Tudo tem um começo
Desde o primeiro dia em que conheceu , ele sabia em seu interior que ela era o seu destino, ninguém poderia ser mais importante e ocupar o lugar que ela conquistou em seu coração. Mas é possível uma promessa de amor ser mais forte e superar desafios como uma deficiência e os preconceitos que a cercam?
Numa tarde ensolarada de verão, depois do trabalho, caminhava com as amigas Hanna e Isabel, tomando sorvete entre risos e conversas engraçadas pelo Central Park em Manhattan. Naquele dia se completavam dois anos que ela havia terminado um relacionamento de três anos e meio por causa da infidelidade de seu ex-namorado, por isso as amigas apareceram de surpresa para distrai-la das lembranças dolorosas já que estavam às vésperas do casamento de Celine, outra amiga das três e também irmã de Hanna. estava dividida entre dois sentimentos, a felicidades pelo casamento da amiga em que também seria madrinha e a tristeza pelo ocorrido com seu ex ter acontecido quando faltavam apenas 3 meses para o casamento dos dois. Pensar que ela poderia estar casada naquele momento, mas outra mulher tirou seu sonho, era revoltante, ainda mais por saber que todas as promessas que ele havia feito a ela, cumpriu com a outra. De toda forma ela também não queria colocar o foco na sua dor, e sim ajudar a amiga a celebrar seu tão desejado matrimônio, a se realizar naquele fim de semana. Depois daquele momento de descontração, Isabel foi se encontrar com seu namorado Philip enquanto Hanna iria buscar algumas roupas na lavanderia antes de ir pra casa, já que ficaria sozinha, decidiu caminhar mais um pouco até que parou em um ponto de ônibus, ela não tinha a menor intenção de pegar algum ônibus, até que uma senhora se aproximou.
— Olá minha jovem, eu posso me sentar aqui com você por um momento? — a senhora disse que com uma doçura na voz, aparentava uns 70 anos e era baixinha.
— É claro, fique a vontade. — arredou um pouco para o lado para a senhora se sentar, o que fez com dificuldade.
— A noite está uma beleza, não é mesmo? — ela disse com satisfação olhando para o céu já escurecido e pontilhado pelas estrelas.
— Sim, realmente está, já faz um tempo que não temos uma noite tão fresca. Está tão agradável que não consegui ir pra casa até agora. — sorriu e a senhora a acompanhou concordando.
— Você está certa em aproveitar. Meu marido e eu costumávamos ficar fora até tarde em dias como este, íamos ao cinema, a bares e — ela fez uma pequena pausa com um suspiro saudoso — dançar, meu Edmond adorava dançar, se eu não dissesse a ele que estava cansada, ficaríamos a noite toda apenas dançando. — ela deu um riso contagiante.
— Parece que vocês se divertiam muito. — enfatizou.
— Ah, sim! Eu não tenho do que reclamar, nós sempre nos divertimos muito, não importava a situação em que estivéssemos passando, nos 45 anos que passamos juntos, decidimos terminar a discussão rindo de alguma coisa boba, mesmo quando brigávamos ou discordavamos de algo. Edmond costumava dizer que um relacionamento em que o casal não se diverte não tem nenhuma chance de dar certo.
— Bem, parece que faz sentido, mas onde está o “seu” Edmond? — estava curiosa em saber mais sobre este casal tão feliz.
— Bem, infelizmente, ele não está mais entre nós, está fazendo os anjos rirem agora. — disse com um sorriso leve.
— Oh, eu sinto muito, me desculpe por fazê-la falar disso — se preocupou com os sentimentos da senhora.
— Ah, não se preocupe, está tudo bem. Na verdade falar do Edmond só me traz boas lembranças, mas e você, onde está seu namorado que não está aproveitando esta linda noite com você?
— Bom, na verdade eu não tenho namorado. — ela respondeu com uma certa frustração.
— Ora, então você tem uma grande oportunidade pela frente. Veja só, antes de conhecer o Edmond, minha mãe me disse que eu iria conhecer alguém, um homem bom que não prometeria me dar o mundo, mas cumpriria a maior promessa de todas, me amar até seu último suspiro. E foi isso que o Edmond fez, me deu seu amor todos os dias até o último suspiro. Então, quero deixar para você essa promessa, de viver um amor tão puro e verdadeiro, que nem mesmo o tempo ou alguma dificuldade poderão abalá-los.
— Eu fico muito feliz pela senhora ter vivido uma vida tão boa com seu marido e agradeço por essas palavras, mas eu passei por uma situação ruim e não sei se acredito que possa ter alguém que me ame assim.
— Own, é uma pena que você tenha sido frustrada e decepcionada, mas você precisa seguir em frente e acreditar que existe algo especial para acontecer em sua vida. Coisas ruins costumam anteceder as coisas boas para tirar a nossa esperança, mas se não perder a fé, verá uma promessa linda se cumprindo. — a senhora sorriu para ela, e antes que pudesse dizer algo um ônibus se aproximou parando diante delas. — Olhem só, parece que é o meu transporte. Eu já vou indo, foi um grande prazer conhecê-la. — se levantando com a ajuda de . — Obrigada, querida!
— O prazer foi meu, eu é que te agradeço.
— Nos vemos em outro dia, até breve. — ela sorriu e caminhou em direção ao ônibus e entrou.
Assim que a porta se fechou e o motorista arrancou, se tocou de que nem ao menos tinha perguntado o nome daquela senhora tão simpática, mas quis ter a oportunidade de vê-la novamente, e continuar aquela conversa tão agradável. Depois de ver o ônibus partindo, decidiu ir para casa também, e no restante da noite ficou refletindo sobre as palavras dela até adormecer na cama macia em seu pequeno e aconchegante apartamento.
Um novo dia estava nascendo e já estava de pé tomando seu café levemente adoçado enquanto colocava seu casaco, com certa pressa para sair, pois tinha que ir ao encontro das amigas para buscarem os vestidos das madrinhas e da noiva e conferir os últimos detalhes para a festa de casamento e a despedida de solteira de Celine que seria em um hotel Spa, mesmo lugar da cerimônia do matrimônio. Aquele seria um dia corrido, e como toda véspera de casamento sempre acontece alguma coisa inesperada, dessa vez não foi diferente. Chegando na loja de vestidos, elas fizeram uma última prova e o vestido de Isabel acabou rasgando pois ficou muito justo desde a prova anterior fazendo com que demorassem duas horas a mais do que o programado para fazerem o concerto. Se não bastasse isso, ao irem à confeitaria responsável pelo bolo e os doces, descobriram que houve uma troca de pedidos com o de outro casal que se casava naquela tarde e já haviam entregado o pedido. Como o pedido era específico por causa de alguns convidados que tinham alergia a lactose, a confeitaria se comprometeu a fazer outros doces com os ingredientes que já tinham dando a noiva uma quantia a mais pelo inconveniente, mas o bolo só conseguiriam entregar praticamente durante a cerimônia. Celine queria chorar de raiva e frustração, ela havia escolhido tudo a meses junto com seu noivo Mike, e agora aquela situação tão desconfortável tirava todo o seu brilho. Mas as amigas não deixaram aquilo a abater, logo a lembraram que teriam uma tarde de relaxamento no spa e um jantar incrível no hotel, o que a animou um pouco.
