Última atualização: XX/XX/XXXX

Capítulo 1

Inglaterra, 1943

Aquele era seu último dia em casa e, em breve, Lloyd partiria para a Segunda Grande Guerra. O caos do conflito ainda assombrava a Inglaterra com ruínas dos bombardeios e o espectro da morte ainda presente em toda parte. Cada dia mais meninos se alistavam, além dos soldados dos Aliados que chegavam a todo momento. O rapaz sentia-se cada vez mais amedrontado de deixar Londres, apesar dos constantes encorajamentos feitos por sua avó, que enaltecia a honra de lutar pelo país com frases como "mande de volta ao inferno todos esses nazistas malditos".
— O que aconteceu, cara? — perguntou , seu melhor amigo de infância. Ambos partiriam para a Itália sem a certeza de que voltariam a pisar em solo inglês e, como sempre, fariam juntos.
— Essa guerra aconteceu, esses malditos nazistas aconteceram — resmungou o rapaz, furioso com tudo aquilo. Os americanos chegavam sedentos para o combate e tudo o que Lloyd queria fazer era que os ianques acabassem com a guerra eles mesmos.
— Ir pro campo de batalha é nossa chance de acabar com isso — respondeu, como se realmente acreditasse naquilo, mesmo aquela não sendo sua primeira campanha. Aparentemente, a propaganda dos Aliados ainda parecia funcionar com o rapaz, mas não com . Os nazistas pareciam invencíveis e estava prestes a entrar em território inimigo, porém negar a existência da Guerra não faria com que ela acabasse. Infelizmente.
— Morrer na Itália não está em meus planos — falou ele, vestindo o casaco de seu uniforme. — Não vamos morrer, .
tinha estado no Egito e sobreviveu. tinha sido chamado depois e a campanha da Itália seria sua primeira vez no campo de batalha. Não era que ele não acreditava na guerra – sim, os Aliados estavam certos de morrer para impedir avanços nazistas, mas a vitória parecia improvável para os britânicos –, ele apenas não queria fazer parte dela.

Itália, 1943

Quando acordou, precisou de um tempo para se localizar. Quando conseguiu se sentar na maca, notou que estava em um hospital de campanha – enfermeiras, cujos uniformes estavam sujos de sangue, e combatentes feridos que gritavam de dor o rodeavam. Seu corpo doía como o inferno e o soldado levou um certo tempo até notar a perna enfaixada. Ele procurou com os olhos por , porém não encontrou o amigo ali.
— Fala italiano? — Perguntou uma moça, que deveria trabalhar ali. Ela tinha olhos gentis, porém olheiras escuras se destacavam em seu rosto jovem. Ela parecia muito cansada, mas ainda assim era linda.
— Sim — respondeu , deitando-se novamente. — A senhorita poderia me dizer se há algum outro inglês por aqui?
— Há alguns, sim. Mas não se preocupe, seu companheiro está bem — esclareceu a moça, enquanto analisava os braços do rapaz, onde haviam alguns arranhões. — Como se sente?
— Me sinto cansado — ele respondeu. — Dolorido.
— Sua perna está ferida. Pode infeccionar. — Informou a jovem, com um tom hesitante, como se temesse a reação do soldado. — Mas é claro, faremos o possível para que não precisemos amputá-la.
amaldiçoou mentalmente tal diagnóstico. Estava na maldita guerra, tão longe de casa. Ele sabia que fora atingido por tiros alemães e por sorte não estava morto, só não sabia ao certo como havia chegado ali.
— Como me acharam? Como cheguei aqui? — Inquiriu o rapaz, já que as lembranças do dia da batalha estavam embaralhadas e esmaecidas.
— Os alemães o trouxeram. Querem informações. — Falou a enfermeira, enquanto checava qualquer coisa na perna ferida de . Ela se aproximou do rosto do rapaz e sussurrou. — Eu sugiro que evite parecer são.
— Se sou um refém, acredito que a senhorita não deveria estar curando minhas feridas.
— Bem, é como enfermeira que estou servindo meu país durante a guerra.
— Se a senhorita está servindo ao seu país, não deveria estar salvando vidas de soldados inimigos — falou , com um meio sorriso. Não fazia sentido que os ingleses estivessem sendo tratados por italianos – ou talvez fosse apenas um plano do Eixo.
— A Itália se rendeu — informou ela, simplesmente. — E o senhor deveria fazer o mesmo. Descanse.
A enfermeira deixou o local e voltou a observar os detalhes do hospital precário. Pouco se lembrava do momento em que foi baleado e, devido aos remédios, não foi necessário de muito para que o jovem adormecesse com os gritos de dor de soldados italianos soando como uma macabra canção de ninar.

