Capítulo 1
— Atenção em mim, por favor — disse, vendo quatro pares de olhos se voltando para mim. — O lado de fora está cheio de jornalistas. Não temos tempo para posar para fotos, nem para responder perguntas, pois já estamos atrasados para próxima entrevista, que será no outro lado da cidade. Então, mantenham-se juntos e andem e fila. Sorriam e acenem, mas não parem.
O grupo KARD estava no auge da divulgação de seu novo mini álbum, então sua agenda de compromissos estava cheia. Mesmo que antes de cada entrevista fosse explicado a cada jornalista o número de perguntas que poderiam fazer, ou o tipo de perguntas que não devem ser feitas, isso nunca era respeitado, o que sempre acarretava em atrasos na agenda.
Uma estação de rádio era distante da outra e, por mais que os estúdios de televisão não fossem tão longe entre si, mover o grupo de um ponto a outro demandava tempo.
Eu não gostava quando nos atrasávamos. Na verdade, tentava manter o grupo adiantado para seus compromissos, contudo, nem sempre conseguia. E dessa vez não estava sendo diferente.
— , espera. — Estava seguindo junto ao KARD para o lado de fora quando precisei voltar alguns passos. Park Jin, um dos técnicos que fazia parte da assessoria do grupo, chamou. — Não podemos continuar recebendo perguntas sobre os rumores do suposto namoro de J. Seph. A DSP Entertainment não para de nos ligar dizendo que não querem que isso seja pauta de entrevista.
— Mas isso definitivamente não está nas pautas das entrevistas! Eu mesma cuidei de conversar com cada jornalista a respeito do que era permitido ou não perguntar, porém eles nunca respeitam, você sabe — expliquei.
Com o lançamento de seu novo mini álbum, o foco do grupo deveria ser a divulgação das novas músicas, e não os rumores de um suposto relacionamento secreto de um dos membros. Isso poderia acabar com as divulgações, e era meu trabalho não deixar que isso acontecesse.
— A DPS sabe disso, e é por isso que querem que você dê uma nota oficial à imprensa sobre este assunto.
— E querem que eu fale o que, exatamente? — perguntei, nervosa pelo fato daquela conversa estar atrasando ainda mais a agenda dos idols, e principalmente pelo fato de que eu não gostava de dar notas a jornalistas.
— Querem que você coloque um ponto final nessa história. Não precisa confirmar e nem negar nada, apenas faça com que eles parem de perguntar sobre este assunto.
Claro, como se fosse fácil fazer a imprensa desistir de uma fofoca que renderia a primeira página de qualquer revista.
Apressei os passos para fora do estúdio em que estávamos. Do lado de fora, o KARD acabava de posar para algumas fotos — mesmo eu dizendo que não deveriam o fazer — e já começavam a entrar na van. BM liderava o grupo, logo atrás dele estava Jiwoo, Somin e, por fim, J. Seph.
Suspirei, pensando rápido nas palavras que deveria usar para não soar rude, mas ao mesmo tempo dar um basta nas especulações.
Quando a porta da van fechou, a atenção dos jornalistas voltou-se para mim, afinal, se alguém poderia lhes dar alguma informação preciosa, essa pessoa seria eu.
— É verdade que J. Seph está namorando?
— Quem é a garota?
— Ela é coreana?
— É uma garota famosa?
— É alguma das garotas do KARD?
— Como começou o namoro?
— Foi antes ou depois da produção do novo álbum?
— Alguma das músicas é inspirada na sua namorada?
— Tudo o que posso afirmar a vocês é que o KARD está lançando seu novo álbum, e todos os integrantes do grupo estão inteiramente focados na divulgação. As músicas foram escritas por eles mesmos, com base em experiências pessoais e suas próprias interpretações sobre fatos do cotidiano e que envolvem relacionamentos — eu disse pausadamente, porém ao mesmo tempo sem dar espaço para ser interrompida. — E sobre os boatos de que um dos membros estria namorando... bem, vocês deveriam tomar cuidado com os boatos que a própria imprensa espalha e não acreditar em tudo o que é dito. Verdade ou não, este tópico definitivamente não é o foco do KARD no momento, e por isso pedimos a colaboração de vocês. Obrigada pela atenção.
E fingindo não ouvir as centenas de perguntas que seguiram após minha nota, abri espaço entre as pessoas à minha frente, seguindo para a van que já estava ligada. Mal fechei a porta e pedi para o motorista acelerar, já que estávamos mais do que atrasados e o dia só havia começado.
--
Joguei-me no sofá enquanto passava a toalha pelos cabelos. Tomar um banho quente no final do dia costumava me acalmar, mas as últimas semanas tinham sido tão estressantes que nem mesmo minha banheira cheia de espuma estava sendo capaz de relaxar a tensão nos meus ombros.
Como se lidar com uma agenda cheia de compromissos de um dos grupos musicais mais influentes da atualidade não fosse o bastante, minha mãe não deixava de me ligar sempre que eu conseguia um tempinho sozinha em casa, além de não perder a oportunidade de sempre tocar no assunto delicado que era minha vida particular.
— Vi sua entrevista hoje — contou minha mãe, ao telefone.
— Não foi exatamente uma entrevista, mãe, apenas uma nota oficial.
— Acho que você deveria parar de dar notas oficiais sobre os namoros desses garotos e achar um namorado para você.
