Então um dia andando apressada pela rua, ele voou da minha mão e eu não consegui achar, acho que foi pelo bueiro. Eu levei isso como um sinal do universo me dizendo que eu não deveria mesmo casar com o Peter.
— Eu não estou acreditando nisso.
— Você não sabe como é a minha irmã? Sempre atrapalhada, coitada.
— Ele deve ter ficado muito puto.
— Puto foi pouco, achei que ele ia explodir de raiva.
— Eu vou rir dessa história até o fim dos tempos — disse .
Podia até ser loucura da minha cabeça, mas eu tive a impressão de que o Ed ficou satisfeito em saber que minha história com o Peter havia acabado definitivamente. Depois do café, o Ed foi se acomodar. Nossa casa só tinha dois quartos, um era da e do Harry e o outro era meu. Eu disse para o Ed que ele poderia dormir no meu quarto, mas ele não aceitou, disse que tiraria minha privacidade. Então ele apenas guardou as coisas dele no meu quarto e disse que dormiria no sofá da sala.
— Então quer dizer que vocês três estão bem sucedidos, minha irmã, design de joias, meu melhor amigo, chef de cozinha e minha melhor amiga, produtora de eventos.
— Como você pode ver, irmãozinho, a gente deu certo na vida.
— E você, Ed? Se formou em música e trabalha com o quê? — Perguntei.
— Lá na Irlanda eu tinha uma banda e nós tocávamos em festas de casamentos e todo tipo de evento que aparecia. Agora eu vou ter que arrumar outro lugar para tocar, né, e outra banda também.
— Eu posso te ajudar com isso. Trabalhando em eventos, tenho contato com muitas pessoas, posso ver se tem alguma banda precisando de vocalista.
— Agradeço muito, , se puder fazer isso por mim.
— Deixa comigo.
— Bom, e para comemorar a volta do nosso amigo, já que a não tem evento hoje, eu proponho jantarmos no restaurante que eu trabalho.
— Que ótima ideia, maninho.
— Também gostei. Eu vou sair agora para entregar a amostra de joias da nova coleção, mas à noite estou totalmente livre.
— Ótimo, então vamos a esse jantar — disse Ed.
Todos seguimos para nossos afazeres e quando a noite caiu, nos arrumamos para o jantar. Eu estava terminando de me arrumar quando alguém bateu na porta do quarto.
— Posso entrar? — disse Ed.
— Claro, já estou quase pronta.
— Eu esqueci de pegar uma camisa na minha mala, então com licença.
Ed havia recém saído do banho, eu podia sentir o cheiro de sabonete misturado ao perfume dele. Além disso, ele estava com o cabelo molhado, de calça e sem camisa mostrando suas muitas tatuagens. Não é como se eu nunca tivesse visto o Ed sem camisa, pelo contrário, crescemos juntos e eu já havia visto ele daquele jeito milhões de vezes. Mas eu não sei explicar por que naquele instante me senti constrangida e minhas bochechas pegaram fogo.
— Tem muito mais tatuagens aí do que eu me lembrava. Você fechou os braços, o peitoral e agora tá enchendo as costas de desenhos.
— Eu já considero uma tatuagem só.
— Daqui a pouco não tem mais onde tatuar — falei rindo.
Então eu vi o nosso colar da amizade pendurado no pescoço dele.
— Você ainda usa! — Me aproximei e segurei o pingente prateado entre meus dedos.
O pingente era redondo e tinha as iniciais de nós quatro.
— Eu nunca tirei. E vejo que você também usa o seu. — Ed disse apontando para o meu peito.
— Eu também nunca tirei. A e o Harry também continuam usando os deles.
— Nós prometemos que nunca tiraríamos né.
— Nós fizemos muitas promessas quando éramos jovens.
— Eu sei, nem todas pudemos cumprir, mas fico feliz que pelo menos essa conseguimos manter.
Antes que eu tivesse tempo de processar as palavras do Ed, a entrou no meu quarto.
— Edward Christopher Sheeran, o que é isso? Não tem nem vinte e quatro horas que você chegou e já tá andando sem camisa pela casa?
— Eu esqueci de pegar minha camisa, ok? Mas já peguei e estou saindo.
Ed pendurou a camisa no ombro e saiu em seguida.
— O que estava rolando aqui, hein?
— Nada, só estávamos falando dos colares que ainda usamos.
— Aham, sei, estou de olho em você, dona . Preciso proteger a virtude do meu irmão, sabe. — disse e eu gargalhei alto.
— Sinto te informar que a virtude do seu irmão já foi com Deus faz tempo.
— Não importa, de qualquer forma não foi você que deflorou ele.
— Você é muito ridícula.
— Sou adorável. E vai, termina de se arrumar, porque já vamos sair.
Eu dei os últimos retoques na minha maquiagem e logo depois seguimos para o restaurante. O Harry já estava lá nos esperando, vestindo seu uniforme branco de chef com direito a chapéu na cabeça e tudo. Meu irmão separou o melhor lugar do restaurante para nós e sugeriu os melhores pratos, todos preparados pelas suas mãos de gênio. O Ed, que entendia muito de vinhos, escolheu o melhor na carta de vinhos para que pudéssemos brindar e comemorar. Harry deu uma escapada da cozinha e veio brindar conosco.
— Vamos brindar à volta do nosso amigo, por estarmos juntos de novo e que possamos curtir como nos velhos tempos. — Harry disse erguendo sua taça.
— Ao meu irmão chato e pentelho, mas que fez muita falta.
— Ao Ed, por estar de volta ao lugar de onde ele nunca devia ter saído.
— Obrigado gente! Brindemos à nossa amizade!
Todos erguemos nossas taças batendo uma na outra e festejando. Olhei para o Ed e senti um calor tão bom no coração, uma sensação que eu não sentia há muito tempo.
Quando voltamos do jantar, eu estava meio tonta, não estava acostumada a tomar vinho e duas taças foi o suficiente para me derrubar, cai na cama e só acordei no outro dia com o sol já invadindo meu quarto.
— Nossa , você anda fraca para beber assim, é? — disse Harry ao ver minha cara quando desci para a cozinha.
— Harry, fica quietinho, por favor, você sabe muito bem que vinho quase nunca bebo. Mas eu estou ótima, já tomei um banho e estou pronta para trabalhar hoje.
— Meu anjo dourado, eu estou saindo para trabalhar, se você for sair comigo, tem que ser agora — disse aparecendo na cozinha.
— Estou indo, amor. Se bem que não sei se é uma boa ideia deixar minha irmã sozinha com o Ed.
— Como é que é, Harry? — Perguntei olhando feio para o meu irmão.
— Sei lá, , eu sempre achei que o Ed era apaixonado por você, vai que ele ainda é. Preciso proteger minha linda irmã.
— O que está acontecendo com você e a , hein? Ela quer proteger a virtude do irmão de mim e você quer me proteger do Ed, nós dois já somos bem grandinhos para precisar de proteção!
— Talvez a gente não confie muito em vocês, sabe.
, leva esse peste daqui, pelo amor! — Gritei tacando um guardanapo em Harry, que correu da cozinha.
Poucos minutos depois da e o Harry saírem, o Ed entrou na cozinha.
— Por que o Harry me disse que está de olho em mim? — Ed perguntou.
— O quê?
— Agora há pouco quando ele saiu, ele disse: "estou de olho em você".
— Não liga, o Harry é doido e a também. Por isso eles são um casal, combinam bem.
— Você tem evento hoje?
— Tenho sim, à tarde, uma tarde de palestras com coffee break de uma multinacional. Bom que hoje não vou virar a noite trabalhando.
— Os seus horários são meio loucos né?
— Os de todo mundo aqui em casa, loucos e flexíveis ao mesmo tempo. Mas a gente faz o que ama, então tá tudo certo.
— Quero voltar a trabalhar também e logo.
— Não se preocupe, hoje vou falar com algumas pessoas, tenho certeza que vou conseguir alguma coisa para você.
Eu descansei mais um pouco antes de começar a me arrumar para trabalhar e quando saí para o evento já estava me sentindo totalmente recuperada do vinho. Passei a tarde toda fora acompanhando o evento e cheguei em casa no início da noite.
— Atenção família, tenho boas notícias! — anunciei entrando em casa e encontrando , Harry e Ed no sofá da sala conversando.
— Ficou rica? — perguntou.
— Infelizmente não, mas acho que arrumei um emprego para o seu irmão.
— Sério, ? — Ed perguntou animado.
— Eu falei com alguns contatos e um dos caras que trabalha comigo conhece um pub que tem banda fixa. O vocalista deles saiu recentemente da banda por motivos pessoais e eles estão que nem loucos atrás de outro. Ele me deu o endereço do pub e pediu para você ir lá amanhã de manhã, ele ia deixar avisado com o pessoal da banda que você vai — falei entregando um pedaço de papel para o Ed.
— Caramba, , nem sei como te agradecer.
— Não precisa agradecer, só vai lá, solta esse vozeirão que eu sei que você tem e consegue essa vaga.
Ed ficou tão emocionado que me puxou para um abraço de urso.
— Uh, demonstração pública de afeto — disse divertida.
— Oh Ed, larga minha irmã aí.
— Tá com ciúmes, bebê? — Falei indo até o Harry e pulando em cima dele.
Eu adorava fazer aquilo com ele desde criança, pulava em cima dele, apertava e enchia de beijos.
— Socorro!
— Sai, , larga meu homem. — disse tacando uma almofada na minha cabeça.
— Quanto amor nessa família, hein. — Ed riu da cena.
Depois que paramos de nos comportar como crianças, pedimos pizza para o jantar. Ficamos conversando mais um pouco antes de resolvermos todos dormir. Eu fiquei rolando um tempo na cama, mas o sono não vinha, então me levantei para buscar um copo de água na cozinha. Do topo da escada ouvi a tv da sala ligada bem baixinho e vi que o Ed estava deitado, de olhos fechados. Desci a escada o mais silenciosamente possível e fui até a TV para desligá-la.
— Eu ia desligar. — Ouvi a voz do Ed rouca.
— Desculpa, não queria te acordar.
— Eu não estava dormindo, só estava de olhos fechados.
— Como se eu não te conhecesse, né. Dormindo com a TV ligada igual quando era criança.
— Esqueci que você me conhece muito bem. — Ed disse se sentando no sofá e abrindo espaço para eu me sentar do lado dele. — Mas e você, está sem sono?
— Um pouco, estava rolando pela cama.
— Tá preocupada com alguma coisa ou ansiosa?
— Na verdade não, talvez um pouco agitada para pegar no sono.
— Sua mãe certamente faria uma xícara de leite quente com mel, que segundo ela ajudava a pegar no sono.
— Nossa sim, como eu me esqueci disso! Vem, vamos pra cozinha. — Falei puxando Ed pela mão.
Eu enchi duas xícaras com leite e depois coloquei no micro-ondas até que ficassem bem quentes. Depois coloquei duas colheres pequenas de mel em cada uma.
— Saúde! — Ed disse batendo sua xícara na minha e dando seu melhor sorriso de canto.
— Tem gosto de infância — falei sentindo o doce do mel.
— Tanta coisa lembra nossa infância e adolescência. Como tomar banho de chuva.
— Minha mãe ficava para morrer quando eu e o Harry entrávamos em casa com as roupas cobertas de lama depois de um banho de chuva.
— Acredite, minha mãe não ficava menos brava do que a sua, a vontade dela era enfiar eu e a na máquina de lavar.
— A gente aprontava demais também.
— E as histórias de viagens, lembra daquela viagem que nossas famílias fizeram para Tóquio?
— Nossa sim, eu tinha uns 10 anos! Por que eles acharam que seria mesmo uma boa ideia enfiar quatro pestinhas dentro de um avião por horas?
— E a aeromoça querendo jogar a gente pra fora do avião só porque a gente não parava de pedir pizza?
— Um absurdo não ter pizza no serviço de bordo.
— A gente se vestiu de Pokémon e andamos por Tóquio sem sermos vistos como esquisitos.
— Minha mãe levou uma semana para convencer o Harry a tirar aquela roupa.
— E as muitas viagens pra praia?
— Sempre acabávamos deitados na areia, largados como se não houvesse amanhã.
— Tô lembrando agora de quando sua avó faleceu e você tava super triste, aí nós achamos que seria uma boa ideia beber a garrafa de whiskey do seu pai.
— Eu tinha 16 anos, foi a primeira vez que eu fiquei bêbada. Eu estava arrasada por causa da vovó, eu só queria esquecer que ela tinha partido. Não adiantou muito, porque aí que eu chorei litros.
— Eu sei, foi no meu ombro que você chorou. Mas nenhum porre foi tão louco como o que a gente tomou na viagem de formatura sua e da para Roma. Eu e o Harry fomos de intrusos, claro.
— Meu Deus eu fiquei muito louca naquele bar irlandês no centro de Roma! Eu subi em cima da mesa e comecei a dançar, o Harry começou a gritar pra eu descer.
— Aí a teve a brilhante ideia de subir na mesa pra te tirar de lá.
— E nós duas caímos que nem jaca podre.
— Se tivessem caído no chão tava bom, mas caíram em cima de mim e eu quebrei o pé.
— Foi lindo os quatro bêbados procurando um hospital sem saber uma palavra de italiano.
— Voltamos vivos para o hotel, ainda bem. Eu com o pé engessado e você ainda foi capaz de me bater depois de tudo.
— Claro, Ed, você usou a minha escova de dente!
— Eu não encontrava a minha, achei que podíamos compartilhar.
— Ai que nojo — falei e nós caímos na gargalhada.
— Que isso, festa do pijama? — disse aparecendo na cozinha.
— Não, a gente só estava aqui relembrando algumas histórias. — Eu disse.
— Histórias são o que não faltam para nós. Muitas delas ou nós estávamos bêbados ou nós não tínhamos vergonha na cara mesmo e aprontávamos — disse .
— A gente tava falando da viagem de Roma — comentou Ed.
— Misericórdia, essa viagem foi louca. Até hoje a mamãe não entende como que eu levei o filhinho dela pra outro país inteiro e voltei com ele com o pé quebrado — disse e nós voltamos a gargalhar.
— Será que não se pode dormir nessa casa? Consigo ouvir as risadas lá do alto da escada — disse Harry se juntando a nós.
— Eu levei o Harry inteiro para casa, graças a Deus.
— Qual é a pauta em questão? — Harry perguntou abrindo a geladeira e pegando a jarra de água.
— A viagem de Roma — Ed respondeu.
— Essa viagem é até hoje uma das coisas mais loucas que já fiz na vida. — Harry disse arregalando os olhos.
— A gente se divertia muito, éramos felizes e sabíamos disso — falei.
— Aí não, essa é a hora que a fica nostálgica. — fez careta.
— Não precisa de nostalgia, irmãzinha, estamos juntos de novo, podemos viver altas aventuras como antes.
— Mais ou menos né. Agora a gente cresceu e tem um pouco mais de juízo e contas pra pagar.
— Resumindo, estamos velhos — disse .
— Se estamos velhos, não sei, mas é bom todo mundo ir dormir, porque amanhã responsabilidades da vida adulta nos chamam. — Lembrei, colocando as xícaras na pia.
— Vamos, né, fazer o quê? — Disse Harry se arrastando para fora da cozinha.
Harry e subiram a escada na frente. Eu parei para falar com o Ed antes de subir.
— Obrigada pela conversa e pelas lembranças. Boa noite — falei e dei um beijo na bochecha dele.
— Boa noite, , durma com os anjos.
Eu subi para o meu quarto mais leve e, depois de passar no banheiro para escovar os dentes, deitei na minha cama com um sorriso bobo no rosto. Não demorou muito e eu peguei no sono, sonhando com aqueles quatro jovens que nós fomos, que não tinham medo de serem felizes.
Acordei no outro dia renovada e, quando desci para o café da manhã, o Ed já havia saído para ir até o pub ver se conseguia a vaga de vocalista da banda. Eu também saí de casa logo em seguida, ia passar o dia todo fora trabalhando e o Harry e a também, então eu só encontraria todos a noite na hora do jantar. Quando cheguei, o Harry já estava na cozinha preparando o jantar e a estava jogada no sofá da sala.
— Nossa, maninho, o cheiro da sua comida está chegando lá fora.
— Já está quase pronto, . — Harry gritou da cozinha.
— O Ed ainda não chegou? — Perguntei para .
— Ainda não, mais um pouco e ele perde o jantar.
Eu ajudei a a arrumar a mesa e nós já estávamos nos sentando para comer quando o Ed chegou.
— Até que enfim hein, achei que tinha perdido o caminho de casa — disse .
— Desculpa, gente, foi tudo tão corrido que não tive tempo de ligar e avisar que ia demorar.
— Se você tivesse um celular, isso não aconteceria, sabe? — Ironizou .
— Para de implicar com seu irmão, menina — falei dando um tapinha no braço da . — E aí Ed, conseguiu a vaga?
— Vocês estão olhando para o mais novo vocalista da banda!
— Ai que maravilha! — Falei levantando e abraçando o Ed.
— Parabéns, cara, fico feliz por você — disse Harry.
— Ok, estou orgulhosa de você, querido irmão.
— Eu demorei porque aproveitamos para ensaiar um pouco, começo amanhã na banda.
— Isso merece uma comemoração — disse Harry.
— Comemoração eu não sei, mas eu faço questão que vocês estejam no pub amanhã para assistir a minha estreia.
— Nem precisava pedir, né — falei.
Conforme combinado na noite seguinte, nós três fomos até o pub ver o Ed tocar. Ele estava super à vontade em cima do palco, parecia que já fazia parte da banda há muito tempo e os clientes gostaram muito.
— Arrasou, irmão — disse quando Ed teve uma pausa e veio se sentar conosco.
— Ed, essa sua voz é realmente espetacular — falei.
— Quer um babador, ? — Harry perguntou divertido.
— Harry, vou te mandar à merda já, já.
Nós estávamos conversando quando a menina que tocava teclado na banda se aproximou.
— Oi Ed, o pessoal da banda perguntou se você não quer sentar conosco lá no camarim.
— Não Jenny, meus amigos e minha irmã vieram me ver, então vou ficar aqui com eles, mas obrigado. Aliás, gente, essa é a Jenny.
— Prazer em conhecê-los. Te vejo daqui a pouco em cima do palco, Ed. — disse a garota, mas antes de sair ela se abaixou e deu um beijo na bochecha do Ed.
Eu, e Harry ficamos olhando a cena meio sem entender.
— Mas o que foi isso? — perguntou.
— Ela te conhece há dois dias e já está nessa intimidade toda?
— Cara, ela é gata, você podia investir — disse Harry.
— Você podia ficar quieto, Harry. Ela é uma atirada, isso sim. — Falei um pouco alterada.
, por acaso você está com ciúmes? — perguntou ele.
— O quê? Não, nada a ver, só estou falando a verdade.
— Eu não queria concordar com o Harry, mas eu senti uma pontada de ciúmes aí — disse .
— A não tem motivo para ter ciúmes, eu mal conheço a garota, ela só está tentando ser simpática. E mesmo que ela queira algo a mais, eu não estou interessado.
— Eu não estou com ciúmes! Que coisa vocês — falei emburrada.
Era mentira, eu estava com ciúmes sim, eu só não queria admitir isso para mim mesma. Eu sempre tive a atenção do Ed só para mim e nunca me vi ameaçada por nenhuma concorrência, então ver que ele chamava sim a atenção das garotas e que podia se apaixonar por outra mulher que não fosse eu feriu meu ego. Tentei esquecer aquilo e aproveitar o resto da noite, mas por dentro aquilo ainda estava me consumindo. Chegamos tarde em casa e quando eu me joguei na minha cama peguei no sono de imediato. No dia seguinte, para minha sorte, meus companheiros de casa não falaram mais sobre o ocorrido da noite anterior.
— Que bom que todo mundo já acordou, porque eu tive uma excelente ideia que quero compartilhar com vocês — disse Harry.
— Eu tenho tanto medo das ideias que saem da cabeça do Harry — respondeu .
— Nós estávamos falando aquele dia sobre as viagens que já fizemos juntos e eu fiquei pensando, e se nós fossemos acampar no próximo final de semana?
— Ir para o meio do mato, cheio de bichos, mosquitos, sem chuveiro quente, dormir numa barraca. Desde quando isso é uma excelente ideia, Harry? — Perguntei.
— Irmãzinha do meu coração, eu não sei se você sabe, mas existe uma coisa chamada camping, que é uma grande área verde onde as pessoas podem acampar em trailers ou barracas. Nesses lugares tem toda uma infraestrutura de energia elétrica, banheiro e lugar para tomar banho.
— Ainda assim vou ter que dormir no chão.
— Estou com a nessa, não sei se a ideia me agrada.
— Ah qual é, meninas, vai ser legal! Podemos fazer chocolate quente com marshmallow, tocar violão em volta da fogueira… vai ser divertido — disse Ed.
— A gente não pode fazer isso na sala de casa, não? Com exceção da fogueira, é claro — disse .
— Vocês estão parecendo duas velhas! Cadê o espírito de aventura que costumávamos ter? — Reclamou Harry.
— Nosso espírito aventureiro ficou preguiçoso nos últimos anos — falei.
— O Harry tem razão, parem de ser velhas. Acho que vai ser uma ótima oportunidade de relembrarmos os bons tempos.
— Vocês não vão desistir disso, né? — Perguntei e as caras de crianças travessas do Harry e do Ed foram resposta o suficiente.
— Ah que seja, vamos a esse camping então! — Cedeu e os meninos comemoraram.
Eu não era a pessoa mais amante da natureza do mundo, me enfiar no meio do mato não era mesmo a minha cara, mas depois, parando para pensar, comecei a gostar da ideia de acampar com meus amigos e meu irmão. Quando estávamos juntos, tudo se tornava divertido, então isso não seria diferente. Além disso, essa era mesmo uma ótima oportunidade de relembrar os velhos tempos.
Nós começamos a nos preparar para o tal acampamento, compramos comida, sacos de dormir e fomos atrás de barracas.
— Temos que comprar três barracas.
— Por que três? — perguntei.
— Ué, uma pra mim e pra , outra para o Ed e outra para você.
— Não precisa, gente, podemos comprar duas barracas grandes e eu divido uma com o Ed.
— Eu apoio totalmente essa ideia — disse Ed.
— Nem pensar que eu vou deixar você dividir a barraca com a minha irmã.
— Cara, o que você acha que eu posso fazer com a , hein?
— Prefiro nem pensar.
— O problema não é o que o Ed pode fazer com a , mas sim o que a pode fazer com o Ed — disse .
— Ah pronto, olha a outra! Agora mesmo que eu faço questão de dividir a barraca com o Ed! — Exclamei saindo em direção à sessão de barracas.
, volta aqui, essa discussão ainda não terminou! — Chamou Harry.
No fim eu venci e compramos só duas barracas. Com tudo pronto só nos restou esperar o dia do acampamento chegar e não demorou muito até que colocássemos o pé na estrada. Começamos a viagem super bem, com a reclamando o caminho inteiro que estava sendo obrigada a ir para o meio do mato e comigo quase matando todo mundo sufocado dentro do carro, porque eu passei tanto repelente que o cheiro tomou conta do veículo.
— Eu não sei o que é pior, morrer sufocado com repelente ou dirigir o caminho todo com a reclamando no meu ouvido — disse Harry quando estacionamos no camping.
— Você me trouxe para cá porque quis, agora aguenta — disse rabugenta.
— Ed, dá um jeito na sua irmã.
— Meu amigo, você é o namorado. A partir do momento que você aceitou estar em um relacionamento com ela, ela se tornou um problema só seu.
— Se os dois não pararem de falar de mim, eu jogo vocês na primeira fogueira que eu encontrar nesse camping.
— Amiga, que coração peludo.
— Fica quieta também, , porque tá todo mundo protegido contra mosquitos até o fim da vida graças a você. — arrancou sua mochila de dentro do carro.
— Vamos descarregar o carro e procurar logo um lugar para montar as barracas — disse Harry.
— Um lugar bem isolado de preferência, eu não quero socializar com ninguém que não faça parte do meu pequeno círculo de convivência — disse .
Nós tiramos as coisas do carro e logo encontramos um ótimo lugar para montar nossas barracas. Os meninos ficaram encarregados de montar as barracas enquanto eu e a fomos até a administração do camping preencher os documentos de entrada. Quando tudo já estava pronto, sentamos para descansar e o Harry foi dar uma volta.
— Gente, eu estava conversando com algumas pessoas pelo camping e disseram que tem uma cachoeira aqui perto. O que vocês acham de irmos até lá? — Disse assim que voltou.
— Eu acho uma boa — respondeu Ed.
— Não vamos achar nada mais divertido por aqui, então vamos à cachoeira — falei.
Vestimos nossas roupas de banho e seguimos a trilha até a cachoeira. No fim valeu a pena, porque o lugar era lindo. Eu, o Ed e o Harry logo entramos na água e a ficou sentada na beira só olhando. Claro que o Harry foi até ela, pegou ela no colo e jogou ela na água. A xingou até a sétima geração da nossa família e achei que ela ia afogar o Harry de verdade. Mas ele era mais forte e os dois começaram uma guerra na água. Eu estava me divertindo assistindo tudo e rindo, até que o Ed achou que era uma ótima ideia me afundar na água também. Então nós começamos nossa própria guerra, até que eu subi nas costas dele rindo sem parar. Então eu percebi que o Harry e a tinham parado de tentar afogar um ao outro e estavam nos olhando.
— O que foi, vocês dois? — perguntei ainda pendurada nas costas do Ed.
— A gente só estava olhando vocês dois juntos e pensando que até que vocês combinam. — disse Harry. — Talvez a gente devesse parar de tentar impedir vocês de ficarem juntos.
Eu desci das costas do Ed e fui até o meu irmão.
— Harry, para de falar besteira — falei e em seguida afundei meu irmão na água.
Nós ficamos mais um tempo curtindo a cachoeira até que começamos a sentir frio e saímos da água. Quando a noite caiu, nós acendemos uma fogueira, fizemos chocolate quente e assamos marshmallows.
— Eu acho que para ficar com mais clima de acampamento ainda, o Ed devia pegar o violão e tocar pra gente. — Sugeriu Harry.
— Sim Ed, faz isso, por favor! — Pedi.
— Tudo bem, vou buscar o violão.
Ed pegou seu violão e se sentou novamente em volta da fogueira.
— O que vocês querem que eu toque?
— Você que decide, irmãozinho — disse encostando a cabeça no ombro do Harry.
Ed pensou por um tempo até que se decidiu.
— Certo, vou tocar uma música que eu compus há bastante tempo, mas que eu gosto muito. Se chama One.
Então ele começou a dedilhar o violão e cantar a música. Poderia ser uma música qualquer se não fosse pela letra, podia ser minha imaginação, mas eu senti que aquela música era diretamente para mim.

