Capítulo Único
Teacher .”
Louise olhou para o menino de quatro anos que estava na cadeira da mesa de jantar, com as mãos no meio das coxas e balançando os membros inferiores, já que não alcançava o chão. Louise então coçou sua cabeça e respirou fundo duas vezes, antes de suspirar e encostar a testa no batente da porta.
A mulher precisou deixar sua vida em Chambéry no primeiro trem que partiu para Paris, e de lá, o primeiro para Londres, para dar um apoio a sua família.
— Thi, nós vamos ter que contar para o seu pai.
A criança de olhos azuis encarou a mulher de cima a baixo, finalizando com os ombros mexendo. Louise bufou. Foi-se o tempo em que Thierry via certa autoridade no pai.
— Ele não tá nem aí.
E foi no momento que Thierry falou aquelas cinco e curtas palavras, que a mulher teve noção da real dimensão do que estava acontecendo naquela casa em Londres.
A porta da frente foi aberta revelando um visivelmente cansado, e com olheiras extensas pelo rosto. O homem apenas levantou a mão cumprimentando sua família e adentrou para a área privada do lugar que chamava de lar.
A mulher ficou sem reação com a atitude do homem e seguiu a passos pesados atrás dele.
— ! — Ela chamou no corredor dos quartos. — ! — Ela gritou ao vê-lo fechar a porta do quarto, e correu para colocar o pé no vão que se formou.
Louise empurrou a porta novamente, para permitir que corpo passasse e empurrou o homem, que estava de costas para ela.
— O que foi?
— O que foi? — Louise retrucou. — Você tem a coragem de me perguntar isso? — Ela então jogou o bilhete da professora de Thierry em cima da cama. — Seu filho brigou na escola pela terceira vez, e nós sabemos que o Thierry não é assim!
— É bom que isso aconteça, quem sabe assim o menino aprende a se defender desde pequeno.
— !
— O que você quer que eu faça, Lou?
— Não sei… Talvez fazer o papel de pai, falar o que é certo e o que é errado para ele, ensinar que não se pode bater nos amigos.
balançou a cabeça em negação.
— Depois eu lido com ele. Vou tomar banho, preciso sair hoje à noite.
— Se você sair mais uma noite, , amanhã eu levo o Thierry na escola e pego o primeiro trem de volta para a França.
O atacante do Arsenal voltou para dentro do quarto e encarou a ameaça que a irmã estava fazendo. Ela era apaixonada pelo sobrinho, ela não iria simplesmente voltar para França e deixá-lo só com uma criança de quatro anos.
Apenas e Thierry.
E não Louise, Thierry, e , quando ele tivesse interesse em participar daquela família. O que nos últimos trinta dias era uma vontade quase nula.
— Você não faria isso.
— Não me provoque, . — A mulher respirou fundo. — Eu entendo que você e o Thi estão passando por um momento péssimo e não existe mais desculpas para falar por que a mãe dele não volta de viagem logo, mas não dá para você passar seus dias entre treinos e jogos, e as noite entre bares, baladas e uma mulher nova. A Sabrina abandonou vocês dois. Você não pode resolver que também vai abandonar o Thierry.
— Eu amo o meu filho, Lou.
— Eu não estou falando que não ama. Estou falando que você está machucado o suficiente para se preocupar mais em se curar, do que ver o que acontece debaixo do seu próprio teto. O Thi está sentindo a falta da mãe. A ausência do pai. Desde quando a Sabrina foi embora, quantas vezes vocês foram até o Regent’s passear, ou bater bola?
se manteve calado. O francês sabia que a irmã estava completa de razão. Mas ao mesmo tempo, ele sentia que precisava se manter ocupado, para não pensar em Sabrina e nos motivos que a fez abandonar a família.
Motivos esses que ele não foi informado. Apenas encontrou o armário dela vazio e um bilhete em cima da cama, um dia que voltou do treino.
Encarar a realidade era difícil, e ter sua irmã para fazê-lo enxergar aquilo, era mais dolorido que ela um dia poderia entender. Os olhos de marejaram e quando uma lágrima escorreu de seus olhos azuis, para sua bochecha, o homem fez questão de enxugar o rosto rapidamente com as costas da mão.
— Você pode chorar, , não é vergonha para ninguém. Só espero que essas lágrimas sejam pelo choque de realidade que eu precisei fazer você passar.
— O que eu faço, Lou?
— Converse. Tanto com o Thi, quanto com a professora dele. — Louise apontou o papel em cima da cama. — Ela quer conversar com você.
— Lou… Eu não sei ser pai solteiro.
— Você vai tirar de letra, .
Louise então saiu do quarto, deixando seu irmão sozinho. pegou o papel que estava na cama e leu a mensagem que a Teacher havia escrito.
Terceiro dia consecutivo.
Causas dele está agindo assim.
Não era fácil aceitar que Sabrina abandonou sua família, abandonou seu relacionamento e seu filho. Não era justo que Thierry se sentisse mais esquecido pela sua família. O jogador então ligou na escola do filho, agendou um horário com a professora e foi para o banho.
