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Finalizada em: 18/03/2022

Capítulo Único

- O que a gente vai fazer? – foi o que me falou assim que voltamos da casa de seus pais e eu estacionei o carro.
- Defina: o que quer saber exatamente? – eu ri, provocando-a, sabia que ela estava nervosa.
- A gente vai chegar e falar para todos? A gente vai guardar essa informação por um tempo? A gente vai contar só para o Luke? A gente não pode falar aqui para todo mundo, do nada, meus pais não estão aqui. Nossa, a gente precisa contar isso para todo mundo junto. – ela fez bico. – Odeio que a gente tenha que ir embora. – ela encostou a cabeça em meu ombro e eu dei um beijo em seus cabelos.
- A gente não precisa ir tão cedo, .
- Não gosto de você dirigindo tarde, , você sabe.
- Uma exceção, é só dessa vez. – falei, quase implorando. – Podemos marcar um almoço com todos, eles nunca recusariam.
- Não sei, , isso vai acabar nos enrolando para ir embora e vai ficar super tarde. – respondeu, pensativa.
- , não podemos fazer isso por telefone e sempre demoramos para voltar aqui. – reclamei, vendo-a suspirar enquanto concordava com a cabeça.
- Tudo bem, é a melhor ideia. – ela sorriu de lado, me fazendo sorrir também. – Mas você não acha que seria melhor falarmos para o Luke primeiro, ? – assenti.
- Também acho uma boa ideia, ele merece ter um surto sozinho, longe dos nossos pais. – eu ri, já imaginando como seria. – Café da manhã no Bally’s? – sugeri e concordou, empolgada.
- Não sei como a gente não foi lá ainda. – concordei. – Vou mandar mensagem para Sadie sobre o almoço, ela só viaja mais tarde para Lua de Mel.

🌅


Entramos na casa em silêncio, não sabíamos se alguém já havia acordado. Bom, com exceção de meus pais, que com certeza já estavam de pé, eles acordavam sempre cedo.
Fechei a porta atrás de mim e logo ouvi minha mãe coçar a garganta na cozinha ao ver passar. Ela riu e se virou na direção do cômodo invés de subir as escadas.
- Bom dia, Helen. – vi sorrir, envergonha. – Dave. – ela acenou quando meu pai também apareceu.
- Mãe, pai, oi. – me juntei à em frente à cozinha e os dois franziram suas testas, nos lançando olhares inquisidores.
- Não está muito cedo para vir de fora? – meu pai perguntou.
- precisava pegar algo na casa dela. – coloquei minha mão sobre o ombro de .
- Estávamos sem sono. – ela deu de ombros e minha mãe nos respondeu com um “hm”.
- Luke e Mads já estão acordados, estavam procurando por vocês. Vocês vão embora agora? – minha mãe perguntou.
- Decidimos ficar até mais tarde. Vamos levar os dois para tomar café no Bally’s. Acha que podemos fazer um almoço por aqui, mãe? Para darmos tchau para todos?
- Claro, meu amor, vai ser ótimo mais um dia junto com todos. Não esqueça de ligar para sua irmã.
- Já mandei mensagem para ela. – sorriu. – Vou falar com Mads, nos encontramos aqui embaixo em quinze minutos? – ela perguntou, virando-se para mim e me fazendo encará-la com um sorriso antes de assentir. Sem pensar muito, puxei pela mão e deixei um beijo no topo de sua cabeça, fazendo-a corar antes de subir as escadas.
- , ... – minha mãe riu, negando com a cabeça. – Um dia você vai ter que contar para o quanto é apaixonado por ela.
- Quem sabe um dia. – suspirei, fugindo da ideia de apenas fugir como sempre.
- O quê? – meu pai arqueou as sobrancelhas e eu apenas ri.
- Vou chamar Luke para ir ao Bally’s, logo voltamos e ajudamos a fazer o almoço. Vou ligar para Macy e Tripp também. – sem esperar por qualquer resposta, subi as escadas rapidamente, indo direto para o quarto.
- Bom dia, adolescente rebelde. Onde estava? – Luke me cumprimentou enquanto arrumava nossas camas.
- A queria pegar algo na casa dos pais e a acompanhei. Estávamos sem sono. – dei de ombros, indo em direção à minha mala. – Vamos ao Bally’s tomar café, nos quer lá embaixo em dez minutos. Ela e Mads já estão se arrumando.
- Não íamos embora cedo? Por isso já levantei.
- Decidimos ficar mais um pouco para almoçar com todo mundo e nos despedirmos. – ele concordou, sorrindo. Luke estava muito feliz com tudo que havia acontecido com Mads e amava estar com a família toda, então nem acordar cedo o tiraria o bom humor. – Vou tomar um banho, te vejo lá embaixo.