Mas é claro que a conversa chegaria naquele ponto; sempre chegava, simplesmente porque minha mãe não aceitava o fato de, na minha idade, eu ainda não ter um namorado, ou nunca ter tido um relacionamento que durasse mais que algumas poucas semanas. Meus casinhos pouco duradouros da faculdade nem mesmo eram levados em conta.
— Você sabe que já está na idade de casar...
— Mãe, não existe uma idade para casar — interrompi, respondendo a mesma coisa de sempre.
— Mae Ri, sua prima, na sua idade já estava tendo o segundo filho!
— Pensei que a senhora achasse que Mae Ri havia se casado cedo demais, e não tinha maturidade suficiente para ser mãe quando ficou grávida do primeiro filho.
— Eu quero um neto!
— Mãe... — Suspirei, respirando fundo para não falar coisas que poderiam fazer-me ficar arrependida depois.
— Não digo que quero um neto agora... Eu sei que o trabalho é muito importante para você no momento, e que ainda tem muitos sonhos para conquistar, e te apoio nisso — começou, dessa vez usando um tom de voz mais calmo. — Mas não aguento o fato de você não estar namorando, minha filha. Não se sente sozinha?
Explicar para minha mãe — de novo e de novo — que não ter um homem do meu lado não me tornava uma pessoa sozinha e solitária era uma tarefa árdua. Impossível, eu diria. Apesar dela ter evoluído muito seus conceitos, infelizmente ainda fazia parte da geração que acreditava que o sucesso da mulher era alcançado quando se encontrava um homem para chamar de seu.
Bem, a minha geração já não pensava assim, e eu definitivamente não tinha este princípio como regra na minha vida.
— Não, mãe, eu não me sinto sozinha. Ter um namorado no momento não é uma das minhas prioridades. Eu ainda tenho muita coisa para conquistar profissionalmente.
— Sim, é claro, é claro, minha querida, e eu te apoio nisso... Mas você não acha que seria muito melhor se tivesse um namorado ao seu lado para compartilhar suas conquistas? Um namorado para quem pudesse ligar todos os dias?
— Por que eu precisaria de um namorado para me ligar todos os dias se a senhora já cumpre essa tarefa muito bem? — questionei em tom de brincadeira, ainda que no fundo minha vontade fosse começar uma nova discussão que sabia que não nos levaria a lugar nenhum.
A mulher suspirou do outro lado da linha, cansada em debater comigo. Admito que me senti vitoriosa, já que na maioria das vezes quem desistia das nossas discussões era eu, dando-me por vencida após suas insistências.
— Eu não vou entrar nesse assunto com você — terminou, do outro lado da linha, e pude imaginar como estaria sendo difícil para ela deixar de lado minha vida amorosa. — Você deve estar cansada, então vou desligar para que possa descansar.
— Obrigada, mãe — agradeci. — Conversamos mais outro dia.
Desliguei o celular suspirando de alivio. As últimas conversas com minha mãe não tinham sido fáceis; entendia que tudo o que ela queria era me ver feliz, mas o sinônimo de felicidade para não era o mesmo para nós, e ter um namorado no momento não estava no topo da minha lista de prioridades.
Antes mesmo que pudesse pegar a toalha e voltar ao trabalho de secar meus cabelos, senti duas mãos circundarem minha cintura e um beijo molhado ser dado na minha nuca. Arrepiei no momento em que suas mãos me apertaram e senti seus dentes arranhando minha pele. O gemido baixo que deixei escapar foi involuntário.
Virei-me, jogando a toalha no sofá ao meu lado; com as mãos livres, abracei J. Seph, que me olhava com um sorriso no canto dos lábios.
— Quer dizer que ter um namorado não é uma das suas prioridades no momento? — perguntou com o tom de voz rouco, o que apenas fez com que o apertasse ainda mais.
— Nem mesmo perto das minhas prioridades — respondi.
Sem dizer nada, apenas concordando com a cabeça, J. Seph abaixou-se até que seus lábios estivessem na altura do meu pescoço, e ali escondeu seu rosto. Os arrepios que senti em seguida foram frutos da trilha de beijos molhados que meu namorado fez até chegar aos meus lábios. Não me beijou, entretanto.
— Não sei como me sinto em relação a essa informação — falou, mantendo o rosto muito próximo ao meu. — Acho que me sinto meio... rejeitado?
Precisei rir daquilo. Apesar do tom de brincadeira e do clima de sedução que o garoto havia formado entre nós, achei fofo a forma com que ele tinha falado aquilo.
— Não sou eu que preciso esconder meu namoro — retruquei, também usando o tom de brincadeira, tomando cuidado para que ele não começasse a se culpar novamente.
Não funcionou, entretanto.
— Você está certa — admitiu, com um suspiro ao final. — Isso tudo é culpa minha; as perguntas inconvenientes nas entrevistas, o seu trabalho excessivo, sua mãe te incomodando para arrumar um namorado... tudo isso é culpa minha.
— Não, não é culpa sua — consolei, tentando buscar seus olhos quando sua cabeça estava baixa. Coloquei as duas mãos em seu rosto, puxando-o para mim. — Nós já conversamos sobre isso, e não gosto quando você fala essas coisas. Eu sabia quem você era quando começamos a sair, e sabia o que precisaria enfrentar quando começamos a namorar.
— Me desculpe... Não imaginei que as coisas ficariam complicadas dessa forma quando a imprensa descobrisse do nosso namoro.
