Fanfic finalizada.

Capítulo Único

Quando adentrou a cena do crime, seus olhos se arregalaram levemente e sua expressão era a de quem se controlava ao extremo para não desabar. Suas mãos tremeram quando ele pegou os óculos de um dos bolsos de sua jaqueta e os colocou em seus olhos para que pudesse enxergar maior precisão.
Enquanto se aproximava, colocando as luvas de látex, o choque estava estampado em seu rosto e o agente Hawthorne, que o observava a poucos metros de distância, cogitou afastá-lo dali. Ele devia ter previsto que aquilo seria demais para . Já era pesado para toda a equipe, quem diria para ele, que era talvez a pessoa mais próxima de uma das vítimas.
caminhou lentamente por entre os corpos, tomando cuidado para que não pisasse nenhum, a câmera em suas mãos registrava algumas imagens enquanto a tremedeira ainda não havia o abandonado.
Aquele era o tipo de crime que poderia ser considerado perfeito. Literalmente, uma obra prima. Os corpos dispostos de forma circular e simétrica, a resina utilizada para sua preservação sem danificar a composição, os ricos detalhes em cada uma das vítimas, as mulheres maquiadas, os homens bem penteados. O assassino havia sido meticuloso, como se preparasse tudo com cuidado, com devoção e zelo. E, no meio daquela obra, como um prêmio especial, estava Soren Lamartine.
Os cabelos loiros estavam bem alinhados, os lábios cheios preenchidos com um batom vermelho sangue e seus belos olhos, diferente das demais vítimas, estavam bem abertos, demonstrando o tom fosco do verde, outrora vibrante e sempre faiscando o desejo da justiça que ela buscava em cada caso que investigava. Conviver com a ideia de que Soren se fora seria uma tarefa árdua para todos os que a admiravam no FBI.
A expressão da garota a era de profundo choque, como se a identidade do assassino houvesse lhe surpreendido, algo que este tomou o cuidado de deixar bem preservado e evidente. Descendo o olhar por seu corpo nu, ela estava perfeitamente posicionada, com o tronco inclinado quase como se a mulher estivesse sentada, a cabeça num gesto quase espontâneo, se não fosse a expressão de incredulidade, e a mão disposta de forma displicente, segurando um manto amarelo ao seu redor. Um desviar de olhos revelaria as duas outras figuras femininas, um pouco distantes, porém ainda no centro do grande "círculo", composto por uma paleta de tons de pele. Ambas as mulheres possuíam os cabelos castanhos, uma delas se encontrava, em uma posição também quase sentada, ao lado esquerdo de Soren, enquanto a outra estava à sua direita. Não foi difícil para identificar que ali estava mais uma assinatura do Estripador de Baltimore. Era uma representação de "As Grandes Banhistas" de Renoir.
virou o rosto por alguns instantes, engolindo em seco e deixando que uma lágrima escorresse do canto de seus olhos. David Hawthorne se aproximou do homem e lhe tocou os ombros, num sinal de cumplicidade, afinal, a reação dele deixava evidente para qualquer um que e Lamartine eram mais do que colegas de trabalho.
E quando David parava para analisar, se sentia idiota por não ter percebido antes que nutria algum sentimento pela agente. Já havia o flagrado inúmeras vezes com seus olhos fixos na mulher. Obviamente, ela era bastante atraente, mas Hawthorne notava pelos gestos do colega que havia algo diferente, algo que ia além de mera atração física.
David já havia escutado algumas vezes que analisava demais as pessoas e aquilo acabaria se voltando contra ele um dia.
, você deveria ir para casa. Deixa que eu e a agente cuidamos desse caso — ele disse, num tom amigável, no entanto, o olhou prontamente e balançou a cabeça em negação.
— Não vou a lugar algum, Hawthorne. Eu estou no comando do caso do Estripador a partir de agora — ele afastou o toque do colega e tirou uma das luvas para passar as costas das mãos em seu rosto e enxugar a lágrima que havia caído. Respirou fundo e abriu um meio sorriso, numa forma de mostrar que estava tudo bem, mas aquilo acabou se parecendo mais com uma careta. — Soren Lamartine não se deixaria abater pela morte de um colega de trabalho, ainda mais quando estamos tão próximos de encontrar o assassino — afirmou, decidido. David soltou um suspiro. Deveria imaginar que a teimosia de não o permitiria se afastar.
— Longe de mim querer impedi-lo de alguma coisa. Como disse, agora é você que está no comando. Só achei que precisaria de um descanso. Nunca é fácil analisar uma cena de crime onde a vítima foi um de nós. Ainda mais a Soren – Hawthorne deu de ombros, demonstrando em seu tom de voz que já esperava aquela reação dele.
— Eu estou bem – o tom de foi categórico e o outro, por fim, se conformou. Não conseguiria fazer a cabeça do agente, isso ele já sabia desde o início, mas não lhe custava tentar, certo?
trocou as luvas de látex e se abaixou diante do corpo de Soren, analisando os traços delicados do rosto da jovem com atenção, deixando sua mente vagar pelos detalhes à procura de respostas para desvendar aquele crime. Pelo menos era isso que Hawthorne imaginava enquanto permanecia ao lado do homem, sem dizer mais nenhuma palavra enquanto trabalhava, porque não queria atrapalhá-lo.
Por dentro, guardava uma sensação incrível que quase chegava próxima a de dever cumprido. Ele havia concluído sua obra e, mais do que isso, havia conseguido entregá-la ao seu senhor para que este enfim desse seu toque final especial. E deu, ali estava sua marca, seu traço genial. gargalhava por dentro, lembrando perfeitamente da expressão de Lamartine quando descobrira para quem havia se entregado. Ela havia sido ingênua, completamente diferente da imagem de agente focada, desconfiada e determinada que sempre buscava passar, era verdade. No fundo, Soren Lamartine não passava de uma garotinha sonhadora, que pensava ter encontrado seu príncipe encantado nele: . Mas ela merecia certo crédito, chegara quase ao assassino e era por isso que havia recebido um lugar de honra naquela obra de arte. não esperava menos do Estripador de Baltimore.
Ele delineou o corpo de Lamartine com uma de suas mãos, desenhando as curvas como se assim as imagens do assassino surgissem em sua mente e franziu o cenho, desviando seu olhar para o novo parceiro de investigação, abrindo a boca para dizer algo, mas sendo interrompido quando David se abaixou ao seu lado e, com as mãos também protegidas pelas luvas, pegou um pedaço de papel dobrado cuidadosamente embaixo dos fios loiros de Soren.
— Ele nos deixou um recado, — voltou a olhar para o agente e estendeu o bilhete em sua direção. o pegou, abrindo-o com curiosidade, dessa vez genuinamente surpreso com o ato do Estripador de Baltimore, então o leu, percebendo que Hawthorne espiava por cima de seus ombros.


