Prólogo
남신경쓰지말아
우리만의추억 no filter
갈길을걸어
둘이서너와나의
spotlight을찾아
As pessoas não acreditam que algo possa durar para sempre. Não dê ouvido à elas. As nossas memórias sem filtro, andando por nosso caminho juntos. Encontrando você e meu holofote.
Hey tell me what I gotta do
내곁엔네가있어야만해
Hey, se não for tarde demais. Hey, me diga o que posso fazer. Fique ao meu lado, você precisa está lá.
We can last forever
다시나한테기회를준다면
We can last forever
Se você confiar em mim de novo. Podemos ser para sempre. Se você me der uma outra chance. Podemos ser para sempre.
Parte I
We can last forever
Ain't nobody gonna stop us
영원하게
We can last forever
Quero andar de mãos dadas por aquela mesma rua. Podemos ser para sempre. Ninguém pode nos parar, então seria para sempre. Podemos ser para sempre.
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- Oi, galera, tudo bom com vocês? Eu sou a , e hoje eu estou no prédio da JYP Entertainment para entrevistar o grupo GOT7! Quem me segue nas redes sociais sabe que a própria produtora me convidou, junto com mais outros youtubers de outros países, para participarmos de uma entrevista bem informal com o grupo que acabou de lançar o novo álbum, 7 for 7. Quem ainda não ouviu as músicas, vou deixar o link da playlist no Spotify na descrição desse vídeo. E antes de a entrevista começar, não se esqueçam de deixar o joinha e compartilhar o vídeo nas suas redes sociais, porque isso me ajuda muito. – terminou de fazer a introdução do seu vídeo, enquanto outros youtubers, alguns já conhecidos por ela, outros nem tanto, ainda continuavam falando com suas câmeras.
Ainda estavam todos os lado de fora do prédio, pois o manager do grupo de k-pop esperava, pacientemente, que todos os ali presentes estivessem com plena atenção nele, para que pudesse fazer uma breve introdução do objetivo daquela entrevista, e pudessem, finalmente, começar o tour pelo prédio antes de chegarem na sala de entrevistas.
balançava os braços e trocava o peso de um pé para o outro, ansiosa por conhecer o grupo. , sua colega de quarto holandesa e, coincidentemente, também youtuber, ainda falava com a câmera, fazendo a terceira introdução desde que chegaram.
- Fala sério, , é só falar oi para o pessoal que te segue e explicar que estamos na JYP. – disse.
revirou os olhos, desligando a câmera.
- Estou tão nervosa que as palavras estão saindo todas embaralhadas. Vou demorar horas editando esse vídeo mais tarde. – ela suspirou.
riu da amiga, mas logo voltou sua atenção para frente, onde o manager do grupo explicava, em coreano, que youtubers de vários países do mundo foram convidados para entrevistar o GOT7, com o intuito de agradecer ao apoio dos fãs internacionais e demonstrar carinho e reconhecimento a cada um dos países que dão suporte à carreira dos meninos.
só entendeu o que foi dito porque havia um tradutor do lado que cuidava de traduzir as palavras coreanas para o inglês. Apesar de estar morando na Coréia há seis meses, mal conseguia ler as sinopses dos livros da faculdade.
O total de nove youtubers foi dividido em dois grupos para subirem pelo elevador até o andar em que a entrevista aconteceria. Enquanto alguns registravam o momento com suas câmeras, cuidava de fazer stories para o Instagram, sabendo que isso apenas deixaria seus seguidores, e fãs do GOT7, mais curiosos para saber o que vinha por aí. Ela mesma estava curiosa. Não tinha ideia de quanto tempo teria para entrevista-los, nem quantas perguntas poderia fazer. Também não sabia se teria um momento apenas dela, ou se a entrevista seria no estilo de coletiva de imprensa.
- Oi, gente, estamos no salão onde ocorrerão as entrevistas. – ela disse girando a câmera para que pudesse filmar o ambiente, logo após sair do elevador. – Eu ainda não sei como serão as entrevistas, se cada um dos youtubers terão um tempo para fazer as perguntas, ou se vai ser no estilo de coletiva de imprensa, mas acredito que seja a primeira opção. – e então ela voltou a câmera para onde sete cadeiras estavam dispostas em um semicírculo aberto. – Estão vendo aquela cadeira diferente, no meio das outras sete? Eu acredito que seja para nós sentarmos enquanto fazemos as perguntas.
voltou a câmera para si, quando tornou a falar:
- Eu estou tão ansiosa! – ela disse com a voz estridente, ainda que se esforçasse para manter o tom baixo. Além de não querer chamar atenção para si, não queria atrapalhar os vídeos dos outros youtubers ali presentes. – Vocês têm noção de que, em alguns instantes, eu estarei sentada ali no meio dos meninos do GOT7? – ela mexeu no cabelo, apenas para poder ocupar as mãos inquietas. – Fala sério, quando na minha vida eu imaginaria alguma coisa assim acontecendo? – ela perguntou para a câmera. – Deixem nos comentários quem vocês acham que vão sentar do meu lado. Eu não faço ideia, mas não vou mentir, estou torcendo por alguns nomes. – ela brincou rindo.
Uma movimentação atrás de si chamou sua atenção. Ao virar o corpo, os sete membros entravam na sala, em fila, sendo seguidos por uma equipe de seguranças.
- Caramba, gente, o GOT7 chegou! – ela virou a câmera para filmá-los, mas logo precisou desligar a câmera, quando foi pedido para que todos os youtubers aguardassem a sua vez para poder filmar o grupo.
Um por um, cada um dos youtubers no recinto teve sua chance de conversar com os meninos, fazer brincadeiras, oferecer comidas típicas de seus países, ensinar gírias de seus idiomas e fazer o pedido mais clichê de todos:
- Vocês podem mandar um beijo para os seus fãs da Holanda? – pediu ao final de sua entrevista. tinha escolhido apresentar alguns cantores de seu país, e gravar a reação dos garotos com as performances.
se divertiu com cada uma entrevistas. Os garotos eram muito simpáticos, e não reclamaram em nenhum momento das perguntas repetidas, mas imaginou que por ser a última entrevista, poderia ter dificuldades em capturar a atenção dos garotos.