— Bem, tecnicamente eles ainda não descobriram, apenas que “deveriam tomar cuidado com os boatos que a própria imprensa espalha e não acreditar em tudo o que é dito” — repeti para ele o que havia falado mais cedo para os jornalistas.
Ele riu ao se lembrar do meu pequeno discurso.
— Você é a mulher mais inteligente e incrível que eu conheço.
— Eu sei — repliquei dando de ombros, sempre mantendo um sorriso nos lábios, porque eu simplesmente não conseguia ficar sem sorrir quando J. Seph estava comigo. — Além disso, você não pôde evitar se apaixonar pela sua assessora de imprensa... — brinquei.
Foi a vez dele aumentar o sorriso nos lábios, aproximando-se dos meus.
— Isso é verdade — assumiu. — Desde a primeira vez que te vi andando com uma agenda em uma mão e um celular na outra soube que não conseguiria manter meus olhos longe de você. Desde então tudo em que consigo pensar é em ficar com você, ainda que isso nos traga problemas.
Soltei um gemido de frustração. Por que ele mudou as palavras fofas e românticas por palavras complicadas como “problemas”?
— Não quero pensar em problemas agora. Já precisei resolver montes deles hoje, e tudo o que preciso no momento é relaxar.
E, como num passe de mágica, sua expressão mudou da água para o vinho, de romântico para preocupado, e de preocupado para safado. Eu tinha certeza do que estava passando pela sua mente no momento.
— Será que eu posso te ajudar com isso? — perguntou com segundas, terceiras e quartas intenções.
— Estou à sua disposição — respondi abrindo os braços, mostrando que não, ele não encontraria nenhum tipo de resistência vinda da minha parte.
E então J. Seph abaixou a cabeça, puxando-me para mais perto dele. Suas mãos se fecharam em minha cintura e sua cabeça se movia lentamente de um lado para o outro, me provocando. Seus lábios, entretanto, apenas tocavam minimamente nos meus, e, quando eu avançava, ele se afastava apenas o suficiente para me olhar e sorrir de canto.
Quando foi minha vez de me afastar dele, numa clara tentativa de começar a brincar também, sua boca chegou sem aviso, seus lábios tomaram os meus e sua língua me fez esquecer qualquer coisa que poderia estar passando pela minha mente no momento.
Minhas mãos foram para seus cabelos e minhas unhas brincaram com sua nuca. Pude sentir sua pele se arrepiar. Me aproveitando do momento, adentrei uma de minhas mãos por debaixo de sua camiseta, sentindo seu abdômen contrair. Suas mãos seguiram o mesmo caminho que as minhas; uma tocava minha pele por baixo da blusa, subindo até meus seios, e a outra segurava minha cabeça, determinando o ritmo do beijo. Não contestei. No momento, tudo o que eu queria era ser levada por seus toques, deixar que ele determinasse o ritmo das coisas. Eu só queria aproveitar, sem precisar me preocupar com nada mais, pois sabia que J. Seph cuidaria de mim.
Quando o ar faltou, nos afastamos apenas para que ele pudesse levar a boca ao meu pescoço e as mãos para minhas pernas. Em um impulso, eu já estava em seu colo, minhas pernas ao redor da sua cintura, e ele me levava para o quarto que ele já conhecia tão bem.
--
Apenas algumas semanas depois do início da divulgação do novo álbum do KARD, os shows começaram. Não, as perguntas sobre o suposto namoro de J. Seph não pararam, mas diminuíram, especialmente quando ele mesmo começou a dar respostas mais evasivas. O foco, portanto, ficou sendo as novas músicas e coreografias do grupo, e eu não poderia estar mais agradecida.
Namorar um k-idol não era tarefa fácil. As fãs e a imprensa podiam ser bem persistentes, e uma notícia como essa poderia, sim, destruir todo o trabalho de criação e divulgação de um comeback. Felizmente não era o caso de J. Seph, o que me deixava muito mais tranquila e sem sentimento de culpa.
— Não, não podemos mudar as datas da KBS, porque a agenda está cheia — avisei, ao telefone. — Sim, entendo. Sim, perfeito. Faremos isso, então. Obrigada.
O KARD tinha sido convidado para participar de alguns programas de variedade, e sua agenda até o próximo ano já estava lotada. Meu trabalho, atualmente, estava sendo conseguir alguns dias de férias para o grupo repor as energias e ficar longe de câmeras e perguntas repetitivas.
Estava no backstage junto com o restante da equipe de assessoramento. O som da música somado ao som dos gritos das fãs, no entanto, não me permitia continuar minhas conversas, então precisei me afastar.
Procurei por um lugar calmo onde pudesse me concentrar na voz do outro lado da linha, parando no corredor perto dos os camarins, onde os gritos não chegavam. Nem mesmo percebi o tempo passar.
Quando dei por mim, o corredor, que até antes estava silencioso, passou a ficar movimentado e cheio de sons. O show tinha acabado e toda a equipe de segurança, manager e técnicos seguiam o KARD pelo caminho até os camarins.
Guardei o celular no bolso e a agenda eletrônica na bolsa que sempre carregava no ombro, sabendo que o último compromisso do grupo tinha acabado, e agora poderíamos ir para casa, apenas para nos preparar para mais um dia de apresentação amanhã.
— , parabéns! — Ji-woo disse ao passar por mim, não deixando de me dar um abraço.