🥐🫖


- É incrível, esse lugar sempre vai ter gostinho de infância para mim. – Luke falou, sentando-se à mesa, tendo sido o último a escolher seu pedido depois de olhar a longa vitrine do balcão.
- O sr. e a sra. Bally têm um dom de fazer isso com todos, porque para mim também tem gostinho de infância. – riu, concordando. – E olha que tenho o dobro da sua idade.
- Mas nós vínhamos aqui quando abriu, na época de escola. Era bom demais. Lembro o quão lotado era. – falei.
- Lembro o quanto era difícil pegarmos uma mesa, porque os mesmos grupinhos de sempre as conseguiam. – ela rolou os olhos, bufando.
- É, , aparentemente você não é uma pessoa que guarda muito rancor, não? – Mads comentou, fazendo todos rirem.
- Jamais! – brincou em resposta.
- Aparentemente, Mads, antes do colegial, eles só tinham um ao outro, porque nem um deles conta histórias com pessoas diferentes. – Luke deu de ombros, fazendo piada.
- Nós não temos a menor culpa se outras pessoas eram apenas coadjuvantes nas nossas histórias, as partes mais divertidas sempre estávamos apenas nós. – comentei. – Bom, como foi a vida toda. – ri, recebendo um sorriso de em resposta que me fez sorrir abertamente.
- Ah, não. – Luke falou, respirando fundo. – Vocês estão com o ar de pura nostalgia e trocando segredos pelo olhar em público. Mads e eu vamos sentar em outra mesa para evitar sermos mais excluídos da bolha de vocês. – fez uma careta e eu automaticamente mostrei meu dedo do meio para ele, da mesma forma que fizera ao meu lado.
- Vocês são bizarros. – Mads comentou, negando com a cabeça.
- Você também notou o quanto ela está ficando cada vez mais folgada, ? – me perguntou, fingindo excluir os mais novos.
- Acho que não vamos poder convidá-la para a próxima viagem, sem condições. – dei de ombros e a garota apenas rolou os olhos.
- E quem disse que eu ia querer ir? – Luke se pronunciou.
- Mas você a gente já não ia convidar mesmo, estamos discutindo sobre a Mads.
- Ha ha. Tia, você está cheia das gracinhas hoje, não? – ele rolou os olhos, recebendo um carinho da namorada em sua bochecha, como se o apoiasse.
- A culpa é do seu pai. – ela fingiu sussurrar para ele, fazendo-o arquear uma sobrancelha automaticamente.
- A culpa é sua, você quem correu atrás. – me joguei para trás na cadeira enquanto recebia um olhar desafiador de .
- É o que, ? – ela me encarava com indignação, e, como sempre, era como se não tivesse mais ninguém ao redor. Estávamos em um sofá, lado a lado, sentados próximos um ao outro, o que fazia com que ela tivesse que se esticar para me encarar.
- Ah, nem vem jogar isso para mim, . Não, não. – neguei com a cabeça. – Eu estava na minha, atuando estar pleno como sempre. – dei de ombros.
- Meu Deus, você é péssimo. – ela gargalhou, me fazendo rir também e quebrar o momento ao beijar sua bochecha e vê-la corar com o gesto mais uma vez. Mostrei a língua para ela e percebi que Luke e Mads nos encaravam com as testas franzidas e meu filho tinha um quase sorriso no rosto.
- Por mais estranhos que vocês sempre sejam, hoje vocês estão superando. – e eu apenas trocamos um olhar e o encaramos de volta.
- Luke... – comecei, pensando em que palavras usar para falar a ele algo que ele sempre tanto quis e esperou, como já havia me confidenciado.
- Luke, seu pai enrola demais e eu não tenho paciência para isso, nós estamos juntos. Assim, da noite para o dia, do amanhecer, na verdade.
- Eu te odeio, . – eu ri, bufando. – Você não sabe criar um momento, porra.
- Que momento, ? Isso é a coisa mais bizarra de se falar, não tem momento para isso. Não somos adolescente contando para os pais que engravidaram.
Mads tinha um enorme sorriso no rosto e não conseguia fechá-lo, nos encarando com admiração. Já Luke, parecia em choque. Não sei se em choque seria a melhor definição, mas ele estava com a maior poker face que eu já vira.
- Luke, meu amor, está tudo bem? – perguntou, tocando a mão do garoto por cima da mesa, parecendo apreensiva. Ela trocou um olhar de confusão comigo.
- Vocês estão o quê? – ele perguntou, ainda sério, mas parecendo sair de um transe.
- Juntos? – falou de forma interrogativa, como se tivesse medo de repetir a palavra.
- Namorando é a palavra que você está procurando, , ela não é tão difícil assim. – ela mostrou a língua para mim e eu apenas dei de ombros em resposta, sabendo que aquilo a irritaria.
- Caralho, eu definitivamente não sei o que falar. – Luke voltara a ter o seu quase sorriso no rosto, mas ainda parecia estagnado.
- Luke, você vai infartar sua madrinha, você sabe, não sabe? – suspirei, rindo logo em seguida ao ver a forma como o encarava, ansiosa.
- Eu realmente não tenho o que dizer. – ele levantou rapidamente e trocou de lado, empurrando para mais perto de mim e se espremendo na ponta do sofá. Ele então esticou seus braços em volta de nós, nos envolvendo em um abraço completamente desajeitado e esquisito. – Vamos fingir que eu sou uma criança, para eu poder falar que vocês acabaram de me fazer a criança mais feliz do mundo. – ele riu. – Isso é verdade mesmo? – ele se afastou, voltando para seu lugar como se quisesse mostrar que se recomponha.
- Sim. – falou com o maior sorriso do mundo no rosto, esticando sua mão por cima da mesa para segurar a de Luke, que trocou um olhar tão confidente quanto o nosso com ela. – E eu espero mesmo que você esteja bem com isso, porque tudo que fazemos há dezesseis anos é sempre pensando em você em primeiro lugar.
- Demorou demais para vocês pararem com isso e pensarem um pouco em vocês também. – Luke apertou a mão dela carinhosamente, fazendo-a rir com suas palavras.
- Vocês são as pessoas que mais se pertencem que eu já conheci. Isso é apenas um passo em uma história gigante de amor e amizade. – Mads comentou, parecendo verdadeiramente emocionada. – Quero que um dia a gente possa ser metade do que vocês são. – ela abraçou Luke de lado, sorridente.
- E vocês vão. – sorri para ela. – É só o Luke lembrar que ele sempre, sem exceção, sempre estará errado.
- ! – deu um tapa em meu braço, me repreendendo, e todos gargalharam, sabendo o quanto aquilo era verdade.
- E agora, quando você vai morar com a gente, tia? – Luke perguntou abruptamente enquanto mordia um pedaço de seu café da manhã, quase como se estivesse em um elevador e perguntasse para qualquer um se choveria naquele dia.
- Caralho, nem um teste de DNA negativo recusaria esse garoto como seu filho. – me encarou, indignada.
- Ué, eu perguntei algo errado? – questionou, irônico.
- Nem um pouco, eu já fiz esse convite. – pisquei para ele, que comemorou ao fazer um toque de mãos comigo.
- Assim que eu gosto, você está rápido. Mas também... Depois de tanto tempo que esperou. – brincou, rindo.
- Ela estava preocupada que tínhamos que tomar essa decisão com você. – rolei os olhos teatralmente.
- E é o certo. – reafirmou, me encarando.
- Meu Deus, tia! – ele levou as mãos à cabeça como se não acreditasse. – Sabe o que acho que você não lembra? Você não é uma pessoa qualquer que meu pai conheceu e tem que me apresentar. Não é alguém sobre quem ele tem que pedir minha opinião para qualquer coisa que seja. Você não é uma estranha. Você é minha família, você é quem cuida de mim há mais de dez anos quando ele faz corpo mole, você é alguém que já deveria ser minha família no papel há muito tempo, por mais que um papel seja só um papel. Eu não teria que dar opinião para o meu pai mesmo que fosse qualquer outra pessoa, sabe? Mas sei que ele pediria. Agora, sobre você? Ele seria louco de me perguntar qualquer coisa, eu vou ser a pessoa mais feliz do mundo de ter você morando com a gente.
- Agora eu ‘tô sem resposta. – reclamou baixinho, fungando para não deixar seus olhos derrubarem as lágrimas que marejavam. – Por mais que eu tivesse vocês, eu sempre fui tão independente, tão sozinha, que eu nem consigo imaginar como vai ser isso.
- Vai ser barulhento, com muitos gritos, reclamações, e um aprendendo a conviver com o outro por mais tempo do que é saudável. – respondi de imediato, fazendo-a rir.
- Vocês vão me implorar para ir embora, vocês vão ver. – brincou.
- Ah, você pode ter certeza que não vou desistir fácil assim. Não depois de tudo isso. – ri e Luke concordou logo em seguida.
- Quando nós vamos embora? – o garoto perguntou, nos encarando.
- Ah, vem um almoço por aí. – Mads comentou, rindo. – Eu ouvi vocês falando que voltavam para o almoço.
- Vamos contar para todo mundo antes de ir. – suspirou ao meu lado. – Realizar o sonho de duas famílias inteiras do nada, que peso nas costas para se carregar. – dramatizou.
- Eles vão surtar. – Luke respondeu, parecendo se animar.
- Eles vão surtar. – afirmamos juntos, trocando um olhar cúmplice.