Tell me that you turned down the man
Who asked for your hand
'Cause you're waiting for me

And I know you're gonna be away a while
But I've got no plans at all to leave

And would you take away my hopes and dreams
And just stay with me

All my senses come to life
While I'm stumbling home as drunk as I
Have ever been, and I'll never leave again
'Cause you are the only one
And all my friends have come to find
Another place to let their hearts collide
Just promise me you'll always be a friend
'Cause you are the only one

Take my hand and my heart and soul
I will only have these eyes for you

And you know, everything changes
But we'll be strangers
If we see this through

You can stay within these walls and bleed
But just stay with me

All my senses come to life
While I'm stumbling home as drunk as I
Have ever been, and I'll never leave again
'Cause you are the only one
And all my friends have come to find
Another place to let their hearts collide
Just promise me you'll always be a friend
'Cause you are the only one

I'm stumbling off drunk
Getting myself lost
I am so gone

So tell me the way home
I'm listening sad songs
Singing about love
Where it goes wrong

All my senses come to life
While I'm stumbling home as drunk as I
Have ever been, and I'll never leave again
'Cause you are the only one
And all my friends have come to find
Another place to let their hearts collide
Just promise me you'll always be a friend
'Cause you are the only one

Quando o Ed terminou de cantar, olhou para mim como se quisesse confirmar o que eu estava pensando.
— Caramba, que depressivo você, irmão — disse divertida e nós acabamos rindo.
Ficamos mais um tempo conversando até que decidimos dormir. Eu entrei na barraca e me deitei, Ed veio logo em seguida. Ele deitou no saco de dormir dele e ficou de frente para mim.
— Está pensando em quê? — Ed perguntou vendo que eu ainda estava acordada.
— Nada importante.
— Qualquer coisa que venha de você é importante.
— Você tem que parar de levantar tanto a minha moral, sabe.
— Desculpe, não consigo evitar.
Ficamos um momento em silêncio até que o Ed voltou a falar.
, eu sei que não é da minha conta, mas eu posso perguntar o que o Peter fez para você terminar com ele?
— Ele me traiu.
— O quê? Mas que filho da... — Ed começou a falar, mas eu o interrompi.
— Eu peguei ele com uma caloura da faculdade.
— Ele realmente mereceu que você tenha perdido o anel de diamantes.
— Quando tudo aconteceu, sabe a única coisa que eu conseguia pensar? Eu pensei assim: “O Ed jamais faria isso comigo.”
— Não mesmo. Eu deveria ter te levado naquele baile.
— Eu estava esperando você me chamar, por que você não chamou? Por que deixou o Peter passar à sua frente?
, você sabe que eu era meio tímido. Eu estava tentando tomar coragem, mas ele foi mais rápido. E eu jamais imaginei que desse baile nasceria um relacionamento sério entre vocês.
— Nem eu imaginava isso. Ed, me diz uma coisa: aquela música que você cantou...
— Sim, eu compus ela para você. No dia em que a me disse que você tinha ficado noiva do Peter, eu tomei o pior porre de toda minha vida, cheguei em casa bêbado e escrevi aquela música.
— Eu sinto tanto por ter causado esse tipo de sofrimento em você.
— Não sinta, e quer saber? Isso não importa mais, o que importa é que você percebeu a tempo quem ele era e que agora nós estamos aqui juntos de novo, nós temos a vida inteira para ficar juntos se quisermos.
— Você é uma das melhores pessoas que eu já conheci. Seu coração é tão bom e tão puro, às vezes eu penso que o mundo não te merece, Ed.
— Você me merece.
— Será mesmo?
— Eu não tenho dúvidas disso.
Eu estiquei a mão e comecei a acariciar os cabelos ruivos do Ed, igual eu fazia quando nós éramos adolescentes. Então eu olhei para aquele par de olhos azuis, aquele pedaço de céu que ele tinha dentro dos olhos, eu nunca encontrei olhos tão sinceros.
— Tem tanto de você em mim, na minha história, na minha vida… — falei.
— Nossas histórias são uma só e eu sempre achei que nós também devíamos ser um só.
Então nós não dissemos mais nada, o Ed se aproximou mais de mim e eu fechei os olhos. Logo eu senti os lábios quentes dele tocarem nos meus delicadamente e depois ele me puxou pela cintura e me beijou com toda vontade possível. Eu entrelacei meus dedos nos cabelos dele e correspondi ao beijo. Depois de um tempo, nós nos afastamos e ficamos nos olhando em silêncio.
— A gente não devia ter feito isso — falei finalmente.
— Por que não? Se nós dois queríamos, não tem motivos para não acontecer.
— Ed, você é meu melhor amigo, sua amizade é uma das coisas mais importantes da minha vida e eu não quero perder isso por causa do que venha a acontecer entre nós.
, você nunca vai me perder, eu sempre vou fazer parte da sua vida de um jeito ou de outro.
— Mesmo assim, eu estou um pouco confusa e por enquanto acho melhor a gente parar por aqui.
— Tá tudo bem, eu já esperei tanto tempo, não me importo de esperar mais.
— Você não existe — falei acariciando o rosto dele. — Acho melhor a gente dormir.
— Como você quiser.
Eu enterrei minha cabeça no peito do Ed e ele me abraçou. Fechei meus olhos e não demorou muito até que eu pegasse no sono. Eu dormi um sono profundo e tranquilo até ser acordada antes que a manhã chegasse.
, acorda. — Ed chamou me sacudindo de leve.
Abri um olho e vi que ainda estava escuro lá fora.
— Que horas são?
— São cinco da manhã.
— Ed, pelo amor, por que você está me acordando de madrugada?
— Quero te levar para ver uma coisa.
— Isso não pode esperar amanhecer não?
— Com certeza não.
— Eu estou com vontade de te matar por me acordar.
— Depois você volta a dormir, . Vamos, vai, por favor.
Bufei, mas acabei cedendo e me levantei. Ed pegou uma lanterna e caminhamos para fora da barraca. Nós fomos até uma parte do camping onde dava para ver o horizonte e nos sentamos no chão.
— O que estamos esperando, afinal?
— Não seja ansiosa, você já vai ver.
Então olhei para frente e o sol começou a nascer no horizonte, a escuridão aos poucos dando lugar à luz do dia.
— Era isso que eu queria te mostrar, o nascer do sol.
— É realmente lindo.
— Não tão lindo quanto você, mas é incrível mesmo.
Eu entrelacei meu braço no do Ed e repousei minha cabeça no ombro dele. Eu sabia que Ed era o cara mais especial que eu já havia conhecido em toda a minha vida, eu sabia que namorar com ele seria a coisa mais maravilhosa desse mundo, porque ele era o tipo de homem que sabe como fazer uma mulher se sentir uma rainha. Ainda assim eu tinha medo de dar esse passo, eu tinha medo de que de alguma forma as coisas não funcionassem entre nós e eu acabasse estragando tudo.
Depois de vermos o sol nascer, eu e o Ed voltamos para nossa barraca e dormimos mais um pouco. Levantamos algumas horas mais tarde, com a e o Harry já de pé também. Tomamos nosso café da manhã e em seguida começamos a arrumar as coisas para voltar para casa. Chegamos em casa pouco antes da hora do almoço, o Harry logo foi para cozinha preparar algo pra gente comer, enquanto isso eu fui arrumar minhas coisas no meu quarto.
— Então você está aí. — disse entrando no meu quarto.
— E onde mais eu estaria?
— Vai, pode começar a falar.
— Falar o quê, menina? Do que você está falando?
— Não se faça de boba, , você acha que não percebi o climinha entre você e o Ed no caminho de volta? Quero saber o que foi que aconteceu dentro daquela barraca.
— Por acaso eu fico perguntando o que você fez com meu irmão dentro da sua barraca?
— Não precisa perguntar, você sabe muito bem o que a gente fez. Eu já fui obrigada a ir nesse acampamento, o mínimo que eu poderia fazer para me sentir melhor era usar e abusar do corpinho do seu irmão.
— Poupe-me dos detalhes, por favor.
— Não fuja da conversa mudando de assunto não, a pauta aqui é você e o Ed.
— Não aconteceu nada, , a gente só ficou conversando, ele me disse que aquela música que ele cantou ele compôs para mim quando soube que eu tinha ficado noiva do Peter.
— Ah, mas nem precisava ele dizer né, isso estava na cara. E o que mais?
— E aí rolou um clima e a gente se beijou. Pronto, está satisfeita?
— AHAM! Eu sabia, tinha certeza que você ia se aproveitar da situação.
— Não me aproveitei de nada, ele me beijou e eu correspondi.
— E depois?
— Depois nada, nós não dormimos juntos, se é isso que você quer saber. Na verdade, a única coisa que a gente fez foi dormir realmente, abraçados, mas totalmente vestidos, ok?
— E deram uma escapada de madrugada — disse e eu olhei para ela como se perguntasse como ela sabia. — Que foi? Eu tenho sono leve.
— Ele só queria me mostrar o nascer do sol.
— Esse meu irmão é pura insulina, viu, parece você. Mas e aí? Vocês se beijaram e em que status está o relacionamento de vocês?
— Em status nenhum, eu disse que deveríamos parar por ali por enquanto. Fiquei confusa, preciso pensar melhor sobre isso, porque não quero de jeito nenhum estragar nossa amizade.
— Ou seja, vai enrolar meu irmão.
— Oh , você pode, por favor, decidir se você é contra ou a favor de eu ter um romance com o seu irmão?
— Ainda não sei qual a minha posição, estou confusa também. — disse e nós caímos na risada.
— Você é muito palhaça.
— Falando sério agora, o Ed gosta de você desde sempre, ele sempre foi totalmente apaixonado por você. Agora você precisa saber o que você sente por ele.
— Eu sei disso, é exatamente por saber o que ele sente por mim que eu quero ir com calma, não quero magoá-lo.
— É bom mesmo que não queira, ou serei obrigada a sair do tapa com você.
— Não se preocupe com isso. Mas eu tenho que admitir uma coisa, seu irmão beija tão bem, fiquei imaginando que ele deve fazer bem outras coisas também, porque ele tem pegada. — falei rindo.
— Ah , por favor, não quero saber dessas coisas não. Eu vi aquela bunda branca quando ele ainda usava fraldas, pare de poluir minhas memórias de infância.
Apesar da conversa descontraída com a , essa situação com o Ed me deixou preocupada. Por sorte, acabei recebendo uma distração inesperada que deixaria esse assunto em segundo plano por enquanto.
— Ótimo encontrar todos vocês reunidos, porque preciso fazer um comunicado. — Anunciei no dia seguinte quando desci para o café da manhã. — Harry, a mamãe ligou.
— Essa frase me dá arrepios. O que ela queria?
— Nossa prima, Bethany, vai se casar.
— Não acredito que ela encontrou alguém que suporte ela!
— Pois é, milagres acontecem. E como eu trabalho com eventos, a mamãe achou que seria uma boa ideia eu organizar o casamento da Bethany.
— Se lascou, irmãzinha — Harry disse rindo.
— Não sei por que você está rindo, a mamãe também achou que seria uma boa ideia você organizar o buffet do casamento.
— Como é que é?
— Isso mesmo que você ouviu e, antes que vocês dois comecem a rir, já aviso que vocês também estão envolvidos nessa — falei apontando para o Ed e para .
— Como assim? — Ed perguntou.
— Eu disse para minha mãe que você voltou, Ed, e que é vocalista de uma banda, então ela quer contratar sua banda para tocar no casamento.
— Acho que eu não posso recusar, né?
— Você é quem sabe, se quiser dizer um não para a Sra. Styles fica a seu critério.
— Vai ser um prazer tocar nesse casamento, eu vou falar com a sua mãe para discutir sobre o valor do meu cachê e da banda.
— Vai, , fala logo, o que sua mãe, vulgo minha sogra, achou que seria uma boa ideia eu fazer?
— Ela quer que você desenhe a tiara que a Bethany vai usar no casamento. Vai ser o presente de casamento dela para minha prima.
— Ótimo, vou começar a fazer isso hoje mesmo.
— É bom começarmos mesmo, porque temos um mês para organizar tudo.
— Um mês? Por que tanta pressa em casar? — Ed perguntou.
— Aposto que ela está com medo do noivo fugir — disse Harry.
— A pressa não tem nada a ver com a fuga do noivo.
— Deixa eu adivinhar, ela está grávida e não quer que a barriga apareça? — perguntou.
— Exatamente isso.
— Que seja então, mãos à obra, pessoal — disse Harry.
— É isso aí, gente, daqui a um mês vamos para Framlingham, Suffolk. — Eu disse e logo em seguida senti um frio na barriga só de pensar em voltar para minha cidade.
Claro que seria ótimo visitar meus pais, rever a família, mas depois que eu e o Ed nos beijamos, voltar à cidade onde crescemos juntos não ia ajudar muito a resolver a confusão de sentimentos que eu estava. Nós quatro passamos as 4 semanas seguintes na maior correria por causa desse casamento e, quando eu me dei conta, já era o final de semana da festa. Nós fizemos as malas e seguimos para Suffolk na sexta-feira à noite. O casamento seria no sábado, então queríamos já amanhecer por lá para começar a organizar tudo. Assim que estacionamos na frente da casa dos meus pais, foi como se um filme passasse pela minha cabeça, toda minha infância e adolescência passando diante dos meus olhos. Minha mãe saiu para nos receber assim que ouviu o barulho do carro.
— Ah não acredito, meus bebês! — Minha mãe disse abraçando eu e o Harry. — Filhos desnaturados que não me visitam!
— Aí! Por que só eu apanho? — Reclamou Harry quando minha mãe deu um tapa no braço dele.
, minha nora! — Minha mãe voltou sua atenção para . — Quando você e o Harry vão se casar de verdade e me dar netos?
— Mãe, eu já disse que eu e a estamos muito bem morando juntos e que não pretendemos ter filhos.
— Vocês, jovens modernos! — Disse minha mãe pousando seus olhos logo em seguida no Ed. — Mas se não é o Edinho! Meu filho, você continua muito bonito.
— Obrigado. — Ed respondeu completamente vermelho.
— Você ainda está solteiro?
— Sim, ainda estou solteiro.
, ouviu isso? Ainda dá tempo de você fazer alguma coisa.
— Ok mãe, chega de constranger seus filhos por hora. Nós vamos pegar nossas malas e nos instalar — falei indo até o carro. — E o papai?
— Está lá dentro esperando vocês.
— A gente vai ver nossos pais, depois nos falamos. — disse Ed.
— Vocês não querem vir junto? — perguntou divertida.
— Não, obrigada, vamos deixar para sermos constrangidos pela sua mãe depois. — falei seguindo para dentro de casa.
A casa dos pais da e do Ed era bem ao lado da nossa, crescemos sendo vizinhos de porta. Quando entramos em casa, nosso pai nos recebeu cheio de abraços e sorrisos e, ao contrário da minha mãe, ele não fazia perguntas que nos constrangessem. Logo depois eu subi para o meu antigo quarto, que não havia mudado nada desde que eu saí de casa, minha mãe não quis mexer nele. Ainda tinha os meus pôsteres de boybands colados na parede e ursos de pelúcia sobre a cama. Na cômoda havia uma foto minha com o Harry, a e o Ed quando ainda éramos adolescentes. Eu me joguei na cama e olhei para o teto, lembrando especialmente de tudo que passei do lado do Ed, e agora estávamos de volta à cidade juntos. Algo dentro de mim me dizia que aquele final de semana ia mudar nossas vidas para sempre.
Nós reunimos as duas famílias para o jantar e foi uma disputa de qual mãe conseguia constranger mais os filhos, mas no fim nós sobrevivemos. Eu estava sentada na janela da sala depois do jantar, nossos pais sentados no sofá conversando animados, enquanto eu olhava para fora com uma mistura de sentimentos dentro de mim que eu não conseguia entender.
— Quer chá? — Ed perguntou se aproximando, me estendendo uma caneca e sentando de frente para mim.
— Obrigada — falei aceitando a caneca e assoprando o chá quente.
— E esse olhar perdido aí? Você parece triste.
— Não é nada, bobagem minha.
Ed esticou o braço e pagou minha mão, entrelaçando nossos dedos.
— Você sabe que qualquer coisa eu estou aqui né?
— Eu sei.
— Olha lá, eu sempre disse para você que eles ficam muito bem juntos! — Ouvi minha mãe dizer para mãe do Ed e nós rimos.
— Eu tenho que concordar com a sua mãe. — Ed disse piscando para mim.
— Filho, vem aqui me ajudar, por favor. — O pai do Ed gritou.
— Já vou, pai. — Ed respondeu se levantando.
Ele me deu um beijo na bochecha e saiu em seguida. Um pouco depois eu subi para o quarto para dormir, o dia seguinte ia ser puxado e teríamos que acordar muito cedo, então eu queria estar descansada. No dia seguinte a casa já estava cheia de barulho logo pela manhã, com todo mundo correndo para organizar a festa a tempo. O casamento ia ser no jardim da casa dos meus pais, portanto tínhamos que montar tendas, organizar as mesas e mais um milhão de coisas. Minha equipe de trabalho veio para me ajudar, mas no fim toda a família também acabou colocando a mão na massa.
— Tio, por favor, me ajuda aqui! — Pedi vendo o pai da Bethany entrar na sala.
Eu estava com um vaso enorme de flores na mão.
— O que você precisa, querida?
— Leva esse vaso lá para fora e entrega para alguém da minha equipe, por favor.
— Claro, pode deixar.
, eu preciso que você vá lá fora ver o local do palco onde a banda vai tocar — disse Ed entrando na sala.
— Nossa, me esqueci completamente disso, vamos ver isso agora.
— Olha só o pequeno Edinho! — Meu tio tentou estender a mão para cumprimentar o Ed. — Como está, meu rapaz?
— Tudo bem, obrigado.
— E aí, quando você vai pedir minha sobrinha em casamento?
— Acho que você está fazendo confusão, minha irmã namora o Harry, mas eu e a somos só amigos.
— Eu sei muito bem que a namora o Harry, estou falando de você mesmo. Já está mais do que na hora de você e a ficarem juntos também.
— Tio, para de falar besteira e vai fazer o que te pedi, por favor.
— Tudo bem, já estou indo, mas que coisa.
— Meu Deus do céu, o que está acontecendo com a minha família? O clima de casamento despertou o cupido que existe neles? — Falei enquanto Ed ria. — Para de rir! Vamos logo ver seu palco.
Continuamos na correria para organizar tudo a tempo, o Harry também estava enlouquecido na cozinha, ele queria que o buffet ficasse perfeito.
— Eu vou matar o seu irmão! — disse enquanto eu arrumava as mesas.
— O que aconteceu, hein?
— Ele me pediu ajuda para organizar os docinhos na bandeja e está lá agora dando um piti feito uma moça só porque eu roubei um bem casado.
Parei de fazer o que eu estava fazendo e olhei para a cara de pau da minha amiga.
— Um bem casado?
— Ok, talvez tenham sido dois bem casados e um camafeu, mas quem vai sentir falta, gente?
— Não vou nem te responder, , até parece que você não conhece seu namorado.
— Aí está você! — Harry saiu da cozinha e foi até o jardim gritando.
— Harry, se você veio brigar comigo de novo por causa dos docinhos, saiba que não estou afim! — disse .
— O quê? Não é nada disso. Você está proibida de entrar na minha cozinha sim, mas eu vim aqui atrás da .
— O que aconteceu?
— Uma tragédia, eu diria.
— Seja mais específico, Harry.
— Eu estava confeitando o bolo e o glacê acabou, fui fazer mais e, para minha surpresa, não tem mais açúcar de confeiteiro.
— E desde quando isso é uma tragédia? Você está ficando mais dramático do que eu, viu.
— Será uma tragédia se ninguém for comprar o açúcar para mim, teremos um bolo confeitado pela metade.
— E você quer que eu vá comprar sendo que estou organizando tudo?
— Eu só preciso que alguém vá comprar, qualquer pessoa.
Olhei ao redor e todos estavam ocupados.
— Quer saber, deixa que eu mesma vou. — falei entregando a montanha de guardanapos que eu segurava para . — Vai colocando esses guardanapos nas mesas, , por favor. Pelo menos isso você não pode comer, né.
— Nossa, que engraçada você, .
Fui para dentro de casa pegar a chave do carro e já estava saindo quando o Ed me chamou.
— Aonde você vai?
— Comprar açúcar de confeiteiro para o meu querido irmão.
— Quer que eu vá com você? Eu posso dirigir.
— Ah, por favor, seria ótimo.
Joguei a chave para o Ed, entramos no carro e seguimos. Havia um mini mercado próximo da minha casa, esse mercado existia desde a nossa infância e nós costumávamos ir até lá comprar doces e todo tipo de besteira para comer. Assim que o Ed estacionou na frente do mercado, eu desci apressada e entrei em busca do tal açúcar. Não demorei a achar e segui para o caixa com o Ed atrás de mim.
— Hey, você não é a menina dos Styles? — A pessoa do caixa perguntou para mim.
— Sr. Smith? — Perguntei olhando direto para o homem.
— Eu mesmo! Como você está crescida menina e bonita.
— Obrigada.
— E você é o filho caçula dos Sheeran?
— Sim, sou.
— Minha nossa, lembro como se fosse ontem, vocês e seus irmãos pequenos vindo aqui comprar doces. O seu irmão ainda namora com a irmã dele?
— Namora sim, estão juntos desde o colegial. Nós moramos todos em Londres agora, fizemos faculdade por lá e ficamos de vez, com exceção do Ed que estava na Irlanda e voltou há pouco tempo.
— Eu lembro que os irmãos de vocês brigavam muito quando eram crianças, já vocês dois estavam sempre em harmonia. Que engraçado, eu podia jurar que vocês acabariam como um casal um dia.
— Para você ver como é a vida, né. — falei completamente sem graça e vermelha. — Obrigada Sr. Smith, agora temos que ir, porque estamos com pressa.
Eu paguei e sai apressada de dentro do mercado, me enfiando dentro do carro.
— Não fala nada. — disse quando o Ed entrou do lado do motorista com um sorrisinho.
— Mas eu não disse nada mesmo.
— E pode tirar esse sorriso do rosto.
Ed só balançou a cabeça e deu a partida. Voltamos para minha casa e eu entreguei o bendito açúcar para o meu irmão, que foi terminar de confeitar o bolo. Eu continuei na minha correria para deixar tudo pronto a tempo e no fim a decoração do local ficou linda. Quando terminei tudo, subi para me arrumar, ainda precisava fazer cabelo e maquiagem. Escolhi um vestido verde esmeralda, o corpete frente única era todo rendado e a saia do vestido descia solta até o pé. Coloquei uma sandália prata de salto alto, fiz um coque no cabelo deixando apenas alguns fios soltos e uma maquiagem em tons suaves nos olhos e batom vermelho. Quando desci as escadas, encontrei o Harry e a também já devidamente vestidos.
— Olha só que está vestida de mulherzinha hoje. — Impliquei com a .
— Me sinto uma palhaça nessas roupas, por mim eu ia de pijama.
— Minha prima te expulsaria da festa com certeza.
— Nem ligo, nunca fui com a cara dela mesmo. Ou ela pensa que eu não sei que ela queria pegar o Harry quando éramos adolescentes?
— Só queria mesmo, eu tenho bom gosto, não ia pegar aquela baranga. — disse Harry.
— Harry, a Bethany não é feia, vai.
, a única mulher bonita nesse mundo para mim se chama .
— Pensei que você estivesse puto com ela, porque ela roubou os doces do casamento.
— Eu ameacei fazer greve de sexo se ele não parasse de falar da porcaria desses doces, agora ele está tentando me agradar.
— Ah, agora eu entendi — falei rindo. — Cadê o Ed?
— Já está lá fora ajustando os instrumentos. — disse .
— Ok, vamos também, né. — falei e saí para o jardim junto com o Harry e a .
O jardim já estava cheio, as pessoas circulando e aguardando enquanto a noiva terminava de se arrumar. O Harry logo correu para perto da mesa onde o bolo estava para dar um último ajuste. Avistei de longe o Ed em cima do palco e ao lado dele estava a tecladista da banda, a tal de Jenny.
— Então a Jenny veio.
— Claro que sim, , ela faz parte da banda.
— Eu acho que vou até lá ver se eles precisam de alguma coisa.
— Larga mão de ser mentirosa, você vai até lá para marcar território, isso sim. Mas nesse caso te dou maior apoio, porque não gostei muito dessa Jenny.
Revirei os olhos para minha amiga, mas segui até onde o Ed estava. Assim que me viu, ele me mediu de cima a baixo e depois desceu do palco para falar comigo.
— Você está linda!
— Você também está muito bonito nesse terno. — falei ajeitando a gravata do Ed. — Vocês estão precisando de alguma coisa?
— Não, está tudo certo.
Eu olhei de relance para Jenny e vi que ela estava nos encarando, então me aproximei mais do Ed.
— Que foi, está preocupada com a Jenny? — Ed perguntou divertido.
— Eu? Imagina, não sei de onde você tirou isso.
— Vou fingir que acredito em você.
— Ok, se está tudo certo por aqui eu vou circular pela festa e conferir os últimos detalhes.
Eu já ia saindo quando o Ed me segurou pela mão.
— Espera, .
— O que foi? — perguntei me voltando novamente para ele.
Ed chegou bem perto de mim e encostou os lábios na minha orelha.
— Não tem ninguém mais maravilhosa que você nessa festa — sussurrou no meu ouvido e em seguida deu um beijo no meu pescoço.
Eu senti meu coração quase parar e minhas pernas ficaram tão moles que eu pensei que ia desmaiar ali mesmo. Todo sangue do meu corpo subiu direto para minhas bochechas, porque eu sentia elas queimarem.
— Isso é golpe baixo — falei tentando recuperar minha sanidade.
— Cada um usa as armas que tem.
— Tchau Edward! — falei e sai em seguida.
Precisei de mais alguns segundos para me recuperar completamente, porque o calor que subiu pela minha espinha parecia que não ia passar nunca mais. Mas enfim, quando anunciaram que a noiva estava vindo, eu já havia conseguido me recompor. Minha prima foi até o altar ao encontro do seu noivo e a cerimônia foi muito bonita, como costumam ser os casamentos. Depois que eles trocaram alianças, a festa começou e os convidados se dividiam entre comer e dançar ao som da banda do Ed. Eu estava sentada na mesa com o Harry e a comendo, bebendo e rindo muito depois de ter me acabado na pista de dança quando o Ed pediu a atenção dos convidados por um momento.
— Desculpe interromper a diversão de vocês, eu só queria dizer que agora eu vou tocar uma música de minha autoria. Eu compus essa música recentemente e eu acho que a letra fala por si só. O nome da música é Collide.
O Ed começou a tocar e cantar a tal música olhando diretamente para mim e eu quase não consegui acreditar no que eu estava ouvindo.