Mas não foi o que aconteceu.
Na verdade, assim que ela se aproximou das cadeiras, a atenção de cada um dos sete integrantes do GOT7 se voltou para ela imediatamente. Como aconteceu nas outras entrevistas, os próprios garotos se levantaram e trocaram de lugar, brincando entre si, em uma disputa – que acreditava ser totalmente falsa – para sentar ao lado dela.
riu quando abraçou o encosto da cadeira, se recusando a se levantar; depois riu quando sentou-se no colo de quando este se recusou a trocar de lugar com ele.
- Desculpe por isso.
se assustou com a voz de ao seu lado. E ao virar o rosto, sentiu o coração disparar ao perceber a proximidade em que estavam.
- Ah, sem problemas. – ela respondeu em inglês.
agora era carregado por , e foi colocado sentado na cadeira da ponta.
- Não quero sentar aqui, quero ficar ao lado dela!
podia não entender muito do idioma coreano, mas conseguiu compreender as palavras de , o que apenas a fez rir sem graça.
- Se quer saber, eu acho compreensível eles todos estarem assim. – continuou. – Eu também estaria se já não estivesse sentado aqui primeiro.
E novamente riu, sentindo as bochechas corarem. estava dizendo que sentar ao seu lado não era coincidência? Que ele havia feito questão de estar ali?
Suas perguntas foram silenciadas quando todos os meninos finalmente se posicionaram, e foi sinalizado para que começasse a entrevista. O mais divertido foi o fato de que sua câmera já estava ligada, então a disputa pelas cadeiras tinha sido toda gravada. Aquilo daria uma ótima introdução para o seu vídeo, ela tinha certeza.
-Olá, garotos, é um prazer estar conversando com vocês. Meu nome é , e eu sou do Brasil. – começou.
Todos fizeram som de surpresa, aprovando sua origem. Alguns tentaram imitá-la, repetindo seu cumprimento, mas foi quem mais gostou do som da pronúncia das palavras em português.
- Você terá que me ensinar mais palavras em português. – ele pediu.
sentiu o estômago gelar. Se dependesse dela, ela poderia lhe ensinar o que ele quisesse.
- Nos ensine outras palavras também! – gritou da ponta.
riu com a empolgação dos garotos.
- Vou ensinar, vou ensinar. Mas antes tenho uma brincadeira pra fazer com vocês.
Novamente som de surpresa e animação.
- Estão preparados? – e diante da confirmação de todos, começou as perguntas que tinha passado toda a noite anterior preparando. – Muito bem, então vamos começar com quem é o mais provável a chegar atrasado nos ensaios?
E a partir de então os cinco minutos reservados para passaram voando. Quando o final da entrevista chegou, não queria ir embora, não queria terminar aquela experiência incrível. Mais do que isso, não queria sair de perto de que, coincidentemente ou não, estava cada vez mais próximo a ela. Coincidentemente ou não, também tinha a perna tocando a de , e os braços roçavam um no outro algumas vezes.
Talvez fosse coisa da sua cabeça, mas ela podia jurar que sorria mais para ela do que sorriu para os outros youtubers. Ele também era do tipo de puxar conversa, de fazer piadinhas, o que acabou deixando a entrevista mais informal e divertida do que esperava, torcendo para que ela não chegasse ao fim. Mas chegou.
- E por fim, quem é o mais provável a ser romântico com uma garota?
- !
- Ei, , esse é você!
- é o mais romântico. – afirmou.
- Ele é mesmo muito romântico. – concordou. Neste ponto da entrevista, ele já não estava mais na cadeira mais distante do semicírculo, mas no colo de JB, que não perdia uma chance de tentar empurrá-lo para longe, o que apenas causava mais riso entre os garotos. – A garota que escolher namorar comYoungjae será uma garota sortuda.
olhou para que sorria tímido.
- Algo a dizer em sua defesa? – brincou.
- Eu apenas tento expressar meus sentimentos quando uma garota toca o meu coração.
E enquanto todos os garotos tiravam sarro da escolha de palavras de , apenas sentia as bochechas corarem pela intensidade das palavras dele, especialmente quando ele escolheu responde-la olhando em seus olhos. Como se, mais do que estivesse falando com ela, estivesse falando para ela.
A partir deste pensamento, teve certeza de que sua mente criativa demais estava inventando coisas.
E ela teria continuado com essa teoria, a de que sua mente hiperativa de fã estava criando situações que não existiam na realidade, se, ao final da entrevista, quando os garotos do GOT7 se despediam de todos ali presentes, não tivesse chamado para sair.
. Chamou. . Para. Sair.
Tudo bem, não foi exatamente um convite para sair, pelo menos não um convite que um rapaz interessado em uma garota faria. Não era um encontro, precisou se repetir várias e várias vezes.
- Vamos sair para comer, e pensamos em chamar você e sua amiga. – disse apontando para . – Não queríamos chamar todos que nos entrevistaram porque, para ser sincero, alguns pareciam nem mesmo conhecer nossas músicas. – ele falou baixinho no ouvido de , o que apenas fez com que ela se arrepiasse.
- Mas nós vamos entender se não puderem ou não quiserem ir. – falou.
- Está brincando? Quem aqui está falando em não querer ir? – disse super animada.
E sem esperar por , seguiu para o elevador, onde os meninos se dividiam em dois grupos para descerem.
- E você?
não levou um susto dessa vez. Ela não estava alheia da presença de , não poderia esquecer-se dele ao seu lado nem mesmo se quisesse.
- Está me perguntando se quero sair para comer lamén com o GOT7? Caramba, claro que sim! – ela disse animada rindo sendo seguida por .
E não, aquilo não foi um encontro, definitivamente.
Mas a segunda vez que se encontrou com foi. Foi um encontro quando ele mandou um e-mail para ela, pedindo desculpas pela forma antiquada com que entrou em contato, a chamando para sair. E dessa vez saíram apenas os dois.