🚨


Subi as escadas correndo enquanto todos se juntavam no quintal, como quando chegamos alguns dias antes. havia subido fazia alguns minutos e ainda não havia voltado, então decidi procurá-la antes que eu tivesse que morder a língua para não falar sozinho o quão feliz eu estava. Ainda mais com meu filho me encarando com a maior expressão de idiota e Mads com admiração.
- ? – bati na porta do quarto e ela logo se abriu com o movimento, pois estava apenas encostada.
estava sentada na ponta da cama, olhando para o nada, parecendo pensativa. Ela se assustou assim que ouviu o ranger da dobradiça da porta, mas sorriu ao me ver entrar no cômodo. Bati a porta atrás de mim com delicadeza e andei até ela, me agachando em sua frente.
- Oi. – ela sorriu para mim, levando suas mãos para o meu rosto e me dando um selinho demorado.
- Oi. – respondi. – Está tudo bem por aqui? Já estão todos no quintal, terminei de arrumar as coisas na mesa com a minha mãe.
- Estou bem, só precisava respirar um pouco. – ela suspirou. – Estou ansiosa. – riu baixinho, revirando os olhos.
- Ansiosa ou nervosa? Ou preocupada? – perguntei.
- Não estou querendo voltar atrás, senhor inseguro.
- Eu não disse isso! – me defendi.
- . – ela falou de forma séria.
- Tá, talvez eu tenha um pouquinho, bem pouquinho de insegurança. – fiz o gesto com meu indicador e meu dedão, mostrando que era bem pouquinho mesmo, mas pegou minha mão e aumentou o espaço entre eles, me fazendo rir e dar de ombros, concordando. – Mas é só a ansiedade falando. Acho que nunca me senti tão feliz, exceto...
- Exceto quando Luke nasceu. – ela sorriu, sincera. – Sei que ele é seu filho, mas você sabe que também é um dos momentos mais felizes da minha vida, não sabe? Aquele pinguinho de gente no seu colo no hospital sempre vai ser minha memória mais feliz. Eu juro, eu poderia conjurar um patrono só de lembrar. – ouvi seu suspiro e abri um grande sorriso, concordando.
- E naquele momento, a gente nem poderia imaginar que estaríamos aqui, dezesseis anos depois, fazendo aquele pinguinho de gente ser o adolescente mais feliz do mundo com algo tão simples. – dei risada, vendo-a me acompanhar enquanto chacoalhava a cabeça em concordância. - Ele está com uma ansiedade maior que a nossa lá embaixo, por isso eu subi, ele me encara com a maior expectativa do mundo e eu estava quase gritando.
- Desculpe por te deixar sozinho, eu precisava acalmar a ansiedade, se eu ficasse lá, ia precisar de um suporte emocional físico. – jogou seus braços em meu ombro e aproximou seu rosto do meu, beijando o canto da minha boca.
- Olha... Eu posso te dar esse suporte sempre que você precisar. – eu ri e me levantei aos poucos, mantendo nossa posição. Deitei na cama, me colocando por cima de seu corpo de forma que não colocasse meu peso ali. Ficamos apenas nos encarando por alguns segundos, dividindo um momento cheio de sentimentos novos e antigos que tiravam suspiros apaixonados e nos faziam rir de forma nasalada.
Grudei nossos lábios, dando início a um beijo calmo, mas que logo se tornou intenso. descia e subia suas mãos por minhas costas com ansiedade e eu senti que apertava sua cintura bem mais que o necessário, fazendo-a soltar pequenos grunhidos.
- , eu acho que... – ela falou de forma entrecortada, nos separando.
- Ahan, melhor irmos. – eu ri, sentindo que estava corando tanto quanto suas bochechas estavam coradas em minha frente.
- Ei, só estamos esperando voc... Ah. – antes mesmo de conseguir pensar, minhas pernas já se colocavam de pé e eu encarava minha mãe na porta com uma expressão completamente espantada. se levantou tão rápido quanto, se posicionando atrás de mim, como se tentasse se esconder.
- Helen...
- Mãe... – eu e começamos ao mesmo tempo, mas sem saber como continuar a frase, mantendo um silêncio constrangedor no quarto.
- Eu sempre bati na porta antes de entrar quando vocês ficavam nesse quarto, sabe? Desde que vocês tinham uns... 13 anos? Exatamente porque tinha medo de me surpreender com uma cena assim. Ou, bom, surpreender vocês. Sempre confiei nos dois e lhes dei toda liberdade, até mais do que com... – ela apontou para mim. – Com a outra lá. Mas, me desculpem, eu não imaginava que isso pudesse acontecer hoje. – ela gargalhou, levando a mão ao peito como se tentasse puxar mais ar para rir mais. Minha mãe deu alguns passos em nossa direção e levou uma mão ao meu rosto, enquanto a outra se posicionava no rosto da mulher ao meu lado. Ela dividia seu olhar entre nós dois, ainda um tanto quanto envergonhados. – Não sei o que vocês estão fazendo ou desde quando, ou até onde vocês vão, mas saibam que estou feliz. – ela riu mais uma vez. – Vocês iam esconder até quando, adolescentes mimados e rebeldes? – ela se aproximou de e deixou um beijo em sua bochecha, fazendo o mesmo comigo em seguida.
- Cinco minutos? – eu falei, trocando um olhar com .
- Ah, meu Deus. Mas...
- Sem detalhes. – deu de ombros, rindo.
- Ah, vamos ter detalhes sim. Podem vir. – ela andou novamente até mim e agarrou a gola de minha camisa, puxando-me por ali sem nem se importar.
- Mãe! – reclamei, mas fui ignorado, sendo puxado escada abaixo com logo atrás em meio a muitas risadas. – Bom saber que isso te diverte, traíra.
- Ei, o que está acontecendo? – Tripp, o pai de , perguntou assim que pisamos no quintal. Ele parecia caminhar até a cozinha para buscar algo, já que todos os demais já estavam sentados à nossa espera.
- Vamos lá ao que está acontecendo. – minha mãe me arrastou até a ponta da mesa, onde todos podiam nos ver. Luke estava na outra ponta e gargalhava abertamente com Mads, provavelmente já entendendo o que acontecera.
- Mãe. Por favor. – reclamei enquanto não parava de rir, mantendo-se um pouco mais afastada. – E por que só eu tenho que passar a vergonha? Que eu saiba eu não estou sozinho nessa.
- É, definitivamente você não estava sozinho mesmo. Você nunca foi de beijar o espelho ou agarrar o travesseiro, não seria agora que isso mudaria, não é? – vi ficar vermelha no mesmo momento. Ela suspirou e se aproximou de nós com um sorriso tímido no rosto, parando ao meu lado.
- Alguém vai explicar o que está acontecendo? – minha irmã perguntou, levantando a mão.
Todos nos olhavam com expressões ansiosas, mas antes que eu pudesse pensar em falar, minha mãe respondeu:
- Peguei esses dois se agarrando no quarto. – ela deu de ombros e rapidamente deu a volta na mesa, sentando-se em seu lugar, ao lado de meu pai, e deixando todos nos encararem com as mais diversas expressões que podiam dividir. Não poderia ser mais direta, definitivamente.
- Antes que os pensamentos comecem, queria agradecer a e minha mãe por me tirarem qualquer chance de pensar em como falar para as pessoas, porque nenhuma das duas me deu esse gosto, obrigado! – falei, me lembrando de cortando o momento mais cedo com Luke e Mads também. Ao meu lado, me mostrava o dedo do meio enquanto rolava os olhos, reclamando.
- , o problema de tudo é que você é lento demais para falar as coisas e ninguém tem paciência.
- A culpa é sempre minha, não sei como ainda questiono. – me aproximei de e passei meu braço por sua cintura, aproximando nossos corpos. Ela, com uma timidez que era pura novidade para qualquer um ali, encostou sua cabeça em meu peito, quase como se tentasse se esconder. – Nós pedimos para que todos viessem almoçar aqui antes de voltarmos para Londres, para poder contar que, depois de muita chatice da parte de todos, nós estamos namorando. – o que eu menos esperava aconteceu: a mesa explodiu em risadas.
- Okay, agora sejam sinceros. Vocês não precisam inventar isso só porque a mamãe pegou vocês se agarrando. A gente entende que vocês se pegam de vez em quando, isso todo mundo já sabia. – Sadie foi a primeira a falar e, nos surpreendendo, nossos pais concordaram.
- Meu Deus, vocês realmente pensam isso? Vocês são horríveis. – falou, irritada. – Eu e nunca tivemos nada, quer vocês queiram acreditar ou não.
- E agora, do nada, vocês têm? – Macy, a mãe de , questionou.
- Não é do nada. – Luke se pronunciou pela primeira vez, com um sorriso no rosto. – E era isso que eles queriam contar, se vocês tivessem deixado. – ele trocou um olhar com a avó, como se reclamasse em nossa defesa.
- Aconteceram algumas coisas recentemente. – começou antes que alguém questionasse. – Nem mesmo sei como resumir e, na verdade, acho que é um ponto muito particular da nossa história e podemos guardar para nós. – ela sorriu. – Mas recentemente nós percebemos que sempre que tentávamos sair com alguém, nunca dava certo. E em uma dessas conversas, sentimos um clima diferente que, de primeira, nos assustou muito. Depois disso, tentamos sair uma vez juntos com essa ideia na cabeça e...
- E meu pai levou um fora da tia , muito bem dado, porque ele chegou em casa completamente desnorteado.
- Outch, esse é meu neto! – Dave gritou, rindo.
- Obrigado, Luke! Mas sim, é verdade. Levei um belo fora dessa bela moça, que não se importou nem um pouquinho com meus sentimentos. – abracei de lado novamente, deixando um beijo em sua cabeça.
- Depois disso, o clima ficou um tanto quanto estranho, mas seguimos a vida normalmente. Porém, eu não conseguia desligar essa ideia da minha cabeça. E então... Não tem mais o que explicar. Quando viemos para cá, tudo ficou mais intenso nos meus pensamentos e eu soube que não podia perder a oportunidade de estar com alguém que eu realmente amo. – sorri como um bobo ao ouvir suas palavras, mas continuei antes que as diversas emoções e surpresas da mesa se pronunciassem.
- Antes não fazia sentido algum para nós e sempre ignoramos todos os falatórios por isso. Não sabemos quando tudo mudou, nós nunca pensamos ou falamos sobre isso antes disso tudo acontecer. O que importa é que agora estamos bem, estamos juntos, e estamos muito felizes com isso. Queríamos compartilhar com vocês antes de voltar para casa, porque não é algo que temos qualquer dúvida ou temos que esperar para apresentar para família, porque nossas famílias já são uma só muito antes disso.
Continuei abraçado com e encarando a todos ali que faziam silêncio. Acredito que estavam digerindo a história, mas foi um momento um tanto quanto estranho. Percebi que todos na mesa trocavam olhares com Luke e Mads, que não desfocaram os olhos de nós com grandes sorrisos nos rostos.
- Vocês já sabiam disso? – Tripp perguntou para os mais novos.
- Nos contaram hoje de manhã. – Mads respondeu.
- Mas eu estive envolvido desde o começo. – Luke mencionou, orgulhoso.
- E você está feliz com isso? – minha mãe perguntou, sorridente, pois ela sabia a resposta.
- Eu estou muito feliz. – ele respondeu, sem tirar os olhos de por qualquer segundo.
- E eu vou quebrar esse gelo de surpresa, porque acho que sou uma das pessoas mais felizes do mundo nesse minuto, esse é o melhor presente de casamento da vida! – Sadie se levantou e caminhou até nós quase dançando de tanta alegria. Ela jogou seus braços ao redor de nós, nos apertando.
Depois de Sadie, todos fizeram o mesmo, se levantando e dividindo a alegria de uma brincadeira que durou anos entre eles, se tornando realidade. Vi minha mãe e Macy se abraçarem com os olhos marejados, e meu pai e Tripp trocarem um abraço apertado, cheio de tapinhas nos ombros. Macy e Tripp se juntaram em volta de Luke também e o abraçaram carinhosamente.
Após muitos abraços entre palavras desconexas que já nem faziam mais sentido, Tripp se aproximou de mim novamente e estendeu a mão para que eu apertasse.
- Eu te conheço desde moleque e eu te considero um filho, mas eu ainda sei o que fazer com qualquer um que magoe minha filha. – seu aperto em minha mão se tornou cada vez mais forte, me fazendo segurar uma expressão de dor. Todos riram de forma descontrolada da cena, principalmente quando ele me abraçou mais uma vez, feliz.
- Só mais uma coisa antes de finalmente nos sentarmos para comer. – falei.
- Ah, não. Não me digam que eu já vou ter um irmão. – Luke falou, dramatizando. Macy e minha mãe automaticamente arregalaram os olhos.
- Luke! – gargalhou.
- Não sei a quem esse menino puxou. – ironizei. – Só queríamos contar que, voltando para Londres, a vai morar conosco. – apontei para Luke e eu.
- Finalmente uma decisão inteligente e menos lenta do que toda a história de vocês. – meu pai comentou, fazendo todos rirem e concordarem.
- Quem sabe, em breve, o casamento não vem também. – dei de ombros e me encarou com as sobrancelhas arqueadas. – Okay, não falamos nada sobre isso e vamos fingir que não falei. – gargalhei e ela apenas negou com a cabeça, rindo também.