Oh, yeah, we've been in the rain
Been on the rocks, but we found our way
We've ordered pizza to an aeroplane
Slept on the beach like we were castaways

We've been in the storm
Been to an Irish bar in central Rome
Driven to hospitals with broken bones
We've shared a toothbrush and shared our home

We've seen the moon reflect on the rollin' tide
Been up at 5:00 a.m., watchin' the sunrise
Because the world looks better when I'm by your side
Oh I, oh I, oh I

When you and I collide
You bring me to life
Yeah, you bring me to life
You bring me to life

When you and I collide
You bring me to life
Yeah, you bring me to life
You bring me to life

We've been on the road
We've watched the blossom fall to Earth like snow
Fumbled in cubicles in Tokyo
And been to funerals in rented clothes

Mmm, we drank your father's whiskey when your grandma died
You brought me to the morning through my darkest night
Yeah, the world hurts less when I'm by your side
Oh I, oh I, oh I

When you and I collide
You bring me to life
You bring me to life
You bring me to life

When you and I collide
You bring me to life
Yeah, you bring me to life
Yeah, you bring me to life

Head first, collidin'
Dreamers collidin'
Universe collidin'
Your love let the light in
Head first, collidin'
Dreamers collidin'
Universe collidin'

We made love in the sky
Overslept and missed the northern lights
You lost your wedding ring, but I didn't mind
'Cause I got a feeling, baby, we'll be fine

