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Finalizada em: 12/02/2021

Capítulo Único



Encarei o brilho da lua alcançando o mar, deixando que um suspiro ecoasse de meus lábios. Não por cansaço, desilusão ou qualquer sentimento relativo, mas simplesmente porque aquele era o tipo de visão que me deixava completamente sem palavras.
Desde muito jovem, eu já sentia uma certa conexão com o oceano, algo completamente surreal e muito mais forte do que qualquer outra que ouvi falar. Como se eu pertencesse àquele lugar e ele me pertencesse. Por isso mesmo, eu costumava passar horas a fio sentada na areia fina, observando o oscilar das ondas e deixando minha mente completamente ausente de pensamentos.
Cresci ouvindo as pessoas dizerem que eu era meio maluca por simplesmente admirar o mar daquela forma, mas eu realmente não era de me importar. E aos poucos cada um foi se obrigando a simplesmente me aceitar do jeito que eu era. Como eu pensava ou agia dizia respeito a mim e apenas a mim, então não lhes restava nenhuma outra opção.
Toda vez que me questionavam qual era o meu maior sonho, eu nunca pestanejava em responder: viver no oceano. Talvez esse fosse o maior motivo de duvidarem da minha lucidez.
Soltei uma risada comigo mesma simplesmente porque eu tinha uma capacidade gigantesca de me distrair com pensamentos aleatórios. E eu amava o mar por não me julgar por nenhum deles.
, você está perdendo a melhor parte da festa! — A voz de Cheryl me despertou dos pensamentos e eu a encarei surpresa por alguns segundos, tentando me desligar da minha própria mente para prestar atenção ao que ela queria dizer.
— Estou? — perguntei apenas.
— Estamos jogando sueca. Me diga que você vem! — O biquinho daquela garota seria capaz de conquistar qualquer pessoa, por mais dura que fosse.
— Nós temos aula amanhã, Cheryl. Pelo amor de Deus! — Ainda assim eu tentei me esquivar, dando a pior desculpa porque no fundo eu sabia que de nada adiantaria.
— E daí? Iremos bêbadas para a faculdade amanhã. Ou você tá me dizendo que não aguenta? — Me lançou um olhar desafiador que me fez estreitar meus olhos para ela.
— Você joga muito sujo — resmunguei. Ela me conhecia bem demais e sabia que eu nunca recusava um bom desafio.
— E você me ama por isso. — Cheryl pegou minha mão, me puxando para dentro do estabelecimento e sorrindo de orelha a orelha quando nosso grupo de amigos passou a nos encarar.
— Agora a festa voltou a ficar completa. — William abriu um largo sorriso em minha direção e eu retribuí, levemente sem graça.
Ele era bonito demais e eu sempre ficava sem jeito quando ele me encarava. No entanto, Will era gay e eu vivia repetindo para mim mesma que havia superado o crush que sentia por ele.
— Como se vocês não bebessem sem mim. — Revirei meus olhos.
— Bebemos com e sem você, zinha. Agora pega uma carta. — Josh me abraçou pelos ombros, depositando um beijo em minha bochecha. Fiz uma careta imediatamente, porque seu bafo de álcool estava péssimo.
— Ai, vira para lá, Josh. Quem deixou esse menino beber tanto? — reclamei, mais parecendo uma mãe do que qualquer outra coisa.
— Vira, — as vozes de Olivia e Jessica fizeram coro aos outros três e eu bufei antes de pegar uma carta do baralho e virá-la.
Abri um sorrisinho de canto ao ver o rei de ouros, mostrando a todos e fazendo apenas os rapazes beberem uma dose de… Espera, eles estavam jogando sueca com tequila?
— Vocês só podem estar malucos. — Neguei com a cabeça, mas nem tive muito tempo para reclamar daquilo, porque logo após a minha vez foi a de Josh e ele resolveu se vingar lindamente de mim ao tirar o três de espadas.
bebe as três doses.
Eu não era exatamente a pessoa mais forte de todas para bebida, mas eu tinha topado aquilo, então acabei virando os três copinhos. Uma careta se formou imediatamente quando senti o líquido descer queimando pela minha garganta, trazendo um gosto um tanto amargo.
— Assim não tem graça. Era pra distribuir entre três pessoas — falei com a voz meio fraca.
— É pra compensar o tempo que você ficou de fora. — Josh deu de ombros e piscou para mim em seguida.
— SEIS! Mão na mesa! — Olivia gritou e para o meu completo azar fui a última a me dar conta de que deveria colocar a mão na mesa. O resultado disso foi ter que beber outra dose.
— Continua reclamando, — Cheryl provocou enquanto se divertia com o meu desespero.
— Você me paga uma hora dessas, garota. — Apontei para ela, então virei a quarta dose.
Me safei na rodada de Jessica, mas quando foi a vez de Will, ele tirou um dois e ao sentir seus olhos nos meus eu já sabia o que queria.
— Não me diga que vai fazer com que eu beba duas vezes. — Ergui uma sobrancelha para ele. Aquilo era claramente um complô contra mim.
— Não. Vou beber uma com você para que pare de chorar que nem bebê. Que tal? — debochou da minha cara e eu me inclinei para estapear seu braço, quase derrubando a garrafa de tequila no processo. Gargalhadas irromperam pelo pub, chamando atenção de outras pessoas, mas eu só sabia continuar rindo.
— Você é um ridículo. — Peguei os dois copinhos, recusando quando ele tentou pegar o dele. — Só pela sua afronta.
Bebi os dois, sentindo que minha garganta havia parado de protestar e em seu lugar quem reclamava agora era meu estômago. Mais uma dose e provavelmente a tequila voltaria pelo mesmo lugar que veio.
Apertei meus olhos com força, segurando o reflexo do vômito por um tempo bem maior do que esperava.
? — Pude ouvir meu nome ser chamado, mas não consegui registrar de quem era a voz porque toda a minha concentração estava em meu esforço.
Ergui a palma da mão, como se pedisse apenas alguns segundos e quando finalmente consegui abrir meus olhos, as coisas estavam ligeiramente embaçadas.
Eu realmente era bem fraca para bebidas e seis doses eram demais.
, você está bem? — Senti uma mão tocar meu queixo e erguer meu rosto para cima. Aquilo não ajudou em nada, apenas me fez notar que as coisas estavam girando.
Tentei assentir para que eles continuassem com aquele jogo idiota, mas fazer isso também não foi uma boa ideia.
Empurrei quem me segurava com uma certa pressa, então saí correndo pelo pub, tentando chegar ao banheiro o mais rápido possível antes que o desastre acontecesse.
O problema era que eu não contava que pudesse surgir uma barreira em meu percurso e por mais que meu cérebro registrasse parcialmente o quão forte era esse obstáculo, a minha primeira reação foi absolutamente trágica e incontrolada.
A bile subiu pela minha garganta, queimando muito mais do que antes e trazendo um gosto amargo e horrível ao meu paladar ao ser lançada diretamente na camisa preta do indivíduo à minha frente.
Desejei desesperadamente que fosse um daqueles sonhos e eu pudesse acordar sã e salva de qualquer vexame, mas a vida podia ser uma vadia suja de vez em quando. Meu pesadelo era bem real e assim que eu ergui meu olhar, encontrando um belíssimo par de olhos, precisei controlar o impulso de sair correndo.