Depois de acertarem tudo na confeitaria, escolhendo outros sabores de doces e o bolo sem lactose, sentaram em um restaurante e ligaram para as outras empresas contratadas para confirmar e garantir que as outras coisas estavam em ordem e não haveriam mais confusões. Após isso tiveram um almoço mais leve e tranquilo, comendo batata recheada com salada caesar acompanhado de vinho branco. Depois seguiram para o hotel com suas bagagens para passar a noite. Como tiveram um atraso de mais ou menos quatro horas, se fizessem tudo o que tinham programado no spa, o horário do jantar ficaria comprometido e iriam dormir muito tarde, ocasionando olheiras no dia seguinte. Então, preferiram cortar duas atividades, como a sauna e a massagem com pedras quentes e reduziram o tempo na manicure também, o que ajudou com um atraso mínimo de 40 minutos para o jantar, que pediram para ser servido no quarto ao invés do restaurante para ficarem mais à vontade. O jantar na verdade era um misto de guloseimas e salgadinhos, mas tudo leve para não atrapalhar as medidas dos vestidos, e conversa vai conversa vem, começaram a falar sobre os sonhos de cada uma, estavam tão descontraídas que nem se tocaram sobre os sentimentos de que começou a ficar um pouco incomodada.
— Definitivamente, eu quero me casar em uma casa de campo, já até falei com os pais do Philip, faço questão de muitas flores naturais e o bolo tem que ser de quatro andares. — disse Isabel empolgada.
— Já eu, quero tudo bem simples, nada de exageros, em um lugar pequeno, só pessoas muito íntimas, um verdadeiro mini wedding. — Hanna transbordando humildade — E você, ? — perguntou de forma natural, mas depois que as palavras saíram as amigas a encararam com repreensão e então se tocou que não deveria ter perguntado — Nossa, me desculpe , eu não quis…
— Não, está tudo bem. — a interrompeu como se estivesse se enchendo de coragem para responder.
— , não foi por mal, não precisa responder se não quiser. — Celine tentando manter a cordialidade.
— Na verdade, eu quero responder. Apesar do que aconteceu comigo, eu decidi que não posso ficar fugindo do assunto e deixar vocês desconfortáveis e pisando em ovos em cada palavra para não me chatearem. Então, eu é que gostaria de pedir desculpas por vocês não conseguirem se expressar perto de mim e se querem saber, eu vou ficar muito feliz e grata se vocês me permitirem participar do sonho de casamento de vocês.
— Nossa, eu não esperava ouvir isso de você, mas confesso que estou aliviada e orgulhosa também por você tomar essa atitude. — Celine diz pegando na mão dela sentada ao lado dela à mesa.
— Pra ser honesta, eu também estou aliviada, geralmente eu sempre evito falar do Philip quando você está perto, e já até me senti mal por estar tão feliz vendo o quanto você sofria por causa daquele babaca. Pronto falei! — Isabel até suspirou pelo desabafo.
— Eu realmente sinto muito por sofrer e fazer vocês sofrerem comigo de certa forma.
— Ai não se preocupe, você também vai ser minha madrinha quando meu dia chegar, e eu acredito que até lá você vai ter encontrado um homem maravilhoso. — Hanna afirmou com determinação
— Eu também não abro mão de você como minha madrinha. — declarou Isabel.
— E pode ter certeza que será uma honra para cada uma de nós estar no seu casamento como suas madrinhas. — Celine diz e sorri sentindo seu coração se aquecer com as palavras das amigas.
— Isso tudo é muito lindo, mas então, conta pra gente, qual é o seu sonho de casamento? — Hanna pergunta toda curiosa com um olhar malicioso e todas riem.
De fato aquele momento precisava acontecer, pois se sentiu mais leve e esperançosa, até contou para as amigas qual era seu sonho de casamento, ainda que não tivesse 100% de fé que tudo aquilo seria possível em sua vida.
Enfim chegou o grande dia, as garotas levantaram cedo para se preparar para viver o sonho de Celine, que por sinal estava super nervosa e ansiosa para ver seu noivo Mike. O salão estava sendo preparado de acordo com as especificações do casal, cada mesa com os nomes dos convidados direcionados, a mesa de doces pronta para receber os doces da confeitaria que em breve chegariam com o bolo, os ornamentos e o altar da cerimônia estavam ficando impecáveis e a previsão para a chegada dos convidados era de mais ou menos uma hora e meia. Mike e os pais dele e de Celine chegaram primeiro com alguns parentes, os amigos dele e também padrinhos e a cerimonialista, os outros convidados foram chegando depois deles, as madrinhas e a noiva já estavam penteadas, maquiadas e vestidas, tudo parecia bem até que o celular de Celine tocou. preferiu atender e saiu para fora do quarto, visto que a noiva estava sendo paparicada pelos pais e o número chamando era da confeitaria.
— Olá! Vocês já estão a caminho? — perguntou diretamente.
— Senhora, pedimos perdão pelo incômodo, mas tivemos outro incidente. — a atendente do outro lado da linha mostrava certa aflição no tom de voz.
— Ai, por favor, não me digam que mandaram o pedido para outro casamento, a cerimônia começa em 40 minutos, vocês garantiram que estariam aqui com os doces e o bolo a tempo. — ela cobrou com preocupação.
— Sentimos muito senhora, mas na verdade, nosso carro já estava a caminho com o pedido, mas a van quebrou no meio do caminho.
— Quebrou? Mas vocês não tem outro carro? — estava indignada.
— Sim, mas ele está em outra entrega do outro lado da cidade e não conseguirá retornar a tempo, o motorista está tentando resolver o problema, mas ainda assim pode levar algum tempo.
— Ah, isso não está acontecendo. — não queria acreditar, mas tinha que tomar uma atitude rápida para resolver a situação sem chamar a atenção e principalmente não deixar Celine saber de nada até que tudo estivesse em ordem, mesmo que isso significasse fazer tudo sozinha — Tudo bem, me fala o local exato que o carro está parado, eu vou dar um jeito de chegar até ele.
Sem mais demoras, a atendente passou a localização para , que preferiu nem retornar ao quarto e evitar o interrogatório das amigas. Guardou consigo o celular de Celine para evitar mais alguma notícia ruim. Primeiro pensou em pedir ajuda a Mike, mas achou melhor não preocupá-lo também, então saiu perguntando entre os convidados se algum teria um carro grande ou uma van. Sem resultado algum, ela correu para fora na esperança de achar algum funcionário do buffet ou da entrega que estivesse com uma van disponível, mas também não teve sucesso. Vendo que o tempo estava se esgotando, ao ver um convidado que conhecia chegando de moto o abordou.
— Oi, tudo bem? É Emmett seu nome não é?
— Oi, sim, está tudo bem? — perguntou preocupado pela expressão dela.
— Na verdade não, eu preciso de ajuda urgente. Você trabalha na oficina do Philip não é?
— Sim, eu faço alguns trabalhos de mecânico lá.
— Graças a Deus! — disse aliviada — Olha eu não tenho tempo pra explicar agora, mas preciso que me leve a um lugar está bem, é uma situação de vida ou morte, nesse caso o casamento da Celine depende disso.
— Está bem, nem precisa dizer mais nada, sobe aí. — disse entregando o outro capacete que tinha a ela.
— Ah, muito obrigada. Eu vou te falando o endereço ok.
Sem demora, colocou o capacete, subiu na moto e Emmett arrancou pilotando a moto para o destino que ela lhe direcionou. Quando foram se aproximando do endereço ela avistou a van da confeitaria do outro lado da pista e sinalizou para o rapaz parar lá perto. Foi às pressas falar com o motorista que estava com o capô aberto tentando ver se conseguia fazê-la funcionar novamente.
— Oi, eu vim o mais rápido que pude, olha ele é mecânico, talvez possa ajudar. — disse apontando para Emmett que estava vindo logo atrás dela e já foi ver a situação da van, mas sua expressão não era muito animadora.
— Bem, me parece que o motor fundiu, não vai ligar. — Emmett tenso em dar a notícia.
— Não pode ser, você não consegue fazer ele funcionar? — estava apavorada.
