Finalizada em 10/01/2022

Capítulo Único

Desde pequena, eu sempre ouvi que homens são seres de desejo. Não se pode culpar um homem por traição, já que todos são assim: só pensam em sexo. Precocemente, já começam a pensar em prazer, aprendem a se masturbar, experimentam sua primeira vez. Homens são seres racionais, mas cheios de libido. Podem até pressionar uma parceira (que sempre escuta que é normal sentir menos desejo) a fazer algo, como se fosse sua obrigação.

As mulheres? Quanto menos experiência, melhor. Pode chorar de culpa ao se tocar pela primeira vez, ou sentir dor na primeira relação por não saber o que esperar. Se culpar por não ser experiente, mas também só ser desejada se for virgem. Senão, é usada. E uma mulher com desejo só pode ser suja.

Não tive experiência para me guiar e acreditei em tudo o que ouvia. Por que eu duvidaria? Era um consenso geral.

O problema começou quando eu conheci . Tínhamos dezessete anos. Ele era simplesmente uma graça e eu fiquei louca. Por sorte, ele também ficou louco por mim. Já estávamos juntos há quase um ano e tudo ia muito bem.

Mas eu, para minha ruína, conheci o desejo. Que anormal era uma mulher desejar tanto um homem, não? Talvez. Mas talvez não mais do que um homem não desejar tanto uma mulher.

me amava, assim como eu o amava, mas não tomava atitude em qualquer beijo, toque ou transa. Perdemos a virgindade juntos, mas eu sempre sentia que o estava pressionando, afinal, como podia um homem não ser incontrolável de desejo, enquanto eu parecia desejá-lo o tempo todo?

Cheguei a pesquisar na internet, achando que havia algum problema comigo. Como eu, uma mulher, poderia ter mais libido que um homem na relação? Eu era feia? Tinha alguma questão? Aquilo me corroía e eu me sentia culpada.

Por sorte, aos poucos fui aprendendo que esse era o jeito dele. era inseguro, tinha medo de me incomodar e não era uma máquina de sexo como sempre me botaram na cabeça que homens tinham que ser. E fui percebendo que era normal sentir mais desejo do que ele. Na verdade, descobri que, quando eu tomava a iniciativa, meu namorado se tornava muito intenso.

— O que achou do filme, ? — perguntou, depositando um beijo na minha cabeça e me despertando de meus pensamentos.

Estávamos no quarto dele, que, em geral, era uma bagunça de quadrinhos, livros e algumas roupas. Era um anoitecer de fevereiro bem abafado e nos refugiávamos no seu abençoado ar-condicionado. Nosso objetivo era aproveitar o resto das férias, antes que ambos começassem a faculdade, na companhia um do outro.

Me ajeitei melhor ao seu lado. Estávamos deitados na cama, seu braço por trás dos meus ombros me abraçando, enquanto minha mão esquerda se apoiava no seu peito e nossas pernas se embolavam. era muito carinhoso, algo que eu não esperava por seu jeito mais fechado e tímido quando nos conhecemos, mas me acostumei. Acabei apreciando sua vontade de sempre nos abraçarmos e ficarmos juntos, como estávamos em sua cama no momento.

Levantei o rosto de leve para encará-lo. Seus olhos me deixavam desnorteada de tão lindos e apaixonantes que eram, a cada dia ele parecia ficar ainda mais bonito.

— História interessante — eu respondi, sorrindo —, mas não é um Meninas Malvadas.

Meu namorado levantou uma sobrancelha e segurou a risada.

— Está dizendo que Meninas Malvadas é melhor do que A Origem?

— Nada contra, sério mesmo, inclusive adoro aquele menino bonitinho de 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você, mas é só ver qual tem dia internacional e qual não tem.

riu, sacudindo a cabeça, incrédulo, antes de se abaixar e depositar alguns beijos na minha bochecha.

— Eu te amo, mas você tem mau gosto — ele provocou, ainda me beijando, ao que eu respondi com uma careta.

Eu realmente tinha muita sorte de tê-lo na minha vida, nossa conexão era surreal e um dos pontos essenciais dela era a intimidade. Por isso, por mais que eu amasse esses momentos fofos com ele, eu também queria aproveitar a noite de outras maneiras e não via problemas em deixá-lo perceber isso.

Interrompi um dos beijos que ele ia deixar em minha bochecha com minha própria boca e passei a língua pelo seu lábio de baixo, enquanto a mão apoiada em seu peito desceu até a barra da sua camisa.

, meu bom gosto é ótimo, afinal, eu namoro você.

Ele sorriu, mas agora não tão mais inocente quanto antes. Sua mão que estava livre foi logo parar pela minha cintura e começou a acariciar a pele que minha blusa curta deixava à mostra. Me arrepiei imediatamente com o toque. Como eu disse antes, ele rapidamente entrava na onda quando eu tomava a iniciativa.