"O Cordeiro está prestes a se tornar um Leão. Atentem-se às ovelhas".


Não estava escrito em nenhuma caligrafia fina, as palavras haviam sido digitadas em uma fonte elegante e não possuía assinatura alguma, porém aquilo deixava claro para quem era o autor daqueles crimes, todas as evidências apontavam para ele.
— O que isso quer dizer? — a voz de David soou, despertando de seus pensamentos e ele alisou as palavras do bilhete, relendo o que estava impresso e lançando um olhar confuso ao colega.
— Não faço ideia, mas nós vamos descobrir — ele afirmou, ainda refletindo no que havia lido. Ele era um excelente mentiroso porque David acatou suas palavras sem questionar, mas a verdade era que sabia muito bem o que o Estripador de Baltimore queria dizer. Era para ele. Ele estava sendo cumprimentado pelo presente que havia dado ao seu senhor. Cumprimentado e ao mesmo tempo alertado sobre como as coisas entre os dois iriam se desenrolar.
— Precisamos levar isso para análise, talvez nos leve até ele — conteve a vontade de revirar os olhos para aquele comentário de Hawthorne porque era algo óbvio, era o que mandava o protocolo, no entanto, nada disse, apenas assentiu e guardou o bilhete em um dos sacos próprios para conter vestígios. Identificou da maneira necessária na cadeia de custódia e mais algumas horas se passaram enquanto coletavam evidências, analisando cada centímetro do local do crime.
Os corpos haviam sido recolhidos quando se deu conta de mais algo que o Estripador havia deixado claro em suas palavras.
Ele estava confirmando para FBI que o imitador realmente existia.


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O Estripador levou a taça de vinho próximo aos lábios e deixou o aroma tomar conta de suas narinas, fechando os olhos e inspirando ainda mais o ar, sorrindo em aprovação. Logo o gosto da bebida inundou seu paladar, revelando uma combinação levemente ácida e doce ao mesmo tempo. Ele largou a taça novamente em cima do balcão da cozinha e então pegou a grande faca, específica para a finalidade daquela noite: preparar um bom jantar.
Deslizou a lâmina com facilidade e gentileza sobre a carne macia e vermelha, preparando fatias exatamente com a mesma espessura, amaciando para despejar na tigela onde os temperos estavam preparados. Aquele tipo de carne, especificamente, era seu favorito, tanto pelo animal do qual fora retirada como da região provinda. Quem não apreciava um bom lombo assado e suculento como aquele, não sabia apreciar os prazeres da vida. Pelo menos era assim que o Estripador pensava e só refletir sobre o aroma lhe deixava com água na boca, sedento para degustar daquele prato e satisfazer seu organismo faminto.
Quando o prato finalmente estava pronto, ele se sentou à mesa, dando uma garfada e fechando os olhos ao sentir o sabor da carne. Um gemido baixo de satisfação ecoou de sua garganta. Nada se igualava ao sabor da carne humana. Mais adocicada que as outras, mais macia porque ele se esforçava ao máximo para não estressar as vítimas antes de abatê-las. O sabor era único, viciante e para ele não havia melhor, assim como ele achava que não havia destino melhor para uma criatura como o ser humano.
E enquanto ele estava ali, na mesa de jantar, apreciando a refeição tão maravilhosa que havia preparado, a mente do Estripador trabalhava calculando seus próximos passos. Planejava quais seriam as próximas falsas esperanças que daria ao FBI, porque ele se divertia imensamente em ver a frustração dominar o rosto dos investigadores, apenas confirmava sua genialidade.
Agora ele possuía um brinquedinho especial. Alguém que dominava seus pensamentos de forma talvez mais intensa do que Soren Lamartine, a agente que confiava demais em si mesma a ponto de não enxergar algo que estava bem debaixo de seu nariz.
O Estripador de Baltimore já guardava um presente especial para seu admirador e ansiava pelo momento em que ambos se encontrariam novamente. Definitivamente, , o agente perfeito, merecia sua atenção e o devido crédito por ser tão brilhante quanto ele.
Mas o Estripador não gostava que tentassem igualá-lo. Ele era único. E seu nome não seria apagado pelas ações de um principiante, mesmo que este em questão não tivesse a intenção alguma de ocupar seu lugar ou de ofuscá-lo.
merecia uma retribuição pelos mimos que dava de presente ao Estripador e este o faria de bom grado. Majestosamente de bom grado.
Outro sorriso se formou nos lábios do assassino e este levou novamente o garfo à boca, mastigando lentamente e mais uma vez saboreando o sabor adocicado da carne tão meticulosamente preparada. E enquanto ele apreciava seu feito, imaginava o quão doce seria também o sabor da carne de seu admirador.