— Infelizmente, precisaria de um motor e peças novas para ligar, e não é um trabalho de 10 minutos, eu sinto muito. — tentou colocar de uma forma direta sem ser rude ou irônico.
— Não pode ser, tem que ter uma outra solução. — não iria se conformar com aquela resposta sendo a definitiva, olhou para todos os lados pensando em uma solução, quando enfim avistou uma van vindo em sua direção e num ato de desespero saltou para frente dela fazendo o motorista frear bruscamente quase em cima dela. O motorista totalmente assustado e preocupado saiu do veículo e se aproximou aflito de , que por um breve momento ficou paralisada.
— Vo…você é lo…louca, se ma…machucou? — o rapaz era gago e estava com o coração acelerado.
— Não, eu estou bem. — olhou diretamente para ele ainda tentando voltar a si enquanto Emmet e o motorista da confeitaria observavam também assustados.
— Eu poderia ter ter ter mataado você, não pode fa…fazer isso. — o rapaz a repreendeu, mas sua voz não era agressiva e sim gentil — Eu to…tomei um susto.
— Por favor, me perdoe, mas é um caso de vida ou morte. Eu preciso da sua van.
— Mi..minha van? — olhava pra ela sem entender.
— É que uma das minhas melhores amigas vai se casar em alguns minutos e temos que levar o bolo de casamento, mas a van da confeitaria está quebrada e eu preciso chegar lá com o bolo antes da cerimônia, porque eu também sou uma das madrinhas e se eu não chegar a tempo, o dia mais especial da vida dela pode ser arruinado, sabe? E eu não posso deixar isso acontecer, depois de tudo que ela já fez por mim. Então, nesse momento você é minha única esperança. Não tem nenhum outro veículo que caberia o bolo e qualquer outra solução demoraria muito. Será que você poderia me dar uma carona? — ela disse com certa velocidade e intensidade prendendo a atenção do rapaz, que se sentiu tocado pelo desespero e ao mesmo tempo carinho que ela tinha ao lutar pela felicidade da amiga.
— Bbem, eu acho que po…posso ajudar. — ele não pensou muito, só sentiu que deveria ajuda-la, apesar de também ter suas obrigações a cumprir.
— Nossa, você é um anjo, muito obrigada! Nós vamos pegar o bolo, você pode abrir as portas traseiras? — disse com um sorriso enorme deixando o rapaz um pouco constrangido e encantado também.
— Ca…claro, eu só só vou esta..tacionar ali. — disse apontando para a frente e ela assentiu concordando.
Enquanto , Emmet e o motorista foram para o fundo da outra van pegar o bolo quadrado dividido em três partes com decorações intercalada e as caixas com os docinhos que ainda faltavam, o rapaz da outra van estacionou uns três metros à frente onde conseguiu uma vaga e foi abrir espaço nos fundos do veículo pensando consigo mesmo:
“Eu devo estar louco, tenho muitas entregas para fazer e simplesmente parei para ajudar uma estranha, uma estranha linda por sinal. Meu chefe vai me matar, pior, vai me demitir. Que Deus me ajude!”
Assim que ele conseguiu abrir espaço nos fundos da van, os homens colocaram as caixas empilhadas de um lado e o suporte com os bolos do outro lado, de forma que conseguiriam observar da frente da van a movimentação da estrutura. O carro estava limpo e higienizado, pois ele também transportava alimentos, então não tiveram preocupações. Antes que pudessem ir, o motorista da confeitaria deu instruções a para a montagem do bolo na mesa, pois ele não poderia ir e deixar a van sozinha até o guincho chegar. Por fim, Emmet subiu novamente em sua moto, encarregado de ir na frente e tentar ganhar algum tempo para eles. Na van e o rapaz desconhecido colocavam os cintos se aprontando para partirem também.
— Eu acho que já podemos ir. — ela afirmou ainda bem ansiosa para ver tudo em seu lugar e não perder a entrada da amiga, pois haviam ensaiado várias vezes no último mês.
— Sim. — sem mais delongas, ele deu partida no carro e seguiu com certo cuidado pela carga preciosa, enquanto o ajudava com o GPS o direcionando até o lugar e sempre mantendo os olhos nos bolos logo atrás.
Os minutos iam passando e se aproximava a hora da cerimônia, clara ficava apreensiva a cada sinal vermelho que tinham que parar e seu coração quase saltava pela boca quando passavam por um quebra mola, com certeza descreveria aquela aventura no futuro como “aterrorizante”, mas de certa forma mesmo que não falasse muito, a companhia do rapaz a tranquilizava um pouco, pois ele transmitia leveza e compreensão. Na festa, Emmet, para não dar na cara, procurou a cerimonialista, para fazê-la atrasar um pouco as entradas do noivo e dos padrinhos teve que esclarecer o ocorrido e ela, que então se dispôs a ajudar. Mesmo conseguindo ainda mais 15 minutos, a cerimonialista teve que inventar uma desculpa para Celine que começou a ficar nervosa suspeitando de algo errado, nesse momento com as amigas tentando acalmá-la, notou que estava desaparecida a um bom tempo e começou a procurar seu telefone desesperadamente. Mas com muita dificuldade, Hanna e Isabel conseguiram contê-la e lhe deram um comprimido relaxante, que teve efeito instantâneo. Enquanto isso, já estava se aproximando com a van, quando recebeu a ligação de Emmet.
— Oi, , sou eu Emmet, peguei seu número de telefone com Philip, espero que não tenha problema.
— Não, de jeito nenhum, Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? — já ficando mais apreensiva.
— Não, está tudo bem, mas o tempo que eu pedi para a cerimonialista está acabando, não conseguimos enrolar mais e a Celine já está super nervosa pelo atraso e perguntando sem parar por você. Estão até achando que você está triste e decidiu ir embora sem falar nada com ninguém. — ele disse baixinho em um dos cantos do grande salão.
— Está bem, não se preocupe, nós estamos a poucos quarteirões daí, falta pouco agora, peça para o pessoal do buffet preparar o espaço para o bolo, e já ficar na porta para ajudar a descarregar, ok.
— Tudo bem, farei isto, até logo. — ele desligou e foi prontamente executar o pedido dela.
— Agora fa…falta po…pouco, não é? Va…vai ser um lin…lindo casaamento. — o rapaz disse mantendo seus olhos na estrada mostrando seu apoio.
— Sim, e eu estou muito grata por você ter me ajudado, não sei como retribuir esse favor.
— Nã…não se preoocupe com isso, o o que importa é no…nós chega…garmos a tempo. — ele evitava falar muito, por causa de seu problema de fala, geralmente conseguia se expressar bem, mas ter aquela mulher linda e interessante contando com sua ajuda era meio surreal e o deixava nervoso e mais tímido, além da pressão de entregar a encomenda em perfeito estado.
— Está bem, nós já estamos perto e logo ali na frente a direita. — o olhou com doçura pelo jeito dele falar, e não era por ser gago, mas por ser simples e passar tanta tranquilidade em seu tom de voz apesar da situação.
Assim que viraram a esquina, ele entrou no estacionamento do hotel e estacionou próximo a entrada que levava a cozinha do restaurante do lugar. A equipe já estava lá os aguardando com Emmet e por sorte, havia uma confeiteira que recebeu as orientações de para a montagem do bolo na mesa. queria ficar com eles até que tudo estivesse pronto, mas faltavam apenas dois minutos e o noivo já estava posicionado para entrar, ela precisava subir sem demora e Emmet garantiu que ficaria responsável, então ela se virou para subir no elevador, mas voltou para falar com o motorista.
— Me desculpe, com a correria eu nem perguntei seu nome.
— J. — ele respondeu tímido.