- Eu não sabia como entrar em contato com você. – ele confessou quando andavam lado a lado na rua, seguindo para o cinema. – Encontrei seu canal no youtube, e foi por meio dele que consegui suas redes sociais.
Mesmo o clima estando quente e úmido, por conta do verão, ele usava uma máscara para cobrir metade do rosto. O objetivo era não ser identificado e poder “curtir uma noite como um cara normal, pelo menos uma vez”.
- Por que diz isso? – ela perguntou curiosa. – Seu manager tinha o meu contato.
parou de andar, o que fez com que repetisse sua ação.
- O que foi?
- Como foi que não pensei nisso antes? – ele perguntou surpreso consigo mesmo.
riu da atitude do rapaz, e aquilo deixou o clima mil vezes mais leve.
Não que o clima estivesse pesado antes. era fofo demais para deixar isso acontecer. O rapaz não deixava o silêncio durar mais que alguns segundos, sempre pronto para fazer mais perguntas à , ávido por conhecê-la mais.
- E o que uma youtuber brasileira está fazendo na Coréia do Sul?
- Na verdade eu sou uma estudante brasileira que, sem saber exatamente como, se tornou uma youtuber. – ela disse. – Estou na Coréia a intercâmbio, apesar de morar no alojamento da faculdade.
- É mesmo? E o que você estuda?
- Arquitetura. Participei de um projeto de intercâmbio na faculdade sem esperar ser realmente escolhida. Sabe como é, muita gente se inscreveu para o programa. E então um dia me ligaram falando que eu tinha ganhado a vaga, e que ficaria morando dezoito meses na Coréia do Sul.
- Dezoito meses é muito tempo para ficar longe da família.
- Isso é verdade. – ela admitiu. – Mas também passa muito rápido. Eu já estou há seis meses aqui, e nem vi o tempo passar.
também não viu as horas com passarem. E quando se deu por si, estavam se despedindo no portão de sua faculdade – ele fez questão de levá-la de carro até onde ela morava, apesar de garantir que poderia pegar o metrô para ir embora.
Como uma romântica incurável, apaixonada por romances literários e filmes com finais felizes, precisava admitir que ficou à espera de um beijo de despedida. Sabe como é, final de encontro, o garoto se aproxima, tira o cabelo da frente dos olhos da garota, e a beija no final. Mas não foi isso que aconteceu.
Mas o que aconteceu foi um convite para um segundo encontro e, novamente, um encontro apenas com os dois.
E novamente não viu o tempo passar, especialmente pelo fato de , timidamente, ter segurado sua mão no instante em que a buscou no portão da faculdade. Ela não recusou o convite de proximidade, nem mesmo poderia fazê-lo, mesmo se quisesse. Os olhos do rapaz a encantavam de tal maneira, a deixando presa em uma realidade que pertencia apenas dos dois.
E mesmo que haviam combinado ir ao cinema, e o horário do filme estar próximo de começar, decidiram por apenas caminhar pelas ruas de Seul - ainda vestindo uma máscara para esconder sua identidade- com as mãos unidas e dedos entrelaçados.
- Sei que está aqui a estudos, mas você chegou a conhecer algumas cidades fora de Seul? – ele perguntou calmamente enquanto atravessavam a rua.
- Claro que sim! – respondeu animada. – Visitei várias cidades da Coréia. Conheci muitos bairros também, e posso afirmar que Hongdae é, de longe, o meu bairro preferido.
- Hm... É mesmo?
- Claro! As noites lá são intermináveis. Além disso, Hongdae tem as melhores baladas, na minha opinião.
- Acredita que as únicas vezes que fui até Hongdae foram a trabalho? Nunca tivemos tempo para conhecer as casas noturnas. – falou pesaroso.
- Eu só posso imaginar como deve ser o trabalho de um idol. Quer dizer, vocês precisam se privar de muitas coisas, não é? Como ir para a balada com os amigos, por exemplo. – perguntou o olhando de perto.
Neste ponto da conversa, ambos já se encontravam na fila do cinema, ainda mantendo os dedos entrelaçados, com os olhos presos um no outro. Naquele momento desejou poder tirar sua máscara e ser encarado por inteiro, da mesma forma como admirava por inteira.
E mesmo com o filme passando, o foco de seus olhos não deixaram de ser, nem mesmo por um minuto, a garota ao seu lado. Por sorte, a recíproca era verdadeira.
Novamente esperou por um beijo, dessa vez dentro da sala do cinema. Pensou em tomar a iniciativa, mas sabia que não teria muito sucesso tendo usando aquela máscara. Mas então o momento de despedida chegou, e somente quando já estavam na frente do portão da faculdade, foi que permitiu que apreciasse seu sorriso quando tirou a máscara.
não viu quando os rostos se aproximaram, mas quando sentiu os lábios do rapaz sobre os seus fechar os olhos foi uma reação automática. Infelizmente, antes mesmo de terem a chance de aprofundar o beijo, o segurança do campus passou por eles e não hesitou em jogar a luz da lanterna sobre seus rostos.
- Desculpe por isso. – disse rindo.
tinha as bochechas coradas, mas a seguiu na risada. Ele imaginou que nunca tinha visto nada mais lindo que a expressão de riso da garota à sua frente. E mesmo frustrado com a quebra de contato, não foi capaz de reclamar, afinal, estar perto de já era o bastante para fazer seu coração disparar.
- Eu é que peço desculpas. – ele disse. – Prometo que da próxima vez não haverá interrupções.
E, de fato, não houve.
O terceiro encontro foi marcado por e aproveitando cada segundo juntos para compensar o momento interrompido pelo segurança na outra noite. Como haviam passado os dois últimos encontros falando sobre si mesmos, seus gostos, sonhos e histórias, nada mais justo que utilizar o terceiro encontro para se conhecerem melhor – fisicamente falando.
Mesmo o espaço no carro sendo pequeno os corpos estavam unidos, tendo mãos brincando por todas as partes. se dividia entre massagear a nuca de e puxar seus cabelos. Já se atrevia a subir os dedos pela por baixo da camisa da camisa da garota, fazendo sua pele se arrepiar a cada toque.