Se com a outra música eu tive dúvidas se era para mim, essa não tinha como ter qualquer dúvida que fosse. Nossa história estava toda ali na letra, as memórias que nós compartilhávamos. Eu percebi que estava segurando a respiração quando o ar começou a me faltar. A e o Harry olhavam para mim esperando pela minha reação, porque eles sabiam tanto quanto eu o que aquela música significava. Mas eu não consegui dizer nada, a única coisa que eu consegui fazer foi levantar da mesa e sair da festa. Eu entrei dentro de casa e, quando ninguém mais estava vendo, eu deixei toda minha emoção sair de dentro de mim e as lágrimas rolaram pelo meu rosto. Eu estava começando a me dar conta de que não era só o Ed que sentia algo por mim, eu também era desesperadamente apaixonada por ele e esse sentimento me assustava de uma forma que eu não conseguia explicar.
É claro que eu não podia agir como a adulta que sou e encarar a situação de uma vez, era muito mais fácil agir com a adolescente que habita em mim e fugir o máximo que eu pudesse. O Ed até tentou falar comigo quando eu finalmente consegui voltar para festa, mas eu não dei chance e, quando o casamento acabou, eu corri para o meu quarto e me tranquei lá até o dia seguinte. Quando acordei fiquei enrolando um tempo na cama, procurando coragem para encarar o inevitável. Me levantei finalmente, tomei um banho e desci para tomar café, encontrando a sentada no sofá da sala.
— Descer as escadas e te encontrar na sala da minha casa é como voltar no tempo.
— Você fugir de assuntos importantes também é como voltar no tempo.
— Aí não começa, porque eu ainda nem tomei café da manhã. Aliás, vou fazer isso agora.
— Eu vou com você.
— Não tomou café ainda?
— Tomei na minha casa, agora vou tomar na sua.
— Nem falo nada, viu. E os meninos onde estão?
— No jardim, e adivinha fazendo o quê?
— Jogando futebol?
— Isso aí, menina esperta.
— Vamos comer logo, porque estou precisando me afogar em comida.
Eu e a sentamos para tomar café e eu a proibi de tocar no assunto do dia anterior, eu precisava de um minuto de paz pelo menos na hora da refeição. Quando terminamos, ela me ajudou a tirar a mesa e dar uma ajeitada na cozinha.
— Eu preciso fazer umas coisas lá em casa que minha mãe pediu, você vem comigo?
— Vou escovar meus dentes e já te encontro lá.
Assim que a saiu, eu me senti tentada a dar uma espiada lá fora para ver os meninos jogando, e eu teria feito isso se não tivesse ouvido a voz do Ed vindo em direção à cozinha. Eu até tentei sair de fininho, mas não fui rápida o suficiente.
? — Ouvi a voz do Ed atrás de mim.
Girei nos calcanhares. Lá estava o Ed de bermuda, a camiseta do Ipswich Town, seu time de coração, meias brancas e a chuteira na mão. Ele estava todo suado, os cabelos ruivos grudando na testa.
— Oi Ed, bom dia.
— Bom dia — disse Ed se aproximando de mim. — Nós precisamos conversar e você sabe disso, sobre ontem, sobre tudo. Até quando você vai continuar fugindo de mim?
— Enquanto eu puder fugir, eu fugirei.
, isso não tem graça, eu estou falando sério, poxa.
— Eu sei que sim.
— Filha, preciso de um favor. — Minha mãe disse entrando na cozinha.
— Santa mãe, eu faço tudo que você quiser, minha linda. — Respondi indo até ela e dando-lhe um beijo na bochecha.
— O que você quer, menina? Não tenho dinheiro não.
— Mãe, eu trabalho agora, não preciso mais do seu dinheiro.
— Então você só está sendo esquisita mesmo. Enfim, o pessoal que trabalha com você desmontou as tendas e retirou as mesas, e nós já demos um jeito na bagunça do quintal também, mas preciso que os sacos com lixo reciclável sejam levados no depósito.
— Eu até posso fazer isso, mãe, mas vou enfiar um monte de saco de lixo no carro?
— Claro que não, menina. O seu tio deixou a caminhonete aí, é para levar nela.
— Ele ainda tem aquela caminhonete velha? Aquela coisa deve ter uns mil anos.
— É uma caminhonete 1976, um clássico, e você sabe que ele é apegado naquele carro.
— Tudo bem, mãe. Eu faço isso mais tarde, ok?
— Ótimo, obrigada. Outra coisa, vocês não vão sair correndo hoje depois do almoço, vão?
— Não, mãe, só vamos embora amanhã, fica menos cansativo.
— Tudo bem então. Agora eu vou ajudar seu pai a terminar de separar o lixo, assim fica tudo pronto para você levar.
— Ok, preciso subir e escovar meus dentes correndo, porque a está me esperando na casa dela. Tchau para vocês. — Falei saindo da cozinha e deixando o Ed com cara de insatisfeito.
, a gente ainda não terminou a nossa conversa! — Ouvi ele gritar.
— Eu sei, a gente vai conversar, mas não agora. — Gritei de volta.
O Ed não teve escolha senão ir para casa tomar banho e aguardar por outra oportunidade de falar comigo. Eu me mantive ocupada o dia todo, fui para casa do Sheeran e me enfiei com a no quarto dela, passamos o dia vendo filmes antigos, comendo besteiras e jogando conversa fora, exatamente como fazíamos quando éramos adolescentes. Eu acabei jantando na casa deles também e tive que aguentar o Ed o jantar inteiro me encarando. Depois do jantar eu estava deitada no chão da sala com a quando minha mãe entrou com cara de brava.
Styles, como sempre se escondendo na casa dos Sheeran.
— Eu falei que eu vinha para cá, mãe.
— Mas não falou que ia passar o dia todo aqui. E para variar esqueceu das suas responsabilidades. O que foi que eu te pedi de manhã?
— Ai minha nossa, eu esqueci completamente! — Falei dando um pulo e ficando de pé. — O depósito já fechou?
— Agora são sete horas, o depósito fecha às oito da noite, você tem uma hora para ir até lá.
— Mas é uma cabeça de vento mesmo — comentou se sentando no sofá.
— Fica quieta aí. Vou pegar a chave da caminhonete e vou, meu pai já carregou a caminhonete?
— Sim, está tudo lá. Mas agora está muito tarde para você ir sozinha, . Você sabe que aquela parte da cidade é meio isolada, não quero você dirigindo sozinha por lá.
— Não se preocupe, eu levo ela. — Ed disse descendo pela escada e entrando na sala.
— O quê? Não, não precisa, gente, eu sei me cuidar.
— Eu vou me sentir muito mais tranquila se você for com ela, Ed.
— Isso, irmãozinho, vai mesmo.
— Quem vai aonde? — Harry disse descendo logo depois do Ed.
— O Harry! Pronto, o Harry pode ir comigo. — falei grudando no braço do meu irmão. — Harry, eu preciso levar os recicláveis no depósito e a mamãe não quer que eu vá sozinha, você pode ir comigo?
— Eu me ofereci para ir com ela, mas parece que a não quer minha companhia.
Harry olhou para mim, para o Ed e depois para e obviamente um complô contra mim já estava instaurado ali.
— Sinto muito, irmãzinha, você monopolizou minha namorada o dia todo, agora eu vou ficar com ela. Mas o Ed pode te levar — disse Harry se sentando ao lado da e passando o braço pelo ombro dela.
, para de discutir com seu irmão e vai logo antes que feche!
— Eu vou matar vocês quando eu voltar, eu juro. — Sibilei para Harry e , que só me olhavam rindo.
Eu fui até minha casa, peguei a chave da caminhonete e depois segui para o carro, Ed já estava na calçada me esperando. Entramos no carro, ele deu a partida e nós seguimos para o depósito.
— Você vai ficar com medo de mim agora? Porque nem queria que eu viesse com você.
— Eu não estou com medo de você, eu só estou...
— Fugindo, isso eu já sei, eu quero saber quando você vai parar de me evitar. Caramba , eu fiz aquela música pra você, cantei na frente de toda sua família e nem um obrigado eu recebi.
— Obrigada! Está satisfeito?
— Por que você é assim, hein?
— Você me conhece há tanto tempo, já deveria saber como eu sou. E você diz que gosta tanto de mim, tem que gostar como eu sou, cheia de defeitos. — Cruzei os braços e fechei a cara.
Seguimos até o depósito em total silêncio. Quando chegamos lá, o local estava quase fechando, mas conseguimos despachar tudo a tempo. Assim que retornamos para a caminhonete, uma chuva fina começou a cair e, conforme seguíamos no caminho de volta, se transformou em tempestade. Nós estávamos na metade do caminho, passando por uma colina onde costumávamos brincar quando crianças, quando a caminhonete parou.
— O que aconteceu? — Perguntei.
— Acho que enguiçou.
— Só pode ser brincadeira, viu. Aonde você vai nessa chuva? — Perguntei vendo o Ed abrir a porta do carro.
— Preciso ver o que aconteceu.
Ed saiu correndo na chuva e alguns minutos depois voltou.
— E aí?
— Está atolado na lama. Vou tentar dar a partida para desatolar.
Ed girou a chave e começou a tentar sair com o carro, mas não ligava de jeito nenhum, até que ouvimos um barulho forte vindo do motor.
— O que foi isso?
— Esse barulho só pode ter sido o motor, acho que pifou.
— Será que não dá para arrumar?
— Vou olhar.
Ed saiu, abriu o capô da caminhonete e voltou em seguida com uma cara nada boa.
— Só um mecânico para consertar.
— Tudo bem, vou ligar para o guincho.
Peguei meu celular dentro do porta luvas do carro e tive vontade de chorar quando olhei para a tela.
— Não consegue ligar?
— Está completamente sem sinal.
— Deve ser por causa da tempestade.
— Provavelmente, e para ajudar você não tem celular, então ficamos sem opção.
— Vai brigar comigo agora porque eu não tenho celular?
— Deus, o que foi que eu fiz para merecer isso, hein? — Bufei.
— Vamos ter que ficar aqui dentro até essa tempestade melhorar, porque não tem condições de sairmos nessa chuva.
Então um relâmpago cortou o céu bem a nossa frente e eu gritei com o barulho do trovão.
— Ok, não é seguro a gente ficar dentro desse carro.
— Não mesmo, essa lata velha. Eu disse pra minha mãe que essa caminhonete já perdeu a vida útil faz tempo. O que vamos fazer agora?
— Tem uma casa no alto da colina, à gente costumava brincar lá, você lembra?
— Lembro, é um chalé abandonado, mas será que ainda existe?
— Vamos ter que arriscar, porque não temos uma opção melhor.
Nós saímos do carro e subimos a colina correndo, eu mal conseguia enxergar o caminho de tão forte que a chuva estava. Quando finalmente chegamos no topo, para nossa sorte o chalé ainda estava lá e bem preservado, por sinal. Entramos correndo e o Ed fechou a porta.
— Não acredito que esse lugar ainda existe e está tão bem cuidado.
— Esse chalé não é totalmente abandonado, o pessoal daquela igreja que fica aqui próximo cuida desse lugar e às vezes eles cedem para pessoas desabrigadas.
— Quando foi que você descobriu isso?
— Acho que eu tinha uns 15 anos quando descobri. Só na nossa cabeça de criança mesmo que um lugar abandonado ia estar sempre tão limpo como aqui.
— Nós éramos crianças, gostávamos de fantasiar. Mas isso explica porque tem utensílios domésticos e outras coisas aqui.
— E o sinal do celular voltou?
— Nada e logo, logo minha bateria vai acabar também.
Ed tentou acender a luz, mas estava sem energia.
— Claro que tinha que estar sem luz também. Eu posso ligar a lanterna do celular, mas não vai durar a noite toda.
— Vamos usar a lanterna então para procurar vela e fósforo, pelo menos dá para deixarmos acesso durante a noite.
— Boa ideia.
Começamos a vasculhar as gavetas da pequena cozinha do chalé, até que encontrei algumas velas e uma caixa de fósforos. O Ed pegou duas velas e colocou num castiçal velho que ficava no outro cômodo, em seguida ele acendeu.
— Bem melhor assim, com luz. — falei.
Eu estava com um vestido florido e rodado, mas por causa da chuva o tempo havia ficado frio e eu logo comecei a tremer.
— Você está toda molhada, se não se secar um pouco vai pegar um resfriado.
— Você também está molhado, Ed.
— Eu sei, nós dois precisamos nos secar.
Ed foi até o pequeno armário e pegou duas toalhas e cobertores, me entregando uma das toalhas. Ele também pegou alguns travesseiros para que improvisássemos um local para deitar. Nos secamos o máximo que pudemos e depois nos enrolamos nos cobertores tentando nos aquecer.
— Eu acenderia a lareira se tivesse lenha.
— Está tudo bem, esses cobertores vão ajudar.
— Parece que de um jeito ou de outro você vai ter que encarar a conversa que vem adiando comigo, porque não vamos sair daqui tão cedo.
— Pois é, o universo deve estar mesmo de brincadeira com a minha cara.
Ed se levantou e se sentou de frente para mim. Eu hesitei, mas finalmente o encarei.
, se você não quiser falar, não precisa, mas você vai me ouvir.
— Estou ouvindo.
— Eu gosto de você desde que eu me entendo por gente. Quando nós éramos crianças, eu não entendia o que era aquilo que eu sentia, mas com o tempo tudo fez sentido. Você tem noção do quanto eu te amo? Eu tentei gostar de outras mulheres pelo menos metade do que eu gosto de você, mas eu nunca consegui. Eu fui fazer faculdade na Irlanda para me afastar, para tentar te esquecer e meu plano falhou, porque parece que a cada dia que passa eu te amo cada vez mais. Eu voltei, porque a saudade que eu sentia estava ficando insuportável, então resolvi arriscar. E naquele dia que a gente se beijou, eu finalmente me permiti depois de tantos anos ter esperança.
Eu respirei fundo antes de responder.
— Ed, eu sei que eu tenho sido covarde com relação a toda essa situação, mas é porque tudo que eu estou sentindo tem me assustado. Desde que a disse que você estava voltando, eu voltei a sentir tudo aquilo que eu sentia quando éramos jovens, mas que eu nunca entendi o que era de fato. E ontem, quando você cantou aquela música, que, aliás, é linda como tudo que você faz, uma luz se acendeu dentro de mim e eu comecei a ter a real noção do que eu sinto por você.
— E o que você sente por mim?
— Eu sou totalmente apaixonada por você! E mais, hoje eu entendo que eu sempre fui apaixonada por você. É claro que as coisas com o Peter não poderiam dar certo nunca, não só porque ele me traiu, mas porque ele não era você. Eu ficava procurando nele e em todo homem que cruzava meu caminho, você. Eu passei anos desejando que você voltasse pra Inglaterra e, quando você finalmente voltou, eu fiquei sem saber o que fazer ou como agir. — Soltei de uma vez sem ao menos respirar.
— Terminou?
— Terminei.
— Ótimo. Você já disse tudo que eu precisava saber.
Ed então me puxou para junto de si e me beijou apaixonadamente. Eu não tentei resistir, eu não tinha mais forças para isso, eu simplesmente me entreguei ao beijo. Tinha tanta urgência naquele beijo, tanto amor. Quando quebramos o beijo, ele começou a tecer uma trilha de beijos pelo meu pescoço e depois abriu lentamente o zíper do meu vestido. Com toda a delicadeza, ele tirou meu vestido por completo e depois foi a minha vez de ajudá-lo a tirar a camiseta e a calça que ele vestia. Ed beijou cada parte do meu corpo sem pressa, como se quisesse apreciar tudo. Quando enfim nos livramos das nossas últimas peças de roupa e eu pude sentir ele dentro de mim, me agarrei àquela sensação maravilhosa, torcendo para que durasse o máximo de tempo possível. Eu queimava por dentro, o toque dele na minha pele era a melhor coisa que eu já havia sentido na vida. E quando chegamos ao clímax, eu senti como se eu estivesse me desmanchando por completo. Eu encostei minha testa na de Ed tentando aos poucos recuperar minha respiração normal.
— Eu esperei a vida toda por isso — murmurou me olhando.
— Acho que eu também.
— Eu te amo tanto, , com todo meu coração, toda minha alma.
— Eu também te amo mais do que eu imaginava, eu nem consigo colocar em palavras o tanto que eu te amo.
Ed sorriu e deslizou a mão pelas minhas costas, me causando um arrepio gostoso. Ele voltou a me beijar e nós recomeçamos tudo. Enquanto a tempestade não dava trégua lá fora, nós nos amávamos como se não existisse mais ninguém nesse mundo além de nós dois.
Aquela foi sem dúvidas a noite mais linda da minha vida, acordei na manhã seguinte me sentindo no céu.
— Bom dia, linda. — Ed disse enchendo meu rosto de beijos.
— Bom dia, lindo. Não olha muito para mim não, eu acordo toda inchada, um horror — falei colocando as mãos no rosto.
— Eu te acho bonita de qualquer jeito.
— Eu queria que o tempo parasse, sabia? Queria ficar presa nesse momento para sempre.
— E o tempo não parou não? A impressão que eu tive é que o relógio parou para que a gente pudesse se amar com toda calma do mundo.
— Isso foi o que a gente sentiu, mas já é de manhã, então o tempo continua passando. E a chuva?
— Essa parou finalmente.
Só então eu me toquei que nós havíamos passado a noite fora de casa e que não tínhamos avisado ninguém.
— Ed, nós passamos a noite fora e ninguém sabe onde a gente está! Minha mãe deve estar infartando de tanta preocupação. Temos que voltar para casa agora mesmo!
— Temos mesmo que ir?
— É sério, Ed, deve estar todo mundo surtando.
— Você tem razão, vamos procurar algum comércio aqui perto para chamar o guincho.
Nos levantamos e começamos a nos vestir.
— O que você está olhando? — Ed perguntou.
— Lembrei que a esses dias falou que viu sua bunda branca quando você ainda usava fraldas. Aposto que ela nem imagina que bumbum bonito você tem hoje em dia. Suas pernas também, são maravilhosas.
! — Ed disse completamente vermelho.
— O que foi? Só trabalho com verdades, inclusive acho que deixei algumas marcas aí ontem à noite. Peço desculpas, mas eu sempre tive uma tara por bumbum masculino.
— Ok, já pode parar. Vamos logo embora.
Assim que terminamos de nos vestir e demos um jeito na bagunça que havíamos feito, nós descemos pela colina e entramos no primeiro comércio que achamos. Não demorou muito até que o guincho chegasse e pudemos finalmente seguir para casa. Quando chegamos o comitê de recepção estava grande na minha casa, meus pais, os pais do Ed, a e o Harry. Nós entramos na sala de mãos dadas, mas a única pessoa que percebeu isso foi a , porque o restante estava desesperado demais para notar.