🌇


- Eu não quero ir trabalhar amanhã. – reclamou assim que abri o porta malas na garagem do prédio.
- Pelo menos você ganha dinheiro para isso, eu tenho que ir para aula. – Luke se juntou a ela na reclamação, bufando.
- Fica quieto, você vai para aula tendo uma namorada. Saiu solteiro e vai voltar comprometido com uma menina linda. – ela apertou a bochecha do garoto, irritando-o. Apesar de rolar os olhos, meu filho abriu um sorriso.
- E eu espero muito que não tenhamos problemas com isso, sim? – aproveitei o momento para adverti-lo.
- Desde quando eu tenho algum problema? – rebateu.
- Exatamente. Não é hora de começar a ter, concordo com seu pai.
- É claro que você concorda com meu pai, tia. Uau, que surpresa. – ele achou graça.
- Ha ha ha. Não desvie do assunto, bonitinho. – ela mostrou a língua para ele e puxou sua última mochila do porta malas, colocando-a nas costas. Abaixei a porta e tranquei o carro enquanto os dois já caminhavam em direção ao elevador, que nos aguardava.
- Nós vamos ficar bem como sempre ficamos. – Luke prometeu, ainda achando graça do assunto. – Às vezes parece que vocês acham que tenho dez anos, e não dezesseis.
- Não somos parâmetro, Luke, às vezes nós achamos que até nós temos dez anos. – brincou, já descendo no hall de nossos apartamentos e indo até sua porta. Luke caminhou até a nossa e a abriu, já colocando sua mochila para dentro e voltando alguns passos para alcançar . Ele se aproximou e a abraçou, deixando um beijo em sua cabeça.
- Boa noite, tia.
- Boa noite, meu amor. – ela sorriu para ele, que se afastou e andou até nossa porta novamente.
- Não demorem, já está tarde. – brincou, dando uma piscadinha e entrando em casa.
- Seu filho foi mordido pelo bichinho da gracinha hoje. – entrei no apartamento logo atrás dela, fechando a porta.
- Ele está apaixonado, você pode julgar?
- Pior que não. – dramatizou, se aproximando de mim e jogando seus braços em meus ombros enquanto eu colocava minhas mãos em sua cintura.
- Não quero mais isso de separar de casa, sério. – fiz bico e ela me deu um selinho demorado em resposta.
- Eu também não quero, mas é por pouco tempo, logo a gente se ajeita.
- Você promete? – perguntei, manhoso. Estava ansioso para tê-la comigo por ainda mais tempo. – Agora que estamos juntos, sinto que temos tanto o que aproveitar. – ri do meu pensamento.
- Prometo. Porque também sinto isso, e temos o resto da vida para aproveitar.
- Isso soa muito bem vindo da sua voz, você não tem ideia. – suspirei de forma não intencional, rindo em seguida da minha própria reação.
- Você está com o maior ar de apaixonado que alguém pode ter nessa vida, é a coisa mais linda. – zombou em meio a uma risada baixa. Ela levou uma de suas mãos aos meus cabelos, fazendo um carinho que me fez fechar os olhos.
- Aquele dia aqui, com um único toque você me deixou louco. Mais louco do que qualquer bebida poderia deixar, sério. Eu estava fora de mim quando sai daqui. Eu estava preparado para seguir qualquer coisa que você falasse. Agora, que nos resolvemos e estamos juntos, é ainda pior, eu não sei como você faz isso, , mas eu estou ainda mais apaixonado por você do que fui a vida inteira. Não que eu fosse apaixonado por você, mas digo pelo sentimento de que esse é o seu mundo e eu apenas giro ao redor dele. Droga, agora eu realmente estou parecendo bêbado, se você me deixar continuar falando, vou falar demais e nada que faça sentido, não estou pensando direito. – ri, me embaralhando em todas as palavras.
- Acredite, eu me sinto da mesma forma. – riu também. - Você é simplesmente a pessoa que eu mais amo no mundo e agora a gente está aqui, assim. – ela apontou para nós, sorrindo.
- Vou ir embora porque sei que você precisa ir dormir. – fiz bico. – Nos falamos amanhã? – ela assentiu.
- Com certeza. Boa noite, . – ela me deu um selinho, abraçando meu corpo.
- Boa noite, . – juntei nossos lábios em um beijo dessa vez, puxando-a para mim como se pudesse literalmente grudar nossos corpos.
- Te juro que se eu soubesse que ia ser tão bom, eu teria rezado para termos ficado pelo menos uma vez na adolescência, eu não me contentaria com pouco depois disso. – ela falou quando nos separamos e rimos juntos.
- Você é uma idiota. – brinquei e beijei sua testa, nos afastando. – Até amanhã. – falei, já na porta.
- Até amanhã. – ela acenou.