Apesar de me dar muito bem com todos os membros do KARD, abraços não eram comuns entre nós. Estranhei o ato, especialmente depois que ele foi repetido por So-min; Matthew, que morou durante muitos anos nos Estados Unidos e não tinha o pudor que os sul-coreanos preservavam, me envolveu com os dois braços.
J. Seph vinha logo atrás e tinha uma expressão de humor no rosto, porém em seus olhos eu só via carinho, um carinho que só demonstrava quando estava comigo.
— Não acredito no quão lerdo J. Seph foi — So-min falou. — Ainda não acredito que escondeu isso da gente!
— Bem, de mim ele não conseguiu esconder — Matthew comentou rindo.
— Mas só porque você pegou o pegou lendo as mensagens um dia desses! — Jiwoon reclamou.
Do lado de fora da pequena discussão, eu não entendia o que estava acontecendo. J. Seph também se mantinha distância do diálogo, contudo, não demorou a se aproximar de mim.
— Vem, , preciso te contar uma coisa — falou, pegando na minha mão. Imediatamente quis soltar nossos dedos, mas ele não deixou, apenas continuou me puxando em direção ao camarim que dividia com Matthew.
— Não demorem muito, eu ainda quero tomar um banho antes de ir embora! — Matthew gritou antes que o outro membro fechasse a porta.
— O que está-
Antes que pudesse terminar minha pergunta, fui surpreendida pelas mãos de J. Seph que seguraram minhas pernas por trás. Sem pensar no que estava fazendo, cruzei minhas pernas em volta da sua cintura quando ele prensou meu corpo contra a parede ao lado da porta.
— J. Seph, o que-
Novamente fui interrompida por sua boca ávida, sendo surpreendida pela necessidade que seus lábios demonstravam ao me beijar. Sua língua exigente mal deu chance para que eu fizesse qualquer tipo de questionamento, suas mãos, sempre curiosas, não conseguiam se decidir entre minhas coxas, bunda ou nuca.
Tudo o que pude fazer diante disto foi retribuir com tudo o que eu poderia lhe oferecer, desde a demonstração de igual necessidade deu seus toques, até as puxadas de cabelos e arranhões em sua nuca.
Não foi preciso muito tempo para o ar começar a faltar. Ainda assim o beijo não terminou, todavia, diminuiu sua intensidade, até que o rapaz pudesse esconder seu rosto na curva do meu pescoço. Continuei com os carinhos em seus cabelos, mesmo quando ele me colocou no chão.
— O que se trata tudo isso? — perguntei, quando pude encontrar minha voz perdida em algum lugar da minha mente nublada por seus toques.
— Acredito que não tenha visto o show de hoje — supôs, deixando de responder minha pergunta.
— Não, não vi. Precisei resolver alguns assuntos..., mas o que isso tem a ver com o fato de todos estarem me dando os parabéns quando eu não fiz nada?
— Eu dediquei a nossa última música para a minha namorada — contou, e ainda que meus olhos estivessem presos nos seus, tendo totalmente consciência do sorriso aberto que ele carregava nos lábios, minha mente parou por alguns segundos.
Quando consegui compreender suas palavras e o que elas significavam, mal pude acreditar no que havia acabado de ouvir.
— Como... Como é?
— A última música de hoje foi pra você, . — J. Seph tinha um sorriso doce nos lábios.
— Você disse que estávamos namorando?!
— Eu não disse o seu nome... Sei que não posso fazer isso antes de você conversar com seu chefe.
Eu sinceramente não sabia o que sentir neste momento. Surpresa? Com certeza, eu estava tomada por ela; raiva pelo trabalho que eu teria com a imprensa daqui para frente com essa revelação também. Mas o sentimento que mais me dominava era algo que não podia colocar em palavras, apenas o sentia consumindo meu peito, me proporcionando um calorzinho gostoso que só sentia quando J. Seph estava comigo.
Quando dei por mim, estava rindo. Rindo da mistura de emoções que sentia no momento, rindo pela expressão de felicidade no rosto de J. Seph, enquanto não se importava nenhum pouco da confusão que essa revelação poderia causar na sua carreira e no meu trabalho como sua assessora. E, bem, se ele não se importava, quem era eu para me preocupar com essas coisas, não é mesmo?
— Você tem ideia do tanto de trabalho que vou ter nos próximos dias? — perguntei. Apesar de tentar usar um tom sério, não estava realmente brava; nem mesmo poderia, não diante do significado do gesto de J. Seph.
— Desculpe, não resisti. — Deu de ombros. — Precisava contar para o mundo que meu coração já pertence a alguém e que isso não é apenas um rumor.
Senti minhas pernas fraquejarem por um instante diante da declaração.
— Nesse caso — comecei, voltando a cruzar meus braços em volta de seu pescoço —, o trabalho que terei lidando com a imprensa e a conversa que precisarei ter com meu chefe irão valer a pena.
O garoto, então, me respondeu com um beijo; mais um dos muitos que ainda teríamos, especialmente agora que todos sabiam que não, não eram rumores o fato de J. Seph, do KARD, estava namorando.
O grupo KARD estava no auge da divulgação de seu novo mini álbum, então sua agenda de compromissos estava cheia. Mesmo que antes de cada entrevista fosse explicado a cada jornalista o número de perguntas que poderiam fazer, ou o tipo de perguntas que não devem ser feitas, isso nunca era respeitado, o que sempre acarretava em atrasos na agenda.