As respirações descompassadas não foram empecilho para a continuidade do beijo. Os vidros embaçados apenas serviram como incentivo para continuarem o que estavam fazendo
, mais atrevida apoiou a mão na perna de , inclinando o corpo em sua direção. Em resposta, o rapaz levou uma das mãos para sua cintura, descendo para a perna. Quando a puxou para se sentar em seu colo, ambos já sabiam que, naquela noite, não iriam sair para caminhar pelas ruas tão cedo. Afinal, os planos para a noite tinham acabado de mudar, e nenhum dos dois parecia se incomodar com este fato.
Parte II
힘들어했을줄
You gotta know
이제와보니 baby
못해준게너무많네
Eu não sabia que você estava passando por momentos difíceis, você sabe. Quando olho para isso agora baby. Percebo que não fui capaz de fazer muita coisa por você.
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Quando chegou à Coréia do Sul e iniciou seu intercâmbio, sabia que teria longos dezoito meses pela frente. Dezoito meses que pareciam que nunca chegariam ao fim especialmente nas primeiras semanas, quando ainda não tinha amigos e mal conversava com sua colega de quarto.
Então, quando ela recebeu uma carta da universidade a questionando sobre possível interesse em renovar seu intercâmbio por mais doze meses, não soube o que fazer. Não soube porque não imaginou que essa carta chegaria tão rápido.
Viver na Coréia estava sendo um sonho. Ela poderia dizer que o seu sonho já tinha se realizado, mas seria uma mentira. Ela vivia esse sonho a cada dia, e não sabia se estava pronta para desistir dele. Por outro lado, quando pensava no Brasil e nas pessoas que ficaram para trás, sue peito apertava. Não são apenas amigos e sua família que a esperavam no Brasil, mas também seu diploma. Se formar e poder finalmente trabalhar na área que havia escolhido seguir carreira, também era um sonho e este ela não poderia realizar na Coréia.
Preciso tomar um ar, ela pensou.
Mandou uma mensagem a perguntando se ele tinha previsão para sair do ensaio. E mesmo sem esperar por uma resposta, saiu do seu quarto, passando pelo alojamento estudantil, onde encontrou grupos de alunos de todas as nacionalidades estudando juntos para a semana de provas, e finalmente chegou no campus. O ar fresco lá fora a ajudou a clarear a mente, mas ainda não era o bastante. Ela queria sair daqueles muros, poder caminhar pelas ruas de Seul sem se preocupar com o toque de recolher do dormitório.
Então, sem pensar duas vezes – afinal, andar pelas ruas de Seul segurando uma câmera na mão já tinha virado um hábito – guardou o celular na bolsa, e pegou sua mais fiel companheira.
- Oi, gente, tudo bom vocês? Eu sou a , e hoje eu vou mostrar pra vocês um restaurante novo que abriu aqui perto da faculdade. – ela disse olhando para a câmera, caminhando para fora do campus.
Se tornar uma youtuber nunca tinha sido algo planejado, apenas aconteceu. Quando chegou na Coréia não conhecia ninguém e sua colega de quarto, , demorou quase duas semanas para chegar, o que a deixou ainda mais sozinha. Conversar com uma câmera parecia ser uma boa opção para se manter ocupada e não enlouquecer.
Quando chegou e descobriu que ela sim era uma youtuber bem conhecida no seu país, as duas logo tiveram sobre o que conversar, pois não via a hora de ensinar à os segredos sobre editar vídeos, melhores ângulos para filmagens e como procura ruma boa iluminação natural.
- Vocês me mandaram mensagens perguntando sobre o meu namorado. Gente, sério, como vocês descobriram que eu estou namorando? – ela perguntou rindo para a câmera. – De qualquer forma, se eu ainda não o mostrei pra vocês, é porque eu não posso. E não, eu não estou escondendo ele dos meus pais, até porque os meus pais assistem os meus vídeos e estão me vendo admitir que sim, eu tenho um namorado secreto. Aliás, oi pai, oi mãe! – ela acenou para a câmera, tendo certeza que suas bochechas estavam coradas. – Eu não posso mostrar ele pra vocês por motivos... Bem, pessoais. Ele não curte muito a ideia de ficar de frente a uma câmera fazendo vídeos, e também não é fã de fotos. – mentiu. – Então, por enquanto, a identidade dele vai permanecer um mistério para vocês. – riu no final.
Ao ser convidada para entrevistar o grupo GOT7, nunca imaginou que, ao final de algumas perguntas e uma brincadeira sugerida pelos fãs, ela seria convidada para sair para jantar com os garotos. estava em êxtase, é claro. Conversou com todos eles com o seu coreano quase perfeito, e apenas conversou com alguns usando o seu inglês intermediário.
foi um perfeito cavalheiro ao ajudá-la a ler o cardápio todo em coreano, ao sugerir o que deveria pedir, e ao inseri-la na conversa que os amigos estavam tendo, quando traduzia as frases mais importantes. Ela não imaginaria que daquele jantar tantos outros encontros se dariam e, ao final, começaria a namorar seu ídolo. Era como se estivesse em sua fanfic particular, uma fanfic escrita especialmente para ela.
- O restaurante fica bem perto da faculdade, como vocês podem ver. – ela virou a câmera para frente, mostrando o prédio a poucos quarteirões dali. – Confesso que estou indo comer bastante por lá desde que abriu, porque é um dos poucos restaurantes coreanos que tem opções pratos não apimentados. – explicou.
É claro que quando se mudou para a Coréia, jamais imaginou que arrumaria um namorado. Muito menos que o seu namorado fosse um idol. Apesar da agenda cheia de , e dos poucos momentos que conseguiam ficar sozinhos, isso nunca tinha sido um problema para .
Ela tinha viajado para estudar. Sabia que, do outro lado do mundo, seus pais trabalhavam oito horas por dia, todos os dias, para conseguirem mantê-la na Coréia. O dinheiro que ela recebia do YouTube pelos anúncios em seus vídeos mal dava para pagar sua o que ela gastava com alimentação todos os meses.