XXX


estava quase dormindo sob o amigo quando acordou num sobressalto. Era isso que a guerra faria com eles pelo resto de suas vidas: tingiria seu sono e seus devaneios com sangue. Como filho de um veterano da Primeira Grande Guerra, sabia bem as sequelas que o campo de batalha deixava em um homem.
— Lloyd, por quantos meses pretende dormir? — Perguntou ao notar que o amigo estava realmente acordado. O rapaz não sabia ao certo por quanto tempo estavam ali, afinal, era quase impossível ver o mundo lá fora. — Essas malditas enfermeiras nazistas querem me deixar isolado!
— Elas não são nazistas — Sussurrou , lembrando-se do que a enfermeira tinha lhe dito sobre a rendição da Itália. — Somos reféns, sabe?
— Ontem dois malditos alemães vieram falar comigo — resmungou . — Querem saber as estratégias que sabemos... Como se a infantaria soubesse qualquer coisa! Acham que os oficiais nos dizem todos os planos e depois cantam canções de ninar para dormirmos?
— A Itália se rendeu — respondeu , ainda levemente sonolento. Sua perna doía como o inferno e ele estava sendo sedado constantemente por conta da dor.
— Malditos duas-caras — riu. — Sempre trocam de lado quando percebem que o adversário está vencendo.
Quando a enfermeira chegou, os amigos conversavam em inglês. percebeu a garota e sorriu, virando-se para ela, enquanto simplesmente levantou-se e saiu dali, quase que sem fôlego.
— Como está sua perna, senhor...? — Perguntou ela, em italiano.
— Lloyd. Lloyd a seu serviço, madame. — ele respondeu, se esforçando para prestar uma continência.
Sartori, senhor — respondeu a enfermeira. sorriu de volta. — Mas não me respondeu sobre a perna.
— Dói como o inferno — resmungou o soldado, como se apenas a menção ao ferimento fizesse com que a dor se fizesse ainda mais presente. colocou a mão na testa de , na intenção de medir sua temperatura e a expressão da jovem mudou de suave para transtornada em poucos segundos, o que confirmou o que ele já tinha certeza: estava ardendo em febre.
— Você está com febre, o que é perfeitamente normal, porém se a infecção não for contida, você pode perder a perna... O que não vai acontecer, é claro. Me esforçarei para que não aconteça.
Assim que disse aquilo, chamou outras enfermeiras para a ajudarem. E, novamente, Lloyd foi envolvido por mais sonhos febris.

XXX

Sartori podia nunca ter estado no campo de batalha, porém, conhecia bem a guerra. Seus dias eram repletos de sangue e todos os fluídos do corpo humano, além de fraturas expostas, tiros e todos os tipos de ferimentos que fariam pessoas sensíveis desmaiarem. A jovem italiana, por incrível que lhe pareça, já foi uma menina sensível. Porém a guerra a mudou, como fez com todo o mundo.
Apesar da rendição da Itália aos Aliados, os nazistas continuaram ocupando o país e matando seus civis e soldados. Agora, além de italianos, soldados de outras demais nacionalidades ocupavam o hospital de campanha onde servia. Dentre eles, em específico, dois britânicos. A jovem italiana não falava inglês, portanto, sua comunicação com os soldados ingleses era nula, até o momento em que fez a pergunta de praxe, "fala italiano?", a um deles, que respondeu na língua nativa da jovem – o que fez com que ela sentisse um ânimo súbito e criasse um leve interesse no rapaz. O sono de Lloyd era sempre muito agitado e gostava de estar sempre por perto, como se sentisse que poderia salvá-lo caso qualquer coisa acontecesse e como que, milagrosamente, toda vez que Sartori sentava-se ao lado do militar britânico a respiração dele parecia se acalmar. Ela nunca fora crédula, menos ainda em tempos de guerra, porém desde que pôs os olhos em Lloyd, a enfermeira italiana sentiu-se inexplicavelmente atraída por ele. Não uma atração carnal, mas uma ligação que parecia quase espiritual. Na primeira vez que pensou nisso, ela temeu estar perdendo o juízo devido aos traumas vividos diariamente em tempos de conflito, porém, nunca sentiu tanta necessidade de salvar alguém como sentia por aquele inglês. Mesmo sabendo que jamais o veria novamente quando ele partisse da Itália.