— Oh, Céus! Eu quero morrer! — deixei escapar com lágrimas brotando nos meus olhos e ele deve ter entendido a situação porque mesmo em meio à cara de nojo eu pude jurar que o ouvi suspirar. Na verdade, a boca dele se mexia e ele estava dizendo alguma coisa em resposta, mas, por algum motivo, eu não conseguia ouvi-lo.
Por que eu não conseguia ouvi-lo?
Minha respiração, de repente, ficou acelerada e quanto mais eu tentava controlá-la, mais eu sentia o ar fugindo de meus pulmões. Tudo estava turvo ao meu redor, exceto os olhos dele, e eu perdi tudo quando voltei a sentir o vômito irromper.
Dessa vez, no entanto, ele parecia mais preparado para o que viria porque se esquivou, permitindo que eu me curvasse e despejasse toda a tequila ingerida no chão junto aos últimos resquícios de minha dignidade.
Imaginei que quando eu conseguisse parar de vomitar e erguesse meu olhar, não o encontraria mais ali, afinal, por que ele se importaria com uma bêbada desconhecida?
Tão surpreendente quanto a aparição repentina dele foi o fato de ter permanecido ali e até segurar meu cabelo ele havia feito.
— Moça, tudo bem?
Não me dei conta de que o encarava fixamente, provavelmente com a boca toda suja, então eu passei a mão rapidamente em meus lábios. Tentei responder, mas minha voz de repente sumiu, então eu apenas neguei com a cabeça.
— Certo, eu vou te ajudar. Você veio com alguém que eu possa chamar? — Me olhou com atenção e poxa, ele era realmente bonito. Eu tinha dado vexame na frente de um cara lindo e tudo era culpa de meus amigos idiotas.
— Sim. Estou com meus amigos idiotas — resmunguei, jurando que ele não me ouviria porque a minha voz estava super fraca.
— Eu vou comprar uma água para você e nós dois podemos ir encontrá-los, pode ser? — propôs e eu assenti ainda mais envergonhada, evitando olhar muito para a camisa dele que eu havia arruinado com meu vômito, focando em seu rosto. — Um segundo.
O rapaz sumiu pelo que me pareceu literalmente um segundo e logo eu me deparei com uma garrafinha de água estendida em minha direção.
— Beba, vai fazer você se sentir um pouco melhor — disse em um tom gentil que me deixou levemente desconcertada. Eu realmente não esperava que um desastre como o meu arrancaria uma reação como a dele.
— O-obrigada — gaguejei, tentando abrir a garrafinha e me sentindo completamente inútil por não conseguir. Talvez eu estivesse mais fraca do que imaginava.
— Deixe-me ajudar. — De novo pensei ao vê-lo se livrar da tampa e tornar a me entregar o recipiente.
O primeiro gole de água me fez sentir como se estivesse há dias em um deserto. A queimação aliviou significativamente e eu não hesitei em beber mais uns goles, um tanto desesperada.
— Vá com calma, ou você vai acabar vomitando tudo de novo — o bonitão me alertou e eu senti meu rosto esquentar, o que talvez fosse sinal de que um pedacinho da minha lucidez estava voltando.
— Me desculpe — pedi depois de alguns minutos em que acabei com o conteúdo da minha garrafa e ainda tomei mais um pouco da que só depois reparei que ele havia comprado para si mesmo.
— Eu não gostava dessa camisa mesmo. Não tem por que se desculpar. — Fez uma careta ao dar de ombros.
— Tenho certeza de que não era assim que você pretendia se livrar dela. — Acabei rindo ao vê-lo fazer o mesmo. — Mas é sério. Quanto você pagou por ela? Eu te dou uma nova.
— Nem pensar! Que tipo de cara eu seria se te fizesse comprar uma camisa nova só porque…
— Só porque eu vomitei em você? Eu não sei, mas preciso te compensar por isso de alguma forma. — Imitei o gesto anterior dele, dando de ombros também.
— Que tal você me dizer o seu nome? Acho que é um bom começo. — Eu sinceramente não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Qualquer cara teria simplesmente saído correndo e me deixado ali jorrando as tripas para fora, mas ele não.
Será que eu estava alucinando?
Voltei a focar meu olhar nele, percebendo que aguardava minha resposta com uma expressão engraçada, o que só podia indicar que eu o encarava feito uma tonta.
. Meu nome é , mas — pigarreei ao sentir minha voz falhar — você pode me chamar de . — Então sorri amarelo para ele, que retribuiu de um jeito desconcertante.
— É um prazer te conhecer, . Eu me chamo . — O bonitão estendeu a mão para mim e eu pisquei uns dois segundos antes de segurá-la.
— Que lindo — balbuciei completamente encantada. Então me dei conta de que tinha soltado aquilo em voz alta e senti minhas bochechas esquentarem absurdamente. — O seu nome. . É lindo.
Ouvi uma risada linda ecoar dos lábios dele e pela milésima vez questionei se eu não estaria mesmo alucinando.
— De toda forma, agradeço o elogio. Ainda mais vindo de uma mulher como você — seu tom de voz era galanteador e eu literalmente fiquei de queixo caído.
— Uma mulher como eu? — repeti. — Amigo, ‘tô começando a achar que você bebeu mais do que eu, só que consegue disfarçar melhor a embriaguez. — Dei risada e o vi negar com a cabeça sem tirar o maldito sorriso da cara.
— Acho que, mesmo se eu estivesse bêbado, teria voltado completamente ao normal depois de receber vômito na camisa, você não acha? — Ergueu uma sobrancelha.
— Então você é maluco mesmo. — Dei de ombros, mordendo o canto da boca e desviando meu olhar dele para beber mais um golinho de água. Só que a garrafa estava vazia, então eu apenas fiz mais um papel de trouxa para a minha coleção.
— Aqui, eu pego mais uma pra você — se ofereceu e eu me adiantei para negar, só que não deu muito certo.
E quando me entregou mais uma vez a bebida, eu me vi novamente sedenta, quase sorvendo todo o líquido de uma vez novamente.
— Droga, eu não devia ter bebido tanto — murmurei baixinho.
— Posso te ajudar a voltar para onde seus amigos estão. Só me mostre onde é — se prontificou, chegando um pouco mais perto e eu tentei disfarçar uma engolida a seco.
Ponderei sua oferta e acabei fazendo uma careta.
— Duvido que meus amigos vão ser de muita ajuda, sabe? Estou assim porque eles me fizeram virar seis doses de tequila e eu não sou lá muito forte para álcool.
— Seis doses? Isso era uma aposta ou um jogo? — Me lançou mais um daqueles sorrisos lindos.
— Um jogo. Sueca, conhece? — O vi negar com a cabeça. — Sorte a sua.
Ficamos alguns segundos em silêncio, mas eu decidi cortá-lo para deixar o pobre homem em paz.
— De qualquer forma, eu não quero atrapalhar mais a sua noite do que já fiz. Muito obrigada por toda a sua ajuda, , e, mais uma vez, me desculpa por arruinar a sua camisa — soltei tudo quase rápido demais e acenei um tchauzinho antes de me afastar dele.
O rubor tinha voltado às minhas bochechas e eu adoraria que um buraco se abrisse no chão para que eu me enfiasse nele.
me chamou, fazendo com que eu parasse e me virasse mais uma vez em sua direção. — Seria uma grande irresponsabilidade minha deixar você sair sozinha por aí. Me deixe ao menos te colocar em um uber.