Então nunca havia realmente se importado com o fato de não poder se encontrar com todos os dias, ou de não poderem passar todos os finais de semana juntos, afinal, ela tinha que estudar.
- Olhem para o cardápio. – ela focou a câmera nas imagens à sua frente. – Na Coreia é comum ter as fotos dos pratos ao lado do nome. Isso sempre me ajudou muito, já que vim pra cá sem saber coreano. Não que eu tenha aprendido muita coisa, mas pelo menos agora eu já consigo pedir informação quando me perco nas ruas. – brincou. Colocou a câmera em cima da mesa, com a lente virada para cima, o que permitiu que ela fosse filmada, assim como a senhora que veio anotar o seu pedido.
Assim que a senhora foi embora, após um agradecimento de , pegou o celular. Nenhuma ligação, nenhuma mensagem de . Aquilo a fez suspirar.
Apesar de entender sua agenda cheia de compromissos e, na maioria das vezes, não se importar com o pouco tempo dedicado a ela, em alguns momentos gostaria de ter seu namorado ao seu lado. Alguns momentos como aquele, por exemplo.
Há duas semanas ela não conseguia dormir. Há duas semanas a carta da sua universidade, a qual lhe dava a chance de estender seu intercâmbio por mais um ano, estava sobre sua cômoda, ao lado da cama. Há duas semanas ela havia tido a primeira discussão com , e até o presente momento, ainda não entendia como aquela briga tinha acontecido.
Estavam no dormitório de , mesmo sabendo da regra que proibia a entrada de garotas nos quartos dos meninos. A ideia inicial era saírem para patinar no gelo naquele dia, quando ensinaria a ficar em pé sobre os patins, já que a garota nem mesmo conhecia a neve. Mas havia caído no dia anterior, no campus da universidade, e luxado o joelho, o que acabou por estragar os planos do casal.
Em compensação, pensaram que passar um dia juntos, na cama, assistindo a um filme e talvez fazendo algumas coisas mais quentes para mandar o frio embora – isso sim seria uma boa ideia. não podia entrar no dormitório de . Além de ter seguranças por todo o campus, que prontamente proibiriam o rapaz de entrar no quarto dela, não seria uma boa ideia levar um idol para dentro de um campus universitário, especialmente para um dormitório feminino cheio de fãs.
A opção, então, foi se encontrarem no alojamento do GOT7. Alguns membros tinham ido viajar para passar o feriado com a família, e havia ficado apenas com e . Por sorte, o colega de quarto de tinha também estava viajando, e e coincidentemente resolveram ir ao cinema naquela tarde.
- Amor, você pode pegar meu celular na minha mochila? – pediu já deitada no sofá da sala.
- Claro. Onde você deixou?
- No quarto. Em cima da cama, eu acho.
encarregada de escolher o filme que iriam assistir naquela tarde. Ou, melhor dizendo, o filme que ninguém iria assistir naquela tarde, pois os dois estariam ocupados demais para prestar atenção na televisão.
- , o que é isso?
voltou à sala com um papel nas mãos, e soube, no momento em que se virou para ele, o conteúdo daquela carta.
Pensou em mentir, talvez inventar alguma desculpa que adiasse aquela conversa que ela sabia que precisariam ter mais cedo ou mais tarde, mas não o fez. Falar a verdade sempre era o melhor caminho, e ela sabia que se não conversassem sobre aquilo naquele momento, teriam que o fazer em breve.
- Uma carta que recebi da universidade. – ela começou, ainda que relutante. – Como meu tempo de intercâmbio está chegando ao fim, a universidade abriu possibilidade para renovação do tempo de intercâmbio.
não falou nada, mas apenas continuou a olhando, esperando para que continuasse sua fala.
- Isso significa que, em quatro meses, quando meu intercâmbio acabar, eu poderei estender meu tempo na Coréia por mais doze meses. – finalizou.
continuou calado, mas podia imaginar tudo o que se passava em sua mente naquele momento. E seus pensamento foram confirmados logo que sentou-se ao seu lado, com os olhos mais animados do que poderia esperar.
- Isso significa que você poderia continuar morando aqui por mais tempo. – ele disse.
- Sim. – ela respondeu apenas para saber onde chegaria.
- , isso é maravilhoso! É tudo o que poderíamos querer, não é?
Foi a vez de de ficar sem fala. Foi a vez de de apenas continuar olhando para ele, esperando que ele continuasse com sua fala.
- Não é? – ele insistiu, esperando a reação da garota.
- Para ser sincera eu não sei. – suspirou. Olhou para baixo apenas porque não tinha coragem de olhá-lo nos olhos naquele momento. – Morar aqui está sendo ótimo, tive uma experiência de vida incrível, mas eu também preciso voltar para o Brasil.
- Por quê? – ele perguntou com a expressão surpresa. De fato, não entendia porque a garota queria voltar. Ela não estava feliz morando em outro país, estudando em uma universidade de renome, namorando com ele? Então por que ela queria ir embora?
- Porque a minha vida não é aqui, . A minha vida é no Brasil, a minha universidade é lá. Minha família não está aqui, nem mesmo meus amigos. – ela disse, tomando cuidado com as palavras para não deixar aquela conversa mais difícil do que estava sendo. – Eu quero me formar, quero ter o meu diploma e poder trabalhar com arquitetura. E não posso me formar na Coréia, muito menos conseguir um emprego aqui sem um diploma em mãos.
- Você pode sim se formar na universidade daqui. Você mesma disse que Paul, seu colega de turma, acabou de transferir, permanentemente, a graduação para a universidade da Coréia. Ele continuará estudando aqui e irá receber um diploma idêntico ao que ele receberia nos Estados Unidos...
- Mas isso tem custos, e custos muito altos – ela o interrompeu. – Não posso pedir aos meus pais que banquem mais um ano meu aqui na Coréia. Minha família não é rica, e eu não trabalho para poder me sustentar por mais um ano longe do meu país.
Isso o fez se calar. não sabia o que era ter gastos consigo mesmo, porque ele não precisava se preocupar com isso. Sua produtora musical cuidava da maioria de seus gastos, e todo o dinheiro que recebia com os shows e vendas dos álbuns era muito além de seus gastos pessoais.