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foi deixado sozinho na sala que antes pertencia também à sua colega de trabalho. Ele havia recém deixado o necrotério, onde fora confirmado o que ele já esperava: a grande obra de arte fora atribuída ao seu senhor.
As palavras do bilhete martelavam em sua mente e ele sabia que por mais que David Hawthorne não deixasse transparecer, havia captado a mensagem nas entrelinhas.
Ele precisava se livrar de Hawthorne, mas aniquilar outro colega de trabalho estava fora de questão, levantaria suspeitas contra si. precisava desviar a atenção dele para outra coisa e foi por isso que o rapaz soltou um longo suspiro e emitiu as palavras que decididamente ganharam a atenção do outro agente antes de se retirar da mesa de necropsia.
— Ele estava brincando conosco o tempo todo. Fomos malditos marionetes.
— O que quer dizer com isso, ? — Hawthorne questionou, arqueando a sobrancelha.
— Que o Estripador de Baltimore quis que pensássemos que havia um copiador para que nossas atenções fossem divididas. Com isso, perdemos Lamartine. Nunca existiu um copiador, era ele o tempo todo.
Hawthorne o encarou por alguns segundos, com uma expressão um tanto confusa enquanto refletia sobre as palavras de , tentando entender qual havia sido a lógica que levara o agente àquela conclusão. E quando se deu por vencido, soltou um suspiro e voltou a questionar .
— E o que lhe fez chegar a isso? Quer dizer, você mesmo levantou as suspeitas de que havia um imitador, o que lhe faz pensar que de fato era o próprio Estripador de Baltimore? — Hawthorne tentou soar de forma curiosa, mas não gostou nem um pouco de ouvir aquela pergunta. Em sua cabeça, David havia soado desconfiado e, mais do que isso, ele havia questionado seu trabalho. Isso fez com que franzisse o cenho e passasse a língua pelos lábios, respondendo de forma venenosamente paciente.
— Não fui eu que levantei as suspeitas, agente Hawthorne. As evidências nos levaram a elas, afinal de contas, nós temos que ouvir o que estas nos dizem e não agir conforme o que achamos que seja a solução, não é mesmo? — por fim, arqueou uma das sobrancelhas, esperando qual seria o contra-argumento de David Hawthorne.
O rapaz então pareceu extremamente desconcertado, suas bochechas adquiriram uma tonalidade avermelhada e ele gaguejou algumas vezes, pigarreando para que sua voz soasse mais clara antes de enfim responder.
— Desculpe, agente . Não foi minha intenção questionar seus procedimentos durante a investigação de maneira alguma, eu apenas gostaria que esclarecesse um pouco sua linha de raciocínio, porque não consegui acompanha-la — a voz do rapaz soou extremamente sem jeito e teve que conter a vontade de gargalhar dele. Hawthorne não precisava de muito para ir de super agente fodão a um mero principiante idiota. E era assim que o rapaz agia naquele exato momento, pegando alguns papéis da mesa de e organizando de forma alinhada, como se ele estivesse ali para aquilo.
apenas permaneceu encarando o constrangimento de David e saboreou aquilo por alguns poucos segundos enquanto o outro se enrolava nas palavras cada vez mais.
— Hawthorne — ele chamou a atenção do agente e este imediatamente interrompeu sua fala para prestar atenção no que diria. — Não é necessário que se desculpe ou se justifique. Apenas tome cuidado com suas palavras ou poderá acabar trazendo para si problemas maiores do que você pode enfrentar — e ali estava a ameaça nas entrelinhas, algo que o outro notaria se fosse esperto o bastante. A verdade era que havia perdido as contas de quantas vezes já havia questionado mentalmente a admissão de Hawthorne no cargo que exercia. Não era possível que alguém pudesse chegar até ali sendo tão ingênuo e incompetente como o rapaz era.
— Não se repetirá, agente — ele ouviu a voz do rapaz ecoar e despertá-lo de seus pensamentos.
— Ótimo — ele respondeu, de volta. — Quanto ao que me levou àquela conclusão, comece analisando o bilhete que nosso Estripador deixou na cena de crime, Hawthorne. Depois na sequência de crimes do suposto copiador. O que separa os crimes do Estripador de Baltimore dos crimes do copiador de início são ínfimos detalhes, que depois se tornam detalhes bobos e quase propositais. Então temos a morte de nossa colega de trabalho, que recebeu uma ligação, no mesmo dia de sua morte, na qual uma ameaça clara foi proferida contra a vida dela. Já não é surpresa que o Estripador gosta de fazer joguinhos e esse foi um muito bem arquitetado por ele. — deu de ombros e soltou um suspiro cansado antes de concluir seu raciocínio. — Você só precisa analisar e interpretar as evidências da forma correta, Hawthorne, e elas lhe mostrarão as respostas. Agora, se me dá licença, preciso conferir como andam as coisas nas análises de DNA.