Sinceramente? Eu quis beijá-lo e o álcool no meu sangue quase me impulsionou a isso, porém meus olhos desceram de novo para a sua camisa e a sensatez gritou nos meus ouvidos que nenhum cara beijaria a garota que vomitou nele.
Suspirei.
— Tudo bem. Eu estava mesmo me perguntando como faria para chamar um.
então foi um perfeito cavalheiro. Ele se aproximou de mim rapidamente, me pediu que lhe entregasse o meu celular e depois de alguns minutos me ofereceu seu braço para que fôssemos até o lado de fora daquele lugar.
A brisa do mar fez com que eu fechasse meus olhos momentaneamente, apreciando aquele cheiro salgado que me dava a sensação de estar em casa. Lancei um olhar para as ondas e desejei me atirar nelas. Tudo o que me impediu de fazer isso foi o braço de enlaçado ao meu.
— Você gosta do mar. — Não havia sido uma pergunta.
— Amo. Se pudesse, viveria nele — afirmei com um sorriso.
— Temos isso em comum. — Desviei meu olhar para ele ao ouvir aquela informação. Como era possível que aquele homem conseguisse ser mais perfeito?
Eu me sentia a ponto de questioná-lo sobre isso, mas fui impedida quando um carro parou à nossa frente. Era o uber que ele havia chamado para mim.
— Coloquei a sua conta no meu celular apenas para ter certeza de que ele vai te deixar em casa. Qualquer coisa, você pode me ligar também. Meu número está na discagem rápida — informou, abrindo a porta do carro para que eu embarcasse.
Parei no meio do ato e o encarei embasbacada.
— Eu ainda tenho que te compensar por tudo o que fez por mim nessa noite, — sussurrei sem jeito.
— Que tal amanhã? — Me surpreendi ao vê-lo sugerir aquilo.
— Mesmo?
— Mesmo. — Ele sorriu. — Podemos nos encontrar aqui mesmo, se você quiser.
— A-aqui é bom — titubeei me sentindo ainda mais nervosa.
— Então está combinado. — Piscou para mim, então se aproximou para me dar um beijo na bochecha. — Boa noite, .
— Boa noite, . A gente se vê — respondi me segurando para não levar a mão ao rosto e suspirar feito uma bobona.
Entrei de uma vez no uber antes que o motorista me xingasse e fez questão de fechar a porta para mim.
Enquanto o carro se afastava, eu só conseguia pensar no quanto queria que o amanhã chegasse logo, assim poderia vê-lo mais uma vez.


🧜‍♂‍

No dia seguinte, não sei o que foi pior. Se foi a dor de cabeça insuportável e a sensação de náusea constante que a ressaca trouxe, ou se foi a minha consciência trazendo à tona as memórias do que tinha acontecido.
Juro que eu desejei que tudo não tivesse passado de uma ilusão da minha cabeça porque seria infinitamente mais fácil. Porém, quando abri a discagem do meu celular, lá estava o número dele e não apenas o havia deixado pronto para que eu apenas apertasse a tecla de efetuar a chamada, como salvou mesmo o seu contato na minha agenda.
Sinceramente, eu estava devastada.
Com que cara eu ligaria para ele ou compareceria ao encontro que tínhamos marcado? Por Deus, eu havia vomitado nele!
— Posso saber onde a madame se enfiou ontem? — Levei um susto com a chegada de Cheryl à cozinha. Eu estava ali encostada no balcão fazia vários minutos enquanto encarava estarrecida o visor do meu celular.
Eu dividia o apartamento com ela e Olivia, mas Jessica vivia por ali por ser namorada de Liv, então não fiquei exatamente surpresa quando as duas apareceram segundos depois, me encarando com a mesma expressão de Cheryl.
— Em lugar nenhum. Vim pra casa, ué. — Dei de ombros, fazendo uma careta. — E vê se fala mais baixo, minha cabeça está me matando.
Cheryl bufou.
— Nem vem com essa, . Eu te vi com o cara bonitão, só não cheguei perto pra não atrapalhar — Jessica se meteu e eu quis matá-la por mencioná-lo mesmo ela não fazendo ideia da história toda.
— O quê? — Cheryl olhou de mim para ela, então abriu um sorriso malicioso. — Conta tudo, garota!
— Não tem nada pra contar. É sério! — disfarcei, me virando para pegar um copo de água.
Como na noite anterior, eu o bebi todo de uma vez, então voltei a enchê-lo enquanto fazia outra careta.
— Me diz que você tem algum remédio, Cher. Não estou aguentando. — Tornei a virar para ela e as três me encaravam com as sobrancelhas erguidas. — Que foi, gente?
— Desembucha logo, . Eu te conheço — Cheryl exigiu.
Suspirei alto. Eu realmente não tinha outra opção.
— Tá, mas me arruma o remédio primeiro, por favor — implorei, vendo-a bater palmas empolgadas e correr para buscar o que eu tinha pedido.
Se ela soubesse do meu vexame, não ficaria assim tão empolgada.
Rapidamente eu tomei o comprimido e minhas amigas esperaram pacientemente até que eu bebesse todo o conteúdo do copo novamente.
— Não se empolguem demais porque a história não é bonita — as adverti.
— Fala logo, mulher. — Olivia me cutucou.
— Depois que vocês me fizeram beber aquelas seis doses de tequila, eu precisei sair correndo para o banheiro. Juro que achei que fosse desmaiar no caminho.
— Isso nós já sabemos. Pula logo para a parte interessante — Cheryl me cortou, fazendo com que eu estreitasse meus olhos para ela.
— Eu saí correndo porque se demorasse mais um minuto, uma tragédia poderia acontecer. Então no caminho eu encontrei esse homem lindo, na verdade esbarrei nele, e, quando vi, o pior já tinha acontecido. — Senti meu rosto pegar fogo e quis afundar no chão ao lembrar de tudo aquilo.
— Como assim, ? — Jessica questionou parecendo realmente não ter entendido.
— Você… Não! — Olivia levou uma mão à boca e eu afirmei com a cabeça.
— Pela Deusa! Não acredito que você vomitou no cara bonito, ! — Cheryl não sabia se ria ou se ficava compadecida pelo meu vexame.
— Sim, eu vomitei nele. Arruinei a camisa do coitado e depois vomitei mais ainda no chão ao lado dele. Sinceramente? Não sei como ele não saiu correndo porque a cena não foi nem um pouco bonita e… Meninas, eu quero morrer! — Escondi meu rosto nas mãos e de repente senti que uma delas me abraçava.
— Amiga, não fica assim. Foi um acidente. Não devíamos ter feito você beber todas aquelas doses, principalmente porque a gente conhece a sua tolerância. — Era Olivia e eu ergui meus olhos para ela, sorrindo agradecida.
— Mas você disse que ele não saiu correndo, né? Isso quer dizer que… — Jessica me instigou a continuar, porque provavelmente tinha me visto com ele depois da vergonha toda.
— Que ele foi super gentil comigo. Trouxe água para mim e me disse várias vezes que eu não precisava recompensá-lo pela camisa estragada. — Abri um sorriso meio bobo. — E, nossa, ele era tão bonito que fiquei até pensando se era de verdade ou se eu tinha caído no banheiro e batido a cabeça. — Soltei uma risadinha.
— Ai meu Deus! — Olivia se empolgou. — E aí?
— Daí ele insistiu em me levar até vocês, mas eu não estava bem o suficiente para continuar naquele pub. Também não queria estragar a noite de todo mundo, então
— Huuum, , é? Que nome! — Cheryl aprovou, compartilhando um sorriso malicioso com as outras duas.