Me aproximei para voltar a beijá-lo e nos envolvemos em uma lenta e sensual dança de línguas. Cada vez que ele me beijava desse jeito, imaginava sua boca exatamente assim em partes mais baixas do meu corpo e já ficava molhada.

interrompeu um dos beijos e se levantou, indo buscar o controle da televisão.

— Então, qual o próximo filme?

Fiz biquinho, indignada com a interrupção.

— Meu amor, por mais que eu ame ver filmes com você e adore ficar abraçadinha ao seu lado, não é exatamente o que eu quero agora.

Ele se aproximou, sorrindo de forma sacana, e eu percebi que a interrupção fora proposital para me provocar.

— Então, o que você quer? — ele perguntou, se aproximando.

— Eu quero te beijar — respondi, sorrindo, e passando a língua sobre meus lábios.

Ele fingiu estar pensativo.

— Então você quer me dar um beijo?

Aproveitei sua proximidade e o puxei para a cama, deitando-o e subindo por cima, uma perna minha de cada lado do seu quadril.

— Eu vou te dar mais de cem deles.

Nós dois rimos antes de nos beijarmos e a risada morrer nas respirações entrecortadas. Uma mão dele se firmou em minha bunda, enquanto a outra se atrevia por baixo da minha blusa, alcançando meu seio coberto pelo sutiã e me deixando arrepiada. Como resposta, remexi meu quadril contra o seu, arrancando um gemido rouco de .



Minha blusa foi retirada no instante seguinte e não tardei em puxá-lo até que estivesse sentado e eu pudesse fazer o mesmo com a sua. Passei minha mão por seu peito quente, sentindo sua pele macia contra a minha palma. Se fosse um ímã, eu seria um metal: não conseguia me manter longe e era completamente atraída por ele.

Em contrapartida, seus dedos percorriam minhas costas e minha barriga, me deixando arrepiada e em expectativa. Sua mão subiu por meu braço até alcançar meu ombro direito. puxou a alça do meu sutiã e logo puxou a do lado esquerdo, deixando a peça frouxa em meus seios. Suas mãos foram rapidamente para o fecho de trás, soltando-a por completo.

Meu namorado encarou meu corpo, os olhos brilhando de desejo.

— Eu nunca vou deixar de me surpreender com a sua beleza.

Me senti constrangida, mas também tão bonita quanto ele me enxergava. Voltei a beijá-lo e suas mãos passaram abertas na frente do bico do meu peito, mal encostando em mim, mas fazendo com que pequenos arrepios de prazer se espalhassem pelo meu corpo. quebrou o beijo, apenas para substituir as mãos pela boca. Um gemido baixo e involuntário saiu de minha boca quando ele circundou meu mamilo com a língua, combinando com um suspiro que saía dele.

— Eu poderia passar o dia todo fazendo isso — ele sussurrou contra minha pele.

— Eu não me importaria muito — brinquei, sorrindo.

Uma de suas sobrancelhas se ergueu.

— Não se importaria? Poxa, acho que se não é tão bom assim, vou ter que parar…

— Não! — exclamei, sabendo que estava caindo em sua provocação.

— Então você gosta? — ele perguntou, sorrindo de lado.

Revirei os olhos, rebolando em seu colo para torturá-lo um pouco.

— Você sabe que sim.

Sorrimos um para o outro, a respiração rápida de ambos entregando o desejo que estávamos sentindo. Voltamos a nos beijar intensamente e logo nossas partes de baixo tiveram o mesmo destino das partes de cima. Nus de corpo e alma, percorríamos o corpo um do outro com nossas bocas e mãos, e eu podia sentir a excitação crescente entre as minhas pernas. Agora, eu estava por baixo e beijava meu pescoço, enquanto suas mãos percorriam minhas coxas, cada vez mais próximas do centro, aumentando a expectativa em mim.

… — ele sussurrou perto do meu ouvido, deixando um beijo logo abaixo. — O que eu posso fazer com você?

Seus dedos chegaram muito perto da minha entrada e meu quadril se ergueu involuntariamente, o melado entre minhas pernas se intensificando.

— Você sabe o que fazer — respondi, talvez com um toque de desespero na voz.

Ele riu e desceu os beijos, mais uma vez capturando meus seios, mas logo os deixando para trás enquanto descia por minha barriga, desviando no último segundo para minha coxa direita. Seus beijos foram descendo novamente e eu sentia tudo ficar mais quente, a expectativa aumentando. No último segundo, novamente, parou e começou a beijar minha coxa esquerda, me deixando frustrada. Porém, dessa vez, quando ele se aproximou da minha intimidade, não desviou e passou a língua delicadamente por meu ponto mais sensível, fazendo uma leve dormência correr por todo o meu corpo.

Com sua boca ali, eu estava completamente entregue a ele. Depois de quase um ano, havia aprendido como me enlouquecer e me dar prazer da melhor forma possível. A visão de seu rosto entre minhas pernas era enlouquecedora, somada à sensação da sua língua se movimentando do jeito que eu mais amava.