! Pelo amor de Deus, onde vocês estavam? — Minha mãe disse vindo até mim. — Eu não sei se eu te abraço por você estar bem ou se te encho de tapas por vocês terem sumido.
— Calma gente, estamos bem e eu posso explicar. A caminhonete quebrou no caminho de volta, meu celular ficou sem sinal por causa da chuva e não tinha a menor condição de sairmos a pé naquela tempestade, tivemos que procurar um lugar para passar a noite.
— Que perigo, vocês naquela tempestade! — A mãe do Ed disse.
— Eu vou mandar seu tio jogar aquela caminhonete no ferro velho. — Minha mãe apertou o abraço.
— Não se preocupe, no fim tudo deu certo e estamos em casa. Agora tudo que eu preciso é de um banho quente, roupas limpas e comer.
— Eu também vou para casa tomar banho e comer algo. Depois a gente se fala. — Ed disse apertando minha mão.
Eu subi para o meu quarto, arranquei aquela roupa úmida e fui tomar banho. Quando saí do chuveiro, tomei um susto ao encontrar a sentada na minha cama.
— Misericórdia criatura, quer me matar do coração?
— Eu vou te matar sim, mas não vai ser do coração. Agora você vai me contar exatamente o que aconteceu.
— Eu já contei lá embaixo, ou você acha que estou mentindo?
— Eu sei que você falou a verdade, o que eu quero saber é o que aconteceu durante a noite. Ou você acha que vou acreditar que você e o Ed passaram a noite juntos e nada aconteceu? Vocês só precisavam de uma faísca para acender esse fogo.
— Ok, eu vou te contar. Eu fui obrigada a encarar a situação, nós tivemos uma conversa franca, o Ed disse tudo que sente por mim e eu disse tudo que sinto por ele, então nós nos entendemos.
— Se entenderam de que forma, exatamente?
— Nós dormimos juntos, ! Pronto, está satisfeita?
— Você se aproveitou da inocência do meu pobre irmão.
— Só na sua cabeça e da sua mãe que o Ed é santo. Foi uma noite tão mágica, seu irmão é tão romântico, tão carinhoso e tão gostoso ao mesmo tempo.
— Pode parar por aí!
— Eu sou obrigada a escutar sobre você e o meu irmão desde o colegial, agora é a sua vez.
— E vocês estão namorando, afinal?
— A gente não falou nada oficialmente, mas acho que sim, né.
— E onde foi que vocês conseguiram abrigo?
— Naquele chalé que a gente costumava brincar quando éramos crianças, sabe?
— Não acredito que vocês mancharam um local da nossa infância! Aquele chalé nunca mais será o mesmo para mim.
— Para de ser ridícula. Poxa, , finalmente vamos ser nós quatro como casais, os melhores amigos do mundo, será que você pode ficar feliz por mim e pelo Ed? Porque nós estamos tão felizes.
— Tudo bem, mas você está em período de experiência, ok? Vou analisar como você se comporta como namorada do meu irmão antes de dar minha aprovação final.
— Agora somos duas vezes cunhadas! — Falei abraçando minha amiga.
— Não exagera, , que quem gosta de melação é o Ed.
— Seu irmão é um cavalheiro, , ele sabe como tratar uma mulher. E eu estou tão apaixonada!
— Eu sei, está escrito na sua cara.
— Sabe aquilo que você falou outro dia sobre ter visto ele de fraldas?
— O que tem isso?
— Gostaria de te atualizar que agora que ele já cresceu, aquele bumbum branco, quase transparente, é a coisa mais linda! E as pernas? Gente que pernas malhadas!
— Ok, já chega disso, não quero ouvir mais nada. Estou descendo! — disse saindo do meu quarto enquanto eu ria.
Depois de tomar um bom café, eu fui descansar em uma cama de verdade, porque nós iríamos embora depois do almoço. O Ed foi até o meu quarto e eu pedi para ele ficar lá comigo, mas dessa vez a gente só dormiu mesmo, abraços e bem juntos dividindo a minha cama. Acordamos depois de um longo cochilo e descemos para almoçar, as duas famílias já estavam reunidas à mesa.
— De onde vocês dois estão vindo? — Harry perguntou indiscreto.
— Do meu quarto, seu curioso.
Nós começamos a comer enquanto as conversas paralelas tomavam conta da mesa e, quando já estávamos na sobremesa, Ed pediu a atenção de todos.
— Antes da gente ir embora e aproveitando que está todo mundo reunido, eu só queria comunicar oficialmente que eu e a estamos namorando. — disse Ed pegando minha mão e beijando-a.
— Já não era sem tempo, hein — disse meu pai.
— Como é que é? E eu por acaso te dei autorização para namorar a minha irmã?
— Harry, você me autoriza a namorar a sua irmã?
— Claro que não.
— Harry, se você não parar de graça, eu vou fazer esse copo voar na sua cabeça — falei.
— Para de implicar com a sua irmã e se meter na vida dela — minha mãe disse. — Ai que notícia maravilhosa, finalmente nossas famílias totalmente unidas.
— E da e do Ed podemos esperar netos. — Completou a mãe do Ed.
— Mas que conversa louca vocês duas, eles mal acabaram de começar a namorar e vocês já estão falando em netos. — Reclamou Harry.
— Amor da minha vida, fica quieto antes que elas comecem com aquela conversa chata de por que a gente não casa e não tem filhos — disse .
Tivemos que aguentar a empolgação das nossas mães até a hora de irmos embora, as duas estavam exultantes por finalmente terem cumprido a missão de unir seus filhos. Nós carregamos o carro logo depois do almoço e nos despedimos dos nossos pais, prometendo voltar assim que possível.
— Ed, cuida da minha menina para mim, por favor. — Minha mãe disse abraçando e beijando o Ed na bochecha.
— Hey mãe, você costumava pedir isso para mim!
— Mas ele é o namorado dela agora, Harry, você tem que cuidar da .
— Não se preocupe, ela é a coisa mais importante da minha vida, eu vou cuidar muito bem dela.
— Ai gente, que fofo esse menino!
, eu acho que eu perdi minha mãe para o seu irmão.
— Harry, eu sei que eu sou o homem da relação, mas você precisa ser tão sensível assim?
Eu dei um grande abraço nos meus pais e depois entrei no carro, o Harry foi dirigindo com a no banco do carona e eu fui atrás com o Ed. Eu encostei minha cabeça no ombro dele e ele passou o braço ao redor do meu ombro. Acabei pegando no sono boa parte da viagem. Quando finalmente chegamos em Londres e entramos em casa com nossas malas, eu senti todo peso do cansaço desse final de semana tão corrido e cheio de emoções.
— Foi uma loucura essa viagem, mas no fim foi muito bom voltar para nossa cidade. — Falei me sentando no sofá.
— Eu acho que essa viagem foi perfeita. — Ed disse se sentando do meu lado e me puxando para um beijo.
— Separa, separa! — disse entrando no meio de nós.
— Eu vou ser obrigado a ver isso o tempo todo? — Harry perguntou.
— Eu sou obrigada a ver você e a se beijando há anos, então não reclama, irmãozinho.
Eu subi para o quarto para desfazer minha mala e me dei conta de que agora o Ed não precisava mais dormir na sala, isso me fez sorrir feito boba. A noite não teve jantar do meu irmão, estava todo mundo cansado, então pedimos comida. Depois do jantar eu estava no meu quarto jogando conversa fora com a .
— Eu ainda estou tentando processar o fato de que você está namorando com o meu irmão.
— Não se preocupa, amiga. Quando você começou a namorar o Harry, eu me senti do mesmo jeito, mas eu te garanto que com o tempo você se acostuma — falei divertida.
— Tá cheia de bom humor né, sei bem o porquê.
, tem uma coisa que eu quero muito fazer agora que estou oficialmente namorando o Ed.
— Deixa eu adivinhar: você quer ir no pub que ele toca, assistir a banda dele e esfregar na cara da Jenny que ele tem dona.
— Credo meu, como pode você me conhecer tão bem assim?
, tu queria falar para garota que ele era seu antes mesmo de qualquer coisa ter acontecido, imagine agora. E sim, eu realmente te conheço muito bem.
— Eu sou mesmo previsível pelo visto. Mas nem ligo, vou lá mesmo para aquela garota saber que ele só tem olhos para mim.
— Nossa, me veio um pensamento agora.
— O que foi?
— Se um dia vocês se casarem, seu nome de casada vai ser Styles Sheeran.
— Que nome poderoso hein, amei! Se você se casasse com o Harry, você seria Sheeran Styles.
— Talvez um dia eu me case com o Harry só para ter o sobrenome dele, soa bem.
— Com licença. — Ed disse entrando no quarto.
— Mas gente, que grude, vocês não conseguem ficar um segundo longe não?
— Calma, maninha, eu só vim terminar de trazer umas coisas minhas aqui para o quarto.
, agora esse quarto também é dele, oras.
— Nossa, eu nem tinha me tocado disso. Subiu na vida, hein irmão, saiu do sofá da sala para uma cama king size.
Nós ficamos conversando mais um pouco, até que o sono bateu e a foi para o quarto dela. Eu fui escovar meus dentes e quando voltei o Ed já estava deitado me esperando. Deitei ao lado dele e ele me abraçou.
— Às vezes eu ainda não acredito que é real. Eu e você juntos — falei olhando para ele.
— Se você não acredita, imagine eu que esperei tanto tempo para isso acontecer.
Eu cheguei mais perto do Ed e beijei o buraquinho que ele tem no queixo, eu era completamente tarada por esse queixo furado dele.
— Te amo muito, muito mesmo — falei.
— Não tanto quanto eu te amo. — Disse Ed e em seguida me beijou.
Era daquele jeito que eu queria passar todas as noites, nos braços do Ed me sentindo a pessoa mais especial do mundo.
Conforme eu disse que faria, na noite seguinte nós fomos ver a banda do Ed tocar. Não vou mentir, foi bem legal ver a cara de choque da tal de Jenny quando o Ed desceu do palco e eu tasquei um beijão nele. Pelo menos agora ela sabia que ele era um cara comprometido. E como a vida não é só festa, logo a correria do meu dia a dia voltou, vários eventos para organizar, mas um em especial faria a minha alegria e do meu pequeno clã.
— Gente, tenho uma novidade para vocês — falei chegando em casa à noite.
— Novidade boa, espero. — disse Ed.
— Muito boa. Vou organizar um evento no próximo final de semana que vai ser uma festa a fantasia e consegui convites para levar todos vocês.
— Você disse festa a fantasia? — disse Harry com os olhos brilhando.
— Ok, já estou com medo da fantasia que você pretende usar, Harry. — disse .
— Na verdade, eu tive uma ideia sobre as fantasias. — eu disse.
— Agora eu estou com mais medo ainda.
— Não precisa ficar com medo, , eu só ia sugerir de nós quatro usarmos fantasias de casais, combinando.
— Adorei a ideia — disse Ed.
— Eu curti também — disse Harry.
— Não sei se eu gostei muito, mas até que, parando para pensar, agora quem está tendo ideias sou eu.
— Ok, mas não conte suas ideias. Cada um combina tudo com seu respectivo par e a gente só vai ver a fantasia do outro casal no dia da festa — falei animada.
— Eu vou adorar ir de par com você, amor. — Ed disse me abraçando por trás e repousando a cabeça no meu ombro.
— E eu já tenho a fantasia perfeita para nós, amor, você vai adorar.
— Vocês deviam ir vestidos de açúcar e insulina.
— E você deveria ir de palhaça. Ah não dá, você tem medo, né. — Ironizei.
— Eu já estou avisando que, se alguém aparecer vestido de palhaço, eu vou tacar fogo na fantasia.
— Você seria uma palhacinha tão bonita, mozão — disse Harry divertido e a só fuzilou ele com os olhos.
Nós passamos o resto da semana focados em preparar nossas fantasias e quando o sábado chegou eu estava super empolgada para a festa. Como eu havia dito, eu tinha a ideia perfeita de fantasia de casal para mim e para o Ed. Tendo um namorado ruivo que, assim como eu, é fã de Harry Potter, é claro que eu não ia perder a oportunidade de ver ele fantasiado de Rony Weasley e eu me fantasiei de Hermione. Nós estávamos na sala já prontos esperando a e o Harry.
— Vamos logo vocês dois! Já estamos em cima da hora. — Fui até a escada e gritei.
— Estamos descendo. — Meu irmão respondeu.
Quando os dois apareceram na sala, eu tive uma crise de risos.
— Mas o que é isso? — Perguntei ainda rindo.
— Fantasia de casal, Romeu e Julieta — disse Harry.
— Sim, só que como eu sou o homem da relação, eu vou de Romeu e o Harry, de Julieta.
Meu irmão era a própria Julieta, de vestido longo, uma peruca com uma longa trança, até maquiagem a tinha passado nele.
— Eu não estou acreditando nisso.
— Você está muito gata, Harry — disse Ed.
— Obrigado, me sinto maravilhoso. Só esperando meu Romeu para jogar minhas tranças — disse Harry dando uma volta completa para mostrar seu look.
— Essa é a Rapunzel, meu anjo. Romeu e Julieta são os que se matam no final — disse .
— Que trágico, não? Mas nosso amor é imortal como o deles — disse Harry.
— Uma ideia dessas só podia mesmo vir de vocês. — Ri.
— E você que vestiu meu irmão de Rony? Eu sabia, eu tinha certeza que você ia se aproveitar da semelhança dele com o Rupert Grint.
— O que eu posso fazer? Ele é ruivo e ficou perfeito. Ele é meu Rony e eu sou a Hermione dele, né amor?
— Exatamente. — Ed disse me dando um selinho.
— Ok, vocês não estavam com pressa? Vamos logo para a festa. — disse Harry.
Nós seguimos para o local do evento que logo começou a encher de gente fantasiada de tudo que se pode imaginar. Eu cuidei dos últimos detalhes da festa e, quando já estava tudo certo, me juntei aos outros para curtir a noite. Eu consegui uma boa mesa para nós e a gente resolveu que seria uma boa ideia encher a cara naquela noite. Nós estávamos sentados conversando quando uma menina vestida de fada passou cantando o Ed.
— Nossa, esse Rony já tem uma Hermione?
— Não está me vendo aqui não, garota? Eu hein, sai fora — falei e a menina deu meia volta com a amiga. — Mas gente, quando foi que seu irmão ficou assim cheio de mel com as garotas? — Sussurrei para .
— Ele sempre foi, , disputadíssimo, você que nunca percebeu, porque ele sempre teve olhos só para você. E você, quando foi que se tornou tão ciumenta?
— Ah claro, queria ver se fosse com o Harry se você ia gostar.
— Eu sou uma pessoa evoluída, minha cara .
— Que Julieta mais sexy. — Uma loira vestida de anjo passou falando.
— Uma Julieta que já tem um Romeu. Vou quebrar suas asas da próxima vez que você paquerar meu namorado, oras.
— Evoluída, é? — Falei rindo.
— Evoluída, porém sem paciência.
Continuamos a noite bebendo e quando fomos para casa estávamos completamente altos, inclusive a entrou no Uber errado e nós logicamente fingimos que não a conhecíamos. Mas no fim chegamos a salvo em casa, rindo mais do que hienas.
— Irmãzinha, valeu pelo convite, que festão — disse Harry.
— Amanhã vai estar todo mundo com uma puta ressaca.
— Eu agora vou para o meu quarto me aproveitar do corpinho dessa Julieta dos olhos verdes — disse puxando o Harry consigo.
— Boa ideia , vou ali fazer umas mágicas com o meu Rony.
— Do jeito que estamos bêbados, a única coisa que vamos fazer é deitar e dormir — disse Ed.
— Irmão, você não conhece minha capacidade de fazer certas coisas quando estou sob o efeito de álcool — disse .
— Enfim, boa noite para vocês aí — falei e segui para o meu quarto com o Ed.
A e o Harry também foram para o quarto deles, escutei a porta batendo e a gritando para o Harry tomar cuidado.
— Eu preciso de um banho — falei começando a arrancar a fantasia.
— Eu também, e com urgência.
Eu segui para o banheiro do meu quarto enquanto o Ed ainda tentava se livrar da fantasia dele. Tirei o resto da roupa e liguei o chuveiro, entrando embaixo da água em seguida. Eu estava de costas quando o Ed entrou no box e começou a me abraçar e me beijar.
— Nossa, cadê a pessoa que disse que ia cair na cama e dormir? — Perguntei virando de frente para ele. — Pelo visto não é só sua irmã que consegue fazer certas coisas quando está bêbada.
— É o sangue dos Sheeran.
Eu sorri e o Ed me encostou na parede voltando a me beijar. Nem sei quanto tempo ficamos debaixo do chuveiro, só sei que quando saímos continuamos o que estávamos fazendo na cama. Quando finalmente fomos dormir já era de madrugada e, como no outro dia era domingo, todo mundo acordou tarde. Eu levantei com um pouco de dor de cabeça, mas nem me importei, porque eu estava feliz. O Ed trouxe café na cama para nós e eu só fui ver a cara da e do Harry na hora do almoço.
— Que noite, aí gente, não temos mais idade para isso não. — disse esfregando as têmporas.
— Nem me fale, seu irmão não me deixou dormir, se é que você me entende.
— Aí , não quero saber das suas intimidades não.
— Para de bobeira, menina, vai me dizer que o Harry te deixou dormir?
— Quem não deixou ele dormir fui eu, arranquei aquela fantasia dele na unha.
— Ui, que selvagem.
— Trouxa.
— Olha o nhoque do melhor chef da região, no caso eu mesmo. — disse Harry vindo da cozinha com uma travessa enorme de nhoque, Ed estava logo atrás dele.
— Queria dizer que eu ajudei o Harry, coloquei o queijo ralado por cima. — Brincou Ed.
— Nossa, que grande ajuda, hein Ed — disse .
— Aposto que é o melhor queijo ralado do mundo — falei.
— É muito amor mesmo, viu — disse Harry.
Nós começamos a comer em meio a risadas e conversas sobre a noite anterior no melhor clima possível. Aquilo era tudo que eu podia esperar de um domingo perfeito: comida, família e amor.
A semana seguinte começou agitada com meu querido irmão sofrendo um pequeno acidente que o deixaria de molho por um bom tempo.
— Mas o que foi que aconteceu? — Perguntei ao ver Harry entrar em casa amparado pela .
Harry estava com o braço esquerdo engessado.
— Eu quase morri!
— Não seja dramático, Harry, você só quebrou o braço — disse .
— E você acha isso pouco?
— Como foi que o Harry quebrou o braço? — Ed perguntou. — Espero que ninguém tenha caído em cima dele.
— E desde quando os Styles precisam de alguém para se quebrar? Está no sangue deles serem as pessoas mais desastradas do mundo.
— Hey, eu sou desastrada, mas nunca quebrei nenhum osso. — Me defendi. — Como você fez isso, afinal, Harry?