Uma estação de rádio era distante da outra e, por mais que os estúdios de televisão não fossem tão longe entre si, mover o grupo de um ponto a outro demandava tempo.
Eu não gostava quando nos atrasávamos. Na verdade, tentava manter o grupo adiantado para seus compromissos, contudo, nem sempre conseguia. E dessa vez não estava sendo diferente.
— , espera. — Estava seguindo junto ao KARD para o lado de fora quando precisei voltar alguns passos. Park Jin, um dos técnicos que fazia parte da assessoria do grupo, chamou. — Não podemos continuar recebendo perguntas sobre os rumores do suposto namoro de J. Seph. A DSP Entertainment não para de nos ligar dizendo que não querem que isso seja pauta de entrevista.
— Mas isso definitivamente não está nas pautas das entrevistas! Eu mesma cuidei de conversar com cada jornalista a respeito do que era permitido ou não perguntar, porém eles nunca respeitam, você sabe — expliquei.
Com o lançamento de seu novo mini álbum, o foco do grupo deveria ser a divulgação das novas músicas, e não os rumores de um suposto relacionamento secreto de um dos membros. Isso poderia acabar com as divulgações, e era meu trabalho não deixar que isso acontecesse.
— A DPS sabe disso, e é por isso que querem que você dê uma nota oficial à imprensa sobre este assunto.
— E querem que eu fale o que, exatamente? — perguntei, nervosa pelo fato daquela conversa estar atrasando ainda mais a agenda dos idols, e principalmente pelo fato de que eu não gostava de dar notas a jornalistas.
— Querem que você coloque um ponto final nessa história. Não precisa confirmar e nem negar nada, apenas faça com que eles parem de perguntar sobre este assunto.
Claro, como se fosse fácil fazer a imprensa desistir de uma fofoca que renderia a primeira página de qualquer revista.
Apressei os passos para fora do estúdio em que estávamos. Do lado de fora, o KARD acabava de posar para algumas fotos — mesmo eu dizendo que não deveriam o fazer — e já começavam a entrar na van. BM liderava o grupo, logo atrás dele estava Jiwoo, Somin e, por fim, J. Seph.
Suspirei, pensando rápido nas palavras que deveria usar para não soar rude, mas ao mesmo tempo dar um basta nas especulações.
Quando a porta da van fechou, a atenção dos jornalistas voltou-se para mim, afinal, se alguém poderia lhes dar alguma informação preciosa, essa pessoa seria eu.
— É verdade que J. Seph está namorando?
— Quem é a garota?
— Ela é coreana?
— É uma garota famosa?
— É alguma das garotas do KARD?
— Como começou o namoro?
— Foi antes ou depois da produção do novo álbum?
— Alguma das músicas é inspirada na sua namorada?
— Tudo o que posso afirmar a vocês é que o KARD está lançando seu novo álbum, e todos os integrantes do grupo estão inteiramente focados na divulgação. As músicas foram escritas por eles mesmos, com base em experiências pessoais e suas próprias interpretações sobre fatos do cotidiano e que envolvem relacionamentos — eu disse pausadamente, porém ao mesmo tempo sem dar espaço para ser interrompida. — E sobre os boatos de que um dos membros estria namorando... bem, vocês deveriam tomar cuidado com os boatos que a própria imprensa espalha e não acreditar em tudo o que é dito. Verdade ou não, este tópico definitivamente não é o foco do KARD no momento, e por isso pedimos a colaboração de vocês. Obrigada pela atenção.
E fingindo não ouvir as centenas de perguntas que seguiram após minha nota, abri espaço entre as pessoas à minha frente, seguindo para a van que já estava ligada. Mal fechei a porta e pedi para o motorista acelerar, já que estávamos mais do que atrasados e o dia só havia começado.
Joguei-me no sofá enquanto passava a toalha pelos cabelos. Tomar um banho quente no final do dia costumava me acalmar, mas as últimas semanas tinham sido tão estressantes que nem mesmo minha banheira cheia de espuma estava sendo capaz de relaxar a tensão nos meus ombros.
Como se lidar com uma agenda cheia de compromissos de um dos grupos musicais mais influentes da atualidade não fosse o bastante, minha mãe não deixava de me ligar sempre que eu conseguia um tempinho sozinha em casa, além de não perder a oportunidade de sempre tocar no assunto delicado que era minha vida particular.
— Vi sua entrevista hoje — contou minha mãe, ao telefone.
— Não foi exatamente uma entrevista, mãe, apenas uma nota oficial.
— Acho que você deveria parar de dar notas oficiais sobre os namoros desses garotos e achar um namorado para você.
Mas é claro que a conversa chegaria naquele ponto; sempre chegava, simplesmente porque minha mãe não aceitava o fato de, na minha idade, eu ainda não ter um namorado, ou nunca ter tido um relacionamento que durasse mais que algumas poucas semanas. Meus casinhos pouco duradouros da faculdade nem mesmo eram levados em conta.
— Você sabe que já está na idade de casar...
— Mãe, não existe uma idade para casar — interrompi, respondendo a mesma coisa de sempre.
— Mae Ri, sua prima, na sua idade já estava tendo o segundo filho!
— Pensei que a senhora achasse que Mae Ri havia se casado cedo demais, e não tinha maturidade suficiente para ser mãe quando ficou grávida do primeiro filho.
— Eu quero um neto!
— Mãe... — Suspirei, respirando fundo para não falar coisas que poderiam fazer-me ficar arrependida depois.