XXX

Você viu o jeito como ela olhou para mim? — Sussurrou , sorrindo levemente. Havia perdido as contas de quanto tempo passara desde que ele e chegaram à Itália e, consequentemente, ao hospital. , como sempre, estava de cara fechada ao lado do amigo, uma vez que era o único capaz de se mover. Cada dia que passava, ele se encontrava mais mal-humorado, alegando que as "enfermeiras nazistas" estavam mentindo para que ele se apavorasse. , no entanto, tentava evitar proximidade com o amigo, pois realmente estava com a aparência de um tuberculoso.
— Eddie, não acredito que está apaixonado pela maldita Nazi — resmungou , usando o nome que um dos oficiais do exército acreditava ser o de , que nunca o corrigiu e acabou aceitando aquele nome como um alter ego. Eddie era a versão de guerra de Lloyd. — Elas querem arrancar sua perna, sabia?
— Ela não é nazista, — respondeu , calmo. — E não estou apaixonado, só lhe perguntei se você percebeu o modo como ela olhou para mim.
— Ela te olha como alguém que pretende arrancar sua perna para que tenha um soldado a menos para derrubar o exército nazista — disse . Lloyd apenas revirou os olhos e voltou a pensar sobre , que passava mais tempo que o necessário ao lado dele. — Mas talvez ela goste de você. A enfermeira Nazi, quero dizer.
— Ela não vai arrancar minha perna — respondeu . — Mas talvez nunca mais volte ao normal. Provavelmente nunca mais poderei correr ou jogar futebol.
Quando lhe dissera isso algumas noites atrás, o rapaz não achou certo que justamente a sua perna, dentre as centenas de pernas que compunham o Oitavo Exército Britânico, seria inutilizada por culpa dos nazistas. Agora, ele sabia que era sorte, mesmo que perdesse a perna. Afinal, o número de baixas do exército dos Aliados aumentava a cada dia.
— Você acha que sairemos daqui? — Perguntou , parecendo inseguro pela primeira vez desde que deixaram à Inglaterra.
— Eu não vou morrer na Itália, — respondeu Lloyd, enquanto observava discretamente a perna ferida, que ainda estava inchada e doía.
— Eu ouvi dizer que os alemães estão levando soldados italianos como "presos militares", seja lá o que isso significa para eles. É para isso que eles estão permitindo que sejamos tratados aqui, Lloyd.
— Use sua suspeita de tuberculose a seu favor, parceiro.
— Como? Como a tuberculose pode ser usada em meu favor?
— Não aja como essa máquina de matar nazistas que você pensa que é, para começar. Quanto mais doente parecer, mais inútil será para eles.
— Você está fugindo do combate, Lloyd? Que bastardo safado que é!
— Não estou fugindo do combate, . Estou fugindo dos campos de trabalho dos nazistas.

[...]


