Fanfic finalizada

Capítulo Único

- Você sabe o que significa “não”, Roger? – perguntei, extremamente irritada com a insistência dele no assunto.
- Claro que sei, mas...
- Não é o que parece – o interrompi – Céus, estou exausta, eu NÃO quero sair com você. Fim da história. Isso que você está fazendo é perseguição. Assédio. Não posso colocar o rosto na rua que você está me espreitando como um lobo. – conclui.
- Não seja dramática, Flor, eu só insisto tanto pois sei que, no fundo, você quer dizer sim, só tem medo do que as pessoas irão falar – Roger falou, com um sorriso ladino – Flor, adoro você e sou, sem dúvidas, o melhor partido que você poderá arrumar. Todas as garotas do bairro adorariam estar no seu lugar. – completou.
- Então, meu querido Roger, vá procurar todas as garotas dessa cidade e me deixe em paz! – falei, quase gritando e passando por baixo do seu braço, que estava impedindo a minha passagem. – E não venha atrás de mim, ouviu?
Eu já não aguentava mais, as investidas do Roger estavam ficando cada vez mais intensas. Talvez eu devesse procurar uma ordem de restrição para ele. Ri comigo mesma, nunca, em hipótese alguma, um policial dessa cidade faria qualquer coisa ao grande e ilustre Roger Solano. Um dia ele se cansa. Levantei a cabeça e vi que o ônibus já estava chegando ao ponto. Droga. Eu iria acabar perdendo, saí correndo e o motorista me esperou. Felizmente. Peguei meu livro e comecei a ler. Logo chegou minha parada, desci e andei até o prédio.
Cumprimentei o porteiro e fui em direção as escadas, o prédio era bem velho e não tinha elevador, felizmente, minha avó morava no terceiro andar, então não teria tantos lances para subir. Cheguei na porta do seu apartamento e toquei a campainha.
- Antes de entrar, lembre-se de limpar os pés no tapete, Flor. – falou, abrindo a porta.
- Oi, vó, também estava morrendo de saudades sua – falei de forma sarcástica.
- Mas olha que menininha saliente – falou, apertando minhas bochechas. Revirei os olhos enquanto a abraçava.
- Vou hoje acertar os detalhes do novo emprego com o Sr. , estou nervosa. – falei.
- Mas qual o motivo? O emprego já não é seu? Aliás, eu sou totalmente contra essa história de você morar com eles, onde já se viu. – minha avó falou.
- Vovó, não é como se tivesse outra opção, eles precisam de uma babá em tempo integral e eu preciso do emprego. Ainda saio ganhando por não precisar mais pagar aluguel. – disse a ela.
- Você não precisaria pagar aluguel se morasse aqui. Eu iria adorar, apesar de você me visitar constantemente, ainda sinto sua falta – falou, de uma forma fofa.
- Meu Deus, a senhora é à avó mais linda do mundo inteirinho, mas a senhora sabe que não dava para morar aqui com o outro emprego, ia acabar gastando muito com passagem, e nesse, um dos critérios era morar lá. E não posso me dar ao luxo de perder essa oportunidade, vó. – falei, um pouco triste.
- Eu sei, querida, eu sei. – ela disse – se ao menos aquele bastardo do seu pai não...
- Quer saber? Não vamos falar disso, ok? – a cortei, tentando não pensar nesse assunto – hoje é um dia feliz, maravilhoso e prefiro não estragar pensando nisso, ok? Fiz a minha parte, tenho certeza que vou ser recompensada por isso, assim com ele, por sua atitude. – Concluí.
Passamos um bom tempo conversando, mas logo deu a hora de partir. Tinha que pegar o ônibus para o outro lado da cidade, basicamente. Me despedi e fui em direção a parada.
XxxxX