— Nem me fala! O nome combina muito com ele. — Pisquei para minha amiga, então prossegui. — fez questão de chamar um uber para mim e eu insisti com ele que precisava compensar por aquele transtorno todo… Daí ele disse que eu podia fazer isso em um encontro hoje à noite.
— E você fala isso assim? Com essa cara de quem tá prestes a ser crucificada por quê? — Cher imediatamente retrucou incrédula.
— Porque com certeza ele estava tão bêbado quanto eu para me fazer um convite desses! Imagine só! Chamar a garota que vomitou em você para sair? Quem faz isso? — externei tudo o que eu havia pensado.
— Não seja boba, . O cara gostou de você mesmo com toda a história do vômito. Aproveite, mulher! — Olivia me incentivou, rindo do meu jeito.
— Mas e se…
— Se você não for a esse encontro, eu vou no seu lugar, garota! — Cheryl ameaçou e eu fui obrigada a gargalhar dela, o que fez com que todas acabassem me acompanhando no processo.
— Depois dessa, , eu sou sua fã. Queria eu conquistar alguém mesmo passando mal — Jessica comentou.
— Ei! — Olivia protestou, me fazendo rir de novo.
— Se eu não fosse muito bem comprometida, é claro! — Jess logo emendou e eu neguei com a cabeça.
— Já que eu não tenho outra opção além de ir a esse encontro. Vocês precisam me ajudar a encontrar a roupa perfeita — pedi.
— Eu achei que isso já estava determinado — Cher comentou enquanto ia até a geladeira e a abria para começar a tirar as coisas e preparar nosso brunch, já que passava de meio-dia.
— Já estava. Eu disse isso só pra confirmar logo que vou a esse encontro antes que vocês me matem ou roubem o meu bonitão.
— Huuum, já está dizendo que ele é seu, queridinha? — Liv me encarou com malícia.
— Ah, cala a boca! — Dei risada.
Tentei me manter o mais descontraída possível, mas a verdade era que eu não conseguia me conter de tão nervosa.


🧜‍♂‍

Eu não sabia que horas deveria encontrar — se é que ele realmente fosse aparecer —, mas por volta das dez da noite eu já estava no mesmo pub e resolvi tomar apenas um suco porque não queria arriscar outro fiasco envolvendo álcool e o meu estômago descontrolado.
Fiquei ali pelo balcão mesmo porque assim o rapaz conseguiria me ver com mais facilidade e então eu o esperei.
Parecia que uma eternidade tinha passado e nenhum sinal dele aparecer, o que fez eu me sentir frustrada e ao mesmo tempo maluca. Será que realmente não havia sido tudo coisa da minha cabeça?
Puxei o celular da minha bolsa e mais uma vez encarei seu número salvo na agenda. Aquilo não era devaneio. Eu seria capaz de imaginar tanto a ponto de até adicionar um contato novo?
Me ocorreu então que ele poderia estar esperando alguma confirmação minha, uma mensagem, ligação, qualquer coisa que fosse. E aí eu me senti uma tremenda idiota.
Ou era isso, ou ele realmente não ia aparecer porque só havia sido gentil comigo.
Mas uma pessoa gentil te chamaria para sair e daria bolo?
Droga, talvez eu devesse trocar o suco por algo alcoólico e ao menos terminar minha noite um pouco alegrinha, mas só a ideia da palavra álcool já me dava náuseas e uma careta se formou em minhas feições.
— Devo dizer que essa camisa de hoje é uma das que eu gosto, mas prometo não ficar chateado se você arruiná-la. — Uma voz deliciosa ecoou a poucos metros de mim e ao erguer meu olhar eu o vi parado bem à minha frente.
E, caramba, ele era ainda mais bonito do que eu havia observado na noite anterior.
Acabei rindo ao assimilar o que ele havia dito, então neguei com a cabeça, sentindo meu rosto esquentar.
— Não vou arruinar ela não, pode ficar tranquilo. Hoje eu vou ficar só no suco. — Indiquei meu copo para , que sorriu de canto.
— Perfeito. Eu vou te acompanhar então. — Fez sinal para o barman e rapidamente pediu que lhe servisse o mesmo que eu estava bebendo.
— Achei que tinha levado um bolo seu. Por isso a careta — confessei, xingando mentalmente a minha mania de ser sempre sincera demais.
soltou uma risada baixa.
— Só se eu fosse um tremendo babaca, mas fico feliz em saber que queria esse encontro tanto quanto eu.
E eu queria dar uns tapas nele por ser tão perfeito.
— Você tem que ter algum defeito. Não é possível! — acabei soltando, novamente sem conseguir me controlar.
— Ah, com certeza eu tenho vários, não se preocupe, mas isso é coisa para você descobrir nos próximos encontros. — Piscou para mim, mas eu fiquei sinceramente surpresa com o que tinha dito.
— Próximos encontros? — Ergui uma sobrancelha para ele e pela primeira vez pareceu constrangido.
— Se você quiser, é claro.
— Eu quero sim — respondi sem pestanejar e ele voltou a me lançar um daqueles sorrisos.
Aquele homem não precisava de muito para me fazer derreter toda, isso eu já havia entendido.
Ficamos em silêncio enquanto o barman lhe entregava o suco e beberiquei um pouco do meu enquanto dava uma olhada em volta, observando as pessoas que estavam por ali.
— Então, , o que você faz? — Sua voz tornou a chamar minha atenção e eu sorri por ele ter puxado algum assunto.
— Sou estudante de Arquitetura por pura pressão dos meus pais. Eu sempre quis passar a minha vida toda no mar, mas eles nunca aprovaram essa ideia — contei me sentindo até surpresa comigo mesma, porém algo na forma como ele me olhava dizia que não julgaria nada daquilo, muito pelo contrário.
— E por que não? — questionou, me encarando como se eu fosse a coisa mais interessante ali, o que me derreteu ainda mais por dentro.
— Porque para eles isso é coisa de quem vive com a cabeça nas nuvens e não tem os pés no chão.
— Bom, isso é verdade. Mas quem foi que disse que isso é ruim? — Sorriu mais uma vez e eu não vi como não retribuir. Aquele homem realmente era surreal.
— Talvez com um diploma nas minhas mãos eles fiquem mais tranquilos com isso, sabe? Por enquanto, eu deixo eles pensando que conseguiram me fazer desistir do meu sonho. — Lhe lancei uma piscadela.
— E se eu te disser que tem uma forma do seu sonho se realizar antes do que você pensa? — propôs, me fazendo encará-lo intrigada.
— Eu te diria pra me contar logo que forma é essa.
— Já pensou em trabalhar em um navio? — Aquela era uma opção um tanto óbvia, mas pelo jeito ele tinha um ponto aonde queria chegar.
— Que tipo de navio? — questionei, o observando com atenção dobrada.
— Um transatlântico, por exemplo. Você deve saber que durante esse mês há um na cidade — ele disse e de fato eu não apenas sabia como andava procurando tudo a respeito.
— Seria um sonho trabalhar em um transatlântico — confirmei, sentindo que meus olhos até mesmo brilhavam apenas com aquela ideia.
— Talvez haja uma maneira de realizá-lo — repetiu prontamente, o que me fez erguer uma sobrancelha.
— O que quer dizer? Como? — Me senti empolgada como nunca antes. Será que ele conhecia um meio de me ajudar?