— Algum idiota deixou a cozinha do restaurante com uma poça de água perto do fogão, eu não vi, escorreguei e tentei me apoiar no braço. Resultado: quebrei um osso.
— E aí o bebê chorão me ligou para levar ele no hospital.
— Isso significa que você vai ter que ficar afastado do trabalho. — disse Ed.
— Sim, por duas semanas no mínimo.
— Tadinho do meu irmãozinho — falei indo até o Harry. — Vamos cuidar de você.
— Ainda bem que alguém se preocupa comigo, sabe. — Harry disse olhando para .
— O que foi, garoto? Eu fui te buscar, te levei para o hospital, cuidei muito bem de você.
, desde que eu coloquei esse gesso no braço, a única coisa que você me pergunta é se pode escrever “loser” nele. Nada de perguntar se estou bem, se estou com dor, se preciso de alguma coisa.
— Minha nossa, você tá ficando mais dramático do que a .
— Estou enfermo, da licença.
— Ah neném, você está bem? Está com dor? Quer que faça alguma coisa por você?
— Agora não estou mais com dor depois do analgésico que o médico me deu, mas um leite quente e uns biscoitos cairiam bem.
— Tudo bem, eu providencio, mas depois você me deixa escrever “loser” no seu gesso? — disse rindo e Harry só revirou os olhos para ela.
No fim a escreveu mesmo “loser” no gesso do Harry, mas ela também escreveu um “te amo” embaixo. Minha amiga podia ter o jeito dela meio ogra de ser, mas eu sabia que ela gostava do meu irmão. Ela até remanejou os horários de trabalho dela para cuidar dele, tudo bem que às vezes ele abusava, mas esse era o jeito Harry de ser.
— Seu irmão está me deixando louca! — Exclamou quando eu cheguei em casa alguns dias depois.
— Que foi que ele fez?
— Como todo bom caçula, ele é mimado, está se aproveitando que não consegue fazer as coisas e fica me pedindo tudo toda hora. Aí eu me irritei e sem querer bati no gesso dele, agora ele está lá cima chorando de dor.
— Aí , coitado, ele só precisa de amor e atenção.
— Eu vou dizer já do que ele precisa. Cadê a porcaria do analgésico? — disse revirando a caixa de remédios. — Achei, vou enfiar esse comprido goela abaixo dele.
— Você está muito estressada, amiga. Por que você não sobe, dá uns beijinhos no Harry e faz outras coisas também? Ele está com o braço engessado, mas ainda pode usar outras partes do corpo, aposto que esse seu estresse ia passar rapidinho.
, você só pensa nisso ultimamente, é? Coitado do meu irmão.
— O que tem eu? — Ed disse entrando na sala.
— Sua namorada tá com um fogo que pelo amor. Enfim, vou levar o remédio para o manhoso lá em cima. — disse subindo para o quarto.
— O que ela tem, hein?
— Está estressada com a manha que o Harry está fazendo por causa desse braço.
— E o que ela quis dizer sobre você estar com fogo?
— Besteira dela, só porque eu sugeri que ela devia, ao invés de brigar, namorar um pouco com o Harry pra desestressar.
— Eu achei sua sugestão bem sensata. Não tem nada melhor do que namorar. — Ed disse me puxando pela cintura.
— Eu também acho — falei beijando-o em seguida.
A implicou comigo, mas acho que acabou seguindo minha sugestão, porque no dia seguinte ela estava bem menos estressada e o Harry bem menos pidão. Além desse contratempo com meu irmão, outro acontecimento também iria mexer com os ânimos lá de casa, mas nesse caso tinha a ver comigo e com o Ed.
— O que foi dessa vez? — falei chegando em casa e vendo os outros reunidos conversando.
— Nada demais, só que o Ed vai receber uma visita especial — disse Harry.
— Como assim?
— O pessoal da minha banda lá na Irlanda está vindo para Londres neste final de semana e eles querem me ver.
— Ah, isso é ótimo, amor, vai poder reencontrar seus amigos.
— Vai, , coloca para fora o que eu sei que você está pensando — disse .
— Do que você está falando?
— Aposto que você está se perguntando se tem alguma garota na ex banda do Ed.
— Nossa , nada a ver, isso nem me passou pela cabeça. Mas já que a tocou no assunto, tem alguma garota nessa banda?
— Não, , minha banda lá na Irlanda era composta só por homens.
— Que bom, eu não gostaria de ter que lidar com outra Jenny.
— Mas gente, eu realmente queria saber quando foi que você desenvolveu esses ciúmes do meu irmão.
— Desde que eu descobri que amo seu irmão e não vivo sem ele.
— Pode ter ciúmes a vontade, embora você não tenha motivos, porque você sabe que é a mulher da minha vida. — Ed disse me puxando para sentar no colo dele, me abraçando e me beijando.
— Começou a sessão insulina. — revirou os olhos.
— Deixa eles, , eles formam um casal fofo. Eu mesmo já me rendi a esses dois — disse Harry.
— Olha para minha cara de quem gosta de coisas fofas, Harry.
— Você gosta de mim e eu sou fofo.
— Não, Harry, você é purpurinado, é bem diferente. — disse e nós rimos enquanto o Harry fazia um bico do tamanho do mundo.
O Ed ficou bem animado em rever seus antigos companheiros de banda e quando o final de semana chegou, nós preparamos um jantar lá em casa para receber os amigos dele. Os quatro rapazes da banda eram muito simpáticos e logo se enturmaram conosco.
— Então você é a famosa . — Um moreno alto com forte sotaque irlandês disse me cumprimentando animadamente.
— Espero que minha fama seja boa.
— O Ed falava em você o tempo todo.
Olhei para o Ed e ele estava completamente vermelho.
— Mas você tinha razão em gostar tanto dela, Ed, com todo o respeito, ela é linda. — Completou um loiro que vinha logo atrás do outro rapaz.
— Eu disse que ela valia a pena. — Ed respondeu e dessa vez fui eu quem ficou vermelha.
O jantar correu muito bem, com muito papo e risadas, e o Harry disse que eles precisavam voltar para provar a comida dele quando ele estivesse em condições de cozinhar novamente. O Ed foi acompanhar os amigos até o hotel em que eles estavam hospedados e quando ele voltou senti que ele estava inquieto com alguma coisa.
— E essa ruguinha de preocupação bem no meio da sua testa? — falei quando fomos deitar.
— Não é nada demais, é só uma coisa que os caras me contaram quando deixei eles no hotel.
— E eu posso saber o que é?
— Eles disseram que receberam uma proposta de uma gravadora para lançar um álbum.
— Caramba, isso é incrível!
— É sim, fiquei muito feliz por eles.
— Tem mais alguma coisa que você não está me contando?
Ed hesitou por um momento antes de falar.
— Eles disseram que ainda estão procurando um novo vocalista, e que a proposta da gravadora só veio porque eles ouviram uma demo da banda da época que eu era vocalista. E aí eles aproveitaram esse fim de semana aqui em Londres para tentar me convencer de voltar para a banda.
— E você quer voltar?
— Eu gostava muito de tocar com eles, seria ótimo gravar um álbum profissional. Mas se isso significa ter que voltar para a Irlanda, minha resposta é não e eu deixei isso bem claro para eles.
— Mas por que você precisaria voltar pra Irlanda?
— Como vamos manter uma banda sem ensaios constantes? E teríamos que entrar em estúdio também, não daria para ficar em Londres.
— Talvez você devesse ir, Ed, você estudou para isso, você ama a música e essa pode ser sua grande oportunidade.
, eu amo a música, mas eu amo muito mais você. Você veio primeiro na minha vida antes de eu sequer pensar o que eu seria quando crescesse, eu não vou deixar você por nada desse mundo. — Ed disse fazendo um carinho gostoso na minha bochecha.
— Eu sei, mas eu não quero ser alguém que atrasa sua vida.
— Não seja boba, você não é nada disso. Se eu tiver que abrir mão de algo com certeza não será de você, eu posso ser feliz sem gravar um disco, mas eu não posso ser feliz sem você.
— Eu realmente não sei o que eu fiz para merecer um cara tão incrível como você.
Ed sorriu e me beijou, depois ele me abraçou apertado e eu repousei a cabeça no peito dele. Apesar de tudo que ele disse, aquele assunto ficou remoendo dentro de mim.
No dia seguinte eu acordei ainda pensando sobre o assunto do Ed e fui conversar com a a respeito disso.
— O que aconteceu que você está com essa cara? — perguntou.
— Preciso te contar uma coisa que está martelando na minha cabeça desde ontem.
Contei para sobre a proposta que o Ed recebeu de sua antiga banda e como ele recusou pelo fato de não querer ir embora de Londres.
— É uma grande oportunidade.
— Eu sei, eu disse isso para ele, mas ele se recusa a aceitar se isso significa ficar longe de mim.
— Você está empatando a vida profissional do meu irmão, acha isso bonito, mocinha? — disse divertida, mas quando viu minha cara mudou o tom. — Hey, foi só uma brincadeira.
— Mas é exatamente como eu estou me sentindo, , empatando a vida dele, impedindo ele de ter uma grande chance na carreira.
, isso foi uma decisão dele, você não pode ficar se culpando.
— Uma decisão que ele tomou única e exclusivamente por minha causa.
— Isso não dá para negar. Sabe, quando o Ed me disse que ia voltar, eu sabia que era por sua causa e ele chegou a me dizer quando chegou em Londres que ele tentaria de novo, mas que se não houvesse esperanças para vocês dois, ele voltaria para Irlanda. E então vocês se entenderam, deu tudo certo e eu nunca vi meu irmão tão feliz.
— Então quer dizer que se nós não estivéssemos juntos, ele voltaria para a Irlanda?
— Certamente, ele ama a Inglaterra, sente muita falta da família, mas a única coisa que prende ele aqui é você. Sem você ele prefere ficar longe, assim ele sofre menos.
— Entendi.
, o que essa sua cabecinha está maquinando?
— Nada não, só estou pensando.
— Aí é que mora o perigo.
A tinha razão em ficar preocupada, porque o que eu estava pensando em fazer ia ferir a todos nós. A única forma de fazer o Ed aceitar essa oportunidade era se eu me afastasse dele, se eu terminasse com ele e deixasse ele livre. Não era o que eu queria, eu amava o Ed e queria ficar com ele pelo resto da minha vida, mas amar alguém também é saber abrir mão quando necessário. Se eu terminasse com ele, ele voltaria para a Irlanda e teria a oportunidade de crescer na carreira e talvez depois quando ele estivesse estabilizado nós poderíamos recomeçar, eu esperaria por ele se fosse preciso assim como ele esperou por mim todos esses anos. Ou talvez ele nunca me perdoasse por fazê-lo sofrer dessa forma. O fato é que minha decisão já estava tomada e eu não ia voltar atrás. Passei o dia todo pensando sobre o assunto e à noite finalmente tomei coragem para falar com o Ed.
— Ed, a gente pode conversar?
— Claro, amor, pode falar.
— Vamos no quarto, quero conversar com você a sós.
— Tudo bem, vamos lá.
Nós subimos para o quarto e quando entramos eu tranquei a porta.
— O que aconteceu? Você passou o dia todo com ar distante.
Eu respirei fundo, tentando achar coragem para fazer o que tinha que ser feito.
— Eu pensei muito e tomei uma decisão. Eu quero terminar.
— Terminar o quê?
— Terminar o nosso namoro.
Ed me olhou completamente confuso.
— Você bebeu? Como assim terminar o nosso namoro?
— Eu quero terminar, é isso.
— E você pode me dar um motivo sensato para isso?
— Eu percebi que eu e você não tem nada a ver, Ed, somos amigos e devemos continuar sendo apenas amigos.
— Sério que você está me dizendo isso depois de tudo que nós vivemos? Das noites juntos, das promessas de amor, tudo!
— Foi muito bom o que a gente viveu, mas era apenas fogo de palha — falei sem conseguir encará-lo.
— Só se for da sua parte, porque da minha é e sempre será amor.
Ed veio até mim e parou na minha frente.
— Olha para mim, , olha nos meus olhos e me diz que você não me ama. Porque só isso justificaria você terminar comigo.
Eu sabia que tinha que fazer aquilo, ele nunca acreditaria se eu não matasse toda e qualquer esperança dentro dele. Eu juntei o pouco de coragem que ainda me restava e encarei ele nos olhos finalmente. Confesso que quase vacilei quando vi aqueles olhos azuis cheios de tristeza, mas eu tinha que lembrar que estava fazendo aquilo por um bem maior.
— Eu não te amo, Ed, nunca amei. Acabou, entendeu?
Eu pensei que ele fosse desabar ali mesmo e eu rezei para que ele não fizesse isso, porque eu não ia aguentar vê-lo despedaçado.
— Tudo bem, eu entendi.
Então o Ed saiu do quarto batendo a porta. Assim que ele saiu de perto de mim, quem desabou fui eu, comecei a chorar e parecia que estavam arrancando todo o ar dos meus pulmões, porque eu mal conseguia respirar. Naquele instante eu entendi o quanto eu amava o Ed e quase desisti de tudo, quase corri atrás dele pedindo que me perdoasse, porque eu não sabia mais viver sem ele. Mas eu precisava ser forte para que ele pudesse conquistar essa oportunidade, eu tinha que fazer isso. Eu não sei o que aconteceu, porque passei o resto da noite trancada no quarto chorando e na manhã seguinte acordei com a batendo na minha porta.
, abre essa porta agora!
Eu levantei e fui até a porta, abrindo a mesma em seguida.
— O que foi que você fez?
Eu não consegui responder, voltei para cama e deitei, a veio logo atrás se sentando na beirada da cama.
, o que aconteceu?
— Eu terminei com o Ed.
— Você pode me explicar por que você fez isso? E não adianta me dizer que você não o ama, eu não sou tão inocente quanto o meu irmão, eu sei que você ama ele até demais. E seu rosto inchado de tanto chorar entrega tudo.
— Eu tive que fazer isso, , foi necessário. Foi para o bem dele.
— Eu estou realmente querendo saber como sofrer pode ser para o bem de alguém.
— Onde ele está?
— Só Deus sabe, ele saiu ontem à noite e não voltou até agora. — disse e eu fiquei preocupada.
, , com licença. — Harry disse entrando no quarto.
— Que foi, Harry? — perguntou irritada.
— O Ed, ele voltou.
— Até que enfim! Cadê ele?
— Está no sofá da sala, mas é melhor você me ajudar, porque ele está num estado deplorável.
levantou-se de um pulo e correu para o andar debaixo junto com o Harry. Eu fiquei observando do alto da escada, o Ed estava completamente bêbado, jogado no sofá. Os dois pegaram o Ed pelos braços e subiram com ele, o levando direto para o banheiro.
— Está satisfeita? — disse quando passou por mim.
Eu não a culpava por estar irritada e brava comigo, o irmão dela estava naquele estado e era tudo culpa minha, mas quando ele estivesse melhor, eu ia explicar para minha amiga o porquê de ter feito aquilo. A arrancou a roupa do Ed com a ajuda do Harry e o enfiou debaixo do chuveiro, a água fria o fez despertar e reclamar. Depois da ducha fria, eles colocaram o Ed na cama da , o Harry desceu para fazer um café forte e buscar uma aspirina, enquanto a secava os cabelos do irmão. Eu olhei aquela cena e me lembrei de quando éramos crianças, a vivia brigando com o Ed, mas no fim ela sempre cuidava dele com tanto carinho. Ela tinha mania de enxugar os cabelos molhados dele e pentear de um jeito que fazia ele parecer um verdadeiro nerd. O Harry subiu algum tempo depois com o café e o remédio que a obrigou o Ed a engolir. Depois que o Ed se acalmou, a finalmente conseguiu fazer com que ele deitasse e em pouco tempo ele adormeceu. O Harry saiu do quarto primeiro.
— Irmãzinha, eu não queria estar na sua pele, ela está um tanto furiosa. — Ele disse apontando para e saindo em seguida.
— Agora a gente vai conversar. — Disse saindo do quarto e fechando a porta.
Nós voltamos para o meu quarto, a se sentou na minha cama de frente para mim.
— Ele está bem?
— O que você acha? Ele parecia bem para você?
— Eu não posso ficar com ele — falei e logo as lágrimas começaram a descer pelo meu rosto.
— Me dê apenas um motivo para isso.
— Ele precisa voltar para Irlanda, , ele precisa aceitar o convite da banda e gravar o álbum com eles. E ele nunca vai fazer isso se nós continuarmos juntos.
— Ok, agora eu entendi tudo.
— Eu não queria fazer ele sofrer, ver ele desse jeito está acabando comigo, mas se eu o amo realmente eu preciso me sacrificar.
— O problema é que você não está só sacrificando a si mesma, está sacrificando ele também. De que adianta você deixar ele livre para correr atrás da carreira dele às custas do sofrimento de vocês dois? Não é o que ele quer, , ele quer você.
— Me desculpe, , mas eu não vou mudar de ideia. Ele está sofrendo agora, mas isso vai passar, ele vai gravar esse álbum e tudo vai dar certo.
— Quem te garante que é isso que ele vai fazer?
— Ele não vai querer ficar perto de mim depois de tudo isso.
— E aí vocês vão viver o resto da vida separados só para que ele possa ser um músico profissional?
— Quando tudo der certo, eu conto a verdade para ele, espero que ele me perdoe.
— E se ele nunca te perdoar?
— É um risco que eu tenho que correr.
— Olha, , eu não concordo com isso, para mim o que você está fazendo é uma estupidez, mas eu não vou falar mais nada.
— Você não faria o mesmo pelo Harry?
— Eu não sei se eu teria forças para ficar longe do Harry em nome de um “bem maior”. — disse fazendo aspas com os dedos.
— Eu também não sei se tenho forças, mas eu preciso tentar.
— O que eu posso dizer? Não vai ser eu quem vai contar para o Ed a verdade por trás desse término. No momento, a única coisa que vou fazer é cuidar do meu irmão e esperar que tudo termine bem.
— Não fica brava comigo, por favor.
— Eu estou com vontade de dar trinta tapas na sua cara, mas é só porque eu queria que você desistisse dessa loucura. Enfim, tenta ficar bem você também, já basta um para eu ter que me preocupar.
Eu assenti e abracei minha amiga que no fim acabou retribuindo meu abraço apesar de ela ainda estar zangada comigo. Depois a saiu do quarto e me deixou sozinha com a minha dor. Eu sabia que tinha que aguentar firme, eu só não sabia até quando ia conseguir sustentar essa mentira.