Naquela noite, Sartori roubou de falecidos. Casacos do uniforme italiano de combatentes mortos seriam destinados a dois britânicos que fugiriam durante a madrugada, longe dos olhos de qualquer um. Além das roupas, surrupiou do hospital alguns analgésicos e remédios que ajudariam a curar a tuberculose – mesmo que aquilo parecesse impossível para a enfermeira, ela não poderia dizer para aqueles dois se separarem. A cada dia que passava ali, a garota sentia-se ainda mais próxima dele, enquanto contava sobre os avanços Aliados, demais notícias sobre a guerra e sobre sua infância. Durante suas conversas noturnas, também descobrira que, diferente dela, o inglês ainda tinha família - sua avó vivia em uma cidade litorânea onde ele acreditava não ter bombardeios. Ao longo do mês que o soldado passara ali, a enfermeira não se sentiu sozinha pela primeira vez desde o começo da guerra que dizimara sua família, porém, o rapaz não poderia ficar ali por muito tempo, já que com as crescentes derrotas nazistas, a Itália sofria bombardeios diários e os britânicos não mais voltariam à procura dos dois.
Mais uma vez, antes de ir até o local onde os ingleses a estariam esperando, a enfermeira procurou qualquer indício de que pudesse estar sendo espionada, afinal, apesar de nem todos os alemães serem cruéis com as enfermeiras, a italiana não sabia qual tratamento era reservado para aquelas que ajudassem nas fugas de reféns Aliados. Tudo parecia estar tranquilo, apesar dos gritos daqueles que estavam com dor e dos demais ruídos que preenchiam a noite no hospital de campanha. Sartori saiu e encontrou apenas escorado nas ruínas do que, em um passado recente, havia sido um palacete.
— Cadê ele? — Perguntou ela, sabendo que um atraso poderia denunciá-los.
— Eu gostaria de falarcom você antes — respondeu o rapaz —, a sós.
subitamente sentiu seu coração acelerar e ela sabia que suas bochechas estavam coradas. Silenciosamente, agradeceu por haver pouquíssima luz no local.
— Bem, estou aqui — Respondeu a jovem, seguida de uma risadinha. Durante um tempo que pareceu quase uma eternidade, os dois mantiveram-se em silêncio - os únicos ruídos ouvidos eram os de suas respirações e os sons abafados do hospital.
— Agradeço por tudo que fez por mim — sussurrou Lloyd. — Você curou minha perna e impediu que minha mente adoecesse.
— Eu... Eu sentia algo que me puxava até você. Algo inevitável. — Confessou a garota, ligeiramente envergonhada de admitir tais pensamentos em voz alta.
, por sua vez, não soube o que dizer. Em comparação a muitos dos outros soldados do 8º Exército Britânico enviados para a Campanha da Itália, Lloyd não sabia nada sobre a guerra - não havia provado metade das experiências que o combate fez obter. Em termos da Grande Guerra, era apenas uma criança, porém, aqueles últimos meses desde sua convocação eram uma pequena amostra do inferno na vida do inglês. Tudo o que havia presenciado no campo de batalha o transformaria, lentamente, em um transtornado. Não poderia permitir que uma menina como sentisse qualquer coisa por ele. Ele se encolheu no casaco que ela arranjara.
— Obrigado, senhorita — disse ele, jogando uma pedra contra a parede. Talvez fosse um sinal para , que logo se juntou a eles. Ele não sabia uma palavra de italiano, então apenas assentiu com sua usual expressão desconfiada para , que respondeu com uma continência. Depois de pegar tudo o que a enfermeira havia juntado para a fuga, ficou um tempo observando a moça: os olhos gentis, cabelos ondulados presos com tranças.
— Vão! — Disse ela, num sussurro. foi, sem olhar para trás.