— Muito prazer, eu sou o Capitão . — Estendeu uma mão para mim, como se tivéssemos acabado de nos apresentar.
Pisquei meus olhos para ele demoradamente, me sentindo um tanto chocada com aquela informação.
— Você é o capitão de um navio? — exclamei sem esconder a surpresa.
— Sou — afirmou, respeitando o espaço que eu precisava para processar aquelas informações.
— E está dizendo que é o seu transatlântico que está passando aqui pela cidade?
— Isso mesmo — confirmou com paciência.
— Mas… Se o seu navio está de passagem, como é que você falou em outros encontros? — De repente aquilo me ocorreu e eu lhe encarei com meus olhos estreitos.
— Eu ainda tenho algum tempo por aqui, mas nada nos impede de também nos encontrarmos no navio, caso você aceite a minha proposta — disse simplesmente e eu quase caí para trás com aquilo.
— Como você convida uma desconhecida para trabalhar no seu navio? Você não é, sei lá, um desses traficantes de mulheres não, né? — Não consegui evitar a pergunta porque estava mesmo desconfiada.
riu.
— Acho que se eu fosse, não iria te dizer isso, certo? Pelo jeito você vai ter que confiar em mim e, se me permitir, eu vou fazer o máximo para conquistar essa confiança.
Não sei o que tinha naqueles olhos lindos dele, mas eu simplesmente não consegui negar um pedido daqueles.
— Se conseguir fazer isso, , você terá uma nova tripulante no seu navio — afirmei, piscando meus cílios lentamente e precisei de muita concentração para não fraquejar ao vê-lo umedecer os lábios.
— Desafio aceito, senhorita…
— completei ao perceber que era aquilo que ele esperava.
— ele disse meu nome completo, como se o experimentasse em sua voz e eu juro que senti até o dedão do meu pé se arrepiar. Não era possível que ele conseguisse me atrair em exatamente tudo o que fazia. — Agora já posso puxar toda a sua ficha criminal — brincou.
— Fique à vontade, senhor . — Pisquei para ele. — Farei o mesmo com o senhor.
— Já que temos um interesse em comum, bem que podíamos deixar as formalidades de lado, o que você acha? — propôs em um tom sedutor que me deixou completamente louca.
— Hmm, não sei. Me fala mais sobre isso, senhor — voltei a frisar aquela forma de tratamento de propósito.
— Eu te mostro tudo o que queira saber sobre mim e você me mostra o que eu quiser saber sobre você. — Pude jurar que o senti se aproximar mais de mim.
Encarei seu rosto perfeito por alguns segundos, descendo meu olhar para aqueles lábios que definitivamente estavam me puxando para ele.
Reconheci uma música que me agradava, então abri um sorriso ladino.
— Vou pensar no seu caso. — Bebi o restinho de suco do meu copo, então comecei a caminhar na direção da pista de dança que havia ali. Não tinha muita gente dançando, mas eu nem me importava.
continuou encostado no balcão, como se me desafiasse a fazê-lo sair dali e eu mordi o canto da boca, encontrando um bom lugar e começando a mover meu corpo lentamente, acompanhando a música que tocava. Era algo da Katy Perry, mas eu não fazia muita questão de parar para reconhecer. Toda a minha atenção estava voltada para e no quanto eu queria que ele viesse se juntar a mim.
Balancei meus quadris de um lado para o outro, erguendo um pouco minhas mãos e então as deslizando pelo meu corpo, me tocando sem um pingo de vergonha. Abri um pouco minhas pernas, de forma que conseguisse ir descendo e rebolando sem me desequilibrar e meu sorriso se alargou quando vi passar a língua pelos lábios.
Tudo bem que eu queria que ele estivesse passando aquela língua deliciosa em mim, mas eu chegaria lá.
Talvez fosse uma tremenda loucura ou até mesmo burrice eu ter alguma coisa com o cara que poderia me dar o emprego dos meus sonhos, mas o meu interesse por ele gritava e eu não conseguiria me controlar nem se quisesse.
Em um movimento um pouquinho mais ousado, virei de costas para , descendo e rebolando mais uma vez para então empinar bem a minha bunda antes de voltar a subir. O calor tomava conta de mim e eu sabia que a tendência era que aumentasse ainda mais.
Levei uma de minhas mãos até minha nuca, segurando meus cabelos e os erguendo para refrescar um pouco a região do meu pescoço, porque essa parecia pegar fogo.
Em questão de alguns segundos, senti alguém muito próximo das minhas costas e não precisei nem me virar para saber quem era.
— Achei que nunca se juntaria a mim — comentei em um tom que pudesse ser compreendido por ele.
— Como não fazer isso? Olhe só para você. — Aquela voz ecoou no meu ouvido ao mesmo tempo que senti seus lábios roçarem minha orelha.
guiou suas mãos até minha cintura e segurou-a sem cerimônia, apertando enquanto seu corpo se colava ao meu e acompanhava o ritmo da música.
— O que tem eu? — questionei interessada em saber o que ele tinha a dizer.
— Ah, senhorita . Você é sem dúvida alguma a mulher mais bonita deste lugar, além de ser doce, divertida e absurdamente gostosa.
Senti meu corpo todinho arrepiar. A forma como ele havia dito aquelas coisas havia sido tão sexy que eu podia continuar ouvindo aquele homem me chamar de gostosa quantas vezes ele quisesse. No entanto, eu ainda queria provocá-lo.
— Como você sabe se eu sou mesmo gostosa? Ainda nem me provou. — Soltei uma risadinha.
— Você me permite? — Escutei ele pedir prontamente.
— O quê? — Fiquei até confusa.
— Você me permite prová-la, ? — E ao dizer isso eu senti suas mãos pressionarem um pouco mais a minha cintura, ao passo que o corpo dele se esfregou mais no meu.
— Vá em frente, .
Sem mais delongas, senti me virar de frente para ele e seus olhos pareceram devorar cada centímetro do meu rosto antes de focarem fixamente nos meus lábios.
Não consegui esperar pela iniciativa dele e eu mesma levei minhas mãos até a gola de sua camisa, puxando-o para mim e grudando minha boca à sua com urgência.
Senti o sorriso dele se formar antes de nossas línguas começarem a trocar carícias, então gemi baixinho ao poder finalmente beijá-lo por completo. deixou claro o quanto o meu desejo por ele era recíproco e fez de tudo para que nossos corpos ficassem colados um ao outro.
Guiei minhas mãos da sua camisa até seus ombros, apertando com mais intensidade e suspirando quando ele sugou meu lábio inferior. Ouvi uma exclamação de prazer ser abafada pelo nosso beijo e fiz questão de mover meu corpo no ritmo da música, me esfregando contra o dele o máximo que podia enquanto dançávamos de um jeito pouco atento ao que tocava.
Meu corpo se arrepiava mais a cada segundo, principalmente quando senti uma das mãos de ir da minha cintura para a base das minhas costas, dedilhando e subindo até alcançar meus cabelos, que ele segurou da mesma forma que eu tinha feito enquanto dançava. Meu pescoço ficou completamente exposto e a vontade de protestar quando interrompeu nosso beijo foi superada pela excitação que senti quando seus lábios tomaram meu pescoço para si, espalhando beijos gostosos, molhados, sugando a pele de um jeito que me fez esquecer completamente que estávamos em um local público.
Cravei minhas unhas em seus ombros com ainda mais força, descendo minhas mãos por seus braços, sentindo ele ofegar de dor e prazer enquanto eu mordia meu lábio inferior tão forte que mais um pouco acabaria o cortando.