— Bem , meu nome é , foi um prazer te conhecer. Olha… — ele fuçou sua bolsa e retirou um cartão — eu não posso te segurar mais, você deve ter trabalho a fazer, então toma o meu cartão e se você precisar de qualquer coisa, pode me ligar, está bem? — ele assentiu pegando o cartão da mão dela — Está bem, eu tenho que ir, muito obrigada mais uma vez, você salvou esse casamento. — ela disse sorrindo se afastando de costas até que finalmente entrou no elevador e antes que as portas se fechassem eles sorriam um para o outro em sinal que tinha dado certo.
Antes de chegar até o andar do salão, aproveitou o espelho do elevador e deu uma ajeitada no cabelo e sacudiu o vestido, contudo ainda estava linda e nem mesmo o estresse conseguiu borrar a maquiagem perfeita feita pela maquiadora da noiva. Ao sair do elevador deu de cara com Isabel e Hanna acompanhadas de seus pares e também de Erick, primo do noivo e padrinho que a acompanharia.
— , onde você estava? Ficamos loucas atrás de você e a Celine quase teve um infarte. — Hanna disse com intensidade.
— Meninas me perdoem, foi uma emergência, porém por uma boa causa, mas agora não temos tempo pra discutir isso.
— Tem razão, nós já vamos entrar, é melhor se posicionarem rápido! — Isabel colocou ordem e os casais se alinharam e entraram, desfilando pelo longo tapete branco e se posicionando na lateral do altar que representava a noiva.
Todos ficaram de pé já aguardando para a entrada triunfal da noiva, e não foram desapontados. Celine estava deslumbrante em seu vestido branco perolado com rendas segurando um lindo bouquet de rosas alaranjadas. Seus pais e Mike estavam muito emocionados, mas quando ela entrou seus olhos procuraram imediatamente por , e ao encontrá-la na lateral do altar com a outras, respirou aliviada e recebeu um aceno de com a cabeça, como se lhe disse-se “Fique tranquila, deu tudo certo!”, então ela sorriu e voltou seus olhos para o noivo que já não conseguia segurar as lágrimas. No meio do percurso, o pai de Celine foi ao seu encontro e terminaram o trajeto até chegar a Mike, o homem a entregou ao seu noivo e eles subiram ao altar, sem mais delongas, a cerimonialista deu suas palavras em um breve e caloroso discurso sobre o amor e a importância de cumprir as promessas de fidelidade e companheirismo no casamento. Naquele momento se lembrou das palavras da senhora que encontrou no ponto de ônibus dias atrás, e por um estalo a imagem de veio a sua mente e se perguntou “Como uma pessoa pode ser tão generosa com alguém que nem conhece?” Foi aí que se tocou que havia lhe dado seu cartão, mas não pegou o contato dele. Aquele pensamento ficou pairando em sua mente até que a cerimonialista declarou os noivos marido e esposa e então eles se beijaram e foram muito aplaudidos pelos convidados, fazendo a atenção dela voltar para o casamento. Assim que os noivos saíram do salão de cerimônia foram acompanhados pelos convidados e padrinhos até a outra parte do salão onde estava tudo já preparado para a festa e como havia sido direcionado a mesa do bolo estava perfeitamente organizada com a torre de bolos e os docinhos e flores enfeitando. Ao ver a mesa e contemplar a alegria de Celine e Mike observando o quanto tudo estava lindo e do jeitinho que sonharam, o coração de ficou extasiado. Nada poderia ser mais gratificante que aquela cena. Quando finalmente conseguiu se aproximar do casal para os cumprimentar, Celine abraçou a amiga com toda força.
— Eu senti que algo estava acontecendo, e sei que isso tem dedo seu, muito obrigada, eu estou realmente muito feliz. — Celine declarou com lágrimas nos olhos.
— Ai, pare de chorar agora, eu sei que essa maquiagem não borra, mas esse é seu dia, deveria estar sorrindo sem parar. Eu é que te agradeço por ser minha amiga, você merece tudo isso e muito mais. — secou os olhos da amiga com um lenço bem de leve, e elas sorriram uma para a outra, todo aquele carinho e amor era sincero e recíproco e uma amizade como a delas não teria fim.
Após os comprimentos e fotos, os noivos dançaram e todos comeram e se divertiram muito, , assim que finalmente conseguiu encontrar Emmet, o agradeceu muito, não teria conseguido se ele não a ajudasse a chegar até a van da confeitaria. As amigas também não a deixaram em paz até que finalmente ela contou o que havia acontecido, inicialmente elas acharam que Emmet seria um ótimo pretendente, se mostrando disposto a levá-la de moto sem saber para onde como um príncipe em um cavalo branco, mas assim que ela falou sobre elas notaram que havia algo diferente na forma com que ela falou dele, soava especial. Elas brincaram com a amiga e até abriram mão de pegar o bouquet para que ela tivesse sorte com um novo amor, mas preferiu manter os pés no chão, afinal aquele foi um encontro do acaso e pelas circunstâncias não tinha a menor chance deles se encontrarem novamente, a não ser por um milagre. A festa seguiu e depois de um tempo os noivos se despediram dos convidados e familiares para ir rumo à lua de mel programada em um resort no Caribe, como um presente de seus pais. Algumas pessoas ainda ficaram ali aproveitando um pouco mais, pois ainda tinham algum tempo de locação do local. ficou sentada na mesa admirando os casais dançando e rindo, até que uma figura desconhecida, mas ao mesmo tempo familiar apareceu na porta principal olhando para todos os lados e assim que seus olhos a encontraram caminhou tímido até ela, que se levantou imediatamente.
— Oi! — estava muito sem jeito e intimidado, pois a considerava linda.
— Oi, eu não esperava que fosse vê-lo novamente, não que eu não quisesse, só é uma boa surpresa. — ela não soube exatamente o que deveria dizer e se sentiu uma boba.
— Na ver…verdade eu estava pe…ensando no que disse. — tentou falar devagar e com mais precisão para não gaguejar tanto, pois ainda estava muito nervoso diante dela.
— No que eu disse? — com uma certa dificuldade de lembrar, já que o tempo juntos foi bem corrido e estressante, apesar de também ter sido agradável.
— Se eu preci…cisasse de algo.
— Ah, sim, é claro, pode falar, estou muito grata pelo que fez por nós hoje, e ficaria muito satisfeita em retribuir o favor. — não transpareceu, mas ficou decepcionada ao pensar que ele queria somente uma recompensa.
— Eu espero não, não, não ser abusado, mas fi…fiquei pe…ensando muito nisso, e eu que…quero um encontro com voocê. — estava com o coração a mil, mas seus olhos estavam fixos nos dela, na verdade não conseguia entender o que estava sentindo e como conseguiu reunir tanta coragem para chamar uma completa desconhecida para um encontro.
— Um encontro? Comigo? — foi pega totalmente de surpresa com o que parecia um convite, esperava algum tipo de favor ou até mesmo que ele pedisse dinheiro, mas definitivamente, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, então sem pensar muito ela respondeu — Bem, eu não estava esperando um convite para sair, mas caso eu aceite, para onde você iria me levar?
— Aacho que você vai, vai ter que se ar…arriscaar pra ver. — ele deu um sorriso fofo que a deixou totalmente sem jeito.
— Ok! Está bem, eu aceito. Tenho a sensação que vai ser bom, só espero não me arrepender disso.
— Eu po…prometo que não vai se arre…pender.
Eles se olharam com leveza e um certo carinho ainda inexplicável, de certa forma aquele momento tinha a permissão de ambos para durar para sempre e ter que esperar pelo dia do encontro iria parecer uma eternidade assim que se separassem.