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Enquanto seus olhos estavam concentrados na tela do notebook, onde uma série de notícias dos mais diversos tipos eram acessadas e lidas, parte dos pensamentos do Estripador de Baltimore também relembravam a expressão de surpresa que havia feito quando encontrou o bilhete sutil deixado por seu ídolo. Isso só provava o quão inexperiente e inferior o outro era e o Estripador já tinha o plano perfeito arquitetado para seu mais novo propósito.
Para provar que aquele copiador nunca chegaria aos seus pés, o Estripador o entregaria de bandeja para o FBI.
Uma gargalhada irrompeu pela sala de estar num tom que parecia ter sido feito para combinar com a ópera que tocava baixinho de fundo. Ele então estendeu uma das mãos para pegar a taça que nunca lhe abandonava e inalou o aroma, mexendo a peça circularmente antes de bebericar o vinho e voltar a largá-la na mesinha de centro. Sentiu as notas cítricas da bebida, misturadas à sensação dos taninos, que amorteciam levemente sua língua. Ele era um adorador de vinhos nato, o que tornava praticamente sagrada a hora em que ele decidia beber uma taça.
Naquele momento, ele havia brindado a , que não só falharia como copiador, ele falharia como agente também, já que havia deixado de lado essa parte de sua vida para se dedicar a agradar o Estripador. E como se fosse algo premeditado, como se seus pensamentos o atraíssem até ali, naquele mesmo momento, a campainha do confortável apartamento começou a tocar.
A pessoa não foi insistente, já que o som ecoou apenas uma vez. Calmamente, o Estripador foi até a porta, mas não precisou abri-la para ver quem estava do outro lado, pois já sabia com precisão quem era e para confirmar seus pensamentos viu o exato momento em que um bilhete passou por debaixo da porta. Então ele se abaixou, pegou o bilhete em mãos, passando o polegar pelo papel e sentindo sua textura antes de abri-lo e encontrar a mesma fonte elegante e digitada que ele havia usado também. Enquanto lia o conteúdo daquele bilhete, um sorriso satisfeito foi se abrindo em seus lábios.
estava lhe convidando para um espetáculo.