— Honestamente, você é ainda mais gostosa do que eu imaginei — sua voz sussurrou contra meu ouvido e em uma questão de segundos depois senti sua língua acariciar o lóbulo da minha orelha.
Por Deus, eu não sabia nem como ainda conseguia manter meus pés firmes no chão. Parecia que cada toque dele era como uma labareda lambendo meu corpo, espalhando aquele calor delicioso que quanto mais eu provava mais queria sentir.
Mais uma vez, procurei os lábios de , levando uma mão até os cabelos de sua nuca para puxar seu rosto de volta para perto do meu. Senti que ele soltava o ar de forma ofegante antes que voltássemos a nos beijar com voracidade e fiquei satisfeita ao perceber que se sentia da mesma forma que eu.
Cada toque de suas mãos fazia com que mais arrepios surgissem e com o passar dos minutos desejei que alcançasse outros lugares. A vontade de pressionar minhas coxas uma na outra ou até mesmo de esfregar o meio das minhas pernas nele crescia, me deixando quase sem ar, assim como eu sentia meus mamilos duros de tesão, ansiando por alguma atenção da parte dele.
O calor era ainda mais intenso e eu voltei a separar meus lábios dos dele para deixar uma lambida vagarosa por toda a lateral de seu queixo perfeito.
— Sabe de uma coisa, ? — questionei, dirigindo meus lábios até seu ouvido e usando meu melhor tom sedutor. — Eu ainda acho que há mais coisas que você precisa provar antes de fazer essas afirmações com tanta propriedade.
Se aquela provocação não lhe dissesse o suficiente, eu precisaria ser direta em minhas próximas palavras. No entanto, não era o tipo de cara inocente e eu nem precisava conhecê-lo por muito tempo para perceber isso.
— Eu tenho certeza de que tem, . O que você acha de nós dois sairmos daqui? — Finalmente ele propôs e eu precisei conter um suspiro de alívio.
— Acho que já passou da hora — fui sincera, o que fez com que abrisse mais um daqueles sorrisos de canto capazes de me deixar ainda mais excitada.
Não hesitei quando o senti entrelaçar seus dedos nos meus, então o acompanhei para fora do estabelecimento.
Detectei alguns olhares sobre mim e eu tinha certeza de que no dia seguinte as pessoas comentariam ao meu respeito, afinal, naquela cidade ninguém tinha nada melhor para fazer, mas sinceramente não me importei. Eu estava saindo com um cara absurdamente gostoso mesmo depois do fiasco de ter vomitado nele todo, pelo amor de Deus!
Dessa vez, quando o uber foi chamado nós o dividimos, seguindo para o hotel onde estava hospedado logo após o homem me questionar se eu preferia ir para o meu lugar ou o dele.
Durante o trajeto, eu senti uma das mãos de pousar sobre minha coxa. O tecido do vestido havia subido um pouco e eu mordi o lábio inferior quando ele passou a fazer desenhos abstratos em minha pele.
Caramba, ele pretendia me deixar louca?
Pela forma como continha o sorriso de malícia, essa era exatamente a sua intenção.
Tremi quando seus dedos se apertaram com mais afinco na minha pele e o homem subiu um pouco mais, ameaçando seguir para a parte interna da minha coxa, adentrando o vestido.
Eu queria xingá-lo por fazer aquilo e fazê-lo parar porque o motorista acabaria notando alguma coisa por mais que se mantivesse atento à direção, mas ao mesmo tempo a sensação de prazer que se misturava à de adrenalina era muito mais convidativa.
Um de meus ombros estava encostado ao dele e eu deixei meu corpo relaxar um pouco, mordendo meu próprio lábio e imitando o gesto de , levando uma de minhas mãos até sua perna e subindo com minhas unhas por sua coxa. Como resposta, eu o vi inclinar um pouco a cabeça na minha direção, o que fez com que eu fixasse meus os olhos nos de , estreitos e parecendo pegar fogo em minha direção.
Ali estava claro que não víamos a hora de chegarmos àquele hotel e quando isso aconteceu eu nem me despedi do motorista, apenas me lancei para fora do carro, esperando por logo em seguida.
— Achei que íamos ter que resolver o nosso impasse lá naquele carro — ele comentou, se aproximando bem de mim e colando nossos corpos enquanto levava uma mão até meu rosto e o acariciava de leve.
— Não sei o que você faz comigo, mas eu teria aceitado. — Ri baixinho, sendo retribuída por ele.
tratou logo de me levar para dentro do hotel e talvez fosse mais sorte do que juízo termos pegado um elevador com mais duas pessoas.
No entanto, quando adentrei o quarto dele, não havia mais nada que nos impedisse de fazer o que tanto queríamos.
Permiti que beijasse meus lábios de uma forma muito mais calma do que imaginava que faria. Uma vez sozinhos, o homem passou a agir como se nós dois tivéssemos todo o tempo do mundo, o que na verdade não era nenhuma mentira.
Afundei meus dedos em sua cintura, cravando um pouco minhas unhas ali quando separou sua boca da minha e seguiu uma trilha deliciosa de beijos desde o meu queixo até o lóbulo da minha orelha, descendo pelo pescoço e lambendo bem próximo à minha clavícula. Seus dedos brincaram com a alça do meu vestido e eu soltei um suspiro mais alto quando ele fez com que esta escorregasse, expondo uma parte de meu colo e fazendo-o constatar que eu não usava sutiã por baixo da peça.
— Isso já é uma tremenda sacanagem — resmungou, me encarando com o desejo nítido em seu olhar.
— Sacanagem é você ficar me lambendo desse jeito e não ir de uma vez para o que interessa. — Eu não estava realmente achando ruim ser atiçada daquele jeito, mas perceber que a minha “pressa” lhe deixava mais excitado era impagável.
— Não se preocupe, doce . Depois que eu provar cada pedacinho seu, você vai ter o que tanto deseja. — Sorriu, se inclinando um pouco na minha frente.
Senti meu vestido cair aos meus pés e com um espanto constatei que nem havia notado ele puxar a outra alça da peça para baixo, de tão envolvida que eu estava, mas logo tratei de me livrar dela por completo.
Mordi minha boca mais uma vez, observando com atenção quando sua língua brincou entre o vão dos meus seios ao mesmo tempo em que o olhar dele também permanecia fixo no meu rosto.
Definitivamente aquele homem estava determinado a me fazer pegar fogo.
Quando ele finalmente abocanhou um dos meus peitos, minha mão se embrenhou nos fios dos cabelos dele, puxando sem nenhuma delicadeza. Um gemido baixinho escapou de meus lábios e meu tom de voz ganhou um ar sôfrego quando sua língua rodeou meu mamilo endurecido, brincando de um jeito tão gostoso que eu passei a apertar uma coxa na outra, me esfregando como eu podia para sentir mais daquele prazer.
Ele notou meu estado, mas continuou com as mesmas carícias, trazendo sua mão para o seio livre e dedilhando toda a sua extensão.
Uma exclamação mais alta ecoou quando ele puxou de leve o bico e eu me empinei ainda mais em sua direção, buscando mais e mais de todas as sensações que aquele homem me proporcionava.
Meus olhos quase se reviravam nas órbitas, mas não se deu por satisfeito. Sua boca logo voltou a traçar um caminho delicioso pelo meu corpo, explorando toda a extensão de minha barriga, depositando beijos, sugadas leves e até algumas mordidas.