Os movimentos foram se intensificando e minha respiração se tornando mais rarefeita. Os gemidos involuntários eram cada vez mais frequentes e meu quadril se erguia em sua direção, participando da dança que sua boca impunha. Meu corpo estava em chamas e eu sabia que estava perto. Por mais que quisesse que a sensação durasse para sempre, também me sentia desesperada para chegar lá. Envolvida nesse conflito prazeroso, senti sua mão passear por minha barriga até alcançar o bico do meu peito, circundando-o de leve. Aquele toque, junto com tudo o que eu já estava sentindo, fez com que eu não pudesse mais me segurar. Um grande tremor se espalhou pelo meu corpo quando o orgasmo chegou em uma explosão. As contrações involuntárias continuavam conforme ainda me chupava, deixando meu corpo fraco e totalmente a sua mercê.

Demorei alguns segundos para me sentir recomposta e não poderia estar mais melada entre as pernas. Me sentei na cama, conforme ele subia para se aproximar do meu rosto. Nos beijamos de forma delicada e era excitante sentir meu gosto em sua boca. Ele me acariciava de forma carinhosa, mais uma vez mostrando sua gentileza, porque eu sabia que ele estava louco de desejo, mas compreendia quão sensível eu ficava logo depois de gozar.

Quando senti a excitação crescer em mim novamente, intensifiquei o beijo e o aproximei de mim, roçando de leve minha intimidade na dele. gemeu na minha boca e eu sorri.

— Seu gemido é o som mais maravilhoso do mundo — eu disse.

Meu namorado sorriu de volta e me trouxe para mais perto, devolvendo a provocação e me fazendo gemer.

— Acho que temos um forte concorrente aqui — ele replicou, rindo.

Empurrei-o de leve para tirá-lo de cima de mim. Ele se deitou na cama ao meu lado e eu me aproximei por cima. Rocei novamente nossas intimidades, antes de beijá-lo no pescoço e descer a trilha molhada por todo o seu corpo, até o ponto desejado.

— Se você me chupou, eu posso fazer o mesmo — sussurrei, arrancando um gemido de expectativa dele.

Passei a língua por todo o membro para deixá-lo molhado, antes de focar em passá-la de leve na parte superior. Quando já havia o provocado o suficiente, coloquei o que cabia dentro da boca, me movimentando e me guiando pelos sons de prazer que ele emitia.

Gerar prazer era tão bom quanto receber, se não melhor. A sensação de poder e sensualidade envolvida fazia com que eu quisesse que se sentisse cada vez mais envolvido no ato e no desejo.

Algum tempo depois,, ele afastou minha cabeça de leve.

— Eu estou quase lá — anunciou, ofegante.

— Tudo bem — repliquei, voltando para perto dele. — Quero tudo na minha língua — respondi, envolvendo-o novamente.

soltou um gemido rouco e, logo depois, liberou tudo na minha boca, com um gosto peculiar e único. Quando ele terminou, engatinhei para cima, deitando-se ao seu lado. Agora, era sua vez de recuperar o fôlego.

— Você é muito boa nisso, sabia?

— Você fala isso só porque está apaixonado — brinquei.

— Não é culpa minha que eu fique perdido sem você e te ame.

— Eu também te amo — falei, deixando um selinho em seu pescoço.

Ficamos abraçados, as peles suadas unidas e refrescadas pelo ar-condicionado. Seus dedos 8brincavam com meu cabelo, fazendo um carinho gentil. Fechei os olhos por um segundo e me imaginei presa naquele momento pelo resto da vida. É, não seria ruim.

Sua mão passeou de leve em minha cintura, fazendo com que os arrepios voltassem a percorrer meu corpo, concentrando-se no calor molhado entre as minhas pernas.

Me movi para cima de novamente, caindo não muito acidentalmente por cima de seu membro, que logo ganhou vida.

— Você é insaciável — ele brincou.

— Você também — devolvi, rebolando em cima dele para provar meu ponto. — Você quer mais?

Ele fechou os olhos, como se buscasse algum senso de racionalidade para responder.

— Com você? Sempre.

Sorri de forma sacana para , me mexendo um pouco mais quando uma das suas mãos alcançou minha bunda nua. Olhei em seus olhos, percebendo o quão apaixonada eu era por aquele garoto e o quanto eu o desejava. Antes de deixar com que o momento de paixão me envolvesse, perguntei a ele:

— Então… você pode me beijar mais?






FIM.



Nota da autora: Olá para você que chegou até aqui! Espero que tenha gostado dessa história curta, mas que tem um significado importante para mim. Além de ser muito bom escrever um hot rs, muitas dessas questões foram presentes na minha vida e podem aparecer na de vocês também. Essa história é sobre uma garota que sabe o que deseja e pede por isso, por seu puro prazer, exatamente como a mensagem da música. Espero que cada um saiba que tem o direito de sentir prazer e desejar, e principalmente que não é sujo por isso. Se houver consentimento, então só se divirta!
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