Ed's POV On

Uma semana. Fazia uma semana que a havia terminado comigo e eu havia tomado um porre terrível que deixou minha irmã preocupada. Depois que todo o álcool saiu do meu corpo e eu voltei ao meu estado normal, fiz minhas malas e fui para um hotel, não tinha a menor condição de ficar na mesma casa que a . Eu fiquei no hotel até decidir o que ia fazer da minha vida e ao final da semana eu finalmente tomei uma decisão. Liguei para e pedi que ela fosse me encontrar.
— Como você está? — perguntou depois de me abraçar.
— Estou levando.
Nós estávamos no restaurante do hotel onde eu estava hospedado.
— Você disse que precisava falar comigo, sobre o que é?
— Eu pensei muito nessa última semana, aliás, eu não fiz outra coisa senão pensar. E eu já decidi o que vou fazer.
— E o que você decidiu?
— Eu vou voltar para a Irlanda, é a melhor coisa a fazer.
— Ela tinha razão. — disse meio sussurrando.
— O que você disse?
— Nada não. Mas Ed, você vai de novo ficar longe da nossa família, de mim?
— Eu não estou dizendo que vou embora para sempre, mas no momento eu preciso me afastar, eu não consigo ficar aqui perto dela.
— Você vai aceitar a proposta da sua ex-banda?
— Sim, já que eu tenho que voltar para lá, vou aproveitar e aceitar essa proposta. Vou mergulhar de cabeça no trabalho, quem sabe pelo menos no profissional as coisas deem certo para mim.
— Bom, se você acha que é o melhor para você, eu vou te apoiar. — disse estendendo a mão para mim.
— Obrigado, você é minha irmã favorita — falei segurando a mão dela.
— Eu sou sua única irmã, né. — Brincou e nós rimos. — É bom ver seu sorriso de novo.
A almoçou comigo e depois que ela foi embora eu comecei a providenciar tudo para minha viagem de volta para a Irlanda. Eu comprei a passagem, avisei o pessoal da banda que estava voltando e arrumei minhas malas. Meu voo estava marcado para dali dois dias, já que eu tinha que ir embora, queria ir o quanto antes. No dia de embarcar, a e o Harry foram me levar no aeroporto.
— Já estou com saudades de você, seu pentelho. — disse me abraçando. — Se cuida, ok?
— Pode deixar
— Tchau cara, dá notícias e não fica longe por tanto tempo. — Harry disse também me dando um abraço.
— Farei o possível, vê se cuida da minha irmã.
— Eu sempre cuido dela.
— É mais fácil eu cuidar de você, né.
Nos despedimos e o Harry e a foram embora enquanto eu fui fazer meu check-in e despachar a mala. Depois peguei minha mochila que ia comigo dentro do avião e sentei em um café para esperar até o horário de embarcar. Peguei meu ipad e comecei a mexer na minha pasta de fotos, milhares de fotos minhas com a que eu não tinha coragem de apagar. Ela com seu sorriso mais lindo me abraçando, parecia tão feliz do meu lado, eu não conseguia entender como ela podia ter mudado de ideia, eu não conseguia acreditar que o amor que ela demonstrou para mim era falso. Tinha alguma coisa nessa história que não se encaixava, ou talvez fosse apenas meu coração me traindo, tentando justificar a atitude dela. De qualquer forma, eu decidi fazer algo antes de ir embora da Inglaterra, eu não podia responder pelos sentimentos dela, mas eu podia responder pelos meus e eu a amava mais que tudo nessa vida. Eu queria que ela soubesse disso e nunca esquecesse que meu amor por ela era verdadeiro e eterno. Então eu entrei no meu Instagram, procurei a conta da nas DM's e enviei uma mensagem, aquele seria meu último ato para tentar trazer ela de volta para mim.

Ed's POV Off

A e o Harry haviam ido levar o Ed até o aeroporto, ele estava voltando para a Irlanda. Eu devia estar me sentindo aliviada, porque afinal era isso que eu queria, que ele voltasse para lá e aceitasse a proposta de gravar um álbum profissional com a banda, mas a verdade é que eu estava sofrendo muito por ter que deixá-lo partir. Meu irmão e minha amiga avisaram que depois de deixar o Ed no aeroporto iam sair e não tinham hora para voltar, então eu fiquei sozinha em casa, o que só piorou meu estado de tristeza. Eu estava deitada na minha cama quando meu celular apitou, olhei a tela bloqueada e vi que era uma notificação do Instagram e para minha total surpresa era uma DM do Ed. Eu hesitei um pouco antes de abrir o aplicativo, mas finalmente tomei coragem para ver o que ele havia mandado. Quando entrei na DM havia um áudio, cliquei nele e a voz doce do Ed ecoou pelo meu quarto: "Eu sei que você não quer falar comigo, mas eu estou indo embora e só queria te deixar uma lembrança de nós dois. Eu sei que é super clichê, mas eu compus outra música para você depois da nossa primeira noite juntos. Eu pretendia cantá-la em um momento especial, mas como não será possível, estou te mandando por e-mail. Espero que pelo menos você goste da música, pois foi escrita com muito amor. Se chama Love in Slow Motion." Eu corri para abrir meu e-mail, ansiosa e curiosa ao mesmo tempo, meu coração batendo forte dentro do peito. O e-mail com o áudio estava lá e eu levei alguns minutos para decidir se clicava ou não no anexo. Então eu respirei fundo, cliquei e esperei o áudio carregar enquanto aumentava o volume do celular no máximo. Eu ouvi o som dos primeiros acordes do violão e logo depois o Ed começou a cantar.

It's been a while since we've been alone
To turn off the world and the telephone
I need to tell you you're beautiful
'Cause it's been a while and I apologize
I just get caught up in the rat race I'm runnin'
Chasin' a moment, I'm hoping is comin'
If I stopped and took a look around
It's in front of my eyes, eyes

Baby, let's slow down time
Maybe just press rewind
Darling, that dress reminds
Me of the first time

And I wanna love tonight
One on one by the candlelight
Over and over, we spend our lives
Living fast forward, but not tonight
Love in slow motion

It's been a while since it was you and me
Too many friends, too many evening drinks
Yeah, we commit to so many things
But not to ourselves, and I apologize
Sometimes you're sad, and you tell me it's nothin'
And I brush it off because there's always somethin'
But I need to change my perspective
And prioritize-ize

'Cause one thing I know, it's this
Every moment missed
Can be restored with your lips
It only takes one kiss

And I wanna love tonight
One on one by the candlelight
Over and over, we spend our lives
Living fast forward, but not tonight
Love in slow motion
Ooh-ooh
Ooh-ooh

Love tonight
One on one by the candlelight
Over and over, we spend our lives
Living fast forward, but not tonight
Love in slow motion

Wanna love tonight
One on one by the candlelight
Over and over, we spend our lives
Living fast forward, but not tonight
Love in slow motion
In slow motion
In slow motion

Quando a música terminou, eu estava sentada no chão soluçando de tanto chorar. Eu sei que o que eu fiz foi para o bem do Ed, mas eu não podia deixar ele ir embora, eu não podia correr o risco dele nunca me perdoar, eu não podia viver sem ele. Isso não era justo nem comigo e nem com ele, nós nos amávamos e duas pessoas que se amam precisam ficar juntas. Nós tínhamos que enfrentar essa questão juntos e eu sei que nós íamos encontrar um jeito de resolver tudo, mas ficar separados não era a solução e agora eu podia ver isso claramente. Eu me levantei, troquei de roupa e saí desesperada em direção ao aeroporto, rezando para que desse tempo de impedir o Ed de pegar o avião. Quando o táxi parou, eu joguei o dinheiro em cima do motorista e mal ouvi ele agradecer, porque eu já estava correndo para dentro do aeroporto. Parei por um instante e olhei para todos os lados tentando encontrar o portal de embarque do voo com destino a Irlanda. Um funcionário passou por mim e eu o parei para pedir informação.
— Pelo amor de Deus, onde é o portal de embarque do voo que está indo para Dublin?
— Seguindo à direita você vai sair de frente com o portal de embarque que está procurando.
— Muito obrigada!
Segui as indicações dele e eu já estava sem fôlego quando achei o bendito portal. A entrada de passageiros já havia terminado e o funcionário que verificava as passagens já estava isolando a entrada.
— Moço, esse é o portal de embarque do voo que vai para Dublin?
— É sim, o voo das 16h00.
— Eu preciso entrar aí!
— Desculpe, senhorita, mas o embarque já encerrou, os passageiros já estão dentro do avião aguardando a decolagem.
— Então para esse avião, eu preciso entrar!
— Você tem passagem?
— Não.
— Então você não pode entrar, senhorita.
— Moço, eu não quero viajar, eu só preciso tirar uma pessoa de dentro do avião!
— A senhorita está muito alterada.
— É claro que eu estou alterada, é uma questão de vida ou morte.
— Senhorita, eu não posso parar o avião.
— Moço, me ajuda, por favor. O amor da minha vida está nesse avião, eu não posso deixar ele ir embora!
— Então eu sou o amor da sua vida? — Ouvi a voz do Ed atrás de mim.
Olhei para trás completamente confusa, porque até onde eu sabia ele deveria estar no avião e não ali na minha frente.
— Você não deveria estar lá dentro?
— Não, porque esse é o voo das 16h00, o meu voo é só às 18h00.
— Droga, eu confundi os voos. Na verdade, a não me disse que horas era seu voo, mas eu estava tão desesperada que não parei para pensar nisso. Paguei o maior mico à toa.
Ed se aproximou de mim, havia um sorriso bobo brincando em seus lábios.
— Eu não estou preocupado se você pagou mico ou não, eu quero saber se o que você disse é verdade. Eu sou mesmo o amor da sua vida?
— Você é o amor da minha vida todinha. Eu ia deixar você ir embora, mas depois daquela música, eu não consegui, eu não posso viver sem você.
— E por que você terminou comigo?
— Eu queria que você aceitasse a proposta para gravar o álbum e eu sabia que você não faria isso se estivéssemos juntos, você não ia voltar para a Irlanda e me deixar.
, essa era uma decisão que só cabia a mim.
— Mas eu não queria que você perdesse essa oportunidade!
, presta atenção no que eu vou te dizer: eu sou feliz com a vida que eu tenho, eu consigo pagar minhas contas sendo músico e eu adoro meu trabalho, mas eu não faço questão de ser famoso. Se essa oportunidade não rolasse, eu não ia ficar me martirizando por isso, outras oportunidades podem aparecer, mas não existe e nunca vai existir outra de você. Eu esperei muito tempo para que a gente pudesse viver esse amor e eu não vou abrir mão disso por nada desse mundo, você é tudo que eu preciso para ser feliz.
— Você tem razão, me perdoa por ter agido dessa forma.
Ed não me respondeu, ele simplesmente largou a mochila que carregava no chão, me puxou pela cintura e me beijou. Eu senti aquela corrente elétrica que tomava conta do meu corpo toda vez que ele me beijava, era a melhor sensação do mundo.
— Então você não vai mais embora? — Perguntei quando quebramos o beijo.
— Eu não vou sair do seu lado nunca mais.
Eu sorri e puxei ele para mais um beijo. Depois nós fomos resgatar a mala dele que havia sido despachada e, assim que conseguimos recuperá-la, seguimos para casa. Quando chegamos a casa ainda estava vazia, nenhum sinal do Harry e da . Nós subimos para o quarto entre beijos e amassos, e quando entramos nossas roupas foram ficando todas pelo caminho. Eu mordi de leve o lóbulo da orelha do Ed e ele apertou minha cintura, me puxando em seguida para que nossos corpos ficassem colados. O toque dele, a pele dele na minha, o perfume dele, era tudo tão bom que eu não queria que acabasse nunca. Quando nós nos amávamos, era como se fôssemos um só, a sincronia perfeita.
— Eu tenho tanta sorte por ter você na minha vida — falei depois quando já estávamos deitamos de frente um para o outro, aquele par de olhos azuis me olhando com ternura.
— Nós dois temos muita sorte.
— Dizer para você que eu nunca te amei foi a coisa mais difícil que eu já fiz. Porque eu te amo sim, eu te amo tanto que às vezes parece que meu coração vai explodir de tanto amor.
— Eu sei, agora eu sei que suas palavras naquele dia não eram verdadeiras. Eu também te amo de uma forma tão surreal que é impossível colocar em palavras.
Eu encostei meu nariz no do Ed e fechei meus olhos, aproveitando aquele momento tão nosso. Ed voltou a me beijar e eu sabia que não íamos sair daquele quarto tão cedo. Mas tudo bem, o mundo lá fora podia esperar, tudo podia esperar quando eu estava nos braços do Ed.
Eu ainda estava deitada toda enroscada no Ed quando ouvi as vozes da e do Harry no andar debaixo.
— Amor, sua irmã e o meu irmão chegaram. Você acha que devíamos ir lá falar com eles?
— Agora não, depois a gente vai lá. — Ed disse sem nem abrir os olhos.
, você está aí? — disse batendo na porta.
— Acho que não vamos poder deixar para depois — falei rindo.
— Tinha que ser a . — Ed falou rolando para o lado e me liberando dos seus braços.
— Ela deve estar preocupada e o Harry também, quando eles saíram, eu estava muito mal. Vou até a porta só para eles saberem que está tudo bem e já volto.
Levantei, vesti meu roupão e segui até a porta, abrindo só uma fresta suficiente para deixar meu rosto aparecer.
— Oi gente — falei e vi que o Harry estava junto com a .
— Você está bem, irmãzinha?
— Não se preocupem, está tudo bem agora.
— Quem está aí com você, ? — perguntou desconfiada.
— Que isso, , nós deixamos a chorando quando saímos e agora você acha que ela está acompanhada?
— Eu não acho, eu tenho certeza.
— Você acha que minha irmã é o que, hein?
— Harry, sem drama, não estou dizendo que sua irmã está com qualquer pessoa. Olha pra cara dela, é óbvio que ela está com o meu irmão, aposto que aquela bunda branca está sem roupa em cima da cama dela. — falou alto para que o Ed ouvisse.
— Para de ser indiscreta, ! — Ed respondeu de dentro do quarto.
— Estou confuso, o Ed não deveria estar indo para a Irlanda? Vocês não tinham terminado? O que foi que eu perdi, gente?!
— Calma Harry, eu sei que é coisa demais para sua cabecinha, mas eu vou te explicar. E quem tem muito o que explicar é a . — disse .
— Eu vou explicar tudo, mas não agora, ok? Se vocês me dão licença, meu amor está me esperando — falei fechando a porta em seguida.
Voltei para cama junto do Ed e ficamos lá até a noite. Quando descemos para jantar, recebemos uma enxurrada de perguntas.
— E foi isso que aconteceu, o Ed me mandou a música, eu me arrependi e corri para impedir ele de ir embora.
— Aí esse meu irmão romântico, arrumou uma namorada tão romântica quanto ele. É claro que uma música de amor ia derreter o coração da .
— Eu fico feliz que tudo tenha terminado bem, eu não aguentava mais ver a chorando pelos cantos — disse Harry.
— E seus amigos da banda?
— Eu liguei para eles e expliquei que não ia mais voltar, eles ficaram um pouco chateados, mas acabaram entendendo.
— Então eles vão gravar sem você mesmo? — Harry perguntou.
— Provavelmente sim, vão procurar um vocalista.
— Espero que você não se arrependa — disse .
— Não tem a menor chance de eu me arrepender. — Ed disse passando os braços ao redor dos meus ombros e beijando minha testa.
Meu coração estava muito mais leve depois que tudo ficou bem entre mim e Ed e eu acabei vendo que ele tinha razão quando disse que oportunidades podem surgir novamente. Algumas semanas depois nós estávamos no pub em que ele trabalhava, fomos ver a banda tocar. Eu estava na mesa com a e o Harry admirando meu lindo namorado quando a banda deu uma pausa e ele veio sentar conosco. Nós estávamos conversando quando um homem se aproximou.
— Com licença, será que eu poderia saber seu nome, rapaz?
— Eu me chamo Ed. Quer dizer Edward, mas todo mundo me chama de Ed.
— Você é muito talentoso, tem uma voz incrível. E as músicas que você cantou, são suas?
— Sim, eu sou compositor também.
— Será que eu posso deixar meu cartão com você? Eu sou agente de uma gravadora aqui de Londres, estou procurando por novos talentos e eu fiquei muito interessado em gravar um álbum profissional com você, como cantor solo.
— Nossa, eu nem sei o que dizer. — Ed disse pegando o cartão do homem.
— Apenas diga que vai até a gravadora na segunda-feira pela manhã, vou marcar uma reunião com nossos produtores.
— Claro, eu vou sim.
— Ótimo. Nos vemos na segunda então, Ed. Aliás, Ed soa muito bem para um nome artístico.
O homem se despediu e saiu logo em seguida.
— Eu não estou acreditando! — disse.
— Cara, olha essa chance, agora sua carreira decola. — Harry completou.
— Meu amor, é uma oportunidade de ouro, estou tão feliz por você.
— Viu só o que te disse? Sempre existem outras chances, eu não precisava te deixar para crescer na minha carreira. — Ed disse me dando um beijo.
— Está preparada para lidar com um bando de fãs enlouquecidas correndo atrás do meu irmão, ?
— Acho que vou ter que marcar ponto em todos os shows para que elas saibam que esse ruivo já tem dona.
— Como se precisasse, né, não existe outra mulher no mundo para mim que não seja você.
Ele tinha razão, o amor que o Ed tinha por mim era tão forte, tão único e verdadeiro que não havia motivos para eu temer. Ele fazia eu me sentir segura quanto a tudo, e isso também incluía a fidelidade dele comigo.
Eu sempre soube que namorar o Ed seria um mar de calmaria e paz, porque ele era do tipo que tratava todo mundo ao seu redor bem, que dirá a mulher que amava. Mas mesmo assim ele ainda conseguia me surpreender, principalmente com as pequenas coisas do dia a dia.
— Onde estão a e o Harry? — Perguntei entrando na cozinha e encontrando só o Ed.
— Eles deram uma saída, mas já devem estar para voltar.
— Como assim, meu irmão saiu? Quem vai fazer o almoço de domingo?
— Você acha que só seu irmão sabe cozinhar por aqui, é? Eu fiquei responsável pelo almoço de hoje.
— Você sabe cozinhar?
— Aprendi algumas coisas morando sozinho na Irlanda por tantos anos.
— E eu posso saber qual vai ser o prato do almoço?
— Sunday roast, minha especialidade.
— Você tem certeza que sabe fazer isso?
— Você não está acreditando em mim? Pois eu vou te provar que sou bom na cozinha.
— Ok, eu vou ajudar então. Vou arrumar a mesa, e se precisar cortar alguma coisa, deixa comigo.
Nós começamos a trabalhar juntos na cozinha e eu liguei o rádio, eu gostava de fazer as coisas com música. Então começou a tocar I want it that way dos Backstreet Boys e o Ed se animou.
— Aumenta, essa música é um clássico!
— Meu Deus, mais fanboy do que eu.
Eu aumentei o volume no máximo e nós começamos a cantar. Então o Ed me puxou e começamos a dançar pela cozinha, ele me girou enquanto eu não sabia se ria ou se dançava. Quando a música terminou ele me puxou para junto de si e me inclinou em uma típica pose de final de dança, me dando um beijo em seguida.
— O que é isso, gente, virou concurso de dança nossa cozinha? — disse entrando na cozinha com o Harry.
— Eu sabia que não devia ter deixado o almoço nas suas mãos, Ed — disse Harry.
— Parem de ser chatos, a gente só está se divertindo um pouco — falei me recompondo. — Meu amor vai fazer o melhor Sunday roast que vocês já comeram.
— Isso mesmo, vocês nunca mais vão querer comer outro depois de provar o meu.
— Quero muito acreditar nisso, irmãozinho, mas agiliza, porque eu estou morrendo de fome.
No fim o Ed provou que ele tinha sim seus dotes culinários e eu fiquei pensando que eu havia ganhado o pacote completo, um namorado lindo, carinhoso, talentoso na música e que ainda sabia cozinhar.