Ele tinha que lidar com o que sobrou de sua pequena família. E seria com uma conversa. E pizza, já que não tem como as coisas serem ruim com comida.
estava sentado em uma cadeira no corredor da escola do filho. Alguns funcionários passavam sorrindo para ele. Não por ele ser , o francês que veste a camisa 12 do Arsenal, clube ao norte da cidade, mas por ele ser um homem que naturalmente chama a atenção por onde passa. Alto, bonito e charmoso.
Ele balançava as pernas no momento que ouviu o sinal tocar e logo várias crianças saíram correndo das salas, entre elas, Thierry e a teacher .
— Mon père! — A criança exclamou em francês e pulou em seu colo.
— Comment allez-vous, Champion? — Ele perguntou, se levantando com o filho em seus braços. A professora estava assistindo os dois. — Olá, , muito prazer.
— , muito prazer. — A mulher estendeu o braço, quando o francês ofereceu a mão, para cumprimentá-la. — Vamos entrando, por favor.
Ela deu passagem para que passasse e ofereceu uma cadeira para que ele se sentasse. Thierry foi para o fundo da sala onde tinha alguns brinquedos.
— Então, Mr. … O Thierry é um garoto incrível, todos aqui na escola gostamos dele. Mas nos últimos dias, seu comportamento foi um pouco estranho, violento… Chorando.
— …
— … — A amável professora falou com um sorriso, e o homem sorriu de volta.
— , — Falou um pouco de receio. — Eu peço perdão pelas atitudes do Thi, ultimamente. A situação é complicada. A Sabrina, mãe dele, nos deixou, e a forma que eu encontrei de superar isso foi não estando em casa, inventando programas para fazer e não estando presente na vida dele. Eu saio para treinos e jogos, e durante a noite, eu saía, tudo para esquecer os acontecimentos. Minha irmã veio da França me ajudar com ele, e mesmo ela me contando o que estava acontecendo, eu só fui ter noção quando ela ameaçou que voltaria para lá. Digo, eu tenho meus compromissos, como eu iria lidar com tudo e com o Thi? — A mulher concordou. — Então a realidade veio à tona. Eu conversei com ele, expliquei que agora seremos só e Thierry e sabe lá como, eu vou lidar com a criação de um menino sozinho, mas acho que nós vamos nos ajudar.
— Mr. …
— Por favor, professora , me chame de .
— , eu entendo e sinto muito pelos acontecimentos em sua família. Acredito que deve ser um trauma, e tenho certeza que vocês vão superar. O Thi tem chorado muito em sala, e agora faz total sentido. A violência é desencadeada, pois as crianças o veem chorando, caçoam e um Thierry diferente aparece.
— Eu assumo parte da culpa. Eu devia ter focado no meu filho, e não em mim, quando a Sabrina foi embora de casa. Como ele está, nos últimos dias, desde o seu bilhete?
— Um pouco mais vivo, eu diria. Interessado nas aulas, nos amigos, nas atividades. Mas de vez em quando eu ainda o pego alheio, fazendo desenhos onde a mãe está presente. O senhor pode ter conversado com ele, mas não é fácil. Não é fácil para você que é um adulto. Imagine para uma criança que não entende o que está acontecendo?
— Eu concordo. E eu aceito ajuda com ele. Um encaminhamento para psicólogo, algo do tipo.
— Acho que o Thi pode ir a uma psicóloga sim, vai ser bom para ele.
Aos poucos e se aproximavam e se conheciam mais, sempre com a desculpa de que estavam interessados em se unir e fazer o melhor para Thierry. era uma professora extremamente adorável e amável, fácil de lidar, de conversar e com quem se encontrava rindo novamente.
A vida começou a caçoar deles. passou a frequentar mais a escola do filho, a esperar as sessões de psicoterapia que eram realizadas no mesmo local. Coincidência, ou não, sempre estava por ali, e ela e o francês acabavam conversando trivialidades.
era interessante, animada, tinha empatia com a situação que seu aluno e pai passaram e o melhor, aos olhos de , era uma mulher belíssima de quem, aos poucos, o homem estava interessado em conhecer mais.
— Você gostaria de ir a um jogo do Arsenal e depois jantar comigo? — sugeriu à mulher quando estavam se despedindo após mais uma sessão de terapia do menino.
sentiu a mão de Thierry apertando a dele e deu um sorriso para o menino.
— Quer dizer, você gostaria de assistir a um jogo, fazer companhia para o Thi e depois jantar conosco?
— Allez, Teacher ! — Thierry incentivou.
— O jogo é no sábado à tarde, a não ser que você já tenha outro compromisso, nós não vemos porque você não iria aceitar.
olhou para o menino, então para o pai, e voltou ao olhar na criança, que parecia estar implorando para ela aceitar o convite.
— Eu posso aprender um pouco sobre futebol. — A mulher então concordou. — Acho que nos vemos no sábado, então.
We built a yard with a garden in the middle of it
It ain’t much, but it’s a start
You got me swaying right along to the song in your heart
And a face to call home.
Fim
Falando em longfic, vocês sabiam que existe uma campanha para transformar Face to Call Home em longfic? Se alguém aqui tiver o mesmo interesse, me deixe saber, hein?
Acho que é só. Quem quiser, pode entrar em contato comigo nos links abaixo.
Mil beijos, Lih. (Nota escrita em 13 de Março de 2017.)
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