— Não digo que quero um neto agora... Eu sei que o trabalho é muito importante para você no momento, e que ainda tem muitos sonhos para conquistar, e te apoio nisso — começou, dessa vez usando um tom de voz mais calmo. — Mas não aguento o fato de você não estar namorando, minha filha. Não se sente sozinha?
Explicar para minha mãe — de novo e de novo — que não ter um homem do meu lado não me tornava uma pessoa sozinha e solitária era uma tarefa árdua. Impossível, eu diria. Apesar dela ter evoluído muito seus conceitos, infelizmente ainda fazia parte da geração que acreditava que o sucesso da mulher era alcançado quando se encontrava um homem para chamar de seu.
Bem, a minha geração já não pensava assim, e eu definitivamente não tinha este princípio como regra na minha vida.
— Não, mãe, eu não me sinto sozinha. Ter um namorado no momento não é uma das minhas prioridades. Eu ainda tenho muita coisa para conquistar profissionalmente.
— Sim, é claro, é claro, minha querida, e eu te apoio nisso... Mas você não acha que seria muito melhor se tivesse um namorado ao seu lado para compartilhar suas conquistas? Um namorado para quem pudesse ligar todos os dias?
— Por que eu precisaria de um namorado para me ligar todos os dias se a senhora já cumpre essa tarefa muito bem? — questionei em tom de brincadeira, ainda que no fundo minha vontade fosse começar uma nova discussão que sabia que não nos levaria a lugar nenhum.
A mulher suspirou do outro lado da linha, cansada em debater comigo. Admito que me senti vitoriosa, já que na maioria das vezes quem desistia das nossas discussões era eu, dando-me por vencida após suas insistências.
— Eu não vou entrar nesse assunto com você — terminou, do outro lado da linha, e pude imaginar como estaria sendo difícil para ela deixar de lado minha vida amorosa. — Você deve estar cansada, então vou desligar para que possa descansar.
— Obrigada, mãe — agradeci. — Conversamos mais outro dia.
Desliguei o celular suspirando de alivio. As últimas conversas com minha mãe não tinham sido fáceis; entendia que tudo o que ela queria era me ver feliz, mas o sinônimo de felicidade para não era o mesmo para nós, e ter um namorado no momento não estava no topo da minha lista de prioridades.
Antes mesmo que pudesse pegar a toalha e voltar ao trabalho de secar meus cabelos, senti duas mãos circundarem minha cintura e um beijo molhado ser dado na minha nuca. Arrepiei no momento em que suas mãos me apertaram e senti seus dentes arranhando minha pele. O gemido baixo que deixei escapar foi involuntário.
Virei-me, jogando a toalha no sofá ao meu lado; com as mãos livres, abracei J. Seph, que me olhava com um sorriso no canto dos lábios.
— Quer dizer que ter um namorado não é uma das suas prioridades no momento? — perguntou com o tom de voz rouco, o que apenas fez com que o apertasse ainda mais.
— Nem mesmo perto das minhas prioridades — respondi.
Sem dizer nada, apenas concordando com a cabeça, J. Seph abaixou-se até que seus lábios estivessem na altura do meu pescoço, e ali escondeu seu rosto. Os arrepios que senti em seguida foram frutos da trilha de beijos molhados que meu namorado fez até chegar aos meus lábios. Não me beijou, entretanto.
— Não sei como me sinto em relação a essa informação — falou, mantendo o rosto muito próximo ao meu. — Acho que me sinto meio... rejeitado?
Precisei rir daquilo. Apesar do tom de brincadeira e do clima de sedução que o garoto havia formado entre nós, achei fofo a forma com que ele tinha falado aquilo.
— Não sou eu que preciso esconder meu namoro — retruquei, também usando o tom de brincadeira, tomando cuidado para que ele não começasse a se culpar novamente.
Não funcionou, entretanto.
— Você está certa — admitiu, com um suspiro ao final. — Isso tudo é culpa minha; as perguntas inconvenientes nas entrevistas, o seu trabalho excessivo, sua mãe te incomodando para arrumar um namorado... tudo isso é culpa minha.
— Não, não é culpa sua — consolei, tentando buscar seus olhos quando sua cabeça estava baixa. Coloquei as duas mãos em seu rosto, puxando-o para mim. — Nós já conversamos sobre isso, e não gosto quando você fala essas coisas. Eu sabia quem você era quando começamos a sair, e sabia o que precisaria enfrentar quando começamos a namorar.
— Me desculpe... Não imaginei que as coisas ficariam complicadas dessa forma quando a imprensa descobrisse do nosso namoro.
— Bem, tecnicamente eles ainda não descobriram, apenas que “deveriam tomar cuidado com os boatos que a própria imprensa espalha e não acreditar em tudo o que é dito” — repeti para ele o que havia falado mais cedo para os jornalistas.
Ele riu ao se lembrar do meu pequeno discurso.
— Você é a mulher mais inteligente e incrível que eu conheço.
— Eu sei — repliquei dando de ombros, sempre mantendo um sorriso nos lábios, porque eu simplesmente não conseguia ficar sem sorrir quando J. Seph estava comigo. — Além disso, você não pôde evitar se apaixonar pela sua assessora de imprensa... — brinquei.
Foi a vez dele aumentar o sorriso nos lábios, aproximando-se dos meus.