Cheguei a mansão e toquei a campainha, a casa era enorme. Nunca tinha vindo para esse lado da cidade, era tudo tão lindo e grande. Aguardei alguns minutos, como ninguém veio atender a porta, toquei a campainha novamente. E novamente. Mais uma vez.
- DROGAAAAA! JÁ VAAAI! – Escutei uma voz irritada falar. Ops. – Nossa, não tem ninguém para abrir essa porta? Tenho que sair do meu quarto? Não sei qual o motivo de ter empregada. – continuou, muito irritada. A dona da voz abriu a porta e me encarou – O que é? – perguntou.
- Nossa, mil desculpas, não queria te irritar...
- Mas irritou, não é? O que você quer? – Me interrompeu. Olhei abismada para a garota, ela não devia ter mais que 15 anos, para que tanta raiva, nossa. Eu ia começar a me explicar, mas ouvi uma voz conhecida e suspirei em alívio.
- Bruninha, meu amor, que tanta raiva é essa? – Sr. perguntou, sorrindo para mim – Essa é a , a nova babá de vocês. – concluiu.
- Babá deles, não minha. Tenho quase 16 anos, não preciso de babá e talvez agora, tenhamos alguém para atender a maldita porta. – a garota, Bruna, falou. Indo em direção as escadas. Eu ainda estava parada na soleira da porta, mais perdida do que agulha no palheiro. O Sr. não tinha falado nada sobre uma adolescente problemática.
- Bruna – ele começou, em um tom severo -, esse tipo de comportamento não será tolerado e...
- NÃO, , O QUE NÃO PODE SER TOLERADO É VOCÊ E O QUERENDO ACABAR COM A MINHA VIDA, VOCÊS NÃO PODEM ME PROIBIR DE SAIR, DE CURTIR MINHA VIDA, SOU APENAS UMA ADOLESNCETE – A garota terminou. Uau, quanto drama. Acho que eu devia apresentar meus problemas a ela. Um choque de realidade.
- Bru, meu amor, você sabe que isso não é comigo, não é? – ele perguntou – São ordens do seu irmão.
Irmão? Eu não iria cuidar dos irmãos do Sr. ?
- Eu sei, , mas se você falar com ele, ele vai deixar. Você consegue manipulá-lo como um boneco. Por favor, por favor, por favor...
- Eu vou tentar – ela comemorou -, mas não garanto nada, ok? Agora peça desculpas a . – Ele ordenou, a garota veio correndo em minha direção, me abraçou e me encheu de pedidos de desculpas, apenas assenti. Ela me soltou e subiu as escadas.
-Então, , acho que te devo desculpas, não é? – Sr. perguntou - A Olga e a Mariza foram ao supermercado, elas são as empregadas da casa. Governanta e empregada, respectivamente. – Ele completou.
- Ah, claro, Sr. , mas...
- Nada de Sr. , nós só temos alguns anos de diferença – falou, me interrompendo.
- Ok, claro. Então, - frisei seu nome -, a Bruna não é sua irmã, mas os garotos são? Foi porque o senhor – ele me olhou feio -, você disse que eu ia cuidar dos seus pequenos, dai fiquei confusa. – conclui, rindo.
- Ah, eu os considero meus, mas eles são irmãos do . – ele disse.
- Ah, sim, e o é...? – perguntei.
- Meu melhor amigo, nos conhecemos desde os 8 anos, que foi quando os pais dele se mudaram para a casa ao lado da minha e o resto é história para outro dia. Vamos lá? O já está esperando – falou, sorrindo, retribui o sorriso.
- Ah, sim, mas você mora aqui com eles? – perguntei, enquanto íamos encontrar o tal .
- Sim. – respondeu, simplesmente.
Fomos em direção a uma sala, que descobri ser o escritório. Foi quando o vi pela primeira vez. Sabe todos os clichês de conto de fadas? Eles fizeram sentido para mim naquele momento. Ele era lindo. Com toda a certeza do mundo, eu havia encontrado meu príncipe.
- Puta que pariu, cara, escutei os gritos da Bruna daqui, nem fui te ajudar, sem saco para a birra sem sentido dela. – ele falou para o , sua voz era linda, ok, o vocabulário não era do melhor, mas quem sou eu para falar? Acho que todo o príncipe tem seu momento de sapo. Ele moveu seu olhar em minha direção. – Você deve ser a , correto? – assenti, ele me olhou dos pés a cabeça, demorando um pouco demais nas minhas pernas e meu decote quase inexistente. Ok, talvez ele estivesse mais para um ogro. Bufei, irritada. Ele voltou a me encarar com um sorriso de lado. - Sou o , seu chefe a partir de agora. Te contratei porque preciso que você cuide dos meus irmãos. Isso não será uma tarefa fácil, vou logo avisando. – completou.
- Por mim tudo bem, Sr. , vou dar o meu melhor para...
- Não, eu não me expressei bem – falou, me interrompendo. Que mania o pessoal dessa casa tinah de me interromper. Argh. -, eles são umas pestes. Incontroláveis, você é a sétima babá que contrato em seis meses – arregalo os olhos e lanço um olhar zangado para o , ele não me avisou isso. Ele sorri amarelo para mim. – Eu preciso que você fique com esse cargo, sério. Não aguento mais esse processo de explicar. Não posso mais ficar sem ir ao bar nos finais de semana porque ninguém controla esses moleques. – completou – Aliás, ou , okay? Não estou velho o suficiente para ser chamado de senhor. – concluiu.
- Claro, . – falei, um pouco chateada por falar assim dos seus irmãos. Talvez ele não tivesse nem um pouco de príncipe.
- Ótimo, vamos lá, vou te apresentar aos pestinhas. Cadê o ? – ele perguntou.
- Não sei – falei, só percebendo naquele momento que o tinha sumido.
Quando olhei para o lado o já estava bem na frente, andei apressadamente e o acompanhei. Fomos em direção a sala.
- CAMBADAAAAA! VAMOS DESCENDO, JÁ – Ele gritou perto da escada. Estremeci. Mas estremeci mais ainda quando vários passos soaram de uma vez em uma correria pela escada.
Me assustei ao ver 6 crianças, adolescentes ao pé da escada. O tinha me informado correto? Ao pensar nele, prontamente o mesmo apareceu saindo de uma porta, que supus ser a que levava a cozinha comendo uma maçã.
- Vou fazer uma apresentação rápida, ok? – O falou, mal olhando para mim, mas assenti da mesma forma – Gustavo, Marcelo e Bruna são os trigêmeos – falou, apontando para os dois garotos que aparentavam ser os mais velhos do grupinho, eles eram bem diferentes fisicamente para trigêmeos -, eles têm 15 anos e não podem acender uma vela sem a minha permissão, entendido? – Dessa vez, ele olhou diretamente para mim. Senti minha pele formigar, mas disfarcei e assenti. – Esse é o Pedro, ele tem 11 anos e é o que menos vai te dar preocupação, está seguindo os passos do e, em breve, irá tomar o posto de gênio da família. – sorri com essa demonstração de carinho do , quer dizer, . – E esses dois são o Joaquim e o Daniel. O Dan é o bebê da casa, tem 6 anos, o Joca está com 8 anos. E, pessoal, essa é a , a nova babá de vocês. – Completou.
- Oi, gente! – acenei, um pouco tímida.
- Apresentação feita, trabalho concluído. Agora eu e o gênio ali – apontou para o – temos coisas para resolver. Aproveite as crianças, . – deu uma piscadela para mim e foi em direção a saída, seguido pelo . Nossa, acho que estava ferrada.
Me virei para encarar as “crianças”, que tinham um sorriso malicioso no rosto. Pois é, acho que estava completamente ferrada.

