Some days, things just take way too much of my energy
(Alguns dias, as coisas tomam muito da minha energia)
I look up and the whole room's spinning
(Eu olho para cima e toda a sala está girando)

sentou no chão do camarim sentindo-se mal. Seu coração parecia querer sair pela boca, o ar escapava dos seus pulmões com facilidade, seu corpo tremia com os calafrios que estava sentindo e seu peito doía tanto que parecia infartar. Tentou respirar pelo diafragma, como sua psicóloga tinha falado, mas não estava dando resultado. sentia cada célula sanguínea correr de forma apressada pelo corpo.

— Você não está em perigo. — Disse para si mesma tentando ir de encontro com sua mente.

As crises de ansiedade tinham aumentado cada vez mais durante a turnê, estavam no 56º show e tinha mais pela frente. Seu corpo estava tão dolorido e esgotado que nem sabia dizer, queria pelo menos alguns dias de folga, para deitar e dormir, mas isso não seria possível. Sentia-se solitária a maior parte do tempo, mesmo rodeada de pessoas maravilhosas que compunham a equipe.

Ouviu algumas batidas na porta seguido por uns “dez minutos para se posicionar”, piorando mais ainda a situação.

Time goes by, and I can't control my mind
(O tempo passa e eu não consigo controlar minha mente)
Don't know what else to try
(Não sei mais o que tentar)

Estádio lotado, mais de oitenta e cinco mil pessoas, Carolina do Sul em peso para vê-la, a maior audiência até agora. E se errasse alguma coisa? E se falhasse? Por mais que tivesse feito isso inúmeras vezes, qualquer coisa poderia dar errado e decepcionaria milhares de fãs em uma só noite.

Encostou a cabeça na parede, ergueu a visão para o teto e fechou os olhos logo em seguida. Precisava controlar-se, atrasar ou não conseguir entrar seria um desapontamento maior, com certeza.

Lembrou-se do que a fez chegar onde estava, das primeiras gravações, das primeiras vezes que foi reconhecida na rua, das primeiras performances e shows tinha bastante o que agradecer, entretanto questionava a si mesmo se tudo isso valeu a pena. A fama trouxe lado ruim: sua privacidade era quase sempre invadida, haters em todas as redes sociais -isso quando não era obrigada a ouvir muitas coisas pessoalmente- e as famosas manchetes sensacionalistas que vez ou outra a transformava em vilã. Mas seus fãs eram incomparáveis, davam apoio sempre e ajudavam sempre. E foi aí que entendeu do que precisava para se recompor emocionalmente. Gostava de ser 100% sincera com seu fandom e agora não seria diferente.

Levantou-se com um pouco de dificuldade sentindo suas pernas falharem aos poucos, pegou celular que estava em cima da bancada de maquiagem, sentando em uma poltrona em seguida. Tentou controlar a respiração mais uma vez, precisava de um pingo de concentração para digitar, abriu o twitter e escreveu o máximo que conseguiu tirar da mente naquela situação.

@: “noite difícil, ansiedade está tomando conta. amo vocês, não quero decepcionar.”

Não demorou muito para que as respostas chegassem, tentou ignorar todas as respostas negativas e focou nas positivas, voltando a praticar o exercício do diafragma.

@bztterfl1es: “Fica bem, estamos aqui para enfrentar qualquer coisa juntos - anexo de um gif da cantora sorrindo de maneira fofa”

@myeverythhing: “Respire, meu amor, queremos te ver bem.”

@panic: “Você consegue superar isso, continue respirando.”

@rainsdropn: “Imagine o fandom inteiro te abraçando nesse momento, você não está sozinha, nunca estará.”

Lendo as mensagens pouco a pouco, vendo alguns vídeos de shows que já tinha feito e a quão boa era naquilo que fazia, sentiu seu corpo normalizar. A respiração voltou ao normal, o coração desacelerou aos poucos e seu sangue passou a passar com menos pressa pelas veias, finalmente conseguindo efeito com o diafragmático de respirar. Os olhos encheram-se de lágrimas quando a hashtag #YouGotIt subiu rapidamente para o trending topics. O apoio, a confiança e as palavras que cada um dizia tão acolhedora que pareciam realmente estarem ali abraçando-a.

Joana, a assistente, entrou no camarim para avisar que já estava na hora de organiza-se para subir no palco e tomou um susto quando viu que a cantora chorava enquanto olhava a tela do celular.
— Está tudo bem? — tomou um susto e limpou as lágrimas rapidamente.
— Agora acho que sim. — Respondeu já sorrindo.
— E por que choras, pequena borboleta?
— Porque sei que tenho os melhores fãs do mundo. — Ela respondeu bloqueando o telefone e levantando-se para olhar na penteadeira. — Chama o Chris, por favor? Acho vou precisar de um retoque para a maquiagem.

Depois de devidamente retocada, a cantora se dirigiu até os corredores, agradeceu a todos da equipe pelo esforço de montar mais um show, mais uma noite. Reuniu-se com os bailarinos e banda, fazendo uma oração antes de seguir para o palco. Quando o microfone foi entregue em suas mãos, olhou os detalhes de pedras brilhosas que pediu para colocarem, eram brancas com algumas vermelhas escrita “Butterflies”, o nome do seu fandom.
Nem tudo nessa vida é fácil, ela pensou, mas tinha sempre que confiar em si mesma, só assim teria certeza que não desapontaria aquelas que tanto a apoiam. E se em algum momento algo desse errado, deveria apenas respirar e seguir em frente.

Just keep breathin' and breathin' and breathin' and breathin'
(Apenas continue respirando e respirando e respirando e respirando)
And oh, I gotta keep, I keep on breathin'
(E, oh, tenho que continuar, continuar respirando)

Nota da autora: Nem sei o que dizer, quando pensei em escrever, imaginei uma coisa, porem quando escrevi saiu outra. Não peguei nenhuma música fofinha para escrever um romancezinho, meu mood devia tá legal quando escolhi hahahaha. Mas enfim, ficou curtinha, no entanto eu gostei do resultado e espero que vocês também. Não saiam sem comentar, plis ❤



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Longfics:
Trending Topics [Tom Holland/Em andamento]
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25. No candle No lights [Icarus Falls - Zayn Malik]
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