🔥


Provei o molho que fazia mais uma vez e me afastei do fogão, satisfeito com o resultado. Luke jogava algo no celular, sentado próximo dali, à mesa da cozinha. Já era sábado à noite e logo uma nova semana se iniciaria, o que me fazia a cada segundo mais implorar por férias em meu subconsciente, eu estava cansado, e, claramente, sofria por antecipação.
Peguei meu celular de cima da bancada e notei que já havia mexido em suas redes sociais, ou seja, ela estava acordada. Incrível como era sempre a primeira coisa que a mulher fazia, fosse pela manhã ou após seu décimo cochilo do sábado, o que era um costume.
Não nos víamos desde a quarta-feira daquela semana. Não que fosse algo inédito, viver ocupados e cansados de trabalhar era quase algo obrigatório entre nós, mas agora eu notei que sentia ainda mais falta da mulher.
- Não deixe nada pegar fogo, ok? Vou na . – falei para Luke, apontando para o fogão enquanto já me direcionava à porta para sair.
- Digo o mesmo. – ele deu de ombros, me dando seu olhar mais sugestivo.
- Idiota. – lhe mostrei o dedo do meio e sai, fechando a porta atrás de mim e em dois passos chegando ao apartamento de . Girei a chave na fechadura e abri devagar, me anunciando. – Estou entrando, . – notei que ela não estava na sala e logo fechei a porta, caminhando pela casa.
- Estou no quarto. – ela gritou em resposta.
- É óbvio que você está no quarto. – eu ri, entrando em seu quarto e vendo-a escondida embaixo das cobertas. – Oi. – falei, jogando meu corpo por cima do dela, segurando meu peso em meus braços para não ouvir reclamações de que estava sendo esmagada.
- Oi. – ela falou baixo, encarando meus olhos que estavam bem em cima dos seus.
- Pode me dizer quando não vou precisar vir até aqui para te ver, senhorita? – perguntei, dando um selinho nela e rolando para seu lado na cama.
- Hm, acho que essa é uma boa pergunta. – ela riu.
- Como foi a semana?
- Cheia. – ela suspirou, cansada, e eu concordei. – Não consegui pensar em nada, desculpa. – fez bico e eu ri.
- A minha foi uma loucura também.
- Ah, adivinha quem me convidou para um happy hour ontem, pela milésima vez? – falou, fingindo casualidade e encarando meus olhos.
- Hm, tenho a impressão de que foi o Theo. – brinquei, colocando minha mão em sua cintura para puxá-la para mais perto. – E?
- E ele tomou mais um não, mais uma vez. – riu. – A última, na verdade, apesar de que ele quase não acreditou que sou uma moça comprometida agora. – me deu sua melhor expressão convencida, me fazendo rir. - Deve achar que é mais uma desculpa.
- Fico feliz que seja verdade. – sorri, aproximando nossas bocas e puxando para mim, fazendo com que ela ficasse por cima de meu corpo e dando início a um beijo quase desesperado.
Deixei com que meus braços passeassem por seu corpo enquanto ela fazia pressão em meu peito como se tivesse urgência em nos grudar ainda mais um ao outro. Sua mão estava em minha nuca, ditando o ritmo de nossas bocas, enquanto minhas mãos se dividiam entre suas coxas e bunda, fazendo com que ela arfasse entre os encaixes de nosso beijo.
desceu uma de suas mãos para barra da calça que eu usava, começando a mexer em seu cós, provocando-me arrepios que a faziam sorrir de forma descarada.
- ... – comecei a falar, tentando mantê-la afastada para que minha voz não saísse entrecortada.
- Você sempre teve cara de empata foda, mas não imaginei que você fosse empatar a nossa foda, caralho, ! – reclamou, soltando o botão de minha calça que estava em suas mãos e tentando sair da posição em que estávamos, mas a segurei ali, encarando sua expressão frustrada.
- Meu Deus, eu sempre esqueço o quão suja você é para falar de sexo. – comentei, rindo.
- Você queria o quê? Que eu falasse empata de fazer amor? Poupe-me, , você me conhece melhor que isso. – ela fez bico. – Você está com aquela cara de quem vai começar a falar disso e daquilo, que temos que ir aos poucos e blá blá blá...
- . – eu gargalhei, soltando-a. Ela rapidamente se virou para o colchão, ficando com o rosto no travesseiro. – Isso é o pensamento da sua consciência, não da minha. – ri mais uma vez, ouvindo-a resmungar em resposta. Movi meu corpo do colchão para cima do corpo dela e a senti segurar a respiração no momento em que sentiu minha excitação em sua bunda devido a posição em que estávamos. Puxei seus cabelos para trás em um rabo de cavalo para que saíssem de seu rosto e aproximei minha boca de seu ouvido, vendo-a suspirar, tão afetada quanto eu. – Eu só queria dizer o quão gostosa você é. É você quem está se auto sabotando. – brinquei. Distribui alguns beijos em sua nuca, vendo-a arrepiar, e comecei a movimentar meu quadril por cima de seu corpo, fazendo com que gemêssemos baixinho pela ansiedade do toque. – Mas se você quiser ir devagar, está tudo bem. – falei, ainda nos mantendo da mesma forma e vendo-a negar rapidamente em resposta.
- É só a minha consciência que está me auto sabotando, meu corpo não, eu confio mais nele nesse momento. – ela falou, em meio a uma risada, após afastar sua cabeça do travesseiro, impulsionando seu corpo para cima e nos arrancando mais suspiros pelo atrito e pedindo espaço para se virar de frente para mim. Encarei seus olhos que brilhavam em minha direção e ela mordeu seu lábio inferior, sorrindo para mim em seguida. - Realmente não sei o que você está esperando, vou ter que implorar?
- De forma alguma, impaciente. – ela rolou os olhos e me puxou pela camisa, grudando nossas bocas novamente.