XxxxX

Ao contrário do que eu imaginava, estava sendo maravilhoso trabalhar naquela casa. As crianças, depois do início, se mostraram incríveis. Claro que sofri um mal bocado antes, mas mostrei a elas que estava ali para ficar. Os outros empregados eram ótimos e o e o mal paravam em casa, ou estavam na empresa ou nas festas que os dois iam. E garanto, eram muitas. Mas quando apareciam, era só alegria. Os meninos os adoravam. Até mesmo a Bruna, com todo o seu humor razinza. Isso ela tinha puxado do irmão, não que eu fosse dizer isso a ele, claro.
Eu tinha uma folga semanal que era o único dia em que o ficava em casa, a usava para visitar a minha vó, apesar que o não acreditava nisso, de acordo com ele, eu usava a folga para saciar minhas necessidades com o meu namorado. Namorado esse, que desconheço totalmente a existência. A insistência dele nesse assunto se deu por que ele ouviu uma conversa minha no telefone com o Roger, que tinha conseguido o meu número e vinha enchendo o meu saco.
Flashback On
- Roger, por favor, eu vou conseguir aquela medida cautelar, tá ouvindo? EU. NÃO. QUERO! – Falei, enraivecida se encostando na bancada da cozinha – Não importa, por mim você fica com qualquer uma, apenas me deixe em paz, tá bem?
Desliguei o telefone, ao me virar, deparo com o encostado na soleira da porta.
- Não vi você ai, . – falei.
- Eu sei, - ele disse – se tivesse, não teria falado tão alto.
- Desculpa, não foi minha intenção. – respondi, calma.
Ele veio andando em minha direção, parou bem em minha frente. Eu tinha que manter a cabeça totalmente erguida para ver seu rosto com essa proximidade, ele era bem mais alto que eu.
- Problemas no paraíso? – perguntou.
Demorei um pouco para processar o que ele quis dizer, quando entendi, neguei freneticamente.
- Não, claro que não, isso foi apenas um idiota que... O que você pensa que está fazendo? – sussurrei de forma apreensiva. O tinha pressionado seu corpo ao meu. Eu podia sentir todo o corpo dele. TODO MESMO.
- Eu? Nada de mais, apenas pegando uma fruta na cesta, ué. – ele falou, malicioso.
- Tenho certeza que existia outros modos para pegar essa fruta, Sr. - retruquei.
- Claro que sim, mas não seria tão divertido, não é? – Questionou, piscando para mim.
Bufei e revirei os olhos.
- Boa noite, . – falei, indo em direção ao meu quarto.
- Espera, , esse cara, que você estava falando, é o seu namorado? Vocês brigaram? – ele perguntou.
- Isso importa para você, ? – O respondi com outra pergunta.
- Na verdade... Não. – Ele falou e deu de ombros.
Forcei um sorriso e voltei a caminhar em direção ao meu quarto.
Flashback Off
Desde então, sempre temos algumas piadinhas entre nós, mas nada que afete o trabalho. A não ser o fato de que sou apaixonada por ele, mas o não precisa saber disso, claro.
Ri com meu pensamento e fui em direção a saída da casa. Minha vovó esperava a minha visita.