Numa tarde ensolarada de verão, depois do trabalho, caminhava com as amigas Hanna e Isabel, tomando sorvete entre risos e conversas engraçadas pelo Central Park em Manhattan. Naquele dia se completavam dois anos que ela havia terminado um relacionamento de três anos e meio por causa da infidelidade de seu ex-namorado, por isso as amigas apareceram de surpresa para distrai-la das lembranças dolorosas já que estavam às vésperas do casamento de Celine, outra amiga das três e também irmã de Hanna. estava dividida entre dois sentimentos, a felicidades pelo casamento da amiga em que também seria madrinha e a tristeza pelo ocorrido com seu ex ter acontecido quando faltavam apenas 3 meses para o casamento dos dois. Pensar que ela poderia estar casada naquele momento, mas outra mulher tirou seu sonho, era revoltante, ainda mais por saber que todas as promessas que ele havia feito a ela, cumpriu com a outra. De toda forma ela também não queria colocar o foco na sua dor, e sim ajudar a amiga a celebrar seu tão desejado matrimônio, a se realizar naquele fim de semana. Depois daquele momento de descontração, Isabel foi se encontrar com seu namorado Philip enquanto Hanna iria buscar algumas roupas na lavanderia antes de ir pra casa, já que ficaria sozinha, decidiu caminhar mais um pouco até que parou em um ponto de ônibus, ela não tinha a menor intenção de pegar algum ônibus, até que uma senhora se aproximou.
— Olá minha jovem, eu posso me sentar aqui com você por um momento? — a senhora disse que com uma doçura na voz, aparentava uns 70 anos e era baixinha.
— É claro, fique a vontade. — arredou um pouco para o lado para a senhora se sentar, o que fez com dificuldade.
— A noite está uma beleza, não é mesmo? — ela disse com satisfação olhando para o céu já escurecido e pontilhado pelas estrelas.
— Sim, realmente está, já faz um tempo que não temos uma noite tão fresca. Está tão agradável que não consegui ir pra casa até agora. — sorriu e a senhora a acompanhou concordando.
— Você está certa em aproveitar. Meu marido e eu costumávamos ficar fora até tarde em dias como este, íamos ao cinema, a bares e — ela fez uma pequena pausa com um suspiro saudoso — dançar, meu Edmond adorava dançar, se eu não dissesse a ele que estava cansada, ficaríamos a noite toda apenas dançando. — ela deu um riso contagiante.
— Parece que vocês se divertiam muito. — enfatizou.
— Ah, sim! Eu não tenho do que reclamar, nós sempre nos divertimos muito, não importava a situação em que estivéssemos passando, nos 45 anos que passamos juntos, decidimos terminar a discussão rindo de alguma coisa boba, mesmo quando brigávamos ou discordavamos de algo. Edmond costumava dizer que um relacionamento em que o casal não se diverte não tem nenhuma chance de dar certo.
— Bem, parece que faz sentido, mas onde está o “seu” Edmond? — estava curiosa em saber mais sobre este casal tão feliz.
— Bem, infelizmente, ele não está mais entre nós, está fazendo os anjos rirem agora. — disse com um sorriso leve.
— Oh, eu sinto muito, me desculpe por fazê-la falar disso — se preocupou com os sentimentos da senhora.
— Ah, não se preocupe, está tudo bem. Na verdade falar do Edmond só me traz boas lembranças, mas e você, onde está seu namorado que não está aproveitando esta linda noite com você?
— Bom, na verdade eu não tenho namorado. — ela respondeu com uma certa frustração.
— Ora, então você tem uma grande oportunidade pela frente. Veja só, antes de conhecer o Edmond, minha mãe me disse que eu iria conhecer alguém, um homem bom que não prometeria me dar o mundo, mas cumpriria a maior promessa de todas, me amar até seu último suspiro. E foi isso que o Edmond fez, me deu seu amor todos os dias até o último suspiro. Então, quero deixar para você essa promessa, de viver um amor tão puro e verdadeiro, que nem mesmo o tempo ou alguma dificuldade poderão abalá-los.
— Eu fico muito feliz pela senhora ter vivido uma vida tão boa com seu marido e agradeço por essas palavras, mas eu passei por uma situação ruim e não sei se acredito que possa ter alguém que me ame assim.
— Own, é uma pena que você tenha sido frustrada e decepcionada, mas você precisa seguir em frente e acreditar que existe algo especial para acontecer em sua vida. Coisas ruins costumam anteceder as coisas boas para tirar a nossa esperança, mas se não perder a fé, verá uma promessa linda se cumprindo. — a senhora sorriu para ela, e antes que pudesse dizer algo um ônibus se aproximou parando diante delas. — Olhem só, parece que é o meu transporte. Eu já vou indo, foi um grande prazer conhecê-la. — se levantando com a ajuda de . — Obrigada, querida!
— O prazer foi meu, eu é que te agradeço.
— Nos vemos em outro dia, até breve. — ela sorriu e caminhou em direção ao ônibus e entrou.
Assim que a porta se fechou e o motorista arrancou, se tocou de que nem ao menos tinha perguntado o nome daquela senhora tão simpática, mas quis ter a oportunidade de vê-la novamente, e continuar aquela conversa tão agradável. Depois de ver o ônibus partindo, decidiu ir para casa também, e no restante da noite ficou refletindo sobre as palavras dela até adormecer na cama macia em seu pequeno e aconchegante apartamento.
Um novo dia estava nascendo e já estava de pé tomando seu café levemente adoçado enquanto colocava seu casaco, com certa pressa para sair, pois tinha que ir ao encontro das amigas para buscarem os vestidos das madrinhas e da noiva e conferir os últimos detalhes para a festa de casamento e a despedida de solteira de Celine que seria em um hotel Spa, mesmo lugar da cerimônia do matrimônio. Aquele seria um dia corrido, e como toda véspera de casamento sempre acontece alguma coisa inesperada, dessa vez não foi diferente. Chegando na loja de vestidos, elas fizeram uma última prova e o vestido de Isabel acabou rasgando pois ficou muito justo desde a prova anterior fazendo com que demorassem duas horas a mais do que o programado para fazerem o concerto. Se não bastasse isso, ao irem à confeitaria responsável pelo bolo e os doces, descobriram que houve uma troca de pedidos com o de outro casal que se casava naquela tarde e já haviam entregado o pedido. Como o pedido era específico por causa de alguns convidados que tinham alergia a lactose, a confeitaria se comprometeu a fazer outros doces com os ingredientes que já tinham dando a noiva uma quantia a mais pelo inconveniente, mas o bolo só conseguiriam entregar praticamente durante a cerimônia. Celine queria chorar de raiva e frustração, ela havia escolhido tudo a meses junto com seu noivo Mike, e agora aquela situação tão desconfortável tirava todo o seu brilho. Mas as amigas não deixaram aquilo a abater, logo a lembraram que teriam uma tarde de relaxamento no spa e um jantar incrível no hotel, o que a animou um pouco.
Depois de acertarem tudo na confeitaria, escolhendo outros sabores de doces e o bolo sem lactose, sentaram em um restaurante e ligaram para as outras empresas contratadas para confirmar e garantir que as outras coisas estavam em ordem e não haveriam mais confusões. Após isso tiveram um almoço mais leve e tranquilo, comendo batata recheada com salada caesar acompanhado de vinho branco. Depois seguiram para o hotel com suas bagagens para passar a noite. Como tiveram um atraso de mais ou menos quatro horas, se fizessem tudo o que tinham programado no spa, o horário do jantar ficaria comprometido e iriam dormir muito tarde, ocasionando olheiras no dia seguinte. Então, preferiram cortar duas atividades, como a sauna e a massagem com pedras quentes e reduziram o tempo na manicure também, o que ajudou com um atraso mínimo de 40 minutos para o jantar, que pediram para ser servido no quarto ao invés do restaurante para ficarem mais à vontade. O jantar na verdade era um misto de guloseimas e salgadinhos, mas tudo leve para não atrapalhar as medidas dos vestidos, e conversa vai conversa vem, começaram a falar sobre os sonhos de cada uma, estavam tão descontraídas que nem se tocaram sobre os sentimentos de que começou a ficar um pouco incomodada.