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Os olhos azuis do rapaz estavam focados na pista de dança, onde uma ruiva com belas curvas e olhos verdes dançava com David Hawthorne. Aquela era Candace Robbins, uma blogueira que gostava de publicar algumas mentiras sobre as investigações do FBI. Uma de suas colunas uma vez havia chegado a acusar Soren Lamartine de ser o Estripador de Baltimore, o que arrancou boas gargalhadas de , embora as postagens de Candace costumassem lhe irritar profundamente.
Hawthorne estava tendo um caso com a moça e talvez por isso ela soubesse de tantos detalhes para publicar suas colunas infames. Isso só provava mais ainda a o quanto o outro era incompetente.
O rapaz passava as mãos pelas laterais da cintura de Candace, descendo devagar em direção à sua bunda, mas sendo impedido de apertá-la como pretendia porque a moça então virou de costas para ele, se esfregando em sua ereção e direcionando os belos olhos para , enquanto Hawthorne estava tão envolvido que nem ao menos percebeu.
abriu um sorriso de canto e ergueu o copo de uísque em sua direção, como em um cumprimento, então bebeu um longo gole e passou a língua pelos lábios. Seus olhos passearam lentamente pelo corpo da mulher, sem nenhuma discrição, e ele aprovou o que via, porque por mais irritante que Candace Robbins fosse, ele não podia negar o quanto também era gostosa.
Candace lhe sorriu de volta e mordeu o canto do lábio enquanto se movia com sensualidade, ignorando as mãos de David lhe apertando e apalpando os quadris, tudo o que ela conseguia ver eram os olhos azuis escurecidos de desejo de .
Naquela noite, ela o queria.
E naquela noite ela o teria.
Mas primeiro ela precisava se livrar do rapaz atrás de si, que estava tão preocupado com o prazer próprio que não havia percebido também que a mulher já não acompanhava mais os movimentos dele.
— Preciso ir ao banheiro, David — ela disse, sem se virar para encarar o rapaz, que nem ao menos entendeu o que a moça havia dito, murmurando um "Ahn" atordoado quando ela soltou uma risadinha baixa e afastou seu corpo do dele. — Eu vou ao banheiro, darling. Por que não pega umas bebidas para nós? — sugeriu, piscando enquanto se afastava. David passou a mão pelos cabelos, acenando positivamente com a cabeça e olhando em volta, procurando pelo amigo, mas não vendo em lugar algum, então deu de ombros e seguiu sozinho para o bar.
havia sinalizado que seguiria a garota assim que ela se livrasse de David. E foi exatamente o que fez quando a mulher deixou o rapaz atordoado no meio da pista de dança e seguiu em direção ao banheiro feminino.
Mais um sorriso de canto se formou nos lábios de e ele bebeu o restante de seu uísque todo de uma vez, ajeitando a gola da camisa e seguindo por onde Robbins havia ido.
— Procurando informações para tentar arruinar a carreira de quem dessa vez? — prensou o corpo da moça com brutalidade contra a porta do banheiro assim que Robbins a fechou. A voz do rapaz havia soado grave e sedutora em seu ouvido e Candace arfou ao sentir o contato do corpo dele no seu.
— A sua — ela soltou uma risadinha excitada, empinando a bunda para trás e roçando no pau de , que apertou sua cintura com força e moveu o quadril de encontro a ela, se esfregando ainda mais em sua bunda.
— A minha? Você devia tomar cuidado com o que deseja, Robbins. Quem pode acabar arruinada é você — mordeu o lóbulo da orelha da moça enquanto sua voz permanecia naquele mesmo tom sedutor. Candace gemeu baixinho, sentindo a ereção do rapaz ser pressionada com mais afinco contra ela ao mesmo tempo em que uma das mãos do rapaz deslizava por sua coxa e adentrava o vestido preto e curto que ela usava. Ele apertou a parte interna da coxa de Candace e seus dedos brincaram com a renda da calcinha também preta que a moça vestia. Ela prendeu o lábio inferior tingido de vermelho entre seus dentes e soluçou baixinho quando sentiu adentrar o tecido e roçar em seu clitóris. Os lábios de roçaram o pescoço da mulher e sua ereção continuava a pressioná-la com cada vez mais intensidade, fazendo com que o oxigênio se tornasse cada vez mais escasso e os pensamentos dela cada vez mais nublados.
— Mal posso esperar para ser arruinada por você, — mesmo atordoada pelas carícias que ele lhe fazia, ela virou o rosto para responder, roçando seus lábios nos do rapaz, que soltou uma risada rouca em seu ouvido e depositou uma mordida leve na nuca da garota, passando a língua em seguida e percebendo as reações dela em resposta. Seus dedos acariciaram o clitóris de Candace de forma torturantemente lenta e circular, fazendo com que ela se contorcesse e choramingasse baixinho por mais.
— Sabe o que eu vou fazer com você, Candace? Vou provar cada centímetro dessa sua pele quente, vou te colocar sentada ali naquela pia e chupar essa sua boceta encharcada até te ouvir implorar por mais. E só quando fizer isso eu vou te rasgar do tanto que vou enterrar meu pau em você. Quero que você grite para que todos nesse lugar saibam o que estamos fazendo aqui — a enxurrada de palavras ecoou dos lábios de e para provar seu ponto dois dedos dele a adentraram, fazendo com que estremecesse e soltasse um gemido mais alto. — Boa garota — então ele retirou seus dedos de dentro dela e a puxou sem delicadeza alguma para que ficasse de frente para ele, fazendo com que suas costas se chocassem na parede. Candace soltou um gritinho exasperado e no momento seguinte sentiu os lábios de tomarem os seus com voracidade.
Ela retribuiu, enlaçando a cintura dele com uma de suas pernas e procurando sentir mais da ereção deliciosamente pulsante. Os dentes dele envolveram o lábio inferior dela e puxaram de forma lenta e sedutora, enquanto as mãos da mulher desceram pelas costas de , deslizando as unhas até a barra da calça. A boca dele desceu pelo seu pescoço, explorando de forma faminta até o busto e ela se livrou do cinto que o rapaz usava, atirando-o em um canto qualquer do banheiro. Apertou a bunda dela com força, grudando mais seus corpos e subindo o vestido até a cintura de Candace para que pudesse explorar seu corpo com mais liberdade. Então uma de suas mãos subiu até um de seus seios, apertando e seguindo até a alça do vestido, puxando-a para baixo e fazendo o mesmo com o sutiã em seguida.
Os olhos de faiscaram e seus dedos brincaram com o bico do seio de Candace, que engoliu em seco, mas não resistiu quando a língua do rapaz passou a acariciá-la, lambendo com vontade e intercalando com seus dentes, que arranhavam o mamilo para depois voltar a chupar com vontade. A moça quase não conseguia se conter e quanto mais via que ela perdia o controle, mais ele fazia.