XxxxX

Bati na porta do escritório e encontrei o de olhos fechados curtindo a música que preenchia todo o ambiente.
- ? – chamei novamente, já entrando no cômodo. – ! – Falei, um pouco mais alto.
Ele sobressaltou-se.
- Ãhn? Ah, oi, , desculpa. – falou, parecendo um pouco envergonhado. Que fofo. – O que você quer? – perguntou, com um sorriso.
- Então, adorei a música, amo jazz. Meu cantor favorito é o Louis Armstrong, sabe a música que o Tiago Iorc cantou na abertura da novela? AMO. – falei, com um sorriso.
- Você também curte jazz? – ele perguntou, um tanto cético.
- Sim, claro, por que não curtiri... – me interrompi ao ver a expressão dele – Tá bom, não curto. Só conheço essa música por causa da novela, mesmo.
Ele gargalhou alto. Tipo, MUITO ALTO MESMO. Parecia até uma hiena.
- , você é hilária! – Ele falou, enquanto limpava as lágrimas dos cantos dos olhos, mostrei minha língua para ele. Idiota. – Então, por que você mentiu? – perguntou, ainda com um sorriso no rosto.
- Sabe o que é, ? Quero te pedir um favor...
- Se for aumento, nem venha, não tenho condições de gastar mais...
- Nossa! Deixa de ser mão de vaca, você é tão rico que se me desse um aumento não ia fazer nem diferença! Mas não é isso que quero pedir. – respondi, o interrompendo, assim como ele fez comigo. Chupa!
- E o que você quer? – Ele perguntou novamente, olhando diretamente no meu rosto.
Você. Foco, , foco.
- Assim, vai ter uma festa lá no meu bairro, vai ser sábado, dai queria pedir dispen...
- Claro que não! – me interrompeu bruscamente. – Não vou liberar você de um dia de trabalho, . Sinto muito, você deveria ter trocado a sua folga. – concluiu.
- Nossa, que mal educado! Mania chata de ficar interrompendo as pessoas, poxa. – reclamei – E eu não quero “dispensa de um dia de trabalho”, queria apenas pedir para poder dormir fora. Já que a festa é a noite. Juro que chego cedinho no outro dia. – terminei, um pouco magoada com a grosseria dele.
- Dormir fora? Você está louca? – perguntou, parecendo totalmente indignado com a possibilidade.
- Claro, ué, vou dormir na casa da Juli ou da Tati, ‘tá tudo arrumado, já. Chego cedinho no domingo e...
- Não, , infelizmente não dá. Sinto muito. – falou, me interrompendo novamente. – Você é paga para dormir no trabalho e é isso que deve fazer. A menos que seja caso de urgência e, ao que parece, não é. – concluiu, com um sorriso tenso no rosto.
- Aff, . Eu usaria o tempo da minha madrugada. Se eu estou aqui pela manhã, quando as crianças acordarem, minha obrigação será cumprida e garanto que estarei aqui logo cedo. Nem precisaria dormir, juro. Essa festa é importante para mim, a Tati vai embora do estado. – tentei argumentar.
- NÃO! – Ele vociferou. – Você não vai dormir fora e ponto final! , se você não dormir durante a madrugada, quem garante que terá um bom desempenho durante o dia? E se não estiver durante a madrugada em casa, o que irá acontecer se alguma das crianças passar mal? Se quer se despedir da sua amiga, marque algo durante a sua folga. – falou, tentei dizer algo, mas ele me calou com o olhar duro que me lançou. – E se não tem nada de importante para me dizer, por favor, me deixe sozinho. Tenho que trabalhar. – concluiu.
- Você está precisando tomar uma colher cheia de calmante. Melhor, uma xícara inteira! – O respondi, como uma criança birrenta.
Bufei irritada e fui em direção a saída. realmente sabia ser um ogro, quando queria.