— Definitivamente, eu quero me casar em uma casa de campo, já até falei com os pais do Philip, faço questão de muitas flores naturais e o bolo tem que ser de quatro andares. — disse Isabel empolgada.
— Já eu, quero tudo bem simples, nada de exageros, em um lugar pequeno, só pessoas muito íntimas, um verdadeiro mini wedding. — Hanna transbordando humildade — E você, ? — perguntou de forma natural, mas depois que as palavras saíram as amigas a encararam com repreensão e então se tocou que não deveria ter perguntado — Nossa, me desculpe , eu não quis…
— Não, está tudo bem. — a interrompeu como se estivesse se enchendo de coragem para responder.
— , não foi por mal, não precisa responder se não quiser. — Celine tentando manter a cordialidade.
— Na verdade, eu quero responder. Apesar do que aconteceu comigo, eu decidi que não posso ficar fugindo do assunto e deixar vocês desconfortáveis e pisando em ovos em cada palavra para não me chatearem. Então, eu é que gostaria de pedir desculpas por vocês não conseguirem se expressar perto de mim e se querem saber, eu vou ficar muito feliz e grata se vocês me permitirem participar do sonho de casamento de vocês.
— Nossa, eu não esperava ouvir isso de você, mas confesso que estou aliviada e orgulhosa também por você tomar essa atitude. — Celine diz pegando na mão dela sentada ao lado dela à mesa.
— Pra ser honesta, eu também estou aliviada, geralmente eu sempre evito falar do Philip quando você está perto, e já até me senti mal por estar tão feliz vendo o quanto você sofria por causa daquele babaca. Pronto falei! — Isabel até suspirou pelo desabafo.
— Eu realmente sinto muito por sofrer e fazer vocês sofrerem comigo de certa forma.
— Ai não se preocupe, você também vai ser minha madrinha quando meu dia chegar, e eu acredito que até lá você vai ter encontrado um homem maravilhoso. — Hanna afirmou com determinação
— Eu também não abro mão de você como minha madrinha. — declarou Isabel.
— E pode ter certeza que será uma honra para cada uma de nós estar no seu casamento como suas madrinhas. — Celine diz e sorri sentindo seu coração se aquecer com as palavras das amigas.
— Isso tudo é muito lindo, mas então, conta pra gente, qual é o seu sonho de casamento? — Hanna pergunta toda curiosa com um olhar malicioso e todas riem.
De fato aquele momento precisava acontecer, pois se sentiu mais leve e esperançosa, até contou para as amigas qual era seu sonho de casamento, ainda que não tivesse 100% de fé que tudo aquilo seria possível em sua vida.
Enfim chegou o grande dia, as garotas levantaram cedo para se preparar para viver o sonho de Celine, que por sinal estava super nervosa e ansiosa para ver seu noivo Mike. O salão estava sendo preparado de acordo com as especificações do casal, cada mesa com os nomes dos convidados direcionados, a mesa de doces pronta para receber os doces da confeitaria que em breve chegariam com o bolo, os ornamentos e o altar da cerimônia estavam ficando impecáveis e a previsão para a chegada dos convidados era de mais ou menos uma hora e meia. Mike e os pais dele e de Celine chegaram primeiro com alguns parentes, os amigos dele e também padrinhos e a cerimonialista, os outros convidados foram chegando depois deles, as madrinhas e a noiva já estavam penteadas, maquiadas e vestidas, tudo parecia bem até que o celular de Celine tocou. preferiu atender e saiu para fora do quarto, visto que a noiva estava sendo paparicada pelos pais e o número chamando era da confeitaria.
— Olá! Vocês já estão a caminho? — perguntou diretamente.
— Senhora, pedimos perdão pelo incômodo, mas tivemos outro incidente. — a atendente do outro lado da linha mostrava certa aflição no tom de voz.
— Ai, por favor, não me digam que mandaram o pedido para outro casamento, a cerimônia começa em 40 minutos, vocês garantiram que estariam aqui com os doces e o bolo a tempo. — ela cobrou com preocupação.
— Sentimos muito senhora, mas na verdade, nosso carro já estava a caminho com o pedido, mas a van quebrou no meio do caminho.
— Quebrou? Mas vocês não tem outro carro? — estava indignada.
— Sim, mas ele está em outra entrega do outro lado da cidade e não conseguirá retornar a tempo, o motorista está tentando resolver o problema, mas ainda assim pode levar algum tempo.
— Ah, isso não está acontecendo. — não queria acreditar, mas tinha que tomar uma atitude rápida para resolver a situação sem chamar a atenção e principalmente não deixar Celine saber de nada até que tudo estivesse em ordem, mesmo que isso significasse fazer tudo sozinha — Tudo bem, me fala o local exato que o carro está parado, eu vou dar um jeito de chegar até ele.
Sem mais demoras, a atendente passou a localização para , que preferiu nem retornar ao quarto e evitar o interrogatório das amigas. Guardou consigo o celular de Celine para evitar mais alguma notícia ruim. Primeiro pensou em pedir ajuda a Mike, mas achou melhor não preocupá-lo também, então saiu perguntando entre os convidados se algum teria um carro grande ou uma van. Sem resultado algum, ela correu para fora na esperança de achar algum funcionário do buffet ou da entrega que estivesse com uma van disponível, mas também não teve sucesso. Vendo que o tempo estava se esgotando, ao ver um convidado que conhecia chegando de moto o abordou.
— Oi, tudo bem? É Emmett seu nome não é?
— Oi, sim, está tudo bem? — perguntou preocupado pela expressão dela.
— Na verdade não, eu preciso de ajuda urgente. Você trabalha na oficina do Philip não é?
— Sim, eu faço alguns trabalhos de mecânico lá.
— Graças a Deus! — disse aliviada — Olha eu não tenho tempo pra explicar agora, mas preciso que me leve a um lugar está bem, é uma situação de vida ou morte, nesse caso o casamento da Celine depende disso.
— Está bem, nem precisa dizer mais nada, sobe aí. — disse entregando o outro capacete que tinha a ela.
— Ah, muito obrigada. Eu vou te falando o endereço ok.
Sem demora, colocou o capacete, subiu na moto e Emmett arrancou pilotando a moto para o destino que ela lhe direcionou. Quando foram se aproximando do endereço ela avistou a van da confeitaria do outro lado da pista e sinalizou para o rapaz parar lá perto. Foi às pressas falar com o motorista que estava com o capô aberto tentando ver se conseguia fazê-la funcionar novamente.
— Oi, eu vim o mais rápido que pude, olha ele é mecânico, talvez possa ajudar. — disse apontando para Emmett que estava vindo logo atrás dela e já foi ver a situação da van, mas sua expressão não era muito animadora.
— Bem, me parece que o motor fundiu, não vai ligar. — Emmett tenso em dar a notícia.
— Não pode ser, você não consegue fazer ele funcionar? — estava apavorada.
— Infelizmente, precisaria de um motor e peças novas para ligar, e não é um trabalho de 10 minutos, eu sinto muito. — tentou colocar de uma forma direta sem ser rude ou irônico.
— Não pode ser, tem que ter uma outra solução. — não iria se conformar com aquela resposta sendo a definitiva, olhou para todos os lados pensando em uma solução, quando enfim avistou uma van vindo em sua direção e num ato de desespero saltou para frente dela fazendo o motorista frear bruscamente quase em cima dela. O motorista totalmente assustado e preocupado saiu do veículo e se aproximou aflito de , que por um breve momento ficou paralisada.