- E não é só isso. – ela continuou. – Eu quero voltar. Quero voltar para o meu país, para a minha família, para os meus amigos. Eu sinto falta deles. – terminou suspirando.
quis dizer que ela também tinha amigos ali na Coréia, que também tinha uma vida ali. Que tinha ele ali. E que voltando para o Brasil, ela deixaria tudo isso para trás, que ela estaria deixando ele para trás. Mas então a olhou novamente e percebeu o quão egoísta ele seria se lhe pedisse para ficar.
Aquele era o seu país, ele tinha uma vida toda estabelecida ali, uma carreira, uma família e um círculo social que lhe davam base para viver. também tinha tudo isso, tinha sonhos, tinha uma carreira pela frente, família e amigos. Mas tudo isso não estava na Coréia.
- Eu não posso imaginar como você se sente nesse momento, mas sei qual deve ser a sua resposta a esta carta. – ele disse.
, que tinha os olhos marejados ainda voltados para baixo, olhou para o rapaz na sua frente. Ela também sabia qual deveria ser sua resposta à proposta da universidade. E apesar de sentir seu peito arder com o pensamento de que seu tempo ali estava acabando, de que seu tempo com estava chegando ao fim, ela sabia, desde o momento do recebimento da carta, qual seria a sua decisão.
Parte III
바라본네눈도
내게 kiss 해주던입술도
돌아와 remember
우리처음약속처럼
Last forever
Sinto falta do seu rosto. Seus olhos que eu olhava, seus lábios que me beijavam. Sinto falta do seu rosto. Quero te ver urgentemente. Volte para mim e lembre da primeira vez que prometemos que seria para sempre.
--
e nunca pretenderam ter um relacionamento à distância, afinal eles não moravam à distância de uma cidade, ou apenas em Estados diferentes, mas em países, continentes diferentes. Um namoro à distância seria mais do que inviável, seria impossível.
A despedida foi chorosa, mas o casal já sabia que aquele momento chegaria em breve, então trataram de aproveitar os últimos dias de na Coréia para passarem bons momentos juntos em vez de conversarem sobre o término do relacionamento. Eles sabiam que o namoro iria terminar, e eles não precisavam colocar isso em palavras, pois só deixaria o tempo juntos mais pesado e infeliz.
Assim que foi embora, se dedicou de corpo e alma aos compromissos do GOT7. O novo álbum do grupo estava para ser lançado, a agenda de shows já estava cheia, e com isso sua rotina de ensaios estava mais rígida do que nunca. acordava cedo e só voltava para o conforto da sua casa tarde da noite, o que tornava seu sono pesado e livre de sonhos. Mas isso foram apenas as primeiras semanas.
passou a se auto sabotar ao começar a procurar por vídeos de no YouTube. Também se auto sabotava sempre que se pegava digitando alguma mensagem a ela, mesmo sabendo que tinham combinado de não se falarem no início - apenas para não tornar a separação mais difícil.
pensou que a dor que sentia no peito toda manhã ao acordar e não se deparar com uma mensagem de bom dia de , passaria logo. Também pensou que a saudade que sentia quando se lembrava de seus toques e seus beijos também seria passageira, mas não foi. Imaginou que os sonhos que tinha com logo deixariam de se fazer presentes, mas ele já sonhava com seus olhos e lábios há meses demais, e já nem se lembrava como era ter uma noite tranquila.
- Ei, , vamos sair para beber. – ele ouviu lhe gritar de longe.
- Vamos aproveitar a nossa noite de folga, cara. Não sabemos quando isso vai acontecer de novo. – apareceu na porta do seu quarto. – , o que houve?
estava sentado na sua cama com o notebook apoiado nas pernas. Olhava fixamente para a tela à sua frente, e poderia jurar que o rapaz nem mesmo piscava.
- Cara, está tudo bem?
- está voltando para a Coréia. – ele falou baixinho, ainda que não soubesse se o rapaz estava respondendo à sua pergunta ou apenas falando sozinho.
- Isso é sério? – entrou no quarto de , indo sentar-se ao seu lado na cama. – Como você sabe? – voltou sua atenção para o que olhava no notebook.
- Ela acabou de postar um vídeo falando que estará voltando para a Coréia na primavera. – ele respondeu. E diante do olhar questionador de , ele explicou. – Eu sei que não deveria, mas às vezes assisto aos seus vídeos no YouTube... Ela sempre coloca legendas em inglês nos vídeos.
- Cara, você não deveria fazer isso...
- Eu sei, eu sei... Eu apenas... Apenas queria poder vê-la novamente, ouvir sua risada... Eu sinto muita falta dela, cara.
- Eu sei. – suspirou, colocando uma mão no ombro do amigo em sinal de suporte. Ficaram alguns minutos em silêncio, apenas olhando para qualquer lugar. – Você pretende procurá-la?
- Eu não sei. – foi a vez de suspirar. – Eu quero, mas ao mesmo tempo não acho que seria uma boa ideia. Quer dizer, já faz meses, e a saudade só aumenta a cada dia. Eu quero vê-la, quero ver o seu rosto, quero poder tocá-la, beijá-la novamente e me perder em seus olhos. Me pergunto como seria poder tê-la novamente por um breve período de tempo e então perdê-la de novo.
- Eu não sei como você deve estar se sentindo, e não posso nem imaginar como seria doloroso ver por alguns dias, podendo viver novamente todos os momentos que vocês passaram juntos para então perder tudo de novo.
- É exatamente nisso que penso. Se está sendo difícil agora, como vai ser depois?
não tinha resposta para aquela pergunta, muito menos o próprio .