***

Estava em meu quarto, os mais velhos tinham ido para o curso de inglês e tinha colocado os dois pequenos para dormir. A atitude do tinha me irritado bastante, já tinha mandado mensagens para as meninas, avisando que não poderia ir. Que ódio.
Tenho certeza que esse tipo de atitude era abuso de poder. Isso, vou processar o . MUAHUAHAUHA.
Levantei da cama e resolvi dar uma arrumada no meu quarto. Me abaixei para pegar algumas coisas que estavam caídas no chão. Minha porta abriu de repente, levantei rapidamente, segurando o pente, a carteira e alguns papéis, que estavam caídos, os joguei em cima da cama e encarei o . Tentando fazer uma cara zangada.
- Oi, . – ele falou, um pouco sem jeito, com as mãos atrás do corpo. Ao menos ele tinha a decência de parecer envergonhado.
- Olá, Sr. , como posso ajudá-lo? – falei em um tom sarcástico.
- Qual é, , chamar de senhor é golpe baixo. – ele disse, com um sorriso de canto, lutei bravamente para não sorrir junto, e consegui. – Enfim, eu quero te pedir desculpas. Talvez eu tenha me excedido um pouco. – ergui as sobrancelhas para ele – Ok, eu me excedi muito. Mas estou realmente arrependido.
- Está desculpado, . Você não precisava ter sido tão grosso, sabe? – falei, manhosa. – E tira essas mãos de trás do corpo, parece que está escondendo uma arma, ou sei lá. Outra coisa, você tem que bater na porta antes de entrar, eu podia estar pelada. – conclui. Ele me lançou um olhar malicioso e o fuzilei com o olhar. Mas por dentro estava dando pulinho.
Ele, finalmente, trouxe as mãos para frente do corpo e nela tinha uma rosa. Ele a estendeu para mim.
- Uma flor, para uma flor*. – Nos olhamos e caímos na risada. Era um trocadilho besta, mas que nunca perdia a graça. – Resolvi que seria melhor não chegar de mãos vazias, já que o me informou que, provavelmente, você já devia estar abrindo um processo contra mim. – falou, brincalhão.
- Claro, já estava ligando para o único advogado que conheço, no caso, o . – respondi, também brincando.
- Brincadeiras à parte, queria dizer que você tem total liberdade de ir para essa festa – ele revirou os olhos quando disse a palavra -, só estava preocupado.
- Preocupado? Comigo? – perguntei, um tanto feliz demais.
- Não, , você é adulta, faz o que quiser da vida. – ele disse, não me olhando nos olhos. Murchei. – Estava preocupado que... Com.. Er... – arqueei a sobrancelha – estava preocupado que você não chegasse a tempo de manhã. Isso. Era essa a minha preocupação. – ele parecia querer convencer a si mesmo.
- Ah, ok. Quer parar de mexer nas minhas coisas? – Reclamei, ele estava mexendo em minha cômoda.
- O que é isso? – Ele apontou para minha gaveta.
- Hey, essa podia ser a minha gaveta das calcinhas. – o repreendi, e ganhei o segundo olhar malicioso do dia. Joguei uma almofada nele. riu.
- Infelizmente não era, mas me explica: por que tem tampinhas de garrafa na sua gaveta? – perguntou, com um olhar confuso.
- Ué, porque eu coleciono. – falei, simplesmente.
- Tampas de garrafa? – Ele perguntou, com um sorriso estampado em seu rosto.
- Sim – falei, abrindo a gaveta totalmente e mostrando todas as minhas tampinhas a ele -, tenho uma porção de coisas lindas nessa coleção, posso dizer, até, que sou uma pessoa que tem quase tudo. – conclui, com um sorriso.
- Ok, - falou – mas não deixam de ser tampas de garrafa. Muitas tampas de garrafa. Como você conseguiu tantas?
- Bem, eu as vejo por ai e as pego. – disse.
- Como uma cleptomaníaca? – ele perguntou, com os olhos arregalados.
- Sim, , - falei ,rindo. – exatamente como uma cleptomaníaca. – conclui. Ele gargalhou.
- Você é louca, . – ele disse, depois de algum tempo.
- E isso é ruim? – perguntei, com um sorriso.
- Nem um pouco. – ele respondeu, e ficamos nos olhando. Mas ele interrompeu. – Enfim, tenho que trabalhar. – foi em direção a porta, mas parou no meio do caminho. – Quase ia me esquecendo, tem uma condição para você ir a festa – olhei para ele, não acreditando no que o estava falando -, , você tem que estar em casa às 01:00 em ponto, ok? – falou.
- O que? Você está me dando um toque de recolher? – perguntei, incrédula.
- Não é um toque de recolher, é uma garantia que você cumprirá com suas obrigações, na manhã seguinte. – falou, sério.
- , é um domingo, ninguém nessa casa acorda antes das 10:00 em um domingo. – destaquei algo que era óbvio. Ele ficou sem jeito. Mas, claro, retrucou.
- Não nesse domingo, nós temos compromissos. – falou, simplesmente.
- Quais? Eu não lembro de nenhum. – o respondi.
- Ér... Vamos a missa. – falou.
- A missa? Mas achei que você não tinha religião. – respondi, confusa.
- E não tenho, mas isso não quer dizer que as crianças não devam ter. Nos dias atuais acho necessário que tenham uma base religiosa, mesmo que não as siga. – falou, um tanto apreensivo.
- Ok, então, anotado. Estarei em casa às 01:00, nem um minuto a mais, nem a menos. – falei, batendo continência.
- Engraçadinha. – falou, e voltou a ir em direção a porta. Mas parou novamente – , aquele seu namorado, vai estar nessa festa? – perguntou, com um desinteresse forçado.
- Ele não é meu namorado. E, infelizmente, vai estar, sim. Ele é primo da Ju. Por que a preocupação? – perguntei, com um sorriso.
- Não é preocupação, só perguntei por perguntar. Espero que se divirta. Estou abrindo mão de uma das minhas sagradas noites de festa por você. – falou, com um sorriso forçado e dessa vez realmente saiu do quarto.
Comemorei em silêncio e mandei mensagem para as meninas, confirmando que iria à festa.