Candace tocou a ereção de por cima da calça, apertando e notando o pau do rapaz pulsar em resposta. Passou a língua pelos lábios, sentindo vontade de livrar daquela peça para abocanhá-lo com vigor. Então segurou na parte inferior das coxas dela, fazendo ela tomar impulso e enlaçar a outra perna na cintura dele. Candace entendeu o recado e quando deu por si sentia sua bunda encostar em algo gelado, que logo identificou como a pia do banheiro.
Seu corpo inteiro se arrepiou quando ela viu os lábios levemente vermelhos de se abrirem em um sorriso sedutor. Ela sabia o que viria a seguir e sua boceta pulsou em expectativa por aquilo.
Ele se livrou da calcinha da garota e abriu mais suas pernas, mordendo o lábio e se aproximando para tocar a boceta dela com a língua. A mulher estremeceu ao senti-lo lamber seu clitóris devagar, mas ele queria mais do que aquilo, então apertou as coxas dela com força e começou a chupá-la com vontade. A excitação da moça aumentou ainda mais e quanto mais ele a chupava mais ela sentia o mel escorrer por suas pernas, que ela pressionava na cabeça dele como se não quisesse que saísse dali nunca mais.
A língua de desceu até sua entrada e então voltou ao clitóris, acariciando circularmente e fazendo a garota soluçar de excitação. Ele repetiu o ato e um grunhido ecoou da garganta da garota, que recebeu uma risadinha baixa em resposta. Estremeceu porque só de sentir a respiração de em sua boceta já estava lhe deixando maluca.
— O que você quer, Robbins? — a voz rouca de ecoou, enquanto os dedos dele voltavam a lhe tocar, lhe abrindo e deixando sua boceta ainda mais exposta para ele.
— Eu... — um gemido ecoou quando ele meteu novamente seus dedos, movendo-os dentro dela e tirando novamente.
— Vamos lá, ruivinha. Implore — ele repetiu o ato, sua voz soando autoritária enquanto Candace estremecia cada vez mais.
— Eu quero sua língua dentro de mim, — Candace respondeu, com a voz fraca, e gemeu mais alto quando ele atendeu ao seu pedido, metendo a língua em sua boceta e a movendo para dentro e para fora, girando dentro dela. Robbins estremecia, cada vez mais tomada pelo prazer, segurando os cabelos de e puxando-os para que assim puxasse também a cabeça dele para mais perto da boceta dela, como se assim sua língua pudesse entrar ainda mais fundo.
Espasmos se espalharam por todo o corpo de Candace e ela estremecia com violência, soltando gemidos mais altos enquanto sentia o primeiro orgasmo chegando com força. Um grunhido frustrado então interrompeu seus gemidos quando afastou sua boca da boceta dela, voltando a juntar seus lábios com voracidade e sentindo as unhas de Candace se enterrarem em seus braços.
— Me fode, — ela implorou, em agonia, voltando a grudar seus lábios nos dele e explorando sua boca com vontade, desabotoando a camisa do rapaz e a jogando também no chão assim que se livrou da peça. então a puxou, fazendo com que descesse da pia e a olhou autoritário.
— Vire-se de costas então, e empine bem essa bunda para mim.
Ela prontamente atendeu ao seu pedido, mordendo o lábio e o encarando com o rosto virado em sua direção.
— Olha para o espelho, Robbins. Quero ver sua cara pelo espelho enquanto te foder bem gostoso — ele mandou, enquanto se livrava da calça e colocava um preservativo. Seu pau apontava na direção da mulher, duro e pulsante, e ele estava louco para meter nela de uma vez, ouvir ela gritar como ele havia prometido que ela faria. Mas adorava joguinhos e foi por isso que passou a esfregar a cabeça de seu pau na boceta dela, para cima e para baixo, ameaçando adentrá-la e ouvindo a ruiva soluçar de tesão, resmungando impaciente.
— Por favor, ... — implorou, esganiçando de vontade. — Me fode logo. Enterra seu pau em mim com força. Me faça gritar — e aquelas palavras haviam sido a deixa para que ele perdesse o controle de vez.
Segurou os cabelos da ruiva, enrolando-os em uma mão enquanto com a outra abria bem a bunda dela para que pudesse meter em sua boceta do jeito que ela havia pedido. Então ele entrou nela com força, se enterrando todo de uma vez e grunhindo de prazer ao senti-la apertando seu pau.
— Tão gostosa, Robbins — ele saiu e voltou a meter com força, começando a se mover com cada vez mais intensidade, até que mantivesse um ritmo e o barulho do choque de seus corpos pudesse ser ouvido.
... — a voz dela ecoava em meio aos gemidos, que aumentavam gradativamente o volume.
fixou seus olhos no espelho, metendo com mais velocidade e sentindo seu corpo estremecer cada vez mais. Ele via com perfeição as expressões de prazer de Candace, ela mordendo os lábios a ponto de quase sangrarem, a expressão satisfeita e ao mesmo tempo perdida em meio às sensações provocadas pelas estocadas fortes.
— Boa menina, Candace. Rebola para mim, vai — de imediato ela atendeu ao pedido dele, movendo seu quadril de forma circular e sentindo o pau dele tocando cada centímetro de sua boceta, que pulsava e se contraía cada vez mais, apertando o pau de e lhe arrancando grunhidos cada vez mais excitados.
O suor escorria pelas costas de Candace e ela sabia que ele não estava diferente. Assim como ele, ela podia ver as expressões de prazer que ele fazia e o tesão aumentava de um jeito absurdo, quase lhe enlouquecendo quando ele aumentou ainda mais as estocadas, fazendo com que o estremecimento do orgasmo voltasse a dominar o corpo da mulher, se espalhando em espasmos.
também estava muito perto do ápice, sua mão puxava os cabelos de Candace com força e ele estocava com afinco, tocando a cintura dela com a mão livre. E quando Robbins soltou um gemido prolongado, estremecendo por completo e deixando as sensações do orgasmo lhe preencherem, ele, com os olhos fixos no espelho, imaginou com perfeição sua mão empurrando a cabeça de Candace com brutalidade na direção do espelho, afundando-a ali enquanto o vidro quebrado liberava o sangue, tão rubro e vibrante quanto a cor dos cabelos da moça.
A imagem do Estripador de Baltimore se formou no reflexo do espelho, tão vívida em sua mente que era como se este estivesse ali, presenciando mais um possível feito de seu mais fiel seguidor. tinha certeza de que seu ídolo se deliciaria com aquela daquela garota, já que o que tinha de insolente lhe faltava na inteligência. a tinha nas mãos, um golpe e poderia servir o sangue dela em uma taça enfeitada para o Estripador.
Aqueles pensamentos eram o que ele precisava para então explodir e se derramar em prazer dentro dela, desmontando exausto no fim do ato, mas sentindo a necessidade corrente de mais uma vez presentear aquele que admirava tanto, não lhe importava o fim que aquilo tudo teria.