📦➡️🚪


- Vai ser estranho deixar minha casa e morar de frente para ela, sério. – se jogou no sofá, colocando os pés por cima de uma caixa organizadora que Luke e Mads acabavam de fechar.
- Para de reclamar, tia, não é como se nossa casa já não fosse quase sua, você sempre passou mais tempo lá do que aqui. – Luke retrucou, fazendo a mulher rir, pois sabia que era verdade.
- O dia que você tiver que sair de casa, você vai saber qual o sentimento e o quão estranho ele é, chatinho. – ela reclamou e Luke torceu o nariz em resposta.
- Você mal foi morar com a gente e já tá me colocando para fora de casa? Que horror, você já foi melhor comigo, tia . – ela mostrou o dedo do meio para ele e ele logo continuou, fazendo uma expressão de dúvida. – Eu deveria te chamar de mamãe agora? – o garoto gargalhou, fazendo com que todos déssemos risada com ele.
- Você acha que a tem idade para ter filho do seu tamanho? Se toca, Luke. – Mads respondeu rapidamente, trocando um olhar cúmplice com , as duas estavam se tornando cada vez mais amigas, o que com certeza deixava Luke extremamente feliz e com uma expressão boba, apesar de indignada também.
- Ei! – reclamei. – Você está querendo dizer o quê? – perguntei, sentando-me ao lado de , de frente para eles.
- Sinto que “velho” é pouco para o que ela quis dizer. – Luke comentou, rindo.
- Amanhã vou para lá para fazer companhia para o velhinho. – ela sorriu para mim e eu mostrei a língua em resposta, lhe dando um selinho em seguida.
Já haviam se passado duas semanas desde que começamos a resolver as coisas como a venda do apartamento de , separar algumas coisas dela para doação, assim como minhas para poder levar as dela para casa, comprar algumas coisas para ela e deixar meu quarto com mais jeito de nosso.
Estava sendo extremamente divertido dividir essas coisas. Quando montamos nossos apartamentos, ajudamos um ao outro, porém, agora era algo nosso. Tínhamos gostos muito parecidos, então, não mexeríamos no restante do apartamento por hora, mas o quarto estava ficando bom o suficiente para caber um pouquinho de cada um.
- Ainda bem, porque o novinho vai estar fora o dia inteiro. – Luke falou, jogando os braços em volta de Mads e dando um selinho na garota.
- Opa, já temos um dia livre da criança? É muita sorte! – comemorou exageradamente, me fazendo rir.
- Aí, desnecessário pensar no que vocês querem fazer num dia livre. – o garoto fez uma expressão de nojo enquanto e eu apenas ríamos com a cumplicidade de sempre para irritá-lo.
- O que vocês vão fazer amanhã? – perguntou. – Quero satisfações para não tê-los comigo no meu primeiro dia na casa velha nova.
- É o aniversário da Mads que não fomos convidados, . – respondi antes que eles tivessem a chance.
- Você não tem mais idade para aniversário de adolescente, , para com isso. – minha namorada me cortou invés de entrar na brincadeira, me deixando com a típica expressão indignada e fazendo com que os mais novos gargalhassem.
- Por que eu ‘tô com você mesmo? Só me recorda, por favor. – questionei, fazendo bico.
- Porque você me ama há trilhões de anos, chatinho. – ela beijou meus lábios demoradamente, fazendo graça. – Mas enfim, espero que vocês se divirtam muito enquanto a gente termina de trabalhar nas roupas mal organizadas desse senhor aqui. – a mulher fez questão de apontar em minha direção.
- Ah, não, , a gente vai descansar amanhã, por favor. – falei, exausto.
- Você não quis que eu me mudasse? Não reclame então.
- Sinto que ele quer mudar de ideia agora. – Mads brincou.
- Nunca, nem que eu tenha que passar a vida toda arrumando as gavetas. – falei, sério, desviando meu olhar para e vendo-a sorrir de forma tímida, ficando sem graça com a mudança de brincadeira para sinceridade.
- Com essa carinha linda, vou ter que ceder e deixar as gavetas para depois. – jogou seu corpo contra o meu em um meio abraço que me fez rir. – Droga, odeio virar o casal meloso.
- Droga digo eu, que tenho que ver vocês de casal meloso nesses ataques. Até o momento da bolha própria de vocês era melhor que o momento diabetes. – Luke finalizou, jogando a última almofada disponível ali em nossa direção.

🚪🛏️📷


- É oficial, estou definitivamente aqui. – falou ao entrar em casa após pegarmos sua última bolsa em seu apartamento e trancá-lo.
- É oficial, essa é sua casa, junto com as pessoas que você mais ama no mundo. – me aproximei dela, dando um selinho em seus lábios. – Está feliz? – perguntei.
- Radiante. – ela riu. – E perdida, não sei o que fazer.
- Olha, eu tenho uma ideia sensacional. – falei de forma maliciosa, fazendo a mulher gargalhar.
- , meu Deus, eu mal cheguei.
- Eu só ia te chamar para tomar um café da manhã antes de finalizarmos as coisas do quarto. – respondi de forma inocente, fazendo corar em meio a uma risada sem graça.
- Insuportável. – ela se aproximou da mesa, sentando-se ao meu lado, onde eu a esperava. – Vou ser muito mimada, não vou? – perguntou.
- Você sempre foi, só vai piorar. – dei de ombros e ela concordou, sabendo que fazia sentido.