XxxxX

Alisei minha roupa. Se eu não corresse ia acabar perdendo a carona. Antes de sair, fui dar mais uma olhada nos pequenos e dei um beijo nos maiores. Que estavam reclamando do quão injusto era eu poder sair no sábado à noite, e eles não. Apenas risos.
- Uau, você está maravilhosa, . – estava na sala e falou isso quando me viu. Dei uma voltinha para ele e no final agradeci, com uma reverência. Ele riu e gritou – , corra aqui, logo, venha ver a beldade que se esconde por trás daqueles trapos velhos. – completou, sorrindo maroto.
- Ah – me fiz de ofendida -, obrigada pela parte que me toca, , fico muito feliz em saber que acha minhas roupas uns trapos. – brinquei.
Nessa hora, o surgiu do escritório. Ele me olhou e congelou, fiquei feliz em causar essa reação nele.
- Uau, , você está... Incrível. – Falou, com um sorriso. Sorri de volta para ele.
- Obrigada, . – falei, e meu celular vibrou com uma mensagem. – Minha carona chegou, tenho que ir. – Sorri e me despedi deles.
- ? – chamou. – Está frio, não? Você não quer levar um casaco? – ele perguntou. Meu sorriso ficou maior ainda mediante a sua preocupação comigo.
- Eu ‘tô levando– Falei levantando o braço e mostrando o casaco pendurando nele.
- Ah, ok, não vá esquecer da hora, certo? – me lembrou.
- Claro que não, papai. – respondi, e sai pela porta.

***

A música tocava alto, preenchendo todo o ambiente, eu estava descansando, tinha dançado muito. E já queria dançar mais, só precisava de alguns minutos para recobrar o fôlego. Revirei os olhos quando vi o insuportável do Roger vindo em minha direção, já ia voltar para o meio do salão quando ele segurou meu braço, puxei com força e ele soltou.
- O que você quer? – perguntei, com raiva.
- Nada, princesa, só conversar, senti a sua falta. – ele respondeu, cínico.
- Primeiro: não me chame de princesa. Segundo: nunca mais me segure dessa forma e terceiro: ME DEIXA EM PAZ. – Falei, muito irritada.
- Qual é, , só quero conversar. – Roger disse.
- Não quero saber, Roger. Você já me assediou de tantas formas que ver a sua cara me dá agonia, sabe? Então me deixa quieta, ok? – falei, um pouco mais calma.
- Quer saber? Foda-se! Você fica ai fazendo esse doce todo, não tenho saco para isso. Sabemos quem precisa de quem aqui nessa relação. – falou, apontando para nós dois - Você que sairia ganhando, mas se prefere ficar bancando a empreguete dos ricaços, fique à vontade. – concluiu.
- Esse é o X da questão, Roger, não existe uma “relação” aqui, o que existe é o seguinte: você forçando a sua presença e tentando forçar a sua vontade sobre mim, sendo que, querido, aqui, não rola. Sou uma pessoa muito calma, mas desde que me mudei para o bairro você vem testando o meu limite. E eu não preciso passar por isso, entendeu? E não vou deixar de curtir a despedida de minha amiga por sua causa, então, ME DEIXA EM PAZ. Ou lide com as consequências. – o respondi, seca e fui em direção ao meio do salão, procurando as meninas, quando as encontrei, dancei o resto da festa.
Esse foi o problema.
***