Ofeguei assim que senti suas mãos puxaram o elástico da minha calcinha. Eu estava tão molhada que tinha certeza de que meu líquido escorria pelas minhas coxas e confesso que estava louca para que ele percebesse aquilo. Então quando passou a deslizar a peça pelas minhas pernas eu até rebolei sensualmente, ajudando no processo e segurando aquela vontade de apertar os olhos e gemer bem alto só pela forma como ele me olhava.
Em questão de minutos, eu estava completamente nua diante do homem enquanto ele permanecia inteiramente vestido, mas aquilo não me incomodou de forma alguma. Eu queria, sim, vê-lo como veio ao mundo, mas, por algum motivo, aquilo tudo só me deixou ainda mais excitada.
As mãos de acariciaram minhas pernas, explorando toda a extensão de minha pele sem nenhum pudor, subindo até minha bunda e a apertando para depois virem para o interior das minhas coxas.
Então ele sentiu o que eu estava louca para que percebesse e um grunhido ecoou de seus lábios.
— Porra, , você está pingando — resmungou, me fazendo até fechar os olhos do tanto que a sua voz me atiçou. Voltei a abri-los em uma questão de segundos e procurei focá-los nos seus.
— Ver essa sua cara linda no meio das minhas pernas vai me fazer pingar mais, pode ter certeza — retruquei sem vergonha nenhuma. Se era fogo que queria, nós dois seríamos incendiados.
— Depois de um pedido tão gostoso feito esses, não vejo como recusar. — Continuou acariciando a parte interna da minha coxa, então de forma delicada fez com que eu apoiasse minha perna sobre seu ombro, me deixando toda exposta em frente ao seu rosto.
não fez nenhuma cerimônia diante disso e no instante seguinte eu senti sua língua lamber toda a extensão da minha boceta. Primeiro de cima a baixo, depois de baixo para cima. Gemi contra sua boca, mas acabei engasgando no processo porque o homem não parou por aí. De maneira habilidosa, eu o senti me acariciar, alternando sugadas e beijos leves até encontrar meu clitóris, onde então eu recebi deliciosos movimentos circulares que me fizeram mais uma vez puxar os cabelos de com força.
Meu corpo se contraía quase involuntariamente, então eu passei a rebolar contra a sua boca, levando minha mão para a parte de trás de sua cabeça e o empurrando ainda mais contra a minha boceta.
Caramba, aquela cena era tão absurdamente excitante que eu gemia mais só por assisti-la. Porém não queria que eu reagisse apenas ao que via, isso ficou bem claro quando uma de suas mãos subiu e seus dedos começaram a brincar com minha entrada antes de ele usar dois deles para me penetrar intensamente.
Rebolei com mais afinco, sentindo o suor escorrer pelas minhas costas e gemendo continuamente, sem conseguir refrear as ondas de prazer que tomavam conta de mim, fazendo com que meu corpo todo pegasse fogo.
— Assim você vai me fazer gozar, querido — murmurei com a voz tão rouca que por alguns segundos eu questionei internamente se havia mesmo deixado aquela frase ecoar.
Isso até ele me responder.
— Então goza para mim, . Derrama todo esse seu mel delicioso na minha boca.
De onde aquele homem tinha saído? Ouvir aquilo daquele jeito foi demais para mim.
Forcei sua cabeça ainda mais contra minha boceta, esfregando ela em sua cara e gemendo mais e mais ao sentir sua língua em conjunto com seus dedos. Ele deve ter sentido minhas paredes se apertarem porque subitamente os retirou, fazendo com que então sua língua passasse a me penetrar habilidosamente.
Soltei um palavrão bem alto, então senti meu corpo tremer violentamente quando atingi o meu ápice, gozando na boca dele e sentindo como se várias explosões acontecessem dentro de mim.
Eu mal havia processado aquele ápice delicioso quando se levantou, me deu um beijo rápido, então me levou até a cama e me empurrou para que eu caísse sentada nela.
Nunca imaginei que ia ver um homem gostoso feito ele ir tirando peça por peça de sua roupa pra mim. No entanto, com o olhar queimando na direção do meu, passou a se despir.
Primeiro, livrou-se dos sapatos e meias, depois desabotoou a camisa como se tivesse todo o tempo do mundo. Seu cinto foi desafivelado com a mesma pressa e quando puxou calça e cueca, eu senti até minha boca salivar de vontade de chupá-lo.
De um jeito enlouquecedor, acompanhei a mão dele seguir até seu pau, acariciando toda a própria extensão e me deixando completamente vidrada. Como assim ele ia ficar se masturbando daquele jeito pra mim?
Honestamente, eu quase me aproximei para meter seu pau todinho na minha boca, porém tinha outros planos.
Ele pegou um preservativo, o vestindo, então veio para o meu lado na cama e me puxou para que iniciássemos um beijo excitante. Em uma questão de segundos, logo eu estava montada em cima dele.
Cansada de provocações e joguinhos, levei uma mão até seu pau, o acariciando em movimentos precisos e o ouvido grunhir em aprovação. Não demorei então a posicioná-lo na minha boceta e sentei com gosto sobre ele, sentindo-o me preencher até a base.
— Puta merda! — xinguei devido ao tesão que senti e percebi que sua voz havia ecoado junto com a minha, mas com um xingamento diferente.
Soltamos uma risada rouca e excitada, então eu grudei minha boca na dele, iniciando um beijo avassalador e passando a me movimentar sobre ele.
Rebolei bem gostoso, sentindo suas mãos se espalmarem na minha bunda e me ajudarem no processo, aumentando a intensidade das estocadas.
A cada vez que eu o sentia me preenchendo por completo, mais meus gemidos ecoavam e eu o agarrava contra mim com força, fazendo-o até afundar sua cara nos meus peitos vez ou outra.
— Isso, gostosa, atola meu pau inteiro nessa boceta. Você tá tão molhada! — Ele soprou, chupando meu peito com vontade em seguida.
Quiquei em seu colo com ainda mais intensidade, fazendo com que fosse cada vez mais fundo. Me curvei para frente, levando minha boca até um de seus ombros e lá eu deixei chupões fortes, gemendo enlouquecida conforme o prazer aumentava a cada segundo.
O quarto estava tomado pelo calor que emanava de nossos corpos. O barulho do choque entre nossos quadris se juntava ao balançar da cama e aos gemidos que escapavam tanto de meus lábios como dos dele. Aquilo estava tão delicioso que eu me sentia cada vez mais a ponto de explodir.
Percebendo então que isso não estava muito longe de acontecer, segurou minha cintura, fazendo com que eu erguesse um pouco meu quadril, me mantendo firme ao começar a me estocar com força e velocidade. Ficou ainda mais sonoro o quanto ele metia gostoso dentro de mim e eu não fiz questão nenhuma de conter os meus gemidos.
Cravei minhas unhas em suas costas, tentando rebolar como pude para sentir mais, e mais, e mais. gemeu no meu ouvido, sugando seu lóbulo e quando sua boca seguiu para meu queixo, dando uma mordida, não aguentei mais.
O gemido prolongado quase pareceu um gritinho enquanto eu tremia violentamente em seu colo. continuou seus movimentos, mantendo aquele mesmo ritmo intenso e mesmo extasiada não deixei de ajudá-lo com aquilo.
Poucos minutos após o meu ápice, atingiu o dele, apertando minha cintura com tanta força que as marcas de suas unhas ficaram em minha pele.