Ed's POV On

Quanto mais eu ficava com a , mais eu me apaixonava por ela. Eu sempre soube que não havia outra mulher para mim que não fosse ela, mas agora que estávamos juntos essa certeza só crescia cada vez mais dentro de mim. Eu conseguia ver nosso futuro juntos, construir uma família, ter filhos e isso era tudo que eu queria. Por isso não demorou muito tempo até que eu tomasse a decisão de pedi-la em casamento, nós já havíamos perdido tanto tempo das nossas vidas separados que eu não queria perder mais nenhum segundo.
— Ed, que você quer pedir a em casamento eu já entendi, mas onde eu entro nessa história?
— Eu quero que você desenhe o anel de noivado.
— Ah, agora eu entendi.
— Quero que você faça o anel mais bonito, delicado como ela e exclusivo, que lembre a nossa história. E também quero que você grave dentro do anel a data que vou pedi-la em casamento.
— Tudo bem, deixa comigo, maninho.
— Quando o anel ficar pronto, você me avise, para eu colocar em prática meus planos para o pedido. Vou precisar da ajuda da família para tudo dar certo.
— Ed, você sabe que se você pedisse a em casamento em um dia qualquer no meio da sala de casa com uma aliança de chiclete ela aceitaria, não sabe?
— Eu sei disso, mas eu quero que seja especial. Você não é nada romântica, mas eu sou, e a também é, então tem que ser um momento único.
— Ok, já entendi, senhor romântico, tem que ser um momento daqueles bem diabéticos. Já vou preparar minha insulina para esse dia.
— Haha, que engraçada você. Sério , me ajuda com isso, você sabe o quanto é importante para mim.
— Não precisa fazer essa cara de cachorro que caiu da mudança, eu vou te ajudar e vai dar tudo certo. A vai pular nos seus braços, vocês vão se casar e ter uma criança bem diabética igual vocês.
— Obrigada irmã, você é o máximo.
— Eu sei disso. — disse e nós rimos.
Quando a me disse que o anel estava pronto, eu pude finalmente colocar meu plano em ação. Eu decidi pedir a em casamento no lugar onde nós nos conhecemos e onde nosso amor começou, em Suffolk. Então nós combinamos de ir visitar nossos pais, a , claro, pensava que era só mais um final de semana em família. Nós fomos na sexta à noite e no sábado pedi que a tirasse a o dia todo de casa. Enquanto isso, eu, o Harry e nossos pais arrumamos tudo para quando ela chegasse. O local escolhido para o pedido foi o jardim da casa dos Styles, nós penduramos luzes por todo o jardim e fizemos um caminho com pétalas de rosas vermelhas, as favoritas da . O caminho de rosas terminava em um arco de flores e eu coloquei um painel luminoso debaixo do arco com a frase: "Marry me?". Era debaixo desse arco que eu estaria esperando por ela. Quando tudo ficou pronto, eu fui me arrumar e esperar que a retornasse para casa com a . Meu coração já estava completamente disparado de tanta ansiedade, eu mal podia esperar para ver o rosto da e para colocar o anel no dedo dela, nosso felizes para sempre começava ali.

Ed's POV Off

Nós fomos para Suffolk visitar nossas famílias e eu esperava passar o sábado todo grudada no meu namorado, mas sei lá o que deu na que ela cismou que tínhamos que sair. Ela disse que deveríamos relembrar nossos tempos de adolescente e sair pela cidade sem rumo. E nós saímos sem rumo mesmo, a me fez ir ao mercado, depois paramos para comer, então fomos ao cinema e aí minha amiga teve a ideia de fazer compras, uma atividade que se estendeu até o final da tarde. Quando voltamos para casa, já havia escurecido e eu estava bem mal humorada de ter passado o sábado inteiro na rua.
— Pelo amor, , que ideia foi essa de ficar o dia todo fora?! Eu estou cansada, com fome e precisando de um banho.
— Para de reclamar, menina, foi divertido. Nós costumávamos fazer isso quando éramos jovens.
— Sim, disse bem: quando éramos jovens e não tínhamos mais nada o que fazer da vida. E também quando morávamos aqui, mas agora somos apenas visita, o tempo que passamos aqui devemos aproveitar com a família.
— Mas nossa, que nervoso é esse, irmãzinha? — Harry disse quando entramos na sala.
— Sua namorada me arrastou por um tour interminável na cidade. Olha para isso, ela comprou um milhão de coisas inúteis. — Apontei para as sacolas.
— Que a é consumista não é nenhuma novidade.
— Harry, não dá corda — disse .
— Aonde você vai, ? — Harry perguntou me vendo subir as escadas.
— Tomar um banho, não tem a menor condição de eu ir atrás do meu namorado depois de um dia todo na rua, estou suando.
— Tudo bem, mas vê se não demora, o Ed está esperando você.
— Claro que está, eu fui sequestrada pela irmã dele! — Respondi e vi que o Harry e a estavam cochichando. — Estão falando o que aí?
— Nada, , vai logo tomar seu banho! — disse .
Eu fui para o meu quarto e me enfiei debaixo do chuveiro, meu mau humor indo embora junto com a água quente. Quando saí, coloquei um vestido confortável e desci para a sala, mas não encontrei mais ninguém por lá. A casa estava silenciosa, estava tudo escuro, comecei a achar tudo muito estranho, onde todo mundo havia se enfiado?
Fui até a cozinha e havia um bilhete em cima da mesa, era a letra do Ed e dizia: "Vá para o jardim". Coloquei o bilhete de volta na mesa e segui para lá, abrindo a porta da cozinha que saia no jardim. A visão que eu tive foi simplesmente linda, o jardim estava todo iluminado, cheio de luzes penduradas por toda a sua extensão que contrastavam com o céu estrelado. Havia um caminho de pétalas de rosas vermelhas, minhas favoritas, que seguia pelo jardim. Eu fui andando por esse caminho até que olhei para frente e me deparei com o Ed parado embaixo de um arco de flores com um painel luminoso escrito "Marry me?". Ele estava tão lindo, havia um sorriso tímido em seu rosto quando ele se ajoelhou e abriu uma caixinha de veludo.
, eu sempre soube que você era a mulher da minha vida e estar com você é tudo que eu sempre quis. Por isso eu quero que a gente comece nossa vida juntos, construir a família que eu sei que você sempre sonhou em ter. É por isso que eu preparei essa surpresa aqui no lugar onde crescemos e onde aprendemos a nos amar, só para te perguntar: quer casar comigo?
Meu coração estava transbordando de tanto amor, eu olhava para o Ed e não conseguia acreditar que ele era real, que eu realmente tinha tido tanta sorte na vida de encontrar alguém como ele. A essa altura as lágrimas já estavam rolando pelo meu rosto.
— Não tem nada que eu queira mais nessa vida do que me casar com você. É claro que eu aceito!
Ed se levantou, me abraçou e me beijou, depois ele colocou o anel no meu dedo. Era um lindo e delicado solitário de diamante, o arco do anel era grosso e havia uma frase escrita nele: "You bring me to life", frase da música Collide que o Ed havia composto para mim e cantado no dia do casamento da minha prima, a música que contava toda a nossa história. Dentro do anel estava gravada a data daquele dia tão lindo que ia ficar gravado para sempre na minha memória, o dia em que ele me pediu para ser sua esposa.
— E esse anel perfeito, gente?!
— Foi a quem desenhou.
— Só podia mesmo ser um trabalho dela.
Ed segurou minhas mãos e me olhou nos olhos.
— Eu lembro de cada primeira vez que nós tivemos juntos, a primeira vez em que eu te vi ainda criança, os primeiros segredos que dividimos, nosso primeiro beijo, nossa primeira noite. Eu mal posso esperar pelas milhões de primeiras vezes que ainda virão, nosso primeiro filho e tudo mais que ainda está por vir.
— Eu também mal posso esperar. Eu te amo tanto, Ed, nenhuma palavra é suficiente para descrever o quanto eu te amo.
— Eu entendo exatamente o que você quer dizer. Não importa quantas músicas eu escreva para você, nunca vai expressar o suficiente o tamanho do meu amor por você. Eu simplesmente te amo.
Ed me puxou pela cintura e me beijou apaixonadamente, eu passei minhas mãos ao redor do pescoço dele e entrelacei meus dedos em seus cabelos. Então eu escutei gritos, palmas e comemoração ao nosso redor, nossas famílias apareceram para celebrar o momento conosco.
— Vocês todos, me enganaram direitinho.
— Foi por uma boa causa — disse Harry.
— E eu achando que a estava doida, me arrastando pela cidade.
— Viu só, dona José, não precisava ter ficado irritada.
— Mas como eu ia adivinhar também, né?
— Eu quero é saber o que vou fazer com tanta coisa que comprei. Ed, você que vai pagar a fatura do meu cartão mês que vem, afinal foi tudo culpa sua.
— Olha, , eu estou tão feliz que eu pago sua fatura com muito prazer.
— Finalmente nossos filhos vão se casar! É um sonho se realizando. — Minha mãe disse, ela e a mãe do Ed estavam emocionadas.
— Parece que as duas vão ter o desejo saciado de ver dois de nós vestidos de branco e terno num altar. — Comentou Harry.
— Ainda bem que é a e o Ed, porque se fossemos nós, provavelmente você quem estaria vestido de noiva, Harry. — disse e nós rimos.
— Obrigada pela surpresa linda, família, eu sei que todos vocês ajudaram e eu estou muito feliz. E obrigada pelo anel, , ficou maravilhoso.
— Espere só até você ver as alianças de casamento que vou desenhar para vocês.
— Ah sim, agora temos que começar a pensar em todos os preparativos do casamento. E vocês tratem de escolher logo uma data, nada de ficar enrolando por anos — disse a mãe do Ed.
— Não se preocupe, mãe, vamos marcar a data logo. Mas por enquanto vamos apenas curtir o momento.
Nós aproveitamos que o jardim estava decorado e decidimos jantar do lado de fora naquele dia, meu pai montou a mesa que usávamos para refeições no jardim e nossas mães prepararam um jantar especial. Depois daquele final de semana, eu voltei para Londres noiva e feliz, já começando a planejar na minha cabeça todos os detalhes do casamento. Obviamente como uma boa organizadora de eventos, eu mesma faria questão de cuidar de cada detalhe da minha cerimônia, depois de ter realizado tantas festas, agora era a minha vez de ter meu dia especial.
Nós nos casamos alguns meses depois, em uma igreja de Suffolk, é claro, e com uma festa que varou a noite. Passamos a lua de mel no Taiti, e quando voltamos nos mudamos para nossa nova casa, que ficava praticamente do lado da casa antiga, onde o Harry e a continuaram morando. Nossa primeira filha também não demorou a nascer, exatamente um ano depois que nos casamos. Ela se tornou a garotinha mais mimada daquela família, com os avós babões, o tio e padrinho Harry que pensava que ela era uma boneca e não parava de comprar roupas da Gucci para ela e tia e madrinha que havia desenhado uma pulseira de ouro branco exclusiva para colocar no braço gordinho dela. O Ed nem preciso dizer que era o pai mais amoroso e incrível que qualquer criança poderia ter, todo o amor que ele tinha por mim se estendia para nossa filha. Eu podia dizer com toda certeza que eu era a mulher mais realizada e amada do mundo, porque era assim que eu me sentia. O Ed era mais do que um sonho, ele era a minha realidade e ter o privilégio de ser amada por alguém como ele era uma benção que eu fazia questão de agradecer todos os dias.




FIM



Nota da autora: Sem nota.
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Ready To Run


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