Olhei o relógio e ele já marcava 03:00 da manhã. Droga!
Com sorte, todos na casa já estariam dormindo, ninguém precisaria saber que cheguei tão tarde. Amanhã, estaria acordada às 07:00, como se nada tivesse acontecido. Cambaleei, enquanto procurava a chave do portão, talvez eu tenha bebido um pouquinho demais. Encontrei a chave e o abri, resolvi entrar pelos fundos, teria menos chances de acordar o pessoal.
Só não esperava tropeçar no skate do Joca, e cair direto na piscina. Na parte funda da piscina. O caso é, não sei nadar. Tinha duas opções: Tentar gritar por socorro e aguentar a fúria do por ter desobedecido ou morrer afogada. No momento, a segunda opção era bem mais tentadora.
Já estava aceitando a morte como uma velha amiga, quando sinto algo, ou melhor, alguém me puxar.
- Meu Deus, , você está bem? – uma voz que eu conhecia muito bem me perguntou, assustado. Eu apenas tossia. – Caramba, , o que você tem na cabeça? Entrar na piscina uma hora dessas! Você está bêbada? – ele continuou perguntando.
- Eu caí, e não. – respondi, simplesmente.
- O que? – ele questionou, um tanto confuso.
- Eu escorreguei e cai na piscina – falei, apontando para o skate -, e você perguntou se eu estava bêbada, não estou, apesar de ter bebido um pouco. – dei um sorriso, que mais deve ter parecido uma careta, já que ainda respirava com dificuldade.
De repente, a feição de preocupado do sumiu e deu lugar a uma cara aborrecida. Droga, acho que não deveria ter feito menção a festa. Sorri amarelo, já esperando o que viria a seguir.
- , achei que tínhamos acertado um horário. – falou, duro. – Então, por qual razão, você ainda não está em sua cama dormindo? – perguntou, por fim.
- Hey, , eu não sou um dos seus irmãos, ok? Você não pode mandar em mim! – Ele ergueu uma sobrancelha. – Não desse jeito. Aliás, o que você fazia acordado essa hora? Você estava vigiando a hora que eu ia chegar? – perguntei, enfurecida.
- Claro que não, eu estava na cozinha e escutei o barulho na piscina, pensei que alguém engraçadinho tinha resolvido invadir, então vim checar. – respondeu.
- E o que você estava fazendo na cozinha? – perguntei, confusa.
- Ér... Ér... Eu ia comer, senti fome. – disse.
- Às 03:00 da manhã? – perguntei, cética. Ele apenas balançou a cabeça, em sinal de afirmação. – Então, ok, também estou morrendo de fome. Vamos lá. – falei, levantando do chão e indo em direção a cozinha.
Para uma coisa o banho inesperado de água gelada me serviu, me despertou totalmente. Mas também me deixou com muito frio. Acabei correndo para a cozinha, tinha que chegar naquele ambiente aquecido logo. Olhei para trás e o ainda estava na borda da piscina. Fiquei encarando de longe, depois de uns minutos ele pareceu despertar e veio correndo em direção à cozinha. Aquele pijama colado ao corpo dele por culpa da água, me fazia imaginar coisas nada decentes. Balancei a cabeça, deixando esses pensamentos de lado.
- Você vai comer? Uma hora dessa? – me questionou, ofegante. O que levou minha mente a imaginar outras coisas. Calma, .
- Claro que sim, você também não ia? – perguntei.
- Sim, mas é que... que... Você veio de uma festa – falou, do nada. – Não tinha comida lá? – perguntou.
- Você está me negando um prato de comida? – perguntei, segurando uma risada.
- Claro que não – falou, coçando a nuca, continuei o encarando. – Ok, vamos comer! - Foi em direção a geladeira, passou alguns minutos a encarando. – Só tem o resto da macarronada do almoço, pode ser? – perguntou.
- Com a fome que estou, qualquer coisa serviria, ainda mais essa macarronada deliciosa. – o respondi e ganhei uma risada em troca.
Ele colocou o recipiente no micro-ondas, enquanto eu pegava pratos no armário, aproveitei e peguei os copos e pedi para que o pegasse o suco. Finalmente, a comida terminou de esquentar e retirou a vasilha do forno e serviu. Começamos a comer, mas aquele silêncio me incomodou e tentei puxar assunto, mas fui ignorada. Depois de um tempo, o falou e eu sorri vitoriosa.
- Vamos fazer uma coisa, mas você tem que prometer que vai tirar essa cara de cachorrinho abandonada. – falou, acenei com a cabeça confirmando. – Cada um faz uma pergunta e o outro responde, com sinceridade, ok? – assenti. – Posso começar? – perguntou.
- NÃO! Eu que começo! – falei, um pouco escandalosa.
- Ok. – ele falou, sorrindo.
- Hum, me deixe pensar... Já sei! Qual a coisa mais louca que você já fez? – perguntei, curiosa.
- Muitas coisas. – respondeu, simplesmente.
- Hey, essa resposta é muito vaga. – reclamei, emburrada.
- Tá ok, mas é que fica difícil escolher só uma. – arregalei os olhos. – Juro que estou falando sério. Eu vivia para me divertir, sabe? A faculdade foi a única coisa que levei a sério e, mesmo assim, ainda foi empurrada com a barriga. Sempre vivi em festas, curtindo o máximo possível, tentando obter todas as experiências, na verdade, era assim desde pequeno. Quando eu tinha 8 anos, tinha levado um puxão de orelha na escola, meus pais brigaram comigo, fiquei revoltado e fugi para casa do , que morava ao lado, passei o final de semana lá, jurando que eles não sabiam o meu paradeiro. – rimos juntos. Ele, por relembrar a situação, já eu, ria por imaginar como deveria ser fofo um de 7 anos emburrado. - Depois que o papai e a mamãe morreram, tive que me endireitar, ainda vou em algumas festas, claro. Mas nada comparado a antes. – concluiu.
- Você é tão chato agora, que eu nunca imaginei que um dia pudesse ter sido divertido. – falei, brincalhona e ele me mostrou a língua. – Quais foram essas experiências que você obteve? – perguntei.
- Não seria a minha vez? – fiz um olhar pidão. – Ah, ok, são várias. Fiz muitos esportes radicais, aprendi a tocar vários instrumentos musicais. – dei uma olhar cético, qual é, no máximo ele saberia tocar um violão. – Sério, sei tocar de uma gaita a um saxofone, é só trazer. – falou, convencido.
- Ok, senhor sabe-tudo. Sua vez de perguntar – falei, com um sorriso.
- Como foi a sua infância? – perguntou, e senti meu sorriso vacilar. Ele notou. – , não precisa responder se for algo muito pessoal e...
- Nada disso, - falei, colocando um sorriso no rosto – a regra é clara, não é? Responder com sinceridade – ele assentiu, meio vacilante. – Então, minha mãe morreu quando eu tinha 5 anos, mal tenho lembranças dela. Depois que ela se foi, meu pai ficou com o coração duro, acho que não soube lidar com a perda, e me prendeu dentro de casa. Literalmente, sabe? Eu vivia com uma princesa na torre. A diferença é que eu não era uma princesa e a torre era o nosso apartamento, - dei uma pausa, para respirar. – sempre tive professores particulares, mas eu adoraria poder ver um pouco das pessoas, entende? Passei 7 anos sem ver minha vovó, eu contava os dias, horas e segundos para ter a idade de entrar na faculdade, minha mãe tinha deixado o dinheiro separado, em uma conta que só teria o acesso quando atingisse a maioridade, parece que ela sabia que ia me deixar, que meu papai iria mudar e que eu precisaria daquilo.
- E qual a razão de você não ter ido a faculdade? – ele perguntou, realmente interessado.
- A vida é a razão. Eu vim de uma família classe média, não tão rica como a sua, claro. Mas vivi muito bem, no sentido financeiro. Mas meu pai estava falido. Tinha feito vários empréstimos para tentar salvar a sua empresa, eu já tinha completado 18 anos, então fiz a escolha de pegar o dinheiro que minha mãe tinha separado e dar a meu pai, para tentar ajudar a salvar a empresa. Depois que tudo tivesse se reerguido eu começaria a minha faculdade. Dei o dinheiro ao meu pai, e ele fugiu. Sumiu, evaporou ou qualquer coisa do tipo. Levou tudo o que eu tinha e deixou tudo que não era mais dele. O banco tomou nossa casa e todos os bens agregados, fui morar com minha vó por um tempo, e venho trabalhando desde então. – conclui.
- , eu sinto...
- Não fale isso, eu não me importo. Eu fiz a minha parte, sabe? E o universo conspira a favor de quem não conspira contra ninguém. O Karma existe, e, como dizem, ele é uma vadia. – brinquei.
- Você é uma pessoa maravilhosa, . – falou.
- São seus olhos. – falei brincando, um pouco vermelha.
- Não, não são. É você. Você trouxe um brilho para essa casa, um brilho para a minha vida. Você é maravilhosa, . – falou, com veemência.
- Já que você insiste, - ffalei, sem jeito. E o encarei. – Você também é maravilhoso, , por trás dessa casca de ogro, claro. – terminei, brincando.
Levantei da cadeira e ia em direção a saída da cozinha, mas segurou meu braço e me trouxe para perto dele. Nossos rostos estavam a centímetros do outro. Eu podia observar cada marquinha do seu rosto, mas tudo que eu via era sua boca. Ambos ainda estávamos molhados, mas parecia que eu estava em chamas.
- ... – ele falou meu nome, como uma súplica.
- , não acho que isso seja apropriado e... – o beijar era tudo o que eu mais queria, mas tinha medo que ao amanhecer ele percebesse que isso era um erro e me mandasse embora.
- Por que? – ele perguntou. – Você tem namorado?
- Não, ma...
- Você gosta de outra pessoa? – continuou perguntando.
- Bem, já que você trouxe o assunto à tona, eu sou louca pelo , - os seus olhos se arregalaram e o seu aperto em meu corpo se afrouxou – sabe como é, ele é todo másculo e tem aquele QI de 190. – terminei, brincando.
- Sua palhacinha – ele disse, me apertando novamente. Naquele momento eu liguei o foda-se. Nada importaria amanhã, desde que eu pudesse beijá-lo agora.
E beijei.
Nos beijamos durante horas, e fizemos outras coisas também.
Coisas maravilhosas.
***