- Você sabe, os primeiros dias foram difíceis, mas estavam longe de serem os piores. Depois de algumas semanas a minha ficha caiu, e só então percebi que nunca mais veria . E essa certeza, a de que não poderia mais tocar o seu corpo, beijar os seus lábios e me perder em seus olhos, foi a parte mais difícil. – falou sem olhar para , como se falasse consigo mesmo, em uma tentativa de colocar seus sentimentos em ordem. Mas mesmo sendo difícil, eu me adaptei à dor, me adaptei a viver com a sua ausência. – Só de pensar em tê-la nos meus braços novamente, mesmo que pode apenas alguns minutos, me deixa eufórico, porque é tudo o que eu mais quero, é tudo o que eu mais preciso. Sim, eu quero ver urgentemente, mas... Quando ela se for novamente... Todo o ciclo da perda vai recomeçar... E eu não sei se o meu emocional iria suportar isso...
quis dizer alguma coisa ao amigo, quis dar suporte, algumas palavras de conforto, mas ele não sabia o que dizer. Queria poder incentivar o amigo a seguir seu coração, a reencontrar a mulher que amava, mas sabia que isso só traria mais sofrimento para depois.
- Por outro lado, não quero viver pensando que perdi a chance, talvez a única chance, de ver por uma última vez.
- E o que você vai fazer? – perguntou. E só pelo olhar que lhe deu, ele já sabia a resposta que receberia.
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havia acabado de tomar banho. Ainda secava os cabelos, quando se sentou de frente para o notebook. O número de visualizações em seu novo vídeo aumentava a cada minuto, e o número de curtidas nunca havia sido tão alto.
Ela costumava ser bem perfeccionista. Não gostava de fazer nada às pressas, e tinha o hábito de revisar o mesmo vídeo várias e várias vezes, após a edição, antes de postar. Mas não foi assim dessa vez.
- Oi, gente, tudo bom com vocês? – ela disse para a câmera. – Adivinhem onde eu estou! – ela estava animada, ainda que tivesse dois cachecóis enrolados no seu pescoço com o fim de se proteger do frio. – Isso mesmo, na Coréia do Sul!
E como se para provar o que havia dito, girou a câmera em 360º, mostrando todo o ambiente em volta dela.
- Tudo bem, tudo bem, não foi exatamente uma surpresa, não é? Quer dizer, quem me acompanha nas redes sociais sabia que eu estava planejando voltar pra cá para estudar, mas ainda assim... Estar de volta é tão bom! Pode parecer loucura, mas sinto como se, finalmente, estivesse em casa.
E isso não era mentira. tinha sentido muita saudades da Coréia do Sul, que não tinha sido apenas o lugar que a acolheu por dezoito meses, mas avia se tornado parte dela, parte de quem ela era.
- Isso significa que o canal vai voltar a ter vídeos sobre a Coréia e o meu dia-a-dia aqui! Mas também significa que a frequência das postagens dos vídeos vai diminuir, já que, como eu disse, eu voltei para estudar, então vou precisar me dedicar muito ao meu mestrado.
A decisão de participar do programa de bolsas de estudos da faculdade não foi a parte mais difícil. Na verdade, pensar em estudar fora do Brasil era uma decisão fácil. O que estava longe de ter sido fácil foi a efetiva participação do programa de bolsas. Quer dizer, havia alunos brilhantes concorrendo com ela, alunos que também já haviam feito intercâmbio em outros países, alunos com um boletim infinitamente melhor do que o dela, e alunos que possuíam condição financeira muito mais avantajada com relação à dela. Mas no final ela havia conseguido, e com o apoio de seus pais, ela sabia que aquela nova experiência de intercâmbio seria tão boa quanto a anterior.
- Confesso para vocês que, ao mesmo tempo em que queria voltar, estava com medo, com receio. – ela disse enquanto caminhava pela calçada. –Quando vim para a Coréia pela primeira vez, há mais de dois anos, deixei muita coisa para trás. Quer dizer, não foi apenas minha casa, família e amigos que ficaram no Brasil, mas toda a vida que tinha por lá. Mas então eu comecei uma nova vida aqui, com novas pessoas. Pessoas que se tornaram extremamente especiais para mim e, mais do que isso, que se tornaram parte de mim.
Neste momento ela parou de falar para poder atravessar a rua. Esperou o semáforo ficar vermelho, e chegou até à calçada da frente, caminhando em direção a um restaurante que tinha o costume de visitar, pelo menos, uma vez por semana quando morou na Coréia da primeira vez.
- Me despedir dessas pessoas foi difícil, muito difícil. Algumas despedidas eu sabia que não estavam sendo um adeus, mas apenas uma até logo. Outras despedidas eu tive certeza de que seria um adeus, pois sabia que nunca mais nos veríamos. E essa certeza doeu, doeu muito. Doeu cada dia que passamos longe um do outro, cada dia em que não conversamos.
Ela procurou por uma mesa afastada, perto da janela, onde teria uma boa visão da rua e, ao mesmo tempo, teria privacidade para continuar gravando seu vídeo. Agradeceu pelo cardápio entregue pela garçonete, e voltou a falar para a câmera.
- Vocês devem saber de quem eu estou falando. Quer dizer, apesar de vocês não saberem exatamente de quem se trata, vocês sabem que eu cheguei a namorar quando morava na Coréia. Não, não foi uma paixonite boba, nem foi um romance de verão. O que eu e meu namorado, quer dizer, ex-namorado – ela se corrigiu, ainda que sentisse como se tivesse um nó na garganta – vivemos foi intenso, foi especial e vai ficar para sempre no meu coração. Eu senti falta dele, e acredito que ele deva ter sentido minha falta também. Nosso término não foi dos mais fáceis, confesso. Mas, bem, não tínhamos outra escolha, não é? Se o nosso namoro já era difícil quando morávamos a uma cidade de distância, imaginem como seria ter um relacionamento morando em outro continente. Eu sabia que não daríamos certo, nós dois sabíamos que não iria dar certo.
Ela fez seu pedido, escolhendo o prato de sempre, ainda que não tivesse fome nenhuma no momento. Fez o pedido apenas para que a garçonete parasse de a olhar feio, como se desaprovando o fato dela estar ocupando uma mesa, na hora do almoço, e não consumir nada.