- , você lembra quando a gente tirou essa foto? – perguntei enquanto arrumava alguns porta retratos em nossa estante nova do quarto. – Não sabia dela, parece foto de ensaio de casal. – ela se aproximou de mim, segurando o quadro com um sorriso no rosto e logo se sentando na cama atrás de nós, e eu me sentei ao seu lado para ouvi-la.
- Foi assim que mudamos para cá. – ela riu de forma nasalada. – Você ainda estava numa fase ruim e tínhamos uns dois dias só aqui em Londres, estávamos arrumando meu apartamento. Naquele dia, tínhamos começado a ensinar Luke a mexer no meu celular, um dos primeiros celulares com câmera, por isso essa qualidade péssima da foto em um quadrinho tão bonitinho. A gente tava discutindo alguma coisa e ele tirou a foto. – ela sorriu, lembrando do momento. – Essa ficava dentro do meu guarda-roupa, para eu sempre olhar de manhã, por isso acho que você não tinha visto. Gosto dela, por mais esquisita e sem qualidade que ela seja. Foi uma das primeiras coisas que ensinamos para o Luke juntos, depois de mudarmos, é quase como se ela tivesse sentimento na imagem para mim. – na foto, eu e estavamos sentados em seu sofá com os corpos colados e conversando como se trocássemos um segredo para que Luke não ouvisse.
- Luke vai adorar ouvir isso. – comentei, beijando sua testa de forma carinhosa. O sentimento de por ele sempre me tirava do chão e me deixava o pai mais bobo do mundo.
- Não gosto de falar essas coisas para ele, ele vai me achar uma velha babona, . – reclamou.
- Ele já acha, . Ele e todo mundo, porque é o que você é quando se trata dele.
- Eu sei, mas não preciso ficar reafirmando, temos que fingir que serei sempre a tia legal.
- Você nunca foi e nunca será só a tia legal, você sabe disso. Para ele você é muito mais que isso.
- Porque você não pode me deixar brincar quando entramos nesse assunto? – reclamou, rindo. – Só nesses últimos dias deve ser a milésima vez que você me corta e me deixa emotiva invés de brincar comigo. – ela fez bico, mas mantinha uma expressão alegre.
- Porque esse é um assunto muito sério para brincar, simples assim. – falei, sério, irritando-a ainda mais. – E porque eu estou emotivo num geral nos últimos dias também, então preciso tentar te atingir e Luke é a melhor maneira, porque quando é sobre nós dois, tudo vira piada. – alfinetei, vendo-a rolar os olhos.
- Você é um poço de veneno, ), não me conformo. – ela se aproximou, se posicionando em meu colo com uma perna de cada lado do meu corpo. – Você quer que eu seja mais carinhosa e fale o quanto eu te amo a cada dois minutos? Se quiser, posso fazer, sem me cansar. – brincou.
- Eu te conheço, eu sei disso sem que você precise falar a cada dois minutos. – dei de ombros.
- Então o que você quer de mim, senhor? – perguntou, solícita.
- Eu quero... Quero saber se você realmente está disposta a viver a vida todinha comigo. Dividir esse quarto, essa casa, uma vida, novas decisões, tudo. Quero saber se nesse minuto você se sente tão feliz a ponto de parecer que vai explodir, como eu me sinto. Quero saber se você está ansiosa por cada primeira vez nossa, o primeiro almoço, a primeira janta; a primeira briga pelo banheiro, pela toalha na cama; a primeira vez nessa cama, a segunda vez nessa cama, a terceira vez nessa cama... – brinquei, fazendo-a rir. – Resumindo, só quero saber se você mal pode esperar por essa nova fase como eu. – sorri para ela em expectativa.
- Eu não consigo nem parar de pensar em tudo isso, . Vai ser incrível viver tudo isso com a pessoa que mais amo nesse mundo. Eu não consigo falar, sabe? Não consigo colocar em palavras, por isso vivo quietinha, pensando, porque eu queria saber expressar para você o quanto você me faz feliz. Mas aí eu lembro que eu realmente nem preciso, porque você me conhece como ninguém, então você sabe. Eu estou ansiosa por cada passo aqui com você, ansiosa por cada batida mais forte do meu coração quando te vejo em qualquer lugar que olho, porque você está sempre no meu campo de visão; mal posso esperar por viver cada segundo com você, do resto das nossas vidas. Me sinto uma adolescente vivendo seu primeiro amor, e se formos parar para considerar, é quase isso. – ela riu e beijou meus lábios de forma rápida. – Agora sabe o que precisamos? Estrear essa cama urgentemente.
- Ah, é por isso que eu te amo. – gargalhei, pressionando seu corpo contra o meu.
- Assim também, mas não agora, tarado. – ela riu, me empurrando para longe e se levantando.
pegou seu celular e abriu o Spotify, colocando uma música animada da Taylor Swift, e antes que eu pudesse questionar, ela já estava em cima da cama.
- Vem. – ela estendeu os braços para mim enquanto cantava o início da música junto à voz da loira que saía pelos alto-falantes.
- Você é louca. – ri quando, após subir junto a ela na cama, a mulher começou a pular loucamente, me levando junto com ela.
- If you could see that I’m the one who understands you, been here all along, so, why can’t you see? gritava, ofegante. – You belong with me, you belong with me. - assim que terminou o refrão, em um único pulo, se sentou de volta na cama, me levando junto em um abraço. – Sei que não temos um vinho ou qualquer coisa assim, mas queria fazer um brinde. – ela me deu um selinho. – Esse é nosso brinde. – riu sozinha. – Ao começo das nossas vidas. Ou quase isso. – ela deu de ombros.
- Ao começo de nossas vidas, . – respondi. – Ou quase isso, realmente. – brinquei e a puxei para um beijo em resposta ao seu brinde.



Fim!



Nota da autora: Estou feliz demais em poder dar mais um pouquinho dessa história para vocês, 17. A.M. apaixonou muita gente e sei que todo mundo, assim como eu, queria ver um pouquinho da reação do Luke e da Mads e também das famílias, então foi incrível poder escrever um pouquinho mais sobre eles 💙
Tentei dar um pouquinho mais desse casal para vocês, até essa mudancinha deles, mas confesso que conforme fui escrevendo, senti que quanto mais tentasse, poderia estragar, porque para mim a história deles já está perfeita e tem todo o futuro do mundo sendo apenas eles, morando na casinha deles, com o bebezão deles hahahah Espero que vocês sintam o mesmo, sou louca por esse casal e espero que vocês tenham gostado 🥰
Obrigada por todo o carinho por 17. A.M. que foi espalhado por aí e com muitas leituras, obrigada a cada uma que deixou um comentário na última história e espero receber muitos aqui também para saber a opinião de vocês!
Beijos 💙 (ah, para quem me acompanha, aproveito para deixar uma mensagem... 👀 esse foi meu último ficstape por um tempo, então minha próxima dedicação solo será a shortfic de Something Blue, para quem tanto a aguarda 🤭💙)

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