Acordei com uma leve pressão nos meus lábios, abri os olhos e encontrei o rosto maravilhoso do bem perto do meu. Isso era bom, na verdade, era incrível. Mas tudo ficou terrível ao lembrar que deveria estar com uma bafo horrendo, empurrei seu corpo e tapei minha boca.
- O que foi? – ele perguntou, confuso.
- Estou com mau hálito. – respondi, ainda com a mão na frente de minha boca.
- Ah, é isso? – ele perguntou – Também estou – falando isso, ele deu uma baforada em meu rosto. Caramba, essa parte elas não contavam nos contos de fadas.
- Caramba, , que nojo. – Reclamei, indignada.
- Bem, baby, é bom você se acostumar. Acordo assim todos os dias. – falou, simples.
- E por que devo me acostumar? – perguntei.
- Ora, porque vai acordar ao meu lado todos os dias, a partir de agora. – falou, com certeza.
- E é? Não me lembro de você ter me perguntado isso. – falei, fazendo charme.
- Não preciso te perguntar, posso te convencer. – falou, com um olhar malicioso.
- Você pode tentar. – respondi, com um sorriso mais malicioso ainda.
puxou o lençol que me cobria e jogou fora da cama, e começamos o nosso próprio “Felizes para sempre.”


* = Essa piadinha faz mais sentido se a fic for lida com o nome original, já que a personagem principal se chama .





Fim!



Nota da autora: Oi, gente!
Então, essa fic foi escrita para o challenge interno #2, mas ele não foi ao ar pq teve poucas fics :(((((((((( Ah, ele foi idêntico ao challenge 16 do público, e eu não podia ficar sem escrever algo. Não ficou muito boa, mas dá para o gasto HAHAHAAHAHAAHAHA
Espero que gostem e comentem!
Então, a fic foi levemente inspirada em Floribella. A culpa é do Netflix, que trouxe de volta essa novela da minha infância <3
Espero que gostem, então é isso.




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