— Vo…você é lo…louca, se ma…machucou? — o rapaz era gago e estava com o coração acelerado.
— Não, eu estou bem. — olhou diretamente para ele ainda tentando voltar a si enquanto Emmet e o motorista da confeitaria observavam também assustados.
— Eu poderia ter ter ter mataado você, não pode fa…fazer isso. — o rapaz a repreendeu, mas sua voz não era agressiva e sim gentil — Eu to…tomei um susto.
— Por favor, me perdoe, mas é um caso de vida ou morte. Eu preciso da sua van.
— Mi..minha van? — olhava pra ela sem entender.
— É que uma das minhas melhores amigas vai se casar em alguns minutos e temos que levar o bolo de casamento, mas a van da confeitaria está quebrada e eu preciso chegar lá com o bolo antes da cerimônia, porque eu também sou uma das madrinhas e se eu não chegar a tempo, o dia mais especial da vida dela pode ser arruinado, sabe? E eu não posso deixar isso acontecer, depois de tudo que ela já fez por mim. Então, nesse momento você é minha única esperança. Não tem nenhum outro veículo que caberia o bolo e qualquer outra solução demoraria muito. Será que você poderia me dar uma carona? — ela disse com certa velocidade e intensidade prendendo a atenção do rapaz, que se sentiu tocado pelo desespero e ao mesmo tempo carinho que ela tinha ao lutar pela felicidade da amiga.
— Bbem, eu acho que po…posso ajudar. — ele não pensou muito, só sentiu que deveria ajuda-la, apesar de também ter suas obrigações a cumprir.
— Nossa, você é um anjo, muito obrigada! Nós vamos pegar o bolo, você pode abrir as portas traseiras? — disse com um sorriso enorme deixando o rapaz um pouco constrangido e encantado também.
— Ca…claro, eu só só vou esta..tacionar ali. — disse apontando para a frente e ela assentiu concordando.
Enquanto , Emmet e o motorista foram para o fundo da outra van pegar o bolo quadrado dividido em três partes com decorações intercalada e as caixas com os docinhos que ainda faltavam, o rapaz da outra van estacionou uns três metros à frente onde conseguiu uma vaga e foi abrir espaço nos fundos do veículo pensando consigo mesmo:
“Eu devo estar louco, tenho muitas entregas para fazer e simplesmente parei para ajudar uma estranha, uma estranha linda por sinal. Meu chefe vai me matar, pior, vai me demitir. Que Deus me ajude!”
Assim que ele conseguiu abrir espaço nos fundos da van, os homens colocaram as caixas empilhadas de um lado e o suporte com os bolos do outro lado, de forma que conseguiriam observar da frente da van a movimentação da estrutura. O carro estava limpo e higienizado, pois ele também transportava alimentos, então não tiveram preocupações. Antes que pudessem ir, o motorista da confeitaria deu instruções a para a montagem do bolo na mesa, pois ele não poderia ir e deixar a van sozinha até o guincho chegar. Por fim, Emmet subiu novamente em sua moto, encarregado de ir na frente e tentar ganhar algum tempo para eles. Na van e o rapaz desconhecido colocavam os cintos se aprontando para partirem também.
— Eu acho que já podemos ir. — ela afirmou ainda bem ansiosa para ver tudo em seu lugar e não perder a entrada da amiga, pois haviam ensaiado várias vezes no último mês.
— Sim. — sem mais delongas, ele deu partida no carro e seguiu com certo cuidado pela carga preciosa, enquanto o ajudava com o GPS o direcionando até o lugar e sempre mantendo os olhos nos bolos logo atrás.
Os minutos iam passando e se aproximava a hora da cerimônia, clara ficava apreensiva a cada sinal vermelho que tinham que parar e seu coração quase saltava pela boca quando passavam por um quebra mola, com certeza descreveria aquela aventura no futuro como “aterrorizante”, mas de certa forma mesmo que não falasse muito, a companhia do rapaz a tranquilizava um pouco, pois ele transmitia leveza e compreensão. Na festa, Emmet, para não dar na cara, procurou a cerimonialista, para fazê-la atrasar um pouco as entradas do noivo e dos padrinhos teve que esclarecer o ocorrido e ela, que então se dispôs a ajudar. Mesmo conseguindo ainda mais 15 minutos, a cerimonialista teve que inventar uma desculpa para Celine que começou a ficar nervosa suspeitando de algo errado, nesse momento com as amigas tentando acalmá-la, notou que estava desaparecida a um bom tempo e começou a procurar seu telefone desesperadamente. Mas com muita dificuldade, Hanna e Isabel conseguiram contê-la e lhe deram um comprimido relaxante, que teve efeito instantâneo. Enquanto isso, já estava se aproximando com a van, quando recebeu a ligação de Emmet.
— Oi, , sou eu Emmet, peguei seu número de telefone com Philip, espero que não tenha problema.
— Não, de jeito nenhum, Está tudo bem? Aconteceu alguma coisa? — já ficando mais apreensiva.
— Não, está tudo bem, mas o tempo que eu pedi para a cerimonialista está acabando, não conseguimos enrolar mais e a Celine já está super nervosa pelo atraso e perguntando sem parar por você. Estão até achando que você está triste e decidiu ir embora sem falar nada com ninguém. — ele disse baixinho em um dos cantos do grande salão.
— Está bem, não se preocupe, nós estamos a poucos quarteirões daí, falta pouco agora, peça para o pessoal do buffet preparar o espaço para o bolo, e já ficar na porta para ajudar a descarregar, ok.
— Tudo bem, farei isto, até logo. — ele desligou e foi prontamente executar o pedido dela.
— Agora fa…falta po…pouco, não é? Va…vai ser um lin…lindo casaamento. — o rapaz disse mantendo seus olhos na estrada mostrando seu apoio.
— Sim, e eu estou muito grata por você ter me ajudado, não sei como retribuir esse favor.
— Nã…não se preoocupe com isso, o o que importa é no…nós chega…garmos a tempo. — ele evitava falar muito, por causa de seu problema de fala, geralmente conseguia se expressar bem, mas ter aquela mulher linda e interessante contando com sua ajuda era meio surreal e o deixava nervoso e mais tímido, além da pressão de entregar a encomenda em perfeito estado.
— Está bem, nós já estamos perto e logo ali na frente a direita. — o olhou com doçura pelo jeito dele falar, e não era por ser gago, mas por ser simples e passar tanta tranquilidade em seu tom de voz apesar da situação.
Assim que viraram a esquina, ele entrou no estacionamento do hotel e estacionou próximo a entrada que levava a cozinha do restaurante do lugar. A equipe já estava lá os aguardando com Emmet e por sorte, havia uma confeiteira que recebeu as orientações de para a montagem do bolo na mesa. queria ficar com eles até que tudo estivesse pronto, mas faltavam apenas dois minutos e o noivo já estava posicionado para entrar, ela precisava subir sem demora e Emmet garantiu que ficaria responsável, então ela se virou para subir no elevador, mas voltou para falar com o motorista.
— Me desculpe, com a correria eu nem perguntei seu nome.
— J. — ele respondeu tímido.
— Bem , meu nome é , foi um prazer te conhecer. Olha… — ele fuçou sua bolsa e retirou um cartão — eu não posso te segurar mais, você deve ter trabalho a fazer, então toma o meu cartão e se você precisar de qualquer coisa, pode me ligar, está bem? — ele assentiu pegando o cartão da mão dela — Está bem, eu tenho que ir, muito obrigada mais uma vez, você salvou esse casamento. — ela disse sorrindo se afastando de costas até que finalmente entrou no elevador e antes que as portas se fechassem eles sorriam um para o outro em sinal que tinha dado certo.