- Bom, eu sei que não tenho o direito de pedir isso, e nem sei se você vai estar assistindo a esse vídeo, já que prometemos não procurar notícias um do outro – ela falou, mas dessa vez se direcionando a uma pessoa específica, a – Mas se você estiver assistindo a isso, e tiver algum tempo livre na sua agenda, eu gostaria, gostaria muito mesmo, de poder te encontrar. De novo, eu sei que isso não é justo com você, já que fui eu que tomei a iniciativa de terminar o nosso relacionamento, mas eu gostaria de ter mais uma chance de te ver, de poder conversar com você... Saber como você está, se está se alimentando bem, se está feliz...
Depois dessa mensagem, a qual deixou os olhos de cheios de lágrimas – os quais ela não conseguiu disfarçar na edição final do vídeo – mostrou seu caminho de volta para a casa que estava morando junto a mais duas garotas, já que não havia conseguido vaga no alojamento da faculdade.
Assim que viu o vídeo atingir a marca de quinhentas mil visualizações – uma marca que ela nunca tinha alcançado – e mais de trezentas mil curtidas, resolveu fechar o notebook, escolher um filme para assistir na televisão, e esperar que a pizza chegasse. O que, para a sua surpresa, não demorou a acontecer, já que antes mesmo que pudesse se sentar, ouviu o interfone tocar.
Descalça, com a toalha ainda enrolada nos cabelos, e vestindo o pijama mais confortável que tinha – ainda que não fosse o mais bonito – abriu a porta. E quem encontrou do outro lado não foi o entregador de pizza.
tinha os cabelos bagunçados e olhos fundos. A camiseta que vestia estava amassada, e a calça de moletom que usava parecia que não tinha sido passada.
o olhou da cabeça aos pés. Piscou várias e várias vezes apenas para ter certeza de que seus olhos não estavam lhe pregando uma peça. Antes que ela pudesse proferir alguma coisa, entretanto, foi mais rápido:
- Vim assim que pude. Assisti seu vídeo no momento em que ele foi para o ar, mas só consegui sair do ensaio agora. - tinha a respiração pesada, seu peito subia e descida com velocidade, e seus olhos curiosos procuravam analisar todos os traços de . – Desculpe pelo horário, sei que já está tarde, mas eu não podia deixar de vir vê-la.
nem mesmo havia se dado conta de que já se passava das dez da noite. Estava mais do que acostumada a virar as noites estudando e editando vídeos, então não se importava realmente com o horário. Também sabia que trabalhava até tarde da noite, então não se surpreendeu com o horário em que ele escolheu para aparecer em sua porta. Sua única surpresa era, bem, a própria presença de .
- Como você me encontrou? – ela perguntou baixinho. Porque por mais que não fosse isso que ela quisesse falar para ele, no momento era tudo o que sua mente podia formular.
- Seu vídeo. – ele respondeu. – Quando volta para casa você passou por perto de uma loja que demos autógrafos uma vez. Só foi difícil encontrar a sua casa, em específico. Quer dizer, acho que tive sorte que as outras doze pessoas que atenderam à campainha não me reconheceram.
- Doze?!
- Você disse que queria me ver, disse que queria conversar. – ele explicou rápido. – E, bem, tudo o que eu mais queria era poder vê-la de novo.
- ...
- Você não faz ideia de como senti a sua falta. – ela a interrompeu, dando um passo para frente. – Falta do seu rosto, da sua boca, dos seus olhos... Sonhava todas as noites em me perder no brilho dos seus olhos e em passar meus dedos pela sua pele. Em me perder no cheiro dos seus cabelos e dormir nos seus braços de novo.
Foi a vez de de ficar sem ar. Sem que percebesse, prendeu a respiração, não tendo coragem nem mesmo de piscar e se arriscar a perder qualquer ação de .
- Você não vai me convidar para entrar?
E foi quando percebeu que ainda estava parada do lado de dentro com a porta aberta, mantendo do lado de fora, onde o vento frio do inverno castigava qualquer um que se atrevesse a ficar na rua.
- Nossa, entra, ... Onde eu estava com a cabeça...? – ela não pôde terminar seus pensamentos. Não apenas porque ainda estava confusa demais com a cena que se desenrolava à sua frente, mas porque se viu entre os braços de , quando este a apertava forte, como se tivesse medo de deixa-la ir embora.
- Você disse que queria me ver de novo, disse que queria conversar...
não respondeu, estava concentrada demais o abraçando de volta, tendo os braços em volta da sua cintura, enquanto escondia o rosto na curva do seu pescoço. O cheiro de sempre havia sido seu aroma preferido no mundo.
- Bem, eu estou aqui. Estou aqui para vê-la e para conversar com você. – ele se afastou minimamente dela, apenas para poder olhá-la nos olhos. –Mas não quero fazer nada com pressa, nem mesmo quero pensar que esta pode ser a última vez que nos vemos.
- Eu não quero que esta seja a última vez que no vemos. – ela respondeu.
- Então vamos fazer de hoje o nosso reencontro, um reencontro que não terá fim.
E naquele instante sabia que o seu pedido por uma última chance, uma última oportunidade de vê-lo e de ouvir sua voz, tinha sido atendido. Mas ela também sabia que aquele momento não seria o último, pois os dois tinham finalmente se reencontrado, e não iriam deixar que seu relacionamento terminasse como da última vez.
Fim.
Nota da autora: Quero que atire a primeira pedra quem nunca sonhou em conhecer o ídolo e começar um romance digno de fanfic! Mais do que isso, quem aqui nunca sonhou em ser youtuber, fazer uma entrevista com o seu grupo favorito no mundo todo, e então começar a namorar o seu ídolo? Pois é aqui onde os seus, os meus, os nossos sonhos se realizam, minha gente! HAHAHHAHA Espero que tenham gostado, e que tenham se apaixonado por esse casal que merece todo o amor e sorte do mundo <3
Não se esqueçam de comentar e deixar uma autora pra lá de feliz!
Beijos de luz
Angel
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Babá Temporária (Outros – Finalizadas)
Welcome To a New World (Mclfy – Shortfics)
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FICSTAPES:
10. What If I (Ficstape #036 – Meghan Trainor: Title)
06. Every Road (Ficstape #58 – The Maine – Black & White)
MUSIC VIDEO:
MV: Change (Mv Kpop - Shortfic)
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Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.
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