— Isso é verdade — assumiu. — Desde a primeira vez que te vi andando com uma agenda em uma mão e um celular na outra soube que não conseguiria manter meus olhos longe de você. Desde então tudo em que consigo pensar é em ficar com você, ainda que isso nos traga problemas.
Soltei um gemido de frustração. Por que ele mudou as palavras fofas e românticas por palavras complicadas como “problemas”?
— Não quero pensar em problemas agora. Já precisei resolver montes deles hoje, e tudo o que preciso no momento é relaxar.
E, como num passe de mágica, sua expressão mudou da água para o vinho, de romântico para preocupado, e de preocupado para safado. Eu tinha certeza do que estava passando pela sua mente no momento.
— Será que eu posso te ajudar com isso? — perguntou com segundas, terceiras e quartas intenções.
— Estou à sua disposição — respondi abrindo os braços, mostrando que não, ele não encontraria nenhum tipo de resistência vinda da minha parte.
E então J. Seph abaixou a cabeça, puxando-me para mais perto dele. Suas mãos se fecharam em minha cintura e sua cabeça se movia lentamente de um lado para o outro, me provocando. Seus lábios, entretanto, apenas tocavam minimamente nos meus, e, quando eu avançava, ele se afastava apenas o suficiente para me olhar e sorrir de canto.
Quando foi minha vez de me afastar dele, numa clara tentativa de começar a brincar também, sua boca chegou sem aviso, seus lábios tomaram os meus e sua língua me fez esquecer qualquer coisa que poderia estar passando pela minha mente no momento.
Minhas mãos foram para seus cabelos e minhas unhas brincaram com sua nuca. Pude sentir sua pele se arrepiar. Me aproveitando do momento, adentrei uma de minhas mãos por debaixo de sua camiseta, sentindo seu abdômen contrair. Suas mãos seguiram o mesmo caminho que as minhas; uma tocava minha pele por baixo da blusa, subindo até meus seios, e a outra segurava minha cabeça, determinando o ritmo do beijo. Não contestei. No momento, tudo o que eu queria era ser levada por seus toques, deixar que ele determinasse o ritmo das coisas. Eu só queria aproveitar, sem precisar me preocupar com nada mais, pois sabia que J. Seph cuidaria de mim.
Quando o ar faltou, nos afastamos apenas para que ele pudesse levar a boca ao meu pescoço e as mãos para minhas pernas. Em um impulso, eu já estava em seu colo, minhas pernas ao redor da sua cintura, e ele me levava para o quarto que ele já conhecia tão bem.
Apenas algumas semanas depois do início da divulgação do novo álbum do KARD, os shows começaram. Não, as perguntas sobre o suposto namoro de J. Seph não pararam, mas diminuíram, especialmente quando ele mesmo começou a dar respostas mais evasivas. O foco, portanto, ficou sendo as novas músicas e coreografias do grupo, e eu não poderia estar mais agradecida.
Namorar um k-idol não era tarefa fácil. As fãs e a imprensa podiam ser bem persistentes, e uma notícia como essa poderia, sim, destruir todo o trabalho de criação e divulgação de um comeback. Felizmente não era o caso de J. Seph, o que me deixava muito mais tranquila e sem sentimento de culpa.
— Não, não podemos mudar as datas da KBS, porque a agenda está cheia — avisei, ao telefone. — Sim, entendo. Sim, perfeito. Faremos isso, então. Obrigada.
O KARD tinha sido convidado para participar de alguns programas de variedade, e sua agenda até o próximo ano já estava lotada. Meu trabalho, atualmente, estava sendo conseguir alguns dias de férias para o grupo repor as energias e ficar longe de câmeras e perguntas repetitivas.
Estava no backstage junto com o restante da equipe de assessoramento. O som da música somado ao som dos gritos das fãs, no entanto, não me permitia continuar minhas conversas, então precisei me afastar.
Procurei por um lugar calmo onde pudesse me concentrar na voz do outro lado da linha, parando no corredor perto dos os camarins, onde os gritos não chegavam. Nem mesmo percebi o tempo passar.
Quando dei por mim, o corredor, que até antes estava silencioso, passou a ficar movimentado e cheio de sons. O show tinha acabado e toda a equipe de segurança, manager e técnicos seguiam o KARD pelo caminho até os camarins.
Guardei o celular no bolso e a agenda eletrônica na bolsa que sempre carregava no ombro, sabendo que o último compromisso do grupo tinha acabado, e agora poderíamos ir para casa, apenas para nos preparar para mais um dia de apresentação amanhã.
— , parabéns! — Ji-woo disse ao passar por mim, não deixando de me dar um abraço.
Apesar de me dar muito bem com todos os membros do KARD, abraços não eram comuns entre nós. Estranhei o ato, especialmente depois que ele foi repetido por So-min; Matthew, que morou durante muitos anos nos Estados Unidos e não tinha o pudor que os sul-coreanos preservavam, me envolveu com os dois braços.
J. Seph vinha logo atrás e tinha uma expressão de humor no rosto, porém em seus olhos eu só via carinho, um carinho que só demonstrava quando estava comigo.
— Não acredito no quão lerdo J. Seph foi — So-min falou. — Ainda não acredito que escondeu isso da gente!
— Bem, de mim ele não conseguiu esconder — Matthew comentou rindo.
— Mas só porque você pegou o pegou lendo as mensagens um dia desses! — Jiwoon reclamou.
Do lado de fora da pequena discussão, eu não entendia o que estava acontecendo. J. Seph também se mantinha distância do diálogo, contudo, não demorou a se aproximar de mim.