Antes de chegar até o andar do salão, aproveitou o espelho do elevador e deu uma ajeitada no cabelo e sacudiu o vestido, contudo ainda estava linda e nem mesmo o estresse conseguiu borrar a maquiagem perfeita feita pela maquiadora da noiva. Ao sair do elevador deu de cara com Isabel e Hanna acompanhadas de seus pares e também de Erick, primo do noivo e padrinho que a acompanharia.
— , onde você estava? Ficamos loucas atrás de você e a Celine quase teve um infarte. — Hanna disse com intensidade.
— Meninas me perdoem, foi uma emergência, porém por uma boa causa, mas agora não temos tempo pra discutir isso.
— Tem razão, nós já vamos entrar, é melhor se posicionarem rápido! — Isabel colocou ordem e os casais se alinharam e entraram, desfilando pelo longo tapete branco e se posicionando na lateral do altar que representava a noiva.
Todos ficaram de pé já aguardando para a entrada triunfal da noiva, e não foram desapontados. Celine estava deslumbrante em seu vestido branco perolado com rendas segurando um lindo bouquet de rosas alaranjadas. Seus pais e Mike estavam muito emocionados, mas quando ela entrou seus olhos procuraram imediatamente por , e ao encontrá-la na lateral do altar com a outras, respirou aliviada e recebeu um aceno de com a cabeça, como se lhe disse-se “Fique tranquila, deu tudo certo!”, então ela sorriu e voltou seus olhos para o noivo que já não conseguia segurar as lágrimas. No meio do percurso, o pai de Celine foi ao seu encontro e terminaram o trajeto até chegar a Mike, o homem a entregou ao seu noivo e eles subiram ao altar, sem mais delongas, a cerimonialista deu suas palavras em um breve e caloroso discurso sobre o amor e a importância de cumprir as promessas de fidelidade e companheirismo no casamento. Naquele momento se lembrou das palavras da senhora que encontrou no ponto de ônibus dias atrás, e por um estalo a imagem de veio a sua mente e se perguntou “Como uma pessoa pode ser tão generosa com alguém que nem conhece?” Foi aí que se tocou que havia lhe dado seu cartão, mas não pegou o contato dele. Aquele pensamento ficou pairando em sua mente até que a cerimonialista declarou os noivos marido e esposa e então eles se beijaram e foram muito aplaudidos pelos convidados, fazendo a atenção dela voltar para o casamento. Assim que os noivos saíram do salão de cerimônia foram acompanhados pelos convidados e padrinhos até a outra parte do salão onde estava tudo já preparado para a festa e como havia sido direcionado a mesa do bolo estava perfeitamente organizada com a torre de bolos e os docinhos e flores enfeitando. Ao ver a mesa e contemplar a alegria de Celine e Mike observando o quanto tudo estava lindo e do jeitinho que sonharam, o coração de ficou extasiado. Nada poderia ser mais gratificante que aquela cena. Quando finalmente conseguiu se aproximar do casal para os cumprimentar, Celine abraçou a amiga com toda força.
— Eu senti que algo estava acontecendo, e sei que isso tem dedo seu, muito obrigada, eu estou realmente muito feliz. — Celine declarou com lágrimas nos olhos.
— Ai, pare de chorar agora, eu sei que essa maquiagem não borra, mas esse é seu dia, deveria estar sorrindo sem parar. Eu é que te agradeço por ser minha amiga, você merece tudo isso e muito mais. — secou os olhos da amiga com um lenço bem de leve, e elas sorriram uma para a outra, todo aquele carinho e amor era sincero e recíproco e uma amizade como a delas não teria fim.
Após os comprimentos e fotos, os noivos dançaram e todos comeram e se divertiram muito, , assim que finalmente conseguiu encontrar Emmet, o agradeceu muito, não teria conseguido se ele não a ajudasse a chegar até a van da confeitaria. As amigas também não a deixaram em paz até que finalmente ela contou o que havia acontecido, inicialmente elas acharam que Emmet seria um ótimo pretendente, se mostrando disposto a levá-la de moto sem saber para onde como um príncipe em um cavalo branco, mas assim que ela falou sobre elas notaram que havia algo diferente na forma com que ela falou dele, soava especial. Elas brincaram com a amiga e até abriram mão de pegar o bouquet para que ela tivesse sorte com um novo amor, mas preferiu manter os pés no chão, afinal aquele foi um encontro do acaso e pelas circunstâncias não tinha a menor chance deles se encontrarem novamente, a não ser por um milagre. A festa seguiu e depois de um tempo os noivos se despediram dos convidados e familiares para ir rumo à lua de mel programada em um resort no Caribe, como um presente de seus pais. Algumas pessoas ainda ficaram ali aproveitando um pouco mais, pois ainda tinham algum tempo de locação do local. ficou sentada na mesa admirando os casais dançando e rindo, até que uma figura desconhecida, mas ao mesmo tempo familiar apareceu na porta principal olhando para todos os lados e assim que seus olhos a encontraram caminhou tímido até ela, que se levantou imediatamente.
— Oi! — estava muito sem jeito e intimidado, pois a considerava linda.
— Oi, eu não esperava que fosse vê-lo novamente, não que eu não quisesse, só é uma boa surpresa. — ela não soube exatamente o que deveria dizer e se sentiu uma boba.
— Na ver…verdade eu estava pe…ensando no que disse. — tentou falar devagar e com mais precisão para não gaguejar tanto, pois ainda estava muito nervoso diante dela.
— No que eu disse? — com uma certa dificuldade de lembrar, já que o tempo juntos foi bem corrido e estressante, apesar de também ter sido agradável.
— Se eu preci…cisasse de algo.
— Ah, sim, é claro, pode falar, estou muito grata pelo que fez por nós hoje, e ficaria muito satisfeita em retribuir o favor. — não transpareceu, mas ficou decepcionada ao pensar que ele queria somente uma recompensa.
— Eu espero não, não, não ser abusado, mas fi…fiquei pe…ensando muito nisso, e eu que…quero um encontro com voocê. — estava com o coração a mil, mas seus olhos estavam fixos nos dela, na verdade não conseguia entender o que estava sentindo e como conseguiu reunir tanta coragem para chamar uma completa desconhecida para um encontro.
— Um encontro? Comigo? — foi pega totalmente de surpresa com o que parecia um convite, esperava algum tipo de favor ou até mesmo que ele pedisse dinheiro, mas definitivamente, foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, então sem pensar muito ela respondeu — Bem, eu não estava esperando um convite para sair, mas caso eu aceite, para onde você iria me levar?
— Aacho que você vai, vai ter que se ar…arriscaar pra ver. — ele deu um sorriso fofo que a deixou totalmente sem jeito.
— Ok! Está bem, eu aceito. Tenho a sensação que vai ser bom, só espero não me arrepender disso.
— Eu po…prometo que não vai se arre…pender.
Eles se olharam com leveza e um certo carinho ainda inexplicável, de certa forma aquele momento tinha a permissão de ambos para durar para sempre e ter que esperar pelo dia do encontro iria parecer uma eternidade assim que se separassem.
When the visions around you
Bring tears to your eyes
And all that surrounds you
Are secrets and lies
I'll be your strength
I'll give you hope…
This I Promise You / 'NSYNC
FIM?!
Nota da autora:
Olá sou a Pri unnie, estou aqui mais uma vez, espero que gostem deste novo romance, foi curtinho mas logo terá continuação.
"Obrigada Deus pela criatividade que o Senhor me dá e pela paciência que o Senhor tem para me ensinar a usá-la da forma que te agrada.
Louvado seja Deus! Amém."
*-* By: Pri
Outras Fanfics:
Em Andamento: | Still Loving You |
Finalizadas: | 1908 | A um passo do céu | Changing From Life | Islands | Love Garden | Mixtape: Independent Women Pt1 |
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