Itália, 1945

A guerra havia acabado. O Eixo havia se rendido aos Aliados após milhares de mortes e as cidades começavam a reconstrução. O povo ainda vivia assustado com a hipótese de uma nova guerra começar, porém todos tentavam voltar a viver suas vidas normais, pausadas desde 1939. Desde sua volta à Inglaterra, Lloyd estava sozinho no mundo. Sua avó havia escolhido ir para um asilo, já que estava doente demais para se manter sozinha e desejava que retomasse sua vida, o que não estava funcionando da forma que deveria. havia morrido logo após a volta para casa e como as "malditas enfermeiras Nazis" haviam dito, ele estava com tuberculose. passara seus últimos dias amaldiçoando todos os responsáveis pela guerra e desejando que o amigo morresse junto com ele, já que não gostaria de chegar ao outro lado da vida sozinho. Lloyd não morreu.
As memórias da guerra eram vívidas em seus pensamentos e o rapaz acreditava que jamais voltaria ao normal. O combate havia mexido com seu inconsciente de forma tão intensa que sons de fogos de artifício para ele eram como um pesadelo, armas eram objetos dos quais ele queria distância. Porém, havia uma única lembrança doce sobre o inferno que vivera nos últimos seis anos: Sartori, a enfermeira italiana que havia curado sua perna e salvado ele e de serem prisioneiros dos nazistas. Agora, pisando novamente no solo onde sua jornada na guerra começara, estava nervoso. Por impulso havia deixado Brighton para ir até a Itália à procura de . Tal atitude havia sido amplamente apoiada por Vovó Lloyd e também por um moribundo. Agora, ele pedia informações com seu italiano enferrujado, descrevendo o hospital de campanha onde foi tratado e também . Por sorte, o vilarejo onde estava era tão pequeno que no momento em que descreveu a menina, um senhor soube exatamente quem era e iria de encontro a ela, sem saber como a jovem estaria. Esperava que entendesse.
Com um buquê de flores adquiridos ali mesmo, Lloyd adentrou uma quitanda onde a suposta Sartori trabalhava. O sino da porta sinalizou sua entrada para uma moça com cabelos perfeitamente penteados e um vestido azul imaculado. Ela levantou os olhos e ambos souberam do que se tratava. Aquela conexão que a atingira dois anos antes se mostrava ainda presente.
Lloyd — sussurrou ela, com aquele adorável sotaque italiano ao pronunciar o nome inglês.
Sartori — sussurrou ele de volta, sorrindo. — A guerra acabou.
A jovem assentiu sorrindo, porém, as lágrimas tomaram conta do seu rosto no momento em que saiu de trás do balcão para correr até o ex-soldado e envolvê-lo em um abraço forte. nunca esquecera de , porém as chances de voltar a vê-lo sempre lhe pareceram nulas. Ela mal podia acreditar que o rapaz estava ali. As flores foram entregues a uma criança que aparentemente ajudava no estabelecimento e então a jovem chamou Lloyd para um passeio na vila.
— Como está sua perna? — Perguntou ela, antes mesmo de qualquer outra coisa. Podia notar que ele não parecia ter muita força na perna há muito ferida.
— Bem, ela não funciona mais como deveria. Não posso correr ou fazer qualquer coisa que exija muito dela, porém, tenho uma bengala agora que me garante charme. E a senhorita, como passou os últimos anos?
— pediu ela. — Me chame de .
— Como passou os últimos anos, ?
— Quando recebi a notícia do fim da guerra consegui reabrir o negócio da família. A quitanda é o único membro da família que sobreviveu à guerra, além de mim.
— Eu entendo — Respondeu ele, pensando em . — morreu.
— Em combate?
— Em casa. Ele só parou quando a tuberculose o derrubou.
— Sinto muito.
— Eu também — respondeu . — Porém, foi ele que me deu a ideia de voltar aqui.
— Ele não parecia gostar muito de mim, chamando-me de Enfermeira Nazi.
O rapaz riu, como se ouvisse a voz ranzinza do amigo falando aquilo. também riu, apesar de aquilo não parecer engraçado antes.
— Fico feliz por ter te encontrado, . Eu não achei que realmente fosse conseguir. E também achei que não entendesse inglês. — Disse ele, virando-se para ela.
— Fico feliz por ter me encontrado, . Eu não conseguiria procurá-lo na Inglaterra.
— Eu estou aqui agora — Respondeu ele, sorrindo. Em seguida, Lloyd tomou o rosto da menina, lhe acariciando as bochechas com os polegares e com os olhos lacrimejando por finalmente tê-la encontrado. que passava as noites ao lado dele, contando-lhe sobre os avanços Aliados, que sorria da forma mais gentil para acalmá-lo em meio à dor e febre. Sartori, que havia lhe ajudado a fugir, mas que nunca havia deixado de habitar seus pensamentos.
— Você tem sonhos? — Perguntou ela. Ele sabia exatamente do que se tratava: os sonhos sangrentos que habitavam seu subconsciente deviam ser ainda mais aterrorizantes para , que serviu o seu país durante toda a guerra. Sim, ele tinha sonhos e uma perna mutilada que jamais o deixariam esquecer a Segunda Grande Guerra. Ele assentiu e ela o abraçou novamente, dando apoio e pedindo por segurança. Um beijo calmo foi trocado, os corações batendo em sincronia. Tudo e todas as coisas que poderiam fazer com que eles jamais se encontrassem foram responsáveis por uni-los. Sim, vira o jeito que ela olhava para ele, mas dessa vez não se encolheria em seu casaco e não haveria pistolas. Apenas .


Fim.



Nota da autora: Esse foi o primeiro ficstape que eu entrei (não o primeiro a ser entregue, mas enfim, não é disso que eu tô falando) e graças a ele, conheci pessoas muito legais. Devo um "muito obrigada" a todos que me ouviram falar repetidamente sobre essa história, mas principalmente à Thami, que além de organizar esse ficstape maravilhoso, me ajudou muito (e não só nele!) e a vocês que estão lendo. Sou a louca das histórias de época, mas nunca havia escrito nada que se passasse durante da 2ª Guerra Mundial porque esse é um assunto que eu não domino bem, portanto, saí completamente da minha zona de conforto para escrever essa história e felizmente tô satisfeita com o resultado final. Espero que vocês também tenham curtido. Beijo e até a próxima!

Minhas outras histórias:
Maîtresse-en-Titre (Longfic/Em andamento)
02. Twice (Shortfic/Finalizada)
09. Tag, You're It (Shortfic/Finalizada)

Qualquer erro nessa fanfic ou reclamações, somente no e-mail.


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