— Vem, , preciso te contar uma coisa — falou, pegando na minha mão. Imediatamente quis soltar nossos dedos, mas ele não deixou, apenas continuou me puxando em direção ao camarim que dividia com Matthew.
— Não demorem muito, eu ainda quero tomar um banho antes de ir embora! — Matthew gritou antes que o outro membro fechasse a porta.
— O que está-
Antes que pudesse terminar minha pergunta, fui surpreendida pelas mãos de J. Seph que seguraram minhas pernas por trás. Sem pensar no que estava fazendo, cruzei minhas pernas em volta da sua cintura quando ele prensou meu corpo contra a parede ao lado da porta.
— J. Seph, o que-
Novamente fui interrompida por sua boca ávida, sendo surpreendida pela necessidade que seus lábios demonstravam ao me beijar. Sua língua exigente mal deu chance para que eu fizesse qualquer tipo de questionamento, suas mãos, sempre curiosas, não conseguiam se decidir entre minhas coxas, bunda ou nuca.
Tudo o que pude fazer diante disto foi retribuir com tudo o que eu poderia lhe oferecer, desde a demonstração de igual necessidade deu seus toques, até as puxadas de cabelos e arranhões em sua nuca.
Não foi preciso muito tempo para o ar começar a faltar. Ainda assim o beijo não terminou, todavia, diminuiu sua intensidade, até que o rapaz pudesse esconder seu rosto na curva do meu pescoço. Continuei com os carinhos em seus cabelos, mesmo quando ele me colocou no chão.
— O que se trata tudo isso? — perguntei, quando pude encontrar minha voz perdida em algum lugar da minha mente nublada por seus toques.
— Acredito que não tenha visto o show de hoje — supôs, deixando de responder minha pergunta.
— Não, não vi. Precisei resolver alguns assuntos..., mas o que isso tem a ver com o fato de todos estarem me dando os parabéns quando eu não fiz nada?
— Eu dediquei a nossa última música para a minha namorada — contou, e ainda que meus olhos estivessem presos nos seus, tendo totalmente consciência do sorriso aberto que ele carregava nos lábios, minha mente parou por alguns segundos.
Quando consegui compreender suas palavras e o que elas significavam, mal pude acreditar no que havia acabado de ouvir.
— Como... Como é?
— A última música de hoje foi pra você, . — J. Seph tinha um sorriso doce nos lábios.
— Você disse que estávamos namorando?!
— Eu não disse o seu nome... Sei que não posso fazer isso antes de você conversar com seu chefe.
Eu sinceramente não sabia o que sentir neste momento. Surpresa? Com certeza, eu estava tomada por ela; raiva pelo trabalho que eu teria com a imprensa daqui para frente com essa revelação também. Mas o sentimento que mais me dominava era algo que não podia colocar em palavras, apenas o sentia consumindo meu peito, me proporcionando um calorzinho gostoso que só sentia quando J. Seph estava comigo.
Quando dei por mim, estava rindo. Rindo da mistura de emoções que sentia no momento, rindo pela expressão de felicidade no rosto de J. Seph, enquanto não se importava nenhum pouco da confusão que essa revelação poderia causar na sua carreira e no meu trabalho como sua assessora. E, bem, se ele não se importava, quem era eu para me preocupar com essas coisas, não é mesmo?
— Você tem ideia do tanto de trabalho que vou ter nos próximos dias? — perguntei. Apesar de tentar usar um tom sério, não estava realmente brava; nem mesmo poderia, não diante do significado do gesto de J. Seph.
— Desculpe, não resisti. — Deu de ombros. — Precisava contar para o mundo que meu coração já pertence a alguém e que isso não é apenas um rumor.
Senti minhas pernas fraquejarem por um instante diante da declaração.
— Nesse caso — comecei, voltando a cruzar meus braços em volta de seu pescoço —, o trabalho que terei lidando com a imprensa e a conversa que precisarei ter com meu chefe irão valer a pena.
O garoto, então, me respondeu com um beijo; mais um dos muitos que ainda teríamos, especialmente agora que todos sabiam que não, não eram rumores o fato de J. Seph, do KARD, estava namorando.
Fim...
Nota da autora: AAAAAAAAA Primeira fanfic de kpop, sim! <3 Não, não é a primeira fanfic de kpop no FFOBS, mas a primeira que eu escrevo, haha. E claro que não poderia deixar de ser com esse hino de grupo, e com esse biscoitinho que é o J. Seph <3 O que vocês acharam da história? Gostaram? Elogios, críticas e sugestões podem ser feitas na caixinha dos comentários, então, por favor, me deixem saber o que vocês acharam.
Além dessa fanfic de kpop, também escrevi outra com o Super Junior, porém ela pode ser lida com qualquer personagem. Para quem quiser dar uma conferida, o nome é Sorry Sorry.
Beijos de luz
Angel
Outras Fanfics:
Babá Temporária (Shortfic)
Change (Shortfic)
Elemental (Shortfic)
Run & Run (Shortfic)
Welcome to a New World (Shortfic)
Tempo Certo (Longfic)
06. Every Road (Ficstape)
10. What If I (Ficstape)
Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
Além dessa fanfic de kpop, também escrevi outra com o Super Junior, porém ela pode ser lida com qualquer personagem. Para quem quiser dar uma conferida, o nome é Sorry Sorry.
Beijos de luz
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