Última atualização: 01/09/2020

Capítulo Único

— Maldita hora que você inventou de ter a porra de uma moto, Black! — Marlene esbravejou antes de se encolher ao sentir mais uma contração. Sirius discava o número de uma companhia de táxis trouxas que os Potter haviam passado para eles há algumas semanas, quando haviam ido visitar o pequeno Harry.
— Você não reclamava quando vivíamos andando nela por aí… — lembrou o maroto com um sorriso.
— Reclamar é o melhor que se pode fazer quando se tem TRÊS CRIANÇAS QUERENDO SAIR PELA SUA…
— Olá! Boa noite! — a voz dele se sobressaiu risonha sob um olhar mortal da noiva que respirava fundo em meio a mais uma contração. — Isso, queria solicitar um carro. Ah, quanto tempo demora? Ahn… Quarenta minutos?
O grito da loira ecoou por toda a sala de estar fazendo um eco no telefone, Almofadinhas arregalou os olhos e engoliu seco antes.
— Se você puder agilizar um pouco... É urgente, por favor. Eu pago a mais, sem problemas. O endereço? Certo…
A gorjeta a mais e os gritos de Marlene foram suficientes para que o taxista fosse o mais rápido possível até o hospital. Sirius saiu primeiro do carro, equilibrando as malas em um braço e erguendo o outro para ajudar a noiva a sair.
Marlene, insistente e teimosa que era, convenceu Sirius que seria melhor ir para um hospital trouxa, por conta dos recursos que poderiam acolher melhor a chegada dos bebês.
Sim, bebês.
Mesmo sendo um recurso não tão avançado assim, a ultrassonografia apontou os três bebês bem visíveis e aparentemente saudáveis no útero da McKinnon. Foi um choque a princípio, mas eles já haviam superado essa fase.
— Respire fundo, amor, nós chegamos. — Sirius guiava a loira que fincava as unhas na pele fina de seu antebraço. Ele tentou o máximo que pode, mas não pode evitar que o suspiro sofrido saísse por seus lábios.
A enfermeira trouxe uma cadeira de rodas e logo o casal estava no quarto, conversando com o obstetra plantonista. O Doutor Gilles não demorou em receber um sonoro “SIM” quando perguntou se estava tudo bem ao comunicar que a melhor opção seria a cesárea, por ser um parto gemelar e prematuro.
Sirius não tinha a menor ideia do que aquilo significava, mas qualquer coisa que fizesse Lene parar de sofrer e trouxesse logo os bebês estava perfeito para ele. Assinou as papeladas e voltou para perto da mulher que se preparava para receber a analgesia.
— Vai ficar tudo bem, baby, logo a dor passa. — disse ao beijar o topo da cabeça da mulher.
— Mas ainda não passou… Então recomendo que não fique falando tanto, ou te lanço uma imperdoável. — a loira disse em meio a um gemido sôfrego de dor.
— Isso deve doer. — o Doutor sorriu para Black que apenas acenou com a cabeça assustado. — São os hormônios, é assim mesmo.
Assim que Marlene estava devidamente preparada na maca, a equipe veio buscá-la e instruiu que Sirius aguardasse ali no quarto.
— Ele não pode ir comigo? — apavorou-se a loira com os olhos marejados.
— Não é permitido acompanhante no centro cirúrgico. — a enfermeira ruiva sorriu tentando confortá-la. — Vou dar um tempinho para vocês.
— Achei que não me queria por perto. — comentou um Almofadinhas ressentido, mas sem tirar o sorriso maroto do rosto.
— É óbvio que não, Black! Tudo que eu mais quero é você aqui… Agora e pelo resto da minha vida. — Lene confidenciou baixinho em meio às lágrimas. Almofadinhas sorriu largo antes de selar seus lábios com os dela em um beijo carregado de carinho.
Black limpou as lágrimas que teimavam em rolar pelo rosto da loira e depositou ainda um beijo na barriga que logo não estaria grande como agora.
— Estarei aqui esperando vocês quatro, não vejo a hora de conhecer os bebês e poder ver a mulher da minha vida, vulgo, a mãe deles de novo. De preferência sem querer me lançar uma imperdoável… — os dois riram — Eu te amo.
— Eu também te amo, Black.
👶🏼👶🏼👶🏼