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viu o momento exato em que o maestro deixou o prédio da orquestra sinfônica local. Passava das duas da manhã e as ruas de Baltimore estavam silenciosas e desertas por ser dia de semana. Ele havia esperado pacientemente até que o homem, que devia ter uns 35 anos de idade, saísse de mais um dia de ensaios porque a agonia não estava lhe deixando em paz, ele precisava fazer alguma coisa para agradar seu senhor. Havia percebido desde aquele bilhete que o Estripador de Baltimore estava chateado com ele por algum motivo e aquela situação não poderia se sustentar. faria o que fosse preciso para que seu senhor permanecesse feliz.
Isso incluía, portanto, lhe entregar mais uma obra de arte.
Ele se aproximou de forma sorrateira do homem, que caminhava um tanto apressado em direção ao seu apartamento, este ficava a apenas algumas quadras do trabalho. havia passado alguns dias observando todos os movimentos do maestro, fosse pessoalmente, fosse pelas câmeras que monitoravam algumas ruas e assim descobriu que a orquestra ensaiava a todo vapor devido a um evento que aconteceria no mês seguinte. O maestro era sempre o último a deixar o prédio, caminhava até a rua em que morava e fumava um cigarro antes de entrar em casa.
Aquele seria o momento perfeito para que atacasse.
Caminhou com calma e as duas mãos enterradas nos bolsos do grande sobretudo preto. Os óculos de grau em seu rosto e uma toca cobria suas orelhas para evitar que fosse reconhecido por mais que fosse pouco provável que alguém passasse por ali.
sabia o local exato em que não haviam câmeras para lhe flagrar e, de qualquer forma, naquela noite em especial, ele tinha tomado os devidos procedimentos para que as que existiam estivessem desligadas, então apressou seus passos, quase correndo e esbarrando propositalmente no maestro, que retirava o maço de cigarros há umas duas ruas do prédio da orquestra. Naquela noite, ele estava tão estressado que provavelmente fumaria tudo o que tinha para enfim alcançar a calma que precisava. Mal sabia ele que nunca alcançaria seu objetivo.
Ele olhou com uma expressão extremamente irritada e, quando o outro fingiu surpresa e lhe sorriu, como parte do pedido de desculpas, as feições do maestro se suavizaram um pouco.
— Me desculpe, estava distraído e não te vi — ele soou, falsamente sem graça e viu o outro retribuir seu sorriso de uma forma derretida.
— Não se preocupe com isso, por mim pode me esbarrar quantas vezes quiser — o maestro respondeu, pouco se importando se se assustaria ou não com uma resposta daquelas, estava cansado e a visão era tentadora demais para que ele se impedisse de ao menos tentar. observou os cabelos bem arrumados do maestro, a roupa alinhada apesar de ele ter passado o dia todo trabalhando e então focalizou o maço de cigarros em sua mão. Claramente, o outro estava atraído por ele e aproveitou para usar aquilo ao seu favor.
— Se acha isso, não vai se incomodar em me dar um desses seus cigarros, não é? –- pediu, voltando a sorrir de lado e quase gargalhando quando o outro imediatamente entendeu o maço em sua direção. Bingo.
Num movimento rápido, puxou o maestro pelo braço, rendendo-o e apertando seu pescoço com uma das mãos enquanto com a outra tateava em busca da faca que havia trazido consigo na parte interna do casaco. O maestro se debatia e grunhia, tentando chamar atenção, mas antes que pudesse conseguir socorro, a faca afiada atingia suas costas, adentrando a carne até alcançar o coração. O sangue jorrou sem controle e ele agonizava, se afogando, sem forças para soltar nenhum som sequer enquanto tirou a faca e guardou em seu bolso novamente, arrastando o maestro o mais rápido possível de volta para dentro do prédio da orquestra.
Assim que se viu numa das salas administrativas, onde ele já havia deixado o que precisaria, jogou todos os papéis que atrapalharam seu caminho no chão e dispôs o corpo do homem em uma mesa, ajeitando as luvas de látex nas mãos antes de pegar um bisturi e voltar a se aproximar do cadáver do maestro.
— Espero que toda essa sua ideia de fumar feito um idiota não estrague minha sinfonia — resmungou, direcionando o bisturi à garganta dele. — Vamos abrir sua garganta e expor suas pregas vocais — ele murmurou, enquanto começava a cortar a carne, abrindo de forma lenta para não estragar sua obra. Quando terminou, arrancou a pele e a descartou, se certificando de que as pregas vocais estivessem de fato bem expostas.
então pegou o braço do violoncelo e abriu a boca do maestro, enfiando-o até aparecer na garganta exposta, alinhando nas cordas e garantindo que estivessem bem afinadas.
Então ele se afastou um pouco para observar seu trabalho de longe, balançando a cabeça em negação e voltando ao trabalho, precisava que tudo estivesse perfeito para seu senhor.