Completamente suados e ofegantes, trocamos um selinho rápido antes de nos jogarmos na cama e permanecermos vários minutos um ao lado do outro, apenas normalizando nossas respirações. rapidamente se livrou da camisinha, voltando a se deitar ao meu lado.
— Agora você pode dizer com propriedade — eu disse, sentindo-o virar o rosto para me encarar meio confuso. — Que eu sou gostosa — completei, fazendo-o soltar uma gargalhada tão gostosa que nem me contive e ri junto.
— Gostosa, linda, deliciosa… Posso soltar uma série de elogios para você, se é o que deseja. — Então me virei para ele e mordi a boca pela milésima vez naquela noite.
Não era possível que ele já estivesse me deixando cheia de fogo novamente.
— Sim. É o que eu desejo, . E se você me conceder, posso pensar em retribuir o favor. — Pisquei, com um sorriso ladino.
se virou totalmente de lado, me puxando pela cintura para ficar bem colada nele.
— Pois pense com carinho, . Eu já sei exatamente como quero que você me retribua.
— É mesmo? E como seria? — Eu era uma curiosa incurável.
— Venha comigo para o navio.
Definitivamente, eu não imaginava que ele fosse pedir aquilo. Quer dizer, ele tinha me oferecido o emprego, mas as coisas tinham mudado um tantinho de figura depois daquela transa sensacional e eu por mais que antes eu tivesse cogitado, no fundo eu não era de misturar trabalho com prazer.
— Não sei se posso fazer isso — confessei.
— Não quero que venha mais para trabalhar comigo, . Você vai ser a minha convidada. — E mais uma vez fui pega de surpresa.
— Você não acha que… — Parei de falar, suspirando.
— Quê? — Insistiu que eu continuasse.
— Que estamos fazendo tudo rápido demais? Quer dizer, você é lindo, um tremendo gostoso e eu não duvido nadinha que é o tipo de cara pelo qual eu me apaixonaria, mas nós acabamos de nos conhecer. — Conseguia pensar em uma ou duas pessoas que se orgulhariam de me ouvir naquele momento.
abriu um sorriso compreensivo.
— Eu nunca senti uma conexão tão forte com alguém como a que estou sentindo com você, . Talvez seja mesmo um pedido precipitado, mas nós sabemos que eu não tenho muito tempo por aqui e, sinceramente, não gosto da ideia de que talvez eu nunca mais possa te ver de novo.
Merda, mil vezes merda.
Como eu dispensaria um homem daqueles? Ele parecia ter saído de todos os meus sonhos.
Eu tinha na minha frente a chance de viver no mar como sempre quis e viver algo intenso com alguém como .
Era loucura demais eu querer aceitar aquele convite?
E se ele não fosse nada do que estava me dizendo? E se fosse mesmo um daqueles malucos que trafica mulheres? E se…
— Não precisa me responder agora. Meu navio irá partir daqui a três dias. Se você estiver no deque norte meia hora antes do pôr do sol, saberei que aceitou vir comigo. Se não estiver… Bem. Eu irei entender.


🧜‍♂‍

Durante os três malditos dias, eu não consegui tirar da minha cabeça um minuto sequer. Nós não havíamos voltado a nos ver desde que eu chamei um uber e voltei para a minha casa, resolvendo que não passaria a noite com ele mesmo que aquele homem perfeito tivesse insistido.
Querendo ou não, se minha resposta fosse sim, eu tinha muitas coisas em jogo e precisava escapar dos encantos dele para poder raciocinar direito.
O problema era que o feitiço daquele homem era poderoso demais, já que mesmo bem longe dele eu sentia que meu corpo pegava fogo só de mencionar o seu nome.
Eu só podia estar ficando maluca, não era possível que estivesse mesmo tão gamada assim. Eu nem o conhecia! E repetia isso a todo instante para ver se enfiava de uma vez por todas em minha cabeça e deixava aquela ideia toda de lado.
Quem sabe quando o navio finalmente zarpasse eu acordaria para a minha realidade e percebesse que era tudo uma fantasia bem maluca da minha cabeça.
O desânimo que senti ao pensar nisso só deixou as coisas muito claras para mim. Eu queria sim embarcar naquele navio e viver aquela aventura com , mesmo correndo todos os riscos e ouvindo minha consciência e minhas amigas me dizerem que eu estava completamente louca.
Desde pequena, eu sonhava em viver no mar, mas sempre deixei a razão falar mais alto e embora fosse sonhadora, meus pés ficavam firmes no chão.
Seria tão errado eu me permitir voar?
Sendo ou não, quando faltava meia hora para o pôr do sol, um bilhete havia sido deixado em meu quarto enquanto eu andava de um lado para o outro no deque, com apenas uma mochila nas costas e uma ou duas unhas roídas.
O nervosismo tomou conta de meu corpo e só foi crescendo conforme os minutos foram passando.
Então o pôr do sol veio e se foi.
A noite escureceu e meus lábios passaram a tremer, lágrimas se formaram nos meus olhos e eu me senti a pessoa mais burra da face da Terra.
não havia vindo me buscar para ir com ele e seu navio partiria sem mim.
E talvez fosse completamente idiota da minha parte ir até ele, tentar descobrir se havia acontecido alguma coisa.
No entanto, quando perguntei por , tanto no navio, quanto no hotel em que ele estava hospedado, recebi a mesma perturbadora resposta.
Ninguém ali o conhecia.


🧜‍♂‍



— Papai vai ficar uma fera quando descobrir que você deixou essa humana sobreviver, . — Meu subconsciente captou a voz de Cleopsys ao meu lado e eu soltei um suspiro, não querendo conversar sobre aquele assunto, mas sabendo que ela não me daria muita trégua.
— Que venha, Cleopsys. No que isso muda sua vida? — Perdi a paciência, mas nem assim desviei o olhar da bela garota caminhando de um lado para o outro no deque.
A minha vontade era a de correr em sua direção, mas eu não podia. Nós nunca poderíamos ficar juntos.
Mesmo que o mar fosse seu lugar favorito, ela pertencia à terra firme, enquanto eu era filho do oceano.
— Não muda nada, irmãozinho. Só não entendo o que tem nela para você tê-la poupado. Isso nunca aconteceu nas outras vezes em que viemos.
— Bom, isso não importa. Precisamos voltar antes que ela acabe nos vendo — desconversei, encontrando dificuldade para deixar de olhar para .
— Você se apaixonou por ela, ? — Cleopsys estreitou seus olhos para mim.
— Não diga besteiras, Cleo. Agora vamos. Você ainda tem o seu humano para entregar ao nosso pai.
Hesitante, vi a sereia mergulhar e lancei um último olhar doído em direção a antes de seguir o mesmo destino.
Não era besteira. Cleopsys estava absolutamente certa. Por mais insano que aquilo soasse, poucos dias haviam feito todo aquele estrago e eu havia mesmo me apaixonado pela garota que devia arrastar comigo para o oceano.


FIM



Nota da autora: Gente do céu, eu não to sabendo lidar com o casal dessa fic. Não imaginei que eu fosse me apaixonar tanto por esses dois e isso quase me fez mudar o final, mas acabei fazendo ele mesmo assim. Sofri aqui com tudo isso e espero que vocês tenham gostado. Comentem aqui embaixo para eu saber!
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Beijos e até a próxima.
Ste.



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