Já passava das três da manhã quando Lene voltou adormecida para o quarto. A enfermeira disse que logo traria os bebês. Pontas e Aluado estavam sentados no sofá do quarto, chegaram o mais rápido que podiam assim que receberam a coruja de Sirius, e conseguiram, em partes, acalmar o amigo. Rabicho ainda não havia dado sinal de vida.
— Onde estão? — murmurou McKinnon assim que abriu os olhos.
— Boa hora para acordar, mamãe… — duas enfermeiras entraram no cômodo, com três pacotinhos nos braços.
— As meninas estavam ansiosas para conhecer o papai. — a enfermeira ruiva de antes sorriu entregando a bebê que carregava para Almofadinhas, que a segurou estático, com medo de machucá-la ou quebrá-la. Parecia de porcelana. — Essa é a mais nova, com a mamãe estão a mais velha e a do meio. — apontou para direita e esquerda respectivamente. — As meninas nasceram 23h40, 23h55 e meia noite e seis. Qualquer coisa podem nos chamar.
— Então você resolveu ser a do contra? — cochichou Sirius abobado para a caçula em seus braços, que dormia tranquila e alheia ao assunto. — Imagino que achou que seria um saco dividir aniversário com suas irmãs, não é?
— Você está ferrado, Almofadinhas… — sussurrou Remo dando tapinhas nas costas do amigo enquanto James saudava Lene com um beijo no topo da cabeça.
— O que disse? — perguntou Marlene sem tirar o olhar das filhas.
— Que nosso caro Almofadinhas está ferrado! Olhe só essas três… São lindas.
— O que você esperava, Aluado? — Lene olhou com um sorriso sacana para o amigo — São praticamente iguais a mim…
— Que mentira, McKinnon! — debochou Sirius um pouco mais alto do que deveria arrancando risadas dos amigos e da noiva.
— Você tem que aceitar duas coisas meu amigo… Primeiro: elas são a cara da Lene! — James recebeu uma careta indignada de Black. — E segundo: uma delas vai ser minha nora.
— VAI SE FODER, POTTER.
Os amigos riram um pouco mais e logo deixaram o casal a sós com as bebês, Lene ainda estava exausta e a noite deles seria longa, assim como a de Potter que correu para a rotina semelhante (porém bem menos intensa) que lhe aguardava em casa.
— Nós precisamos dar nomes pra elas… — Marlene comentou assim que o noivo sentou-se ao seu lado com a bebê 1 nos braços.
— Eu achei one, two e three tão original. — ele fingiu decepção fazendo-a rir baixinho.
— Eu gosto de e como havíamos conversado antes… — ela disse sinalizando para a mais velha e a do meio respectivamente.
— Mas precisamos de um nome para a mocinha do contra aqui… — apontou para a menorzinha que mamava fervorosamente. E então, ao ver a garotinha abrindo os olhinhos azuis curiosos por todo o lugar e encarando-o por segundos antes de voltar as atenções para a mãe, Sirius sorriu abobado — Gosto de … Combina com ela.
— Veja só, amor… Ela tem seus olhos.
— Talvez elas não sejam tão iguais a você como imaginou. — Sirius olhou as orbes castanhas da mulher, as íris que ele costumava amar se perder desde os tempos em Hogwarts, e sorriu olhando para as três bebês em seguida.
Sentia-se orgulhoso, eles haviam feito um excelente trabalho.
— Obrigada, Six. Eu não imaginava que poderia me sentir tão completa até ter você e nossas garotinhas aqui.
Não era como se ele pensasse em outra coisa, enquanto tivesse Marlene e suas meninas tudo estaria bem.




Fim!



Nota da autora: Sem nota.





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