🎻


Quando o Estripador de Baltimore colocou seus pés no prédio da orquestra, não estranhou o silêncio mortal. Primeiro porque eram três da manhã, e segundo porque ele sabia que tudo o que ali tivesse era dedicado exclusivamente para ele.
Um sorriso presunçoso demarcava seus lábios enquanto suas mãos estavam dentro dos bolsos do sobretudo preto e comprido, que atingia seus tornozelos. Ele então caminhou lentamente até a primeira fileira da plateia, abrindo dois botões da parte inferior do casaco e se sentando no melhor lugar que poderia achar dali. Seus olhos se focaram no palco e ele aguardou pacientemente pelo início do espetáculo.
Por um lado, estava um tanto ansioso para ver o que seu imitador havia lhe preparado, por outro, se sentia quase comovido pelo movimento desesperado por redenção, mas a parcela que dominava a maior parte de si ainda estava extremamente irritada com toda aquela audácia, além de determinada a fazer entender com clareza que ninguém jamais iria igualá-lo. Ele devia voltar para sua brincadeira de agente do FBI, mas em vez disso escolhera perder tudo.
As luzes diminuíram até uma intensidade confortável aos olhos e então as cortinas do palco se abriram, revelando e seu mais novo presente para o grandioso Estripador de Baltimore: um violoncelo humano.
O Estripador bateu palmas educadamente, mas se manteve quieto enquanto seus olhos se voltaram para o arco nas mãos de .
Este então aproximou o arco das pregas vocais expostas do maestro e ele deslizou com precisão, dando início à Sinfonia Lacrimosa de Mozart.
Seus olhos se fecharam enquanto dava seguimento às notas musicais, que soavam da forma mais linda que ele já havia ouvido, nada se comparava ao som das pregas vocais humanas, assim como nada se comparava a ter seu maior ídolo prestigiando sua sinfonia na primeira fileira da plateia.
O Estripador observava tudo com curiosidade, apurando bem os ouvidos para apreciar a sinfonia da forma que ela merecia e a cada nota que ele escutava tinha mais certeza de sua decisão. merecia realmente ser recompensado, ele era seu maior fã.
E quando a música terminou, mais palmas empolgadas foram ouvidas e o Estripador se colocou de pé, entoando de forma contínua e extasiada.
— Bravo! Bravo! Um violoncelo humano, eu jamais pensaria em algo tão grandioso quanto!
deveria ter notado o tom de ultraje e ressentimento que havia ecoado dos lábios do Estripador.
O fato era que estava em êxtase pela reação de seu ídolo e só conseguia pensar no quanto precisava chegar mais perto dele para contemplar melhor a face de seu assassino predileto, seu grande e majestoso ídolo.
— Se aproxime, . Já me provou que merece mais do que uma salva de palmas e algumas palavras de incentivo.
jogou o arco no chão, desceu do palco quase correndo e se aproximou de seu ídolo, lhe encarando com expectativa e admiração evidentes, tanto que o Estripador soltou uma risada baixa e sombria.
Quando chegou perto o suficiente, conseguiu finalmente fazer com que seus próprias pregas vocais produzissem algum som.
— Eu sabia desde o início que era você — sim, aquilo era verdade. talvez fosse o único que de fato sabia a verdadeira identidade do Estripador de Baltimore. Alguém que o FBI jamais imaginaria que seria aquele assassino.
O Estripador então riu levemente e fez algo um tanto inesperado para , ele abriu os braços para que o rapaz lhe abraçasse.
— Não é o sonho de todo o fã poder abraçar seu ídolo? — perguntou, ao ver a expressão curiosa de . Este então sorriu abertamente e envolveu seu ídolo em um abraço apertado e emocionado, mal acreditando que aquilo estava acontecendo.
— Me pergunto se isso tudo é real ou apenas mais um de meus devaneios insanos — confessou, ainda abraçado a quem tanto admirava. Uma risada rouca então ecoou em resposta e ele mal percebeu quando o Estripador soltou um de seus braços e direcionou ao seu bolso direito.
— Não, . Você não está sonhando. Tem feito um trabalho esplendoroso e estou me admiro profundamente com a magnitude de suas obras — ecoou, de forma venenosa.
— Nada comparado às suas, senhor. Jamais chegarei aos seus pés quanto a isso — retrucou, de forma veemente.
— De fato, me agrada que não tenha esquecido disso. Por mais grandiosas que suas obras sejam, você jamais se igualará a mim e suas obras jamais se compararão às minhas. Elas nem ao menos podem chegar a ser chamadas cópias — dessa vez percebeu o tom de irritação na voz do Estripador, o que fez com que ele recuasse e tentasse se desvencilhar para encontrar uma forma de se desculpar. — Não se afaste ainda, . Você me trouxe presentes inestimáveis. Está na hora de retribuir.
E antes que pudesse fazer qualquer coisa, antes que pudesse sequer pensar no que dizer, sentiu algo rasgar a carne de seu abdômen e foi ali que percebeu a faca na mão direita do Estripador.
Ele grunhiu, sentindo a dor queimando e lhe fazendo fraquejar, mas não parou por aí. O Estripador rasgou o restante de seu abdômen até o outro lado da cintura, voltou a abraçar e lhe empurrou para que caísse sentado no lugar onde antes estava ele contemplando a sinfonia.
— Espero que você também esteja preparado para ouvir a sinfonia perfeita, .
permaneceu ali, agonizando enquanto seus olhos ficaram fixos no cadáver do maestro, seu próprio violoncelo humano e os passos do Estripador de Baltimore foram se distanciando até que restasse apenas o silêncio e as pálpebras de já não resistissem mais.
Aquele silêncio e toda a escuridão que lhe envolviam era de fato a mais magnífica sinfonia que ele presenciara.


FIM

Leia a parte III da Trilogia >>



Nota da autora: Finalmente, a parte II está entre nós! Ouço coros de aleluia? O Estripador anda mais implacável do que nunca. Vocês esperavam por essa? E agora? O que vocês acham que vai acontecer? Será que na parte III o FBI vai conseguir pegar o assassino?
Comentem aqui o que acharam, please! Ste gosta de feedbacks e se alimenta deles para escrever mais.
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Beijos e até a próxima.
Ste.





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